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Semiótica Prof. Veríssimo Ferreira

Semiótica - linguagemm.files.wordpress.com · Objeto da Semiótica Estudar um “conhecimento” da realidade fenomênica, tal como ele se espelha nos diferentes sistemas linguísticos

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Semiótica

Prof. Veríssimo Ferreira

Natureza e Cultura

Domínio da Natureza

Universo das coisas naturais.

Domínio da Cultura

Universo das práticas sociais

humanas.

Cultura

Fazer humano

transmitido às

gerações através

da linguagem –

da comunicação.

Características da Cultura

Pertence ao universo da cultura tudo

o que o homem acrescentou à

Natureza, através do seu trabalho

transformador.

Características da Cultura

Pertence ao universo da cultura tudo

o que não é hereditário, mas é

aprendido pelo homem.

Sistema de Signos

As práticas sociais organizam-se para

expressar a cultura das comunidades

humanas assumindo a condição de

sistemas de signos para sua

transmissão.

Etimologia

Semiótica ou Semiologia:

da raiz grega sēmeîon (sinal, signo).

“Ciências dos Signos”

O filósofo liberalista

britânico John

Locke(1632-1704)foi o

primeiro a chamar a

semiótica de a ciência

dos signos (1689).

“Semiologia”

Para Saussure (1857-1913),

disciplina que é parte da

Psicologia Social e,

consequentemente, da

Psicologia Geral.

Expressão e Conceito

Saussure concebe o signo como a

combinação de uma expressão

(significante) e um conceito

(significado), unidos por uma relação

de arbitrariedade.

Expressão e Conceito

“Semiótica”

Para Peirce (1839-

1914), disciplina

que se confunde

com a Lógica.

Componentes Sígnicos

Peirce admite a presença de três

componentes sígnicos – o

representante, o objeto denotado, o

interpretante – dados por uma

relação de convencionalidade.

Componentes Sígnicos

Semiótica Peirceana

Modo como os indivíduos

reconhecem e interpretam o mundo

a sua volta, a partir das inferências

em sua mente.

Peirce e Saussure

Ponto de Convergência

Convicção de que o pensamento e a

comunicação se fundamentam no

emprego de signos.

Semiótica

Ciência que estuda os sistemas de

signos, quaisquer que eles sejam e

quaisquer que sejam as suas esferas

de utilização.

Semiótica

É a Ciência Geral de todas as

linguagens.

Semiótica

Ciência dos signos e dos processos

significativos na natureza e na cultura.

Semiótica

Investiga todas as linguagens e

processos comunicativos possíveis.

Semiótica

A investigação semiótica abrange

todas as áreas do conhecimento

envolvidas com as linguagens ou

sistemas de significação.

Objeto da Semiótica

Estudar um “conhecimento” da

realidade fenomênica, tal como ele

se espelha nos diferentes sistemas

linguísticos que re-criam essa

realidade.

Fenomenologia

A Quase-Ciência da essência do

conhecimento.

Fenomenologia

Investiga os modos como se aprende

qualquer coisa que aparece à mente.

Fenomenologia

Fornece as fundações para as três

ciências normativas:

Estética, Ética e Lógica.

Estética, Ética e Lógica

A Estética guia os sentimentos, a Ética

orienta a conduta e a Lógica estuda

os ideais e normas que conduzem o

pensamento.

Linguagens

Todas as práticas sociais são

linguagens no sentido mais vasto da

palavra.

Expressividade das Linguagens

As linguagens são capazes de

expressar, sob diferentes modalidades

de substâncias significantes, o mesmo

significado básico.

Modelização do Mundo

Todos os sistemas sígnicos exprimem

aspectos de uma particular

modelização do mundo, uma imago

mundi intuída pela sociedade que os criou.

Ciência das Ideologias

Na medida em que estuda tais

sistemas sígnicos, a Semiótica constitui a

“ciência das ideologias”, no seu plano de

conteúdo, constituindo, ao mesmo tempo,

a ciência das retóricas, no seu plano de

expressão.

Mediatização Sígnica

Assim como a relação entre o homem e o

mundo vem mediatizada pelo pensamento,

a relação entre um homem e outro homem

dentro de uma sociedade, vem

mediatizada pelos signos.

Sistemas Modelizantes

A organização social dessas

mediações atribui às linguagens a

função de sistemas modelizantes.

Valores Sociais

A língua natural carrega consigo os

valores da sociedade de que o

indivíduo é membro.

Assimilação da Ideologia

Ao aprender a língua de seu grupo,

cada indivíduo assimila também a

sua ideologia (= sistema de valores

grupalmente compartilhados).

Dupla Programação

O comportamento dos indivíduos é

duplamente “programado” por um

código genético e um código

linguístico-ideológico.

Controle Comportamental

A língua equivale a um instrumento a

serviço do controle comportamental

que cada grupo exerce sobre a

atuação de cada um de seus

membros.

Interação de Fatores

Os falantes não têm consciência da

complexa interação de fatores

psicossociais envolvidos no mais

simples processo de comunicação.

Tarefa dos estudos semióticos

Fazer-nos tomar consciência da

condição mental (e cultural) da

existência humana.

Linguística

A Linguística, que faz parte da

Semiótica, estuda a principal

modalidade dos sistemas sígnicos, a

das línguas naturais.

Descrição dos Sistemas Semióticos

Peirce e Morris (1901-

1979) propõem a

descrição dos

sistemas sígnicos de

acordo com três

pontos de vista:

1. Relações Inter-sígnicas

Estudo da função sintática.

2. Relações de um signo para com seu objeto

Estudo da função semântica.

3. Relações do signo para com os seus usuários

Estudo da função pragmática.

Sintaxe

Em Linguística, é o ramo que estuda os

processos generativos ou combinatórios

das frases das línguas naturais, tendo em

vista especificar a sua estrutura interna e

funcionamento.

Semântica

Disciplina que se ocupa do significado das

expressões linguísticas, as relações de

significado entre as palavras do

vocabulário de uma língua e as que se

estabelecem entre os signos e o mundo.

Pragmática ou Praxiologia

Ramo da Linguística que estuda a

linguagem no contexto de seu uso na

comunicação.

Uso Concreto da Língua

A Pragmática estuda o uso concreto

da linguagem, enquanto a

Semântica e a Sintaxe constituem a

construção teórica.

Hierarquização dos Níveis

O nível semântico engloba o nível

sintático que é, por sua vez,

englobado pelo nível pragmático.

“À Pragmática concernem os aspectos funcionais

de todos os processos de informação possíveis. Por

isso ela é o estrato mais complexo e abrangedor

da Semiótica: a Sintaxe e a Semântica podem

englobar-se nele.”

(Nauta)

Níveis da Semiose

Essa tripartição de um sistema

semiótico em Sintaxe, Semântica e

Pragmática corresponde a três níveis

da semiose.

Semiose

Termo introduzido na Semiótica por

Peirce.

Semiose

Processo de significação e produção

de significados, ou seja, maneira

como os indivíduos usam um signo,

seu objeto (ou conteúdo) e sua

interpretação.

Transcodificação

Os sistemas semióticos são

transcodificáveis: deixam-se traduzir,

com maior ou menor grau de

adequação, uns em outros.

Língua-objeto e Metalíngua

O sistema linguístico traduzido

chama-se língua-objeto; a língua

tradutora de uma língua-objeto

chama-se metalíngua.

“Semiose ilimitada” (U. Eco)

Uma propriedade essencial do signo

é a de poder comportar-se tanto

como signo-objeto como meta-signo.

Modelizantes e Modelizáveis

Além de modelizantes, porque imprimem

nos indivíduos de um mesmo grupo social

o mesmo modelo do mundo, uma mesma

visão ideológica, os sistemas semióticos

são também modelizáveis.

Simulação de Funções e Propriedades

Os sistemas semióticos simulam as

funções e propriedades do sistema

modelizante primário.

Tradução Recíproca

Os sistemas semióticos podem traduzir-se

reciprocamente porque o significado que

eles exprimem recobre a área da mesma

cultura e é expresso, antes, em última

instância, pela língua natural que os

modelizou.

Posição das Línguas Naturais

As línguas naturais ocupam a posição

hierárquica predominante entre todos

os sistemas semióticos. Delas derivam

todos os demais sistemas.

Único Código

As línguas naturais constituem o único

código capaz de traduzir com a

máxima eficiência e adequação

qualquer outro sistema semiótico.

“Metalinguagem Universal”

As línguas naturais são também uma

espécie de metalinguagem universal,

capaz de traduzir todos os códigos

que elas mesmas modelaram.

“Microcosmo”

Cada língua natural é um

microcosmo do macrocosmo que é o

total da cultura dessa sociedade.

Recorte Particular da Realidade

Cada língua recorta a realidade de

um modo particular.

Delimitação dos Aspectos Experienciais

As línguas naturais não são um decalque

nem uma rotulação da realidade; elas delimitam

aspectos de experiências vividas pelos povos e

essas experiências, como as línguas, não

coincidem, necessariamente, de uma região

para outra.

Sons Típicos

Do mesmo modo que as línguas

diferem na análise da realidade, elas

diferem também entre si por

possuírem sons típicos (= fonemas).

Fonemas Semelhantes

Os fonemas de que se valem os

falantes de diferentes idiomas para

expressar-se, são semelhantes, mas

não são, absolutamente, iguais.

Expressão da Própria Cultura

Nenhuma língua pode expressar, com

inteira justeza, senão a própria

cultura.