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Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra Gabinete de Aconselhamento Psicopedagógico (GAP-SASUC) Relatório de Actividades Linha 2 – Desenvolvimento das Competências Pessoais e Sociais dos Estudantes POCI/C/04.01.02/0143/0001/2006 – "Plano de Apoio à Transição do Ensino Secundário para o Ensino Superior – Melhor Adaptação; Mais Resiliência; Mais Sucesso"

Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra ...€¦ · Ana Patrícia Pereira, da equipa coordenadora do projecto), e do Programa de Desenvolvimento de Competências Pessoais,

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Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra

Gabinete de Aconselhamento Psicopedagógico (GAP-SASUC)

Relatório de ActividadesLinha 2 – Desenvolvimento das Competências

Pessoais e Sociais dos Estudantes

POCI/C/04.01.02/0143/0001/2006 – "Plano de Apoio à Transição do Ensino Secundário para o

Ensino Superior – Melhor Adaptação; Mais Resiliência; Mais Sucesso"

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Índice

Introdução ................................................................................................................................. 2

1. Enquadramento da Colaboração do GAP-SASUC no Projecto “Plano de Apoio à

Transição do Ensino Secundário para o Ensino Superior – Melhor Adaptação;

Mais Resiliência; Mais Sucesso”...................................................................................... 4

1.1. Preparação e Planificação das Actividades .........................................................................5

2. Construção e publicação de materiais psico-didácticos............................................. 7

CD-Rom – Plano de Apoio à Transição: Programas de Intervenção ............................. 7

2.1. Programa de Gestão e Controlo do Stresse no Ensino Superior..........................................8

2.2. Programa de Métodos de Estudo ........................................................................................9

2.3. Programa de Desenvolvimento de Competências Pessoais, Sociais e Académicas ..........10

3. Consultas de Psicologia aos Alunos do 1.º ano.......................................................... 12

4. Programa de Métodos de Estudo ................................................................................... 15

4.1 Primeira Edição do PME ....................................................................................................16

2.2 Segunda Edição do PME ...................................................................................................17

2.3 Terceira Edição do PME ....................................................................................................20

2.4 Quarta Edição do PME ......................................................................................................21

5. Programa de Gestão e Controlo do Stresse no Ensino Superior ............................ 26

5.1. Primeira Edição do PGCSES ............................................................................................27

5.2. Segunda Edição do PGCSES ...........................................................................................37

6. Programa de Desenvolvimento de Competências Pessoais, Sociais e

Académicas......................................................................................................................... 45

7. Avaliação Institucional dos Programas ........................................................................ 54

8. Publicações e Participação em Congressos................................................................ 56

Considerações Finais ........................................................................................................... 57

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Introdução

No presente relatório são apresentadas as actividades desenvolvidas pelo Gabinete de

Aconselhamento Psicopedagógico dos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra

(GAP-SASUC) no âmbito da colaboração no projecto “Plano de Apoio à Transição do Ensino

Secundário para o Ensino Superior – Melhor Adaptação; Mais Resiliência; Mais Sucesso”

(POCI/C/04.01.02/0143/0001/2006), promovido pela Reitoria da Universidade de Coimbra.

Concretamente, as actividades em causa foram desenvolvidas no âmbito da Linha 2 –

Desenvolvimento das Competências Pessoais e Sociais dos Estudantes.

No sentido de contextualizar a intervenção do GAP-SASUC no âmbito do referido projecto

desenvolve-se, no primeiro capítulo do presente relatório, um breve enquadramento desta

colaboração, focando, não só os trabalhos desenvolvidos na fase de candidatura, como também

apresentando em traços gerais os principais objectivos e linhas de acção do projecto global,

destacando-se os objectivos da Linha de Acção 2, na qual se enquadram as actividades a que

este relatório se refere.

Após dar conta dos antecedentes desta colaboração, são descritas as actividades

propriamente ditas. Assim, no capítulo 2 procede-se à apresentação das tarefas inerentes à

construção e publicação de materiais psico-didácticos, que se materializou na elaboração de três

manuais, publicados em formato de CD-Rom, referentes aos três programas de formação

implementados pelo GAP-SASUC no âmbito do Plano de Apoio à Transição. Nesse sentido, além

de se fazer alusão às etapas de preparação dos conteúdos e procedimentos inerentes ao

tratamento dos materiais construídos para publicação, são ainda enunciados os principais

conteúdos desenvolvidos para cada manual.

O capítulo 3 deste relatório é reservado à apresentação das actividades realizadas no

âmbito da Consulta de Psicologia aos alunos do primeiro ano, onde se procura caracterizar os

estudantes que recorreram à consulta, bem como os principais motivos que os levaram a procurar

este apoio.

Nos capítulos 4, 5 e 6 são apresentados os resultados da implementação dos programas

de intervenção desenvolvidos, seguindo a ordem cronológica de realização dos mesmos –

Programa de Métodos de Estudo, Programa de Gestão e Controlo do Stresse no Ensino Superior

e Programa de Desenvolvimento de Competências Pessoais, Sociais e Académicas. Esses

resultados dizem respeito à caracterização dos participantes das formações e da avaliação

realizada desses programas pelos alunos que neles participaram.

Considerando a avaliação um processo essencial, facilitador da mudança e para

determinar os pontos fortes e fracos da intervenção que permitem corrigir e aperfeiçoar o

desempenho futuro, foi ainda realizada uma avaliação institucional das actividades desenvolvidas

no âmbito desta Linha de Acção pelo GAP-SASUC, cujos principais resultados se apresentam no

capítulo 7.

No capítulo 8 é feita referência à produção científica deste gabinete realizada com o

objectivo, não só de divulgar as estratégias subjacentes ao modelo de intervenção adoptado no

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apoio à transição do ensino secundário para o ensino superior, como também com o intuito da

troca de experiências ao nível da comunidade científica que possibilite a discussão e o

aperfeiçoamento destas formas de intervenção.

Por último, são realizadas algumas considerações, como reflexões críticas referentes à

avaliação retrospectiva e respectivo balanço final deste trabalho realizado em colaboração com a

Reitoria da Universidade de Coimbra, sendo por fim sugeridas algumas implicações práticas deste

estudo, bem como sugestões para o futuro.

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1. Enquadramento da Colaboração do GAP-SASUC no

Projecto “Plano de Apoio à Transição do Ensino

Secundário para o Ensino Superior – Melhor Adaptação;

Mais Resiliência; Mais Sucesso”

O projecto “Plano de Apoio à Transição do Ensino Secundário para o Ensino Superior –

Melhor Adaptação; Mais Resiliência; Mais Sucesso” (POCI/C/04.01.02/0143/0001/2006) surgiu na

sequência da candidatura, promovida pela Reitoria da Universidade de Coimbra, em Agosto de

2006, ao concurso “Promoção do Sucesso Escolar e Combate ao Abandono e Insucesso no

Ensino Superior”, do POCI 2010 (Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), integrado

na Acção IV.1.2 – Projectos Inovadores no Ensino Superior.

O contributo do GAP-SASUC na fase de candidatura deste projecto materializou-se na

preparação de um dossier sobre a investigação, intervenção e recolha de informação realizada por

este gabinete nos domínios das temáticas inseridas no universo abrangido pelo programa de

financiamento, e pela participação das coordenadoras técnica e científica em reuniões de

preparação da candidatura, trabalhos que tiveram lugar nos meses de Junho e Julho de 2006.

A implementação do projecto aprovado para financiamento, centrado no apoio aos

estudantes em fase de transição do ensino secundário para o ensino superior, teve lugar no ano

lectivo 2007/08, tendo como principais objectivos:

- Melhorar a adaptação do estudante ao meio universitário, através do reforço das

suas competências pessoais e académicas;

- Promover a resiliência pela detecção dos factores que vulnerabilizam o estudante e

pela generalização de práticas de intervenção promotoras de resiliência;

- Promover o sucesso académico com recurso a novas metodologias de ensino e

aprendizagem e com o envolvimento de todas as unidades orgânicas, estudantis e de

apoio técnico da Universidade de Coimbra.

Tais objectivos foram operacionalizados através de quatro linhas de acção:

Linha de Acção 1 – Levantamento e reforço das competências dos estudantes em

disciplinas consideradas estratégicas para o sucesso;

Linha de Acção 2 – Desenvolvimento das competências pessoais e sociais dos

estudantes;

Linha de Acção 3 – Implementação de mecanismos de detecção precoce de

abandono escolar e criação de rede universal de suporte psicológico e

psicopedagógico através do Gabinete de Apoio à Transição;

Linha de Acção 4 – Promoção das competências pedagógicas e psicopedagógicas

dos docentes da Universidade de Coimbra

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A colaboração do GAP-SASUC neste projectou constou da dinamização da linha de Acção

2, cujos principais objectivos foram:

− Incidir na formação e intervenção dos estudantes que beneficiam de apoio

financeiro ou que recorrem aos serviços de acção social;

− Promover o acesso destes alunos a um conjunto de iniciativas que visam reforçar

competências essenciais ao seu desempenho académico em diferentes áreas;

− Reforçar a consulta de Psicologia nos Serviços de Acção Social (GAP-SASUC),

direccionada, sobretudo, para estudantes em transição ou com insucesso

repetido.

A definição e planificação das actividades a realizar no âmbito da operacionalização desta

linha de acção teve início em Setembro de 2007.

1.1. Preparação e Planificação das Actividades

Tendo em consideração os objectivos propostos para a Linha de Acção 2 do Projecto

"Plano de Apoio à Transição do Ensino Secundário para o Ensino Superior – Melhor Adaptação;

Mais Resiliência; Mais Sucesso" (POCI/C/04.01.02/0143/0001/2006), bem como as actividades

inicialmente propostas pela coordenação do referido projecto, foram realizadas três reuniões da

equipa do GAP-SASUC, responsável pela dinamização da Linha de Acção 2, com vista à

discussão da viabilidade de realização das actividades propostas, calendarização das actividades

tendo em consideração o calendário específico do ano lectivo dos estudantes da Universidade de

Coimbra, bem como a planificação e distribuição de tarefas pelos membros da equipa.

As reuniões de preparação e planificação das actividades, bem como as tarefas a elas

associadas, tiveram lugar nos meses de Setembro a Novembro de 2007. Nessas reuniões, juntou-

se à equipa do GAP-SASUC a Dra. Ana Patrícia Pereira, da equipa coordenadora do Projecto,

que, além das funções de mediação das relações entre a equipa do GAP-SASUC e a equipa

coordenadora do Projecto, tinha atribuições específicas de apoio às actividades do GAP-SASUC,

no âmbito da colaboração deste Gabinete com o referido projecto.

Na primeira reunião, realizada a 13 de Setembro de 2007, a Dra. Ana Patrícia Pereira

procurou esclarecer a equipa do GAP-SASUC, em traços gerais, sobre os objectivos e estrutura

global do projecto, bem como sobre os contributos específicos deste Gabinete no âmbito do

mesmo. Identificaram-se as seguintes actividades a desenvolver pelo GAP-SASUC no âmbito da

dinamização da linha de acção 2:

− 2 Programas de Métodos de Estudo (com 20 participantes cada);

− 2 Programas de Gestão e Controlo do Stresse (com 20 participantes cada);

− 2 Programas de Desenvolvimento de Competências Pessoais, Sociais e

Académicas (com 20 participantes cada);

− Manuais de apoio aos três programas, a editar em formato CD-Rom.

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Além disso, a colaboração do GAP-SASUC nesta linha de acção, passaria igualmente a

englobar a realização de consultas de psicologia, nos Serviços Médico-Universitários dos SASUC,

aos alunos do 1.º ano.

Nessa reunião, procedeu-se ainda à calendarização das actividades, tendo-se definido um

plano de acção que foi, posteriormente, apresentado à equipa coordenadora do projecto.

Por sua vez, na segunda reunião, realizada a 12 de Outubro de 2007, além de novos

esclarecimentos sobre o desenvolvimento global do projecto, foram distribuídas tarefas pelos

elementos da equipa do GAP-SASUC referentes às formas de estruturação, conteúdos a abordar

e planificação de cada um dos três programas de intervenção a desenvolver.

Na terceira e última reunião de preparação e planificação das actividades, realizada a 8 de

Novembro de 2007, foram tratadas questões logísticas de operacionalização dos três programas,

procedendo-se igualmente à distribuição das tarefas relacionadas com a produção dos conteúdos

dos manuais dos programas, bem como à calendarização de prazos de entrega dos referidos

conteúdos pelos elementos da equipa do GAP-SASUC.

No decorrer da operacionalização das actividades planificadas foram sendo realizadas

reuniões, com periodicidade tendencialmente mensal, para o acompanhamento, orientação e

coordenação dos trabalhos.

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2. Construção e publicação de materiais psico-didácticos

CD-Rom – Plano de Apoio à Transição: Programas deIntervenção

A elaboração dos conteúdos para os manuais dos três programas de intervenção decorreu

nos meses de Outubro, Novembro e Dezembro de 2007. Compreendeu um esforço intensivo dos

elementos da equipa do GAP-SASUC e dos formadores do Programa de Métodos de Estudo (Dra.

Ana Patrícia Pereira, da equipa coordenadora do projecto), e do Programa de Desenvolvimento de

Competências Pessoais, Sociais e Académicas (Prof. Doutor Jacinto Jardim, da Universidade de

Aveiro). Os conteúdos construídos tiveram por base o know-how e alguns materiais que foram

sendo trabalhados ao longo dos 9 anos de experiência do GAP-SASUC na promoção deste tipo

de formações.

A entrega dos respectivos conteúdos à empresa responsável pela sua edição em CD-Rom

teve lugar numa reunião, a 21 de Dezembro de 2007, que contou com a presença das

coordenadoras científica e técnica do GAP-SASUC, um elemento da empresa, e um elemento da

equipa coordenadora do projecto.

A primeira prova do CD foi remetida por correio postal ao GAP-SASUC a 18 de Fevereiro

de 2008, tendo sido posteriormente analisada. Com base na análise foi elaborado um documento

contendo o elenco das alterações a efectuar na versão informática dos manuais, que foi entregue

na segunda reunião entre a equipa do GAP-SASUC e os elementos da empresa, que teve lugar

na sede dos SASUC, a 29 de Fevereiro de 2008. Nessa reunião foram debatidas algumas

questões de ordem técnica a introduzir no CD, ficando acordado o envio de uma segunda prova,

para a aprovação da equipa responsável pela elaboração dos conteúdos. A segunda prova foi

então enviada a 16 de Abril de 2008, tendo sido elaborado novo documento com o elenco de

alterações, enviado por correio electrónico para a empresa a 23 de Abril de 2008.

Foi agendada nova reunião entre a equipa do GAP-SASUC e a empresa para a

apresentação da terceira prova do CD-Rom, que teve lugar no dia 15 de Maio de 2008. Da análise

a essa prova foram ainda identificadas algumas situações passíveis de alteração, que foram mais

uma vez compiladas num documento, e enviadas por correio electrónico para a empresa, a 19 de

Maio de 2008.

Relativamente ao layout da capa, contra-capa e bolacha do CD, apresentados inicialmente

no projecto enviado pela empresa, foram ainda remetidas à empresa sugestões de alteração, que

seguiram por correio electrónico a 5 de Junho de 2008.

Nos meses de Junho e Julho de 2008, foram ainda tratadas questões de ordem técnica

entre a empresa e o Centro de Informática da Universidade de Coimbra, no sentido de alojar as

bases de dados criadas para o referido CD na página da Internet da Universidade de Coimbra.

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2.1. Programa de Gestão e Controlo do Stresse no Ensino Superior

Os conteúdos elaborados no âmbito deste programa visaram a construção de um manual

de formação e de auto-ajuda, que facultasse informação relevante no âmbito da gestão do stresse

em contexto académico, de forma a facilitar nos estudantes do Ensino Superior o desenvolvimento

de competências pessoais, interpessoais e sociais, que lhes permitissem melhor lidar com o

stresse.

Desenvolvidos pela equipa científica e técnica do Gabinete de Aconselhamento

Psicopedagógico dos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra (GAP-SASUC), os

conteúdos foram idealizados para um cenário de formação, contemplando dez sessões, que

compreendem duas vertentes (presencial e autoformação), prevendo-se, no entanto, a sua

utilização de forma independente.

Assim, o primeiro módulo “Compreender e lidar com o stresse” visou apresentar os

conceitos de stresse e coping, enquadrados no modelo teórico compreensivo, trabalhados no

sentido da identificação dos factores indutores de stresse na vida académica, bem como para a

identificação de estratégias pró-activas de coping.

No módulo 2, “O stresse e o corpo”, foram exploradas as respostas do stresse, em

particular a fisiológica, articulada com a promoção de estilos de vida saudável, enquanto estratégia

pessoal de auto-protecção corporal.

No módulo 3, “Controlo do Self”, foram abordadas as componentes do Self, almejando-se

o desenvolvimento da competência auto-eficácia enquanto facilitadora da gestão do stresse.

No módulo 4, “Lidar com os Pensamentos Automáticos Negativos”, foram trabalhadas

estratégias cognitivas para lidar com situações indutoras de stresse.

O módulo 5, “Suporte Social na Universidade”, incidiu sobre a importância das redes

sociais para o apoio emocional, académico e sócio-económico.

No módulo 6, “Apoio dos Pares (Peer Counselling): Amortecedor do stresse”, foram

abordadas técnicas básicas de aconselhamento, de forma a promover o auto e hetero-

conhecimento e o processo de ajuda entre pares.

No módulo 7, “Gestão da Agenda Pessoal”, foram trabalhadas estratégias de gestão do

tempo para controlo do stresse e promoção do sucesso pessoal e académico.

No módulo 8, “Comunicação e Gestão de Conflitos”, foram exploradas estratégias de

controlo do stresse pela comunicação eficaz e gestão de conflitos interpessoais, visando o

fortalecimento das relações sociais.

No módulo 9, “Stresse e Ansiedade aos Exames”, foram tratadas as temáticas da

ansiedade social e dos medos em contexto de avaliação e correspondentes estratégias de

superação.

O módulo 10, “Técnicas de Gestão e Controlo do Stresse”, visou a optimização da gestão

do stresse, com enfoque na prática do relaxamento, exercício físico e mudança de

comportamentos.

No módulo 11, apresentaram-se as metodologias e instrumentos para a avaliação deste

programa.

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2.2. Programa de Métodos de Estudo

No âmbito das actividades regulares do GAP-SASUC, numa perspectiva preventiva, têm

sido desenvolvidos programas e oficinas de métodos de estudo, nos quais se procuram

desenvolver competências pessoais e académicas, assim como estratégias de ensino-

aprendizagem, com vista a combater a vulnerabilidade do estudante recém-chegado face às

dificuldades decorrentes da adaptação ao novo meio. Não se tem pretendido uniformizar os

métodos de estudo, mas sim abordar alguns aspectos comuns a qualquer metodologia de estudo,

tendo presente que as características individuais dos estudantes, os ritmos de auto-disciplina, os

conteúdos das disciplinas, as pedagogias e avaliações específicas de cada curso, devem ser

considerados.

Desta forma, o programa de métodos de estudo, desenvolvido pela equipa científica e

técnica do GAP-SASUC, foi idealizado para um cenário de formação, contemplando dez sessões,

que compreendem duas vertentes (presencial e autoformação – Blended Learning). Os conteúdos

elaborados foram desenvolvidos no sentido do manual do programa ser uma ferramenta útil para

auxiliar os estudantes a potenciar os seus recursos pessoais, com vista a um maior controlo da

sua vida académica.

No primeiro capítulo “Cheguei à Universidade! E agora?”, foram identificadas as alterações

pessoais, relacionais e académicas intrínsecas à entrada no Ensino Superior, abordando-se

estratégias para lidar de forma eficaz com as situações inerentes ao referido processo de

transição

O segundo capítulo “O que mudou?”, visou auxiliar o estudante a identificar alterações

académicas entre o Ensino Secundário e o Ensino Superior e dar-lhe a conhecer os principais

objectivos e mudanças do Processo de Bolonha.

Por sua vez, no terceiro capítulo “Objectivos. Definir para quê?” foram abordadas

estratégias de definição de objectivos e desenvolvimento de planos de acção para alcançar os

resultados esperados.

No quarto capítulo “Um dia continua a ter 24H!” foi abordada a importância da gestão do

tempo, sendo exploradas estratégias de regulação e equilíbrio da agenda pessoal para se obter

sucesso pessoal e académico.

No quinto capítulo deste manual “A minha memória não é elástica!” procedeu-se à

identificação dos processos mnésicos e dos diferentes tipos de memória, assim como à

apresentação de algumas técnicas de memorização.

O sexto capítulo, “Preparação e organização do estudo”, visou a apresentação de algumas

técnicas activas de estudo, tendo sido facultados exercícios práticos para a adaptação dessas

estratégias às necessidades pessoais dos estudantes do ensino superior.

No sétimo capítulo, “Estudar... O difícil pode ser fácil!”, foi apresentado um método de

estudo que pode ser implementado pelo estudante universitário, que tem como objectivo incentivar

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o aluno a definir e elaborar a sua própria metodologia de estudo, adaptada às suas características

individuais.

No oitavo capítulo, “Trabalhos, Apresentações,... O que fazer?”, foram apresentadas as

diferentes etapas de trabalhos, escritos e orais, e abordadas estratégias comportamentais para a

apresentação de trabalhos orais.

No nono capítulo, “Antes, durante e após a avaliação!” foram identificadas estratégias

promotoras de uma preparação positiva para os exames; estratégias adequadas na realização dos

exames, bem como para o desenvolvimento da capacidade do estudante realizar uma auto-

avaliação após a realização de uma prova.

Por fim, no décimo capítulo, “Avaliação do Programa de Métodos de Estudo” foram

apresentados os procedimentos e instrumentos para a avaliação do programa de formação.

2.3. Programa de Desenvolvimento de Competências Pessoais,

Sociais e Académicas

O manual do Programa de Desenvolvimento de Competências Pessoais, Sociais e

Académicas pretendeu-se constituir uma ferramenta útil para estudantes do Ensino Superior, no

sentido de lhes facultar recursos para agirem de forma pró-activa ao nível do seu desenvolvimento

pessoal, com vista à promoção do sucesso académico.

Por competência entende-se a capacidade para operacionalizar um conjunto de

conhecimentos, atitudes e aptidões numa situação concreta, de modo a ser bem sucedido. Neste

programa foram trabalhadas 10 competências transversais, isto é, aptidões comuns a diversas

actividades, transferíveis de função para função, que se relacionam com a capacidade de gerir

recursos do Eu (Pessoais), com a capacidade de relacionamento interpessoal (Sociais) e com a

capacidade de desempenhar funções escolares (Académicas).

Especificamente, os conteúdos apresentados neste manual visaram permitir ao estudante

do Ensino Superior:

- Construir um autoconhecimento positivo de si próprio;

- Desenvolver formas de empowerment;

- Conhecer e treinar formas de comunicação eficazes e assertivas;

- Identificar sistemas de apoio e suporte social informal;

- Trabalhar em equipa, criativamente e orientado para objectivos;

- Desenvolver uma personalidade resiliente.

Concebido no âmbito da investigação de doutoramento do Prof. Doutor Jacinto Jardim, da

Universidade de Aveiro, sob a orientação científica da Prof. Doutora Anabela Sousa Pereira,

docente da Universidade de Aveiro e coordenadora científica do Gabinete de Aconselhamento

Psicopedagógico dos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra (GAP-SASUC), o

referido programa já havia sido implementado com sucesso na Universidade de Coimbra, com o

apoio do GAP-SASUC, estando a ser aplicado em várias instituições do Ensino Superior do país.

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O manual foi organizado para permitir orientar e acompanhar sessões de formação

presenciais, tendo sido, por isso, apresentadas diversas dinâmicas interactivas a realizar

individualmente e em grupo. Contudo, pretendeu-se que a vertente de autoformação fosse

igualmente uma mais valia, no sentido de cada estudante poder trabalhar e treinar as

competências de forma individual e auto-reflexiva.

O manual encontra-se, assim, dividido em doze sessões, que se interligam e que são

complementares. A primeira, visou a apresentação global do programa, seguindo-se dez sessões

onde foram trabalhadas as respectivas competências: Auto-conhecimento; Auto-estima; Auto-

realização; Empatia; Assertividade; Suporte Social; Criatividade; Cooperação; Liderança e

Resiliência. Por fim, a última sessão foi dedicada à avaliação global do programa, sendo

facultados os instrumentos que permitem a sua realização.

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3. Consultas de Psicologia aos Alunos do 1.º anoA consulta de Psicologia surgiu, nesta Linha de Acção, com o objectivo de prestar auxílio

aos estudantes que integram a população-alvo deste Projecto e, deste modo, reforçar a resposta

dada pelo GAP-SASUC nesta vertente.

A consulta de Psicologia para o Apoio à Transição decorreu nos Serviços Médico-

Universitários da Universidade de Coimbra e os estudantes que tiveram acesso a este tipo de

consulta efectuaram a marcação neste mesmo local ou foram encaminhados por Assistentes

Sociais dos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra.

O modelo terapêutico de intervenção promovido na consulta de Psicologia do GAP-

SASUC é de cariz cognitivo-comportamental, embora possam ser adoptados outros modelos mais

adequados às necessidades e características de cada aluno.

Em Setembro de 2007 foi apresentada a parceria do GAP-SASUC com o PAT aos

Técnicos dos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra. Esta sensibilização teve o

objectivo primordial de dar a conhecer o Projecto a todas as Técnicas de Serviço Social do Serviço

de Bolsas e Alojamento, assim como apresentar os critérios para o encaminhamento para a

Consulta de Psicologia através das entrevistas realizadas: alunos do primeiro ano e/ou que

apresentem reprovações consecutivas.

A realização das consultas teve lugar nas instalações dos Serviços Médico-Universitários

e nos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra. Desde o início da consulta de

Psicologia para o Apoio à Transição (Setembro de 2007 a Julho de 2008) houve um aumento

significativo do número de consultas realizadas, tal como pode ser observado no Gráfico 1.

8 1421

21

29

1531

32

32

25

31

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

Maio

Junho

Julho

Gráfico 1 - Nº de consultas realizadas.

De notar que, nos meses de Fevereiro e Junho, verificou-se um decréscimo do número de

consultas realizadas que poderá ser explicado pelo facto de nos referidos meses decorrerem

avaliações académicas, o que poderá levar alguns dos estudantes a (re)organizar as suas

prioridades e a direccionar o tempo e atenção para tarefas mais relacionadas com o estudo.

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4

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03 8

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0

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20

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NºU

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Letras

Direito MedicinaC. e Tecn

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omia FPCE

F

M

Das 259 consultas realizadas entre os meses de Setembro de 2007 e Julho de 2008, a

Consulta de Psicologia para o Apoio à Transição deu resposta a 82 alunos (M=21, F=61) das

diferentes Faculdades da Universidade de Coimbra, tendo-se verificado que o sexo feminino é o

que mais procura este tipo de consulta, sendo também aquele que reúne mais horas de

atendimento, excepto nas Faculdades de Ciências e Tecnologia (M=31, F=15) e de Farmácia

(M=8, F=4) – Gráfico 2.

Gráfico 2 - Distribuição do nº utentes por faculdade e por sexo.

Nesta área de intervenção do GAP-SASUC, a Faculdade mais representada é a

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação sendo também importante referir que do total de

alunos, 48, correspondente a 137 consultas, preenchem todos os critérios para frequentar a

Consulta de Apoio à Transição, isto é, são alunos do 1º ano da Licenciatura ou que apresentam

reprovações constantes no seu percurso académico (Gráfico 3).

13

37

0

74 5 4 4

1

7

0

5

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15

20

25

30

35

40

NºU

tent

es

1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano

MF

Gráfico 3 - Distribuição do nº de utentes por ano e por sexo.

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14

Os restantes alunos da consulta de Psicologia, apesar de não preencherem todos os

critérios para a sua frequência, apresentaram dificuldades que também podem interferir no seu

desempenho e consequente percurso académico.

Da análise dos problemas trazidos pelos alunos a esta consulta, verificou-se que os mais

frequentes se prendiam com distúrbios de personalidade (16%), bem como com sintomatologia

depressiva (16%). Os problemas de aconselhamento e de desenvolvimento pessoal foram

diagnosticados em 14% das consultas efectuadas. Os sintomas associados à ansiedade social

também são considerados como um dos motivos que levam os estudantes universitários a

procurar ajuda (13%), assim como, as dificuldades de adaptação aos novos contextos (11%).

Seguem-se os distúrbios alimentares e de pânico, representando ambos 6%; os problemas de

métodos de estudo e orientação escolar, bem como as dificuldades com a família, ambos com 5%;

a ansiedade aos exames (3%); representando as restantes problemáticas (distúrbio de ansiedade

generalizada, distúrbio obsessivo-compulsivo, abuso de substâncias, orientação sexual e luto) 1%

dos motivos de procura da consulta, cada uma.

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15

4. Programa de Métodos de EstudoAs investigações com enfoque no estudo das vivências académicas e nos processos de

transição e adaptação ao Ensino Superior têm destacado as dificuldades de aprendizagem como

sendo um dos principais problemas identificados pelos alunos, enquanto obstáculo à sua

adaptação ao contexto académico, bem como ao seu sucesso escolar.

Numa perspectiva de desenvolvimento e de aprendizagem, o GAP-SASUC tem vindo a

desenvolver desde alguns anos a esta parte vários Programas de Métodos de Estudo, que

procuraram trabalhar competências pessoais e académicas, assim como estratégias de ensino-

aprendizagem, com vista a combater a vulnerabilidade do estudante recém-chegado face às

dificuldades decorrentes da adaptação ao novo meio.

O objectivo da elaboração deste programa não foi uniformizar os métodos de estudo

sugeridos, mas sim abordar alguns aspectos comuns a qualquer metodologia de estudo, tendo

presente que as características individuais dos estudantes, os ritmos de auto-disciplina, os

conteúdos das disciplinas, as pedagogias e avaliações específicas de cada curso, deverão ser

considerados.

O GAP-SASUC realizou várias edições do Programa de Métodos de Estudo no ano lectivo

2007/2008, apresentando diferentes formatos, horários e locais de realização na tentativa de

proporcionar esta Formação ao maior número de estudantes universitários.

Aquando da planificação dos diferentes programas de formação, o Programa de Métodos

de Estudo destinava-se, preferencialmente, aos alunos do 1º ano ou para aqueles que

apresentassem reprovações consecutivas.

Com base na baixa procura verificada por parte dos alunos recém-chegados ao Ensino

Superior, este Gabinete sentiu necessidade de alargar esta oferta formativa a todos os estudantes

universitários do 1º Ciclo da Universidade de Coimbra.

O Programa de Métodos de Estudo, desenvolvido pela equipa científica e técnica do GAP-

SASUC foi idealizado para um cenário de formação, contemplando dez sessões com duração de 2

horas, que compreendem duas vertentes (presencial e autoformação – Blended Learning).

Os conteúdos programáticos da primeira sessão – “Cheguei à Universidade! E agora?” –

permitiram debater a identificação das alterações pessoais, relacionais e académicas intrínsecas à

entrada no Ensino Superior, bem como o desenvolvimento de estratégias para lidar de forma

eficaz com as situações inerentes ao referido processo de transição.

A segunda sessão – “O que mudou?” – teve como objectivo auxiliar o estudante a

identificar alterações académicas entre o Ensino Secundário e o Ensino Superior como também

conhecer os principais objectivos e mudanças do Processo de Bolonha.

A terceira sessão – “Um dia continua a ter 24H!” – visou a compreensão da importância da

gestão do tempo e do estabelecimento de objectivos académicos a curto, médio e longo prazo

para obter sucesso pessoal e académico.

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16

“Objectivos. Definir para quê?” foi o título da quarta sessão que apelou à necessidade de o

estudante universitário desenvolver um plano de acção para alcançar os resultados delineados

nos objectivos que definiu.

Na quinta sessão de formação – “Estudar… O difícil pode ser fácil!” – foi apresentado um

dos métodos de estudo que pode ser implementado pelo estudante universitário, tendo o objectivo

primordial de que o aluno defina e elabore a sua própria metodologia de estudo, adaptada às suas

características individuais.

A sexta sessão – “A minha memória não é elástica!” – foi dedicada à identificação dos

processos mnésicos e dos diferentes tipos de memória, assim como à apresentação de algumas

técnicas de memorização que possam ser optimizadas pelos estudantes universitários.

Na sétima sessão – “Preparação e Organização do Estudo” - de cariz autoformativo,

pretendeu-se que o estudante universitário reconhecesse e conseguisse utilizar técnicas activas

de estudo, assim como adaptar estas diferentes estratégias às suas necessidades pessoais.

“Trabalhos. Apresentações. O que fazer?” foi o tema da oitava sessão que pretendeu que

o estudante reconhecesse as diferentes etapas de um trabalho, distinguisse a estrutura de

preparação e desenvolvimento dos trabalhos escritos e dos orais e que adoptasse

comportamentos eficazes na apresentação dos trabalhos orais.

Com a nona sessão – “Antes, durante e após a avaliação!” – foi possível identificar

estratégias promotoras de uma preparação positiva para os exames; adoptar estratégias

adequadas na realização do exame, assim como desenvolver a capacidade do estudante realizar

uma auto-avaliação após a realização de uma prova.

A décima e última sessão foi dedicada ao esclarecimento de dúvidas, bem como à

avaliação do programa de formação.

4.1 Primeira Edição do PME

A primeira edição do Programa de Métodos de Estudo decorreu entre 29 de Outubro e 19

de Novembro de 2007. Após ter sido efectuada a divulgação do programa através de cartazes e

da publicitação on-line do evento na página do GAP-SASUC, foram registadas 6 inscrições nos

locais identificados para o efeito (Recepção dos Serviços Médico-Universitários dos Serviços de

Acção Social da Universidade de Coimbra e envio de e-mail para o endereço do GAP-SASUC).

Com base na baixa adesão dos estudantes à inscrição no Programa de Métodos de

Estudo foi realizada, a 29 de Outubro de 2007, uma Sessão de Sensibilização (Sessão S) na

Residência Universitária António José de Almeida onde foram apresentados os conteúdos

programáticos da formação e recolhidas mais 13 inscrições.

Nos dias 6 (Sessão 2), 8 (Sessão 4), 9 (Sessão 5), 13 (Sessão 7) e 15 (Sessão 9) de

Novembro de 2007 decorreram as sessões de autoformação, onde os alunos trabalharam

individualmente as temáticas propostas e registaram dúvidas para esclarecer na sessão seguinte.

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17

As cinco sessões presenciais decorreram no mês de Novembro de 2007 e tiveram lugar

pelas 18H na Residência Universitária António José de Almeida com a seguinte participação dos

estudantes (Gráfico 4):

10

3

3

3

3

3 8

3

8

3

3

2

3

2

12

12

12

12

1

3

5

7

9

11

13

NºA

luno

sPa

rtic

ipan

tes

Sessão SSessão I

Sessão IISessão III

Sessão IVSessão V

Sessão VISessão VII

Sessão VIIISessão IX

Sessão X

FM

Gráfico 4 - Nº de alunos participantes nas diferentes sessões.

Ao longo das sessões de formação da primeira edição deste programa verificámos que os

participantes eram maioritariamente da Faculdade de Direito, sendo a maioria destes do 1º ano.

A avaliação da primeira edição do Programa de Métodos de Estudo foi realizada

oralmente, de forma qualitativa, com os alunos participantes, tendo tido como principal objectivo

identificar e perceber os aspectos positivos e negativos desta acção de formação, de modo a

promover uma resposta mais adaptativa às necessidades da comunidade universitária.

De um modo geral, os alunos avaliaram positivamente a primeira edição do Programa de

Métodos de Estudo, salientando como aspectos mais negativos o horário de realização e o facto

de serem várias sessões espaçadas no tempo.

2.2 Segunda Edição do PME

A segunda edição do Programa de Métodos decorreu a 27 de Fevereiro e 5 de Março de

2008, concentrando em duas tardes as 10H de Formação planificadas, tentando deste modo evitar

a perda do número de participantes ao longo das sessões verificada na primeira edição deste

Programa.

As duas sessões presenciais ocorreram no Centro Cultural D. Dinis a partir das 14H30. No

que respeita às sessões de autoformação (10H), estas foram geridas autonomamente pelos

alunos entre os dias 27 de Fevereiro e 5 de Março, promovendo-se, deste modo, o trabalho

individual, a auto-regulação do estudante e também a necessidade do registo de dúvidas a

esclarecer na sessão de formação presencial seguinte ou através de correio electrónico.

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18

A divulgação e inscrição na acção de formação decorreu de um modo semelhante à

primeira edição do Programa de Métodos de Estudo, acrescentando apenas o envio de um e-mail

de divulgação a todos os estudantes do 1º ano do 1º Ciclo da Universidade de Coimbra.

Neste programa de formação inscreveram-se 55 alunos, sendo 40 do sexo feminino e 15

do sexo masculino.

No que respeita à participação efectiva dos estudantes nas diferentes sessões, o número

de participantes diminui, sendo que nas primeiras sessões participaram 20 estudantes, e nas

últimas sessões 14 (Gráfico 5).

5

15

5

15

5

15

5

15

5

15

4

10

4

10

4

10

4

10

4

10

1

3

5

7

9

11

13

15

17

19

21

NºA

luno

sPa

rtic

ipan

tes

Sessão ISess

ão IISess

ão IIISess

ão IVSess

ãoVSess

ãoVISess

ãoVII

SessãoVIII

Sessão IX

SessãoX

F

M

Gráfico 5 - Nº de alunos participantes nas diferentes sessões.

Relativamente à representatividade das diferentes Faculdades da Universidade de

Coimbra, verificou-se não haver qualquer participante das Faculdades de Medicina e Economia,

sendo as Faculdades com mais participantes as de Direito, Psicologia e Ciências da Educação.

Verificou-se ainda um equilíbrio na distribuição dos alunos participantes por ano curricular. De

notar, a baixa participação dos alunos do 1º Ano do 1º Ciclo das diferentes Licenciaturas da

Universidade de Coimbra.

Avaliação Global da AcçãoNo final do Programa de Formação, os alunos participantes responderam a um

questionário do Plano de Apoio à Transição constituído por três partes, referentes à avaliação

global da acção de formação, avaliação relativa dos objectivos e organização da acção e

avaliação do formador, respectivamente. Os itens considerados foram avaliados pelos alunos

segundo uma escala de 1 a 5, sendo que o 1 correspondia a uma avaliação muito fraca e 5 a

muito boa.

Na sua globalidade, a acção de formação foi avaliada positivamente pelos alunos

participantes (Gráfico 6).

Page 20: Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra ...€¦ · Ana Patrícia Pereira, da equipa coordenadora do projecto), e do Programa de Desenvolvimento de Competências Pessoais,

19

4,1 4,5

1

2

3

4

5

Av. Global Av. Formador

Gráfico 6 - Avaliação Global da Acção.

Quanto à avaliação dos objectivos, organização e coordenação da acção, os valores

médios constantes na tabela 1 reflectem uma avaliação positiva de todos os itens, tendo os

estudantes classificado com valor médio mais elevado o item referente à facilidade de

compreensão dos conteúdos abordados.

Itens avaliados Média DesvioPadrão

1. O sistema de divulgação da acção foi adequado 3.4 0.762. O método de selecção dos formandos foi adequado 4 0.883. Os objectivos definidos previamente para a acção foram alcançados 3.8 0.894. O programa correspondeu aos seus interesses, expectativas enecessidades 3.7 1.14

5. A acção foi de fácil compreensão 4.6 0.656. A duração da acção foi adequada 4.1 0.847. O local de realização da acção tinha as condições físicas adequadas 3.5 0.948. Os equipamentos disponíveis para a realização da acção foramadequados 3.6 0.94

9. O horário de realização foi adequado 3.7 0.9910. O número de participantes na acção foi adequado 3.9 1.0711. O relacionamento entre participantes foi bom 4.2 1.05

Tabela 1 – Resultados da avaliação dos Objectivos, Organização e Coordenação da 2.ª Edição do Programa de

Métodos de Estudo

Por sua vez, na avaliação do formador, o item melhor avaliado pelos participantes foi o

incentivo à participação, tendo os estudantes destacado como negativo o item referente à entrega

de informação escrita de apoio às sessões (Tabela 2).

Page 21: Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra ...€¦ · Ana Patrícia Pereira, da equipa coordenadora do projecto), e do Programa de Desenvolvimento de Competências Pessoais,

20

Itens avaliados Média DesvioPadrão

1. Demonstra bons conhecimentos teóricos 4.1 0.952. Demonstra bons conhecimentos práticos, referindo exemplos gerais eda sua experiência pessoal 4.1 1.07

3. Apresenta documentos, resumos e esquemas de fácil compreensão 4.1 0.534. Relaciona os temas abordados com a execução de tarefas no trabalho 4.2 0.705. Demonstra uma adequada preparação das sessões 4.2 0.976. Apresenta claramente, no início de cada sessão, os objectivos damesma e verifica se foram alcançados 3.9 0.86

7. Entrega informação escrita de apoio às sessões 2.6 1.158. Resume os conteúdos no final das sessões 3.9 1.219. Procura apresentar os conteúdos de várias formas para que todospercebam 4.2 0.89

10. Verifica se todos os participantes compreenderam 4.3 0.9911. Promove e aceita sugestões dos participantes 4.7 0.6112. Incentiva a participação de todos 4.8 0.4313. Presta atenção aos participantes que apresentam mais dificuldades 4.2 0.8014. Responde às dúvidas ou questões que lhe são colocadas 4.7 0.6115. Utiliza uma linguagem de fácil compreensão 4.7 0.4716. Utiliza metodologias de formação adequadas aos objectivos 4.1 0.6617. Chega pontualmente e não sai apressado no final 4.6 0.8518. É acessível 4.6 0.6319. Permite que os participantes o avaliem 4.4 0.7620. Faz provas de avaliação adequadas aos conteúdos abordados 4.1 0.73

Tabela 2 – Resultados da avaliação da formadora da segunda edição do Programa de Métodos de Estudo

No final do Programa de Métodos de Estudo os alunos consideraram ter melhorado as

suas competências de estudo e de organização do tempo e prioridades.

2.3 Terceira Edição do PME

A terceira edição do Programa de Métodos de Estudo teve por objectivo dar resposta aos

estudantes que efectuaram a sua inscrição (8 inscrições) ao longo do 2º Semestre resultante da

publicitação online do evento na página do GAP-SASUC.

Esta edição foi realizada em formato de Workshop com duração de 3H30, que teve lugar

no dia 28 de Maio nos Serviços Médico-Universitários da Universidade de Coimbra, tendo

participado apenas dois alunos, ambos a frequentar o 2º ano da Licenciatura. O aluno do sexo

masculino frequentava a Faculdade de Farmácia, enquanto que a representante do sexo feminino

era proveniente da Faculdade de Ciências e Tecnologia.

As temáticas abordadas nesta acção de formação foram orientadas para o esclarecimento

de dúvidas e apoio em dificuldades apresentadas pelos estudantes presentes, tendo sido

igualmente disponibilizado apoio online e presencial, no GAP-SASUC, sempre que fosse

considerado pertinente.

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21

Avaliação Global da AcçãoA avaliação foi realizada através do questionário disponibilizado pelo Plano de Apoio à

Transição, igualmente utilizado na avaliação da segunda edição do Programa de Métodos de

Estudo.

Relativamente à percepção global da acção por parte dos alunos participantes, esta foi

avaliada entre o Bom e o Muito Bom (Gráfico 7).

44,5

1

2

3

4

5

Av. Global Av. Formador

Gráfico 7 - Avaliação Global da Acção.

No que respeita à avaliação dos objectivos, organização e coordenação da formação, os

itens foram classificados entre o Bom e o Muito Bom (Tabela 3).

Itens avaliados Média DesvioPadrão

1. O sistema de divulgação da acção foi adequado 4.5 0.712. O método de selecção dos formandos foi adequado 4 1.413. Os objectivos definidos previamente para a acção foram alcançados 4.5 0.714. O programa correspondeu aos seus interesses, expectativas enecessidades 5 0

5. A acção foi de fácil compreensão 5 06. A duração da acção foi adequada 4.5 0.717. O local de realização da acção tinha as condições físicas adequadas 4 08. Os equipamentos disponíveis para a realização da acção foramadequados 4 0

9. O horário de realização foi adequado 4.5 0.7110. O número de participantes na acção foi adequado 3.5 2.1211. O relacionamento entre participantes foi bom 5 0

Tabela 3 – Resultados da avaliação dos Objectivos, Organização e Coordenação da 3.ª Edição do Programa de Métodos

de Estudo

Os participantes avaliaram ainda o bom desempenho da formadora, traduzindo a média

dos itens avaliados um valor entre o Bom e o Muito Bom.

2.4 Quarta Edição do PME

A última edição do Programa de Métodos de Estudo foi organizada com o objectivo de dar

resposta a um pedido efectuado ao GAP-SASUC pela Associação de Estudantes Cabo-Verdianos

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22

de Coimbra (AECVC), tendo sido igualmente organizada no formato de Workshop, com duração

de 3H, que decorreu a 2 de Junho, pelas 20H, no Centro Cultural D. Dinis.

À semelhança do Workshop da terceira edição, também este teve como prioridade o

esclarecimento de dúvidas trazidas pelos estudantes e a dotação destes com estratégias de

estudo adequadas às suas características individuais e aos diferentes contextos de avaliação que

experimentam. Foi também disponibilizado apoio online para os alunos que sentissem essa

necessidade.

Participaram nesta formação 14 estudantes (M=3; F=11), oriundos de cursos do Instituto

Politécnico de Coimbra e das Faculdades de Farmácia, Economia, Ciências e Tecnologia, Direito

e Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (Gráfico 8).

0 1 2 3 4

Direito

FCTUC

Farmácia

Economia

FPCE

IPC

Gráfico 8 - Distribuição dos alunos participantes por faculdade.

No que respeita ao ano curricular (Gráfico 9) verificou-se que estavam representados

alunos do 1.º ao 5.º ano das respectivas licenciaturas.

0

1

2

3

4

5

6

7

NºA

luno

sPa

rtic

ipan

tes

1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano

1º Ano

2º Ano

3º Ano

4º Ano

5º Ano

Gráfico 9 - Distribuição dos alunos participantes por ano.

Constatou-se ser o 3º ano o mais representado, sendo de salientar a maior participação

dos alunos do 1º e 2º ano do 1º Ciclo.

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Avaliação Global da AcçãoCom base nos Questionários de Avaliação utilizados na segunda e terceira edição do

Programa de Métodos de Estudo, também o grupo de alunos Cabo-Verdianos avaliou de modo

bastante positivo a acção de formação (ver Gráfico 10).

4,84,4

1

2

3

4

5

1 2

Avaliação Global da Acção

Legenda:1 - Muito Fraca2 - Fraca3 - Razoável4 - Boa5 - Muito Boa

Av. Global Av. Formador

Gráfico 10 - Avaliação Global da Acção.

No que concerne aos Objectivos, Organização e Coordenação da Acção o item mais baixo

prende-se com o horário de realização do Workshop (Tabela 4).

Itens avaliados Média DesvioPadrão

1. O sistema de divulgação da acção foi adequado 4.4 0.502. O método de selecção dos formandos foi adequado 4.4 0.513. Os objectivos definidos previamente para a acção foram alcançados 4.5 0.514. O programa correspondeu aos seus interesses, expectativas enecessidades 4.6 0.63

5. A acção foi de fácil compreensão 4.6 0.506. A duração da acção foi adequada 4.2 0.707. O local de realização da acção tinha as condições físicas adequadas 4.1 0.628. Os equipamentos disponíveis para a realização da acção foramadequados 4.1 0.53

9. O horário de realização foi adequado 3.6 0.7410. O número de participantes na acção foi adequado 4.2 1.3311. O relacionamento entre participantes foi bom 4.6 0.50

Tabela 4 – Resultados da avaliação dos Objectivos, Organização e Coordenação da 4.ª Edição do Programa de Métodos

de Estudo

A avaliação do formador é bastante positiva nos vários itens (Tabela 5).

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24

Itens avaliados Média DesvioPadrão

1. Demonstra bons conhecimentos teóricos 4.7 1.392. Demonstra bons conhecimentos práticos, referindo exemplos gerais eda sua experiência pessoal 4.8 0.43

3. Apresenta documentos, resumos e esquemas de fácil compreensão 4.5 0.654. Relaciona os temas abordados com a execução de tarefas no trabalho 4.6 0.515. Demonstra uma adequada preparação das sessões 4.6 1.336. Apresenta claramente, no início de cada sessão, os objectivos damesma e verifica se foram alcançados 4.5 0.52

7. Entrega informação escrita de apoio às sessões 4.3 0.738. Resume os conteúdos no final das sessões 4.3 0.839. Procura apresentar os conteúdos de várias formas para que todospercebam 4.9 0.36

10. Verifica se todos os participantes compreenderam 4.6 0.5111. Promove e aceita sugestões dos participantes 4.8 0.4312. Incentiva a participação de todos 4.7 1.3413. Presta atenção aos participantes que apresentam mais dificuldades 4.6 0.5014. Responde às dúvidas ou questões que lhe são colocadas 4.9 0.3615. Utiliza uma linguagem de fácil compreensão 4.8 0.4316. Utiliza metodologias de formação adequadas aos objectivos 4.6 0.5117. Chega pontualmente e não sai apressado no final 4.6 1.0918. É acessível 4.6 0.5019. Permite que os participantes o avaliem 4.6 1.3320. Faz provas de avaliação adequadas aos conteúdos abordados 4.5 1.35

Tabela 5 – Resultados da avaliação da formadora da quarta edição do Programa de Métodos de Estudo

Dos itens avaliados destacam-se, com classificação mais elevada, o facto de a formadora

procurar apresentar os conteúdos de várias formas para que todos percebam, bem como

responder às dúvidas ou questões que lhe são colocadas.

Síntese FinalO trabalho desenvolvido nos primeiros meses do presente ano lectivo foi essencialmente

focalizado para a planificação, elaboração e construção de materiais de apoio que facilitem e

tornem o processo de aprendizagem dos estudantes universitários mais eficaz e de melhor

qualidade.

Na opinião dos técnicos do GAP-SASUC, a inconstante participação dos estudantes do 1º

ano nas diferentes acções de formação de Métodos de Estudo, principalmente no 1º semestre,

poderá ser explicada pelo facto destes alunos ainda não terem sido confrontados com as

avaliações do 1º semestre e, por este motivo, ainda não sentirem a necessidade de adequar as

estratégias de estudo utilizadas no ensino secundário às necessárias no ensino superior. Numa

primeira fase de adaptação, torna-se premente a resolução de dificuldades de cariz logístico e

sócio-económico, assim como a organização de uma rede de suporte social para o estudante

recém-chegado.

Por outro lado, as exigências das novas metodologias e estratégias de ensino em vigor

com o Processo de Bolonha têm dificultado a sensibilização dos estudantes, bem como a sua

adesão aos programas de formação. Esta situação pode ser explicada pela necessidade dos

estudantes universitários disponibilizarem o seu tempo para a elaboração de trabalhos, dando

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25

resposta à avaliação de natureza contínua, e deixando assim pouco tempo para outras actividades

extracurriculares.

Para o futuro, consideramos pertinente a realização de pequenos workshops temáticos

realizados em horário pós-laboral que permitam aos estudantes universitários disponibilizar algum

tempo para desenvolver e/ou promover este tipo de competências transversais, cada vez mais

valorizadas no mercado de trabalho.

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26

5. Programa de Gestão e Controlo do Stresse no Ensino

Superior

O Programa de Gestão e Controlo do Stresse no Ensino Superior foi construído com vista

a facultar informação relevante no âmbito da gestão do stresse em contexto académico, de forma

a facilitar nos estudantes do Ensino Superior o desenvolvimento de competências pessoais e

interpessoais, bem como a aprendizagem de estratégias cognitivas e comportamentais que lhes

permitam melhor lidar com o stresse.

Especificamente pretendeu-se:

§ Promover o auto-conhecimento enquanto alicerce do desenvolvimento pessoal e da

mudança para comportamentos de auto-protecção;

§ Conhecer e compreender os conceitos de stresse e estratégias de coping;

§ Saber identificar e lidar com os sintomas fisiológicos, cognitivos e comportamentais do

stresse;

§ Sensibilizar para uma adequada gestão do tempo e da agenda pessoal;

§ Reconhecer a importância do suporte social e do grupo de pares como amortecedores do

stresse;

§ Saber utilizar estratégias para lidar com a ansiedade aos exames e estratégias pessoais

pró-activas;

§ Treinar a prática de relaxamento.

Este programa foi estruturado em dez sessões de formação, que compreendem uma

vertente presencial e autoformação:

1. Conhecer e lidar com o stresse;

2. O stresse e o corpo

3. Controlo do Self

4. Lidar com os Pensamentos Automáticos Negativos

5. Suporte Social na Universidade

6. Apoio dos Pares (Peer Counselling): Amortecedor do Stresse

7. Gestão da Agenda Pessoal

8. Comunicação e Gestão de Conflitos

9. Stresse e Ansiedade aos Exames

10. Técnicas de Gestão e Controlo do Stresse

Os conteúdos elaborados para o desenvolvimento de cada um dos módulos foram

compilados num manual da formação (editado em CD) e adaptados à formação presencial com

recurso a apresentações power point e distribuição de hand-outs informativos ou com exercícios

práticos aos participantes da formação.

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27

A avaliação deste programa contempla três níveis: individual, em grupo e institucional. Ao

nível da operacionalização da avaliação destacam-se dois momentos-chave: antes e depois do

programa.

Para a recolha e tratamento dos dados foram utilizadas metodologias qualitativas (focus

group, análise de conteúdo) e quantitativas (questionários de tipo Likert, recorrendo à análise

estatística descritiva e inferencial).

Foram realizadas duas sessões do Programa de Gestão e Controlo do Stresse no Ensino

Superior:

− I Edição a 23 e 24 de Fevereiro de 2008;

− II Edição, versão reduzida do Programa, a 4 de Junho de 2008

5.1. Primeira Edição do PGCSES

Nesta edição, de acordo com o estipulado na planificação das actividades do GAP-SASUC

no âmbito da dinamização da Linha de Acção 2 do Projecto "Plano de Apoio à Transição do

Ensino Secundário para o Ensino Superior – Melhor Adaptação; Mais Resiliência; Mais Sucesso"

(POCI/C/04.01.02/0143/0001/2006), foi colocada em prática a versão completa do Programa de

Gestão e Controlo do Stresse no Ensino Superior.

OPERACIONALIZAÇÃO DO PROGRAMA

Divulgação

Inicialmente, o Programa de Gestão e Controlo do Stresse no Ensino Superior (PGCSES)

foi agendado para os dias 15 e 16 de Dezembro de 2007. Foi realizada divulgação, tendo sido

recebidas apenas 9 inscrições, facto que deu origem à opção pelo adiamento da realização do

Programa.

Uma nova data foi agendada para os dias 23 e 24 de Fevereiro de 2008, tendo-se

procedido a uma divulgação massiva do Programa, através de cartazes e panfletos, via email e

com reuniões com grupos alvo, nomeadamente alunos alojados nas residências dos SASUC. A

informação remetida visou as oito Faculdades da Universidade de Coimbra, as Residências

Universitárias dos SASUC, as Cantinas, os Fóruns de Atendimento aos estudantes dos SASUC, a

sede dos SASUC e os Serviços Médico-Universitários. Foram ainda realizados contactos de

divulgação junto da Associação Académica de Coimbra, Núcleos de estudantes dos vários cursos

da UC e Gabinete de Apoio ao Estudante da FPCE-UC. Através de email, foi ainda enviada

informação para a lista de contactos dos alunos do 1.º ano alojados nas residências dos SASUC,

lista all-users do Gabinete de Comunicação e Imagem da Reitoria da Universidade de Coimbra e

lista de alunos do 1.º ano do GAT da Universidade de Coimbra. Ao nível interinstitucional, foi ainda

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28

dirigida divulgação para o Gabinete de Psicologia do Instituto Politécnico de Coimbra, Escola

Superior de Enfermagem de Coimbra e Instituto Politécnico de Leiria.

Inscrições

Após esta divulgação, recebemos um total de 50 inscrições (M=11; F=39), de estudantes

com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos (M=23; DP=3.39), pertencentes a 7 das 8

Faculdades da Universidade de Coimbra, sendo as mais representadas a Faculdade de Ciências e

Tecnologia, seguida da de Direito, Psicologia e Ciências da Educação e da de Economia. As

menos representadas foram as Faculdades de Letras, Medicina e Farmácia. Não foi registada

qualquer inscrição de estudantes da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física.

Foram ainda registadas inscrições de 4 alunos do Instituto Politécnico de Coimbra, 3 de alunos da

Escola Superior de Enfermagem e Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Coimbra, e um

aluno de uma instituição de ensino superior privada (Instituto Superior Miguel Torga). Em termos

de distribuição dos alunos inscritos por ano curricular, destacam-se os alunos que frequentam o

3.º ano, seguidos dos do 4.º, 1.º, 2.º e 5.º ano. Salienta-se ainda que cerca de 40% dos inscritos

eram alunos alojados nas residências dos SASUC.

Caracterização dos Participantes

Participaram no PGCSES 19 alunos (M=3; F=16) dos 50 inscritos. Os participantes tinham

idades compreendidas entre os 19 e 35 anos (M= 22; DP=3.56), e frequentavam cursos de 6 das 8

Faculdades da Universidade de Coimbra, cursos do Instituto Politécnico de Coimbra, da Escola

Superior de Enfermagem e Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Coimbra e do Instituto

Superior Miguel Torga, conforme distribuição que se apresenta (Gráfico 11).

0 1 2 3 4 5 6

FMUC

FDUC

FCTUC

FFUC

FEUC

FPCE

ISMT

IPC

ESEnfC e ESTSC

Gráfico 11 – Distribuição dos participantes do PGCSES por Faculdades / Instituições de Ensino Superior

Verifica-se que esta formação teve maior adesão por parte dos alunos das Faculdades de

Psicologia e Ciências da Educação e de Economia.

Em termos de distribuição por anos curriculares, foram identificados estudantes que se

encontram a frequentar do 2.º ao 5.º ano dos respectivos cursos (Gráfico 12).

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29

01234567

2.º ano 3.º ano 4.º ano 5.º ano

Gráfico 12 – Distribuição dos participantes do PGCS por anos curriculares

A análise do gráfico permite evidenciar a participação dos alunos que se encontram a

frequentar os 3.º e 4.º anos.

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA

Indicadores referentes a Stresse e Ansiedade dos alunos em contexto académico

Níveis de Ansiedade dos participantes (BAI – Inventário de Ansiedade de Beck)

No sentido de avaliar os níveis de ansiedade dos participantes do PGCSES, foi aplicado o

Inventário de Ansiedade de Beck (BAI, de Beck, Epstein, Brown & Steer, 1988, versão portuguesa

IAB de Pereira & Monteiro, 2005). Trata-se de uma escala de 21 itens que permite medir a

intensidade da ansiedade auto-reportada pelos indivíduos, consistindo em afirmações descritivas

de sintomas de ansiedade que são classificados numa escala de 4 pontos (de 0 a 3), na seguinte

correspondência: “Nunca” (0 pontos); “Suavemente, mas não me incomodou” (1);

“Moderadamente, por vezes foi desagradável” (2); “Severamente, aborreceu-me muito” (3). A

cotação desta escala é realizada com base na soma das classificações atribuídas a todos os 21

itens, sendo a pontuação máxima 63 pontos. De acordo com o manual BAI de 1993, a

interpretação dos resultados tem por base as seguintes classificações: de 0 a 7 – “Grau mínimo de

ansiedade”; de 8 a 15 – “Ansiedade suave”; de 16 a 25 – “Ansiedade moderada”; e de 26 a 63 –

“Ansiedade severa”.

Responderam a este questionário 18 participantes (M=2; F=15). Considerando a média

das cotações totais de cada aluno, identificou-se um valor de 22,41 (DP=9,32), correspondente a

um nível de “Ansiedade moderada” reportado pelos participantes do PGCSES. Atendendo aos

valores médios individuais, foram identificados os quatro níveis de ansiedade, sendo a “ansiedade

moderada” e a “ansiedade severa”, os níveis aos quais correspondia a maioria dos estudantes que

participaram nesta formação (Gráfico13).

Page 31: Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra ...€¦ · Ana Patrícia Pereira, da equipa coordenadora do projecto), e do Programa de Desenvolvimento de Competências Pessoais,

30

Ansiedademoderada

53%

Ansiedadesevera

29%

Grau mínimode Ansiedade

6%Ansiedade

suave12%

Gráfico 13 – Distribuição dos participantes da primeira edição do PGCSES pelos níveis de ansiedade do BAI

Quanto aos sintomas que mais incomodam o bem-estar destes alunos, foram identificados

como afectando “moderamente, por vezes foi desagradável”, os seguintes: Nervosismo (M=2.33);

Insegurança (M=2.12); Incapacidade de relaxar (M=1.94) e Batimento cardíaco acelerado

(M=1.94).

Impacto do PGCSES nos factores de stresse dos participantes (ISEU – Inventário do Stresse em

Estudantes Universitários)

No sentido de averiguar o impacto que o PGCSES teve nos níveis de stresse imputados

por diferentes factores indutores de stresse nos participantes, foi aplicado o “Inventário do Stresse

em Estudantes Universitários” (Pereira et al., 2003), antes e depois da formação, a todos os

participantes. Através de uma análise emparelhada comparada dos 4 factores de stresse a que se

refere o inventário, verificaram-se alterações nas médias obtidas antes e depois da aplicação do

programa (Tabela 6 e Gráfico 14).

Antes DepoisFactores

M DP M DPp

Factor 1 – Ansiedade aos Exames 3.53 .66 3.39 .58 .195

Factor 2 – Auto-estima e bem-estar 3.03 .85 3.14 .72 .512

Factor 3 – Ansiedade Social 2.81 1.04 2.56 1.05 .020

Factor 4 – Problemas / Condições

socioeconómicas3.15 1.16 2.78 1.16 .028

Tabela 6 – Resultados da análise emparelhada

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31

Do exposto, constamos que as diferenças encontradas são apenas estatisticamente

significativas para os factores 3 – “Ansiedade Social” (t=2,6; gl= 15; p= .020) e 4 – “Problemas /

Condições socioeconómicas” (t=2,4; gl= 17; p= .028).

1

2

3

4

5

Fact

or1

-An

sied

ade

aos

Exam

es

Fact

or2

-Aut

o-es

tima

ebe

m-

esta

r

Fact

or3

-An

sied

ade

Soci

al

Fact

or4

-C

ondi

ções

soci

oeco

nóm

icas

AntesDepois

Gráfico 14 – Níveis de Stresse dos diferentes factores indutores antes e depois do PGCSES

Estes resultados indicam, assim, que os estudantes apresentam níveis de stresse mais

elevados antes da participação no programa nos factores Ansiedade aos Exames; Ansiedade

Social e Problemas / Condições Socioeconómicas.

Avaliação Geral da Formação e dos Formadores

Para a avaliação geral da formação foi utilizado um modelo de questionário facultado pela

coordenação do projecto “Plano de Apoio à Transição”, através do qual é possível obter o

feedback dos participantes em 3 dimensões principais:

- Avaliação global;

- Objectivos, Organização e Coordenação;

- Avaliação dos formadores.

O referido instrumento de avaliação foi aplicado no final do programa, tendo a equipa do

GAP-SASUC optado por não aplicar o questionário sessão a sessão já que se tratava de um

programa intensivo com a duração total de 2 dias. No caso dos formadores que variaram

consoante os módulos do programa, a avaliação foi realizada de forma geral.

Os participantes avaliaram globalmente a formação e os formadores como Muito Boa (M=

4,77; DP=.55).

No que respeita à avaliação de objectivos, organização e coordenação, foi solicitada a

opinião dos participantes relativamente a 11 afirmações sobre o programa de formação, traduzível

numa escala de 1 a 5, em que 1 correspondia a “Nada de acordo” e 5 a “Totalmente de acordo”.

Das afirmações com as quais os participantes referiram estar mais de acordo, salientamos, por

ordem decrescente, as afirmações referentes ao bom relacionamento entre participantes; a

satisfação dos seus interesses, expectativas e necessidades; o facto de a acção ser de fácil

compreensão e o alcance dos objectivos previamente definidos para a acção. As afirmações

Page 33: Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra ...€¦ · Ana Patrícia Pereira, da equipa coordenadora do projecto), e do Programa de Desenvolvimento de Competências Pessoais,

32

menos cotadas em termos de concordância, embora de valor positivo, foram as referentes ao

sistema de divulgação, condições físicas do local e duração da acção (Gráfico 15).

3,394,44

4,564,78

4,673,94

3,724,17

4,06

4,114,89

1 2 3 4 5

DivulgaçãoSelecção dos formandos

Objectivos foram alçançadosInteresses, expectativas e necessidades

Acção de fácil compreensãoDuração da acção

Condições físicas do localEquipamentos

Horário de realizaçãoN.º de participantes

Bom relacionamento entre participantes

Gráfico 15 – Avaliação dos Objectivos, organização e coordenação do PGCSES

Relativamente à avaliação dos formadores (Tabela 7), foram colocadas 20 questões para

avaliar a opinião dos participantes, através de uma escala em que 1 correspondia a Nunca, 2 a

Raramente, 3 a Algumas vezes, 4 a Frequentemente e 5 a Sempre.

Itens avaliados Média DesvioPadrão

1. Demonstra bons conhecimentos teóricos 4.94 .2362. Demonstra bons conhecimentos práticos, referindo exemplos gerais eda sua experiência pessoal 4.83 .384

3. Apresenta documentos, resumos e esquemas de fácil compreensão 4.72 .4614. Relaciona os temas abordados com a execução de tarefas no trabalho 4.72 .5755. Demonstra uma adequada preparação das sessões 4.88 .3326. Apresenta claramente, no início de cada sessão, os objectivos damesma e verifica se foram alcançados 4.45 .705

7. Entrega informação escrita de apoio às sessões 4.72 .4618. Resume os conteúdos no final das sessões 4.28 .7529. Procura apresentar os conteúdos de várias formas para que todospercebam 4.17 .985

10. Verifica se todos os participantes compreenderam 4.11 .83211. Promove e aceita sugestões dos participantes 4.47 1.0112. Incentiva a participação de todos 4.56 .85613. Presta atenção aos participantes que apresentam mais dificuldades 4.33 .76714. Responde às dúvidas ou questões que lhe são colocadas 4.83 .38415. Utiliza uma linguagem de fácil compreensão 4.89 .32316. Utiliza metodologias de formação adequadas aos objectivos 4.72 .46117. Chega pontualmente e não sai apressado no final 4.39 1.1518. É acessível 4.94 .23619. Permite que os participantes o avaliem 4.72 .57520. Faz provas de avaliação adequadas aos conteúdos abordados 4.56 .616

Tabela 7 – Resultados da avaliação dos Formadores

Os valores mais elevados foram atingidos em itens como os conhecimentos teóricos

demonstrados, acessibilidade, utilização de linguagem de fácil compreensão, adequada

preparação e conhecimentos práticos demonstrados.

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33

Auto-avaliação dos participantes no PGCSES

Auto-Avaliação nas sessões presenciais

A auto-avaliação nas sessões presenciais foi realizada através da aplicação do

“Questionário de Auto-Avaliação Pessoal Global” (GAP-SASUC, 2005), que teve lugar no final do

programa. Este questionário procura avaliar a percepção dos participantes relativamente a

questões como o autoconhecimento, o bem-estar, a competência pessoal, a competência

interpessoal, o desenvolvimento pessoal, o relacionamento entre participantes, a capacidade de

ajuda, os conhecimentos de técnicas básicas de aconselhamento psicológico, os conhecimentos

da temática do curso e os conhecimentos sobre os SASUC, antes e depois do programa de

formação, através de uma escala de 1 a 5, em que 1 corresponde a “Mau” e 5 a “Muito Bom”

(Gráfico 16).

1

2

3

4

5

Antes

Depois

Gráfico 16 – Resultados da auto-avaliação presencial dos participantes do PGCSES

Todos os itens foram percepcionados pelos participantes com valores mais elevados após

a formação do que antes da formação, destacando-se os itens relacionamento entre os

participantes, e a aquisição de conhecimentos sobre os SASUC, a temática geral da formação e

técnicas básicas de aconselhamento psicológico como os que apresentam maiores diferenças

entre os valores atribuídos antes e depois.

Auto-avaliação da Autoformação

Para que fosse possível avaliar a componente de autoformação do PGCSES, na medida

em que esta se estendeu temporalmente para além das sessões presenciais, foi construído um

questionário para o efeito, que foi remetido por correio electrónico a todos os participantes do

referido programa. Dos questionários enviados, apenas recebemos feedback de 12 participantes

do sexo feminino, havendo uma mortalidade da amostra correspondente aos 7 participantes que

não remeteram o questionário preenchido.

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34

Relativamente às questões colocadas no sentido de averiguar se os participantes haviam

realizado as tarefas da autoformação, se haviam pensado utilizar as estratégias aprendidas no

futuro, se os materiais distribuídos eram úteis, se os pretendiam utilizar no futuro e se

aconselhavam a outros colegas a participação numa edição futura deste programa, todas as

respostas recebidas foram afirmativas.

Quanto ao grau de dificuldade das tarefas, a classificar numa escala em que 1

corresponde a “Muito difícil”, 2 a “Difícil”, 3 a “Acessível”, 4 a “Fácil” e 5 a “Muito fácil”, as médias

das respostas obtidas apontam no sentido de um grau de dificuldade “Acessível” (M=3.33;

DP=.49).

No que respeita à utilidade dos 10 módulos de formação que compõem o PGCSES, a

quase totalidade dos alunos que responderam ao questionário de auto-avaliação da autoformação,

afirmam que estes são úteis quer no contexto da vida académica, quer no contexto da vida

quotidiana.

Solicitou-se ainda que os participantes classificassem, seguindo uma escala de 1 a 5, em

que 1 representa “Mau” e 5 “Muito bom”, o seu desempenho na auto-formação, bem como a

utilidade deste programa para as vivências académicas, a relação com os outros e para o

desempenho académico (Gráfico 17).

3,42

4,584,42 4,27

1

2

3

4

5

Desempenhona

Autoformação

Utilidade paraas vivênciasacadémicas

Utilidade paraas relaçõescom outros

Utilidade parao desempenho

académico

Gráfico 17 – Auto-avaliação da autoformação pelos participantes do PGCSES

Verifica-se que todos os valores atribuídos a estes itens variam entre o Suficiente e o

Muito Bom, destacando os participantes a utilidade do programa para as vivências académicas

com a pontuação mais elevada (M=4.58; DP=.52).

Observações e Sugestões dos participantes no PGCSES

Além dos dados quantitativos recolhidos, recebemos igualmente alguns comentários e

sugestões dos participantes do PGCSES que, por nos parecerem de grande utilidade para

completar a avaliação quantitativa, decidimos transcrever na totalidade:

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35

“Gostaria de agradecer ao GAP pela fantástica experiencia que foi esta formação. Como estudante senti-me

realmente mais apta para lidar com as situações de stress em épocas de exames (e fora delas)já que todos os

módulos ajudam-nos a conhecer um bocadinho melhor a nós mesmos e como evitar possiveis situações

“stressantes”. Para além disto, como estudante de Psicologia senti-me bastante inspirada...acho que gosto ainda

mais do meu curso! Neste semestre que começa vou tentar pôr o que aprendi em prática e passar aos meus

amigos/colegas. Muito Obrigada mesmo” (Aluno/a 1)

“Gostaria que houvessem mais iniciativas como estas, bem como a sua publicidade seja mais visível a toda a

comunidade escolar” (Aluno/a 2)

“A formação foi muito interessante e empolgante. No entanto, gostaria que houvesse mais tempo para o

desenvolvimento e aprendizagem das técnicas de gestão e controlo do stresse, que julgo ser o fundamental que

é procurado por todos. Para saber o que fazer por nós próprias quando estivermos a sentir-nos stressadas.”

(Aluno/a 3)

“Agradeço pelo facto de nos terem dado a oportunidade de participar nesta formação, foi uma mais valia!”

(Aluno/a 4)

“Penso que esta formação ao invés de ter a componente da autoformação para ser feita em casa, deveria ser

substituída ou completada com mais horas de formação, essencialmente de exercícios práticos. Que se

revelaram de uma enorme utilidade para o dia-a-dia de todos aqueles que nela participaram.” (Aluno/a 5)

“Gostei muito de ter participado neste programa, foi de extrema importância e muito útil para o meu futuro. É

certo que irei utilizar muitas das coisas que pude apreender desta formação.

Muitos parabéns aos formadores por terem conseguido que em dois dias se estabelecesse um ambiente tão

acolhedor e descontraído entre pessoas que nunca se conheceram. Esta é sem duvida um projecto a

desenvolver durante muitos e muitos mais anos. Parabéns!!!” (Aluno/a 6)

“Gostei muito de ter participado! Identifiquei-me muito com os problemas apresentados. Falaram-me que noutras

formações houve kizomba e ia um bocado com essa expectativa, mas não me desiludi de maneira nenhuma.

Acho apenas que poderia ter sido abordado de forma mais intensiva o módulo dos pensamentos automáticos

negativos, penso que poderia ser explorado de diversas formas, uma vez que é algo que me afecta

constantemente.” (Aluno/a 7)

“Considero os temas abordados na formação muito pertinentes. O modo como foram abordados foi muito

interactivo e esclarecedor, no entanto sei que é difícil mudar hábitos adquiridos há muito tempo... Mas a

formação deu bases para reflectir acerca desses comportamentos e estratégias base para os poder modificar,

trazendo melhoras à qualidade de vida principalmente no que diz respeito à gestão de stresse. Achei a formação

muito positiva.” (Aluno/a 8)

Análise dos Motivos das Desistências

Comparando o número de inscritos com o número de participantes efectivos no PGCSES,

apurou-se um total de 31 desistências, tendo-se decidido que seria importante para reflectir sobre

as práticas, avaliar os motivos de tão elevado número de abandonos da intenção de participação.

Para tal, seria necessário auscultar os alunos que se inscreveram (deixando os seus contactos na

ficha de inscrição), não comunicaram aos serviços a desistência (apenas 3 alunos dos 31 que

desistiram comunicaram atempadamente aos serviços a intenção de desistir), e que acabaram por

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não comparecer à formação. Optou-se por recolher estes dados através de contacto telefónico

para responder a um questionário, aplicado pelos técnicos do GAP-SASUC, tendo por suporte um

guião construído para o efeito onde eram registados os dados recolhidos. Da análise das

situações de desistência constatou-se:

- 3 inscritos não indicaram contacto telefónico;

- 5 não atenderam 4 tentativas de contacto telefónico;

- 20 aceitaram colaborar, respondendo ao questionário telefónico.

Assim, da análise das folhas de registo, correspondentes a 20 contactos telefónicos (M=6;

F=14), procurou-se averiguar a percepção dos alunos quanto à eficácia da divulgação, motivos

que os levaram a inscrever-se, motivos da desistência e motivos da não comunicação da

desistência aos serviços.

Quanto à forma como tiveram conhecimento da iniciativa de formação promovida pelo

GAP-SASUC, a maioria (cerca de 63%) dos inquiridos afirma ter visto cartazes ou ter sido

informada através de colegas. Das outras formas de divulgação foram ainda referidos os

panfletos, bem como a informação veiculada via email e via reunião com os serviços de

alojamento dos SASUC. Em termos dos locais onde tiveram conhecimento desta iniciativa

destacam-se as faculdades e as residências universitárias, embora também tenham sido referidos

locais como as cantinas, internet ou serviços médico-universitários.

De entre os motivos que levaram estes alunos a inscreveram-se destaca-se o interesse

pelo tema como o mais referido (por cerca de 79% dos inquiridos). Das formas de inscrição

disponíveis, a maioria optou pela inscrição por email (58%), na sede dos SASUC (32%), sendo

ainda referidas situações de inscrição na reunião com os serviços de alojamento dos SASUC ou

por terceiros.

Os motivos apresentados para as desistências são vários, destacando-se situações de

doença, imprevisto ou falta de tempo (Gráfico 18).

0 1 2 3 4 5

Outra actividadeDoença

Inscrição por terceirosImprevisto

EsquecimentoFalta de tempo

Confusão de datasFalta de companhia

Engano no localFalta de vontade

Gráfico 18 – Motivos das desistências do PGCSES

Quanto ao facto de não terem comunicado a desistência atempadamente aos serviços, as

justificações apresentadas foram, por ordem decrescente, “esquecimento” (7); “não teve tempo”

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(7); “responsabilização de quem fez a inscrição” (2); “doença” (2); “não se recorda de se ter

inscrito” (1); “não sabia que o devia fazer” (1).

5.2. Segunda Edição do PGCSES

Esta edição do PGCSES não se encontrava inicialmente agendada na planificação das

actividades do GAP-SASUC no âmbito da colaboração com este projecto. Surgiu na sequência de

um pedido dirigido a este Gabinete pela Associação de Estudantes Cabo-Verdianos de Coimbra

(AECVC), no sentido da realização de uma sessão de Métodos de Estudo e uma sessão sobre

Controlo do Stresse, dirigidas especificamente a estudantes Cabo-Verdianos.

Atendendo a essa solicitação, optou-se por reformular a estrutura do Programa de Gestão

e Controlo do Stresse no Ensino Superior, no sentido da redução da sua duração, bem como

procurando ir de encontro às necessidades específicas desta população.

Assim, o programa foi estruturado para ser aplicado numa sessão com a duração de 3h,

que teve lugar no dia 4 de Junho de 2008, pelas 20h, nas instalações dos Serviços de Acção

Social da Universidade de Coimbra.

No que respeita aos conteúdos abordados nesta versão reduzida do PGCSES, foram

focadas sucintamente as seguintes temáticas:

− Conhecer e lidar com o stresse (o que é o stresse, respostas do stresse, fisiologia

do stresse, ansiedade e coping);

− Métodos e Técnicas de Controlo do Stresse e Ansiedade em contexto académico

(gestão da agenda pessoal, lidar com pensamentos automáticos negativos, apoio

dos pares, suporte social;

− Treino de algumas técnicas de relaxamento;

− Identificação das dificuldades e de sugestões futuras.

Foi facultado aos participantes algum material de apoio, referente a exercícios práticos

realizados na sessão, bem como algum material informativo sobre as temáticas abordadas.

A metodologia para a avaliação da sessão foi semelhante à adoptada na versão completa

do PGCSES, distinguindo-se o facto do questionário “Identificação dos Factores de Stresse em

Estudantes Universitários (Pereira et al., 2003) apenas ter sido aplicado no final da formação, bem

como a sessão de focus group ter-se centrado nos problemas específicos desta população no

Ensino Superior e estratégias de apoio nesses problemas.

OPERACIONALIZAÇÃO DO PROGRAMA

Divulgação e Inscrições

Nesta edição do PGCSES, visto tratar-se de uma solicitação da Associação dos

Estudantes Cabo-Verdianos de Coimbra, a divulgação e inscrições ficaram a cargo do Presidente

da referida associação

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Caracterização dos Participantes

Participaram nesta sessão 11 estudantes cabo-verdianos (M=2; F=9), com idades

compreendidas entre os 19 e os 29 anos (M=22,4; DP=2,72). Em termos da sua distribuição por

Faculdades, verificou-se que, da Universidade de Coimbra, apenas 3 Faculdades se encontravam

representadas com alunos de Farmácia (3), Economia (1) e Letras (1), pertencendo os restantes 6

ao ensino superior politécnico. Os alunos participantes encontravam-se inscritos, na sua maioria

no 3.º ano das respectivas licenciaturas.

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA

Indicadores referentes a Stresse e Ansiedade dos alunos em contexto académico

Níveis Ansiedade dos participantes (BAI – Inventário de Ansiedade de Beck)

Para avaliar os níveis de ansiedade dos participantes da segunda edição do PGCSES, foi,

à semelhança da primeira edição, aplicado o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI, de Beck,

Epstein, Brown & Steer, 1988, versão portuguesa IAB de Pereira & Monteiro, 2005).

Responderam a este questionário 11 participantes (M=2; F=9). Considerando a média das

cotações totais de cada aluno, identificou-se um valor de 21,22 (DP=11,62), correspondente a um

nível de “Ansiedade moderada” reportado pelos participantes desta edição PGCSES. Atendendo

aos valores médios individuais, foram identificados apenas três níveis de ansiedade, diferindo este

padrão do que se verificou nos participantes da primeira edição, distribuindo-se estes estudantes

uniformemente pelas três categorias identificadas (Gráfico 19).

Ansiedademoderada

33%

Ansiedadesevera

33%

Ansiedadesuave34%

Gráfico 19 – Distribuição dos participantes da segunda edição do PGCSES pelos níveis de ansiedade do BAI

Quanto aos sintomas que mais incomodam o bem-estar destes alunos, foram identificados

como afectando “moderamente, por vezes foi desagradável”, os seguintes: Nervosismo (M=1.91);

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39

Insegurança (M=1.80); Incapacidade de relaxar (M=1.73); Medo que o pior aconteça (M=1.70) e

Adormecimento ou formigueiro (M=1.55).

Identifica-se, assim, que este grupo de participantes apresenta um nível de ansiedade

ligeiramente inferior ao grupo dos participantes da primeira edição do PGCSES, embora não

tenham sido identificados casos de estudantes com “Grau mínimo de ansiedade” como aconteceu

com o primeiro grupo. Apesar disso, é ainda curioso verificar que os três primeiros sintomas

identificados neste grupo são coincidentes com os três primeiros identificados no grupo de

participantes da primeira edição deste programa.

Identificação dos factores stresse dos participantes (ISEU – Inventário de Stresse em Estudantes

Universitários)

No sentido de averiguar quais os factores indutores de stresse com maior impacto nos

participantes, foi aplicado o “Inventário do Stresse em Estudantes Universitários” (Pereira et al.,

2003) - Tabela 8.

Factores Média DP

Ansiedade aos Exames 3.86 .85

Auto-estima 3.19 .81

Ansiedade Social 3.06 .78

Problemas / Condições

socioeconómicas3.82 .67

Tabela 8 – Impacto dos factores indutores de stresse nos participantes da segunda edição do PGCSES

Identificou-se que os factores com maior impacto nesta população são a ansiedade aos

exames e os problemas / condições socioeconómicas.

Avaliação Geral da Formação e dos Formadores

Para a avaliação geral desta sessão de formação, à semelhança da primeira edição, foi

utilizado o modelo de questionário facultado pela coordenação do projecto “Plano de Apoio à

Transição”, através do qual foi possível obter o feedback dos participantes em 3 dimensões

principais:

- Avaliação global;

- Objectivos, Organização e Coordenação;

- Avaliação dos formadores.

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40

O referido instrumento de avaliação foi aplicado no final do programa, reportando-se a

avaliação do formador à coordenadora científica do GAP-SASUC, Prof. Doutora Anabela Pereira,

que orientou a sessão.

Os participantes avaliaram globalmente a formação e a formadora como “Muito Bom” (M=

4,64; DP=.92 e M=4.91; DP=.30, respectivamente).

No que respeita à avaliação de objectivos, organização e coordenação, foi solicitada a

opinião dos participantes relativamente a 11 afirmações sobre o programa de formação, traduzível

numa escala de 1 a 5, em que 1 correspondia a “Nada de acordo” e 5 a “Totalmente de acordo”.

Das afirmações com as quais os participantes referiram estar mais de acordo, salientamos, por

ordem decrescente, as afirmações referentes à selecção dos formandos, ao bom relacionamento

entre participantes e à satisfação dos seus interesses, expectativas e necessidades. As

afirmações menos cotadas em termos de concordância, embora de valor positivo, foram as

referentes à adequabilidade da duração, horário e número de participantes (Gráfico 20).

4,14,7

4,34,5

4,43,3

3,94

3,53,6

4,7

1 2 3 4 5

DivulgaçãoSelecção dos formandos

Objectivos foram alçançadosInteresses, expectativas e

Acção de fácil compreensãoDuração da acção

Condições físicas do localEquipamentos

Horário de realizaçãoN.º de participantes

Bom relacionamento entre participantes

Gráfico 20 – Avaliação dos Objectivos, organização e coordenação da segunda edição do PGCSES

Relativamente à avaliação da formadora, foram colocadas 20 questões para avaliar a

opinião dos participantes, através de uma escala em que 1 correspondia a Nunca, 2 a Raramente,

3 a Algumas vezes, 4 a Frequentemente e 5 a Sempre (Tabela 9).

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41

Itens avaliados Média DesvioPadrão

1. Demonstra bons conhecimentos teóricos 4.8 .422. Demonstra bons conhecimentos práticos, referindo exemplos gerais eda sua experiência pessoal 4.8 .42

3. Apresenta documentos, resumos e esquemas de fácil compreensão 4.9 .324. Relaciona os temas abordados com a execução de tarefas no trabalho 4.7 .485. Demonstra uma adequada preparação das sessões 4.67 .506. Apresenta claramente, no início de cada sessão, os objectivos damesma e verifica se foram alcançados 4.7 .68

7. Entrega informação escrita de apoio às sessões 4.7 .488. Resume os conteúdos no final das sessões 4.2 1.09. Procura apresentar os conteúdos de várias formas para que todospercebam 4.44 .88

10. Verifica se todos os participantes compreenderam 4.6 .7011. Promove e aceita sugestões dos participantes 4.7 .4812. Incentiva a participação de todos 4.7 .6813. Presta atenção aos participantes que apresentam mais dificuldades 4.6 .7014. Responde às dúvidas ou questões que lhe são colocadas 4.6 .7015. Utiliza uma linguagem de fácil compreensão 4.7 .4816. Utiliza metodologias de formação adequadas aos objectivos 4.7 .4817. Chega pontualmente e não sai apressado no final 4.3 1.318. É acessível 4.8 .4219. Permite que os participantes o avaliem 4.89 .3320. Faz provas de avaliação adequadas aos conteúdos abordados 4.56 .73

Tabela 9 – Resultados da avaliação da formadora da segunda edição do PGCSES

Os valores médios da avaliação variaram entre o “Bom” e o “Muito Bom”, destacando os

alunos participantes os documentos, resumos e esquemas, facultados pela formadora, de fácil

compreensão; o facto da formadora permitir que os participantes a avaliem, ser acessível e os

conhecimentos teóricos e práticos demonstrados.

Auto-Avaliação nas sessões presenciais

A auto-avaliação nas sessões presenciais foi realizada através da aplicação do

“Questionário de Auto-Avaliação Pessoal Global” (GAP-SASUC, 2005), que teve lugar no final do

programa. Este questionário procura avaliar a percepção dos participantes relativamente a

questões como o autoconhecimento, o bem-estar, a competência pessoal, a competência

interpessoal, o desenvolvimento/crescimento pessoal, o relacionamento entre participantes, os

conhecimentos de técnicas de controlo do stresse e os conhecimentos da temática do curso, antes

e depois do programa de formação, através de uma escala de 1 a 5, em que 1 corresponde a

“Mau” e 5 a “Muito Bom” (Gráfico 21).

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42

1

2

3

4

5

auto

conh

ecim

ento

bem

-est

ar

com

petê

ncia

pess

oal

com

petê

ncia

inte

rpes

soal

dese

nvol

vim

ento

pess

oal

rela

cion

amen

toen

trepa

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es

conh

ec.T

écni

cas

deC

ontro

lodo

Stre

sse

conh

ecim

ento

sda

tem

átic

a

AntesDepois

Gráfico 21 – Resultados da auto-avaliação dos participantes da segunda edição do PGCSES

Todos os itens foram percepcionados pelos participantes com valores mais elevados após

a formação do que antes da formação, destacando-se os itens “Conhecimentos de Técnicas de

Controlo do Stresse”; “Auto-conhecimento”; “Conhecimentos das temáticas abordadas” e “Bem-

estar” como os que apresentaram maiores diferenças entre os valores atribuídos antes e depois.

Focus Group sobre necessidades desta população e estratégias de intervenção

Na sessão de Focus Group, conduzida pela orientadora da sessão, procurou-se averiguar

quais as principais dificuldades e necessidades dos estudantes Cabo-Verdianos a estudar em

Coimbra, obter a percepção destes estudantes face aos apoios existentes, e debater estratégias

de intervenção mais adequadas às especificidades destes alunos. Os resultados são

apresentados sob a forma de tópicos com as principais ideias recolhidas referentes a cada uma

das questões levantadas.

Quais são os principais problemas / necessidades com os quais têm de lidar no Ensino Superior?

- Stresse, Ansiedade;

Adaptação ao clima;

- Adaptação às escolas, professores, à sociedade, aos colegas: nos trabalhos de grupo

ficam sem grupo e têm de dar sempre o primeiro passo;

- Afastam-se dos outros, auto-segregam-se para não lhes “darem patadas”;

- Adaptar-se a viver sozinho;

- Mudanças de horários;

- Lazer (lá era melhor);

- Cultura: as pessoas em Portugal são mais fechadas, não gostam de barulho, chamam a

polícia; no cinema quando batem palmas, mandam-nos calar:

- Não os acolhem bem e não os ajudam à chegada;

- A dificuldade de integração no 1.º ano deve-se aos atrasos na chegada – chegam em

Novembro, Janeiro, ou mais tarde, o que implica terem insucesso logo no 1.º semestre

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43

(dificuldade em obter visto na embaixada e em tratar de toda a burocracia depois de

confirmado o acesso ao ES português)

Destes problemas, quais os 3 que consideram mais importantes?

- Integração junto dos colegas;

- Dificuldades com matérias e métodos de estudo;

- Transição do secundário para o superior (o secundário em Cabo Verde é diferente do de

Portugal).

O que é que a Universidade poderia fazer para vos ajudar a ultrapassar esses problemas?

- Acompanhamento dos alunos desde que chegam – se entram por um contingente

especial, consideram que deviam ter acompanhamento em conformidade com o estatuto.

Consideram ainda que a Universidade se deveria preocupar em saber em que condições é

que chegam a Portugal, já que chegam, muitas vezes, em Janeiro e ninguém se preocupa

com eles.

- O gabinete para as Relações Internacionais, por exemplo, tem programas de

acompanhamento para alunos Erasmus e não para alunos dos PALOP;

- Consideram que a melhor estratégia, dados os atrasos em obter visto, seria perder um

ano em Cabo Verde a tratar de toda a papelada, e vir para o ES português um ano depois,

já que esse primeiro ano perdem sempre, e sempre é melhor perdê-lo em Cabo Verde

O que é que a Associação de Estudantes Cabo-Verdianos poderia fazer para vos ajudar a

ultrapassar esses problemas?

- A AECVC junto com o Gabinete de Apoio ao Estudante da Comunidade de Países de

Língua Portuguesa, da Divisão de Relações Internacionais, Imagem e Comunicação da

Universidade de Coimbra, reuniram no sentido de procurar soluções para melhorar o

acompanhamento dos alunos dos países de língua portuguesa, à semelhança do apoio que

é dado aos alunos ao abrigo do Programa Erasmus. O referido Gabinete apenas se propôs

fazer um guia de apoio para entregar aos estudantes quando chegam;

- A AECVC encontra-se ainda empenhada em organizar um sistema de “apadrinhamento”

ou tutorado dos alunos que chegam de Cabo Verde, no sentido de colocar os alunos Cabo-

verdianos já integrados nas diferentes Faculdades ou Escolas Superiores a apoiarem os

alunos à chegada, ou mesmo antes de virem para Portugal. Referiram exemplos de uma

aluna que não pode fazer exames no 1.º semestre por não saber que era necessário

inscrever-se para exame, tendo desperdiçado um semestre.

- Há cerca de 400 alunos Cabo-verdianos em Coimbra (cerca de 100 no Politécnico e 300

na Universidade)

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44

Que sugestões têm a dar para futuras iniciativas neste género?

No que diz respeito às temáticas a abordar em futuras sessões, os estudantes

consideraram importante haver sessões dinamizadas por psicólogos, que os ajudam a falar

sobre os problemas, dando novas pistas para a sua resolução. Apontaram como temáticas

de interesse: “Saudades de casa”; “Sessões de estudo em grupo com apoio dos alunos

mais velhos”.

Quanto à duração de futuras sessões consideraram que cerca de 3h seria a duração mais

adequada. Em termos da altura mais favorável no ano académico para a realização das

sessões apontaram os meses de Outubro ou Novembro (antes dos exames),

preferencialmente tendo lugar à sexta-feira ou ao fim-de-semana.

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45

6. Programa de Desenvolvimento de Competências

Pessoais, Sociais e Académicas

O Programa de Desenvolvimento de Competências Pessoais, Sociais e Académicas foi

implementado com vista a ajudar os estudantes a serem bem sucedidos na vida académica pela

promoção de competências transversais – intrapessoais (gestão do potencial e optimização dos

recursos internos), interpessoais (estabelecimento de relações com os outros, comunicando como

pessoa autêntica), e académicas (capacidade de pôr em prática os conhecimentos,

comportamentos, capacidades e atitudes).

Especificamente, os conteúdos abordados visaram permitir ao estudante do Ensino

Superior:

- Construir um autoconhecimento positivo de si próprio;

- Desenvolver formas de empowerment;

- Conhecer e treinar formas de comunicação eficazes e assertivas;

- Identificar sistemas de apoio e suporte social informal;

- Trabalhar em equipa, criativamente e orientado para objectivos;

- Desenvolver uma personalidade resiliente.

Este programa foi inicialmente concebido no âmbito da investigação de doutoramento do

Prof. Doutor Jacinto Jardim, da Universidade de Aveiro, sob a orientação científica da Prof.

Doutora Anabela Sousa Pereira, docente da Universidade de Aveiro e coordenadora científica do

Gabinete de Aconselhamento Psicopedagógico dos Serviços de Acção Social da Universidade de

Coimbra (GAP-SASUC), este programa foi dinamizado por este investigador, convidado a

colaborar com o GAP-SASUC na orientação das sessões de formação.

O programa compreendeu 10 sessões, interligadas e complementares, aplicadas em

sessões presenciais e de autoformação, de 2h cada, correspondentes às competências

trabalhadas: Auto-conhecimento; Auto-estima; Auto-realização; Empatia; Assertividade; Suporte

Social; Criatividade; Cooperação; Liderança e Resiliência. Na primeira sessão presencial foi ainda

realizada a apresentação dos objectivos do programa, e na última sessão presencial foi realizada

a avaliação.

Por se tratar de um programa de formação estruturado de forma global para se atingirem

os objectivos propostos, a sua implementação e a eficácia dos resultados implicaram um

compromisso de participação activa dos membros em todas as sessões, operacionalizado pela

assinatura de um contrato de participação. Foi ainda disponibilizado um manual de formação a

todos os participantes, com conteúdos de nível teórico e prático, onde estes puderam realizar as

tarefas e os exercícios propostos. Os conteúdos deste manual foram ainda adaptados para edição

em CD. Foi atribuído um certificado de participação a todos aqueles que cumpriram o

compromisso assumido.

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46

Para a avaliação deste programa recorreu-se a metodologias quantitativas, através da

aplicação de 3 questionários:

- Questionário de Avaliação Geral das sessões de formação e dos formadores

(modelo disponibilizado pela coordenação do projecto “Plano de Apoio à Transição

do Ensino Secundário para o Ensino Superior – Melhor Adaptação, Mais Resiliência,

Mais Sucesso”);

- Questionário de Competências Intrapessoais, Interpessoais e Profissionais – QCIIP

(Jardim & Pereira, 2005) – aplicado antes e após a realização do programa, ao grupo

de participantes e a um grupo de controlo;

- Questionário para a Avaliação Global do Programa (Jardim & Pereira, 2005).

Para o tratamento estatístico dos dados recolhidos recorreu-se ao programa SPSS.

OPERACIONALIZAÇÃO DO PROGRAMA

Divulgação

O programa de Desenvolvimento de Competências Pessoais, Sociais e Académicas foi

agendado para o período de 12 de Fevereiro a 12 de Março de 2008, sendo as sessões

calendarizadas da seguinte forma:

Presencial Autoformação

Auto-conhecimento - 12 Fevereiro Auto-estima - 13 Fevereiro

Auto-realização - 19 Fevereiro Empatia - 20 Fevereiro

Assertividade - 26 Fevereiro Suporte Social - 27 Fevereiro

Criatividade - 4 Março Cooperação - 5 Março

Liderança - 11 Março Resiliência - 12 Março

À semelhança dos outros programas de intervenção, procedeu-se a uma divulgação

massiva do Programa, através de cartazes e panfletos, via email e com reuniões com grupos alvo,

nomeadamente alunos alojados nas residências dos SASUC. A informação remetida visou as oito

Faculdades da Universidade de Coimbra, as Residências Universitárias dos SASUC, as Cantinas,

os Fóruns de Atendimento aos estudantes dos SASUC, a sede dos SASUC e os Serviços Médico-

Universitários. Foram ainda realizados contactos de divulgação junto da Associação Académica de

Coimbra, Núcleos de estudantes dos vários cursos da UC e Gabinete de Apoio ao Estudante da

FPCE-UC. Através de email, foi ainda enviada informação para a lista de contactos dos alunos do

1.º ano alojados nas residências dos SASUC, lista all-users do Gabinete de Comunicação e

Imagem da Reitoria da Universidade de Coimbra e lista de alunos do 1.º ano do GAT da

Universidade de Coimbra.

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47

Inscrições

Recebemos um total de 26 inscrições (M=7; F=19), de alunos com idades compreendidas

entre os 18 e os 47 anos (M=24; DP= 6.19). Os alunos inscritos pertenciam a 7 das 8 faculdades

da Universidade de Coimbra, sendo as mais representadas, por ordem decrescente, as Ciências e

Tecnologia; Psicologia e Ciências da Educação; Direito; Farmácia; Letras; Medicina e Economia.

Frequentavam, na sua maioria, o 1.º e 2.º anos das respectivas licenciaturas, e apenas 8 se

encontravam alojados nas residências dos SASUC.

Caracterização dos Participantes

Das inscrições recebidas apenas 16 alunos participaram, tendo-se juntado a estes mais 11

alunos que não se haviam inscrito, perfazendo um total de 27 participantes (M=7; F=20), com

idades compreendidas entre os 18 e os 36 anos (M= 22,15; DP= 4,56). Estes foram divididos em 2

grupos: o Grupo A constituído por 13 alunos (M=3; F=10), e o Grupo B, constituído por 14 (M=4;

F=10).

Em termos de distribuição do total dos participantes por Faculdades, apenas 5 estavam

representadas (Gráfico 22), constituindo os alunos do 1.º e do 2.º ano a maioria dos participantes

do PDCPSA, salientando-se o nível de interesse que este programa possa ter para alunos em fase

de transição.

0 2 4 6 8 10

Letras

Direito

Ciências e Tecnologia

Farmácia

Psicologia e C. Educação

Gráfico 22 – Distribuição dos participantes do PDCPSA por Faculdade

Verifica-se, assim, que, à semelhança do que aconteceu no programa de Gestão de

Controlo do Stresse no Ensino Superior, as faculdades de Ciências e Tecnologia e de Psicologia e

Ciências da Educação eram as mais representadas. Quanto à distribuição dos participantes por

ano curricular que frequentavam, verifica-se uma representação de todos os anos (Gráfico 23).

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48

3.º ano4%

4.º ano27%

5.º ano8%

1.º ano34%

2.º ano27%

Gráfico 23 – Distribuição dos participantes do PDCPSA por Ano Curricular

Neste programa, os alunos que frequentavam os 1.º. 2.º e 4.º ano do curso foram os que

mais aderiram a esta formação.

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA

Avaliação Geral da Formação e do Formador

Para a avaliação geral da formação foi utilizado um modelo de questionário facultado pela

coordenação do projecto “Plano de Apoio à Transição”, através do qual é possível obter o

feedback dos participantes em 3 dimensões principais:

- Avaliação global;

- Objectivos, Organização e Coordenação;

- Avaliação dos formadores.

A avaliação global do formador foi superior à da formação, embora os dois valores se

situem entre o Bom e o Muito Bom (M=4,7 e M=4,2, respectivamente).

No que respeita à avaliação de objectivos, organização e coordenação, foi solicitada a

opinião dos participantes relativamente a 11 afirmações sobre o programa de formação, traduzível

numa escala de 1 a 5, em que 1 correspondia a “Nada de acordo” e 5 a “Totalmente de acordo”.

Das afirmações com as quais os participantes referiram estar mais de acordo, salientamos, por

ordem decrescente: “A acção foi de fácil compreensão”; “O relacionamento entre participantes foi

bom” e “Os equipamentos disponíveis para a realização da acção foram adequados” (Gráfico 24).

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49

4,253,95

3,754,25

3,93,6

4,454,06

44,15

3,2

1 2 3 4 5

DivulgaçãoSelecção dos formandos

Objectivos foram alçançadosInteresses, expectativas e necessidades

Acção de fácil compreensãoDuração da acção

Condições físicas do localEquipamentos

Horário de realizaçãoN.º de participantes

Bom relacionamento entre participantes

Gráfico 24 – Avaliação dos Objectivos, organização e coordenação do PDCPSA

Relativamente à avaliação dos formadores, foram colocadas 20 questões para avaliar a

opinião dos participantes, através de uma escala em que 1 correspondia a Nunca, 2 a Raramente,

3 a Algumas vezes, 4 a Frequentemente e 5 a Sempre (Tabela 10).

Itens avaliados Média DesvioPadrão

1. Demonstra bons conhecimentos teóricos 4.75 .7162. Demonstra bons conhecimentos práticos, referindo exemplos gerais eda sua experiência pessoal 4.45 .605

3. Apresenta documentos, resumos e esquemas de fácil compreensão 4.50 .7614. Relaciona os temas abordados com a execução de tarefas no trabalho 4.55 .6055. Demonstra uma adequada preparação das sessões 4.80 .5236. Apresenta claramente, no início de cada sessão, os objectivos damesma e verifica se foram alcançados 4.55 .686

7. Entrega informação escrita de apoio às sessões 4.75 .5508. Resume os conteúdos no final das sessões 4.50 .8279. Procura apresentar os conteúdos de várias formas para que todospercebam 4.45 .887

10. Verifica se todos os participantes compreenderam 4.40 .82111. Promove e aceita sugestões dos participantes 4.70 .73312. Incentiva a participação de todos 4.70 .65713. Presta atenção aos participantes que apresentam mais dificuldades 4.45 .68614. Responde às dúvidas ou questões que lhe são colocadas 4.65 .81315. Utiliza uma linguagem de fácil compreensão 4.80 .41016. Utiliza metodologias de formação adequadas aos objectivos 4.65 .48917. Chega pontualmente e não sai apressado no final 4.85 .36618. É acessível 4.80 .52319. Permite que os participantes o avaliem 4.70 .47020. Faz provas de avaliação adequadas aos conteúdos abordados 4.60 .503

Tabela 10 – Resultados da avaliação dos Formadores

Os valores médios de todos os itens foram classificados entre o 4 e o 5, sendo os mais

elevados atingidos em itens como a pontualidade, a preparação, a utilização de linguagem de fácil

compreensão e a acessibilidade.

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Avaliação do Desenvolvimento de Competências (QCIIP)

Para a avaliação do desenvolvimento de competências recorreu-se à aplicação do

“Questionário de Competências Intrapessoais, Interpessoais e Profissionais” (Jardim & Pereira,

2005), ao grupo de participantes e a um grupo de controlo, antes e depois da formação. Através

deste instrumento pretendia-se averiguar as percepções dos estudantes face às competências

Cooperação, Auto-realização, Auto-estima, Suporte social, Assertividade e Empatia, para as quais

eram apresentadas algumas afirmações que os estudantes conotavam recorrendo a uma escala

de tipo Likert, de 1 a 5, em que 1 correspondia a “Nunca”; 2 a “Raramente”; 3 a “Algumas vezes”;

4 a “Quase sempre”; e 5 a “Sempre”.

Quanto às mudanças em termos da avaliação das competências verificadas no grupo de

participantes, antes e depois da formação, identificam-se progressos consideráveis no

desenvolvimento das competências a nível global (Gráfico 25).

1

2

3

4

5

Cooper

ação

Auto-re

alizaçã

o

Auto-e

stima

Suporte

Social

Asserti

vidade

Empat

ia

AntesDepois

Gráfico 25 – Avaliação das Competências dos Participantes antes e depois da Formação

Estas alterações constituem diferenças estatisticamente significativas nas competências

de “Cooperação” (t=-4.03; gl= 8; p= .004); “Auto-estima” (t= -3.49; gl= 8; p= .008); “Suporte Social”

(t= -3.25; gl= 8; p= .012) e “Assertividade” (t= -3.44; gl= 8; p= .009)-

Estes dados, embora bastante satisfatórios, não permitem, contudo, tirar ilações a respeito

da atribuição a este programa de formação do desenvolvimento verificado ao nível das

competências no grupo de participantes. Nesse sentido, a comparação com um grupo de controlo,

não sujeito à referida formação, permitiu fazer uma análise mais consistente sobre as implicações

desta formação no desenvolvimento de competências observado no grupo de participantes (grupo

experimental).

Avaliação de Competências: comparação entre grupo experimental e grupo de controlo

O grupo de controlo foi constituído por 23 alunos (M=10; F= 13), com idades

compreendidas entre os 18 e os 30 anos (M=21,13; DP=2,9). Estes alunos preencheram o referido

questionário por intermédio dos participantes, aos quais foi facultado um questionário extra para

entregarem a um amigo que estivesse a frequentar o Ensino Superior Público em Coimbra. Assim,

os alunos que constituíram o grupo de controlo pertenciam, por ordem decrescente, às

Faculdades de Ciências e Tecnologia, Letras, Direito, Medicina, Economia, Psicologia e Ciências

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51

da Educação, Farmácia, havendo ainda dois alunos a estudar no Ensino Superior Politécnico.

Tratava-se de alunos a estudar principalmente no 1.º e 3.º anos curriculares das respectivas

licenciaturas.

Da comparação entre o grupo de participantes e o grupo de controlo depois da formação,

verifica-se que o grupo de participantes apresenta valores médios mais elevados que os do grupo

de controlo (Gráfico 26).

1

2

3

4

5

Cooper

ação

Auto-re

alizaçã

o

Auto-e

stima

Suporte

Social

Asserti

vidade

Empat

ia

Grupo ExperimentalGrupo de Controlo

Gráfico 26 – Avaliação das Competências dos Participantes e do Grupo de Controlo depois da Formação

Pode-se, assim, inferir que a participação no Programa de Desenvolvimento de

Competências Pessoais, Sociais e Académicas poderá ter contribuído para o desenvolvimento

que se observou nas competências do grupo de participantes. Contudo, tais resultados deverão

ser lidos com alguma precaução pois não foram controladas as variáveis parasitas.

Avaliação Global do Programa

A avaliação global do programa foi realizada com recurso a aplicação do “Questionário

para a Avaliação Global do Programa” (Jardim & Pereira, 2005), no final da formação, ao grupo de

alunos participantes. Com este instrumento pretendia-se que os estudantes que participaram no

Programa de Desenvolvimento de Competências Pessoais, Sociais e Académicas avaliassem o

Programa, os conhecimentos, as actividades, a participação, o relacionamento, o orientador, a

equipa de apoio, as instalações e a percepção do desenvolvimento das competências, pela

classificação dos diferentes itens com recurso a uma escala de tipo Likert, de 1 a 5, em que 1

corresponde a “Mau”, 2 a “Fraco”, 3 a “Razoável”, 4 a “Bom”, e 5 a “Muito bom”.

Em termos da avaliação do Programa, os alunos classificaram todos os itens com valores

positivos, considerando como “muito bom” a aplicação deste programa a estudantes do ensino

secundário (M=4,58) e a estudantes universitários (M=4,5), o que poderá sugerir a relevância

desta formação para o período de transição do ensino secundário para o ensino superior. A

avaliação geral do programa de formação é classificada com “Bom” (M=4,42), à semelhança das

classificações dos restantes itens considerados para a avaliação do programa. Apenas o item

referente à duração do programa obteve uma classificação de “Razoável” (M=3,33). Esta

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52

classificação é reforçada no espaço reservado às “Observações / Sugestões / Críticas” do

instrumento aplicado, em alguns comentários de alunos, que se transcrevem:

“O programa de desenvolvimento de competências pessoais, sociais e académicas, sob a

direcção e coordenação da presente equipa que o representa, deveria constituir uma

unidade curricular consubstanciada no plano disciplinar de todas as disciplinas, por um

período nunca inferior a um semestre, ao qual corresponderia a adequada creditação.

Serviria, portanto, como uma base sólida complementar à licenciatura, quer num melhor

desempenho pessoal, social académico, bem como na formação cívica dos cidadãos que

vão integrar o contexto profissional” (Aluno/a 3);

“O curso deveria ter uma maior duração para aprofundar e desenvolver cada competência,

dando maior relevância e utilizando maior parte do tempo em mais jogos de grupo, não de

grupos pequenos, mas de todo o grupo. Também se deveria incentivar todas as pessoas a

falar e a participar nas sessões” (Aluno/a 8).

Ao nível da avaliação dos conhecimentos teóricos transmitidos, a classificação é

igualmente de “Bom” (M= 4,33).

Por sua vez, as actividades desenvolvidas neste programa foram classificadas com “Bom”,

destacando os alunos participantes as dinâmicas de grupo realizadas nas sessões presenciais

(M= 4,25).

A participação e o relacionamento foram igualmente avaliados com valores entre o

“Razoável” e o “Bom”.

A competência técnica e o relacionamento do orientador com os participantes foram

avaliados como “Muito Bom” (M= 4,75), classificação semelhante à atribuída à equipa de apoio ao

programa (M= 4,83).

Foi ainda avaliada a percepção do desenvolvimento das competências, na sua

globalidade, no início e final do programa (Gráfico 27).

3,674

3,67

4,17

3,58

4,08

1

2

3

4

5

CompetênciasPessoais

CompetênciasSociais

CompetênciasAcadémicas

InícioFinal

Gráfico 27 – Avaliação da Percepção do Desenvolvimento de Competências no início e final do Programa.

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53

Da análise dos resultados apurados, verifica-se que os alunos consideraram que houve

uma evolução do “Razoável” para o “Bom”, nas competências pessoais, sociais e académicas.

Os resultados da avaliação desta formação revelam-se, desta forma, bastante gratificantes

para a equipa técnica do GAP-SASUC. De facto, à semelhança das edições anteriores deste

programa de formação, os alunos participantes avaliam de forma bastante positiva, tanto a

formação em si, como o formador, e o seu próprio desempenho através da auto-avaliação,

situação que reflecte o bom ambiente da participação e o interesse manifestado por estes

estudantes nas sessões presenciais deste programa. Identificam-se igualmente bons resultados

ao nível do desenvolvimento das competências trabalhadas, constatando-se a pertinência desta

formação, não só no apoio à transição, como também ao longo do percurso académico.

Page 55: Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra ...€¦ · Ana Patrícia Pereira, da equipa coordenadora do projecto), e do Programa de Desenvolvimento de Competências Pessoais,

54

7. Avaliação Institucional dos Programas

Com o objectivo de se realizar um acompanhamento progressivo das actividades

desenvolvidas pelo GAP-SASUC no âmbito da Linha 2 do projecto “Plano de Apoio à Transição”

com vista a corrigir ou adaptar eventuais situações ou problemas que fossem surgindo

decorrentes da implementação dos programas de intervenção, foram realizadas reuniões, com

uma periodicidade tendencialmente mensal, envolvendo toda a equipa técnica deste gabinete.

Além dessas reuniões, foram ainda contemplados dois momentos, em que se procedeu à

avaliação e balanço retrospectivo dos trabalhos realizados, fomentando-se a reflexão crítica sobre

as práticas e a indicações de sugestões para futuro.

A primeira reunião de avaliação institucional teve lugar no dia 15 de Maio de 2008, altura

em que já estavam disponíveis os primeiros resultados da avaliação resultante da implementação

das primeiras edições dos três programas de formação. Nesta reunião debateram-se,

fundamentalmente, as questões das desistências (manifestadas pela análise entre o número de

inscritos e o número de participantes nos programas), bem como a fraca adesão dos alunos do

primeiro ano a estas iniciativas de formação, situação preocupante na medida em que as referidas

formações estavam a ser promovidas no âmbito de um projecto que visava apoiar os alunos em

fase de transição do ensino secundário para o ensino superior. De entre as explicações

avançadas para estas questões, salientou-se o facto de a implementação do modelo de Bolonha

no Ensino Superior estar a sobrecarregar os alunos em termos de trabalhos e carga horária,

limitando o tempo disponível dos estudantes para participarem em actividades extracurriculares. A

par desta reflexão, salientou-se que, provavelmente, os estudantes do primeiro ano não sentem

necessidade de frequentar estes programas pelo facto de ainda estarem a vivenciar o sucesso de

ter entrado no Ensino Superior e ainda não terem sido submetidos a avaliação.

A reunião final de avaliação institucional, por sua vez, teve lugar no dia 11 de Julho de

2008. Como suporte à discussão foi elaborado um guião a partir dos resultados identificados na

avaliação formal das actividades, dos quais se destacavam: a fraca adesão dos alunos do primeiro

ano às iniciativas de formação promovidas no âmbito desta linha de acção; o fenómeno das

desistências; os resultados da aplicação de instrumentos para avaliar o stresse e ansiedade em

contexto do Ensino Superior; as formações dirigidas a alunos cabo-verdianos e a avaliação global

desta colaboração do GAP-SASUC com o projecto.

Em relação à fraca adesão dos alunos do 1.º ano às formações, considera-se que essa

situação se deve ao facto de esses alunos, no primeiro semestre, ainda não terem os retornos de

avaliações no Ensino Superior. Ainda estão numa fase de encantamento e entusiasmo com a

entrada na Universidade, a descoberta e a adaptação à nova cidade, amigos, aulas,… A

percepção da equipa técnica do GAP-SASUC, baseada na sua experiência, quer a nível das

Consultas de Psicologia, quer a nível do Projecto de Apoio a Alunos por Alunos, indica que é

apenas no segundo semestre que a maior parte dos problemas emana, pelo facto de os alunos já

terem feedback da avaliação.

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Como proposta para próximas actividades sugeriu-se que no primeiro semestre as

actividades se devam centrar em sessões informativas presenciais (intervenção de prevenção), e

que no segundo semestre sejam facultados programas mais específicos para a mudança de

comportamentos (intervenção remediativa). Considerou-se igualmente pertinente que o público-

alvo do “Plano de Apoio à Transição” fosse mais diversificado, incluindo outros alunos que não

apenas os da fase de transição por termos sido confrontados com situações mais problemáticas,

identificadas a alunos de outros anos.

Relativamente ao elevado número de desistências para as quais os alunos apresentaram

essencialmente motivos de natureza pessoal, considerou-se importante arranjar estratégias de

responsabilização dos alunos. Assim, sugeriu-se implementar em próximas actividades o

pagamento de um valor simbólico (caução) no momento da inscrição, para salvaguardar despesas

assumidas com materiais. Foi ainda referida a necessidade de ser efectuada a mobilização para a

participação nestas actividades com maior antecedência.

Os resultados identificados ao nível dos factores indutores de stresse e níveis de

ansiedade apontam no sentido de um maior autoconhecimento dos alunos relativamente às suas

próprias fragilidades individuais. Considerou-se que esta consciencialização é positiva na óptica

do autoconhecimento, tendo sido, nas formações, transmitida informação sobre estratégias de

coping que visam facultar “armas para os estudantes se defenderem” e melhor lidarem com as

adversidades na vida académica.

Quanto ao facto de a formação com os estudantes cabo-verdianos ter tido pouca adesão,

considerou-se que, pelo facto de esta formação ter sido solicitada pela Direcção da Associação de

Estudantes Cabo-Verdianos de Coimbra, podia não reflectir as reais necessidades sentidas pelos

alunos desta nacionalidade. Quanto às sugestões de intervenção debatidas no Focus Group com

estes alunos, considerou-se que, no que se refere à sugestão de obterem um acompanhamento à

semelhança do que é efectuado com os alunos ao abrigo do programa Erasmus, parece ser uma

sugestão adequada, no entanto, particularmente a experiência das assistentes sociais do GAP-

SASUC aludiu ao facto de estes alunos não terem participado nas iniciativas promovidas pela

Reitoria, apenas recorrendo aos serviços quando têm necessidade de apoio financeiro, esperando

obter respostas imediatas. Por seu lado, a sugestão de se implementar o apoio dos pares no

processo de transição, foi para este serviço muito gratificante, na medida em que faz parte do

modelo de acção do GAP-SASUC. Concordou-se, assim, que qualquer pedido de apoio nesta

área seria naturalmente facultado pela equipa técnica deste Gabinete.

No geral, a colaboração do GAP-SASUC neste projecto, embora exigindo recursos e

sobrecarga de trabalho de todos os elementos, foi avaliada de forma positiva, tendo motivado à

reflexão sobre as práticas de apoio e aconselhamento no Ensino Superior. Considerou-se, no

entanto, que devia haver uma maior interligação entre as várias linhas de acção do projecto, bem

como reuniões de grupo interdisciplinares e globais.

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8. Publicações e Participação em Congressos

Com vista a promover a divulgação científica e debate referente às estratégias adoptadas

ao nível das intervenções especificamente estruturadas para ir de encontro aos objectivos do

Projecto "Plano de Apoio à Transição do Ensino Secundário para o Ensino Superior – Melhor

Adaptação; Mais Resiliência; Mais Sucesso" (POCI/C/04.01.02/0143/0001/2006), foram ainda

fomentadas actividades de produção científica de artigos, bem como a participação em

Congressos.

Publicações em CD-Rom

Pereira, A.M.S.; Motta, E.; Pinto, C.; Bernardino, O.; Melo, A.; Ferreira, J.; Rodrigues, M.J.;

Pereira, P.; Jardim, J. & Vaz, L. (2008). Programa de Gestão e Controlo do Stresse. Manual da

Formação. In Plano de Apoio à Transição – Programas de Intervenção. Coimbra: Universidade de

Coimbra.

Pereira, A.M.S.; Motta, E.; Pinto, C.; Bernardino, O.; Melo, A.; Ferreira, J.; Rodrigues, M.J.;

Pereira, P.; Jardim, J. & Vaz, L. (2008). Programa de Métodos de Estudo. Manual da Formação. In

Plano de Apoio à Transição – Programas de Intervenção. Coimbra: Universidade de Coimbra.

Jardim, J. & Pereira, A.M.S. (2008). Programa de Desenvolvimento de Competências Sociais,

Pessoais e Académicas. Manual da Formação. In Plano de Apoio à Transição – Programas de

Intervenção. Coimbra: Universidade de Coimbra.

Outras Publicações

Pereira, A.M.S.; Gomes, R.; Francisco, C.; Jardim, J.; Motta, E.; Pinto, C.; Bernardino, O.; Melo,

A.; Ferreira, J.; Rodrigues, M.J. & Pereira, P. (2008). Desenvolvimento de competências pessoais

e sociais como estratégia de Apoio à Transição no Ensino Superior. In INFAD Revista de

Psicologia, n.º 1, pp. 419-426 (ISSN: 0214-9877)

Participação em Congressos

Desenvolvimento de competências pessoais e sociais como estratégia de Apoio à Transição no

Ensino Superior. Comunicação apresentada no XV Congresso Internacional INFAD – Psicologia e

Relações Interpessoais no ciclo de vida, que teve lugar nos dias 4 a 5 de Abril de 2008, na

Universidade de Évora.

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Considerações Finais

No âmbito da Linha de Acção 2 do projecto “Plano de Apoio à Transição” definiram-se os

seguintes objectivos: incidir na formação e intervenção junto dos estudantes que beneficiam de

apoio financeiro ou que recorrem aos Serviços de Acção Social; promover o acesso destes alunos

a um conjunto de iniciativas que visam reforçar competências essenciais ao seu desempenho

académico em diferentes áreas; e reforçar a consulta de Psicologia nos Serviços de Acção Social

(GAP-SASUC), direccionada, sobretudo, para estudantes em transição ou com insucesso

repetido.

O presente relatório pretendeu dar conta das actividades realizadas com vista a alcançar

os objectivos definidos, tendo-se destacado, numa primeira fase, a construção de materiais psico-

didácticos de apoio aos programas de intervenção; seguida da aplicação dos referidos programas

a par do apoio individual aos alunos, com dificuldades escolares ou problemas decorrentes do

processo de transição, através do reforço da Consulta de Psicologia aos alunos do primeiro ano;

e, numa fase final, a análise e discussão dos resultados da avaliação específica destes

programas, e da avaliação global da colaboração do GAP-SASUC com o “Plano de Apoio à

Intervenção”, na dinamização desta linha de acção.

As principais dificuldades que se levantaram à concretização dos objectivos relacionaram-

se, essencialmente, com a fraca adesão dos alunos do primeiro ano às formações

disponibilizadas. De facto, constatou-se que estes alunos, principalmente no primeiro semestre,

ainda não estão consciencializados para as dificuldades académicas que terão de enfrentar no

novo nível de ensino, ou mesmo para os problemas de natureza pessoal e desenvolvimental, os

quais têm sido apontados e identificados como interferindo no sucesso académico dos alunos em

fase de transição. Esta situação foi interpretada tendo em consideração as percepções de sucesso

que os alunos recém-chegados ao Ensino Superior detêm, decorrente da conclusão bem sucedida

da etapa anterior e da concretização do objectivo de terem entrado na Universidade. Nesse

sentido, a fase de euforia que caracteriza a chegada destes alunos ao Ensino Superior não se

compatibiliza com a percepção das dificuldades que irão encontrar que, em alguns casos, apenas

se faz sentir após as primeiras avaliações.

Por outro lado, face aos níveis elevados de participação em actividades anteriormente

implementadas por este Gabinete, cuja acção conta com nove anos de experiência de apoio e

aconselhamento psicopedagógico aos alunos, os resultados dos modestos níveis de participação

identificados nestes programas de intervenção implementados no âmbito da Linha 2 do “Plano de

Apoio à Transição” suscitaram ainda algumas reflexões no sentido de se interpretarem estas

alterações.

Com base na análise dos motivos das desistências, bem como nos retornos que alguns

alunos nos fizeram chegar, quer em contexto de formação, quer decorrente dos contactos

regulares que se estabelecem no âmbito do normal funcionamento destes Serviços, constatamos

uma situação emergente que se prende com as crescentes limitações às disponibilidades dos

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alunos, quer pela sobrecarga horária em termos lectivos, quer pela proliferação de trabalhos

académicos no âmbito da avaliação de natureza contínua recentemente adoptada. Estas

percepções levaram-nos a inferir dos impactos negativos que a recente reforma do Ensino

Superior para fazer face aos objectivos do que ficou conhecido como Processo de Bolonha

provocou na disponibilidade dos alunos para frequentarem actividades extracurriculares.

Apesar destas limitações, os resultados da avaliação dos programas revelaram-se

bastante gratificantes, tendo os alunos participantes manifestado interesse e motivação pelas

temáticas abordadas, confirmando a sua utilidade e mais-valia para os seus desempenhos

académicos.

A produção de conteúdos psico-didácticos foi igualmente um desafio cujos resultados

práticos, ao nível dos materiais de apoio disponibilizados aos participantes das formações, se

revelaram extremamente importantes para a eficácia da componente auto-formativa dos

programas. Pese embora as dificuldades que foram surgindo durante o processo de publicação

destes materiais em formato de CD-Rom, que originou um atraso na conclusão desses materiais

com implicações na sua disponibilização aos participantes no momento da formação, foi possível,

ainda assim, contornar essa limitação pela disponibilização dos materiais em formato de papel,

constituindo os CDs produzidos uma ferramenta útil para intervenções futuras.

Face aos resultados atingidos com a avaliação das actividades desenvolvidas e

posteriores reflexões sobre as práticas de apoio a alunos em fase de transição pela promoção do

desenvolvimento de competências pessoais e sociais dos estudantes, foram ainda consideradas

algumas sugestões para intervenções futuras. Nesse sentido, julgamos que será mais pertinente

considerar o apoio à transição em duas fases, sendo que inicialmente (durante o primeiro

semestre, por exemplo) deverão ser promovidas intervenções de prevenção, através de sessões

informativas presenciais, ou disponibilização de material didáctico, que possam contribuir para a

sensibilização dos alunos recém-chegados para os problemas que poderão surgir neste nível de

ensino, bem como para o apoio que é disponibilizado pelas Instituições de Ensino Superior ao qual

podem recorrer. A disponibilização de programas de formação para a mudança de

comportamentos fará mais sentido, então, numa segunda fase da intervenção, podendo vir a

constituir-se também como uma intervenção remediativa.

Considera-se igualmente pertinente a diversificação do público-alvo do “Plano de Apoio à

Transição”, no sentido de incluir outros alunos com insucesso escolar decorrente da utilização de

estratégias inadequadas na fase de transição.

Ao nível da organização do projecto, constatou-se que deveria existir uma maior

interligação das várias linhas de acção do “Plano de Apoio à Transição”, bem como reuniões de

grupo interdisciplinares e globais, onde fosse possível realizar balanços intercalares e orientar as

intervenções de forma mais articulada e conjunta.

No geral, considerou-se que a colaboração do GAP-SASUC neste projecto foi bastante

positiva e gratificante, tendo motivado à reflexão sobre as práticas e teorias de apoio psicológico e

aconselhamento social no Ensino Superior, com potenciais benefícios para o aperfeiçoamento da

missão dos Serviços de Acção Social, visando a promoção do sucesso académico.