18
Actividade 1 1. O que se entende por relativismo moral cultural? R: O relativismo moral cultural é a teoria segundo a qual o valor de verdade dos juízos morais é sempre relativo ao que cada sociedade acredita ser verdadeiro ou falso. Moralmente verdadeiro é igual a socialmente aprovado e as convicções da maioria dos membros de uma sociedade são a autoridade suprema em questões morais.  1. O Relativismo Moral Cultural (RMC) 

SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

8/4/2019 SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

http://slidepdf.com/reader/full/sera-a-etica-relativa-algumas-actividades 1/18

Actividade 1 

1. O que se entende por relativismo moral cultural? R: O relativismo moral cultural é a teoria segundo a qual o valor deverdade dos juízos morais é sempre relativo ao que cada sociedadeacredita ser verdadeiro ou falso. Moralmente verdadeiro é igual asocialmente aprovado e as convicções da maioria dos membros de umasociedade são a autoridade suprema em questões morais. 

1. O Relativismo Moral Cultural (RMC) 

Page 2: SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

8/4/2019 SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

http://slidepdf.com/reader/full/sera-a-etica-relativa-algumas-actividades 2/18

2.Para o relativismo moral se uma acção for socialmenteaprovada ela é correcta. Concorda? A sociedade tem sempre

razão? Porquê? R: Segundo o relativismo moral cultural em assuntos morais cadasociedade tem a sua verdade. Assim, na perspectiva relativista, nãose pode dizer sem mais A escravatura é moralmente errada. O quepodemos dizer é Numa dada sociedade a escravatura é moralmente 

errada e Numa sociedade diferente - com crenças morais diferentes - 

a escravatura não é moralmente errada. Não há verdade ou falsidadesobre a escravatura independentemente do que cada sociedadepensa sobre a escravatura. As crenças morais de uma sociedade nãosão mais verdadeiras, mais razoáveis ou melhores do que as deoutra. Não há uma só verdade em ética mas várias.

Se duas sociedades têm diferentes crenças acerca de uma questãomoral, o relativista conclui que então ambas as crenças sãoverdadeiras. Os adversários do RMC objectam que a conclusão nãoderiva necessariamente da premissa porque essa discórdia pode sersinal de que uma sociedade está certa e a outra está errada.

Page 3: SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

8/4/2019 SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

http://slidepdf.com/reader/full/sera-a-etica-relativa-algumas-actividades 3/18

3. Se adoptarmos o relativismo moral cultural terei alguma razão para

desobedecer a leis que o meu grupo cultural não aprova? Justifique a sua

resposta. R: Segundo o RMC é moralmente correcto o que uma sociedade acredita sermoralmente correcto. Mas para muitos de nós esta ideia é contra-intuitiva.Se uma sociedade rejeita o direito das mulheres ao voto e a igualdade deoportunidades no acesso a empregos diremos que isso é moralmentecorrecto só porque é socialmente aprovado. As sociedades são moralmenteinfalíveis? Então porque mudaram ao longo da história várias das suas

convicções? Martin Luther King tentou por via pacífica chamar a atençãopara as  deficiências morais de um código moral e jurídico que no sul dosEUA considerava moralmente aceitável que os negros fossem tratados comocidadãos de segunda classe. O mesmo fez Nelson Mandela na África do Sul.Como, segundo o relativismo, as crenças da maioria dos membros de uma

sociedade são a verdade em matéria moral, como aquilo que é socialmenteaprovado (significa aprovado pela generalidade dos membros de umasociedade) é verdadeiro e deve ser seguido, então King comportou-se deforma moralmente errada. Isto nega as nossas intuições morais maiselementares.

Page 4: SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

8/4/2019 SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

http://slidepdf.com/reader/full/sera-a-etica-relativa-algumas-actividades 4/18

4. Nas nossas sociedades os adolescentes aprendem Química na escola. Noutras

culturas não tecnológicas são educados para serem bons caçadores. Devemos

concluir deste facto que os princípios da química não têm «validade»

independentemente da nossa cultura? Sabemos que existem 100 elementos

químicos mas na Grécia antiga só se reconheciam 4:terra,água,ar e fogo. Devemosconcluir que depende de cada cultura quantos elementos existem? Em termos

análogos, a abolição da escravatura foi o resultado de um longo processo de

reflexão sobre os ideais democráticos e as raízes bíblicas da cultura ocidental.

Devemos por isso concluir que a escravatura só é errada para os membros da

cultura a que pertencemos? 

Que tese do relativismo moral cultural se pretende aqui criticar?R: Pretende criticar-se a ideia de que é a aprovação social e cultural que determinaque juízos morais são correctos ou não, ou seja, que uma sociedade acredita sercorrecto ou incorrecto constitui o critério último do que é moralmente certo ouerrado (cada sociedade tem as suas verdades morais e que nenhuma está errada). O

relativismo moral cultural transforma a diversidade de opiniões e de crenças moraisem ausência de verdades objectivas. Mas isso pode ser sinal de que há pessoas esociedades que estão erradas e não de que ninguém está errado. Se duas sociedadestêm diferentes crenças acerca de uma questão moral, o relativista conclui que entãoambas as crenças são verdadeiras. Os adversários do RMC objectam que a conclusãonão deriva necessariamente da premissa porque essa discórdia pode ser sinal de que

uma sociedade está certa e a outra está errada.

Page 5: SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

8/4/2019 SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

http://slidepdf.com/reader/full/sera-a-etica-relativa-algumas-actividades 5/18

5.  Um argumento frequentemente utilizado pelos defensores do relativismo moral

cultural diz o seguinte: Premissa - Diversas culturas dão diferentes respostas às mesmas questões moraisConclusão   – Logo, não há nenhuma resposta objectivamente verdadeira a essas

questões (não há verdades morais universais)Será que do facto de não haver acordo se segue que não existe nenhuma verdadeobjectiva?R: Não. Utilizemos o método do contra  – exemplo para o provar, ou seja, tentemosencontrar um argumento da mesma forma em que a premissa é verdadeira e aconclusão falsa. Ei-lo:

Premissa - Diversas culturas discordaram quanto à forma da Terra( umas pensaram queera esférica, outras plana, outras esférica mas um pouco achatada)Conclusão  – Não há nenhuma verdade objectiva acerca da forma da terra.A premissa é verdadeira mas a conclusão é falsa (sabemos que a Terra é redonda).Logo, o argumento não é bom. A premissa não apoia logicamente a conclusão.

O que prova este contra-exemplo? Que o argumento mais frequentementeapresentado em defesa do RMC não é válido. Qualquer argumento com esta forma éinválido. Provámos que há verdades morais objectivas? Não. Mas provámos que aprincipal razão para acreditar no RMC não é uma boa razão.A conclusão Não há nenhuma resposta objectivamente verdadeira a questões morais(não há verdades morais universais, aceites por todos os povos e culturas) é mal

 justificada.

Page 6: SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

8/4/2019 SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

http://slidepdf.com/reader/full/sera-a-etica-relativa-algumas-actividades 6/18

6. Considere este outro raciocínio: Premissa  – As diversas culturas têm concepções diferentes sobre o que émoralmente bom ou mau

Premissa  – Se diferentes sociedades têm crenças morais diversas, não há verdadesmorais objectivas e universais.Conclusão  – Logo, devemos adoptar uma atitude de tolerância face às crençasmorais de outras culturas. (Devemos aceitar o que é aceite em outras sociedades).Este raciocínio é válido? Que tese pretende defender? Será que o RMC é uma

teoria que defende adequadamente a tolerância entre sociedades e culturas?R: O argumento acima exposto pretende estabelecer uma ligação lógica entrerelativismo moral e tolerância intercultural.A tese da tolerância não é adequadamente justificada pelas premissas. Não se vêcomo da proposição «Não há verdades morais objectivas» se chega á conclusão deque devemos aceitar qualquer prática aprovada em sociedades diferentes da

nossa. Porquê? Porque esta ideia baseia-se no pressuposto de que as culturas sãomoralmente infalíveis. Ora a história mostra que muitas em vários momentosaprovaram quase todo o tipo de práticas imorais. Não há qualquer ligação lógicaentre «Não há verdades universais» ou «Nenhuma cultura é proprietária exclusivada verdade» e «Nenhuma cultura está errada».

Page 7: SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

8/4/2019 SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

http://slidepdf.com/reader/full/sera-a-etica-relativa-algumas-actividades 7/18

Não há práticas morais intoleráveis? O RMC não parece uma teoria adequada paradefender a tolerância e o diálogo entre culturas.

Na perspectiva relativista basta uma sociedade instituir como “normal” um certoconjunto de práticas para que tenhamos de as respeitar porque é intolerante eilegítimo julgar tradições e normas de comportamento que nos são culturalmenteestranhas. Se cada colectividade ou, melhor dizendo, se cada comunidade sedefine pelos valores e normas que a identificam (que lhe são próprios) e nãoexistem valores e normas valiosos para toda a humanidade, como condenar certosactos que de um ponto de vista humano são indesejáveis e inaceitáveis? Comodefender os indivíduos de sociedades diferentes da nossa da prepotência dos seusgovernos, da tortura? Se condeno a excisão, praticada em vários países africanos ena Europa, aceitarei que me digam que a minha indignação é sinal de intolerânciae de incompreensão dos valores de cada cultura?

Page 8: SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

8/4/2019 SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

http://slidepdf.com/reader/full/sera-a-etica-relativa-algumas-actividades 8/18

Não há práticas morais intoleráveis? O RMC não parece uma teoria adequada paradefender a tolerância e o diálogo entre culturas.

Na perspectiva relativista basta uma sociedade instituir como “normal” um certoconjunto de práticas para que tenhamos de as respeitar porque é intolerante eilegítimo julgar tradições e normas de comportamento que nos são culturalmenteestranhas. Se cada colectividade ou, melhor dizendo, se cada comunidade sedefine pelos valores e normas que a identificam (que lhe são próprios) e nãoexistem valores e normas valiosos para toda a humanidade, como condenar certosactos que de um ponto de vista humano são indesejáveis e inaceitáveis? Comodefender os indivíduos de sociedades diferentes da nossa da prepotência dos seusgovernos, da tortura? Se condeno a excisão, praticada em vários países africanos ena Europa, aceitarei que me digam que a minha indignação é sinal de intolerânciae de incompreensão dos valores de cada cultura?

Page 9: SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

8/4/2019 SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

http://slidepdf.com/reader/full/sera-a-etica-relativa-algumas-actividades 9/18

2.O Subjectivismo moral (SM) 

Actividade 2 1. Defina subjectivismo moral. 

R: O subjectivismo moral é a teoria segundo a qual o valor de verdade dos juízosmorais depende das crenças, sentimentos e opiniões dos sujeitos que os emitem.Os juízos morais exprimem sentimentos de aprovação e de desaprovação edependem desses sentimentos. Não há verdades morais objectivas e universais.

2.Esclareça por que razão o subjectivismo moral é uma forma de relativismo. R: O subjectivismo moral é uma forma de relativismo porque entende que averdade ou a falsidade dos juízos morais depende (ou é relativa a) das crenças eopiniões de cada indivíduo, em suma, do seu código moral pessoal. Um acto écorrecto ou errado se um determinado indivíduo o considerar correcto ou errado. 

3.O que distingue o relativismo moral cultural do subjectivismo moral? R: Contrariamente ao relativismo individual ou subjectivismo moral, o relativismocultural acerca de assuntos morais afirma que o código moral de cada indivíduo sedeve subordinar ao código moral da sociedade em que vive e foi educado. Os juízos morais de cada indivíduo são verdadeiros se estiverem em conformidadecom o que a sociedade a que pertence considera verdadeiro.

Page 10: SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

8/4/2019 SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

http://slidepdf.com/reader/full/sera-a-etica-relativa-algumas-actividades 10/18

4. Imagine que caiu nas mãos de um grupo de cientistas de outro país.

Pretendem que seja a cobaia de experimentações científicas que consideram

muito importantes e que ao mesmo tempo além de muito dolorosas provocarão

a sua morte. Justificam a acção dizendo que esses experimentos farão avançarenormemente a ciência ao permitir descobrir medicamentos que beneficiarão

milhões de pessoas em todo o mundo. Protesta dizendo que os meios para tal

fim são absolutamente errados. Contudo, explicam-lhe pacientemente que a

moral é relativa, uma simples questão de opinião pessoal. Pensam que usar o

seu corpo para o fim em vista é moralmente correcto e como matar em nome dapesquisa médica não é ilegal no seu país, explicam  – lhe que a sua revolta é

simplesmente uma opinião sua e nada mais. Perguntam-lhe: «Quem és tu para

dizer o que é moralmente correcto ou incorrecto? Cada pessoa tem de julgar por

si o que é certo e errado».

Como argumentaria para os convencer de que o que pretendem fazer émoralmente errado? É aceitável dizer que uma vez que os cientistas acreditamgenuinamente estarem a agir bem, a sua posição é inquestionável? Estaexperiência mental prova que o subjectivismo moral não é uma teoria plausível?

Page 11: SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

8/4/2019 SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

http://slidepdf.com/reader/full/sera-a-etica-relativa-algumas-actividades 11/18

R: Orientação de resposta: Para o subjectivismo moral não tem sentido perguntar quem está errado acerca dacorrecção ou incorrecção moral de certos actos. A cada qual a sua opinião deacordo com aquilo em que acredita e em nenhum caso o juízo moral de uma

pessoa é mais correcto ou razoável do que o de outra. Ficamos entregues ao puroarbítrio e não se percebe como uma acção como a dos médicos referidos écensurável ou eticamente condenável. Parece que neste caso triunfa o direito domais forte.

Page 12: SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

8/4/2019 SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

http://slidepdf.com/reader/full/sera-a-etica-relativa-algumas-actividades 12/18

Actividade 3 O que é a Teoria dos Mandamentos Divinos? R: Na sua versão mais conhecida a teoria dos mandamentos divinos diz-nos que asnoções de bem e de mal são criações de Deus. Sem Deus não há verdades moraisobjectivas e universais. Foi Deus quem distinguiu o certo do errado, estipulando

que acções são moralmente correctas, permissíveis e inaceitáveis. Segundo estaperspectiva, uma acção é moralmente incorrecta porque Deus a definiu comoerrada. Consideremos o juízo moral Roubar é errado. O que torna este juízo moralverdadeiro? O facto de Deus ter determinado que roubar é errado. Moralmentecorrecto significa decidido e aprovado por Deus, o criador das leis morais.

Moralmente errado significa que não foi querido nem é aprovado por Deus. 

3. A teoria dos Mandamentos Divinos (TMD) 

Page 13: SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

8/4/2019 SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

http://slidepdf.com/reader/full/sera-a-etica-relativa-algumas-actividades 13/18

2. Na obra de Dostoeivsky, Os Irmãos Karamazov , Ivan Karamazov afirma: «Se

Deus não existir tudo é permissível». Podemos dizer que Ivan é um defensor da

teoria dos mandamentos divinos? Porquê? R: Para os defensores da teoria dos mandamentos divinos se Deus não existissenada seria moralmente certo ou errado. Como a vontade de Deus é absoluta asnormas morais que ela institui são absolutas, isto é, valem para qualquer serhumano em qualquer época e em qualquer lugar, não admitem excepções. Por

outras palavras, se Deus existe há um código moral absoluto - as leis oumandamentos de Deus - que constitui o critério fundamental que nos permiteavaliar as diversas crenças e práticas humanas. Segundo a TMD há respostascorrectas e incorrectas, verdadeiras e falsas às questões morais. Só há um códigomoral verdadeiro: a lei divina. Ivan exprime esta ideia ao dizer que sem Deusvaleria tudo, não haveria princípios morais objectivos e que a moral se tornariaarbitrária e subjectiva.

Page 14: SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

8/4/2019 SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

http://slidepdf.com/reader/full/sera-a-etica-relativa-algumas-actividades 14/18

3. Há quem afirme que apesar da sua omnipotência, Deus não pode fazer com

que um quadrado tenha três lados nem que dois mais dois sejam igual a quatro.

Porquê? Porque são verdades evidentes por si. Mas um princípio como este: É errado matar pessoas inocentes para nos divertirmos não é evidente por si

mesmo? Por que razão este argumento constitui uma objecção à teoria dos

mandamentos divinos? R: Acções intrinsecamente boas ou más são acções boas ou más por si mesmas,cuja maldade ou bondade é independente de qualquer perspectiva, seja elahumana ou divina. Para o defensor da TMD como é Deus quem determina o que écerto e errado, não há acções certas e erradas em si. O que torna uma acção

errada é ser contrária à vontade de Deus. O que torna uma acção boa é quecumpre a vontade de Deus.

Page 15: SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

8/4/2019 SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

http://slidepdf.com/reader/full/sera-a-etica-relativa-algumas-actividades 15/18

4.Dê atenção ao seguinte argumento:

Há actos intrinsecamente maus (maus em si mesmos)Matar pessoas inocentes é um acto intrinsecamente mau.

Logo, o assassínio de inocentes é errado porque Deus o proíbe.Considera válido este raciocínio? É um argumento com o qual o defensor da teoriados mandamentos divinos estaria de acordo? Justifique a sua resposta.R: Acções intrinsecamente boas ou más são acções cuja maldade ou bondade éindependente de qualquer perspectiva, seja ela humana ou divina. Para o

defensor da TMD como é Deus quem determina o que é certo e errado, não háacções certas e erradas em si. O que torna uma acção errada é ser contrária àvontade de Deus. O que torna uma acção boa é que cumpre a vontade de Deus.O raciocínio é inválido porque a conclusão não é justificada pelas premissas. Umacto intrinsecamente mau é aquele que é mau independentemente de Deus o

proibir ou não. Daí não podermos concluir que é intrinsecamente mau porqueDeus o proíbe. Seria contraditório. O defensor da TMD estaria de acordo com oque diz a conclusão mas não com o modo como a ela se chegou. Consideraria maueste argumento porque está mal construído e se baseia em premissas que julgofalsas.

Page 16: SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

8/4/2019 SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

http://slidepdf.com/reader/full/sera-a-etica-relativa-algumas-actividades 16/18

Actividade 4

Leia atentamente o seguinte texto: «Duas culturas podem partilhar os mesmos princípios morais mas a aplicaçãodesses princípios pode depender das condições específicas de uma dada cultura. Amoralidade é culturalmente condicionada mas isso não é suficiente para provarque os princípios morais são todos dependentes de tradições culturais. Cadacultura tem um conceito de assassínio, distinguindo-o de execução, matar naguerra e outros «homicídios justificáveis». A noção de incesto e outras regulaçõesdo comportamento sexual, os conceitos de restituição e reciprocidade, deobrigações mútuas entre pais e filhos, estes e outros conceitos são universais.Além disso, embora possa parecer que o conflito entre juízos morais se baseia noconflito entre princípios morais opostos, a diferença pode residir em diferentes

crenças factuais. Por exemplo, em muitas culturas tribais é costume matar ospróprios pais quando estes já não conseguem assegurar a sua própria subsistênciae se encontram em estado de grande debilidade. Esta prática não só éradicalmente diferente da nossa como podemos julgá-la moralmente repugnante.Mas será que estas tribos diferem assim tanto de nós no plano moral?

4. O Universalismo Moral Moderado 

Page 17: SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

8/4/2019 SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

http://slidepdf.com/reader/full/sera-a-etica-relativa-algumas-actividades 17/18

Surpreendentemente a resposta é não porque a diferença está não nos princípiosmorais mas sim nas crenças factuais. Estes povos matam os seus pais idososporque acreditam que a condição física do corpo no momento da morte será a

condição da pessoa numa vida depois da morte. Dada esta crença é importanteapressar a morte a partir do momento em que o corpo começa a mostrarevidentes sinais de decadência de modo a que a vida depois da morte não sejadegradante e dolorosa. Se os filhos não fazem isso aos pais não estão a comportar-se como é devido, estão a ser gravemente negligentes. Em outras culturas como as

dos esquimós Inuit a dura luta pela sobrevivência num ambiente muito hostildetermina prioridades que em abstracto julgaríamos moralmente repugnantes:cuidar e proteger as crianças mais velhas em detrimento dos recém-nascidos. Amoral da história é que estas culturas tem basicamente os mesmos princípiosmorais que nós: 1) honra os teus pais, b)protege as crianças e c) promove o bem-estar global da sociedade. Contudo, a aplicação destes princípios é diferente danossa porque têm diferentes crenças factuais acerca da morte e porque oambiente físico em que vivem é radicalmente diferente»

Page 18: SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

8/4/2019 SERÁ A ÉTICA RELATIVA - ALGUMAS ACTIVIDADES

http://slidepdf.com/reader/full/sera-a-etica-relativa-algumas-actividades 18/18

Que tese defende o texto? R: Defende a tese de que as diferenças morais entre as diversas culturas humanastem a ver não com os princípios morais básicos mas com as crenças factuais

dessas culturas. O que varia de uma cultura para outra é a aplicação dosprincípios, não necessariamente os próprios princípios.Que argumento utiliza para defendê-la? R: Argumenta que não podemos julgar as práticas morais de modo abstracto eatravés de uma série de exemplos mostra que devemos articular os princípios

morais com as crenças factuais e as necessidades de adaptação ao meio.