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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E … · O oscilante desempenho da economia brasileira, nos anos oitenta, encerra, por assim dizer, o resumo da ocorrência de diversos

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

2

EQUIPE TÉCNICA

Aldemir do Vale Souza (coord.)

Jorge Jatobá

Leonardo Guimarães Neto

Paulo Ferraz

Tania Bacelar de Araújo

Valdeci Monteiro

Assistentes de Pesquisa

Jurema Regueira

João Salles

Consultores

Cláudia Pereira

Heródoto Moreira

Osmil Galindo

Ricardo Lacerda

Estagiário

Mateus Souza

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 5

1 ANÁLISE RETROSPECTIVA DA ECONOMIA DE SERGIPE (1970-2002) 7

1.1 Evolução no Contexto Nacional e Regional 7 1.2 Crescimento e Desenvolvimento de Sergipe 11 1.3 O Desempenho da Agropecuária, da Indústria e dos Serviços 16 1.3.1 O Setor Agropecuário Sergipano 23 1.3.2 O Setor Secundário Sergipano 37 1.3.3 O Setor Terciário 50 1.4 Visão Sub-regional do Crescimento 62 1.4.1 O Produto Interno Bruto 64 1.4.2 A Distribuição das Unidades Produtivas Formais 69 1.4.3 Valor da Produção das Principais Culturas Agrícolas 72 1.4.4 Pecuária: Efetivos e Principais Produtos 77 1.4.5 Distribuição Setorial e Espacial da Ocupação 79 1.5 O Comércio Internacional e Interestadual 83 1.5.1 A Balança Comercial com o Exterior 84 1.5.2 A Pauta de Exportações de Sergipe 88 1.5.3 As Importações de Sergipe 90 1.5.4 Principais Empresas Exportadoras e Importadoras 92 1.5.5 O Comércio Interestadual 94

2 O DESEMPENHO RECENTE DA ECONOMIA SERGIPANA (2003-2004) 98

2.1 Contexto Internacional 98 2.2 O Desempenho da Economia Brasileira nos anos de 2003 e 2004 99 2.3 O Desempenho da Economia Sergipana nos anos de 2003 e 2004 103 2.3.1 Aspectos Gerais 103 2.3.2 Agropecuária 107 2.3.3 Indústria 110 2.3.4 Serviços 117

3 EVOLUÇÃO DO QUADRO FINANCEIRO PÚBLICO ESTADUAL (2000-2004) 120

3.1 Receita Total 120 3.2 Despesas Totais 124 3.3 Balanço Nominal, Corrente e de Capital 128 3.4 Dívida Pública 128 3.5 Cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) 129 3.6 Sumário da Gestão Fiscal 132 3.7 O Programa de Ajuste Fiscal 135

4 MERCADO DE TRABALHO, EMPREGO E ALGUNS INDICADORES SOCIAIS (1992-2003) 137

4.1 Características do Mercado de Trabalho e dos Rendimentos da População Ocupada 137 4.1.1 A Demografia da Força de Trabalho Sergipana: Evolução da PIA, da PEA e da POC 137 4.1.2 Evolução da Desocupação 143 4.1.3 Evolução da Taxa de Participação no Mercado de Trabalho (TPFT) 145 4.1.4 Evolução da Taxa de Desocupação 147 4.1.5 Estrutura Ocupacional 149 4.1.6 A Evolução do Emprego Formal segundo a RAIS 152 4.1.7 A Evolução e a Estrutura do Emprego Formal conforme a PNAD 155 4.1.8 Evolução da Ocupação Informal 156 4.1.9 Distribuição dos Rendimentos da População Ocupada 158 4.2 Evolução de alguns Indicadores Sociais 159 4.2.1 Distribuição dos Rendimentos 159 4.2.2 Acesso a Serviços: Infra-Estrutura e Saneamento Básico 162 4.2.3 Saúde e Esperança de Vida 166

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4.2.4 Educação e Escolaridade 167 4.2.5 O IDH-M 169 4.3 Indicadores Sociais sob a Ótica das Sub-Regiões 170

5 PERSPECTIVAS DA ECONOMIA DE SERGIPE 174

5.1 Condicionantes do Contexto Mundial e Nacional 174 5.1.1 Condicionantes Mundiais 174 5.1.2 Condicionantes Nacionais 177 5.2 Investimentos Previstos para a Economia de Sergipe 179 5.2.1 Investimentos Estruturados 180 5.2.2 Os Investimentos Industriais do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial - PSDI 188 5.3 Tendências e Sinais de Mudança 191 5.3.1 Tendências da Base Produtiva da Economia de Sergipe 191 5.3.2 Tendências de Dinamismo Espacial 193 5.3.3 Tendências da Presença do Setor Público 194 5.4 Trajetória mais Provável da Economia de Sergipe (2005-2015) 195 5.4.1 Hipóteses 195 5.4.2 Descrição da Trajetória mais Provável 197 5.4.3 Desdobramentos na Estrutura Produtiva da Trajetória mais Provável 198

6 UM RESUMO DAS PRINCIPAIS CONCLUSÕES 200

BIBLIOGRAFIA 210

ANEXO 1 - Relação de Entrevistados 212

ANEXO 2 - Anexo Estatístico 213

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Apresentação

Este trabalho é um estudo sobre a economia do Estado de Sergipe. Com o

escopo que tem, trata-se de uma tentativa de análise de diversos aspectos

econômicos e sociais da realidade estadual, destacando-se:

(i) a trajetória de sua economia nas três últimas décadas numa

abordagem setorial e regional do crescimento;

(ii) um exame da economia no curto prazo, com base numa estimativa do

nível de atividade para os anos 2003-2004;

(iii) uma análise sobre a situação das finanças estaduais, com destaque

para a capacidade de investimento;

(iv) um estudo sobre as condições do mercado de trabalho, com ênfase

na inserção da força de trabalho por gênero, na questão do

desemprego e numa visão preliminar de alguns indicadores sociais; e,

(v) a partir da análise precedente, uma discussão das perspectivas da

economia sergipana.

Afora esta breve introdução, o trabalho está organizado em cinco capítulos cujo

conteúdo coincide com os tópicos apontados acima e um capítulo final que contém um

resumo de conclusão. Embora a perspectiva abrangente e os diferentes aspectos

abordados possam sugerir que se trata de um esforço pioneiro, no trabalho pretende-

se, ao contrário, apenas atualizar o conhecimento sobre a realidade econômica e

social do Estado com base em informações disponíveis recentes, complementadas por

outros trabalhos sobre a economia e a sociedade estadual que, de maneira distinta,

adotaram métodos e perspectivas de interesses diversos.1

As análises dos vários aspectos referidos foram feitas a partir de um

levantamento, na medida do possível, exaustivo das informações, normalmente

disponíveis nas fontes tradicionais e conhecidas. Além disso, foram coletados dados

sobre programas e projetos em órgãos governamentais do Estado e, para alimentar a

discussão de um cenário provável da economia de Sergipe, foram realizadas

entrevistas com representantes do primeiro escalão do governo estadual; técnicos de

diversas instituições, a exemplo de secretarias e institutos estaduais; e, pesquisadores 1 Ibarê Dantas: História de Sergipe: república (1889-2000). – Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2004; Cenários de desenvolvimento local: estudos exploratórios, vol. 1 e vol. II (org. Maria Lúcia O. Falcon, Dean Lee Hansen, Edison Rodrigues B. Junior). Aracaju: Secretaria Municipal de Planejamento, 2003; Ana Eliza Vasconcelos, Leonardo Guimarães Neto et alii: A indústria incentivada de Sergipe no contexto regional. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 1993; Governo do Estado de Sergipe: Cenários da Economia Sergipana: 1988: 1992. Aracaju: Governo de Sergipe, 1988.

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e professores da Universidade Federal de Sergipe. Foram também feitas entrevistas

com vários representantes locais da iniciativa privada, com destaque para a

Federação das Indústrias de Sergipe, o Clube de Diretores Lojistas, e entrevistas com

diretores e gerentes de empresas privadas, inclusive a Petrobrás.2

Ainda como parte do método adotado para a elaboração do trabalho, foi

realizado um seminário com representantes do primeiro escalão e técnicos de vários

órgãos governamentais para uma apresentação, feita no mês de setembro de 2005,

dos principais resultados do estudo. Essa etapa teve como objetivo submeter os

resultados à crítica e colher informações adicionais a partir da discussão dos

resultados da pesquisa feita.

Outubro de 2005

CEPLAN – Consultoria Econômica e Planejamento

2 A relação das pessoas entrevistadas consta do Anexo.

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1 - ANÁLISE RETROSPECTIVA DA ECONOMIA DE SERGIPE (1970 – 2002)

1.1 - Evolução no Contexto Nacional e Regional

Em princípio, podem-se ressaltar dois aspectos interdependentes para

caracterizar o contexto do passado recente da economia do Estado de Sergipe. O

primeiro associado às transformações da economia brasileira, sob influência das

mudanças na economia internacional, nas três últimas décadas, e o efeito que teve e

tem a condução da política de curto prazo nas economias locais. E o segundo,

relacionado à importância que tiveram, até meados dos anos oitenta, os investimentos

das empresas estatais para induzirem direta e indiretamente o crescimento, a renda e

o emprego no Nordeste e, em particular, nas economias estaduais mais vulneráveis

como a de Sergipe.

Quanto ao primeiro aspecto, dois pontos merecem destaque. Primeiro o de que

a forte proteção ao mercado da economia brasileira e o fácil acesso à poupança

externa, até o final dos anos setenta, favoreceram as condições para um crescimento

sustentado do PIB, configurando uma dinâmica endógena que reforçou um processo

de integração regional já em curso desde os anos trinta do século passado. Segundo,

e não menos importante, a elevação do preço do petróleo e o processo inflacionário

desencadeado nas principais economias mundiais abriram espaço, nos anos setenta,

para o início, nessas economias, de políticas de reestruturação industrial, alteração de

suas políticas comerciais e uma forte onda protecionista.

A adoção de políticas corretivas pelas principais economias mundiais, dentre

elas o forte aumento dos juros básicos da economia norte-americana, repercutiu nas

economias latino-americanas e, em particular, na economia brasileira que,

incapacitadas de servir suas dívidas, mergulharam, na primeira metade da década de

oitenta, num processo de crise cambial e financeira, interrompendo uma trajetória de

crescimento sustentado que se verificara até final dos anos setenta.

Progressivamente, essas economias adaptaram-se à crise da dívida, a partir do

início dos anos noventa, adotando medidas sob a forma de redução das barreiras de

proteção a seus mercados, de desregulamentação de seu mercado de capitais, da

implementação de programas de privatização de empresas públicas, e de medidas

ambiciosas de controle dos gastos públicos e de combate de seus crônicos processos

inflacionários.

Os efeitos nas economias regionais das mudanças ocorridas na economia

brasileira foram significativos. Exerceram influência como fatores de destaque, por um

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lado, a crise cambial e a fragilidade fiscal e financeira do setor público nos anos

oitenta; a abertura da economia, nos anos noventa, e suas implicações na

reestruturação industrial; e a necessidade de conter o processo inflacionário, com a

reiteração, até o advento do Plano Real, em 1994, de experiências sucessivas de

planos de estabilização malogrados.

O traço mais notável desse período é a persistência de uma fase de lento

crescimento econômico, iniciado na década de oitenta, permeado por graves

problemas na economia brasileira, com repercussões importantes nas economias

estaduais. Na raiz dos problemas da economia brasileira, a crise cambial de início dos

anos oitenta, e a interrupção dos fluxos de financiamento com base em poupança

externa, foi uma das fontes mais importantes de desequilíbrio macroeconômico que

afetaram a economia. Outro não menos importante foi a aceleração do processo

inflacionário.3

O oscilante desempenho da economia brasileira, nos anos oitenta, encerra, por

assim dizer, o resumo da ocorrência de diversos fenômenos interdependentes: queda

do PIB, em 1981 (- 4,2%) e 1983 (- 3,0%), aceleração inflacionária e mudanças no

quadro político-institucional que propiciaram a primeira tentativa heterodoxa de

estabilização da economia, com o Plano Cruzado, a partir de 1986, sucedido por

iniciativas igualmente frustradas de planos heterodoxos de estabilidade monetária

caracterizados por congelamento de preços e salários.

Entre 1984-85, houve um breve ciclo de recuperação, sustentado no

crescimento das exportações que se configurou num ambiente de recessão com

grande capacidade ociosa na indústria e redução dos salários reais. As medidas de

congelamento de preço e salários do Plano Cruzado, em 1986, associados a uma

política monetária acomodatícia e ao crescimento real dos salários, naquele ano,

provocaram uma elevação inusitada da demanda e causaram um forte crescimento do

PIB: 6,4%, no ano.

A frustração decorrente dos repetidos insucessos das tentativas de estabilizar a

economia tornou o processo inflacionário mais agudo dando início a um período de

instabilidade na economia que entrou numa fase de estagnação com seus efeitos de

redução do ritmo de crescimento do PIB até o final da década de oitenta. Esse

ambiente de incerteza serviu de desestímulo ao investimento, acentuando uma

situação de persistente instabilidade e lento crescimento econômico.

3 Em 1983, a inflação mudou do patamar de 100% para 200% ao ano.

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No Nordeste, observou-se então uma tendência de redução do investimento,

caindo seu ritmo de crescimento para 1,6% ao ano naquela década4, reduzindo-se

ainda mais, entre 1990-93, em termos absolutos em 4,4% ao ano. O investimento

público contribuiu para essa queda com – 9,9% ao ano.5

No Gráfico 1, que contém o crescimento do PIB em médias móveis

qüinqüenais, observa-se a tendência das economias brasileira, nordestina e sergipana

ao longo das três últimas décadas, podendo-se destacar, sob a forma de resumo, os

seguintes comentários:

a) até quase o final da década de setenta, as taxas de crescimento –

indicadas pelas médias qüinqüenais – ainda refletiam a tendência

histórica de expansão acelerada da economia brasileira, em que pese

o início da fase de transição para uma forte desaceleração do seu

ritmo de crescimento, graças aos problemas apontados;

b) nos anos oitenta, a chamada “década perdida”, configurou-se de

maneira mais inequívoca o crescimento claudicante e a “estratégia”

stop-and-go das diversas e reiteradas tentativas frustradas de

estabilização monetária, com a ocorrência das experiências, sem

precedente em quarenta anos, de crescimento negativo, em 1981-83;

c) nos anos noventa, com o advento do Plano Real, em 1993-94,

esboça-se uma retomada do crescimento, em um curto ciclo, como

resultado da estabilidade monetária, sem que se retorne às taxas

históricas, sobretudo devido à grande incerteza quanto ao

investimento de médio e longo prazo, tanto que os anos iniciais do

novo século (2000 - 2002) registram crescimento medíocre (2,3% a.a.,

na média)

d) a tendência observada ao longo de todo o período, até a primeira

metade da década de noventa, revela o traço empírico já observado

da aderência do crescimento das economias regional e estadual à

economia nacional.

4 Na década anterior, a FBKF tinha crescido a um ritmo de 10,2% a.a., cf. Sudene. Boletim Conjuntural – Nordeste do Brasil, n. 1, 1993 (Tabela 71, p. 390). 5 Idem, ibdem.

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10

Gráfico 1

Brasil, Nordeste e Sergipe: Evolução das Taxas de Crescimento do PIB 1970 - 2002

(Médias móveis qüinqüenais)

-2,0

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000

(%)

SE

NE

BR

Fonte: Sudene (1973-1984), IBGE (1985-2002)

Essa última observação chama a atenção para a constatação, com freqüência

assinalada, de que a economia nordestina sempre cresce a taxas maiores do que a

brasileira, quando esta entra numa fase cíclica de recuperação, enquanto ocorre o

oposto, quando se esboça uma trajetória de queda das taxas de crescimento de PIB

da economia brasileira. Contrariando esse fato observado até um passado recente,

esse padrão é interrompido entre 1992 e 1996, sem sinais de que voltará a se repetir

no futuro. Ver Gráfico 1.

De fato, é o que se pode notar da comparação feita a partir do ano de 1992,

quando a economia brasileira passa a crescer a taxas maiores. Uma hipótese para

essa mudança pode estar numa provável reconcentração da atividade econômica nas

regiões mais desenvolvidas, que se beneficiaram de uma maior integração ao

comércio internacional, ou na tendência, a partir dos anos noventa, de expansão da

área do agro-negócio, sobretudo na região do Centro Oeste.

No contexto nordestino e nas economias estaduais o que se observa, de

acordo com a tendência do crescimento, notadamente quanto à aparente correlação

entre os ritmos de crescimento da economia nacional versus à regional e estadual, é

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uma capacidade de resposta diversa, segundo a situação particular de cada economia

local.

De fato, a intensidade dos efeitos das mudanças apontadas nas economias

estaduais teve, como contrapartida, uma maior ou menor capacidade de resposta e

adaptação em função das condições da disponibilidade dos recursos naturais, da infra-

estrutura e logística existente, da dimensão dos mercados, e da qualificação da mão-

de-obra de suas economias. E, é evidente, parte não menos importante dessa

adaptabilidade das economias estaduais se deu graças à capacidade local da

iniciativa privada e do papel dos governos, até onde foi possível se acomodar às

condições adversas gerais.

Nesse limitado espaço de manobra, embora secundariamente, tiveram

importante papel as potencialidades de cada economia estadual e as condições

financeiras dos governos estaduais para atrair investimentos privados ao longo dos

últimos quase vinte anos, a partir de programas de incentivos com base em sua

receita própria.6 Nesse particular, as economias estaduais mais robustas, com

capacidade para esboçar reação conseqüente foram, e ainda são, as dos estados da

Bahia, Ceará e Pernambuco, as três maiores economias da região Nordeste.

Um outro fator determinante diz respeito à importância que tiverem, e a ainda

têm, as empresas estatais federais na economia regional. Pode-se afirmar que seus

investimentos tiveram, e ainda exercem, um papel importante como elemento de

atração dos investimentos do setor privado, tendo atuado, nesse sentido, como um

ponderável reforço à política de desenvolvimento industrial conduzida pela extinta

Sudene.

O caso da economia de Sergipe é emblemático sob esse aspecto porque, até

meados dos anos oitenta, os investimentos da Petrobrás, pelo peso que tiveram na

formação do PIB industrial e do Estado, influíram significativamente na trajetória do

crescimento de sua economia, com impactos diretos e indiretos importantes nas

demais atividades. Paradoxalmente, essa presença, ao implicar uma concentração de

investimentos importante na indústria, tornou a economia do Estado vulnerável às

mudanças das estratégias da empresa.

1.2 - Crescimento e Desenvolvimento de Sergipe

A evolução do Produto Interno Bruto sergipano é, como a dos demais estados,

em geral, fortemente correlacionada ao desempenho da economia brasileira como um

6 As estratégias locais, verdadeiras apostas de sucesso duvidoso, cobraram caro, e ainda cobram, dos estados o sacrifício incorrido em termos de renúncia fiscal.

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todo. Embora possa parecer um truísmo, essa afirmação subentende a influência de

fatores exógenos; da gestão da política de curto prazo; e dos choques que – ao

afetarem a economia brasileira – acabam, por sua vez, repercutindo nas economias

locais.

Assim é que, numa retrospectiva de longo prazo, identificam-se dois pontos de

inflexão que, sob a influência de alterações na economia brasileira, representam

mudanças de trajetória da economia sergipana. O primeiro, nos anos 70 e primeira

metade dos anos 80, quando um conjunto de investimentos industriais de empresas

públicas e privadas puxou o seu crescimento e revolucionou as atividades urbanas.

Nesse período alterou-se significativamente a feição, até então, essencialmente,

tradicional da economia do Estado. O segundo ponto de inflexão se verificou a partir

de meados dos anos 80, quando atividades do setor terciário tornaram-se mais

dinâmicas, acompanhando a perda de pujança da economia nacional e o abandono

das políticas regionais inauguradas nos anos 60. Essa segunda mudança se

configurou, não por coincidência, a partir dos anos 80, no marco do esgotamento de

um longo período de quase três décadas de forte crescimento da economia brasileira.

Como um marco da inflexão mencionada, cabe registrar a importância que

tiveram, e deixaram de ter, os investimentos do setor público na indústria na economia

de Sergipe, cuja principal fonte de crescimento dependia, no início dos anos oitenta,

da indústria extrativa mineral e a de transformação. Em 1985, ambas representavam

58,7% do PIB, sendo que a primeira contava com cerca de 22%.7 Essa concentração

da atividade econômica na indústria extrativa mineral, na exploração de petróleo, e em

menor medida gás natural, sob controle da Petrobrás, uma empresa estatal, tornou a

economia do Estado particularmente vulnerável às mudanças de orientação dos

investimentos no setor industrial.

É evidente a tendência de redução dos investimentos dessa empresa a partir

de 1985. De fato, conforme se observa, no Gráfico 2, a Formação Bruta de Capital

Fixo (FBKF) na indústria extrativa mineral, que correspondia a 11% do PIB da

economia sergipana, naquele ano, reduziu-se para 3% em 1989, caindo para cerca de

2% no final do período, no ano de 1995. Esses investimentos, que representavam 63%

de toda a FBKF pública realizada em 1985, caíram para 18%, no último ano. Desde a

segunda metade dos anos oitenta, houve um declínio persistente do investimento

público, exaurindo-se uma das fontes de crescimento mais importantes da economia

7 Em 1995, essa participação tinha se reduzido para cerca de 8%, conforme os dados das Contas Regionais, produzidos pela SUPES e o IBGE.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

13

sergipana – senão a mais importante. No mesmo período, a extração de petróleo teve

uma redução de 27,3%.8

Gráfico 2

Sergipe: Participação relativa da FBKF setorial do setor público

(indústria) no PIB total: 1985 – 1995

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995

Fonte: SUDENE - Contas Regionais

Industria extrativa Industria de transformação

Energia elétrica e abastecimento de água Construção

Total

Há outros aspectos que ilustram esses resultados em termos dos investimentos

públicos. Por um lado, se houve uma redução nos investimentos na indústria extrativa

mineral, estes se elevaram na atividade de energia elétrica e de abastecimento

d´água. O que se pode inferir desse comportamento do investimento é a reiteração da

dependência da economia do Estado de uma fonte de crescimento concentrada em

outra empresa estatal. Com efeito, a maior participação do investimento nessa

atividade, a partir de 1989, decorre das obras na barragem de Xingó realizadas pela

CHESF, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco.

Contrariando a tendência de um ritmo maior de crescimento de sua economia

até meados dos anos oitenta, em anos mais recentes, notadamente depois do final da

década de noventa, Sergipe enveredou numa trajetória de menor dinamismo

comparativamente ao Nordeste e ao Brasil, um fenômeno que pode ser atribuído à sua

dificuldade de explorar novas oportunidades de investimentos relacionadas ao

crescimento das exportações nacionais.

8 Ver Ricardo Lacerda: “Perspectivas de geração de renda e emprego na economia de Sergipe”. s.l., 23/08/1999 (xerox)

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

14

O início dos anos 90 foram os mais duros para a produção nacional dos últimos

15 anos, em razão da combinação perversa da acelerada abertura comercial com a

recessão das atividades no mercado interno, o que fez com que a economia brasileira

se defrontasse com intensa entrada de produtos estrangeiros em um mercado

estagnado.

A partir da implantação do Plano Real, a situação torna-se um pouco menos

adversa, dado que a expansão dos mercados de consumo propiciada pelo retorno do

crédito e, em sua esteira, a retomada de investimentos diretos externos levaram ao

crescimento da demanda agregada, o que implicou a possibilidade de certa absorção

interna do incremento de produção, mesmo com a intensificação do crescimento das

importações e da falta de competitividade da produção brasileira nos mercados

externos. Desse modo a expansão da demanda agregada repercutiu em todas as

regiões.

Tabela 1

Brasil, Nordeste e Sergipe

Taxas anuais de crescimento do Produto Interno Bruto- PIB

(%) aa Anos/períodos Brasil Nordeste Sergipe

1970-1973 12,4 13,9 17,2

1974-1980 7,0 6,6 7,4

1981-1984 -0,3 3,5 4,4

1985-1989 4,4 4,2 5,7

1990-1993 0 1,1 1,7

1994-1998 3,2 3,0 3,1

1999 0,8 2,2 1,3

2000 4,4 4,2 3,3

2001 1,3 1,0 0,3

2002 1,9 2,2 3,2

1999-2002 2,1 2,4 2,0 Fonte: SUDENE (1970-84), IBGE-Contas Regionais (1985-2002)

Essa trajetória da economia nacional, mais do que qualquer outro

determinante, explicou o desempenho um pouco superior do PIB da economia

sergipana na segunda metade dos anos 90, comparativamente ao da primeira. A partir

de 1999, as exportações brasileiras ganharam novo impulso com importantes efeitos

sobre a demanda agregada, abrindo mini-ciclos na economia brasileira como o

iniciado com a desvalorização do real entre o segundo semestre de 2002 e no primeiro

de 2003.

No período mais crítico da evolução da economia brasileira, a contar da

abertura comercial do início dos anos 90, referente ao período 1990-1993, o PIB

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15

sergipano cresceu apenas 1,7% ao ano, contra 1,1% da economia nordestina e

crescimento zero da economia brasileira. Ver Tabela 1.

Nos anos de 1994 e 1998, verificou-se certa recuperação da economia

nacional, estimulada pelo impacto da estabilização dos preços promovida pelo Plano

Real. Ainda assim, a taxa de crescimento do PIB brasileiro no período foi modesta e

decrescente, diante da perda de competitividade da economia em razão da contínua

valorização cambial e das crises financeiras que atingiram, um a um, os países

emergentes endividados. A trajetória é de redução das taxas de crescimento do PIB

brasileiro que, depois de atingir 5,9% em 1994, cai para 4,2% em 1995, 2,7% em

1996, 3,3% em 1997 e 0,1% em plena crise financeira e cambial de 1998. Ver Tabela

1.

O ano de 1999 foi de assimilação dos impactos da crise, com forte elevação

das taxas internas de juro, com o retorno do crescimento do PIB nacional no ano de

2000 e taxas reduzidas de crescimento em 2001 e 2002. No período 1999-2002, o

crescimento médio anual foi de 2,1%. Em 2003 o PIB ficou praticamente estagnado,

0,6% de aumento. A forte desvalorização cambial que se verificou no período

combinada com a evolução favorável da economia mundial, todavia, possibilitou uma

retomada de certo fôlego da economia brasileira, em 2004, 4,9% de crescimento.

A estagnação da economia nacional no início dos anos 90 atingiu intensamente

a economia sergipana fazendo com que a taxa média de crescimento do PIB estadual

situada em 5,7%, nos anos de 1985 a 1989, fosse rebaixada para 1,7% nos anos de

1990 a 1993.

Com o empuxe da demanda do Plano Real, a economia sergipana elevou a

taxa de crescimento, comparativamente aos primeiros anos da década de 1990.

Entretanto a média anual de 3,1%, no período 1994-1998, é significativamente menor

do que os 5,7% anuais entre 1984 e 1989, e ainda menos expressiva quando

comparada com as taxas dos anos 70 do século passado.

Nos anos mais recentes, a economia de Sergipe tem apresentado, em média,

taxas de crescimento um pouco inferior às obtidas pelas economias do Nordeste do

Brasil, com exceção de 2002. Ver Tabela 1. Tal indicador é preocupante, pois sugere

que a economia do Estado vem se beneficiando pouco das oportunidades que a

mudança do regime cambial, desde 1999, tem propiciado à economia brasileira.

Assim, enquanto em todos os sub-períodos apresentados na tabela anterior, a

economia sergipana registrou taxas de crescimento superiores às da economia

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16

brasileira e nordestina, após 1999 a sua trajetória tem se situado abaixo da média

nacional, mesmo diante da relativa baixa dinamicidade da economia brasileira.9

Como será analisado em seção específica, o coeficiente de exportação de

Sergipe é significativamente inferior ao do Nordeste e do Brasil. Isso significa que,

ainda que as exportações sergipanas cresçam acima das taxas médias da região e do

país, o seu impacto sobre o PIB estadual é pouco significativo, diante do reduzido

peso delas na composição da demanda agregada estadual.

De maneira esquemática, pode-se resumir alguns aspectos que caracterizaram

a trajetória da economia de Sergipe no período razoavelmente longo que serviu de

referência para a análise acima.

i) O primeiro mostra o atrelamento do sentido e do ritmo de crescimento que

essa economia compartilha com a economia brasileira e a nordestina, com a

qualificação de que a intensidade do ritmo foi maior para a economia

estadual desde o início dos anos 1970 até o começo dos anos noventa;

ii) O segundo é a importância que até a primeira metade da década de oitenta,

tiveram os investimentos de empresas estatais na indústria extrativa

mineral, em particular na exploração de petróleo para impulsionar o

dinamismo da economia estadual;

iii) E o terceiro dá ênfase à mudança associada à maior participação do setor

terciário na economia do Estado a partir dos anos oitenta ainda que esta

mantenha – em comparação às economias dos demais estados – um peso

importante da indústria na formação de seu PIB.

Parte importante da explicação da tendência recente da economia do Estado

está na sua capacidade de influir na trajetória de crescimento sob a influência do

comportamento dos diferentes setores de sua economia. É esse aspecto que se

aborda em seguida.

1.3 - O Desempenho da Agropecuária, da Indústria e dos Serviços

Nos anos 70 e na primeira metade dos anos 80, a economia sergipana

estimulada pelos investimentos das empresas estatais e pelos investimentos privados

incentivados pela SUDENE apresentou elevadas taxas de crescimento. A partir de

9 A análise no capítulo 2 que contempla a estimativa do PIB para os anos de 2003 e 2004 sugere que a economia do Estado está recuperando sua capacidade de crescimento acima do que os números preliminares apontam para a economia brasileira.

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17

meados dos anos 80, Sergipe perdeu dinamicidade, acompanhando o movimento

geral da economia brasileira.

Como reflexo dessas transformações, o setor industrial que chegou a

representar 68% do PIB estadual, em 1985, declinou acentuadamente a sua

participação, até atingir 33%, em 199310. É importante destacar que percentual tão

elevado de participação do setor industrial no PIB estadual, notadamente nos anos 80,

acima das médias brasileira e nordestina, decorreu essencialmente do peso da

atividade de petróleo na economia sergipana. A queda expressiva dessa participação,

também mais acentuada do que as reduções verificadas no Nordeste e no Brasil a

partir de meados dos anos 80, deveu-se em grande parte à evolução desfavorável do

quantitativo de produção e do valor da produção do petróleo sergipano. Assim, na

perda de participação do setor industrial enquanto aumentava a do setor serviços na

economia sergipana, é necessário considerar dois conjuntos de fatores. Um primeiro

associado à própria perda de dinâmica da indústria de transformação brasileira que

atingiu quase todos os estados da federação a partir de 1985 e, um segundo,

associado à perda de peso da atividade do petróleo na economia estadual.

A recuperação da participação do setor industrial no período 1997-1999 pode

estar associada à instalação de novos empreendimentos incentivados pelo Programa

Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI) que, apesar de ter demorado a

deslanchar, comparativamente a estados como Ceará e Rio Grande do Norte, de fato,

ganhou certo impulso a partir de 1996. O forte incremento de participação a partir de

2000 deveu-se, em menor parte, à continuidade dos investimentos com apoio do PSDI

e, e em maior medida, à entrada em operação da Usina Hidroelétrica de Xingó e à

recuperação do valor de produção da atividade extrativa mineral.

10 O setor industrial (ou setor secundário) é constituído pela indústria extrativa mineral, indústria de transformação e os serviços industriais de utilidade pública (energia elétrica, gás e abastecimento d’água).

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18

Tabela 2

Participação dos Setores Econômicos no Produto Interno Bruto a Preços Básicos, segundo os Estados da Região Nordeste e Brasil – 2000

(%) Participação (%) Setorial - 2000

Estados Agropecuária Indústria Serviços Total

Maranhão 16,8 23,6 59,7 100

Piauí 10,4 26,0 63,6 100

Ceará 6,1 38,1 55,9 100

Rio G. do Norte 2,6 41,1 56,3 100

Paraíba 12,7 30,2 57,1 100

Pernambuco 8,5 31,2 60,3 100

Alagoas 10,3 29,0 60,7 100

Sergipe 7,6 37,3 55,1 100

Bahia 10,7 41,1 48,2 100

Nordeste 9,4 35,6 55,0 100

Brasil 7,5 40,3 52,3 100 Fontes: IBGE, DPE/DECNA; MI; PNUD/SIG- Sistema de Informações Gerenciais. Extraído de MI-SUDENE, (2003) Região Nordeste do Brasil em

Números. Edição Eletrônica.

A outra face desse peso superlativo do setor secundário no PIB sergipano é a

participação excepcionalmente baixa do setor agropecuário na produção da riqueza

estadual, significativamente inferior a da maioria dos estados nordestinos, com

exceção do Rio Grande do Norte, estado também produtor de petróleo, e do Ceará.

Ver Tabela 2.

De outra forma, são as grandes oscilações da participação do setor secundário

no PIB sergipano, caindo entre 1985 e 1996 e subindo, daí em diante, que explicam

em grande parte o ligeiro crescimento da importância do setor agropecuário no

primeiro período, passando de 8% para 11%, e a sua queda para 6% e 7% em 2001 e

2002. Frente ao setor agropecuário, o setor terciário mostrou-se mais sensível para

cima do que para baixo a essas oscilações de participação do setor secundário,

aumentando de 24% para 56% entre 1985 e 1996, caindo para 42% em 2002. Ver

Tabela 3 e Gráfico 3.

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19

Tabela 3

Sergipe: Evolução da Participação dos setores no PIB Estadual

1985-2002

(%) ANO Agropecuária Indústria Serviços Total geral

1985 8,2 67,8 24,0 100,0

1986 8,7 64,9 26,4 100,0

1987 9,0 56,4 34,6 100,0

1988 10,4 53,5 36,1 100,0

1989 10,1 47,4 42,5 100,0

1990 10,7 44,4 44,9 100,0

1991 8,6 41,3 50,1 100,0

1992 9,2 42,1 48,7 100,0

1993 10,2 44,5 45,4 100,0

1994 12,5 41,3 46,3 100,0

1995 11,3 34,5 54,2 100,0

1996 10,8 33,2 56,0 100,0

1997 8,6 37,6 53,8 100,0

1998 9,2 36,0 54,8 100,0

1999 8,8 37,7 53,5 100,0

2000 7,6 37,3 55,1 100,0

2001 6,0 52,3 41,7 100,0

2002 6,6 51,5 41,9 100,0

2002* 7,8 42,9 49,3 100,0 Fonte: IBGE-Contas Regionais (1985-2002)

OBS: * Participação corrigida mantendo-se o peso do setor de serviços industriais de utilidade púbica, em 2002, idêntica à do ano 2000.

Gráfico 3

Sergipe Evolução da Participação dos setores no PIB Estadual 1985-2002 (%)

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Fonte: IBGE - Contas RegionaisAgropecuária Indústria Serviços

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20

Entre 1985 e 1990, a agropecuária registrou o melhor desempenho entre os

grandes setores da economia sergipana, com taxas anuais de 4,4%, seguida pela

indústria, com 3,4% e serviço com 2,9%. Ver Tabela 4. Na primeira metade dos anos

90, a taxa de crescimento do PIB sergipano desacelerou consideravelmente, tendo

caído de 3,5% aa no período anterior para 1,7% ao ano. É o período de crise mais

aguda do setor industrial, enquanto o setor serviços passou a apresentar as maiores

taxas de crescimento, seguido do setor agropecuário. Entre 1995 e 2000, o setor

agropecuário sofreu com os efeitos da seca e com a crise do setor citrícola estadual.

Tabela 4

Sergipe: Taxa anual de crescimento do PIB dos Setores Produtivos (%) Taxa de crescimento anual no período

Período Total Agropecuária Indústria Serviços

1985-1990 3,5 4,4 3,4 2,9

1990-1995 1,7 2,1 0,2 2,9

1995-2000 3,4 -0,1 5,6 2,4

2001 0,3 0,0 -1,0 -3,0

2002 3,2 0,0 5,0 4,0

Fonte: IBGE-Contas Regionais (1985-2002)

Em 2002, o setor agropecuário respondia por 6,6% do valor adicionado da

economia sergipana, o setor secundário por 51,5% e o setor serviços, no sentido lato,

por 41,9%. Ver Tabela 3. No setor industrial, a indústria extrativa mineral representava

a maior parcela do PIB, 17,1%, a indústria de transformação por 14,1%, os serviços

industriais de utilidade pública por 16,2% e a construção civil por 4,2%. 11 Ver Tabela

5.

11 Caso se faça um ajuste para não ponderar o aumento do peso do setor industrial relacionado à computação da Usina de Xingó, os pesos dos grandes setores no PIB sergipano seriam respectivamente 7,8%, 42,9% e 49,3%.

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21

Tabela 5

Sergipe: Participação dos Setores no Valor Adicionado Bruto (%)

Anos selecionados Setores 1985 1990 1995 2000 2002 2002*

Agropecuária 8,2 10,7 11,3 7,6 6,6 7,8

Indústria extrativa mineral 21,9 9,0 7,7 10,5 17,1 20,1

Indústria de transformação 36,8 23,8 17,2 18,7 14,1 16,6

Eletricidade, gás e água 0,7 1,4 1,8 1,3 16,2 1,3

Construção 8,3 10,3 7,8 6,8 4,2 4,9

Comércio e reparação de veículos e de objetos pessoais e de uso doméstico

5,7 9,1 8,5 7,3 5,4 6,4

Alojamento e alimentação 1,3 2,5 2,3 1,1 0,7 0,8

Transportes e armazenagem 2,5 3,5 2,4 2,5 1,3 1,6

Comunicações 0,3 0,6 1,0 2,1 2,2 2,6

Intermediação financeira 1,9 3,1 2,1 3,8 4,6 5,4

Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas

2,5 3,8 6,2 8,4 5,1 6,0

Administração pública, defesa e seguridade social 8,4 19,1 27,3 25,6 19,5 22,9

Saúde e educação mercantis 1,0 2,1 2,8 3,0 2,0 2,4

Outros serviços coletivos,sociais e pessoais 0,3 1,0 1,2 1,1 0,8 0,9

Serviços domésticos 0,2 0,2 0,4 0,3 0,3 0,3

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: IBGE-Contas Regionais (1985-2002)

2002* Representa 2002 com o peso de Eletricidade, gás e água ajustado pela taxa de crescimento médio dos demais setores .

No setor terciário, os segmentos de maior peso eram a administração pública,

com 19,5% do total da renda gerada na economia sergipana, seguida, com desnível

considerável, pelo segmento de comércio, com 5,4%, e pelas atividades imobiliárias,

aluguéis e serviços prestados às empresas, com 5,1%. Considerando todos os setores

produtivos, os segmentos com maior capacidade de gerar renda no estado eram, em

2002, a administração pública, a indústria extrativa mineral, a indústria de

transformação, os serviços industriais de utilidade pública, o setor de comércio, um

amplo segmento que envolve as atividades imobiliárias e os serviços prestados às

empresas, e a construção civil.12 Chama atenção, também, o crescimento da indústria

extrativa mineral depois de 2000, certamente relacionado à valorização do preço do

petróleo.

Ao longo do período 1985-2002, algumas transformações de vulto se

verificaram na economia sergipana. Há um forte encolhimento da participação do setor

industrial, em parte mascarado pelo crescimento do segmento dos serviços industriais

12

A capacidade de geração de riqueza pela administração pública precisa ser qualificada. De fato, ela não detém – ao contrário do setor privado – essa capacidade. Com efeito, ela financia suas atividades com base em parte da riqueza que apropria via tributação.

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22

de utilidade pública. A indústria de transformação perdeu 22,7 pontos percentuais de

participação no PIB estadual (18,1 pp, entre 1985 e 2000, quando o efeito anterior não

está presente), a indústria extrativa mineral, perdeu 4,8 pp (11,6 pp no período 1985-

2000), e a construção civil 4,1 pp (ou 1,5 pp comparativamente a 2000).Ver Tabela 6.

Além dos serviços industriais de utilidade pública, tiveram aumentos

significativos de participação diversos segmentos do setor serviços com destaque para

a administração pública, incluindo a previdência social, com tudo que ela significa em

termos de transferência de renda, os serviços de intermediação financeira (incluindo

atividades bancárias, seguros, crediários etc), o segmento de atividades imobiliárias e

de serviços prestados às empresas, esse último com crescimento em grande parte

associado ao processo de terceirização das atividades no setor secundário e terciário,

o segmento de comunicações e os serviços da área social sob encargo do setor

privado, como educação e saúde.

Analisando os dados por subperíodo, verificamos que a queda de participação

da indústria extrativa mineral e da indústria de transformação fez com que todos os

demais segmentos aumentassem seus pesos no produto sergipano, entre 1985 e

1990. Os crescimentos mais expressivos foram os da administração pública, inclusive

previdência social, do setor de comércio, a agropecuária e a construção civil. Já nesse

momento, ainda que com participações diminutas no PIB estadual, certos segmentos

do setor de serviços, como as atividades imobiliárias e os serviços prestados às

empresas, a intermediação financeira, os setores vinculados ao turismo, como

alojamento e alimentação, além da expansão de um segmento que vai se

diferenciando na economia sergipana, as atividades de saúde e educação, de outros

serviços sociais e coletivos e de serviços pessoais.

Na década de 90 do século passado, a indústria de transformação manteve

sua trajetória de queda na participação do PIB sergipano, acompanhada pela crise na

construção civil. Nos dois casos as perdas foram maiores na primeira metade da

década, comparativamente à segunda, mas, de fato a perda de participação manteve-

se em ambos subperíodos. Ao longo da década, ganharam participação a

administração pública, incluindo a previdência, os serviços prestados às empresas e

atividades imobiliárias, o setor de comunicação, já considerando o fenômeno da

Internet e a telefonia celular. A indústria extrativa registrou uma ligeira mas insuficiente

recuperação na segunda metade da década. Os setores mercantis de saúde e

educação e o financeiro aceleraram suas trajetórias ascendentes.

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23

Tabela 6

Sergipe: Variação na Participação dos Setores no Valor Adicionado Bruto

Anos selecionados - Pontos Percentuais

Dados 2002-1985

2000-1985

1990-1985

1995-1990

2000-1995

2002-1995

2000-1990

2002*-1995

2002*-1990

Agropecuária -1,6 -0,6 2,5 0,6 -3,8 -4,7 -3,1 -3,5 -2,9

Indústria extrativa mineral -4,8 -11,4 -12,9 -1,3 2,8 9,4 1,5 12,4 11,1

Indústria de transformação -22,7 -18,1 -13,0 -6,6 1,6 -3,1 -5,0 -0,6 -7,2

Eletricidade, gás e água 15,5 0,6 0,7 0,4 -0,6 14,3 -0,1 -0,5 -0,1

Construção -4,1 -1,5 2,0 -2,5 -1,0 -3,6 -3,5 -2,9 -5,4

Comércio -0,3 1,6 3,4 -0,6 -1,3 -3,1 -1,8 -2,1 -2,7

Alojamento e alimentação -0,6 -0,2 1,2 -0,2 -1,2 -1,6 -1,4 -1,5 -1,7

Transportes e armaz. -1,2 0,0 1,0 -1,1 0,1 -1,0 -1,0 -0,8 -1,9

Comunicações 1,9 1,8 0,3 0,4 1,1 1,2 1,5 1,6 2,0

Intermediação financeira 2,7 1,9 1,2 -1,0 1,6 2,5 0,7 3,3 2,3

Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas

2,6 5,9 1,3 2,4 2,2 -1,1 4,7 -0,2 2,2

Administração pública, defesa e seguridade social

11,1 17,2 10,7 8,2 -1,7 -7,8 6,5 -4,4 3,8

Saúde e educação mercantis 1,0 2,0 1,1 0,7 0,2 -0,8 0,9 -0,4 0,3

Outros serviços coletivos,sociais e pessoais

0,5 0,8 0,7 0,2 -0,1 -0,4 0,1 -0,3 -0,1

Serviços domésticos 0,1 0,1 0,0 0,2 -0,1 -0,1 0,1 -0,1 0,1 Fonte: IBGE - Contas Regionais (1985-2002)

No período mais recente, já no atual século, os crescimentos de participação

dos serviços industriais de utilidade pública e da extrativa mineral preponderam de tal

ordem que embaçam as mudanças de participação. Além desses segmentos, devem-

se destacar o crescimento de participação do segmento de atividade financeira, o

setor de comunicações (com a massificação da telefonia) e os serviços domésticos.

1.3.1 - O Setor Agropecuário Sergipano

a) Utilização das terras

O censo agropecuário sergipano de 1995-1996 registrou a ocupação de

1.702,6 mil hectares de terras nas atividades agropecuárias no Estado. Considerando

o território, como um todo, é evidente o predomínio das áreas de pastagens que, em

1995/1996, representavam 2/3 das áreas utilizadas. As áreas dedicadas às lavouras

respondiam por 19% do total, sendo 10% de lavouras temporárias, 7% de lavouras

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24

permanentes e 2% de lavoura em descanso, enquanto as matas naturais ocupavam

9% das terras. Ver Tabela 7.

Ao longo do período 1970-1995, verificaram-se mudanças significativas no uso

da terra que refletem a expansão da atividade agropecuária sergipana e a ocupação

da fronteira agrícola. Assim, enquanto as áreas de pastagens e de lavoura se

expandiram, as matas e as áreas produtivas não utilizadas recuaram.

Dois fenômenos se apresentam como os mais representativos da expansão da

agropecuária do período 1970-1995. O processo de pecuarização de vastas áreas,

com crescimento das áreas de pastagens em 13%, mais 136.564 hectares, e a

ampliação das lavouras permanentes, em 70%, incorporando 46.387 hectares. A outra

face desse processo é que as áreas não utilizadas, que chegaram a representar 15%

do total em 1970, em 1995 limitavam-se 49 mil hectares, correspondente a 3% do

total, 203,8 mil hectares a menos. As matas naturais tiveram também uma redução

significativa passando de 12% para 9% da área total produtiva. A observação das

características da utilização da terra, num período de mais de duas décadas, sugere a

hipótese de que a expansão futura da atividade agropecuária no Estado dependerá do

incremento da produtividade e da ocupação da fronteira interna das propriedades já

ocupadas. Ver Tabelas 7 e 8.

Tabela 7

Sergipe: Utilização das Terras Anos selecionados

1970-1975-1980-1985-1995 1970 1975 1980 1985 1995-1996

Utilização das terras Há % Ha % Ha % Há % Ha %

Área total (ha) 1.743.200 100 1.809.540 100 1.897.773 100 1.918.510 100 1.702.628 100

Lavoura permanente 66.340 4 82.808 5 95.748 5 109.767 6 112.727 7

Lavoura temporária 136.042 8 156.334 9 156.795 8 204.014 11 166.130 10

Lavoura em descanso - - 6.184 0 36.515 2 41.031 2 26.669 2

Pastagem natural 508.361 29 559.285 31 395.141 21 587.987 31 624.514 37

Pastagens plantadas 508.939 29 609.278 34 815.111 43 686.825 36 529.350 31

Matas naturais 210.933 12 201.146 11 247.786 13 158.031 8 155.543 9

Matas plantadas 2.488 0 287 0 1.210 0 2.854 0 2.915 0

Produtivas não utiliz. 252.823 15 147.022 8 96.619 5 83.954 4 49.004 3 Fonte IBGE – Censos Agropecuário

Nota: Os dados até 1985 referem-se a 31.12, no censo de 1995-1996 os dados referentes a número de estabelecimentos, área total, utilização

das terras, pessoal ocupado e tratores, referem-se a 31.12.1995.

A evolução desse processo pode ser resumida em algumas etapas. Nos anos

70, o processo de pecuarização foi muito intenso, com as áreas de pastagem

passando de 58%, em 1970, para 64% da área total, em 1980, com avanço acelerado

das áreas de pastagens plantadas e expansão concomitante das áreas de lavoura.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

25

Na primeira metade dos anos 80, o processo de pecuarização prossegue

porém mais arrefecido, com a incorporação de 64,5 mil hectares de pastagem,

enquanto outros 61,2 mil hectares eram ocupados por lavouras. A partir de 1985, os

dados censitários informam redução considerável da área total, de 1.918,5 mil

hectares naquele ano, para 1.702,6 em 1995-1996. As principais modificações na

utilização das terras nesse período dizem respeito à continuidade da expansão das

lavouras permanentes, possivelmente já associada à expansão da fruticultura nos

perímetros irrigados, e a intensa queda das pastagens plantadas.

Tabela 8

Sergipe: Índice de Crescimento na Utilização das Terras

Anos selecionados

Discriminação 1970 1975 1980 1985 1995-1996

Área total (ha) 100 104 109 110 98

Lavoura permanente 100 125 144 165 170

Lavoura temporária 100 115 115 150 122

Lavoura em descanso - 100 590 664 431

Pastagem natural 100 110 78 116 123

Pastagem plantada 100 120 160 135 104

Matas naturais 100 95 117 75 74

Matas plantadas 100 12 49 115 117

Produtivas não utilizadas 100 58 38 33 19 Fonte IBGE – Censo Agropecuário

Nota: Os dados até 1985 referem-se a 31.12, no censo de 1995-1996 os dados referentes a número de estabelecimentos, área total, utilização

das terras, pessoal ocupado e tratores, referem-se a 31.12.1995.

O Censo de 1995-1996 informa a existência de 99.774 estabelecimentos

agropecuários, dentre os quais 35,5 mil dedicados prioritariamente a culturas

temporárias, com destaque para as culturas de subsistência como a do milho, do feijão

e da mandioca, 26,2 mil estabelecimentos voltados para culturas permanentes, com

destaque para laranja, côco-da-baía e banana, 25,0 mil estabelecimentos

predominantemente de pecuária (bovinos, aves, suínos e ovinos principalmente), além

de 11, 6 mil voltados para outras atividades (extrativas, carvão, pesca e silvicultura).

Ver Tabela 9.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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Tabela 9

Sergipe: Distribuição da Utilização de Terras segundo a

Principal Atividade dos Estabelecimentos e Área Ocupada

1995-1996 Estabelecimentos Área (ha)

Atividade econômica Nº % Nº %

Temporárias 35.522 35,6 197.736,5 11,6

Permanente 26.217 26,3 227.518,7 13,4

Pecuária 25.047 25,1 1.004.608,6 58,9

Produção Mista 11.589 11,6 249.638,2 14,7

Outras Atividades 1.399 1,4 23.125,7 1,4

Total Sergipe 99.774 100,0 1.702.627,8 100,0 Fonte: IBGE – Censo Agropecuário

Nota: Os dados até 1985 referem-se a 31.12, no censo de 1995-1996 os dados referentes a número de estabelecimentos, área total, utilização

das terras, pessoal ocupado e tratores, referem-se a 31.12.1995.

Os estabelecimentos predominantemente pecuários representavam 58,9% das

áreas ocupadas, além de 14,7% daqueles de produção mista, indicando que 36,7%

dos estabelecimentos, correspondendo a cerca de ¾ da área agrícola de Sergipe,

dedicavam-se parcial ou integralmente à pecuária.

De acordo com as informações censitárias, dentre as culturas temporárias a

mandioca era a mais disseminada, constituindo-se na principal atividade de 14,4 mil

estabelecimentos, 40,4% do total estadual. A segunda atividade em termos do número

de estabelecimentos era a cultura de feijão, com 8.181 unidades, ou 23% do total dos

estabelecimentos. O milho vinha em terceiro lugar, com 5.321, 15% dos

estabelecimentos. Deve ser observado que a monocultura da cana-de-açúcar, embora

explorada apenas por 0,5% dos estabelecimentos, ocupava 16,% da área cultivada,

enquanto 22,5% da área era explorada por estabelecimentos dedicados a outros tipos

de culturas temporárias, sugerindo uma predominância de produção familiar. Ver

Tabela 10

Entre as culturas permanentes, a laranja é a mais importante, constituindo-se a

principal atividade de 11,6 mil estabelecimentos, em 1995-1996, seguida pelo côco-da-

baía que, com 6,3 mil estabelecimentos, se apresentava em primeiro lugar em termos

de área ocupada dentre as culturas permanentes. A banana, a manga, a horticultura,

o maracujá e o caju são outras culturas permanentes expressivas no estado. Ver

Tabela 10.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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Tabela 10

Sergipe: Estabelecimentos e Área Ocupada das Principais Culturas

1995- 1996 Estabelecimentos Área (ha)

Tipo de cultura Nº % ha %

Culturas temporárias Mandioca 14.355 40,4 35.637,2 18,0 Feijão 8.181 23,0 41.116,2 20,8 Milho 5.321 15,0 34.769,3 17,6 Fumo 874 2,5 1.678,3 0,8 Arroz 649 1,8 2.750,0 1,4 Amendoim 384 1,1 809,5 0,4 Tomate 327 0,9 1.491,9 0,8 Cana-de-açúcar 177 0,5 32.701,8 16,5 Abacaxi 162 0,5 1.033,8 0,5 Algodão 154 0,4 537,2 0,3 Batata inglêsa 47 0,1 88,7 0,0 Outras Culturas temporárias 4.867 13,7 44.563,5 22,5 Total Temporárias 35.522 100 197.736,5 100

Culturas permanentes Laranja 11.570 44,1 82.839,9 36,4 Côco-da-baía 6.271 23,9 98.097,8 43,1 Banana 2.085 8,0 13.563,3 6,0 Manga 1.327 5,1 8.023,7 3,5 Horticultura 1.320 5,0 4.718,3 2,1 Maracujá 719 2,7 3.191,0 1,4 Outros cítricos 490 1,9 1.803,0 0,8 Caju 441 1,7 3.639,0 1,6 Mamão 145 0,6 1.427,3 0,6 Outros permanentes 1.833 7,0 10.131,5 4,5 Total Permanente 26.217 100 227.518,7 100

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário 1995-1996.

b) Condição do produtor

No censo agropecuário de 1995-1996, foram registrados 99.774

estabelecimentos agrícolas em Sergipe. Em 79.585 dos quais, representando 80% do

total, os responsáveis pela produção eram os proprietários, em 14.817 (15%)

ocupantes, em 4.366 arrendatários (4%) e em 1.006 (1%) parceiros. Entre 1970 e

1995-1996, os estabelecimentos com proprietários e ocupantes aumentaram

significativamente, enquanto os arrendatários apresentaram um recuo expressivo.13

Ver Tabela 11.

13 Esse fenômeno pode expressar o crescimento dos segmentos do topo e da base pirâmide social do campo.

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Tabela 11

Sergipe: Estabelecimentos segundo a condição do produtor

Anos selecionados 1970- 1996 1970 1975 1980 1985 1995-1996 Condição do

produtor Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Total 95.276 100 101.234 100 95.892 100 115.671 100 99.774 100 Proprietário 71.086 75 76.230 75 77.354 81 88.840 77 79.585 80 Arrendatário 11.922 13 8.389 8 5.230 5 9.227 8 4.366 4 Parceiro 415 0 739 1 1.483 2 2.045 2 1.006 1 Ocupante 11.853 12 15.876 16 11.825 12 15.559 13 14.817 15

Fonte: IBGE – Censo Agropecuário

1.3.1.1. Produção Agrícola: Área Colhida, Quantidade Produzida e Valor

da Produção

a) Culturas Temporárias

i) Área colhida

As culturas temporárias representavam, segundo os dados censitários do

censo agropecuário de 1995-96, 10% das áreas agricultáveis de Sergipe, frente a 7%

das culturas permanentes e 68% das pastagens. As principais culturas temporárias em

termos de área cultivada eram os cultivos mais tradicionais, relacionados com a

atividade de subsistência direta das famílias, como o milho, feijão e mandioca. As

culturas mais comerciais e voltadas para a transformação industrial vêm em seguida,

com destaque para a cana-de-açúcar e o arroz.

Segundo as estatísticas da Produção Agrícola Municipal, na média bienal de

2002 e 2003, a área total colhida de lavouras temporárias em Sergipe foi de 178,2 mil

hectares, apenas 3% superior a da média trienal 1990-1992. Ver Tabela 12.

Ao longo da década de 1990, cabe destacar a redução nas áreas colhidas da

cana-de-açúcar e do fumo e a expansão do milho, da batata-doce e do arroz. O recuo

da área colhida da cana-de-açúcar, que passou de 35,0 mil hectares para 20,1 mil

hectares, reflete o grau de dificuldade dessa atividade que, no estado de Sergipe, não

tem a mesma expressão dos três estados mais ao norte, Alagoas, Pernambuco e

Paraíba. Sob certo sentido, a microrregião de Aracaju delimita o final da grande área

de plantio da cana-de-açúcar que domina a paisagem da zona da mata nordestina

desde o Rio Grande do Norte, em direção ao sul.

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Tabela 12

Sergipe: Área Colhida das Principais Culturas Temporárias

Médias Trienal e Bienal

1990-1992 1994-1996 1999-2001 2001-2003 Média bienal 2002-2003

Média 2002-2003/

1990-1992 Lavoura

ha % ha % Há % ha % ha % Total 173.531 100 243.912 100 191.734 100 174.552 100 178.246 100 1,03 Milho (em grão) 39.343 23 79.226 33 70.828 37 63.829 37 68.687 39 1,75 Feijão (em grão) 44.658 26 75.546 31 50.377 26 42.550 24 42.379 24 0,95 Mandioca 33.694 19 40.964 17 30.766 16 31.028 18 30.527 17 0,91 Cana-de-açúcar 35.019 20 23.106 10 20.924 11 20.266 12 20.136 11 0,57 Arroz (em casca) 6.366 4 4.829 2 8.620 5 8.465 5 8.276 5 1,30 Batata – doce 1.944 1 3.225 1 2.909 2 3.110 2 3.166 2 1,63 Fumo (em folha) 1.835 1 3.708 2 3.006 2 1.427 1 1.308 1 0,71 Amendoim (em casca)

1.202 1 1.316 1 1.124 1 1.113 1 1.114 1 0,93

Fava (em grão) 5.865 3 5.159 2 1.688 1 1.329 1 1.189 1 0,20 Melancia 129 0 306 0 762 0 764 0 756 0 5,86 Abacaxi 398 0 384 0 380 0 363 0 404 0 1,02 Tomate 273 0 404 0 286 0 305 0 307 0 1,13

Fonte: IBGE – PAM (Produção Agrícola Municipal)

Culturas temporárias menos tradicionais, como melancia, abacaxi e tomate

ainda representam uma parcela muito reduzida da área colhida, ainda que a cultura da

melancia tenha registrado um crescimento expressivo no período.

i i) Quantidade produzida

Considerando-se as médias trienais de anos selecionados e a média bienal de

2002-2003, observa-se que a evolução da quantidade produzida das principais

culturas temporárias não foi muito intensa. Pelo contrário. Algumas das principais

culturas temporárias enfrentaram queda significativa na quantidade produzida, como

foi o caso da cana-de-açúcar que não logrou restabelecer o patamar de 1,9 milhões de

toneladas registrado na média trienal 1990-1992, posicionando-se em um patamar

consideravelmente inferior nos demais triênios, em torno de 1,3 milhões de toneladas,

uma redução de um terço em comparação ao triênio inicial da série. Ver Tabela 13.

Embora se tenham mantido acima do nível de produção do início da série, a

evolução das quantidades de culturas importantes como milho, feijão e mandioca têm

apresentado um padrão errático ao longo dos anos. Melhores resultados têm sido

obtidos pelas culturas do arroz e do abacaxi, sendo a primeira uma cultura tradicional

no Baixo São Francisco que vêm se recuperando depois de crises agudas, e a última

uma cultura nova que está se disseminando no Estado.

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Tabela 13

Sergipe: Produção das Principais Culturas Temporárias

Médias Trienal e Bienal - Quantidade e Índice de Crescimento

1990-1992 1994-1996 2001-2003 2002-2003

1990-1992

1994-1996

2001-2003

2002-2003 Quantidade produzida

Quantidade Índice Mandioca (Tonelada) 499.977 615.621 450.211 442.473 100 123 90 88 Cana-de-açúcar (Tonelada) 1.939.717 1.314.600 1.314.261 1.307.347 100 68 68 67 Milho (em grão) (Tonelada) 26.782 85.510 57.234 62.488 100 319 214 233 Feijão (em grão) (Tonelada) 18.526 45.987 19.104 19.989 100 248 103 108 Arroz (em casca) (Tonelada) 21.200 16.957 35.881 36.127 100 80 169 170 Batata – doce (Tonelada) 17.500 41.062 33.588 34.625 100 235 192 198 Fumo (em folha) (Tonelada) 2.047 5.548 1.802 1.707 100 271 88 83 Abacaxi (Mil frutos) 7.352 7.359 8.265 9.417 100 100 112 128 Melancia* 350 937 12.217 12.307 Tomate (Tonelada) 4.255 6.616 5.317 5.368 100 156 125 126 Amendoim (em casca) (Tonelada) 1.346 1.578 1.333 1.337 100 117 99 99 Fava (em grão) (Tonelada) 1.417 1.238 434 415 100 87 31 29

Fonte: IBGE – PAM (Produção Agrícola Municipal)

Nota- A partir do ano de 2001 o rendimento médio dos produtos melancia e melão passa a ser expresso em Kg/ha. Nos anos anteriores era

expresso em mil frutos/ha.

i i i) Valor da produção

O valor da produção total das culturas temporárias atingiu 271,8 milhões de

reais em 2003, aumento considerável frente aos anos imediatamente anteriores,

devendo-se, essencialmente, aos valores obtidos pela mandioca, dado que a

quantidade colhida desse bem não teve incremento proporcional. Ver Tabela 14.

Nesse sentido, é razoável considerar o ano de 2003 como atípico, e focalizar a análise

nos anos de 2000 e 2002. Nesse último, a cultura da mandioca representava 29% do

valor total obtido pelas culturas temporárias, seguidas pela cana-de-açúcar, com 23%,

o feijão com 14%, o milho 10% e o arroz, 9%.

Deve ser notado que a atipicidade do ano de 2003 se aplica em particular à

cultura da mandioca, se compararmos a evolução do valor da produção, em termos

reais, com o ano anterior que, na prática explica o grande crescimento de 125% desse

valor em todo o período (Ver Tabela 14). Enquanto isso, as culturas do milho e do

arroz apresentam em todo o período um comportamento de crescimento sustentado

do valor da produção, em termos reais, revelando com isso uma situação mais

favorável em termos de mercado ao longo do tempo.14

14 Ver o valor da produção a preços correntes na Tabela 1 , no Anexo Estatístico.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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Tabela 14

Sergipe: Valor da Produção das Principais Culturas Temporárias

Anos Selecionados 1995-2003

Valores em R$ mil de 2003 1995 2000 2002 2003

Cultura Mil reais % Mil reais % Mil reais % Mil reais %

Cresc. no período

(1995=100) Total Temporária 231.066 100 167.055 100 195.137 100 271.809 100 118 Mandioca 57.744 25,0 34.973 20,9 56.023 29,0 129.648 47,7 225 Cana-de-açúcar 52.118 22,6 45.581 27,3 45.836 23,0 42.869 15,8 82 Milho (em grão) 22.902 9,9 24.608 14,7 19.700 10,0 29.393 10,8 128 Feijão (em grão) 40.316 17,4 20.646 12,4 27.255 14,0 20.014 7,4 50 Arroz (em casca) 5.959 2,6 11.615 7,0 17.118 9,0 19.396 7,1 325 Batata – doce 23.577 10,2 6.902 4,1 11.108 6,0 10.293 3,8 44 Fumo (em folha) 12.377 5,4 7.539 4,5 3.701 2,0 6.300 2,3 51 Abacaxi (Mil frutos) 6.663 2,9 6.030 3,6 4.873 2,0 6.200 2,3 93 Melancia 1.250 0,5 4.084 2,4 3.613 2,0 2.939 1,1 235 Tomate 4.649 2,0 3.350 2,0 4.049 2,0 2.916 1,1 63 Amendoim (em casca) 1.262 0,5 1.149 0,7 1.291 1,0 1.293 0,5 102 Fava (em grão) 920 0,4 394 0,2 571 0,0 548 0,2 60

Fonte: IBGE - PAM (Produção Agrícola Municipal), vários anos.

Nota: deflacionado pelo IGP-DI

O valor da produção das culturas temporárias é muito sensível aos fenômenos

climáticos e as oscilações de preços, o que explicaria as fortes flutuações nas

participações de culturas mais tradicionais como a mandioca. Apesar disso, são as

cinco principais culturas temporárias (milho, feijão, mandioca, cana-de-açúcar e arroz)

que se destacam em termos de contribuição ao valor de produção e à geração de

renda na agricultura sergipana, ao lado da pecuária e de algumas culturas

permanentes como a de cítricos (laranja e maracujá), banana e côco-da-baía.

b) Culturas Permanentes

i) Área colhida

As lavouras permanentes conheceram período de grande expansão nos anos

70 e primeira metade dos anos 80, tendo atingido uma área total de 109,7 mil hectares

em 1985, frente a 66,3 mil em 1970. Esse período corresponde à fase da grande

expansão da citricultura na região centro-sul do estado que levou a laranja a se tornar

a principal atividade agrícola de Sergipe, superando a cana-de-açúcar. Ao lado da

laranja, surgiram outras importantes fruticulturas, como as do maracujá, manga,

tangerina e limão.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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A área colhida das culturas permanentes atingiu 103,4 mil hectares na média

do biênio 2003-2003, 10,3% maior do registrado na média do triênio 1990-1992, mas

1% menor do que a média trienal de 1999-2001. A laranja, com 50,7 mil hectares de

área colhida na média bienal 2002-2003 é a cultura permanente do estado que ocupa

maior área, seguida pelo côco-da-baía, em um patamar consideravelmente mais

baixo, pela cultura da banana, maracujá, manga e limão. As culturas de cítricos e

côco-da-baía representavam, na média 2002-2003, 94% da área colhida de culturas

permanentes.

A área colhida da cultura da laranja vem se mantendo em torno de 50 mil

hectares, apesar da violenta queda na produção total provocada pelas doenças e pelo

envelhecimento dos pomares A área colhida do côco-da-baía apresentou uma

tendência contínua de queda, tendo passado de 48,5 mil hectares no triênio 1990-

1992, para 45,4 mil há no triênio 1999-2001 e 41,1 mil há no biênio 2002-2003, sem

que tenha, todavia, sido registrada queda na produção. Ao longo da década de 90,

verificou-se a expansão significativa das áreas colhidas de novas fruticulturas como

manga, limão, tangerina, mamão e goiaba, que nesse período apresentaram

crescimento expressivo na quantidade produzida, revertida, em seguida, pela crise

agrícola da região centro-sul do Estado, a partir de 2001(Tabela 15).

Tabela 15

Sergipe: Área Colhida das Principais Culturas Permanentes

Médias Trienal e Bienal 1990-1992 1994-1996 1999-2001 2001-2003 2002-2003 Lavouras

permanentes Ha % Ha % Ha % Há % Ha % Total 94.105 100,0 99.547 100,0 107.085 100,0 104.637 100,0 103.792 100,0 Laranja 35.636 37,9 42.246 42,4 50.837 47,5 50.402 48,2 50.740 48,9 Côco-da-baía 48.518 51,6 46.915 47,1 45.446 42,4 42.517 40,6 41.124 39,6 Banana 3.019 3,2 3.484 3,5 3.810 3,6 4.215 4,0 4.337 4,2 Maracujá 5.200 5,5 4.790 4,8 4.033 3,8 4.098 3,9 4.117 4,0 Manga 813 0,9 1.111 1,1 1.182 1,1 1.247 1,2 1.254 1,2 Limão 547 0,6 593 0,6 988 0,9 1.112 1,1 1.119 1,1 Tangerina 98 0,1 113 0,1 320 0,3 489 0,5 536 0,5 Mamão 159 0,2 231 0,2 295 0,3 361 0,3 382 0,4 Goiaba 1 0,0 38 0,0 170 0,2 194 0,2 185 0,2 Abacate 8 0,0 8 0,0 0,0 0,0 0,0

Fonte: IBGE – PAM (Produção Agrícola Municipal)

ii) Quantidade produzida

A dimensão da crise da citricultura no sul do estado pode ser avaliada pelo

colapso da produção da laranja e do maracujá, cujas produções, em 2000, eram 22%

e 23%, respectivamente menor que a média da produção de 1990-1991. A expansão

da produção da tangerina, limão, goiaba , mamão e manga são os aspectos positivos

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que podem ser destacados entre as culturas temporárias no período analisado. A

trajetória da produção do côco também não tem sido satisfatória. Ver Tabela 16.

Tabela 16

Sergipe: Produção das Principais Culturas Permanentes

Anos selecionados 1991-2003 Lavoura

permanente 1990 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2003

Laranja * 3.674.756 3.389.915 3.723.832 4.354.938 3.802.932 2.997.953 3.181.059 690.597 Côco-da-baía (Mil frutos)

99.053 96.057 92.113 97.106 88.903 91.708 91.985 119.166

Banana * 3.271 3.662 3.171 3.687 3.311 3.610 3.785 63.823

Maracujá * 404.406 387.551 375.616 328.851 289.478 289.965 279.862 38.637

Manga * 43.829 53.749 59.131 68.481 67.942 61.954 67.919 26.121

Mamão * 4.783 5.480 8.754 10.004 8.099 6.984 8.697 12.719

Limão * 62.409 75.261 68.066 68.410 73.844 97.154 119.537 11.224

Tangerina * 13.091 13.479 13.788 18.218 18.608 19.673 33.574 8.613

Goiaba * 30 90 5.437 4.942 4.829 4.172 7.196 536

Índice de crescimento. Ano Base= Média 1990-1991

Laranja 100 84 92 107 94 74 78

Côco-da-baía (Mil frutos)

100 95 92 96 88 91 91

Banana * 100 113 98 114 102 111 117

Maracujá * 100 106 103 90 79 79 77

Manga * 100 111 122 142 140 128 140

Mamão * 100 104 166 190 154 132 165

Limão * 100 111 100 101 109 143 176

Tangerina * 100 103 105 139 142 150 256

Goiaba * 100 300 18.123 16.473 16.097 13.907 23.987 Fonte: IBGE – PAM (Produção Agrícola Municipal).

Nota. A partir do ano de 2001 a produção de abacate, banana, goiaba, laranja, limão, mamão, manga, maracujá e tangerina passa a ser

expresso em tonelada. Nos anos anteriores era expresso em mil frutos, com exceção do da banana, que era expresso em cachos.

O rendimento médio da cultura da laranja, que havia atingido 106,9 mil frutas

por hectare, em 1990, e 124,9 mil frutas por hectare, em 1991, em 1995, registrava 84,

1 mil frutas/ha e 61,5 mil frutas/ha, em 2000.

iii) Valor da produção

Em termos de valor da produção, a cultura da laranja, apesar da gravidade da

crise, permanece como a mais importante cultura permanente, seguida pelo côco-da-

baía, banana e maracujá. Essas quatro culturas, as mais importantes das lavouras

permanentes, tiveram um desempenho insatisfatório, quando se observa a evolução

do seu valor da produção em termos reais. De fato, são elas que explicam a queda de

23% do valor da produção das culturas permanentes como um todo. Enquanto isso,

deve ser notado que não apenas elevou-se a participação no valor da produção de

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novas culturas como a manga e o mamão como os produtores dessas culturas

auferiram ganhos reais, quando se compara a evolução do valor real da produção.

Essa situação favorável pode ser um possível reflexo da produção dos perímetros

irrigados. Ver Tabela 17.15

Tabela 17

Sergipe: Valor da Produção das Principais Culturas Permanentes

Anos Selecionados 1995-2003

Valores em R$ mil de 2003 1995 2000 2002 2003

Cultura Mil reais % Mil reais % Mil reais % Mil reais %

Cresc. no período

(1995=100)

Total 331.297 100 177.362 100 252.001 100 240.970 100 73 Laranja 171.745 52 77.609 44 127.334 51 131.769 55 77 Côco-da-baía 39.738 12 28.639 16 45.837 18 34.253 14 86 Banana 28.378 9 14.024 8 30.789 12 24.649 10 87 Maracujá 74.098 22 42.210 24 25.253 10 19.307 8 26 Manga 8.837 3 8.216 5 9.875 4 19.274 8 218 Mamão 4.520 1 1.741 1 4.309 2 4.741 2 105 Limão 3.108 1 2.546 1 4.752 2 3.558 1 114 Tangerina 597 0 1.812 1 3.469 1 3.091 1 518 Goiaba 10 0 500 0 382 0 328 0 3380

Fonte: IBGE – PAM (Produção Agrícola Municipal), Vários anos.

Nota: deflacionado pelo IGP-DI

A recuperação da citricultura no sul do estado encontra-se ainda em

andamento. As pesquisas Produção Agrícola Municipal do IBGE ainda não registraram

elevação mais significativa na quantidade produzida e no rendimento médio da laranja.

Do lado da demanda, o aumento significativo do valor da produção, em 2002 e 2003,

sem correspondência na área colhida ou na produção, indica a melhoria nos preços

obtidos, decorrente, em parte, da solução encontrada para a crise das empresas de

esmagamento de fruta, com a mudança do controle empresarial e das negociações de

preço mais favoráveis do que as anteriores, para os citricultores.

Do ponto de vista da oferta, citricultores e governo de estado têm buscado a

elevação da produtividade por meio de controle sanitário e da renovação dos pomares.

Questões como dívidas acumuladas junto às instituições financeiras têm dificultado a

retomada dos investimentos em ritmo mais acelerado, limitando a recuperação da

atividade.

1.3.1.2. A Pecuária

A pecuária, como indicado anteriormente, respondia, em 1995-1996, por cerca

de 2/3 das áreas agrícolas de Sergipe. Os estabelecimentos dedicados

15 Ver a Tabela 2 com os valores nominais no Anexo Estatístico.

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prioritariamente à pecuária e à produção mista respondiam, em 1995, por 73,6% das

áreas ocupadas. A pecuária bovina é a mais disseminada e a de maior valor

econômico, no Estado. São ainda significativas para o estado a avicultura de corte e a

criação de ovinos e suínos.

No censo agropecuário de 1995-1996, foram registrados 36,6 mil

estabelecimentos cuja atividade principal eram a pecuária e a produção mista,

pecuária e agrícola. Desse total, 19,9 estabelecimentos tinha na pecuária sua

atividade principal. A bovinocultura representava 76,8% da área dos estabelecimentos.

Incluindo-se a área dedicada à produção mista, a porcentagem atinge 96,7%. O

segundo tipo de criação, a avicultura, atividade principal em 3,4 mil estabelecimentos,

respondia por 1,7% da área desse mesmo agregado. Ver Tabela 18.

Tabela 18

Sergipe: Pecuária- Estabelecimentos e Área Ocupada,

segundo a atividade econômica principal. 1995-1996 Estabelecimentos Área (ha)

Pecuária Nº % Nº %

Bovinos 19.857 54,2 963.202,2 76,8 Produção mista – Agropecuária 11.589 31,6 249.638,2 19,9 Avicultura 3.390 9,3 21.027,2 1,7 Outros animais de grande porte 464 1,3 8.102,2 0,6 Ovinos 302 0,8 6.615,4 0,5 Suínos 991 2,7 4.165,3 0,3 Caprinos 26 0,1 1.361,0 0,1 Ranicultura 2 0,0 63,8 0,0 Apicultura 13 0,0 63,7 0,0 Outros animais 2 0,0 7,6 0,0 Total 36.636 100 1.254.246,8 100 Fonte: Censo Agropecuário 1995-1996

Em termos de efetivos, foram registrados, em 2003, 895,9 mil bovinos, 3,0

milhões entre galos, frangas, frangos e pintos, 126,1 mil ovinos, 95,8 mil eqüinos, 15,9

mil muares e 13,9 mil caprinos. Ver Tabela 19.

A evolução do efetivo bovino tem sido problemática. Depois de atingir 1 milhão

de cabeças, em 1990, o plantel caiu para 796,9 mil cabeças, em 1995, apresentando

um certo crescimento a partir de então, mas não voltando ao patamar do ano inicial da

série.

Assim, o efetivo, em 2003, apesar de ser significativamente superior aos de

1995 e 2000, era 17% inferior ao de 1990. Evolução mais favorável tem apresentado a

criação da avicultura, notadamente a de corte. O efetivo de galos, frangas, frangos e

pintos passou de 1,9 milhão, em 1990, para 3 milhões, já citados,em 2003. A criação

de galinhas, ainda que de forma mais modesta, também tem se expandido. As demais

criações não apresentaram crescimento digno de destaque. Ver Tabela 19.

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Tabela 19

Sergipe - Efetivo dos rebanhos (Cabeças) Efetivo Índice de crescimento

Tipo de rebanho 1990 1995 2000 2003 1990 1995 2000 2003

Total 4.419.467 4.248.768 4.883.876 5.479.082 100 96 111 124

Bovino 1.030.453 796.870 879.730 895.938 100 77 85 87 Galos, Frangos e Pintos 1.881.945 2.188.508 2.797.900 3.016.992 100 116 149 160

Galinhas 1.043.359 852.658 869.044 1.224.595 100 82 83 117

Ovino 201.601 154.857 96.422 126.122 100 77 48 63

Suino 96.447 98.657 91.370 95.843 100 102 95 99

Eqüino 82.646 87.133 66.385 67.448 100 105 80 82

Muar 38.199 36.950 15.604 15.905 100 97 41 42

Caprino 31.189 20.612 11.735 13.883 100 66 38 45

Codornas* - 1.270 45.384 12.225 100 100 100

Asinino 12.289 10.957 9.765 9.632 100 89 79 78

Bubalino 475 296 231 324 100 62 49 68

Coelhos 864 - 306 175 100 35 20 Fonte: IBGE – PPM (Produção da Pecuária Municipal)

Os dados dos efetivos bovinos são preocupantes, quando se tem em mente as

perspectivas da pecuária. Respondendo por uma ampla extensão das terras

sergipanas, e disseminada nas três meso-regiões sergipanas, essa atividade não tem

logrado uma evolução minimamente satisfatória.16

Para fazer um resumo dos principais pontos analisados, destacam-se os

seguintes aspectos dos processos e mudanças observados na agropecuária

sergipana.

i) Primeiro, dos 1.702,6 mil hectares de terras destinadas à atividade

econômica, quase três quartos (73,6%) eram ocupadas, em 1995-96, por

estabelecimentos de pecuária e produção mista, enquanto um quarto se destinava à

atividade de lavouras temporária (11,6%) e permanente (13,4%). Essa ocupação

resultou particularmente de um intenso processo de pecuarização, sobretudo nos anos

setenta;

ii) Segundo, em período mais recente, dos anos noventa até início da presente

década, observou-se um processo de estagnação da área colhida de culturas

temporárias tradicionais como mandioca e feijão e redução no caso de culturas

temporárias voltadas para o mercado como a cana-de-açúcar e o fumo.

iii) Terceiro, a citricultura mantém-se como a atividade agrícola mais

importante, embora seu principal produto, a laranja, venha enfrentando uma crise de

produção desde início dos anos noventa devido ao envelhecimento dos pomares e a

incidência de pragas. O destaque dessa cultura está no importante vínculo que

16 Em 2003, a participação da pecuária no PIB da agropecuária correspondia a 45,5% (estimativa a partir das contas regionais do IBGE e da SUPES)

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estabeleceu com os mercados externos, por meio das exportações de suco. O coco-

da-baía é a segunda mais importante cultura permanente da economia agrícola

sergipana.

iv) Quarto, a pecuária de Sergipe cujos estabelecimentos, dedicados em sua

maioria (54% em 1995-96) à bovinocultura, ocupa quase três quartos da área agrícola

do Estado; está disseminada nas três meso-regiões, não apresentando sinais de

dinamismo, exceto na atividade da avicultura que apresentou uma trajetória de

crescimento desde 1990, de acordo com as informações da Pesquisa Pecuária Mensal

do IBGE.

v) Por último, as características da agropecuária de Sergipe, com extensa

ocupação de áreas por atividades pouco dinâmicas, como a cana-de-açúcar e a

pecuária, e as limitadas margem de expansão da fronteira, a não ser no interior das

propriedades existentes, evidenciam o grande desafio de elevação da produtividade

de suas principais atividades para lograr uma trajetória de recuperação no futuro.

1.3.2. O Setor Secundário Sergipano

Sergipe tem uma característica muito peculiar dentre os estados nordestinos: o

elevado peso do setor industrial no Produto Interno Bruto de sua economia. As

informações das contas regionais do IBGE indicam que o setor secundário sergipano,

em 2002, era responsável por mais da metade (51,5%) da riqueza gerada em Sergipe.

O peso da indústria no Produto Interno Bruto sergipano naquele ano era o maior

dentre os estados nordestinos e situava-se acima da média brasileira. Parte

significativa dessa diferença decorreu do peso da atividade de petróleo na matriz

industrial local.17 Mais recentemente, a contabilização regionalizada da energia da

Usina Hidroelétrica de Xingó tem concorrido, também, para destacar o peso do setor

secundário na economia sergipana.

A participação elevada da atividade de petróleo e, mais recentemente, do setor

de serviços industriais de utilidade pública no PIB sergipano são indicadores do

grande significado do setor estatal na economia sergipana que também se reflete na

importância da indústria química.

No período demarcado pelo início dos anos 60 até meados da década de 80,

as unidades produtivas do Sistema Petrobrás, incluindo a extração de petróleo, a

unidade de gás natural, a fábrica de fertilizantes e o projeto Taquari-Vassouras de

17 Na verdade o preço internacional do barril de petróleo interfere significativamente nessa estatística. Todavia, mesmo em anos “ruins” para o setor de petróleo, o peso do setor industrial na economia sergipana é significativamente maior do que nas estruturas produtivas brasileira e nordestina.

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extração de potássio, hoje licenciada para a Companhia Vale do Rio Doce,

constituíram-se nos elementos mais dinâmicos da economia sergipana. Apesar de

terem entrado em relativa estagnação a partir de meados dos anos 80, as atividades

mínero-químicas mantiveram peso significativo na geração da riqueza estadual ao

longo dos anos 90 e na primeira década do presente século. Deve-se destacar ainda,

o efeito germinativo desse pólo mínero-químico, tanto em termos da massa salarial

internalizada quanto por meio dos elos com a rede de fornecedores de bens e serviços

estabelecida localmente.

Com a desaceleração dos investimentos estatais, desde meados dos anos 80,

o setor industrial sergipano vem perdendo dinamicidade, passando a apresentar taxas

de crescimento significativamente inferiores às que conheceu nos anos 70 e na

primeira metade dos anos 80. O desempenho frágil do setor industrial, dado o seu

peso no PIB, repercutiu na economia sergipana como um todo, que também passou a

registrar menores taxas de crescimento. A redução dos investimentos das estatais que

afetou o conjunto da economia brasileira, desde o início dos anos 90, foi

particularmente prejudicial a Sergipe, em razão do peso relativamente maior dessas

empresas na economia sergipana, notadamente, nos segmentos da cadeia gás-

petróleo, fertilizantes e extração de sais de potássio.

Dos quatros segmentos do setor secundário, em dois, serviços industriais de

utilidade pública (eletricidade, gás e água) e indústria extrativa mineral, a participação

no total do PIB sergipano é significativamente maior do que a observada, para essas

indústrias, na média da economia brasileira. Situação oposta se apresenta para a

construção civil e a indústria de transformação que, em Sergipe, têm uma participação

menor no PIB comparado à estrutura do PIB do setor secundário na economia

brasileira. Assim, o peso do setor extrativo mineral era, em 2002, 4,38 vezes maior

para Sergipe do que para o Brasil e 5,53 maior para Sergipe do que para o Nordeste.

Ver Tabela 20.

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Tabela 20

Brasil, Nordeste e Sergipe: Participação do Valor Adicionado Bruto dos setores secundários no PIB e no Valor Adicionado Bruto do setor - 2000 e 2002

Brasil Nordeste Sergipe Sergipe/Brasil Sergipe/Nordeste

2000 2002 2000 2002 2000 2002 2000 2002 2000 2002 Setores

Participação no PIB Total Índice de Especialização*

Ind. extrativa mineral 3,0 3,9 2,1 3,1 10,5 17,1 3,51 4,38 5,05 5,53

Ind. de transformação 25,2 25,4 10,5 20,5 18,7 14,1 0,74 0,55 0,97 0,69

Eletricidade, gás e água 3,3 3,4 18,7 4,0 1,3 16,2 0,39 4,75 0,48 4,03

Construção 8,7 7,3 1,3 9,2 6,8 4,2 0,78 0,57 0,59 0,46

Setor Secundário 40,2 40,0 32,6 36,8 37,3 51,6 Participação no PIB Industrial

Ind. extrativa mineral 7,5 9,8 5,9 8,4 28,2 33,1

Ind. de transformação 62,7 63,5 54,1 55,7 50,1 27,3

Eletricidade, gás e água 8,2 8,5 7,7 10,9 3,5 31,4

Construção 21,6 18,3 32,4 24,9 18,2 8,1

Setor Secundário 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: IBGE - Contas Regionais

OBS: * O índice de especialização é dado pela relação entre a participação do setor no PIB total de Sergipe sobre a participação do mesmo

setor nos PIBs totais do Brasil e Nordeste

A participação do setor de eletricidade gás e água no PIB sergipano, até 2000,

era inferior às médias brasileiras e nordestinas, enquanto em 2002, o peso no PIB

sergipano dessas atividades é significativamente maior. Conforme já se assinalou,

esse aumento se deu graças à inclusão da subestação de Xingó na computação do

PIB industrial a partir de 2001.

As características dessa atividade quanto à localização, ao padrão tecnológico

e ao mercado sugerem que o efeito desse aumento na economia local não deve ter

sido integralmente apropriado pela economia local. É provável, entretanto, que uma

parcela dessa elevação do valor adicionado tenha se constituído em renda apropriada

localmente, por meio do pagamento de royalties, salários e alguma prestação de

serviço local.

1.3.2.1 Indústria Extrativa Mineral e de Transformação

É evidente a importância que detêm essas indústrias na economia sergipana.

Em meados dos anos oitenta, como foi assinalado na seção de introdução a este

capítulo, juntas as duas contribuíam com quase três quintos do PIB do Estado. No

caso da primeira, o grande impulso para seu crescimento então foram os

investimentos da Petrobrás, enquanto no caso da indústria de transformação

certamente influíram os investimentos incentivados pela Sudene.

Em anos recentes, na ausência de qualquer programa de desenvolvimento

regional, essas indústrias – e em particular os diversos gêneros da indústria de

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

40

transformação – passaram por mudanças importantes, na maioria dos casos sob a

influência de iniciativas dos estados para atrair investimentos privados adotando

políticas autônomas de apoio com base em sua receita própria. Nesta subseção,

examinam-se as mudanças recentes nessas indústrias a partir dos anos noventa,

assinalando-se o comportamento da produção mineral, do valor da transformação

industrial e do emprego, como indicadores da trajetória dos últimos anos.

a) Petróleo e Gás

Os segmentos de petróleo, gás natural e sais de potássio são as principais

atividades mineradoras da economia sergipana fazendo da extração mineral a mais

importante atividade industrial em termos de geração de riqueza no Estado, superando

qualquer gênero da indústria de transformação e, em alguns anos, chegando a

representar a maior parcela do que o conjunto da atividade de transformação industrial

na formação do seu PIB industrial.

Em 2002, o setor secundário respondia por 51,6% do PIB sergipano, por 40%

do PIB brasileiro e 36,8% da soma do PIB dos estados nordestinos. Nesse ano, a

indústria extrativa mineral participava com 17,1% do PIB e 33,1% do PIB do setor

secundário de Sergipe, contra 3,9% e 9,8% na economia brasileira e 3,1% e 8,4% na

economia nordestina. Ver Tabela 20.

Tabela 21

Sergipe: Produção de Petróleo18

1978 - 2003 (em 1.000 m3) Ano Produção Índice

1978 2.734 100 1981 2.599 95 1984 2.946 108 1987 2.850 104 1990 2.603 95 1996 2.042 75 1997 1.921 70 1998 2.042 75 1999 2.197 80 2000 2.141 78 2001 2.078 76 2002 2.056 75 2003 2.145 78

Fonte: SUDENE/DPO/Contas: Petrobrás/SERPLAN e ANP/SDP

18 As informações da produção de petróleo foram extraídas das Contas Regionais para os anos de 1978 a 1990, dados da Petrobrás/SERPLAN, para os anos de 1996, 1997 e 1998 e da ANP/SDP, a partir de 1999.

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41

Contudo, desde meados dos anos oitenta, a extração de petróleo, a mais

significativa dentre as atividades mineradoras do Estado, não tem apresentado

crescimento sustentado. Em 1978, a produção de petróleo alcançou 2 milhões e 734

mil metros cúbicos (m3). Em 1984 atingiu seu ponto máximo, 2 milhões e 946 mil

metros cúbicos. Daí em diante, iniciou um movimento descendente. Em 1996, a

produção de petróleo foi 2 milhões e 42 mil m3 , registrando índice de produção física

nunca superior a 80, quando comparado ano de 1978. Ver Tabela 21.

Apesar da evolução problemática da produção de petróleo no Estado de

Sergipe, a Petrobrás tem se mostrado otimista com as prospecções mais recentes que

apontariam para um aumento significativo na produção de petróleo do Estado, com a

exploração do campo de Piranema, em águas profundas, com estimativa de elevar em

40% a produção estadual de petróleo, nos próximos anos, o que traria efeitos de

grande monta sobre a evolução do PIB sergipano.

Tabela 22

Sergipe: Produção de Gás Natural

1994 - 2003 (em 1.000 m3) Localização

Ano Terra Mar Total

Produção de gás

1994 66,7 652,0 718,7 1995 63,9 628,5 692,4 1996 63,9 666,2 730,1 1997 70,0 670,8 740,8 1998 64,7 742,4 807,1 1999 59,7 806,4 866,1 2000 58,6 815,0 873,6 2001 59,3 752,5 811,8 2002 59,6 741,9 801,5 2003 66,3 666,3 732,6

Índice da evolução da produção 1994 100 100 100 1995 96 96 96 1996 96 102 102 1997 105 103 103 1998 97 114 112 1999 90 124 121 2000 88 125 122 2001 89 115 113 2002 89 114 112 2003 99 102 102

Fonte: ANP/SDP, conforme decreto nº2.705/98, a partir de 1999; Petrobás/SERPLAN para os anos anteriores

A produção de gás, para a qual está disponível uma série anual mais curta,

tampouco vem registrando aumento significativo. Apesar da oscilação do volume de

produção de um ano para outro, é possível verificar o seu desempenho modesto,

atingindo o maior quantitativo em 2000, apenas 21,6% acima do registrado em 1994.

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42

Nos últimos anos, quedas sucessivas fizeram com que a produção sergipana de gás

retornasse aos patamares de 1994, de modo que a produção de 2003 é apenas 1%

superior à daquele ano. Ver Tabela 22.

b) Valor da transformação industrial, emprego e número de

estabelecimentos

Para uma impressão geral do comportamento recente das indústrias extrativa

mineral e de transformação são utilizadas as informações da Pesquisa Industrial Anual

do IBGE. Observa-se, para o período em foco, uma trajetória de crescimento para o

conjunto de variáveis discriminadas na Tabela 23. A partir de uma fase menos

dinâmica, no início da série até 1998, detecta-se um período de maior dinamismo a

partir do ano seguinte, quando todos os indicadores, inclusive o emprego, apresentam

uma aceleração do ritmo de expansão.19

Em termos reais, isto é, descontado o efeito da variação dos preços, nota-se

que houve, em todo o período, um crescimento real do valor da transformação

industrial de 152% (ver última coluna da Tabela 23).

Pode-se atribuir essa evolução mais favorável nos anos recentes ao papel ativo

desempenhado pelo Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PDSI) na

atração de novas unidades fabris e, indiretamente, à recuperação da economia

brasileira, depois da mudança do regime cambial em 1999. O número de

estabelecimentos industriais registrados em 1996 era de 475, contra 686 em 2003,

enquanto o pessoal ocupado passou de 19 mil para 27 mil, no mesmo período. Trata-

se de uma expansão expressiva, com o número de unidades crescendo 44% e o do

pessoal ocupado 43%, com evidentes reflexos na renda, e por sua vez, no poder de

compra local.

19

Ver tabela 3 com valores correntes no Anexo Estatístico

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43

Tabela 23

Sergipe: Dados gerais das unidades locais industriais

1996 – 2003 (Em R$ mil a preços de 2003) Salários, retiradas e outras

remunerações

Receita líquida de vendas

Valor bruto da

produção industrial

Custos das

operações industriais

Valor da transformação industrial Ano

Número de

unidades locais

Pessoal ocupado em 31.12

R$ 1 000

Índice VTI (1996 = 100)

1996 475 18 969 292 538 1 462 535 1 770 760 959 749 811 011 100

1997 490 19 104 277 264 1 588 977 1 760 541 981 877 778 663 96

1998 544 19 082 272 524 1 956 781 1 976 802 958 716 1 018 086 126

1999 538 20 845 268 110 2 188 698 2 492 333 1 140 194 1 352 139 167

2000 615 24 178 293 060 2 422 596 2 843 501 1 263 969 1 579 531 195

2001 633 24 840 313 593 2 586 722 3 154 997 1 336 902 1 818 093 224

2002 661 26 997 327 517 2 619 672 3 119 332 1 269 915 1 849 417 228

2003 686 27 078 391 565 2 592 519 3 206 197 1 161 607 2 044 591 252 Fonte: IBGE-PIA empresa: 1996 - 2003

Nota: O item salários e outras remuneração foi deflacionado pelo IPCA do IBGE

Os outros itens em valores nominais (R$) foram deflacionado pelo IGP-DI da FGV

i) O valor da transformação industrial

No conjunto da indústria geral que inclui a indústria de transformação e a

extrativa mineral, essa última respondia, em 2003, por 35,5% do valor da

transformação industrial contra 64,5% da indústria de transformação. Destaque-se

que a extração de petróleo e serviços conexos representavam, naquele ano, 35,4

pontos percentuais dos 35,5% da indústria extrativa mineral do Estado. Ver Tabela 24.

A participação da indústria extrativa mineral era de 24,1%, em 1996. Como não houve

aumento da produção física no período, esse acréscimo deveu-se à variação do preço

do petróleo. 20

Na indústria de transformação, os gêneros de maior peso no valor da

transformação industrial, em 2003, eram a indústria de produtos alimentícios e

bebidas, os minerais não metálicos (com destaque para a fabricação de cimento), a

indústria química, a têxtil, os produtos metalúrgicos e, mais recentemente, a indústria

mecânica (fabricação de máquinas e equipamentos). A indústria de minerais não

metálicos, a química e a metalúrgica foram as indústrias que tiveram o melhor

desempenho e aumentaram suas participações no VTI da indústria de transformação,

no período em foco.

20

Ver tabela 4 com valores correntes no Anexo Estaístico

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44

Tabela 24

Sergipe: Valor da Transformação Industrial segundo gêneros de atividade

1996 – 2003 (em R$ 1.000 a preços constante de 2003) 1996 1998 2000 2003

Setor de Atividade N° % N° % N° % N° %

Total 811.011 100,0 1.018.086 100,0 1.579.531 100,0 2.044.591 100,0 Indústria Extrativa Mineral 195.449 24,1 255.287 25,1 592.337 37,5 726.027 35,5 Extração de petróleo 190.225 23,5 250.870 24,6 589.720 37,3 724.589 35,4 Extração de minerais não-metálicos 5.224 0,6 4.415 0,4 2.617 0,2 1.438 0,1 Indústrias de transformação 615.562 75,9 762.799 74,9 1.614.141 102,2 1.318.563 64,5 Gêneros Dinâmicos 158.699 19,6 300.874 29,6 897.603 56,8 729.769 35,7 Prod. de minerais não-metálicos 92.707 11,4 138.006 13,6 430.393 27,2 351.642 17,2 Metalurgia 4.921 0,6 5.652 0,6 133.619 8,5 82.821 4,1 Mecânica 1.645 0,2 0 0,0 32.969 2,1 33.935 1,7 Material elétrico e de comunicação 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1.571 0,1 Material de transporte 1.782 0,2 2.846 0,3 3.292 0,2 4.602 0,2 Químico 48.411 6,0 146.505 14,4 279.255 17,7 244.973 12,0 Borracha 9.234 1,1 7.865 0,8 18.076 1,1 10.225 0,5 Gêneros Tradicionais 456.864 56,3 461.926 45,4 716.541 45,4 588.792 28,8 Madeira 1.203 0,1 1.849 0,2 2.164 0,1 1.793 0,1 Mobiliário 5.969 0,7 16.785 1,6 10.754 0,7 5.358 0,3 Papel, celulose e papelão 293 0,0 1.938 0,2 6.314 0,4 12.585 0,6 Couros, peles e fabric. de artefatos 64.059 7,9 27.586 2,7 16.933 1,1 27.099 1,3 Vestuário, calçados e art. de confecção 14.340 1,8 7.062 0,7 25.822 1,6 17.106 0,8 Fabric. de prod. alimentícios e bebidas 159.024 19,6 167.259 16,4 439.318 27,8 358.146 17,5 Fabric. de prod. do fumo 6.567 0,8 13.339 1,3 2.858 0,2 2.125 0,1 Fabric. de prod. têxteis. 178.571 22,0 174.853 17,2 177.082 11,2 134.493 6,6 Edição, impressão e reprod. de gravações

17.013 2,1

19.378 1,9

18.237 1,2

16.393 0,8

Outras 9.824 1,2 31.876 3,1 17.059 1,1 13.694 0,7 Fonte: IBGE-PIA (Pesquisa Industrial Anual) empresa: 1996 - 2003

Valores nominais (R$) deflacionado pelo IGP-DI da FGV

Em termos do valor da transformação industrial, o gênero da indústria de

transformação mais importante era, em 2003, a indústria de alimentos e bebidas que

registrou o montante de R$ 358,0 milhões. Ver Tabela 24. Em patamar um pouco

inferior está a fabricação de produtos de minerais não metálicos, com R$ 351,6

milhões, em segundo lugar. Na indústria de alimentos e bebidas destacam-se

unidades de grande porte de processamento de suco de frutas, uma usina de açúcar,

a fabricação de derivados de coco, torrefação de café, fábricas de biscoito e massas,

cervejaria, além de outras unidades de menor expressão. A fabricação de cimento é a

atividade de maior destaque da indústria de minerais não metálicos.

A indústria química e a fabricação de produtos têxteis são os outros dois

gêneros de maior expressão na indústria de transformação de Sergipe. Os quatro

principais gêneros industriais representavam 82,7% do VTI da indústria de

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transformação do Estado, em 2003, comparados aos 77,7% em 1996.21 Ver Tabela

24.

Ao longo do período 1996-2003, a fabricação de minerais não metálicos e a

indústria química foram os gêneros que mais cresceram em termos do valor da

transformação industrial, enquanto o primeiro se expandiu quase quatro vezes o VTI

do segundo quintuplicou. Em menor grau, mais ainda expressivo, cabe destacar o

crescimento do VTI dos gêneros de metalúrgica e mecânica.

De outra parte, a indústria têxtil e a fabricação de couros, peles e artefatos de

couro registraram as maiores perdas, com redução no VTI de um quarto e metade no

período considerado. Esses indicadores parecem refletir uma tendência recente de

reforço da especialização da produção sergipana nos quatro principais gêneros de sua

estrutura industrial, possivelmente ao longo de uma trajetória futura de consolidação

de uma cadeia produtiva agroindustrial (envolvendo a citricultura e o gênero de

bebidas) e outra mínero-metalúrgica (incluindo segmentos do petróleo, a química com

os fertilizantes e segmentos metalmecânicos), predominantemente voltados para o

mercado externo.

ii) o emprego na indústria

Entre 1996 e 2003, o nível do pessoal ocupado na indústria de Sergipe,

refletindo o efeito no emprego das mudanças da indústria, teve um incremento de 8,1

mil pessoas. Essa expansão concentrou-se no período pós 1998. Desse modo, o

emprego na indústria extrativa mineral e na de transformação alcançou o patamar de

24,2 mil pessoas ocupadas comparado ao nível de 19,1 mil em 1998. Nos primeiros

anos da década atual, o pessoal ocupado nessas indústrias manteve um ritmo mais

lento de crescimento, mas ainda com um acréscimo de 2,9 mil novos empregos, entre

2000 e 2003. Ver Tabela 25.

A indústria extrativa mineral, com maior peso do emprego no segmento de

petróleo e serviços conexos, contabilizou uma redução significativa no pessoal

ocupado entre 1996 e 2000, recuperando-se depois. A tendência geral nesse

segmento, entretanto, é a perda de participação no emprego industrial de Sergipe, em

parte graças ao processo de terceirização de serviços nas atividades consideradas

não nucleares para as empresas. Ver Tabela 25.

Na indústria de transformação sergipana, que respondia em 2003 por 91,4% do

pessoal ocupado da indústria geral (indústrias extrativa mineral e de transformação), a

fabricação de produtos alimentícios e bebidas, a indústria têxtil, os minerais não 21 Participações obtidas igualando-se o VTI da indústria de transformação a 100%.

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metálicos e a confecção de artigos de vestuário são os gêneros industriais que

respondem pelo maior número do pessoal ocupado. O gênero de alimentos e bebidas

realizou, entre 1996 e 2003, importantes investimentos nos segmentos de café,

biscoitos e bebidas que, somados a atividades tradicionais como a agroindústria do

açúcar e a de polpa de frutas, integram uma das cadeias mais importantes da indústria

do Estado. Ver Tabela 25.

A indústria têxtil é a mais tradicional de Sergipe, com algumas unidades tendo

sido instaladas ainda no século XIX. O impacto da abertura comercial no setor foi

considerável, com o fechamento de unidades e a destruição de postos de trabalho. No

período de 1996 a 2000, o número de empregados diminuiu de 4,5 mil para 3,4 mil

pessoas ocupadas, uma queda de 1,1 empregos.22 Depois de 2000, essa indústria

retomou novas contratações, sem, entretanto, recuperar o nível de emprego de 1996.

22 A relação Anual de Informações Sociais - RAIS do Ministério do Trabalho e Emprego indica uma redução de 4,1 mil empregos no setor têxtil sergipano, entre 1990 e 2003.

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Tabela 25

Sergipe: Pessoal Ocupado no Setor Industrial segundo ramo de atividade

1996 - 2003 1996 1998 2000 2003 2003-2000 2003-1996

Setor de Atividade N° % N° % N° % N° % N° N°

Total. 18.969 100 19.082 100 24.178 100 27.078 100 2.900 8.109 Indústrias Extrativas 2.656 14 2.221 11,6 2.087 11,6 2.877 8,6 790 221 Extração de petróleo e serviços correlatos . 2.480 13 2.022 10,6 1.859 10,6 2.730 7,7 871 250 Extração de minerais não-metálicos 176 1 199 1 228 1 147 0,9 -81 -29 Indústrias de transformação 16.313 86 16.861 88,4 22.091 88,4 24.201 91,4 2.110 7.888 Fabric. de prod. alimentícios e bebidas 3.713 20 3.867 20,3 5.198 20,3 8.395 21,5 3.197 4.682 Fabric. de prod. do fumo 237 1 255 1,3 238 1,3 280 1 42 43 Fabric. de prod. têxteis . 4.512 24 4.001 21 3.402 21 3.730 14,1 328 -782 Confecção de artigos do vestuário e acessórios 1.622 9 1.019 5,3 2.068 5,3 2.409 8,6 341 787 Preparação de couros e Fabric. de artefatos de couro 876 5 498 2,6 842 2,6 682 3,5 -160 -194 Fabric. de prod. de madeira . 309 2 362 1,9 749 1,9 307 3,1 -442 -2 Fabric. de celulose, papel e prod. de papelão 99 1 144 0,8 158 0,8 202 0,7 44 103 Edição, impressão e reprodução de gravações 543 3 537 2,8 602 2,8 707 2,5 105 164 Fabric. de prod. químicos 644 3 611 3,2 973 3,2 817 4 -156 173 Fabric. de artigos de borracha e plástico 370 2 455 2,4 679 2,4 731 2,8 52 361 Fabric. de prod. de minerais não-metálicos 1.675 9 2.608 13,7 2.815 13,7 2.813 11,6 -2 1.138 Fabric. de prod. de metal - exclusive máq. e aparelhos 339 2 412 2,2 636 2,2 779 2,6 143 440 Fabric. de máq. e equipamentos 27 0 - 0 1.033 0 498 4,3 -535 471 Fabric. de máq., aparelhos e materiais 41 0 - 0 - 0 67 0 67 26 Fabric. de equipamentos de instrumentação - 0 - 0 67 0 59 0,3 -8 59 Fabric. e montagem de veículos automotores 240 1 188 1 230 1 250 1 20 10 Fabric. de outros equipamentos de transporte - 0 - 0 92 0 80 0,4 -12 80 Fabric. de móveis e indústrias diversas 608 3 804 4,2 763 4,2 644 3,2 -119 36 Outras 458 2 1.100 5,8 1.545 5,8 751 6,4 -794 293 Fonte: IBGE- PIA (Pesquisa Industrial Anual) empresa: 1996 - 2003

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48

A indústria de minerais não metálicos vem reforçando sua participação no

emprego industrial do Estado, passando de 1,6 mil pessoas ocupadas para 2,8 mil, no

período, em grande medida por conta da expansão do Pólo Cimenteiro sergipano. A

criação de pólos industriais no interior, no segmento de confecções, tem propiciado a

criação de empregos, com um incremento entre 1996 e 2003 de 787 novos postos de

trabalho.

iii) Estabelecimentos

O número de estabelecimentos industriais em Sergipe teve uma expansão

considerável a partir do ano de 1998. A Pesquisa Industrial Anual do IBGE registrou

naquele ano 544 estabelecimentos contra 475, em 1996. Em 2003, foram

contabilizadas 688 unidades, um número 44,4% maior do que em 1996, o que significa

um crescimento expressivo em um curto espaço de tempo. A indústria de

transformação contava, em 2003, com 672 estabelecimentos, enquanto a indústria

extrativa mineral se restringia a 14 unidades, embora detivesse o maior peso valor da

transformação industrial graças à importância da Petrobrás. Ver Tabela 26.

Os gêneros da indústria de transformação com maior número de unidades, em

2003, eram a fabricação de alimentos e bebidas, com 288 estabelecimentos, em

segundo lugar, a indústria de minerais não metálicos que, além do segmento de

cimento, inclui cerâmicas, olarias e pedreiras, com 94 unidades. Em terceiro lugar, e

sucessivamente, a fabricação de móveis e indústrias diversas, 67 estabelecimentos;

confecções e artigos de vestuário, com 52 unidades; em quarto o gênero de edição,

impressão e reprodução de gravações; em quinto a metalúrgica; em sexto a fabricação

de produtos químicos; em sétimo artigos de borracha e plásticos; em oitavo a

fabricação de produtos de madeira e, em décimo, a indústria têxtil.

Como existem diferenças inter- e intra-industriais de tamanho entre os

empreendimentos, algumas indústrias com maior número de unidades não são

necessariamente aquelas com maior participação no valor da transformação industrial

e no emprego, como é o caso do gênero industrial de móveis e de edição, impressão e

reprodução de gravações. Em contraposição, as indústrias têxtil e química têm

participação mais expressiva no VTI e no pessoal ocupado do que no número de

estabelecimentos.

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Tabela 26

Sergipe: Número de Estabelecimentos no Setor Industrial, segundo gêneros de atividade

1996 – 2003 (%) 1996 1998 2000 2003 Cresc. Absol.

Gêneros de Atividade N° % N° % N° % N° % 2003-00 2003-96

Total Industrial 475 100 544 100 615 100 686 100 71 211 Indústrias Extrativas 16 3,4 15 2,8 14 2,3 14 2 0 -2 Extração de petróleo e serv. correlatos 3 0,6 3 0,6 4 0,7 6 0,9 2 3 Extração de minerais não-metálicos 13 2,7 12 2,2 11 1,8 8 1,2 -3 -5 Indústrias de transformação 459 96,6 529 97,2 601 97,7 672 98 71 213 Fab. de prod. alimentícios e bebidas 158 33,3 185 34 194 31,5 228 33,2 34 70 Fab. de produtos do fumo 3 0,6 3 0,6 3 0,5 3 0,4 0 0 Fab. de produtos têxteis . 18 3,8 22 4 21 3,4 20 2,9 -1 2 Confecção de art. do vestuário e acess. 40 8,4 42 7,7 48 7,8 52 7,6 4 12 Preparação de couros e seus artefatos 6 1,3 8 1,5 7 1,1 8 1,2 1 2 Fab. de produtos de madeira 21 4,4 21 3,9 34 5,5 23 3,4 -11 2 Fab. de celulose, papel e prod. de papelão 4 0,8 7 1,3 6 1 7 1 1 3 Edição, impressão e reprodução de gravações 33 6,9 36 6,6 45 7,3 41 6 -4 8 Fab. de coque e refino de petróleo 1 0,2 1 0,2 1 0,2 1 0,1 0 0 Fab. de produtos químicos 16 3,4 20 3,7 29 4,7 26 3,8 -3 10 Fab. de artigos de borracha e plástico 12 2,5 12 2,2 21 3,4 25 3,6 4 13 Fab. de prod. de minerais não-metálicos 52 10,9 70 12,9 77 12,5 94 13,7 17 42 Metalurgia básica 0 0 2 0,4 1 0,2 2 0,3 1 2 Fab. de prod. de metal - exclusive máq e equipamentos 33 6,9 30 5,5 38 6,2 39 5,7 1 6 Fab. de máquinas e equipamentos 6 1,3 2 0,4 7 1,1 9 1,3 2 3 Fab. de máq. e equip para escritório 1 0,2 1 0,2 1 0,2 1 0,1 0 0 Fab. de máq., aparelhos e materiais 4 0,8 2 0,4 1 0,2 3 0,4 2 -1 Fab. de mat. e eletrônico e de aparelhos 1 0,2 0 0 2 0,3 0 0 -2 -1 Fab. de equip. de instrumentação 2 0,4 1 0,2 3 0,5 4 0,6 1 2 Fab. e montagem de veículos automotores, 10 2,1 11 2 13 2,1 14 2 1 4 Fab. de outros equip. de transporte 2 0,4 1 0,2 3 0,5 4 0,6 1 2 Fab. de móveis e ind. diversas . 38 8 51 9,4 45 7,3 67 9,8 22 29 Reciclagem . 0 0 0 0 1 0,2 1 0,1 0 1 Outras 7 1,5 11 2 8 1,3 5 0,7 -3 -2 Fonte: IBGE - PIA (Pesquisa Industrial Anual) empresa: 1996 - 2003

Para fazer um breve resumo de alguns aspectos que caracterizam a evolução

recente do setor secundário de Sergipe, devem ser destacados alguns pontos:

i) um primeiro ponto a ser reiterado ressalta a situação sui-generis de Sergipe

em comparação aos demais estados nordestinos quanto à maior

participação do setor secundário na geração da renda de sua economia;

ii) nesse particular, assume papel importante a indústria extrativa mineral,

com a presença da Petrobrás, uma indústria que contribui para a geração

de parcela do valor da transformação industrial superior a qualquer dos

gêneros da indústria de transformação;

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50

iii) na indústria de transformação, em que pese a presença ainda significativa

de indústrias tradicionais como a têxtil, confecções, alimentos e bebidas,

configura-se uma trajetória recente de crescente importância de indústrias

dinâmicas tais como a química, metalúrgica, minerais não metálicos e

mecânica;

iv) quanto ao papel da indústria no emprego, evidencia-se uma trajetória de

manutenção do emprego nas indústrias de alimentos e bebidas, confecções

e minerais não metálicos, enquanto cresce em importância as indústrias de

móveis, a mecânica e de borracha e de matérias plásticas;

v) é provável que a tendência de diversificação da pauta de exportações, com

a presença de produtos da indústria, esteja influenciando o aumento da

participação de indústrias mais modernas no emprego e no VTI;

vi) o expressivo crescimento do número de estabelecimentos em gêneros

novos, em um curto espaço de tempo, na indústria de transformação pode

estar associado à uma presença mais agressiva do estado por meio dos

incentivos fiscais.

1.3.3. O Setor Terciário

Melo et alli destacam que o setor terciário representa cerca de 2/3 emprego

urbano metropolitano e mais da metade do PIB nacional, sem que isso

necessariamente signifique que o país tenha se tornado uma economia de serviços

moderna, pois, em parte significativa, esse setor está composto por atividades

tradicionais, de baixa produtividade e se constitui em refugio para mão-de-obra de

baixa qualificação, implicando em subemprego e exclusão social.23 Nesse sentido, a

perda de dinamicidade da economia brasileira concorreu para que a força de trabalho

buscasse alternativa de renda e ocupação no setor terciário. Deve-se, todavia,

considerar a heterogeneidade do setor terciário que engloba desde segmentos

sofisticados como serviços financeiros, engenharia, auditoria, consultoria, informática a

segmentos tradicionais como transporte e comércio.

Fazem parte desse amplo setor os serviços públicos, incluindo a administração

pública, defesa, saúde, educação e previdência, e os serviços privados de educação,

saúde, serviços pessoais, entre outros.

23

Melo, H. et alli (1998) O Setor Serviços No Brasil: Uma Visão Global — 1985/95. Texto Para Discussão. Nº 549. IPEA

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51

Com a reestruturação produtiva da economia mundial e da economia brasileira

nos anos 80 e 90, do século passado, surgiram novos serviços vinculados à revolução

da microeletrônica e que não foram internalizados nas grandes empresas industriais.

Esse fenômeno deu origem a atividades altamente flexíveis de serviços prestados a

empresas, cuja expansão foi reforçada pela terceirização empreendida tanto no setor

industrial, quanto no próprio segmento de serviços, de parcelas das atividades antes

desenvolvidas no interior das grandes empresas, como forma de redução de custo e

ganho de flexibilidade.

Na economia sergipana, com o arrefecimento dos investimentos industriais

estimulados pelas políticas de caráter regional e/ ou nacional, desde meados dos anos

80, o setor secundário perdeu dinamicidade, o que fez com que o setor terciário

ampliasse a sua participação no PIB e na ocupação da força de trabalho. Assim, o

setor terciário que respondia por 24% do PIB sergipano, em 1985, representava 44,9%

em 1990, 54,2% em 1995 e 55,1% em 2000. Nos anos mais recentes o setor serviço

registrou uma perda de participação, por conta, sobretudo, do incremento do valor da

produção da indústria extrativa mineral e dos serviços industriais de utilidade pública,

caindo para 41,9% do PIB sergipano de 2002.

Em certo sentido, o crescimento da participação do setor terciário refletiu, de

um lado, a perda de dinamismo da economia sergipana, a exemplo do que ocorreu

com outras unidades da federação brasileira, além de refletir, por outro lado, as novas

tendências de terceirização de atividades produtivas.

As contas regionais apontavam, em 2002, a administração pública (incluindo as

atividades de defesa e previdência), o comércio, os serviços prestados às empresas e

o segmento de intermediação financeira, como as atividades terciárias mais

significativas para a economia sergipana.

Acompanhando a mudança nos serviços na economia brasileira nos últimos 20

anos, a economia de Sergipe também passou por alterações na sua estrutura com a

crescente participação do terciário no seu PIB. Como foi visto anteriormente, entre

1985 e 2002, a participação do setor terciário no PIB sergipano passou de 24%, para

42%.

No setor terciário, a atividade de maior peso no Produto Interno é a

administração pública, incluindo a defesa e a seguridade social, que já alcançara 50%

em 1995 e respondia, em 2002, por 46,5% do total. O comércio de mercadorias, uma

ampla classe de serviços incluindo atividades imobiliárias, aluguéis e serviços

prestados às empresas, a classe de intermediação financeira, ainda que em

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52

patamares muito inferiores à administração pública, são atividades de destaque no

setor terciário (Ver Tabela 27).

Comparando-se os anos de 1985 e 200024, todas as classes do setor terciário,

com exceção de transporte e armazenagem e a de alojamento e alimentação

aumentaram suas participações no PIB sergipano. Nesse período, os serviços

referentes à administração pública, atividades imobiliárias e serviços prestados às

empresas, saúde e educação sob encargo da iniciativa privada, intermediação

financeira e comunicações foram os que mais avançaram na participação no PIB

sergipano.

As participações internas ao setor terciário também tiveram importantes

variações, com a redução do peso do comércio, transporte e armazenagem e de

alojamento e alimentação. Os demais segmentos aumentaram suas participações,

com destaque para a administração pública, comunicações, intermediações

financeiras, atividades imobiliárias e serviços prestados às empresas, indicando o

aumento da importância do gasto público (inclusive previdenciário), das novas formas

de comunicação (telefonia móvel, televisão a cabo, Internet, entre outras), dos bancos

e financeiras, e de serviços prestados às empresas, incluindo a terceirização, na

economia sergipana. Ver Tabela 27.

Tabela 27

Sergipe: Participação das Classes de Atividades no Valor Adicionado Bruto do Setor Terciário

1985-1990-1995-2000-2002 (%) Classes 1985 1990 1995 2000 2002

Comércio 23,7 20,2 15,7 13,2 12,9

Alojamento e alimentação 5,4 5,6 4,2 2,0 1,7

Transportes e armazenagem 10,4 7,8 4,4 4,5 3,1

Comunicações 1,2 1,3 1,8 3,8 5,3

Intermediação financeira 7,9 6,9 3,9 6,9 11,0 Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas

10,4 8,4 11,4 15,2 12,2

Administração pública, defesa e seg. social 34,9 42,4 50,4 46,4 46,5

Saúde e educação mercantis 4,1 4,7 5,2 5,4 4,8

Outros serviços coletivos, soc. e pessoais 1,2 2,2 2,2 2,0 1,9

Serviços domésticos 0,8 0,4 0,7 0,5 0,7

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Fonte: IBGE - Contas Regionais (1985-2002)

24 Optou-se pela comparação com o ano de 2000 por conta da grande variação do setor de serviços industriais de utilidade pública, a partir de 2001, que dificulta a percepção das mudanças nos demais segmentos. Ver a Tabela 5.

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53

As mudanças tecnológicas e organizacionais, relacionadas à reestruturação

produtiva, e a reorganização do estado brasileiro, desde os anos 90, concorreram para

a expansão de certos segmentos do setor terciário, como os serviços prestados às

empresas, o setor de comunicação, impulsionado pela Internet e pela telefonia celular,

o setor financeiro e as atividades privadas de saúde e educação25. A perda de

dinamicidade da economia e a conseqüente falta de oportunidade de trabalho fizeram

que mantivessem peso, também, os serviços domésticos.

1.3.3.1. Comércio

A evolução recente do comércio sergipano tem sido marcada por importantes

mudanças no perfil dos estabelecimentos nos três grupos em que as atividades

comerciais são classificadas: comércio de veículos e combustíveis, comércio varejista

e comércio atacadista.

O comércio de veículos e de combustível tem ampliado sua participação no

número de estabelecimentos, ocupação de força de trabalho e valor da receita líquida

comercial no Estado. No comércio atacadista, a principal mudança refere-se à

diminuição dos estabelecimentos voltados para a venda de produtos alimentícios e o

crescimento das unidades especializadas na comercialização de artigos de uso

pessoal, incluindo tecidos, calçados e produtos farmacêuticos e de bens

intermediários, como combustíveis madeira e material de construção. No comércio

varejista, a principal mudança diz respeito à perda de participação do comércio não-

especializado, incluindo supermercados e lojas de departamento, e a maior presença

do comércio especializado, abrangendo produtos farmacêuticos, móveis e

eletrodomésticos, material de construção e papelarias e materiais de informática.

a) Valor das vendas

De acordo com as informações da Pesquisas Anual do Comércio do IBGE, em

2002, a receita líquida do comércio sergipano atingiu a cifra de 2,8 bilhões de reais,

dos quais 55,4% eram originários do comércio varejista, 23,7% do comércio de

veículos e varejo de combustíveis e 20,9% do comércio atacadista, respectivamente. 26Ver Tabela 28.

A classe de atividade comercial de maior peso em termos de receita líquida era

o comércio dito não especializado, que inclui supermercados, hipermercados e lojas

25 Na intermediação financeira cumpre importante papel o Banco do Estado de Sergipe S.A. (BANESE), sendo Sergipe um dos poucos estados que não privatizaram seu banco. 26 Ver os valores a preços correntes na Tabela 5 no Anexo Estatístico

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de departamento que representava 24,8% do total, seguida pelo comércio

especializado, exceto alimentos e vestuário, com 17,1%, o comércio de veículo e

peças, com 13,4%, o comércio de produtos intermediários, inclusive materiais de

construção, com 12,1 %, o comércio de combustíveis, 10,3% e o de vestuário e

tecidos, com 10,1%.

Durante o período 1996-2002, as classes pertencentes ao grupo de veículos e

combustíveis tiveram incremento significativo de participação, passando de 17% para

23,7%. O crescimento ocorreu, sobretudo na segunda metade dos anos 90, associado

ao impacto da estabilização do Plano Real sobre o financiamento de automóveis, e

aos ganhos de preço relativo do grupo. A ampliação da participação do grupo de

veículos e combustíveis teve como contrapartida redução significativa do peso do

comércio varejista, mais especificamente do comércio não especializado

(supermercados, hipermercados, lojas de departamento e outros), a única classe do

grupo a perder participação no período.

A classe de atacado de alimentos também sofreu uma queda expressiva na

sua participação na receita líquida do setor de comércio sergipano, com o

desaparecimento de diversas empresas. Além das classes de veículos e peças e de

combustíveis, o comércio varejista de tecidos e vestuário, o comércio de produtos

alimentícios, bebidas e fumo, e o atacado de produtos intermediários, inclusive

materiais de construção, aumentaram a participação.

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55

Tabela 28

Sergipe: Receita Líquida de Revenda no Setor de Comércio,

segundo grupos e classes de atividade

(1996 –2002) – Em R$1.000 a preços constante de 2002 1996 1998 2000 2002

Grupos e classes selecionadas Mil reais % Mil reais % Mil reais % Mil reais % Sergipe 2.976.074 100,0 3.164.307 100,0 2.904.075 100,0 2.843.530 100,0 Comércio de veículos, motos e

combustíveis 506.519 17,0 934.126 29,5 707.499 24,4 674.804 23,7 Veículos autom., motos, peças e

acessórios 324.544 10,9 544.794 17,2 399.729 13,8 381.816 13,4 Combustíveis 181.975 6,1 389.331 12,3 307.770 10,6 292.988 10,3 Comércio por atacado 645.424 21,7 527.497 16,7 595.005 20,5 593.268 20,9 Produtos alimentícios, bebidas e

fumo 277.237 9,3 235.452 7,4 154.486 5,3 121.456 4,3 Artigos de uso pessoal e doméstico

(fios têxteis, tecidos, calçados, produtos farmacêuticos, etc.) 82.213 2,8 74.945 2,4 125.276 4,3 76.832 2,7 Produtos intermediários, resíduos e

sucatas (combustíveis, madeira, material de constr., etc.) 254.822 8,6 180.113 5,7 269.016 9,3 345.184 12,1 Máquinas, aparelhos e

equipamentos de uso agropecuário, comercial, industrial e para fins profissionais 7.979 0,3 12.086 0,4 4.510 0,2 11.106 0,4 Outros (prod. Agropec. in natura e

mercadorias em geral) 23.176 0,8 24.901 0,8 41.719 1,4 38.690 1,4 Comércio varejista 1.824.129 61,3 1.702.685 53,8 1.601.571 55,1 1.575.458 55,4 Comércio não-especializado

(hiper/supermecados, lojas de departam., etc.) 1.103.542 37,1 898.044 28,4 759.346 26,1 705.506 24,8 Produtos alimentícios, bebidas e

fumo 35.658 1,2 44.548 1,4 38.158 1,3 80.010 2,8 Tecidos, artigos de armarinho,

vestuário e calçados 175.337 5,9 199.268 6,3 300.481 10,3 287.495 10,1 Comércio de prod em lojas especializ

(farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos, mat de construção, papelaria, etc.) 509.331 17,1 560.806 17,7 503.565 17,3 502.433 17,7 Artigos usados 261 0 19 0 21 0 14 0

Fonte: IBGE - PAC (Pesquisa Anual do Comércio) 1996 - 2002

Nota: Valores em R$ deflacionados pelo IGP-DI da FGV

b) Ocupação

No período em tela, o comércio sergipano aumentou a ocupação em 30%,

passando de 31,9 mil, em 1996, para 41,3 mil do pessoal ocupado, em 2002. A maior

parcela desse aumento se verificou após 1998. A distribuição da ocupação entre os

grupos não teve mudou muito, registrando-se ligeira perda do comércio varejista e

pequenos aumentos do comércio de veículos e combustíveis e do comércio

atacadista. A redução de participação do comércio varejista deveu-se quase

integralmente ao desempenho negativo da ocupação no comércio não-especializado,

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com a redução de 2.860 postos de trabalho. É necessário investigar se essa trajetória

decorreu do processo de concentração do setor, da reestruturação organizacional que

fez com que empresas dessa classe constituíssem firmas especializadas dentro da

própria unidade, do avanço da automação ou da redução do poder de compra da

população. Ver Tabela 29.

Tabela 29

Sergipe: Pessoal Ocupado no Setor de Comércio,

segundo grupos e classes de atividade

(1996 –2002) 1996 1998 2000 2002

Grupos e classes selecionadas Nº % Nº % Nº % Nº %

Sergipe 31.892 100,0 33.843 100,0 38.399 100,0 41.320 100,0 Comércio de veículos e motocicletas e comércio a varejo de combustíveis

4.008 12,6 6.371 18,8 5.062 13,2 5.305 12,8

Veículos automotores, motocicletas, peças e acessórios

2.820 8,8 4.466 13,2 3.533 9,2 3.495 8,5

Combustíveis 1.188 3,7 1.905 5,6 1.529 4,0 1.810 4,4

Comércio por atacado 2.562 8,0 2.752 8,1 4.285 11,2 3.437 8,3 Produtos alimentícios, bebidas e fumo

1.460 4,6 1.435 4,2 2.631 6,9 1.160 2,8

Artigos de uso pessoal e doméstico (fios têxteis, tecidos, calçados, produtos farmacêuticos, etc.)

500 1,6 711 2,1 828 2,2 845 2,0

Produtos intermediários, resíduos e sucatas (combustíveis, madeira, material de construção, etc.)

264 0,8 300 0,9 364 0,9 811 2,0

Máquinas, aparelhos e equipamentos de uso agropecuário, comercial, industrial e para fins profissionais

76 0,2 106 0,3 109 0,3 146 0,4

Outros (produtos agropecuários in natura e mercadorias em geral)

262 0,8 200 0,6 353 0,9 475 1,1

Comércio varejista 25.322 79,4 24.720 73,0 29.052 75,7 32.578 78,8 Comércio não-especializado (hiper/supermecados, lojas de departam., etc.)

10.503 32,9 9.144 27,0 8.145 21,2 7.643 18,5

Produtos alimentícios, bebidas e fumo

1.724 5,4 1.414 4,2 2.208 5,8 2.058 5,0

Tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados

4.786 15,0 5.122 15,1 8.441 22,0 9.257 22,4

Comércio de outros produtos em lojas especializadas (produtos farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos, material de construção, livraria, papelaria, etc.)

8.301 26,0 9.035 26,7 10.252 26,7 13.617 33,0

Artigos usados 8 0,0 5 0,0 6 0,0 3 0,0 Fonte: IBGE-PIA empresa: 1996 - 2002

Mesmo perdendo participação, o maior volume de novas ocupações se

verificou no comércio varejista que absorveu 7.500 pessoas adicionais no período,

apesar da redução da ocupação entre 1996 e 1998. As classes de comércio de tecidos

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57

e vestuário e a de produtos especializados foram as que registraram maior aumento

na ocupação, além do comércio atacadista e os de combustíveis e veículos e peças.

c) Estabelecimentos

A pesquisa anual do comércio registrou 7.410 estabelecimentos comerciais em

Sergipe, em 2002, dos quais 6.253, correspondentes a 84,4%, eram dedicados ao

comércio varejista, 750 ao comércio de veículos e combustíveis e 407 ao comércio

atacadista.

Ao longo do período 1996-2002 verificaram-se algumas mudanças de

magnitude na distribuição dos estabelecimentos comerciais, com a expansão do

comércio especializado, que incorporou mais 1.006 unidades e a redução do comércio

não especializado, incluindo supermercados, hipermercados e lojas de departamentos.

Ver Tabela 30.

Esses dados, ao lado dos novos perfis de distribuição do valor da receita e da

ocupação, indicam alterações estruturais no comércio de Sergipe, em que o comércio

dito não-especializado registrou uma redução acentuada como modalidade de

abastecimento varejista, sendo substituído pelo comércio especializado. Esse

movimento pode ter decorrido do processo de concentração do setor de auto-serviço,

com a expulsão dos pequenos estabelecimentos. Parcela dos empresários desses

estabelecimentos se defrontou com a necessidade de buscar um novo tipo de inserção

no mercado, com a abertura de lojas especializadas em segmentos diversos ou

simplesmente encerrou as atividades, dando lugar ao surgimento de novos

empreendimentos.

Cabe também destacar o surgimento de novos estabelecimentos de comércio

de produtos alimentícios e no grupo de veículos e no varejo de combustíveis.

No comércio atacadista, houve uma retração acentuada no número de

estabelecimentos de venda de produtos alimentícios e uma expansão de unidades

voltadas para a comercialização de artigos de uso pessoal e doméstico e de produtos

intermediários.

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58

Tabela 30

Sergipe: Número de Estabelecimentos no Setor de Comércio,

segundo grupos e classes de atividade

(1996 –2002) 1996 1998 2000 2002

Grupos e classes selecionadas Nº % Nº % Nº % Nº %

Sergipe 6.307 100,0 6.817 100,0 7.067 100,0 7.410 100,0 Comércio de veículos e motocicletas e comércio a varejo de combustíveis

509 8,1 856 12,6 668 9,5 750 10,1

Veículos automotores, motocicletas, peças e acessórios

413 6,5 696 10,2 534 7,6 574 7,7

Combustíveis 96 1,5 160 2,3 134 1,9 176 2,4

Comércio por atacado 275 4,4 377 5,5 510 7,2 407 5,5

Produtos alimentícios, bebidas e fumo 128 2,0 147 2,2 259 3,7 96 1,3 Artigos de uso pessoal e doméstico (fios têxteis, tecidos, calçados, produtos farmacêuticos, etc.)

64 1,0 133 2,0 116 1,6 121 1,6

Produtos intermediários, resíduos e sucatas (combustíveis, madeira, material de construção, etc.)

38 0,6 60 0,9 66 0,9 85 1,1

Máquinas, aparelhos e equipamentos de uso agropecuário, comercial, industrial e para fins profissionais

9 0,1 16 0,2 13 0,2 22 0,3

Outros (produtos agropecuários in natura e mercadorias em geral)

36 0,6 21 0,3 56 0,8 83 1,1

Comércio varejista 5.523 87,6 5.584 81,9 5.889 83,3 6.253 84,4 Comércio não-especializado (hiper/superme cados, lojas de departamentos, etc.)

1.448 23,0 979 14,4 976 13,8 1.000 13,5

Produtos alimentícios, bebidas e fumo 362 5,7 477 7,0 467 6,6 527 7,1 Tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados

1.571 24,9 1.421 20,8 1.491 21,1 1.581 21,3

Comércio de outros produtos em lojas especializadas (produtos farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos, material de construção, livraria, papelaria, etc.)

2.136 33,9 2.705 39,7 2.952 41,8 3.142 42,4

Artigos usados 6 0,1 2 0,0 3 0,0 3 0,0 Fonte: IBGE-PIA empresa: 1996 - 2003

1.3.3.2. Serviços

a) Receita Bruta

A Pesquisa Anual de Serviços (PAS) do IBGE registrou a receita bruta de R$

1,16 bilhões nas atividades de serviços em Sergipe, distribuídas em sete grupos. As

atividades de correio e telecomunicações e a de transporte e serviços auxiliares

respondiam pelas maiores participações, 34,7% e 24,6%, respectivamente, seguidas

pelos grupos de serviços prestados às empresas, 14,8%, outras atividades de

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59

serviços, 11,7% e serviços de alojamento e alimentação27. As atividades de

informática, quando consideradas sem os serviços de telecomunicações, e as

atividades imobiliárias registravam as mais baixas participações. Ver Tabela 31.

A série anual é relativamente curta para identificar tendências de longo prazo,

mas é possível destacar o desempenho de dois grupos entre 1998 e 2002: os serviços

prestados às empresas e o de correio e telecomunicações.

Tabela 31

Sergipe: Dados de Receita Bruta de Serviços

1998 – 2002 (em R$ 1 mil - preços constante de 2002) 1998 2000 2002

Grupo de Atividade Econômica Mil reais % Mil reais % Mil reais %

Serviços de alojamento e alimentação 102.854 10,6 73.466 7,6 101.425 8,8 Transportes e serv. aux. dos transportes 256.844 26,6 263.387 27,4 284.296 24,6 Correio e telecomunicações 305.366 31,6 321.101 33,4 401.348 34,7 Atividades de Informática 52.557 5,4 24.096 2,5 37.684 3,3 Ativ. imobil. e de aluguel de bens móv. e imóv. 17.321 1,8 13.757 1,4 25.874 2,2 Serviços prestados as empresas 108.239 11,2 158.324 16,5 170.498 14,8 Outras atividades de serviços 123.228 12,8 108.118 11,2 134.752 11,7 Total 966.410 100 962.250 100 1.155.877 100 Fonte: IBGE - PAS (Pesquisa Anual dos Serviços) 1998 - 2002

Nota: Valores em R$ deflacionados pelo IGP-DI

b) Ocupação

Em termos de ocupação, em 2002, a PAS registrou 38,7 mil pessoas nas

atividades de serviços, das quais 12,9 mil no grupo de serviços prestados às

empresas, 8,1 mil nos serviços de alojamentos e alimentação, 7,8 mil em transporte e

6,3 mil em outras atividades de serviços, indicando divergência considerável entre os

grupos com maior peso na receita bruta e os de maior participação na ocupação,

como reflexo, mesmo, da heterogeneidade tecnológica do setor. Assim o segmento de

telecomunicação e correio que respondia, em 2002, por 34,7% da receita bruta dos

serviços, ocupava tão somente 3,1% da força de trabalho do setor. Ver Tabela 32.

Entre 1998 e 2002, a pesquisa indicou o incremento de 9,4 mil empregos no

setor de serviços, dos quais mais da metade, 5,4 mil, ocorreram na classe de serviços

prestados às empresas, o que permite dimensionar o significado do processo de

terceirização e de flexibilização do trabalho. Em 1998, foram registradas 7,5 mil

pessoas ocupadas na atividade de serviços prestados às empresas que, em 2002, já

ocupava 12,9 mil, um incremento de 73%, quando o aumento médio do setor serviços

foi de 32%, no período.

27

Para os valores correntes a preços correntes, ver a tabela 6 no Anexo Estatístico

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60

Uma hipótese plausível para explicar esse desempenho, em termos de

emprego, pode estar na tendência de terceirização que vem se consolidando como

uma das manifestações da reestruturação na indústria. Além disso, a significativa

presença do trabalho feminino na economia de Sergipe pode estar também associada

a esse fenômeno e à crescente importância dos serviços de telecomunicação, e dos

serviços sociais e de educação28.

No período mais recente, entre 2000 e 2002, foram registradas 6,8 mil

empregos adicionais, dos quais 2.291 foram incorporados à classe de serviços de

alojamento e alimentação, 1,7 mil, em outras atividades de serviços, 1,5 mil em

transporte e serviços auxiliares de transporte e 749 em atividades de informática.

Cabe destacar que a pesquisa do IBGE indicou para a classe de informática

acentuada redução de pessoal ocupado, entre 1998 e 2000, e forte recuperação entre

esse último ano e 2002.

Tabela 32 Sergipe: Pessoal Ocupado nas Atividades de Serviços

(1998 – 2002) 1998 2000 2002

Grupo de Atividade Econômica Nº % Nº % Nº %

Serviços de alojamento e alimentação 7.698 26,3 5.857 18,4 8.148 21,0

Transportes e serv. aux. dos transportes 6.267 21,4 6.246 19,6 7.828 20,2

Correio e telecomunicações 1.221 4,2 1.102 3,5 1.207 3,1

Atividades de Informática 1.214 4,1 662 2,1 1.411 3,6

Ativ. imobil. e de aluguel de bens móv. e imóv. 954 3,3 709 2,2 875 2,3

Serviços prestados as empresas 7.499 25,6 12.764 40,0 12.955 33,4

Outras atividades de serviços 4.431 15,1 4.563 14,3 6.319 16,3

Total 29.284 100,0 31.903 100,0 38.743 100,0 Fonte: PAS - Pesquisa Anual dos Serviços – IBGE

c) Estabelecimentos

Em 2002, as classes de serviços que contavam com número mais expressivo

de estabelecimentos eram a de outras atividades de serviços, 1.298 unidades,

serviços de alojamento e alimentação, 971 unidades e serviços prestados às

empresas, 707 unidades.

A evolução do número de estabelecimentos se deu pari passu com as

variações da ocupação, com destaque para a classe de serviços prestados às

empresas que contava com apenas 119 unidades, em 1998, e, em 2002, já atingia o

montante de 707 estabelecimentos, sendo incorporados mais 588 estabelecimentos

nessa atividade. No período foram registrados, também, mais 289 estabelecimentos

28

No capítulo sobre o mercado de trabalho essa questão será retomada.

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61

na classe de outras atividades de serviço, 171, de informática, 65, de alojamento e

alimentação e 57, de transporte e serviços auxiliares de transporte. No período entre

2000 e 2002, os incrementos mais expressivos no número de estabelecimentos se

verificaram nas classes de outras atividades de serviços e nos serviços de alojamento

e alimentação. Ver Tabela 33.

Tabela 33

Sergipe: Número de Estabelecimentos nas Atividades de Serviços

(1998 – 2002) 1998 2000 2002

Grupo de Atividade Econômica Nº % Nº % Nº %

Serviços de alojamento e alimentação 906 37,5 659 22,7 971 27,1

Transportes e serv. aux. dos transportes 189 7,8 253 8,7 246 6,9

Correio e telecomunicações 30 1,2 36 1,2 30 0,8

Atividades de Informática 7 0,3 117 4,0 178 5,0

Ativ. imobil. e de aluguel de bens móv. e imóv. 156 6,5 215 7,4 155 4,3

Serviços prestados as empresas 119 4,9 655 22,6 707 19,7

Outras atividades de serviços 1.009 41,8 966 33,3 1.298 36,2

Total 2.416 100,0 2.901 100,0 3.585 100,0 Fonte: PAS - Pesquisa Anual dos Serviços – IBGE

Num resumo sobre o setor serviços devem ser assinaladas algumas

considerações sobre as tendências recentes e as perspectivas futuras, cabe destacar:

i) A crescente importância dos serviços na economia sergipana, refletindo a

tendência mais geral na economia brasileira que no estado acompanha o

processo de reestruturação do setor secundário (com perda de

dinamismo de algumas indústrias) e o avanço do processo de

terceirização;

ii) O aumento do peso de todos os segmentos dos serviços no PIB do

Estado, exceto os serviços de transporte e armazenagem e de

alojamento e alimentação;

iii) Mudança na composição do comércio varejista que registra tendência de

redução de importância do comércio não especializado (super e

hipermercados, lojas de departamento, etc.), enquanto cresce a

participação do comércio especializado.

iv) No comércio atacadista, a redução de estabelecimentos de venda de

produtos alimentícios, ao mesmo tempo que aumenta a participação de

unidades especializadas no comércio de artigos de uso pessoal, tecidos,

calçados e produtos farmacêuticos.

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62

1.4. Visão Sub-regional do Crescimento

Sergipe apresentava em 2002 uma população 1.868.430 pessoas. Cerca de

2/3 dessa população (66,5%) residia na mesorregião do Leste Sergipano, onde se

destacava a microrregião de Aracaju, com 717,4 mil pessoas, 38,4% do total do

Estado. O poder de atração da capital fez com que essa mesorregião apresentasse

uma densidade populacional bastante superior ao Agreste e ao Sertão sergipanos,

142,3 pessoas por km2, frente a 71 pessoas/km2 no Agreste e 27,9 pessoas/km2 no

Sertão.

Em termos de concentração da população, cabe destacar, no Leste Sergipano,

as microrregiões do Sul do Estado como a de Boquim, com 149 mil pessoas,

representando 8,0% do total de Sergipe, e a de Estância, com 114,7 mil,

representando 6,0%. Ainda na mesorregião Leste, mas ao norte do estado, os maiores

contingentes populacionais encontravam-se nas microrregiões de Propriá e do Baixo

Cotinguiba.

O Leste sergipano é, também, a mesorregião de maior extensão territorial,

representando 39,6% da área total de Sergipe. Em termos de densidade populacional,

a microrregião do Baixo Contiguiba, com 108,4 pessoas/km2, aparecia em segundo

lugar no Leste Sergipano, abaixo apenas de Aracaju. Ver Tabela 34.

A mesorregião do Agreste Sergipano tinha, em 2002, uma população de

420,5 mil pessoas, correspondendo a 22,5% do total do Estado, ocupando 26,9% do

seu território. A mais populosa das microrregiões do agreste e a segunda do Estado,

era a de Itabaiana, com 150,8 mil pessoas, seguida pelas microrregiões de Lagarto e

de Tobias Barreto, que apresentavam contingentes populacionais, respectivamente,

de 106,4 mil e 103,6 mil. A microrregião de Nossa Senhora das Dores registrava a

menor das populações do agreste sergipano, 59,8 mil pessoas.

A mesorregião do Sertão Sergipano, com 33,6% do território estadual,

abrangia, em 2002, apenas 10,9% da população. Diante da fragilidade de sua base

econômica e ecológica, a densidade populacional da mesorregião é significativamente

inferior as do Leste e Agreste sergipanos. A mesorregião sergipana conta com apenas

duas microrregiões, a Sergipana do Sertão do São Francisco e a de Carira. A primeira

é mais extensa do Estado, com 5,4 mil Km2 e uma população, em 2002, de 141,4 mil

pessoas, enquanto a microrregião de Carira possui um território 1,9 mil Km2 e

população de apenas 63,2 mil pessoas.

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63

Tabela 34

Sergipe: População, extensão territorial e

densidade populacional por mesorregiões e microrregiões

1996-2002

População Extensão terr i toria l

Densidade populacional

1996 2002 1996 2002

Mesorregiões/ microrregiões

N° % N° % N° % Pessoas/Km 2

Sergipe 1.624.175 100 1.868.430 100 22.050 100 73,7 84,7 Mesorregião do Agreste Sergipano

374.733 23,1 420.522 22,5 5.926 26,9 63,2 71,0

Agreste de I tabaiana 135.644 8,4 150.822 8,1 1.105 5,0 122,8 136,5 Agreste de Lagarto 93.136 5,7 106.381 5,7 1.490 6,8 62,5 71,4 Tobias Barre to 53.894 3,3 103.550 5,5 1.268 5,8 42,5 81,7 Nossa Senhora das Dores 92.059 5,7 59.769 3,2 2.060 9,3 44,7 29,0 Mesorregião do Leste Sergipano

1.070.368 65,9 1.243.350 66,5 8.738 39,6 122,5 142,3

Aracaju 607.626 37,4 717.407 38,4 859 3,9 707,4 835,2 Baixo Cot inguiba 70.454 4,3 79.888 4,3 737 3,3 95,6 108,4 Boquim 134.193 8,3 148.950 8,0 1.896 8,6 70,8 78,6 Cot inguiba 38.721 2,4 41.120 2,2 758 3,4 51,1 54,2 Estânc ia 99.739 6,1 114.702 6,1 2.054 9,3 48,6 55,8 Japaratuba 43.710 2,7 50.846 2,7 1.464 6,6 29,9 34,7 Própr ia 75.925 4,7 90.437 4,8 968 4,4 78,4 93,4 Mesorregião do Sertão Sergipano

173.344 10,7 204.558 10,9 7.339 33,3 23,6 27,9

Car i ra 57.417 3,5 63.185 3,4 1.883 8,5 30,5 33,6 Serg ipana do Sertão do São Franc isco

115.927 7,1 141.373 7,6 5.456 24,7 21,2 25,9

Fonte: IBGE, Contagem Populacional de 1996 e PIB Municipal de 2002.

A Mesorregião do Leste Sergipano ampliou sua participação na população total

do Estado, entre 1996 e 2002, em razão do crescimento da Grande Aracaju acima da

média sergipana. A Mesorregião do Sertão Sergipano também conheceu, no período,

crescimento populacional acima da média estadual, certamente motivado pela

construção da Usina Hidroelétrica de Xingó e pela implantação de assentamentos

rurais.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

64

Figura 1

Microrregiões sergipanas

1.4.1. O Produto Interno Bruto

O produto interno sergipano, em 2002, estava fortemente concentrado na

mesorregião Leste onde se situavam as duas microrregiões com maior participação na

geração da riqueza estadual e também as mais industrializadas. A capital, Aracaju,

com 40% de todo o PIB estadual, em 2002, é seguida, de longe, pelas microrregiões

do Baixo Cotinguiba e Estância, ambas com cerca de 8%-9%.29

Na mesorregião do agreste, a microrregião de Itabaiana apresentava, em 2002,

a maior participação no produto interno estadual, superando por pequena margem a

microrregião de Lagarto. Comparativamente ao ano de 2000, verificou-se uma

inversão de posição entre essas duas microrregiões.

29 Reitere-se que Aracaju detinha, em 2000, metade do PIB, tendo sido sua participação afetada pelo efeito estatístico da inclusão, a partir de 2001, da substação de Xingó na computação do PIB regional, inclusive no municipal.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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No sertão sergipano, a microrregião Sergipana do Sertão do São Francisco

destacava-se não apenas por registrar o maior produto interno mas, também, pelo

salto assinalado entre 2000 e 2002, em razão da contabilização da produção da

energia de Xingó, a partir de 2001. A microrregião passou de 4,1% para 16,6% do PIB

sergipano, em decorrência da mudança contábil. Ver Tabela 35.

Tabela 35

Sergipe: Produto Interno Bruto a preço de mercado,

segundo as Mesorregiões e Microrregiões Sergipanas

2000 e 2002 (em R$ 1.000) 2000 2002

Meso e Microrregião PIB % PIB %

Mesorregião do Agreste Sergipano 782.005 13,2 971.730 10,2 Agreste de I tabaiana 255.751 4,3 350.662 3,7 Agreste de Lagarto 272.997 4,6 287.760 3,0 Tobias Barre to 158.665 2,7 203.775 2,1 Nossa Senhora das Dores 94.592 1,6 129.533 1,4

Mesorregião do Leste Sergipano 4.782.765 80,8 6.789.932 71,5 Aracaju 2.988.326 50,5 3.808.703 40,1 Baixo Cot inguiba 536.146 9,1 849.674 8,9 Estânc ia 526.980 8,9 775.054 8,2 Japaratuba 215.643 3,6 610.600 6,4 Boquim 224.780 3,8 294.361 3,1 Própr ia 179.542 3,0 259.578 2,7 Cot inguiba 111.348 1,9 191.962 2,0

Mesorregião do Sertão Sergipano 355.955 6,0 1.734.525 18,3 Serg ipana do Sertão do São Franc isco 242.426 4,1 1.589.215 16,7 Car i ra 113.529 1,9 145.310 1,5

Sergipe 5.920.725 100 9.496.187 100 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.

Nota: Dados sujeitos à revisão.

OBS. O grande aumento da participação da Mesorregião do Sertão Sergipano em 2002 é devido ao registro da produção de energia elétrica de

Xingó, a partir de 2001.

Um exame do PIB per capita regional, para 2000, tomando como referência a

capital (Aracaju=100) revela que apenas na mesorregião do leste observam-se níveis

acima do PIB per capita do Estado.30 As microrregiões do Leste Sergipano são

aquelas que contam com forte presença das empresas estatais ou ex-estatais ou que

sediavam importantes pólos industriais, como Baixo Cotinguiba e Japaratuba, no

primeiro caso, e Estância e Aracaju, no segundo.31 Ver Tabela 36.

30 A escolha do ano de 2000 é óbvia: excluir o “efeito Xingo” que apareceria se fosse usado o ano de 2002. 31

Deve-se considerar que o indicador do PIB per capita municipal ou para as microrregiões é insuficiente para representar o grau de desenvolvimento ou de bem-estar, notadamente em uma economia como a sergipana em que a produção de petróleo e de energia elétrica inflaciona a riqueza medida, sem que haja igual absorção local em termos de renda internalizada. Na seção específica desse relatório em que são analisados os indicadores sociais, é possível inferir que os melhores índices de desenvolvimento humano não estão necessariamente associados aos maiores PIB per capita.

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Tabela 36

Sergipe: Produto Interno Bruto per capita a preço de mercado,

segundo as Mesorregiões e Microrregiões Sergipanas

2000 Meso/ Microrregião 2000

Sergipe 100 Mesorregião do Agreste Sergipano 58 Agreste de Itabaiana 53 Agreste de Lagarto 80 Nossa Senhora das Dores 49 Tobias Barreto 48 Mesorregião do Leste Sergipano 122 Japaratuba 133 Baixo Cotinguiba 211 Estância 144 Aracaju 133 Cotinguiba 84 Própria 62 Boquim 47 Mesorregião do Sertão Sergipano 55 Sergipana do Sertão do São Francisco 54 Carira 56 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.

Nota: Dados sujeitos à revisão.

OBS. O grande aumento da participação da Mesorregião do Sertão Sergipano em 2002 é devido ao registro feito a partir de 2001 da sub-estação

de Xingó nas Contas Regionais.

No que tange à participação regional no produto interno setorial sergipano, a

mesorregião Leste, com 40% do território estadual, respondia, em 2002, por cerca de

2/3 do produto industrial, ¾ do setor de serviços e metade do produto agropecuário.

Nos setores de serviço e industrial, a microrregião de Aracaju representava 55,3% e

29,1%, respectivamente. Ver Tabela 36.

No setor agropecuário, as microrregiões com maior peso no valor adicionado,

em 2002, eram a Sergipana do Sertão do São Francisco, com 12,2%, o Agreste de

Itabaiana, com 10,8%, o Agreste de Lagarto e a microrregião de Boquim, ambas com

10,4%, e a microrregião de Própria, com 9%.

A produção do setor industrial, em 2002, encontrava-se mais concentrada

espacialmente do que a agropecuária, com as microrregiões de Aracaju e a Sergipana

do Sertão de São Francisco respondendo por quase 60% do total. As microrregiões do

Baixo Cotinguiba, 12,4%, Japaratuba, 10,1% e de Estância, 9,6%, também

apresentavam peso significativo no produto industrial sergipano. No Agreste, as

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microrregiões de Lagarto e de Itabaiana apresentavam os maiores produtos

industriais, representando, cada uma, 1,6% do PIB setorial.32

No setor de Serviços, fortemente concentrado na Grande Aracaju,

despontavam ainda, em 2002, alguns pólos regionais representados pelas

microrregiões de Itabaiana, Estância, Boquim, Sergipana do Sertão do São Francisco,

Baixo Cotinguiba e Agreste de Lagarto.

Tabela 37

Sergipe: Participação das Mesorregiões e Microrregiões Sergipanas no Valor Adicionado

da Agropecuária, da indústria e dos Serviços Sergipanos

2002

Meso/ microrregião Agropecuário Industria l Serviços Valor

Adicionado Total

Mesorregião do Leste Sergipano

49,6 66,2 77,5 69,8

Aracaju 7,5 29,1 55,3 38,6 Baixo Cot inguiba 3,8 12,4 4,6 8,6 Estânc ia 7,0 9,6 5,1 7,5 Japaratuba 8,3 10,1 2,4 6,8 Boquim 10,4 0,9 5,0 3,3 Própr ia 9 ,0 1,7 3,4 2,9 Cot inguiba 3,8 2,4 1,6 2,1 Mesorregião do Agreste Sergipano

32,6 4,4 15,4 10,9

Agreste de I tabaiana 10,8 1,6 5,6 3,9 Agreste de Lagarto 10,4 1,6 4,1 3,2 Tobias Barre to 6,3 0,7 3,6 2,3 Nossa Senhora das Dores 5,1 0,5 2,1 1,5 Mesorregião do Sertão Sergipano

17,8 29,4 7,1 19,3

Serg ipana do Sertão do São Franc isco

12,2 28,9 4,8 17,7

Car i ra 5 ,6 0,6 2,3 1,6 Sergipe 100 100 100 100 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.

Nota: Dados sujeitos à revisão.

Na composição setorial do Produto Interno Bruto das mesorregiões e

microrregiões sergipanas, em 2002, é possível constatar que, em sua grande maioria,

o setor terciário (incluindo a administração pública e os gastos previdenciários)

respondia pela maior parcela, sugerindo o elevado peso do setor público, incluindo as

transferências governamentais na formação da renda. Nas microrregiões do Sertão

Sergipano do São Francisco, do Baixo Cotinguiba, Japaratuba e Estância o setor

industrial era o que possuía o maior peso no produto interno, pelos fatores já

registrados acima. O setor industrial registrava peso expressivo, também, na formação

da riqueza nas microrregiões de Aracaju, 38,8%,e de Própria, 30,1%, no Leste

sergipano, e Lagarto, 25,5%, e Itabaiana, 21,7%, no Agreste. Ver Tabela 38.

32

Os valores do PIB per capita constam da Tabela 7 no Anexo Estatístico

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Tabela 38

Sergipe: Participação da Agropecuária, Indústria e Serviços no Valor Adicionado Total a preço de mercado por Mesorregiões e Microrregiões Sergipana

2002 (em R$ 1.000)

Agropecuário Industria l Serviços Total Meso/ Microrregião

VA % VA % VA % VA %

Sergipe 596.297 6,6 4.637.939 51,5 3.771.445 41,9 9 .005.681 100

Mesorregião do Agreste Sergipano

194.444 19,8 204.272 20,9 580.897 59,3 262.154 100

Agreste de tabaiana 64.477 18,4 76.164 21,7 210.517 59,9 192.025 100

Agreste de Lagarto 61.877 21,3 73.955 25,5 154.544 53,2 1.738.908 100

Tobias Barre to 37.565 18,1 33.267 16,0 136.642 65,9 1.592.533 100

Nossa Senhora das Dores

30.524 23,4 20.886 16,0 79.195 60,6 146.375 100

Mesorregião do Leste Sergipano

295.866 4,7 3.068.355 48,8 2.922.939 46,5 979.613 100

Aracaju 44.621 1,3 1.348.341 38,8 2.086.227 60,0 351.157 100

Baixo Cot inguiba 22.375 2,9 574.443 74,5 174.115 22,6 290.377 100

Estânc ia 41.876 6,2 444.711 65,6 191.271 28,2 207.474 100

Japaratuba 49.217 8,1 469.094 76,9 92.043 15,1 130.606 100

Boquim 61.731 21,0 42.667 14,5 190.249 64,6 6.287.160 100

Propr iá 53.637 20,5 79.011 30,1 129.505 49,4 3.479.189 100

Cot inguiba 22.409 11,7 110.087 57,3 59.529 31,0 770.934 100

Mesorregião do Sertão Sergipano

105.987 6,1 1.365.312 78,5 267.609 15,4 677.858 100

Serg ipana do Sertão do São Franc isco

72.482 4,6 1.338.212 84,0 181.839 11,4 610.354 100

Car i ra 33.505 22,9 27.100 18,5 85.770 58,6 294.647 100 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.

Nota: Dados sujeitos à revisão.

Em nenhuma microrregião, o setor primário respondia pela maior porcentagem

dentre os setores. Todavia, a atividade agropecuária registrava participação acima de

20% nas microrregiões de Carira, Nossa Senhora das Dores, Lagarto, Boquim e

Própria.33

A análise do nível do PIB per capita e de sua distribuição relativa em

comparação ao PIB per capita médio do Estado permite concluir alguns pontos sobre

33

A participação diminuta do setor agropecuário no PIB mesmo em regiões em que grande parcela da população dedica-se ao setor primário decorre do peso elevado do setor governo e das transferências governamentais, para todas as regiões, e a existência de algumas unidades industriais, no setor de energia, mineração ou da indústria de transformação, em alguns casos. Esses fatores fazem com que o peso relativo do terciário, no primeiro caso, e do setor industrial, no segundo, sejam expressivos, e o do setor agropecuário resulte menor. Em microrregiões como Baixo Cotinguiba, Japaratuba, Estância, Sergipana do Sertão do São Francisco a presença de grandes empreendimentos industriais, explicam o elevado peso desse segmento, ainda que parcelas muito expressivas da população dediquem-se ao setor agropecuário, como veremos no item referente à composição setorial da ocupação. De outra parte, algumas microrregiões contam com contingente elevado de população dedicada ao setor industrial, apesar do peso relativamente baixo desse setor no produto interno, como é o caso de Tobias Barreto.

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69

a situação da economia e sua influência nas condições sociais das diferentes regiões

do Estado.

i) O primeiro destaca um nível mais elevado de PIB per capita concentrado em

apenas quatro das microrregiões da Mesorregião do Leste Sergipano: Baixo

Continguiba, Estância, Japaratuba e Aracaju, microrregiões constituídas por

municípios com forte presença de empresas do setor industrial e dos serviços, com

destaque para o peso da administração pública no caso da última;

ii) Segundo, a comparação dos diferenciais de PIB per capita sugere a hipótese

de existência de uma relação entre baixo nível relativo de PIB per capita e presença

da agropecuária, a exemplo das microrregiões de Boquim, Tobias Barreto e Nossa

Senhora das Dores.

iii) Terceiro, deve ser lembrado que, em 2002, embora Sergipe detenha o PIB

per capita mais elevado do Nordeste, este ainda representa cerca de dois terços do

PIB per capita nacional.

1.4.2. A Distribuição das Unidades Produtivas Formais

As informações do Cadastro de Empresas do IBGE são úteis para

complementar a análise feita a partir dos dados do PIB, uma vez que possibilitam uma

visão da distribuição regional dos estabelecimentos, do emprego e da massa salarial

das atividades formais

Com base nesses dados, constata-se que, em 2002, existiam em Sergipe, 25,7

mil estabelecimentos formais que ocupavam 267,9 mil pessoas, das quais 232,2 mil

eram assalariadas. A Mesorregião Leste do estado contava com 19,8 mil

estabelecimentos produtivos formais que ocupavam 228,7 mil pessoas, dentre as

quais cerca de 200 mil assalariadas. A microrregião de Aracaju detinha 15,1 mil

desses estabelecimentos, 185,2 mil do pessoal ocupado e 161,6 mil dos assalariados.

Ver Tabela 39.

Em termos de unidades locais34, outras microrregiões apresentavam uma

densidade significativa de empreendimentos, como o Agreste de Itabaiana, com 1.856

34 O Cadastro Central de Empresas do IBGE utiliza duas fontes básicas para sua alimentação: as pesquisas anuais do IBGE nas áreas de Indústria, Construção, Comércio e Serviços, e a RAIS. Os dados oriundos das pesquisas do IBGE prevalecem sobre os da RAIS, no caso de informantes comuns às duas fontes. São unidades locais as Empresas ou outras organizações informantes de pesquisa do IBGE ou declarantes da RAIS.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

70

unidades, Estância, com 1.308 unidades, Boquim, com 1.154, Tobias Barreto, 1.063,

Agreste de Lagarto, 1.049, Sergipana do sertão do São Francisco, 987 e Propriá, 871.

Tabela 39

Sergipe: Unidades locais, pessoal ocupado em 31.12 e salários e outras remunerações, segundo Mesorregiões e Microrregiões

2002

Número de unidades locais

Pessoal total Assalar iado

Salários e outras

remunerações (1 000 R$)

Mesoregião/ Microrregião

N° % N° % N° % N° % Sergipe 25.735 100 267.935 100 232.166 100 1.882.284 100 Agreste Sergipano 4.452 17,3 28.028 10,5 22.579 9,7 94.331 5,0 Agreste de I tabaiana 1.856 7,2 10.665 4,0 8.270 3,6 33.622 1,8 Agreste de Lagarto 1.049 4,1 8.438 3,1 7.085 3,1 31.280 1,7 Nossa Senhora das Dores

484 1,9 3.720 1,4 3.151 1,4 11.066 0,6

Tobias Barre to 1.063 4,1 5.205 1,9 4.073 1,8 18.363 1,0 Leste Sergipano 19.765 76,8 228.657 85,3 199.853 86,1 1.741.840 92,5 Aracaju 15.074 58,6 185.224 69,1 161.600 69,6 1.491.587 79,2 Baixo Cot inguiba 696 2,7 11.536 4,3 10.799 4,7 83.402 4,4 Boquim 1.154 4,5 7.772 2,9 6.468 2,8 26.908 1,4 Cot inguiba 342 1,3 2.728 1,0 2.338 1,0 9.523 0,5 Estânc ia 1.308 5,1 10.324 3,9 8.706 3,7 54.700 2,9 Japaratuba 320 1,2 4.894 1,8 4.650 2,0 55.235 2,9 Própr ia 871 3,4 6.179 2,3 5.292 2,3 20.485 1,1

Sertão Sergipano 1.518 5,9 11.250 4,2 9.734 4,2 46.113 2,4 Car i ra 531 2,1 4.147 1,5 3.630 1,6 12.720 0,7 Serg ipana do Sertão do São Franc isco

987 3,8 7.103 2,7 6.104 2,6 33.393 1,8

Fonte : IBGE –Cempre

Nota: Os dados com menos de 3 (três) informantes por municípios não foram computados na agregação por microrregião.

A distribuição do pessoal ocupado entre as microrregiões apresentava, em

2002, algumas diferenças em relação ao ranking das unidades locais, como é o caso

do Baixo Cotinguiba, com 11.533 pessoas ocupadas, quantidade inferior apenas a

existente em Aracaju. Itabaiana, com 10.665 pessoas ocupadas, Estância, com

10.324, Agreste de Lagarto, 8.438, Boquim, com 7.772, e Sergipana do Sertão do São

Francisco, com 7.103, compõem, também, o rol de microrregiões com maiores

contingentes de pessoas ocupadas nas unidades locais.

A Microrregião de Aracaju concentrava quase 80% dos salários e

remunerações pagos nessas unidades. A região do baixo Cotinguiba, sede dos pólos

cimenteiro e minero-químico, respondia por 4,4%, Japaratuba e Estância, por 2,9%,

todas elas na mesorregião do Leste sergipano. Nas mesorregiões do Agreste e do

Sertão, a ocupação formal é mais rarefeita, destacando-se, entretanto, os agrestes de

Itabaiana e Lagarto e a Sergipana do Sertão de São Francisco, como aquelas

microrregiões que detinham maiores somas de rendimentos do trabalho formal. Ver

Tabela 39.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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Discriminando as informações do Cadastro por grande setor, observa-se que,

em 2002, as unidades produtivas formais do setor agropecuário estavam distribuídas

em maior número nas microrregiões de Aracaju, Própria, Estância e Itabaiana. No

setor industrial, a microrregião de Aracaju participava com 1.650 do total de 2.882

unidades locais, representando 57,3%. Outros pólos industriais importantes, em

termos de número de unidades locais, estavam presentes nas microrregiões do

Agreste de Itabaiana, 251 unidades locais, de Estância, 163 unidades locais, Agreste

de Lagarto, 154, Boquim, 125, Sergipana do Sertão do São Francisco, 96, Propriá, 91,

e Tobias Barreto, 89. Ver Tabela 40.

No setor terciário, a microrregião de Aracaju detinha 13.364 unidades locais

das 22.670 existentes em Sergipe, em 2002, representando 59% do total. Itabaiana,

1.594, Estância, 1.126, e Boquim, 1.015 eram as microrregiões interioranas com

maiores números de unidades. Em seguida, despontavam as microrregiões de Tobias

Barreto, 968, por conta do seu pólo de confecções, Lagarto, 891, Sergipana do Sertão

do São Francisco, incluindo o próspero comércio de Nossa Senhora da Glória, 887, e

Própria, 766.

Tabela 40

Sergipe: Unidades locais por grande setor,

segundo Mesorregiões e Microrregiões

2002

Microrregião Agropecuária Indústria geral

Serviços Total

Sergipe 183 2.882 22.670 25.735 Agreste Sergipano 24 529 3.899 4.452 Agreste de Itabaiana 11 251 1.594 1.856 Agreste de Lagarto 4 154 891 1.049 Nossa Senhora das Dores 3 35 446 484 Tobias Barreto 6 89 968 1.063 Leste Sergipano 152 2.212 17.401 19.765 Aracaju 60 1.650 13.364 15.074 Baixo Cotinguiba 6 106 584 696 Boquim 14 125 1.015 1.154 Cotinguiba 3 38 278 319 Estância 19 163 1.126 1.308 Japaratuba 13 39 268 320 Própria 37 91 766 894 Sertão Sergipano 7 141 1.370 1.518 Carira 3 45 483 531 Sergipana do Sertão do São Francisco 4 96 887 987 Fonte : IBGE –Cempre Nota: Os dados com menos de 3 (três) informantes por municípios não foram computados na agregação por Microrregião.

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72

1.4.3. Valor da Produção das Principais Culturas Agrícolas

As vocações agrícolas das mesorregiões Sergipanas são muito diferenciadas.

No Leste sergipano, em 2003, as culturas permanentes eram predominantes,

respondendo por quase 2/3 do valor da produção. No Agreste Sergipano, as culturas

temporárias representaram, em 2003, ¾ do valor da produção, mas foi um resultado

atípico, diante do fato de que nos três anos imediatamente anteriores há um equilíbrio

entre as culturas temporárias e permanentes.

No sertão sergipano, as culturas temporárias participavam com 97% do valor

da produção. Na comparação de 1990 com 2003, cabe registrar o avanço das culturas

permanentes no Leste sergipano, enquanto no agreste houve um avanço das culturas

temporárias, nesse caso, em grande parte por conta do recuo da citricultura e do

avanço da cultura da mandioca. Ver Tabela 41.

No Leste Sergipano, as culturas mais importantes em termos de contribuição

no valor da produção, em 2003, eram a Laranja, concentrada, na sua região sul, e a

cana-de-açúcar, predominante na região norte. Outras culturas significativas eram o

coco-da-baía, a mandioca, o arroz e a fruticultura da banana e da manga. Entre 1990

e 2003, as culturas da laranja, da mandioca, do coco, da manga e do arroz tiveram

aumento expressivo de participação, enquanto a cana-de-açúcar teve um grande

recuo de participação. Ver Tabela 41.

O Agreste sergipano combina a produção de frutas como laranja e maracujá,

mais ao sul, e culturas de subsistência, como mandioca, milho, batata-doce e feijão,

no centro e no norte. No Agreste sergipano, a cultura da mandioca representava, em

2003, quase metade do valor da produção. Participação, tão elevada, todavia,

expressa mais a elevação do valor da produção, em 2003, dado que a quantidade

produzida, em 2003, foi mesmo inferior a de 2000. A laranja era a segunda cultura

mais importante na mesorregião, em 2003, seguida pelo milho, feijão, maracujá,

batata-doce e a banana. O fumo, a manga, o abacaxi e o tomate são culturas,

também, de significado econômico na região. Na comparação com 1990, além da

mandioca, tiveram crescimento importante na participação do valor da produção,

algumas novas frutíferas, como a banana e a manga. Recuaram intensamente, a

laranja, o maracujá, o feijão e o fumo.

No sertão, as culturas mais importantes, em 2003, eram as tradicionais de

subsistência: milho, mandioca e feijão que respondiam por 93,7% do valor da

produção. Em um patamar significativamente inferior, aparecem culturas novas como

abacaxi, tomate e melancia. Comparativamente a 1990, a mandioca teve um avanço

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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significativo, enquanto o feijão recuou. A cultura do milho, todavia, manteve-se como a

principal atividade agrícola. Ver Tabela 41.

Os resultados no agregado das mesorregiões mascaram algumas

características importantes que se revelam quando analisamos as produções agrícolas

das microrregiões. Na microrregião Sergipana do Sertão do São Francisco, além das

culturas tradicionais que são as predominantemente, surgem novas culturas como a

melancia e o abacaxi que já representavam, em 2003, 3,0% e 1,3% do valor da

produção. Ver Tabela 42 e 43.

Tabela 41

Sergipe: Participação das Principais Culturas no Valor de Produção das Mesorregiões

1990-2000-2003 Leste Sergipano Agreste Sergipano Sertão Sergipano Tipo Lavouras

1990 2000 2003 1990 2000 2003 1990 2000 2003 Total Total Geral 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 T Total Temporária 47,0 41,8 34,9 53,6 50,1 74,9 99,7 97,2 97,0 P Total Permanente 53,0 58,2 65,1 46,4 49,9 25,1 0,3 2,8 3,0 P Laranja 32,3 30,1 36,5 25,7 15,9 12,6 0,1 0,1 0,2 T Cana-de-Açúcar 34,3 23,4 13,4 5,5 1,6 1,7 0,0 0,0 0,0 T Mandioca 3,1 5,0 10,9 15,9 17,4 47,1 6,9 7,8 27,6 P Maracujá 3,9 1,8 2,9 15,1 28,2 5,7 0,0 0,0 0,0 T Fei jão (Em Grão) 1 ,3 0,9 0,8 10,5 9,2 6,5 47,6 30,0 19,9 P Coco-da-Baía 9,5 15,1 11,4 0,1 0,4 0,3 0,0 0,0 0,1 P Banana 4,5 5,1 5,4 4,0 3,0 4,2 0,1 2,2 2,4 T Mi lho (Em Grão) 0 ,9 1,2 0,8 2,2 7,6 7,9 32,9 55,9 46,2 T Batata – Doce 0,7 0,2 0,1 7,0 4,6 5,1 0,1 0,2 0,5 T Arroz (Em Casca) 3 ,7 6,2 6,6 0,0 0,0 0,0 1,0 0,3 0,0 T Fumo (Em Folha) 0 ,5 0,4 0,3 6,2 4,9 2,9 0,0 0,1 0,1 T Abacaxi 1 ,8 2,5 1,1 1,5 0,7 1,5 0,0 1,5 0,5 P Manga 1,6 2,8 5,5 0,9 2,1 1,6 0,1 0,4 0,3 T Tomate 0,0 0,0 0,0 2,2 2,4 1,4 1,7 0,2 0,7 T Fava (Em Grão) 0 ,1 0,1 0,1 0,6 0,1 0,2 7,0 0,3 0,2 T Amendoim (Em

Casca) 0 ,4 0,2 0,1 0,9 0,6 0,4 0,2 0,1 0,1

P Mamão 0,3 0,7 1,1 0,5 0,3 0,7 0,0 0,0 0,0 P L imão 0,5 1,3 1,2 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 T Algodão Herbáceo

(Em Caroço) 0 ,1 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0 2,3 0,0 0,0

T Melanc ia 0,0 1,5 0,7 0,5 0,9 0,3 0,0 0,7 1,2 P Abacate 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 T Batata – Ing lesa 0,0 0,0 0,0 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 P Tanger ina 0,1 1,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 P Pimenta-Do-Reino 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 T Cebola 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 P Goiaba 0,0 0,3 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 T Melão 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Fonte: IBGE- Pesquisa Pecuária Municipal

Nota: Tipo T – Temporária; Tipo P- Permanente

Na microrregião de Nossa Senhora das Dores, além das culturas tradicionais,

despontavam, em 2003, o abacaxi, com 14,2% do valor da produção agrícola, e a

banana com 4,4%. No Agreste de Itabaiana, são também expressivas as participações

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da batata-doce, banana e tomate. No Agreste de Lagarto, o maracujá, o abacaxi, a

banana e o mamão apresentavam participações significativas.

A fruticultura expandiu-se e diversificou-se nas microrregiões ao norte da

mesorregião Leste Sergipano. Na microrregião de Propriá, refletindo os investimentos

dos perímetros irrigados, novas culturas se afirmam como o coco, a manga e a

melancia que se somam ao tradicional arroz. A manga já respondia, em 2003, por 15%

do valor da produção agrícola da região, quando em 1990, representava menos de um

porcento.

Na microrregião do Cotinguiba, a banana representava, em 2003, 19,7% do

valor da produção agrícola, quando respondia por 4,5%, em 1990. Na microrregião de

Japaratuba, onde a cana representava 74% do valor da produção, em 1990, em 2003,

pesava 36%, por conta da expansão de culturas como o coco, a manga, o maracujá e

o mamão. No Baixo Cotinguiba, também amplamente dominado pela cana-de-açúcar,

ampliaram-se os espaços do coco. Na microrregião de Aracaju verificou-se um avanço

do coco, da banana e da manga. A região sul manteve-se marcada pela cultura da

laranja. Ver Tabela 42 e 43.

.

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Tabela 42 Sergipe: Participação das Principais Culturas No Valor de Produção das Microrregiões

1990 (%) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Tipo Lavouras / M icrorregiões Sertão Agreste Leste

14

To tal To tal geral 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 T To tal temporár i a 99,4 99,8 88,8 85,5 88,8 30,5 87,8 94,4 85,7 80,8 41,0 7 ,7 23,1 52,1 P To tal permanente 0 ,6 0 ,2 11,2 14,5 11,2 69,5 12,2 5 ,6 14,3 19,2 59,0 92,3 76,9 47,9 P Laran ja 0 ,0 0 ,2 0 ,8 0 ,8 4 ,6 42,5 1 ,1 0 ,6 0 ,0 0 ,1 1 ,2 75,4 27,3 28,4 T Cana-de -açúcar 0 ,0 0 ,0 31,3 12,1 0 ,0 0 ,0 47,6 87,7 73,8 78,6 35,3 0 ,0 0 ,0 23,6 T Mandioca 7 ,8 6 ,3 25,4 19,0 17,6 13,2 3 ,3 3 ,6 2 ,3 1 ,3 4 ,0 2 ,7 7 ,4 7 ,2 P Maracu já 0 ,0 0 ,0 0 ,1 0 ,8 2 ,8 24,8 0 ,1 0 ,0 0 ,4 0 ,0 1 ,5 7 ,9 6 ,3 7 ,1 T Fe i jão (em grão) 51,1 45,4 12,3 15,4 56,7 1 ,3 3 ,7 0 ,8 1 ,2 0 ,1 0 ,3 1 ,0 2 ,4 6 ,8 P Coco-da -ba ía 0 ,0 0 ,0 0 ,1 0 ,3 0 ,0 0 ,1 7 ,9 0 ,1 12,7 15,4 50,3 0 ,3 19,9 6 ,1 P Banana 0 ,2 0 ,0 9 ,4 9 ,2 3 ,5 1 ,2 2 ,2 4 ,5 1 ,1 2 ,5 5 ,2 4 ,8 13,1 4 ,1 T Mi l ho (em grão ) 31,0 34,0 9 ,4 3 ,8 1 ,4 0 ,7 2 ,0 1 ,8 1 ,0 0 ,2 0 ,4 0 ,7 1 ,4 3 ,2 T Bata ta - doce 0 ,3 0 ,0 1 ,5 19,8 10,7 2 ,0 0 ,3 0 ,0 0 ,2 0 ,1 0 ,5 1 ,2 1 ,5 2 ,6 T Ar roz (em casca) 2 ,7 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,1 0 ,0 30,1 0 ,0 2 ,5 0 ,0 0 ,1 0 ,0 0 ,0 2 ,5 T Fumo (em fo lha) 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,3 10,5 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 1 ,1 0 ,4 2 ,2 T Abacax i 0 ,0 0 ,0 5 ,2 0 ,0 0 ,0 1 ,9 0 ,4 0 ,0 4 ,1 0 ,0 0 ,0 0 ,4 9 ,0 1 ,6 P Manga 0 ,3 0 ,0 0 ,8 3 ,4 0 ,0 0 ,0 0 ,9 0 ,4 0 ,0 1 ,0 0 ,6 1 ,0 9 ,1 1 ,3 T Tomate 3 ,7 0 ,5 1 ,3 8 ,5 0 ,2 0 ,1 0 ,1 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,8 T Fava (em grão) 0 ,4 11,0 2 ,0 1 ,4 0 ,5 0 ,0 0 ,1 0 ,1 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,1 0 ,1 0 ,6 T Amendoim (em casca) 0 ,4 0 ,0 0 ,1 1 ,3 0 ,0 0 ,9 0 ,0 0 ,1 0 ,5 0 ,1 0 ,2 0 ,6 0 ,9 0 ,5 P Mamão 0,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,3 0 ,8 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,2 0 ,8 0 ,0 0 ,4 P L imão 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 1 ,2 0 ,1 0 ,3 T A lgodão herbáceo (em caroço) 2 ,0 2 ,5 0 ,3 0 ,2 0 ,6 0 ,0 0 ,0 0 ,4 0 ,0 0 ,4 0 ,2 0 ,0 0 ,0 0 ,2 P Abacate 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,4 1 ,2 0 ,2 T Melanc ia 0 ,0 0 ,0 0 ,0 2 ,1 0 ,0 0 ,0 0 ,1 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,2 T Bata ta - i ng lesa 0 ,0 0 ,0 0 ,0 1 ,8 0 ,8 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,2 P Tanger i na 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,1 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,4 0 ,0 0 ,1 P P imenta-do - re ino 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,2 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 T Cebola 0 ,1 0 ,0 0 ,0 0 ,1 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 P Urucum (semente) 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 P Cas tanha de ca ju 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 P Goiaba 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 Fonte : IBGE- Produção Agropecuária Municipal Nota: T- Lavoura Temporária; P- Lavoura Permanente

Legenda 1 Sergipana do Sertão do São Francisco - SE 6 Agreste de Lagarto - SE 10 Baixo Cotinguiba - SE 2 Carira - SE 7 Propriá – SE 11 Aracaju - SE 3 Nossa Senhora das Dores - SE 8 Cotinguiba – SE 12 Boquim – SE 4 Agreste de Itabaiana - SE 9 Japaratuba – SE 13 Estância - SE 5 Tobias Barreto - SE 14 Sergipe

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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Tabela 43 Sergipe; Participação das Principais Culturas No Valor de Produção das Microrregiões

2003 (%) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Tipo Lavouras / M icrorregiões Sertão Agreste Leste

14

To tal To tal 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 T To tal Temporár ia 92,6 99,5 82,4 85,6 92,9 61,9 45,0 75,9 48,0 74,3 34,8 13,3 28,7 53,0 P To tal Permanente 7 ,4 0 ,5 17,6 14,4 7 ,1 38,1 55,0 24,1 52,0 25,7 65,2 86,7 71,3 47,0 P Laran ja 0 ,0 0 ,2 0 ,5 3 ,4 2 ,2 23,2 3 ,5 3 ,4 1 ,0 0 ,0 0 ,5 79,4 44,7 25,7 T Mandioca 23,1 30,2 33,5 49,2 35,2 52,7 2 ,5 30,2 4 ,0 7 ,6 11,5 10,7 24,1 25,3 T Cana-de -açúcar 0 ,0 0 ,0 5 ,3 4 ,7 0 ,0 0 ,0 0 ,7 39,4 36,0 65,3 22,6 0 ,0 0 ,0 8 ,4 P Coco-da -ba ía 0 ,3 0 ,0 0 ,2 0 ,6 0 ,0 0 ,3 13,5 0 ,6 20,2 21,7 57,5 0 ,8 16,9 6 ,7 T Mi l ho (em grão ) 39,7 49,9 15,9 2 ,4 32,4 0 ,9 1 ,1 4 ,0 0 ,5 0 ,7 0 ,5 0 ,5 0 ,4 5 ,7 P Banana 6 ,6 0 ,1 4 ,4 8 ,3 3 ,4 2 ,3 12,5 19,1 4 ,4 2 ,8 4 ,5 2 ,0 3 ,9 4 ,8 T Fe i jão (em grão) 24,2 17,5 12,4 3 ,0 24,1 1 ,2 1 ,8 1 ,7 0 ,8 0 ,5 0 ,2 0 ,4 0 ,4 3 ,9 T Ar roz (em casca) 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 35,4 0 ,0 3 ,3 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 3 ,8 P Maracu já 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,6 1 ,0 11,0 5 ,5 0 ,2 5 ,8 0 ,2 0 ,0 1 ,6 1 ,8 3 ,8 P Manga 0 ,5 0 ,2 12,5 1 ,6 0 ,0 0 ,0 15,3 0 ,9 12,8 1 ,0 2 ,6 0 ,2 2 ,2 3 ,8 T Bata ta – doce 0 ,1 0 ,7 0 ,3 19,1 0 ,6 0 ,4 0 ,0 0 ,0 0 ,1 0 ,2 0 ,0 0 ,2 0 ,2 2 ,0 T Fumo (em fo lha) 0 ,1 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,2 5 ,8 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,7 0 ,1 1 ,2 T Abacax i 1 ,3 ,0 14,2 0 ,0 0 ,0 0 ,2 0 ,6 0 ,4 1 ,9 0 ,0 0 ,0 0 ,5 3 ,0 1 ,2 P Mamão 0,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,5 1 ,4 0 ,4 0 ,0 3 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,8 1 ,5 0 ,9 P L imão 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 1 ,7 0 ,0 1 ,7 0 ,0 0 ,0 1 ,5 0 ,3 0 ,7 P Tanger i na 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 2 ,4 0 ,0 2 ,4 0 ,0 0 ,0 0 ,5 0 ,1 0 ,6 T Melanc ia 3 ,3 0 ,0 0 ,0 1 ,0 0 ,0 0 ,0 2 ,9 0 ,0 1 ,3 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,6 T Tomate 0 ,4 0 ,9 0 ,3 5 ,0 0 ,1 0 ,2 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,6 T Amendoim (em casca) 0 ,0 0 ,1 0 ,2 1 ,1 0 ,0 0 ,3 0 ,0 0 ,1 0 ,1 0 ,1 0 ,1 0 ,2 0 ,3 0 ,3 T Fava (em grão) 0 ,3 0 ,2 0 ,3 0 ,0 0 ,4 0 ,1 0 ,0 0 ,1 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,1 0 ,1 0 ,1 P Goiaba 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,1 0 ,0 0 ,5 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,1 T Melão 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,4 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 P P imenta-do - re ino 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,3 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 T Bata ta – ing lesa 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,1 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 0 ,0 Fonte : IBGE- Produção Agropecuária Municipal

Nota: T- Lavoura Temporária; P- Lavoura Permanente

Legenda

1 Sergipana do Sertão do São Francisco – SE 6 Agreste de Lagarto - SE 10 Baixo Cotinguiba – SE 2 Carira – SE 7 Propriá – SE 11 Aracaju – SE 3 Nossa Senhora das Dores – SE 8 Cotinguiba - SE 12 Boquim – SE 4 Agreste de Itabaiana – SE 9 Japaratuba - SE 13 Estância – SE 5 Tobias Barreto – SE 14 Sergipe

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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1.4.4. Pecuária: Efetivos e Principais Produtos

O gado bovino, o mais importante na pecuária sergipana, tem uma distribuição

relativamente equilibrada entre as três mesorregiões que compõem o estado. Em

2003, o agreste respondia por 34% do efetivo bovino sergipano, o Leste, por 38%, e o

sertão por 28%. No período de 1990 a 2003, observou-se um ligeiro aumento de

participação da mesorregião Leste e decréscimo de participação do agreste e do

sertão. Ver Tabela 44. Na comparação entre 2000 e 2003, verificou-se certa expansão

do gado bovino, concentrada no leste e agreste sergipanos.

A avicultura é uma atividade mais concentrada nas mesorregiões Leste e

Agreste, com o sertão participando, apenas com 18% do efetivo, em 2003. Como a

criação de aves tem se expandido significativamente em Sergipe, todas as suas

mesorregiões elevaram seus efetivos. O efetivo de ovinos também registrou ampliação

apenas no Sertão Sergipano se consideramos o período 2000 a 2003. Ainda que o

agreste representasse a maior parcela desse efetivo, nos três anos selecionados,

percebe-se uma migração da criação em direção à região sertaneja. Processo

análogo, ainda que menos intenso, ocorreu com a criação de suínos. Ver Tabela 44.

Tabela 44

Sergipe: Principais Efetivos dos rebanhos por tipo de rebanho, segundo as mesorregiões geográficas

1990-2000-2003 Sergipe Agreste Sergipano Leste Sergipano Sertão Sergipano

1990 2000 2003 1990 2000 2003 1990 2000 2003 1990 2000 2003 Tipo de rebanho

Nº Nº Nº Participação das Mesorregiões no total de cada efetivo (%)

Bovino 1.030.453 879.730 895.938 36,0 33,0 34,0 36,0 35,0 38,0 29,0 32,0 28,0 Galos e Pintos 1.881.945 2.797.900 3.016.992 36,0 29,0 31,0 48,0 55,0 51,0 16,0 16,0 18,0

Galinhas 1.043.359 869.044 1.224.595 38,0 40,0 42,0 51,0 43,0 45,0 12,0 18,0 13,0

Ovino 201.601 96.422 126.122 69,0 46,0 40,0 14,0 22,0 21,0 17,0 32,0 39,0

Suíno 96.447 91.370 95.843 52,0 30,0 31,0 30,0 33,0 31,0 18,0 37,0 38,0

Eqüino 82.646 66.385 67.448 55,0 37,0 38,0 33,0 39,0 37,0 12,0 24,0 25,0

Muar 38.199 15.604 15.905 65,0 43,0 46,0 28,0 44,0 42,0 7,0 13,0 12,0

Caprino 31.189 11.735 13.883 55,0 30,0 28,0 17,0 17,0 17,0 28,0 54,0 54,0

Codornas - 45.384 12.225 - 6,0 - - 94,0 100,0 - - -

Asinino 12.289 9.765 9.632 61,0 43,0 47,0 18,0 21,0 20,0 21,0 36,0 32,0

Bubalino 475 231 324 - - - 100,0 100,0 100,0 - - - Nota: Os municípios sem informação para pelo menos um efetivo de rebanho não aparecem nas listas.

Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal

A evolução dos principais produtos de origem animal tem sido expressiva. A

produção de leite passou de 99,9 milhões de litro, em 1990, para 139 milhões de litro,

em 2003. Entre 2000 e 2003, a evolução da produção de leite também foi positiva. Ver

Tabela 45.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

78

A produção de ovos de galinha passou de 10,3 milhões de dúzias, 1990, para

17,1 milhões de dúzias, em 2003, e a produção de mel, apesar de ainda muito

diminuta, cresceu de 8,2 mil kg para 50,3 mil kg.

Tabela 45

Sergipe: Produtos de origem animal por tipo de produto,

segundo Mesorregiões e Microrregiões.

1990-2000-2003

Leite (Mil litros) Ovos de Galinha

(Mil dúzias) Mel de Abelha (Quilograma) Região

1990 2000 2003 1990 2000 2003 1990 2000 2003

Nordeste 2.045.268 2.159.230 2.507.793 362.943 391.413 427.358 1.782.081 3.748.108 7.967.658

Sergipe 99.862 115.142 139.003 10.324 7.578 17.066 8.207 17.806 50.343

Agreste Sergipano 18.130 28.933 34.496 2.995 3.195 7.949 1.980 6.467 8.071

Agreste de Itabaiana 4.325 6.686 7.058 1.060 2.149 6.791 120 400 -

Agreste de Lagarto 3.300 7.081 7.468 838 341 372 525 5.057 5.370 Nossa Senhora das Dores

6.678 6.402 10.652 308 184 229 - - 1.750

Tobias Barreto 3.826 8.765 9.317 786 521 557 1.335 1.010 951

Leste Sergipano 28.126 25.692 32.850 6.363 2.985 8.035 5.377 5.459 18.072

Aracaju 1.223 1.579 1.403 3.709 663 4.072 450 - 10.280

Baixo Cotinguiba 3.084 2.509 2.647 194 46 43 - - 3.250

Boquim 7.423 5.990 6.392 515 915 1.944 3.901 2.446 2.076

Cotinguiba 3.602 4.862 5.937 90 60 46 - - -

Estância 5.897 3.027 3.003 1.553 1.068 1.628 1.026 3.013 2.466

Japaratuba 3.403 2.104 5.229 31 122 157 - - -

Propriá 3.491 5.621 8.238 270 110 143 - - -

Sertão Sergipano 53.604 60.516 71.658 965 1.398 1.083 850 5.880 24.200 Sergipana do Sertão do São Francisco

41.600 48.368 58.437 767 968 609 - - 24.200

Carira 12.004 12.149 13.221 198 431 473 850 5.880 - Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal

A produção de leite sergipano representava, em 2003, 5,5% do total produzido

no na região Nordeste, a de ovos de galinha, 4%, e a de mel, apenas 0,6%. Ver

Tabela 46. O sertão participava, em 2003, com mais da metade da produção do leite

do estado, fortemente concentrada na região Sergipana do Sertão do São Francisco,

notadamente no município de Nossa Senhora da Glória. A microrregião de Carira tem

também, uma produção significativa. No Agreste, as maiores zonas produtoras

naquele ano eram as microrregiões de Nossa senhora das Dores e Tobias Barreto.

Ver Tabela 45. No leste sergipano, as microrregiões de maiores produções são

Propriá, Japaratuba e Boquim.

A produção de ovos de galinha é mais desenvolvida nas mesorregiões Leste e

Agreste, não se constituindo atividade de maior importância no sertão. A microrregião

de Itabaiana é a grande produtora de ovos do Estado, com 40% da produção total,

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

79

tendo inclusive mais do que dobrado a quantidade produzida, entre 2000 e 2003.

Aracaju, Boquim e Estância eram também importantes microrregiões produtoras, com

destaque para o município de Itaporanga, na primeira microrregião. Ver Tabela 46.

A produção de mel, ainda que incipiente, vem se expandindo rapidamente no

estado, notadamente na microrregião sergipana do sertão do São Francisco, que

respondia, em 2003, por 48,1% da produção total. Aracaju e lagarto são as outras

duas microrregiões que respondiam por grandes parcelas da produção de mel no

estado.

Tabela 46

Sergipe: Participação das Mesorregiões e Microrregiões no Total de

Produção Produtos de origem animal por tipo de produto

1990-2000-2003 (%)

Leite (Mil litros) Ovos de Galinha

(Mil dúzias) Mel de Abelha (Quilograma) Região

1990 2000 2003 1990 2000 2003 1990 2000 2003 Sergipe/Nordeste 4,9 5,3 5,5 2,8 1,9 4,0 0,5 0,5 0,6

Agreste Sergipano 18,2 25,1 24,8 29 42,2 46,6 24,1 36,3 16

Agreste de Itabaiana 4,3 5,8 5,1 10,3 28,4 39,8 1,5 2,2 -

Agreste de Lagarto 3,3 6,1 5,4 8,1 4,5 2,2 6,4 28,4 10,7

Nossa Senhora das Dores 6,7 5,6 7,7 3 2,4 1,3 - - 3,5

Tobias Barreto 3,8 7,6 6,7 7,6 6,9 3,3 16,3 5,7 1,9

Leste Sergipano 28,2 22,3 23,6 61,6 39,4 47,1 65,5 30,7 35,9

Aracaju 1,2 1,4 1 35,9 8,7 23,9 5,5 - 20,4

Baixo Cotinguiba 3,1 2,2 1,9 1,9 0,6 0,3 - - 6,5

Boquim 7,4 5,2 4,6 5 12,1 11,4 47,5 13,7 4,1

Cotinguiba 3,6 4,2 4,3 0,9 0,8 0,3 - - -

Estância 5,9 2,6 2,2 15 14,1 9,5 12,5 16,9 4,9

Japaratuba 3,4 1,8 3,8 0,3 1,6 0,9 - - -

Propriá 3,5 4,9 5,9 2,6 1,5 0,8 - - -

Sertão Sergipano 53,7 52,6 51,6 9,3 18,4 6,3 10,4 33 48,1

Sergipana do Sertão do São Francisco 41,7 42 42 7,4 12,8 3,6 - - 48,1

Carira 12 10,6 9,5 1,9 5,7 2,8 10,4 33 -

Sergipe 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Nota: Os municípios sem informação para pelo menos um efetivo de rebanho não aparecem nas listas.

Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal

1.4.5. Distribuição Setorial e Espacial da Ocupação35

As atividades tipicamente urbanas, como indústria e serviços, ocupam cerca de

80% da população sergipana, ressaltando a predominância que a economia urbana

35

A análise da distribuição setorial da ocupação possibilita a identificação das atividades mais importantes nas microrregiões e mesorregiões sergipanas no que tange à geração de postos de trabalho nos quais as famílias buscam auferir rendas para sobrevivência e não, propriamente, a composição setorial da riqueza existente, focalizada nos itens anteriores.

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80

também tem no que se refere à de geração de ocupação. Em 2000, Sergipe contava

com uma população ocupada de 10 anos ou mais de idade de 614,5 mil pessoas, das

quais 166,2 mil, equivalentes a 27%, desenvolviam atividades no setor agropecuário,

96,8 mil, 15,8%, no setor secundário, 345,3 mil, 56,2%, no setor terciário, além de 6,2

mil em atividades mal especificadas. Ver Tabela 47.

A mesorregião Leste Sergipano respondia, em 2000, por 63,8% da ocupação

total, 39,9% da ocupação na agropecuária, 70,4% no setor industrial e 73,4% da

ocupação terciária. A microrregião de Aracaju concentrava, em 2000, mais da metade

das pessoas ocupadas no setor de serviços sergipano e 42,9% do contingente do

setor industrial. Ver Tabela 47

Nas atividades da agropecuária, a microrregião Sergipana do Sertão do São

Francisco apresentava, em 2000, a maior participação, 14,2%, seguida pela

microrregião de Boquim, 13,9%, Agreste de Itabaiana, 13,0%, Agreste de Lagarto,

10%, Tobias Barreto, 9,6%, Carira, 7,7%, Estância, 7,6% e Nossa Senhora das Dores,

5,7%.

No setor industrial, além da microrregião de Aracaju, apresentavam

expressivos contingentes de pessoas ocupadas as microrregiões do Agreste de

Itabaiana, 8%, Boquim, 8%, Tobias Barreto, 6,3%, Estância, 5,9%, Lagarto, 5,8%,

Baixo Cotinguiba, 4,9%, Propriá, 4,7% e Sergipana do Sertão do São Francisco, 4%.

No setor de serviços, no qual a Grande Aracaju representava mais da metade das

ocupações, devem ser destacadas as microrregiões de Itabaiana, Boquim, Estância,

Tobias Barreto, Lagarto e Sergipana do Sertão do São Francisco. Ver Tabela 47

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

81

Tabelas 47

Sergipe: Pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência, por setor de atividade do trabalho principal segundo mesorregiões e microrregiões.

2000 (%)

Total Agropecuár ia Indústr i a Serviços At iv idades

mal especi f icadas

Mesoregião / M icrorregião

N° % N° % N° % N° % N° %

Sergipe 614.548 100 166.234 27,0 96.830 15,8 345.258 56,2 6 .226 1 ,0 Mesorregião Agreste Sergipano 155.268 100 63.605 41,0 22.510 14,5 67.661 43,6 1 .493 1 ,0 Agres te de I taba iana 57.536 100 21.590 37,5 7 .724 13,4 27.500 47,8 723 1 ,3 Agres te do Lagar to 37.845 100 16.692 44,1 5 .611 14,8 15.298 40,4 244 0 ,6 Nossa Senhora das Dores 21.291 100 9 .407 44,2 3 .064 14,4 8 .627 40,5 193 0 ,9 Tob ias Barre to 38.596 100 15.916 41,2 6 .111 15,8 16.236 42,1 333 0 ,9

Mesorregião do Leste Sergipano 392.301 100 66.274 16,9 68.141 17,4 253.407 64,6 4 .490 1 ,1 Araca ju 231.555 100 6 .383 2 ,8 41.568 18,0 180.269 77,9 3 .335 1 ,4 Boquim 50.852 100 23.050 45,3 7 .720 15,2 19.703 38,7 384 0 ,8 Ba i xo do Cont i ngu iba 20.240 100 3 .452 17,1 4 .751 23,5 11.826 58,4 209 1 ,0 Cont i ngu iba 11.596 100 4 .578 39,5 1 .785 15,4 5 .196 44,8 38 0 ,3 Es tânc ia 35.896 100 12.619 35,2 5 .757 16,0 17.309 48,2 210 0 ,6 Japaratuba 15.639 100 7 .506 48,0 1 .963 12,6 6 .063 38,8 112 0 ,7 Próp r ia 26.523 100 8 .686 32,7 4 .597 17,3 13.041 49,2 202 0 ,8

Mesorregião do Sertão Sergipano 66.979 100 36.362 54,3 6 .184 9 ,2 24.200 36,1 238 0 ,4 Car i ra 24.193 100 12.739 52,7 2 .327 9 ,6 9 .040 37,4 84 0 ,3 Ser tão do São Franc isco 42.786 100 23.623 55,2 3 .857 9 ,0 15.160 35,4 154 0 ,4

Fonte: IBGE – Censo Demográfico

Nota: Os dados são dos Primeiros resultados da amostra.

No que tange a composição espacial das ocupações, cabe destacar que nas

microrregiões do agreste e sertão, com exceção de Lagarto, a agropecuária era, em

2000, a atividade que mais ocupava. Nas microrregiões do agreste, novamente com

exceção do Agreste de Lagarto, o setor agropecuário representava mais de 40% da

ocupação e no sertão, por mais de 50%, caracterizando-as áreas como sendo zonas

ainda fortemente marcadas pelas atividades desse setor. Ver Tabela 47.

No Leste sergipano, com exceção das microrregiões de Aracaju e do Baixo

Cotinguiba, as demais contavam com mais de 1/3 de ocupação agropecuária,

chegando a mais de 40% nas microrregiões de Boquim e Japaratuba.36

A ocupação no setor industrial de diversas microrregiões se situava, em 2000,

em torno da média de estadual de 16%. Cabe destacar o Baixo Cotinguiba, com

23,5% da população ocupada de 10 anos ou mais nas atividades industriais e as

36

Para 1991, ver Tabela 8 no Anexo Estatístico.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

82

microrregiões sertanejas, nas quais o setor industrial respondia, naquele ano, por

menos de 10% da ocupação. Ver Tabela 48

Tabela 48

Sergipe: Participação das mesorregiões e microrregiões no total de

pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência,

por setor de atividade do trabalho principal

2000 (%)

Mesorregião / Microrregião

Total Agropecuária Indústria Serviços Atividades

mal especif icadas

Mesorregião Agreste Sergipano 25,3 38,3 23,2 19,6 24,0

Agreste de I tabaiana 9,4 13,0 8,0 8,0 11,6

Agreste do Lagarto 6,2 10,0 5,8 4,4 3,9 Nossa Senhora das Dores

3,5 5,7 3,2 2,5 3,1

Tobias Barre to 6,3 9,6 6,3 4,7 5,3 Mesorregião do Leste Sergipano 63,8 39,9 70,4 73,4 72,1

Aracaju 37,7 3,8 42,9 52,2 53,6

Boquim 8,3 13,9 8,0 5,7 6,2

Baixo do Cont inguiba 3,3 2,1 4,9 3,4 3,4

Cont inguiba 1,9 2,8 1,8 1,5 0,6

Estânc ia 5,8 7,6 5,9 5,0 3,4

Japaratuba 2,5 4,5 2,0 1,8 1,8

Própr ia 4 ,3 5,2 4,7 3,8 3,2 Mesorregião do Sertão Sergipano 10,9 21,9 6,4 7,0 3,8

Car i ra 3 ,9 7,7 2,4 2,6 1,3 Ser tão do São Franc isco

7,0 14,2 4,0 4,4 2,5

Sergipe 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: IBGE Censo Demográfico

Nota: dados da amostra

O setor de serviços, o de maior participação na ocupação total de Sergipe, é

particularmente importante para a microrregião de Aracaju, onde representava, em

2000, 77,9% da ocupação total e no Baixo Cotinguiba, 58%. Apenas nas microrregiões

sertanejas e na de Japaratuba essa participação era inferior a 40%.

Para uma visão sumária sobre o papel das diferentes regiões do Estado no

desenvolvimento recente da economia estadual, alguns pontos importantes merecem

destaque:

i) em primeiro lugar, a constatação esperada de uma forte concentração dos

recursos, da atividade econômica e do dinamismo da economia estadual na

mesorregião do Leste Sergipano. Com efeito, em 2002, essa mesorregião, que

ocupava quase 40% do território, concentrava dois terços da população, detinha a

maior densidade populacional (142,3% de pessoas/Km2 ) do Estado;

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

83

ii) em segundo lugar, a concentração da atividade econômica se expressa

numa forte gravitação do PIB também na mesorregião do Leste Sergipano. De fato,

em 2002, quase 72% da renda estadual era gerada pelas atividades localizadas nessa

mesorregião, enquanto quatro de suas microrregiões (Baixo Continguiba, Estância,

Japaratuba e Aracaju) eram as únicas, no Estado, com nível de renda per capita

superior à média do Estado. Para ilustrar, chama a atenção que o PIB per capital da

microrregião do Baixo Continguiba, a mais alta do Estado em 2000, era mais de duas

vezes superior à média do Estado, enquanto, no outro extremo, a da microrregião de

Boquim não alcançava sequer a metade daquele nível;

iii) em terceiro lugar, classificando-se o PIB por setor, para captar sua

distribuição regional, percebe-se que a mesorregião do Leste Sergipano detinha, em

2002, cerca de dois terços do produto industrial, três quartos do produto do setor de

serviços e cerca de metade do produto agropecuário;

iv) em quarto lugar, cabe assinalar que, quanto à vocação agrícola regional, na

mesorregional do Leste Sergipano predominavam, em 2003, as culturas permanentes

com quase dois terços; no Agreste Sergipano, as culturas temporárias respondiam por

cerca de três quartos do valor da produção das culturas em conjunto; e no Sertão

Sergipano as culturas temporárias equivaliam a 97% do total;

v) em quinto lugar, em termos da distribuição regional dos efetivos, a pecuária

bovina, pela importância da dimensão das terras agricultáveis que ocupa, encontrava-

se disseminada de forma relativamente equilibrada entre as mesorregiões, em 2003,

contando o Leste Sergipano com 38%, o Agreste com 34% e o Sertão com 28%. A

avicultura, por sua vez, mais concentrada no Leste (51%) e no Agreste (31%) e no

Sertão, com apenas 18%.

1.5 - O Comércio Internacional e Interestadual37

Em princípio, dois fatores se prestam para explicar a situação da economia de

Sergipe no contexto de suas relações comerciais com as demais economias. Seja no

seu comércio com o exterior, seja no comércio com as economias estaduais no seu

entorno, esses fatores afloram. O primeiro, que afeta todas as economias regionais,

está associado às mudanças, a partir de fins da década de oitenta, nas políticas

comerciais adotadas pela economia brasileira.

37 A fonte das informações do comércio externo e interestadual são os dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Externo e o Conselho Nacional de Política Fazendária.

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84

E o segundo que envolve dois aspectos. De um lado, o reduzido porte de sua

economia, tanto em termos territoriais, como o do seu mercado que, por aproximação,

pode ser medido pelo tamanho de sua população ou do seu PIB.38 E, por outro lado, a

situação geográfica sui-generis da economia de um estado que se situa entre as duas

maiores economias da região Nordeste; ao sul, a economia baiana, com o maior

parque industrial da região, e ao norte, a economia de Pernambuco que conta, além

de um parque industrial diversificado, com sua antiga e tradicional vocação comercial

e uma reconhecida competência no setor de serviços que atraem uma significativa

demanda de toda a região Nordeste.

Não está implícita nessa constatação uma avaliação das vantagens ou

eventuais desvantagens da situação descrita, ela serve apenas como referência para

analisar os dados do comércio da economia sergipana. Com efeito, os dois fatores

assinalados têm implicações, o primeiro, em particular com a situação passada e atual

da economia sergipana no que se refere ao comércio internacional e o segundo

quanto à posição relativa de sua economia em relação ao comércio interestadual vis-

à-vis às demais economias estaduais.

1.5.1 - A Balança Comercial com o Exterior

De 1980 a 2004, as exportações da economia de Sergipe cresceram, em

termos nominais, a um ritmo de 6% a.a., enquanto as importações se ampliavam a

7,6% a.a. O desempenho das exportações foi favorável, num período ininterrupto de

doze anos até 1992, quando se expandiram acima das importações, alcançando em

1992, um valor de U$ 45,3 milhões. Então seu crescimento se deu a uma expressiva

taxa média anual de 11,5%, enquanto o das importações recuava a - 0,9% ao ano. Em

decorrência desse desempenho favorável, acumulou-se até 1992 um superávit de US$

470 milhões de dólares. Entre 1993 e 2000, o comércio com o exterior inverteu-se,

crescendo as exportações a 1,9% ao ano e as importações a 13,5%, iniciando-se um

período de sucessivos déficits na balança comercial de Sergipe com o Exterior (Ver

Tabela 49).39

38 Enquanto seu território representa 1,4% do Nordeste, seu PIB corresponde a 0,5% do PIB regional e sua população a 3,7%. 39

Essa inflexão se deu, mesmo tendo as exportações atingido o valor de US$ 55,9 milhões de dólares, em 1996.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

85

Tabela 49

Sergipe: balança comercial

1980 – 2004 (Em US$ 1.000 FOB)

Anos Exportação Importação Saldo 1980 11.068 16.310 (5.242) 1981 142.711 7.850 134.861 1982 167.998 2.838 165.160 1983 24.323 1.908 22.415 1984 35.758 9.966 25.792 1985 30.478 8.152 22.326 1986 17.187 16.216 971 1987 25.928 12.112 13.816 1988 34.787 14.905 19.882 1989 28.005 12.496 15.509 1990 38.203 23.670 14.533 1991 26.434 16.778 9.656 1992 45.331 14.563 30.768 1993 25.671 34.665 (8.994) 1994 33.957 69.162 (35.205) 1995 22.460 76.260 (53.800) 1996 55.944 138.724 (82.780) 1997 39.628 124.716 (85.088) 1998 31.210 109.451 (78.241) 1999 21.958 97.111 (75.153) 2000 29.761 94.382 (64.621) 2001 20.771 101.891 (81.120) 2002 37.604 101.886 (64.282) 2003 38.813 97.152 (58.339) 2004 47.673 101.051 (53.378)

Fonte: Secex/MDIC

A partir de 2001, as exportações recuperaram o nível alcançado em 1992,

quando atingiram US$ 47,8 milhões, em 2004. Graças à mudança de patamar das

importações, que quase dobraram seu valor a partir de 1996, essa recuperação não foi

suficiente para reverter a tendência deficitária da economia sergipana. Em parte, o

crescimento de 13,5% a.a. das importações e de 1,9% a.a.das exportações, de 1993 a

2000, foi uma decorrência das mudanças feitas nos instrumentos da política de

comércio externo, medidas que foram reforçadas no curso de adoção do Plano Real a

partir de 1994.

Essa inflexão no comércio internacional de Sergipe, a partir de 1992, se deve

em parte a dois fatores. Em primeiro lugar, o processo de liberalização comercial

iniciado com a eliminação das principais barreiras não tarifárias e a adoção de forte

redução tarifária desde o ano de 1988 que estimularam o aumento das importações.

Em segundo, a apreciação da moeda nacional, processo que se configurou a partir de

1992, acentuando-se com a política cambial do Plano Real e que atuou como

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

86

desestímulo às exportações.40 Esses dois processos estão por trás dos números

representados, em síntese, no Gráfico 4 que revela a mudança de sentido nos fluxos

do comércio externo a partir de 1993, quando a economia sergipana passou da

condição de superavitária a deficitária em sua balança comercial.

Gráfico 4

Sergipe: Evolução do valor das Exportações e Importações

(1980 – 2004) Em US$ 1.000 FOB

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

160.000

180.000

1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004

Fonte: Secex/MDIC (elaboração Ceplan)

(US$1000 FOB)

Exportação

Importação

Para comparar a situação da economia sergipana com a de outros estados

nordestinos, faz-se um cotejo da situação de cada um em termos da situação de sua

balança comercial. Um exame do Gráfico 5 evidencia a diversidade de situações face

aos efeitos das mudanças na política comercial tanto quanto às medidas, que

propiciaram a abertura da economia, a partir do início da década de noventa, como no

que diz respeito à influência da desvalorização cambial, a partir de 1999.

Essa diversidade pode ser inferida ao se observar as diferenças em termos de

média anual, nos dois períodos, do saldo comercial de cada economia estadual.

Merece destaque a constatação de que todas elas, guardadas as diferenças de porte,

40

A tarifa média, de 38,5%, em 1998, caiu para 19,2% em janeiro de 1992, reduzindo-se, em ritmo mais lento, a 14%, no final de 1995. Ver Márcio de Oliveria Júnior: “A liberalização comercial brasileira e os coeficientes de importação – 1990/95”. IPEA/Rio de Janeiro, 2000 (texto para discussão 703)

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87

diversificação econômica e presença no mercado internacional, apresentavam uma

situação superavitária em sua balança comercial entre 1980 e 1992.

No período seguinte, quatro economias estaduais, à frente a do estado de

Pernambuco seguida por Ceará, Sergipe e Paraíba absorvem a maior parte do

impacto da abertura comercial, ao apresentarem um déficit que, em conjunto, equivale

a 1,7 vezes o superávit comercial da região Nordeste. Mais de dois terços (64%) do

déficit cabe à economia de Pernambuco.

De outra perspectiva, isso significa que as demais economias que, ao contrário,

mantiveram uma situação superavitária, em que pese a redução do saldo médio em

quase metade da economia baiana, foram capazes de se adaptarem às mudanças na

política comercial, na maioria dos casos, expandindo suas exportações – a exemplo

do Maranhão, Alagoas e Rio Grande do Norte. Essas economias não apenas têm

vantagens competitivas em alguns produtos no comércio internacional, como se

beneficiaram da desvalorização cambial de janeiro de 1999.

Gráfico 5

Nordeste: média do saldo comercial dos Estados em períodos selecionados

1983 – 1992 e 1993 – 2004 (Em US$ 1.000 FOB)

-500.000 -300.000 -100.000 100.000 300.000 500.000 700.000 900.000

Maranhão

Piauí

Ceará

Rio Grande do Norte

Paraíba

Pernambuco

Alagoas

Sergipe

Bahia

(US$1.000 FOB)

1980-1992

1993-2004

Fonte: Secex/MDIC (Elaboração Ceplan)

Nos casos do Maranhão e da Bahia, o setor externo cumpre um papel

estratégico para o crescimento de suas economias. Com efeito, enquanto no ano de

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

88

2002 as exportações representam 11,3% do PIB baiano, elas equivaliam a 21,7% do

PIB maranhense. No extremo oposto dessa escala estão Sergipe (1,2%), Pernambuco

(2,6%) e Paraíba (3%). Ver Tabela 50.

Tabela 50

Nordeste e estados: Participação relativa das exportações e importações no PIB total

1990 – 2002 (em %) 1990 1996 2002

Regiões Exportação Importação Exportação Importação Exportação Importação

Nordeste 5,1 2,5 3,8 4,1 7,5 7,5 Maranhão 12,0 2,7 10,0 5,9 16,7 21,7 Piauí 1,6 0,3 1,6 1,3 2,3 0,6 Ceará 3,1 1,5 2,4 5,3 6,6 7,6 Rio Grande do Norte

2,7 0,7 1,6 1,7 5,6 2,9

Paraíba 1,3 0,9 1,6 2,8 3,0 2,0 Pernambuco 3,3 1,8 1,6 3,8 2,6 6,8 Alagoas 8,9 1,8 5,7 3,7 10,0 4,1 Sergipe 1,4 0,9 1,3 3,3 1,2 3,1 Bahia 7,0 4,3 5,6 4,5 11,3 8,9 Fonte: IBGE-Contas Regionais e MDIC-SECEX (elaboração Ceplan)

1.5.2 - A Pauta de Exportações de Sergipe

A constatação de um desempenho favorável das exportações, por um período

ininterrupto de mais de uma década, não deve ser tomado como um sinal de que a

economia sergipana depende de maneira crítica do comércio internacional. Fica

evidente, por seu reduzido coeficiente de exportação, que esse componente da

demanda agregada não é determinante para o dinamismo de sua economia. Isso não

significa desconsiderar as vantagens que detém nas exportações de suco de frutas,

com especial destaque para o suco de laranja41, além da trajetória de diversificação de

sua pauta de exportações de alguns produtos industriais.

Para melhor compreender a natureza da inserção da economia de Sergipe no

comércio internacional, convém examinar mais de perto sua pauta de exportações ao

longo dos últimos quinze anos. Algumas inferências podem ser extraídas de um

exame da Tabela 51 que discrimina o conjunto dos principais produtos exportados

para alguns anos selecionados.

41

Denotando a importância desse produto na pauta de exportações do Estado, em 2003, elas representavam 94% das exportações regionais de suco de laranja.

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89

Tabela 51

Sergipe: Valor e estrutura das exportações para anos selecionados

segundo os principais produtos

Anos selecionados (1990 – 2004) 1990 1995 2000 2004

Descrição Absol. % Absol. % Absol. % Absol. %

Suco de laranja 34.948 91,5 9.727 43,3 14.760 49,6 28.240 59,2 Tecidos, fios e outros 96 0,3 9.997 44,5 1.503 5,1 4.344 9,1 Vestuário (artefatos confeccionados) 2.022 5,3 914 4,1 4.627 15,5 1.198 2,5 Calçados diversos --- --- 6 0,0 163 0,5 1.677 3,5 Adubos e fertilizantes (uréia) --- --- 1.187 5,3 2.408 8,1 2.333 4,9 Peixes, camarões e lagostas 295 0,8 --- --- --- --- --- --- Plástico e borracha e suas obras 279 0,7 3,0 0,0 --- --- 0 0,0 Equipamentos elétrico-eletrônicos --- --- --- --- 35 0,1 371 0,8 Minerais não-metálicos (cimento) 16 0,0 --- --- --- --- 6.776 14,2 Produtos de minerais metálicos (embalagens)

--- --- --- --- 4.377 14,7 409 0,9

Produtos Químicos (art. de perfumaria) 291 0,8 529 2,4 333 1,1 1.476 3,1 Produtos Alimentícios 253 0,7 70 0,3 65 0,2 84 0,2 Couros e peles --- --- --- --- 1.344 4,5 573 1,2 Demais produtos 3,0 0,0 21 0,1 146 0,5 192 0,4 TOTAL 38.203 100,0 22.453 100,0 29.761 100,0 47.673 100,0 Fonte: MDIC - SECEX (elaboração CEPLAN)

Notas:valores nominais a preços correntes em US$ 1.000 FOB

O primeiro aspecto a destacar refere-se à concentração na pauta de

exportações de Sergipe em um conjunto limitado de produtos. Trata-se de um grande

produtor e exportador de suco de laranja, tradição que é refletida na importância desse

item na sua pauta de exportação, já em 1990, com 91,5% do total. Nesse ano, quase

todas as exportações se concentravam em apenas dois grupos de produtos, se

incluirmos também o grupo tecidos e vestuário (5,6%).

O segundo aspecto refere-se à ainda incipiente, mas persistente trajetória de

diversificação da pauta de exportações. Algo que é revelado, cinco anos depois, com a

introdução de novos produtos. Em 1995, cerca de 48,6% do total exportado era

constituído de produtos da industria têxtil, como tecidos, fios diversos e vestuário.

Além desses, iniciam-se as exportações de uréia, classificada no grupo de adubos e

fertilizantes (5,3% da pauta) e de alguns produtos da indústria química mais

especificamente óleo essência de laranja.

A diversificação da pauta de exportações se acentua, a partir de 2000, para

além dos produtos já citados anteriormente, passando a economia sergipana a

exportar produtos com base em minerais metálicos, a exemplo de embalagem e

tampas de metal comum como o alumínio e o ferro (14,7% do total exportado ou US$

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

90

4,3 milhões). Além desses, destacam-se artigos de couro e peles com 4,5% das

exportações.

Os grupos de suco de laranja, produtos têxteis (tecido e vestuário) e adubos e

fertilizantes mantêm a média do volume exportado entre os anos de 2000 e 2004. Os

grandes destaques nesse período são as exportações de cimentos do tipo “portland”

que chegaram a representar 14,2% e calçados diversos representando 3,5% do total

exportado no ano de 2004.

1.5.3 - As Importações de Sergipe

Se a pauta de exportações da economia sergipana concentra-se em poucos

produtos, as importações distribuem-se por um espectro mais variado de produtos que

incluem preponderantemente insumos industriais, bens intermediários e de capital,

utilizados por sua indústria. A absorção desses tipos de produtos é um sinal de que,

em que pese o crescente déficit comercial, eles se destinam à realização de

investimentos na economia local.

Para uma caracterização desse aspecto, estão discriminados na Tabela 52 os

diversos produtos importados pela economia de Sergipe, destacando-se alguns anos

ou médias de anos em que houve mudança do patamar do valor importado. No início

dos anos noventa, as importações de Sergipe (90% delas) concentravam-se em dois

tipos de produtos: máquinas, aparelhos e equipamentos eletro-eletrônicos e suas

partes, com 74%, equivalente a um valor importado de US$ 17,5 milhões (FOB) e o

grupo de algodão, restrito a algodão cru ainda para debulhar (16%). No primeiro grupo

incluíam-se teares de vários tipos e suas peças, máquinas de cortar carvão e rochas e

suas partes, máquinas para aglomerar combustíveis minerais, entre diversas peças e

partes de outras máquinas e equipamentos.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

91

Tabela 52

Sergipe: valor e estrutura das importações para anos selecionados segundo os principais produtos

Anos selecionados (1990 - 2004)

1990 Média

1996 -1998 1999

Média 2001 - 2004 Descrição

Absol. % Absol. % Absol. % Absol. % Cereais (trigo, arroz, malte) 330 1,4 21.376 17,2 21.780 22,4 15.711 15,6 Algodão 3.791 16,0 24.271 19,5 26.037 26,8 14.644 14,6 Tecido, fios (de lã, algodão, poliester, seda) e aviamento 146 0,6 628 0,5 1.187 1,2 3.851 3,8 Vestuário, calçados e acessórios --- --- 18 0,0 --- --- --- --- Prod. Químicos 895 3,8 678 0,5 443 0,5 9.931 9,9 Combustível mineral (derivados do petróleo) 14 0,1 95 0,1 1.499 1,5 4.296 4,3 Máquinas e aparelhos elétricos eletrônicos e suas partes 17.466 74,0 57.482 46,2 9.399 9,7 31.264 31,1 Veículos, embarcações e aeronaves --- --- 994 0,8 7.704 7,9 714 0,7 Prod. Metálicos (chapas de alumínio, ferro, tubos de aço) 125 0,3 9.520 7,7 15.199 15,6 11.613 11,6 Minerais não metálicos 7 0,0 115 0,1 509 0,5 185 0,2 Prod. de plásticos ou borracha (tubulações e peças de máquinas) 202 0,9 2.330 1,9 1.268 1,3 5.126 5,1 Peixes, crustáceos e frutos do mar --- --- 2.098 1,7 1.801 1,9 1.212 1,2 Adubos e fertilizantes 115 0,5 1.998 1,6 703 0,7 --- --- Prod. Alimentícios 481 2,0 2.154 1,7 8.997 9,3 820 0,8 Demais produtos 99 0,4 543 0,4 603 0,6 557 0,6 TOTAL 23.671 100,0 124.297 100,0 97.129 100,0 100.495 100,0 Fonte: MDIC - SECEX (elaboração CEPLAN)

Notas:valores nominais a preços correntes em US$ 1.000 FOB

Em comparação a 1990, as importações mais do que quintuplicaram seu valor,

na média de 1996-98, elevando-o para US$ 124,3 milhões. Mantêm-se as importações

dos principais grupos de produtos máquinas, aparelhos e equipamentos eletro-

eletrônico e suas partes (46,2%), algodão (19,5%) e cereais (17,2%). No primeiro

grupo, destacam-se turbinas hidráulicas de alta potência e suas partes e veículos e

equipamentos de elevação e perfuração e suas partes, provavelmente destinados à

realização de investimentos na barragem de Xingó, além de máquinas de cortar

carvão e rocha e aparelhos de tomografia computadorizada, ecógrafos, equipamentos

de medir e controlar tensão e análise de circuitos digitais e suas partes.

Além dos três principais grupos, novos produtos ampliaram sua participação:

produtos metálicos (chapas de alumínio, ferro e tubos de aço) com 7,7% valor total

importado; um conjunto de outros grupos também passou a ter importância, adubos e

fertilizantes (cloreto de potássio); peixes e crustáceo e frutos do mar (bacalhau,

sardinha, cavala e merluza); tecidos (de algodão, seda, tecidos sintéticos, poliéster,

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

92

veludo, etc) que juntos representavam, em média dos três anos, quase 7% do valor

das importações.

Em 1999, quando se observa uma redução do valor importado, foram três os

produtos de maior valor: algodão com cerca de US$ 26,8% do valor total; cereais com

22,4%, produtos metálicos e suas obras (em forma bruta, em chapas, em barras e

ligas), com 15,6%. Os três representavam quase 65% do valor total importado. Além

desses produtos, chama atenção, no grupo veículos, embarcações e aeronaves (7,9%

do total) a importação de uma aeronave no valor de US$ 7,4 milhões e, no grupo

produtos alimentícios, quase sete toneladas de alho (fresco ou congelado), no valor de

US$ 4,8 milhões, e US$ 4,4 milhões de dólares de importações de produtos da

indústria de moagem (malte).

Nos últimos quatro anos da série a partir de 2001, o valor das importações

retomou, em média dos quatro anos, o patamar de cerca de US$ 100 milhões. Nesse

período, o grupo de maior destaque foi o de máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos

com um valor médio de US$ 31,3 milhões, ou 31,1% do valor total. Nesse grupo, o

item de reatores, caldeiras, máquinas e suas partes absorveu sozinho mais de US$

18,8 milhões em valores nominais, em 176 sub-itens e 77 mil unidades entre peças de

máquinas, bombas, válvulas, engrenagens, motores a vapor e a derivados do petróleo,

máquinas de tear e tingir e suas peças. Mantiveram também ponderável peso, os

produtos tradicionalmente importados tais como cereais (15,6%) e algodão (14,6%).

Deve ser notado também o grupo produtos químicos (orgânicos e inorgânicos) que

inclui produtos tais como: aminoácidos, lactonas, derivados do álcool, cloridratos,

derivados da indústria farmacêutica, amoxicilina, ceflacor e cefalexina, medicamentos

e similares; esse grupo alcançou quase 10% do valor das importações nos últimos

anos analisados. 42

1.5.4. - Principais Empresas Exportadoras e Importadoras

O exame das exportações da economia de Sergipe, segundo seus principais

produtos, revela que essas se originam predominantemente da atividade industrial,

restringindo-se a um pequeno conjunto de empresas e produtos, mas apresenta uma

trajetória de diversificação da pauta, sobretudo nos últimos anos. A base de dados da

Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), além de classificar as exportações e

importações por produtos, as discrimina por empresas, para os anos recentes,

distribuindo-as por estratos de valor exportado e importado. Esse conjunto de

42

Para ver a distribuição das importações por tipo de uso, Tabela 15 do Anexo Estatístico.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

93

informações e o conhecimento da localização das empresas permitem fazer algumas

inferências (ver Tabela 53).

Tabela 53

Sergipe: principais empresas por extrato de valor das exportações e importações

(2001 – 2004) Em US$ milhões FOB

2001 2002 2003 2004 Discriminação 1 <10 10 < 50 1 <10 10 < 50 1 <10 10 < 50 1 <10 10 < 50

Empresas Exportadoras Marata Sucos do Nordeste Ltda X X X X Tropfruit Nordeste S/A X X X X Cimento Sergipe S/A - Cimesa X X Duchacorona Ltda X Petroleo Brasileiro S/A Petrobras (Fafen) X X X Santista Textil S/A X X X X Sergipe Industrial S/A X X X X Calçados Azaleia S/A X X Curtume São Lourenço X X Crown Cork Embalagens S/A X

Empresas Importadoras EMS Industria Farmecêutica S/A X X Moinho de Sergipe S/A X X X X Petroleo Brasileiro S/A Petrobras X X X X Cimento Sergipe S/A - Cimesa X X X X Compahia Vale do Rio Doce X X X X Crown Cork Embalagens S/A X X X X Ematex Nordeste Ltda X X X Fiação e Tecelagem Nortista S/A X X X G Barbosa Cia Ltda X X X X Itaguassi Agroindustrial S/A X X X X S/A Constancio Vieira X X X X Santista Textil S/A X X X X Sergipe Industrial S/A X X X X Shlumberger Serviços de Petróleo Ltda X X X Industria de Plásticos Celi S/A X X Intermalhas Tecidos Importados e Malharia Ltda X X Peixoto Gonçalves S/A Ind e Comércio X X

Sergifil Indústria Textil Ltda X X Fonte: MDIC - SECEX (Elaboração CEPLAN)

Em primeiro lugar, as exportações de sucos de frutas lideram a pauta das

exportações por mais de uma década, concentrando-se nos três últimos anos na

empresa Marata Sucos do Nordeste mais a Tropfruit Nordeste, em 2004, localizadas

no município de Estância. Para se ter uma noção de grandeza, elas somavam cerca

de US$ 30 milhões (63% do total do valor exportado por Sergipe), em 2004. Desde

1990, como se viu, as exportações de suco de laranja sempre se mantiveram à frente

do total do valor exportado pelo Estado.43 Dentre as demais empresas, apenas a

43

Esse comportamento, entretanto, se deve mais a evolução da quantidade do que aos preços. Desde 1996, houve uma redução de 35% no preço médio das exportações de suco de laranja, enquanto a quantidade aumentou em 31%.

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94

Santista Têxtil fez exportações nesse estrato, no ano de 2001, reduzindo o valor

exportado para a faixa de um a dez milhões de dólares nos demais anos.

Nesse último estrato, os destaques são para as empresas Sergipe Industrial,

Santista Textil e Petrobrás (Fábrica de Fertilizantes do Nordeste-Fafen), as duas

primeiras no município de Aracaju. As empresas Calçados Azeléia e Cimesa surgem

no mercado nos dois últimos anos, com exportações de calçados e cimento,

respectivamente.

No estrato de dez a cinqüenta milhões de dólares, as principais empresas

importadoras são Petrobrás, Moinho Sergipe e, nos dois últimos anos, a EMS Indústria

Farmacêutica. A única empresa importadora de comércio é a G. Barbosa. Todas

demais são empresas industriais. 44

1.5.5. - O Comércio Interestadual

Um exame do comércio interestadual de Sergipe traz à tona o aspecto já

mencionado da influência da proximidade de sua localização geográfica às duas

principais economias da Região, a baiana e a pernambucana. Esta última com um

papel reconhecido desde longa data como entreposto comercial para todo o mercado

da região nordestina.

A única fonte atual conhecida de dados do comércio interestadual são as

estatísticas de entradas (compras) e saídas (vendas) informadas pelos contribuintes e

não contribuintes do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte

e Comunicações (ICMS) de cada unidade da federação. Trata-se de uma base de

informações administrativas fornecidas periodicamente pelas secretarias da fazenda

estadual ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e divulgadas na sua

página eletrônica. Como se trata de uma informação declarada e não coletada com a

finalidade de servir como dados para pesquisas, inferências e conclusões sobre o

comércio entre os estados devem ser encaradas com a devida cautela. Para um

exame do comércio interestadual da economia sergipana, resumiram-se os dados de

comércio na Tabela 54, classificados por região de origem e destino para os anos

1997 e 1999, as informações disponíveis mais recentes.

44

Ver relação das empresas exportadoras e importadoras na tabela 16 do Anexo Estatístico.

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95

Tabela 54

Sergipe: exportações e importações interestaduais e saldo comercial por grandes regiões

(1997 e 1999)

Anos/fluxos Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-oeste

Total

valores absolutos (R$ milhões)

Importação 1997 30,3 1202,3 886,7 461,0 47,5 2627,9 1999 57,8 1379,1 886,4 203,7 50,8 2577,7

Exportação 1997 33,8 734,5 500,3 56,0 37,1 1361,8 1999 58,4 895,4 541,6 95,0 47,2 1637,5

Saldo 1997 3,5 -467,7 -386,4 -405,0 -10,4 -1266,11999 0,6 -483,7 -344,8 -108,7 -3,5 -940,2

valores relativos

Importação 1997 1,2 45,8 33,7 17,5 1,8 100,0 1999 2,2 53,5 34,4 7,9 2,0 100,0

Exportação 1997 2,5 53,9 36,7 4,1 2,7 100,0 1999 3,6 54,7 33,1 5,8 2,9 100,0

Fonte: Confaz/Cotepe (elaboração Ceplan)

Pela ordem de grandeza dos valores envolvidos, a primeira constatação trivial

a fazer é a de que, comparado ao comércio internacional, predomina o comércio

interestadual como elemento dinâmico da demanda agregada da economia sergipana,

sendo comparativamente insignificante, como se viu, o comércio internacional.45

Em segundo lugar, é evidente a predominância do comércio com a região

Nordeste, muito provavelmente ressaltando o papel das duas economias estaduais

mais importantes em seu comércio com Sergipe.46 Com efeito, as exportações da

economia estadual para aquela região representavam quase 55% do valor total.

Terceiro, cabe chamar a atenção para a importância, na segunda posição, da

região Sudeste, para a qual a economia sergipana exporta o equivalente a um terço de

suas exportações.

Quarto, a mesma constatação se aplica às importações, i.e. elas se

originam predominantemente das regiões Nordeste e Sudeste.

45

Em 1999, último ano para se dispõe das informações de comércio interestadual, a relação exportações para o exterior/PIB era igual a 0,7%, enquanto o valor exportado para os demais estados equivalia a 30,1%. 46 Em 1999, Sergipe comprava da Bahia o equivalente a 59,2% e de Pernambuco cerca de 20% do valor total de suas importações do Nordeste. Ver Tabela 17 no anexo estatístico.

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96

Por último, o fato de que é justamente com as economias dessas duas

regiões, os nordestinos à frente, que se configura a situação deficitária no comércio

interestadual de Sergipe. Em menor importância, deve ser notado que a economia

sergipana também apresenta déficit com as regiões Sul e Centro-Oeste, sendo

superavitária apenas com a região Norte. Para uma impressão gráfica da dimensão de

seu déficit, apresenta-se no Gráfico 6 os resultados, para o ano de 1999, extraídos

dos dados da Tabela 54.

Gráfico 6

Sergipe: exportação, importação e saldo comercial interestadual

com as grandes regiões do Brasil

1999

-1000,0 -500,0 0,0 500,0 1000,0 1500,0

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-oeste

(R$ Milhões)

Saldo

Importações

Exportações

Uma síntese do exame das informações do comércio internacional e

interestadual da economia de Sergipe permite assinalar alguns pontos importantes.

Quanto à primeira modalidade de comércio, merece destacar os seguintes aspectos:

i) as exportações sergipanas para o exterior, pelo peso inexpressivo no PIB do

Estado, não podem ser consideradas uma fonte de dinamismo importante de sua

economia, embora se possa afirmar que está em curso um processo ainda incipiente

de diversificação de sua pauta;

ii) numa perspectiva setorial, percebe-se que as exportações sergipanas se

circunscrevem a um pequeno número de empresas nos segmentos de bebidas,

fertilizantes, têxtil e vestuário, calçados, produtos metálicos, minerais não metálicos, e

química. Os produtos exportados incluem sucos de frutas (com destaque para suco de

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laranja), alimentos, embalagens metálicas, cimento, tecidos e fios, vestuário, calçados

diversos, couros e peles, artigos de perfumaria, entres outros;

iii) mesmo considerando-se a inflexão do comércio internacional, com o

crescente déficit comercial observado depois de 1992, há evidências de que a

economia sergipana tem conseguido extrair vantagens da situação deficitária, ao

concentrar suas importações predominantemente em bens de capital, bens

intermediários e insumos necessários à sua indústria, o que revela um esforço de

ampliação, senão manutenção, dos seus investimentos.

Quanto ao comércio interestadual, pode-se afirmar que, em contraposição ao

comércio internacional, os fluxos desse comércio devem exercer uma forte influência

na dinâmica econômica do Estado. Pode-se inferir que influem em particular nas

atividades do terciário, com destaque para o comércio varejista e o atacado, e o

segmento dos transportes de carga. Além disso, essa modalidade de comércio

representa uma das mais importantes fontes de receita tributária para os cofres

estaduais.

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98

2 – O DESEMPENHO RECENTE DA ECONOMIA SERGIPANA (2003-2004)

Introdução

A análise feita no capítulo anterior encerra uma preocupação de

examinar, sob uma perspectiva geral, um período de três décadas, a partir de 1970, na

formação da economia de Sergipe. O foco privilegiado ali é o longo prazo com

destaque para a estrutura econômica do Estado, o crescimento de sua economia, e

dos efeitos setoriais desse crescimento e sua influência na distribuição pessoal da

renda e de indicadores que caracterizam as condições sociais. ????

Neste capítulo, o objetivo é analisar o curto prazo a partir da estimativa

do comportamento recente da economia, em 2003 e 2004, numa tentativa de atualizar

os indicadores mais gerais da economia por meio do cálculo do PIB total e setorial

para os dois anos considerados.

Nesse tipo de abordagem, é comum caracterizar os aspectos mais

gerais da economia internacional e o panorama da economia nacional que, no caso,

formam o contexto de sustentação da análise do curto prazo, tendo em vista que as

mudanças de comportamento nesse domínio mais geral influem direta e indiretamente

nas variáveis relevantes do comportamento das economias locais.

2.1. Contexto Internacional

No panorama da economia internacional, as previsões indicam um crescimento

da atividade econômica para os anos de 2005 e 2006, embora a uma taxa de

crescimento menor do que a registrada em 2004. As projeções apontam na direção de

uma expansão de 4,0% em 2005 e de 4,4 % em 2006. Essas estimativas têm como

determinantes a manutenção das taxas de crescimento da economia norte-americana

neste e no próximo ano, o crescimento da economia chinesa, ainda que em patamar

mais baixo do que o registrado em 2004, além de uma gradual recuperação das

economias dos países da Europa e da retomada econômica do Japão (Tabela 1).

No caso da América Latina, a CEPAL prevê uma continuidade do crescimento,

principalmente em relação às taxas moderadas observadas em 2003. Como destaque

aparece a consolidação da recuperação da economia da Argentina, além do

crescimento do México, Venezuela, Chile e Uruguai. As exportações se mantêm como

o componente mais dinâmico da demanda, principalmente pelas elevadas cotações

dos preços das commodities e a continuidade da expansão mundial.

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99

Tabela 1

Economia Mundial: Crescimento Ocorrido e previsto

(2004-2006) Anos

Regiões e Países 2004 2005 (1) 2006 (1)

Economia Mundial 4,6 4,0 4,4 Países Desenvolvidos 3,4 2,6 3,0 Estados Unidos 4,4 3,6 3,6 Zona do Euro 2,0 1,6 2,3 Japão 2,6 0,8 1,9 União Europeía 2,5 2,1 2,5 Países em Desenvolvimento 7,2 6,3 6,0 Ásia e Pacífico 8,2 7,4 7,1 China 9,5 8,5 8,0 India 7,3 6,7 6,4 América Latina 4,6 4,3 4,4 México 4,4 3,3 3,6 Argentina 9,0 6,0 3,6 Fontes: FMI; BNDES (Sinopse Internacional, agosto de 2005)

(1) Crescimento Previsto

Obs: As projeções para América Latina são da CEPAL

Uma das maiores dúvidas entre os analistas recai sobre as expectativas quanto

à solidez do crescimento latino-americano, ou seja, a capacidade de se manter caso

se alterem as atuais condições favoráveis do mercado internacional. Um outro ponto

preocupante é a possibilidade de aumento significativo da taxa de juros na economia

norte-americana, o que pode acarretar, a depender da intensidade desse ajuste, uma

redução na liquidez atual da economia mundial. Esse quadro inquietante está

associado ainda aos desequilíbrios na balança comercial norte-americana que se pode

traduzir numa desvalorização brusca do dólar com impactos negativos sobre toda

economia mundial, notadamente nos países da área do Euro e no Japão, grandes

clientes dos países menos industrializados.

2.2. O Desempenho da Economia Brasileira nos anos de 2003 e 2004

Quanto à economia brasileira, depois do decréscimo, acumulado ao longo do

ano, de 0,3% no terceiro trimestre, motivado principalmente pelo forte ajuste fiscal e a

rígida política monetária, o nível de atividade econômica iniciou uma recuperação no

quarto trimestre de 2003, proporcionando o crescimento do Produto Interno Bruto

(PIB) da ordem de 0,5%, taxa esta bastante inferior à verificada no ano de 2002

(1,9%).

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100

Com o resultado econômico do ano, o PIB per capita real decresceu 0,9%,

contra a variação de 0,4% alcançada em 2002, registrando assim uma taxa média

anual de 0,5% entre os anos de 2000 e 2003. Segundo dados do IBGE, o crescimento

médio real anual do PIB nos últimos dez anos (1994-2003) foi de 2,1%. Por outro lado,

o incremento médio real anual do PIB per capita, para o mesmo período, atingiu 0,6%.

Tabela 2

Brasil: variação percentual dos componentes do PIB pela ótica da demanda

2002/2003 e 2003/2004 Variação Real Anual ( %)

Componentes do PIB 2002/2003 2003/2004

PIB 0,5 4,9

Consumo das Famílias -1,5 4,1

Consumo do Governo 1,3 0,1

Formação Bruta de Capital Fixo -5,1 10,9

Exportações 9,0 18,0

Importações -1,7 14,3 Fontes: IBGE; SEPLANTEC/SUPES

Nota: 2004, previsão elaborada pela CEPLAN

O magro resultado da economia brasileira em 2003 foi conseqüência da forte

retração na demanda interna, provocada pela redução no consumo das famílias de -

1,5% e na formação bruta de capital fixo de -5,1%, quando comparados com o ano de

2002. Por outro lado, o comportamento de setor externo, com o registro de 9,0% no

fluxo de exportação e -1,7% nas importações, mais uma vez sustentou o nível de

atividade econômica do País (Tabela 2).

Dentre os grandes setores, a agropecuária registrou a maior taxa de

crescimento no ano (4,5%), impulsionada pela forte expansão das exportações e

considerável incremento de produtividade da agricultura e pecuária. O setor industrial,

com o pequeno acréscimo de 0,07%, foi fortemente influenciado pela queda de 5,2%

na atividade da construção civil, em razão da redução dos investimentos, contração da

renda das famílias e condições desfavoráveis de crédito para habitação. Influiu

também o fraco desempenho da indústria extrativa mineral (2,9%), da indústria de

transformação (1,1%) e dos serviços industriais de utilidade pública (2,7%).

O Setor de Serviços, com participação de 50,4% no PIB a preços básicos no

ano de 2002, cresceu 0,6% em 2003, com destaque para o desempenho das quatro

principais atividades desse segmento, que juntas participam com cerca de 40,2% do

PIB global: Comércio (-1,9%), intermediários financeiros (0,6%), aluguéis (1,3%) e

administração pública (1,0%).

A intensidade do ajuste fiscal em 2003, objetivando o aumento da receita

tributária e do superávit primário, aliado à política monetária excessivamente restritiva

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101

que elevou a taxa SELIC de 22,0% em dezembro de 2002 para 25,0% em janeiro de

2003, dando continuidade ao acréscimo de juro até a SELIC atingir 26,5% em meados

de junho, acarretou significativos decréscimos nas variações do consumo final (-0,8%)

e do investimento fixo (-5,1%). Em conseqüência, o coeficiente de investimento caiu

de 18,3% do PIB em 2002 para 17,8%, o pior resultado alcançado nos últimos cinco

anos.

Vale ressaltar que, apesar do frustrante desempenho em 2003 a taxa do PIB,

no último trimestre, se expandiu em 1,8%, em relação ao trimestre anterior. Esse

resultado foi indício de um maior dinamismo da economia nessa fase, conforme

ratificado pelo comportamento das variáveis setoriais e dos componentes da

demanda. Os três grandes setores apresentaram crescimento nesse período e os

segmentos da demanda agregada mostraram importante aquecimento: consumo das

famílias (1,6%), consumo do governo (0,1%), formação bruta de capital fixo (4,0%),

exportação (5,5%) e importação (8,3%).

No início do ano de 2004 a expectativa de expansão do PIB girava em torno de

3,5%, a julgar pelos indicadores de produção setoriais disponíveis - principalmente

para o segmento da agropecuária - e pela perspectiva de continuidade de recuperação

da demanda interna. Além disso, a condução da política monetária já dava fortes

sinais de abrandamento da taxa de juros, que vinha caindo a partir de julho de 2003,

de 26,5% para 26,0%, atingindo a 16,50% em janeiro de 2004.

O ciclo de expansão do nível de atividade econômica, esboçado a partir do

terceiro trimestre de 2003, manteve-se durante 2004, proporcionando, no fechamento

do ano, a taxa de crescimento do PIB da ordem de 4,9%, constituindo-se no segundo

melhor resultado da economia brasileira desde o ano de 1990. Entre os anos de 1991

e 2004 as maiores variações de volume do PIB aconteceram em 1993 e 2004 (4,9%) e

1994 (5,9%), esta última sob influência da conjuntura favorável criada pela

implantação do plano de estabilização econômica, ou Plano Real, em julho daquele

ano.

Com a evolução do Produto Interno Bruto, verificada no ano, o PIB per capita

real, a preços de 2004, atingiu a cifra de R$ 9.728,84, registrando crescimento de

3,4% em relação a 2003. O incremento médio real anual do PIB nos últimos dez anos

(1995-2004) foi de 2,2%. Por outro lado, a variação média real anual do PIB per capita,

para o mesmo período, apresentou crescimento de 0,7%.

O resultado obtido pela economia brasileira em 2004 se deveu principalmente à

recuperação da demanda interna, em conseqüência da evolução favorável de

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102

fundamentos econômicos, que estimulou os investimentos fixos, bem como da

melhoria de crédito, da ampliação da renda e da continuidade do desempenho do

comércio exterior.

O comportamento da economia foi capitaneado pela produção industrial e

agropecuária, com variações reais de 6,2% e 5,3% respectivamente, em relação ao

ano de 2003. O setor primário foi impulsionado fundamentalmente pelas exportações,

ao passo que o industrial favoreceu-se, praticamente, do desempenho de todos os

subsetores, a exceção da produção extrativa mineral. A indústria de transformação,

influenciada pela evolução do crédito, que alavancou a produção de bens de consumo

duráveis voltada para o mercado interno e também pela continuidade do crescimento

das exportações, registrou a excelente variação de 7,7%.

A indústria da construção civil, em razão da retomada dos gastos com

investimentos, registrou o significativo incremento real de 5,7% e a atividade de

serviços industriais de utilidade pública (energia elétrica, gás e água) registrou a taxa

de 4,6%, refletindo assim a recuperação da economia durante o ano de 2004. No setor

secundário, apenas a atividade da indústria extrativa mineral apresentou queda de

produção em relação a 2003, da ordem de 0,7% em conseqüência do recuo de 0,9%

na produção de petróleo.

O setor de serviços, com participação de 53,1% do PIB a preço básico

brasileiro em 2004, registrou crescimento real de 3,3%, com variações positivas em

quase todas as suas atividades: Comércio (7,9%); Transporte (4,9%); Comunicações

(-1,4%); Instituições Financeiras (4,2%); Outros Serviços (5,6%); Aluguéis (1,8%) e

Administração Pública (0,9%).

Ao contrário do ocorrido no ano de 2003, o significativo resultado registrado

pela economia brasileira em 2004 foi decorrente em grande parte da expansão da

demanda interna, impulsionada pelo incremento no consumo das famílias de 4,1%,

que participou, em 2004, com 55,2% do PIB, e na formação bruta de capital fixo de

10,9%. Por sua vez, o desempenho do setor externo, com o crescimento real de

18,0% no fluxo de exportação, constituiu-se, mais uma vez, em um dos principais

indutores do nível de atividade econômica do País (Tabela 2).

Embora tenha ocorrido certa flexibilidade na política monetária, com redução

gradual da Taxa SELIC de 16,5% em janeiro para 16,0% em setembro, retomando a

partir deste mês o viés de alta e fechando o ano em 17,75%, a política fiscal não

abrandou sua rigidez, na mesma proporção, durante o ano de 2004. Em virtude dessa

decisão governamental, o consumo do governo registrou crescimento de 0,1% em

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2004 contra a variação de 1,3% no ano anterior, fazendo com que sua participação,

em relação ao PIB, caísse de 19,9% para 18,8% no ano de 2004. Por outro lado, a

formação bruta de capital fixo registrou o significativo incremento de 10,9%,

alavancada pelos investimentos no setor privado e provocando como conseqüência

elevação no coeficiente de investimento de 17,8% em 2003 para 19,6% do PIB no ano

de 2004.

O resultado de 0,4% alcançado pelo PIB no quarto trimestre de 2004, em

relação ao trimestre imediatamente anterior, demonstrou diminuição no ritmo de

crescimento da economia, o que já vinha sendo sinalizado por indicadores setoriais.

Nessa mesma base de comparação, o PIB havia apresentado variações de 1,8%,

1,1% e 1,3% nos três primeiros trimestres de 2004, respectivamente.

Os três grandes setores apresentaram crescimento no quarto trimestre, em

relação ao terceiro, estimulando expectativas favoráveis de previsão de crescimento

para 2005. A estimativa esboçada para o ano pressupõe a continuidade de expansão

da demanda interna, baseada na recuperação da renda das famílias, e na elevação do

crédito, associada ao crescimento dos gastos em investimentos fixos, principalmente

os voltados para a ampliação e melhoria da infra-estrutura básica.

2.3. O Desempenho da Economia Sergipana nos anos de 2003 e 2004

2.3.1. Aspectos Gerais

A economia de Sergipe teve um crescimento real de 2,6% no ano de 2003,

impulsionado pela maior expansão do setor agropecuário secundado pela indústria e

os serviços. A agropecuária, com participação de 7,3% no Produto Interno Bruto (PIB)

total, registrou a expressiva variação real de 10,7%. O setor industrial, composto pelas

indústrias extrativa mineral e de transformação e os serviços industriais de utilidade

pública (energia elétrica, água e gás) e a construção civil, apresentou incremento de

2,0% e representava 55,0% do PIB em 2003. Já o setor terciário, constituído pelo

comércio e pelos serviços - que participava com cerca de 37,7% do PIB -, registrou, no

ano em referência, uma expansão de 2,1% (Tabela 3).

A taxa de crescimento do PIB sergipano em 2003 (2,6%), apresentou-se pouco

inferior à registrada no ano anterior (3,2%), em razão, fundamentalmente, do melhor

desempenho, em 2002, do setor industrial (3,9%) influenciado pelas atividades de

serviços industriais de utilidade pública (10,9%) e construção civil (4,5%).47 Em 2003,

as indústria extrativa mineral e de transformação tiveram melhor desempenho com

47

Para o ano de 2002, ver tabelas 20 e 21 no Anexo Estatístico.

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104

crescimento real de 1,3% e 3,7%, respectivamente, ver Tabela 5. Com esse resultado,

o PIB per capitã real de Sergipe cresceu 0,7%, contra o decréscimo de 0,9%

registrado para o País em 2003.

Tabela 3

Sergipe - Taxa de Crescimento do PIB Real a Preço

Básico, segundo os Grandes Setores

2002/2003;2003/2004 (1) Taxa de Crescimento do PIB (%)

PIB - Segundo os Setores 2002/2003 2003/2004

PIB TOTAL 2,6 4,7

Agropecuária 10,7 8,3

Indústria 2,0 5,4

Serviços 2,1 2,8 Fontes:IBGE; SEPLANTEC/SUPES;CEPLAN

(1) Estimativa preliminar da CEPLAN

Mesmo tendo sido significativamente superior ao observado para a economia

brasileira (0,7%), o crescimento da economia de Sergipe de 2,6%, em 2003 repete o

desempenho da década de noventa (1991-2000) ao longo da qual a economia cresceu

à mesma taxa, em média anual. Considerando-se, além disso, que a taxa de 2002 foi

de 3,2%, constatam-se indícios de uma inflexão, a partir desse ano, para uma

trajetória de crescimento acima da economia brasileira. A se confirmar essa hipótese,

Sergipe estaria retomando uma tendência que se observava nas três décadas

anteriores, como se constatou no capítulo anterior.

Ressalta-se que a evolução da economia sergipana passou a apresentar maior

dinamismo do que a nacional, a partir de 2002, impulsionada principalmente pelos

bons resultados registrados pelos setores agropecuário e industrial. O Gráfico 1

revela que após obter a insignificante taxa de crescimento do PIB real de 0,3% em

2001, o Estado mostrou substancial recuperação nos três últimos anos.

Estimativas preliminares indicam que o nível de atividade econômica de

Sergipe registrou o significativo crescimento real de 4,7% em 2004, um pouco superior

ao obtido pelo Produto Interno Bruto a preço básico do País (4,6%) no mesmo ano.

Em conseqüência desse desempenho, o PIB per capita real do Estado apresentou

incremento real de 2,9%, bastante superior ao verificado em 2003 (0,7%).

O importante resultado do crescimento da economia de Sergipe em 2004, além

de se sobrepor ao bom resultado do ano anterior, se constitui na maior taxa nos

últimos sete anos desde 1977, quando o PIB havia alcançado 7,2%. (Gráfico 1).

A expressiva taxa de crescimento obtida pela economia em 2004 deve ser

creditada, da mesma forma que a do País, fundamentalmente, à recuperação da

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

105

demanda interna, em virtude da avaliação favorável de fundamentos econômicos, que

incentivou os investimentos fixos, bem como da melhoria do crédito, da ampliação da

renda e da continuidade do bom comportamento do comércio exterior.

O crescimento do PIB de Sergipe em 2004 (4,7%) foi alavancado de forma

significativa pela expansão do setor industrial e em seguida pela agropecuária e

serviços. O segmento da indústria, com participação de 55,0% no Produto Interno

Bruto total e composto pelas atividades da extrativa mineral, indústria de

transformação, serviços industriais de utilidade pública e construção civil, apresentou

incremento de 5,4%. A agropecuária registrou a expressiva variação de 8,3% e

representava 7,3% do PIB em 2004. O setor terciário, constituído pelo comércio e

demais serviços, que participava com cerca de 37,7% do PIB, apresentou em 2004,

comparando-se com o ano anterior, a variação real de 2,8%, como mostra a Tabela 3.

Gráfico 1

Taxas de Crescimento Real do PIB do Estado de Sergipe

1997/2004

7,2

0,3

2,6

4,7

1,3

3,3 3,2

0,90

1

2

3

4

5

6

7

8

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Fontes: IBGE;SEPLANTEC/SUPESNota: 2004 estimativa preliminar da CEPLAN

O setor secundário, principal responsável pela excelente performance

apresentada pela economia do Estado, em 2004, registrou taxa de crescimento muito

superior à obtida no ano anterior (5,4%, contra 2,0%), influenciado pelo desempenho

da indústria de transformação (10,1%) e serviços industriais de utilidade pública

(7,2%), seguidos pela construção civil (4,6%), como mostra a Tabela 5.

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106

Como parte desse grupo, a indústria extrativa mineral, com participação em

torno de 33,0% do setor secundário, mostrou crescimento real de apenas 0,8%,

constituindo-se,por outro lado, no segundo resultado positivo consecutivo desde 2001

(Tabela 5).

Gráfico 2

Sergipe e Brasil: Evolução % das Taxas de Crescimento do PIB a Preço Básico

2001-2004 (1)

0,3

1,9

3,2

2,3

2,6

0,7

4,7 4,6

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

2001 2002 2003 2004

Fontes: IBGE;SEPLANTEC/SUPES2004 estimativa preliminar CEPLAN

SE BR

Convém ressaltar, que a evolução do nível de atividade econômica de Sergipe,

passou a registrar maior dinamismo, a partir do ano de 2002, estimulada pelos bons

resultados apresentados pelos setores agropecuário e industrial. O Gráfico 2, revela

que depois de um tímido crescimento em 2001 (0,3%), a economia sergipana mostrou

expressiva recuperação nos três últimos anos, superando as taxas alcançadas pelo

País, no mesmo período.

Em conseqüência do bom desempenho da economia de Sergipe em 2004, o

estado alcançou a segunda maior taxa de crescimento no nível de emprego formal

(6,4%), dentre os estados do Nordeste, superando a verificada para a Região (5,4%).

Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, foram criados no Estado,

durante o ano de 2004, 9.891 postos de trabalho, correspondendo a 4,0% do estoque

de pessoas ocupadas na economia formal.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

107

A análise mais detalhada dos setores produtivos, que será efetuada a seguir,

mostrará que a taxa real de crescimento do PIB Sergipano, de 4,7% em 2004, pode

ser creditada, em parte, ao desempenho da indústria de transformação e de algumas

atividades do setor agropecuário, que possuem vinculação mais estreita com o

comércio externo. Na verdade, embora Sergipe tenha um reduzido coeficiente de

abertura, foi expressivo o efeito do comércio externo em algumas atividades. Com

efeito, as exportações do Estado cresceram 22,8% em relação a 2003. Contribuíram

para esse resultado as exportações de sucos de laranja (54,9%); cimentos “portland”

(22,5%); tecidos de algodão (27,4%); outros sucos de laranja não fermentado

(235,8%); outros calçados de matéria têxtil (933,0%) e rolhas e outras tampas para

embalagem (99,9%).

2.3.2. Agropecuária

Participando com cerca de 7,3% do PIB total do Estado, o setor agropecuário

registrou em 2003, a excelente taxa de crescimento de 10,7%, em relação ao ano

anterior, representando o melhor resultado em volume de produção desde o ano de

1985.

A maior contribuição para o expressivo desempenho do setor primário, deveu-

se ao significativo resultado alcançado pela atividade agrícola, com a variação real de

14,0%, em comparação com a produção obtida em 2002 (ver Tabela 4). Com a

participação de 41,4% do valor bruto de produção da agropecuária, a agricultura

sergipana vem dando sinais de vitalidade. Em parte, o desempenho observado

decorreu de expansão das áreas plantadas, entretanto a sustentabilidade depende no

médio e longo prazo do crescimento da produtividade das principais culturas. Entre os

anos de 2003 e 2002, a área plantada aumentou 11,7% e o rendimento médio das

principais culturas cresceu substancialmente.48

Dentre as doze principais culturas pesquisadas pelo “Levantamento

Sistemático da Produção Agrícola” (LSPA) do IBGE, no Estado, oito registraram

variação positiva de produção física, em relação ao ano de 2002, segundo ordem

decrescente: milho em grão (125,6%); abacaxi (41,0%); cana-de-açúcar (24,4%);

côco-da-baia (21,2%); tomate (7,9%); banana (7,0%); amendoim (1,1%) e laranja

(0,8%), como mostra a Tabela 4.

O valor bruto de produção da atividade agrícola poderia ter registrado taxa de

crescimento maior do que a de 14,0%, não fossem as variações negativas obtidas, em

48

Ver Anexo Estatístico Tabela 22.

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108

relação a 2002 pelas culturas: arroz (-8,6%); feijão (-10,8%); fumo (-5,1%) e mandioca

(-3,0%).

Os dados produzidos pelo IBGE, para o ano de 2003, mostram que a área

plantada das principais culturas foi superior em 11,7% à verificada em 2002, em razão

principalmente, do aumento do plantio das lavouras: milho em grão (30,5%);cana-de-

açúcar (29,0%); abacaxi (26,6%); banana (11,1%); tomate (8,8%); feijão (5,2%) e

laranja (1,3%)49.

Tabela 4

Sergipe : Produção Física , Variação % , Participação % das Culturas

e Valor Bruto de Produção da Agricultura

Jan.- Dez.: 2002/ 2003/2004 - Produção ( toneladas ) Produção física (t) Variação % Part. % no

Culturas 2002 2003 2004 2002/2003 2003/2004 Agricultura - 2004

Abacaxi (1) 7.814 11.020 11.189 41,0 1,5 1,5

Amendoim (em casca) 1.330 1.344 1.343 1,1 -0,1 0,3

Arroz 37.757 34.496 38.226 -8,6 10,8 4,2

Banana 59.655 63.823 64.936 7,0 1,7 5,6

Cana-de-açúcar 1.165.378 1.449.316 1.696.508 24,4 17,1 14,0

Côco-da-baia (1) 98.298 119.165 122.547 21,2 2,8 15,0

Feijão 21.130 18.848 26.434 -10,8 40,2 4,9

Fumo 1.752 1.663 2.009 -5,1 20,8 1,2

Laranja 685.326 690.597 737.256 0,8 6,8 16,0

Mandioca 449.301 435.645 470.516 -3,0 8,0 13,9

Milho (em grão) 38.380 86.595 136.317 125,6 57,4 8,6

Tomate 5163 5.573 4.773 7,9 -14,4 0,6

Outras culturas 14,2

Valor Bruto de Produção 14,0 13,6 100,0

Fontes:IBGE - PAM; LSPA; SEPLANTEC/SUPES ; CEPLAN (1) Em mil frutos

De 2000 a 2003, o setor agropecuário sergipano mostrou-se mais dinâmico do

que os demais segmentos econômicos, tendo registrado, no período, taxa média anual

de crescimento de 4,7% contra a de 1,1% do setor industrial e a de 2,2% do setor de

serviços. Esse desempenho vem ocorrendo motivado não só pelos bons resultados da

atividade agrícola. Participando com 45,3% do valor bruto de produção do segmento

primário em 2003, a pecuária e os derivados da produção animal também vêm

mostrando crescimento nos últimos anos.

Dando continuidade ao expressivo desempenho que vem registrando a partir

do ano de 2002, o setor agropecuário sergipano apresentou em 2004, comparando-se

com o ano anterior, a significativa taxa de crescimento de 8,3% (ver Tabela 3),

alcançando, por conseqüência, nesse ano, o maior índice real de volume da produção

das duas últimas décadas. 49

Ver anexo estatístico Tabela 23.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

109

Da mesma forma que no ano de 2003, quando havia mostrado variação real do

Valor Adicionado da ordem de 10,7%, o setor primário do estado teve o seu

comportamento, em 2004, alavancado principalmente, pelo excelente resultado

alcançado pela atividade agrícola que apresentou incremento de produção de 13,6%

(Tabela 4).

As informações estatísticas produzidas pelo “Levantamento Sistemático da

Produção Agrícola” do IBGE, demonstram que das doze culturas pesquisadas no

Estado, em 2004, apenas o amendoim (-0,1%) e o tomate (-14,4%) apresentaram

queda de produção. A maioria dos demais produtos mostrou relevantes aumentos nas

quantidades produzidas, como pode ser observado na Tabela 4: abacaxi (1,5%); arroz

(10,8%); banana (1,7%); cana-de-açúcar (17,1%); côco-da-baía (2,8%); feijão (40,2%);

fumo (20,8%); laranja (6,8%); mandioca (8,0%) e milho (57,4%).

Os dados do IBGE ressaltam que a área plantada no Estado aumentou 4,0%

em 2004. À exceção da banana (-5,1%), do côco-da-baía (-0,3%) e do tomate (-

13,4%), a maior parte das culturas registrou incremento de área no ano passado, com

destaque para: fumo (23,9%), cana-de-açúcar (11,1%), laranja (7,6%), feijão (7,0%),

mandioca (6,5%) e arroz (5,6%).50

Em relação à evolução do rendimento médio, observa-se na que apenas três

culturas apresentaram variação negativa: fumo (-2,5%), laranja (-0,8%) e tomate (-

1,1%). Por outro lado, merecem menção pela magnitude de suas variações reais, em

comparação com 2003, os produtos: milho (35,0%), feijão (13,6%), banana (7,2%) e

cana-de-açúcar (5,4%).51

Convém observar que o setor agropecuário sergipano vem se apresentando

como o mais dinâmico, dentre os demais, nos últimos cinco anos. Entre os anos de

2000 e 2004 esse segmento registrou a taxa média real anual de crescimento de

5,6%, contra às de 2,1% do setor industrial e 2,3% do segmento terciário, no mesmo

período.

No que se refere à evolução do emprego, segundo os dados do RAIS do

Ministério do Trabalho e Emprego, o setor primário de Sergipe criou 1.283 postos de

trabalho formais, em 2004, constituindo-se na atividade econômica com a maior

variação (14,8%) na geração de emprego, em relação ao ano de 2003.

50

Ver Anexo Estatístico Tabela 23. 51

Ver Tabela 22 do Anexo Estatístico.

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110

2.3.3. Indústria

Estimativas elaboradas pelo IBGE, em conjunto com a Equipe de Contas

Regionais da SEPLANTEC/SUPES, apontam para o crescimento do setor industrial de

Sergipe em torno de 2,0 %, em 2003.

O desempenho do segmento secundário, que detinha, a participação de 55,0%

do PIB do Estado em 2003,c mostrou-se bastante superior ao obtido pelo País,

aproximadamente 0,1%, influenciado principalmente pelo comportamento da indústria

de transformação que registrou incremento real de 3,7%, mais a contribuição da

indústria extrativa mineral (1,3%), que apresentou crescimento acima do obtido no ano

de 2002. As atividades de serviços industriais de utilidade pública e construção civil

mostraram variações reais de 1,4% e 1,5%, respectivamente (Tabela 5).

O crescimento do setor industrial sergipano no ano de 2004, foi estimado em

torno de 5,4%, em relação ao ano de 2003. Esse resultado, embora inferior ao

registrado, em nível nacional (6,2%), foi muito superior aos observados nos anos de

2001 (-2,6%), 2002 (4,0%) e 2003 (2,0%).

Contribuíram, de forma significativa, para o bom desempenho do segmento

industrial do Estado, em 2004, comparando-se com o ano de 2003, as importantes

taxas de crescimento real apresentadas pela Indústria de Transformação (10,1%) e

Serviços Industriais de Utilidade Pública (7,2%). A Indústria Extrativa Mineral e a

Construção Civil registraram variações reais de 0,8% e 4,6% ao mesmo tempo

(Tabela 5).

Tabela 5

Sergipe - Taxa de Crescimento do PIB Real do Setor Industrial

a Preço Básico, segundo as Atividades Econômicas

2002/2003;2003/2004 (1) Taxa de Crescimento do PIB (%)

Atividades econômicas 2002/2003 2003/2004

Indústria 2,0 5,4

Indústria Extrativa Mineral 1,3 0,8

Indústria de Transformação 3,7 10,1

SIUP 1,4 7,2

Construção 1,5 4,6

Fontes:IBGE; SEPLANTEC/SUPES

(1) Estimativa preliminar da CEPLAN

O crescimento do setor industrial sergipano no ano de 2004 foi estimado em

torno de 5,4%, em relação ao ano de 2003. Esse resultado, embora inferior ao

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111

registrado, em nível nacional (6,2%), foi muito superior aos observados nos anos de

2001 (-2,6%), 2002 (4,0%) e 2003 (2,0%).

Contribuíram, de forma significativa, para o bom desempenho do segmento

industrial do Estado, em 2004, comparando-se com o ano de 2003, as importantes

taxas de crescimento real apresentadas pela Indústria de Transformação (10,1%) e

Serviços Industriais de Utilidade Pública (7,2%). A Indústria Extrativa Mineral e a

Construção Civil registraram variações reais de 0,8% e 4,6% ao mesmo tempo

(Tabela 5).

a) Indústria Extrativa Mineral

A Indústria Extrativa Mineral constitui-se na principal atividade econômica de

Sergipe, tendo participado, no ano de 2003 com 20,6% da renda interna gerada no

Estado. Após registrar dois anos consecutivos de desaceleração do valor adicionado,

com taxas de -7,3%, entre 2001 e 2002 e de -1,0%, entre 2002 e 2001, essa indústria

passou a ingressar em uma fase de recuperação, apresentando variações reais de

produção de 1,3% e 0,8%, nos anos de 2003 e 2004 respectivamente (Tabela 5).

Esse desempenho favorável deve ser atribuído, entretanto mais ao efeito de elevação

do preço do que a aumento da produção.

Com efeito, a produção de petróleo bruto, em terra, que havia atingido 2.056,0

mil metros cúbicos em 2002, passou para 2.144,7 mil em 2003 e 2.219,8 mil m3 no ano

de 2004.52

A atividade de extração do petróleo grande importância para o Estado, uma vez

que participa diretamente com cerca de 35,4% do valor da transformação industrial

(VTI) da indústria geral sergipana, composta pelos segmentos manufatureiro e

extrativa mineral e com 99,8% do VTI das indústrias extrativas, seguida pela extração

de minerais não-metálicos com apenas 0,2%.

b) Indústria de Transformação

De acordo com estimativas elaboradas pelo IBGE e Superintendência de

Estudos e Pesquisas (SUPES) do Governo do Estado, a indústria de transformação

sergipana fechou o ano de 2003 com um crescimento da produção física de 3,7%, em

comparação com o ano de 2002.

52

Ver Anexo Estatístico Tabela 24.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

112

O desempenho da indústria de transformação sergipana, tanto durante o ano

de 2003 como em 2004, foi em parte influenciado pelo comportamento das

exportações do Estado. As vendas para o exterior mostraram crescimento do valor

exportado de determinados produtos, que provocaram fortes rebatimentos em alguns

gêneros da indústria manufatureira. Dentre esses produtos comercializados com o

resto do mundo, destacaram-se segundo as variações em relação ao ano de 2002 :

tecidos de algodão (588,8%); roupas de toucador (916,5%); sucos de outras frutas

(41,9%); outros calçados de borracha (17,21%) e outros aparelhos eletrotérmicos

(88,28%).

Em 2004, forma importante por sua expressão e variação anual: sucos de

laranja (54,9%); cimento “portland” (22,5%); tecidos de algodão (27,4%); óleos de

laranja (7,1%); outros sucos de laranja (235,8%); calçados de matéria têxtil (933,1%) e

rolhas e tampas de metal (99,9%).

Como foi visto no capítulo anterior, as exportações não representam uma fonte

de dinamismo importante na economia de Sergipe, tendo em vista o reduzido

coeficiente de exportação medido pela relação exportação/PIB. Há, porém, no caso

das exportações da indústria uma tendência de diversificação da pauta nos últimos 10

anos.

Participando, em torno de 15,0%, do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, a

Indústria de Transformação sergipana registrou o excelente crescimento de 10,1% no

ano de 2004, comparando-se com 2003, resultado esse muito superior ao alcançado

no ano anterior (3,7%) e superior ao apresentado pelo País, no mesmo ano, de 7,7%.

(Tabela 5)

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113

Tabela 6

Sergipe - Participação das Atividades das Indústrias Extrativas e de Transformação

no Valor da Transformação Industrial (VTI), da Indústria Geral

1996/2003 Participação % no VTI

Atividades 1996 (%) 2003 (%)

Diferença de participação

(%) - 1996/2003

Indústria Geral 100,0 100,0 -

Indústria Extrativas 24,1 35,5 11,4

Extração de Petróleo e serviços relacionados 23,5 35,4 12,0

Indústrias de Transformação 75,9 64,5 -11,4

Fabricação de produtos alimentícios e bebidas 19,6 17,5 -2,1

Fabricação de Produtos Têxteis 22,0 6,6 -15,4

Confecção de artigos do vestuário e acessórios 1,8 0,8 -0,9

Preparação de couros e fabricação de artefatos

de couro, artigos de viagem e calçados 7,9 1,3 -6,6

Edição, impressão e reprodução de gravações 2,1 0,8 -1,3

Fabricação de produtos químicos 6,0 12,0 6,0

Fabricação de artigos de borracha e plástico 1,1 0,5 -0,6

Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 11,4 17,2 5,8

Fabricação de prods. de metal - exceto máq. e equip. 0,6 4,1 3,4

Fabricação de máquinas e equipamentos 0,2 1,6 1,4

Outros 3,2 2,1 -1,1 Fontes: IBGE - PIA 1996/2003 ;SEPLANTEC/SUPES

Nota: Elaboração e estimativa CEPLAM

Uma hipótese para explicar a mudança na pauta de exportação está na

mudança recente observada na estrutura da indústria de Sergipe. Informações

relativas ao valor da transformação industrial (VTI), produzidas pela Pesquisa

Industrial Anual (PIA) do IBGE, para os anos de 1996 e 2003, permitem observar que

grande parte das atividades tradicionais perderam participação para gêneros mais

modernos. Por outro lado, embora tenham diminuído seu peso em relação ao total,

esses gêneros continuam importantes para a economia do Estado.

A Tabela 6 mostra as atividades de tradição com maiores perdas de

participação: produtos alimentícios e bebidas (-2,1%); produtos têxteis (-15,4%);

confecção de artigos do vestuário (-0,9%); preparação de couros, artigos de viagem e

calçados (-6,6%) e fabricação de artigos de borracha e plásticos (-0,6%). Os gêneros

modernos com maiores ganhos de participação no período foram: produtos químicos

(6,0%); minerais não metálicos (5,8%); fabricação de produtos de metal (3,4%) e

fabricação de máquinas e equipamentos (1,4%).

A observação da atividade manufatureira pelo ângulo do mercado de trabalho,

mostra que a variação anual do número de pessoas ocupadas no setor formal, em

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

114

2003, foi de 2,2% em relação ao ano anterior . Já em 2004 foram criados 2.257 postos

de trabalho, acarretando uma variação de 9,2% no emprego, em relação ao ano de

2003.53 Salienta-se que os doze gêneros pesquisados pelo Ministério do Trabalho e

Emprego (MTE) no Estado apresentaram variações positivas no emprego, no ano de

2004 em relação ao de 2003, com destaque para as atividades de produtos minerais

não metálicos (11,0%); metalúrgica (19,2%); mecânica (204,1%); material elétrico e de

comunicações (14,1%); material de transporte (28,6%) e borracha, fumo e couros

(14,8%).

c) Serviços Industriais de Utilidade Pública

A atividade de serviços industriais de utilidade pública (SIUP), composta dos

segmentos de energia elétrica e abastecimento de água, registrou crescimento real de

1,4% em 2003, comparando-se com o ano de 2002, apresentando-se com o segundo

menor desempenho, dentre as atividades do setor secundário sergipano, superando

apenas a indústria extrativa mineral ( Tabela 5).

Observa-se que do valor adicionado total gerado pelos SIUP em Sergipe, cerca

de 91,5% pertencem a energia elétrica, razão pela qual está atividade é a principal

foco de atenção.

Tabela 7

Sergipe - Consumo Total, Residencial, Industrial,

Comercial, Rural e Outros de Energia Elétrica

Jan-Dez.:2002/2003; 2003/2004 - Em (MWh) Consumo em (MWh) (*) Variação %

Tipos de Consumo Jan.-Dez. Jan.-Dez. Jan.-Dez. Jan.-Dez.

2003 2004 2002/2003 2003/2004

Total 2.223.869 2.342.908 5,7 5,4

Residencial 494.972 522.855 10,1 5,6

Industrial 1.049.087 1.121.527 1,4 6,9

Comercial 281.142 293.027 7,3 4,2

Rural 78.254 76.736 47,9 -1,9

Outros 320.414 328.763 4,3 2,6 Fontes:ENERGIGE;SULGIPE;FAFEN; SEPLANTEC/SUPES

(*) Consumo faturado. Inclui o consumo Industrial de 230KV

Estimativa e elaboração CEPLAN

O desmembramento do consumo total de energia elétrica em cinco classes,

permite a observação das variações no desempenho dessa indústria, no ano de 2003

em relação a 2002. Dentre os tipos de consumo, a maior parte registrou significativas

53

Ver Tabela 25 no Anexo Estatístico.

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115

variações, com destaque para o rural (47,9%), residencial (10,1%) e o comercial

(7,3%). Com menores taxas ficaram os outros (4,3%) e o industrial (1,4%). O consumo

total apresentou crescimento de 5,7% como mostra a Tabela 7.

Chama-se à atenção para o fato de que a variação ocorrida no consumo de

energia elétrica, em 2003, no Estado, apresenta-se influenciada pela comparação

estabelecida com uma base bastante deprimida, caracterizada por baixo consumo

verificado entre janeiro e março de 2002, em decorrência da crise energética sofrida

pelo País, no período de junho de 2001 a março de 200254.

Um ponto importante que merece ser ressaltado é que o IBGE reformulou a

metodologia utilizada no cálculo do valor adicionado da atividade de energia elétrica a

partir do ano de 2001, agregando a este parte da cifra correspondente à produção de

energia da usina hidro-elétrica de Xingó, localizada na fronteira entre os estados de

Sergipe e Alagoas. Em razão dessa alteração metodológica a participação dos SIUP

no PIB de Sergipe passou de 1,3% em 2000, para 16,0% em 2001, fechando o ano de

2003 em 16,0%.

Os Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP) registraram crescimento do

Valor Adicionado real da ordem de 7,2% no ano de 2004, em relação ao ano de 2003.

A dimensão desse desempenho, bastante superior ao verificado para o País (4,6%) no

mesmo período, é devido principalmente, à comparação com uma base bastante

deprimida no ano anterior, quando registrou a insignificante taxa real de 1,4%.

Dentre as cinco classes que compõem o consumo total de Energia Elétrica,

apenas a rural apresentou variação negativa (-1,9%) no ano de 2004, comparando-se

com o ano anterior. A tabela 7 mostra que o consumo total, com variação real de 5,4%

foi influenciado pelos resultados positivos do consumo residencial (5,6%); industrial

(6,9%); comercial (4,2%) e outros (2,6%). A queda de -1,9% no consumo rural, é

explicada pela comparação com uma base bastante elevada do ano de 2003, quando

havia apresentado taxa de crescimento de 47,9% em relação a 2002.

d) Construção Civil

As estatísticas das Contas Nacionais do País, elaboradas pelo IBGE, fecharam

o ano de 2003 revelando que o setor industrial brasileiro registrou pequeno acréscimo

real de produção da ordem de 0,1%, influenciado principalmente pelo desempenho

negativo da indústria da construção civil (-5,2%). Pressionada fortemente por esse

54

Ver Anexo Estatístico Tabela 26.

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116

resultado, a formação bruta de capital fixo mostrou desaquecimento, em relação a

2002, de -5,1%.

Enfrentando problemas idênticos aos ocorridos em nível nacional, a construção

civil de Sergipe registrou crescimento real de produção de 1,5% em 2003 (Tabela 5).

Esse desempenho foi provocado por forte contenção dos gastos do setor público que

não só impediu a realização de novas obras de infra-estrutura, como também

paralisou a execução de obras em andamento.

Dados estatísticos do consumo e da produção de cimento, considerados como

um dos principais insumos da indústria da construção civil, referentes ao ano de 2003,

comparados com 2002, mostram que foram consumidos em Sergipe, de janeiro a

dezembro de 2003, 245,3 mil toneladas de cimento, contra 267,4 mil no ano de 2002,

o que resultou em um decréscimo de -8,3%. Com relação à produção, as quantidades

em toneladas, no período em estudo, foram de 1.770,8 mil e 1.729,3 mil, acarretando

um crescimento de 2,4%.

Gráfico 3

Sergipe -Taxas de Crescimento da Indústria

da Construção Civil

2000-2004

3,1

-4,6

4,5

1,5

4,6

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

2000 2001 2002 2003 2004

Fontes: SNIC; SEPLANTEC/SUPES2003 e 2004 estimativa CEPLAN

Taxas de Crescimento

Os resultados registrados pela indústria da construção civil - tanto em nível

nacional (-5,2%), como especificamente no estado de Sergipe (1,5%), durante o ano

de 2003 podendo ser considerados uma conseqüência da manutenção das políticas

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

117

monetária e fiscal, cujo principal efeito tem sido o de reduzir os investimentos públicos

e privados.

Da mesma forma que ocorreu à escala nacional, quando se registrou uma taxa

de incremento real de 5,7%, a indústria da construção civil de Sergipe apresentou

crescimento real de 4,6% no ano de 2004 em relação a 2003. Esse resultado,

constitui-se no mais elevado dos últimos cinco anos, (Gráfico 3) superando em muito

a taxa média anual de evolução do período 2000-2004 (1,4%).

O nível de atividade do setor da construção civil foi estimulado durante o ano

de 2004, por certa flexibilidade na política monetária, proporcionando expansão da

demanda interna e facilidade de crédito para as famílias e empresas, o que

impulsionou o incremento dos investimentos fixos do País de 10,9%.

2.3.4. Serviços

O setor de serviços, que participava com 37,7% do Produto Interno Bruto (PIB)

de Sergipe, no ano de 2003, registrou crescimento de 2,1% em relação a 2002

(Tabela 8). Esse resultado foi influenciado negativamente pelos baixos desempenhos

das atividades de intermediação financeira (2,4%) e administração pública (1,8%) que

representavam juntas, em 2003, 21,4% do PIB do Estado.

Os outros segmentos do setor terciário sergipano, apresentaram-se bastante

divergentes, em termos de comportamento, merecendo destaque as atividades de

comércio (3,3%) e bens imóveis (4,6%) (Tabela 8).

Tabela 8

Sergipe - Taxa de Crescimento do PIB Real do Setor Serviços

a Preço Básico, segundo as Atividades Econômicas

2002/2003;2003/2004 (1) Taxa de Crescimento do PIB (%)

Atividades econômicas 2002/2003 2003/2004

Serviços 2,1 2,8

Comércio 3,3 4,6

Intermediação Financeira 2,4 1,8

Atividade Imobiliária 4,6 3,7

Administração Pública 1,8 2,5 Fontes:IBGE; SEPLANTEC/SUPES

(1) Estimativa preliminar elaborada pela CEPLAN

Em relação aos indicadores do transporte aéreo, registraram-se quedas de -

9,2% e de -8,4% no número de passageiros e carga e mala postal, embarcados e

desembarcados em vôo doméstico e internacional, respectivamente55.

55

Ver Anexo Estatístico Tabelas 27 e 28.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

118

As atividades comerciais de Sergipe tiveram crescimento de 3,3% em 2003,

associado, em grande parte, ao aumento da remuneração média das pessoas

ocupadas (2,1%) e às formas de financiamento oferecidas pelo comércio nas vendas à

prazo, em particular às condições de prazos e aos juros.

No que diz respeito ao comércio varejista, que tem considerável peso no total

dessa atividade, as informações da “Pesquisa Mensal do Comércio”, efetuada pelo

IBGE, para Sergipe mostram, para todo o ano de 2003, um declínio significativo de -

4,6%.

O setor de Serviços tiveram crescimento real do valor adicionado de 2,8%, em

2004, superior à taxa apresentada no ano anterior (3,1%), como pode ser observada

na Tabela 8.

A taxa de incremento real do segmento terciário (2,8%) verificada em 2004,

superou a variação média anual de crescimento desse setor no período 2000-2004

(2,3%), tendo se apresentado pouco menor do que a calculada para o ano de 2000

(3,0%) como mostra o Gráfico 4.

3,0

2,5

2,0 2,1

2,8

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

2000 2001 2002 2003 2004

Fontes:IBGE;SEPLANTEC/SUPES;CEPLAN

Gráfico 4 Sergipe - Taxas de Crescimento Real do

Setor Serviços 2000-2004

Taxas

Dentre as atividades econômicas de maior participação no Valor Adicionado

dos Serviços, duas contribuíram, significativamente, de forma positiva na formação da

taxa obtida em 2004: comércio, com a variação de 4,6% e aluguéis e bens imóveis

com 3,7%. Em seguida vieram administração pública (2,5%) e intermediação

financeira (1,8%) (Tabela 8).

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

119

Com a participação de cerca de 14,3% no PIB do segmento de serviços, em

2004, a atividade comercial apresentou a maior taxa de crescimento (4,6%) dentre as

demais, impulsionado pelo desempenho do comércio varejista, com variação no

volume de vendas, acumulada até dezembro de 6,2%, segundo a Pesquisa Mensal do

Comércio (PMC) do IBGE.

Outros indicadores do setor, mostram para o transporte aéreo, que o número

de passageiros embarcados no Estado registrou crescimento de 0,6% e o de

desembarcados -1,9%. Em relação ao volume de carga e mala postal embarcado e

desembarcado, em vôo doméstico e internacional, a variação foi de 7,4% em

comparação com o ano de 200356.

Quanto ao comportamento do emprego, o setor de serviços registrou

crescimento do segmento formal de 2,4%, em conseqüência de um volume de

admissões de 29.260 pessoas e desligamento de 27.471, resultando um saldo positivo

de 1.789 empregados no ano de 2003. Em termos de desmembramento, por

atividades do segmento terciário, destaca-se os resultados positivos do comércio

(1,3%) e de outros serviços (2,5%), totalizando 1.910 postos de trabalho criados e a

redução de 121 empregos na administração pública. Já no que se relaciona ao ano de

2004, o setor terciário, inclusive comércio, criou 4.523 postos de trabalho,

correspondendo ao crescimento de 4,8%, comparando-se com o ano de 2003.

56

Ver Anexo Estatístico Tabela 27 e 28.

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120

3 - EVOLUÇÃO DO QUADRO FINANCEIRO PÚBLICO ESTADUAL (2000 – 2004)

Após um período de elevados déficits orçamentários e financeiros, o Governo

de Sergipe começou a implementar, a partir de 2000, um programa de ajuste nas suas

contas públicas. Esse programa gerou até 2003 superávits primários e até 2004

cumpriu, essencialmente, com todos os limites definidos na Lei de Responsabilidade

Fiscal (LRF). Todavia, há dificuldades e problemas no processo de ajuste. Isso será

descrito em seguida a partir de uma análise da evolução da receita e da despesa; da

divida consolidada; dos balanços nominal, corrente e de capital; da estrutura dos

gastos referenciados a Receita Corrente Líquida; da aderência de Sergipe aos limites

da LRF e as metas do Programa de Ajuste Fiscal acertado com o Tesouro Nacional

dentro do Programa de Reestruturação e Refinanciamento da Divida Publica dos

Estados realizado sob a égide da Lei 9.496/97.

3.1. - Receita Total

A receita total cresceu de R$ 2.364,8 para R$ 2.532,1 milhões, uma variação

real de 1,7% no período de 2000 a 2004 ao ano (Tabela 1). A variação nominal foi da

ordem de 80% (Tabela 29 do Anexo Estatístico). O crescimento da receita total em

2001 (1,7%) foi afetado pela crise energética, mas houve uma forte recuperação, em

termos reais, em 2002 (14,2%).O pior desempenho do período foi em 2003 em função

do ano recessivo. Em 2004 houve uma recuperação com relação ao ano anterior

(10,2%), mas que não foi suficiente para retomar o nível de receita real observado em

2002, o melhor do período (Tabela 1). As variações na receita total são praticamente

determinadas pelas variações nas receitas correntes, cujo peso variou entre 91% e

98,8% do total ao longo do período.

i) Receita Corrente

As receitas correntes apresentaram variações significativas, em termos reais,

durante o período 2000-2004 (Tabela 1). Destaque-se o crescimento de 14,6%, em

2002, e a brusca queda de 12,4%, em 2003. Este último ano, o primeiro do Governo

Lula, foi marcado por uma forte queda no nível de atividade econômica em

decorrência da rígida política monetária, caracterizada por altos juros nominais e reais,

e do ajuste fiscal. Em termos nominais, todavia, as receitas correntes cresceram ao

longo de todo o período. De fato, a variação nominal das receitas correntes foi da

ordem de 86,6% entre 2000 e 2004 (Tabela 29 do Anexo Estatístico). O crescimento

real das receitas correntes, da ordem de 14,6% em 2002, indica uma recuperação

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121

acentuada com relação ao crescimento de 5,3% em 2001, ano em que a atividade

econômica foi prejudicada pela crise energética.

Observe-se que, em 2003, o declínio da receita corrente não foi puxado tanto

pelo decréscimo na arrecadação do ICMS (-8,0%), mas, sobretudo pela acentuada

queda nas transferências correntes (-18,6%) onde se destaca a variação negativa nas

transferências da União, especialmente da cota do Fundo de Participação dos Estados

(FPE) que caiu, em termos reais, cerca 15% (Tabela 1). De fato, o FPE declinou de

R$ 1.165,2 para R$ 987,2 milhões, em termos reais, entre 2002 e 2003. Em termos

nominais, as transferências correntes cresceram ao longo do período, à exceção de

2003, quando praticamente estagnaram como reflexo do declínio nas transferências

da União, especialmente do FPE.

Ademais, as transferências originadas de convênios caíram acentuadamente,

em termos nominais e reais, não só em 2003, mas também nos dois anos anteriores,

para iniciar uma recuperação mais substantiva em 2004 (Tabelas 1 e Tabela 29 do

Anexo Estatístico).

As outras receitas correntes também apresentaram acentuado declínio, em

termos reais, em 2003 (-53,0%) e mesmo em 2004 (Tabela 1). Em termos nominais,

essas receitas crescem até 2002 e depois caem de forma acentuada nos dois anos

seguintes.

Em 2004, a economia brasileira voltou a crescer, impulsionada pela favorável

situação internacional (muita liquidez e preços das commodities em alta) e pelo

afrouxamento da política monetária na medida em que, temporariamente, os juros

nominais e reais declinaram. Em conseqüência, a receita corrente voltou a crescer

puxada especialmente pela expansão da arrecadação tributária (6,8%) e pela receita

de contribuições (16,0%). O crescimento da receita corrente não foi maior por causa

do tímido crescimento das transferências da União (2,4%), especialmente do FPE

(0,8%). As transferências de convênios que vinham apresentando uma queda

persistente desde 2001, apresentaram, em 2004, uma recuperação que em termos

relativos foi significativa, mas que agrega pouco em função de sua pequena gravitação

nas receitas correntes (1,3%).

As variações na receita corrente em Sergipe são fundamentalmente

determinadas pelas oscilações nas transferências da União, especialmente, mas não

exclusivamente do FPE. As transferências correntes respondem, em média, por cerca

de 55% das receitas correntes, sendo muito mais importante do que a receita tributária

como fonte de receita. O FPE, por sua vez, responde, por cerca de 80%, em média, do

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122

volume de transferências correntes. Portanto, a base tributária do Estado, reflexo da

sua base econômica, não é suficiente para tornar Sergipe independente das

vicissitudes macroeconômicas e da disposição política da União que afetam,

sobremodo, as transferências para o Estado. Essa dependência das finanças públicas

de Sergipe às transferências compulsórias e voluntárias do Governo Federal, introduz

uma componente exógena de instabilidade que é indesejável do ponto de vista do

planejamento. Isso fragiliza o Estado porque o expõe às variações na situação fiscal e

ao humor político da União, elemento que varia segundo a afinidade partidária, política

e ideológica entre os detentores do poder estadual e os do poder federal.

Ademais, o Governo Federal tem aumentado a participação dos tributos e

contribuições federais não compartilhados (PIS, COFINS, CSSL, etc) com os demais

entes da União no total da arrecadação em um movimento claro de reconcentração da

carga tributária, ao mesmo tempo em que concede benefícios fiscais com base nos

tributos que constituem a base das transferências compulsórias (Imposto de Renda e

IPI) para os estados e para os municípios.

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123

Tabela 1 - Sergipe: Evolução da Receita 2000 - 2004

Em R$ milhões EXERCÍCIOS DISTRIBUIÇÃO RELATIVA VARIAÇAÕ ANUAL (EM %)

RECEITAS 2000 2001 2002 2003 2004 2000 2001 2002 2003 2004 2000-01 2001-02 2002-03 2003-04 2000-04

RECEITAS CORRENTES 2.147,6 2.260,5 2.589,5 2.268,8 2.382,1 100 100 100 100 100 5,3 14,6 (12,4) 5,0 2,6 RECEITA TRIBUTÁRIA 914,7 962,9 973,1 919,5 982,4 42,6 42,6 37,6 40,5 41,2 5,3 1,1 (5,5) 6,8 1,8

Impostos 910,5 953,3 969,8 915,7 977,6 42,4 42,2 37,5 40,4 41,0 4,7 1,7 (5,6) 6,8 1,8 ICMS 820,1 859,2 892,4 821,1 860,7 38,2 38,0 34,5 36,2 36,1 4,8 3,9 (8,0) 4,8 1,2 IPVA 22,4 23,0 23,3 22,0 28,8 1,0 1,0 0,9 1,0 1,2 2,7 1,2 (5,8) 31,1 6,4 Outros 68,0 71,1 54,1 72,6 88,1 3,2 3,1 2,1 3,2 3,7 4,6 (23,9) 34,2 21,3 6,7

Taxas 4,1 9,6 3,3 3,8 4,8 0,2 0,4 0,1 0,2 0,2 133,7 (66,1) 17,2 26,3 4,1 RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES 193,9 191,0 225,1 186,0 215,6 9,0 8,4 8,7 8,2 9,1 (1,5) 17,8 (17,4) 16,0 2,7 RECEITA PATRIMONIAL 22,7 25,5 28,2 39,2 44,6 1,1 1,1 1,1 1,7 1,9 12,3 10,5 39,1 13,7 18,4 RECEITA AGROPECUÁRIA 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - - - 0,0 RECEITA INDUSTRIAL 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - - - 0,0 RECEITA DE SERVIÇOS 33,4 37,9 30,5 82,6 79,4 1,6 1,7 1,2 3,6 3,3 13,7 (19,7) 171,0 (3,9) 24,2 TRANSFERÊNCIAS CORRENTES 1.183,5 1.249,0 1.531,0 1.245,9 1.277,0 55,1 55,3 59,1 54,9 53,6 5,5 22,6 (18,6) 2,5 1,9

Transferências da União 1.104,6 1.202,5 1.325,6 1.083,9 1.110,2 51,4 53,2 51,2 47,8 46,6 8,9 10,2 (18,2) 2,4 0,1 Cota FPE 1.002,2 1.068,7 1.165,2 987,2 994,6 46,7 47,3 45,0 43,5 41,8 6,6 9,0 (15,3) 0,8 (0,2) Cota IPI-EXPORTAÇÂO 2,4 2,1 1,7 1,0 1,3 0,1 0,1 0,1 0,0 0,1 (12,7) (18,1) (41,7) 27,6 (14,6)

LC 87/96 8,6 10,3 10,0 6,6 6,4 0,4 0,5 0,4 0,3 0,3 19,3 (2,8) (33,6) (3,6) (7,2) Transf. Ext. de Petróleo 48,5 48,5 53,5 60,7 63,7 2,3 2,1 2,1 2,7 2,7 0,2 10,2 13,6 4,8 7,1

Outras transferências 42,9 72,9 95,2 28,4 44,3 2,0 3,2 3,7 1,3 1,9 69,9 30,6 (70,2) 56,1 0,8 Transferências

Multigovernamentais 0,0 0,0 169,2 137,4 135,5 0,0 0,0 6,5 6,1 5,7 - - (18,8) (1,4) 0,0 Transferências de Convênios 78,9 46,5 36,2 24,6 31,3 3,7 2,1 1,4 1,1 1,3 (41,1) (22,1) (32,2) 27,4 (20,6)

OUTRAS RECEITAS CORRENTES 44,9 55,5 82,3 38,7 31,5 2,1 2,5 3,2 1,7 1,3 23,4 48,5 (53,0) (18,4) (8,5) DEDUÇÕES DA RECEITA 245,5 261,4 280,8 243,1 248,5 11,4 11,6 10,8 10,7 10,4 6,5 7,4 (13,4) 2,2 0,3

RECEITA DE CAPITAL 217,2 145,1 157,7 28,2 149,9 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 (33,2) 8,7 (82,1) 432,5 (8,9)

Op. de Crédito 49,6 27,1 35,3 15,3 109,6 22,8 18,7 22,4 54,4 73,1 (45,4) 30,3 (56,6) 615,4 21,9 Op. de Crédito Internas 25,5 20,7 24,5 1,8 75,3 11,8 14,2 15,5 6,3 50,2 (19,1) 18,6 (92,8) 4.175,0 31,0 Op. de Crédito Externas 24,1 6,4 10,8 13,6 34,4 11,1 4,4 6,9 48,2 22,9 (73,3) 67,7 25,6 153,5 9,3

Alienação de Bens 61,9 0,7 1,8 0,0 0,1 28,5 0,5 1,1 0,1 0,1 (98,9) 158,0 (99,2) 610,2 (79,9) Amortização de Empréstimos 1,4 0,5 0,5 0,0 0,0 0,7 0,3 0,3 0,0 0,0 (66,6) 5,4 - - (100,0) Transferências de Capital 102,6 115,8 119,7 12,5 39,8 47,2 79,8 75,9 44,5 26,6 12,9 3,4 (89,5) 217,6 (21,1) Outras Receitas de Capital 1,6 1,0 0,3 0,3 0,4 0,8 0,7 0,2 1,0 0,2 (39,8) (66,3) (17,9) 31,6 (31,6)

TOTAL DAS RECEITAS 2.364,8 2.405,5 2.747,1 2.296,9 2.532,1 100 100 100 100 100 1,7 14,2 (16,4) 10,2 1,7 Fonte: Secretaria da Fazenda de Sergipe - Nota: os valores estão deflacionados pelo IGP-DI a preços de 2004

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124

ii) Receita de Capital

As receitas de capital, em 2003, declinaram (-82,1%) arrastadas pela brusca

variação nas transferências de capital (89,5%) quase toda originada de convênios com

a União. A recuperação na receita de capital, em 2004, deve-se, especialmente às

operações de crédito, sobremodo as internas, e a elevação das transferências de

capital. Tanto em termos nominais quanto reais, fica claro que, ao longo do período

como um todo, as variações nas receitas de capital são determinadas pelas operações

de crédito e pelas transferências de capital da União. Uma vez que receitas de capital

são vinculadas às despesas de capital, especialmente investimentos, o poder de

investir do Estado depende, de um lado, da União e, de outro, dos organismos

nacionais e internacionais de financiamento. A capacidade do Estado de Sergipe de

financiar as despesas de capital com poupança corrente será avaliada mais adiante.

As receitas de capital, em geral, oscilam freqüentemente porque dependem

não somente das transferências da União, mas da capacidade do Estado de obter

recursos via operações de credito e/ou alienação de ativos. Ambas não têm caráter

contínuo porque dependem de negociações, regulações e do mercado.

3.2. - Despesas Totais

As despesas, correntes e de capital, cresceram no seu conjunto de R$ 2.468,7

para R$ 2.532,0 milhões, uma variação real de apenas 2,56% no período 2000-2004

(Tabela 2). A despeito da crise energética de 2001, as despesas totais cresceram

5,7% para depois desacelerar essa expansão para 2,4% em 2002.Acompanhando o

movimento da receita, as despesas totais caíram em 2003 cerca de 13%, em termos

reais, para se recuperar parcialmente, em 2004, com um crescimento de 8,9%. As

despesas correntes respondem por mais de quatro quintos das despesas totais,

variando essa participação de um mínimo de 80,6%, em 2000, para um máximo de

88,7%, em 2003.

i) Despesas Correntes

As despesas correntes apresentaram variações significativas, em termos reais,

durante o período 2000-2004, acompanhando a evolução da receita (Tabela 2). O

crescimento variou de 14% positivo em 2001, ano da crise energética, para 9,2%

negativo, em 2003, ano recessivo. O crescimento entre os extremos da série, todavia,

foi de 10,6% em termos reais, valor significativo quando medido a preços constantes

de 2004. A preços históricos, entretanto, as despesas correntes cresceram

substancialmente (86%) entre 2000 e 2004 (Tabela 30 do Anexo Estatístico).

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O principal componente das despesas correntes é o gasto com pessoal e

encargos que responde por cerca da metade das despesas totais e por quase 57%,

em média, das despesas correntes. O gasto com este item apresentou, inclusive, um

crescimento significativo durante o período, à exceção de 2003, quando recuou 9,2%

em termos reais. Do ponto de vista macroeconômico, entretanto, os gastos com

pessoal, medido em termos reais, aferem somente o poder aquisitivo dos salários. O

valor nominal, do ponto das finanças públicas, é o que importa. Pode-se observar na

Tabela 2 do Anexo que as despesas nominais com pessoal e encargos, de fato,

cresceram ao longo de todo o período, inclusive entre 2003 e 2002. Os gastos com

pensões e aposentadorias respondem, em média, por cerca de 26% dos gastos com

pessoal, valor não desprezível dependendo do seu ritmo de crescimento e do perfil

etário dos funcionários do Estado, determinante do passivo atuarial.

Os juros e encargos da divida cresceram em 2001 e 2002 e caíram nos dois

últimos anos. Na verdade, Sergipe pagou menos juros, em termos reais, em 2004, do

que em qualquer outro ano da série. Todavia, em termos nominais os juros e encargos

da dívida cresceram ao longo do período (Tabela 30 do Anexo Estatístico). Esse

componente participa com cerca de 4,3%, em média, nas despesas correntes.

O custeio governamental, líquido da cota-parte dos municípios, manifesta-se no

item “outras despesas correntes” que participa com 26,4%, em média, no total das

despesas correntes. Esse item apresentou variações, em termos reais, importantes

durante o período como pode observar-se na Tabela 2. Todavia, cresceu quase 10%,

em termos reais, entre 2000 e 2004 a despeito de terem declinado em 2001 e 2002.

Esse componente, entretanto, apresentou variações nominais positivas durante todo o

período. De fato, entre os extremos da série o crescimento foi de quase 85% a preços

correntes.

Observa-se, por conseguinte, um crescimento nominal significativo dos gastos

correntes, especialmente aqueles realizados com pessoal e com o custeio do setor

público estadual.

ii) Despesas de Capital

As despesas de capital sofreram variações bruscas a preços constantes

(Tabela 2) e também quando medida a preços correntes (Tabela 30 do Anexo

Estatístico). Os investimentos, em primeiro lugar, e as inversões financeiras

secundariamente respondem por quase toda a variação. A amortização da divida,

refletindo os dispositivos contratuais, apresenta variações mais suaves que

acompanha as variações da receita.

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126

Os investimentos declinaram ao longo do período, sendo, em 2004, inferior em

60,7%, em termos reais, ao valor de 2000. Essa queda é menos acentuada a preços

correntes, mas, ainda, significativa (34,0%). O fato é que Sergipe perdeu ao longo do

período capacidade de investimento que respondia, em 2000, por 62% das despesas

de capital, e declinou, em 2004, para 35,5%. Como proporção das despesas totais, os

investimentos caíram quase um terço entre 2000 e 2004.

É preciso avaliar se as despesas de capital foram também financiadas com

poupança corrente, o que ver-se-á a seguir.

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127

Tabela 2 - Sergipe: Evolução das Despesas (2000-2004)

Em R$ milhões EXERCÍCIOs DISTRIBUIÇÃO RELATIVA VARIAÇAÕ ANUAL (EM %)

DESPESAS 2000 2001 2002 2003 2004 2000 2001 2002 2003 2004

2000-01

2001-02

2002-03

2003-04

2000-04

DESPESAS CORRENTES 1.988,7 2.266,3 2.269,3 2.061,3 2.200,7 80,6 86,8 84,9 88,7 86,9 14,0 0,1 (9,2) 6,8 2,6

PESSOAS E ENGARGOS SOCIAIS 1.118,1 1.236,2 1.292,3 1.198,8 1.264,3 45,3 47,4 48,4 51,6 49,9 10,6 4,5 (7,2) 5,5 3,1

Pessoal/Ativo 703,1 781,8 810,5 746,9 791,8 28,5 30,0 30,3 32,1 31,3 11,2 3,7 (7,8) 6,0 3,0

Aposentados/Pensionistas 313,3 314,0 330,8 303,4 315,7 12,7 12,0 12,4 13,1 12,5 0,2 5,4 (8,3) 4,1 0,2

Contrib. p/ Entidades Fech. de Previd. 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - - - 0,0

Salário Família 1,9 1,8 1,6 1,4 1,3 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 (6,1) (14,2) (7,6) (8,0) (9,0)

Obrigações Patronais 82,0 79,8 95,8 85,9 101,2 3,3 3,1 3,6 3,7 4,0 (2,7) 20,1 (10,4) 17,8 5,4

Outras 17,7 58,8 53,6 61,3 54,8 0,7 2,3 2,0 2,6 2,2 232,4 (8,9) 14,3 (10,5) 32,7

JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA 93,0 99,1 103,2 90,4 82,9 3,8 3,8 3,9 3,9 3,3 6,6 4,1 (12,4) (8,3) (2,8)

OUTRAS DESPESAS CORRENTES 777,5 930,9 873,8 772,1 853,5 31,5 35,7 32,7 33,2 33,7 19,7 (6,1) (11,6) 10,5 2,4

Serv. de Terc. - Pessoa Jurídica 172,8 220,7 238,8 212,2 207,5 7,0 8,5 8,9 9,1 8,2 27,7 8,2 (11,1) (2,2) 4,7

Material de Consumo 72,1 86,6 88,8 87,2 100,1 2,9 3,3 3,3 3,7 4,0 20,1 2,6 (1,9) 14,9 8,5

Despesas de Exercício Anteriores 46,5 62,6 34,4 23,9 35,5 1,9 2,4 1,3 1,0 1,4 34,6 (45,2) (30,6) 48,8 (6,5)

Cota-Parte dos Municípios 229,4 337,4 256,4 234,2 253,1 9,3 12,9 9,6 10,1 10,0 47,0 (24,0) (8,6) 8,1 2,5

Outras Despesas Correntes 256,6 223,6 255,5 214,7 260,3 10,4 8,6 9,6 9,2 10,3 (12,8) 14,2 (16,0) 21,3 0,4 DESPESAS DE CAPITAL 480,0 343,2 402,5 263,0 331,3 19,4 13,2 15,1 11,3 13,1 (28,5) 17,3 (34,7) 26,0 (8,9)

INVESTIMENTOS 299,9 222,3 217,1 93,2 117,6 12,1 8,5 8,1 4,0 4,6 (25,9) (2,4) (57,1) 26,1 (20,9)

INVERSÕES FINANCEIRAS 119,2 46,1 99,3 93,7 136,4 4,8 1,8 3,7 4,0 5,4 (61,3) 115,5 (5,6) 45,6 3,4

AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA 60,9 74,7 86,1 76,1 77,3 2,5 2,9 3,2 3,3 3,1 22,7 15,2 (11,6) 1,6 6,1

TOTAL DAS DESPESAS 2.468,7 2.609,4 2.671,8 2.324,3 2.532,0 100 100 100 100 100 5,7 2,4 (13,0) 8,9 0,6 Fonte: Secretaria da Fazenda de Sergipe

Nota: os valores em R$ estão inflacionados pelo IGP-DI a preços de 2004

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128

3.3. - Balanço Nominal, Corrente e de Capital

O balanço corrente, diferença entre receitas e despesas correntes, consta da

Tabela 3. Observe-se que, à exceção do ano de 2001, gerou-se poupança corrente

em todos os anos da série. O déficit corrente de 2001, ano em que a crise na oferta de

energia gerou estrangulamentos no setor produtivo e na arrecadação do ICMS, não se

reproduziu em 2003, outro ano de crise agora motivada pelo ajuste fiscal e pela

política monetária restritiva do primeiro ano do novo governo. Não deve passar

desapercebido que o déficit de 2001 foi relativamente pequeno em termos nominais e

que, no ano seguinte, observou-se o maior superávit corrente do período.

O balanço de capital foi deficitário em todos os anos, especialmente em 2003

quando escassearam as transferências de capital da União. O déficit nos demais anos

foi, em parte, financiado, pela poupança corrente. Mesmo assim, só em 2002 é que a

poupança corrente foi suficiente para financiar o déficit de capital. Em 2004, os dois

saldos, correntes e de capital, foram praticamente iguais, zerando o balanço nominal

(receitas menos despesas totais). Por essa razão, como pode se observar na Tabela

3, o balanço nominal só foi positivo em 2002. Em 2004, ele foi praticamente nulo.

Tabela 3

Sergipe: Evolução do Balanço Nominal Corrente e de Capital

(2000-2004) E X E R C Í C I O

Balanço 2000 2001 2002 2003 2004

Receita Corrente - Despesas Correntes 94.417 (3.814) 238.309 189.621 181.407

Receita de Capital - Despesas de Capital (156.187) (129.909) (182.231) (214.667) (181.382)

Receita Total - Despesa Total (61.770) (133.723) 56.078 (25.046) 25 Fonte: Secretaria da Fazenda de Sergipe Nota: os valores em R$ mil estão inflacionados pelo IGP-DI a preços de 2004

3.4. - Divida Pública

Os dados da Tabela 4 evidenciam a estrutura e a evolução da divida pública

contabilizada em 31 de dezembro de cada ano. Observe-se que, em torno de dois

terços da divida pública é interna e de caráter contratual. A divida externa respondeu,

em média, por quase 7,0% da divida total. O Governo de Sergipe tem recorrido mais

ao crédito doméstico ou encontrado mais facilidades para contratar financiamentos

internos do que negociado operações externas de crédito. A divida flutuante, por sua

vez, é pouco representativa (Tabela 4) e as provisões para garantias montam a quase

um quinto do estoque da divida;

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129

Em termos reais, a divida consolidada bruta caiu ano a ano entre 2000 e 2004

apresentando variações que, no acumulado, significaram um decréscimo no seu

estoque da ordem de 27,5%. Essa queda ocorreu tanto no que diz respeito a divida

interna quanto externa. Descontados os ativos financeiros, a divida consolidada, em

termos líquidos, caiu de forma ainda mais acentuada (-31,5%) durante o período 2000-

2004. Em termos correntes, a divida cresceu lentamente conforme os números

constantes da Tabela 31 do Anexo Estatístico. De fato, o estoque da divida, a preços

correntes, calculada em 31 de dezembro cresceu de R$ 1.420,6 para R$ 1.637,7

milhões entre 2000 e 2004, uma variação de apenas 15,2% em cinco anos.

Sergipe, por conseguinte, não é um Estado que esteja fortemente endividado.

O estoque da sua divida não é elevado face ao seu nível de receita que tem evoluído

favoravelmente em termos reais. Todavia, a situação financeira do Estado é mais bem

avaliada ao se analisar o estoque da divida em relação à receita corrente liquida bem

como outros parâmetros fiscais que estão estabelecidos na legislação brasileira.

3.5. - Cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)

Os dados da Tabela 5 mostram os limites da LRF e de como Sergipe vem se

ajustando aos parâmetros definidos na legislação. No que diz respeito aos limites de

despesa com pessoal, o Estado, no seu conjunto, tem se situado abaixo do limite

máximo de 60% da Receita Corrente Líquida (RCL). De fato, ao longo do período sob

análise, o comprometimento da RCL em gastos com pessoal tem oscilado sempre um

pouco abaixo do limite superior, mas, nos anos extremos, evidencia uma queda de

1,62 pontos percentuais.

O Executivo, em todo o período, tem permanecido abaixo do seu limite de 49%.

Todavia, em 2001 e 2003, o Executivo sergipano se situou um pouco acima do limite

prudencial de 46,55% (95% de 49%). Entre os demais Poderes, apenas o Legislativo

tem se mantido sistematicamente acima do seu limite máximo de 3% da RCL. Em

2004, os gastos do Legislativo sergipano com pessoal comprometeram 5,49% da RCL,

quase o dobro do permitido pela LRF. O Judiciário, cujo limite é 6,0%, tem respeitado

o teto ditado pela LRF em todos os anos. No caso do Ministério Público, apenas em

2004 é que o valor dos gastos com pessoal daquele poder superou o limite de 2,0% da

RCL.

Em geral, Sergipe tem demonstrado capacidade para manter os seus gastos

com pessoal dentro dos limites da legislação. Entre os Poderes, apenas o Legislativo

vem descumprindo sistematicamente a legislação e o Ministério Público apenas o

descumpriu no último ano da série sob análise.

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130

A Divida Consolidada líquida vem se mostrando sistematicamente abaixo do

dobro da RCL, limite definido pela LRF. Na verdade, a partir de 2002, o estoque da

divida tem sido inferior a RCL do exercício. Em 2004, a divida sergipana consolidada e

em termos líquidos representava apenas 80% da RCL. Como afirmado anteriormente

Sergipe tem uma divida relativamente pequena em comparação com a sua receita.

A LRF determina que as garantias não podem exceder 22% da RCL. Sergipe

só obedeceu a este limite a partir de 2002 porque a RCL cresceu e não porque o

valor nominal das garantias tenha diminuído substancialmente (Tabela 5).

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131

Tabela 4 - sergipe: Evolução da Dívida pública (2000-2004)

Em R$ milhões EXERCICIO DISTRIBUIÇÃO RELATIVA VARIAÇÃO ANUAL (EM %)

Variáveis 2000 2001 2002 2003 2004 2000 2001 2002 2003 2004

2001-2000

2002-2001

2003-2002

2004-2003

2000-04

Dividas

Interna 1.733,1 1.646,9 1.642,5 1.364,4 1.330,3 67,5 69,1 72,0 71,6 71,5 (5,0) (0,3) (16,9) (2,5) (6,4)

Tesouro Nacional 606,3 538,4 474,4 371,2 313,2 23,6 22,6 20,8 19,5 16,8 (11,2) (11,9) (21,8) (15,6) (15,2) Lei 9.496/97 STN/COAFI 758,5 746,7 786,4 691,3 695,4 29,6 31,3 34,5 36,3 37,4 (1,6) 5,3 (12,1) 0,6 (2,1)

Lei 9.496/97 CONTA GRÁFICA - - - - - - - - - - - - - - -

Bancos - - - - - - - - - - - - - - -

Caixa Econômica Federal 68,6 69,9 77,5 55,4 120,7 2,7 2,9 3,4 2,9 6,5 1,9 10,9 (28,5) 118,0 15,2 Banco do Brasil 82,6 87,8 67,5 47,1 35,9 3,2 3,7 3,0 2,5 1,9 6,4 (23,1) (30,2) (23,8) (18,8)

BNDES 25,6 18,4 23,9 15,3 9,4 1,0 0,8 1,0 0,8 0,5 (28,3) 30,1 (35,8) (39,0) (22,3)

BNB 94,1 106,8 138,6 86,8 69,3 3,7 4,5 6,1 4,6 3,7 13,6 29,7 (37,4) (20,2) (7,4)

FINEP - - - - - - - - - - - - - - - Outras Dívidas 97,5 78,9 74,1 97,2 86,4 3,8 3,3 3,2 5,1 4,6 (19,0) (6,0) 31,1 (11,1) (3,0)

Externa 150,4 154,5 193,8 127,2 125,9 5,9 6,5 8,5 6,7 6,8 2,8 25,4 (34,4) (1,0) (4,3)

Pro-Sertão FIDA 33,5 38,8 50,7 29,9 21,7 1,3 1,6 2,2 1,6 1,2 15,8 30,6 (41,1) (27,4) (10,3)

Pobreza Rural BIRD 116,9 115,7 143,1 97,3 104,2 4,6 4,9 6,3 5,1 5,6 (1,0) 23,7 (32,0) 7,1 (2,8) Dívida Flutuante 83,1 48,8 10,0 60,1 92,0 3,2 2,0 0,4 3,2 4,9 (41,3) (79,5) 499,8 53,0 2,5

Garantias 599,5 534,6 435,7 352,7 313,1 23,4 22,4 19,1 18,5 16,8 (10,8) (18,5) (19,0) (11,3) (15,0)

Dívida Consolidada Bruta 2.566,1 2.384,8 2.282,0 1.904,4 1.861,2 100 100 100 100 100 (7,1) (4,3) (16,5) (2,3) (7,7)

Ativo Financeiro 175,4 193,0 213,4 198,9 223,5 7,3 8,8 10,3 11,7 13,6 10,0 10,6 (6,8) 12,4 6,2

Dívida Consolidada Líquida 2.390,7 2.191,8 2.068,6 1.705,6 1.637,8 (8,3) (5,6) (17,5) (4,0) (9,0) Fonte: Secretaria do Estado de Sergipe

Nota: os valores em R$ milhões estão inflacionados pelo IGP-DI a preços de 2004

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132

O baixo endividamento de Sergipe também se revela na proporção da RCL que

é gasta com os serviços da divida, entendido neste conceito não apenas o pagamento

de juros e demais encargos, mas também a amortização do principal. O limite para os

serviços da divida é de 11,5% da RCL. Em todos os anos este comprometimento

situou-se entre 7,5% e 8,5% da RCL. Outro parâmetro que revela o baixo

endividamento de Sergipe é o percentual das receitas de operação de crédito em

cada exercício como uma percentagem da RCL no mesmo exercício. O limite da LRF

é 16% da RCL: ao longo do período este percentual variou entre um mínimo de 0,8%,

em 2003, a um máximo de 5,37% em 2004, em decorrência de uma nova operação de

crédito contratada junto a CEF.

Portanto, o Governo de Sergipe cumpriu essencialmente os principais limites

definidos pela LRF e legislação complementar. Reitera-se, entretanto, que o Poder

Judiciário tem se situado fora dos seus limites de gasto com pessoal. Esse

descumprimento, todavia, não tem prejudicado o Estado no que diz respeito ao limite

global de gastos com pessoal.

3.6. - Sumário da Gestão Fiscal

Os dados constantes da Tabela 6 mostram os principais itens de gasto do

Governo como uma proporção da RCL. Observe-se que em todos os anos da série, a

soma dos principais gastos excede a RCL. Esse excesso situou-se na ordem de 4,25

a 4,6% nos anos de 2000 e 2001. Nos dois anos seguintes, esse excedente reduziu-se

para 3% e 1%.Todavia, voltou a se elevar em 2004 quando alcançou quase 5,0% da

RCL. Destaque-se que todos os gastos tomados como uma proporção da RCL,

subiram durante o período 2000-2005 exceto investimentos. De fato, tendo como

referência os anos extremos da série, os gastos com pessoal elevaram-se de 54,90%

para 61,9%57; os relativos ao serviço da divida elevaram-se discretamente de 7,6%

para 7,8%, embora nos anos intermediários tenha atingido até 8,4%; e o custeio do

governo aumentou de 26,9% para 29,4%. Os investimentos como uma proporção da

RCL, todavia, caíram substancialmente entre 2000 e 2004. De fato, essa proporção

caiu de 14,7%, em 2000, para apenas 5,8%, em 2004, tendo sido ainda menor no ano

anterior.

Por conseguinte, observa-se um aumento nos gastos do governo com pessoal

e custeio, uma certa estabilidade nas despesas com os serviços da divida e uma

57

Os critérios para contabilizar os gastos com pessoal para efeito do cômputo dos limites da LRF são diferentes daqueles utilizados para a gestão orçamentária e financeira. Por conseguinte, os valores referentes a gastos com pessoal constantes das Tabelas 5 e 6 são diferentes embora sejam relativamente próximos.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

133

queda significativa dos investimentos. Isso significa que o Governo de Sergipe está

reduzindo os seus investimentos tanto em termos absolutos quanto em proporção da

RCL, a despeito de ter sido capaz de gerar poupança corrente em quatro dos cinco

anos da série. Adicione-se que mesmo tendo comprometido investimentos com

aumentos do gasto corrente, o Governo do Estado tem se endividado relativamente

pouco.

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134

Tabela 5 - Sergipe: Limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (2000-2004)

Em R$ milhões 2000 2001 2002 2003 2004

RUBRICAS LIMITE LEGAL %RCL VALOR %RCL VALOR %RCL VALOR %RCL VALOR %RCL VALOR %RCL

Despesa com Pessoal ≤ 60 692,4 57,3 813,1 58,3 945,1 56,4 1.069,1 59,2 1.136,5 55,6

Executivo ≤ 49 552,5 45,7 661,5 47,4 771,5 46,1 857,7 47,5 877,5 43,0

Legislativo ≤ 3 55,7 4,6 61,4 4,4 72,3 4,3 88,6 4,9 112,1 5,5

Judiciário ≤ 6 63,2 5,2 66,9 4,8 75,6 4,5 89,0 4,9 102,5 5,0

Ministério Público ≤ 2 21,1 1,7 23,3 1,7 25,8 1,5 33,8 1,9 44,4 2,2

Dívida Consolidada Líquida ≤ 200 1.420,6 117,5 1.437,4 103,0 1.539,8 91,9 1.559,0 86,4 1.637,8 80,2

Total de Garantias ≤ 22 356,3 29,5 350,6 25,1 324,3 19,4 322,4 17,9 313,1 15,3

Receita de Operações de Crédito ≤ 16 29,5 2,4 17,8 1,3 26,3 1,6 14,0 0,8 109,6 5,4

Serviços da Dívida ≤ 11,50 91,5 7,6 114,0 8,2 141,0 8,4 152,2 8,4 160,2 7,8

RCL no Exercício Fiscal (Montante) 1.209,4 - 1.395,9 - 1.674,7 - 1.805,5 - 2.043,1 -

Fonte: Secretaria da Fazenda de Sergipe

Nota valores em R$ milhões a preços correntes

Tabela 6 - Sergipe: Sumário da Gestão Fiscal 2000-2004 2000 2001 2002 2003 2004 Descrição

Absol. % Absol. % Absol. % Absol. % Absol. % 1. Pessoal e encargos sociais 664,4 54,9 810,7 58,1 961,9 57,4 1.095,8 60,7 1.264,7 61,9 2. Serviços da Dívida (juros + encargos + amortizações) 91,5 7,6 114,0 8,2 140,8 8,4 152,1 8,4 160,2 7,8 3. Outras despesas correntes (exceto cota parte dos municípios) 325,7 26,9 389,3 27,9 459,6 27,4 491,6 27,2 600,4 29,4 4. Investimentos 178,2 14,7 145,8 10,4 161,6 9,6 85,2 4,7 117,6 5,8 5. Receita Corrente Líquida 1.209,4 104,2 1.395,9 104,6 1.674,7 102,9 1.805,5 101,1 2.043,1 104,9 Fonte: Secretaria da Fazenda de Sergipe

Nota: os valores em R$ milhões estão a preços correntes

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

135

3.7. - O Programa de Ajuste Fiscal

Sergipe está implementando um Programa de Reestruturação e Ajuste Fiscal

em contrapartida ao refinanciamento de sua divida nos termos Lei 9.496/97. Neste

sentido, o Estado tem metas no que diz respeito a: i) a relação Divida Financeira

/Receita Líquida Real; ii) resultado primário; iii) despesa com o funcionalismo público;

iv) arrecadação própria; v) a relação Investimentos / Receita Líquida Real, e: v) a

realização da Reforma do Estado, Ajuste Patrimonial e Alienação de Ativos. Essa

última meta é qualitativa, referindo-se ao alcance de compromissos assumidos pelo

Governo de Sergipe junto ao Tesouro Nacional para modernizar o setor público

estadual. Só existem informações que avaliem o Programa de Ajuste Fiscal (PAF) de

Sergipe para o ano de 2004.

A partir de 2000, o Governo do Estado procurou reverter os resultados

deficitários de anos anteriores. Em 2001, o Estado gerou um resultado primário de R$

131 milhões e uma suficiência financeira de R$ 38 milhões, ou seja, após pagar juros

e amortizações e agregar o valor de operações de crédito, o Estado dispunha deste

último valor. Em 2002, o resultado primário (R$ 163 milhões) e a suficiência financeira

(R$ 54 milhões) foram ainda melhores. Em 2003, todavia, houve uma inversão de

tendência. Neste ano, o resultado primário caiu para R$ 84 milhões e o Estado

apresentou uma deficiência financeira de R$ 25 milhões. A queda no valor do

resultado primário, a subida das amortizações e uma receita menor de operações de

crédito foram determinantes destes números. Em 2004, o Estado apresentou um

superávit primário da ordem de R$ 30,6 milhões58, abaixo do previsto no PAF e

continuando a sua trajetória de queda iniciada em 2003.

No que diz respeito ao PAF de 2004, Relatório do Governo do Estado de

Sergipe indica que foram cumpridas as metas: i) Relação Dívida/RLR (com meta de

menor ou igual a unidade e realizado de 0,6846) ; ii) Despesas com funcionalismo

público (meta de menor ou igual a 60% e realizado de 55,62%), e; iii) Receita de

arrecadação própria (com meta de R$ 1.218 milhões e realizado de R$ 1.269,o

milhões). Não foram cumpridas as metas relativas a: i) Resultado primário (com meta

de valor igual ou superior a R$ 60,0 milhões e realizado de R$ 30,6 milhões), e; ii)

Despesas com Investimento e Inversões/ RLR (meta de menor ou igual a 11,09% e

realizado de R$ 12,39%).

58

Embora não apresente números o Relatório do Governo do Estado afirma que a despeito do resultado primário ter sido abaixo do previsto o Estado não gerou atraso/deficiência financeira.

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136

Observe-se que há uma piora nas contas pública a partir de 2003: o resultado

primário cai a partir de 2003 enquanto a suficiência transforma-se em deficiência

financeira em 2003. Contribuiu para a queda do resultado primário, o crescimento das

despesas não financeiras, a queda nas transferências da União e, no caso do

atraso/deficiência de 2003, o aumento nos serviços e na amortização da divida que

não foram compensados quer por alienação de ativos ou por receitas derivadas de

operações de crédito.

O aumento nos gastos correntes e na folha de pessoal ocorreu às custas de

declínio no investimento público estadual, componente importante da formação bruta

de capital fixo de Sergipe e um dos determinantes do crescimento de sua economia.

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137

4 - MERCADO DE TRABALHO, EMPREGO E ALGUNS INDICADORES SOCIAIS

(1992 – 2003)

Nesta secção examinar-se-ão aspectos estruturais do mercado de trabalho de

Sergipe durante o período 1992-2003, especialmente o comportamento do emprego59.

A evolução de alguns indicadores sociais, representativos da evolução das condições

de vida dos sergipanos também será objeto de análise nesta seção. Na medida em

que a base de dados o permitir, algumas dessas informações serão regionalizadas.

4.1 - Características do mercado de trabalho e dos rendimentos da

população ocupada.

O objeto da análise é a evolução da população em idade de trabalhar (PIA), da

população economicamente ativa (PEA) e da população ocupada (PO). Com base nas

informações brutas serão calculadas e interpretadas as taxas de participação na força

de trabalho (TPFT) e as taxas de desemprego (TD) por gênero e idade. Será também

investigada a estrutura e a composição da população ocupada bem como a evolução

dos rendimentos dessa população.

4.1.1 - A Demografia da Força de Trabalho Sergipana: evolução da

PIA, da PEA e da POC

i) Evolução da PIA

A PIA conceituada como a população com 10 ou mais anos de idade

representava em 1992 um contingente de quase 1,2 milhões de pessoas, a maioria

feminina (52,0%)60. Em 2003 esse grupo elevou-se para 1,5 milhões (Vide Tabela 32

do Anexo Estatístico), aumentando discretamente a participação das mulheres na PIA

(52,6%). De fato, entre 1992 e 2003, a PIA cresceu em média 2,3% ao ano, com as

mulheres (2,4% a.a) apresentando um crescimento ligeiramente superior ao dos

homens (2,2% a.a.). As taxas de crescimento da PIA para o Brasil e Nordeste foram,

respectivamente, de 2,2% e 1,9% a.a. durante o período 1992-2003. Portanto, a PIA

sergipana cresceu um pouco mais do que a do país e da região (Tabela 1). Além

disso, o crescimento da PIA feminina de Sergipe durante o período 1992-2003 foi

próxima da média brasileira (2,3%) e bem acima da taxa média do Nordeste (1,8%).

59 As fontes de dados serão a PNAD e a RAIS. 60 A legislação brasileira não permite que menores abaixo de 14 anos trabalhem. Aqueles com 14 anos ou mais só podem trabalhar como aprendizes ou estagiários. Entre o “”de jure” e o “de facto” há, todavia, uma diferença. Apesar de condenável o trabalho infanto-juvenil é relativamente freqüente no Brasil e Sergipe (este na cultura da laranja) a despeito de ter se reduzido em anos recentes por causa de políticas públicas, especialmente o programa de erradicação do trabalho infantil (PETI). O conceito de PIA é que a população com 10 anos ou mais de idade é potencialmente mobilizável para o trabalho, embora apenas uma fração dela se engaje na PEA, quer como ocupada, quer buscando trabalho.

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138

Tabela 1

Brasil, Nordeste e Sergipe: Taxa anual de crescimento (em %)

da População em Idade Ativa - PIA por gênero

(1992 - 2003) População em Idade Ativa - PIA (%)

Regiões Total Homens Mulheres

Brasil (1) 1992 - 1999 1,9 1,9 2,0 1999 - 2003 2,7 2,6 2,7 1992 - 2003 2,2 2,2 2,3

Nordeste 1992 - 1999 1,8 1,9 1,7 1999 - 2003 2,2 2,2 2,1 1992 - 2003 1,9 2,0 1,8

Sergipe 1992-1999 1,9 2,0 1,8 1999-2003 3,0 2,5 3,4 1992-2003 2,3 2,2 2,4 Fontes: IBGE - PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 1992, 1999, 2001, 2002 e

2003.

Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.

1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

Decomposto por sub-período os resultados são bem distintos (Tabela 1). Entre

1992 e 1999, a PIA sergipana cresceu apenas 1,9% a.a. enquanto no sub-período

1999-2003 esse crescimento elevou-se substancialmente para 3,0% a.a. Essas

diferenças surgem também quando se analisa a evolução da PIA por gênero nos

mesmos sub-períodos; as mulheres em idade de trabalhar cresceram quase o dobro

no segundo sub-período (3,4% a.a.) em comparação com o primeiro (1,8% a.a.)

enquanto os homens apresentaram taxas menos díspares, embora tenham crescido

também mais no segundo sub-período (2,5% a.a.) do que no primeiro (2,0% a.a.).

Tanto no Brasil quanto no Nordeste as taxas por gênero foram maiores no segundo do

que no primeiro período. A PIA feminina brasileira em ambos os sub-períodos cresceu

um pouco acima da PIA masculina. O contrário ocorreu para a região Nordeste como

um todo. Por conseguinte, Sergipe apresenta um padrão de crescimento da PIA por

gênero, nos dois períodos, distinto daquele apresentado para a região Nordeste e na

mesma direção, mas com maior intensidade na comparação com o país.

A composição da população em idade de trabalhar por sexo não mudou

significativamente entre 1992 e 2003, situando-se a contribuição feminina entre 52% e

53% da PIA, valores, em média, acima dos apresentados para o país e para o

Nordeste nos mesmos anos (Tabela 2).

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139

Tabela 2

Brasil, Nordeste e Sergipe: Distribuição relativa da

População em Idade Ativa – PIA por gênero

(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) População em Idade Ativa – PIA (%)

Regiões Total Homens Mulheres

Brasil (1) 1992 100 48,6 51,4 1999 100 48,4 51,6 2001 100 48,2 51,8 2002 100 48,2 51,8 2003 100 48,3 51,7

Nordeste 1992 100 48,0 52,0 1999 100 48,5 51,5 2001 100 48,3 51,7 2002 100 48,5 51,5 2003 100 48,6 51,4

Sergipe 1992 100 47,9 52,1 1999 100 48,2 51,8 2001 100 47,1 52,9 2002 100 47,2 52,8 2003 100 47,3 52,7 Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003

Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.

1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

ii) Evolução da PEA

A PEA tem crescido, em média, mais do que a PIA, expressando que a taxa de

participação na força de trabalho, ou seja, a fração da PIA que está ocupada ou

procurando emprego, está se elevando. De fato, entre 1992 e 2003, a PEA sergipana

cresceu ao ritmo anual de 2,8%. O contingente de sergipanos na força de trabalho era

de 694 mil naquele ano, evoluindo para 940 mil no último ano do período (Tabela 33

do Anexo Estatístico). Esse crescimento foi bem mais significativo para as mulheres

(4,1%) do que para os homens (1,8%), Portanto, de forma semelhante ao que tem

ocorrido para o país como um todo, as mulheres vêm aumentando sua participação no

mercado de trabalho (Tabela 3). De fato, para o país como um todo, o crescimento da

PEA feminina durante o período 1992-2003 foi bem superior (2,9%) ao da masculina

(1,7%) e, em ambos os casos, acima do crescimento das respectivas populações em

idade de trabalhar. Esse aumento decorre de vários fatores, sendo a educação um dos

mais expressivos.61

61

Outros fatores associados são a menor taxa de fecundidade, aumento da produtividade das atividades domésticas, mudanças na atitude do homem com relação ao trabalho feminino, alta elasticidade da oferta de trabalhadores domésticos remunerados, segmentação do trabalho feminino em ocupações especificas,

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140

Tabela 3

Brasil, Nordeste e Sergipe: Taxa anual de crescimento (em %) da

População Economicamente Ativa - PEA por gênero

(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) População Economicamente Ativa - PEA

Regiões Total Homens Mulheres

Brasil (1) 1992 - 1999 1,8 1,3 2,5 1999 - 2003 2,9 2,3 3,6 1992 - 2003 2,2 1,7 2,9

Nordeste 1992 - 1999 1,7 1,3 2,3 1999 - 2003 1,8 1,8 1,7 1992 - 2003 1,7 1,5 2,1

Sergipe 1992 - 1999 2,6 1,8 3,7 1999 - 2003 3,2 1,9 4,8 1992 - 2003 2,8 1,8 4,1 Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003

Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.

1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

De forma semelhante ao que ocorreu na evolução da PIA, as taxas de variação

são bem distintas ao se desagregar o período 1992-2003 em dois sub-períodos: 1992-

1999 e 1999-2003 (Tabela 3). Todavia, em ambos os períodos, o crescimento da PEA

feminina foi bem superior ao da masculina. Além disso, tanto para o conjunto da PEA

quanto para os contingentes masculino e feminino, a evolução foi mais rápida no

segundo do que no primeiro período.

Para o Brasil como um todo, o crescimento da PEA por gênero foi maior no

segundo do que no primeiro período. No caso do Nordeste, todavia, isso só ocorreu

para a PEA masculina. No país, a PEA feminina expandiu-se a um ritmo superior ao

da masculina nos dois sub-períodos. Já para o Nordeste, isso só ocorreu no período

1992-1999. No segundo período, as duas taxas foram praticamente iguais para a

região como um todo. Assim como ocorreu com a PIA, no caso de Sergipe, a PEA

feminina cresceu bem acima da força de trabalho masculina nos dois sub-períodos e a

um ritmo mais intenso do que a população em idade ativa, quando comparada,

especialmente, com o país. Nesse sentido, o padrão de Sergipe assemelha-se mais

ao brasileiro do que ao nordestino; crescimento da PEA bem maior no segundo do que

no primeiro período, expansão mais rápida da força de trabalho feminina em

comparação com a masculina e um maior crescimento da PEA com relação a PIA,

denotando aumentos significativos na taxa de participação da força de trabalho. O

aumento da participação feminina parece estar vinculado não somente a aspectos

maior habilidade do trabalho feminino para o manuseio de produtos e para lidar com o atendimento ao público e maior idade ao casar.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

141

pelo lado da oferta, mas também a determinantes pelo lado da demanda. Isso será

examinado mais adiante.

Outra faceta desse comportamento diferenciado é a composição da PEA por

gênero (Tabela 4). Em 1992, 39,1% da PEA era formada por mulheres. Em 2003,

esse percentual elevou-se para 45%, uma participação mais expressiva do que a

observada para o país como um todo (42,7%) e para a região Nordeste (41,2%).

Tabela 4

Brasil, Nordeste e Sergipe: Distribuição relativa da

População Economicamente Ativa - PEA por gênero

(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) População Economicamente Ativa - PEA

Regiões Total Homens Mulheres

Brasil (1) 1992 100 60,6 39,4 1999 100 58,6 41,4 2001 100 58,1 41,9 2002 100 57,5 42,5 2003 100 57,3 42,7

Nordeste 1992 100 60,3 39,7 1999 100 58,8 41,2 2001 100 59,1 40,9 2002 100 58,9 41,1 2003 100 58,8 41,2

Sergipe 1992 100 60,9 39,1 1999 100 57,8 42,2 2001 100 57,6 42,4 2002 100 56,4 43,6 2003 100 55,0 45,0 Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003

Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.

1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

iii) Evolução da POC

A população ocupada cresceu a um ritmo, em geral, intermediário entre o

crescimento da PIA e da PEA (Tabela 5). De fato, a ocupação expandiu-se à taxa de

2,6% a.a. durante o período 1992-2003, sendo esse crescimento mais intenso no

contingente feminino (3,7%) do que no masculino (1,8%). A economia sergipana

absorvia em 1992 cerca de 645,9 mil pessoas. Esse contingente elevou-se em 2003

para 855,3 mil trabalhadores, engajados em atividades formais ou informais (Tabela

34 do Anexo Estatístico). Esse ritmo de expansão foi superior ao apresentado pela

economia brasileira (1,9%) e nordestina (1,5%) durante o mesmo período. Ademais, a

ocupação feminina também cresceu a taxas superiores à masculina tanto no país

(2,5%) quanto na região (1,9%), mas em ritmo inferior ao observado para Sergipe

(3,7%).

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

142

Tabela 5

Brasil, Nordeste e Sergipe: Taxa anual de crescimento (em %) da

População Ocupada - POC por gênero

(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) População Ocupada - POC

Regiões Total Homens Mulheres

Brasil (1) 1992 – 1999 1,3 1,0 1,9 1999 – 2003 2,8 2,3 3,6 1992 – 2003 1,9 1,5 2,5

Nordeste 1992 – 1999 1,4 1,1 1,9 1999 – 2003 1,6 1,7 1,4 1992 – 2003 1,5 1,3 1,7

Sergipe 1992 – 1999 2,3 1,6 3,3 1999 – 2003 3,1 2,1 4,5 1992 – 2003 2,6 1,8 3,7 Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003

Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.

1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

Na decomposição por sub-período, observa-se que a ocupação em Sergipe

cresceu mais no segundo do que no primeiro período e que, em ambos os períodos, a

ocupação feminina expandiu-se a uma taxa superior a masculina (Tabela 5). Esse

comportamento repete-se para o Brasil nos dois sub-períodos e para o Nordeste

apenas no primeiro período. No segundo período, a ocupação masculina no Nordeste

cresce a um ritmo superior a feminina. Sergipe, por conseguinte, foge ao padrão

nordestino observado nesse período, conformando-se mais àquele observado para o

país como um todo; as taxas de crescimento da população ocupada em Sergipe

foram, para homens e mulheres nos dois sub-períodos, bem acima das observadas

para o país e a região.

A composição por sexo da ocupação evidencia o crescimento do contingente

feminino que, em 1992, participava com apenas 38,6% - percentual inferior a média

brasileira e regional naquele ano - na ocupação e, em 2003, elevou sua

representatividade para 43,6%, percentual superior ao observado, naquele ano, para o

Brasil e para o Nordeste (Tabela 6).

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

143

Tabela 6

Brasil, Nordeste e Sergipe: Distribuição relativa da

População Ocupada - POC por gênero

(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) População Ocupada - POC

Regiões Total Homens Mulheres

Brasil (1) 1992 100 61,2 38,8 1999 100 59,7 40,3 2001 100 59,3 40,7 2002 100 58,7 41,3 2003 100 58,5 41,5

Nordeste 1992 100 60,9 39,1 1999 100 59,6 40,4 2001 100 60,2 39,8 2002 100 60,0 40,0 2003 100 60,0 40,0

Sergipe 1992 100 61,4 38,6 1999 100 58,7 41,3 2001 100 59,7 40,3 2002 100 58,1 41,9 2003 100 56,4 43,6 Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003

Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.

1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

4.1.2 - Evolução da Desocupação

A desocupação cresceu 5,3% ao ano entre 1992 e 2003, sendo que neste caso

o crescimento foi maior no primeiro (6,3%) do que no segundo sub-período (3,4%). Em

1992, o número de desocupados, entendido como aquele contingente que estava

ativamente procurando trabalho, foi da ordem de 48,1 mil pessoas. Em 1999, o

número de desocupados elevou-se para 74 mil e, em 2003, alcançou cerca de 84,6 mil

pessoas (Tabela 35, do Anexo Estatístico). No corte por gênero, observa-se que a

desocupação feminina expandiu-se nos dois sub-períodos a uma taxa bem superior ao

da desocupação masculina (Tabela 7).

De fato, entre 1999 e 2003, o desemprego masculino chegou a cair enquanto o

feminino crescia a uma taxa de 7,1% ao ano. O fato de a desocupação feminina

expandir-se rapidamente significa que contingentes crescentes de mulheres vêm

procurando emprego, estimuladas provavelmente por ganhos de escolaridade e por

outros fatores que estimulariam a oferta de e a demanda por trabalho feminino,

conforme mencionou-se anteriormente. Para o Brasil e Nordeste, o crescimento da

desocupação foi também maior no primeiro do que no segundo período e, também,

maior para as mulheres do que para os homens.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

144

Tabela 7

Brasil, Nordeste e Sergipe: Taxa anual de crescimento (em %) da

População Desocupada por gênero

(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) População Desocupada

Regiões Total Homens Mulheres

Brasil (1) 1992 - 1999 7,6 6,5 8,7 1999 - 2003 3,1 2,0 4,1 1992 - 2003 6,0 4,9 7,0

Nordeste 1992 - 1999 5,6 4,9 6,3 1999 - 2003 3,9 2,7 5,1 1992 - 2003 5,0 4,1 5,8

Sergipe 1992 - 1999 6,3 4,6 8,3 1999 - 2003 3,4 (1,0) 7,1 1992 - 2003 5,3 2,5 7,8 Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003

Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.

1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

Esses resultados aparentemente contrastam com o desempenho da economia

sergipana que cresceu menos no segundo período (2,3%) do que no primeiro (3,1%).

A conciliação entre as taxas de crescimento da desocupação e do PIB estadual

ocorreria ao se admitir que, em períodos de maior dinamismo econômico, aumentaria

a desocupação porque se elevaria a busca por emprego, cuja probabilidade de

sucesso é maior quando a economia está apresentando crescimento mais vigoroso.

A busca por trabalho é mais representativa no contingente feminino. É

emblemático que a participação das mulheres entre os desocupados eleve-se de

45,3%, em 1992, para 59,1%, em 2003 (Tabela 8). Essa participação foi inferior a

observada, em 2003, para o Brasil (54,0%) e para o Nordeste (53,6%). No inicio do

período (1992) a participação das mulheres sergipanas entre os desocupados (45,3%)

era inferior a do país (48,5%) e a da região (48,9%). Por conseguinte, as mulheres

avançaram em termos de participação no total da PEA e em termos de participação no

total do contingente feminino em idade de trabalhar, mas apresentam uma dificuldade

bem acima da média da população e dos homens, em particular, de obterem uma

ocupação.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

145

Tabela 8

Brasil, Nordeste e Sergipe: Distribuição relativa da

População Desocupada por gênero

(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) População Desocupada

Regiões Total Homens Mulheres

Brasil (1) 1992 100 51,5 48,5 1999 100 48,0 52,0 2001 100 46,8 53,2 2002 100 46,3 53,7 2003 100 46,0 54,0

Nordeste 1992 100 51,1 48,9 1999 100 48,8 51,2 2001 100 46,8 53,2 2002 100 47,5 52,5 2003 100 46,4 53,6

Sergipe 1992 100 54,7 45,3 1999 100 48,7 51,3 2001 100 41,2 58,8 2002 100 41,8 58,2 2003 100 40,9 59,1 Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003 Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.

1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

4.1.3 - Evolução da Taxa de Participação no Mercado de Trabalho

(TPFT)

A TPFT elevou-se de 58,5 para 61,7 entre 1992 e 2003 com um movimento de

recuo para a taxa masculina e de subida para a feminina (Tabela 9). De fato, durante

esse período a TPFT masculina caiu de 74,3 para 71,7 (com um inexplicável 73,4 em

2002) enquanto a TPFT feminina elevou-se de 43,8 em 1992 para 50,0 em 1999,

oscilando discretamente em 2001 e 2002 e estabilizando-se em 52,7 (2003). Isso

significa que, naquele ano, quase 53% da população feminina de 10 anos ou mais

estava engajada no mercado de trabalho, quer ocupada, quer em busca de uma

ocupação.

As causas do aumento da TPFT feminina já foram mencionadas anteriormente.

O que não está claro é o fundamento para a queda na TPFT masculina. Ao se calcular

a TPFT por faixa etária, observa-se o que é padrão, ou seja, que a TPFT eleva-se com

a idade, tendendo a alcançar seu pico na faixa dos 30 aos 39 anos, cair discretamente

na faixa dos 40-49 anos por conta do sistema brasileiro de previdência social que

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

146

estimulava, especialmente no serviço público, aposentadorias precoces, para depois

declinar de forma mais acentuada (Tabela 10).

Tabela 9

Brasil, Nordeste e Sergipe: TPFT - Taxa de Participação na Força de Trabalho (em %)

1992, 1999, 2001, 2002 e 2003 TPFT (em %)

Anos Total Homens Mulheres

Brasil (1) 1992 61,5 76,6 47,2 1999 61,0 73,8 49,0 2001 60,5 72,8 48,9 2002 61,3 73,2 50,3 2003 61,4 72,8 50,7

Nordeste 1992 61,3 77,0 46,8 1999 61,1 74,1 48,8 2001 58,9 72,1 46,7 2002 59,8 72,8 47,7 2003 60,1 72,7 48,2

Sergipe 1992 58,5 74,3 43,8 1999 61,3 73,5 50,0 2001 58,5 71,5 47,0 2002 61,4 73,4 50,7 2003 61,7 71,7 52,7 Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003

Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.

1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

A TPFT, em Sergipe, para o grupo de jovens (crianças e adolescentes) caiu,

entre 1992 e 2003, de 34,2 para 30,6 o que contribuiu provavelmente para a queda na

TPFT masculina. No entanto, essa queda também é observável e, com maior

intensidade, tanto para o Brasil quanto para o Nordeste e, nesses casos, não se

observa um declínio da TPFT masculina. Todavia, a TPFT especifica para o grupo dos

10 aos 19 anos ainda é muito elevada para essa faixa etária uma vez que, na média,

cerca de um terço do grupo que tinha entre 10 e 19 anos estava, durante aquele

período, participando ativamente do mercado de trabalho, quando deveria estar

dedicando-se exclusivamente, a não ser como estagiário (a partir dos 14 anos) ou

aprendiz, a freqüentar a escola.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

147

Tabela 10

Brasil, Nordeste e Sergipe: TPFT - Taxa de Participação na

Força de Trabalho por faixa etária

(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) Faixa etária (em anos)

Região De 10 - 19 De 20 - 29 De 30 - 39 De 40 - 49 De 50 - 59 Mais de 60

Brasil (1) 1992 39,7 76,6 79,2 76,8 63,7 35,7 1999 34,5 77,8 81,6 78,2 65,1 32,3 2001 31,7 77,3 81,3 78,0 64,5 31,0 2002 31,9 78,2 82,3 79,2 65,3 31,2 2003 30,9 78,8 82,6 79,3 65,6 31,3

Nordeste 1992 42,3 74,0 79,7 78,8 69,0 40,4 1999 37,9 75,5 81,4 80,3 70,1 38,0 2001 33,2 73,3 79,5 78,0 68,4 35,9 2002 33,9 74,6 80,3 78,2 68,5 36,1 2003 32,6 74,9 80,6 79,5 69,2 36,6

Sergipe 1992 34,2 74,7 78,4 76,5 62,9 35,8 1999 35,6 75,1 80,8 81,9 73,5 34,3 2000 28,5 74,3 79,3 75,7 68,7 34,4 2001 33,6 74,8 83,9 81,0 68,6 32,4 2003 30,6 74,7 83,1 82,8 72,2 32,8

Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003

Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.

TPFT = ((PEA/PIA)*100)

1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

A TPFT de Sergipe em 1992 era inferior a do Brasil (61,5) e a do Nordeste

(61,3).Em 2003, a TPFT sergipana já tinha superado as taxas para o país e para a

região puxados pelo crescimento da TPFT feminina que, partindo, em 1992, de 43,8,

já alcançava , em 2003, um valor (52,7) superior ao do Brasil (50,7) e ao da região

Nordeste (48,2).Portanto, o ingresso das mulheres no mercado de trabalho é o que

explica o dinamismo da PEA.

4.1.4 - Evolução da Taxa de Desocupação

A taxa de desocupação em Sergipe no ano de 1992 foi de 6,9%, ou seja, quase

7% da PEA estava desempregada naquele ano. Em 2003, essa taxa elevou-se para

9,0%, sendo que a taxa de desemprego entre os homens cresceu apenas de 6,2%

para 6,7% enquanto a feminina elevou-se de 8 % para 11,8%, uma variação bem

superior a apresentada para a taxa de desemprego masculina (Tabela 11). No ano

base (1992), a taxa de desocupação em Sergipe era superior a do Brasil e a do

Nordeste, mas com diferenças da ordem de décimos. Em 2003, a taxa de

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148

desocupação sergipana situou-se um pouco acima da do Nordeste e sete décimos

abaixo da brasileira.

Tabela 11

Brasil, Nordeste e Sergipe: Taxa de Desocupação por gênero

(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) Taxa de desocupação (em %) Regiões

Total Homens Mulheres Brasil (1)

1992 6,5 5,6 8,0 1999 9,6 7,9 12,1 2001 9,4 7,5 11,9 2002 9,2 7,4 11,6 2003 9,7 7,8 12,3

Nordeste 1992 6,2 5,2 7,6 1999 8,0 6,6 9,9 2001 8,7 6,9 11,3 2002 8,3 6,7 10,6 2003 8,7 6,9 11,3

Sergipe 1992 6,9 6,2 8,0 1999 8,9 7,5 10,8 2001 11,6 8,3 16,1 2002 10,2 7,6 13,6 2003 9,0 6,7 11,8 Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003

Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.

Taxa de desocupção = (Pop. Desocupada / PEA * 100)

1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

É padrão que a taxa de desemprego feminina seja maior do que a masculina

por razões que vão da pura discriminação às reais dificuldades de inserção no

mercado de trabalho (casamento, filhos, etc). Isso se aplica também ao caso

sergipano. De fato, sistematicamente em todos os anos da série em estudo, as taxas

de desemprego femininas foram superiores as masculinas, sendo, todavia, de notar

que os diferenciais em pontos percentuais aumentou consideravelmente durante o

período. Ou seja, a probabilidade de uma mulher ficar desempregada não só

aumentou, mas também se ampliou com relação à mesma probabilidade para os

homens.

Os diferenciais entre as taxas femininas e masculinas também são observáveis

para o Brasil e para o Nordeste, mas os diferenciais entre as taxas masculina e

feminina para esses dois universos, em pontos percentuais, no ano de 2003, não

foram tão amplas como em Sergipe. Em 1992, todavia, esse diferencial tinha sido mais

favorável ao Estado. Portanto, ao longo do período 1992-2003 ampliaram-se as

dificuldades para as mulheres conseguirem uma ocupação.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

149

As taxas de desocupação por idade são maiores para os grupos de jovens (10-

19 anos) e de jovens adultos (20-29 anos), mas mostram-se mais elevadas, em média,

para o primeiro grupo em Sergipe em comparação com a região (Tabela 12). O padrão

sergipano, neste caso, assemelha-se mais ao brasileiro do que ao nordestino.

Tabela 12

Brasil, Nordeste e Sergipe: Taxa de Desocupação da população por faixa etária

(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) Faixa etária (em anos)

Região De 10 - 19 De 20 - 29 De 30 - 39 De 40 - 49 De 50 - 59 Mais de 60

Brasil 1992 12,0 8,6 5,0 3,2 2,4 1,1 1999 19,4 12,7 7,4 5,5 4,4 2,5 2001 19,3 12,7 7,1 5,3 4,5 2,6 2002 20,0 12,5 6,7 5,2 4,1 2,6 2003 20,8 13,5 7,4 5,7 4,5 2,7

Nordeste 1992 8,9 9,6 4,9 2,9 1,9 0,8 1999 11,9 12,4 6,9 4,1 2,7 1,0 2001 13,7 13,4 7,3 4,9 2,9 1,4 2002 13,8 12,4 6,4 4,7 3,3 1,3 2003 13,4 13,4 7,3 5,2 3,3 1,4

Sergipe 1992 10,4 10,5 3,8 3,8 4,2 0,0 1999 14,2 13,7 7,1 4,7 2,7 0,7 2000 19,6 19,0 8,4 6,1 2,7 0,7 2001 24,4 13,5 6,3 4,0 4,1 1,4 2003 18,6 13,4 7,3 3,4 3,7 1,4

Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003

Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.

Taxa de desocupção = (Pop. Desocupada / PEA * 100)

1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

4.1.5 – Estrutura ocupacional

Entre 1992 e 2003 houve alterações na estrutura ocupacional de Sergipe no

sentido de: i) redução na importância relativa dos empregados; ii) aumento na

participação dos autônomos; iii) queda na participação dos empregadores; iv) declínio

no percentual dos não remunerados e; v) aumentos na participação dos trabalhadores

na produção para consumo próprio (Tabela 36 do Anexo Estatístico). As principais

modificações estão explicitadas na Tabela 13.

Essas mudanças no perfil do status ocupacional da população engajada em

atividades produtivas indicam uma alta informalização da ocupação. Caso essa

realocação da população ocupada tenha ocorrido deslocando trabalhadores de

setores de mais alta para mais baixa produtividade, a economia sergipana teria

perdido eficiência durante esse período. Essa questão será retomada mais adiante.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

150

No Nordeste e no país, a fração dos empregados na ocupação total aumentou

discretamente, mas não declinou como no caso sergipano. Isso ocorreu porque o

crescimento dos empregados em Sergipe foi inferior ao ritmo de expansão da

ocupação total. Por outro lado, no Brasil e no Nordeste ocorreu o contrário, ou seja, os

empregados cresceram a um ritmo superior ao da ocupação total. Uma maior

importância dos empregados na ocupação total, pode indicar uma modernização da

estrutura ocupacional dependendo da composição desse contingente, isto é, da sua

repartição entre empregados com e sem carteira assinada.

Os trabalhadores por conta própria cresceram no Nordeste e no Brasil,

respectivamente às taxas de 1,4% e 2,1% enquanto, no caso de Sergipe, essa

expansão foi mais rápida (4,1%). A maioria dos trabalhadores por conta própria é de

baixa renda, operando em mercados competitivos onde a detenção de capital humano

e físico é o principal determinante da produtividade e dos rendimentos.

A queda, embora discreta, da importância relativa dos não remunerados é

indicativo de uma maior monetização das relações de trabalho. Por outro lado, a

elevação do percentual de trabalhadores engajados na produção para autoconsumo

indica um movimento no sentido contrário ao indicado pela queda da importância

relativa dos não remunerados. Ambos os fenômenos são típicos da atividade agrícola.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

151

Tabela 13

Brasil, Nordeste e Sergipe: Participação relativa da População Ocupada por posição na ocupação

(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)

Regiões TOTAL Empregados Trab.

Domésticos

Trab. por conta prórpia

Empregadores Trab. não

remunerados

Trab. na produção

para consumo prório

Trab. na construção

para consumo prório

Brasil (1)

1992 100 52,3 6,7 21,7 3,7 10,5 4,9 0,2

1999 100 51,4 7,4 23,2 4,1 9,3 4,5 0,2

2001 100 54,3 7,8 22,3 4,2 7,4 3,8 0,2

2002 100 54,3 7,7 22,3 4,2 7,4 4,0 0,2

2003 100 54,4 7,7 22,3 4,2 7,1 4,2 0,1

Nordeste

1992 100 41,0 5,3 28,0 2,4 16,8 6,1 0,2

1999 100 39,4 5,6 29,1 2,7 16,9 6,2 0,1

2001 100 43,5 6,5 28,1 2,7 12,8 6,2 0,1

2002 100 43,7 6,3 27,6 3,0 13,4 5,9 0,2

2003 100 43,4 6,0 27,9 2,8 13,2 6,5 0,1

Sergipe

1992 100 52,5 5,9 23,3 3,6 11,1 3,6 0,0

1999 100 45,8 5,2 26,6 3,2 13,2 6,0 0,0

2001 100 51,3 5,8 26,8 2,7 8,9 4,5 0,0

2002 100 52,0 6,0 26,5 2,5 8,6 4,5 0,0

2003 100 49,7 5,6 27,4 2,7 9,5 5,0 0,0 Fonte: IBGE - PNAD 1992, 1999, (2001, 2002, 2003 são retabulados)

Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.

1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

Um melhor conhecimento da estrutura ocupacional exige uma investigação

sobre a sua qualidade. Essa qualidade depende de como a ocupação está repartida

entre o segmento formal ou organizado do mercado de trabalho e aquele que se situa

fora da rede de proteção social. Faz parte dessa rede, o acesso aos benefícios da

Previdência Social, que depende da contribuição dos trabalhadores e dos

empregadores ao sistema. A seguir far-se-á uma análise da evolução do emprego

formal. Ou seja, do emprego assalariado e do emprego estatutário cujos ocupantes

estão sob a rede de proteção social. Inicialmente essa análise será feita com base nos

dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Posteriormente, será

agregada análise com base na PNAD que permitirá segregar a ocupação em formal e

informal com base em alguns critérios, entre os quais destaca-se o de contribuição à

Previdência Social.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

152

4.1.6 - A Evolução do Emprego Formal segundo a RAIS

O emprego formal, segundo a RAIS, apresentou uma forte evolução durante o

período 1992-2003. O contingente de trabalhadores formais em Sergipe elevou-se de

169,5 mil, em 1992, para 245,1 mil pessoas em 2003, um crescimento médio de 3,4%

(Tabela 37 do Anexo Estatístico).62 Entre 1992 e 1999, o crescimento, provavelmente

superestimado pelo aumento da cobertura, foi da ordem de 2,1%. Entre 1999 e 2003,

sanados os problemas de cobertura e de classificação, o ritmo médio de crescimento

foi de 5,8%. O emprego formal no Brasil e no Nordeste, durante o mesmo período,

cresceu 4,3% e 5,1%, respectivamente. Portanto, a expansão do emprego formal foi

mais em linha com a região do que com o país (Tabelas 38 e 39 do Anexo).

O crescimento do emprego setorial no primeiro período fica prejudicado,

sobretudo pelos problemas de classificação. Todavia, no segundo período é possível

identificar os setores que apresentaram maior crescimento do emprego formal. A

Tabela 14 aponta para Sergipe um crescimento expressivo do emprego formal privado

na industria (7,4%), no comércio (4,7%) e nos serviços, (4,2%) Para o Nordeste, o

emprego formal na agropecuária cresceu 9,3%%, o comercio 7,2% e os serviços

privados (5,2%) (Tabela 15).

No país como um todo, os segmentos que apresentaram os maiores

crescimentos do emprego formal foram o comércio e a agropecuária (Tabela 16). Para

o Brasil (3,1%) e para o Nordeste (3,8%), o emprego da indústria cresceu menos do

que em Sergipe (7,4%), sendo puxados, no país e na região, pelo crescimento da

extrativa mineral e da indústria de transformação. Em Sergipe todos os sub-segmentos

da indústria tiveram crescimento expressivo (Tabela 14).

62

Durante a década dos 90, a RAIS vinha aumentando a sua cobertura e aperfeiçoando o sistema de classificação setorial do emprego. Isso traz duas dificuldades nas comparações temporais: a primeira é uma superestimação do crescimento uma vez que não é possível separar ganhos reais de aumento de cobertura. A outra é uma sub-estimação do crescimento setorial uma vez que, até, 1998, havia um resíduo não desprezível que não era classificado setorialmente. Mais recentemente a cobertura estabilizou-se e o resíduo desapareceu.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

153

Tabela 14

Sergipe: distribuição relativa e taxa anual de crescimento

do emprego formal segundo os grupos de atividade econômica

(1992 - 2003) períodos Taxa anual de crescimento

Grandes setores 1992 1999 2003 1992-1999 1999-2003 1992-2003

Agropecuária 1,1 3,5 3,2 20,9 3,2 14,2 Indústria 23,0 17,2 18,2 -2,1 7,4 1,3 Extrativa mineral 0,5 0,4 0,7 -2,0 22,4 6,2 Ind. De transformação 13,4 10,0 10,6 -2,1 7,3 1,2 Serviços Ind. de Utilid. Pública 1,9 1,5 1,7 -2,0 9,8 2,1 Construção Civil 7,1 5,3 5,3 -2,1 5,8 0,7 Comércio 10,4 14,2 13,6 6,7 4,7 5,9 Serviços (exceto adm. pública) 22,4 26,0 24,4 4,2 4,2 4,2 Adm. Pública 36,8 39,2 40,6 3,0 6,7 4,3 Outros ou ignorados 6,4 0,0 0,0 -67,7 - - Total 100 100 100 2,1 5,8 3,4 Fonte: MTE - RAIS (elaboração CEPLAN)

No entanto, a Tabela 14 evidencia que o emprego formal mais importante em

Sergipe reside na administração pública, seguida dos serviços, indústria e comercio.

Observe-se que a estrutura setorial do emprego formal não se alterou

substancialmente entre 1999 e 2003. A importância do emprego público na ocupação

formal (cerca de 40%), indica que a economia sergipana depende fortemente dos

gastos dos três níveis de governo com pessoal. Além disso, os demais gastos

correntes e o investimento público devem aumentar a dependência do nível de

atividade da economia sergipana aos gastos públicos. Isso sem levar em conta os

efeitos indiretos desses gastos sobre o nível geral de emprego.

Tabela 15

Nordeste: distribuição relativa e taxa anual de crescimento do

emprego formal segundo os grupos de atividade econômica (1992 - 2003) Períodos Taxa anual de crescimento

Grandes setores 1992 1999 2003 1992-1999 1999-2003 1992-2003

Agropecuária 1,7 3,7 4,3 14,5 9,3 12,6 Indústria 21,8 19,4 18,4 1,0 3,8 2,0 Extrativa mineral 0,5 0,4 0,4 2,3 4,2 3,0 Ind. de transformação 15,2 12,8 12,9 0,3 5,3 2,1 Serviços Ind. de Utilid. Pública 1,7 1,4 1,2 -0,2 2,1 0,6 Construção Civil 4,4 4,7 3,8 3,5 -0,2 2,2 Comércio 10,5 13,7 14,8 6,6 7,2 6,8 Serviços (exceto adm. pública) 24,7 26,7 26,9 3,9 5,2 4,4 Adm. Pública 32,4 36,5 35,5 4,5 4,4 4,4 Outros ou ignorados 8,9 0,0 0,0 -64,2 - - TOTAL 100 100 100 2,7 5,1 3,6 Fonte: MTE - RAIS (elaboração CEPLAN)

Portanto, o nível de emprego e de renda na economia sergipana depende

fortemente da política fiscal dos três níveis de governo. Um programa de ajuste fiscal

tem, por conseguinte, maior impacto sobre a economia local do que teria em outra

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154

economia onde o setor privado respondesse majoritariamente e de forma mais

homogênea pela geração de emprego formal. A sensibilidade do nível de atividade da

economia local ás variações na política macroeconômica nacional e aos programas de

ajuste fiscal do Estado e dos seus principais Municípios, indica uma fragilidade que só

poderia ser superada pela ampliação das atividades privadas na economia estadual.

Tabela 16

Brasil: distribuição relativa e taxa anual de crescimento do emprego formal segundo os grupos de atividade econômica (1992 - 2003)

Períodos Taxa anual de crescimento Grandes setores

1992 1999 2003 1992-1999 1999-2003 1992-2003

Agropecuária 2,1 4,1 4,1 11,9 3,9 8,9 Indústria 27,2 24,3 23,2 0,0 3,1 1,1 Extrativa mineral 0,5 0,4 0,4 -2,0 5,1 0,6 Ind. de transformação 21,2 18,4 18,1 -0,3 3,9 1,2 Serviços Ind. de Utilid. Pública 1,4 1,2 1,1 -0,3 0,7 0,0 Construção Civil 4,1 4,2 3,5 2,1 0,0 1,4 Comércio 11,9 15,8 17,3 5,9 6,8 6,2 Serviços (exceto adm. pública) 27,6 32,0 31,7 3,8 4,1 3,9 Adm. Pública 20,6 23,9 23,7 3,8 4,0 3,9 Outros ou ignorados 10,6 0,0 0,0 -63,5 -17,2 -50,9 TOTAL 100 100 100 1,7 4,3 2,6 Fonte: MTE - RAIS (elaboração CEPLAN)

O contra-ponto são os dados para o Brasil como um todo (Tabela 16). A

administração pública só participava, em 2003, com 23,6%. Os setores que mais

absorveram emprego formal em 2003 foram, serviços (31,7%), indústria (23,2%) e um

pouco mais atrás o comércio (17,3%%). Na indústria, o peso maior é o da indústria de

transformação que responde por 18,1 pontos percentuais (pp) dos 23,2 pp da

indústria.

No entanto, Sergipe, como era de se esperar, tem o perfil ocupacional no que

diz respeito ao emprego público assemelhado ao da região Nordeste. De fato, em

2003, a administração pública absorvia 35,5% do emprego formal regional, seguida

pelos serviços (26,9%) e pela indústria (18,4%), onde se destaca a indústria de

transformação (12,9%), e o comércio (14,8%).

Por outro lado, a administração pública demanda muito o trabalho feminino,

especialmente em educação, saúde e serviços sociais bem como no atendimento ao

público. Portanto, pelo lado da demanda há um forte atrativo para o trabalho feminino

o que, associado aos fatores que aumenta a sua oferta, explicariam as altas taxas de

crescimento e de participação da mulher no mercado de trabalho sergipano.

Em seguida analisar-se-á o crescimento do emprego formal com base nos

dados da PNAD.

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155

4.1.7 – A Evolução e a Estrutura do Emprego Formal conforme a

PNAD

Em 1992, o contingente de trabalhadores formais segundo a PNAD foi de 229,8

mil pessoas. Em 2003 esse contingente elevou-se para 311,0 mil trabalhadores; um

crescimento médio de 2,6% (Tabela 40 do Anexo). Como pode ser visto com o auxilio

da Tabela 17, entre 1992 e 2003, o emprego formal caiu no setor agrícola e na

industria. Os setores que puxaram o crescimento do emprego formal foram comércio e

reparação; educação, saúde e serviços sociais. Estes dois últimos junto com

administração pública e outras atividades são os setores que apresentaram maior

participação no conjunto do emprego formal tanto em 1992 quanto em 2003. De fato,

esses quatro setores respondiam, em 2003, por quatro quintos do emprego formal de

Sergipe, cabendo destacar a participação de empregos públicos que se concentram

também em setores como o de educação, saúde e serviço social (Tabela 40 do

Anexo) Nesse particular, os dados da PNAD são consistentes com as informações

obtidas da RAIS. Ambas as fontes evidenciam uma forte participação do emprego

público no conjunto do emprego formal de Sergipe o que torna a economia do Estado

muito vulnerável as vicissitudes do setor público nos três níveis de governo.

Ademais, esses dados indicam como mais representativos aqueles setores que

são mais demandantes do trabalho feminino como já foi apontado anteriormente ao se

analisar a evolução e a estrutura do emprego formal com base na RAIS.

Tabela 17

Sergipe: Taxa de crescimento anual do emprego formal e informal

nos principais ramos de atividades (1992-2003) Taxas anuais

Atividade Formal Informal Total

Agropecuária -10,2 -0,4 -0,8

Industria -1,3 7,1 3,5

Ind. de Transformação -0,4 10,5 5,5

Construção -1,2 3,7 2,0

Outras Ativ. Industriais -5,2 1,6 -2,7

Comércio e Reparação 5,9 8,4 7,4

Serviços (exceto adm. pública) 3,7 1,4 2,6

Transporte, Armazenagem e Comum. 2,4 7,5 5,3

Educação, Saúde e Serviços Sociais 5,0 3,2 4,7

Outras Atividades 2,6 0,0 0,9

Administração Pública 3,9 - 3,9

Total 2,6 2,3 2,4 Fonte: IBGE - PNAD 1992-2003

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156

4.1.8 - Evolução da ocupação informal

A ocupação informal elevou-se de 415,4 mil para 532 mil pessoas entre 1992 e

2003, representando um crescimento médio de 2,3% a.a. no período (Tabela 17 e 40

do Anexo Estatístico). A ocupação informal63 respondeu, em 1992, por 64,4% da

ocupação total (Tabela 18) Esse percentual, em 2003, estava praticamente inalterado

(63,1%). O resultado global está fortemente influenciado pela classificação como

informal de 94,5% da ocupação agrícola64. No entanto, a informalidade está também

muito presente em outros setores da economia sergipana. De fato, os setores de:

industria de transformação; construção; comércio e reparação; transporte,

armazenagem e comunicação; e outras atividades, apresentaram elevada participação

da ocupação informal no conjunto da ocupação, tanto em 1992 quanto em 2003

(Tabela 18).

Tabela 18

Sergipe: distribuição relativa do emprego formal e informal (1992 e 2003) 1992 2003

Atividade Total Formal Informal Total Formal Informal

Agropecuária 100,0 5,5 94,5 100,0 1,8 98,2 Industria 100,0 53,0 47,0 100,0 31,4 68,4 Ind. de Transformação 100,0 58,3 41,7 100,0 30,7 68,9 Construção 100,0 40,2 59,8 100,0 28,4 71,6 Outras Atv. Industriais 100,0 71,4 28,6 100,0 53,8 46,2 Comércio e Reparação 100,0 42,9 57,1 100,0 36,9 63,1 Serviços (exceto adm. pública) 100,0 47,0 53,0 100,0 53,0 47,0 Transporte, Armazenagem e Comum. 100,0 48,0 52,0 100,0 35,1 64,9 Educação, Saúde e Serv. Sociais 100,0 80,5 19,5 100,0 83,3 16,7 Outras Atividades 100,0 33,0 67,0 100,0 39,7 60,3 Administração Pública 100,0 100,0 0,0 100,0 100,0 0,0 Total 100,0 35,6 64,4 100,0 36,9 63,1 Fonte: IBGE - PNAD 1992-2003

A estrutura ocupacional do setor informal, com ou sem a presença da atividade

agrícola, mostra que os segmentos que mais absorvem a informalidade são: outras

atividades - neste, especialmente, outros serviços, coletivos, sociais e pessoais e

serviços domésticos - e comercio e reparação. A despeito de pequenas variações, a

63

O conceito operacional de setor informal utilizado para aferir o seu tamanho foi o seguinte: assalariados sem carteira não contribuintes para a Previdência Social, autônomos, empregadores e demais posições do status ocupacional que não contribuam para a Previdência Social. Com base neste critério, os trabalhadores não remunerados e os que produzem para consumo próprio foram considerados informais. Esse critério enumerou como informais a grande maioria dos trabalhadores agrícolas embora o conceito tenha historicamente se aplicado ao setor urbano. 64 Excluindo-se a atividade agrícola, o setor informal eleva-se de 47,6 % para 51,3% da ocupação urbana entre 1992 e 2003, percentuais mais próximos ao observado, na média, para a região Nordeste.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

157

estrutura da ocupação informal não se modificou substancialmente entre 1992 e

2003.65

Portanto, a informalidade é uma marcante característica do mercado de

trabalho de Sergipe. A contribuição deste setor à geração do produto é muito inferior a

sua participação na ocupação total, refletindo a sua baixa produtividade66. Todavia, é

fonte de renda para milhares de sergipanos que encontram nas atividades informais a

sua sobrevivência. Todavia, esse contingente encontra-se fora da rede de proteção

social, sendo, portanto, muito vulnerável às oscilações do mercado. A precariedade do

posto de trabalho bem como a sua baixa produtividade e nível de rendimento tornam a

qualidade de vida do trabalhador informal inferior a de um trabalhador inserido na rede

de proteção social. Além disso, a vulnerabilidade social dessa força de trabalho torna-

a mais próxima da pobreza e da exclusão social.

Tabela 19

Sergipe: distribuição relativa do emprego formal e informal

nos principais ramos de atividades (1992 e 2003) 1992 2003

Atividade Formal Informal Total Formal Informal Total

Agropecuária 6,59 52,43 37,92 1,52 39,04 26,90 Industria 25,2 10,3 15,0 16,5 17,1 17,0 Ind. de Transformação 13,68 4,54 7,43 9,89 10,59 10,40 Construção 7,26 5,01 5,72 4,82 5,81 5,49 Outras Atv. Industriais 4,22 0,78 1,87 1,77 0,73 1,06 Comércio e Reparação 16,22 10,02 11,98 23,19 18,95 20,31 Serviços (exceto adm. pública) 52,0 27,2 35,1 58,8 24,9 35,8 Transporte, Armazenagem e Comum. 6,08 3,05 4,01 5,96 5,27 5,49 Educação, Saúde e Serv. Sociais 22,97 2,58 9,04 29,78 2,85 11,55 Outras Atividades 22,97 21,60 22,03 23,07 16,77 18,80 Administração Pública 19,42 0,00 6,15 22,43 0,00 7,25 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Fonte: IBGE - PNAD 1992-2003

As informações sobre os rendimentos e sua distribuição analisadas a seguir

evidenciam que o perfil ocupacional da força de trabalho sergipana reflete-se no perfil

distributivo dos rendimentos.

65 Esses são desagregações do setor ”outras atividades” da PNAD que não são mostradas nem nas tabulações constantes do texto nem no anexo (Vide PNAD, 1999 e 2003). 66 Não há estimativas da contribuição do PIB “informal” para o PIB total. Todavia, é fato estilizado que nas economias em desenvolvimento essa contribuição é muito pequena em termos relativos e desproporcional a contribuição da ocupação informal para a ocupação como um todo.

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158

4.1.9 - Distribuição dos Rendimentos da População Ocupada

A relação entre os rendimentos dos 10% mais ricos e os dos 40% mais pobres

da população ocupada, mostra para Sergipe, uma evolução significativa na medida em

que declina de 19,35 em 1992 para 15,3 em 2003 (Tabela 20).

Observe-se que, em 1992, o rendimento médio dos 40% mais pobres da

população ocupada foi de R$ 60,21 enquanto o dos 10% mais ricos foi de R$

1.164,98. Estes rendimentos para 2003 foram, respectivamente, de R$137,43 e R$

2.105,24. Uma vez que aquele rendimento mais do que duplicou (2,3) enquanto este

cresceu menos (1,8), a diferença entre os dois grupos diminuiu durante o período

1992-2003. No Nordeste, essa relação declinou de 24,04, em 1992, para 18,2, em

2003. No país caiu de 19,0 para 16,9. Em Sergipe, portanto, esse movimento de

desconcentração foi menos acentuado (-21%) do que na região (-24,3%) e quase duas

vezes mais rápido do que no país (-11,0%).

Tabela 20

Brasil, Nordeste e Sergipe: Distribuição dos 40% mais pobres e dos 10% mais ricos da população ocupada, seus respectivos rendimentos médios mensais em reais (R$) e a

relação entre rendimentos médios (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) 40% mais pobres da população ocupada

10% mais ricos da população ocupada

Região e UF Total (A)

Rendimento médio mensal em reais

Total (B)

Rendimento médio mensal em reais

Relação entre rendimentos médios (B/A)

Brasil (1) 1992 21.624.208 95,38 5.406.104 1.812,35 19,00

1999 24.372.596 127,27 6.093.180 2.397,07 18,83

2001 26.391.770 149,85 6.597.963 2.744,30 18,31

2002 27.376.902 162,69 6.844.248 2.929,03 18,00

2003 27.788.534 185,27 6.947.137 3.130,61 16,90

Nordeste

1992 5.415.548 47,58 1.354.000 1.143,81 24,04

1999 6.177.813 79,28 1.544.545 1.563,16 19,72

2001 6.525.844 90,80 1.631.462 1.721,77 18,96

2002 6.772.932 97,62 1.693.414 1.837,54 18,82

2003 6.854.933 106,48 1.713.772 1.933,76 18,16

Sergipe

1992 214.507 60,21 53.682 1.164,98 19,35

1999 232.608 84,38 58.193 1.680,15 19,91

2001 252.081 110,60 63.050 1.652,25 14,94

2002 278.714 123,09 69.685 1.804,17 14,66

2003 286.028 137,43 71.512 2.105,24 15,32

Notas: 1. Rendimento mensal de todos os trabalhos das pessoas ocupadas de 10 anos e mais de idade com rendimento.

2. Em 1992, valores inflacionados pelo INPC com base em setembro de 1999 e expressos em salários mínimos de 1999.

(1) Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

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159

4.2 - Evolução de alguns indicadores sociais

Nesta seção far-se-á uma análise de alguns indicadores sociais para Sergipe.

A ênfase repousará em indicadores: i) do nível e da distribuição dos rendimentos; ii) de

acesso à infra-estrutura básica e saneamento; iii) do nível de saúde e de educação. O

objetivo é dimensionar os avanços na qualidade de vida e de como Sergipe se situa

nas dimensões escolhidas face ao país e a região. Essa análise fornece elementos

relevantes para se avaliar o nível de bem estar dos sergipanos e sua evolução

temporal.

4.2.1 - Distribuição dos Rendimentos

Os dados sobre rendimento médio mensal familiar per capita mostram não

apenas que os rendimentos médios são baixos, mas que também são mal distribuídos.

Em 1992, o rendimento médio mensal familiar per capita dos 10% mais pobres era de

apenas R$ 15,4. Em 2003 esse rendimento evoluiu para R$ 27,8 menos do que

duplicando (1,8) em 11 anos. O rendimento dos 10% mais ricos, por sua vez, duplicou

de R$ 687,3 para R$ 1.380,0.

A relação entre os rendimentos médios dos 10% mais ricos e dos 10% mais

pobres cresceu de 44,76, em 1992, para 49,73, em 2003 (Tabela 21). Essa relação

para o Brasil e para o Nordeste era, respectivamente, de 57,18 e de 59,7, em 1992.

Em 2003, caiu para 51,95, no país, e para 54,27 no Nordeste. Comparado com o

Brasil e o Nordeste, a relação para Sergipe é menor nos dois anos, mas cresceu

enquanto no país e na região essa distancia tinha diminuído.

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160

Tabela 21

Brasil, Nordeste e Sergipe; Rendimento médio mensal familiar per capita, em reais (R$), dos 10% mais ricos e dos 10% e 40% mais pobres e relação entre rendimentos médios.

(1992, 1999 e 2003) Rendimento médio mensal familiar per capita

Em reais (R$) Relação entre

rendimentos médios Regiões

10% mais pobres (A)

40% mais pobres (B)

10% mais ricos (C)

C/A C/B

Brasil (1)

1992 18,42 50,54 1.053,09 57,18 20,84

1999 28,26 68,32 1.511,67 53,48 22,13 2003 39,99 101,22 2.077,48 51,95 20,52

Nordeste 1992 10,11 27,47 605,55 59,87 22,05

1999 17,48 39,45 900,36 51,51 22,82

2003 22,04 56,8 1.196,03 54,27 21,06 Sergipe

1992 15,4 33,4 687,33 44,76 20,6 1999 18,1 43,0 1.057,79 58,30 24,61 2003 27,8 70,1 1.379,97 49,73 19,69

Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2003

Notas: 1. Renda média das famílias com rendimento.

2. Em 1992, valores inflacionados pelo INPC com base em setembro de 1999 e expressos em salários mínimos de 1999.

(1) Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

A relação entre os 10% mais ricos e os 40% mais pobres em Sergipe com base

no rendimento médio familiar per capita caiu discretamente entre 1992 e 2003, depois

de ter se elevado substancialmente em 1999 (Tabela 21). Os dados para o Brasil

evidenciam uma relativa estabilidade nessa razão entre os dois anos extremos da

série sob análise; No caso do Nordeste, houve uma discreta desconcentração no

período. A conclusão, todavia, é que a desigualdade por esse parâmetro-o mais

relevante para se dimensionar pobreza e desigualdade - é relativamente estável,

ocorrendo pequenas variações que, na margem, são insignificantes perante a enorme

disparidade observada.

O coeficiente de Gini mostra que Sergipe tinha, em 1992 e 2003, renda menos

concentrada do que o Brasil e o Nordeste67 (Tabela 22). Houve desconcentração em

Sergipe, Brasil e Nordeste, mas a queda foi mais acentuada para Sergipe (-4,9%) do

que para o Brasil (-2,8%) e um pouco menor do que para o Nordeste (-5,52%).

67

O Coeficiente de Gini é uma medida de desigualdade que varia entre 0 (perfeita igualdade) e a unidade (perfeita desigualdade).

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161

Tabela 22 - Brasil, Nordeste e Sergipe - Índice de Gini da distribuição do rendimento mensal de todos os trabalhos das pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas com

rendimento de trabalho

(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) Região e UF 1992 1999 2001 2002 2003

Brasil 0,571 0,567 0,566 0,563 0,555

Nordeste 0,597 0,587 0,576 0,574 0,564

Sergipe 0,569 0,589 0,539 0,538 0,541 Fonte: IBGE, Coordenação de População e Indicadores Sociais, PNAD (1992, 1999, 2001, 2002, 2003)

A pobreza da força de trabalho sergipana pode ser visualizada com base na

distribuição relativa da PEA com 10 anos ou mais de idade por faixa de rendimento

médio mensal. Em 1992, 42% da PEA ganhava menos de um salário mínimo. Em

2003, esse percentual elevou-se para 45,2%. Acumulando-se a freqüência com os que

ganham mais de 1 a 2 salários mínimos, observa-se que entre 1992 e 2003, o

percentual da PEA que ganhava até dois salários mínimos evoluiu de 63,1% para

66,1% (Tabela 23 e Tabela 41 do Anexo Estatístico).

Os dados relativos à população ocupada não são muito diferentes (Tabela 24 e

Tabela 42 do Anexo Estatístico). Em 1992, 66,7% dos ocupados ganhavam até dois

salários mínimos. Já em 2003, esse percentual tinha caído para 64,6%. No caso da

PEA, tinha aumentado o contingente que ganhava até dois salários mínimos por que

este continha os desempregados com renda zero e pelo de fato de a desocupação ter

se elevado no período68.

Tabela 23

Sergipe: Distribuição relativa da População Economicamente Ativa com 10 anos ou mais de idade por faixa de rendimento médio mensal (1992 - 2003)

Faixa de rendimento 1992 1999 2001 2002 2003 Total.................................................. 100 100 100 100 100

Até 1/2 salário mínimo.............................. 24,2 9,9 14,5 17,7 24,3

Mais de 1/2 a 1 salário mínimo.................. 23,8 31,3 26,2 37,3 33,0

Mais de 1 a 2 salários mínimos................. 27,1 21,0 31,5 23,3 23,2

Mais de 2 a 3 salários mínimos................. 7,5 9,1 8,5 8,4 10,6

Mais de 3 a 5 salários mínimos................. 5,5 6,1 8,0 6,7 7,5

Mais de 5 a 10 salários mínimos............... 4,7 6,0 4,5 4,9 4,2

Mais de 10 a 20 salários mínimos............. 1,5 2,8 2,3 2,0 2,1

Mais de 20 salários mínimos..................... 0,7 1,6 0,6 0,7 0,7

Sem rendimento (2).................................. 74,2 71,8 73,2 61,3 55,9

Sem declaração....................................... 1,8 3,5 1,4 0,5 0,6 Fonte: IBGE – PNADs (2001, 2002 e 2003 foram retabulados e disponibilizados na internet em 25/5/2005)

Notas: (1) Inclusive as pessoas que receberam somente em benefícios. (2) Exclusive as pessoas sem declaração do valor do rendimento.

68

Os desempregados poderiam ter recebido ou estarem recebendo o seguro-desemprego, Todavia, a renda derivada do trabalho era nula.

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162

Tabela 24

Sergipe: Distribuição relativa da População Ocupada com 10 anos ou mais de idade por faixa de rendimento médio mensal (1992 - 2003)

Faixa de rendimento 1992 1999 2001 2002 2003

Total.................................................. 100 100 100 100 100

Até 1/2 salário mínimo.............................. 23,2 10,0 12,5 15,2 18,0

Mais de 1/2 a 1 salário mínimo.................. 22,0 24,8 23,4 30,8 26,7

Mais de 1 a 2 salários mínimos................. 22,6 20,9 29,3 23,7 23,0

Mais de 2 a 3 salários mínimos................. 7,0 9,1 8,8 8,6 10,4

Mais de 3 a 5 salários mínimos................. 5,2 5,8 8,1 6,6 6,7

Mais de 5 a 10 salários mínimos............... 4,2 5,4 4,0 4,6 3,6

Mais de 10 a 20 salários mínimos............. 1,3 2,4 2,3 1,8 1,8

Mais de 20 salários mínimos..................... 0,5 1,6 0,6 0,5 0,7

Sem rendimento (2).................................. 19,6 26,1 22,5 19,0 18,3

Sem declaração....................................... 1,9 3,7 1,6 0,5 0,6 Fonte: IBGE – PNADs (2001, 2002 e 2003 foram retabulados e disponibilizados na internet em 25/5/2005)

Notas: (1) Inclusive as pessoas que receberam somente em benefícios.

(2) Exclusive as pessoas sem declaração do valor do rendimento.

4.2.2 – Acesso a serviços: infra-estrutura e saneamento básico

Os domicílios particulares permanentes, urbanos e rurais, no que diz respeito

ao acesso a alguns serviços apresentaram a evolução descrita na Tabela 25.

A cobertura no abastecimento de água pela rede geral aumentou de 60,9%, em

1992, para 82,2% em 2003. O país como um todo aumentou a cobertura de 68,3%

para 79,7% e o Nordeste de 47,4% para 65,3%, no mesmo período. Portanto, em

Sergipe o acesso a este serviço foi menor do que o apresentado pelo país em 1992,

mas superou a marca brasileira em 2003. Durante todo o período Sergipe teve uma

cobertura sempre superior à média nordestina (Tabela 25).

O percentual de domicílios com energia elétrica já era elevado em 1992

(84,0%). Em 2003, a iluminação elétrica alcançou 94,9% dos domicílios, não estando

muito distante da universalização. O percentual de domicílios atendidos por energia

elétrica em Sergipe foi superior a média nordestina, mas inferior a marca brasileira

tanto em 1992 quanto em 2003. (Tabela 25).

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163

Tabela 25 - Brasil Nordeste e Sergipe: Percentual dos domicílios particulares permanentes (em %) que tem acesso à infra-estrutura (1992, 1999, 2001, 2002, 2003)

Total Regiões

1992 1999 2001 2002 2003

Abastecimento de água pela rede geral (1) Brasil 68,3 76,1 77,8 79,1 79,7 Nordeste 47,4 58,7 62,0 64,0 65,3 Sergipe 60,9 74,3 81,3 82,9 82,2

Esgotamento sanitário pela rede coletora Brasil 38,9 43,6 45,4 46,4 48,0 Nordeste 13 19,4 22,0 24,2 25,7 Sergipe 19,5 15,6 32,3 31,4 38,5

Lixo coletado diretamente Brasil 61,9 72,1 75,6 76,5 78,1 Nordeste 37,3 48,7 56,2 57,0 59,0 Sergipe 51,2 65,4 70,7 72,2 73,5

Energia elétrica Brasil 88,8 94,8 96,0 96,7 97,0 Nordeste 73,2 85,5 89,4 90,9 91,7

Sergipe 84,0 95,8 94,7 95,2 94,9

Fonte: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003

Notas: 1- Abastecimento de água pela rede geral com canalização interna

O esgotamento sanitário, segundo os vários tipos, alcançava 76,9% dos

domicílios em 1992, tendo se elevado para 93,7% em 200369. Todavia, o esgotamento

sanitário pela rede coletora beneficiava apenas 19,5% dos domicílios sergipanos em

1992, tendo se elevado para 38,5% em 2003. Sergipe, neste particular, tem um

indicador, durante todo o período exceto em 1999, que se situa entre o nordestino e o

brasileiro (Tabela 25).

A coleta do lixo aumentou significativamente a sua cobertura com crescimento

médio anual de 7,0%70. De fato, em 1992, 51,2% dos domicílios sergipanos eram

servidos pela coleta direta do lixo. Esse percentual melhorou expressivamente durante

todo o período, alcançando 73,5% em 2003. Mais uma vez, Sergipe tem apresentado

uma cobertura superior a nordestina e inferior a média brasileira durante todo o

período analisado (Tabela 25).

Todavia, a despeito da evolução satisfatória de alguns indicadores de acesso à

infra-estrutura e saneamento básico, as disparidades entre domicílios urbanos e rurais

é acentuada, especialmente no que diz respeito ao esgotamento sanitário e coleta do

lixo. Isso fica aparente ao se analisar informações para os domicílios urbanos e rurais

(Tabela 26).

A menor disparidade situa-se no acesso a energia elétrica. De fato, em 1992, já

era alto o percentual de domicílios urbanos de Sergipe atendidos por energia elétrica 69

Informação derivada da PNAD e não constante das tabelas do texto. 70 Taxa calculada com base nos valores absolutos não apresentados na Tabela

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164

(96,8%).Em 2003, quase 99% dos domicílios urbanos estavam cobertos. Já no caso

dos domicílios rurais, a cobertura aumentou de 54,6%, em 1992, para 77,0% em 2003,

percentuais sempre superiores, mas convergentes com as médias apresentadas pela

região durante o período, mas ainda inferiores à marca brasileira (Tabela 26).

As disparidades são maiores no que diz respeito ao abastecimento de água.

De fato, em 1992, 80,5% dos domicílios particulares permanentes urbanos em Sergipe

possuíam abastecimento de água com canalização interna através da rede geral. Esse

percentual era superior a média nordestina (70,6%) e inferior a brasileira (83,3%). Em

2003, Sergipe já apresentava um percentual de domicílios com abastecimento de água

através de canalização interna ligada a rede geral um pouco superior às médias

brasileira (89,6%) e nordestina (83,3%) (Tabela 26). O abastecimento de água pela

rede geral, entretanto, melhorou substancialmente entre os domicílios rurais. De fato,

esse percentual aumentou de apenas 10,6% em 1992 para 43,1% em 2003, sendo

muito superior, em todo o período, às médias nordestina e brasileira.

Os dados para esgotamento sanitário são mais precários mesmo para os

domicílios urbanos quando se foca no acesso ao percentual de domicílios ligados à

rede coletora. Em 1992, 27,9% dos domicílios urbanos sergipanos estavam vinculados

à rede geral de coleta. Essa cobertura era melhor do que a nordestina (19,3%), mas

muito inferior à média brasileira (48,0%). Em 2003, houve avanços (46,6%), mas as

posições relativas ao Brasil (55,3%) e ao Nordeste (34,7%) não se alteraram, mas a

distância com relação ao pais como um todo reduziu-se de 20.1 pontos percentuais

(p.p) em 1992 para apenas 8,7 p.p, em 2003 (Tabela 26). Só a partir de 2002 é que

alguns poucos domicílios rurais passaram a ter abastecimento de água através da

rede geral, o que não está fora do padrão nordestino e mesmo do brasileiro.

Em 1992, Sergipe tinha 70,9% dos domicílios particulares permanentes

urbanos com coleta direta de lixo. Essa cobertura era melhor do que a nordestina

(56,2%), mas inferior à brasileira (76,0%). Em 2003, Sergipe ainda se apresenta

melhor (87,2%) do que o Nordeste (77,4%), mas inferior ao Brasil (88,6%) (Tabela 26).

Entre os domicílios rurais, a coleta direta é escassa com Sergipe se situando entre as

médias do país e da região. De fato, só 5,9% dos domicílios rurais em 1992 tinham lixo

coletado diretamente. Em 2003, essa cobertura chegou a 10,6. O problema maior,

entretanto, não é a coleta do lixo, mas a sua destinação. É muito comum o depósito de

resíduos sólidos em “lixões” que contaminam o meio ambiente e são danosos à saúde

pública.

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165

Tabela 26

Brasil, Nordeste e Sergipe: Percentual dos domicílios particulares permanentes (em %) que tem acesso à infra-estrutura

(1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)

Urbana Rural Regiões e indicadores

1992 1999 2001 2002 2003 1992 1999 2001 2002 2003

Abastecimento de água pela rede geral (1)

Brasil 83,3 89,2 88,5 89,3 89,6 9,0 19,1 16,3 18,4 20,1

Nordeste 70,6 80,9 80,8 82,5 83,3 8,4 16,4 13,2 14,5 17,2

Sergipe 80,5 94,4 90,4 93,3 90,7 10,6 24,6 42,6 38,4 43,1 Esgotamento sanitário pela rede coletora

Brasil 47,9 52,5 52,8 53,6 55,3 2,9 4,5 3,3 3,8 4,0

Nordeste 19,3 28,1 29,9 32,8 34,7 2,4 2,8 1,4 1,5 1,7

Sergipe 27,9 21,9 39,8 37,2 46,6 - - - 6,7 1,4

Lixo coletado diretamente

Brasil 76,0 85,0 86,6 87,1 88,6 6,2 15,8 11,9 13,6 15,6

Nordeste 56,2 69,1 75,1 75,3 77,4 5,6 9,9 6,9 8,2 9,6

Sergipe 70,9 85,8 84,8 86,8 87,2 5,9 15,1 10,4 9,5 10,6

Energia elétrica

Brasil 97,5 99,2 99,2 99,4 99,5 54,3 75,4 77,6 80,2 82,0

Nordeste 94,6 97,9 98,2 98,7 98,8 37,2 62,9 66,5 70,1 72,5

Sergipe 96,8 99,2 99,0 99,8 98,8 54,6 85,6 76,3 75,4 77,0 Fonte: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003

Notas: 1- Abastecimento de água pela rede geral com canalização interna

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166

4.2.3. –Saúde e Esperança de Vida

Entre 1992 e 2003, a taxa de mortalidade infantil, entendida como número de óbitos

de crianças até um ano de idade por 1.000 nascidos vivos, tinha declinado de 62,8 para

43,6. Em 1992, essa taxa era inferior a média nordestina (68,4) mas em 2003 situou-se

acima (43,6) da taxa observada para a região (41,7)71. (Tabela 27) A taxa de mortalidade

infantil para o Brasil como um todo, por sua vez, declinou de 44,3, em 1992, para 27,5 em

2003. Em 1992, a taxa de mortalidade infantil de Sergipe era 40% acima da brasileira. Em

2003, esse percentual elevou-se para quase 60%, indicando uma deterioração quando se

toma a média brasileira como parâmetro.

Tabela 27

Brasil, Nordeste e Sergipe: Taxa de mortalidade infantil

(1.000 nascidos vivos/até um ano de idade)

1992, 1999, 2001, 2002 e 2003 Região 1992 1999 2001 2002 2003

Brasil 44,3 31,7 29,2 28,4 27,5

Nordeste 68,4 53,0 42,98 41,4 41,7

Sergipe 62,8 45,5 41,91 40,6 43,6 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Estatísticas do Registro Civil.

A redução, todavia, foi de 30,6% entre 1992 e 2003, embora a taxa para o último ano

da série ainda seja considerada muito alta pelos padrões internacionais. Devem ter

contribuído para a redução a melhoria no atendimento pré e pós-natal, a melhoria no nível

educacional das mães bem como a maior cobertura do saneamento básico.

Paralelo à queda na taxa de mortalidade infantil observa-se um aumento na

esperança de vida ao nascer que, em Sergipe, elevou-se de 61,7 e de 67,5 anos em 1992

para 65,1 e 71,1 anos, em 2003, respectivamente para homens e mulheres (Tabela 28).

A queda na taxa de mortalidade infantil e na taxa bruta de mortalidade contribuiu

para elevar a esperança de vida. De fato, a taxa bruta de mortalidade declinou de 8,3 para

6,5 por 1000. A diminuição nessa taxa não afetou mais o crescimento populacional por

causa da queda da taxa bruta de natalidade (de 27,4 para 25,2 entre 1992 e 2003) que

acompanhou o declínio da taxa de fecundidade total72 de 3,3 para 2,6 filhos (Tabela 28).

71

Essas taxas se situam muito acima da faixa (menos de 10,0) internacionalmente aceitável para a mortalidade infantil. 72

A taxa de fecundidade mede o número de filhos nascidos vivos por mulher em idade reprodutiva.

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167

Tabela 28

Brasil, Nordeste e Sergipe - Taxa de fecundidade total, taxa bruta de natalidade, taxa bruta de mortalidade e esperança de vida ao nascer, por gênero

(1992, 1999, 2001, 2002, 2003)

Esperança de vida ao nascer Regiões

Taxa de fecundidade

total

Taxa bruta de natalidade

(%o)

Taxa bruta de mortalidade

(%o) Total Homens Mulheres

1992

Brasil 2,7 23,0 7,5 66,3 62,8 70,1 Nordeste 3,2 26,3 9,1 63,1 60,2 66,1 Sergipe 3,3 27,4 8,3 64,6 61,7 67,5

1999 Brasil 2,3 21,2 6,9 68,4 64,6 72,3 Nordeste 2,6 24,3 7,7 65,5 62,4 68,5 Sergipe 2,8 25,8 6,9 66,9 64,0 69,9

2001 Brasil 2,4 20,9 6,9 68,9 65,0 72,8 Nordeste 2,7 23,9 7,5 66,1 63,0 69,2 Sergipe 2,8 25,6 6,6 67,5 64,6 70,6

2002 Brasil 2,4 21,0 6,3 71,0 67,3 74,9 Nordeste 2,4 23,7 7,4 66,4 63,3 69,5 Sergipe 2,7 25,4 6,5 67,8 64,9 70,9

2003 Brasil 2,3 20,9 6,3 71,3 67,6 75,2 Nordeste 2,4 23,4 7,3 66,7 63,6 69,8 Sergipe 2,6 25,2 6,5 68,1 65,1 71,1 Fonte: Projeto UNFPA/BRASIL (BRA/98/PO8), Sistema Integrado de Projeções e Estimativas Populacionais e Indicadores Sociodemográficos.

4.2.4.- Educação e Escolaridade

A taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais apresentada na Tabela 29

mostra uma evolução pouca satisfatória durante o período 1992-2003. De fato, em 1992,

cerca de 27% da população com 15 anos ou mais era analfabeta. A despeito de o

percentual cair para 19,2%, em 2003, ainda é muito elevado. Brasil e Nordeste

apresentaram quedas nas taxas de analfabetismo, mas Sergipe não alterou, em 2003, a

posição relativa observada em 1992 com relação ao país e a região. A queda na taxa

nordestina, entre 1992 e 2003, em pontos percentuais (9,5 p.p) foi, inclusive, superior a

observada para o Estado (8,2 p.p.) Todavia, em função dos avanços educacionais nos

grupos mais jovens, a taxa de analfabetismo tende a cair segundo a idade, ou seja, o

analfabetismo é cada vez mais uma deficiência que atinge as gerações mais velhas.

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Tabela 29

Brasil, Nordeste e Sergipe: Taxa de analfabetismo (%) das pessoas de 15 anos ou mais de idade.

(1992 – 2003) Região (1) 1992 1999 2001 2002 2003

Brasil 17,2 13,3 12,4 11,8 11,6 Nordeste 32,7 26,6 24,3 23,4 23,2 Sergipe 27,4 23,9 21,4 20,2 19,2 Fontes: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)

(1) Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

Entretanto, a despeito dos avanços na matrícula tanto no ensino fundamental quanto

médio, a média de anos de estudo da população de 15 a 17 anos é ainda baixa. Nesta faixa

etária a média deveria se situar em torno dos 10 anos de estudo. Todavia, os dados da

Tabela 30 mostram que, em 2003, Sergipe apresentava apenas 6 anos de estudo para essa

faixa etária, embora ela tivesse sido só 4,1 em 1992. O Nordeste apresenta uma média

inferior a Sergipe e este abaixo da média brasileira tanto em 1992 quanto em 2002.

Tabela 30

Brasil, Nordeste e Sergipe: Média de anos de estudo da população de 15 a 17 anos.

(1992 – 2003) Região (1) 1992 1999 2001 2002 2003

Brasil 5,0 6,2 6,5 6,7 7,0 Nordeste 3,8 4,8 5,2 5,5 5,8 Sergipe 4,1 4,9 5,1 5,5 6,0 Fontes: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)

(1) Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

Uma vez que a escolaridade tende a cair conforme a idade, efeito semelhante ao do

perfil temporal da taxa de analfabetismo, a média de anos de estudo da população de 25

anos ou mais é inferior, em 2003, aquela apresentada para a população de 15 a 17 anos73.

De fato, a média de anos de estudo daquele grupo aumentou lentamente não apenas para

Sergipe, mas também para o país e para a região como pode ser observado na Tabela 31.

Durante o período 1992-2003, a média de anos de estudo elevou-se em 1,3, 1,2 e 1,6

anos, respectivamente para Brasil, Nordeste e Sergipe, sendo o maior ganho para o Estado.

A população ocupada com 10 anos ou mais, por sua vez, avançou apenas 1,8 anos entre

1992 e 2003, passando de 4,3 para 6,1 anos de estudo74. Sergipe, portanto, não foge, a

despeito das pequenas variações com relação ao país e a região, da regra geral de deter 73

Informação derivada de tabulação da PNAD não mostrada no texto 74 Idem

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169

uma baixa escolaridade da população como um todo e, particularmente, da população

ocupada. Isso significa que a produtividade da força de trabalho é baixa o que se espelha

também no perfil de rendimentos. Embora a média de anos de estudo seja baixa, as

desigualdades educacionais que se refletem na distribuição relativa das pessoas por anos

de estudo e no nível de rendimentos segundo os anos de estudo, acentuam a desigualdade

de renda, sendo um dos fatores determinantes da desigualdade na sociedade brasileira e,

em particular, em Sergipe.

Tabela 31

Brasil, Nordeste e Sergipe: Média de anos de estudo da população de 25 anos ou mais

(1992 – 2003) Região 1992 1999 2001 2002 2003

Brasil (1) 5,0 5,7 6,0 6,1 6,3 Nordeste 3,5 4,2 4,4 4,6 4,7 Sergipe 4,0 4,7 5,0 5,2 5,6 Fontes: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)

(1) Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

4.2.5 – O IDH-M

Sintetizando a análise dos indicadores sociais, apresenta-se o Índice de

Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) para Sergipe. O IDH-M é baseado nos dados

do Censo Demográfico de 1991 e 2000, podendo ser desdobrado nas seguintes

componentes: educação, longevidade e renda (Tabela 32)75.

O IDH-M para Sergipe evoluiu de 0,597, em 1991, para 0,682 em 2000; um

crescimento médio de 1,5% a.a., inferior somente ao do Nordeste que passou de 0,585 para

0,681 durante o mesmo período. Observe que o IDH sergipano era maior do que o

nordestino em 1991, mas em 2000 praticamente igualou-se ao da região. O IDH-M Brasil

cresceu a uma taxa de 1,1% entre 1991 e 2000, mas em ambos foi bem superior aos

apresentados tanto por Sergipe quanto pelo Nordeste. Todavia, como cresceu menos do

que o IDH-M de Sergipe e do Nordeste, as distâncias foram discretamente reduzidas

durante o período.

O IDH-M educação cresceu a 2,6% a.a. no Nordeste e a 2,3% a.a. em Sergipe

durante o período em análise. Esses ganhos foram inferiores ao do país como um todo cujo

índice cresceu menos. Todavia, o índice brasileiro em ambos os anos está acima do de

Sergipe que, por sua vez, foi superior ao nordestino.

75

A fonte das informações é o Atlas de Desenvolvimento Humano elaborado pelo PNUD em cooperação com o IPEA

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170

Tabela 32

Brasil, Nordeste e Sergipe: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

e seus sub-índices (1991 e 2000) IDH-M Brasil Nordeste Sergipe

IDH-M, 1991 0,691 0,585 0,597 IDH-M, 2000 0,762 0,681 0,682 Taxa de crescimento anual 1991/2000 1,1 1,7 1,5 IDH-M-Educação, 1991 0,742 0,606 0,630 IDH-M-Educação, 2000 0,847 0,762 0,771 Taxa de crescimento anual 1991/2000 1,5 2,585 2,3 IDH-M-Longevidade, 1991 0,668 0,587 0,580 IDH-M-Longevidade, 2000 0,731 0,669 0,651 Taxa de crescimento anual 1991/2000 1,0 1,5 1,3 IDH-M-Renda, 1991 0,663 0,562 0,582 IDH-M-Renda, 2000 0,708 0,613 0,624 Taxa de crescimento anual 1991/2000 0,7 1,0 0,8 Fonte: PNUD - Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

Nota: Estes indicadores foram construídos pela média ponderada dos Estados em relação a sua respectiva

população

O IDH-M longevidade cresceu mais no Nordeste (1,5% a.a.) e menos no país (1,0%

a.a.) em comparação com Sergipe (1,3% a.a.), mas o indicador para o Estado está abaixo

do da região e do país em ambos os anos.

Finalmente, o IDH-M renda foi o que apresentou o menor crescimento em todos os

cortes: país, região e Estado. Contudo, foi no Nordeste que apresentou sua melhor

evolução (1,0% a.a.). O índice para Sergipe, em ambos os anos, foi superior ao nordestino

e inferior ao brasileiro.

Portanto, houve avanços no IDH-M global em todos os seus componentes com uma

discreta e lenta tendência a uma maior convergência.

4.3. Indicadores sociais sob a ótica das sub-regiões

O Estado de Sergipe está dividido em 13 microrregiões. A microrregião de Aracaju

aumentou a sua participação na população sergipana de 35,5% para 37,9% entre 1991 e

2000. As outras microrregiões mais importantes sob o ponto de vista demográfico,são:

Agreste de Itabaiana, Boquim, Estância e Sertão do São Francisco que não alteraram

significativamente sua posição relativa entre os anos censitários no que diz respeito a sua

gravitação populacional (Tabela 33).

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171

O IDH-M por microrregião consta da Tabela 34. O IDH-M mais alto é o relativo o

Aracaju e o mais baixo o do Sertão do São Francisco tanto em 1991 quanto em 2000.

Durante o período houve avanços em todas as microrregiões. Em 1991, o IDH de Aracaju

foi superior ao do Estado. Já em 2000 houve convergência entre o índice da microrregião

que abriga a capital e o do Estado com um todo (em torno de 0,762). As variações relativas

entre os anos censitários também constam da Tabela 34. Observe-se que os maiores

avanços em termos de IDH foram observados para as seguintes microrregiões: Sertão do

São Francisco, Estância e Boquim. Ou seja, os maiores ganhos ocorreram naquelas regiões

que apresentaram os piores IDH-M em 1991. A microrregião de Aracaju, por sua vez, foi a

que apresentou a menor variação entre os anos censitários. Isso significa que os índices

estão convergindo uma vez que os indicadores das regiões mais pobres avançam mais

rapidamente do que o das microrregiões com melhores índices.

Tabela 33

Sergipe e Microrregiões: População total e distribuição relativa (1991 e 2000) 1991 2000

Município Absol. % Absol. %

Variação %

Sergipe 1.491.878 100 1.784.475 100 19,6 Aracaju 530.200 35,5 675.667 37,9 27,4 Agreste de Itabaiana 120.734 8,1 144.113 8,1 19,4 Agreste de Lagarto 89.136 6,0 102.536 5,7 15,0 Baixo do Cotinguiba 66.371 4,4 76.875 4,3 15,8 Boquim 125.203 8,4 142.531 8,0 13,8 Carira 54.886 3,7 61.335 3,4 11,7 Continguiba 37.410 2,5 40.293 2,3 7,7 Estância 95.674 6,4 111.584 6,3 16,6 Japaratuba 42.114 2,8 48.899 2,7 16,1 Nossa Senhora das Dores 51.497 3,5 57.941 3,2 12,5 Própria 78.064 5,2 87.682 4,9 12,3 Sertão do São Francisco 113.150 7,6 135.061 7,6 19,4 Tobias Barreto 87.439 5,9 99.958 5,6 14,3 Fonte: PNUD - Atlas de Desenvolvimento Humano

A Tabela 34 decompõe o IDH em três dimensões: educação, longevidade e renda,

apresentando-os por microrregião. A microrregião de Aracaju apresenta o índice mais

elevado para educação tanto em 1991 quanto em 2000. Em 1991 e em 2000, a microrregião

de Boquim ocupa o último lugar no ranking do IDH-Educação. Nas demais dimensões, o

maior índice é o de Aracaju e o menor o de Boquim tanto em 1991 quanto em 2000.

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172

Tabela 34

Sergipe e Microrregiões: IDH-M (1991 e 2000)

Município IDH-M, 1991

IDH-M, 2000

Variação %

Sergipe 0,691 0,762 10,3 Aracaju 0,708 0,763 7,8 Agreste de Itabaiana 0,571 0,660 15,6 Agreste de Lagarto 0,527 0,603 14,4 Baixo do Cotinguiba 0,569 0,659 15,9 Boquim 0,497 0,601 21,0 Carira 0,520 0,614 18,2 Continguiba 0,544 0,625 14,8 Estancia 0,520 0,640 23,1 Japaratuba 0,526 0,622 18,3 Nossa Senhora das Dores 0,523 0,620 18,6 Propriá 0,544 0,618 13,5 Sertão do São Francisco 0,465 0,579 24,6 Tobias Barreto 0,504 0,594 17,9 Fonte: PNUD - Atlas de Desenvolvimento Humano

O IDH-M Educação avançou em todas as microrregiões. Todavia, os ganhos foram

mais significativos nas seguintes áreas de Sergipe: Sertão do São Francisco, Boquim,

Carira e Nossa Senhora das Dores. Boquim a despeito do considerável avanço (47,9%),

não conseguiu sair da última posição em 2000 (0,600).

O crescimento do IDH-Longevidade por microrregião está presente na mesma

Tabela 35 onde se observa que os maiores ganhos foram obtidos pelas microrregiões de

Estância, Japaratuba, Sertão do São Francisco e Baixo do Cotinguiba. O menor ganho,

nesta dimensão, foi o da microrregião de Boquim que ficou em último lugar em ambos os

anos.

Tabela 35

Sergipe e Microrregiões: sub-índices do IDH-M (1991 e 2000) IDH-M-Educação IDH-M-Longevidade IDH-M-Renda

Microrregiões 1991 2000

Variação %

1991 2000 Variação

% 1991 2000

Variação %

Sergipe 0,742 0,847 14,2 0,668 0,731 9,6 0,663 0,708 6,9 Aracaju 0,804 0,878 9,2 0,660 0,717 8,6 0,658 0,694 5,5 Agreste de Itabaiana 0,544 0,714 31,1 0,631 0,705 11,8 0,538 0,562 4,5 Agreste de Lagarto 0,520 0,690 32,7 0,544 0,580 6,7 0,519 0,540 4,2 Baixo do Cotinguiba 0,643 0,791 23,0 0,571 0,654 14,4 0,491 0,531 8,1 Boquim 0,405 0,600 47,9 0,476 0,513 7,8 0,426 0,446 4,6 Carira 0,480 0,672 40,0 0,577 0,630 9,3 0,502 0,539 7,4 Continguiba 0,580 0,730 25,9 0,566 0,640 13,2 0,487 0,504 3,6 Estância 0,549 0,744 35,5 0,524 0,643 22,6 0,488 0,535 9,6 Japaratuba 0,561 0,716 27,5 0,552 0,646 17,0 0,464 0,503 8,6 Nossa Senhora das Dores 0,510 0,713 39,7 0,572 0,628 9,9 0,486 0,519 6,9 Própria 0,613 0,727 18,6 0,525 0,594 13,3 0,495 0,532 7,5 Sertão do São Francisco 0,445 0,668 50,2 0,500 0,582 16,3 0,450 0,487 8,3 Tobias Barreto 0,521 0,683 31,2 0,504 0,573 13,7 0,487 0,527 8,2 Fonte: PNUD - Atlas de Desenvolvimento Humano

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173

Finalmente, no que diz respeito à dimensão renda que, usualmente, apresenta o

menor IDH, as variações inter-censitárias evidenciam que os maiores avanços foram obtidos

pelas microrregiões de Estância, exportadora de laranja,, Japaratuba, Sertão do São

Francisco, onde se localiza a usina hidroelétrica de Xingo, e Baixo do Cotinguiba. A

microrregião de Boquim foi a que menos cresceu no período. Isso a manteve no ultimo lugar

do ranking do IDH-Renda.

Portanto, os dados apontam que os piores IDH situam-se nas microrregiões de

Boquim e do Sertão do São Francisco. A primeira apresenta-se sistematicamente com o pior

indicador para cada uma das dimensões avaliadas enquanto a última microrregião ocupa o

último lugar no ranking global do IDH-M tanto em 1991 quanto em 2000.

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174

5 - PERSPECTIVAS DA ECONOMIA DE SERGIPE

Neste capítulo é feita uma análise geral e sucinta das perspectivas da economia de

Sergipe. A primeira seção procura identificar um conjunto de condicionantes do contexto

mundial, e em especial do contexto nacional, que podem influenciar positiva ou

negativamente, o desempenho das principais variáveis econômicas do Estado. As duas

outras seções objetivam examinar aspectos relacionados à dinâmica interna da economia

sergipana: uma abordando as previsões dos principais investimentos produtivos públicos e

privados para os próximos anos; e a outra identificando processos e mudanças em curso

que podem representar impactos significativos para o futuro da economia estadual. A última

seção é realizada, com base na definição de algumas hipóteses e numa breve descrição de

uma trajetória mais provável de comportamento da economia de Sergipe, no horizonte dos

próximos dez anos.

5.1. Condicionantes do Contexto Mundial e Nacional

A compreensão da perspectiva futura da economia de Sergipe se inicia com uma

análise das tendências mais relevantes da economia mundial e nacional.

5.1.1. Condicionantes Mundiais

Entre as tendências que com diferentes ritmos e intensidades devem dominar o

contexto econômico mundial nos próximos anos e que, mesmo resultando em reflexos muito

mais indiretos e tênues, devem em alguma medida repercutir sobre a base econômica

sergipana, destacam-se:

a) O avanço nas negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC)

e a redução de tarifas e de subsídios - Apesar de haver ainda grande

resistência dos países centrais, os entendimentos feitos no âmbito das

negociações são promissores para a redução, no médio e longo prazo, das

barreiras e subsídios, sobretudo no que se refere aos produtos agrícolas e

agroindustriais. As possibilidades de ganhos recíprocos para países

desenvolvidos e países pobres, que dependem crucialmente da agricultura

para gerar renda e emprego, são grandes se efetivamente avançarem os

entendimentos nessa área. Essa perspectiva, no caso de Sergipe, deve

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175

facilitar a exportação de produtos de origem agrícola, como o de concentrado

de suco de laranja e de produtos originários de perímetros irrigados76;

b) A disseminação das inovações tecnológicas e a ampliação do

conhecimento científico – Esses fatores deverão, cada vez mais, propiciar

mudanças significativas nos determinantes das vantagens competitivas das

nações e das regiões, com o diferencial de competitividade se deslocando

para o domínio do conhecimento e da tecnologia, a flexibilidade produtiva e o

grau de qualificação dos recursos humanos. Por outro lado, avanços

importantes na área de energia podem contribuir para mudanças na matriz

energética: destaque para a expansão do gás natural e a entrada em cena de

novos combustíveis como o biocombustível. Para Sergipe é importante estar

atento às necessidades de modernização de segmentos como os de Petróleo

e Gás; assim como às vantagens competitivas que o Estado pode ganhar

desde que avance em áreas com alto conteúdo tecnológico, caso das

empresas voltadas para a Tecnologia da Informação;

c) A instabilidade dos preços do petróleo - Prevê-se ainda para os próximos

anos a flutuação dos preços do barril de petróleo em patamares elevados,

não obstante se vislumbrar a possibilidade de incorporação de importantes

inovações tecnológicas que compensariam a tendência de alta, pela

substituição por outras fontes energéticas (biomassa e hidrogênio);

d) O crescimento do movimento turístico - O movimento turístico mundial

tende a se expandir mais, com destaque para o turismo cultural, ecológico e o

focado na terceira idade, estimulado pelo envelhecimento da população

mundial com renda elevada. Essa tendência gera uma grande oportunidade

para países com patrimônio cultural e natural significativo (caso do Brasil e,

em particular dos Estados do Nordeste);

e) A acentuação das desigualdades e heterogeneidade da economia

mundial – A reorganização da economia mundial no processo de

globalização está acentuando a concentração da economia mundial e

ampliando a heterogeneidade dos países em desenvolvimento, destacam-se

com grande potencial de desenvolvimento, países com uma base industrial

madura e um amplo mercado interno, a exemplo da China, Índia e Brasil.

76

Os ganhos advindos da remoção de barreiras e da redução de subsídios, sobretudo pelos países ricos, de acordo com o Banco Mundial, afetariam positivamente o comércio mundial, com a vantagem de reduzir o número de pobres em 8% até 2015, beneficiando cerca de 140 milhões de pessoas que vivem no meio rural com renda abaixo de US$ 2 dólares por dia . Ver World Bank (2004).

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176

A partir da análise da evolução das tendências gerais apresentadas, podem ser

destacadas duas grandes incertezas futuras77 da economia mundial (relativamente

interdependentes entre si) no horizonte 2005/2015, conforme Quadro 1.

I) Integração econômica e comercial, com a tendência mundial de

integração comercial convivendo com movimentos contrários que

reforçam o protecionismo, como por exemplo, a postura recente de reforço

das barreiras alfandegárias tanto tarifárias quanto não tarifárias impostas pelos

EUA. Afora os entendimentos da rodada de Doha na OMC, parte do processo

de integração econômica e comercial ocorre com a negociação em torno da

formação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), muito incerta e de

grande impacto na economia brasileira. Dessa incerteza pode-se formular dois

conjuntos de hipóteses bem distintas de comportamento futuro:

I.1) Redução lenta e gradual das barreiras alfandegárias, coexistindo

com as restrições não tarifárias e com pequenos avanços na

redução dos subsídios aos produtos agrícolas, resultado de

progressos nas negociações na OMC e de acordos e iniciativas bilaterais

dos EUA e da União Européia, ao mesmo tempo em que ocorreria

avanço na formação da ALCA com a possibilidade de ampliação do

mercado norte-americano de produtos agrícolas e bens intermediários, e

I.2) Predomínio da liberalização econômica com limitada regulação e

controle do comércio mundial e enfraquecimento da OMC,

estimulando iniciativas isoladas de protecionismo, manutenção de

barreiras tarifárias e criação de mecanismos de proteção não tarifária,

persistindo nessa hipótese, dificuldades de negociação impedindo a

implantação da ALCA.

II) Reacomodação nos Desequilíbrios estruturais e no movimento

internacional de capital, com perspectiva de expansão da liquidez

internacional e dos movimentos de capital, viabilizando o financiamento tanto

do déficit comercial dos EUA quanto dos investimentos nos países emergentes,

em especial China. Os chamados déficits gêmeos dos Estados Unidos (o fiscal

77

Eventos e processos mais relevantes e determinantes do sistema sobre cujo desempenho futuro não existe o menor grau de segurança. Fazem a diferença na definição de alternativas de futuro

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177

e o da conta corrente do balanço de pagamento) são o ponto central da

instabilidade mundial, cuja solução está na dependência de alterações

estruturais na economia norte-americana e nas relações comerciais e

financeiras mundiais. Quanto a essa incerteza podem ser identificadas duas

hipóteses alternativas de comportamento futuro:

II.1) Equacionamento dos estrangulamentos financeiros e cambiais das

grandes nações desenvolvidas, especialmente dos EUA (déficit

externo e endividamento interno), com processo lento e controlado da

desvalorização do dólar (valorização das moedas chinesas e japonesas)

e reacomodação das economias da China, EUA, União Européia, Japão e

Rússia; e

II.2) Persistência dos estrangulamentos devido ao agravamento do déficit

externo dos EUA e do endividamento interno e persistência da

desconfiança dos investidores em relação ao dólar e à capacidade de

expansão da economia mundial, levando à continuidade da retração das

economias da Europa e Japão;

Quadro 1 ALTERNATIVAS DE FUTURO DA ECONOMIA MUNDIAL

INCERTEZAS HIPÓTESE 1 HIPÓTESE 2

Integração econômica e organização do

comércio

Redução lenta das barreiras e avanço da ALCA

Liberalização desigual e persistência dos subsídios

agrícolas com atraso da ALCA

Desequilíbrios estruturais e

movimento de capital

Equacionamento dos estrangulamentos e recuperação da confiança dos investidores

Persistência dos estrangulamentos e da desconfiança dos investidores

RESULTADOS

Dinamismo econômico Alto crescimento (4,5%) Baixo crescimento (2%)

Instituições mundiais Recuperação das instituições

multilaterais Permanência da fragilidade das

instituições multilaterais

Distribuição econômica mundial

Leve desconcentração com crescimento dos emergentes

Persistência da concentração da economia mundial

5.1.2. Condicionantes Nacionais

Além da influência de mudanças no cenário mundial que, em maior ou menor grau,

afetará a economia sergipana, esta deverá também ser influenciada por alguns importantes

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desdobramentos na economia brasileira, ou seja, por processos que com certa margem de

probabilidade podem repercutir, no horizonte de 2005 a 2015, na dinâmica da economia

nacional e, por conseguinte, na trajetória mais provável da economia de Sergipe. Como

destaques podem ser citadas as seguintes tendências:

a) Manutenção da austeridade da política macroeconômica – apesar das

pressões crescentes para a revisão da política macroeconômica, tudo indica que

os princípios da austeridade e da responsabilidade fiscal deverão continuar nos

próximos anos. A se confirmar essa tendência às possibilidades de crescimento

futuro da economia brasileira ficarão bastante restringidas no curto e médio

prazo, configurando-se, ao mesmo tempo, uma lenta, mas persistente redução

da relação dívida/PIB;

b) Persistência dos estrangulamentos na infra-estrutura econômica –

considerando que a capacidade de investimento público ainda permanecerá

baixa, em meio inclusive a continuidade da política de ajuste fiscal, os

estrangulamentos na infra-estrutura econômica brasileira em áreas como os

sistemas rodoviário, portuário e elétrico, podem se acentuar no curto e médio

prazo, sendo tanto maior quanto mais intenso for o ritmo de recuperação da

economia;

c) Ampliação da integração econômica externa - combinando relações bilaterais

e atuação combativa na OMC, o Brasil deve manter a abertura externa da

economia e negociar a sua integração comercial; isso inclui a continuação de

uma atenção especial para o Mercosul e para a ALCA;

d) Melhoria do ambiente microeconômico e na regulação institucional – o

Governo Federal vem tentando implementar iniciativas que visam criar um

ambiente microeconômico positivo, em áreas como o marco regulatório dos

setores oligopolizados, as regras das Parcerias Público-Privadas - PPPs, a

legislação trabalhista e o sistema tributário; todavia os resultados são muito

limitados. Além destes elementos deve ganhar destaque a negociação recente

em torno de uma reforma política e administrativa; ambas procurando criar uma

maior proteção contra a corrupção na política brasileira. Este conjunto de

iniciativas apontam para um ambiente microeconômico mais positivo;

e) Limitação da Guerra Fiscal como instrumento de atração de investimentos

– a falta de uma política de desenvolvimento regional no Brasil, ao longo das

últimas décadas, associada à competência e autonomia dos estados para alterar

as normas da legislação tributária, estimulou a criação de um ambiente

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predatório de disputa na atração de investimentos privados pelos estados e

municípios. Esse contexto de acirramento na disputa por recursos tende a ser

minorado, na medida em que, a própria lógica do mercado pressupõe outros

diferenciais de atração, em especial aqueles associados a vantagens de cunho

mais competitivo e, de outro, seja aprovada uma reforma tributária que impeça o

uso isolado de instrumentos de concessão de benefícios fiscais. Mesmo assim,

ainda deverão persistir iniciativas e disputas isoladas dos estados, inclusive dos

nordestinos, na busca de investimentos e financiamentos, recorrendo-se muitas

vezes a pressões políticas junto ao Governo Federal.

O cenário futuro da economia brasileira, que certamente influirá nos rumos da

economia de Sergipe, irá depender de fatores associados às incertezas sugeridas – tanto as

internas quanto as externas, que decorrem, como visto anteriormente, do ambiente mundial

– gerando diferentes alternativas econômicas para o país.

Assim, com base na análise das tendências que estão amadurecendo na realidade

brasileira e sob a influência das perspectivas delineadas para o ambiente econômico

mundial, foram definidas quatro incertezas críticas para o horizonte de 2005-2015 na

economia brasileira. Estas estão apresentadas abaixo, no Quadro 2, na forma de

incertezas-síntese, cujo desempenho futuro expressam duas alternativas de futuro.

QUADRO 2 ALTERNATIVAS DE FUTURO DA ECONOMIA BRASILEIRA

INCERTEZAS HIPÓTESES 1 HIPÓTESES 2

Grau de Integração à Economia mundial

Crescimento econômico com avanços nas negociações da OMC e início da formação da ALCA e lenta recuperação do

Mercosul.

Baixo crescimento, liberalização da economia e unilateralismo combinado com atraso para a formação da ALCA

e estagnação do Mercosul.

Governabilidade e eficiência da gestão

pública

Formação de condições de governabilidade e melhora da

capacidade gerencial.

Instabilidade política, governabilidade precária, com dificuldades na gestão

pública.

Ambiente Micro-Econômico

Avançam as reformas tributária, trabalhista, e judiciária, e se consolida o marco regulatório.

Reformas não avançam e persistem dificuldades nos marcos regulatórios.

Política Regional

Investimentos diferenciados no território nacional com

regionalização dos gastos públicos.

Limitada, com baixos investimentos e gastos públicos fragmentados.

5.2. Investimentos Previstos para a Economia de Sergipe

Aquém dos desdobramentos relacionados aos eventos futuros mais importantes da

economia brasileira, a compreensão dos desdobramentos futuros da economia de Sergipe

passa, em especial, pela análise das condições inerentes à sua própria economia que, a

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partir de uma maior ou menor capacidade de atrair recursos, poderá resultar numa

determinada margem de manobra na construção de seu próprio futuro. É nesse sentido que

se apresentam de forma esquemática as diferentes iniciativas no front dos investimentos

privados e públicos de sua economia no futuro próximo.

Dessa forma, tendo por base a coleta de informações e de entrevistas com

representantes do setor público e privado, faz-se um mapeamento dos investimentos

previstos e os que estão sendo realizados no Estado de Sergipe no horizonte temporal de

2004 até 2015. Para tal, tomou-se por base: i) informações coletadas em entrevistas com

técnicos de órgãos do Governo do Estado; ii) entrevistas com lideranças empresariais e

políticas; iii) informações estatísticas da Companhia de Desenvolvimento Industrial de

Sergipe – CODISE; e iv) análise de documentos oficiais, a exemplo, entre outros, do

Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido Sergipano e do Plano de

Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável do Pólo Costa dos Coqueirais - PDITS.

É importante ressaltar que durante as entrevistas se procurou enfatizar os eventos que

podem vir a dinamizar a economia do Estado.

Como uma primeira abordagem, o texto remete aos investimentos que podem ser

considerados estruturadores, devendo-se salientar que parcela significativa dos projetos

mencionados corresponde a intenções, podendo ser realizados parcial ou integralmente ou

ainda sequer serem concretizados. Em seguida, o trabalho tece considerações sobre os

investimentos do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial - PSDI, que tem por

finalidade atrair e fomentar a atividade industrial de Sergipe, mediante a concessão de

benefícios fiscais e financeiros.78

5.2.1- Investimentos Estruturadores

Em termos de grandes investimentos privados previstos para o horizonte dos

próximos dez anos merecem destaque na estrutura produtiva sergipana as seguintes

iniciativas empresariais sinalizadas até o momento79:

a) Da Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás (segmento de Petróleo e Gás)

A Petrobras é a empresa que lidera as iniciativas no Estado de Sergipe. Conforme

pode ser observado na Tabela 1, a Unidade Sergipe/Alagoas, deverá investir até 2007, no

78 Foram considerados apenas os projetos para os quais foram editadas pelo Governo do Estado, segundo a portaria de concessão dos benefícios. 79 Indicações levantadas a partir de informações dos próprios grupos privados.

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estado, recursos da ordem de R$ 1,98 bilhão, que correspondem a cerca de 2/3 do total dos

recursos de US$ 1,28 bilhões (R$ 2,98 bilhões80) previstos para essa Unidade. Tais

recursos deverão ser alocados para as seguintes iniciativas:

i) Investimentos em expansão da rede de gasodutos. São estimados em

R$ 640 milhões até o final de 2006, montante que corresponde a

aproximadamente 60% dos recursos destinados para a Unidade Sergipe-

Alagoas da Petrobras. Esses recursos referem-se às obras de gasoduto

de: a) Catu/Carmópolis, no valor de R$ 579,8 milhões e extensão de

265Km; b) Itaporanga/Atalaia, no valor de R$ 67,3 milhões e extensão de

29Km; e c) Carmopólis/Pilar, no valor de R$ 408,5 milhões e extensão de

175 Km;

ii) Ampliação da Fábrica de Fertilizantes do Nordeste – FAFEN. A

Petrobrás pretende investir, no período de 2005 a 2007, cerca de R$ 193,3

milhões nessa fábrica, em obras de ampliação da unidade de recuperação

de CO2, na qualidade de produtos da unidade de granulação, em logística

no armazém de Uréia, na segurança e confiabilidade na re-instrumentação

da planta industrial e em projetos ambientais, e em novos produtos, como

tiosulfato de amônia e fertilizante líquido; e

iii) Outros investimentos da Petrobrás. Para Sergipe, a empresa estima um

volume de investimentos equivalente a R$ 1,15 bilhão, até 2007, em obras

diversas, ressaltando-se a instalação de poço de petróleo em águas

profundas – Campo de Piranema; investimentos em poços de petróleo em

operação; em plataformas marítimas de produção; na unidade de

dessulforização; em estações de coleta e tratamento de óleo; em estações

de compressão de gás; em estações de injeção de água; em estações de

injeção de vapor; em geradores de vapor; em sondas de produção terrestre

(SPT); em sondas de perfuração terrestre (SC); em uma sonda de

produção marítima (SPM); na implantação de dutos de produção; em redes

elétricas e em estradas de acesso.

A importância da Petrobrás para a economia local não se limita à exploração do

petróleo e do gás e à fabricação de fertilizantes. A empresa atua também como importante

80 Dólar comercial de 5/09/2005.

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182

elemento dinamizador de uma cadeia de serviços por ela demandada e de parte importante

do comércio local, constituindo-se numa significativa fonte de emprego e renda no Estado.

Para se ter idéia, no ano de 2004, dos R$ 294 milhões que a empresa adquiriu em

materiais, R$ 90,28 milhões foram comprados a fornecedores na praça local. Todavia, há

muito que expandir no volume de compras locais.

É importante também salientar a deficiência na oferta de mão-de-obra especializada

do Estado, principalmente em construção, montagem e em manutenção. Apesar desse

problema, a empresa contratou em 2005 um terço do seu pessoal no Estado de Sergipe.

b) Da Companhia Vale do Rio Doce – CVRD (segmento de extração mineral)

Outro investimento considerado estruturador para a dinamização da economia

sergipana é o da Companhia Vale do Rio Doce. Para o período 2005/2006 a empresa

prevê investimentos da R$ 179,41 milhões (US$ 77 milhões), na ampliação da mina de

potássio da Unidade Operacional Taquari-Vassouras – UOTV, localizada no município de

Rosário do Catete. A produção de cloreto de potássio standard deverá alcançar o patamar

de 850 mil toneladas até o final de 2006 (em 2003 a produção foi de 658 mil toneladas).

Vale salientar que a UOTV é a única fábrica produtora desse componente para o

processamento de fertilizantes do país. A Companhia indicou também que estão sendo

feitos estudos técnicos para a exploração de outros minérios no estado de Sergipe.

c) Do Grupo Votorantim (Indústria de Cimento)

A Votorantim é outro grupo empresarial de porte considerável presente na base

produtiva sergipana que está sinalizando para novos investimentos, com a previsão de

recursos da ordem de R 297 milhões na ampliação da CIMESA S/A, unidade da fábrica de

cimento Poty, no município de Laranjeiras. O horizonte desse investimento é até o ano

2008.

d) Do Grupo João Santos (Indústria Cimento)

Ainda no segmento da indústria cimenteira merece também menção a ampliação da

fábrica de cimento Itaguassu AgroIndustrial S.A., do Grupo João Santos, no município de

Nossa Senhora do Socorro na microrregião de Aracaju, com investimentos projetados de

quase R$ 64,2 milhões, até 2008.

e) Do Grupo Maratá (Indústria de Produtos Alimentares)

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183

O Grupo Maratá tem a perspectiva de aplicação de investimentos, captados no

âmbito do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial – PSDI, no valor total de

quase R$ 52,5 milhões, distribuídos por quatro empreendimentos, conforme indicados a

seguir:

i) Maratá Sucos do Nordeste Ltda. Localizada no município de Estância,

com investimentos projetados em R$ 8,4 milhões para consolidação da

produção e vendas no o ano fiscal de 2010.

ii) Maratá Industria de Embalagens Ltda. Localizada no município de

Lagarto, com investimentos de R$ 12,9 milhões e estimativa de

consolidação da produção e vendas de acordo com o projeto para o ano

fiscal de 2010.

iii) Maratá Industria de Aguardente Ltda. Local. Localizada no município de

Lagarto, com investimentos projetados em R$ 11,6 milhões e estimados

para consolidação da produção e vendas para o ano fiscal de 2010.

iv) Industria Alimentícia Maratá Ltda. Localizada no município de Itaporanga

D’Ajuda, com investimentos Projetados em R$ 19,5 milhões e consolidação

da produção e vendas de acordo com o projeto para o ano fiscal de 2012.

f) Do Grupo Azaléia (Indústria de Calçados)

As informações sobre a expansão dos negócios do Grupo Azaléia no estado de

Sergipe referem-se ao Projeto de Calçado Hispania, localizado em Frei Paulo, Carira,

Ribeirópolis e Lagarto, com investimentos projetados em cerca de R$ 19,7 milhões, para o

ano fiscal de 2012, com capacidade para 800 empregos. Esses recursos também estão

sendo contemplados pelo PSDI

g) Do Grupo Dakota (Indústria de Calçados)

Ainda na industria de calçados vislumbra-se a implantação de uma fábrica do Grupo

de Calçados Dakota, situada no município de Simão Dias, com investimentos projetados de

R$ 3,4 milhões, até 2008. É também um pleito junto ao PSDI.

h) Do Grupo Itabaiana Indústria de Fios (Indústria Têxtil)

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Instalação de uma unidade a ser instalada no município de Ribeirópolis, com

investimentos previstos da ordem de R$ 54 milhões e consolidação do Projeto para o ano

de 2014.

i) De Grupos do segmento de Turismo

No segmento de turismo está previsto o aporte de uma série de novos investimentos

privados. As estimativas, por exemplo, para os investimentos em novos empreendimentos

nos municípios de Aracaju, São Cristóvão e Pirambu são do valor de R$ 113 milhões, para

os próximos cinco anos. Ressaltam-se como principais iniciativas à expansão dos negócios

nessa área realizadas pelos grupos Espírito Santo (resort), Brasilinvest (hotel), Barra dos

Coqueirais (hotel), EJR (hotel) e CVC (hotel).

Como investimentos estruturadores de responsabilidade do Governo do Estado de

Sergipe destacam-se:

a) Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido Sergipano –

PDSSAS.

Mais conhecido como Projeto Nova Califórnia, vislumbrando para a região do semi-

árido sergipano potencial de dinamismo, onde se salienta a fruticultura contemplada nos

grandes projetos de irrigação. Esse projeto envolve em especial os municípios de Canindé

do São Francisco, Poço Redondo e Porto da Folha, apresentando uma estimativa de

investimentos até 2012 no valor aproximado de R$ 582,5 milhões (equivalente a US$ 250

milhões), a maior parte com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento -BID

(GOVERNO DO ESTADO DE SERGIPE: 2004). Entre as atividades prioritárias do Projeto

Nova Califórnia destacam-se: i) a implantação do Pólo Agroindustrial do Xingo; ii) a

consolidação do Projeto Jacaré-Curituba e o desenvolvimento de vários projetos agrários;

iii) a promoção ao apoio ao desenvolvimento regional visando atrair investimentos privados

para os agronegócios; iv) o apoio ao desenvolvimento municipal, através do fortalecimento

da gestão municipal e das organizações comunitárias e da infra-estrutura municipal; v) a

realização de estudos de mercado; e vi) o monitoramento e avaliação do Programa;

b) Ações voltadas para o apoio ao desenvolvimento do turismo, ressaltando-se:

i) Projeto Pólo Costa dos Coqueirais, com investimentos até 2007 da ordem

de R$ 245,58 milhões (US$ 105,4 milhões), objetivando integrar a cadeia

produtiva do turismo em nível regional, complementando o modelo

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implementado pelo Prodetur. Essas ações compreendem: i) a

complementação do sistema de acesso à região do Pólo, representada

pelos municípios litorâneos do Estado (Aracaju, Barra dos Coqueiros, Brejo

Grande, Estância, Indiaroba, Itaporanga d’ Ajuda, Laranjeiras, Nossa

Senhora do Socorro, Pacatuba, Pirambu, Santa Luzia do Itanhy, Santo

Amaro das Brotas e São Cristóvão); ii) a estruturação de atrativos turísticos;

iii) o fortalecimento de Aracaju como principal centro receptivo do turismo

da região; iv) o fortalecimento da capacidade de gestão; v) a

implementação de gestão participativa e integrada; e vi) a implementação

de ações para garantir a preservação do meio ambiente (GOVERNO DO

ESTADO DE SERGIPE: 2003) e

ii) Prodetur II, especificamente nos pólos turísticos de São Cristóvão, do

Litoral Sul e do Litoral Norte, envolvendo até 2007 investimentos que

totalizam R$ 240 milhões (equivalentes a US$ 103 milhões);

c) Programa de Apoio à Inovação nas Empresas (INOVA-SE).

Trata-se de uma ação para o desenvolvimento da ciência e tecnologia do Estado,

através de parceria entre o Fundo Estadual para o Desenvolvimento Científico e

Tecnológico – FUNTEC com a Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP, objetivando a

realização de pesquisas nas áreas de saúde, biotecnologia, agronegócio, energia e nas

cadeias produtivas do turismo, construção civil, cerâmica, mínero-química, têxtil, fruticultura

e aqüicultura, englobando recursos de R$ 1,6 milhão;

d) Programa de Revitalização da Citricultura Sergipana.

Esse programa contempla ações que visam renovar 20 mil hectares de pomares até

2006, em 14 municípios do Centro-Sul de Sergipe, devendo gerar cerca de 50 mil

empregos.

e) Programa de Apoio à Fixação e Atração de Doutores.

Esse programa diz respeito a uma parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa

do Estado de Sergipe (FAP-SE) com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq), e tem investimentos previstos da ordem de R$ 3,14 milhões,

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priorizando projetos em áreas estratégicas do Estado e inseridos nos Arranjos Produtivos

Locais (APL’s).

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Tabela 1

Sergipe: Investimento em realização e previsto (2004/2014)

Fonte: Petrobrás, UN-SEAL; Companhia Vale do Rio Doce - CVRD; Grupo Votorantim; Grupo Maratá; Grupo Azaléia; Grupo Itabaiana; Secretaria de Estado da Indústria e do Comércio - SEIC; Secretaria de Estado da Agricultura,

do Abastecimento e da Irrigação - SAGRI; Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de Sergipe –CODISE; Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido Sergipano (Projeto Nova Califórnia);

Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável do Pólo Costa dos Coqueirais – PDITS.

Notas: (1) Esse valor levou em conta a participação para o Estado de Sergipe de 60% dos R$ 2,9 bilhões de investimentos previstos para a UM-SEAL; (2) INOVA-SE; Programa Revitalização da Citricultura; Programa de Apoio a

Fixação e Atração de Doutores.

DESCRIÇÃO DO INVESTIMENTO Duração do Investimento R$ milhão

I - INVESTIMENTOS PRIVADOS PETROBRÁS (UM-SEAL)1 2005/2007 1.982,40 - Investimentos na FAFEN 2005/2007 193,3 - Investimentos em gasodutos até 2006 1.055,6 Companhia Vale do Rio Doce (produção de cloreto de potássio) 2005/2006 179,41 Grupo Votorantim (cimento portland) Até 2008 297,0 Grupo João Santos (cimento portland) Até 2008 64,2 Grupo Maratá (suco concentrado, café e embalagem). Até 2012 52,5 Grupo Azaléia (calçados) Até 2012 19,5 Grupo Dakota (calçados) Até 2008 3,4 Grupo Itabaiana (indústria de fios) Até 2014 54,0 Grupos Privados da Área de Turismo Até 2010 113,0

II - PROGRAMAS DO GOVERNO DO ESTADO

PDSSS - Projeto Nova Califórnia (fruticultura irrigada) 2004/2012 582,5

Projeto Pólo Costa dos Coqueirais (Implementação de Ações Estratégicas) 2007 245,9

Prodetur II até 2007 240,0

Pólo Turístico de São Cristóvão até 2007 142,1

Pólo Turístico do Litoral Sul até 2007 51,26

Pólo Turístico do Litoral Norte até 2007 46,60

Outros Programas governamentais 2 2005/2007 5,2

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5.2.2- Os Investimentos Industriais do Programa Sergipano de

Desenvolvimento Industrial – PSDI

Instituído através da Lei nº 3.190/91, de 23 de dezembro de 1991, e

reformulada pela Lei nº 4.914 de 25 de agosto de 2003, o Governo de Sergipe conta

com o Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), que visa conceder

apoio financeiro, creditício, locacional e fiscal com incentivos concedidos com base no

Fundo de Apoio à Industrialização (FDI) para a ampliação de unidades industriais

existentes ou de projetos que venham a se localizar no Estado.

Esses incentivos destinam-se a empreendimentos industriais novos ou já

instalados e em funcionamento, considerados pelo Conselho de Desenvolvimento

Industrial - CDI, como necessários e prioritários para o desenvolvimento do Estado,

sendo assim classificadas as unidades produtivas que contribuam para elevar o nível

de emprego e renda, descentralizar econômica e espacialmente as atividades

produtivas, modernizar tecnologicamente o parque industrial e preservar o meio

ambiente.

O PSDI se destaca devido à importância que tem para atrair novos

investimentos para o Estado de Sergipe, sendo aqui considerados os projetos que já

detêm portaria de concessão de benefícios fiscais com enquadramento nas linhas de

implantação e ampliação para o segmento industrial estabelecidas no referido

Programa, que engloba um universo de 131 unidades produtivas que deram entrada

na solicitação do incentivo do PSDI na CODISE no período de 1995 a 2005, cuja

vigência dos investimentos vão até 2015 (para os projetos incentivados em 2005).

Vale salientar que os projetos, uma vez implantados, deverão gerar cerca de 12,6 mil

novos postos de trabalho e o valor de investimentos previstos totaliza

aproximadamente R$ 1,09 bilhão, em todo o período, como mostram as Tabelas 2 e

3. O valor médio investido por projeto corresponde a R$ 8 milhões e trezentos e

cinqüenta mil, gerando, em média, 96 empregos diretos por projeto.

Uma característica predominante dos investimentos previstos para o segmento

industrial sergipano é a diversidade de ramos produtivos que compõem a sua matriz

industrial, como pode ser visto na Tabela 2. Em termos de investimentos nota-se que

a maior concentração de projetos verifica-se na cadeia química, que agrega os ramos

farmacoquímico, de produtos farmacêutico e químico, responsabilizando-se por 26,6%

dos investimentos do PSDI, seguido pelo segmento de bebidas, com 21,5% e por têxtil

e confecções, com 12,4%. Destacam-se ainda os ramos industriais de Alimentos

(6,5%), Plásticos (5,3%), Agroindústria (4,8%) e Confecções (4,1%).

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No que concerne à geração de empregos, os ramos produtivos de Alimentos,

Têxtil e Confecções e Calçados e Couros devem gerar quase metade dos postos de

trabalho previstos (14,0%, 24,4%, e 10,0%) do total dos empregos previstos pelo

Programa, o que perfaz um total de 48,4%. Na indústria alimentícia prevê-se a criação

de 1.766 postos de trabalho; no ramo de confecções, 1.711 empregos; na indústria

têxtil 1.353 empregos; e no segmento couro-calçadista 1.256 empregos. A indústria

química, maior aglutinadora dos investimentos, participa com a geração de apenas

4,7% das ocupações, empregando 592 pessoas.

No que diz respeito à localização dos projetos incentivados pelo PSDI, a

Tabela 3 revela que a microrregião de Aracaju agrega quase metade dos

estabelecimentos (48,9%), responsabilizando-se por parcela significativa dos novos

postos de trabalho previstos (41,4%) e por mais da metade dos investimentos

pleiteados (51,8%). Na área em questão destaca-se o fato de que o Programa

contemplou 64 do total de 131 projetos considerados “agrupamentos industriais

prioritários” entre aqueles que já possuem portaria de concessão de benefícios.

Nessas indústrias devem ser realizados investimentos da ordem de R$ 567,14 milhões

e criados 5,2 mil empregos entre os 12,6 mil postos de trabalho previstos pelo

Programa, o que perfaz uma média de 81 ocupações por estabelecimento.

Na microrregião de Aracaju, os municípios de Nossa Senhora do Socorro e

Aracaju concentram 46,8% dos investimentos e agregam 36,7% dos empregos

previstos: Aracaju, com 28 projetos, englobando recursos de R$ 87,27 milhões (8,0%

do montante do Estado) e cerca de 2,1 mil postos de trabalho, ou seja, 16,7% dos

empregos previstos pela indústria incentivada pelo PSDI; e Nossa Senhora do

Socorro, com 30 projetos, envolve investimentos da ordem de R$ 424,5 milhões,

correspondentes a 38,8% das inversões incentivadas pelo Programa, devendo gerar

2,5 mil novos empregos, ou seja, a 20,0% do total previsto.

Analisando-se ainda as grandes regiões do Estado, nota-se que a microrregião

de Estância é a segunda área de Sergipe com investimentos do PSDI, com montante

de R$ 322,64 milhões, quase 1/3 das inversões do Programa (29,5%), com uma

previsão de geração de cerca de 2,5 mil postos de trabalho (20,1%) em 14 projetos.

Vale salientar que a região semi-árida sergipana, uma das mais carentes do

Estado, contou com o incentivo de apenas seis projetos, sendo cinco em Nossa

Senhora da Glória e um em Porto da Folha, agregando, no conjunto, 301 postos de

trabalho (2,4% do total previsto para o Estado) e contabilizando investimentos de

cerca de R$ 9 milhões, equivalentes a 0,8% do total previsto para o PSDI.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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Tabela 2

Sergipe: Investimentos e Empregos Previstos pelo Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial por Setor Industrial (*) – Horizonte 2015

Projetos Empregos Investimentos Ramo Industrial

Nº % Nº % R$ milhão %

Química 3 2,3 592 4,7 290.552,14 26,6

Bebidas 12 9,2 1.135 9,0 235.511,00 21,5

Têxtil e Confecções 21 16,1 3.264 24,4 135.702,14 12,4

Metal-Mecânica 11 10,4 864 7,0 81.930,79 7,5

Alimentos 16 12,2 1.766 14,0 71.349,67 6,5

Agroindústria 12 9,2 555 4,4 68.231,11 6,2

Plásticos 7 5,3 759 6,0 58.491,38 5,3

Papel e Celulose 2 1,5 124 1,0 35.389,92 3,2

Calçados e Couros 4 3,1 1.256 10,0 33.462,56 3,1

Perfumaria, Sabão, Velas e Higiene Pessoal.

4 3,1 161 1,3 15.197,04 1,4

Aqüicultura e Carcinicultura 3 2,3 281 2,2 15.020,93 1,4

Fertilizantes 4 3,1 186 1,5 12.964,00 1,2

Móveis e Outros Artefatos Mobiliários 14 10,7 474 3,8 9.377,32 0,9

Minerais Não-Metálicos 4 3,1 191 1,5 3.081,32 0,3

Outros 14 10,7 1165 9,2 27.996,76 2,7

Total 131 100,0 12.573 100,0 1.094.258,08 100,0 Fonte: Governo de Sergipe, CODISE.

Nota: (*) Foram computados apenas os projetos que possuem Portaria da SEFAZ

Tabela 3

Sergipe: Investimentos e Empregos Previstos pelo Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial por Localização – Horizonte 2015

Projetos Empregos Investimentos (R$1.000,00) Microrregiões e Municípios

Nº % Nº % Nº %

Aracaju 64 48,9 5.201 41,4 567.137,81 51,8

Aracaju 28 21,4 2098 16,7 87.270,68 8,0

Socorro 30 22,9 2512 20,0 424.497,00 38,8

Estância: 14 10,7 2.522 20,1 322.638,62 29,5

Estância 9 6,9 1.173 9,3 252.099,63 23,0

Itaporanga D'Ajuda 5 3,8 1.349 10,7 70.538,99 6,4

Japaratuba 2 1,5 44 0,3 54.359,06 5,0

Agreste de Lagarto (Lagarto) 10 7,6 608 4,8 32.856,88 3,0

Carira 4 3,1 1.184 9,4 31.459,42 2,9

Baixo Cotinguiba 6 4,6 363 2,9 29.696,82 2,7

Agreste de Itabaiana 6 4,6 455 3,6 19.779,32 1,8

Propriá 7 5,3 414 3,3 13.754,00 1,3

Sergipana do Sertão do São Francisco

5 3,8 271 2,2 7.578,13 0,7

Cotinguiba: 2 1,5 94 0,7 5.911,55 0,5

Boquim: 7 5,3 1.121 8,9 4.932,84 0,5

Nossa Senhora das Dores 1 0,8 89 0,7 2.392,05 0,2

Tobias Barreto 3 2,3 207 1,6 1.761,58 0,2

Total 131 100,0 12.573 100,0 1.094.258,08 100,0 Fonte: Governo de Sergipe, CODISE.

Nota: (*) Foram computados apenas os projetos que possuem Portaria da SEFAZ.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

191

5.3. Tendências e Sinais de Mudança

5.3.1. Tendências da base produtiva da Economia de Sergipe

Tomando como referência um conjunto de entrevistas realizadas junto a

especialistas e dirigentes públicos e privados e a análise de diversos estudos e

documentos que tratam sobre a realidade e perspectiva da economia de Sergipe foi

possível traçar algumas tendências básicas e sinais de mudanças latentes ou

potencias na sua base produtiva. As principais são indicadas a seguir:

a) Perspectiva de expansão das atividades de Petróleo e Gás.

Salienta-se como de fundamental importância para o futuro de Sergipe, a

retomada dos investimentos da Petrobrás na exploração de petróleo em águas

profundas e em novas plataformas continentais, além dos investimentos em

gasodutos, transformando o Estado em grande produtor regional de gás, com o

Governo tomando algumas iniciativas visando dotar a área com infra-estrutura básica

para a atração de empreendimentos.

b) Incremento de outros produtos minerais

Além da retomada da atividade de produção de petróleo, deve se expandir a

oferta de outros minerais, como o cloreto de potássio e o cloreto de sódio (explorado

principalmente pela Companhia Vale do Rio Doce), fundamentais para a fabricação de

fertilizantes, que deverá permitir a implementação de um complexo integrado entre os

segmentos de mineração e química.

c) Adensamento de cadeias produtivas já consolidadas na indústria de

transformação.

Uma tendência verificada em Sergipe é o adensamento de cadeias produtivas

já consolidadas, como a de vestuário, calçados, minerais não-metálicos e a química.

Nesse sentido, por exemplo, os segmento de química e bebidas, respondem por mais

de 20% dos recursos indicados pelo PSDI.

d) Expansão de atividades agrícolas e agroindustriais.

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192

Não obstante, como foi verificado anteriormente, o setor agrícola e

agroindustrial sergipano ter demonstrado um baixo dinamismo nos últimos anos, é

possível identificar algumas frentes com potencial de expansão: i) retomada da

citricultura na região centro-sul de Sergipe, a partir do apoio do programa de

revitalização do segmento promovido pelo governo do Estado; ii) a produção de frutas

diversas em perímetros irrigados, com destaque para o Platô de Neópolis, na região

costeira norte, e para o recém implantado projeto Nova Califórnia, como é conhecido o

Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido Sergipano, no semi-árido 81;

e iii) existência de mais de 13 mil hectares propícios para a carcinicultura marinha,

com destaque para os municípios Itaporanga d’Ajuda, Estância e Santo Amaro das

Brotas. Além dessas atividades, também merece ser destacado o potencial da

ovinocaprinocultura, em especial a criação de caprinos; da piscicultura; e da produção

de biodiesel, a partir, sobretudo, do estrato de mamona.

e) Consolidação do turismo como atividade econômica estratégica

As atividades de turismo tendem a se expandir e se consolidar na base

produtiva sergipana, devendo se tornar uma atividade econômica estratégica no médio

prazo, com destaque para Aracaju e para a o Semi-Árido, com Xingo. Há a perspectiva

de expansão decorrente tanto dos investimentos previstos pelo Prodetur II quanto de

projetos da iniciativa privada, na construção de resorts e hotéis, alguns pertencentes a

grupos internacionais.

i) O interesse da iniciativa privada no Turismo pode atuar como fator de

estímulo ao crescimento e a diversificação de uma ampla gama de

pequenos negócios, contribuindo para consolidar uma cadeia

produtiva com forte potencial de criação de emprego e geração de

renda. O núcleo básico desse segmento envolve rede de hotelaria,

restaurantes, artesanato, movelaria e equipamentos para hotelaria,

atividades de entretenimento e lazer, incluindo eventos culturais e

artísticos, e

ii) Apesar do volume reduzido de recursos destinados pelo Prodetur II, o

estímulo oferecido pelo Governo do Estado, basicamente em infra-

estrutura, deverá alavancar o segmento de turismo no Pólo Turístico

do Xingó e, principalmente, nos pólos de São Cristóvão, do Litoral Sul

e do Litoral Norte, onde se concentram as inversões. A meta que se

81

Outros projetos voltados para culturas irrigadas (Projeto Califórnia, Projeto Jacarecica I, Projeto Porção da Ribeira, Projeto Piauí, Projeto Jabiberim).

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193

busca é a de eliminar ao máximo os pontos de estrangulamento do

segmento de turismo, através de ações que vão desde intervenções

em infra-estrutura à proteção ambiental, à recuperação do patrimônio

histórico e à capacitação da mão-de-obra.

f) Movimento incipiente de desenvolvimento de segmentos de alto

conteúdo tecnológico

Em que pese a pouca tradição do Estado de Sergipe em atividades que exigem

alto conteúdo tecnológico, já se percebe um movimento, embora pouco intenso, no

sentido de se investir nesse tipo de atividade. Um passo importante foi à

implementação do projeto INOVA-NE e acoplado a esse a criação do Sergipetec, com

ações que visam apoiar as iniciativas de caráter inovador. O fortalecimento em

andamento dos cursos de engenharia da UFSE e o apoio de importantes entidades

como o Sebrae e a Federação das Indústrias de Sergipe, demonstram que começa a

haver perspectiva de surgimento de “atividades de ponta” no Estado em área como a

informática e petróleo e gás.

Todavia, essa tendência ainda está muito incipiente, e condicionada a

necessidade de um esforço muito maior de incentivo, capacitação e investimento

privado do que o que se apresenta atualmente.

5.3.2. Tendências de Dinamismo Espacial

Em termos espaciais, ressalta-se, primeiramente, a significativa

concentração de investimentos na Microrregião de Aracaju, com os investimentos

da Petrobrás, o potencial do turismo, a dinâmica dos serviços modernos e a

construção civil. Ainda na área entorno de Aracajú, registram-se a indústria cimenteira

(no município de Laranjeiras), os distritos industriais de Aracaju, já consolidado e o de

Socorro, no município de Nossa Senhora do Socorro, onde se prevê um dinamismo

considerável com a implantação de novas indústrias, a maior parte incentivada pelo

PSDI, assim como o Projeto Pólo Costa dos Coqueirais, em Barra dos Coqueiros e o

Pólo de São Cristóvão.

Outro espaço com potencial de crescimento é o Semi-Árido, mas

especificamente a microrregião sergipana do sertão do São Francisco82,

principalmente os municípios de Canindé do São Francisco e Nossa Senhora da

Glória, por conta do potencial turístico e pelo pólo agrícola forte, baseado na

82

Essa microrregião constitui-se um dos espaços mais pobres do Estado de Sergipe, e embora aponte para um potencial de crescimento, está longe de se tornar um dos pólos mais dinâmicos de Sergipe.

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194

fruticultura e na emergente produção da mamona, impulsionada pelo projeto do

Biodiesel. Também se destacam a microrregião de Propriá, devido ao projeto do

Platô de Neópolis, principalmente em termos de fruticultura; e a região centro-sul,

mais especificamente os municípios de Boquim, Arauá e Estância, por conta da

revitalização da citricultura.

As outras áreas que poderiam ser mencionadas são as que já contam com um

pólo de desenvolvimento, com destaque para grandes cidades como Itabaiana e

Lagarto, no Agreste Sergipano; Própria, localizada à margem da BR-101; Porto da

Folha no norte sergipano, devido aos efeitos do Projeto Nova Califórnia e Itaporanga

d’Ajuda, no centro-sul, onde estão acontecendo alguns investimentos industriais

importantes. Na direção do centro-sul registra-se ainda o setor de cerâmica em

Itabaianinha, município que também é um pólo de confecção. Este pólo se estende

para Itabaiana que é um pólo comercial e Tobias Barreto no oeste.

5.3.3. Tendências da presença do Setor Público

A presença do setor público na economia sergipana é significativa como foi

demonstrado no diagnóstico econômico desse estudo, tanto em termos de geração de

empregos (cerca de 40% do emprego formal do Estado) quanto da riqueza (com, por

exemplo, a administração pública, defesa e seguridade social contribuindo com cerca

de 25% do PIB estadual).

Esse peso deverá ainda permanecer por um bom tempo, todavia, é possível

prever um relativo aumento da participação do emprego e do PIB privado83, sobretudo

levando-se em conta a perspectiva dos novos investimentos privados e do maior

adensamento das cadeias produtivas.

O Governo estadual já sinaliza com a prioridade dos investimentos públicos

para programas de cunho mais social, correspondem a cerca de 30% de todo o

volume de investimentos previstos no horizonte temporal até 2015, que representa

algo em torno de R$ 3,3 bilhões. Isto pode ser analisado tomando-se como referência

os quinze programas estruturantes, quais sejam: i) Apoio ao Produtor Rural; ii)

Convívio do Homem com a Seca; iii) Desenvolvimento da Aqüicultura; iv) Fomento à

Produção Agropecuária; v) Revitalização da Fruticultura; vi) Agroassociativismo; vii)

Ações Fundiárias; viii) Água no Campo, ix) Águas de Sergipe, Proágua; x)

Fortalecimento da Agricultura Familiar; xi) Projeto Habitar-Sergipe; xii) Casas de

Família; xiii) Apoio às Pequenas Comunidades; xiv) Desfavelização; e xv)

83

Considerando, inclusive, os investimentos da Petrobrás, empresa estatal de economia mista.

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195

Capacitação. Bem como, em todo o investimento previsto nos segmentos de saúde e

educação.

5.4. Trajetória Mais Provável da Economia de Sergipe (2005-2015)

A trajetória mais provável da economia sergipana no horizonte 2015 foi definida

levando-se em consideração (i) a análise do desempenho recente da economia

estadual, exposta anteriormente nos capítulos 1 e 2; e (ii) os parâmetros examinados

previamente neste capítulo referentes às tendências identificadas para o futuro das

economias mundial e nacional, à apresentação dos principais investimentos públicos e

privados e às tendências mais relevantes em curso ou com potencial possibilidade de

ocorrência nos próximos anos que podem impactar no comportamento futuro da

economia sergipana.

5.4.1. Hipóteses

Com base na análise dos condicionantes dos contextos mundial e nacional e

das tendências mais relevantes em curso na economia sergipana, descritos

anteriormente, é possível apontar como hipótese mais geral de comportamento da

trajetória mais provável da economia de Sergipe para o horizonte 2005/2015 que o

Estado deverá apresentar um crescimento continuo ao longo deste intervalo. Isto

ocorrerá como resultado da combinação de uma trajetória mais provável da economia

nacional que deverá evoluir de forma gradual, sinalizando para um novo ciclo

expansivo e refletindo um relativo movimento de desconcentração regional; com a

perspectiva de fatores favoráveis que possibilitarão ao Estado crescer a um bom ritmo

no período.

O desempenho positivo previsto para a economia sergipana será baseado,

sobretudo, pela realização de novos investimentos produtivos, com destaque para as

atividades ligadas, em primeiro lugar, à extração de petróleo, complementadas pelas

indústrias cimenteira e de fertilizantes; pelo turismo; e pelos agronegócios

(revitalização da citricultura e perímetros irrigados); bem como pela execução de

investimentos públicos em infra-estrutura, sobretudo aqueles voltados para a

ampliação e modernização da logística rodoviária e para expansão da oferta dos

recursos hídricos. Além disso, as perspectivas mais favoráveis para esta melhor

performance deverão ocorrer em meio à previsão de retomada da dinâmica da

economia brasileira e da manutenção das condições macroeconômicas favoráveis, em

que pese à continuidade da austeridade fiscal, no horizonte de 2015.

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196

Neste sentido, podem ser formuladas as seguintes hipóteses sobre a evolução

da economia de Sergipe:

a) O Crescimento esperado deverá seguir uma trajetória de taxas superiores

à média do conjunto da economia brasileira, com discreto aumento da

participação do PIB estadual no PIB brasileiro;

b) O perfil da trajetória futura deverá ser marcado na primeira cena (2005-

2007), por um ritmo ligeiramente superior à média da evolução do PIB

verificada entre os anos de 2000 e 2004; na segunda cena (2008 a 2010),

por uma evolução a taxas ainda mais elevadas que a primeira; e na cena

final (2011 a 2015) apresentar um ritmo de crescimento num patamar mais

baixo que na cena 2;

c) O impulso do setor industrial, em especial da indústria extrativa mineral,

com a retomada dos investimentos da Petrobras, deverá ser o principal

responsável pelo desempenho positivo da economia. Também merece

destaque o crescimento de alguns outros segmentos industriais (p.ex.

cimenteira e de fertilizantes); e pela própria construção civil;

d) Expansão do setor de serviços, embora tenha peso expressivo na

economia local, deverá se expandir, principalmente nas cidades de maior

porte, com destaque para os segmentos associados ao chamado “terciário

moderno” – saúde e educação privada; e varejo moderno. Vale também

ressaltar a perspectiva de consolidação da cadeia produtiva do turismo,

alavancado pelas obras de infra-estrutura e por diversos investimentos da

iniciativa privada;

e) Perspectiva de crescimento do setor agropecuário, em especial pelo

dinamismo dos agronegócios ligados à citricultura e aos perímetros de

irrigação (destaque para o Platô de Neópolis e para o potencial do projeto

Nova Califórnia). Em menor medida, o setor primário sergipano também

será beneficiado positivamente pela expansão da carcinicultura e retomada

da pecuária leiteira;

f) Dinamismo do setor exportador, espera-se um aumento moderado das

exportações com trajetória de crescente diversificação da pauta; e

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g) Ritmo de crescimento do conjunto da economia sergipana deverá ser

afetado de forma positiva pela implementação de um conjunto de

investimentos públicos em infra-estrutura ressaltando-se a previsão de

realização de obras de modernização da rede rodoviária (ex. da duplicação

da BR 101); da construção das pontes Aracaju-Barra e da Caueira; e obras

hídricas diversas.

5.4.2. Descrição da Trajetória Mais Provável

A economia sergipana deverá acompanhar a retomada da economia brasileira,

crescendo, entretanto, num ritmo superior ao verificado para o conjunto do país, o que

possibilitará aumentar, neste intervalo, a sua participação relativa no produto nacional

do patamar de 0,7% do período entre 2000 e 200484; para 0,8%, em 2015.

As especificidades do comportamento da trajetória mais provável da economia

de Sergipe podem ser mais bem compreendidas considerando a explicitação do

caminho que percorrerá esta trajetória, através da evolução de três cenas -

subperíodos qualitativamente distintos, mas intrinsecamente relacionados no horizonte

de 2005 a 2015. Em cada uma destas cenas, descritas a seguir, são analisados o

dinamismo geral da economia no período vis-à-vis a dinâmica nacional e o

comportamento dos principais setores econômicos, procurando se explicitar as

mudanças mais relevantes na base produtiva estadual.

CENA 1 (2005-2007)

Estimulada por um conjunto de novos investimentos a economia manterá o

ritmo de crescimento próximo do verificado em 2004, nos anos de 2005 e 2006,

expandindo-se ligeiramente em 2007. Este dinamismo será puxado pelo setor

industrial, pela maturação dos investimentos previstos pela Petrobrás. Além da

retomada do dinamismo do segmento de extrativa mineral, também deverão

ser responsáveis pelo desempenho do período: a melhor performance da

indústria de transformação, inclusive com a expansão gradativa de segmentos

emergentes como a mecânica e a retomada de segmentos tradicionais que

vinham a um bom tempo em crise, como a indústria têxtil e de confecções; a

manutenção do crescimento da construção civil, embora a um ritmo moderado;

84 Os PIBs de Sergipe para os anos 2000 a 2002 foram baseados em dados oficiais do IBGE; o ano de 2003, em estimativa oficial deste mesmo instituto; e o ano de 2004 em previsão de estimativa feita pela Ceplan Consultoria Econômica e Planejamento para o presente estudo.

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198

e o dinamismo do turismo, dos serviços, principalmente os especializados (ex:

educação e saúde privada) e do próprio comércio varejista, embalado pela

melhoria relativa da renda; e os investimentos nos segmentos agrícolas

voltados para as exportações.

CENA 2 (2008-2010)

A economia deverá evoluir a uma taxa maior que na cena 1, como reflexo da

maturação de diversos investimentos privados (destaque para Petrobrás e

CVRD) e da retomada gradativa da economia brasileira. No estado também

deverão repercutir positivamente na dinâmica estadual os efeitos das novas

obras infra-estruturais (novas pontes de Aracaju-Barra e da Caueira e melhoria

nas condições de tráfego de algumas rodovias) e dos novos investimentos

privados no setor hoteleiro; sobre o turismo estadual; também outros

segmentos do setor terciário deverão contribuir para o desempenho positivo do

período, como o segmento supermercadista. As indústrias cimenteira e de

fertilizantes; assim como os agronegócios ligados à fruticultura e à

carcinicultura; deverão apresentar também bom dinamismo.

CENA 3 (2011-2015)

Espera-se uma taxa de crescimento a um ritmo ligeiramente inferior a cena 2,

em torno da média verificada nos primeiros anos da cena 1. O segmento

extrativo mineral continua sendo o principal foco de dinamismo da economia

sergipana, mas deverá chamar a atenção à expansão do setor terciário

(destacando-se a consolidação do segmento de turismo) e dos agronegócios

voltados para a exportação (além da fruticultura, deve crescer a exportação da

atividade de carcinicultura).

5.4.3. Desdobramentos na Estrutura Produtiva da Trajetória Mais

Provável

Considerando o comportamento da trajetória mais provável da economia de

Sergipe para o horizonte 2005-2015, descrita anteriormente, é possível supor alguns

desdobramentos para as principais atividades econômicas integrantes da sua base

produtiva.

Essa tentativa de prospecção da tendência futura da dinâmica da base

produtiva estadual é descrita de forma esquemática no Quadro 1. Nesse quadro os

principais segmentos ou complexos produtivos (assim definidos de acordo com o nível

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de integração interna) foram caracterizados como atividades estagnadas (que perdem

dinamismo ou apresentam queda na participação do produto interno ou não indicam

ganhos significativos de produtividade); consolidadas (que mantêm sua importância na

geração de emprego e renda, sem registrar, todavia, crescimento significativo);

emergentes (que se apresentam em expansão, ainda que não respondam, por parcela

expressiva da ocupação e da renda), e; dinâmica (que, dado o crescimento da

produção e da produtividade e o peso no produto e na ocupação, podem se constituir

em forças impulsionadoras do desenvolvimento).

O Quadro 3, a seguir, apresenta o rol dos principais segmentos ou complexos

produtivos, com respectivo descritivo sintético da trajetória do seus “desempenhos”,

em conformidade com os parâmetros de evolução da Trajetória Mais Provável da

Economia de Sergipe acima descritos, para o horizonte 2005-2015.

Quadro 3 DINÂMICA DA ESTRUTURA PRODUTIVA DE SERGIPE E

TRAJETÓRIA MAIS PROVÁVEL (2005-2015)

SEGMENTOS OU COMPLEXOS PRODUTIVOS TRAJETÓRIA

- Turismo. Incluindo rede de hotelaria, restaurantes, artesanato, móveis e equipamentos para hotelaria.

Emergente nas cenas 1 e 2 (2005-2010) e dinâmico na cena 3 (2011-15).

- Serviços de entretenimento. Atividades de entretenimento e lazer, incluindo eventos culturais e artísticos

Emergente

- Serviços educacionais. Ensino regular nos 03 graus, ensino de línguas estrangeiras, informática etc.

Emergente, podendo se tornar dinâmico a partir da cena 2

- Serviços técnicos especializados. Informática, publicidade, consultorias, artes gráficas etc.

Emergente

- Serviços de saúde. Hospitais, clínicas e equipamentos e móveis para a área de saúde.

Emergente, podendo se tornar dinâmico a partir da cena 2

- Petróleo e gás natural. Atividade extrativa e de distribuição e fornecedores da cadeia produtiva.

Consolidado no caso do petróleo e com possibilidade de se tornar emergente, no caso de gás natural.

- Cimento e Cerâmica. Consolidado no caso do cimento e com possibilidade de se tornar emergente, no caso da cerâmica

- Construção civil. Infra-estrutura, habitacional, cimento, cerâmica etc.

Consolidado na cena 1, com possibilidade de se tornar dinâmico a partir da cena 2

- Têxtil e confecções. Estagnado na cena I, com possibilidade de se tornar gradativamente dinâmico ao longo da trajetória.

- Indústria de Móveis. Incluindo madeira, móveis, máquinas e equipamentos.

Emergente.

- Indústria Química. Consolidado, devendo iniciar dinamismo ao longo da trajetória, sobretudo no segmento de fertilizantes.

- Minerais não metálicos. Consolidado, podendo se tornar dinâmico com a retomada do desenvolvimento.

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- Metal-mecânica. Estagnado, podendo se tornar emergente na cena 2, caso se confirmem os investimentos previstos.

- Agroindústria açucareira. Estagnado, com possibilidades de retomar alguma dinamicidade.

- Fruticultura e processamento de frutas. Incluindo a indústria de alimentos, fruticultura irrigada etc.

Consolidado, com boas possibilidades de se tornar dinâmica a partir da cena 2.

- Pecuária. Incluindo a fabricação de derivados de carne e de leite.

Estagnado, com alguma chance de retomada da pecuária leiteira cumprir papel importante em algumas do semi-árido.

- Carcinicultura e Piscicultura. Emergente, com possibilidade de se tornar dinâmica da carcinicultura e ainda emergente no caso da piscicultura.

- Ovinocaprinocultura Emergente

- Culturas temporárias tradicionais. Estagnados, com reduzidos níveis de produtividade e chances remotas de se tornarem dinâmicas.

6 - UM RESUMO DAS PRINCIPAIS CONCLUSÕES

Economia de Sergipe

1. A evolução da economia de Sergipe, desde meados dos anos 80, foi

marcada, a exemplo do que aconteceu com o conjunto da economia brasileira, pela

ampliação do setor de serviços e a retração das atividades industriais na participação

do PIB, refletindo a desaceleração dos investimentos industriais e o crescimento acima

da média das atividades terciárias. A emergência de novos serviços e a terceirização

de atividades antes internalizadas nas grandes empresas também contribuíram para

aumentar o peso do setor serviços na geração de riqueza.

2. Merecem destaque dois aspectos cruciais que marcaram o passado recente

da economia do Estado de Sergipe. O primeiro relativo às transformações da

economia brasileira e à restrição da política macroeconômica sobre a condução da

política de desenvolvimento local; o segundo, relacionado à perda de importância,

desde meados dos anos oitenta, dos investimentos das empresas estatais no

crescimento da renda e do emprego no Nordeste e, em particular, em Sergipe.

3. Essas mudanças influíram negativamente no desenvolvimento da economia

sergipana que, a partir meados dos anos 80, passou a apresentar taxas de

crescimento mais baixas do que nos quinze anos anteriores, ficando, a partir da

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201

segunda metade dos anos 90, abaixo das taxas registradas pelo Brasil e pela região

Nordeste, em diversos anos, apontando para uma evolução problemática no que tange

ao desenvolvimento recente.

4. Se os determinantes locais de investimento e renda são importantes para

explicar os diferenciais das taxas de crescimento do PIB sergipano, comparativamente

às do Brasil e do Nordeste, a taxa propriamente de crescimento econômico está

fortemente correlacionada à evolução da economia brasileira dada a aderência das

dinâmicas de crescimento do PIB sergipano ao nacional.

5. Todavia, os sinais de retomada dos investimentos de empresas no setor

extrativo mineral e químico nos próximos anos, ao lado da implantação de novos

empreendimentos, permitem vislumbrar a possibilidade de reinício de um novo ciclo

expansivo da economia sergipana, puxado pelas atividades industriais.

6. De fato, as taxas de crescimento real do PIB observadas desde 2002 (3,2%),

em comparação ao ano anterior, quando a economia de Sergipe cresceu apenas

0,3%, sugerem o esboço de uma tendência de recuperação. As estimativas

apresentadas neste trabalho são de um crescimento de 2,5%, em 2003, seguido por

uma taxa ainda mais expressiva, de 4,7%, em 2004.

7. No período 1985-2002, verificou-se significativo encolhimento da

participação do setor industrial no PIB sergipano, com a indústria de transformação

perdendo 22,7 pontos percentuais. Aumentou a participação na riqueza estadual dos

serviços industriais de utilidade pública graças à construção da Usina Hidroelétrica de

Xingo. Diversas atividades do setor de serviços, como a administração pública,

incluindo a previdência social; os serviços de intermediação financeira; as atividades

imobiliárias e os serviços prestados às empresas; os serviços de comunicações; e, os

serviços da área social sob encargo do setor privado, como educação e saúde, todos

deram uma contribuição importante para elevar a participação do setor serviços no PIB

do Estado.

Agropecuária

8. Dois fenômenos se apresentam como os mais representativos da expansão

da agropecuária do período 1970-1995. O processo de pecuarização de vastas áreas,

com crescimento das pastagens em 13%, resultando na ampliação em mais 136,6 mil

ha, e o aumento das lavouras permanentes. A outra face desse processo é que as

áreas não utilizadas, que chegaram a representar 15% do total em 1970, em 1995

limitavam-se a 49 mil hectares, correspondente a 3% do total, 203,8 mil hectares a

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202

menos. As matas naturais tiveram também uma redução significativa passando de

12% para 9% da área total produtiva. Foi muito importante também a ampliação das

lavouras permanentes, em 70%, entre 1970-1995, incorporando mais 46,4 mil

hectares, em sua maior parte explicada pela expansão da citricultura, no sul do

Estado. A expansão das culturas permanentes nos perímetros irrigados também é um

importante indício da modernização agrícola. A partir da discrição sobre a utilização da

terra é plausível sugerir a hipótese de que a ocupação da fronteira agrícola externa de

Sergipe já se encontra próxima do seu limite e de que a expansão futura da atividade

agropecuária dependerá do incremento da produtividade e da ocupação da fronteira

interna das propriedades já ocupadas.

Indústria de transformação

9. Na indústria de transformação o aspecto que merece mais destaque é a

mudança, entre 1996-2003, na estrutura industrial com avanço expressivo na

participação do valor da transformação industrial (VTI) de indústrias como a química,

os minerais não metálicos, a fabricação de metais, e a fabricação de máquinas e

equipamentos. As indústrias de produtos alimentícios e de bebidas mantêm-se como

uma das mais importantes; nos minerais não-metálicos, uma das que aumentaram de

participação, destaca-se a fabricação de cimento, enquanto a produção de fertilizantes

é o segmento mais importante da indústria química. Embora tenha perdido

importância, a produção de têxteis tem vivenciado uma certa expansão nos últimos

anos, sobretudo no segmento de confecções.

Indústria extrativa mineral

10. A indústria extrativa mineral, com destaque para a atividade de petróleo e

serviços correlatos, registrou importante redução entre 1985 e 2000, recuperando-se

após esse último ano. Com efeito, observou-se, entre 1996-2003, um aumento da

indústria extrativa mineral no peso da indústria geral (que inclui a indústria de

transformação) de um quarto para mais de um terço do VTI. É muito provável,

entretanto, que essa recuperação decorra mais do crescimento dos preços

internacionais do petróleo. Deve ser lembrado, porém, que são promissoras as

expectativas de retomada dos investimentos da Petrobrás, em Petróleo e também

Gás, sugerindo a possibilidade de incremento da participação desse segmento na

economia estadual.

Comércio internacional e interestadual

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203

11. Desde 1993, a economia de Sergipe tem apresentado uma situação

deficitária na sua balança comercial com o exterior, o que é explicado, em parte, pela

política de abertura da economia brasileira e, em parte, pela condução, nos últimos

anos, de uma política cambial de valorização do real que desestimula as exportações

e estimula as importações. Um exame da pauta de importações revela, entretanto, que

a economia de Sergipe está tirando proveito do relativo barateamento das importações

para financiar seus investimentos na indústria.

12. As exportações sergipanas para o exterior têm sido lideradas pelo produto

sucos, sobretudo suco de laranja há mais de uma década. Entretanto, as evidências

são de que está em curso um processo ainda incipiente de diversificação de sua

pauta, com a paulatina introdução de novos produtos. Essa tendência não pode,

entretanto, pelo peso inexpressivo das exportações no PIB do Estado, ser considerada

uma fonte de dinamismo importante de sua economia. As exportações de Sergipe

representavam, em 2002, apenas 1,2% de seu PIB.

13. Numa perspectiva setorial, percebe-se que as exportações sergipanas se

circunscrevem a um pequeno número de empresas nos segmentos de bebidas,

fertilizantes, têxtil e vestuário, calçados, produtos metálicos, minerais não metálicos, e

química. Os produtos exportados incluem sucos de frutas (com destaque para suco de

laranja), alimentos, embalagens metálicas, cimento, tecidos e fios, vestuário, calçados

diversos, couros e peles, artigos de perfumaria, entre outros.

14. Quanto ao comércio interestadual, pode-se afirmar que, em contraposição

ao comércio internacional, os fluxos desse comércio devem exercer uma forte

influência na dinâmica econômica do Estado. A economia de Sergipe é deficitária

nessa modalidade de comércio, nessa ordem de importância, com as regiões

Nordeste e Sudeste do País. No Nordeste, o déficit se concentra nas economias

estaduais da Bahia e Pernambuco. Pode-se inferir que influem em particular nas

atividades do terciário, com destaque para o comércio varejista e o atacado, e o

segmento dos transportes de carga. Além disso, essa modalidade de comércio

representa uma das mais importantes fontes de receita tributária para os cofres

estaduais.

Os serviços

15. Da análise do setor terciário, observou-se que o crescimento da sua

participação refletiu, de um lado, a desaceleração do crescimento e a perda de

dinamismo da economia sergipana. Por outro lado, o processo de urbanização, a

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tendência à terceirização e a disseminação de novas tecnologias apontam para a

expansão dos segmentos de serviços modernos. De uma ótica comparativa dos vários

segmentos dos serviços, percebe-se que no caso do comércio houve uma mudança

importante com a perda de importância do comércio não especializado (que inclui os

hiper e supermercados e as lojas de departamentos), enquanto cresceu em

importância o comércio especializado (que inclui o varejo de várias atividades tais

como produtos farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos, material de construção,

livraria e papelaria, etc.).

As finanças públicas

16. Na análise das finanças públicas para o período de 2000-2004, notou-se

que a receita corrente de Sergipe tem apresentado excessiva dependência das

transferências compulsórias e voluntárias federais. A receita tributária própria teve, no

mesmo período, um bom desempenho embora insuficiente para diminuir essa

dependência. Mesmo diante da crise energética de 2001 e da recessão de 2003 e de

um pequeno crescimento nominal do Fundo de Participação dos Estados (FPE), a

receita corrente cresceu expressivamente em termos nominais entre 2000 e 2004. A

receita de capital, por sua vez, apresentou um forte declínio em função da queda nas

transferências de capital da União.

17. A despesa corrente acompanhou, em termos nominais, o crescimento e a

variação da receita corrente, evidenciando um significativo aumento nos gastos de

pessoal e custeio. Em contraste, as despesas de capital despencaram puxadas pelos

investimentos e pelas inversões financeiras. A poupança corrente não foi suficiente

para financiar as despesas de capital. Isso porque o balanço corrente foi positivo em

todos os anos, exceto em 2001, mas em valores insuficientes para compensar - a não

ser em 2002 - o balanço de capital que foi deficitário em todos os anos da série

analisada.

18. O Estado não recorreu ao endividamento ou à alienação de ativos para

compensar a insuficiência de poupança corrente para financiar o investimento. Sergipe

tem um baixo nível de endividamento, sendo a maior parte de sua divida interna e

contratual. Não apenas o endividamento é baixo, mas tem apresentado um lento

crescimento em termos nominais.

19. No período em análise, o Estado cumpriu com os limites impostos pela Lei

de Responsabilidade Fiscal. A exceção recai, em todos os anos da série, sobre o

Poder Legislativo e, no ano de 2004, no Ministério Público. Ademais, os gastos com

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pessoal, serviços da divida, custeio e investimento não superaram em nenhum ano

mais do que 5% da receita corrente líquida.

20. Quanto ao Programa de Ajuste Fiscal, o Estado apresentou resultados

primários positivos, mas cadentes entre 2000 e 2004. Apresentou também

insuficiência financeira em 2003; isso significa que não dispôs de recursos para

financiar todos os gastos líquidos com juros e amortizações, mesmo aqueles

derivados de operações de crédito e alienação de ativos. O Estado está passando por

um agravamento nas suas finanças ao longo do período, na medida em que apresenta

uma acentuada queda nos seus resultados primários; insuficiência financeira em pelo

menos um ano do período; aumento substantivo nos seus gastos com pessoal e

custeio; e, um declínio acentuado na sua capacidade de investimento que não foi

ampliada por maior endividamento, embora o Estado tenha margem para se endividar.

As informações disponíveis do Relatório de Reestruturação e Ajuste Fiscal para o ano

de 2004 revelam que o Estado cumpriu três das cinco metas quantitativas, sendo que

a principal meta não cumprida foi a do resultado primário.

Mercado de Trabalho

21. A análise do mercado de trabalho sergipano é consistente com as

características estruturais da economia do Estado e com o comportamento do

crescimento entre os anos de 1992 e 2003. Os ciclos econômicos sergipanos

acompanharam de perto as tendências observadas para as economias regional e

nacional. A queda nas taxas de crescimento do PIB foi ampliada pelo declínio do

investimento público, inclusive das estatais, que se seguiu à crise fiscal da União e de

Sergipe e ao desmantelamento do sistema de planejamento regional liderado pela

SUDENE.

22. A demografia da força de trabalho indica que a população economicamente

ativa (PEA) vem crescendo mais do que a população em idade ativa (PIA), num

processo que se manifesta com uma forte participação das mulheres. Dessa forma,

não apenas tem aumentado a taxa participação das mulheres no mercado de trabalho

- expressa pelo crescente percentual da PIA feminina que está ocupada ou buscando

trabalho - mas também pela ampliação do contingente feminino no conjunto da força

de trabalho.

23. Esse aumento da oferta de trabalho feminina está claramente associado à

inflexão observada na economia estadual que, como se observou, deu início – desde a

década de 1990 – a uma etapa mais dinâmica do setor terciário. Desse modo, por trás

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da maior presença do trabalho feminino está uma estrutura ocupacional que se

caracteriza por uma forte participação da administração pública incluindo a

previdência social, e os serviços privados da área social, como educação e saúde que

absorvem muitas mulheres especialmente nas atividades vinculadas ao ensino, à

assistência médica e à assistência social. Esse crescimento em grande parte esteve

também associado ao processo de terceirização das atividades nos setores

secundário e terciário, neste último destacando-se a forte expansão no segmento de

comunicações, nos últimos anos.

24. Pode-se resumir esse fenômeno da crescente importância do trabalho

feminino na seguinte hipótese: quanto maior a demanda por trabalho feminino, maior é

o incentivo para elas entrarem no mercado de trabalho à procura de emprego. Isso

conduz a uma maior taxa de desemprego entre as mulheres a despeito de o

contingente de mulheres ser muito beneficiado, em termos de oportunidades de

trabalho, pelas características estruturais da economia sergipana, que é intensiva no

uso de mão de obra feminina devido à forte presença do setor público. Por outro lado,

a desocupação se agrava pelo fato de Sergipe ter esgotado, já a partir dos anos

noventa, o ciclo de crescimento anterior e ter sido afetado pelo abandono das

políticas regionais inauguradas nos anos sessenta.

25. Outra característica do mercado de trabalho sergipano, em linha com as

características demográficas da força de trabalho brasileira, é a presença de uma

onda jovem, especialmente entre 20 e 29 anos, que se expressa em altas taxas de

participação e em elevadas taxas de desocupação.

26. Do ponto de vista do status ocupacional, observa-se uma forte presença da

informalidade que constitui uma regressão na cobertura da rede de proteção social.

Todavia, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) indicam

uma expansão do componente de emprego formal nos setores de comércio e serviços

(exceto na administração pública) que não tem sido, entretanto, suficiente para reduzir

a informalidade.

Distribuição e indicadores sociais

27. Mesmo diante dos problemas de redução do crescimento e dos seus

efeitos no mercado de trabalho, há evidências de que houve uma discreta melhora na

distribuição dos rendimentos da população ocupada durante o período 1992-2003.

Essa melhoria é confirmada por uma queda no Coeficiente de Gini, indicando uma

pequena redução na desigualdade. Todavia, os indicadores de desigualdade e

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pobreza ainda são precários e mostram agravamento quando se usam informações

relativas à família ou a PEA porque nessas categorias estão incluídos aqueles com

renda nula que estão à procura de emprego.

28. Houve avanços na saúde e na educação, mas alguns desafios persistem.

Observou-se uma queda significativa na mortalidade infantil, mas a taxa ainda é

elevada se comparada por padrões nacionais e internacionais. Em termos

educacionais, os avanços foram lentos na medida em que a taxa de analfabetismo de

adolescentes e adultos evoluiu insatisfatoriamente, a média de anos de estudo da

população com idade de cursar o nível médio permaneceu baixa, e os anos de estudo

da população de 25 anos ou mais apresentou uma evolução discreta.

29. O acesso a serviços de infra-estrutura e saneamento básico melhorou

substancialmente, colocando Sergipe mais em linha com os avanços ocorridos ao

nível do Brasil como um todo. No entanto, persistem fortes desigualdades entre os

domicílios urbanos e rurais no que diz respeito à cobertura de abastecimento de água,

ao acesso à energia elétrica, à coleta de lixo e ao saneamento.

30. O IDH-M, entre 1991 e 2001 melhorou em relação ao Brasil e piorou com

relação ao Nordeste. No que diz respeito ao IDH-M-Educação houve melhoria

expressiva com relação ao país, mas não em relação ao Nordeste. Do ponto de vista

regional, os piores IDH são para as microrregiões de Boquim e do Sertão do São

Francisco.

Previsão de Novos Investimentos para Economia de Sergipe

31. Em termos de grandes investimentos privados estimados para o horizonte

2005-2015 merecem destaque, na estrutura produtiva sergipana, as perspectivas de

expansão dos segmentos: i) de petróleo, gás e fertilizante, com a previsão de um novo

ciclo de investimentos da Petrobras no Estado; ii) de extração mineral, sobre a

liderança da Companhia Vale do Rio Doce; iii) de produção de cimento, liderada pela

ampliação das fábricas dos grupos Votorantim e João Santos; iv) de produtos

alimentares, com ampliação de empresas como as do grupo Maratá (café e sucos, em

especial) e Mabel (biscoitos); e v) dos serviços de turismo, com a implementação de

novos empreendimentos hoteleiros dos grupos CVC, EJR, Espírito Santo e

Brasilinvest.

32. Como investimentos estruturadores de responsabilidade do Governo do

Estado ressaltam-se nos próximos anos: i) os investimentos realizados através do

Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido Sergipano (PDSSAS), em

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208

especial àqueles inseridos no projeto Nova Califórnia; ii) o Programa de Revitalização

da Citricultura Sergipana; iii) as ações voltadas para o apoio ao desenvolvimento do

turismo, através do Prodetur II; e iv) o suporte para os segmentos de alta tecnologia,

através de iniciativa como os programas de apoio à inovação nas empresas (INOVA-

SE) e o de fixação e atração de doutores. O Governo também tem uma atuação

importante no apoio à expansão industrial do estado através dos incentivos

concedidos no âmbito do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI).

Para o período 2005-2015 a estimativa é desses incentivos resultarem em

investimentos da ordem de R$ 1 bilhão e no emprego de 12,5 mil pessoas, distribuídos

em 131 projetos.

Tendências e Sinais de Mudança na Economia de Sergipe

33. Como tendências básicas ou sinais de mudanças latentes ou potenciais na

base produtiva sergipana, chamam a atenção: i) a perspectiva de expansão de

atividades extrativas minerais, em primeiro lugar puxado por um novo ciclo de

investimentos da Petrobras nas atividades de petróleo e gás e seus efeitos de

encadeamento para outras atividades; e, em segundo lugar, pelo incremento da

produção da Companhia Vale do Rio Doce em componentes para fabricação de

fertilizantes, ampliando a integração dos segmentos de mineração e química no

Estado; ii) tendência para um maior adensamento de cadeias produtivas industriais já

consolidadas, como a de vestuário e calçados; iii) o desempenho do setor

agropecuário ressaltando-se a retomada da citricultura na região centro-sul de

Sergipe, a expansão dos projetos irrigados do Platô de Neópolis e do Projeto Nova

Califórnia, a retomada gradual da pecuária leiteira, e a emergência da carcinicultura;

iv) a consolidação do turismo como atividade econômica estratégica, com destaque

para Aracaju e seu entorno e para o Semi-Árido, com Xingó; e v) o movimento,

embora ainda incipiente, de desenvolvimento de segmentos de alto conteúdo

tecnológico.

34. Como tendências de dinamismo espacial deve ainda predominar uma

significativa concentração de investimentos na Microrregião de Aracaju, todavia com

perspectiva de discreto movimento de desconcentração, com o potencial crescimento

de centros urbanos como Itabaiana e Largatos, Propiá, Estância, Itaporanga D`Ajuda e

Canindé do São Francisco.

35. Outra tendência é a perspectiva de permanecer por um bom tempo o

elevado peso do setor público na economia de Sergipe, tanto na geração de riqueza

quanto de empregos, mas com a tendência a uma pequena elevação da participação

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do setor privado, levando-se em conta os novos investimentos privados e o maior

adensamento das cadeias produtivas.

Trajetória Mais Provável da Economia de Sergipe (2005-2015)

36. A economia de Sergipe deverá crescer uma taxa média ligeiramente

superior à média do conjunto da economia brasileira, com aumento discreto da

participação do PIB estadual no PIB do País. A primeira cena (2005-2007) será

marcada por um ritmo de expansão um pouco superior à média da evolução do PIB

entre os anos 2000 e 2004; na segunda cena (2008-2010), por uma evolução a taxas

também mais elevadas que a primeira; e na cena final (2011-2015) por um ritmo de

crescimento num patamar mais baixo que na cena 2.

37. O dinamismo da trajetória deverá ser puxado em especial pela indústria

extrativa mineral, sobretudo com a retomada dos investimentos em Petróleo e Gás.

Outras atividades que também deverão contribuir para este dinamismo são: o

crescimento das indústrias cimenteira e de fertilizantes; a expansão de agronegócios,

com destaque para a citricultura, a fruticultura dos perímetros irrigados; o incremento

dos serviços de turismo; e, em menor escala, a emergência da carcinicultura e a

retomada da pecuária leiteira e das indústrias de confecções. Ainda se destacam o

aumento moderado do setor exportador, com tendência a crescente diversificação da

pauta, e os efeitos positivos da implementação de alguns investimentos públicos em

infra-estrutura econômica, como modernização e recuperação de algumas rodovias, a

construção das pontes Aracaju-Barra e da Caueira e obras hídricas diversas.

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Sergipana: Proposições da Classe Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável de Sergipe”. Aracaju: 2002.

SEBRAE/SE e FIES.”Sondagem Industrial 2004-2005”. Aracaju: 2005 SENAI/SE. Memória Histórica da Indústria Sergipana. Rio de Janeiro: 1986 SUDENE. Boletim Conjuntural 8. Recife: 2000 SUDENE. Boletim Conjuntural – Nordeste do Brasil, n. 1, 1993. TECHNUM Consultoria Ltda. “Pólo Costa dos Coqueirais”. Aracaju: julho de 2005. VASCONCELOS, Ana Elisa; GUIMARÃES Neto, Leonardo et alli. A indústria

incentivada de Sergipe no contexto regional. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 1993.

WORLD BANK. Global Economic Prospects 2004 – Realizing the Development Promise

of The Doha Agenda (Overview, p. xiii-xxix).

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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ANEXO 1 - Relação de Entrevistados

Entrevistado Empresa / Instituição Função Assunto

Alexandre Moura da Costa Votorantin / Cimento Poty (Cimesa)

Depto. de Logística Cimento

André Tavares Andrade BANESE Diretor de Invest. e Desenvolvimento

Economia de Sergipe

Carlos Nascimento Secretaria de Turismo Coordenador de Programas e Projetos

Turismo

Eduardo Cabral DEEHIDRO (Antiga COHIDRO)

Diretor de Irrigação Recursos Hidricos

Epifânio José Fontes de Goes

Secretaria de Industria e Comércio do Estado de Sergipe

Assessor de planejamento Indústria

Etélio de Carvalho Prado Secretaria de Agricultura, do Abastecimento e da Irrigação

Secretário Setor Primário

Eugênio Dezen Petrobrás - Unidade Alagoas/Sergipe

Gerente Geral Petróleo e Gás e Fertlizantes

Fernando Lopes Cruz Consultor Fruticultura / Agricultura

Francisco Cysne Cia. Vale do Rio Doce Diretor Indústria Extrativa

Gilmar de Melo Mendes Secretaria da Fazenda do Estado de Sergipe

Secretário Finanças e economia do Estado

Gilson Figueredo CDL Diretor Comércio

Ibarê Dantas Instituto Histórico e Geográfico de SE

Presidente História de Sergipe

Jorge Santana Associação Comercial de Sergipe

Presidente Comércio e Serviços

José Roberto Andrade Fundação de Amparo à Pesquisa de Sergipe - FAPESE e Economia - UFS

Presidente e professor Tecnologia e Turismo

Josué Modesto dos Passoa Subrinho

UFS Reitor Economia de Sergipe

Luis Eduardo Magalhães Cerâmica Sergipe S/A - ESCURIAL

Empresário e Coordenador do Fórum Empresarial de Sergipe

Indústria e Cerâmica

Marcos Melo Ex-Secretário de Planejamento

Economia de Sergipe

Marcos Túlio Instituto de Tecnologia e Pesquisa - ITPS

Diretor Recursos Minerais

Paulo Brandão IEL / Federação das Indústrias de Sergipe

Superintedente Indústria

Sérgio Fontes

Secretaria de Planejamento, Ciência e Tecnologia do Estado de Sergipe - SEPLANTEC

Secretário Economia de Sergipe

Entrevistadores: Osmil Galindo Valdeci Monteiro

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

213

ANEXO 2 –Anexo Estatístico

Tabela 1

Sergipe: Valor da Produção das Principais Culturas Temporárias

Anos Selecionados 1995-2003

Valor em R$ mil a preços correntes 1995 2000 2002 2003

Cultura Mil reais % Mil reais % Mil reais % Mil reais %

Total Temporária 95.233 100 108.603 100 158.909 100 271.809 100 Mandioca 23.799 25,0 22.736 20,9 45.622 29,0 129.648 47,7 Cana-de-açúcar 21.480 22,6 29.632 27,3 37.326 23,0 42.869 15,8 Milho (em grão) 9.439 9,9 15.998 14,7 16.043 10,0 29.393 10,8 Feijão (em grão) 16.616 17,4 13.422 12,4 22.195 14,0 20.014 7,4 Arroz (em casca) 2.456 2,6 7.551 7 13.940 9,0 19.396 7,1 Batata - doce 9.717 10,2 4.487 4,1 9.046 6,0 10.293 3,8 Fumo (em folha) 5.101 5,4 4.901 4,5 3.014 2,0 6.300 2,3 Abacaxi (Mil frutos) 2.746 2,9 3.920 3,6 3.968 2,0 6.200 2,3 Melancia 515 0,5 2.655 2,4 2.942 2,0 2.939 1,1 Tomate 1.916 2,0 2.178 2 3.297 2,0 2.916 1,1 Amendoim (em casca) 520 0,5 747 0,7 1.051 1,0 1.293 0,5 Fava (em grão) 379 0,4 256 0,2 465 0,0 548 0,2 Fonte: IBGE-PAM (Produção Agrícola Municipal)

Tabela 2

Sergipe: Valor da Produção das Principais Culturas Permanentes

Anos Selecionados 1995-2003

Valor em R$ mil a preços correntes 1995 2000 2002 2003

Cultura Mil reais % Mil reais % Mil reais % Mil reais %

Total 136.606 100 115.303 100 205.216 100 240.970 100 Laranja 70.784 52 50.454 44 103.694 51 131.769 55 Côco-da-baía 16.378 12 18.618 16 37.327 18 34.253 14 Banana 11.696 9 9.117 8 25.073 12 24.649 10 Maracujá 30.539 22 27.441 24 20.565 10 19.307 8 Manga 3.642 3 5.341 5 8.042 4 19.274 8 Mamão 1.863 1 1.132 1 3.509 2 4.741 2 Limão 1.281 1 1.655 1 3.870 2 3.558 1 Tangerina 246 0 1.178 1 2.825 1 3.091 1 Goiaba 4 0 325 0 311 0 328 0 Abacate 64 0 - 0 - 0 - 0 Fonte: IBGE – PAM (Produção Agrícola Municipal)

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

214

Tabela 3

Sergipe: Dados gerais das unidades locais industriais: 1996 - 2003

Unidade de investigação: Unidade local industrial

Valor em R$ 1.000 a preços correntes

Salários, retiradas e outras

remunerações

Receita líquida de vendas

Valor bruto da produção industrial

Custos das operações industriais

Valor da transformação industrial Ano

Número de

unidades locais

Pessoal ocupado em 31.12

R$ 1 000

1996 475 18 969 177 699 669 657 810 785 439 444 371 341

1997 490 19 104 180 087 785 113 869 883 485 145 384 737

1998 544 19 082 182 664 1 004 426 1 014 703 492 114 522 589

1999 538 20 845 188 436 1 250 643 1 424 143 651 518 772 625

2000 615 24 178 220 481 1 574 933 1 848 564 821 708 1 026 855

2001 633 24 840 252 067 1 855 868 2 263 582 959 173 1 304 408

2002 661 26 997 285 505 2 133 321 2 540 217 1 034 151 1 506 066

2003 686 27 078 391 565 2 592 519 3 206 197 1 161 607 2 044 591 Fonte: IBGE-PIA empresa: 1996 - 2003

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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Tabela 4

Sergipe: Valor da Transformação Industrial segundo gêneros de atividade

1996 – 2003 (em R$ 1.000 a preços correntes) 1996 1998 2000 2003

Setor de Atividade N° % N° % N° % N° % Indústrias de transformação 281.850 100 391.549 100 1.049.355 100 1.318.563 100

Fabric. de prod. alimentícios e bebidas 72.813 25,8 85.855 21,9 285.601 27,2 358.146 27,2

Fabric. de prod. do fumo 3.007 1,1 6.847 1,7 1.858 0,2 2.125 0,2

Fabric. de prod. têxteis. 81.763 29 89.753 22,9 115.121 11 134.493 10,2

Confecção de artigos do vestuário e acessórios 6.566 2,3 3.625 0,9 16.787 1,6 17.106 1,3

Preparação de couros e fabric. de artefatos 29.331 10,4 14.160 3,6 11.008 1 27.099 2,1

Fabric. de prod. de madeira. 551 0,2 949 0,2 1.407 0,1 1.793 0,1

Fabric. de celulose, papel e prod. 134 0 995 0,3 4.105 0,4 12.585 1

Edição, impressão e reprodução de gravações 7.790 2,8 9.947 2,5 11.856 1,1 16.393 1,2

Fabric. de coque, refino de petróleo, - - - -

Fabric. de prod. químicos 22.166 7,9 75.202 19,2 181.544 17,3 244.973 18,6

Fabric. de artigos de borracha e plástico 4.228 1,5 4.037 1 11.751 1,1 10.225 0,8

Fabric. de prod. de minerais não-metálicos 42.448 15,1 70.839 18,1 279.799 26,7 351.642 26,7

Metalurgia básica. - - - -

Fabric. de prod. de metal - exclusive máquinas 2.253 0,8 2.901 0,7 86.866 8,3 82.821 6,3

Fabric. de máquinas e equipamentos. 663 0,2 - 20.638 2 33.165 2,5

Fabric. de máquinas para escritório e equipamentos - - - -

Fabric. de máquinas, aparelhos e materiais 90 0 - 795 0,1 770 0,1

Fabric. de material eletrônico e de aparelhos - - - -

Fabric. de equipamentos de instrumentação - - - 1.571 0,1

Fabric. e montagem de veículos automotores, 816 0,3 1.461 0,4 463 0 2.539 0,2

Fabric. de outros equipamentos de transporte - - 1.677 0,2 2.063 0,2

Fabric. de móveis e indústrias diversas. 2.733 1 8.616 2,2 6.991 0,7 5.358 0,4

Reciclagem . - - - -

Outras 4.498 1,6 16.362 4,2 11.090 1,1 13.694 1 Fonte: IBGE - PIA (Pesquisa Industrial Anual) 1996 - 2003

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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Tabela 5

Sergipe: Receita Líquida de Revenda no Setor de Comércio,

segundo grupos e classes de atividade

(1996 –2002) – Em R$1.000 a preços correntes 1996 1998 2000 2002

Grupos e classes selecionadas Mil reais % Mil reais % Mil reais % Mil reais %

Sergipe 1.673.326 100 1.994.551 100 2.318.354 100 2.843.530 100

Comércio de veículos e motocicletas e comércio a varejo de combustíveis 284.795 17 588.806 29,5 564.804 24,4 674.804 23,7

Veículos automotores, motocicletas, peças e acessórios 182.478 10,9 343.399 17,2 319.108 13,8 381.816 13,4

Combustíveis 102.317 6,1 245.406 12,3 245.696 10,6 292.988 10,3

Comércio por atacado 362.896 21,7 332.496 16,7 474.999 20,5 593.268 20,9

Produtos alimentícios, bebidas e fumo 155.879 9,3 148.412 7,4 123.328 5,3 121.456 4,3 Artigos de uso pessoal e doméstico (fios têxteis, tecidos, calçados, produtos

farmacêuticos, etc.) 46.225 2,8 47.240 2,4 100.009 4,3 76.832 2,7 Produtos intermediários, resíduos e sucatas (combustíveis, madeira, material de

construção, etc.) 143.276 8,6 113.530 5,7 214.758 9,3 345.184 12,1 Máquinas, aparelhos e equipamentos de uso agropecuário, comercial, industrial

e para fins profissionais 4.486 0,3 7.618 0,4 3.600 0,2 11.106 0,4

Outros (produtos agropecuários in natura e mercadorias em geral) 13.031 0,8 15.696 0,8 33.305 1,4 38.690 1,4 Comércio varejista 1.025.634 61,3 1.073.250 53,8 1.278.551 55,1 1.575.458 55,4

Comércio não-especializado (hiper/supermecados, lojas de departam, etc.) 620.477 37,1 566.062 28,4 606.194 26,1 705.506 24,8

Produtos alimentícios, bebidas e fumo 20.049 1,2 28.080 1,4 30.462 1,3 80.010 2,8

Tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados 98.585 5,9 125.604 6,3 239.877 10,3 287.495 10,1 Comércio de outros produtos em lojas especializadas (produtos farmacêuticos,

móveis, eletrodomésticos, material de construção, livraria, papelaria, etc.) 286.376 17,1 353.492 17,7 402.001 17,3 502.433 17,7

Artigos usados 147 0 12 0 17 0 14 0 Fonte: IBGE - PAC (Pesquisa Anual do Comércio) 1996 - 2002

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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Tabela 6

Sergipe: Dados de Receita Bruta de Serviços

1998 – 2002 (em R$ 1 mil - preços correntes) 1998 2000 2002

Grupo de Atividade Econômica Mil reais % Mil reais % Mil reais %

Serviços de alojamento e alimentação 64.832 10,6 58.649 7,6 101.425 8,8

Transportes e serv. aux. dos transportes 161.896 26,6 210.265 27,4 284.296 24,6

Correio e telecomunicações 192.481 31,6 256.338 33,4 401.348 34,7

Atividades de Informática 33.128 5,4 19.236 2,5 37.684 3,3

Ativ. imobil. e de aluguel de bens móv. e imóv. 10.918 1,8 10.982 1,4 25.874 2,2

Serviços prestados as empresas 68.226 11,2 126.392 16,5 170.498 14,8

Outras atividades de serviços 77.674 12,8 86.312 11,2 134.752 11,7

Total 609.155 100 768.174 100 1.155.877 100

Fonte: IBGE - PAS (Pesquisa Anual dos Serviços)

Tabela 7

Sergipe: Produto Interno Bruto per capita a preço de mercado,

segundo as Mesorregiões e Microrregiões Sergipanas

2000 e 2002 PIB per capita

Meso/ Microrregião 2000 2002 Sergipe 3.283,21 5.082,44 Mesorregião do Agreste Sergipano 1.916,04 2.310,77 Agreste de Itabaiana 1.756,29 2.325,00 Agreste de Lagarto 2.640,23 2.705,00 Nossa Senhora das Dores 1.621,06 2.167,23 Tobias Barreto 1.574,59 1.967,89 Mesorregião do Leste Sergipano 3.995,73 5.461,00 Japaratuba 4.370,90 12.008,80 Baixo Cotinguiba 6.913,28 10.635,83 Estância 4.736,89 6.757,11 Aracaju 4.362,26 5.308,99 Cotinguiba 2.750,75 4.668,33 Própria 2.033,28 2.870,28 Boquim 1.550,12 1.976,24 Mesorregião do Sertão Sergipano 1.795,70 8.479,37 Sergipana do Sertão do São Francisco 1.776,31 11.241,29 Carira 1.838,54 2.299,74 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.

Nota: Dados sujeitos à revisão.

OBS. O grande aumento da participação da Mesorregião do Sertão Sergipano em 2002 é devido ao registro feito a partir de 2001 da sub-estação

de Xingó nas Contas Regionais.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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Tabela 8

Sergipe: Pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência,

por seção de atividade do trabalho principal - 1991 Total Agropecuária Indústria Serviços

Mesoregião / Microrregião N° % N° % N° % N° %

Sergipe 492.174 100 151.523 30,8 87.328 17,7 253.323 51,5

Mesorregião Agreste Sergipano 118.806 100 54.186 45,6 15.957 13,4 48.663 41

Agreste de Itabaiana 42.261 100 17.949 42,5 5.903 14 18.409 43,6

Agreste do Lagarto 30.004 100 15.375 51,2 4.059 13,5 10.570 35,2

Nossa Senhora das Dores 15.903 100 7.982 50,2 2.112 13,3 5.809 36,5

Tobias Barreto 30.638 100 12.880 42 3.883 12,7 13.875 45,3

Mesorregião do Leste Sergipano 321.392 100 65.637 20,4 65.640 20,4 190.115 59,2

Aracaju 186.384 100 5.794 3,1 40.588 21,8 140.002 75,1

Boquim 17.860 100 3.970 22,2 5.419 30,3 8.471 47,4

Baixo do Continguiba 40.937 100 23.829 58,2 4.788 11,7 12.320 30,1

Continguiba 10.393 100 4.472 43 2.093 20,1 3.828 36,8

Estância 29.004 100 11.156 38,5 6.259 21,6 11.589 40

Japaratuba 12.467 100 6.566 52,7 2.324 18,6 3.577 28,7

Própria 24.347 100 9.850 40,5 4.169 17,1 10.328 42,4

Mesorregião do Sertão Sergipano 51.976 100 31.700 61 5.731 11 14.545 28

Carira 19.269 100 11.047 57,3 2.518 13,1 5.704 29,6

Sertão do São Francisco 32.707 100 20.653 63,1 3.213 9,8 8.841 27 Fonte: IBGE – Censos demográficos

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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Tabela 9

Sergipe Pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência, por setor

de atividade do trabalho principal segundo Microrregiões - 2000 Mesorregiões e Microrregiões

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Sergipe 158.495 7.739 2.318 54.884 3.180 36.448 95.558 26.823 30.879 4.088 24.774 45.728 41.399 15.236 19.385 41.388 6.226 Agreste 63.464 141 285 14.712 352 7.161 23.243 6.139 7.000 476 2.386 6.658 8.145 1.543 4.012 8.059 1.493 Agreste de Itabaiana

21.509 81 107 4.806 112 2.699 10.242 2.042 3.919 212 869 2.439 2.524 737 1.516 3.000 723

Agreste do lagarto

16.685 7 105 3.743 71 1.692 4.842 1.570 1.062 94 824 1.337 2.042 323 946 2.258 244

Nossa Senhora das Dores

9.380 27 39 1.786 68 1.171 2.749 780 640 52 202 1.109 1.627 126 356 986 193

Tobias Barreto 15.890 26 34 4.377 101 1.599 5.410 1.747 1.379 118 491 1.773 1.952 357 1.194 1.815 333 Leste 58.948 7.326 2.005 37.462 2.573 26.101 66.858 18.959 21.145 3.467 21.579 34.459 29.152 12.800 14.008 30.980 4.490 Aracaju 4.158 2.225 1.173 21.303 1.832 17.260 47.872 13.452 14.414 3.109 18.018 23.426 18.323 10.678 10.496 20.481 3.335 Baixo do Continguiba

2.696 756 359 2.484 90 1.818 2.125 850 999 20 897 2.617 1.633 502 585 1.598 209

Boquim 22.895 155 293 5.376 129 1.922 5.805 1.384 2.199 135 759 1.819 3.035 531 1.103 2.933 384 Continguiba 4.551 27 48 886 85 766 1.283 267 534 21 230 788 928 107 238 800 38 Estância 10.368 2.251 36 3.279 307 2.135 5.020 1.689 1.550 80 875 1.901 2.107 508 759 2.820 210 Japaratuba 6.800 706 47 1.070 30 816 1.301 419 424 19 259 1.335 1.039 68 320 879 112 Própria 7.480 1.206 49 3.064 100 1.384 3.452 898 1.025 83 541 2.573 2.087 406 507 1.469 202 Sertão 36.086 276 29 2.712 256 3.187 5.459 1.726 2.736 144 812 4.608 4.107 896 1.365 2.347 238 Carira 12.691 48 3 920 52 1.352 2.159 625 1.032 75 302 1.581 1.567 270 561 868 84 Sertão do São Francisco

23.395 228 26 1.792 204 1.835 3.300 1.101 1.704 69 510 3.027 2.540 626 804 1.479 154

Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000

LEGENDA 1 Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal 7 Comércio, reparação de veículos, objetos pessoais e domésticos 13 Educação 2 Pesca 8 Alojamento e alimentação 14 Saúde e serviços sociais 3 Indústria extrativa 9 Transporte, armazenagem e comunicação 15 Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 4 Indústria de transformação 10 Intermediação financeira 16 Serviços domésticos 5 Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 11 Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 17 Atividades mal especificadas 6 Construção 12 Administração pública, defesa e seguridade social

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

220

Tabela 10

Sergipe: Participação das Mesorregiões e Microrregiões no Total de Pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência, por Setores de Atividade Principal – 2000 (%)

Mesorregiões e Microrregiões 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Sergipe 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Agreste 40,0 1,8 12,3 26,8 11,1 19,6 24,3 22,9 22,7 11,6 9,6 14,6 19,7 10,1 20,7 19,5 24,0 Agreste de Itabaiana 13,6 1,0 4,6 8,8 3,5 7,4 10,7 7,6 12,7 5,2 3,5 5,3 6,1 4,8 7,8 7,2 11,6

Agreste do lagarto 10,5 0,1 4,5 6,8 2,2 4,6 5,1 5,9 3,4 2,3 3,3 2,9 4,9 2,1 4,9 5,5 3,9

Nossa Senhora das Dores 5,9 0,3 1,7 3,3 2,1 3,2 2,9 2,9 2,1 1,3 0,8 2,4 3,9 0,8 1,8 2,4 3,1 Tobias Barreto 10,0 0,3 1,5 8,0 3,2 4,4 5,7 6,5 4,5 2,9 2,0 3,9 4,7 2,3 6,2 4,4 5,3

Leste 37,2 94,7 86,5 68,3 80,9 71,6 70,0 70,7 68,5 84,8 87,1 75,4 70,4 84,0 72,3 74,9 72,1

Aracaju 2,6 28,8 50,6 38,8 57,6 47,4 50,1 50,2 46,7 76,1 72,7 51,2 44,3 70,1 54,1 49,5 53,6 Baixo do Continguiba 1,7 9,8 15,5 4,5 2,8 5,0 2,2 3,2 3,2 0,5 3,6 5,7 3,9 3,3 3,0 3,9 3,4

Boquim 14,4 2,0 12,6 9,8 4,1 5,3 6,1 5,2 7,1 3,3 3,1 4,0 7,3 3,5 5,7 7,1 6,2

Continguiba 2,9 0,3 2,1 1,6 2,7 2,1 1,3 1,0 1,7 0,5 0,9 1,7 2,2 0,7 1,2 1,9 0,6 Estância 6,5 29,1 1,6 6,0 9,7 5,9 5,3 6,3 5,0 2,0 3,5 4,2 5,1 3,3 3,9 6,8 3,4

Japaratuba 4,3 9,1 2,0 1,9 0,9 2,2 1,4 1,6 1,4 0,5 1,0 2,9 2,5 0,4 1,7 2,1 1,8

Própria 4,7 15,6 2,1 5,6 3,1 3,8 3,6 3,3 3,3 2,0 2,2 5,6 5,0 2,7 2,6 3,5 3,2

Sertão 22,8 3,6 1,3 4,9 8,1 8,7 5,7 6,4 8,9 3,5 3,3 10,1 9,9 5,9 7,0 5,7 3,8

Carira 8,0 0,6 0,1 1,7 1,6 3,7 2,3 2,3 3,3 1,8 1,2 3,5 3,8 1,8 2,9 2,1 1,3

Sertão do São Francisco 14,8 2,9 1,1 3,3 6,4 5,0 3,5 4,1 5,5 1,7 2,1 6,6 6,1 4,1 4,1 3,6 2,5

Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000

LEGENDA 1 Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal 7 Comércio, reparação de veículos, objetos pessoais e domésticos 13 Educação 2 Pesca 8 Alojamento e alimentação 14 Saúde e serviços sociais 3 Indústria extrativa 9 Transporte, armazenagem e comunicação 15 Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 4 Indústria de transformação 10 Intermediação financeira 16 Serviços domésticos 5 Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 11 Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 17 Atividades mal especificadas 6 Construção 12 Administração pública, defesa e seguridade social

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

221

Tabela 11

Sergipe. Distribuição do Total de Pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência nos Setores de Atividade Principal segundo Mesorregiões e Microrregiões – 2000 (%)

Unidade da Federação e Município Total 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 Sergipe 100,0 25,8 1,3 0,4 8,9 0,5 5,9 15,5 4,4 5,0 0,7 4,0 7,4 6,7 2,5 3,2 6,7 1,0 Agreste 100,0 40,9 0,1 0,2 9,5 0,2 4,6 15,0 4,0 4,5 0,3 1,5 4,3 5,2 1,0 2,6 5,2 1,0 Agreste de Itabaiana 100,0 37,4 0,1 0,2 8,4 0,2 4,7 17,8 3,5 6,8 0,4 1,5 4,2 4,4 1,3 2,6 5,2 1,3 Agreste do lagarto 100,0 44,1 0,0 0,3 9,9 0,2 4,5 12,8 4,1 2,8 0,2 2,2 3,5 5,4 0,9 2,5 6,0 0,6 Nossa Senhora das Dores 100,0 44,1 0,1 0,2 8,4 0,3 5,5 12,9 3,7 3,0 0,2 0,9 5,2 7,6 0,6 1,7 4,6 0,9 Tobias Barreto 100,0 41,2 0,1 0,1 11,3 0,3 4,1 14,0 4,5 3,6 0,3 1,3 4,6 5,1 0,9 3,1 4,7 0,9 Leste 100,0 15,0 1,9 0,5 9,5 0,7 6,7 17,0 4,8 5,4 0,9 5,5 8,8 7,4 3,3 3,6 7,9 1,1 Aracaju 100,0 1,8 1,0 0,5 9,2 0,8 7,5 20,7 5,8 6,2 1,3 7,8 10,1 7,9 4,6 4,5 8,8 1,4 Baixo do Continguiba 100,0 13,3 3,7 1,8 12,3 0,4 9,0 10,5 4,2 4,9 0,1 4,4 12,9 8,1 2,5 2,9 7,9 1,0 Boquim 100,0 45,0 0,3 0,6 10,6 0,3 3,8 11,4 2,7 4,3 0,3 1,5 3,6 6,0 1,0 2,2 5,8 0,8 Continguiba 100,0 39,2 0,2 0,4 7,6 0,7 6,6 11,1 2,3 4,6 0,2 2,0 6,8 8,0 0,9 2,1 6,9 0,3 Estância 100,0 28,9 6,3 0,1 9,1 0,9 5,9 14,0 4,7 4,3 0,2 2,4 5,3 5,9 1,4 2,1 7,9 0,6 Japaratuba 100,0 43,5 4,5 0,3 6,8 0,2 5,2 8,3 2,7 2,7 0,1 1,7 8,5 6,6 0,4 2,0 5,6 0,7 Própria 100,0 28,2 4,5 0,2 11,6 0,4 5,2 13,0 3,4 3,9 0,3 2,0 9,7 7,9 1,5 1,9 5,5 0,8 Sertão 100,0 53,9 0,4 0,0 4,0 0,4 4,8 8,2 2,6 4,1 0,2 1,2 6,9 6,1 1,3 2,0 3,5 0,4 Carira 100,0 52,5 0,2 0,0 3,8 0,2 5,6 8,9 2,6 4,3 0,3 1,2 6,5 6,5 1,1 2,3 3,6 0,3 Sertão do São Francisco 100,0 54,7 0,5 0,1 4,2 0,5 4,3 7,7 2,6 4,0 0,2 1,2 7,1 5,9 1,5 1,9 3,5 0,4 Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000

LEGENDA 1 Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal 7 Comércio, reparação de veículos, objetos pessoais e domésticos 13 Educação 2 Pesca 8 Alojamento e alimentação 14 Saúde e serviços sociais 3 Indústria extrativa 9 Transporte, armazenagem e comunicação 15 Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 4 Indústria de transformação 10 Intermediação financeira 16 Serviços domésticos 5 Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 11 Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 17 Atividades mal especificadas 6 Construção 12 Administração pública, defesa e seguridade social

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

222

Tabela 12

Sergipe- pessoal ocupado em estabelecimento formais, em 31 de dezembro, segundo Mesorregiões e Microrregiões

2002

Nome da Microrregião A B C D E F G H I J K L M N O P Total

Sergipe 1355 112 1093 27817 1420 13542 51490 7077 9056 3250 23432 62209 11151 9650 9583 0 232237 Agreste 174 0 109 3913 43 354 7783 343 553 206 610 2497 615 594 682 0 18476 Agreste de Itabaiana 139 0 109 1471 0 67 3358 199 187 72 238 1579 293 277 238 0 8227 Agreste de Lagarto 6 0 0 1708 43 193 2196 78 193 71 208 0 201 226 245 0 5368 Nossa Senhora das Dores 4 0 0 87 0 72 724 35 62 19 72 918 6 18 89 0 2106 Tobias Barreto 25 0 0 647 0 22 1505 31 111 44 92 0 115 73 110 0 2775 Leste 1181 112 984 23380 1377 13023 42072 6594 8437 2998 22683 59071 10417 9026 8572 0 209927 Aracaju 416 81 722 12086 1377 12170 35708 6021 7723 2867 21604 56477 9675 8154 7705 0 182786 Baixo Cotinguiba 13 0 237 3584 0 548 535 114 449 4 670 1013 69 0 165 0 7401 Boquim 102 0 0 1421 0 30 1711 79 64 35 57 799 112 69 158 0 4637 Cotinguiba 0 0 0 280 0 13 253 22 23 0 37 0 57 41 45 0 771 Estância 267 22 22 3229 0 123 2362 263 131 57 195 782 254 586 225 0 8518 Japaratuba 86 9 3 2017 0 42 293 11 5 0 44 0 27 0 86 0 2623 Própria 297 0 0 763 0 97 1210 84 42 35 76 0 223 176 188 0 3191 Sertão 0 0 0 524 0 165 1635 140 66 46 139 641 119 30 329 0 3834 Carira 0 0 0 225 0 42 583 9 38 14 76 641 51 10 105 0 1794 Sergipana do Sertão do São Francisco 0 0 0 299 0 123 1052 131 28 32 63 0 68 20 224 0 2040 Fonte: Cempre IBGE 2002

A Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal G Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos

M Educação

B Pesca H Alojamento e alimentação N Saúde e serviços sociais C Indústrias extrativas I Transporte, armazenagem e comunicações O Outros serviços coletivos, sociais e pessoais D Indústrias de transformação J Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços

relacionados P Serviços domésticos

E Produção e distribuição de eletricidade, gás e água L Administração pública, defesa e seguridade social Q Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais F Construção K Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

223

Tabela 13

Sergipe: Unidades locais por grande setor, segundo Mesorregiões e Microrregiões

2002 Agropecuária Indústria geral Serviços

Nome da Microrregião A B

Sub total

C D E F Sub total

G H I J K L M N O Sub total

Total

Sergipe 150 33 183 61 1.963 88 770 2.882 12.342 1.081 919 447 2.986 231 901 755 3.008 22.670 25.735 Agreste Sergipano 24 - 24 8 424 21 76 529 2.515 95 157 113 210 43 118 89 559 3.899 4.452 Agreste de Itabaiana 11 - 11 5 205 8 33 251 1.052 44 77 48 76 16 47 30 204 1.594 1.856 Agreste de Lagarto 4 - 4 2 129 4 19 154 585 18 26 51 61 4 20 33 93 891 1.049 Nossa Senhora das Dores 3 - 3 1 16 6 12 35 259 10 20 6 28 18 8 5 92 446 484 Tobias Barreto 6 - 6 - 74 3 12 89 619 23 34 8 45 5 43 21 170 968 1.063 Leste Sergipano 119 33 152 51 1.456 51 654 2.212 9.068 947 706 309 2.727 156 735 647 2.106 17.401 19.765 Aracaju 46 14 60 31 1.092 11 516 1.650 6.861 800 473 225 2.455 78 577 586 1.309 13.364 15.074 Baixo Cotinguiba 6 - 6 5 51 7 43 106 239 30 83 9 78 16 20 7 102 584 696 Boquim 13 1 14 - 95 9 21 125 616 24 36 44 33 18 27 10 207 1.015 1.154 Cotinguiba 3 - 3 - 25 3 10 38 137 8 19 3 24 7 10 6 64 278 319 Estância 15 4 19 8 114 5 36 163 612 55 60 12 68 10 61 22 226 1.126 1.308 Japaratuba 8 5 13 6 16 5 12 39 132 9 10 5 19 9 12 1 71 268 320 Própria 28 9 37 1 63 11 16 91 471 21 25 11 50 18 28 15 127 766 894 Sertão Sergipano 7 - 7 2 83 16 40 141 759 39 56 25 49 32 48 19 343 1.370 1.518 Carira 3 - 3 - 29 6 10 45 243 8 21 10 24 15 27 6 129 483 531 Sergipana do Sertão do São Francisco 4 - 4 2 54 10 30 96 516 31 35 15 25 17 21 13 214 887 987 Fonte : IBGE –Cempre

Nota: Os dados com menos de 3 (três) informantes por municípios não foram computados na agregação por Microrregião.

Legenda

A Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal

G Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos

M Educação

B Pesca H Alojamento e alimentação N Saúde e serviços sociais C Indústrias extrativas I Transporte, armazenagem e comunicações O Outros serviços coletivos, sociais e pessoais D Indústrias de transformação J Intermediação financeira, seguros, previdência

complementar e serviços relacionados

E Produção e distribuição de eletricidade, gás e água L Administração pública, defesa e seguridade social F Construção K Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados

às empresas

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224

Tabela 14

Sergipe- Emprego Formal por Setor de Atividade

1990-2000-2003 1990 2000 2003

Dados Nº PART (%) Nº PART (%) Nº PART (%)

Adm. Publica 69.086 37,8 79.133 38,4 99.472 40,6 Agricultura 1.734 0,9 7.373 3,6 7.741 3,2 Construção Civil 12.763 7,0 11.031 5,4 12.998 5,3 Alimentação e Bebidas 5.046 2,8 8.474 4,1 9.985 4,1 Indústria Têxtil 9.922 5,4 5.404 2,6 5.819 2,4 Serviços de Utilidade Pública 3.342 1,8 3.024 1,5 4.117 1,7 Minerais não metálicos 2.125 1,2 2.875 1,4 3.281 1,3 Ind Química 802 0,4 1.486 0,7 1.833 0,7 Extrativa Mineral 1.235 0,7 1.287 0,6 1.609 0,7 Papel e Grafica 711 0,4 718 0,3 1.005 0,4 Madeira e Mobiliário 544 0,3 977 0,5 903 0,4 Ind Calçados 406 0,2 765 0,4 852 0,3 Ind Metalúrgica 571 0,3 706 0,3 806 0,3 Borracha, Fumo e Couro 4.107 2,3 437 0,2 507 0,2 Ind Mecânica 111 0,1 88 0,0 470 0,2 Material de Transporte 323 0,2 279 0,1 365 0,1 Material elétrico e de comunicação 89 0,0 114 0,1 162 0,1 Comércio Varejista 17.398 9,5 26.288 12,8 29.798 12,2 Serviços profissionais 7.576 4,2 13.767 6,7 18.647 7,6 Alojamento e Comunicação 19.955 10,9 13.402 6,5 14.724 6,0 Ensino 1.566 0,9 7.376 3,6 8.375 3,4 Transporte e comunicação 6.010 3,3 7.798 3,8 8.062 3,3 Medicina, odontologia e veterinário 2.348 1,3 7.422 3,6 6.982 2,8 Comércio Atacadista 2.158 1,2 2.875 1,4 3.499 1,4 Instituições Financeiras 5.128 2,8 2.955 1,4 3.099 1,3 Outr/Ign 7.476 4,1 - 0,0 - 0,0 Total 182.532 100,0 206.054 100,0 245.111 100,0 Fonte: MTE/RAIS

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

225

Tabela 15

Sergipe: Importações por tipo de uso dos produtos em US$ 1.000 FOB e distribuição relativa (1999-2004)

1999 2000 2001 2002 2003 2004 Por tipo do uso

Abs % Abs % Abs % Abs % Abs % Abs %

BENS DE CAPITAL 17.388 17,9 16.922 17,9 26.558 26,1 49.304 48,4 24.621 25,3 25.556 25,3

Bens de capital (exc. equip. de transp de uso industrial) 9.751 10,0 16.119 17,1 26.558 26,1 49.104 48,2 23.818 24,5 24.497 24,2

Equipipamento de transp de uso industrial 7.637 7,9 803 0,9 --- --- 199 0,2 803 0,8 1.059 1,1 BENS INTERMEDIARIOS 69.814 71,9 73.383 77,8 72.492 71,2 48.968 48,1 66.664 68,6 68.521 67,8

Alimentos e bebidas destinados à industria 23.432 24,1 25.386 26,9 21.850 21,4 10.982 10,8 15.549 16,0 15.042 14,9

Insumos industriais 46.045 47,4 47.118 49,9 50.117 49,2 36.766 36,1 49.127 50,6 52.483 51,9

Peças e acessórios de equipamentos industriais 336 0,4 879 0,9 525 0,5 1.220 1,2 1.880 1,9 887 0,9

Bens diversos --- --- --- --- --- --- --- --- --- 0,1 --- 0,1

BENS DE CONSUMO 9.203 9,5 4.066 4,3 2.395 2,4 2.440 2,4 3.571 3,7 5.046 5,0

Bens de consumo duráveis 13 0,0 28 0,0 50 0,1 35 0,0 53 0,1 38 0,0

Bens de consumo não-duráveis 9.190 9,5 4.038 4,3 2.345 2,3 2.406 2,4 3.518 3,6 5.008 5,0 COMBUSTIVEIS E LUBRIFICANTES 706 0,7 10 0,0 447 0,4 1.174 1,2 2.297 2,4 1.929 1,9

Total do período 97.111 100 94.382 100 101.891 100 101.886 100 97.152 100 101.051 100

Fonte: MDIC - SECEX

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

226

Tabela 16

Sergipe: principais empresas exportadoras e importadoras (em US$ 1.00 FOB) 2003 e 2004 2003 2004

Descrição US$ 1.000 % US$ 1.000 %

Empresas exportadoras MARATA SUCOS DO NORDESTE LTDA. 11.927 30,7 17.516 36,7 TROPFRUIT NORDESTE S/A 8.200 21,1 12.191 25,6 CIMENTO SERGIPE S/A - CIMESA 4.974 12,8 6.764 14,2 SANTISTA TEXTIL S.A. 3.001 7,7 3.632 7,6 PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS 4.661 12,0 2.333 4,9 CALCADOS AZALEIA SA 1.302 3,4 1.637 3,4 SERGIPE INDUSTRIAL SA 1.651 4,3 1.381 2,9 OUTRAS EMPRESAS 3.093 8,0 2.222 4,7 TOTAL 38.809 100 47.675 100 Empresas Importadoras EMS S/A 12.150 12,5 20.678 20,5 MOINHO DE SERGIPE SA 15.491 16,0 14.872 14,7 PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS 15.987 16,5 13.731 13,6 SANTISTA TEXTIL S.A. 12.715 13,1 7.431 7,4 CROWN EMBALAGENS S/A 8.341 8,6 6.957 6,9 COMPANHIA VALE DO RIO DOCE 7.998 8,2 6.533 6,5 CIMENTO SERGIPE S/A - CIMESA 3.796 3,9 4.711 4,7 EMATEX DO NORDESTE LTDA 1.863 1,9 2.384 2,4 ITAGUASSU AGRO INDUSTRIAL S/A 2.025 2,1 2.258 2,2 SERGIPE INDUSTRIAL SA 1.060 1,1 2.239 2,2 OUTRAS EMPRESAS 15.706 16,2 19.274 19,1 TOTAL 97.131 100 101.068 100 Fonte: MDIC - SECEX

Nota: Empresas que exportam 80% ou mais da pauta. Empresas que importam 80% ou mais da pauta.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

227

Tabela 17

Sergipe: exportações e importações interestaduais e saldo comercial com os estados nordestinos

Fluxos Alagoas Bahia Ceará Maranhão Paraíba Pernam-buco

Piauí Rio G. do Norte

Total

valores absolutos (R$ milhões) Importação 1997 158,8 648,1 63,5 2,9 29,1 283,2 0,1 16,7 1.202,3

1999 169,7 817,0 51,4 5,9 31,3 277,3 1,7 24,7 1.379,1

Exportação

1997 149,2 365,5 70,3 17,0 13,1 89,7 13,8 16,0 734,5

1999 128,2 514,6 55,7 25,2 22,5 109,4 19,9 19,9 895,4

Saldo

1997 (9,6) (282,6) 6,9 14,1 (16,0) (193,5) 13,7 (0,7) (467,7) 1999 (41,5) (302,4) 4,2 19,2 (8,8) (167,9) 18,2 (4,8) (483,7)

valores relativos

Importação

1997 13,2 53,9 5,3 0,2 2,4 23,6 0,0 1,4 100,0

1999 12,3 59,2 3,7 0,4 2,3 20,1 0,1 1,8 100,0

Exportação

1997 20,3 49,8 9,6 2,3 1,8 12,2 1,9 2,2 100,0

1999 14,3 57,5 6,2 2,8 2,5 12,2 2,2 2,2 100,0

Saldo

1997 2,1 60,4 (1,5) (3,0) 3,4 41,4 (2,9) 0,1 100,0

1999 8,6 62,5 (0,9) (4,0) 1,8 34,7 (3,8) 1,0 100,0 Fonte: Confaz/Cotepe (elaboração Ceplan)

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

228

Tabela 18

SERGIPE - BALANÇA COMERCIAL INTERESTADUAL AJUSTADA COM A INFORMAÇÃO PRESTADA PELO PRÓPRIO ESTADO

1997 - EM R$ MIL CORRENTES VALORES CONTÁBEIS = OPERAÇÕES GLOBAIS

Unidades SAÍDAS ENTRADAS SALDO

Federadas Para

Contribuinte Para Não Contribuinte

ICMS Cobrado Por ST

Para Contribuinte

Para Não Contribuinte

ICMS Cobrado Por ST

G=(A+B-C)-(D+E-F)

A B C D E F G ACRE 262 4 52 - - 214

ALAGOAS 135.334 16.241 2.416 141.187 21.401 3.834 (9.596)

AMAPÁ 1.892 217 - 176 - 0 1.933

AMAZONAS 9.783 159 4 17.581 - 68 (7.575)

BAHIA 346.243 23.996 4.745 607.695 56.510 16.067 (282.644)

CEARÁ 69.412 1.038 122 60.306 3.258 99 6.864

DISTRITO FED. 3.739 1.417 49 1.737 - 0 3.370

ESPÍRITO STO 18.581 45 2 53.687 755 4.950 (30.869)

GOIÁS 27.954 674 54 43.696 563 1.988 (13.697)

MARANHÃO 16.332 649 1 2.879 - - 14.101

MATO GROSSO 2.145 37 - 2.246 4 294 226

MATO GR. SUL 1.205 62 0 1.425 149 4 (304)

MINAS GERAIS 83.776 8.358 3 97.548 10.897 758 (15.557)

PARÁ 18.644 206 1 11.526 - 96 7.420

PARAÍBA 10.466 2.640 16 29.397 1.050 1.377 (15.979)

PARANÁ 22.007 678 0 47.734 259.187 229 (284.007)

PERNAMBUCO 64.980 24.847 118 276.558 14.971 8.289 (193.532)

PIAUÍ 13.573 216 2 2.293 - 2.199 13.692

RIO GR. NORTE 15.608 421 26 17.412 - 755 (655)

RIO GR. SUL 14.612 3.259 0 97.664 3.218 1.060 (81.951)

RIO JANEIRO 49.804 3.159 10 94.261 16.361 2.804 (54.865)

RONDÔNIA 748 3 - 436 - 24 340

RORAIMA 136 7 - 13 - 0 130

STA CATARINA 13.979 1.486 11 52.562 2.060 98 (39.069)

SÃO PAULO 224.465 112.215 63 589.235 43.842 11.333 (285.127)

SERGIPE - - - - - - -

TOCANTINS 1.695 38 2 714 - - 1.017

TOTAL ESTADO 1.167.375 202.072 7.646 2.250.022 434.228 56.327 (1.266.121) Fonte: CONFAZ - COTEPE

AJUSTES:

(1) ajuste nos valores contábeis: inexiste na GI "entradas para não contribuintes", posto que estes não prestam a informação. Deste modo, para

obter o saldo correto das operações interestaduais é necessário "ajustar" as entradas com a inclusão de "entradas para não contribuintes". Estas

foram obtidas a partir do que as 17 UF´s de origem informam que remeteram a título de "saídas para não contribuintes" para as respectivas UF´s

de destino. Observe-se que o cálculo do "saldo" considerando apenas as operações praticadas entre contribuintes não procede, tanto porque

resulta subestimado como porque é necessário deduzir o ICMS cobrado por substituição tributária dos valores contábeis constantes da GI, o qual

não diz respeito à operação interestadual, mas sim à operação interna subsequente da UF de destino, mas que esteve sujeita a tributação

antecipada na origem.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

229

Tabela 19

SERGIPE - BALANÇA COMERCIAL INTERESTADUAL AJUSTADA , COM A INFORMAÇÃO PRESTADA PELO PRÓPRIO ESTADO

1999 - EM R$ MIL CORRENTES

VALORES CONTÁBEIS = OPERAÇÕES GLOBAIS

SAÍDAS ENTRADAS SALDO

Para Contribuinte

Para Não Contribuinte

ICMS Cobrado Por ST

Para Contribuinte

Para Não Contribuinte

ICMS Cobrado Por ST

G=(A+B-C)-(D+E-F)

Unidades Federadas

A B C D E F G

ACRE 257 30 - 2.071 - 2 (1.781)

ALAGOAS 126.754 11.747 10.302 159.639 10.863 775 (41.528)

AMAPÁ 3.344 1 393 405 - 2 2.549

AMAZONAS 16.175 236 56 43.549 461 98 (27.558)

BAHIA 511.451 33.578 30.426 606.259 232.727 22.004 (302.379)

CEARÁ 54.475 1.217 36 47.487 4.124 178 4.223

DISTRITO FED. 4.149 1.745 1 2.755 101 - 3.037

ESPÍRITO STO 10.342 784 29 34.003 1.328 327 (23.907)

GOIÁS 33.613 2.599 4 37.782 908 159 (2.323)

MARANHÃO 25.896 1.296 2.031 5.917 - 0 19.244

MATO GROSSO 3.653 25 - 6.815 28 0 (3.165)

MATO GR. SUL 1.308 162 3 2.409 120 1 (1.061)

MINAS GERAIS 97.824 11.506 14 132.292 11.554 1.265 (33.264)

PARÁ 35.762 876 3.186 9.109 - 49 24.392

PARAÍBA 20.484 2.097 76 32.036 698 1.394 (8.835)

PARANÁ 32.648 2.876 19 51.607 4.038 630 (19.510) PERNAMBUCO 102.836 7.137 536 275.769 5.952 4.415 (167.868)

PIAUÍ 20.009 1.178 1.327 1.475 220 2 18.167

RIO GR. NORTE 17.221 2.849 131 25.219 - 516 (4.764)

RIO GR. SUL 37.800 754 4 80.873 15.800 7.586 (50.537)

RIO JANEIRO 35.589 10.769 5 84.459 12.415 911 (49.609)

RONDÔNIA 803 135 - 350 3 - 585

RORAIMA 2.572 8 0 70 - 0 2.510

STA CATARINA 20.605 324 7 45.893 13.861 191 (38.642)

SÃO PAULO 348.608 26.326 105 577.480 41.776 6.377 (238.051)

SERGIPE - - - - - - -

TOCANTINS 1.672 146 16 1.875 26 5 (93)

TOTAL ESTADO 1.565.849 120.401 48.705 2.267.600 357.004 46.888 (940.171) Fonte: CONFAZ - COTEPE

(1) ajuste dos valores contábeis (VC): inexiste na GI "entradas para não contribuintes", posto que estes não informam a GI. Deste modo, para

obter o saldo correto das operações interestaduais é necessário "ajustar" as entradas com a inclusão de "entradas para não contribuintes". Estas

foram obtidas a partir do que as UF´s de origem informaram que remeteram a título de "saídas para não contribuintes" para as respectivas UF´s

de destino. Observe-se que o cálculo do "saldo" considerando apenas as operações praticadas entre contribuintes seria incompleto, tanto porque

resultaria subestimado como porque é necessário também deduzir o ICMS cobrado por substituição tributária dos VC constantes da GI (estes

valores não dizem respeito à operação interestadual, mas sim à operação interna subsequente da UF de destino, sujeita a tributação antecipada

na origem).

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

230

Tabela 20

Sergipe - Taxa de Crescimento do PIB Real a Preço

Básico, segundo os Grandes Setores

2001/2002; 2002/2003 PIB Taxa de Crescimento do PIB (%)

Segundo os Setores 2001/2002 2002/2003

PIB TOTAL 3,22 2,51

Agropecuária 5,11 10,68

Indústria 3,95 1,99

Serviços 2,03 1,85 Fontes:IBGE; Elaboração CEPLAN

Tabela 21

Sergipe - Taxa de Crescimento do PIB Real do Setor Industrial

a Preço Básico, segundo as Atividades Econômicas

2001/2002; 2002/2003 PIB Setor Industrial Taxa de Crescimento do PIB (%)

Segundo as Atividades

Econômicas 2001/2002 2002/2003

Indústria 3,95 1,99

Indústria Extrativa Mineral -1,01 1,28

Indústria de Transformação 2,19 3,68

Serviços Ind. de Utilidade Pública 10,86 1,38

Contrução 4,52 1,54 Fontes: IBGE; Elaboração CEPLAN

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

231

Tabela 22

Sergipe : Rendimento Médio e Variação % das Culturas Agrícolas

Jan.- Dez.: 2002/2003/2004 Rendimento Médio (ton/há) Variação % Variação %

Culturas Jan.-dez. Jan.-dez.

2002 2003 2004 2002/2003 2003/2004

Abacaxi (1) 22.519 23.905 23.959 6,2 0,2

Amendoim ( em casca) 1.194 1.206 1.206 1,0 0,0

Arroz 4.320 4.415 4.414 2,2 0,0

Banana 14.518 13.984 14.990 -3,7 7,2

Cana-de-açúcar 66.274 63.883 67.316 -3,6 5,4

Côco-da-baia 2.326 2.980 3.073 28,1 3,1

Feijão 454 492 559 8,4 13,6

Fumo 1.285 1.327 1.294 3,3 -2,5

Laranja 13.592 13.526 13.414 -0,5 -0,8

Mandioca 14.509 14.479 14.690 -0,2 1,5

Milho ( em grão) 652 1.103 1.489 69,2 35,0

Tomate 17.561 17.416 17.231 -0,8 -1,1 Fontes:IBGE - 2002-2003 PAM - 2004 -LSPA; SEPLANTEC/SUPES; Elaboração CEPLAN

(1) frutos/hectare

Tabela 23

Sergipe : Área Plantada e Variação % das Culturas Agrícolas

Jan.- Dez.: 2002/2003/2004 Área Plantada (ha) Variação % Variação %

Culturas Jan.-dez. Jan.-dez.

2002 2003 2004 2002/2003 2003/2004

Abacaxi 364 461 467 26,6 1,3

Amendoim ( em casca) 1.125 1.114 1.114 -1,0 0,0

Arroz 9.040 8.893 9.389 -1,6 5,6

Banana 4.109 4.564 4.332 11,1 -5,1

Cana-de-açúcar 17.584 22.687 25.202 29,0 11,1

Côco-da-baia 42.254 39.994 39.876 -5,3 -0,3

Feijão 52.960 55.688 59.561 5,2 7,0

Fumo 1.363 1.253 1.552 -8,1 23,9

Laranja 50.422 51.057 54.961 1,3 7,6

Mandioca 30.966 30.087 32.030 -2,8 6,5

Milho ( em grão) 100.432 131.080 132.389 30,5 1,0

Tomate 294 320 277 8,8 -13,4

TOTAL 310.913 347.198 361.150 11,7 4,0 Fontes:IBGE - 2002-2003 PAM - 2004 -LSPA; SEPLANTEC/SUPES; Elaboração CEPLAN

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

232

Tabela 24

Sergipe - Produção de Petróleo Bruto ( terra )

Jan- Dez.: 2002/2003/2004

(m3 ) Variação % Variação %

Jan.-Dez. Jan.-Dez. Meses 2002 2003 2004

2002/2003 2003/2004

Janeiro 177.585 180.897 179.152 1,9 -1,0

Fevereiro 160.315 166.506 170.578 3,9 2,4

Março 176.161 177.346 186.112 0,7 4,9

Abril 160.926 166.705 178.639 3,6 7,2

Maio 156.957 186.330 188.091 18,7 0,9

Junho 162.819 176.245 189.838 8,2 7,7

Julho 178.108 179.100 193.900 0,6 8,3

Agosto 179.195 187.645 193.060 4,7 2,9

Setembro 176.522 179.945 184.380 1,9 2,5

Outubro 181.196 187.512 189.250 3,5 0,9

Novembro 172.632 175.577 181.449 1,7 3,3

Dezembro 173.598 180.983 185.389 4,3 2,4

Total 2.056.014 2.144.791 2.219.838 4,3 3,5 Fontes: Agência Nacional do Petróleo - ANP; SEPLANTEC/SUPES; Elaboração CEPLAN

Tabela 25

Estado de Sergipe

Evolução do Emprego na Indústria de Transformação, segundo os Gêneros

Ano:2003/ 2004 2003 2004

Indústria de Transformação Variação do Variação do

Saldo Emprego (%) Saldo Emprego (%)

Industria de Transformação 499 2,21 2.257 9,22

Produtos Minerais não metálicos -78 -2,58 335 11,02

Metalúrgica 109 14,63 190 19,21

Mecânica -28 -18,67 351 204,07

Material Elétrico e de Comunicações 50 53,76 21 14,09

Material de Transporte 2 0,56 95 28,61

Madeira e Mobiliário -156 -17,11 91 7,81

Papel e papelão 41 4,83 66 6,88

Borracha, Fumo e Couros -4 -0,88 71 14,79

Química, Produtos Farmacêuticos

e Veterinários 23 1,4 45 2,45

Têxtil e Vestuário 274 4,94 491 8,41

Calçados -131 -13,13 75 8,7

Produtos Alimentares e Bebidas 397 5,09 426 4,92 Fonte: MTE - SEPLANTEC/SUPES

Nota: Elaboração CEPLAN

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

233

Tabela 26

Energia Elétrica

Sergipe - Consumo Total (*)

Jan-Dez.: 2002/2003/2004 (MWh) Variação % Variação %

Jan.-Dez. Jan.-Dez. Meses 2002 2003 2004

2002/2003 2003/2004

Janeiro 141.339 172.594 180.429 22,1 4,5 Fevereiro 137.269 171.035 163.155 24,6 -4,6 Março 154.873 172.985 176.106 11,7 1,8 Abril 157.617 164.189 182.355 4,2 11,1 Maio 163.947 169.392 182.768 3,3 7,9 Junho 157.935 165.810 178.131 5,0 7,4 Julho 154.239 159.726 173.715 3,6 8,8 Agosto 157.341 161.490 173.874 2,6 7,7 Setembro 160.070 162.471 175.599 1,5 8,1 Outubro 168.465 174.064 183.106 3,3 5,2 Novembro 170.247 170.372 188.981 0,1 10,9 Dezembro 169.854 179.348 192.211 5,6 7,2 Total 1.893.196 2.023.476 2.150.430 6,9 6,3 Consumo 230 Kv 207.863 200.393 192.476 Total Geral 2.101.059 2.223.869 2.342.906 5,8 5,4 Fontes: ; ENERGIPE; SULGIPE; SEPLANTEC/SUPES;

Nota: Elaboração CEPLAN

(*) Consumo faturado.

Tabela 27

Transporte Aéreo

Sergipe - Passageiros embarcados e desembarcados em vôo doméstico e Internacional

Jan-Dez.: 2002/2003/2004 Passageiros Variação % Variação %

Jan.-Dez. Jan.-Dez. Aeroportos 2002 2003 2004

2002/2003 2003/2004

Embarcados SBAR - Aracaju 182.806 160.841 161.857 -12,0 0,6

Sub-Total 182.806 160.841 161.857 -12,0 0,6

Desembarcados SBAR - Aracaju 174.482 163.724 160.634 -6,2 -1,9 Sub-Total 174.482 163.724 160.634 -6,2 -1,9 Total 357.288 324.565 322.491 -9,2 -0,6 Fontes: INFRAERO; SEPLANTEC/SUPES;

Nota: Elaboração CEPLAN

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

234

Tabela 28

Transporte Aéreo

Sergipe - Carga e Mala Postal embarcadas e

desembarcadas em vôo doméstico e internacional

Jan-Dez.: 2002/2003/2004 Variação Variação

Carga e Mala Postal (kg) % %

Jan.-Dez. Jan.-Dez. Aeroportos

2002 2003 2004 2002/2003 2003/2004

Embarcadas SBAR - Aracaju 494.510 568.403 521.092 14,9 -8,3

Sub-Total 494.510 568.403 521.092 14,9 -8,3

Desembarcadas SBAR - Aracaju 2.064.825 1.776.761 1.998.701 -14,0 12,5

Sub-Total 2.064.825 1.776.761 1.998.701 -14,0 12,5

Total 2.559.335 2.345.164 2.519.793 -8,4 7,4 Fontes: INFRAERO; SEPLANTEC/SUPES; Elaboração CEPLAN

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

235

Tabela 29- Sergipe: Balanço Financeiro - Receitas (2000-2004)

Em R$ mil EXERCÍCIOS

RECEITAS 2000 2001 2002 2003 2004

RECEITAS CORRENTES 1.276.164 1.482.416 1.927.496 2.073.794 2.382.128

RECEITA TRIBUTÁRIA 543.530 631.501 724.335 840.512 982.413

Impostos 541.078 625.176 721.898 837.006 977.569

ICMS 487.337 563.435 664.265 750.558 860.680

IPVA 13.333 15.111 17.363 20.075 28.795

Outros 40.408 46.630 40.270 66.373 88.094

Taxas 2.452 6.325 2.437 3.506 4.844

RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES 115.204 125.244 167.524 169.991 215.649

RECEITA PATRIMONIAL 13.507 16.745 21.001 35.860 44.617

RECEITA AGROPECUÁRIA 0 0 0 0 0

RECEITA INDUSTRIAL 0 0 0 0 0

RECEITA DE SERVIÇOS 19.837 24.885 22.695 75.537 79.418

TRANSFERÊNCIAS CORRENTES 703.287 819.089 1.139.627 1.138.793 1.276.997

Transferências da União 656.382 788.599 986.734 990.741 1.110.207

Cota FPE 595.550 700.852 867.364 902.321 994.610

Cota IPI-EXPORTAÇÂO 1.411 1.359 1.264 905 1.263

LC 87/96 5.109 6.728 7.426 6.054 6.388

Transf. Extração de Petróleo 28.800 31.834 39.810 55.526 63.659

Outras Transferências 25.512 47.826 70.870 25.935 44.287

Transferências Multigovernamentais 0 0 125.924 125.593 135.487

Transferências de Convênios 46.905 30.490 26.969 22.459 31.312

OUTRAS RECEITAS CORRENTES 26.706 36.366 61.296 35.349 31.546

DEDUÇÕES DA RECEITA 145.907 171.414 208.982 222.248 248.512

RECEITA DE CAPITAL 129.071 95.130 117.351 25.734 149.927

Operações de Crédito 29.489 17.770 26.279 14.009 109.642

Operações de Crédito Internas 15.171 13.546 18.240 1.609 75.251

Operações de Crédito Externas 14.318 4.224 8.039 12.400 34.391

Alienação de Bens 36.808 450 1.318 13 101

Alienação de Títulos 36.781 0 1.079 0 0

Amortização de Empréstimos 858 316 378 0 0

Transferências de Capital (convênios) 60.940 75.946 89.128 11.462 39.824

Outras Receitas de Capital 976 648 248 250 360

Receitas de Convênio 221 0 0 0 0

Outras Receitas 755 648 248 250 360

TOTAL DAS RECEITAS 1.405.235 1.577.546 2.044.847 2.099.528 2.532.055 Fonte: Secretaria da Fazenda de Sergipe

Nota: valores a preço corrente

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

236

Tabela 30 - Sergipe: Balanço financeiro - Despesas (2000-2004)

Em R$ mil EXERCÍCIO

DESPESAS 2000 2001 2002 2003 2004

DESPESAS CORRENTES 1.181.747 1.486.230 1.689.187 1.884.173 2.200.721

PESSOAS E ENGARGOS SOCIAIS 664.431 810.714 961.936 1.095.800 1.264.328

Pessoal/Ativo 417.832 512.699 603.318 682.709 791.843

Aposentados/Pensionistas 186.201 205.940 246.270 277.300 315.715

Contrib. Para Entidades Fechadas de Previdência 0 0 0 0 0

Salário Família 1.143 1.185 1.154 1.309 1.317

Obrigações Patronais 48.738 52.313 71.317 78.489 101.168

Outras 10.517 38.577 39.877 55.993 54.825

JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA 55.271 65.018 76.791 82.620 82.887

OUTRAS DESPESAS CORRENTES 462.045 610.498 650.460 705.753 853.506

Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 102.699 144.705 177.743 193.959 207.471

Material de Consumo 42.869 56.809 66.127 79.670 100.110

Despesas de Exercício Anteriores 27.661 41.082 25.575 21.810 35.516

Cota-Parte dos Municípios 136.345 221.236 190.853 214.106 253.126

Outras Despesas Correntes 152.471 146.666 190.162 196.208 260.283

DESPESAS DE CAPITAL 285.258 225.039 299.582 240.401 331.309

INVESTIMENTOS 178.217 145.805 161.603 85.215 117.601

INVERSÕES FINANCEIRAS 70.832 30.222 73.919 85.655 136.407

AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA 36.209 49.012 64.060 69.531 77.301

TOTAL DAS DESPESAS (1) 1.467.005 1.711.269 1.988.769 2.124.574 2.532.030 Fonte: Secretaria da Fazenda de Sergipe

Nota: valores em R$ mil a preços correntes

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

237

Tabela 31- Sergipe: Dívida pública (2000-2004)

Em R$ mil Variáveis 2000 2001 2002 2003 2004

Dívida Consolidada 1.119.216 1.181.388 1.366.891 1.363.891 1.456.211 Interna 1.029.847 1.080.038 1.222.644 1.247.163 1.330.287 Tesouro Nacional 360.291 353.063 353.158 339.334 313.214 Lei 9.496/97 STN/COAFI 450.707 489.683 585.402 631.892 695.373 Lei 9.496/97 CONTA GRÁFICA - - - - - Bancos - - - - - Caixa Econômica Federal 40.763 45.839 57.687 50.630 120.748 Banco do Brasil 49.056 57.603 50.264 43.083 35.903 BNDES 15.217 12.034 17.777 14.010 9.357 BNB 55.896 70.070 103.163 79.332 69.290 FINEP - - - - - Outras Dívidas 57.917 51.746 55.193 88.882 86.402 Externa 89.369 101.350 144.247 116.233 125.924 Pro-Sertão FIDA 19.922 25.461 37.735 27.285 21.683 Pobreza Rural BIRD 69.447 75.889 106.512 88.948 104.241 Dívida Flutuante 49.410 32.005 7.459 54.942 91.958 Garantias 356.260 350.570 324.307 322.435 313.057 Dívida Consolidada 1.524.886 1.563.963 1.698.657 1.740.773 1.861.226 Ativo Financeiro 104.253 126.582 158.873 181.772 223.471

Dívida Consolidada Líquida 1.420.633 1.437.381 1.539.784 1.559.001 1.637.755 Fonte: Secretaria do Estado de Sergipe

Nota os valores em R$ mil estão a preços correntes

Tabela 32 - Brasil, Nordeste e Sergipe: População em Idade Ativa - PIA por gênero (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) - em 1.000 pessoas.

População em Idade Ativa - PIA

Regiões Total Homens Mulheres

Brasil (1) 1992 113.722,1 55.300,1 58.422,0 1999 130.095,8 63.019,7 67.076,1 2001 138.859,3 66.999,2 71.860,1 2002 141.761,0 68.362,7 73.398,2 2003 144.640,7 69.882,6 74.758,0

Nordeste 1992 32.345,6 15.538,4 16.807,2 1999 36.596,5 17.733,1 18.863,5 2001 38.461,2 18.575,1 19.886,1 2002 39.199,9 18.995,6 20.204,3 2003 39.872,5 19.372,9 20.499,5

Sergipe 1992 1.187,0 568,8 618,2 1999 1.353,9 652,7 701,2 2001 1.444,6 680,6 763,9 2002 1.480,1 698,7 781,3 2003 1.523,1 721,1 802,0 Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003

Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.

1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

238

Tabela 33 - Brasil, Nordeste e Sergipe População Economicamente Ativa - PEA por gênero (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) - em 1.000 pessoas.

População Economicamente Ativa - PEA

Regiões Total Homens Mulheres

Brasil (1) 1992 69.969,2 42.383,6 27.585,6 1999 79.315,3 46.480,9 32.834,4 2001 83.951,8 48.801,7 35.150,1 2002 86.917,3 50.019,4 36.898,0 2003 88.803,4 50.907,9 37.895,5

Nordeste 1992 19.829,8 11.961,3 7.868,5 1999 22.344,5 13.133,4 9.211,1 2001 22.672,7 13.392,0 9.280,7 2002 23.456,8 13.823,1 9.633,6 2003 23.955,8 14.084,3 9.871,5

Sergipe 1992 694,0 422,9 271,1 1999 830,0 479,6 350,4 2001 845,6 486,7 358,8 2002 909,3 513,0 396,4 2003 939,9 517,0 422,9 Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003

Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.

1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

Tabela 34 - Brasil, Nordeste e Sergipe: População Ocupada - POC por por gênero (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) - em 1.000

pessoas População Ocupada - POC

Regiões Total Homens Mulheres

Brasil (1) 1992 65.395,5 40.028,4 25.367,1 1999 71.676,2 42.813,0 28.863,2 2001 76.098,3 45.126,8 30.971,6 2002 78.958,9 46.334,2 32.624,6 2003 80.163,5 46.935,1 33.228,4

Nordeste 1992 18.606,5 11.336,3 7.270,3 1999 20.558,4 12.262,2 8.296,2 2001 20.693,3 12.465,7 8.227,6 2002 21.515,0 12.901,3 8.613,7 2003 21.870,9 13.116,3 8.754,6

Sergipe 1992 645,9 396,6 249,3 1999 756,0 443,5 312,5 2001 747,3 446,3 301,0 2002 816,6 474,2 342,4 2003 855,3 482,3 372,9 Fontes: IBGE - PNAD (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)

Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.

1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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Tabela 35 - Brasil, Nordeste e Sergipe: População Desocupada por por gênero (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003) - em 1.000 pessoas

População Desocupada Regiões

Total Homens Mulheres Brasil (1)

1992 4.573,7 2.355,1 2.218,6 1999 7.639,1 3.667,9 3.971,2 2001 7.853,4 3.674,9 4.178,5 2002 7.958,5 3.685,1 4.273,3 2003 8.640,0 3.972,8 4.667,1

Nordeste 1992 1.223,3 625,0 598,2 1999 1.786,1 871,3 914,9 2001 1.979,4 926,2 1.053,1 2002 1.941,8 921,8 1.020,0 2003 2.084,9 968,0 1.116,9

Sergipe 1992 48,1 26,3 21,8 1999 74,0 36,0 37,9 2001 98,3 40,5 57,8 2002 92,7 38,8 54,0 2003 84,6 34,6 50,0 Fontes: IBGE - PNAD 1992, 1999, 2001, 2002 e 2003

Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.

1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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Tabela 36 - Brasil, Nordeste e Sergipe: População Ocupada por posição na ocupação (1992, 1999, 2001, 2002 e 2003)

Regiões TOTAL Empregados Trab.

Domésticos Trab. por conta

prórpia Empregadores

Trab. não remunerados

Trab. na produção para consumo prório

Trab. na construção para consumo prório

Sem declaração

Brasil (1) 1992 65.395.491 34.221.206 4.356.000 14.195.583 2.406.741 6.848.893 3.211.416 155.218 434 1999 71.676.219 36.805.740 5.334.533 16.614.739 2.921.594 6.677.356 3.206.474 114.674 1.109 2001 76.098.344 41.290.634 5.942.892 16.972.424 3.211.421 5.625.155 2.903.758 148.613 3.447 2002 78.958.866 42.844.837 6.110.060 17.570.905 3.351.629 5.805.342 3.124.343 149.082 2.668 2003 80.163.481 43.601.293 6.154.621 17.909.563 3.363.202 5.664.891 3.352.368 117.543 0 Nordeste

1992 18.606.509 7.636.406 992.213 5.218.720 448.923 3.129.569 1.134.983 45.261 434 1999 20.558.387 8.096.902 1.153.222 5.989.052 553.326 3.465.509 1.274.387 25.284 705 2001 20.693.269 9.010.875 1.343.701 5.816.832 568.482 2.642.535 1.280.510 29.834 500 2002 21.514.958 9.394.577 1.361.702 5.934.474 645.394 2.879.788 1.262.372 35.752 899 2003 21.870.947 9.483.334 1.320.810 6.102.997 614.973 2.887.119 1.429.359 32.355 0

Sergipe 1992 645.854 339.016 38.352 150.168 23.403 71.513 23.402 - - 1999 756.024 345.963 39.221 200.886 23.912 100.122 45.601 319 - 2001 747.290 383.340 43.191 200.339 20.070 66.337 33.673 340 - 2002 816.612 424.646 48.599 215.995 20.327 70.196 36.532 317 0 2003 855.278 425.203 47.671 234.472 23.511 80.989 43.106 326 0

Fonte: IBGE – PNAD 1992, 1999, (2001, 2002, 2003 são retabulados)

Nota: Compreendem as pessoas de 10 anos e mais idade.

1 - Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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Tabela 37 - Sergipe: emprego formal segundo os grupos de atividade econômica (1992 - 2003) Grandes setores 1992 1999 2001 2002 2003

Agropecuária 1.803 6.823 8.091 7.448 7.741 Indústria 38.938 33.581 40.333 43.670 44.712 Extrativa mineral 829 718 1.680 1.619 1.609 Ind. de transformação 22.797 19.637 23.182 25.155 25.988 Serviços Ind. de Utilid. Pública 3.267 2.837 3.488 3.901 4.117 Construção Civil 12.045 10.389 11.983 12.995 12.998 Comércio 17.637 27.753 24.897 31.431 33.297 Serviços (exceto adm. pública) 37.948 50.764 56.557 59.652 59.889 Adm. Pública 62.340 76.661 88.601 97.104 99.472 Outros ou ignorados 10.830 4 - - - Total 169.496 195.586 218.479 239.305 245.111 Fonte: MTE-RAIS

Tabela 38 – Nordeste: emprego formal nos principais setores de atividade econômica (1992-2003)

Grandes setores 1992 1999 2001 2002 2003 Agropecuária 60.136 155.133 172.356 195.554 221.004 Indústria 755.877 810.713 893.266 942.278 939.746 Extrativa mineral 15.709 18.379 22.073 23.919 21.695 Ind. de transformação 526.673 537.174 602.351 646.507 659.487 Serviços Ind. de Utilid. Pública 59.303 58.485 54.862 63.366 63.467 Construção Civil 154.192 196.675 213.980 208.486 195.097 Comércio 365.313 572.912 647.113 712.138 756.623 Serviços (exceto adm. pública) 856.118 1.117.867 1.254.876 1.331.839 1.369.109 Adm. Pública 1.123.405 1.524.895 1.587.408 1.677.588 1.808.908 Outros ou ignorados 307.871 232 - - - TOTAL 3.468.720 4.181.752 4.555.019 4.859.397 5.095.390 Fonte: MTE - RAIS (elaboração CEPLAN)

Tabela 39 – Brasil: emprego formal nos principais setores de atividade econômica (1992-2003) Grandes setores 1992 1999 2001 2002 2003

Agropecuária 471.404 1.035.374 1.085.724 1.138.235 1.207.672 Indústria 6.050.163 6.062.258 6.523.887 6.749.291 6.846.284 Extrativa mineral 115.447 100.506 117.659 122.801 122.806 Ind. de transformação 4.713.262 4.603.893 4.976.462 5.209.774 5.356.159 Serviços Ind. de Utilid. Pública 317.659 309.968 296.811 310.366 319.068 Construção Civil 903.795 1.047.891 1.132.955 1.106.350 1.048.251 Comércio 2.644.743 3.937.911 4.487.004 4.826.533 5.119.479 Serviços (exceto adm. pública) 6.143.413 7.986.034 8.773.810 9.182.552 9.378.566 Adm. Pública 4.595.541 5.969.659 6.319.189 6.787.302 6.991.973 Outros ou ignorados 2.367.579 2.029 - - 953 TOTAL 22.272.843 24.993.265 27.189.614 28.683.913 29.544.927 Fonte: MTE – RAIS

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SERGIPE: DESEMPENHO, PERSPECTIVAS ECONOMICAS E EVOLUÇÃO RECENTE DOS INDICADORES SOCIAIS

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Tabela 40 – Sergipe: Evolução do emprego formal e informal (1992-2003) 1992 2003

Atividade Formal Informal Total Formal Informal Total

Agropecuária 12.676 217.784 230.460 3.864 207.686 211.550 Industria 48.430 42.903 91.333 41.859 91.123 133.304 Ind. de Transformação 26.327 18.850 45.177 25.115 56.347 81.784 Construção 13.977 20.803 34.780 12.236 30.912 43.148 Outras Ativ. Industriais 8.126 3.250 11.376 4.508 3.864 8.372 Comércio e Reparação 31.207 41.604 72.811 58.926 100.785 159.711 Serviços (exceto adm. pública) 100.111 113.112 213.223 149.404 132.341 281.745 Transporte, Armazenagem e Comum. 11.704 12.677 24.381 15.133 28.014 43.147 Educação, Saúde e Serviços Sociais 44.203 10.725 54.928 75.667 15.134 90.801 Outras Atividades 44.204 89.710 133.914 58.604 89.193 147.797 Administração Pública 37.377 0 37.377 56.991 0 56.991 Total 229.801 415.403 645.204 311.044 531.935 843.301 Fonte: IBGE - PNAD 1992-2003

Tabela 41 - Sergipe: População Economicamente Ativa com 10 anos ou mais de idade por faixa de rendimento médio mensal (1992 - 2003)

Faixa de rendimento (1) 1992 1999 2001 2002 2003 Total.......................................... 693.960 830.006 845.588 909.349 939.856 Até 1/2 salário mínimo...................... 149.518 75.257 93.532 124.519 154.150 Mais de ½ a 1 salário mínimo......... 142.039 187.823 175.172 251.220 228.589 Mais de 1 a 2 salários mínimos........ 146.266 157.834 219.065 193.129 196.593 Mais de 2 a 3 salários mínimos........ 45.509 68.558 65.640 70.507 89.151 Mais de 3 a 5 salários mínimos........ 33.480 43.994 60.202 53.689 57.471 Mais de 5 a 10 salários mínimos...... 27.302 40.812 29.927 37.479 31.026 Mais de 10 a 20 salários mínimos.... 8.126 18.487 17.005 14.925 15.676 Mais de 20 salários mínimos............ 2.925 11.800 4.763 4.446 5.876 Sem rendimento (2)......................... 126.770 197.381 168.375 154.988 156.424 Sem declaração............................... 12.025 28.060 11.907 4.447 4.900 Fonte: IBGE - PNADs (2001, 2002 e 2003 foram retabulados e disponibilizados na internet em 25/5/2005)

Notas: (1) Inclusive as pessoas que receberam somente em benefícios.

(2) Exclusive as pessoas sem declaração do valor do rendimento.

Tabela 42 – Sergipe: População Ocupada com 10 anos ou mais de idade por faixa de rendimento médio mensal (1992 - 2003)

Faixa de rendimento (1) 1992 1999 2001 2002 2003 Total.......................................... 645.854 756.024 747.290 816.612 855.278 Até 1/2 salário mínimo...................... 152.442 83.864 96.591 118.472 139.778 Mais de 1/2 a 1 salário mínimo......... 145.939 183.676 180.272 247.085 230.220 Mais de 1 a 2 salários mínimos........ 132.616 148.901 197.979 174.397 183.209 Mais de 2 a 3 salários mínimos........ 40.633 63.452 62.241 66.698 73.801 Mais de 3 a 5 salários mínimos........ 34.130 41.128 54.079 50.194 51.925 Mais de 5 a 10 salários mínimos...... 25.352 36.987 26.185 32.397 27.431 Mais de 10 a 20 salários mínimos.... 5.201 15.621 15.986 12.384 13.717 Mais de 20 salários mínimos............ 2.275 8.292 3.742 3.811 5.223 Sem rendimento (2)......................... 96.216 147.637 98.308 107.045 125.074 Sem declaração............................... 11.050 26.466 11.907 4.129 4.900 Fonte: IBGE - PNADs (2001, 2002 e 2003 foram retabulados e disponibilizados na internet em 25/5/2005)

Notas: (1) Inclusive as pessoas que receberam somente em benefícios.

(2) Exclusive as pessoas sem declaração do valor do rendimento.

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