11
As sepsis por clostrideos em tecidos moles constituem uma grave infec9ao de partes moles: tecido celular subcutaneo, musculos ou visceras. Produzem gangrena invasiva, com forma- 9ao de gases e necrose, assim como to- xemia intensa que levam com freqiiencia o paciente a falencia de multiplos orgaos emorte. A presen9a de enfisema, ou seja, gas de- tectado it palpa9ao, ou atraves de ima- gens radiologicas com tecnicas para par- tes moles, e urn dos sinais mais impor- tantes e nao deve ser confundido com outras infec90es causadas por microor- ganismos produtores de gas 0 que signi- ficaria estabelecer falsos diagnosticos e prognosticos com conseqiiente trata- mento incompleto ou insuficiente e atra- so em realizar procedimentos cirtirgicos. SEPSIS POR CLOSTRIDEOS EM TECIDOS MOLES A sepsis por clostrfdeos em tecidos moles e uma das infec90es mais graves e antigas que 0 homem tern enfrentado durante toda a Historia das Ciencias Medi- cas. Recebendo freqiientemente 0 nome generico de gangrena gasosa, sua evolu- 9ao quanta it incidencia vern tendo mudan9as, havendo uma tendencia it diminui- 9ao. Apesar do melhor entendimento da patologia, modernos antibioticos e quimi- oterapicos e a introdu9ao da oxigenoterapia hiperbarica e outros metodos, os paci- entes ainda sofrem altos indices de mutila90es de suas extremidades e orgaos afetados e elevada mortalidade. Os clostrideos sao bacilos Gram positivos esporu- lados, anaerobios restritos e moveis. Os clostrideos de tecidos moles sao numero- sos, porem os que mais se apresentam na pratica medica sao tres: 1. Clostridium perfringes, chamado tanlbem de welchii, 2. Clostridium edematiens ou novyi, 3. Clostridium septicurn. Todos os clostrideos sao capazes de produzir esporos. Estes constituem sua forma de reprodu9ao e tambem urn modo de resistencia ao meio adverso. Consideramos que os clostrideos de tecidos moles produzem quatro diferentes formas clinicas: 1. Contamina9ao simples, 2. Celulite anaerobica, 3. Mionecrose ou miosite clostridiana e 4. Formas espontaneas ou nao traumaticas. o tratamento dessas sepsis deve ser agressivo e 0 mais precoce possivel, podendo ser: profil<itico, clinico, oxigenoterapia hiperbarica e cirtirgico. A sepsis por clostrfdeos em teci- dos moles e uma das infec90es mais graves e antigas que 0 ho- mem tern enfrentado durante toda a his- toria das Ciencias Medicas. Recebendo freqiientemente 0 nome generico de gan- grena gasosa, sua evolu9ao quanta it in- cidencia vern tendo mudan9as, havendo uma tendencia it diminui9ao. Apesar do melhor entendimento da patologia, me- demos antibioticos e quimioterapicos e a introdu9ao da oxigenoterapia hiperba- rica e outros metodos, os pacientes ain- da sofrem altos indices de mutila90es de suas extremidades e orgaos afetados e elevada mortalidade. Por isso, faz-se oportuno revisar seus conhecimentos atualizando-os e remode- lando conceitos que nos permitam uma real compreensao, assim como melhores resultados no atendimento a estes paci- entes que ainda apresentam uma eleva- da mortalidade. Enrique Yara Sanchez Professor de Cirurgia Vascular da Universidade de Havana, Cuba Carlos Araujo Cirurgiao vascular

Sepsis Por Clostrídeos Em Tecidos Moles

  • Upload
    dodat

  • View
    223

  • Download
    4

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Sepsis Por Clostrídeos Em Tecidos Moles

As sepsis por clostrideos em tecidosmoles constituem uma grave infec9ao departes moles: tecido celular subcutaneo,musculos ou visceras.Produzem gangrena invasiva, com forma­9ao de gases e necrose, assim como to­xemia intensa que levam com freqiienciao paciente a falencia de multiplos orgaosemorte.A presen9a de enfisema, ou seja, gas de­tectado it palpa9ao, ou atraves de ima­gens radiologicas com tecnicas para par­tes moles, e urn dos sinais mais impor­tantes e nao deve ser confundido comoutras infec90es causadas por microor­ganismos produtores de gas 0 que signi­ficaria estabelecer falsos diagnosticos eprognosticos com conseqiiente trata­mento incompleto ou insuficiente e atra­so em realizar procedimentos cirtirgicos.

SEPSIS POR CLOSTRIDEOSEM TECIDOS MOLESA sepsis por clostrfdeos em tecidos moles e uma das infec90es mais graves eantigas que 0 homem tern enfrentado durante toda a Historia das Ciencias Medi­cas. Recebendo freqiientemente 0 nome generico de gangrena gasosa, sua evolu­9ao quanta it incidencia vern tendo mudan9as, havendo uma tendencia it diminui­9ao. Apesar do melhor entendimento da patologia, modernos antibioticos e quimi­oterapicos e a introdu9ao da oxigenoterapia hiperbarica e outros metodos, os paci­entes ainda sofrem altos indices de mutila90es de suas extremidades e orgaosafetados e elevada mortalidade. Os clostrideos sao bacilos Gram positivos esporu­lados, anaerobios restritos e moveis. Os clostrideos de tecidos moles sao numero­sos, porem os que mais se apresentam na pratica medica sao tres: 1. Clostridiumperfringes, chamado tanlbem de welchii, 2. Clostridium edematiens ou novyi, 3.Clostridium septicurn.Todos os clostrideos sao capazes de produzir esporos. Estes constituem sua formade reprodu9ao e tambem urn modo de resistencia ao meio adverso.Consideramos que os clostrideos de tecidos moles produzem quatro diferentesformas clinicas: 1. Contamina9ao simples, 2. Celulite anaerobica, 3. Mionecrose oumiosite clostridiana e 4. Formas espontaneas ou nao traumaticas.o tratamento dessas sepsis deve ser agressivo e 0 mais precoce possivel, podendoser: profil<itico, clinico, oxigenoterapia hiperbarica e cirtirgico.

Asepsis por clostrfdeos em teci­

dos moles e uma das infec90esmais graves e antigas que 0 ho­

mem tern enfrentado durante toda a his­toria das Ciencias Medicas. Recebendofreqiientemente 0 nome generico de gan­grena gasosa, sua evolu9ao quanta it in­cidencia vern tendo mudan9as, havendouma tendencia it diminui9ao. Apesar domelhor entendimento da patologia, me­demos antibioticos e quimioterapicos ea introdu9ao da oxigenoterapia hiperba­rica e outros metodos, os pacientes ain­da sofrem altos indices de mutila90es desuas extremidades e orgaos afetados eelevada mortalidade.Por isso, faz-se oportuno revisar seusconhecimentos atualizando-os e remode­lando conceitos que nos permitam umareal compreensao, assim como melhoresresultados no atendimento a estes paci­entes que ainda apresentam uma eleva­da mortalidade.

Enrique Yara SanchezProfessor de Cirurgia Vascularda Universidade de Havana,Cuba

Carlos AraujoCirurgiao vascular

Page 2: Sepsis Por Clostrídeos Em Tecidos Moles

SEPSIS POR ClOSTRioEOS EM TECIOOS MOLES

Em geral ha antecedentes de urn traumaou cirurgia, quando tambem pode apre­sentar-se de forma espontanea, sem trau­ma previo, porem com doen~as e fatoresgerais agravantes cada vez mais nocivos,porem freqiientemente ocultos para 0

paciente e seu medico.As regi6es mais freqiientemente envol­vidas sao as afetadas por traumatismose cirurgias, de preferencia extremidadese abdome 63. Da mesma forma existem for­mas viscerais, as quais sao denomina­das de enfisematosas, como colecistiteenfisematosa, pielonefrite enfisematosae outras. Ha relatos de formas craniana74, de pesco~o 40,29, do mediastino 67, do

retroperit6nio e de outras areas 78.

Nao existe orgao ou regiao que escape aesta grave infec~ao.

Caracteristicas dos clostrideos que in­fectam os tecidos moles:

Sao bacilos Gram positivos esporuladose medem de 1-5 micras de largura por 0,5de comprimento. Sao anaerobios restri­tos e moveis, caracteristica que se perdeem poucos segundos na presen~a depequenas quantidades de oxigenio.Os clostrideos e os esporos contidos noseu interior podem ser evidenciados deforma imediata com relativa facilidade, aorealizar uma colora~ao de Gram de umaamostra de secre~ao da zona afetaaa.Tambem sao demonstrados nas biopsiasdos tecidos debridados, assim como cul­turas em anaerobiose. Os clostrideos detecidos moles sao numerosos, porem osque mais se apresentam na pratica medi­ca sao tres:1. Clostridium perfringes, chamado tam­bern de welchii. Sao os mais freqiientes28, presente em 75% dos doentes e osmais graves, pois sua mortalidade atinge56%. Eresponsavel pela hiperemia facialdos pacientes infectados. Sao encontra­dos comumente nos solos, junto com

Clostridium tetani. Sao imoveis, poremsao os mais virulentos entre os clostri­deos de partes moles.2. Clostridium edematiens ou novyi. Suaintensa produ~ao de edema, faz com queo paciente seja confundido com freqiien­cia com portador de uma trombose veno­sa profunda, com conseqiiente demorano diagnostico e tratamento especffico.Mortalidade de 25% dos infectados.3. Clostridium septicum: eo menos fre­qiiente e sua mortalidade tambem gira emtomo de 25%.

ESPOROSTodos os clostrideos sao capazes de pro­duzir esporos. Estes constituem sua for­ma de reprodu~ao e tambem urn modo deresistencia ao meio adverso. Quando ascondi~6es ambientais sao desfavor<iveis,os clostrideos dos tecidos moles agluti­nam todo 0 seu material genetico em umapor~ao do seu citoplasma que constituio esporo, uma pequena estrutura ovala­da, situada na posi~ao subterminal, quea diferencia de outros clostrideos, naocria protrusao no bacilo e que se mantemviavel mesmo depois da destrui~ao des­teo Urn esporo pode gerar urn bacilo pa­togeno passadas varias decadas. Os es­poros sao muito resistentes ao frio, luzsolar, clima seco e a muitos agentes quf­micos. Particularmente importante e suaresistencia ao calor, sendo muito termo­resistentes: mesmo a 121°C durante tresminutos.Por outro lado, os clostrideos sao des­trufdos por uma grande variedade deagentes ffsicos e quimicos, da mesmaforma sao susceptfveis aPenicilina G eoutros antimicrobianos, particularrnenteos irnidazolicos.

Os clostrfdeos de diversas especies eseus esporos sao encontrados em 100%das amostras retiradas do solo aleatoria-

ENRIQUE YARA SANCHEZ E COlS.

mente e suas doen~as estao ligadas aosolo 67.

Particularrnente infectantes sao os deje­tos animais, em especial os dos eqiiinos.Nos humanos podem ser encontrados napele, no trato gastrintestinal, com prefe­rencia para 0 colon e portanto, em suasfezes 77; assim como na vesicula biliar eno trato genital feminino, principalmentena vagina. Em pessoas idosas as hemo­culturas que mostram clostrideos nao saoinfreqiientes, apesar destes nao estaremdoentes. Quando presentes na correntesangiifnea, nao produzem toxinas, poisnecessitam de urn meio anaerobio, quereduza 0 potencial redox, para desenca­dear a enfermidade. Outros tipos de clos­trideos sao responsaveis cada vez maisfreqiientes de focos epidemicos intra­hospitalares de diarreia que e atribufdauma patogenicidade protagonizada peloClostridium difficile que exacerba sua vi­ru1encia e produz doen~a no portador sao,quando este recebeu antibiotico que al­tera drasticamente sua flora intestinal.Ha de se esperar que urn numero impor­tante das disbacterioses e quadros diar­reicos em ocasiao de tratamento com an­tibioticos sejam verdadeiras sepsis gas­trintestinais por clostrideos.

Os clostrfdeos de tecidos moles produ­zem uma infeCl;iio local com toxemia adistancia. Eles liberam poderosas exoto­xinas e enzimas 17.45.35.71,72, responsaveis

por destrui~ao tissular, hem6lise e falen­cia de multiplos 6rgaos.A exotoxina mais conhecida e deterrni­nante e a ± 26,11, que e uma metaloenzima

de zinco 54, com atividade fosfolipase C eque necessita de fons de calcio para unir­se amembrana celularS5

, ao mesmo tem­po em que e a maior responsavel por suavirulencia 7.21 ao favorecer a imobilidade

dos leuc6citos e a destrui~ao das mem­branas celulares. Alem disso tem-se de-

Page 3: Sepsis Por Clostrídeos Em Tecidos Moles

SEPSIS POR CLOSTRioEOS EM TECIOOS MOLES

monstrado que as celulas endoteliaisproduzem, em resposta a ± toxina, doslipideos vasoativos: 0 fator ativador deplaquetas (PAF) e a prostaciclina 13.

Outras exotoxinas sao demonstradas: tou perfringolisina a e k ou colagenase63,4

As enzimas t6xicas dos clostrideos tam­bern sao lecitinases, entre as quais seencontram a hemolisina e 0 Jator de ne­crose cistica, assim como hialironida­se, verdadeiro fator de difusao.as tecidos, que recebem esta a9ao enzi­matica, produzem substancias vohiteis:amonfaco e gas sulfuroso, assim comotambem, libera9ao de~ e CO2e de acidoaceto-acetico, betahidroxibutfrico e ou­tros acidos graxos. Produz-se trombosede capilares 0 que leva ao edema. as ga­ses e 0 edema desencadeiam intensa dore tumefa9ao.Entre as toxinas mortais que sao produ­zidas pelos clostrideos de tecidos moles,em rela9ao aos clostrideos botulfnico etetanicos, nao se encontram neurotoxi­nas, por isso os pacientes nao tern asmanifesta90es neurol6gicas do botulis­mo: paralisia de pares cranianos e ner­vos motores; tampouco trismos, convul­soes, opist6tonos, parada cardiorespira­

t6ria.as pacientes com sepsis por clostrideosde tecidos moles morrem geralmente pelatoxemia, vitimas de dois grupos de subs­tancias deleterias:I. As toxinas formadas pelos clostrfde­os, no foco afetado pela infec9ao.2. as produtos formados pela desinte­gra9ao das celulas, tecidos e 6rgaos.Elas se disseminam por todo 0 organis­mo com efeitos sobre 0 sangue, meio in­temo, ffgado, rins e cora9ao.

S6 crescem em meios anaer6bios por issoa dificuldade de isolamento e identifica­9ao. a transporte do in6culo, desde a le-

sao do paciente ate 0 laborat6rio de mi­crobiologia devera ser realizado, obriga­toriamente, em meio anaer6bio como, porexemplo, 0 thioglicolato.

Para que se produza uma sepsis por clos­trfdeo e obrigat6rio a associa9ao dos ele­mentos essenciais: a) clostrfdeos e seusesporos e b) tecidos an6xicos, determi­nados por isquemia ou por avulsao, ar­rancamento, compressao, esmagamentoe pisoteamento, assim como, a insufici­encia arterial e as enfermidades neopla­sicas que produzem urn decrescimo localdo potencial redox e que favorecem 0desenvolvimento e multiplica9ao 12. Exis­tern fatores que ajudam a criar uma peri­gosa associa9ao:I. A presen9a de elementos necrosadoscomo a compressao do tecido musculare conjuntivo.2. A existencia de corpos estranhos.3. A detec9ao de terra nas feridas, 0 queconstitui urn importante fator de mauprogn6stico.4. Feridas dilaceradas e profundas indu­zem a falta de oxigenio com a conseqiien­te eclosao dos esporos.5. As feridas produzidas por acidentesde transito, com fraturas multiplas, gran­des massas musculares com pouca vita­lidade, irriga9ao comprometida e presen­9a de corpos estranhos.6. as ferimentos de guerra sao potencial­mente mais graves: estilha90s, p6lvora,terra, corpos estranhos, dejetos animais,etc.7. A isquemia das extremidades condici­onadas pela insuficiencia arterial cronicaresultado da aterosclerose obliterante, atromboangeite obliterante e outras do­en9as arteriais, proporcionam urn ambi­ente an6xico muito favor<'ivel.8. A debilidade, fome, anemia, hipopro­teinemia, alcoolismo, tambem favorecemo aparecimento e desenvolvimento da

ENRIQUE YARA SANCHEZ E COLS.

enferrnidade.9. A imunodeficiencia congenita ou ad­quirida por HIV ou medicamentos, comoazatioprina, ciclosporina e os ester6ides.10. a diabete melitos, as neoplasias, emparticular do tubo digestivo e c6lon, cir­rose hepatica, neutropenia, aplasia me­dular e leucoses, podem desencadear es­pontaneamente, sem traumas ou cirurgi­as previas, a sepsis por clostrfdeos detecidos moles em qualquer localiza9ao,periferica ou visceral.Caracteristicas clinicas da sepsis porclostrideos de tecidos moles:

Podem ser importantes, como por exem­plo, a existencia de traumas que terao di­ferente significado se forem da vida civil38.33.82,83 ou de guerra 2,3,39.5. a trauma tam­bern pode ser cirUrgico 1,56,52,59.36,32, por

partos 9, infec90es hospitalares23.16.24,

assim como por procedimentos invasi­vos, como os cateterismos e pun90es.Sao relatados excepcionalmente ap6stransfusoes 50. Sao vistas tambem em in­fec90es de lesoes auto-infringidas em pre­sidiarios, psicopatas e drogados. Vmaulcera cronica dos membros inferiorespode tambern ser uma porta de entradapara os clostrideos de tecidos moles etambem para 0 tetanico, as vezes de for­ma subita e espontaneamente sem trau­maprevio.

Desde poucas horas do trauma ou cirur­gia ate vanas semanas, em geral de doisa quatro dias. Muitas vezes nao e possi­vel precisar 0 tempo.

Consideramos que os clostrfdeos de te­cidos moles produzem quatro diferentesformas clfnicas:

Page 4: Sepsis Por Clostrídeos Em Tecidos Moles

SEPSIS POR ClOSTRIOEOS EM TECIDOS MOLES

I. Contaminar;iio simples: e 0 caso dopaciente que sofreu urn traumatismo ouacidente em condi~6es muito dificeis. Ternuma ferida mais ou menos ampla, dilace­rada, profunda, contaminada com terra erestos de tecidos, assim como corposestranhos da area do' acidente: dejetosanimais, etc., que apresenta alem dissouma severa compressao muscular, arran­camento, contusao ou esmagamento.Nao e possivel deterrninar se apresentauma gangrena gasosa, no entanto, 0 fatode classificar 0 paciente como portadorde uma contamina~ao simples, ou poderassegurar que existam clostrideos, espo­ros e todas as facilidades para seu de­sencadeamento, significa uma condutaconseqiiente, dai a necessidade de esta­belecermos esta forma clinica.

2. Celulite anaer6bica: esta forma signi­fica a invasao dos clostrideos no tecidocelular subcutaneo e 0 desenvolvimentode urn quadro clinico definido de sepsissuprafascial delimitado pela aponeurose.o paciente, geralmente urn diabetico comuma ulcera~ao plantar ou trauma menorprevio, desenvolve urn quadro caracteri­zado par febricula e queda discreta doestado geral.Ao exame local denota aumento de volu­me por edema, dor e crepita~ao na areaafetada. Uma radiografia de partes molespodera mostrar 0 gas limitado ao tecidocelular subcutaneo, sem invasao dos pIa­nos profundos musculares.Apenas 0 debridamento e limpeza cinir­gica da area poderao dar a certeza de suaprofundidade. A celulite anaerobica emuito menos grave que a gangrena ga­sosa. Ambas as formas clfnicas nao po­dem ser diferenciadas entre elas ou comoutras sepsis necrotizantes em tecidosmoles com absoluta seguran~a, apenasno momenta da interven~ao cinirgi­ca34,48.22.15.

Em outras ocasi6es, a crepita~ao produ­zida por acumulo de gas, nao e produzi-

da par clostrideo, mas sim por uma amplavariedade de germes tambem produtoresde gas 73,70, em particular Gram negati­

vos: Klebsiella, Aerobacter etc.quandodeveria denominar-se celulite por germesprodutores de gas. Uma colora~ao deGram, da secre~ao da lesao, pode orien­tar sobre sua etiologia, assim como 0 tra­tamento antibiotico.3. Mionecrose ou miosite clostridiana:e a gangrena gasosa classica ou propria­mentedita.4. Formas espontaneas 78,49,47,14,51,60: de-

nominadas tambem de nao traumaticas eque se apresentam sem trauma aparentee geralmente em pacientes com doen~as

sistemicas graves: diabete melitus 30, ne­oplasias, em particular do trato gastrin­testinal de preferencia colon67,46,68.62,64,37,20, cirrose hepatica 65,53, neu-

tropenia 75,6.27, aplasia medular 3, leuco­ses 25,76, imunodeprimidos 79. Estas cir­

cunstancias podem deterrninar as sepsispor clostrideos de tecidos moles em qual­quer localiza~ao sem traumatismos pre­vios.Localizam se em extremidades, paredetoracica, abdominal ou em visceras. Es­tas formas espontaneas podem ser pro­duzidas por crescimento no proprio or­gao ou· viscera onde habitam: vesiculabiliar, rim, colon, ou por ruptura da bar­reira hematica e penetra~ao na correntesanguinea, dissemina~aol2 e desenvol­vimento em tecidos anoxicos a distancia,preferencialmente parede toracica ou ab­dominal e extremidades. Existem relatos,inclusive, de forma intracardiaca 20,18,66.

As sepsis viscerais enfisematosas saograves afec~6es de orgaos intemos: co­lecistite, pielonefrite, colites, endometri­tes, etc., verdadeiras gangrenas visceraisproduzidas por clostrideos.A forma espontanea esta muita associa­da as sepsis viscerais enfisematosas,porem nem todas as formas espontaneassao viscerais. Da mesma forma, as sepsisviscerais por clostrideos podem apare-

ENRIQUE YARA SANCHEZ E COlS.

cer depois de interven~6es cinirgicas1,57,41

Por sua importancia, descreveremos par­ticularmente estas duas ultimas formasclinicas.Mionecrose por clostrideos, miosite clos­tridiana on gangrena gasosa propria­mente dita 83,73,20,69 .

Dependendo do predominio no quadroclinico, ela pode ser: l.Toxica, 2.Edema­tosa,3.Crepitante.

A zona afetada, muito dolorosa, esta ten­sa e brilhante. Nas extremidades a pelealcan~a 0 limite de sua distensibilidade,dando a impressao que pode abrir-se ouromper-se dada a tensao que e produzi­da pelo enfisema e 0 edema subjacente.A invasao da pele produz infiltra~ao he­matica que apresenta as caracteristicasmanchas bronzeadas de Velpeau.Apenas palpando-se a extremidade ou azona afetada 0 paciente descreve uma dormuito intensa. E caracteristica e incon­fundivel a sensa~ao palpatoria da crepi­ta~ao do gas subjacente do enfisema.A palpa~ao de crepita~ao nos tecidosmoles e urn grave sinal. A presen~a degases perceptiveis a palpa~ao ou eviden­ciada por estudo radiologico obriga adescartar com extrema urgencia as sep­sis par clostrideos, sem importar se e ex­tremidade ou viscera, ou se existem ounao antecedentes de t1'aumatismos ou ci­rurgias.Edema e enfisema se estendem, desde azona lesada da extremidade, em dire~ao

centripeta, em busca do tronco

Havendo uma ferida traumatica ou cirur-

Page 5: Sepsis Por Clostrídeos Em Tecidos Moles

SEPSIS POR CLOSTRIOEOS EM TECIOOS MOLES

gica, suas bordas estarao necroticas e asecreyao sera pouca, turva, parda, como"lavado de carne", fetida, putrida, comodor nauseante, que sai a expressao,acompanhada de gas que brota em formade bolhas. Este liquido e rico em bacilosGram positivos.Habitualmente, nao ha pus.Enecessario retirar imediatamente toda asutura previa e aerar a area 0 maximo pos­sivel. Esta manobra obrigatoria nos mos­trara os tecidos subjacentes necrosados,os esfacelos e os musculos.A gangrena gasosa e chamada, conse­qiientemente, da enfermidade dos 3 E:Edema, Enfisema e Esfacelos.

Ao nao existir neurotoxinas, 0 pacientenao sofre convulsoes, paralisias, nementra em coma. Esta consciente e reco­nhece a gravidade de sua doenya ate 0

ultimo instante, tendo alem disso, inso­nia e agitayao.Sua facies expressa angustia e inquietu­de. Seus olhos estao fundos e sem bri­lho. As bochechas freqiientemente aver­melhadas, como maquiadas com "coran­te", quase sempre na infecyao por Clos­

tridium perfringens, cujos produtos vo­lateis da degradayao vasodilatam os va­sos faciais, 0 que contrasta grosseira­mente com a palidez cerea da facies hipo­cratica, que tambem esta colorida por ic­terfcia.A febre e elevada: 38,soC a 39°C.A tensao arterial encontra-se com ten­dencia ao declinio e 0 pulso sera cadavez mais rapido e debil. A gangrena ga­sosa fulminante leva a morte em.menosde 48 horas.

EXAMES COMPLEMENTARES:

o paciente exangiiina em seu proprio lei­to vascular devido a intensa hemolise.As taxas de hematocrito e hemoglobina

56

descem intensamente no decorrer depoucas horas. Os globulos vermelhosrompem devido as hemolisinas dos clos­trfdeos e 0 paciente apresenta anemia eicterfcia, palidez e sua pele cora-se deamarelo,quase a olhos visto, 0 que favo­rece ainda mais a anoxia tecidual. Apare­cern evidentes sinais de sepsis no leuco­grama:1. 0 numero de leucocitos pode alcanyarvalores enormes: 20-30 x 10/litro.2. Predomfnio de neutrofilos, em valorabsoluto, quase sempre acima de 90-95%.3. Desvio a esquerda tao intenso quepodem aparecer blastos na periferia, mos­trando uma reayao leucemoide.4. Diminuiyao quase a zero dos linfoci­tos.5. Ausencia dos eosinofilos. Caso reapa­reyam no decorrer dos dias, a batalha pelavida esta favoravel.6. Granulayoes toxicas no citoplasma dosleucocitos.7. Vacuolizayao dos leucocitos.A saturayao de 02 cai e a gasometriamostra uma evidente acidose metaboli­ca. A bilirrubina estara elevada.o ionograma estara alterado, particular­mente 0 potassio que se eleva pela libe­rayao durante a hemolise, 0 que junto aoquadro toxico levando a insuficiencia re­nal. Com isso a hiperpotassemia se elevapor duas vias e 0 corayao comprometidopelas cardiotoxinas que the produz mio­cardite, encontra uma via adicional parapiorar.Indica-se uma colorayao de Gram a urnesfregayo da secreyao para evidenciar osbacilos gram positivos, esporulados ounao.Tambem obtem-se amostra das secreyoese se preservara em meio de thioglicolatoou outro para preservar 0 meio anaero­bio. Devera ser encaminhado ao labora­torio de microbiologia, onde sera realiza­da 0 semeio e cultura, mediante tecnicaspara anaerobios.A radiografia da zona afetada sera reali-

ENRIQUE YARA SANCHEZ E COLS.

zada pela tecnica de partes moles, emduas projeyoes pelo menos. Em caso deduvida, pode-se necessitar de estudosseriados.o gas exogeno, ar contido em uma feridaanfractuosa, ou possivelmente agua oxi­genada de urn curativo previo, tendem adesaparecer nos estudos seriados. A cre­pitayao pelo gas em forma de contos derosario, por baixo'da fascia, e inclusiveadjacente ao osso. A ultra-sonografia e atomografia computadorizada, de abdo­mem, pelvis, torax e cabeya, podem tam­bern mostrar 0 gas 43.

Os musculos adquirem no principio 0 as­pecto palido, como de carne cozida. Apressao exercida pelos gases contribuipara aumentar a palidez por isquemia.Logo as toxinas atuam sobre as paredesvasculares, determinando a exudayao debastante lfquido e extravasamento desangue que difunde pelo musculo e queda uma cor escura como de "geleia degroselha". Sua estrutura agora esta com­pletamente comprometida, porem, naosangra ao corte e nao se contrai quandoe pinyado.Pode afetar-se apenas urn compartimen­to muscular, inclusive somente urn mus­culo, porem isto nao e 0 habitual.

Sera profilatico, clinico, por oxigenotera­pia hiperbarica e cirurgico.

E0 mais importante e deve ser realizado,em principio, em toda pessoa que tenhasofrido urn ferimento:1. Debridamento cirurgico com retiradade todo 0 tecido desvitalizado.2. Retirada de corpos estranhos: roupa,restos organicos, dejetos animais, etc.

CIR VASC ANGIOL: 17:152·162

Page 6: Sepsis Por Clostrídeos Em Tecidos Moles

SEPSIS POR CLOSTRIOEOS EM TECIOOS MOLES

3. Limpeza absoluta de toda partfcula vi­

sfvel de terra.

4. Lavagem abundante com solu~ao sali­

na, agua oxigenada, agua ozonizada, per­

manganato de potassio ou outras solu­

~6es anti-septicas oxidantes.

5. Nao suturar as feridas anfractuosas,

profundas ou que a limpeza realizada ofe­

re~a duvidas.

6. As feridas muito amplas e extensas,

podem receber algum ponto de aproxi­

ma~ao, deixando entre eles areas abertas

para que se aerem e possa 0 organismo

eliminar materiais estranhos nao retira­

dos.

7. Eprudente que ao terminar a limpeza,

repeti-Ia por mais duas vezes.

8. Evolu~ao clfnica cuidadosa, inclusive

varias vezes ao dia, de tais les6es, em

especial as que estao cobertas por ga­

zes, gesso e outras imobiliza~6es.

9. Nao utilizar pomadas, que convertam a

zona em uma area de anaerobiose e por­

que dificultam ou impedem 0 eventual

tratamento com oxigenio hiperbarico.

10. Sempre realizar a profilaxia antitetani­

ca, apesar de que este clostrfdeo nao pro­

duz sepsis em tecidos moles, encontra­

se muito associado a outros clostrideos

e como todos eles, se desenvolve em

meio anaer6bio. Se nao esta previamente

vacinado, 0 paciente recebera 1O.000U de

tox6ide tetanico em dose total, dividida

em tres, com intervalos de meia a uma

hora, com prova de sensibilidade pre\7ia­

mente.

11. Da mesma fonna, segundo a disponi­

bilidade, pode-se pensar em utilizar a an­

titoxina antigangrenosa polivalente,

como se indicara no tratamento clfnico.

12. Utiliza~ao de antibi6ticos profilaticos:

penicilina procafna 1 milhao de unidades

a cada 12Hs 1M de 5 a 7 dias.

13. Assim mesmo, tambem pode pensar­

se na oxigenoterapia hiperbarica, tal como

sera descrito mais adiante.

1. Aten~ao e vigilancia nas les6es dospacientes portadores de insuficiencia ar­

terial cronica dos membros inferiores:

aterosclerose obliterante, tromboangei­

te e outras patologias arteriais.

2. Aten~ao preferencial e cuidadosa das

les6es dos membros inferiores em diabe­

ticos.3. Vigilancia mantida nos cotos de ampu­

ta~ao por doen~as isquemicas, isto e, ar­teriais; ainda que tenham sido operados

nas melhores condi~6es.

4. Proibi~ao de inje~6es com seringas eagulhas reutilizadas, dado 0 perigo de do­

en~as por esporos nao destrufdos.

Devera ser iniciado sem demora dianteda suspeita da entidadelO,19.

1, 0 ideal e levar 0 paciente imediatamen­te para UTI 61, As vezes a estrutura ou as

condi~6es do momenta nao 0 permitem

sendo que entao devera ser feito ao con­

cluir 0 procedimento cirUrgico.

Nao ha sepsis pior que as de clostrfdeos

e devem ser tratadas neste ambiente.

2. Acesso venoso central.

3. Penicilina cristalina 5,84: 4.000.000U en­

dovenosa, em bolo, lentamente, cada

quatro horas. De preferencia a s6dica e

evitar a potassica, pois cada ampola for­

nece 1,5 mEq de potassio, que se encon­

tra aumentado no sangue do paciente

devido ahem6lise e insuficiencia renal.

4. Preconiza-se a utiliza~ao de alguns dos

seguintes imidaz6licos:

Metronidazol 5; infusao ev de

5.o0mg em 100mi de soro, em 20 e 30 mi­

nutos, a cada 8 horas, por 7 a 10 dias.

ENRIQUE YARA SANCHEZ E COLS.

Tinidazol: disponfvel apenas por

via oral. Dose inicial de 2g, seguida de Ig

ao dia, em uma ou vanas tomadas. A du­

ra~ao do tratamento deve ser de 5 ou 6dias,

Omidazol: e 0 mais recente e po­

deroso desta faIm1ia, sendo ainda pouco

disponfvel. As ampolas e dosagens sao

de 500mg. A via e exclusivamente endo­

venosa lenta, previa dilui~aoem igual vo­

lume de glicose a 5% ou cloreto de s6dio

aO,9%.Deve iniciar-se 0 tratamento com uma

inje~ao ev lenta de 2 ampolas (lg) diluf­

das e continuar com uma ampola (500mg)

endovenoso a cada 12 horas, durante 5 a

10 dias.Crian~as: 10-15mg/Kg de peso corp6reo

desde 0 infcio e a cada 12 horas pelos

mesmos dias.Lactentes: lOmg/kg de peso corp6reo

cada 12 horas.

5. Vancomicina:Eurn glicopeptfdeo tricfclico derivado do

Streptomyces orientalis. Sua vida media

e de 4 a 6 horas. Utiliza-se em ven6clise

em 1 hora: 500mg ev cada 6 horas ou Ig

ev cada 12 horas. Sua indica~ao funda­

mental e a sepsis estafiloc6cica, ou em

pacientes alergicos apenicilina. Porem,

vern sendo utilizado com sucesso nas

sepsis por clostrfdeos de tecidos moles,

por serem estes microrganismos Gram

positivos. Epotencialmente nefrot6xica

e otot6xica.Tambem se tern utilizado com sucesso a

Lincomicina, Ampicilina, Rifampicina e

Ceftriaxona, entre outros.

6. Antitoxinas antigangrenosas:

Apresentam-se de forma poli ou mono­

valentes. As polivalentes tern 30.000U em

cada ampola de lOml: 1O,000U de cada

urn dos tres clostrfdeos mais freqiientes.

As monovalentes contem 30.000U con-

Page 7: Sepsis Por Clostrídeos Em Tecidos Moles

SEPSIS POR ClOSTRioEOS EM TECIDOS MOLES

tra urn clostrfdeo especffico. Utiliza-sequando 0 laborat6rio de microbiologiaidentifica 0 agente.Potencialmente podem produzir anafila­xia e devern ser realizadas provas de sen­sibilidade, mediante as dilui~6es reco­mendadas pelo fabricante, ao menos duasvezes, antes de ser injetada a dose total.A ingesUio previa pelo paciente, de car­ne de cavalo e particularmente alergeni­ca, pois e obtida deste animal.Pode ser injetada ao redor da ferida, oudo coto de amputa~ao, ou endovenosa,em cujo caso seria melhor com 0 pacien­te intubado, durante 0 ato cirUrgico.

7. Tratar 0 estado de choque41

8. Corrigir os desequilfbrios hidroeletro­liticos.9. Controlar a acidose metab6lica.10. Vigiar e tratar a hiperpotassemia.11. Corrigir a anemia progressiva com gl6­bulos ou sangue total.12. Oxigenio por cateter, mascara nasal,intuba~ao, ou hiperbarico em camara deterapia intensiva.13. Manter controle estrito das doen~as

de base do paciente que podem estarcondicionando a sepsis: diabete melitos,doen~as hematol6gicas, imunodeficien­cias e outras.Trabalha-se em busca de produtos natu­rais, em particular de medicina das plan­tas 31, que possam combater os clostrf­deos.

Seu fundamento nao e tanto elevar a sa­tura~ao da hemoglobina a lOO% e simespecialmente levar a dissolu~ao do oxi­genio no plasma, ao ministra-lo a 2 ou 3atm 80,81. Os liquidos corporais, por ex­tensao, tentam levar O

2ate 0 ultimo lugar

do organismo, daf que tenha particularrelevancia nas sepsis viscerais 44.

o oxigenio hiperbarico neutraliza as toxi­nas dos clostrfdeos, por isso aconselha-

se realizar uma sessao antes do ato cirUr­gico, pois diminui a toxicidade sistemica,previne a extensao da lesao e melhora osresultados finais 42.

Se a disponibilidade deste tratamentoestiver sujeita a demora, por menos queseja, e melhor operar imediatamente.A hiper6xia durante 0 perfodo de cicatri­za~ao induz a neoforma~ao de capilarese produz urn meio ambiente de alto con­teudo de oxigenio que favorece a a~ao

antibi6tica 19.

o tratamento da sepsis por clostrfdeosde tecidos moles esta estabelecido, sen­do eminentemente cirurgico e come~a

desde 0 momento em que ha suspeita. Acirurgia e obrigat6ria, precoce e radicalem qualquer localiza~a066.1. Abrir imediatamente a ferida. Retirartodas as suturas, drenagens, etc. istopermite aerar, assim como, permitir a saf­da de secre~6es e 0 gas acumulado. Tam­bern dificulta ao clostrfdeo sua invasaocentrfpeta. Da mesma maneira, permite avisualiza~ao dos pIanos mais profundose a realiza~ao da colora~ao de Gram. Dei­xar a ferida fechada ate levar a sala decirurgia e urn erro inadmissfvel.2. 0 indfcio e a cirurgia se consideram deextrema urgencia. Os minutos contam. 0cirurgiao e 0 anestesista sabem que 0paciente alem da toxemia, esta "anemi­co" para 0 mesmo, pela hem6lise queapresenta.3. Lirnpeza cirUrgica: ampla, intensa e cui­dadosa da area.4. Ressec~ao de todo musculo com inu­dan~a de colora~ao, que pare~a "camefervida", ou como "geleia de groselha",ou que nao sangra ou se contrai.5. Amputa~ao 58 em guilhotina quandose considera que a extremidade nao e vi­avel. Isto pode ser desde 0 infcio da ope­ra~ao ou como conseqiiencia de gran­des ressec~6es musculares.

ENRIQUE YARA SANCHEZ E COlS.

6. Instalar irriga~ao contfnua, por goteja­mento, da area cruenta, com agua oxige­nada, solu~ao de Dakin ou perrnangana­to de potassio a 1 X 8000, que permitira alavagem dos diferentes espa~os muscu­lares, com urn liquido oxidante.

Alguns pacientes podem apresentar for­mas espontaneas, nao s6 de suas extre­midades, ou de suas paredes tOr<lcica eabdominal, de verdadeiros quadros sep­ticos viscerais desencadeados por clos­trfdeos. As sepsis viscerais enfisemato­sas estao mais associadas as formas es­pontaneas de sepsis por clostrfdeos queas antecedidas por traumatismos ou ci­rurgias. Contudo, deve-se enfatizar quenem todas as formas espontaneas desepsis por clostrfdeos sao viscerais.A causa comum destas forrnas esponta­neas e a invasao de clostrfdeos a partirde seu habitat normal do 6rgao em ques­tao, dos tecidos vizinhos e musculos pro­fundos; a sua entrada na corrente san­gufnea para causar as manifesta~6es to­xemicas depois da nida~ao que possamfazer nos tecidos hip6xicos a distancia.Produz-se invasao do clostrfdeo por con­tigiiidade ou por dissemina~ao hemato­genica com nida~ao a distancia.As causas mais freqiientes dessas for­mas sao: 1. Diabete melitus, 2. Neoplasi­as, em particular do trato gastrintestinal,principalmente c6lon, 3. Cirrose hepati­ca, 4. Neutropenia, 5. Aplasia medular, 6.Leucoses. Elas sao usualmente desco­nhecidas para 0 paciente 0 que dificultao diagn6stico e piora 0 progn6stico.Tendendo a desaparecer, porem particu­larmente graves, sao as infec~6es uteri­nas p6s-aborto provocado em condi~6es

higienicas precarias. Constitui-se numquadro de endometrite enfisematosa quegeralmente leva a morte da paciente.Estas sepsis viscerais enfisematosas seapresentam geralmente em pacientes por-

Page 8: Sepsis Por Clostrídeos Em Tecidos Moles

SEPSIS POR CLOSTRIOEOS EM TECIOOS MOLES

tadores de uma das patologias citadas,cujo quadro dinico e os exames comple­mentares realizados, evidenciam uma gra­ve sepsis com doen~a de determinadaviscera, onde se demonstra a presen~a

dos gases nos estudos radiol6gicos, nasimedia~6es do 6rgao e na zona afetada.Ha verdadeiras cole~6es de gas, em for­ma de bolhas aglomeradas que sugerema presen~a de clostrideos.

1. Ameur A, Jira H, Draoui D - Gas gan­grene after ~ransvesical adenectomy.Case report. Ann Urol 33(4):256-8,1999.

2. Atesalp AS, Erler K, Gur E, Solakoglu C- Below-knee amputations as a resultof land-mine injuries: comparison ofprimary closure versus delayed pri­mary closure. J Trauma 47(4):724-7,1999.

3. Atesalp AS, Erler K, Gur E, Koseglu E,Kirdemir V, Demiralp B - Bilateral 10­wer limb amputations as a result oflandmine injuries. Prosth et Orthot Int23(1):504,1999.

4. Awad MM, Ellemor DM, Bryant AE,Matsushita 0, Boyd RL, Stevens DL,Emmins 11, Rood 11 - Constructionand virulence testing of a collagena­se mutant of Clostridium perfringens.Microb Pathog 28(2):107-17,2000.

5. Badikov YD, Krylov KM, Minnullin IP- Etiological structure and antimicro­bial susceptibility of Clostridium inwar wound infection Antibiot Khimi­oter42(9):33-5,1997.

6. Bar-Joseph G, Halberthal M, Sweed Y,Bialik V, Shoshani 0, Etzioni A - Clos­tridium septicum infection in childrenwith cyclic neutropenia. J Pediatr131(2):317-9,1997.

7. Basak AK, Howells A, Eaton JT, MossDS, Naylor CE, Miller J, Titball RW -

As visceras mais freqtientemente envol­vidas sao vesicula biliar, rim,c610n, figa­do e utero. Estas sepsis tern recebido adenomina~ao de enfisematosas. Tambempodem denominar-se gasosas, nao de­vendo ser denominada de gangrena ga­sosa, deixando este termo reservado ape­nas para a mionecrose clostridiana, ge­ralmente das extremidades.A filosofia do tratamento das sepsis vis-

Crystallization and preliminary X-raydiffraction studies ofalpha-toxin fromtwo different strains (NCTC8237 andCER89L43) of Clostridium perfrin­gens. Acta Crystallogr D BioI Crys­ta1logr54:1425-8,1998.

8. Beckerhinn P, Armbruster C, Kriwa­nek S, Schrutka-Kolbl C - Gas gan­grene mediastinitis after Boerhaavesyndrome. Chirurg 68(9):929-31,1997.

9. Bitti A, Mastrantonio P, Spigaglia P,Urru G, Spano AI, Moretti G, CherchiGB - A fatal postpartum Clostridiumsordellii associated toxic shock syn­drome. J Clin Pathol 50(3):259-60,1997.

10. Bogdanov SV, Levashov VA, Vedrint­seva VV, Brezhnev IuV - The succes­sful treatment of an anaerobic gas in­fection of the lower extremity at a dis­trict hospital. Vestn Khir 1m I I Grek158(2):68-9,1999.

11. Borrmann E, Schulze F - Detection ofClostridium novyi type B alpha toxinby cell culture systems. FEMS Immu­nol Med MicrobioI24(3):275-80, 1999.

12. Briedigkeit H, Gobel U - Anaerobicbacteria as the cause of endogenousinfections.Z Arztl Fortbild Qualitats­sich91(2):165-70,1997.

13. Bunting M, Lorant DE, Bryant AE,Zimmerman GA, McIntyre TM, Ste­vens DL, PrescottSM - Alpha toxinfrom Clostridium perfringens inducesproinflarnmatory changes in endothe-

ENRIQUE YARA SANCHEZ E COLS.

cerais enfisematosas e identica aanteri­ormente citada, associada a retirada deurgencia do 6rgao afetado.As secre~6es e fluidos provenientes doedema perivisceral mostram os bacilosGram positivos esporulados ao se fazerurn esfrega~o da amostra e a anatomiapatol6gica demonstrara os bacilos no6rgao retirado.

lial cells. J Clin Invest 100(3):565-74,

1997.14. Burke MP, Opeskin K - Nontraumatic

clostridial myonecrosis. Am J Foren­sic Med PathoI20(2): 158-62, 1999.

15. Chapnick EK, Abter EI - Necrotizingsoft-tissue infections. Infect Dis ClinNorthAm 10(4):835-55,1996.

16. Chaudhry R, Dhawan B - Gas gan­grene following intramuscular injec­tion of vitamin B-complex. Indian JPathol Microbiol41 (3):357-9, 1998.

17. Cheung JK, Rood n - Glutamate resi­dues in the putative transmembraneregion are required for the function

of the VirS sensor histidine kinasefrom Clostridium perfringens. Micro­

biology 146:517-25,2000.18. Chowdhury PS, Tirnrnis SB, Marco­

vitz PA - Clostridium perfringens wi­thin intracardiac thrombus: a case ofintracardiac gas gangrene. Circulati­on 100(20):2119, 1999.

19. Clark LA, Moon RE - Hyperbaricoxygen in the treatment of life-threa­tening soft-tissue infections. RespirCareClinN Am 5(2):203-19, 1999.

20. den Bakker MA, Werdmuller RF, Nie­mans A, Maartense E, Eulderink F ­Gas gangrene of ischemic myocardi­al tissue caused by Clostridium sep­ticum. Ned Tijdschr Geneeskd140(51):2547-50,1996.

21. Derewenda ZS, Martin TW - Structu­re of the gangrene alpha-toxin: the

Page 9: Sepsis Por Clostrídeos Em Tecidos Moles

SEPSIS POR CLOSTRfoEOS EM TECIOOS MOLES

beauty in the beast. Nat Struct BioI

5(8):659-62,1998.

22. Desola J, Escola E, Galofre M - Ne­

crotizing infections of soft tissues.

Multidisciplinary perspective. Med

Clin(Barc) 110(11):431-6, 1998.

23. Doumbouya N, Aguehounde C,

Brouh Y, Agbopanzo D, Diallo AF,

Dieth AG, Ouattara 0, Anoma S da S,

Roux C - Gas gangrene after injecti­

on of quinine salts: apropos of 2 se­

vere pediatric cases. Med Trop

59(1):101-2,1999.

24. Eckmann C, Kujath P, Shekarriz H,

Staubach KH - Clostridium myone­

crosisas a sequelae of intramuscular

injections-description of 3 fatal ou­

tcomes. Langenbecks Arch Chir Su­

ppl Kongressbd 114:553-5, 1997.

25. Efunov LL, Bogomolov BP, Rachkova

EB - A case of spontaneous gas gan­

grene in a female patients wtih diabe­

tes mellitus and chronic lymphoid

leukemia. Klin Med (Mosk) 77(5):53­

4,1999.

26. Ellemor DM, Baird RN, Awad MM,

Boyd RL, Rood 11, Emmins JJ - Use

of genetically manipulated strains of

Clostridium perfringens reveals that

both alpha-toxin and theta-toxin are

required for vascular leukostasis to

occur in experimental gas gangrene.

InfectImmun67(9):4902-7,1999.

27. FataF, Chittivelu S, Tessler S, Kupfer

Y - Gas gangrene of the arm due to

Enterobacter cloacae in a neutropenic

patient. South Med J 89(11): 1095-6,

1996.28. Foga MM, McGinn GJ, Kroeker MA,

Guzman R. - Sepsis due to Clostridium

septicum: case report. Can Assoc

Radiol 51(2):85-9,2000.

29. Fowler VG Jr, Hamilton CD, OW CA­

Clostridium septicum myonecrosis

presenting as a parapharyngeal abs­

cess in a patient with aplastic ane­

mia. Infection 26(5):309-10, 1998.

30. Furusu A, Yoshizuka N, Abe K, Sa­

saki 0, Miyazaki K, Miyazaki M, Hi­

rakata Y, Ozono Y, Harada T, Kohno S

- Aeromonas hydrophila necrotizing

fasciitis and gas gangrene in a diabe­

tic patient on haemodialysis. NephrolDial Transplant 12(8):1730-4,1997.

31. Gadhi CA, Weber M, Mory F, Benhar­

ref A, Lion C, Jana M, Lozniewski A ­

Antibacterial activity of Aristolochia

paucinervis Pome!' J Ethnopharmacol

67(1):87-92,1999.

32. Garcia-Olmo D, Vazquez P, Cifuentes

J, Capilla P, Lopez-Fando J - Posto­

perative gangrenous peritonitis after

laparoscopic cholecystectomy: a new

complication for a new technique.

Surg Laparosc Endosc 6(3):224-5,

1996.33. Ghosh K, Jijina F, Pathare AV, Mohan­

ty D - Gas gangrene in a patient with

severe haemophilia A. Haemophilia

5(6):450-2,1999.

34. Gonzalez MH - Necrotizing fasciitis

and gangrene of the upper extremity

.HandClin 14(4):635-45, 1998.

35. Griaznova DV, Nikolaeva AM, Efuno­

va NP - Detection of exotoxins of the

pathogens of anaerobic gas infecti­

on using enzyme immunoassay. Zh

Mikrobiol Epidemiol Immunobiol

2:36-9,1998.

36. Haerty W, Schelling G, Haller M,

Schonfelder R, Maiwald G, Nerlich A,

Kohz P, Grabein B, Briegel J- Genera­

lized gas gangrene infection with rha­

bdomyloysis following cholecystec­

tomy. Anaesthesist 46(3):207-10,

1997.

37. Hawkins C, Riley JL - Spontaneous

gas gangrene: an unusual complica­

tion of colonic carcinoma. Clin Oncol(R CoIl Radiol);9(3): 184-5, 1997.

38. Hoover TJ, Siefert JA - Soft tissue

complications of orthopedic emer­

gencies. Emerg Med Clin North Am18(1):115-39,2000.

ENRIQUE YARA SANCHEZ E COLS.

39. Jovanovic S, Wertheimer B, Zelic Z,

Getos Z - Wartime amputations. Mil

Med 164(1):44-7,1999.

40. Jovic R, Vlaski L, Komazec Z, Canji K

- Results of treatment of deep neck

abscesses and phlegmons. Med Pre­

gl 52(9-10):402-8, 1999.

41. Keel M, Ertel W, Trentz 0 - Limb pre­

servation after clostridial myonecro­

sis following internal fixation of a clo­

sed femoral fracture. Chirurg

70(7):813-7,1999.

42. Korhonen K,'Klossner J, Him M, Nii­

nikoski J - Management of clostridial

gas gangrene and the role of hyper­

baric oxygen. Ann Chir Gynaecol

88(2): 139-42, 1999.

43. Kloc W, Wasilewski W, Imielinski BL,

Karwacki Z - Epidural gas aggregati­

on in the course of gaseous degene­

ration of lumbar intervertebral disk as

a cause of foot paresis. Neurol Neu­

rochir Pol 32(3):699-704, 1998.

44. Kraljevic D, Druzijanic N, Tomic I, Ju­

ricic J, Petri N - Hyperbaric oxygena­

tion as adjuvant therapy to surgery

of emphysematous cholecystitis. He­

patogastroenterology 46(26):775-7,

1999.

45. Kreutz C, Jurgens S - Fibronectin and

laminin binding of eighteen Clostri­

dium species. Zentralbl Bakteriol

282(4):442-8,1995.

46. Levi N - An unnecessary femoral am­

putation? J R ColI Surg Edinb

43(3):196-7,1998.

47. Levy P, Boudet MJ, Pemiceni T, Mal

F, Leguillou JL, Lamer C, Zins M,

Gayet B - Spontaneous gas gangre­

ne of the pancreas caused by Clostri­

dium perfringens. Gastroenterol Clin

BioI 23(11): 1248-50, 1999.

48. Marszal M, Bielecki K - Wiad Lek

Necrotizing dermatitis, infections of

soft tissue and deep fascia: classifi­

cation and treatment 51(1-2):64-70,

1998

Page 10: Sepsis Por Clostrídeos Em Tecidos Moles

SEPSIS POR CLOSTRioEOS EM TECIOOS MOLES

49. Mathonnet M, Maisonnette F, Gai­nant A, Cubertafond P - Rectal ade­nocarcinoma revealed by perineal gas

gangrene. Ann Coo 53(9):925-7, 1999.50. McDonald CP, Hartley S, Orchard K,

Hughes G, BrettMM, HewittPE, Bar­bara JA - Fatal Clostridium perfrin­gens sepsis from a pooled platelettransfusion. Transfus Moo 8(1): 19-22,1998.

51. Minutti CZ, Immergluck LC, Schmidt

ML - Spontaneous gas gangrene dueto Clostridium perfringens. Clin InfectDis 28(1):159-60, 1999.

52. Moharnmadine E, Benarnr S, AbbassiA, Serhane K, Essadel A, Lahlou MK,Taghy A, Chad B, Zizi A, Belmahi A ­

A propos of a case of gas gangreneof the abdominal wall after cholecys­tectomy. J Coo 133(8):401-3,1996.

53. Murata K, Shimizu A, Takase K, Naka­no T, Tameda Y - Liver cirrhosis with

synchronous gas gangrene and spon­taneous bacterial peritonitis due toE. coli. J Gastroenterol 32(2):264-7,1997.

54. NaylorCE, Eaton JT, Howells A, Jus­tin N, Moss DS, Titball RW, Basak

AK - Structure of the key toxin in gasgangrene. Nat Struct BioI 5(8):738-46,

1998.55. Naylor CE, Jepson M, Crane DT, Tit­

ball RW, Miller J, Basak AK, Bolgia­

no B - Characterisation of the cal­cium-binding C-terminal domai'n ofClostridium perfringens alpha-toxin.J Mol BioI 294(3):757-70, 1999.

56. Paterson HM, Mamode N - A rarecause of crepitus. Postgrad Med J74:57-8,1998.

57. Penrose-Stevens A, Ibrahim A, Re­dfern RM - Localized pneumocepha­Ius caused by Clostridium perfrin­

gens meningitis. Br J Neurosurg13(1):85-6,1999.

58. Pinzur MS.Amputations and prosthe­

tics - Coo Narzadow Ruchu Ortop Pol

64(5):571-81,1999.

59. Posta CG. Postoperative gangrenousperitonitis after laparoscopic chole­cystectomy: a new complication for anew technique, or an old complicati­

on of delay in the diagnosis and ma­nagement of acute calculous chole­cystitis in a high-risk patient - SurgLaparosc Endosc 7(2): 179-80, 1997.

60. Prinssen HM, Hoekman K, Burger CW- Clostridium septicum myonecrosisand ovarian cancer: a case report andreview of literature. Gynecol Oncol

72(1):116-9,1999.61. Redfield D, Hayes T - Orthopaedic

infections. Crit Care Nurs 21(2):24-35,

1998.62. Ruiz de Adana JC, Moreno Azcoita M

- Gas gangrene secondary to carci­noma of the colon. Rev Esp EnfermDig 89(6):479-80, 1997.

63. Rood 11 - Virulencegenes of Clostri­

dium perfringen. Ann Ver Microbiol52:333-60,1998.

64. Saez Castillo AI, Rodriguez Merlo R,Brea Zubigaray S, Garcia Garcia JF,Cespedes Mas MM, Mollejo Villa­nueva M - Gas gangrene due to Clos­tridium septicum in a patient with anoccult colonic neoplasm. A case re­

port and review of the literature. Gas­troenterol HepatoI20(2):55-8, 1997.

65. Sasaki T, Nanjo H, Takahashi M, Su­giyama T, Ono I, Masuda H - Non­traumatic gas gangrene in the abdo­

men: report of six autopsy cases. JGastroenteroI35(5):382-90,2000.

66. Schulz R, Andreas S, Weise B, Wer­

ner GS - Acute papillary muscle rup­ture in a patient with clostridial sep­sis. JIntern Med 241(3):253-5,1997.

67. SeifertHS, Bader K, CyplikJ, Gonza­lez Salinas J, Roth F, SalinasMelendezJA,SukopU - Environment,

incidence, aetiology, epizootiologyand irnrnunoprophylaxis of soil-bor­ne diseases in north-east Mexico.

ENRIQUE YARA SANCHEZ E COLS.

Zentralbl Veterinarmed 43(10):593­

605,1996.68. Seirsen M, Werther K, Noer HH ­

Non-traumatic subcutaneous emphy­

sema of the femur. A rare complicati­on of colorectal cancer. Ugeskr Lae­ger 159(50):7505-6, 1997.

69. Shimazu T, Tanaka R, Hashiguchi N,Sugimoto H - Clostridial myonecro­sis. Ryoikibetsu Shokogun Shirizu

23:593-6,1999.70. Shimizu T, Harada M, Zempo N, Sa­

damitsu D, Furumoto H, Uchida H,Yasui H, Ofuji R, Muto M - Nonclos­tridial gas gangrene due to Strepto­coccus anginosus in a diabetic pati­ent. J Am Acad Dermatol 40:347-9,

1999.71. Speranskaia VN, Petrovskikh VP, Gro­

makovskaia ET, Kameneva MA, Se­menovaVD - Coagglutination test. Itsimprovement and use in the produc­

tion of anatoxins. Zh Mikrobiol Epi­demiol Immunobio12:22-6, 1998.

72. Stevens DL, Bryant AE - Pathogene­sis of Clostridium perfringens infec­tion: Mechanisms and mediators ofshock. Clin InfectDis 25:S160-4, 1997.

73. Takahashi H - Clostridial gas gangre­

ne. Ryoikibetsu Shokogun Shirizu

23:585-6,199974. Tekkok IH, Higgins MJ, Ventureyra

EC - Posttraumatic gas-containingbrain abscess caused by Clostridium

perfringens with unique simulta­neous fungal suppuration by Myce­liophthora thermophila: case report.Neurosurgery 39(6):1247-51,1996.

75. Thalharnmer F, Hollenstein U, JanataK, Knapp S, Koller R, Locker GJ, Stau­dinger T, Sunder-Plassmann G, Frass

M, Burgmann H - A coincidence ofdisastrous accidents: Crohn's disea­se, agranulocytosis, and Clostridium

septicum infection. J Trauma43(3):556-7,1997.

76. Valentine EG. Nontraumatic gas gan-

RVASC ANGlOb 17:152-'462

Page 11: Sepsis Por Clostrídeos Em Tecidos Moles

SEPSIS paR ClOSTRIDEOS EM TECIDOS MOLES

grene. Ann Emerg Med 30(1): 109-11,1997.

77. Vela M, Heredia NL, Feng P, SantosGarcia-AlvaradoJ - DNAprobeanaly­

sis for the carriage of enterotoxigenicClostridium perfringens in feces of aMexican subpopulation Diagn Micro­bioi Infect Dis 35(2):101-4, 1999.

78. Vlerninckx WG, Diltoer MW, SpapenHD, Pierard D, De Mey J, Delvaux GR,Huyghens LP - Splenic abscess with

Clostridium novyi bacteraemia andsepsis. Eur J. Gastroenterol Hepatol9(3):303-5,1997.

79. van der Vorm ER, von Rosenstiel lA,Spanjaard L, Dankert J - Gas gangre­ne in an immunocomprornised girl due .

to a Clostridium ramosum infection.Clin InfectDis 28(4):923-4,1999.

80. Waisman D, Shupak A, Weisz G, Me­lamed Y - Hyperbaric oxygen thera­py in the pediatric patient: the experi­ence of the Israel Naval Medical Ins­titute. Pediatrics 102(5):E53, 1998

81. Wattel F, Mathieu D, Neviere R - In­

dications for hyperbaric oxygen the­rapy. Organization of the treatmentunit. Training of personnel. Bull Acad

ENRIQUE YARA SANCHEZ E COlS.

NatiMed 180(5):949-63, 1996.82. Williams AB, Aston NO - Sucking in­

jury or gas gangrene? Ann R Coli SurgEngl 81(2): 115-6, 1999.

83. Winter E, Dommke A, Bongers-BinderS, Eiring P, Weise K - Exogenouslyacquired Clostridium septicum gasgangrene-a case report. Swiss Surg6:316-8,1998.

84. Zdziarski P - Hypersensitivity to peni­cillin therapy in the course of treat­

ment: a case report. Pol Merkuriusz Lek7(39):124-5,1999.