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1 SELO DE EDIFICAÇÃO SUSTENTÁVEL DE UM EMPREENDIMENTO MINHA CASA MINHA VIDA: UM ESTUDO DE CASO Max Weverton Moreira da Silva 1 Felipe Ricardo Farias de Sousa 2 João Pedro das Chagas Borges 3 Caroline Menezes Azevedo 4 RESUMO O crescimento populacional e as novas formas de consumo têm elevados o consumo de matéria- prima. Com isso é necessário pensar em tecnologias e métodos que promovam a sustentabilidade nas edificações. Nesse sentido, existem certificações ambientais que promovem empreendimentos que implementam algumas práticas sustentáveis durante sua construção e uso. Um exemplo dessas certificações é o selo Casa Azul. Este artigo trata-se de um estudo de caso e tem por objetivo verificar a adequação de um empreendimento habitacional aos requisitos obrigatórios do Selo Casa Azul Caixa. A verificação foi feita através da avaliação da documentação técnica do empreendimento, assim como vistoria in loco e entrevista com um técnico da empresa responsável pela construção. Após a coleta e tratamento das informações, observou-se que, na situação atual, o empreendimento não estaria apto a receber a certificação selo Casa Azul, entretanto, com a realização de pouco investimento, é possível sua adequação e posterior certificação. Palavras-chave: sustentabilidade; certificação ambiental; selo Casa Azul. ABSTRACT Population growth and new forms of consumption have high raw material consumption. Thus, it is necessary to think about technologies and methods that promote sustainability in buildings. 1 Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Infraestrutura e Desenvolvimento Energético (PPGINDE- UFPa), Tucuruí, Pará, e-mail: [email protected]. 2 Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PPGEC-UFPa), Belém, Pará, e-mail: [email protected]. 3 Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Infraestrutura e Desenvolvimento Energético (PPGINDE- UFPa), Tucuruí, Pará, e-mail: [email protected]. 4 Graduanda em Engenharia Civil (FEC-UFPa), Belém, Pará, e-mail: [email protected].

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SELO DE EDIFICAÇÃO SUSTENTÁVEL DE UM EMPREENDIMENTO MINHA CASA MINHA VIDA: UM ESTUDO DE CASO

Max Weverton Moreira da Silva1

Felipe Ricardo Farias de Sousa2

João Pedro das Chagas Borges3

Caroline Menezes Azevedo4

RESUMO

O crescimento populacional e as novas formas de consumo têm elevados o consumo de matéria-

prima. Com isso é necessário pensar em tecnologias e métodos que promovam a

sustentabilidade nas edificações. Nesse sentido, existem certificações ambientais que

promovem empreendimentos que implementam algumas práticas sustentáveis durante sua

construção e uso. Um exemplo dessas certificações é o selo Casa Azul. Este artigo trata-se de

um estudo de caso e tem por objetivo verificar a adequação de um empreendimento habitacional

aos requisitos obrigatórios do Selo Casa Azul Caixa. A verificação foi feita através da avaliação

da documentação técnica do empreendimento, assim como vistoria in loco e entrevista com um

técnico da empresa responsável pela construção. Após a coleta e tratamento das informações,

observou-se que, na situação atual, o empreendimento não estaria apto a receber a certificação

selo Casa Azul, entretanto, com a realização de pouco investimento, é possível sua adequação

e posterior certificação.

Palavras-chave: sustentabilidade; certificação ambiental; selo Casa Azul.

ABSTRACT

Population growth and new forms of consumption have high raw material consumption. Thus,

it is necessary to think about technologies and methods that promote sustainability in buildings.

1 Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Infraestrutura e Desenvolvimento Energético (PPGINDE-UFPa), Tucuruí, Pará, e-mail: [email protected]. 2 Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PPGEC-UFPa), Belém, Pará, e-mail: [email protected]. 3 Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Infraestrutura e Desenvolvimento Energético (PPGINDE-UFPa), Tucuruí, Pará, e-mail: [email protected]. 4 Graduanda em Engenharia Civil (FEC-UFPa), Belém, Pará, e-mail: [email protected].

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In this sense, there are environmental certifications that promote enterprises that implement

some sustainable practices during their construction and use. An example of such certifications

is the Casa Azul seal. This article is a case study and aims to verify the suitability of a housing

development to the mandatory requirements of the Casa Azul Caixa Seal. The verification was

made by evaluating the project's technical documentation, as well as on-site inspection and

interview with a company technician responsible for the construction. After collecting and

processing the information, it was observed that, in the current situation, the enterprise would

not be able to receive the Casa Azul seal certification, however, with little investment, its

adaptation and subsequent certification is possible.

Key-words: sustainability; environmental certification; Casa Azul seal.

INTRODUÇÃO

Com o passar dos anos, o crescimento populacional e o desenvolvimento tecnológico

têm modificado a forma com que consumimos. Isso implica em um alto consumo de matéria-

prima. De acordo com Laruccia (2014), a construção civil extrai em torno de 15% a 50% dos

recursos naturais, onde desde sua extração até o seu processo de produção, impactam

diretamente no meio ambiente. Um exemplo disso é a fabricação do cimento, sendo um dos

materiais mais utilizados na construção civil, onde durante a sua produção, ocorre a emissão de

grandes quantidades de gás carbônico (CO2) na atmosfera, sendo responsável pelo aumento do

efeito estufa. Além disso, classifica-se como um dos setores da economia que mais gera

resíduos, segundo pesquisas realizadas pela Abrecon (Associação Brasileira de Resíduos das

Construção Civil e Demolição), diariamente são geradas no país 290,5 mil toneladas de resíduos

de construção e demolição.

Visando a necessidade de reduzir os impactos ambientais causados pelo setor da

construção civil, o meio científico e técnico tem procurado soluções para os referidos

problemas, desenvolvendo pesquisas com o intuito produzir novos materiais e criar métodos

construtivos mais sustentáveis. Nesse contexto, a certificação ambiental cresce como meio de

estímulo para essas práticas.

Estes métodos, conhecidos como selos verdes, são importantes para avaliar as questões

sustentáveis a que os países estão sujeitos, através da determinação de parâmetros e metas que

devem ser seguidos no empreendimento. Vários países, como: Inglaterra, Estados Unidos,

França e Japão, já desenvolveram metodologias para avaliação e certificação ambiental das

edificações, chamados de: Método de Avaliação Ambiental do Building Research

Establishment (BRE), Liderança em Design de Energia e Meio Ambiente (LEED), Alta

Qualidade Ambiental (HQE) e o Sistema de Avaliação de Eficiência Ambiental para

Construção (CASBEE), respectivamente (GRÜNBERG; MEDEIROS; TAVARES, 2014).

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No Brasil, desde a década de 90, já existia a preocupação com a construção sustentável,

nesse período foram realizados estudos que visavam a redução de resíduos, perdas de energia e

reciclagem de materiais. Sendo assim, foram desenvolvidos os selos de certificação de

construção sustentável nacionais, a fim de adotar medidas necessárias para avaliação das

edificações. Dentre estes, destacam-se as certificações AQUA, a etiqueta PROCEL EDIFICA

e selo CASA AZUL (UCHOA; MACÊDO; BARTZ, 2014).

A presente pesquisa se limitará a aplicação do Selo Casa Azul, criado pela Caixa

Econômica Federal, onde reconhece projetos de empreendimentos que demonstrem suas

contribuições para redução de impactos ambientais, segundo critérios relacionados à qualidade

urbana, projeto e conforto, eficiência energética, conservação de recursos materiais, gestão da

água e práticas sociais. Os projetos de empreendimentos que receberem o Selo poderão fazer o

uso da logomarca em material publicitário de venda das unidades, tais como folders, placa de

obra, anúncios em jornais, revistas e outros meios de comunicação (Guia Selo Azul, 2010).

Para obtenção do selo, o requerente, deverá manifestar, voluntariamente, o interesse

de adesão ao Selo Casa Azul CAIXA e apresentar os projetos, a documentação e informações

técnicas completas referentes aos critérios a serem atendidos pelo projeto (Guia Selo Azul,

2010).

São cinquenta e três critérios de avaliações para o selo, sendo compostos de itens

obrigatórios e não obrigatórios, distribuídos em seis categorias: qualidade urbana, projeto e

conforto, eficiência energética, conservação de recursos materiais, gestão da água e práticas

sociais. De acordo com a quantidade de itens atendidos é dado o selo na classificação de bronze,

prata e outro. O bronze é dado a empresa que atender os itens obrigatórios. Para receber o selo

prata, deve-se atender mais seis itens de livre escolha, além dos itens exigidos na classificação

bronze. Assim como, para obter o ouro, deve-se atender mais doze, de livre escolha (Figura 1)

(Guia Selo Azul, 2010).

Figura 1 – logo dos selos casa azul: caixa bronze, prata e ouro.

Fonte: Adaptado de Guia Selo Azul (2010).

Visto isso, o objetivo deste trabalho é verificar a adequação de um empreendimento,

localizado no município de Ananindeua – PA, financiado pelo programa habitacional Minha

Casa Minha Vida, aos critérios (Obrigatórios) do Selo Casa Azul Caixa.

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1. METODOLOGIA

O objeto deste estudo de caso foi um empreendimento construído através do programa

governamental Minha Casa Minha Vida, situado na região metropolitana de Belém. A

verificação quanto a aptidão ao Selo Azul Caixa se deu através do diagnóstico do entorno, da

análise de projetos, e realização de visita ao empreendimento, verificando o atendimento aos

indicadores de cada critério, conforme o guia da Caixa - Boas Práticas para Habitação mais

sustentável (2010).

Dentre os requisitos a serem atendidos pelo empreendimento para que possa ser obtida

a certificação, este trabalho se limitou a avaliar aos critérios obrigatórios, que garantem o selo

tipo bronze. Esses critérios estão organizados em forma de check-list e apresentados na tabela

1.

A categoria 1 diz respeito à qualidade urbana, neste sentido a escolha da área deve

considerar as relações entre o empreendimento e seu entorno, de modo que seja possível avaliar

os impactos positivos da vizinhança sobre o empreendimento, com o fim de manter a segurança,

a saúde e o bem-estar de seus moradores. Com isso, é recomendado que o empreendimento

deva estar inserido em uma malha urbana que disponha de serviços, equipamentos e

infraestrutura necessárias para os seus moradores, assim como deve estar distante de fatores

prejudiciais à saúde, ao bem-estar ou à segurança, conforme apresentado nos indicadores da

Tabela 1 (Guia Selo Azul, 2010).

A segunda categoria trata dos aspectos relacionados ao planejamento e à concepção

do projeto do empreendimento, considerando-se, principalmente, as ações relativas à adaptação

da edificação às condições climáticas, às características físicas e geográficas locais, bem como

a previsão de espaços na edificação destinados a usos e fins específicos. Por sua vez, a terceira

categoria busca aprimorar o uso de energia nos empreendimentos, buscando assim alternativas

para redução do consumo e métodos de economia. O objetivo da quarta categoria é buscar

soluções para a redução de desperdícios ao usar recursos naturais, assim como promover a

inserção de materiais alternativos que agridam menos o meio ambiente (Guia Selo Azul, 2010).

A gestão do uso da água em edifícios é imprescindível para um uso mais sustentável,

uma vez que contribui para minimizar os problemas de escassez, amenizar a poluição em águas

superficiais e profundas e reduzir os riscos de inundações em centros urbanos. Assim, a quinta

categoria busca a inserção de métodos e dispositivos que propiciem a redução do consumo água

e o consumo consciente. Por fim, a sexta categoria está voltada a práticas sociais de

conscientização quanto às questões de sustentabilidade. (Guia Selo Azul, 2010).

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Tabela 1 - Check list de itens obrigatórios para obtenção da certificação Selo Azul da Caixa.

Categoria Subcategoria Indicador

1. Qualidade urbana

Qualidade do entorno - infraestrutura

rede de abastecimento de água potável

Drenagem

Pavimentação

energia elétrica

iluminação pública esgotamento sanitário com tratamento no próprio empreendimento ou em ETE da região uma linha de transporte público regular, com pelo menos uma parada acessível por rota de pedestres de, no máximo, 1 km de extensão dois pontos de comércio e serviços básicos acessíveis por rota de pedestres de, no máximo, um quilômetro de extensão uma escola pública de ensino fundamental acessível por rota de pedestres de, no máximo, 1,5 km de extensão um equipamento de saúde (posto de saúde ou hospital) a, no máximo, 2,5 km de distância um equipamento de lazer acessível por rota de pedestres de, no máximo, 2,5 km de extensão

Qualidade do entorno - Impactos

inexistência, no entorno do empreendimento, considerando-se um raio de, pelo menos, 2,5 km, marcado a partir do centro geométrico do empreendimento, de fatores considerados prejudiciais ao bem-estar, à saúde ou à segurança dos moradores

2. Projeto e conforto

Paisagismo existência de arborização, cobertura vegetal e/ou demais elementos paisagísticos que propiciem adequada interferência às partes da edificação onde se deseja melhorar o desempenho térmico

Local para coleta seletiva Existência de local para coleta seletiva Equipamentos de lazer,

sociais e esportivos existência de equipamentos de lazer, sociais e esportivos

Desempenho térmico – vedações

item não avaliado

Desempenho térmico - orientação ao sol e ventos

item não avaliado

3. Eficiência energética

Lâmpadas de baixo consumo - áreas privativas

existência de lâmpadas de baixo consumo e potência adequada em todos os ambientes da unidade habitacional.

Dispositivos economizadores - áreas

comuns

Existência de sensores de presença, minuterias ou lâmpadas eficientes em áreas comuns dos condomínios.

Medição individualizada - gás

Existência de medidores individuais, certificados, para todas as unidades habitacionais e inclusão em planilha orçamentária.

4. Conservação de recursos materiais

Qualidade de materiais e componentes

Comprovante de utilização de produtos fabricados por empresas classificadas como qualificadas pelo ministério das cidades, Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Hábitat (PBQP-H)

Fôrmas e escoras reutilizáveis

Existência de projetos de fôrmas ou existência de especificação de madeira compensada plastificada com madeira legal e cimbramento com regulagem de altura grossa(pino) e fina (com rosca).

Gestão de resíduos de construção e demolição -

RCD

Existência de um “Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil – PGRCC” para a obra.

5. Gestão da água

Medição individualizada - água

Existência de sistema de medição individualizada de água.

Dispositivos economizadores - bacia

sanitária

Existência, em todos os banheiros e lavabos, de bacia sanitária dotada de sistema de descarga com volume nominal de seis litros e com duplo acionamento (3/6 L)

Áreas permeáveis Áreas permeáveis em pelo menos 10% acima do exigido pela legislação local. Inexistindo legislação, será considerado um coeficiente de permeabilidade igual ou superior a 20%.

6. Práticas sociais

Educação para a gestão de RCD

Existência de Plano Educativo sobre a Gestão de RCD.

Educação ambiental dos empregados

Plano de atividades educativas, para os empregados, sobre os itens de sustentabilidade do empreendimento.

Orientação aos moradores Existência de, no mínimo, uma atividade informativa sobre os aspectos de sustentabilidade previstos no empreendimento que inclua a distribuição do Manual do Proprietário, a ser disponibilizado até a entrega do empreendimento.

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2. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O residencial analisado trata-se de um projeto de habitação, financiado pelo programa

governamental Minha Casa Minha Vida (MCMV), gerido pela Caixa Econômica Federal. Ele

está situado no bairro Icuí-Guajará, no município de Ananindeua, integrante da região

metropolitana de Belém (Figura 2). O empreendimento contém doze blocos padrões, com oito

apartamentos por andar, contendo ao todo quarenta apartamentos em cada bloco. Desse modo,

o projeto beneficiará, ao todo, quatrocentas e oitenta famílias (Figura 3). Os apartamentos são

compostos de dois quartos, um banheiro, sala e cozinha.

Figura 2 - Localização do empreendimento.

Fonte: Adaptado de Google maps.

Figura 3 - Projeto de implantação.

Fonte: do autor.

O empreendimento possui 15 apartamentos adaptados para portadores de necessidades

especiais (PNE’s), sempre construídos no pavimento térreo dos blocos. O quantitativo de

apartamentos PNE’s representa 3,12% do total, em conformidade com o dispositivo da NBR

9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos – no que se

diz respeito a quantidade mínima de apartamentos PNE’s, mínimo de 3% do total de

apartamentos (Figura 4).

Figura 4 - Mapa de unidades PNE's.

Fonte: do autor.

Com base no levantamento realizado, verificou-se a adequação do empreendimento

habitacional aos critérios adotados pela Caixa Econômica Federal para a certificação do Selo

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Casa Azul. Sendo realizado um relatório fotográfico, afim de avaliar o atendimento do

empreendimento aos critérios obrigatórios estabelecidos no Guia da Caixa.

2.1. Qualidade Urbana

A primeira subcategoria diz respeito à infraestrutura presente no empreendimento. O

primeiro indicador é relacionado a presença de abastecimento de água potável e observou-se a

presença de uma rede de abastecimento de água, composta por dois poços artesianos e uma

caixa d’água, responsável por armazenar a água captada (Figura 5).

Figura 5 - Caixa d'agua.

Fonte: do autor.

Em relação a infraestrutura viária, verificou-se que as ruas do entorno do conjunto

habitacional não possuem pavimentação, porém o interior do condomínio é dotado de

pavimentação em blocos sextavados de concreto, assim como a presença de sistema de

drenagem de água pluvial (Figura 6). O fornecimento de energia elétrica e iluminação pública

nas vias do condomínio é realizado pela concessionária Central Elétrica do Pará (Celpa),

empresa responsável pela distribuição de energia da região. O condomínio conta com a

existência de uma estação de tratamento de esgoto (Figura 7). Esses itens são imprescindíveis

para a obtenção do selo e estão de acordo com as exigências da certificação.

Figura 6 – pavimentação do condomínio e sistema de

drenagem de água pluvial. Fonte: do autor.

Figura 7 – estação de tratamento de esgoto.

Fonte: do autor.

Constatou-se a existência de linha de transporte público no entorno do

empreendimento, com parada localizada há aproximadamente 380 metros do condomínio

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(Figura 8). Tal item está em consonância com as recomendações do selo, uma vez que se exige

a presença de uma linha de transporte público regular com parada acessível de, no máximo, um

quilômetro de extensão.

Figura 8 - Distância do empreendimento a uma parada de ônibus. Fonte: adaptado de Moovit.

Quanto a presença de pontos comercias, escola pública de ensino fundamental, posto

de saúde ou hospital e equipamentos de lazer, o guia da caixa estabelece uma extensão máxima

a ser seguida. Com o auxílio do Google maps, foi possível verificar a existência desses

equipamentos na vizinhança do condomínio (Figura 9). Com a ferramenta, observou-se que há

uma feira distante de aproximadamente 900 metros do empreendimento (Figura 9 A). No mapa

observou-se também a presença de padaria e mercadinhos nas proximidades. Há, também, um

posto de saúde distante 1,9 km do residencial e uma farmácia há 950 metros. Por sua vez, a

escola pública está há 600 metros. Consequentemente, estes itens estão em conformidade com

os indicadores da certificação.

A – Feira do 40 horas.

B – Posto de saúde.

C – Farmácia.

D – Escola.

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Figura 9 – Distância de rotas do empreendimento até (A) feira, (B) posto de saúde, (C) farmácia, (D) escola. Fonte: Adaptado de Google maps.

Quanto ao equipamento de lazer, verificou-se que o empreendimento já possui uma

área de lazer interna, sendo assim, não houve a necessidade de avaliar a existência de praças,

quadras de esportes e parques em sua vizinhança.

A – Parquinho e equipamentos para exercício físico.

B – Quadra poliesportiva.

Figura 10 – Equipamentos de lazer no interior do empreendimento: (A) parquinho e equipamentos para

exercício físico e (B) quadra poliesportiva. Fonte: do autor.

A figura 11 apresenta um mapeamento de fatores de risco realizado entorno do

condomínio, pode-se observar que a avenida Independência (PA -150) e a rodovia Mário Covas

estão dentro da zona amarela, ou seja, dentro do raio estabelecido a partir do centro geométrico

do empreendimento (de 2,5 quilômetros), apresentando inconformidade com o que é

determinado no guia. Essa inconformidade se dá pelo fato da existência de uma fonte de ruído

excessiva, a rodovia, listada pelo Guia. Por outro lado, o aeroporto e o distrito industrial estão

fora do raio de alcance recomendado. Vale ressaltar que, mesmo contando com uma fonte de

ruído no entrono, é possível continuar o pleito do selo, desde que haja a inclusão de medidas

que reduzam os níveis de risco e incômodo.

Figura 11 – Mapa de impactos do entorno.

Fonte: adaptado de Google maps.

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2.2. Projeto e Conforto

Quanto a categoria 2, que trata de projeto e paisagismo o residencial pesquisado não

atende aos critérios, uma vez que a construtora não desenvolveu projeto de paisagismo. O

objetivo desta categoria é auxiliar no conforto térmico e visual do empreendimento, mediante

regulação de umidade, sombreamento vegetal e uso de elementos paisagísticos. (Guia Selo

Azul, 2010) Apesar da não conformidade com o indicador, observou-se a presença de áreas

verdes ao redor do condomínio, assim como espécie arbórea e presença de gramado, mostrado

na figura 12, em seu interior. Isso mostra que é possível o cumprimento desse requisito, caso

seja feita a documentação técnica necessária e posteriores modificações.

(A) gramado.

(B) espécie arbórea.

Figura 12 – Vegetação no interior do empreendimento (A) Gramado e (B) espécie arbórea. Fonte: do autor.

Quanto ao local para coleta seletiva, indicador da categoria 2, foi informado pela

construtora que está previsto no contrato da construção com o poder público, ficando a

estruturação de local para coleta de resíduos de responsabilidade dos moradores. Portanto, este

item não está em concordância com o selo. Os itens de desempenho térmicos não foram

avaliados pela limitação da pesquisa, uma vez que são necessários equipamentos técnicos

específicos a avaliar o desempenho.

2.3. Eficiência energética

A implantação de projeto e práticas de eficiência energética em conjuntos

habitacionais é algo que beneficia diretamente a população residente, através da redução dos

custos de energia elétrica, como também contribui para a redução de impactos ambientais, evita

corte de fornecimento, multas e furto de energia (Souza e Cruz, 2016). O condomínio em estudo

não possui lâmpadas de baixo consumo em áreas privativas, assim como não dispõe de

dispositivos economizadores nas áreas comuns como sensores de presença, minuterias ou

lâmpadas eficientes em áreas comuns. A instalação desses itens na edificação ficou sob total

responsabilidade dos moradores, segundo a empresa. Desse modo, o empreendimento não está

apto a receber a certificação.

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Quanto a medição individualizada de gás, o condomínio não apresenta medidores

individualizados, pois ele não apresenta uma infraestrutura para instalação de gás encanado

pelo condomínio, não previsto em projeto. Por sua vez, os próprios moradores terão que

comprar seus botijões de gás, o que atenderia ao objetivo desta categoria que é o de proporcionar

aos moradores o gerenciamento do consumo de gás da sua unidade habitacional,

conscientizando-os sobre seus gastos e possibilitando a redução do consumo. Contudo, pelo

guia do certificado casa azul, por ele não apresentar um projeto de instalação de gás na

documentação, o condomínio ficaria inapto nesta categoria.

2.4. Conservação de Recursos Naturais

Atualmente, as construções buscam relacionar os métodos construtivos com a

preservação ambiental. Diante disso, um dos requisitos obrigatórios do selo estudado é a

questão sobre a conservação dos recursos naturais. Para avaliar esse critério, foram realizadas

entrevistas com os técnicos e os responsáveis pela obra, abordando os seguintes pontos

mostrados na figura abaixo.

Em relação a qualidade de materiais e componentes, foi observado que a fiscalização

para avaliar a qualidade dos materiais utilizados não era realizada com tanto vigor. Segundo o

técnico responsável pela obra, a questão do custo do material era mais importante do que a

qualidade do mesmo, no entanto, na realização da construção de cada etapa, vistorias eram

frequentemente realizadas durante a obra para identificar se algo estava sendo feito de maneira

incorreta.

Quando abordamos sobre a prática de reuso ou reciclagem de materiais na construção

civil, encaramos a questão econômica dessas ações. É notório que há ganhos nas obras que

adotam essas práticas, pois gerará um impacto tanto no cronograma da obra como nos gastos

(Ângulo et al., 2001). No entanto, a obra, objeto de estudo desse trabalho, foi construída através

de estruturas metálicas, deste modo usou-se uma quantidade mínima de fôrmas na execução

dos prédios, a figura 13 mostra um dos prédios do empreendimento. Ao entrevistarmos o

técnico, foi informado que as fôrmas foram utilizadas apenas para a construção de

equipamentos nas áreas comuns, sendo reutilizadas em alguns componentes estruturais desses

equipamentos, mas o mesmo não soube informar quantas vezes reutilizaram esses materiais.

Figura 13 – Escada em estrutura metálica e bloco construído em estrutura metálica.

Fonte: do autor.

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Segundo a resolução número 307 de 2002 do CONAMA, é necessário que as obras

apresentem um Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC). Além

disso, o responsável pela geração desses resíduos deverá destinar os mesmo a um local correto

para o descarte. Ao abordarmos essa questão com o técnico, foi informado que a obra possuía

um PGRCC, mas não sabia se o material era descartado da maneira correta, pois o serviço era

realizado por uma empresa terceirizada. Vale a pena ressaltar que por se tratar de uma obra que

utiliza estrutura metálica a geração de resíduos diminui bastante, pois esse método é conhecido

como construção limpa.

2.5. Gestão de água

A gestão da água é imprescindível para a promoção da sustentabilidade nos conjuntos

habitacionais. Dentre os itens obrigatórios para a certificação, consta a necessidade de haver

medição individualizada, dispositivos economizadores e áreas permeáveis. No

empreendimento, observou-se que o fornecimento de água passa pela medição individualizada

(Figura 14). Observou-se que grande parte do terreno do conjunto habitacional é revestida com

grama (Figura 15). Esse fato, por sua vez, entra em consonância com o requisito do selo, uma

vez que o selo exige áreas com coeficiente de permeabilidade superiores a 20% e o

empreendimento conta com uma área superior a exigida.

As bacias sanitárias dos banheiros não estão de acordo com as recomendações da

certificação, uma vez que são bacias possuem um botão na região superior de simples

acionamento (Figura 16). Para atendimento desse item seria necessário a existência, em todos

os banheiros e lavabos, de bacia sanitária dotada de sistema de descarga com volume nominal

de seis litros e com duplo acionamento (3/6 l). A regulação para aptidão ao selo passaria pela

substituição de todas as bacias sanitárias dos apartamentos.

Figura 14 – medição

individualizada de água.

Fonte: do autor.

Figura 15 – layout do empreendimento com

áreas permeáveis delimitadas em verde.

Fonte: do autor.

Figura 16 – Bacia sanitária.

Fonte do autor.

2.6. Práticas sociais

Outro requisito abordado para a certificação casa azul é o tópico sobre práticas sociais.

É de extrema importância que os moradores do empreendimento conheçam ações que

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melhorem o espaço onde os mesmos irão habitar. Portanto, assuntos como gestão de resíduos,

educação ambiental e orientações para os empregados, trazem ganhos para as partes.

2.6.1. Educação para a gestão de Resíduos de Construção e Demolição – RCD

Segundo o Guia do Selo Casa Azul, a educação sobre a gestão de resíduos para os

empregados é responsabilidade da empresa. É necessário que a construtora mostre um PGRCC,

assim como mostrar um plano educativo sobre a gestão de RCD. Todavia, foi informado que

esse requisito não foi atendido na obra estudada.

2.6.2. Educação Ambiental dos Empregados

As práticas sustentáveis estão cada vez mais sendo utilizadas na construção civil. Além

de causar impactos diretamente ligados à construção, as obras podem causar riscos à saúde de

quem convive ao seu redor, impactos como ruídos, poluição atmosférica e sonora,

contaminação dos solos e a proliferação de animais devido o acondicionamento inadequado de

resíduos são fatores que devem ser levados a sério. Quando citamos esse assunto, o engenheiro

responsável destacou que a educação ambiental era realizada apenas na forma de conversa, sem

que houvessem palestras e cursos a respeito desse tema, além disso, o mesmo falou que não era

algo que era difundido entre todos os empregados.

2.6.3. Orientação aos moradores

Ao finalizar uma obra, é necessário que a construtora informe aos futuros moradores

especificações e orientações quanto ao uso da edificação. É de extrema importância que na

entrega do imóvel a construtora entregue o manual do proprietário com todos os projetos que

possam ser úteis na hora de uma possível reforma. Diante disso, observamos que a empresa

possuía um manual do proprietário que trazia todas as informações de cada projeto, atingindo

a meta estabelecida pelo requisito.

CONCLUSÃO

A criação do programa Selo Casa Azul é uma iniciativa do poder público, que visa a

preocupação do país com desenvolvimento sustentável, o mesmo contribui para

sustentabilidade das edificações, redução do impacto ambiental e bem-estar social. Além do

mais, a certificação é muito vantajosa para as empresas que se predispõem a utilizar esses

métodos, pois ganham visibilidade no mercado através do marketing que este proporciona e

benefícios, como a redução de juros para financiamento.

O Selo Casa Azul da Caixa ainda não está fomentado no mercado da construção civil,

consequentemente a falta de informação e conhecimento sobre o mesmo ainda é recorrente nas

obras da cidade. Além disso, muitos empresários ficam receosos em relação à multa aplicada

caso a construtora não consiga cumprir os requisitos obrigatórios do programa, o que dificulta

a obtenção do selo nas obras da região. Portanto, cabe à Caixa rever alguns detalhes do guia e

avaliar os pontos que podem ser mais viáveis para todas as partes.

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Diante do exposto no trabalho, foi possível observar que o empreendimento em estudo não se

enquadrou aos critérios mínimos exigidos para obtenção do selo. Por outro lado, nota-se que a

adequação deste empreendimento a esta certificação é possível, através da realização de

modificações e/ou implementações dos recursos, estabelecidos pelo guia da Caixa, que não se

apresentam no empreendimento. Vale ressaltar, que o técnico que acompanhou a visita, não

tinha o conhecimento do que se tratava o selo Casa azul, diante disso foi possível afirmar que

não há divulgação e incentivo para que as empresas obtenham o selo em seus empreendimentos

na região. Desta forma, a região Norte precisa desenvolver práticas construtivas visando a

melhoria no setor e a sustentabilidade, esse desafio deve ser enfrentado pelos construtores com

o auxílio do poder público, universidades e a sociedade.

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