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Simulação Numérica de Sistemasde N-Corpos com Atracção Gravítica
Mestrado em FísicaFaculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Nuno S. A. Pereira
2001
Sumário (I)
• Parte I– Regularização Binária.
– Precisão das Soluções Numéricas / Métricas de Avaliação.
– Caso de Estudo: resolução numérica de um problema de 2-corpos.
• Parte II– O Problema do N-Corpos: modelo matemático, aplicações,
resultados teóricos: integrabilidade e singularidades.
– Resolução Numérica: abordagens, métodos e algoritmos.
Sumário (II)
• Parte III– O Problema da Instabilidade Exponencial.
– Métricas de Avaliação: equações variacionais e expoentes de Lyapunov.
– Caso de Estudo: simulação de sistemas com N=4,8,16.
– Simulações Numéricas: sim ou não, que futuro?
• Parte IV– O Pacote NNEWTON.
– Conclusões.
Parte I
• Regularização Binária.
• Precisão das Soluções Numéricas / Métricas de Avaliação.
• Caso de Estudo: resolução numérica de um problema de 2-corpos.
Regularização Binária
• Onde: Problema dos 2-corpos / Problema de Kepler.
• Quando: Colisões / Encontros próximos (órbitas muito excêntricas).
• Porquê: Singularidade das equações do movimento na origem.
rr
Gdt
Fd3
0r,||F||
Como: Técnicas analíticas para remover a singularidade.Como: Técnicas analíticas para remover a singularidade.
Regularização Binária
• Estabelecer a existência de soluções para condições iniciais arbitrárias.
• Acompanhar analiticamente as soluções que atravessam singularidades.
• Tratar com precisão os encontros próximos.
Importante para as simulações
numéricas
Importante para as simulações
numéricas
Técnicas de Regularização de Encontros Binários
Equação do movimentoem coordenadas físicas
singular
Equação do movimento em coordenadas regularizadas
não-singular
Equação do movimento em coordenadas regularizadas
não-singular
Transformaçãode coordenadas
Transformaçãode coordenadas
Técnicas de Regularização (I)Levi-Civitta (1903) - 2D
• Mudança na escala de tempo (Euler, 1765):
• Introdução do tempo fictício s.
• Identificação do plano do movimento com o plano complexo:
• Introdução da Matrix de Levi-Civitta/Transformação LC
dt
dr
ds
drdsdt .'def
22121 )iuu(ixxr
12
21
uu
uu)u(L
u)u(Lr
Técnicas de Regularização (II)Kustaanheimo-Stiefel (1965) - 3D
• Mudança na escala de tempo (Euler, 1765):
• Introdução do tempo fictício s.
• Transformação num espaço 4D.
• Introdução da Matrix de Kustaanheimo-Stiefel/Transformação KS
dt
dr
ds
drdsdt .'def
1234
2143
3412
4321
uuuu
uuuu
uuuu
uuuu
)u(L u)u(Lr
Regularização LC/KS
• Equação do movimento em coordenadas físicas
• Equação do movimento em coordenadas regularizadas
0rr
r3
0u2
h''u
)u.u(
)u.u(2h
Oscilador/repulsor harmónicoOscilador/repulsor harmónico
Equação RegularEquação Regular
Técnicas de Regularização (III)Método InOut - 2D/3D
• Definimos uma bola de regularização de raio R.
• Condições iniciais
• Condições finais
.0,0)v,r( oo
of r10
01r
of v10
01v
InIn
OutOutSimó, C. , Lacomba, E. A. (1992)Simó, C. , Lacomba, E. A. (1992)
Regularização de um Encontro BinárioExemplo numérico
• Condições iniciais– h=-2
– v=1
– m1=m2=1
– x1=y1=vx1=vy1=0
– P=/2 1.57
– e=0.9, 0.99, 0.999, 0.9999
• Definição das coordenadas– y=(1-e2)1/2
– x2 + y2=(4/5)2
• Parâmetros da simulação– ho=hmax= 10-3
– hmin=10-5
=10-15
reg=1
– t=15.71 (10P)
NNEWTONNNEWTON
Regularização IO de um Encontro BinárioResultados Numéricos
Sem regularizaçãoSem regularização Com regularizaçãoCom regularização
NNEWTONNNEWTON
e=0.9e=0.9SOLEXACT2
SOLEXACT2
Regularização IO de um Encontro BinárioResultados Numéricos
Sem regularizaçãoSem regularização Com regularizaçãoCom regularização
NNEWTONNNEWTON
e=0.99e=0.99SOLEXACT2
SOLEXACT2
Regularização IO de um Encontro BinárioResultados Numéricos
Sem regularizaçãoSem regularização Com regularizaçãoCom regularização
NNEWTONNNEWTON
e=0.999e=0.999SOLEXACT2
SOLEXACT2
Regularização IO de um Encontro BinárioResultados Numéricos
Sem regularizaçãoSem regularização Com regularizaçãoCom regularização
NNEWTONNNEWTON
e=0.9999e=0.9999SOLEXACT2
SOLEXACT2
Precisão das Soluções NuméricasMétricas de Avaliação
• Distância entre a solução numérica e a solução exacta
• Distância entre as partículas (numérica)
• Erros relativos
• Factores de Qualidade
2exacnum
2exacnum )yy()xx()exac,num(d
221
22112 )yy()xx(d
12rel d
)exac,num(d|E|
|EE|
o
fot,E
|L|
|LL|
o
fot,L
p,rela,relQ t,Lt,E*Q
Precisão das Soluções NuméricasExemplo Numérico - Factor de Qualidade Q*
NN-ELTNN-ELT
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
log(Q*)
Não reg. -6,77 -5,59 3,61 4,35
Reg. IO -6,77 -5,76 -5,52 -5,44
0,9000 0,9900 0,9990 0,9999
Parte II
• O Problema do N-Corpos: modelo matemático, aplicações, resultados teóricos: integrabilidade e singularidades.
• Resolução Numérica: abordagens, métodos e algoritmos
O Problema dos N-CorposEnunciado
• Consideremos um sistema com N massas pontuais com posições e velocidades conhecidas num certo instante to.
Quais são as posições e as velocidades de cada massa num instante arbitrário t ?
Quais são as posições e as velocidades de cada massa num instante arbitrário t ?
• A massas interagem de acordo com a Lei de Newton.
O Problema dos N-CorposSistemas (Astro)físicos
• Mecânica Celeste (N<10) • Dinâmica Estelar (N>10)
M15 - Enxame Globularhttp://www.seds.org
M15 - Enxame Globularhttp://www.seds.org“Desenho” de trajectórias“Desenho” de trajectórias
O Problema dos N-CorposFormulação Matemática
• Sistema de 3N equações diferenciais de 2ª ordem
• Sistema de 6N equações diferenciais de 1ª ordem
N,,1i,)rr(||rr||
mGmrm
N
ij,1jij3
ij
jii
N,,1i,)rr(||rr||
mGmv,vr
N
ij,1jij3
ij
jiiii
Aproximações:
• Massas pontuais • Dinâmica de Newton
Aproximações:
• Massas pontuais • Dinâmica de Newton
Lei de Newton da Gravitação para um Sistemas de PartículasLei de Newton da Gravitação para um Sistemas de Partículas
O Problema dos N-CorposIntegrabilidade & Singularidades
Reso lu ção An alítica
N=2Prob lem a d e Kep ler
Integrável
Reso lu ção Nu m érica
N>2Prob lem a g eralNão integrável
In teg rab ilid ad e6N-12 in teg rais p rim ários
T eo rem a d e Existên ciae Un icid ad e
Solu ção ú n ica
Eq u açõ es Reg u lares
Reg u larização B in ária
N=3tod as as sin g u larid ad es
são colisões(Painlevé)
Co lisio n aisp elo m en os d ois vectores
ten d em p ara o m esm olim ite
Xia, N=5 (1987)
N>3existem sin g u larid ad es
n ão colis ion ais(conj.,Painlevé)
Não Co lisio n aism ovim en to il im itad o
em tem p o fin ito(von Z eipel)
Sin g u larid ad es
Eq u açõ es Não Reg u lares
Co n d içõ es In iciaisN vectores d e p osição
e d e velocid ad e
Sistem a d e N-Co rp o s6N Eq . D iferen ciais
O Problema dos N-CorposResolução Numérica: Sistemas (Astro)Físicos
• Número de partículas do sistema– esforço computacional
– estrutura de dados
• Dinâmica que se pretende reproduzir– resolução espacial
– relevância das colisões
• Processos/características a considerar:– perda de massa por evolução estelar
– espectro de massa
– formação de binários
– campo externo
– etc...
O Problema dos N-CorposResolução Numérica: Abordagens
• Sistemas colisionais • Sistemas não-colisionais
M8 Enxame Aberto NGC6530 http://www.seds.org
M8 Enxame Aberto NGC6530 http://www.seds.org
M31 Andrómeda (M32 M110)
http://www.seds.org
M31 Andrómeda (M32 M110)
http://www.seds.org
O Problema dos N-CorposResolução Numérica: Métodos/Modelos
F u n çã o d is trib u içã oE q u açã o d e B o ltzm an
(com ou sem te rm oco lis ion a l)
A b ord ag emE s ta tís t ica
F okker-P lan k
E q u açã o d e flu xod e ca lo r +
te rm o co lis ion a l loca ld e F okker-P lan k
A b ord ag em"Term od in â m ica"
C on d u çã o G asosa
L e i d e N ew ton P P / P M / P 3 M
M é tod os h ie rá rq u icos
In te racçã o"tod os -com -tod os "
P artícu las
R eso lu çã o N u m é rica
S is tem a d e N -C orp os
O Problema dos N-CorposResolução Numérica: Método PP
• Resolução Espacial: – não se introduz qualquer discretização do espaço (e.g. métodos
partícula-malha: PM)
• Precisão Numérica:– interacção “todos-com-todos”
– não se introduzem aproximações no cálculo da força sobre cada partícula (e.g. métodos PM, P3M e hierárquicos)
• Hipóteses de Trabalho:– Nenhumas ! (e.g. isotropia, simetria)
• Inclusão de Processos Físicos– Sem dificuldade: (e. g. termos adicionais nas equações do
movimento)
O Problema dos N-CorposResolução Numérica: Algoritmos
• Integrador baseado no método PP– Rotina RK78, C. Simó.
• Definição de binários num sistema de N-corpos
• Regularização (IO, LC, KS)
• Regularização “Múltipla”– heurística baseada em regularizações binárias encadeadas.
O Problema dos N-CorposResolução Numérica: Programa NNEWTON
• Problema:– Esforço computacional !!
– Proporcional a N2.
• Consequência– Limita as dimensões dos
sistemas simulados e/ou o tempo de simulação.
Simulação N-corposPNNEWTON - 1 nó Alpha 150MHz
Cray T3D - EPCC (1997)
1
10
100
1000
10 100 1000
N
TN/T
32
32
64
128
256
512
TN/T32 N2.09 (=0.999)TN/T32 N2.09 (=0.999)
ComputaçãoDistribuida
ComputaçãoDistribuida
Parte III
• O Problema da Instabilidade Exponencial
• Métricas de Avaliação: equações variacionais e expoentes de Lyapunov.
• Caso de Estudo: simulação de sistemas com N=4,8,16
• Simulações Numéricas: sim ou não, que futuro?
O Problema da Instabilidade Exponencial
• Sistemas s e S=s+ (perturbado).
• Trajectórias no espaço de fases com divergência exponencial.
• Miller (1964), N 32.
• Duas questões importantes:
Mecanismo físico: cooperativo, encontros binários, ambos?
Qual a dependência da escala de tempo te com N e com tcr
Mecanismo físico: cooperativo, encontros binários, ambos?
Qual a dependência da escala de tempo te com N e com tcr
et
t
'e
elog
Métricas de AvaliaçãoEquações Variacionais
• Equações variacionais (1ª ordem):
• Variações (para cada partícula)
• Variação média (em cada iteração)
N
ij 3ji
j2
ji
jijijijii
||rr||
m
||rr||
rr)rr).(rr(3rrGr
)N,,1i(
|v||v||v|v,|z||y||x|r iziyixiiiii
N
1iia r
N
1r
N
1iia v
N
1v
Métricas de AvaliaçãoExpoentes de Lyapunov
• Crescimento exponencial:
• Expoente característico de Lyapunov:
• Indicador Característico de Liapunov: (t: tempo de simulação)
• Escala de tempo:
te|)o(q||)t(q|
t
|)t(q|loglimt
|)o(q|
|)t(q|log
t
1c
Medição da escala de tempo te que caracteriza a divergência de trajectóriasMedição da escala de tempo te que caracteriza a divergência de trajectórias
ce
1t
Caso de EstudoSimulação Sistemas de 4/8/16-Corpos
• Condições iniciais:– massas unitárias
– equilibrio virial (q=1)
– energia total E=-1 x1=10-6
• Parâmetros de simulação– ho=10-3
– hmax=10-2
– hmin=10-6
=10-6
– t=100
NNEWTONNNEWTON
NN-VIRIALNN-VIRIAL
N=4N=4
Caso de EstudoVariações (N=4)
PROCVARPROCVAR
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
0 20 40 60 80 100
t
log
(dra
)
-30
-20
-10
0
10
20
30
0 20 40 60 80 100
t
log
(dva
)
Média Aritmética das VariaçõesMédia Aritmética das Variações
Caso de EstudoEstimativa da escala de tempo te
• Relacionar os três parâmetros
• Supondo que existe uma relação do tipo
• “Ajuste” aos dados experimentais:
Ntt cre
53.0cre Ntt
N tcr te
4 6.6 2.88 60 2616 390 80
A menor escala de tempo que uma perturbação pode apresentar será = -1/2 (Miller, 1988).
A menor escala de tempo que uma perturbação pode apresentar será = -1/2 (Miller, 1988).
Simulações NuméricasSim ou Não, que Futuro?
• “Os resultados numéricos dão resultados consistentes porque são todos igualmente imprecisos”, Heggie (1991).
• Os resultados detalhados não têm significado.
• Abordagem estatística (um acto de “fé”):
Várias simulações do mesmo sistema com parâmetros iniciais idênticos
Várias simulações do mesmo sistema com parâmetros iniciais idênticos
Parte IV
• O Pacote NNEWTON
• Conclusões
O Pacote NNEWTONResolução numérica do problema de N-corpos
• Integradores– Sem regularização: NNEWTON1
– Com regularização: NNEWTON31/2/3
– Com regularização “múltipla”: NNEWTON51/2
– Com equações variacionais: NNEWTON2
– Com equações variacionais e regularização binária: NNEWTON41/2
• Condições Iniciais– NN-VIRIAL
• Ferramentas de Análise– Determinação de soluções exactas (N=2): SOLEXACT2
– Cálculo da energia e momento: NN-ELT
– Processamento de variacionais: PROCVAR
Conclusões
• Técnicas analíticas de regularização:– Regularização LC e KS (“standard”).– Regularização InOut.
• Integradores:– de N-Corpos: novo algoritmo; versões com regularização.– para as Equações Variacionais.
• Resultados Numéricos:– Encontros binários tratados com eficiência e “qualidade”.– Possibilidade de simular sistemas de N-corpos onde ocorram encontros
próximos (binários e múltiplos).– Estimativas das escalas de tempo de crescimento da instabilidade exponencial.
Fim