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ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BAPTISTA PORTUGUESA | SUPORTADO POR DONATIVOS | JULHO 2016 | Nº 1085 VIDAS MINISTÉRIOS MBPt Focados na adoração a Deus e servindo as Igrejas. p.15 NOTÍCIAS STB Preparados para servir a Deus, as igrejas e a sociedade. p.13 Pr. José Gonçalves Um servo singular. p.7 IGREJAS Maia & Cedofeita Igrejas envolvidas na partilha da Palavra. p.11 www.convencaobaptista.pt Q UEM PASSA pelo Largo de Santos em Lisboa e sobe a escadaria da Igreja Lusitana, os Marianos como lhe chamavam pois fora um convento Mariano antes de o complexo ser vendido em hasta pública ainda no século XIX (pelos vistos havia igrejas de sobra, dava jeito fazer entrar em caixa algum dinheiro), não imagina que a placidez daquele adro e daqueles claustros dava lugar a vida exuberante aos sábados à tarde. Magotes de miúdos a correr, a gritar, nas brincadeiras e diabruras próprias da idade. Passou-se isto no princípio da década de 50 do século findo. Naquela igreja frequentada por bastantes pessoas da médio-burguesia lisboeta houve uma tomada de consciên- cia social, motivada sobretudo por uma pessoa, José Balão. Era mesmo o nome dele, Balão, e com um bocadinho de malícia aplicava-se também ao perímetro abdominal. Nada sei sobre a génesis da ARC – Acção de Renovação Cristã, quem foram os apoiantes do programa e das actividades, quem contribuiu com os dinheiros necessários e não foram poucos. Penso que a iniciativa tenha partido de José Balão, de retórica brilhante, convincente, envolvendo os ouvin- tes, um líder com preocupações de carácter social. Naquele tempo eu tocava regularmente o órgão nos Marianos e colaborava nas festas sociais ao piano. Fui chamado para participar. Também não sei como foi passada palavra, mas numa bela tarde de sábado o salão de festas »» pág.4 ARC&MARIA ANTONIETA JOÃO PINTO DE CARVALHO

Semeador Baptista v2 - convencaobaptista.pt · cia social, motivada sobretudo por uma pessoa, José Balão. ... Presidente: Fernando Loja | Coordenação redactorial: Davide Silva

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Ó R G Ã O O F I C I A L D A C O N V E N Ç Ã O B A P T I S TA P O R T U G U E S A | S U P O R TA D O P O R D O N AT I V O S | J U L H O 2 0 1 6 | N º 1 0 8 5

VIDAS

MINIST ÉRIOS

MBPt

Focados na adoração a Deus e servindo as Igrejas. p.15

N O T Í C I A S

STB

Preparados para servir a Deus, as igrejas e a sociedade. p.13

Pr. José Gonçalves

Um servo singular. p.7

I G RE JA S

Maia & Cedofeita

Igrejas envolvidas na partilha da Palavra. p.11

www.convenc aobapt ista.pt

Q UEM PASSA pelo Largo de Santos em Lisboa e sobe a escadaria da Igreja Lusitana, os Marianos

como lhe chamavam pois fora um convento Mariano antes de o complexo ser vendido em hasta pública ainda no século XIX (pelos vistos havia igrejas de sobra, dava jeito fazer entrar em caixa algum dinheiro), não imagina que a placidez daquele adro e daqueles claustros dava lugar a vida exuberante aos sábados à tarde. Magotes de miúdos a correr, a gritar, nas brincadeiras e diabruras próprias da idade. Passou-se isto no princípio da década de 50 do século ' ndo.

Naquela igreja frequentada por bastantes pessoas da médio-burguesia lisboeta houve uma tomada de consciên-cia social, motivada sobretudo por uma pessoa, José Balão. Era mesmo o nome dele, Balão, e com um bocadinho de malícia aplicava-se também ao perímetro abdominal. Nada sei sobre a génesis da ARC – Acção de Renovação Cristã, quem foram os apoiantes do programa e das actividades, quem contribuiu com os dinheiros necessários e não foram poucos. Penso que a iniciativa tenha partido de José Balão, de retórica brilhante, convincente, envolvendo os ouvin-tes, um líder com preocupações de carácter social. Naquele tempo eu tocava regularmente o órgão nos Marianos e colaborava nas festas sociais ao piano. Fui chamado para participar. Também não sei como foi passada palavra, mas numa bela tarde de sábado o salão de festas »» pág. 4

ARC&MARIA

ANTONIETA JOÃO PINTO DE CARVALHO

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2 E D I T O R I A L

S e m e a d o r B a p t i s t a | j u l h o 2 0 1 6

FICHA TÉCNICA

O SEMEADOR BAPTISTA | Julho 2016 – Nº 1085 | Órgão ofi cial e propriedade da Convenção Baptista Portuguesa (Membro da AEP/EBF/ABM) |

Presidente: Fernando Loja | Coordenação redactorial: Davide Silva | Edição e desenho: Miriam Barros e Santos | Sede & Administração: Rua Luís

Simões, 7 - 1º dto, Apartado 3805, 2746-501 Queluz | Email: [email protected] | Telefone 214365737 | NIPC da CBP 592 004 392 |

Depósito legal 8999/95 | Registo na ERC nº 100216 | Publicação gratuita, suportada por donativos, NIB: 0010 0000 6057 7210 0022 6 | As opiniões e

redacção dos textos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores | O Semeador Baptista opta por utilizar a Ortografi a tradicional.

É diferente… eu já estive por dentro e já estive por fora. Sei que é diferente. Por vezes quando estamos por dentro e envolvidos em todas as coisas que vão acontecendo não nos apercebemos como quem não tem a mesma situação que nós pode estar ignorante e pouco empenhado naquilo que também lhe diz respeito. E há o corpo… temos necessidade premente de estar sintonizados e ter um mesmo rumo, sempre convivendo com a dife-rença e as peculiaridades de cada um. Não existimos, no sentido mais pro-fundo da palavra, sem o outro.

A informação tem sempre dois sentidos, o que informa e o que recebe a informação. Se um dos dois falha a informação não acontece. E se infor-mação é assim, formação não é dife-rente. A vontade e o empenho de cada parte são essenciais. Sabemos bem, de igual modo, como temos que ser esti-mulados e desafiados, mesmo para aquilo que nos possa ser mais querido.

O Semeador Baptista é o

órgão o! cial da Convenção Baptista Portuguesa, pode ser um instrumento e! caz na comunicação entre a lide-rança e as Igrejas. Pode ser um estí-mulo à produção literária de Pastores, de Professores e alunos do Seminário Teológico, também dos crentes que tenham a vocação para testemunhar e formar opinião escrevendo. Nesta publicação têm sido registados ao longo dos anos escritos que de alguma forma fazem a história do que tem sido a nossa associação de Igrejas Baptistas, com ênfase no conjunto ou na indivi-dualidade das partes. Nas suas páginas podemos ainda hoje ler como tudo começou, podemos encontrar imagens que se perderam completamente noutros suportes, podemos aperceber--nos da forma como Deus nos usou, podemos aprender com erros conhe-cendo-os e evitando-os, podemos ser inspirados com o exemplo e a dedica-ção de tantos.

Ao longo dos tempos o Semeador teve épocas melhores e épocas de

maior di! culdade… teve até hiatos na sua publicação, mas a sua importância tem sido reconhecida e creio que há no seio do Povo Baptista muitos que lhe sentem a falta quando mês após mês não o encontram na caixa do correio ou em cima de uma mesa nas insta-lações da Igreja. Com o Semeador a CBP também interage com outras convenções e entidades em Portugal e no Mundo, e não apenas as que falam ou lêem português. Testemunho a emoção que senti em Angola e em Moçambique quando me referiram o Semeador e a sua leitura com o mesmo carinho que os crentes de Portugal; tes-temunho a emoção que senti quando vi aforma como o Semeador era dispo-nibilizado e colecionado para os alunos do Seminário em Praga, também conhecido na vizinha Espanha, e poderia referir outras situações seme-lhantes… é uma publicação simples mas que de alguma forma nos iden-tifica e situa. Possivelmente outros poderão testemunhar situações »»

S EM E A D O R , A S UA CO N T I N U I DA D E … DAVIDE SILVA

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3E D I T O R I A L

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COMO CONTRIBUIR

Por efeito das mudanças de legislação o SEMEADOR BAPTISTA não pode continuar a

cobrar assinaturas. A publicação vive agora de donativos, e vive também de trabalho

voluntário e até ofertas em espécie como é apanágio de muitos dos sectores e

actividades da CBP. Graças a Deus por aqueles que dão dos seus bens, do seu tempo,

de si mesmos. Muito possivelmente o leitor nem chegou a fazer o pagamento da

assinatura dos últimos anos em que recebeu o SEMEADOR. Nesta altura colaborar

com um donativo é uma das formas mais primárias de se juntar aos que têm vontade e

desejo que a publicação continue, e continue em papel ou no mínimo preparada para

imprimir no formato que tem sido tradicional.

Se quer juntar a sua vontade à de outros, manifeste-o enviando um donativo para:

NIB: 0010 0000 6057 7210 0022 6

Todos os incentivos que forem recebidos contribuirão para a forma e a periodicidade

como o SEMEADOR BAPTISTA vai prosseguir cumprindo a sua missão. Necessitamos

do seu interesse, da sua atenção, do seu trabalho de promoção e distribuição da

publicação. Não esqueça nem deixe para os outros fazerem o que pode fazer, e isto

inclui também escrever, fazer opinião, enviar notícias com texto e fotografi as. Todos

benefi ciamos do empenho de cada um.

»» distintas das que referi, no Brasil, nos EUA, nas casas de antigos mis-sionários que estiveram em Portugal, encontrado em lugares públicos, no seio de outras denominações evan-gélicas. Eu estou convicto que vale a pena preservar o Semeador, publicado em papel e partilhado e distribuído no mundo.

Não quero menosprezar a publi-cação informática, mas é diferente… além do mais, como bem sabemos, o suporte informático é mais efémero na sua essência e na sua utilização. Temos outras publicações regulares produ-zidas no seio da CBP, não creio que substituam ou sejam razão para desis-tirmos do Semeador. É difícil, exige recursos humanos e materiais, traba-lho, só poderá prosseguir se houver entusiastas que dêem do seu tempo, dos seus dons, do seu dinheiro… O SEMEADOR BAPTISTA já não pode viver de assinaturas, as novas regras implicam que seja sustentado por donativos, o importante é que possa chegar às Igrejas, aos crentes, e

seja também distribuído a não crentes. Distribuição gratuita é a tendência na imprensa actual, mas há sempre algo a custear as despesas de publicação, caso contrário desaparece por falta de sustento.

Todos teremos que fazer a nossa parte se queremos ter um Semeador a ser publicado regularmente. A começar pelo empenho da Direcção da CBP e dos Pastores das Igrejas. A nossa parte a produzir conteúdos, sejam artigos formativos e evangelís-ticos, sejam notícias e testemunhos do que vai acontecendo no nosso meio, seja a publicitação de acontecimen-tos e actividades que são propostas às Igrejas. O Semeador pode e deve também ser veículo de desa" os e tes-temunhos vindos de outras partes do planeta, que nos dão uma panorâmica da vida da comunidade mais alargada de crentes de que somos parte inte-grante. Podemos assim ter um melhor vislumbre do que Deus vai fazendo no mundo com a Sua Igreja.

Comunicar, participar, registar,

dialogar, desa" ar, reportar, testemu-nhar, publicitar, incentivar… nós como convenção precisamos disto, eu creio que nós precisamos do Semeador vivo e cumprindo a função muito bem de" -nida nos regulamentos que geramos:

“é o Órgão o� cial de informação da CBP. Compete-lhe apoiar a promo-ção do trabalho cooperativo, publicar artigos de evangelização, edi� cação e doutri¬na cristã, estimular a pro-dução literária dos Pastores e outros membros das Igrejas, bem como, de forma geral, ser a expressão escri¬ta dos objectivos e do trabalho da CBP, pro-movendo, em linguagem correcta e com dig¬nidade de conteúdo, a coe-rência doutrinária e a integração no programa e no espírito da cooperação.”

Penso que não estou sozinho nesta convicção, desa" o todos os que querem continuar a ler as 16 páginas A4 a res-ponderem ao repto de o concretizar. •

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TIA NIETA E O MINI

No dia

de hoje é

possível

imaginar a tia Nieta

chegar ao céu e ouvir:

“Serva boa e fi el, entra no

gozo do teu Senhor”.

Uma vida com largas

décadas dedicada à

evangelização de crianças

em Portugal tem estilhaços

de recordações por todo

o lado. Na minha própria

família, entre tantas outras.

Aqui há uns tempos, escrevi

sobre a forma como é

possível vermos no exterior

de alguém marcas bonitas

do trabalho que Deus faz no

seu interior. A tia Nieta tinha

umas mãos bonitas como vi

poucas. Era impossível não

reparar. Dedos longos, mãos

elegantes, uma espécie de

representação cada vez mais

esculpida de toda uma vida

disponível para os outros e

as crianças em particular.

Somos tão agradecidos

pela vida da tia Nieta.

Ana Rute Oliveira Cavaco

in blogue Por aqui e por ali17/11/2016

»» da igreja encheu-se de rapaziada ali da Esperança e da Madragoa. O salão de festas devia ter lugar para umas 100 pessoas, pelo menos, mas nesse dia aco-modou provavelmente o dobro; os miúdos sentavam-se a dois nas cadeiras ou mesmo no chão. Estavam ali para ver um � lme.

Antes do � lme, José Balão dirigiu à rapaziada uma breve “mensagem”. (O meu pai convidou-o algumas vezes para pregar na Igreja da Rua do Olival. Não havia dúvida, ele era brilhante mas esquecia-se do tempo…) O curioso naqueles sábados era o amainar do reboliço e da irreverência daquela malta indisciplinada quando o Sr. Balão ia lá para a frente. Respeitavam-no, aceita-vam-no como líder. Depois do � lme houve um lanche, devorado num ápice.

A “renovação” era contagiante, apareceram voluntários para colaborar. Apesar da autoridade nata de José Balão era imprescindível haver ajudas para enqua-drar aquela malta com excedentes de energia e necessidade de expansão sonora. E preparar um lanche para tanta rapaziada exigia a ajuda e empenho de muitas mãos . Antes do � lme davam-se aulas de ginástica para quem quisesse partici-par; o número era reduzido mas as aulas efectuavam-se com regularidade. José da Ressurreição, da Igreja da Rua do Olival, sargento da marinha e instrutor de ginástica punha os rapazes a mexer.

Os primeiros � lmes passavam num projector de 16 mm. Mas era tempo de renovação em todos os sentidos; avançaram obras de remodelação do salão de »»

ARC&MARIA ANTONIETA JOÃO PINTO DE CARVALHO

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HOMENAGEM DO ACAMPAMENTO BAPTISTA

»» festas. Quando retomaram as actividades aos sábados havia na sala, para grande surpresa, uma cabine com um projector de 35 mm, o formato pro� ssional, onde passa-vam � lmes de cinema a sério. Donde veio o dinheiro? Não sei, a ARC tinha nas suas � leiras gente com posses e moti-vada. É a prova de que a ARC não era só José Balão. No horizonte limitado do mundo em que eu vivia aquilo devia ter custado uma fortuna. Mas na adolescência e juventude não se perde tempo com esses detalhes, o que contava era

a actividade. Um estrado em patamares, como nos cinemas verdadeiros, cobria o chão de lajes de pedra do antigo refei-tório de convento. As cabeças das pessoas mais à frente incomodavam menos.

A pequena prédica inicial passou a ser enquadrada por cânticos à boa maneira evangélica. Mas como conseguir pôr aquela sala a cantar? Cantar não era o forte de José Balão. Microfones e alto falantes não havia. Surgiu a ideia de ensaiar um pequeno grupo na esperança que conseguissem contagiar a tropa. Aqui entrou em cena a Nieta, Maria Antonieta de seu nome, mas a forma curta soava melhor e exprimia carinho. Eu maltratava o piano com toda a energia disponível mas os miúdos ou não ouviam ou não me ligavam nenhuma, o mais provável. Espontaneamente, nada estava combinado, a Nieta levantou-se, foi para a frente do grupo, começou a reger e deu-se o milagre, a rapa-ziada entrou no ritmo e gostou de cantar. Tinha nascido o coro, baptizado logo a seguir por algum espírito român-tico de “Os pintassilgos das Janelas Verdes”, nome que � cou. Faziam um brilharete com o “Aleluia, aleluia, graças a Deus”. Não tinha mais texto, aprendia-se depressa. Nas

festas lá apareciam os “Pintassilgos” sempre regidos pela Nieta que se sentia no seu meio. Talvez esta experiência tenha contribuído bastante para a sua decisão de se dedicar ao trabalho com crianças.

Porque só falo de rapazes? Não sei, não me lembro de ter visto raparigas, se houve seriam poucas. Provavelmente con-sequência da separação de sexos no ensino o� cial, meninas não se misturavam com rapazes e muito menos com estes da rua. Lembro-me sim do odor da sala quando nos aproxi-

mávamos da porta de entrada que banhos provavelmente só na docas e no verão.

Mas a ARC não se limitava às activida-des com os rapazes da rua. Aos sábados à noite realizavam-se sessões de cinema para os adultos, o salão social passou a ser um ponto de encontro fora dos cultos domi-nicais. A sinergia, para usar uma palavra moderna, activou a juventude da igreja e esta aderiu à renovação. Organizavam-se com regularidade festas sociais, com as cantigas em moda, com danças regio-nais, na altura muito apreciadas, poesias, peças de teatro. Havia gente dotada que ali encontrou o espaço para expandir a sua criatividade. Os cenários eram muito elogiados, os artistas muito aplaudidos, por certo com a boa-vontade do público perante o trabalho de amadores mas não resta dúvida que a preparação das festas era

para todos os participantes um período excitante e emocio-nante. Passei muito tempo naquele salão de festas a treinar as modinhas e a ensaiar cantoras e cantores.

A memória já não me ajuda a ir mais além. Lembro-me de várias festas de Natal com o salão cheio de miudagem, lembro-me de acompanhar as senhoras nas compras das prendas de Natal para os miúdos do coro (conhecia-os, avaliava o tamanho das peúgas e das camisolas), lembro--me de várias festas sociais e de muitos dos participantes, mas não sei como acabou a ARC. Penso que foi esmore-cendo, que não apareceu um sucessor para o José Balão cada vez mais absorbido pela pro� ssão, talvez os � lmes tenham deixado de interessar a rapaziada, talvez um pouco de tudo isto. Também já não encontro os programas das festas, uns impressos outros tirados a “stencil”, devem estar algures na arrecadação. E poucos dos participantes nestes aconteci-mentos ainda estão connosco. Ao escrever revejo aquele salão comprido, estreito, na realidade sem nenhum encanto especial, mas transformado por algumas horas num lugar aprazível devido aquela explosão de vida juvenil. •

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Entrega o teu caminho ao Senhor, confia n’Ele e Ele tudo fará. Salmo 34:5

Q uando a D.Violeta me convidou para fazer o tra-balho com as crianças, disse-lhe que não era capaz,

logo ela me disse: Agora sei que és capaz de o realizar porque dependes unicamente do Senhor. Já se passaram alguns anos “50”, foram os anos que trabalhei lado a lado com Ele.

Foram anos de esforço, de lutas, de alegrias, pelas crianças que iam aceitando o Senhor como seu Salvador. Quando nos colocamos nas suas mãos, Ele faz maravilhas através destes vasos de barro. Esta semana visitei uma nossa irmã com mais de 90 anos cujos % lhos levei a Cristo e através deles ela também encontrou o Senhor Jesus. Esta irmã foi uma boa companheira de oração.

O trabalho foi duro no princípio, faltavam obreiros, pro-fessores e dinheiro. Mas tudo isso não foi obstáculo para que o trabalho se realizasse. Falar destes 50 anos, 10 em Lisboa e os restantes no Porto, deixai que vos diga sinto--me inútil, nada % z para o meu Senhor. Hoje encontro homens e mulheres que passaram pelas nossas classes e ainda hoje se lembram dos coros, lições bíblicas e missio-nárias, como recordo com saudade os grupos de oração, a % delidade daquelas senhoras que deixavam tudo para falar com o Senhor. Éramos apenas cinco que orávamos pelas crianças perdidas e também pelo sustento do trabalho.

Levantavam-se grandes ofertas porque estas irmãs andavam segundo o coração de Deus, isto é: corações que buscavam a vontade de Deus. Este grupo era gente muito simples, algumas não sabiam ler, mas graças a deus que o

Senhor não olhou para a condição social mas contou com a disponibilidade das mesmas. Classes se abriam, profes-sores chegavam, e muitas crianças eram salvas.

Notamos actualmente que o inimigo continua a tentar as pessoas, e estas esquecem que são a voz, os pés e os braços do Senhor. Muitos professores hoje dizem que as crianças não têm vontade de ouvir e ver as histórias. Já há alguns anos atrás que eu disse que era preciso substituir os métodos para serem mais atraentes. Lembremos que até os dese-nhos animados de hoje são muito diferentes dos de então. Sentem-se à mesa os que têm responsabilidade e dobrem os joelhos, e busquem a orientação de Deus. Esperem a res-posta de joelhos até que o Senhor vos fale. Estou certa de que virão dias de vitória, pois com o Senhor somos mais que vencedores por aquele que nos amou. Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. O Senhor é o mesmo que actuou no passado. Ele desa% a-nos para continuar a sua obra.

Será que nos lembramos que Ele está no controle de tudo? Ele tem um plano para cada um enquanto % lhos de Deus. De que forma nos sentimos pelo facto de saber-mos que Ele espera grandes coisas de nós? Devemos estar atentos e abertos aos propósitos de Deus. Esperemos até que Ele nos fale. Achamos que aquilo que fazemos se encaixa nos planos de Deus? Qual é a nossa relacção com Deus? Con% emos em Deus e nos seus planos e busque-mos ao Senhor com todo o nosso coração e receberemos respostas para o trabalho. •

UM TESTEMUNHO DA “TIA NIETA”

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CASAL GONÇALVES

A lembrança que perdura é a de um homem simples, humilde

e que ria com sonoras gargalhadas. Na memória de alguns $ carão ainda as suas distrações e a sua bonomia.

Como Pastor tinha uma atitude aco-lhedora, com “todo o tempo do mundo” para ouvir, mais do que para falar! Tinha mesmo longos silêncios que diziam muito. Os jovens frequentavam assidu-amente a Igreja, porque amavam o seu Pastor, queriam os seus conselhos e eram por ele acarinhados.

Por outro lado, tinha uma persona-lidade inquieta, visionária, à frente do seu tempo, com uma visão lúcida sobre a missão da Igreja. O seu grande amor às pessoas causou-lhe bastantes dissabores perante alguns. Era um homem muito calmo com alguns picos de exaltação.

Materialmente era desprendido como poucos. Com o que herdou dos pais e o apoio de amigos, comprou a Quinta da Bela Vista e pô-la ao serviço de Deus, com a $ nalidade principal de salvar tantos das garras da droga.

O que distinguir mais na sua personalidade? Con$ ava incondicionalmente no Deus que amava. Aceitava desa$ os de qualquer dimensão e, mesmo sem nenhum orçamento de base, con$ ava na matemática divina.

Era um homem bom: na sua casa e à sua mesa havia sempre lugar para mais um, ao ponto de faltar, por vezes, alimento para a sua própria família. Não pedia nada, mas aceitava com gratidão tudo quanto lhe ofereciam.

Nasceu em Lisboa, no dia 9 de Março de 1931, tendo--se convertido aos 12 anos no Brasil, para onde tinha ido

com os seus pais com 8 anos de idade. Pertenceu à Primeira Igreja Baptista de Vitória, onde foi baptizado pelo Pastor Walter Kaschel. Fez trabalho de evangelização e serviço social.

Em 1952 regressou a Portugal e tirou o curso de O$ cial da Marinha Mercante, exercendo esta pro$ ssão até ir para Rüschlikon na Suíça, em 1957. Aqui tirou o curso de bacharel em Teologia no International Baptist 6 eological Seminary, onde conheceu a sua futura esposa, a jovem sueca Ulla Cajsa Axelson, também estudante. Mais tarde, tendo constituído família, foram pais do Pedro, do Miguel e do João.

Em 25 de Março de 1962, novamente em Portugal, o Pastor José Gonçalves foi consagrado ao ministério na »»

UM SERVO SINGULARPASTOR JOSÉ LEOVEGILDO CAETANO GONÇALVES 1931-2015 JÚLIA ABRANTES

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8 V I D A S

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»» Igreja Baptista de Cedofeita, a qual pastoreou durante 13 anos. Foi eleito Presidente da Convenção Baptista Portuguesa, de 1964 a 1968 e de 1971 a 1974, tendo ainda desempenhado funções de Presidente do Departamento da Mocidade e de Secretário-Geral da Federação Baptista Europeia.

Durante o seu Pastorado em Cedofeita, foram abertos trabalhos missionários em Francos, Vila Nova de Gaia e S. Mamede que, mais tarde, deram origem a igrejas.

Visitou a União Soviética mais do que uma vez em tra-balho evangelístico e de apoio aos irmãos, tendo publicado em 1963 o livro “Os Baptistas na Rússia”.

Durante vinte anos foi Director em Portugal do Movimento Estudantil e Pro� ssional para Cristo, actual-mente AGAPE. Promoveu e liderou campanhas de evan-gelização, destacando-se “Aqui há vida Portugal” em 1981 e “Explo 85”.

Aos 60 anos de idade partiu para África, onde junta-mente com a sua esposa, continuou o trabalho de evangeli-zação. Complementarmente desenvolveu a chamada “Ponte de Amor Portugal-África”, através da qual eram canaliza-das ofertas de crentes e de amigos que o apoiavam � nan-ceiramente na distribuição de Bíblias, material de ensino, roupas, óculos, material ortopédico, brinquedos e comida. Todos os meses, meticulosamente escrito à mão, apresen-tava contas de tudo quanto gastava. Foi sempre um exemplo de dedicação e seriedade.

O Pastor José L. C. Gonçalves teve uma vida rica e abun-dante com Deus. Fundamentalmente foi um servo singu-lar que experimentou o amor de Deus e o transmitiu ao próximo, de uma forma � el e dedicada.

Tão simples e tão grandioso! •

1 PR. GONÇALVES

“MOTARD”

NOS TEMPOS DE

JUVENTUDE

2 COM O

DEPARTAMENTO

DA MOCIDADE

3 COM OS JOVENS

DA IGREJA

DE CEDOFEITA

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9M I G A L H A S

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No ermo que é cela

De monge sofrido

Buraco escondido

Na serra de Deus …

E um dia no tempo

Lixeira vazada

Na curva da estrada

É obra de ateus …

E ali estava posto

Perfeito quadro

Do choro e pecado

Dos meus livramentos

Até que escondida

Por mãe-primavera

Com fl ores me espera

De verdes rebentos!

Portela do Vade, 16.05.08

Há uns meses atrás, numa das minhas paragens “obrigatórias”, já me tinha surpreendido com este desabafo: a� nal, já tiraram daqui aquele entulho. Com efeito, aquela desagradável sur-presa de há um ou dois anos atrás, em que alguém fez do “meu ermo” um vazadouro de lixo, ainda estava pre-sente na minha mente, porque nessa altura me tinha provocado esta inevi-tável re" exão: pois é, ó Pai…também eu venho aqui, nas minhas a# ições e alegrias (mais das primeiras, menos das segun-das!) “descarregar” o meu “lixo”…

Mas ontem, vindo dos lados de Monção, lá voltei, agora sem grandes “pesos” para a descarga, mas sob a for-tíssima chuvada que me tinha obrigado a uma condução lenta serra acima. E, no conforto interior da viatura, lá a encostei nessa curva esquecida, com a frente quase tocando a verdejante vegetação espontânea à minha frente. Foi quando, numa observação mais atenta, me dou conta de que a( nal a lixeira não tinha sido removida! Lá estava, intacta, mas agora escondida sob o resultado da pujante prima-vera em que a mãe-natureza a tinha semeado e recoberto de vegetação! Estava linda! Cheia de " orinhas ama-relas que rodeavam, no seu topo, um grande pé de dedaleira com três reben-tos, em que o central já tinha um bom meio metro, escoltado por dois laterais mais curtos. Como estavam belos, com as suas " ores vermelhas em forma de

sinos crescendo em tamanho do cimo à base!

Foi uma espécie de choque! A( nal, o entulho tinha servido de adubo fer-tilizante, transformando uma lixeira num mini-jardim! E, no contexto das minhas históricas visitas e preces, esta reflexão começou a ganhar conte-údo… De súbito, veio-me à mente a recente visita que, com minha mulher, tínhamos feito ao majestoso templo da Sagrada Família em Barcelona… Nele, Gaudi estampou, de modo elo-quente, o seu tributo à natureza, deco-rando com elementos naturais (vege-tais e animais) essa jóia arquitectónica que é esse magní( co templo! E ali, diante dos meus olhos, estava uma lin-díssima réplica natural, com a “torre” mais alta, ladeada por duas menores, todas elas muito esguias, com os seus “sinos” encarnados rodeados pela natu-reza em " or…

Dizem-me que os devaneios poé-ticos, também são peças do lixo da vida. Pois sejam… Mas ver a Sagrada Família, por dentro e por fora, em grande e em pequeno, na glória de Gaudi e na simplicidade de uma deda-leira, provocou-me uma indescritível alegria interior!

Ali estavam, diante de mim, as minhas misérias transformadas em " ores… Amém. •

A LI X EI R A SILAS PEGO

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10 I G R E J A S

S e m e a d o r B a p t i s t a | j u l h o 2 0 1 6

S ou um assíduo frequentador de “convenções”. Nos últimos

40 anos terei faltado a cinco ou seis por razões que tiveram a ver, tão só, com a minha ausência do país.

Porquê este meu “vício” em assembleias convencionais?

Passo a explicar: 1. Sou um crente fervoroso da “coo-

peração”. Já tive mais de uma vez a opor-tunidade de testemunhar a importância que Grayson Tennison teve na constru-ção desta minha convicção. Por outro lado, a experiência tem-me dito que cada um para seu lado não vai longe! Se, no entanto, trabalharmos juntos de modo organizado e sustentado e com objetivos comuns, o sucesso, sem ser garantido, é mais provável.

2. Sou um & el praticante da amizade. As assembleias convencionais são um ligar e um tempo de encontro de pessoas que passam, por vezes, um ano ou mais sem se encontrarem. É a conversa, o convívio, o abraço, os & lhos, os netos, as igrejas, as tristezas e alegrias… Gosto disso! Preciso disso!

3. É um tempo de informação sobre o que se passa no “país batista”, de avalia-ção do trabalho conjunto, de apresentação de planos e projetos futuros, de debates e discussões, de demonstração de unidade e diversidade! En& m, tempo de partilha.

4. É também um tempo de a& rmação

da nossa unidade em Cristo. Numa tradi-ção tão individualista como a nossa é bom viver-se, ano após ano, uma experiência que procura sublinhar o facto de cami-nharmos juntos superando tensões e con-trariedades, tendo em vista a proclamação do Reino de Deus.

Estas são algumas das razões por que tenho ido e continuarei a ir às “convenções”.

A 86ª AG da CBP, que se realizou em Água de Madeiros entre 31/03 e 2/04, sob o tema “Filhos da luz, fazendo a diferença num mundo em trevas” I João 1: 5-7 pre-encheu, mais ou menos, os pontos acima referidos. Gostaria de sublinhar as men-sagens/palestras do Pastor Luiz Sayão. Sempre instrutivas e inspiradoras. Os seus conhecimentos bíblicos e teológicos, a clareza da exposição, o sentido de humor,

a relação empática com os ouvintes… ajudou a nos lembrar que uma assembleia convencional é também um tempo de ele-vação espiritual e adoração!

Três notas para três problemas que me vêm preocupando e muito nos últi-mos anos, e que os relatórios apresentados deixaram claros:

1 . A falta de cumprimento, de um grupo muito signi& cativo de igrejas, das responsabilidades & nanceiras para com o Plano Cooperativo, de acordo com o esti-pulado pelo Regulamento Interno da CBP. Este facto cria constrangimentos sérios às direções e afeta negativamente o desenvol-vimento do trabalho cooperativo em geral.

2. A incapacidade que as nossas igrejas têm demonstrado em crescer… »» pág. 12

86ª ASSEMBLEIA GERALFILHOS DA LUZ: FAZENDO A

DIFERENÇA NUM MUNDO EM TREVAS PR. ABEL PEGO

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11I G R E J A S

S e m e a d o r B a p t i s t a | j u l h o 2 0 1 6

E procurai a paz da cidade, para a qual

f iz que fôsseis levados cativos , e orai por ela ao Senhor : porque na sua paz vós tereis paz .

Jeremias 29:7

O dia estava cinzento,muito cinzento. O momento era

de grande espectativa. Os corações acelaravam, com o batimento cardíaco. O dia lutava como um boxer contra o frio e alguma chuva. Chegamos ao lugar marcado por volta das 10h30m. Começamos os preparativos da mon-tagem das duas tendas, do som e claro do painel para os fantoches...entre-tanto chegaram o grupo de jovens liderados pelo jovem missionário da ABN Jorge Lucas, vindos da cidade de Aveiro da nossa igreja irmã.

Após as apresentações demos inicio a este dia, da melhor forma, com oração. De seguida os jovens sairam divididos em dois grupos para faze-rem inquéritos de rua. No � nal deste trabaho podemos agradecer ao Senhor, porque dez pessoas se mostraram inte-ressadas em conversar informalmente sobre a Bíblia, dando o seu contacto de telemóvel.

Chegadas as 13:00h demos início a um almoço partilhado de sandes e bebidas, agora já com um grupo de irmãos da IEBMaia. Com alguma chuva que teimava em prosseguir a sua jornada do céu à terra, para ale-gria nossa podemos ser brindados com o ruído de motas... uma delas uma Harley e claro, a plena alegria de vermos estes nossos dois irmãos que deixaram Mirandela e Coimbra para se juntarem à igreja,neste dia de evangelização.

Às 15:00h demos abertura com alguns cânticos de louvor pelos jovens

de Aveiro e, a partir desse momento, fomos sendo “visitados” pelos morado-res das duas torres mais próximas. Por certo, iam pensando para si mesmos, “o que estaríam aqueles estranhos a fazer ali com aquele frio”?! Algumas crian-ças foram-se aproximando, alguns pais e moradores.

No decorrer da tarde ainda podemos assistir a um trabalho de teatro de fan-toches, ao testemunho de conversão do “João” de Coimbra (Motard), à apre-sentação da Associação Evangélica Motard pelo “Mário” de Mirandela (Motard). Depois deste momento tivemos a benção da pregação do Pr. Téo Cavaco em representação da Convenção Baptista Portuguesa do Departamento de Missões. A pre-sença do Pr. Abiniel Macaia foi de igual modo agraciada por um teste-munho de conversão de uma irmã da igreja de Tomar.

Podemos ver estampados nos rostos das pessoas a forma tão carinhosa quando recebiam a oferta da Bíblia Motard! O respeito e a maneira tão “doce” com que apertavam ao peito a Palavra de Deus. Os ponteiros do reló-gio foram correndo e o pedido das pes-soas e das crianças foi para que voltas-semos de novo àquele lugar para con-tinuar a evangelizar esta comunidade.Os ouvidos poderam de novo escutar os motores da Harley e da Yamaha, dizendo...brevemente estaremos de novo aqui, mas com um grupo maior.

Que o Senhor abençoe o propósito da Sua

Igreja em ser Sal e Luz na cidade da Maia. •

EVANGELIZAÇÃO 14 de Maio na Urbanização do Sobreiro IB. MAIA | JOAQUIM ALMEIDA

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12 I G R E J A S

S e m e a d o r B a p t i s t a | j u l h o 2 0 1 6

O Joel Cleto é um conhecido historiador e comentador que tem contado muitas

das histórias da Cidade do Porto. No âmbito das comemorações dos 60 anos da Igreja Baptista de Cedofeita, onde teve também as suas origens visto ser � lho e familiar de membros da Igreja, acedeu a investigar e partilhar informação sobre a Rua de Cedofeita e em particular o edifício que hoje serve de sede a esta comunidade.

Um bom grupo acompanhou, também de curiosos e gente que não conhecíamos, e assim � camos mais conhecedores sobre o local onde reunimos, que seria nos planos dos arquitetos um ponto central e destacado da rua; assim como de muitos outros pormenores sobre a cidade e a sua evolução. A Igreja tem vindo a celebrar, com cultos, concertos, passeios e distribuição de Bíblias, entre outras iniciativas. •

»» Antes pelo contrário! De acordo com os dados estatísticos apresentados na última AG, de 2010 a 2015 os membros das nossas comunidades diminuíram de 4613 para 4168 (mais de 10% de perdas). Das pouco mais de 70 igrejas arroladas na CBP cerca de 40 (mais de 50%) têm 50 membros ou menos e destas, 16 têm menos de 20 membros. São números que nos devem preocupar porque são assusta-doramente dramáticos!

Que fazer? Uma sugestão que deixo à considera-

ção dos responsáveis, pastores e lideres

convencionais, é de usar o tempo de uma ou mais assembleias ou um congresso especí� co, para pensar, com seriedade e profundidade, as igrejas: sua organização, sua liderança, sua estrutura, sua liturgia, seus programas, seus desa� os, seus alvos, seus relacionamentos, etc.

Talvez, talvez consigamos encontrar metodologias de ação capazes de nos abri-rem portas para o futuro onde um cresci-mento integral, quantitativo e qualitativo, se torne possível.

3 . Por último, a constatação de que as lideranças convencionais, da Direção

para baixo, esforçadas e cheias de boa von-tade, que são, di� cilmente responderão aos anseios e necessidades das igrejas agrega-das e dos múltiplos ministérios que a CBP desenvolve. Também aqui uma pondera-ção séria se torna necessária.

Desanimado? Não e não!Consciente, sim, que vivemos tempos

difíceis e exigentes. Logo, precisamos de de� nir com clareza as nossas priorida-des, reconhecer as nossas fragilidades e, no poder do Espírito Santo, prosseguir. •

OUTRAS HISTÓRIAS IB. CEDOFEITA

86ª ASSEMBLEIA GERAL (continuação)

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13N O T Í C I A S

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M AIS INFORMAÇÕES junto da Secretaria do Seminário: [email protected]

S eminário promove o estudo da identidade dos Baptistas.

O STB ofereceu, de Fevereiro a Junho 2016, a nova disciplina “Os Baptistas:

Sua História, Teologia e Missão”, com o Prof. Doutor Manuel Alexandre Júnior,

Prof. Doutor Alcir Souza, Dr. Joed

Venturini Souza, Dr. Emídio Francisco

e Pr. Jorge Leal. Durante cerca de 30

horas (2 ECTS) esta equipa explorou a

identidade dos Baptistas no domínio

da sua história, da sua teologia e da sua

missão. A disciplina foi aberta aos alunos

e membros de igrejas interessados. Todas

as sessões foram gravadas e foram reco-

lhidos materiais de valor histórico.

B iblioteca do Seminário Online. Depois da implementação do

sistema Koha, para gestão da Biblioteca,

os seus livros passam a estar disponíveis

online, facilitando a função de pesquisa

de alunos, professores e outros pesquisa-

dores. O espaço da Biblioteca foi sujeito

a obras de restauro do pavimento e pare-

des. O Seminário está no processo de atualizar o seu acervo bibliográ* co.

A lunos do Seminário fora de Portas. Durante o 2º semestre

letivo alunos do Seminário aprenderam missão fora da sala de aula integrando projetos em Marrocos (2 equipas) e na região de Fátima. Uma outra equipa, de 4 jovens, prepara o projeto Camboja, uma viagem missionária prevista para 2017 com a colaboração da III Igreja Baptista. Os objetivos do currículo do Seminário apoiam dois grandes alvos: ver vidas e ministérios fundamenta-dos na Palavra e preparar servos líderes maduros que ministram e* cazmente na missão de Deus. Estudar no Seminário oferece ao aluno oportunidades para estar exposto a ideias bíblicas, a líderes motivadores, a práticas e hábitos novos – tudo para que Deus seja glori* cado.

P rofessores do Seminário investem em Evangelismo.

Nos últimos três anos os professores de Evangelismo do Seminário minis-traram a disciplina “Evangelismo e

Discipulado”, integrada no currículo da escola (5 ECTS), cerca de 60 horas em aulas, a cerca de 200 alunos, em Queluz (sede) e nos vários Centros de Educação Teológica (CET). Em setembro, esta disciplina voltará a ser oferecida, com abertura aos membros das igrejas inte-ressados. Entretanto, a partir de Maio, esta equipa de professores está disponí-vel para ministrar nas igrejas locais um curso breve de evangelismo pessoal, em uma ou duas sessões, e num total de 3,5 horas, para ajudar as igrejas a mobili-zarem os seus membros a testemunha-rem de Jesus e fazerem discípulos. O

conteúdo inclui: “Qual é a nossa missão

como discípulos de Cristo? Com quem par-

tilhar as Boas Novas? Partilhar o quê e

como?”

S eminário chega aos Açores por videoconferência. Numa 4ª

feira, dia 25 de maio de 2016, a partir das 20.00 horas de Lisboa, aconte-ceu a 1ª aula do Seminário Teológico Baptista por videoconferência para os Açores (Ilha do Faial): “Os Baptistas e a

Sua Missão”, com o Professor Dr. Alcir de Souza, integrada numa disciplina ofe-recida em Queluz. A aula foi participada simultaneamente pela turma de alunos de Queluz e por uma equipa de irmãos na Igreja Baptista do Faial, com o Pastor Ismael Couto. Este recurso, já testado pelo STB por ocasião das Semanas Teológicas do Seminário, emitindo da sala de aula de Queluz para o Porto, Leiria e Figueira da Foz, poderá desen-volver-se nos próximos meses, emitindo aulas de Queluz para várias igrejas.

N ovo Ano Lectivo. Seminário anuncia o início do novo Ano

Lectivo para o dia 12 de setembro 2016.

2 ª Semana Teológica: 4 noites da comunidade aprendente.

Durante quatro noites, de 2 a 5 de Maio 2016, a comunidade do Seminário Baptista concentrou-se à volta do tema “Ouvir, perceber e proclamar as Escrituras

em tempos de relativismo”. A abordagem da interpretação das Escrituras coube ao »»

SEMINÁRIO TEOLÓGICO BAPTISTA

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14 N O T Í C I A S

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Nova Direção da AEP (2016-2018). Em 7 de Dezembro de 2015, teve

lugar a 76º Assembleia Geral da Aliança Evangélica Portuguesa, na Casa da Cidade, em Lisboa, com a tomada de posse dos novos elementos dos respectivos Órgãos Sociais, para o triénio 2016 – 2018.

Depois do pastor Jorge Humberto (2008-2015) segue-se agora o Irmão António Calaim, como o 11º presidente da AEP. Desta equipa, fazem também parte os irmãos António Palma, Josué da Ponte e António Rodrigues Pereira como vice-presidentes, Jónatas Pires e Bertina Tomé como 1º e 2º secretários, Salomão Oliveira como tesoureiro e ainda Tiago Aragão e Luís Calaim como suplentes. A

Assembleia Geral passou a ser presidida pelo Irmão Fernando Loja e o Conselho Fiscal pelo irmão Samuel Cerqueira.

Fundada em 1921 e com estatuto legal desde 1935, a AEP é a associação repre-sentativa e mobilizadora dos cristãos evangélicos em Portugal. Actualmente, conta com cerca de 700 igrejas * liadas, 400 membros individuais e 60 organiza-ções nacionais ligadas a ministérios juve-nis, missões, artes, acção social, comuni-cação, família, saúde, música, entre outras valências.

Para este triénio, António Calaim pre-tende, entre outros aspectos, ver cumprida uma maior “vivência aliancista a nível

Local/Regional” e na aproximação com as

igrejas, ministérios e organizações mem-bros, promover mais encontros de oração, continuar a dinamizar o trabalho das diversas Assessorias, Comissões e Grupos de Trabalho da AEP, organizar o Festival Esperança (da Associação Evangelística Billy Graham), aprofundar a relação com outras Alianças Evangélicas, participar no diálogo inter-religioso e intervir em questões da actualidade, como é o caso Refugiados. A nova direcção pretende ainda “representar, sempre que possível, a

AEP nas diversas iniciativas a que for con-

vidada, de forma a honrar a nossa instituição

e a Deus acima de tudo”. •

»» Prof. Dr. Manuel Alexandre Júnior. O Dr. Timóteo Cavaco abordou a tradu-ção da Bíblia em Português ao longo dos tempos e logo a sua disponibilização na nossa língua. O Dr. Joed Souza e o Prof. Dr. Alcir de Souza abordaram a missão de Deus no plano de restaurar a Sua criação, e através da matriz missional da igreja enfatizaram a intenção do Senhor de que o Evangelho não deve ser redu-zido a uma mensagem verbal, mas deve encarnar-se na Igreja de Cristo ao longo do tempo e, por intermédio dela, na his-tória. O Dr. Tiago Cavaco re; etiu com os participantes sobre as implicações cul-turais da comunicação do Evangelho, no

contexto português. Quem participou nestas aulas abertas foi desa* ado a inves-tir na seriedade do estudo da Palavra, sempre à luz de Cristo, a entender a pre-ciosidade da dinâmica da tradução das Escrituras para Português, na sua vivên-cia e comunicação hoje pela igreja, um povo em missão, uma comunidade de vivências onde a fé em Cristo se encon-tra com a cultura. As sessões decorreram no auditório do Seminário, em Queluz, com transmissões por videoconferência para uma segunda sala do Seminário (montada no refeitório) e para as insta-lações de três igrejas: Porto (Francos), Figueira da Foz e Leiria. Participaram

cerca de 150 irmãos, nos cinco auditórios - alunos e professores do Seminário, bem como vários pastores e outros membros de igrejas. Foi o segundo ano em que o Seminário realizou a Semana Teológica neste formato, altura em que as aulas normais são suspensas para que todos juntos possamos receber professores convidados para tratarem temas trans-versais ao currículo, em sessões abertas às igrejas. Durante a Semana Teológica o Seminário anunciou a oferta de disci-plinas para o novo ano letivo (Setembro 2016 a Janeiro de 2017), nomeadamente para os novos alunos que planeiem ini-ciar os seus estudos. •

ALIANÇA EVANGÉLICA PORTGUESA

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Habite ricamente

em vocês a palavra

de Cristo; ensinem

e aconselhem-se

uns aos outros com

toda a sabedoria, e

cantem salmos, hinos

e cânticos espirituais

com gratidão a Deus

em seus corações.

Tudo o que fi zerem,

seja em palavra ou em

ação, façam-no em

nome do Senhor Jesus,

dando por meio dele

graças a Deus Pai.

Colossenses 3.16, 17

PAULO DIZ-NOS que adorar a Deus, juntos, com música, tem como objetivo aprofundar as nossas relações de satisfação com o evangelho.

Isso acontece de três maneiras:

1  Cantar ajuda-nos a relembrar a Palavra de Deus. Paulo diz:

“Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo… cantem salmos, hinos e cânticos espirituais…”. Canções, cuja letra expõe a pessoa, obra e a glória de Cristo, tendem a # car connosco por muito tempo mesmo depois de esquecermos os pontos principais do sermão.

2  Cantar ajuda-nos a responder à graça de Deus. Não existe um

estilo musical singular para captar as glórias múltiplas de Deus ou as respos-tas adequadas do Seu povo. Também é dito que cantemos com “gratidão a Deus em seus corações”. Cantar, é des-tinada a ser uma atividade de todo o coração. Cantar emoções é um para-doxo. Deus deu-nos o canto para com-binar verdade objetiva com gratidão, doutrina com devoção e intelecto com emoção.

3  Cantar ajuda-nos a ref letir a glória de Deus. Fazendo

“em nome do Senhor Jesus”, implica

trazer glória a Deus. Adorar a Deus em comunidade glori# ca-O por, pelo menos, duas razões:a) expressa a unidade que Cristo nos

trouxe com a Sua morte.b) antecipa a música dos céus, quando

teremos tempo ilimitado para cantar, com mentes mais claras para a perceção de Deus, e corpos glori-# cados que não se cansarão.

Adorar a Deus em música não é simplesmente uma boa ideia ou algo destinado apenas para pessoas musi-calmente talentosas. No entanto, entendendo a sua importância, na igreja local, bem como na cooperação entre as igrejas do nosso país, no dia 24 de junho de 2015, foi o# cialmente iniciado o ministério dos Músicos Baptistas em Portugal [MBPt]. O Senhor, nosso Deus, tocou os nossos corações ( José Soares, Pastor Joed Venturini, Tatiana Martins e Henrique Ramiro), para alargar o espetro do tra-balho que já nos unia, pois já traba-lhávamos em vários projetos conjun-tos na obra do Senhor. Unidos para, mediante a vontade e o agir do Pai, dar início a um movimento de dissemina-ção, expansão e consolidação da visão do que vem a ser a Adoração a Deus e como as artes se encaixam nesta pre-missa da vida Cristã como expressão de louvor e honra ao Seu nome. »»

MÚSICOS BAPTISTAS EM PORTUGAL JOSÉ SOARES | TATIANA MARTINS | HENRIQUE RAMIRO | PR. JOED VENTURINI

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»» Passado cerca de um ano de termos criado os MBPt estamos em vias de nos tornarmos uma associação, que tem, entre outros objetivos, o pro-pósito de promover a união dos muitos músicos que, existem nas igrejas bap-tistas do nosso país, em projetos de parceria a nível artístico e educacio-nal, assim como, investir na capacita-ção continuada destes músicos, quer seja na parte técnica e/ou no preparo ministerial para a tarefa multiplicadora da liderança.

Há alguns objetivos especí( cos que tencionamos alcançar:

» Identi( car e conhecer os músicos baptistas espalhados pelas nossas igrejas e fazê-los dialogar, gerando projetos de capacitação em parceria para as mais diversas zonas do país, incentivo mútuo, realização de ações evangelísticas conjuntas, etc.

» Despertar vocacionados para o ministério da música que percebam a importância, poder e impacto que a mesma pode ter na comunidade onde a igreja está inserida.

» Dar preparação ministerial contínua para os líderes que Deus vai desta-cando no nosso meio.

» Fornecer capacitação técnica aos músicos das nossas igrejas, bus-cando a excelência no serviço a Deus por meio da música e não só, também por meio de outras mani-festações artísticas.

» Proporcionar material musical atu-alizado, revisto e corrigido para as nossas igrejas, que possua uma base teológica e doutrinária coerente com aquilo que cremos.

Tendo como base a proclama-ção através das artes e a capacitação continuada dos membros das nossas igrejas, envolvidos com as artes (espe-cificamente a música, o teatro e os fantoches), como MBPt temos

desenvolvido algumas ações concre-tas nestas direções:

1  CONFERÊNCIA DE MÚSICA E ADORAÇÃO

Em 2015, de 22 a 29 de agosto, aconteceu a 1ª Conferência de Música e Adoração [CMA] nas instalações do Acampamento Baptista, em Água de Madeiros, com a participação de 90 pessoas, entre campistas e equipa de liderança. Foi uma semana intensa e marcada pela presença e capacitação do Senhor na vida de cada um que ali esteve!

A CMA é destinada a todos os que estão ligados à música e a outras formas de adoração na igreja. Durante uma semana, reunidos num só lugar, todos os músicos recebem formação teológica, técnica, teórica e prática, com o objetivo de fortalecer e capaci-tar os membros das nossas igrejas na área das artes (música, teatro e expres-sões corporais) ao serviço da adora-ção a Deus. Assim sendo, participa-ram líderes de música, dirigentes e integrantes de conjuntos musicais e/ou corais, instrumentistas que tocam ou desejam tocar na igreja, cantores de grupos de louvor e/ou conjuntos e corais, bem como outras pessoas que desejam servir na igreja nessas áreas.

A CMA proporciona um tempo de crescimento com o propósito de adorar a Deus de forma mais consciente e também com maiores e melhores recursos e diversidade, criando uma ligação entre os participantes que con-tribuirá para o crescimento das igrejas em Portugal.

2  LIVROS DE HINOS E CÂNTICOS DOS MBPt

Na 1ª CMA lançámos o 1º Livro de Hinos e Cânticos dos MBPt, com 171

músicas e 28 abordagens históricas e de re= exão. Foi feito num formato de cifra, partitura com linha melódica e letra.

No 1º Encontro Nacional dos MBPt lançámos o 2º Livro de Hinos e Cânticos com mais 129 músicas e mais 26 abordagens históricas e de re= e-xão. O livro seguiu o mesmo formato do anterior e desta feita trouxe muitos dos cânticos tradicionalmente canta-dos nas igrejas do nosso país.

3  1º ENCONTRO NACIONAL DOS MBPt

Este primeiro encontro aconteceu no dia 23 de janeiro deste ano, e foi fruto de um compromisso assumido por nós, direção dos MBPt, em ofe-recer ações diversas de capacitação e re= exão durante o ano, não restrin-gindo esta experiência à CMA.

Estas ações durante o ano não se limitarão somente ao Encontro Nacional, podendo ocorrer pelas zonas do país e sendo planeado em conjunto com as igrejas locais. Nesta primeira edição, estiveram quase 150 partici-pantes, e contámos com o apoio da Associação de Músicos Batistas do Brasil [AMBB], com a presença de diversos ministros de música do Brasil que vieram dar apoio a esta iniciativa, através de diversas Master-Classes durante todo o dia, que culminou num grande culto de louvor e adora-ção ao nosso Deus, com a participação de mais de 300 pessoas.

Este evento, com a periodicidade anual, tem como objetivo incentivar a união e a comunhão entre os vários associados. É um encontro aberto que, à semelhança da CMA, é utilizado para munir os participantes com mais formação técnica/teórica, bem como alicerçar a interação entre todos.

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PRÓXIMAS ATIVIDADES

A EQUIPA :

JOSÉ SOARES (3ª Igreja Baptista de Lisboa),

TATIANA MARTINS (Igreja Baptsta de Mem Martins),

HENRIQUE RAMIRO (Igreja Baptista de Portimão),

PR. JOED VENTURINI (3ª Igreja Baptista de Lisboa).

4  CONCERTOS DE MÚSICA SACRA

Nos dias 25 e 26 de janeiro, pro-movemos 2 concertos de Música Sacra no Algarve em parceira com o Conservatório de Música de Portimão e a Academia de Música de Lagos.

Estes eventos têm como propósito promover a união interna e reforçar a nossa participação ativa na sociedade como contribuintes do meio artístico, mas com o foco na principal missão: proclamar o Evangelho de Jesus Cristo usando as artes como canal de comu-nicação ao mun do.

Outros objetivos e planos estão a ser de' nidos e delineados. Todos eles visam dar a glória somente ao nosso Único Deus e sinalizar Jesus, o Salvador de todo aquele que crê, de forma clara e visível ao nosso povo.

No seguimento do trabalho já desenvolvido, como próximas ativida-des dos MBPt, destacamos:

» 2ª Conferência de Música e Adoração (de 20 a 27 de agosto de 2016). A CMA decorrerá nas insta-lações do Acampamento Baptista, em Água de Madeiros, e a equipa de lide-rança contará com mais de 10 preleto-res estando previsto um total de 120 participantes.

O programa da conferência incluirá:Exposição Bíblica e doutrinária sobre a

adoração: a sua origem, a sua razão de ser, de' nições e implicações;

Fóruns e debates sobre os temas mais relevantes e atuais relativos à adoração;

Master-Classes e práticas que ajuda-rão no desenvolvimento dos parti-cipantes nas áreas de adoração em que participam na igreja:

. Teclas

. Percussão

. Guitarra

. Baixo

. Introdução à Técnica Vocal

. Harmonização Vocal

. Orquestra

. Banda

. Musicalização Infantil (com crianças). Musicalização Infantil (para líderes). Teatro | Sketch | Fantoches. Gestão da Música nas Igrejas. Som e Multimédia. Regência

» Musical “Experiência com Deus” (abril de 2017). Uma orquestra sinfónica, um coro das igrejas baptistas de Portugal, uma mensagem musical de cariz evangelístico... Imaginem a bênção que será participar neste projeto de grande impacto nacional, com apresentações em vários pontos do país! Estejam atentos às informa-ções que chegarão em breve às vossas igrejas.

O ministério dos Músicos Baptistas em Portugal tem encontrado necessi-dades a vários níveis nas nossas igrejas. A melhor forma de nos apoiarem, para serem melhor apoiados, é em oração. Acompanhem de perto os MBPt, com as vossas orações, agradecendo pelas bênçãos já partilhadas e intercedendo por proteção, sabedoria e dependên-cia total do Senhor para a continui-dade, crescimento e fortalecimento deste ministério. •

Toda a glória seja dada ao nosso Deus.

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que o socorrer, graças à intervenção de elementos da CBP e do Seminário Português, que se mantiveram em oração, pode ser internado e esteve em tratamento oito dias.

Durante este tempo difícil pode dialogar com médicos e enfermeiros explicando as razões porque estava em Portugal. Assim, sem ter visi-tado Lisboa ou visto o Seminário de Queluz, Mahfouz sentiu o chama-mento para investir na educação teo-lógica em Portugal. Acabou por con-vencer também a sua nova Igreja em Warren, para onde teve de se mudar pouco tempo depois da viagem. Tudo se desenvolveu rapidamente e, a 10 de Março, David Mahfouz, Fernando Loja em representação da CBP e Sérgio Mota em representação do

Seminário de Queluz, assinaram o protocolo que estabelece um apoio da Igreja de Warren e do Southwestern Seminary em áreas como Biblioteca, sistema informático, oferta de forma-ção e estruturação dos cursos.

“Já vimos muita coisa boa a acontecer

em Portugal a partir do momento em que

este acordo foi decidido” a! rmou Craig Blasing durante a cerimónia de assina-tura. “E há mais possibilidades que vis-

lumbramos pela acção do Seminário no

interior de Portugal e nos países lusófo-

nos”. Este investimento está bem posi-cionado para alcançar nações em que o português é falado, e são nações predo-minantemente muçulmanas. Está-se assim a investir na evangelização de áreas do mundo que podemos consi-derar em trevas espirituais. •

O ACORDO tripartido entre o Southwestern Seminary, a Primeira Igreja Baptista de Warren, Texas, e o Seminário Baptista de Queluz, surgiu de circunstâncias muito peculiares. Brent Ray, Director do GTI (Global # eological Innovation) foi encora-jado por um estratega de educação teo-lógica da International Mission Board a investir no Seminário Português e con-cordou em fazê-lo. Convidou David Mahfouz, Pastor no sul do Texas, para se juntar a ele numa primeira visita a Lisboa tendo em vista o apoio em consideração. Mahfouz quase morreu nesta deslocação. Começou a sentir--se mal no vôo para Londres e ao ! m de dois dias já não respondia a chama-das telefónicas. A glucose do Pastor estava extremamente elevada e tiveram

SEMINÁRIO

ASSINA CONVÉNIO [O SEMEADOR BAPTISTA]

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A DISCIPLINA de Educação

Moral e Religiosa Evangélica está presente nas escolas públicas do país há vinte e seis anos, contribuindo para o desenvolvimento de competências ao nível dos valores e princípios éticos, no âmbito da formação pessoal e social dos seus alunos. Trata-se de uma dis-ciplina do currículo o) cial do sistema de ensino público, da responsabili-dade da COMACEP – Comissão para a Acção Educativa Evangélica nas Escolas Públicas – entidade per-tencente à AEP – Aliança Evangélica Portuguesa.

Tendo começado com apenas quatro escolas, EMRE faz hoje parte de um universo de 237 escolas, num total de 312 turmas, envolvendo aproximada-mente 1600 alunos e 140 professores, a nível nacional, incluindo as regiões autónomas dos Açores e Madeira.

Os seus professores pertencem a igrejas evangélicas, pelo que se identi-) cam com os princípios de fé da comu-nidade evangélica nacional, sendo que, em cada ano lectivo, estes frequentam acções de formação de caráter peda-gógico-didático, no âmbito da for-mação contínua e que contribuem para uma permanente actualização de conhecimentos e competências, nome-adamente ao nível da didática espe-cífica, das estratégias e actividades de aprendizagem em sala de aula, da

criatividade e inovação, de projectos e parcerias tendo em conta a especi) ci-dade desta disciplina, e de recursos e materiais didáticos. Paralelamente, e ao longo do ano lectivo, é prestado um apoio pedagógico contínuo, por parte da equipa de coordenação pedagógica da COMACEP, aos professores a lec-cionar a disciplina.

A COMACEP tem desenvolvido, ao longo destes anos, manuais para os diferentes ciclos de estudo, exposi-ções itinerantes sobre diversas temá-ticas e plataformas digitais de apoio aos docentes, que são preciosos bancos de recursos e de materiais pedagógico-didáticos de auxílio à prática docente no âmbito de EMRE.

Na fase de prepara-ção das matrículas, no ) nal de cada ano letivo, e no sentido da divulgação desta disciplina de oferta obrigatória por parte das escolas, do 1º ciclo ao secundário, e de frequên-cia facultativa por parte dos alunos, o secretariado da COMACEP envia ao órgão de gestão de todos os agrupamentos de escolas e das escolas não agrupa-das informação detalhada e devidamente sustentada

pela legislação em vigor. Ao longo de quase três décadas de

existência, a COMACEP tem tes-temunhado o reconhecimento, por parte do Ministério da Educação e das comunidades educativas em geral, da relevância da presença da disci-plina de Educação Moral e Religiosa Evangélica nas escolas públicas, como parte integrante do universo religioso português, em toda a sua diversidade, no respeito pela Lei da Liberdade Religiosa e da Constituição Portuguesa. •

EDUCAÇÃO MORAL E RELIGIOSA EVANGÉLICA [O SEMEADOR BAPTISTA]

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DIGITAL

O SEMEADOR BAPTISTA passa a estar disponível em versão

PDF para ler “on line” ou para imprimir em qualquer

fotocopiadora. Leia-o, promova-o, distribuía-o.

Poderá procura-lo em convencaobaptista.pt.

Aí haverá indicação de onde e como poderá ser acessado.

identidade de Deus se liga tão harmonio-samente ao que se espera das acções da igreja.

Esta Conferência Bíblica conta com dois prestigiados oradores, a saber: Os pas-tores Franklin Ferreira (S. Paulo, Brasil) e Manuel Alexandre Júnior, (Lisboa, Portugal) ambos bem conhecidos e de reconhecida competência nas suas áreas de ensino teológico. Estamos muito ani-mados por poder proporcionar à liderança evangélica em Portugal esta oportunidade de formação bíblica.

Como habitualmente a Conferência Bíblica conta com a presença da Livraria

Baptista que terá nesta altura disponíveis as novidades editoriais referentes ao ano 2015/16. Está planeada uma sessão espe-cí% ca para apresentação destas novidades, sendo que todos os participantes durante a Conferência bene% ciarão de descontos

especiais oferecidos pela Livraria Baptista.

A Conferência Bíblica oferece várias

APROXIMA-SE a realização da VII

Conferência Bíblica, que irá realizar-

-se entre os dias 15 a 19 do próximo mês

de Agosto. A Conferência Bíblica é um

projecto desenvolvido pelo Acampamento

Baptista que vai na sua 7ª edição e tem

como propósito oferecer às lideranças

das igrejas evangélicas em Portugal um

período de formação bíblica com orado-

res de preferência de língua portuguesa e

de reconhecida % delidade à Palavra.

O tema para este ano é A Trindade

transforma - o que Deus é muda o que nós

fazemos. Com esta edição da Conferência

Bíblica o nosso desejo é contribuir para que

todos os participantes vivam a Trindade

com mentes e corações mais preparados

para louvar ao Deus Trino. A Trindade

transforma, não é um conceito teórico,

desligado da nossa vida. Pelo contrário,

é por Deus ser como é, que podemos ser

novas criaturas. Também por este motivo

veremos como na carta aos Efésios a

opções de inscrição com e sem aloja-

mento, o que permite aos participantes

optarem por alojamento fora das instala-

ções do Acampamento Baptista. Divulgue

a Conferência Bíblica junto da sua igreja.

Ficamos à disposição para todas as infor-

mações que forem pertinentes. •

CONFERÊNCIA BÍBLICA ACAMPAMENTO BAPTISTA