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www.hysteroscopy.info 1 NESTE NÚMERO Bem-vindo Imagens - Histeroscopia Endocervicite crônica Entrevista do Mês Luiz Cavalcanti HysteroProject Artigo Original A experiência do Sistema de radiofrequência para ablação endometrial Fique por dentro O uso da histeroscopia no tratamento das patologias secundárias à cicatriz da cesárea Artigo original Gestação em Mulheres com Anomalias Uterinas (II) Relato de caso Atrofia Cística Endometrial 1 1 2 3 5 6 10 12 16 A primeira histeroscopia na Ucrânia foi realizada em meados da década de 1980 por grupos de entusiastas em clínicas de universidades. Naquela época, utilizava-se o gás como meio de distensão e insufladores da Storz. Desde os primeiros anos, os precursores realizavam quase todos os procedimentos, inclusive a miomectomia. Devido caso de mortes por embolia gasosa, no início dos anos 90 começou a transição para histeroscopia com meio de distensão líquido. No início, a histeroscopia era apenas um exame diagnóstico, realizado por um instrumento sem um canal instrumental. Após o exame, era realizada a curetagem. Apesar da simplicidade, essa prática persistiu até o início dos anos 2000 e ainda é preservada em algumas clínicas. Desde o início da década de 2000, o ressectoscópio monopolar começou a se desenvolver. Desde então, muitas histeroscopias com ressectoscópio foram realizadas por alguns entusiastas. Como meio de distensão, foram utilizadas soluções de glicose e carboidratos de baixa viscosidade. Apesar do uso difundido da Internet e do surgimento de redes sociais, a histeroscopia diagnóstica e cirúrgica não foi muito utilizada na Ucrânia até 2006. Após 2006, houve maior desenvolvimento da histeroscopia, que está ligada à organização de uma série de eventos dedicados à cirurgia endoscópica ginecológica, com o envolvimento de especialistas internacionais. Foi em 2006 que, na minha opinião, se tornou o ano da Ucrânia para o rápido desenvolvimento da endoscopia ginecológica e da histeroscopia em particular. Daquele ano até os dias atuais, a disseminação da histeroscopia tem aumentado constantemente. Atualmente, muitos centros públicos e privados têm em seu arsenal, instrumental ambulatorial e cirúrgico. Após 2012, o uso da energia bipolar começou a se desenvolver. Lasers de diodo passaram a ser amplamente utilizados em 2013. Em 2015, shavers apareceram em alguns lugares. Em 2018, surgiram os primeiros instrumentos laparoscópicos de 3 mm para a realização de manipulação intra-uterina. Apesar da enorme evolução que a histeroscopia teve em nosso país, as questões de treinamento e aquisição de novos equipamentos continuam sendo urgentes. No entanto, todos os ginecologistas entendem a importância e os benefícios da histeroscopia, tornando a incorporação dessa técnica em nossa prática apenas uma questão de tempo. Espero, e estou mesmo confiante, que a histeroscopia ambulatorial, os procedimentos em ambientes ambulatoriais, as tecnologias a laser, a embrioscopia histeroscópica e muitos outros tipos de histeroscopia se tornem um "estetoscópio" dos ginecologistas ucranianos nos próximos cinco anos. O progresso é inevitável. Mykhailo Medvediev MD, PhD, ScD, department of Obstetrics and Gynecology, Dnepropetrovsk Medical Academy. Ukraine Sep-Oct 2018 | vol. 4 | issue 5

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NESTE NÚMERO

Bem-vindo

Imagens - Histeroscopia Endocervicite crônica

Entrevista do Mês Luiz Cavalcanti

HysteroProject

Artigo Original A experiência do Sistema de radiofrequência para ablação endometrial

Fique por dentro O uso da histeroscopia no tratamento das patologias secundárias à cicatriz da cesárea

Artigo original Gestação em Mulheres com Anomalias Uterinas (II)

Relato de caso Atrofia Cística Endometrial

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A primeira histeroscopia na Ucrânia foi realizada em meados da década de 1980 por grupos de entusiastas em clínicas de universidades. Naquela época, utilizava-se o gás como meio de distensão e insufladores da Storz. Desde os primeiros anos, os precursores realizavam quase todos os procedimentos, inclusive a miomectomia.

Devido caso de mortes por embolia gasosa, no início dos anos 90 começou a transição para histeroscopia com meio de distensão líquido. No início, a histeroscopia era apenas um exame diagnóstico, realizado por um instrumento sem um canal instrumental. Após o exame, era realizada a curetagem. Apesar da simplicidade, essa prática persistiu até o início dos anos 2000 e ainda é preservada em algumas clínicas.

Desde o início da década de 2000, o ressectoscópio monopolar começou a se desenvolver. Desde então, muitas histeroscopias com ressectoscópio foram realizadas por alguns entusiastas. Como meio de distensão, foram utilizadas soluções de glicose e carboidratos de baixa viscosidade.

Apesar do uso difundido da Internet e do surgimento de redes sociais, a histeroscopia diagnóstica e cirúrgica não foi muito utilizada na Ucrânia até 2006. Após 2006, houve maior desenvolvimento da histeroscopia, que está ligada à organização de uma série de eventos dedicados à cirurgia endoscópica ginecológica, com o envolvimento de especialistas internacionais. Foi em 2006 que, na minha opinião, se tornou o ano da Ucrânia para o rápido desenvolvimento da endoscopia ginecológica e da histeroscopia em particular.

Daquele ano até os dias atuais, a disseminação da histeroscopia tem aumentado constantemente. Atualmente, muitos centros públicos e privados têm em seu arsenal, instrumental ambulatorial e cirúrgico. Após 2012, o uso da energia bipolar começou a se desenvolver. Lasers de diodo passaram a ser amplamente utilizados em 2013. Em 2015, shavers apareceram em alguns lugares. Em 2018, surgiram os primeiros instrumentos laparoscópicos de 3 mm para a realização de manipulação intra-uterina.

Apesar da enorme evolução que a histeroscopia teve em nosso país, as questões de treinamento e aquisição de novos equipamentos continuam sendo urgentes. No entanto, todos os ginecologistas entendem a importância e os benefícios da histeroscopia, tornando a incorporação dessa técnica em nossa prática apenas uma questão de tempo. Espero, e estou mesmo confiante, que a histeroscopia ambulatorial, os procedimentos em ambientes ambulatoriais, as tecnologias a laser, a embrioscopia histeroscópica e muitos outros tipos de histeroscopia se tornem um

"estetoscópio" dos ginecologistas ucranianos nos próximos cinco anos. O progresso é inevitável.

Mykhailo Medvediev MD, PhD, ScD, department of Obstetrics and Gynecology, Dnepropetrovsk Medical Academy. Ukraine

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COORDENADOR DA EQUIPEESPANHAL. Alonso

COMITÊ EDITORIAL

ESPANHAE. Cayuela

L. Nieto

ITÁLIAG. Gubbini

A. S. Laganà

EUAJ. CarugnoL. Bradley

MÉXICOJ. Alanis-Fuentes

PORTUGALJ. Metello

ARGENTINA A. M. Gonzalez

VENEZUELAJ. Jimenez

IMAGENS

Histeroscopia

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2

Se você está interessado em compartilhar seus casos ou possuir uma imagem histeroscópica que considera única e deseja compartilhar, envie para [email protected]

COMITÊ CIENTÍFICO

A. Tinelli (Ita)O. Shawki (Egy)A. Úbeda (Spa)A. Arias (Ven)

M. Rodrigo (Spa)A. Di Spiezio Sardo (Ita)

E. de la Blanca (Spa)A. Favilli (Ita)

M. Bigozzi (Arg)S. Haimovich (Spa)

E. Xia (Cn)R. Lasmar (Bra)A. Garcia (USA)N. Malhotra (Ind)

J. Dotto (Arg)R. Manchanda (Ind)M. Medvediev (Ukr)M. Elessawy (Ger)

E. Boschetti Grützmacher (Ita)X. Xiang (Cn)

G. Stamenov (Bul)Thiago Guazzelli (Bra)

Todos os direitos reservados. A responsabilidade das contribuições assinadas é principalmente dos autores e não reflete necessariamente as opiniões dos comitês editoriais ou científicos.

A primeira histeroscopia na Ucrânia foi realizada em meados da década de 1980 por grupos de entusiastas em clínicas de universidades. Naquela época, utilizava-se o gás como meio de distensão e insufladores da Storz. Desde os primeiros anos, os precursores realizavam quase todos os procedimentos, inclusive a miomectomia.

Devido caso de mortes por embolia gasosa, no início dos anos 90 começou a transição para histeroscopia com meio de distensão líquido. No início, a histeroscopia era apenas um exame diagnóstico, realizado por um instrumento sem um canal instrumental. Após o exame, era realizada a curetagem. Apesar da simplicidade, essa prática persistiu até o início dos anos 2000 e ainda é preservada em algumas clínicas.

Desde o início da década de 2000, o ressectoscópio monopolar começou a se desenvolver. Desde então, muitas histeroscopias com ressectoscópio foram realizadas por alguns entusiastas. Como meio de distensão, foram utilizadas soluções de glicose e carboidratos de baixa viscosidade.

Apesar do uso difundido da Internet e do surgimento de redes sociais, a histeroscopia diagnóstica e cirúrgica não foi muito utilizada na Ucrânia até 2006. Após 2006, houve maior desenvolvimento da histeroscopia, que está ligada à organização de uma série de eventos dedicados à cirurgia endoscópica ginecológica, com o envolvimento de especialistas internacionais. Foi em 2006 que, na minha opinião, se tornou o ano da Ucrânia para o rápido desenvolvimento da endoscopia ginecológica e da histeroscopia em particular.

Daquele ano até os dias atuais, a disseminação da histeroscopia tem aumentado constantemente. Atualmente, muitos centros públicos e privados têm em seu arsenal, instrumental ambulatorial e cirúrgico. Após 2012, o uso da energia bipolar começou a se desenvolver. Lasers de diodo passaram a ser amplamente utilizados em 2013. Em 2015, shavers apareceram em alguns lugares. Em 2018, surgiram os primeiros instrumentos laparoscópicos de 3 mm para a realização de manipulação intra-uterina.

Apesar da enorme evolução que a histeroscopia teve em nosso país, as questões de treinamento e aquisição de novos equipamentos continuam sendo urgentes. No entanto, todos os ginecologistas entendem a importância e os benefícios da histeroscopia, tornando a incorporação dessa técnica em nossa prática apenas uma questão de tempo. Espero, e estou mesmo confiante, que a histeroscopia ambulatorial, os procedimentos em ambientes ambulatoriais, as tecnologias a laser, a embrioscopia histeroscópica e muitos outros tipos de histeroscopia se tornem um

"estetoscópio" dos ginecologistas ucranianos nos próximos cinco anos. O progresso é inevitável.

Mykhailo Medvediev MD, PhD, ScD, department of Obstetrics and Gynecology, Dnepropetrovsk Medical Academy. Ukraine

Visão detalhada de papilas recobrindo o canal

endocervical

Papilas com infiltração de células

mononuclear

A inflamação do colo do útero é dividida em duas categorias, de acordo com a sua etiologia. A endocervicite não infecciosa se origina a partir de uma causa mecânica ou irritativa, como no uso de DIU e pessário. O subtipo mais frequente é a cervicite crônica não específica, que consiste na infiltração de células mononucleares. O segundo tipo mais frequente é a endocervicite polipóide, em que a mucosa endocervical é recoberta por papilas com infiltração de células mononucleares.

Na fase proliferativa precoce do ciclo, uma combinação de heterogeneidade estrutural, ecogenicidade aumentada, a presença de uma forma irregular de pequenas cavidades císticas e inclusões hiperecóicas, vascularização moderada ou aumentada são imagens ultrassonográficas de endocervicite crônica. (Transvaginal Echographic Diagnosis of Chronic Cervicitis. Abdullayev R Ya*, Sibihankulov AH, Kiriya DG and Abdullayev RR. J Gynecol Reprod Med, 2017)

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Entrevista do MêsO Dr. Luiz Cavalcanti é reconhecido como um pioneiro da

histeroscopia na América Latina e que já formou mais de 2000 ginecologistas, de diversos países, na arte da histeroscopia.

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Luiz Cavalcanti de Albuquerque Neto

Chefe do Serviço de Endoscopia Ginecológica do Departamento de Ginecologia da UNIFESP

Sao Paulo, Brasil

Você foi a Paris acompanhar o Prof. Hamou para melhorar sua habilidade histeroscópica. Como foi essa experiência?

No início dos anos 80 fui a Paris conhecer o Prof. Jacques Hamou, realizando os procedimentos histeroscópicos ambulatoriais. Naquela época, a câmera não existia e os procedimentos eram realizados com distensão do gás, espéculo e pinçamento do colo. O exame era difícil de reproduzir pela ausência da câmera tornando  a curva de aprendizado mais lenta.

Este período com prof Hamou  foi fundamental para minha vida profissional, pois esta técnica ainda era praticamente desconhecida no Brasil.

Qual sua opinião sobre a melhoria dos equipamentos nos últimos anos?

Os avanços foram enormes, tornando o procedimento mais seguro, eficaz, rápido e  simples.  Com a melhor riqueza  de detalhes proporcionada pela alta  definição das câmeras, o aprendizado ficou mais fácil com o compartilhamento  das imagens. A utilização do set de Bettocchi provocou uma revolução na maneira de realizar o  exame.  A possibilidade da ação cirúrgica em ambulatório definiu uma "nova histeroscopia".  Agora estamos vivendo um processo de "miniaturização" dos equipamentos endoscópicos.  São tempos para o mini ressectoscópio, mini morcelador... Estou  entusiasmado com o desenvolvimento destas novas técnicas.

Qual é a sua visão sobre a aplicação da histeroscopia de consultório em ginecologia moderna?

A  histeroscopia ambulatorial, oferecendo múltiplas possibilidades de definição diagnóstica e conduta, é de suma importância para a Ginecologia Moderna. A resolução das questões é imediata. Ganha-se tempo.  Com a diminuição do tamanho dos equipamentos, procedimentos cirúrgicos, antes feitos apenas com anestesia, são realizados em ambiente ambulatorial com menos riscos e custos. 

"A  histeroscopia ambulatorial é de suma

importância para a Ginecologia Moderna"

Neste livro, os autores, além dos aspectos técnicos do método, descrevem as principais cirurgias histeroscópicas de maneira prática.

Alguns capítulos oferecem ao leitor dicas clínicas para o manejo da paciente cirúrgica

com ótima documentação de imagem. O trabalho apresenta temas como - anatomia

uterina; cirurgia histeroscópica; eletrocirurgia ginecológica endoscópica; avaliação e

orientação pré-operatória, ultrassonografia e Doppler do endométrio; histeroscopia

cirúrgica; Análogos de GnRh; miomectomia histeroscópica; malformações uterinas;

ablação endometrial; infecção hospitalar associada a histeroscopia.

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Intrauterine morcellator patent images

Em países como o Brasil, onde o custo da medicina tem peso significativo no orçamento, a possibilidade de resolução ambulatorial é fundamental.

Você organizou vários cursos em diferentes países. Na sua opinião, qual é a melhor maneira de aprender histeroscopia?

O ensino da histeroscopia deve ser baseada em conhecimento teórico e prático.

Após orientação teórica, os alunos devem acompanhar grupos de endoscopistas e serem monitorados por um longo período por colegas mais experientes.

Desde 1995, com auxílio dos professores Luca Mencaglia e Alfonso Arias, organizamos cursos práticos para mais de 2000 histeroscopistas  da América Latina. Observar o avanço dos colegas nos enche de orgulho. 

Recentemente realizamos o 11º Simpósio Ítalo Brasileiro de Endoscopia Ginecológica. Contamos com a participação de 400 participantes e com a ajuda dos amigos: Luca Mencaglia, Alfonso Arias, Stephano Bettocchi, Atillio Sardo, Giuseppe Bigatti e via vídeo conferência Luis Alonso e  Antonio Setubal. Várias cirurgias foram realizadas ao vivo. Tivemos o lançamento do mini ressectoscópio e outros equipamentos.  Entre os presentes, vários colegas do Uruguai, Argentina etc,  demonstrando o  interesse que a técnica desperta em nosso continente. 

Você tem algum conselho para o jovem médico que está começando no mundo da cirurgia ginecológica minimamente invasiva?

O jovem médico deve ter uma boa base teórica e se agregar a algum grupo de endoscopistas com maior experiência. 

A endoscopia requer treinamento e dedicação. Há uma curva de aprendizado a ser respeitada .A histeroscopia requer atualização permanente e observação dos avanços tecnológicos.

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Hysteroscopy Newsletter Vol 4 Issue 5

Artigo OriginalA experiência do Sistema de radiofrequência para ablação endometrialLopez-Cavanillas B1, Alvarez-Lopez C, Melendez M, Hernandez A.Departament of Gynecology1, La Paz University Hospital- IdiPAZ, Madrid, Spain.

ABSTRACT

O sangramento uterino anormal é um problema ginecológico comum. Neste estudo, avaliamos a eficácia e a segurança do sistema de ablação endometrial NovaSure para o tratamento de sangramento uterino anômalo em mulheres pré e menopausadas precoces.

Nós projetamos um estudo retrospectivo, unicêntrico, aberto, intervencional e descritivo no Hospital da Universidade de La Paz. Os dados foram coletados retrospectivamente de prontuários: um total de 116 mulheres pré e menopausadas precoces com sangramento uterino aumentado, secundário a causas não estruturais e não responsivas à terapia medicamentosa, que foram submetidas à ablação endometrial por radiofrequência utilizando o Sistema NovaSure entre setembro de 2011 e setembro de 2016 e seus seguimento posterior. A idade média foi de 47,5 +/- 3 DP e a paridade média foi de 1,61 +/- 1,1. Em 93% dos casos, não houve eventos adversos intraoperatórios ou pós-operatórios relatados. Os resultados de um período de 3 meses demonstraram que o sistema NovaSure foi eficaz na redução da perda excessiva de sangue uterino em 87,5% dos pacientes.

Concluímos que o Sistema NovaSure é eficaz e seguro no tratamento do sangramento uterino sintomático em mulheres pré e menopausadas precoces.

Keywords:

Sangramento uterino anômalo Ablação endometrialSistema NovaSure

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INTRODUÇÃO

O sangramento uterino anormal (SUA) é uma condição ginecológica comum que afeta até 14% das mulheres durante os anos reprodutivos e prejudica sua saúde e qualidade de vida (1). Nos casos de hipermenorragia, o tratamento clínico com pílulas anticoncepcionais orais ou sistemas intrauterinos liberadores de levonorgestrel (SIU) é geralmente a primeira linha de terapia (2).

A ablação endometrial descreve uma variedade de técnicas minimamente invasivas para o tratamento do hipermeorragia por meio de uma abordagem histeroscópica (3) e provou ser uma alternativa eficaz e segura para mulheres que desejam conservar seu útero, tem prole constituída e não tolera outra terapia (4). Está associada a menor morbidade, significativamente menos dor e menos complicações (5,6) e quase metade dos custos totais em comparação com a histerectomia (7).

As técnicas de ablação endometrial de segunda geração demonstraram eficácia semelhante à primeira geração (8). O sistema de ablação endometrial controlado por impedância NovaSure (Hologic, Bedford, Mass. USA) emprega energia de radiofrequência bipolar para dessecar o endométrio e o miométrio superficial (9). Um teste de perfuração da cavidade deve ser passado antes de ativar o eletrodo insuflando o útero com dióxido de carbono e assegurando que a pressão possa ser mantida por 4 segundos. O tempo médio de ablação endometrial é de 90 segundos (variação: 60 a 120 s) (1).

Estudos randomizados multicêntricos comprovaram a eficácia e a segurança do sistema NovaSure (10). A taxa de satisfação foi avaliada, mostrando uma taxa de cerca de 90% (11,12).

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Neste estudo, nosso objetivo foi avaliar a eficácia e segurança do sistema de ablação endometrial NovaSure em mulheres em pré ou menopausa precoce, de La Paz University Hospital para o tratamento de sangramento uterino anormal.

MÉTODOS E MATERIAIS

Foi realizado um estudo retrospectivo descritivo da ablação endometrial utilizando o aparelho NovaSure em 116 mulheres com hipermenorragia entre setembro de 2011 e setembro de 2016. O estudo obteve aprovação do Comitê de Ética.

Os critérios de elegibilidade dos pacientes foram: mulheres em idade pré e menopausa precoces, derivadas do nosso hospital para o tratamento de SUA que não respondiam ao tratamento clínico

e sem contra-indicações ao Sistema NovaSure (infecção do trato genital ou urinário, gravidez ou desejo de futura gestação, hiperplasia endometrial ou câncer, cirurgia uterina prévia ((cesariana clássica, miomectomia transmural)) ou condição patológica que pode levar ao enfraquecimento do miométrio, presença de dispositivo intra-uterino, histerometria inferior a 4 cm, largura da cavidade uterina inferior a 2,5 cm (13) e cavidade irregular com defeitos congênitos e miomas submucosos com significativa distorção da cavidade (14).

Todas as mulheres foram avaliadas por exame clínico e a citologia cervical estava atualizada no momento do procedimento. Ultrassonografia pélvica e histeroscopia ambulatorial foram utilizadas para avaliar qualquer distorção intracavitária. Biópsia endometrial pré-operatória

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foi realizada para descartar patologia relevante; hiperplasia ou câncer. Após o consentimento informado assinado, todas as pacientes foram agendadas para o procedimento.

O tratamento de ablação foi realizado por um ginecologista experiente após a dilatação cervical. A histeroscopia diagnóstica foi realizada após a ablação para todos os pacientes para verificar a eficácia do dispositivo e descartar qualquer complicação.

Os procedimentos foram realizados sob anestesia geral intravenosa, exceto em 8 pacientes que foram submetidas a anestesia local, na região paracervical.

As avaliações de acompanhamento foram realizadas aos três meses após a ablação. As informações sobre a satisfação da paciente foram solicitadas, questionando se intervenção adicional ou histerectomia foram realizadas devido à falha do método.

A análise estatística foi realizada utilizando o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) pelo Serviço de Bioestatística do nosso centro. A descrição das variáveis quantitativas foi realizada com média e desvio padrão. Variáveis qualitativas foram descritas com proporções.

RESULTADOS

Entre as 116 pacientes analisadas, a idade média foi de 47,5 +/- 3 DP, variando entre 34 e 57 anos e a paridade média foi de 1,6 +/- 1,1.

Antes da ablação endometrial, 62 pacientes (54,4%) não realizaram terapia medicamentosa prévia. 14 pacientes (12,3%) eram portadores de SIU; 26 pacientes (23,7%) realizaram polipectomia histeroscópica; miomectomia histeroscópica foi realizada em 5 pacientes (4,4%) e houve dois casos (1,75%) de curetagem uterina.

Em 66,4% (75 pacientes) dos casos, nenhuma patologia orgânica foi identificada durante o procedimento. Em 25,9% (30 pacientes) das pacientes foram visualizados pólipos endometriais, 6% (7 pacientes) apresentavam mioma intramural; e em uma paciente (0,9%) foi observado um mioma submucoso de pequeno tamanho.

O tratamento concomitante foi realizado durante o mesmo procedimento cirúrgico em 6,9% das intervenções (8 casos): 5 Essures (Bayer, Leverkusen, Alemanha) foram inseridos, uma ligadura tubária laparoscópica, uma miomectomia e uma curetagem foram realizadas.

Em 8 pacientes, a técnica de ablação com Sistema Novasure foi realizada com anestesia local. Todas pacientes apresentaram boa tolerância. Em apenas um caso foi revertido para anestesia geral devido à impossibilidade de infiltração uterina devido à presença de endométrio secretor avançado.

Em 93% (107) das pacientes não ocorreu complicação durante o procedimento. Das 8 complicações intraoperatórias, encontramos: 3 casos de erro nos testes de CO2; 2 casos de falso trajeto durante dilatação cervical e uma perfuração uterina com acometimento térmico intestinal. Um caso de endometrite pós-intervenção foi documentado.

A principal razão para o tratamento subseqüente foi, em 9,5% (11 pacientes), por sangramento persistente. Em 6 casos (5,8%) foi realizada uma histerectomia; 2 pacientes necessitaram de reintrodução de terapias hormonais orais e em 3, foi inserido SIU. 2 pacientes necessitaram de ablação endometrial repetida.

Uma redução de sangramento bem-sucedida com o uso da ablação bipolar do NovaSure foi alcançada em 91 pacientes (87,5%) no seguimento de 3 meses, 101 pacientes (87,2%) relataram estar satisfeitas com o resultado do tratamento.

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DISCUSSÃO

Nossa experiência com o sistema NovaSure é comparável a outros estudos: a taxa de sucesso foi semelhante, mesmo um pouco menor que a publicada (93% aos 3 meses em nosso estudo versus 90,5% aos 18 meses (15) versus 97,2% aos 36 meses (16) ); considerando que o nosso período de acompanhamento é menor. As taxas de histerectomia e retratamento foram de 2,9% e 3,8%, respectivamente.

A taxa de complicações intra e pós-operatórias em nosso estudo é de 7% vs 13%, conforme relatado por Cooper et al. (10). Apesar da baixa taxa de complicações, deve-se notar que houve uma grave complicação: uma perfuração uterina com acometimento térmico intestinal, que exigiu ressecção intestinal devido erro no teste de perfuração da cavidade.

Evitar histerectomia e retratamento é um aspecto importante na avaliação da eficácia da ablação endometrial: nossa taxa de histerectomia é de 5,2% e 1,9% para retratamento, semelhante ao estudo de Gallinat (17), que relatou 2,9% e 3,8% respectivamente.

REFERENCES

1. Fraser IS, Langham S, Uhl-Hochgraeber K. Health-related quality of life and economic burden of abnormal uterine bleeding. Exp Rev Obst Gynecol 2009;4:179–89.2. Jensen JT, Lefebvre P, Laliberte F, et al. Cost burden and treatment patterns associated with management of heavy menstrual bleeding. J Womens Health (Larchmt) 2012;21(5):539–47.3. American College of Obstetricians and Gynecologists. Endometrial ablation: ACOG practice bulletin no. 81. Obstet Gynecol 2007;109:1233–48.4. Sinha A. A randomised trial of endometrial ablation versus hysterectomy for the treatment of dysfunctional uterine bleeding: outcomes at four years. British Journal of Obstetrics and Gynaecology 1999;106:306–66.5. Cooper K, Lee A, Chien P, Raja E, Timmaraju V, Bhattacharya S. Outcomes following hysterectomy or endometrial ablation for heavy menstrual bleeding: retrospective analysis of hospital episode statistics in Scotland. BJOG 2011;118(10):1171–79.6. Middleton LJ, Champaneria R, Daniels JP et al. Hysterectomy, endometrial destruction, and levonorgestrel releasing intrauterine system (Mirena) for heavy menstrual bleeding: systematic review and meta-analysis of data from individual patients. BMJ 2010;341:c3929.7. Bonafede MM, Miller JD, Lukes A, Meyer NM, Lenhart GM. Comparison of direct and indirect costs of abnormal uterine bleeding treatment with global endometrial ablation and hysterectomy. J Comp Eff Res 2015;4(2):115–22.8. Garry R. Evidence and techniques in endometrial ablation: consensus. Gynecological Endoscopy 2002;11:5–17.9. Stabinsky SA, Einstein M, Breen JL. Modern treatments of menorrhagia attributable to dysfunctional uterine bleeding. Obstetrics and Gynecology Survey 1999;54(1):61–72.

Seria interessante determinar a viabilidade e a eficácia desse dispositivo no ambiente ambulatorial sob anestesia local (18,19) em comparação com a anestesia geral; dada a boa tolerância apresentada.

As principais limitações do nosso estudo foram a falta de um método objetivo para medir a redução do sangramento uterino, o uso de pesquisas padronizadas de satisfação, bem como o acompanhamento de curto prazo.

O sistema de ablação endometrial NovaSure demonstrou alta eficácia e segurança, com uma boa taxa de satisfação da paciente em curto prazo para o controle do sangramento uterino anormal às custas da cirurgia minimamente invasiva em nossa população.

No futuro, este dispositivo poderia ser apresentado como um tratamento de primeira linha: uma alternativa eficaz ao manejo convencional do sangramento uterino anormal em mulheres pré e menopausadas precoces, embora sejam necessários estudos custo-efetivos.

10. Cooper J, Gimpelson R, Laberge P et al. A randomized, multicenter trial of safety and efficacy of the NovaSure system in the treatment of menorrhagia. J Am Assoc Gynecol Laparosc 2002; 9(4):418–28.11. Bongers MY, Bourdrez P, Mol BW, Heintz AP, Brolmann HA. Randomised controlled trial of bipolar radio-frequency endometrial ablation and balloon endometrial ablation. BJOG 2004; 111(10):1095–102.12. Penninx JP, Herman MC, Mol BW, Bongers MY. Five-year follow-up after comparing bipolar endometrial ablation with hydrothermablation for menorrhagia. Obstet Gynecol 2011;118(6):1287– 92.13. http://www.novasure.com/hcp/resources/ifus (Accessed on February 24, 2017)14. Sabbah R, Desaulniers G. Use of the NovaSure Impedance Controlled Endometrial Ablation System in patients with intracavitary disease: 12-month follow-up results of a prospective, singlearm clinical study. J Minim Invasive Gynecol 2006;13(5):467–71.15. Elmardi A, Furara S, Khan F, Hamza M. NovaSure impedance controlled system for endometrial ablation: the experience of the first UK reference centre. J Obstet Gynaecol 2009;29(5):419-22.16. Gallinat A. NovaSure impedance controlled system for endometrial ablation: three-year follow up on 107 patients. Am J Obstet Gynecol 2004;191(5):1585–9.17. Gallinat A. An impedance-controlled system for endometrial ablation: five-year follow-up of 107 patients. J Reprod Med 2007;52(6):467-72.18. Kalkat RK, Cartmill RS. NovaSure endometrial ablation under local anaesthesia in an outpatient setting: An observational study. J Obstet Gynaecol 2011;31(2):152-55.19. Penninx JP, Mol BW, Bongers MY. Endometrial ablation with paracervical block. J Reprod Med 2009;54(10):617-20.

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Fique Por Dentro

O uso da histeroscopia no tratamento das patologias secundárias à cicatriz da cesárea Luis Alonso. Centro Gutenberg. Spain

O processo de cicatrização da cicatriz da cesárea pode ser incompleto. Nessa situação, há uma ruptura do miométrio no local da cicatriz uterina. Esse “gap” no segmento uterino anterior recebe nomes diferentes, sendo os termos “niche” ou istmocele os mais comumente usados. Esse defeito e a relação com alguns sintomas clínicos, como menorragia, dor abdominal, dispareunia e dismenorréia foram descritos pela primeira vez por Morris, usando o termo “síndrome da cicatriz de cesariana”.

A incidência estimada do “defeito de cicatriz de cesária”(DCC) varia entre 24% e 56%. Essa incidência varia consideravelmente dependendo dos relatórios. Isso se deve à variação nas definições e as diferenças nos métodos usados para o diagnóstico do defeito.

Existe uma relação clara entre o defeito anatômico e a existência de diferentes graus de distúrbios hemorrágicos pós-menstruais e outros sintomas ginecológicos como dismenorréia, dor pélvica crônica e infertilidade.

Várias opções cirúrgicas foram propostas para tratar o DCC. Por um lado, um tratamento com reparo laparoscópico da deiscência. Por outro lado, a correção histeroscópica, a fim de melhorar os sintomas. Outras alternativas são o reparo vaginal do DCC e o uso de contraceptivos orais para reduzir o sangue menstrual. O tratamento cirúrgico deve ser reservado apenas para pacientes sintomáticas com sangramento pós mentrual, dor pélvica crônica ou infertilidade secundária. As duas primeiras opções de tratamento são as mais comuns e a escolha está geralmente relacionada com as condições anatômicas do DCC.

A primeira referência sobre o uso do ressectoscópio no tratamento de uma DCC foi feita por Fernandez que realizou a ressecção do tecido fibrótico da parte inferior da cicatriz para facilitar a drenagem do sangue menstrual coletado na cicatriz. Desde então, vários artigos foram publicados e a histeroscopia tornou-se a abordagem mais relatada para o tratamento do DCC sintomática.

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Artigo OriginalHysteroscopy Newsletter Vol 4 Issue 5

Taxas de Gravidez em Mulheres com Anomalias Uterinas (II)Carlo de Angelis, M.D. Universitá degli Studi “La Sapienza” Rome - Italy

ÚTERO SEPTADO

Os defeitos de canalização (Ductos de Muller), chamados úteros septados ou arqueados, são significativamente mais comuns em mulheres com aborto espontâneo (5,3%), especialmente se isso for associado com história de infertilidade (15,4%; Chan, 2011).

O útero septado geralmente é associado ao pior desempenho reprodutivo, com taxas de gestação bem sucedida entre 6 e 28% e taxas de aborto de até 80%. (Grimbizis et al., 2001) O achado de um útero septado não é uma indicação cirúrgica obrigatória porque nem sempre está associado a infertilidade (Heinonen, 1982; Ashton, 1988). Ludmir et al. (1990) acompanharam 42 pacientes com malformações uterinas previamente diagnosticadas mas não corrigidas: relataram uma perda gestacional de 44% antes da 25ª semana, 8% de partos prematuros, 48% de partos a termo e uma taxa de sobrevivência fetal de 53% nas pacientes com útero septado. Muito semelhante a este último são os dados relatados por Woelfer et al. (2001) em mulheres com anomalias congênitas detectadas incidentalmente por ultrassonografia tridimensional. Nesta população, de pacientes consideradas de baixo risco de possuírem anomalia uterina, o útero septado está associado a abortos de primeiro e segundo trimestre em 45,6% dos casos e parto pré-termo em 10,5% dos casos. No entanto, a diferença em relação às mulheres com útero normal permanece altamente significativa (Z = 4,68).

Em um estudo com mulheres com útero septado não tratado (quatro estudos entre 1982 e 1997, Grimbizis et al. 2001), os autores relataram uma taxa média de 44,1% de abortos, uma média de 22,3% de taxa de parto prematuro, uma média de 32,9% na taxa de parto a termo e uma média de 50% de taxa de natalidade. Estes dados sugerem que o resultado da gravidez em pacientes com útero septado não tratado permanece significativamente menor do que em mulheres com útero normal, embora não tão baixo como relatado

em outros estudos (Homer et al. 2000), e é próximo de mulheres com um útero bicorno não tratado.

Não obstante, é preciso mencionar que o termo "não tratado" significa uma mulher que não foi submetida / não passará por cirurgia corretiva, de modo que podemos supor que é o desempenho reprodutivo de um grupo misto de pacientes com infertilidade sintomática ou assintomática ou aborto espontâneo.

Por outro lado, se olharmos para a maioria dos estudos sobre metroplastia histeroscópica para o útero septado em mulheres com infertilidade ou aborto espontâneo, os resultados são totalmente diferentes daqueles relatados em pacientes não selecionadas, com um desempenho reprodutivo muito ruim antes da cirurgia. Em uma revisão sistemática (Homer et al, 2000) sobre 1.062 gestações em conjunto de 658 pacientes, a taxa de aborto antes da metroplastia histeroscópica

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é de 88%, a taxa de parto prematuro é de 9% e a taxa de partos a termo é de 3%. Em outra revisão, (Grimbizis et al, 2001) os dados são muito semelhantes: de 599 gestações combinadas de 292 mulheres, a taxa de aborto relatada é de 86,4%, taxa de parto prematuro de 9,8%, taxa de parto a termo de 3,3% e taxa de nascidos vivos 6,1% Assim, podemos acreditar que, em pacientes com um útero septado sintomáticas para infertilidade e / ou aborto, a baixa taxa de gravidez é uma realidade adversa.

Baseado na literatura mais atualizada sobre o tema, encontramos alguns estudos notáveis publicados nos últimos dez anos, que apoiam o fraco desempenho reprodutivo de pacientes selecionadas com útero septado antes da cirurgia histeroscópica. Gergolet et al. (2012) relatou uma taxa de aborto de 82,1%, uma taxa de gravidez ectópica de 2,1% e uma taxa de nascidos vivos de 15,7%; Saravelos et al. (2007) obtiveram no aborto espontâneo, na gravidez ectópica e nas taxas de nascidos vivos de 85,7%, 4,7% e 9,4%, respectivamente. HollettCaines et al. (2006) e Pace et al. (2006) relataram pacientes com antecedentes obstétricos semelhantes, com taxas de abortamento precoce em torno de 95%. Não foram registrados dados sobre as taxas de parto a termo e de nascidos vivos, podendo presumir que era quase zero, como no estudo de Venturoli et al. (2002), que relataram uma taxa de aborto de 100%.

Em conclusão, a revisão dos dados parece demonstrar uma forte relação entre o útero septado e o resultado reprodutivo adverso em pacientes selecionadas com infertilidade e abortos espontâneos.

Além disso, de acordo com a revisão sistemática e metanálise realizada por Chan et al. (2011), os defeitos de canalização estão associados a

infertilidade (R.R. 0,86), aumento de aborto espontâneo no primeiro trimestre (R.R. 2,89), prematuridade (R.R. 2,14) e apresentação fetal anômala (R.R. 6,24).

Não está claro se o comprimento do septo uterino pode ter um impacto sobre o resultado da gravidez em mulheres com um útero septado. Kupesic e Kurjak (1998) não encontraram correlação entre o comprimento do septo e a taxa de complicações obstétricas. Outros autores sugerem que complicações obstétricas, o aborto tardio no primeiro trimestre ou o aborto precoce no segundo trimestre podem estar correlacionados com o comprimento do septo, onde os mais longos apresentam maior risco (Valle et al., 2013). No entanto, a maioria dos estudos na literatura não faz distinção entre úteros arqueados ou septados em termos de resultado reprodutivo, o que significa que as pacientes em questão são geralmente incluídas no mesmo grupo de estudo.

Recentemente Gergolet et al. (2012) investigaram prospectivamente se a metroplastia histeroscópica em pacientes com um pequeno septo poderia aumentar a fertilidade e reduzir a taxa de aborto em comparação com a metroplastia em um grupo de pacientes com um útero septado de maior comprimento. Ambos os grupos mostraram resultados muito semelhantes: taxa de aborto, respectivamente, 94,9% e 82,1% antes da metroplastia vs. 11,1% e 14,0% após a cirurgia; taxa de parto de 2,6% e 15,7% antes da metroplastia vs. 88,9% e 84,2% após a operação. A conclusão é que, de acordo com os resultados acima, não há evidências que sustentem que um pequeno septo (inferior a 1,5 cm) tenha um efeito diferente sobre o resultado reprodutivo em relação a um útero septado (recuo de 1,5 cm ou mais), seja antes ou depois da correção cirúrgica da anomalia. Em outras palavras, o comprimento do septo parece ser ineficaz na determinação do desempenho reprodutivo desses pacientes, sendo um pequeno septo tão prejudicial quanto o longo.

Em uma série de 826 partos de 730 mulheres previamente tratadas com metroplastia histeroscópica, Tomazevic et al. (2007) relataram um melhor resultado da gravidez após a metroplastia tanto no útero septado (longo ou curto) quanto no arqueado. Eles concluíram que o comportamento clínico de um útero septado longo ou curto não é diferente.

Woelfer et al. (2001) não encontraram nenhuma correlação entre a profundidade do recuo basal em um útero arqueado e aborto espontâneo no primeiro trimestre, aborto espontâneo no segundo trimestre

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ou taxas de parto prematuro. Em mulheres com um útero septado, a taxa de aborto no primeiro trimestre parece diminuir à medida que o comprimento do septo uterino aumenta, mas esse achado não alcançou significância estatística. Além disso, não há correlação entre o comprimento do septo e o aborto espontâneo no segundo trimestre ou as taxas de parto prematuro.

Portanto, mais estudos prospectivos controlados são necessários para chegar a uma conclusão definitiva sobre o assunto, embora os estudos mais recentes pareçam contradizer a importância do tamanho do septo na cavidade uterina.

UTERO “T-SHAPED” / HIPOPLÁSICO

Hipoplasia e dismorfismo da cavidade uterina são fatores desfavoráveis para fertilidade e prognóstico da gestação. A etiologia da hipoplasia uterina geralmente não é clara, além da exposição in-utero ao dietilestilbestrol (DES) (Garbin et al, 1998). DES foi prescrito durante a década de 1950 e final dos anos 1960 como um tratamento para o aborto espontâneo ameaçado; foi dado a cerca de quatro milhões de mulheres nos EUA, enquanto na França aproximadamente oitenta mil mulheres foram expostas a DES in utero (Pons et al., 1998). Em um grupo de 277 pacientes submetidos à HSG Kaufman et al. (1977) relatam anormalidades em 70% das mulheres expostas, sendo as alterações uterinas mais prevalentes são o útero em forma de T (19%) e o útero hipoplásico (13%; Cabeau, 1982). Além disso, coexistem estrias, especialmente um anel de constrição no terço médio, contornos uterinos irregulares e outras anomalias.

Muitos estudos relataram um aumento nas taxas de infertilidade e aborto em mulheres afetadas pelo útero em forma de T ou útero hipoplásico. Kaufman et al. (1986) relatou o risco de infertilidade aumentada em 1,49 no útero em forma de T, por 2,26 na presença de istmo estreito, e por 2,63 quando ambas anomalias estavam presentes. Mesmo o resultado da gravidez parece muitas vezes comprometido, com taxas mais altas de gravidez ectópica, abortos e partos prematuros (Pons et al., 1988).

Katz et al. (1996) descreveram oito mulheres com disfunção reprodutiva que foram diagnosticadas por histerossalpingografia e histeroscopia com útero em “T” e submetidas à metroplastia histeroscópica. Antes do procedimento operatório, elas tiveram dez abortos espontâneos (90,9%) e uma gravidez ectópica (9,1%), sem nenhum parto a termo. Garbin et al. (1998) relataram quinze mulheres com um útero malformado hipoplásico que haviam sido

expostas a DES intra útero: antes da metroplastia histeroscópica, elas haviam totalizado 32 gestações sem nenhum nascimento vivo. Dados semelhantes são referidos por Barranger et al. (2002) em 15 mulheres com útero hipoplásico e 26 gestações gerais antes da cirurgia: relataram uma taxa de aborto no primeiro trimestre de 61,6%, uma taxa de aborto de 7,7% no segundo trimestre, uma gravidez ectópica. Taxa de 11,5%, dois casos de óbito fetal (7,7%) e um parto pré-termo antes de 32 semanas (3,8%). Nenhum parto a termo e dois abortos legais foram registrados.

Fernandez et al. (2011) publicaram a maior série sobre o resultado reprodutivo antes e depois da correção cirúrgica de um útero em forma de T. Eles apresentaram um estudo retrospectivo em 97 mulheres com útero hipoplásico, cavidade uterina cilíndrica e abaulamento das paredes laterais do útero; enquanto 63 apresentavam história de exposição a DES, os 35% restantes apresentavam uma malformação congênita atribuível a outras causas ou uma malformação adquirida em forma de T. Em um total de 78 gestações antes da metroplastia histeroscópica, a prevalência de aborto é de 78,2%, gravidez ectópica 17,9%, parto prematuro, 3,8% com todos os óbitos neonatais e sem nascimento vivo.

Em conclusão, a patogênese desta anomalia uterina congênita permanece incerta, além da exposição ao DES no útero, sua causa ainda é desconhecida. Quando não é tratado cirurgicamente, parece estar associado a uma taxa baixa de gravidez.

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Qual é o Seu Diagnóstico

L. Alonso L. Alonso

Resposta da última edição: útero septado completo com cistos de Naboth bilaterais

Endoscopy in Infertility (Endoscopia na infertilidade) ECAB Urvashi P Jha Elsevier India - 2013

Historicamente, a endoscopia ginecológica começou nos anos 30 com o desenvolvimento da laparoscopia diagnóstica, mas

hoje a endoscopia ginecológica tornou-se uma parte essencial da cirurgia ginecológica. Na prática atual, os benefícios da

histeroscopia já estão consolidados atrás de fatos inegáveis, tanto para os hospitais quanto para os pacientes. A

histeroscopia pode ser considerada o padrão-ouro para a avaliação da cavidade uterina em casos de sangramento uterino

anormal, infertilidade, perda recorrente de gravidez e espessamento endometrial. Pode ser realizado no consultório

(histeroscopia ambulatorial) ou em ambiente cirúrgico, sob anestesia geral (“day hospital”).

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Case ReportHysteroscopy Newsletter Vol 4 Issue 5

Atrofia Cística do Endométrio Dr. Tanvir Singh, Dr. Meeta Singh Hyderabad, India

RESUMO

A atrofia cística endometrial é um achado histeroscópico benigno e infrequente, observado mais frequentemente em mulheres na pós-menopausa tratadas com tamoxifeno, e pode explicar o endométrio espessado na ultrassonografia transvaginal nessa população de pacientes sem evidência de pólipos, hiperplasia ou adenocarcinoma endometrial após avaliação cirúrgica [1,2].

Em mulheres na pós-menopausa que não recebem tamoxifeno, a espessura anormal do endométrio (com corte anormal entre 3 e 8 mm) na ultrassonografia transvaginal é comumente associada a anormalidades endometriais, como pólipos endometriais, hiperplasia ou adenocarcinoma [3].

Keywords:

Atrofia cística Histeroscopia sangramento pós-menopausa

RELATO DE CASO

Paciente de 73 anos apresentou corrimento branco persistente e prurido por um mês. Paciente sem comorbidades, não faz uso medicação e sua menopausa foi aos 51 anos. Seu índice de massa corporal é de 28 e a circunferência da cintura é de 102 cm. No exame físico, os genitais externos são normais. O exame especular revelou vagina atrófica, corrigida com estrogênio local. O exame de Papanicolaou foi negativo para malignidade intra-epitelial.

Ela foi tratada por uma semana com antibiótico oral de amplo espectro. Após o tratamento, ela teve uma descarga branca persistente. A espessura endometrial na ultrassonografia transvaginal foi de 5 mm com suspeita de pólipo endometrial

A histeroscopia ambulatorial foi realizada utilizando um histeroscópio de fluxo contínuo de 4 mm (Bettocchi Office Hysteroscope tamanho 4, Karl Storz, Tuttlingen, Alemanha) com um sistema óptico de lente de haste de 2,9 mm. A distensão da cavidade uterina foi realizada com solução salina e a pressão intrauterina foi controlada com Hamou Endomat e mantida a 50 mm de Hg. Utilizou-se uma tesoura cortante mecânica semi-rígida de 5 Fr para perfurar as lesões císticas e realizou-se biópsia endometrial utilizando uma pinça.

Histeroscopicamente, o endométrio apareceu achatado com a presença de múltiplas protuberâncias císticas com suposto fluído. A histopatologia relatou atrofia cística do endométrio. Após 6 meses, ao ser reavaliada, sua espessura endometrial foi de 2 mm na ultrassonografia transvaginal e com melhora das queixas.

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DISCUSSÃO

Este é um caso único de hiperplasia cística endometrial, pois a queixa apresentada foi corrimento branco excessivo, que ao exame não era de origem vaginal ou cervical. Na maioria dos estudos, o sintoma de apresentação é o sangramento pós-menopausa.

A atrofia cística endometrial é uma variedade rara de espessamento endometrial na pós-menopausa. É um processo benigno que não se identifica com a verdadeira hiperplasia. É um dos quatro tipos de endométrio atrófico agrupados em quatro categorias: (1) atrófica e inativa (2) atrófica e fracamente proliferativa (atrófica não inativa) (3) mista e (4) cística atrófica. É um diagnóstico histológico.

O epitélio endometrial em atrofia é colunar, cúbico ou pavimentoso com elementos figurados raros ou sem mitose. Várias explicações foram atribuídas ao desenvolvimento da atrofia cística. Pode ser devido à proliferação irregular ou hiperplasia glandular cística que ocorre antes do declínio dos níveis de estrogênio. O padrão histológico geralmente depende do último padrão normal antes da menopausa [4]. A segunda causa pode ser a presença de glândulas atróficas dilatadas em mulheres com 35 anos ou mais. Uma terceira explicação é que a fibrose estromal pode bloquear as glândulas e causar sua distensão [5].

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Di Spiezio Sardo Di Spiezio Sardo

O endométrio atrófico é muito fino. Embora a presença de cistos endometriais possa levar ao aparecimento de endométrio espessado.

Em um estudo retrospectivo conduzido por Oronzo Ceci et al em 88 mulheres com câncer de mama pós-menopausa em tamoxifeno por 12 a 72 meses, a avaliação histeroscópica mostrou uma incidência de 15,4% com atrofia cística glandular [6].

Em outra revisão retrospectiva de McGonigle e cols. em 39 pacientes com câncer de mama pós-menopausa tratados com tamoxifeno, a prevalência de atrofia cística endometrial foi de 29%. Este estudo foi realizado para detectar anormalidades endometriais por ultrassonografia transvaginal neste grupo que pode representar atrofia cística endometrial. Segundo os autores, as características ultrassonográficas não distinguiram com precisão a presença de pólipos endometriais e atrofia cística endometrial. E eles descobriram que a atrofia cística endometrial foi mais comumente detectada em mulheres que foram submetidas à histerectomia (9 de 11), em seguida, em mulheres que sofreram uma curetagem - histeroscopia (1 de 24) [1].

D.G.E. Elkholi, et al realizaram um estudo observacional prospectivo em que a concentração

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sérica de testosterona total (T), androstenediona (A), esterona (E1) e estradiol (E2) e globulina de ligação a hormônios sexuais (SHBG) foram estimadas para 50 pacientes com endométrio atrófico durante episódios de sangramento e em 47 casos foram estimados também entre episódios de sangramento.

A atrofia cística foi detectada em 6 casos (6,18%). Sabendo que existem 4 tipos histológicos de endométrio atrófico - atrófico inativo, atrófico / fracamente proliferativo (não inativo), misto (inativo e inativo) e cístico atrófico, a concentração sérica de hormônios esteroides sexuais T, A, E1 e E2 foi significativamente maior e SHBG foi significativamente menor nos casos de endométrio atrófico / fracamente proliferativo e misto do que nos casos de endométrio atrófico inativo e atrófico cístico. Isso pode explicar o desenvolvimento de adenocarcinoma endometrial em um endométrio atrófico.

REFERENCES

1- McGonigle, K.F., Shaw, S.L., Vasilev, S.A., Odom-Maryon, T., Roy, S., and Simpson, J.F. Abnormalities detected on transvaginal ultrasonography in tamoxifen-treated postmenopausal breast cancer patients may represent endometrial cystic atrophy. Am J Obstet Gynecol. 1998; 178: 1145–1150.2- Kalampokas, T., Sofoudis, C., Anastasopoulos, C., Boutas, I., Melloy, S., Kondi-Pafiti, A. et al. Effect of tamoxifen on postmenopausal endometrium. Eur J Gynaecol Oncol. 2013; 34: 325– 328.3- Dijkhuizen FP, Brölmann HA, Potters AE, Bongers MY, Heintz AP. The accuracy of transvaginal ultrasonography in the diagnosis of endometrial abnormalities. Obstet Gynecol 1996;87:345-9.

LEARNING POINTS

A apresentação da secreção branca persistente além das causas comuns necessita de avaliação adicional, como neste caso, a partir de uma atrofia cística do endométrio.

Avaliações adicionais para mulheres pós-menopáusicas sintomáticas devem incluir uma ultrassonografia transvaginal, histeroscopia, uma vez que está sob visão direta e uma biópsia endometrial.

Verificar a concentração sérica dos hormônios esteróides sexuais T, A, E1 e E2 A SHBG ajuda a diferenciar um endométrio atrófico ativo, ajudando no seguimento da paciente.

4- Kurman RJ, Ronnett BM, Hedrick Ellenson L, Editors. Blaustein’s pathology of the female genital tract. 6th ed. New York:Springer; 2011.5- B.J. Procope. Etiology of postmenopausal bleeding. Acta Obstet Gynecol Scand, 50 (1971), pp. 311-316.6- Oronzo Ceci, M.D., Stefano Bettocchi, M.D., Fiorino Marello, M.D., et al. Hysteroscopic evaluation of the endometrium in postmenopausal women taking tamoxifen. JAmAssocGynecolLaparosc7(2):185-189, 2000.7- Dina Gamal Eldeen Elkholi , Halah Mohamed Nagy.Unexplained postmenopausal uterine bleeding from atrophic endometrium: Histopathological and hormonal studies. Middle East Fertility Society Journal (2015) 20, 262–270

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HYSTEROSCOPY

Editorial teaM A “incontrolável” revolução da histeroscopia

Começou como um sonho, depois se tornou uma ótima idéia… logo depois, as pessoas a chamavam de revolução… mas agora a histeroscopia se tornou a pedra angular da ginecologia clínica, especialmente a ginecologia de

consultório. O momento chegou, a comunidade ginecológica percebeu o benefício substancial de abraçar a histeroscopia na prática clínica. A tecnologia de inovação, produzindo equipamentos melhores e mais fáceis de usar, tem sido

uma parte importante dessa revolução ... Mas nada teria acontecido se não tivéssemos o apoio e liderança de um professor reconhecido mundialmente que

acreditava neste projeto desde a infância.

“O histeroscópio é meu estetoscópio” é o nosso slogan. Esta memorável frase inspiradora criada pela Dra. Linda Bradley tornou-se a bandeira principal da

nossa “revolução”. Nós, equipe da Hysteroscopy Newsletter, estamos extremamente orgulhosos de ter Linda em nossa equipe. Como se tivessemos “Lionel Messi” ou “Lebron James” ou “Peyton Manning” como companheiro de equipe. Linda, uma pioneira da histeroscopia, por muitos anos não apenas acreditou em nossa revolução, como a apoiou desde o início. Sua liderança e

paixão pela histeroscopia é inspiradora. Agora, estamos extremamente orgulhosos em anunciar sua nomeação como a nova Diretora Médica da AAGL.

Através da Hysteroscopy Newsletter, queremos sinceramente parabenizar a Dra. Bradley por essa merecida conquista profissional, desejando-lhe grande

sucesso nesta nova jornada.

Parabéns Linda !!!!

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