SenhoraAparecida-AnibalPReis

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  • 8/3/2019 SenhoraAparecida-AnibalPReis

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    ASenhoraAparecida A verdadeira histria

    por Anbal Pereira dos Reis

    ex-sacerdote catlico romano

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    ...porque os costumes dos povos so vaidade; pois cortam do bosque ummadeiro,obra das mos do artfice, com o machado; com prata e ouro o enfeitam,com pregos e martelos o fixam, para que no oscile. Os dolos so como umespantalho em pepinal, e no podem falar; necessitam que quem os leve,porquanto no podem andar. No tenhais receio deles, pois no podem fazermal, e no est neles o fazer o bem.Jeremias 10:1-5

    ESTA PUBLICAO NO UM ATAQUE OU DESRESPEITO S PESSOAS QUEPROFESSAM O CATOLICISMO ROMANO ...

    ... mas sim um servio de utilidade pblica, trazendo luz verdades comprovadasacerca da manipulao exercida sobre o povo brasileiro, que tem o direito de saberdos fatos ocorridos e que ocorrem nos bastidores e que por escusos interesses,

    TENTA-SE POR TODOS OS MEIOS IMPEDIR A SUA DIVULGAO

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    Contedo:

    PREFCIO DA 10 EDIO ................................................................................................................................4

    1.DEVOTO DA SENHORA APARECIDA ............................................................................................................6

    2. FUI UM PADRE DEVOTO DA SENHORA APARECIDA.......................................................................10

    3. NEM A GANNCIA, META PRIMORDIAL DOS CLRIGOS APARECDICOS" ME ABRIU OSOLHOS... .................................................................................................................................................................12

    4. A SURPREENDENTE REVELAO ..........................................................................................................14

    5. A VERDADEIRA HISTRIA DA SENHORA APARECIDA..................................................................17

    6. A RAZO DO NOVO SURTO DO "APARECIDISMO" .........................................................................24

    7. A SANTACAP, "CAPITAL MARIANA" DO PAS ...................................................................................28

    8. A ROSA DE OURO...........................................................................................................................................33

    9. A SANTACAP, CENTRO DE TURISMO ....................................................................................................38

    10. OS MILAGRES DE APARECIDA...............................................................................................................40

    BIOGRAFIA:..........................................................................................................................................................48

    ADENDO:................................................................................................................................................................50

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    PREFCIO da 10 edio

    o dia 24 de junho de 1967 apresentei este livro ao pblico brasileirocom as seguintes palavras:

    "A passagem do 250 aniversrio da Senhora Aparecida" oferece aoclero romano uma outra oportunidade para neste ano de 1967,

    recrudescer a propaganda de sua seita neste pas infelicitado pelos seus embustes.Proporciona-me outrossim o feliz ensejo de apresentar aos meus patrcios o relato verdadeiro sobre a 'apario da santa'. Sentir-me-ei recompensado pelo fato depoder contribuir assim com o esforo do nosso povo no sentido de suaemancipao religiosa."

    Com efeito, cumulou-me Deus com muitas recompensas a autoria destaspginas. Reconheo-me compensado pelas inmeras pessoas que, ao lerem-nas,libertaram-se do embuste. Compensado pelas centenas e centenas de almas que,libertas da aparecidolatria em resultado de sua leitura, se renderam a Jesus Cristo epor Ele foram salvas. Compensado pelos sofrimentos a mim impostos da parte dosinteressados em usufruir as rendas produzidas com a explorao da Senhora Aparecida, como aconteceu a Paulo Apstolo quando, em feso, a Verdade doEvangelho punha em perigo o lucro dos fabricantes de imagens da Senhora Diana edos promotores da dianolatria.

    O meu grande ttulo de glria reside nesses sofrimentos. E a sofrer mais medisponho conquanto isso resulte na promoo do Nome Sacrossanto de JesusCristo e na salvao das almas.

    Este livro, cuja 10. edio agora sai a lume, todo refundido e recheado denovos fatos, de uma atualidade permanente porque o aparecidismo prossegue emseu nefasto programa de iludir os ingnuos e estimular a idolatria com a suaseqncia de horrores. O simples relato do episdio da "descoberta" da imagem e aexposio de alguns dentre os muitos fatos vinculados Aparecida so chocantesem sua contundncia.

    Da a oportunidade deste livro. Alis, a Aparecida demonstra de maneiragritante ser o catolicismo romano o mesmo de sempre. E refratrio a qualquersubstancial transformao, apesar de propalados intentos renovadores do ConclioEcumnico Vaticano II. E Aparecida no se constitui em anomalia num organismoem renovao. Aparecida, conforme demonstram o interesse da hierarquiaepiscopal em seu favor, a construo da sua enorme baslica e a munificnciapontifcia de Paulo VI ao lhe enviar, atravs de um cardeal, seu legado "a latere", aROSA DE OURO, nas comemoraes do jubileu de 1967, Aparecida se integrasoberana na estrutura do catolicismo romano, que sempre o mesmo na suapertincia antievanglica e idlatra.

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    Atual e oportuno continua este livro. A sua 10. edio prosseguir a tarefade dissemin-lo Brasil afora. E Deus continuar a abeno-lo como instrumento deSua Misericrdia em benefcio das almas para libert-las do pecado e da iniqidadeda idolatria.

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    Dr. ANBAL PEREIRA DOS REIS ex-Sacerdote Catlico Romano

    Araatuba, 26 de setembro de 1974.

    1.DEVOTO DA SENHORA APARECIDA

    o clima profundamente religioso de minha famlia, aprendi, desdemuito criana, a ser ardente devoto da Senhora Aparecida, padroeirado Brasil, segundo pretende o clero. Como bons catlicos, enviaram-me meus pais, aos seis anos de idade, ao catecismo paroquial na igreja-matriz de So Joaquim da Barra (Estado de So Paulo), minha terra

    natal.

    Lembro-me perfeitamente. Foi no ltimo domingo do ms de maio de 1931.Nossa aula de catecismo terminara mais cedo, antes das 3 horas, por causa daprocisso do encerramento de Maio, o "Ms de Nossa Senhora"...

    Sob a celeuma da enorme azfama revoavam as naves do templo. As "Filhasde Maria" davam os retoques finais nos andores. O de "So" Benedito, todo deamarelo, deveria sair: "onde j se viu procisso sem a sua presena?". O de "So"Sebastio, que s saia em sua festa, em janeiro, neste ano desfilaria no encalo dosoutros em cumprimento de uma promessa de um dos Junqueira, famlia abastadada regio. O da Imaculada Conceio estava sendo ornamentado na casa de DonaSara, a presidente da Pia Unio das Filhas de Maria. Iramos v-lo na procisso.Reinava irrequieta curiosidade na expectativa de uma grande e agradvel surpresa.A imagem precisava ser mesmo um deslumbramento porque seria coroada ao finalda procisso, sob a chuva intensa de multicoloridos fogos de artifcio.

    Rarssimamente nosso vigrio, o padre Eugnio, aparecia no catecismo. Aosdomingos tarde, o seu grande compromisso se resumia em, cervejando, jogar baralho no bar do Paulo Trombini, ao lado do cinema local. Naquele dia ele foi.Insofrido, depois de haver explicado que cada pas, cada estado, cada cidade temum santo protetor, contou-nos que o papa declarara "Nossa Senhora Aparecida",padroeira do Brasil. Elucidou, ainda, que Maria "Santssima" uma s e que asdiversas e muitas denominaes a ela atribudas no supem diversas "nossassenhoras". uma s! Tendo, porm, se manifestado em Lourdes, chamada"Nossa Senhora de Lourdes"; tendo aparecido em Ftima dita "Nossa Senhora deFtima", etc. Relatou-nos, tambm como apareceu "Nossa Senhora Aparecida" noRio Paraba. Explicou que o Rio Paraba no ficava no Estado desse nome, porm,sim no Estado de So Paulo. Informou-nos, ainda na sua pressa, que no dia 31daquele mesmo ms de maio, no Rio de Janeiro, a ento Capital da Repblica,haveria uma grande festa, com a presena de todos os bispos do Pas, para coroarrainha do Brasil a "Senhora Aparecida".

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    Lembro-me outrossim do meu encantamento quando na procisso, vi oandor dessa Senhora, o mais lindo de todos. Todo iluminado, ornamentado delantejoulas e ladeado de duas bandeiras e rodeado de pajens trajados de veludoazul. E a imagem sobre o globo terrestre onde apareciam os contornos do mapa denossa Ptria. No sermo, o padre convidou os fiis para assistirem missa do dia 31em regozijo pelas solenidades a se darem no Rio de Janeiro, oportunidade em que,a propsito, informou, contaria os fatos relacionados com a apario da"miraculosa Santa".

    Com efeito, nesse dia, relatou: Certa ocasio, o Governador da Capitaniade So Paulo, Conde de Assumar, em viagem para Minas Gerais, pernoitou emGuaratinguet, no Norte do nosso Estado. Ento a Cmara local decidiu oferecer-lhe um banquete com uma grande variedade de pratos base de peixe. ordemdada pela Cmara, os trs pescadores, Domingos Martins Garcia, Joo Alves eFelipe Pedroso foram ao Rio Paraba, em cuja margem direita se localiza a cidadede Guaratinguet. Principiaram as suas tentativas de pesca no Porto de Jos CorraLeite, descendo at o Porto de Itaguassu, onde Joo Alves, ao lanar sua rede,colheu, entre alguns peixes, o corpo de uma imagem, sem cabea. E, ao repetir aoperao mais abaixo, estupefato, verificou, envolta nos fios da tarrafa, a cabea daesttua.

    Os esforos, antes improfcuos, tornaram-se compensados com o xito deabundante pescaria. A cabea ajustou-se exatamente ao corpo da imagem e,maravilhados, os pescadores viram ambas as partes colarem-se fixamente, apenasencostadas. Foram os dois primeiros milagres da "Senhora Aparecida" no RioParaba, aos 13 de outubro de 1717.

    E prosseguiu o vigrio no seu conto:

    Felipe Pedroso, piedosamente, levou o achado para a sua casa, onde o conservoupelo espao de seis anos. Muita gente da redondeza ia, especialmente aos sbados,rezar diante do oratrio. Muitos "milagres" aconteciam e a devoo se divulgou. Em1743, construiu-se uma capela. Em 1846, iniciaram-se as obras de construo deum templo mais vasto, concludas em Dezembro de 1888 e permanecem na atualbaslica.

    Findo o seu conto, o nosso vigrio conclamou todos os fiis presentes a seprostrarem ajoelhados para, em unssono, repetirem uma reza Senhora Aparecidacoroada, naquela hora, l no Rio de Janeiro, padroeira e rainha do Brasil:

    "Escolhendo por essencial padroeira e advogada da nossa Ptria, ns queremos queela seja inteiramente Vossa. Vossa sua natureza sem par, Vossas as suas riquezas,Vossos os campos e as montanhas, os vales e os rios. Vossa a sociedade, Vossos oslares e seus habitantes, com seus coraes e tudo o que eles tm e possuem; Vosso,enfim, todo o Brasil... Por Vossa intercesso, temos recebido todos os bens dasmos de Deus e todos os bens esperamos ainda e sempre, por Vossa intercesso..."

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    Demonstra essa frmula, ainda outra vez, a abismal distncia entre oEvangelho e o catolicismo...

    Durante os anos do meu curso primrio, sempre assisti e participei decomemoraes de nossas datas nacionais, em cujos programas sempre se acentuoua Aparecida. Para mim, ser devoto da Senhora Aparecida era condioindispensvel para ser bom brasileiro. Concludo o curso ginasial, fui paraCampinas (Estado de So Paulo) estudar no Seminrio Diocesano "Nossa Senhora Aparecida", onde no se ouvia um sermo sem que ela fosse mencionada. Ajaculatria: "Nossa Senhora Aparecida, rogai por ns", repetia-se ao final de cadadezena do rosrio desfiado na enfadonha repetio da "Ave Maria" defronte doaltar-mor da capela encimado com a sua imagem.

    Aconteceu em setembro de 1942 o IV Congresso Eucarstico Nacional, emSo Paulo. A Senhora Aparecida foi intitulada "peregrina do Congresso".Programou-se o comparecimento da VERDADEIRA IMAGEM. Ento, certa noite, odiretor do Seminrio foi capela pedir rezas para que ela ficasse em So Paulotambm durante os dias do Congresso. E, depois de haver eu ouvido pela centsima vez o relato de sua apario, o padre, naquela oportunidade, com o intuito deelucidar os seus receios, destacou este pormenor: Depois de aparecida, ospescadores levaram a imagem para a casa de um deles, Felipe Pedroso, onde ficoualguns anos. Numa manh, a famlia espantada deu pela falta da "santa". Ansiosos,todos foram procur-la. Encontraram-na, depois de tanta angstia, no alto dacolina. Levaram-na, de novo, para o seu altarzinho antigo, na casa do pescador.Poucas noites seguintes, repetiu-se o incidente. Desconfiaram os devotos que aSenhora queria ficar numa igreja construda no alto do morro.

    Vieram as contribuies, a capelinha foi edificada e a imagem entronizada

    em seu altar, donde sara uma nica vez, em maio de 1931, quando fora levada aoRio de Janeiro para ser coroada rainha e padroeira do Brasil. A histria de imagensfujonas, por carncia de imaginao da parte do clero, se repete, como no caso daPenha, no Estado do Esprito Santo e no Rio de Janeiro, e no Rocio, no Paran.Pobreza idntica ocorre na apario de tantas "Senhoras" a envolver, numfastidioso plgio, crianas subnutridas e anormais, como em Lourdes, Salete eFtima.

    Receava-se agora, esclarecido pelo padre, que "Nossa Senhora", durante anoite voasse de So Paulo para a sua baslica em Aparecida do Norte. Pedia-nosrezas e mortificaes para que a "santa peregrina" se dignasse permanecer na

    Capital Paulista durante os dias do Congresso Eucarstico. Fervoroso devoto, rezeimuitos rosrios e fiz muitos "sacrifcios" nessa inteno.

    A recepo da imagem aparecida constituiu-se numa das mais pomposasfestividades daquele congresso, cuja imponncia se constata pelo milho depessoas a acompanhar a procisso do seu encerramento, quando a populao deSo Paulo ainda se encontrava aqum daquela quantidade de gente. Conduzia-seprocessionalmente a esttua da "peregrina" todas as noites, da catedral da Praa da

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    S, onde fora entronizada, para o Vale do Anhangabau, com o fim de presidir assesses solenes. Essas procisses, sem terem sido incorporadas no programa oficialdas comemoraes eucarsticas, se transformaram em alvoroadas apoteoses.

    Retornava a imagem, em seguida, para receber as homenagens dasmultides a se revezarem dia e noite. O povo devoto permanecia ali aos ps da"santa peregrina" no desgnio de vener-la condignamente porque supunha-se satisfeita permaneceria em So Paulo at ao fim das solenidades.

    A imagem ficou. Foi exaltada em extremo. O Congresso programado para sereucarstico, acabou sendo "aparecdico". Dom Jos Gaspar de Afonseca e Silva,cognominado "o arcebispo de Nossa Senhora Aparecida", a confirmar o mritodesta alcunha, erigiu, na Vrzea do Ipiranga, uma nova parquia dedicada a essasenhora. Mas, qual no foi o nosso desapontamento ao sabermos o engodo: a verdadeira imagem no viera a So Paulo! Recebera-mos apenas um fac-smile!Encerradas as festividades do Congresso, fora entregue recm instalada parquia!Alguns seminaristas se revoltaram e se julgaram vtimas de um ludbrio.

    Rezamos tanto diante daquela imagem, supondo-a A VERDADEIRA...

    Conformei-me por estar convicto de que o povo no merecia sua "augusta"presena... E porque "as autoridades eclesisticas agiram com prudncia"...

    Afinal, todas essas circunstncias suscitaram em minha alma um afetoentranhado padroeira do Brasil...

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    2. FUI UM PADRE DEVOTO DA SENHORAAPARECIDA

    o ordenar-me padre, em 1949, senti-me no dever de ir sua baslicacantar uma missa, por sinal a segunda porque cantara a primeira emminha terra natal. Nesse ensejo, adquiri uma sua imagem, fac-smile,benta pelo padre superior do convento, destinada por mim a me servirde companhia e penhor constante das bnos celestiais em favor do

    meu sacerdcio. Entranhadamente devoto da Senhora Aparecida, oferecia, comopresente, uma sua imagem fac-smile, a todas as noivas por mim abenoadas nocasamento.

    Completados dez anos de sacerdcio, recebi, como uma verdadeira

    promoo, minha transferncia para Guaratinguet, a cidade mais prxima deAparecida. Localizada margem direita do Rio Paraba, no Estado de So Paulo,Guaratinguet, dista, pela Via Dutra, aproximadamente, 220 km do Rio de Janeiro,185 de So Paulo e 8 de Aparecida.

    Fui nomeado proco da novel parquia de "Nossa Senhora da Glria", noBairro do Pedregulho. Sua igreja, que de to pequena, o povo a cognominara de"igrejinha", no oferecia condies para, realmente, ser uma matriz paroquial.Decidi, por isso, construir um vasto templo. Constitua-se-me imensa prerrogativaedificar essa obra consagrada Virgem Maria, e sonhava com um templo majestosoerguido naquele outeiro do Pedregulho a olhar a "Baslica Nacional da Padroeira",

    plantada na colina de Aparecida. L do alto da torre da minha matriz, fiquei muitasvezes a contemplar a "Baslica da Rainha do Brasil"...

    Eu odiava os evanglicos, aos quais chamava de hereges por combaterem"Nossa Senhora".

    Nesse tempo, apareceu l em Guaratinguet, um pastor. No seu desejo deesclarecer o povo, contratou, numa das emissoras radiofnicas locais, um horriopara um programa evanglico. Muitos catlicos se descontentaram com as suasexplicaes. Um meu colega, o clrigo Oswaldo Bindo, no seu programa de rdio,decidiu responder ao pastor.

    Estabelecida a polmica, a cidade inteira se transformou em estdio paraassistir a contenda. O coitado do padre pediu gua em menos de uma semana.

    Evidentemente, qualquer jovem das nossas Escolas Bblicas Dominicais,com a Bblia na mo, pe qualquer padre a correr. Ns, os padres emGuaratinguet, estvamos acuados, arrasados, com o fracasso do colega! E na

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    certeza absoluta de que, se qualquer um de ns fosse responder ao pastor,cairamos no mesmo ridculo.

    O Pastor Joo de Deus Soares prosseguia dando os seus esclarecimentos.Nessas alturas, o assunto girava em torno de Maria, de cuja face o pregador retiravatoda a caiao ignbil que Me de Jesus imps o catolicismo ao longo dos tempos.Naquela oportunidade, encerrara eu, com uma retumbante procisso, asfestividades da padroeira da minha parquia. O Pastor Evanglico botou gua nafervura do meu entusiasmo, criticando o meu desfile mariano e citando Isaas(45:20). Transtornei-me de clera!

    Noutro dia, o Pastor resolveu apresentar aos seus radiouvintes os pontoscoincidentes entre a Diana dos efsios e a Aparecida dos brasileiros, luz do relatode Atos dos Apstolos 19:23-41.Ns no tnhamos fora de argumento. E o jeito foiapelar para o argumento da fora! E se demorssemos, perderamos muitos dosnossos melhores fiis... A mentira, a calnia, o achincalhe so os melhoresargumentos para os covardes sem argumento. Incumbiram-me de resolver oproblema. Apelei para a violncia, comandando um batalho de fanticos. E, emmenos de uma hora, num domingo noite, foi destrudo inteiramente, o templo doPastor Joo de Deus Soares, lotado de pessoas participantes do culto. A SenhoraAparecida deve-me tambm este favor!

    No dia imediato, no programa "Marreta na Bigorna", da Rdio Aparecida, oclrigo Galvo, desatou uma gargalhada satnica e parabenizou os catlicos deGuaratinguet pela faanha... O arcebispo de So Paulo, congratulou-se vivamentecomigo e, horas aps o nosso encontro, declarou, por um grande jornal de SoPaulo, que lamentava os fatos ocorridos em Guaratinguet!

    O clero catlico a hierarquia dos homens de duas caras!!!

    Dos refolhados!!!

    Estreitssimas mais ainda se tornaram minhas relaes com os padresresponsveis pela baslica de Aparecida, em cujo convento se fabricava,exclusivamente para o consumo interno, cerveja mui apreciada entre osreverendos. No trato com os clrigos seculares, constatei a falta de amor fraternoentre eles. Supunha, todavia, que houvesse entre os regulares ou conventuais, comoos franciscanos, jesutas, dominicanos, salesianos, redentoristas. Engano! Entreestes ltimos, que so os responsveis pela baslica e de quem mais me aproximei,

    acontece a mesma carncia, seno pior.

    L dentro do seu convento, ao lado da "rainha" do Brasil, os padres seestracinham com dio extremado. Os apelidos so os mais humilhantes. Havia l o"padre Tortinho", o "padre Marreta", o "padre Aventura", o "padre Zoraide", o"Madame Fifi"... E de cada um havia um motivo especial indicado pelo prpriovocbulo...

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    3. NEM A GANNCIA, META PRIMORDIAL DOSCLRIGOS APARECDICOS" ME ABRIU OS OLHOS...

    entia, outrossim, a frieza espiritual naquele ambiente de clrigos,profissionais da religio. Sempre os vi tratando das coisas de sua seitacom ganncia srdida. S lhes interessava o que d lucro. A respeito dequalquer assunto, a pergunta sempre esta: Quanto rende? acompanhada do sinal caracterstico de se friccionarem as pontas dos

    dedos polegar e indicador. E fazem praa disso at na sua emissora. Certa feita,chegou uma carta, perguntando sobres as riquezas da Senhora Aparecida.Respondeu-a Victor Coelho de Almeida, no seu programa radiofnico: "Sim,'Nossa Senhora' muito rica. Rica mesmo! Ela tem hotis, restaurantes, bares,casas de aluguel muitas casas de aluguel! kombis, peruas, automveis. Ela temmuito dinheiro... Dinheiro que os seus fiis mandam e trazem... Ela tem muitas

    jias, anis, braceletes, colares. Ela tem muito ouro e pedras preciosas. At aprincesa Isabel lhe deu preciosas jias. Quem tem ouro e pedras preciosas, mandepara 'Nossa Senhora'... "

    A cupidez tamanha que as suas lojas no respeitam sequer o Domingo. Secerrarem as suas portas deixaro de ganhar no dia de maior afluncia deperegrinos. O devoto chega para cumprir uma promessa. Compra uma vela na lojapertencente aos padres e, a propsito situada ao lado da baslica e anexa porta deentrada da emissora. Ao entrar no templo, porm, depara-se com a proibioterminante de acender velas. Apresenta-se-lhe, outrossim, a soluo: deixar obrando numa caixa adrede colocada ao lado do altar da "padroeira". O "pagador

    de promessa" sai na doce iluso de que o padre vai, em sala adequada, queimar asua vela em honra da santa. Engana-se porque um dos sacristes recolhe todas as ldepositadas, levando-as novamente para a loja. E a vela do devoto caiu no crculorendoso dos clrigos. Sai da loja. Vai para a caixa da baslica. Volta loja. De novona baslica..., E o dinheiro cresce na "caixa registradora".

    Tudo l comercializado! E os redentoristas no admitem concorrncia,nem por parte dos seus colegas de outras igrejas. Num fim de ano, um sacerdote doRio de Janeiro, com o objetivo de angariar fundos para a construo de um templo,instalou, num terreno alugado, um prespio mecanizado e movido a eletricidade,cobrando dos interessados o ingresso ao local. Pois, os padres da baslica

    protestaram e obrigaram o coitado a "arrumar a trouxa e dar o fora". Todo omundo s pode ver o prespio deles para lhes deixar o dinheiro. Em Aparecida,arrecadao de esmolas direito reservado... De todas as partes afluemcontribuies para os seus cofres. Mas, ningum pode ir l colher uma migalha...

    A ganncia atinge os paroxismos da usura!

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    Fui convidado para celebrar um casamento de pessoas amigas e muito ricas.Por ser sbado tarde, havia muitos outros. Os noivos, meus amigos, pagaramtodas as elevadas propinas estabelecidas pela direo do santurio aparecidiano. medida em que os noivos adentravam no templo, ao som da "marcha nupcial", umservente da baslica enrolava o grosso tapete de veludo gren. que logo atrs,entrava uma par de nubentes pobres. No lhes permitiram as posses, pagar a taxareferente ao tapete e tiveram de passar "sob os olhares maternais da incomparvelprotetora dos brasileiros", por essa humilhao. O pior ainda aconteceu depois!Chegados junto aos degraus do altar da Senhora Padroeira, foram embargados seuspassos pele referido servente, que os encaminhou a um altar lateral. A noiva,desconsolada, explicou ao sacerdote celebrante de suas npcias, que viera doParan precisamente para casar-se no altar da "rainha" em cumprimento de umapromessa. Inteis seus rogos e vs as suas lgrimas... O padre irritado alegou queessa promessa no tinha valor algum e "mastigou", em cinco minutos, a frmula doritual.

    Tudo isso me indignava. Mas, tudo isso consolidava ainda mais minhadevoo Senhora Aparecida. Compadecia-me dela por v-la cercada dessedeboche e explorada por essa chusma de crpulas. Um bispo do interior paulistatem carradas de razes ao afirmar que a Aparecida a vergonha do catolicismo noBrasil! O Conclio Ecumnico Vaticano II, falido desde seu incio, foi incapaz demodificar essa situao sempre interessante para o clero cpido, em cujo peito, aoinvs de corao, encontra-se instalado um cofre.

    O Ministro Mrio Andreazza, dos Transportes, a convite, visitou Aparecida,em 13 de julho de 1969. Cercaram-no de salamaleques os clrigos chefiados peloarcebispo aparecidlatra, o cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, com asua ladainha de reivindicaes em favor da construo da nova baslica e de outras

    obras catlicas. Surpreendido o cardeal e seus sabujos, incontido e semsubterfgios, o Ministro demonstrou a sua desaprovao permanncia, ao redorda baslica, das "caixinhas" (pequenas bancas onde so vendidos santinhos,imagens e outros apetrechos aparecdicos). Quase todos os dias freqentava eu a baslica, onde permanecia muito tempo rezando, de joelhos, o rosrio diante daimagem.

    Desde a tenra infncia, ansiei por certeza de minha salvao eterna.Procurei-a em inmeras devoes a mim sugeridas ou aconselhadas. Busquei-a noexerccio do ministrio sacerdotal catlico. Macerei-me, chicoteei-me, jejuei... Vali-me da prtica da caridade, criando e dirigindo obras sociais. Tudo em vo...

    Tomei-me de esperanas quando cheguei em Guaratinguet. Imensa eraminha expectativa de encontrar na Senhora Aparecida a bno da certeza da vidaeterna. Por isso, ia amide sua igreja rezar longos rosrios defronte da suaimagem, no aguardo de uma resposta celestial...

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    4. A SURPREENDENTE REVELAO

    uma tarde de quarta-feira, no comeo do ano de 1961, em seguida s

    funes rituais da "novena perptua", a que eu assistira, umsacerdote com um "psiu" tirou-me do meu recolhimento devoto.Aproximei-me dele. Perguntou-me queima-roupa:

    O que voc vem fazer aqui quase todos os dias?

    Rezar "Nossa Senhora Aparecida", respondi-lhe.

    E, ante o sorriso gracejador do padre, esclareci:

    Sou muito devoto de "Nossa Rainha" e espero dela todas as graas necessrias

    para a minha salvao eterna...No pude mais falar porque o padre me interceptou com vivacidade:

    Voc parece um beato vulgar. Que lhe poder dar essa esttua de barro? Ela notem valor algum. Ns gostamos dela porque nos traz muito dinheiro.

    E, levando as duas mos aos bolsos, fez o gesto significativo de quem carreiavultuosas somas.

    Pvido, arrisquei a pergunta:

    Mas... E os padres no crem em "Nossa Senhora Aparecida"?

    Um retumbante NO! abafou as ltimas slabas da minha interrogao.

    Ela no vale nada. Tanto assim que se cair do altar ela se quebra. de barro!!!

    Sa da baslica atordoado. Passei a noite seguinte em claro, rememorandofatos e tirando concluses. Aterrorizado, sentia esboroarem-se as restantes ilusesda minha vida religiosa. Encorajado pelo propsito de servir a Deus desvencilhadode todos os embustes, decidi levar at s conseqncias extremas a minhainvestigao sobre o assunto. No me foi muito difcil. Aproveitei a fraquezadaquele sacerdote e, noutro dia, abordei-o novamente. Relatou-me ele os verdadeiros fatos relacionados com a imagem da Senhora Aparecida. Relato esseconfirmado ulteriormente por outros sacerdotes, seus confrades conventuais.Compadeo-me do brasileiro... Povo de excepcionais qualidades. Inteligente edotado de sentimentos primorosos. Capaz de herosmos e to paciente...

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    Haver, porventura, povo mais paciente que o brasileiro? Quanta esperanaele vem revelando em tanto sofrimento... Em tanta explorao a que submetido.Muitas vezes ludibriado em sua boa f. Porm, sempre confiante.

    um crime de lesa-humanidade explorar-se esse povo.Por isso, estou revelando estas informaes.

    Desejo ardentemente cooperar com esse povo excepcional,

    em sua libertao dos embusteiros.

    Eu sei perfeitamente que recrudescero as perseguies

    movidas pelo clero contra mim.

    Mas, vale a pena sofrer pela emancipao espiritual do Brasil.

    Ao preparar a nova edio deste livro, recordo-me das muitas almas,anteriormente devotas sinceras da "padroeira do Brasil", pela instrumentalidadedestas pginas, libertas da aparecidolatria e convertidas a Jesus Cristo. Lembro-me, por exemplo, de Dona Glorinha, residente no Interior Capixaba. Devotssimada "incomparvel Senhora", em romaria, visitava a imagem pelo menos uma vez

    cada ano. Pessoa amiga oferecera-lhe um exemplar deste livro. A curiosidadesobrepujara o seu propsito de recusar a sua leitura, pois temia ofender a suaSenhora Aparecida. Guard-lo-ia por alguns dias e o devolveria ao proprietrio, umcrente fiel e ansioso por esclarecer os iludidos. Sua curiosidade, porm, superou afora do seu propsito.

    Lendo-o, revoltou-se contra o escritor, atirando-lhe, apesar de distante,insultos pesadssimos. Quis buscar alvio para os seus remorsos por ter feitosemelhante leitura. E foi Aparecida confessar o seu grande pecado (???). Osacerdote confessor recriminou-a asperamente por haver lido o livro do "padreexcomungado". E imps-lhe, como penitncia, a reza de longas devoes diante do

    altar da "santa".

    Concluda a penitncia imposta, saiu compra de "lembranas" destinadas aparentes, comadres e companheiras de irmandade do sagrado corao. Separara jmedalhas, xcaras, copos, canecos, pratos, quadros... Tudo com dsticos oudecalques da "senhora". Chegava ao fim a sua tarefa de selecionar as "lembranas",quando os seus olhos se esbugalharam numa coisa horrorosa. Esbugalharam-senum pinico a exibir, colada no seu fundo, a estampa da "incomparvel Aparecida".

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    Indignada, deixou todas as bugigangas sobre o balco e o comerciantefalando sozinho.

    Regressou casa. Releu o livro. Procurou o seu proprietrio. Ouviu-lhe asexplicaes pormenorizadas sobre o plano de salvao do pecador. Rendeu-se.Renunciou a idolatria. Arrependeu-se. Converteu-se. Aceitou pela f Jesus Cristocomo o seu NICO e TODO-SUFICIENTE SALVADOR. Crente consagrada, hojeconta a sua experincia de converso no intuito de levar a Verdade do Evangelho atantos pobres escravos da aparecidolatria.

    Brasileiros, a Senhora Aparecida uma falcatrua!

    um conto do vigrio!!!

    Voc que se supe seu devoto, est sendo enganado!

    Voc que tem em casa a sua imagem e lhe acende velas, est sendo ludibriado!

    Voc que lhe manda esmolas, est sendo esbulhado!

    Voc que vai, em romarias, sua baslica, est sendo ridicularizado!

    Sim, senhores! Eu vi os padres zombar e pilheriar dos romeiros... Vi-os apraguejar os devotos romeiros que colocam no "sagrado cofre" notas velhas e rotasa lhes exigirem consumo de adesivos...

    A um deles um devoto perguntou: Seu vigrio, por que a Senhora

    Aparecida morena? Eis a resposta: Porque ela de barro!!!

    Pobre povo que confia numa protetora feita de barro...

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    5. A VERDADEIRA HISTRIA DA SENHORA

    APARECIDAou relatar os fatos verdicos referentes imagem dessa Senhora.Localiza-se o incio de sua histria no perodo da ColonizaoBrasileira.

    Corriam muitas lendas sobre descobertas de jazidas riqussimas deouro e outras preciosidades. O contgio do entusiasmo atingia as vascas dofascnio. O povo paulista, sobretudo, ardia numa febre desvairada provocada pelaslendas das esmeraldas, as valiosssimas pedras verdes, cujas montanhas seencravavam quais seios beres em plena selva.

    Este sonho acutilante que produziu as maiores epopias das nossasBandeiras, uma das mais empolgantes pginas da Histria-Ptria. Se nodescobriram as montanhas verdes das esmeraldas, os bandeirantes plantaramcidades e dilataram o territrio nacional apertado at ento na faixa estabelecidapelo Tratado de Tordesilhas, imposto pelo papa Alexandre VI aos descobridoresespanhis e portugueses.

    Sim! Essas Entradas que desbravaram o serto, devassando econquistando, com sua audcia o imenso territrio do Rio Grande do Sul, de SantaCatarina, de Mato Grosso, do Paran, de Gois e de grande parte de Minas Gerais.

    Porque a "bota de sete lguas" dos bandeirantes chutou os limites de Tordesilhas...A miragem das montanhas de pedras verdes ardeu, por vrias dcadas, na mentede muitos brasileiros do Planalto de Piratininga. fulgurou, sobretudo, no espritodo indmito Ferno Dias Paes Leme, o bandeirante por antonomsia, cuja morte,em plena selva, transferiu para Sebastio Raposo Tavares o fascnio de desvendar osegredo daquela descoberta alucinante.

    O fim desastrado da jornada de Raposo Tavares, em 1713, entanto, assinalouo ltimo sonho das esmeraldas, que deixou, em So Paulo, qual cicatriz, umprofundo sentimento de frustrao. de se notar que, exceo de uma ou outra,todas as Bandeiras, iniciaram sua jornada, saindo do Planalto Piratininga no pelo

    Rio Paraba, em cujo Vale deixavam, como rastro, uma enorme expectativa na almado povo. Se as esmeraldas, porm, foram uma quimera no transubstanciada emrealidade, diferente resultado ocorreu com o ouro, explorado em Minas Gerais, ocausador do incndio de irresistvel cobia, origem de muitos crimes e inominveistraies.

    Naquela poca em que o Brasil era Colnia de Portugal, no se dividia ele emProvncias ou Estados como hoje. Repartia-se em Capitanias, dirigida cada qual por

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    um governador nomeado por El Rei portugus e vindo diretamente de Alm-Mar.O Governador Dom Braz Baltazar da Silveira no conseguiu mais por cobro sdesordens reinantes na Capitania de So Paulo e Minas Gerais, de sua jurisdio,nem reprimir o contrabando do ouro e, muito menos, coletar os impostosestabelecidos pela Coroa Real. El Rei Dom Joo V houve por bem, nessaconjuntura, chamar o inbil Governador e substitu-lo. E, em junho de 1717, oCapito Geral, Dom Pedro de Almeida, Conde de Assumar, aportou no rio deJaneiro, donde, via Santos, se encaminhou, incontinente, para So Paulo, aos 4 desetembro de 1717.

    Num ambiente tranqilo e, ainda, oprimido pelas frustraes da Bandeira deRaposo Tavares, o novo Governador, aos 4 de setembro de 1717, foi empossado noseu cargo.

    Ao contrrio de Piratininga, nas Minas Gerais, o clima era de exaltaoincendiada pela ganncia de ouro, cuja minerao provocava os mais pacatos.

    Competia ao Governador recm-empossado restabelecer a justia, recolheros tributos e exigir o retorno da ordem. O Conde de Assumar toparia com umabarreira formidvel a lhe embargar a consumao dos seus propsitos.

    que os frades eram "dos elementos mais perniciosos entre os que tinhamentrado e continuavam a entrar com as avalanches, que enchiam aqueles distritos,e no s porque se entregavam desenfreadamente ao ganho como todo aquelemundo, mas ainda porque, valendo-se do seu ascendente sobre o esprito da massa,eram quase sempre os promotores de todas as desordens".

    Desgraadamente os compndios de Histria do Brasil adotados por nossas

    escolas aureolam os padres e os frades do tempo da nossa Colonizao com asglrias de heris. Os seus autores sabem que, se disserem a verdade, os seus livrosno tero guarida nos ginsios, em grande parte, dirigidos, maquiavelicamente, porpadres e freiras, ou deles recebem "orientao".

    Aquelas nossas informaes, acima entre-aspeadas, so de Rocha Pombo,registradas em sua Histria do Brasil (Rio de Janeiro - 1905, vol. 6, pgina 245)cuja PRIMEIRA EDIO deveria ser lida por todo intelectual patrcio. Destaco emcaixa alta a PRIMEIRA EDIO porque as subseqentes foram criminosamenteresumidas e mutiladas. Destas podaram-se todos os informes sobre os latrocnios,extorses, atrocidades e crimes cometidos pelos clrigos missionrios. A maioria

    dos brasileiros supe que naqueles tempos, Portugal aambarcava todo o ouro bateado pelos lavageiros ou garimpado nos veios das rochas. Supe-se, tambm,que, em tempos posteriores, a Inglaterra usurpou-o das bruacas lusitanas. Verdade que o Reino estabelecia impostos, arrecadados pela quintagem, com o fim debeneficiar o seu errio.

    Os frades, contudo, no vieram para o Brasil com a misso de catequizar. OHistoriador Rocha Pombo, no passo j referido, informa-nos que o Conde de

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    Assumar, dentre as questes a enfrentar, tinha de se haver com a da "expulso detodos os religiosos regulares que no tivessem naquela Provncia do seu domniouma funo certa, prpria do seu apostolado". Tinham esses "religiosos" (fradescognominados pela legislao romanista de "religiosos regulares") outraincumbncia bem diversa da apregoada e que causou graves prejuzos ao Brasil.Vieram carrear ouro para o papa e para os seus conventos na Europa!

    O ouro do Brasil, em grande parte, encontra-se ainda hoje em poder do Vaticano, que o faz ocupar o segundo lugar mundial no mercado desse valorprecioso, cujas reservas o papa deposita no Federal Reserve Bank, em Washington.O papado no ocupa o primeiro lugar no mundo nesse mercado porque preferiutrocar uma parte do seu ouro com outros valores, como dlares, que atingem a cifraastronmica de 15 bilhes, e em ttulos de sociedades italianas avaliados em 1trilho de liras e de sociedades de outros pases cotados em 2 bilhes de librasesterlinas. E essa riqueza fabulosa e atual do Vaticano o faz o maior acionrio detodo o mundo!

    Convencido da gravidade da situao em Minas Gerais e da suaresponsabilidade em recobrar a ordem, o Conde de Assumar decidiu interferirpessoalmente. Deixando como seu substituto em So Paulo, o oficial de grandepatente, Manuel Bueno da Fonseca, partiu, em fins do mesmo ms de sua posse(setembro de 1717), com destino a Ribeiro do Carmo (hoje Mariana), em MinasGerais. Naqueles remotos tempos essa viagem s podia ser feita via Vale do Paraba(Norte do Estado de So Paulo).

    Guaratinguet uma das cidades desse Vale. Foi fundada margem direitado Rio Paraba, em 1641, pelo Capito-Mr Dionsio da Costa, lugar-tenente dodonatrio e, por isso, gozava de grande prestgio at os fins do regime das

    Capitanias. O conde de Assumar chegou, com sua comitiva, nessa cidade, aos 12 deoutubro. Prontamente, as autoridades locais, solcitas em aguard-lo, promoveram-lhe toda sorte de homenagens e respeitos. Por ser o catolicismo a religio oficial doReino, o vigrio destacava-se nas cidades como a autoridade mais importante. O"batizado" pelo padre catlico eqivalia ao registro civil. O casamento era s noreligioso. Quem no era catlico, como um criminoso de lesa-ptria, no podiacasar-se e nem registrar os filhos...

    Esta posio do catolicismo outorgava aos vigrios, o ensejo de serem timosarrecadadores de riquezas para o pontfice de Roma. Em Guaratinguet,encontrava-se, como vigrio, o jovem padre Jos Alves Vilela. Como todo clrigo,

    conhecia perfeitamente a arte de bajular. Pelo prprio fato de ser o catolicismoromano a religio oficial do Reino de Portugal, a nomeao dos bispos dependiainteiramente da indicao feita pelo Rei. O padre Vilela sofria de "bispite" aguda.Do desejo desenfreado de ser bispo!

    Percebeu na passagem do Conde de Assumar por sua parquia, umaextraordinria oportunidade de, sabujando, credenciar-se s boas graas doGovernador, que o apontaria a El Rei como candidato mitra. E mos obra! A par

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    das demonstraes cvicas de respeito ao Governador promovidas pela Cmara, opadre Alves Vilela, como autoridade mais importante do lugar, programou festasreligiosas de grande aparato para impressionar o homenageado. Desde sempre oclero gostou de se valer de seu ritualismo litrgico para engodar as autoridadescivis com o objetivo de sugar-lhes subvenes ou propiciar clima para se manterprestigiado. Num dos nossos Estados, os bispos condenaram a candidatura de certocidado governana. Feridas as eleies e vitorioso o candidato anatematizado, os"amantssimos ordinrios" promoveram-lhe demonstraes de "afeto e deferncia",culminando a sabujice, no dia de sua investidura com uma missa de "ao degraas" mui solene.

    Note-se, a ttulo de informao, que o termo cannico designativo do bispodiocesano "ordinrio". Para se colocar bem diante do Conde Governador,preocupado e zangado com os clrigos baderneiros de Minas Gerais, "promotoresde todas as desordens" (Rocha Pombo loc.cit.), o padre Vilela tomou atitudeoposta aos seus colegas. Reconheceu na sua subservincia ao chefe da Capitaniauma oportunssima manobra para conquistar-lhe a simpatia. Entre o clero htraidores dos padres traidores! Enquanto os frades de Minas traam sua posioaparentemente de catequistas, causando baderna, o padre Vilela manifestava-seservil.

    Nas guas turvas da situao de descrdito em que se imergiam os frades, opadre Vilela quis pescar um peixe gordo. O peixe de uma posio perante oGovernador favorabilssima s suas pretenses "bispais". E, como o peixe se pegapela boca, alvitrou oferecer ao Conde um opparo banquete. Mas, um desses banquetes de assinalar marco na histria da culinria! Notabilizara-se o RioParaba pelas suas guas piscosas. Por isso, os pratos em peixe distinguiam acozinha valeparaibana. O banquete oferecido pela comunidade guaratinguetaense

    ao ilustre viajante, na programao estabelecida pelo incensador clrigo Vilela,revelar-se-ia por grande fartura de peixes nas mais diversas modalidades detemperos.

    O jovem e pretensioso vigrio divisou no ambiente uma circunstnciaespecialssima para ser aproveitada naquele acontecimento. E decidiu capitalizar aseu favor a frustrao do povo do Vale pelos insucessos das ltimas Bandeiras,cujas miragens de esmeraldas se esboroaram. Decepcionado, todavia, no sedescorooara o povo. Esperava encontrar alguma coisa de notvel. Desde oprincpio do seu paroquiato travara Vilela conhecimento com os pescadores de suafreguesia e da regio. Deles, e somente deles, que esperava a mais decidida

    colaborao nas suas festividades religiosas porque a pesca, naqueles tempos,acima mesmo da agricultura incipiente, se estabelecia como a mais importantefonte de riquezas do Norte da Capitania.

    E, dentre os pescadores seus conhecidos, trs se distinguiam pelaespontaneidade em auxiliar, pela singeleza da sua f e, sobretudo, pelo seuacatamento s solicitaes do vigrio. Domingos Martins Garcia, Joo Alves eFelipe Pedroso, os seus nomes! Procurou-os, ento, o clrigo Vilela, incumbindo-

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    lhes da pesca para o banquete-homenagem. Nem estranharam a dedicao e ointeresse do seu vigrio por aquela pesca. Supunham-no desejoso realmente deexaltar vista do Governador as qualidades da cozinha da Vila, de lhe demonstrarrespeito e, certamente, creditar a regio a favores futuros.

    Admirados, contudo, receberam no dia do banquete (13 de outubro de 1717),manh cedo, as ordens do vigrio no sentido de que lanassem suas redes no Portode Itaguass, prximo do Morro dos Coqueiros. Como ativos pescadores, sabiamque os peixes permanecem mais nas partes calmas do rio e no possvel pescaalguma junto de um porto, onde h tanta movimentao. Toda aquela zonadispunha do Rio Paraba como principal via de comunicaes e transportes. E,dentre os portos, o de Itaguass se notabilizara por servir vasta extenso.

    Em vista da sua prpria profisso, entenderam os pescadores a ineficcia daordem estravagante do vigrio. Mas, ingnuos, e submissos, obedeceram. No lhesconvinha desacatar o sacerdote ameaador e capaz de praguej-lo e amaldio-los.Lanaram a rede na convico de nada apanhar. Surpresos, porm, retiraram dasguas uma imagenzinha, de 0,30m de altura, talhada em terracota escura, nosmoldes da Madona de Murilo, que o clero se utiliza como smbolo da"IMACULADA CONCEIO" de Maria.

    Decidiram guardar a imagem aparecida nas guas dentro do embornal eprosseguir alm sua tarefa. Obtida a quantidade de pescado exigida pelo clrigoanfitrio, foram sua residncia fazer-lhe a entrega. E, jubilosos e na sua crenaingnua, mostraram ao padre, misturado na comitiva do Governador, a imagemaparecida. Enternecido o vigrio pelo sucesso do seu empreendimento, pois,ningum soubera e nem desconfiara de sua ida durante a madrugada ao Porto deItaguass para deixar nas guas aquela imagem, despejava suas expresses

    religiosas e deslambidas acentuando o "fator milagre" daquela descoberta.

    Todo o povo daquela regio, presente em Guaratinguet, para receber oGovernador, Conde de Assumar, ludibriado em sua credulidade, exultou com o"milagre" sucedido, vinculando-o santidade do seu vigrio e divulgou a notcia distncia.

    "Arre! Se falharam as aventuras em busca de esmeraldas, o "milagre" interveiopara dar ao povo desiludido uma preciosidade muito maior!!!", parafusava o padre,que, de propsito, havia colocado a imagem nas guas do Porto de Itaguass.

    Na inteno de valorizar o enredo do seu estratagema religioso achoumelhor entregar a esttua a um dos pescadores, Felipe Pedroso, residente no sopdo Morro dos Coqueiros. Retirando-se o Conde de Assumar no seguimento de sua viagem, os fiis, em procisso, acompanharam o felizardo pescador, que,piedosamente, colocou, sob a emoo dos circunstantes, a imagem aparecida entreos "santos" do seu tosco oratrio.

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    Inglrios os esforos do vigrio Vilela junto ao Governador! To assoberbado deproblemas em sua curta estadia no Brasil testa da Capitania de So Paulo, noteve sequer a lembrana de sugerir a El Rei o nome do proco de Guaratinguetcomo candidato a bispo de alguma diocese do Reino. No se desesperanou opadre. Decidiu incentivar a devoo da senhora aparecida, promovendo atosreligiosos na casa de Felipe Pedroso. Quem sabe se o seu nome assim ligado esttua aparecida "milagrosamente", se encheria de fama e repercutiria nosouvidos do supersticiosssimo El Rei Dom Joo V, que ouvia missas sobre missas,distribua dinheiro a rodo a quantos santos figuravam no calendrio, enchia deouro os conventos e, enlevado por violenta paixo sua amante, a freira Paula, doConvento de Odivelas, alcanou do papa o ttulo de Rei Fidelssimo.

    As esmolas lanadas, em grande cpia, no oratrio da "santa", permitiram ao vigrio sonhador da mitra episcopal, repartir com o devoto Felipe Pedroso, quepode obter numerrio para comprar uma pequena fazenda e construir casa novaem Ponte Alta, tambm nas proximidades do Porto de Itaguass, onde entronizou,em oratrio novo, a imagem de terracota aparecida.

    A devoo mais importante e mais concorrida nesse local acontecia aossbados noite. Sucedeu a Felipe Pedroso, aps sua morte, na incumbnciareligiosa, o seu filho Atansio. Um pouco arredio a essas beatices, este herdeiroachou melhor construir fora da casa uma capelinha para se ver livre dasimportunaes dos devotos e transferiu Silvana da Rocha o mister de puxar asrezas e os cnticos. Primava a rezadeira-mor, Silvana, em dirigir o rosrio dossbados, incrementando a afluncia dos humildes com animados bailes regados apinga aps a reza, na inteno de alegrar os devotos caboclos desprovidos de outrosdivertimentos. Os anos se passaram e o nome do padre Alves Vilela, sem sersugerido nas eleies dos bispos!

    Em 1742, Dom Joo V foi acometido de uma paralisia que o imobilizou parasempre, apesar de suas treze jornadas s Caldas da Rainha (nas proximidades deLeiria, ainda muitas pessoas por ser uma das mais importantes estaes termais dePortugal), escoltado por um exrcito de freiras e padres interesseiros. O vigrio deGuaratinguet, agora j encanecido, porm esperanoso, mantinha-se a par detodas as notcias vindas de Alm Atlntico.

    Conhecedor da carolice de El Rei e sua magnanimidade em proveito dosclrigos, urdiu outra investida com o objetivo de atrair as atenes "majestticas"sobre si. Certo sbado, em 1743, quando os devotos chegaram capela, surpresos,

    deram pela falta da santa aparecida. Atnitos ficaram quando Silvana Rochadesconhecia tambm o seu paradeiro, mesmo depois de se informar com Atansio.Desesperados, correram falar com o vigrio, que se fingiu surpreendido. Aconselhou-os, porm, a que dessem uma batida nas redondezas e que no seesquecessem de ir at o alto do Morro dos Coqueiros. Dceis orientao do padre,vasculharam todos os recantos, e, por fim, subiram os rapazes ao Morro, onde, paraalvio geral, encontraram a imagem encostada em uma pedra. Nessa noite, orosrio foi rezado com mais fervor, os hinos mais vibrantes e o baile mais animado

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    com cachaa distribuda abundante na algazarra do reencontro da SenhoraAparecida.

    Noutros sbados, o fato misterioso se repetiu sem que os pobres devotospercebessem a mo do vigrio atrs de tudo. O padre Vilela, ao sentir-se seguro doxito de seu plano, num sbado, foi at Ponte Alta puxar ele a reza. Desta feita,ainda outra vez, a busca da imagem fugidia precedeu o ato religioso, porque opadre ainda outra vez, retirara-a s ocultas e levara-a para o cume do Morro.Ento, na qualidade de vigrio e ministro de Deus, aconselhou o povo devoto quese construsse no alto do Morro dos Coqueiros um templo para a "santa".

    "Nossa Senhora, afirmava, quer que se construa uma capela l no alto do Morro".

    De imediato, foram abundantes os donativos. Todos queriam concorrer afim de contentar os desejos da "santa" aparecida no sentido de que lhe erigissemum templo no cume do Morro dos Coqueiros, conforme havia interpretado o vigrio aquelas fugas constantes. Em cumprimento de exigncias eclesisticas, opadre Jos Alves Vilela valeu-se do Bispado do rio de Janeiro, a cuja jurisdiocannica se submetia para requerer a devida licena a fim de edificar o templo.Recorde-se que o Bispado de So Paulo, a cuja jurisdio eclesistica,posteriormente, pertenceram Aparecida e Guaratinguet, somente foi criado em1745.

    Na esperana de divulgar nas altas rodas clericais o valor sobrenatural dasua "santa" aparecida, o que lhe poderia render prestgio junto a El Rei, saliento emseu requerimento: "...que pelos muitos milagres que tem feito a dita Senhora, atodos aqueles moradores, desejam erigir uma capela com o ttulo da mesmaSenhora da Conceio Aparecida, no distrito da dita freguesia em lugar decente e

    pblico por concorrerem muitos romeiros a visitar a dita Senhora que se acha atagora em lugar pouco decente..."

    A proviso de licena foi passada na chancelaria do bispado do Rio deJaneiro, em 5 de maio de 1743. E tudo se tornou mui fcil, porquanto, DonaMargarida Nunes Rangel, proprietria do Morro dos Coqueiros, houve pormagnanimidade, fazer doao de toda a colina. Afluram donativos abundantes e, a26 de julho de 1745, o padre Vilela benzeu o templo e rezou nele a primeira missa,suspirando para que El Rei, o beato sonso Dom Joo V, se lembrasse dele nasescolhas dos bispos. J alquebrado pela idade avanada morreu, como simplesvigrio de Guaratinguet, o padre ambicioso, e a Aparecida caiu na vala comum das

    pequenas capelas do Interior Brasileiro.

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    6. A RAZO DO NOVO SURTO DO "APARECIDISMO"

    m fins do sculo passado, Aparecida foi tirada de sua insignificncia,onde permanecera por mais de cem anos aps a morte do seucriador, o vigrio Jos Alves Vilela. Em 8 de dezembro de 1888, obispo de So Paulo, Dom Lino Deodato de Carvalho, benzeu um novotemplo construdo em substituio do anterior erigido pelo sacerdote

    inventor da "santa" e resolveu entreg-lo administrao de alguma ordem oucongregao religiosa.

    A congregao dos padres redentoristas gozava, na poca, de grandenomeada nos crculos romanistas, pois o seu fundador, o italiano Afonso de

    Liguori, alm de ser canonizado santo, em 1839, havia sido, em 1871, proclamadopelo papa Pio IX, "doutor da igreja". Dentre as suas diversas obras literrias,destacam-se a "Teologia Moral" e as "Instrues e Mtodo para os Confessores",pelo seu contedo repleto de normas utilizveis com grande resultado noconfessionrio, o instrumento infernal da escravizao das conscincias. Por causada "importncia" de Liguori, cresceu a influncia de sua ordem religiosa, e tambmem razo da sua finalidade, que consiste em se disporem os padres, seus membros,a pregar misses populares. Distinguem-se estas por uma srie de pregaesretumbantes e fantasmagricas com arremates de procisses imbecilizados.

    Liguori estabeleceu a sua congregao para a Itlia Meridional do seutempo, com uma populao rural ignorante e de sangue quente. Referindo-se aesses italianos, o clrigo redentorista Hitz, observa: "gostam das manifestaesfortes... So superficiais, levianos, desmazelados, supersticiosos, e apegam-se,sobretudo, s prticas exteriores da religio" (Hitz "A pregao missionria doEvangelho", Livraria Agir Editora, Rio de Janeiro, 1962, pg. 181). Foi paraconservar esse povo agrilhoado s supersties romanistas, assim consideradopelos seus lderes religiosos, que Liguori determinou, com mincias, os temas e osesquemas dos sermes das "santas misses" a serem pregadas por seus padres. Noplano do fundador dos padres redentoristas, os fiis devem, ao final desse trabalho,ser encaminhados ao confessionrio para que se consume o seu cativeiro espiritual.

    As "santas misses" dos redentoristas fundam-se num moralismoantropocntrico, infinitamente distante do Evangelho. Alis, servem bem aoromanismo, cujo ritual coloca o endeusamento da criatura acima de tudo. O bispode So Paulo, Dom Lino Deodato de Carvalho, julgou os brasileiros semelhantesaos depreciados italianos meridionais por estarem tambm, os nossos patrcios,seus contemporneos, encharcados das supersties catlicas. E entregou o temploda Senhora Aparecida direo dos padres redentoristas, em fins de 1894.

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    Esses padres, incontinentes, comearam suas incurses fanatizadoras peloInterior dos Estados de So Paulo, Minas Gerais, Paran e Rio de Janeiro, por meiodas misses populares, quando divulgaram profusamente as lendas referentes Senhora Aparecida. O nosso povo, humilde e distante das fontes puras da Bblia,aceitou ingenuamente e sem qualquer exame, essa fbula, que, tambm eu, emcriana, ouvi. Pelo confessionrio, os redentoristas impunham aos fiis,narcotizados com as suas mentiras e modelados aos seus caprichos, penitncias derezar frmulas especiais Aparecida e de ir ao seu santurio em romarias.

    O povo desprovido de recursos essenciais a uma subsistncia condigna eimerso nas trevas do analfabetismo, sempre presa fcil dos embusteiros, mximoquando se apresentam revestidos de roupagens exticas e com a voz repassada deacentos ameaadores. Os pregoeiros do "aparecidismo" espalharam entre o nossopobre e abandonado povo, no intuito de fanatiz-lo e escraviz-lo mais, aqueladeslambida "Orao a Nossa Senhora Aparecida para pedir a Sua Proteo", queassim comea: "Oh Incomparvel Senhora da Conceio Aparecida, Me de Deus,rainha dos anjos, advogada dos pecadores..." Em seguida a esta relao de tantasheresias, o pobre brasileiro suplica-lhe que o livre da "peste, fome, guerra, troves,raios, tempestades e outros perigos e males que nos possam flagelar".

    Aconselhado pelo missionrio, o simplrio cola o papel dessa reza atrs dasportas de sua casa e se supe imunizado, protegido e livre de todas as desgraas.Quando eu era proco em Guaratinguet, num domingo, fui rezar missa numacapela da zona rural. Desabara durante a noite precedente um horrendo temporal.E a notcia lgubre enchia de tristeza todos os moradores da regio! Um raiopenetrara numa choa e fulminara todos os seus moradores. Encaminhei-me paral. Entrei no casebre. Olhos esgazeados de pavor, encontrei trs corpos esturricadosno cho. E atrs das portas toscas a protetora reza da "incomparvel"...

    As primeiras "santas misses" populares produziram os frutos esperados. Jem 1900 comearam as romarias. O novo bispo de So Paulo, Dom AntonioCndido de Alvarenga, continuou o interesse de seu antecessor, Dom Lino, pelaAparecida, pois previa os resultados financeiros com o comrcio da credulidade dasmassas. Em conseqncia, no s incentivou os vigrios das parquias apromoverem romarias, mas, ele pessoalmente organizou uma. A comercializao ea traficncia da devoo Senhora Aparecida tornaram-se rendosas, alm de todasas estimativas, que o bispo de So Paulo no admitiu se tornasse ela parquia daDiocese de Taubat.

    Com efeito, em julho de 1908, o papa Pio X desmembrou da Diocese de SoPaulo, que abrangia todo o territrio do Estado, as dioceses de Botucatu,Campinas, So Carlos, Ribeiro Preto e Taubat. Esta inclua todo o Norte doEstado de So Paulo, desde o Municpio de Jacare, inclusive, at o limite do EstadoFluminense, exceo de Aparecida que, apesar de encravada bem no centro do bispado de Taubat, continuava pertencendo jurisdio eclesistica doarcebispado de So Paulo. Ocorreu esta anomalia escandalosa como resultado da

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    ganncia do arcebispo, vido de se locupletar com as fortunas continuamentedepositadas nos cofres da Senhora Aparecida.

    Em 1931, conforme j referimos, vieram sua proclamao e coroao comopadroeira e rainha do Brasil, em execuo de uma astcia poltica. Antes, opadroeiro do Brasil era "So" Pedro de Alcntara, que, por haver sido membro deilustre e principesca famlia espanhola durante o domnio da Espanha sobre oReino de Portugal, obtivera de Roma esse "padroado".

    Os tempos eram outros e o povo brasileiro no se tornara f do fradeespanhol. Ento, os "ordinrios" brasileiros decidiram aposent-lo e arranjar dopapa um outro padroeiro. Afora o prestgio popular, o candidato, por certo,precisaria satisfazer injunes polticas e ter a sua Meca localizada onde houvessemaior concentrao demogrfica. A paraense Senhora de Nazar, a capixabaSenhora da Penha e o baiano Senhor do Bonfim, se bem que prestigiadospopularmente em suas regies, careciam satisfazer as outras condies.

    Cumprindo-as todas a Senhora Aparecida foi a eleita. Mais recentemente,em junho de 1958, o papa Pio XII criou a Arquidiocese de Aparecida, com oterritrio da parquia do mesmo nome desmembrado da Arquidiocese de SoPaulo, e de outras parquias retiradas da Diocese de Taubat. No obstante,porm, todas as promoes em torno da divulgao dos "fatos" relacionados com a Aparecida, das demonstraes de f na mesma, das romarias, de suas imensasriquezas... No obstante os padres afirmarem da boca pr fora que crem naapario prodigiosa da Senhora Aparecida... Apesar da oferta da Rosa de Ouro pelopontfice Paulo VI e sua aparatosa entrega em agosto de 1967... Apesar de tudo isso,at hoje, o Vaticano se conservou silencioso a respeito.

    Desafio a qualquer padre de Aparecida a que me apresente um documentodo pontfice romano pelo qual haja pronunciado sobre a autenticidade dos"acontecimentos prodigiosos" pelo clero divulgado entre o povo. Eles no aceitam odesafio porque nem o papa cr nesse "prodgio". Bem ao contrrio! Ele sabe quetudo falcatrua. E falcatrua to mal engendrada que nem capaz de forjardocumentos, ttica to de sua ndole.

    S as pessoas fanaticamente narcotizadas pela idolatria no queremenxergar e continuam devotas da Aparecida. A fim de dar aos padres reptados umadose de calmante, apresento-lhes o parecer do monge beneditino, EstvoBittencourt:

    "As autoridades eclesisticas no se empenham por definir a autenticidadede tais portentos, nem mesmo a dos episdios concernentes apario da SenhoraImaculada no Porto de Itaguass em 1717... A Santa Igreja, de modo nenhum,entende fazer de tais relatos matria de f..." (in "pergunte e responderemos" 71/1963, questo 5).

    Catlico! No continue enganado!

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    Use sua cabea para raciocinar e no v mais no conto do vigrio! O prpriomonge beneditino Estvo Bittencourt declara que aquilo tudo no "matria def". Ele no cr! Nem o papa e nem os padres prestam f aos seus relatos sobre aSenhora Aparecida!

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    7. A SANTACAP, "CAPITAL MARIANA" DO PAS

    levada, em 1958, categoria de Arquidiocese, s em 1964 recebeu oseu arcebispo na pessoa do cardeal Carlos Carmelo de VasconcelosMotta, at ento ocupante do slio paulopolitano. Motta sempre serevelara interessado em promover Aparecida e, com a habilidadepoltica peculiar ao seu temperamento, conseguiu da Santa S

    conteporarizasse a nomeao do seu titular, pois desejava ser ele o investido nomnus de arcebispo da "capital brasileira da f".

    Se envidara esforos para a sua instalao como Arquidiocese, parecer-lhe-ia justia instalar-se ele prprio em seu trono arquiepiscopal, embora 6 anosdevessem decorrer como sede vacante. Idealizara e empenhara-se em transformar

    Aparecida num dos centros catlicos mais importantes do mundo.Seria nesse intento insuficiente a devoo popular Senhora Aparecida.

    Alis, aquela efervescncia de f incrementada pelo IV Congresso Eucarstico deSo Paulo, celebrado em 1942, fora passageiro. Como arcebispo de So Paulo, acuja Arquidiocese pertencia a simples parquia de Aparecida, Motta notara nasegunda metade da dcada de 40 o decrscimo do nmero de peregrinos emproporo com o aumento populacional do Pas e com a imensa propagandaintensificada atravs da distribuio, sobretudo s parquias, de imagens fac-smiles.

    Insuficiente a devoo popular como fundamento para concretizar o seusonho de criar a SANTACAP, imitao dos grandes e antigos centros idlatras domundo, como feso com a sua Senhora Diana, em cuja honra se construra umadas sete maravilhas do orbe, o cardeal Vasconcelos Motta optou pela construo deum grande e soberbo templo. Uma baslica gigantesca e de ricas proporesarquitetnicas a se credenciar ao orgulho do catolicismo brasileiro.

    O maior templo religioso do mundo depois da baslica de So Pedro, em Roma !!!

    A baslica de So Pedro tem 200 metros de comprimento, incluindo-se oprtico. A de Aparecida, 170. E, depois dela, vem a de So Paulo, em Londres, com158 metros. Esta seguida do templo de Liverpool, tambm na Inglaterra, quemede 154 metros de comprimento. Seguem-se-lhe o Duomo, em Florena, da Itlia,com 150; o de Colnia, na Alemanha, com 145; o da Imaculada, em Washington,EEUU, com 137; o Duomo, em Milo, com 135; o templo de Notre Dame, Chartres,na Frana, com 133; o de Sevilha, na Espanha, com 129; o de So Joo de Latro,em Roma, com 124; o de So Paulo, no Brasil, com 100; o de S.Patrick, em NovaIorque, EEUU, com 99; o de Santa Maria Maior, em Roma, com 98; o de Bauprais,no Canad, com 80 metros. A nova baslica de Aparecida, quando inteiramente

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    concluda ter 170 metros de comprimento por 150 metros de largura, cobrindo umespao de 25.500 metros quadrados.

    Por sonhar alto, o arcebispo aparecidlatra inclui no plano completo da obraoutros departamentos inclusive o prdio para a emissora radiofnica e de televiso.Em conseqncia salta vista a impossibilidade de se construir no cume do antigoMorro dos Coqueiros, onde se encontra a atual baslica, apodada da velha.Recorde-se o fato de haver sido esta erigida no alto daquele morro em ateno sexigncias da prpria Senhora Aparecida, inconformada de ficar embaixo e, porisso, "fugia" da capelinha, indo postar-se l em cima. As suas repetidas "fugas"revelaram (?) aos devotos a sua vontade de lhe ser dedicada uma capela nococuruto do outeiro, inaugurada, alis, em 1745, sob o hissopo do vigrio Jos AlvesVilela, ao tempo, proco em Guaratinguet.

    Esta pequena capela, quando, em fins do sculo passado, se incrementara adevoo aparecdica, se tornara exgua, foi pelo bispo de So Paulo, Dom LinoDeodado de Carvalho, substituda por um templo maior, ainda, no cume do antigoMorro dos Coqueiros.

    Afigurava-se impossvel desagradar a "santa" e contrariar-lhe a mariana vontade de ser instalada l em cima da colina, cujos coqueiros cederam lugar aocasario que se comprime em suas rampas.

    Constri-se o templo noutro lugar... E se depois a imagem aparecida no quiserficar nela?, decerto refletia o bispo, que, aos 8 de dezembro de 1888, benzeu aento nova baslica, hoje reputada velha, por ser anacrnica, obsoleta e superada. Ao cardeal Motta, embora se confesse devoto aparecidiano, falecem aquelesescrpulos.

    Como se conseguir tamanha construo l em cima do Morro dos Coqueiros? Seso necessrios 400 mil metros quadrados de rea, como derrubar todas as casasempoleiradas colina acima? Seria acabar com a cidade...

    A crer-se nos informes clericais, a imagem "milagrosa" saiu do lugar, por elaprpria escolhido apenas duas nicas e rpidas vezes: quando de sua coroao noRio de Janeiro, em maio de 1931, e, em 14 de julho de 1945, quando, em So Pauloesteve numa manifestao poltico-catlica.

    Tirar-se a imagem de l de sua querida baslica arriscar-se ao desagrado da

    Senhora.

    Era isso que se proclamava anos passados. Se o arcebispo aparecidopolitanoe empreendedor da nova baslica acreditasse no "milagre" de haver ela prpriaescolhido o lugar do seu trono no topo da colina, esta construo seria l em cimamesmo. Como incorreria em desobedincia Senhora? Jamais! Nem que fosse paragastar todos os milhes de cruzeiros depositados pelos fiis devotos nos cofres aosseus ps instalados, com o fim de cobrir as desapropriaes da cidade inteira.

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    Mas a AURI SACRA FAMES a sagrada fome do ouro fala muito mais altodo que todos os escrpulos... E, como resultado, a edificao da nova e descomunalbaslica em outro local, iniciada em 1952, j se encontra em fase final.

    O mais interessante, porm, que a Senhora mudou de opinio. Assanhou-lhe a vaidade a grandeza do seu novo templo. Para ele transportada, decidiusubmeter-se vontade cardinalcia e se acomodou em seu novo altar erigido numelevado octogonal, a 1,5m de altura com 9 degraus e 10 metros de dimetro. Elagosta mais do bem-bom das novssimas instalaes... Hoje, para evitar qualquercomentrio da oposio ou o raciocnio de algum devoto mais inteligente, os padresdeixaram de mencionar em seus relatos aparecdicos a antiga "vontade" da Senhorafujona.

    Nos planos clericais a nova baslica, pelas suas propores arquitetnicas epela sua suntuosidade, deve se constituir no grande motivo de atrao de romeirosa elevar Aparecida categoria de principal centro de peregrinao do mundo,dignificando este Pas, o mais catlico de todos. Em estilo romntico-moderno,cobre uma rea construda de 25.500 metros quadrados, tendo sua frente a Praadas Comemoraes de 69 mil metros quadrados com a capacidade de 300 milpessoas. No interior do templo se estendem trs naves de 22 x 40 metros cada,alm das naves deambulatrias ou de circulao de 7 metros de largura cada umanum desenvolvimento de 340 metros. As capelas sacramentais, onde seadministram os chamados sacramentos do batismo, da confisso, da confirmao,da eucaristia e do matrimnio, so de 22 x 38 metros cada.

    A torre imponente, levantada na superfcie de 20 x 20 metros, atinge a 100metros de altura, abrangendo 16 andares, com 336 janelas de vidro com caixilhos e

    venezianas de alumnio e consumiu um milho e meio de tijolos. Dois elevadorescom capacidade para 60 pessoas transportam os visitantes. Erguida fora do templo,a ele se liga por uma galeria de 36 metros de comprimento, 8 de largura e 11 dealtura. Como seria impossvel deixar de ser, no interior da torre os padresinstalaram um bar-restaurante e lojas.

    Construda a baslica em forma de cruz grega, a sua cpula, como uma meiaesfera, erguida bem no centro de toda construo, com o dimetro interno de 34metros e a altura de 60, cobre 2.327 metros quadrados e revestida de alumnioanodizado a lhe fornecer uma cor dourada. Esta cpula sustenta, num pequenomirante, uma cruz grega de 3 metros de altura, sob cujo centro geomtrico se eleva

    sobre 9 degraus, o altar-mor da baslica, de 10 metros de dimetro, a ostentar, emnicho de ouro, a imagem da Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil, recoberta dejias e pedrarias preciosas, onde imensa populao padece fome e sofre a carnciados recursos bsicos para uma vida digna. Ao redor deste soberbo altar-mor, emtorno da plataforma, se enumeram 12 pequenos altares a permitir a celebraosimultnea de 13 missas, o supremo culto idlatra do catolicismo, em homenagem aparecidolatria.

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    Por considerarem antiquado o mtodo, os padres redentoristas responsveispela administrao da baslica e pela promoo do aparecidismo, hoje em dia,deixaram de utilizar tanto as chamadas "santas misses" inculcadas pelo seufundador, Afonso de Liguori, nos estatutos da ordem. Prevalecem-se de meiosmecnicos de divulgao, como o jornal e o rdio.

    A Rdio Aparecida, pela sua potencialidade, se emparelha com a grandezamaterial da nova baslica e se capacita a atender os planos de incrementar sempremais a aparecidolatria. Reservaram-se 12 mil metros quadrados dentro da rea dos400 mil para se erguer um prdio dividido em 3 pavimentos. O trreo se reservapara um auditrio com a capacidade de alojar 1.500 pessoas, que tero o seucinema. No 1 pavimento ficam os escritrios, uma capela e o salo nobredestinado s reunies do Clube dos Scios com cerca de 400 mil arrolados. O 2andar se destina instalao de todo o equipamento da Rdio Aparecida, quedever ser a mais potente emissora da Amrica Latina, e da futura TV, com 6estdios: um de gravao de radioteatro, 3 de locuo, um de gravao de peasorquestrais e outro de gravao de discos e fitas e a tcnica central de comandodos estdios, alm da discoteca, do departamento tcnico e do almoxarifado.

    a tcnica da comunicao superlativamente refinada a servio damassificao do aparecidismo, porque, dentro dos prognsticos clericais obrasileiro deve continuar agrilhoado aos seus embustes. A SANTACAP, com a suadescomunal baslica, pretende reviver a idade urea da Senhora Diana, cujo templose contava entre as sete maravilhas do mundo. Alis, em feso, aos 11 de outubrode 431, se deu o incio oficial da mariolatria com a proclamao do dogma de MariaMe de Deus.

    Nesta era intitulada de ps-conciliar, quando muitos ainda supem haver o

    catolicismo romano se transformado e aberto mo de certas doutrinas contrrias Bblia, inclusive as relativas a Maria, a religio do papa recrudesce e reaviva o cultomarioltrico acrescentando-lhe novos dogmas, como o de Maria Me da Igreja, queinclui os da Maria Co-redentora, Advogada, Medianeira e Adjutrix, proclamado aos21 de novembro de 1964. Recrudesce e reaviva o culto marioltrico entre o pobrepovo subjugado s suas feitiarias, prestigiando os santurios marianos, centros deromarias e peregrinaes.

    O prprio papa Paulo VI, em 13 de maio de 1967, viajou at Ftima, emPortugal com o propsito de oficializar as comemoraes cinqentenrias daquelaSenhora. Aparecida ofertou o romano pontfice uma Rosa de Ouro, trazida por uma

    cardeal a latere, a assinalar a passagem dos seus 250 anos. Dom HumbertoMozzoni, o nncio papal no Brasil, no dia 5 de julho de 1969, ano de sua chegada,viajou SANTACAP no intento de prestar o seu culto pessoal Senhora Aparecida."Vim cidade de Aparecida, disse ele, para, como todo o povo brasileiro, venerarNossa Senhora Aparecida. E colocar sob sua proteo a minha misso no Brasil"( OEstado de So Paulo, 6 de julho de 1969).

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    O Conclio Ecumnico Vaticano II deixou intactas as estruturas romanistassobre as quais simplesmente passou uma caiao a fim de lhe dar novos ares. E s!deixou outrossim intocveis os cedios mtodos de envolvimento poltico to dogosto multissecular do clero. Quando, em 1972, o Brasil celebrou osesquicentenrio de sua Independncia, quis ele vincular-se oficialmente suaprogramao. E, para se promover, nada melhor do que promover aaparecidolatria. Alegou, ento, contra todas as evidncias, haver Pedro I estado em Aparecida com o fim de rezar diante da imagem, na oportunidade em quepernoitou em Guaratinguet, quando de sua viagem do Rio de Janeiro a So Paulo,onde proclamara dias seguintes a Independncia de nossa Ptria.

    Desprovido de qualquer pejo, reivindicou o clero a passagem por Aparecidado corao de Dom Pedro I, quando, em 1972, foi de Portugal trazido em definitivopara o Brasil. Desprovido de qualquer pejo e sem o receio de ser desmascaradoporque o povo evita o trabalho de raciocinar, pois em 1822 nada existia em Aparecida, alm da pequenina e tosca capela no alto do Morro dos Coqueiros,construda pelo ganancioso padre Vilela. Aparecida continuava ainda incgnita dobeatrio. Aparecida era ainda o Morro dos Coqueiros. E s Morro dos Coqueiros.

    As estatsticas dos ltimos anos demonstram intensificar-se entre o nossopovo o culto aparecidoltrico. s nmeros abaixo comprovam nossa assertiva:

    ANO 1971 1972BATIZADOS 16.303 18.892COMUNHES 1.383.053 1.628.140

    A SANTACAP, de cuja promoo em largussima escala se incumbe a Rdio

    Aparecida, a SANTACAP, centralizada agora na soberba baslica, com o aumentocrescente dos romeiros em cada ano, demonstrado no pequeno quadro estatsticoacima, o atestado gritante de encontrar o catolicismo romano em polodiametralmente oposto ao Evangelho, o que o torna absolutamente refratrio Bblia, a Palavra de Deus.

    Catolicismo idolatria em todas as suas formas ignbeis e alienantes deDeus.

    O Ecumenismo, pois, ridcula fanfarronada. Ridcula fanfarronada com avil misso de assinalar os apstatas misturados entre o povo de Deus.

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    8. A ROSA DE OURO

    o dia 15 de agosto de 1967, ano comemorativo do 250. aniversriodo encontro da imagem de terracota no Porto de Itaguass, a baslicade Aparecida recebeu das mos do cardeal Amleto GiovanniCicognani, legado "a latere" de Paulo VI, uma ROSA DE OURO,munificncia do sumo pontfice. Esta ocorrncia serviu para

    assanhar a aparecidolatria. Mobilizaram-se todos os recursos a fim de assinalar oevento com estrepitosas solenidades.

    Esculpida pelo prof. Mrio de Marchis, constitu-se numa jia. Dois grandesramos com folhas e botes de ouro se entrelaam at o vrtice onde se desabrocha arosa, tambm de ouro. No lugar do pistilo da rosa engasta-se um oprculo, uma

    cpsula, que contm blsamo do Peru e p de almscar, significando a fragrncia darainha das flores. Entre os dois ramos encontra-se esculpido o emblema de PauloVI, pois ambas, a mariolatria e a papolatria, andam de parelha. E na base l-se aseguinte inscrio: "Paulus VI PM Apparitiopolitanae aedi sacrae B.M. VirginiImm. DD.III Non. Mar. A + MCMLXVII ".

    A outros santurios marianos, como Guadalupe, Ftima e Lourdes, opontfice Montini tem, outrossim, contemplado com semelhante presente rgio.Ns, os brasileiros conscientes da espoliao sofrida pela nossa Ptria, quando, aotempo de sua Colonizao, os clrigos carregaram o nosso ouro e transformaramPortugal num mero entreposto na execuo dos seus planos de exoro echantagem carreando essa nossa riqueza para os depsitos do romano pontfice;ns, os brasileiros conscientes, sentimo-nos indignados com esse gesto de Paulo VI,pois desejamos que, em nome da Justia, ele repare os crimes praticados contra oBrasil, devolvendo todo o nosso "metal precioso" guardado nos seus cofresvaticanos.

    Dispensaramos de bom grado o envio da ROSA DE OURO feita com asnossas prprias riquezas h sculos de ns roubadas. e esse presente se constituinum sarcasmo Nao Brasileira espoliada em seus bens naturais pelo cleroromanista, a ROSA DE OURO expressa sobremodo o contexto catlico-romano detodas a eras. Com efeito, expressa o catolicismo ps-conciliar, ainda maisalvorotado na mariolatria, porque ao benzer na Capela Sixtina, aquela jia, em 5 demaro de 1967, quando a liturgia romana assinalava o IV Domingo da Quaresma,chamado Dominica Laetare ou Domingo das Rosas, o pontfice declarou napresena de uma representao brasileira: "No Santurio de Nossa Senhora Aparecida, ela (a rosa) dar testemunho de nossa constante orao VirgemSantssima para que interceda junto de seu Filho pelo progresso espiritual ematerial do Brasil (...) Vamos a Maria para chegar a Jesus. Amando desse modoNossa Senhora, poderemos compreend-la em sua real grandeza e, atravs dela,chegaremos ao Cristo, filho de Deus".

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    Dispensam-se profundos conhecimentos bblicos para se constatar luz doEvangelho os absurdos desse pronunciamento do papa.

    Se as palavras pontifcias proferidas na oportunidade da bno da ROSADE OURO demonstram a relutncia, a procrastinao, do catolicismo na idolatria,apesar da farta propaganda de suas reformas levadas a efeito pelo ConclioEcumnico Vaticano II; se o envio dessa jia um insulto do clero romano aoBrasil, vilipendiado e espoliado por ele desde os primrdios de sua Colonizao,quando aqui aportaram os primeiros missionrios do embuste, a ROSA DE OUROcomprova outra vez ser o catolicismo, embora rotulado com terminologia bblica, acontinuao e a sustentao do paganismo antigo.

    Catolicismo e paganismo se eqivalem porque so idnticos. Ou melhor, ocatolicismo o nome atual do paganismo encarregado de enxovalhar os vocbulosmais sagrados, inclusive o Nome Sacrossanto de Jesus Cristo. Onde ter ido buscaro catolicismo a prtica de se oferecerem Rosas de Ouro seno no paganismoantigo? Efetivamente, na mais longnqua antigidade o paganismo celebrava achegada da primavera e a uberdade da terra com tpicas festas populares ecerimnias religiosas aos seus deuses, destacando-se as procisses quando o povolevava braadas de flores e as depositava nos altares dos seus templos.

    O catolicismo, ao encampar quase todas as prticas do seu antecessor pago,adotou tambm essas comemoraes. Na Idade Mdia, quando o romanismousufruiu o seu apogeu, recebia-se a primavera como a vitria sobre o inverno comprocisses presididas por sacerdotes e bispos, em que os fiis desfilavam portandoflores colhidas nos campos e jardins, cristalizando-se assim o costume pago. No

    sculo X a festa passou a ser celebrada no IV Domingo da Quaresma, DominicaLaetare, que sempre cai no princpio da primavera da Europa. Este domingo seapresenta como um parntesis de alegria no tempo penitencial da Quaresma, operodo precedente semana chamada santa.

    Neste dia, ento, o papa em Roma presidia a procisso das rosas da odomingo se cognominar tambm o Domingo das Rosas levando uma ROSA DEOURO com a determinao de oferec-la a altos dignatrios, igrejas ou instituiesreligiosas. Encontra-se uma referncia documental do ano de 1049 do fato de havero papa Leo IX lembrado "a obrigao determinada ao mosteiro das religiosas deSanta Cruz de Tulle (Alscia), em recompensa de terem sido isentas da jurisdio

    do bispo local e sujeitas diretamente ao sumo pontfice, do envio anual de umaRosa de Ouro ou de doze onas do precioso metal" que o papa destinaria,posteriormente, a eventuais ofertas.

    A prtica de se oferecer a Rosa de Ouro a santurios, catedrais, igrejas,dignatrios eclesisticos, prncipes, reis, imperadores, firmou-se como tradio emultiplicou-se enormemente durante o perodo de permanncia dos papas emAvinho (1305 1378). Dessa poca, quando se comps a frmula de sua bno

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    especial, expressando os seus simbolismos, at o sculo XV, a ddiva consistiaapenas em uma rosa que, freqentemente, tinha tambm uma pedra preciosaincrustada. A partir desse sculo, especialmente depois do papa Sixto V (1471 1484), acrescentaram-se-lhe ramos, folhas e botes, mantendo-se, com freqncia,as incrustaes de pedras de rara beleza e alto valor. Tm sido oferecidas rosasvaliosssimas. Sabe-se l quanto ouro brasileiro, transubstanciado nessas flores, janda espalhado mundo afora, enquanto nosso Pas se submete a ingentessacrifcios na nsia e na busca de melhores condies, que o libertem dosubdesenvolvimento.

    Em 1886, Leo XIII, num impulso escandaloso de munificncia perdulria,ofereceu Rainha Cristina, regente da Espanha, uma Rosa de Ouro composta de 9flores, 12 botes e 100 folhas tudo em ouro sobre um vaso artisticamentetrabalhado. E sendo a Aparecida um captulo integrante da estrutura idlatra docatolicismo, fica-lhe bem uma Rosa de Ouro, reminiscncia de antigas prticaspags... Com a rsea e urea honorificncia, "o papa deseja honrar a riquezaespiritual do Brasil".

    Ofereceu-a ao santurio de Aparecida por se concentrar no culto a Mariatoda essa riqueza. Sua entrega, a fazer juz ao seu valor intrnseco, ao seusimbolismo e sua finalidade, deveria revestir-se de grande pompa. Comearamestas com a especial distino de ser o portador da preciosa jia, o cardeal AmletoGiovanni Cicognani, designado papa Paulo VI o seu legado "a latere" para vir deRoma ao Brasil investido no munus de, em seu nome, deposit-la no altar daSenhora de terracota. O clero mobilizou todo o seu arsenal de recursos no sentidode recepcionar, altura de sua dignidade, o cardeal legado. Em sendo outrossim opapa chefe de um Estado, o Vaticano, cabia ao Governo Brasileiro a tarefa dedistinguir o "nobre" representante com as honrarias atribudas aos chefes de

    Estado.

    A sagacidade do clero inexcedvel... Juntaram-se dois acontecimentos: oreligioso e o poltico. Entrelaaram-nos os padres, porque, na conformidade deseus propsitos, o acontecimento religioso do 250. aniversrio de Aparecidadeveria provocar um acontecimento poltico a envolver as mais destacadasautoridades da Nao. Governadores Estaduais, chefes militares, ministros e oprprio Presidente da Repblica, o Marechal Costa e Silva, l compareceram no dia15 de agosto de 1967. O pontfice, o soberano do clero, ao enviar a ROSA DE OUROcomo smbolo religioso, aproveitou a oportunidade para, como chefe de Estado do Vaticano, estreitar relaes polticas com os polticos brasileiros. Nesse intento,

    pois, ofereceu ao Presidente Costa e Silva um crucifixo de ouro trabalhado, dosculo XIX, que pertencera a um clebre poeta francs. Esta pea riqussima ficaassentada num pedestal de oliveira.

    Ao Governador Abreu Sodr, de So Paulo, enviou uma medalha tambm deouro. Quanto ouro! E se propala a notcia sobre a pobreza dos padres...

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    O Presidente da Repblica compareceu. Fizera-se acompanhar de suaesposa. Blindara-o rgida segurana sob a responsabilidade de 1.800 policiais. Poracaso faltaria Senhora Aparecida poder para proteg-lo? De fato, algunsincidentes provocaram desapontamentos. O Presidente chegou de avio noaeroporto da Escola de Especialistas de Aeronutica de Guaratinguet. Muitos jornalistas o aguardavam. ltima hora, porm, cancelou-se o valor dascredenciais fornecidas pelo Comando da Escola e os rapazes da imprensa ficaramimpedidos de se aproximarem do Supremo Mandatrio da Nao.

    Na via Dutra, porque o legado do papa fora de automvel de So Paulo a Aparecida, 7 km antes de So Jos dos Campos, trs dos carros da comitiva docardeal se chocaram causando vtimas. A grande massa popular postada fora da baslica no aguardo do pontifcio "a latere", sofreu a inclemncia da chuvaintermitente e imprevista. E o acidente automobilstico provocou o atraso dachegada do cortejo cardinalcio, obrigando os devotos penitncia mais prolongadadas intempries meteorolgicas. Estas ainda motivaram ltima hora alteraesem todo o programa. Os aborrecimentos, todavia, foram um pouco compensadoscom alguns incidentes jocosos.

    "A Folha de So Paulo" (16 de agosto de 1967) relata: "Enquanto o cardeal-legado no chega, o padre Antonio Siqueira, vigrio da baslica, fica no microfone. quem provoca alguns sorrisos do Marechal e muitos da assistncia. Seu apelido "Dom Camilo", por sua semelhana fsica e modos 'acaipirados' de se dirigir aopblico. Durante uma hora fez o povo dar vinte vivas a Nossa Senhora Aparecida,ao Presidente, ao cardeal-legado, s autoridades, a todo mundo. Depois dacerimnia, voltaria a puxar vivas e alertar, pelo microfone, os romeiros sobre operigo de ladres por l". ! Ao Exrcito sobravam razes quando montou umdispositivo policial to rgido em torno da pessoa do Presidente.

    Se junto da Senhora Aparecida, h tantos ladres que numa solenidadeimportantssima, o vigrio da baslica se v na contingncia de prevenir os fiiscontra os "lanceiros", por que confiar na "santa"? Se ela no protege os seusdevotos dos ladres, acaso protegeria o Presidente de algum terrorista? Ainda emseu exemplar de 16 de agosto de 1967, "A Folha de So Paulo" conta: "Durante acerimnia religiosa, Costa e Silva saiu do seu ar srio e compenetrado. Um padre,junto com Dom Antonio Macedo, lhe trouxe, em pergaminho, a ata da solenidadeda entrega da Rosa de Ouro". Queria seu autgrafo no pergaminho, depois pediriao de todas as autoridades civis ali presentes...

    O Presidente no conseguia escrever com a pequenina caneta, especial paratinta nanquim. E borrou a sua assinatura depois de vrias tentativas. Rindo, disseao padre que, "quando virem isso, vo pensar que o Presidente era analfabeto". A"sagrada fome de riquezas" ri o corao do clero. Dinheiro a sua mximapreocupao. Enquanto fotgrafos e cinegrafistas, durante as solenidades,procuravam fixar o legado papal nos mais diversos ngulos, o ento nncioapostlico, Dom Sebastio Baggio, comentou em italiano: "se cada foto valesse umdlar, V. Excia. seria milionrio".

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    Exposta na baslica de Aparecida, junto com a suntuosidade do templo ejunto com a imagem, o mvel central de tudo, a Rosa de Ouro, "smbolo de Maria, aRosa Mstica, invocada na Ladainha Lauretiana", se tornou tambm objeto deculto. Diante dela os pobres devotos se ajoelham e atravs dela almejam obterbnos da padroeira.

    Com os intestinos roncando de fome se prostram diante do ouro... Jesusmultiplicou pes para saciar os famintos e o papa multiplica rosas de ouro para,insultando a pobreza, agrilhoar as almas na escravido da idolatria. Esquece-se opapa do Precioso Sangue de Cristo, o Cordeiro Imaculado e Incontaminado... Eexibe ouro, como se ouro pudesse resgatar o pecador de sua v maneira de viver (1Pedro 1:18-19). Ao mencionar a "v maneira de viver", o apstolo Pedro se referiaao culto de imagens taxado pela Bblia com as expresses mais contundentes comomentira, idolatria, falsidade, engano, adultrio, prostituio e vaidade.

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    9. A SANTACAP, CENTRO DE TURISMO

    Capital Brasileira da F" considerada um dos maiores centros deperegrinao do mundo. Eis o motivo principal para transform-lanum grande local de turismo. Como se encontra, a cidade de Aparecida um escndalo de misria. Misria de higiene nosinsuficientes restaurantes. Misria nos sanitrios integrados numa

    miservel e obsoleta rede de esgotos que despeja o volume de detritos no RioParaba, emporcalhando as guas onde fora descoberta a rica imagem e que servepara desalentar e envenenar a populao. Misria de gua, porque alm de poluda,se esfora por chegar s torneiras atravs de um servio hidrulico de mais de 30anos passados. Misria de planejamento, a causa de subir o casario colina acima,saturando desordenadamente a topografia.

    Um grupo investidor da Capital Paulista decidiu aplicar bilhes de cruzeirosno intento de tornar a cidade-santurio no principal centro de atrao turstica ereligiosa da Amrica do Sul. "Empreendimentos Nossa Senhora Aparecida" asociedade limitada que se prope a, numa rea de 40 alqueires, construir o Parquede Aparecida, o super-centro turstico-reeligioso. Nele encontrar-se- tudo parauma permanncia mais prolongada dos romeiros e turistas na cidade. Planejam-seterrenos ajardinados, arborizados e urbanizados, com locais prprios para ascrianas brincarem e guardas especialmente treinados para cuidar delas.

    Uma lagoa com barquinhos, aves decorativas e pequenos iates para passeiosfluviais pelo Paraba completaro o panorama ecolgico. Um jardim zoolgico eoutro botnico exibiro a fauna e a flora brasileiras. Um museu iconogrfico exporas imagens mais veneradas em todas as regies do Brasil. Capelas votivasrecolhero os ex-votos. Reproduzir-se-o os mais famosos santurios do mundo(Ftima, Lourdes, Guadalupe, El Pilar e Lujn) facilitando a organizao de festasreligiosas com a participao das