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1 Nº 1 – GP SP – JUL06 S S S I I I M, F M, F M, F M, F M, F I I I Z Z Z E E E MOS E MOS E MOS E MOS E MOS E ST ST ST ST ST A C A C A C A C A C AP AP AP AP AP A SÓ P A SÓ P A SÓ P A SÓ P A SÓ P AR AR AR AR AR A C A C A C A C A C HAMAR S HAMAR S HAMAR S HAMAR S HAMAR S UA A UA A UA A UA A UA A TE TE TE TE TE NÇÃO. NÇÃO. NÇÃO. NÇÃO. NÇÃO. mas aqui dentro tem muit mas aqui dentro tem muit mas aqui dentro tem muit mas aqui dentro tem muit mas aqui dentro tem muit o aut o aut o aut o aut o aut omobilismo, acredite! omobilismo, acredite! omobilismo, acredite! omobilismo, acredite! omobilismo, acredite!

SIM, FIZEMOS ESTA CAPA SÓ PARA CHAMAR SUA ATENÇÃO. · Como a bondade da raça hu-mana tem limites, houve rivalida- ... nhou seu Opala Stock Car na última fila. Transmissão no

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Nº 1 – GP SP – JUL06

SSSSS IIIIIM, FM, FM, FM, FM, FIIIIIZZZZZEEEEEMOS EMOS EMOS EMOS EMOS ES TS TS TS TS TA CA CA CA CA CA PA PA PA PA PA SÓ PA SÓ PA SÓ PA SÓ PA SÓ PA RA RA RA RA RA CA CA CA CA CHAMAR SHAMAR SHAMAR SHAMAR SHAMAR SUA AUA AUA AUA AUA AT ET ET ET ET ENÇÃO.NÇÃO.NÇÃO.NÇÃO.NÇÃO.

mas aqui dentro tem muitmas aqui dentro tem muitmas aqui dentro tem muitmas aqui dentro tem muitmas aqui dentro tem muito auto auto auto auto automobilismo, acredite!omobilismo, acredite!omobilismo, acredite!omobilismo, acredite!omobilismo, acredite!

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Ficha Técnica:

Chefe de equipeRodrigo França

PilotosRodrigo FrançaTiago Mendonça

Test DriverLuiz Alberto Pandini

ProjetistaLuiz Vicente Miranda Apa

MecânicosCarsten HorstLuca BassaniSérgio SandersonVinícius Nunes

EngenheirosGráficos Burti

[email protected]

ategoria top do automobilis-mo nacional. Fórmula 1 bra-

sileira. Durante seus 27 anos deexistência, a Stock Car teve diversasreferências elogiosas. Mas fatosbizarros e de baixaria pura tambémfizeram parte da história.

Nos primeiros anos, a Stock tevecorridas empolgantes, espetáculosde pilotagem, folclore e até mani-festações de amizade e camarada-gem. Como a bondade da raça hu-mana tem limites, houve rivalida-des exacerbadas, tentativas de sabo-tagem, acusações de formação de“complôs” e corrida boicotada. Aimprensa repercutia e, a partir de1981, a Rede Bandeirantes passoua transmitir a categoria ao vivo. Efoi pela TV que milhares de pessoasacompanharam as confusões deuma prova realizada em Interlagosem junho de 1981.

Antônio Carlos Avallone, piloto,construtor de carros de competiçãoe de réplicas de carros esporte, or-ganizador de corridas, advogado,jornalista e ex-deputado federal(sim, ele realmente havia feito tudoisso na vida), era um dos nomesmais importantes do automobilis-mo nacional. Mas naquele domingoparecia ter acordado com o diabono corpo. Chegou a Interlagos e ali-nhou seu Opala Stock Car na últimafila. Transmissão no ar, corridaprestes a começar, um fiscal avisa-lhe que não poderia largar por...não estar inscrito. O piloto não tevedúvidas: “costurou” o grid (quase

tão grande quanto os de hoje) eatravessou o Opala na frente detodos: “Então ninguém larga!”.

Desordem, discussões, públicovaiando. Orlando Casanova, presi-dente da federação paulista, sugere:“Deixem ele correr e depois resolve-mos isso. Não podemos atrasar alargada, tem TV ao vivo...”. Avallonevolta para o fundo do grid e só entãoCasanova é informado de que ocausador do sauceiro não estavainscrito. O dirigente ordena queAvallone deixe o grid e o piloto rea-ge atravessando mais uma vezo carro na pista. Mais con-fusão, até que Avallone levao Opala aos boxes.

A corrida começa eAvallone entra na pistaquando os pilotos estãocompletando a primeiravolta. Um deles, SidneyAlves, passa a bater nocarro de Avallone, atéatirá-lo contra um guard-rail. Com o Opala dani-ficado, Avallone entra nosboxes e ouve Casanova,acompanhado por um poli-cial militar, dar-lhe voz deprisão. Avallone não se intimi-da: “Quem tem que ir preso évocê!”. O policial, aturdido, não sabea quem atender. Avallone entra emum camburão e é levado para umadelegacia. No box, o Opala é depre-dado por vândalos. Dias depois, aFederação suspende o piloto porseis meses.

A Stock Car volta para seumaior palco, Interlagos, e dágosto de ver a Stock Car emfranco crescimento e…

Ah... pára por aí!Neste editorial, nada de elogios

à categoria, aos pilotos, ao beloespetáculo etc. Isso todos nós jásabemos. Aqui a mensagem éoutra. Claro que é bom come-morar a atual fase da Stock, masfala a verdade: o negócio tambémfica sério demais às vezes, não?

Daí veio a idéia deste boletim.Sim, nós nos inspiramos em umperiódico de nome famoso lá daF-1, mas também vale lembrarque textos irônicos não sãoexatamente novidade nojornalismo automobilístico – queo digam Marcus Zamponi e acobertura da gloriosa FIAk(Federação Internacional dosAndadores de Kart). Se for puxarpela história do jornalismo bra-sileiro, então, teremos PlanetaDiário, Pasquim... bom, citarinspirações também é coisa deeditorial sisudo.

Este boletim é a forma queencontramos de trazer umaleitura interessante e agradável atodos nós que, afinal de contas,fazemos a Stock Car. E tambémpara os torcedores que estão noautódromo e apreciam nãoapenas o espetáculo da pista(estamos rezando para que nãosejam poucos).

Falaremos sobre a pista ondeserá a corrida, sobre a expectativada prova de nossa equipe, repór-teres locais falarão sobre o GP nacidade, ensaios fotográficos mos-trarão outras facetas das corridas,dicas sobre o que fazer depois doautódromo (desde que não sejamecânico da Action Power, claro).

Tudo isso em textos marcadoscom uma tênue combinação dejornalismo, ironia e, claro, res-peito (também temos que preser-var nossos empregos). Será quevamos conseguir? Bom, não custanada tentar.

Foto

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PRISÃO, DEPREDAÇÕES E CABEÇADAS

Acabou? Não: a corrida continua-va. Uma disputa pela liderançaentre Denísio Casarini (ex-moto-ciclista “convertido” à Stock Car) eWaltemir “Bolão” Spinelli (pilotofolclórico) terminou nos boxes, de-pois da corrida. “Bolão” atingiu onariz de Denísio com uma cabeça-da, violenta a ponto de a vítima

baixar no hospital.As badernas ofuscaram avitória de Reinaldo Campel-lo, cujo talento ao volanteera proporcional à capaci-dade de conseguir bonspatrocínios, promover acategoria e, também, àobsessão de fazer o regu-lamento ser cumprido àrisca, mesmo que istocausasse transtornos e in-trigas. Naquele dia, entre-tanto, Campello ficou lon-ge das polêmicas. Só não

foi um coadjuvante porque,afinal de contas, venceu a tu-

multuada corrida.

Luiz Alberto Pandini é diretor da LetraDeltaEditora e editor do site www.gptotal.com.br.

Tudo isso aconteceu em uma corrida de Stock Car disputada

em Interlagos em 1981. A confusão foi transmitida ao vivo pela

TV e noticiada nos jornais do dia seguinte.

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ntão a Stock Car corre em In-terlagos neste final de sema-

na. OK, não necessariamente umanovidade. Afinal, de 300 GPs come-morados na última etapa em Cam-po Grande, nada menos que 103 fo-ram disputados no autódromopaulistano (alguém aí chutaria onome de todos os vencedores emSão Paulo? Não vale só dizer Ingo...).

De qualquer forma, é sempreagradável correr na maior cidadedo país. Mas.. por que mesmo?Listamos alguns motivos:

1. Mais corrida do que nunca!1. Mais corrida do que nunca!1. Mais corrida do que nunca!1. Mais corrida do que nunca!1. Mais corrida do que nunca!Talvez porque a corrida aqui co-

mece antes mesmo da pista serliberada. Com as atividades inician-do tão cedo, a Stock já pensa empremiar com dois pontos extras as

equipes que conseguirem ter seusdois pilotos para o treino livre às8h na sexta-feira. Se só um chegoupontualmente, um ponto extra.

Quando foi inaugurado, em 1940,o autódromo era tão longe quantoo Rio de Janeiro. Hoje, a cidade en-goliu o entorno da pista e, ironiado destino, leva-se mais tempo parachegar e sair de Interlagos hoje doque na época em que o transportemais popular era o lombo de jegue.

2. Dinheiro! (o que mais seria?)2. Dinheiro! (o que mais seria?)2. Dinheiro! (o que mais seria?)2. Dinheiro! (o que mais seria?)2. Dinheiro! (o que mais seria?)Tudo bem, já foram mais de 100

corridas nesta pista e então não hánovidades. E claro, você ainda podeargumentar que o transito é caóticoe a hospedagem ou é a mais carado ano ou então é a mais longe datemporada (para aqueles que sãoda própria cidade). Mas afinal por-que São Paulo é especial? Dinhei-ro!!! Glamour da F-1 e proximidadecom o patrocínio. Se bem que,convenhamos, para 39 dos 40 pilo-tos, a presença do patrocinador ésó mais um constrangimento pornão ter vencido a corrida.

3. Gente saindo pelo ladrão*3. Gente saindo pelo ladrão*3. Gente saindo pelo ladrão*3. Gente saindo pelo ladrão*3. Gente saindo pelo ladrão*Quem sabe então o fanatismo da

torcida explique porque SP é espe-cial. Afinal, são mais de cinco mi-lhões de carros na rua. Isso mesmo,5.000.000 –há dez anos, era um mi-lhão, o que faz você se sentir comoa sua avó quando diz “quando euera moleque, dava pra jogar bolana Oscar Freire”. Com esta inflação,a matemática elementar nos suge-re: é absolutamente crível que pelomenos 1% desta turma goste deStock Car – e daí já temos 50 miltorcedores!

* Trocadilho classificado

Ame-a ou ame-a

Av. Paulista, segundo o Google Earth.

MASP, o maior vão livre da América Latina, dizem.

São Paulo é a cidade que nunca pára.São Paulo é a cidade que nunca pára.São Paulo é a cidade que nunca pára.São Paulo é a cidade que nunca pára.São Paulo é a cidade que nunca pára.PPPPPor isso a Stock Cor isso a Stock Cor isso a Stock Cor isso a Stock Cor isso a Stock Car aboliu em Interlagosar aboliu em Interlagosar aboliu em Interlagosar aboliu em Interlagosar aboliu em Interlagosos pitstops e adotou a largada lançada:os pitstops e adotou a largada lançada:os pitstops e adotou a largada lançada:os pitstops e adotou a largada lançada:os pitstops e adotou a largada lançada:acendeu o verde, pé embaixo!acendeu o verde, pé embaixo!acendeu o verde, pé embaixo!acendeu o verde, pé embaixo!acendeu o verde, pé embaixo!

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4. Opções variadas de transporte4. Opções variadas de transporte4. Opções variadas de transporte4. Opções variadas de transporte4. Opções variadas de transporteConvenhamos, o trânsito é o char-

me de São Paulo. Que, aliás, é acapital mundial do uso comercial demotos e a segunda emtráfego aéreo de heli-cópteros – sempre umaopção se você é um dos15 felizardos do pad-dock com esta mordo-mia. Ou seja, só nãochega cedo na pistaquem quer (SP castigaquem não tem dinhei-ro. Os mais machistasbrincam que a cidadetem sua faceta demulher interesseira).

5. Dedicação total dos pilotos5. Dedicação total dos pilotos5. Dedicação total dos pilotos5. Dedicação total dos pilotos5. Dedicação total dos pilotosao seu carroao seu carroao seu carroao seu carroao seu carro

Que outro lugar do calendário opiloto tem uma boa desculpa praficar sentado do lado do carro e nãoter que voltar pro box com aquelacara de cachorro sem dono expli-cando o porquê do acidente ouabandono? Afinal, na Curva da Jun-ção, a presença do piloto se faz ne-cessária por simples motivo: nãodeixar ninguém roubar seu carro.E olha que o rádio dos Stocks nãotem DVD e MP3 player (talvez sóno carro do Guto Negrão).

6. Tempo (no sentido climático)6. Tempo (no sentido climático)6. Tempo (no sentido climático)6. Tempo (no sentido climático)6. Tempo (no sentido climático)OK, trânsito, violência, excesso de

corridas... Mas e o clima? Outroproblema: calor infernal nas corri-

das no verão, frio e garoa chata noinverno ou simplesmente chuva –muita chuva. Quem batizou o cir-cuito (e o bairro) não foi um sujeitocriativo, basta ver o tamanho doslagos que cercam a redondeza (Gua-rapiranga e Billings). Não, o nomedo circuito não vem daqueles doislaguinhos no fim da reta Oposta esim, é verdade, já teve carro caindodentro deles.

Esta foi a última barrigada registrada noRio Tietê, antes do advento da luz elétrica,em evento coberto por Marcus Zamponi.O mergulhador jamais foi encontrado.

Vivem comparando a Stock Car com asmáquinas do filme Velozes e Furiosos. Sóque às vezes a busca para ser o Vin Dieselpassa dos limites.

Conclusão:Conclusão:Conclusão:Conclusão:Conclusão:Então, afinal, porque gostamos da

corrida de São Paulo? Bom, porquenós amamos automobilismo e, se agente quisesse monotonia, ia escre-ver sobre críquete – e morar na pa-cata Suíça.

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Esta foi a única forma de conciliar as agendas de Christian Fittipaldi e Guto Negrão para um encontro.

Os segredos de Amir Nasr estão neste laptop. Não é à toa que só ele pode acessar o Orkut nesta máquina.

Esta foto seria o trocadilho do Valdeno Brito na brita. Depois vimos que não era ele e não dava mais tempo de trocar a foto.

Thiago Camilo pagouUS$ 100 mil por uma moto só

porque ela já tinha sido pilotadapelo Schumacher. O duro foidescobrir que, na verdade,

aquela moto era a doSchumacão brasileiro.

O vendedor não foi encontradopela reportagem.

As equipes da Stock Carreclamam da falta de pneu.

Mas nós encontramos ummonte deles dando sopa nagaragem da ZF.

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Stock Car realiza neste do-mingo, em Interlagos, a sua

quarta etapa e chega assim à me-tade da primeira fase do campeo-nato. Neste ano, foi instituído pelaprimeira vez na história o sistemade playoff, inspirado na Nascarnorte-americana, e ao final da oita-va etapa, apenas os dez primeirosterão chances de brigar pelo título.

(em outras palavras, o bicho vaipegar a partir de agora)

Por isso, os próprios pilotos apon-tam que a corrida deste final desemana em São Paulo é decisiva napretensão de quem quer brigar pelataça, especialmente aqueles que,mesmo obtendo boas performancesem treinos, ainda não converterameste potencial em pontos.

(resumo da ópera: mais que nun-ca, vai ter engenheiro berrando noouvido no piloto: acelera esta joça!)

“O sistema de playoff tem tudopra deixar o campeonato aindamais emocionante no final. Mas éimportante para todos os pilotosconseguirem bons resultados aindano começo do ano para se garantirentre os dez que seguem na disputado título. Como a corrida em SPmarca a metade desta caminhadarumo ao playoff, é fundamentalcomeçar a subir na classificação, eeste é o meu objetivo neste final desemana”, comenta Luciano Burti(Petrobras-Cimed-Pakalolo-BrasilTelecom). O paulista foi um dos

destaques da pré-temporada daStock Car, colocando o novo Volks-wagen Bora como o mais rápidologo em seu primeiro teste de pista.Em Curitiba, o ex-piloto da F-1 tam-bém se destacou ao estabelecer apole position. Mas, ao final de trêsetapas, Burti não acumulou pontosno campeonato, e espera revertereste quadro em Interlagos.

(se o quadro não for revertido,oferendas a Iemanjá e outras for-mas não-automobilísticas serãofeitas para tirar a zica)

A mesma situação ocorre com seucompanheiro de equipe na Petro-bras-Action Power, Thiago Mar-ques. No ano passado, o paranaensefoi um dos destaques nos treinos

classificatórios, obtendo a impres-sionante marca de oito participa-ções entre os seis primeiros em 12provas. Em 2006, no entanto, tam-bém seguem sem pontos e esperareagir a partir de São Paulo. “Tive-mos problemas nas três corridaspassadas, mas ao invés de lamentar-mos a falta de sorte, o melhor é nosconcentrar no trabalho e transfor-mar o potencial em boa pontuação.O carro está muito bom, basta vera pole do Luciano em Curitiba e odesempenho na pré-temporada”,acredita Marques.

(segundo os pilotos, é melhor nãoreclamar do azar... ops, falta de sorte.O automobilismo, como bom espor-te europeu, é supersticioso)

STOCK CAR ENTRA NA FASE DO NÃO-PONTUOU-DANÇOU

Thiago Marques está sendo procurado pelo Ibama após ser flagrado atropelando esta zebra no Pantanal sul-matogrossense.

Luciano Burti estréia um novo capacete em Interlagos. Pena que não tem teto solar no carro para ver a novidade.

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a F-1, a liderança é de Fernan-do Alonso. E na FIAk, de Flavio

Gomes. “A comparação é inevitável,sabemos que a imprensa ama este tipode coisa. Sabemos que a concorrência(de outras categorias) está au-mentando e vamos lutar para conti-nuar sendo o maior espetáculo domundo das corridas”, declarou um mo-desto Rodrigo Ecclestone na noite des-ta última sexta-feira, durante a disputada segunda etapa da Federação dosAndadores de Kart, comandada pelosobrinho-neto bastardo do todo-po-deroso da F-1.

Tanta empolgação se explica. Ocampeonato dos jornalistas fechoupatrocínio com a Cimed, quinta maiorfabricante de medicamentos do paíse patrocinadora da equipe Petrobras-Action Power na Stock Car. E, parabrindar a chegada de novos investido-res, nada como velhos vencedores.

Em uma das provas mais disputadasde toda a história da categoria, com orecorde de sete pilotos se revezandona liderança, Flavio Gomes (DKW-Grande Prêmio) venceu depois de trêsanos de lamúrias, desculpas esfarra-padas, cobras e lagartos.

A conquista teve sabor de vingança.Chamado pelos colegas escritores de“Jacques Villeneuve” da FIAk, o luso-tedesco teve que trocar de kart após aclassificação. Como prevê o regulamen-to da categoria, que inclusive serviu deinspiração para outras categorias debase da FIAk, como a F-1, o piloto foipunido largando da última posição dogrid de largada, um dos mais cheiosdo ano, com 14 participantes.

“Não esperávamos que os jornalis-tas comparecessem em peso. Quer di-zer, imaginávamos alguns gordos nogrid, mas não tantos”, espantou-seMarcelo Vanzelotti, do marketing daCimed. Na coletiva, Gomes fez a médiacom o patrocinador e garantiu. “Nestapista é que CIMED o talento dos pi-lotos”, disse, num claro esforço paraque os jornalistas não cortassem onome da empresa em suas edições.

Enquanto Gomes se esforçava paraultrapassar um a um seus adversários,a briga na frente foi empolgante e le-vantou o público nas arquibancadas.Foram 7 as testemunhas, todas não-pagantes. Luiz Vicente(-se Mal na Ter-ceira Curva) conquistou a pole, tendoao lado o atual campeão, Ricardo Lo-pes (TV Rede 21). “Provei que o tempode estômago embrulhado não faz par-te do presente”, disse o pseudo diretorde arte, num sutil trocadilho.

Além da dupla, outros nomes de tra-dição da FIAk, como Guto Oliveira(campeão de 2004), se revezavam na

liderança junto com as gratas sur-presas da noite, como Tiago Mendonça(Credit Ribeirão Pires), Victor Martins(Bet Victal Bolão) e Rafael Durante (eDepois Também).

Com tantos nomes lutando pela lide-rança, o resultado só poderia ser umsó: muita pancadaria, felizmente regis-trada apenas na pista, ao menos até ofechamento desta edição. As disputasacirradas deixaram dois pilotos para

trás após um acidente: Durante e Lo-pes, que havia vencido a etapa ante-rior. Com a pancada, ele chegou ape-nas em 10º.

O prejuízo só não foi maior porqueo vice-líder Rodrigo França (Tauba-tean Airlines) teve problemas em seukart e também trocou de equipamen-to. Largando lá atrás e com um motorque “não daria nem para moer canalá em Pindamonhangaba”, em suaspoéticas palavras, acabou em nono, de-pois de uma ferrenha briga com Cars-ten Horst na última volta. Foi a pri-meira vez em 25 GPs que o campeão

FLAVIO GOMES VENCE NA NOVA FIAK by CIMEDCategoria de kart dos jornalistas ganha patrocinador e consagra piloto que não vencia há três anos

de 2002 ficou fora da zona. De pontos,que se diga.

Não foi uma noite boa para os cam-peões, por sinal. Oliveira não foi alémdo quinto lugar e Denis de Almeida,agora escrevendo para a Playboy, nãoconseguiu passar na pré-classificação(que consiste em chegar pontual-mente no Kartódromo, para lá do km32 da Castello Branco, em uma noitechuvosa de sexta-feira em São Paulo).

O piloto teria sido visto com algu-mas coelhinhas naquela sexta. “É en-saio da peça de Páscoa”, garantiu De-nis. “Não queria ficar fora do grid. Nãosou a Andrea Moda, pô”, resmungouDenis, outrora chamado de costureiro– daí o apelido ingrato após a não-clas-sificação. Rogério Rezeke (Agora SãoPaulo) e Betto D’Elboux (Racing) for-am outros dois que ficaram de fora.

Além da boa corrida de Gomes, odestaque foi o terceiro carro da RF1Paradise Racing Team. Leonardo Mur-gel (Rock Motor-fora do regulamento)chegou em segundo lugar e está navice-liderança do campeonato, empa-tado com França. Gomes e Lopes estãono topo, ambos com 10. Mendonça, oquarto na Aldeia, vem em 3º, com 7,junto com Luiz Alberto Pandini, o 7ºna Spa-Francorchamps fiakiana. Umponto atrás, estão Vicente, o terceironesta segunda etapa, e D’Elboux, 3ºno Jaguaré. “Matematicamente, o cam-peonato não poderia estar melhor. Asorte é que jornalista não sabe fazerconta”, revelou um dirigente que nãoquis se identificar.

Nas categorias paralelas, Felipe Mot-ta (Jovem Pan) venceu na Estreantes,com Thiago Arantes (IG) em segundo.

Em tempo: apenas eles estavam nestacategoria. O goiano teve uma curiosi-dade: na folha de cronometragem,apareceu em 14º e também em 15º.“Posso dizer que cheguei em último epenúltimo. Acho que nem o Schuma-cher tem esta marca”, acredita. Osval-do Martins largou em 13º e chegou namesma posição cabalística, que o levoua proferir. “Não dá pra criar acategoria Zagallo?”, perguntou.

Na Jumbo Maior, que reúne apenasos profissionais de peso (acima de 90kg), a vitória foi de Victor Martins, osexto na geral. Ele lidera o campeona-to com 18 pontos. “Fiz como o Popó,engordei cinco quilos em dois diaspara mudar de categoria”, disse, entremordidas em seu X-salada no RaceBurgers, no Itaim Bibi. “Perdi a namo-rada, mas ganhei a corrida, isso queimporta”, completou, mostrando o altoprofissionalismo da categoria.

Sim, nós jornalistas temos essa capacidade.

2ª etapa da FIAk – 2006GP CIMED (Aldeia da Serra)

1 Flavio Gomes 17 voltas (52s586)2 Leonardo Murgel + 0s991 (52s589)3 Luiz Vicente + 12s565 (53s172)4 Tiago Mendonça + 16s323 (53s405)5 Guto Oliveira + 20s880 (53s104)6 Victor Martins + 24s118 (53s799)7 Luiz Alberto Pandini + 30s677 (53s981)8 Carsten Horst + 51s548 (55s120)9 Rodrigo França + 51s755 (54s687)

10 Ricardo Lopes + 1 volta (53s070)11 Felipe Motta + 1 volta (55s196)12 Rafael Durante + 1 volta (53s188)13 Osvaldo Martins + 2 voltas (56s590)14 Thiago Arantes + 7 voltas (55s862)

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entro de três semanas aStock Car estará em Londri-

na. A viagem é uma das mais sim-ples da temporada, mas nem porisso deixa de estar cercada por umacerta tensão. Principalmente emrelação ao horário do vôo. O aero-porto é meio temperamental mes-mo, vive fechado por causa da ne-blina. Viajar pela manhã ou à noiteé correr o risco de embarcar comdestino certo e descer em outro ae-roporto. Pode ser em Campinas, emCuritiba, ou quem sabe até em Cam-po Grande, se você estiver mesmosem sorte.

Eliminada a parte mais difícil daetapa, tem tudo para ser um fim desemana bem interessante. As ruasestreitas e o jeitão de interior enga-nam quem chega a Londrina pelaprimeira vez. A cidade conta comuma das principais universidadesfederais do Brasil e isso explica tudo.Os alunos e as alunas aplicados, quefazem pós-graduação nas mesas dosbares, garantem agito o ano inteiro.Sem contar que os londrinenses sãosimpáticos por natureza. Menos comos curitibanos, que eles acham me-tidos demais.

Mas a grande comunidade curiti-bana da Stock Car pode ficar tran-qüila. Nos restaurantes, para que acomida não venha salgada demaise o chopp um tanto quanto quente,basta disfarçar o sotaque ao falarcom o garçom. Aliás, se você gostade churrasco, prepare-se para en-joar de tanta carne. Alguém vai teconvidar para ir ao Rancho Gril ouno Galpão Nelore. Será a milésima

vez, você vai dizer que já foi outrasvezes, vai pensar em recusar, mashoras depois estará lá novamente,degustando uma costela.

Outro lugar que você provavel-mente também já foi (e vai de no-vo) é o Empório Guimarães, a bala-da mais famosa da cidade. Aos sá-bados, é possível jantar por lá e esti-car a noite dançando um poperô evendo a mulherada. Como é a vés-pera da corrida, talvez você prefirasair na quinta ou na sexta-feira.Tudo bem, são os dias das festasuniversitárias e jamais foi registra-da uma reclamação contra elas. Edepois de tudo isso seria interessan-te se você fosse até o autódromo.Deve haver uma corrida por lá.

Para perder a fome:Rancho GrillEndereço: Av Santos Dumont, 1615Bairro: AeroportoTelefone: (43) 3321-6171Informações: cuidado, tem pingade graça no jantar

Galpão NeloreEndereço: Av. Higienópolis, 891Bairro: CentroTelefone: (43) 3324-2700Informações: vá para comercarne e pare com essa história desaladinha

Para perder a hora:Empório GuimarãesEndereço: Rua Paraíba, 533Bairro: Centro.Telefone: (43) 3334-0700/(43)3356-7726Informações: certamente vocêchegará atrasado ao autódromowww.emporioguimaraes.com.br

Regulaoquê?A regra é clara, diria o companheiro de cabine do Galvão Bueno. No

futebol, deve ser mesmo. E ainda assim os árbitros fazem um monte debobagens, não é? Ainda bem que na Stock Car as coisas são mais simples.Quer dizer, mais ou menos. O regulamento desportivo, que ocupa umtotal de vinte páginas, anda bem detalhado. Só que ainda dá para simplificarum bocado, principalmente ao explicar como funcionam o Playoff e aSuper Classificação. Sejamos diretos, caros pilotos.

Playoff 1Meu amigo, se depois da oitava etapa você não estiver entre os dez

primeiros não adianta nem vir com conversa mole. Você estará fora dadisputa pelo título. Ainda que consiga vencer as quatro últimas provasserá no máximo o 11o colocado. Ninguém manda ficar batendo feito alunode auto escola e perdendo pontos importantes.

Playoff 2Se você abriu três milhões de pontos de vantagem na liderança do campeo-

nato nas oito primeiras etapas, meus parabéns! Você é o mais novo ga-nhador de incríveis 25 pontos! O segundo colocado, que levou uma surra oano inteiro, ficará com 20 pontos. E aí vocês decidem o título nas últimasquatro etapas. Se perder, o problema é todo seu.

SuperClassificação 1O espírito é parecido com o do Playoff. Passe o sábado pela manhã

acelerando tudo o que sabe aí no seu carrinho. Vamos ver se você fica entreos dez mais rápidos. Se conseguir, fique a vontade para disputar a pole num“longo” treino de dez minutos. Se ficar fora, diga ao seu assessor de imprensaque largar atrás é difícil e que fará uma corrida de recuperação.

SuperClassificação 2Deve ter alguém que ainda acredita que você ficou fora da SuperClas-

sificação porque errou na calibragem, na escolha dos compostos ou porquea limitação dos jogos de pneus é muito severa. Agora, não exagere. Todostêm a mesma quantidade. Então faça o favor de não errar.

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35 David Muffato1:38.697

77 Valdeno Brito1:38.718

9 Giuliano Losacco1:38.781

74 Popó Bueno1:39.019

15 Antonio Jorge Neto1:39.328

21 Thiago Camilo1:39.076

18 Allam Khodair1:39.115

11 Nonô Figueiredo1:39.249

44 Diogo Pachencki1:39.444

34 Mateus Greipel1:39.515

3 Chico Serra1:39.528

55 Christian Fittipaldi1:39.537

8 Carlos Alves1:39.554

87 Ruben Fontes1:39.660

6 Alceu Feldmann1:39.772

25 Jader David1:39.860

38 Christian Conde1:39.928

80 Luiz Carreira1:40.437

41 Hybernon Cisne1:40.899

0 Cacá Bueno1:38.717

33 Felipe Maluhy1:38.747

27 Guto Negrão1:38.982

19 Rodrigo Sperafico1:39.230

2 Paulo Salustiano1:39.428

90 Ricardo Mauricio1:39.081

12 Hoover Orsi1:39.196

7 Thiago Marques1:39.400

14 Luciano Burti1:39.450

10 Ruben Carrapatoso1:39.520

99 Gualter Salles1:39.534

43 Pedro Gomes1:39.549

17 Ingo Hoffmann1:39.625

40 Fábio Carreira1:39.719

65 Felipe Gama1:39.800

23 Duda Pamplona1:39.905

28 Juliano Moro1:40.129

47 Mano Rola1:40.712

79 Marcelo Siqueirasem tempo

Grid Oficial para a corrida de hoje