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9º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL Língua Portuguesa, Livro Paradidático, Produção de Texto e Inglês. SIMULADO OBJETIVO - 2021 S1 Nome completo: Turma: 1º Trimestre 45 questões 20 de abril (terça-feira) Horário: 08h às 23h

SIMULADO OBJETIVO - 2021

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9º ANO - ENSINO FUNDAMENTALLíngua Portuguesa, Livro Paradidático,

Produção de Texto e Inglês.

SIMULADO OBJETIVO - 2021

S1

Nome completo:Turma:

1º Trimestre45 questões

20 de abril (terça-feira) Horário: 08h às 23h

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LÍNGUA PORTUGUESA

EU SEI QUE A GENTE SE ACOSTUMA. MAS NÃO DEVIA. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque esta na hora. A tomar o café correndo porque esta atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não da para almoçar. A sair do trabalho porque ja é noite. A cochilar no ônibus porque esta cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez paga mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma a poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da agua potavel. À contaminação da agua do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acola. Se o cinema esta cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia esta contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho esta duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não ha muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma. (Marina Colasanti. Jornal do Brasil, 1972.)

1. A crônica de Marina Colasanti, apesar de antiga, ainda se faz atual, por retratar temas que ainda são comuns no mundo de hoje. Um desses temas tratados no texto é

a) a maternidade. b) a fome no mundo. c) a ocorrência de guerras. d) os casamentos desfeitos. e) a formação de jovens leitores. GABARITO: C COMENTÁRIO: Uma leitura atenta do texto de Colasanti leva o aluno à resposta adequada: o texto não trata de maternidade, nem de casamento. Não fala da formação de leitores jovens, mas da falta de tempo para a leitura. Não fala também da fome no mundo. Dentre as opções, apenas a guerra é tratada, como visto no terceiro parágrafo.

2. Em Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia, a autora faz uso de uma figura de linguagem que

acontece quando há repetição enfática de conectivos (conjunções). Essa figura se chama a) elipse. b) anáfora. c) assíndeto. d) polissíndeto. e) antonomásia. GABARITO: D COMENTÁRIO: Em todo o texto de Colasanti, é possível perceber a repetição de conectivos (conjunções e preposições). Mas, mesmo sem observá-lo, o aluno consegue pela definição dada, no enunciado, dessa figura de linguagem.

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3. “SE O CINEMA ESTA CHEIO, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. SE A PRAIA ESTA CONTAMINADA, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. SE O TRABALHO ESTA DURO, a gente se consola pensando no fim de semana. E SE NO FIM DE SEMANA NÃO HA MUITO O QUE FAZER a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.”

As orações destacadas no trecho acima são corretamente classificadas como adverbiais

a) finais. b) concessivas. c) condicionais. d) consecutivas. e) proporcionais. GABARITO: C COMENTÁRIO: As orações introduzidas pela conjunção “Se” marcam uma condição para a realização das ações de suas respectivas orações principais, logo, condicionais.

4. A Globo, uma das maiores emissoras de TV do país, lançou no último ano uma campanha chamada: “Tudo começa pelo Respeito”. No cartaz abaixo, que faz parte dessa campanha, atribui-se a atitude de “gritar” a violência. Esse tipo de figura de linguagem se chama

a) elipse ou zeugma b) antítese ou paradoxo c) hipérbole ou hipérbato d) perífrase ou antonomásia e) personificação ou prosopopeia GABARITO: E COMENTÁRIO: A figura de linguagem em que se atribui característica humana a algo inanimado, como a violência, é a personificação ou onomatopeia. A dificuldade da questão se encontra na necessidade de o aluno distinguir a personificação da antonomásia, que é uma figura de linguagem em que se trata por dar títulos a algumas pessoas, o que não é o caso. 5. Ao afirmar que não entende “esse negócio de sujeito e predicado”, Miguelito mostra-se confuso com a

a) sintaxe da língua portuguesa. b) norma culta da língua portuguesa. c) separação dos poderes públicos. d) forma como a professora fala. e) separação entre as formas verbais. GABARITO: A COMENTÁRIO: Para mostrar que compreende que sujeito e predicado são termos essenciais da oração, o aluno precisa se lembrar de que são elementos sintáticos. Portanto, gabarito A.

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6. O conectivo “mas também”, utilizado no texto abaixo, possui função

a) aditiva. b) alternativa c) conclusiva. d) explicativa. e) adversativa. GABARITO: A COMENTÁRIO: Se não ficar atento, o aluno acaba julgando apenas o “mas”, classificando-o como adversativo, quando, na verdade, tem valor aditivo: “mas também”. 7. Após análise do infográfico abaixo por completo, podemos afirmar que

a) a maior parte do tempo que ficamos conectados à internet é utilizado em redes sociais. b) por minuto, há mais atualizações de status no na rede social Twitter do que no Facebook. c) o número de amigos de uma pessoa na vida real é praticamente o mesmo que nas redes sociais. d) as redes sociais são ferramentas que aumentam os laços de amizade, já que a maioria dos posts são em

homenagem aos amigos. e) até 2012, o tempo gasto on-line nas redes sociais aumentou mais do que o dobro se comparado a 2007. GABARITO: E COMENTÁRIO: Trata-se de uma questão que exige interpretação de dados do infográfico, inclusive leitura do gráfico de linha, que aparece como gabarito. Em 2007, gastávamos 8% do nosso tempo on-line nas redes sociais, enquanto em 2012 chegou a 20%, ou seja, mais que dobrou.

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8. As orações subordinadas adverbiais podem ser a) aditivas, adversativas, conclusivas e explicativas. b) aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas. c) aditivas, adversativas, conclusivas e explicativas, finais e consecutivas. d) causais, conformativas, finais, proporcionais, condicionais e temporais. e) causais, conformativas, conclusivas, proporcionais, condicionais e explicativas. GABARITO: D COMENTÁRIO: Com exceção do gabarito, todas as alternativas trazem exemplos, também, de orações coordenadas. Portanto, a alternativa que traz apenas adverbiais é a letra D.

9. Considerando a relação entre os usos oral e escrito da língua, tratada no texto, verifica-se que a escrita

a) modifica suas ideias e intenções daqueles que tiveram seus textos registrados por outros. b) permite, com mais facilidade, a propagação e a permanência de ideias ao longo do tempo. c) leva as pessoas a desacreditarem nos fatos narrados por meio da oralidade. d) figura como um modo comunicativo superior ao da oralidade. e) tem seu surgimento ao mesmo tempo que a oralidade. GABARITO: B COMENTÁRIO: A interpretação da tira possibilita a resposta adequada, já que a escrita, segundo os quadrinhos, é o que cria as doutrinas. Sem a escrita, a propagação das ideias pelos séculos não seria possível.

Não sou formada em matemática, mas sei de uma coisa: existe uma quantidade infinita de números entre 0 e 1. Tem o 0,1 e o 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Obviamente, existe um conjunto ainda maior entre o 0 e o 2, ou entre o 0 e o 1 milhão. Alguns infinitos são maiores que outros. Um escritor de quem costumávamos gostar nos ensinou isso. Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Eu queria mais números do que provavelmente vou ter, e, por Deus, queria mais números para o Augustus Walters do que os que ele teve. Mas, Gus, meu amor, você não imagina o tamanho da minha gratidão pelo nosso pequeno infinito. Eu não trocaria por nada neste mundo. Você me deu uma eternidade dentro de nossos dias numerados, e sou muito grata por isso. (GREEN, J. A culpa é das estrelas)

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10. A narradora do trecho em questão usa a matemática para a) exemplificar que o tempo é relativo. b) defender a ideia de que a vida é longa. c) reclamar das poucas oportunidades que tem na vida. d) mostrar para o leitor o que aprendeu sobre matemática na escola. e) comparar seus conhecimentos matemáticos ao seu interlocutor, Augustus Walters. GABARITO: A COMENTÁRIO: Chega-se facilmente a resposta com a frase “Alguns infinitos são maiores que outros.”, contida no trecho em destaque. 11. No texto abaixo, o autor desenvolve uma reflexão sobre a diversidade linguística brasileira. Com base nessa

temática, o autor Carlos Alberto Faraco afirma que

a) os desvios linguísticos devem ser corrigidos para mantermos a unidade linguística nacional. b) a diversidade linguística contribui muito para a manutenção da diversidade cultural e deve ser defendida. c) a distinção clara entre a norma culta e as outras variedades linguísticas diminui a discriminação social. d) a língua portuguesa falada no Brasil apresenta erros gramaticais que devem ser corrigidos. e) apesar de ser um país com uma só língua, o Brasil prejudica-se bastante com o fenômeno da

diversidade linguística. GABARITO: B COMENTÁRIO: Uma leitura atenta do texto de Faraco, junto às discussões que tivemos em sala, permite que o aluno chegue à conclusão de que a diversidade cultural do Brasil se deve muito à questão linguística e suas variantes. 12. A tirinha abaixo critica o fato de

a) as pessoas nunca apoiarem umas às outras. b) as pessoas nunca estarem satisfeitas com seu corpo. c) os colegas de trabalho serem invejosos e trapaceiros. d) as pessoas sempre criticarem os outros, independente do que seja. e) os obesos terem muita dificuldade para emagrecer e só conseguirem com cirurgias.

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GABARITO: D COMENTÁRIO: Na tira, a crítica se deve ao fato de o personagem nunca conseguir agradar as pessoas que falavam dele, então, na realidade, o autor fala sobre as pessoas sempre criticarem, independente do motivo. 13. Os dois períodos em destaque no cartaz abaixo poderiam ser unidos em um só, por meio de uma conjunção

a) coordenativa aditiva. b) coordenativa explicativa. c) coordenativa conclusiva. d) subordinativa condicional. e) subordinativa proporcional. GABARITO: C COMENTÁRIO: “Então”, “Por isso”, “Logo” são conjunções que poderiam ligar as duas orações, por isso, a resposta é coordenativa conclusiva. 14. O cartaz abaixo tem como público alvo

a) as crianças. b) a sociedade no geral. c) os prefeitos das cidades. d) os donos de casas com depósitos de água parada. e) os funcionários da prefeitura que fazem o combate à dengue. GABARITO: B COMENTÁRIO: Ao ler o texto e observar a imagem de uma casa com a tampinha de garrafa fica claro para o leitor que a mensagem se destina a todos os moradores da cidade, ou seja, a sociedade civil.

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15. Os dois versos destacados do poema abaixo, de Paulo Leminski, classificam-se como orações

a) coordenadas assindéticas. b) subordinadas adverbais condicionais. c) subordinadas adverbais concessivas. d) subordinadas adverbais condicional e concessiva, respectivamente. e) subordinadas adverbais concessiva e condicional, respectivamente. GABARITO: B COMENTÁRIO: Ambas são introduzidas pela conjunção CASO, que indica condição, tratando-se de orações subordinadas adverbais condicionais. 16. A expressão “provar do seu próprio veneno”, presente no segundo quadrinho abaixo, apresenta significado

semelhante a qual dos seguintes ditados populares?

a) “Em casa de ferreiro o espeto é de pau”. b) “Em terra de cego, quem tem um olho é rei”. c) “Quem com ferro fere, com ferro sera ferido”. d) “Macaco velho não mete a mão em cumbuca”. e) “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. GABARITO: C COMENTÁRIO: Como Juquinha importunava as pessoas com ligações enganosas, agora sente isso na pele com o serviço ruim oferecido pelas prestadoras.

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AS ROSAS NÃO FALAM (Cartola) Bate outra vez Com esperanças, o meu coração Pois já vai terminando o verão Enfim Volto ao jardim Com a certeza que devo chorar Pois bem sei que não queres voltar Para mim Queixo-me às rosas Mas que bobagem As rosas não falam Simplesmente as rosas exalam O perfume que roubam de ti, ai Devias vir Para ver os meus olhos tristonhos E, quem sabe, sonhavas meus sonhos Por fim

17. Sobre a canção As rosas não falam, de Cartola, é correto afirmar que a) o amor do eu-lírico pela amada nunca foi recíproco. b) o eu lírico lamenta a saudade da mulher amada apenas às rosas. c) o eu lírico não tem esperanças de que a mulher volte para o jardim. d) o eu lírico equipara o cheiro da mulher amada ao perfume das rosas. e) cria-se um interlocutor, no texto, tratado na terceira pessoa do singular. GABARITO: D COMENTÁRIO: O eu lírico afirma na terceira estrofe que as rosas roubaram o perfume da mulher amada, o que faz com que a letra D seja verdadeira. O problema da letra E é dizer que a terceira pessoa do plural é o interlocutor, quando, na verdade, é a segunda. Além disso, A, B e C não trazem informações corretas.

18. Considerando o fragmento de carta e a tira abaixo, é possível afirmar que os dois textos:

FRAGMENTO DA CARTA DO CACIQUE AMERICANO AO PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA EM 1855 Isto sabemos: a Terra não pertence ao homem; o homem pertence à Terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas, como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu o tecido da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.

a) têm como tema central as belezas naturais. b) têm como tema a necessidade de cuidarmos do nosso planeta. c) destacam os cuidados que o homem demonstra ter com a natureza. d) falam sobre doenças sanguíneas que atualmente afetam as pessoas de uma mesma família. e) trazem críticas ao Presidente dos Estados Unidos por suas atitudes contra a preservação do planeta. GABARITO: B COMENTÁRIO: Nesta questão de nível fácil, temos que basta o aluno interpretar a crítica aos maus tratos que fazemos ao planeta em ambos os textos.

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DA TIMIDEZ Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico, só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença. [...] O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma plateia, o tímido não pensa nos membros da plateia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a plateia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó. (VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.)

19. Considerando que o desenvolvimento da ideia central do texto gira em torno de um paradoxo e sabendo em

que consiste essa figura de linguagem, verifica-se que ela ocorre em: a) “Ser um tímido notório é uma contradição”. b) “...que retumbante timidez é essa...” c) “Tão secreto que nem ele sabe”. d) “só alguém que se acha muito superior procura o analista...” e) “só ele acha que se sentir inferior é doença”. GABARITO: A COMENTÁRIO: Espera-se que o aluno saiba identificar e classificar a figura de linguagem mencionada, em um dos fragmentos do próprio texto. O gabarito é a letra A, pois as palavras “notório” e “tímido” apresentam uma contrariedade de ideias e, assim, caracterizam um paradoxo, fugindo à lógica.

DA TIMIDEZ Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico, só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença. [...] O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma plateia, o tímido não pensa nos membros da plateia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a plateia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó. (VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.)

20. O primeiro período do segundo parágrafo do texto de Veríssimo apresenta uma oração coordenada que se caracteriza por apresentar uma ideia que

a) se soma à ideia anteriormente expressa. b) explica a ideia das orações anteriores. c) se opõe à ideia anteriormente exposta. d) fecha a ideia das orações anteriores. e) exclui a ideia anteriormente expressa. GABARITO: C COMENTÁRIO: Espera-se que o aluno saiba identificar o período, identificar as orações que o compõem e compreender o sentido que uma oração coordenada pode conferir ao contexto em que se insere. O gabarito é a letra C, pois a oração é introduzida pela conjunção coordenativa MAS, que confere ao enunciado uma ideia de contraste ou oposição em relação ao que foi declarado na oração anterior.

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21. É a alternativa que melhor caracteriza esta obra de Ariano Suassuna:

a) Característica religiosa e personagens folclóricos. b) Texto de característica popular, com cordéis e musicais. c) Peça teatral de característica popular, com personagens do sertão nordestino. d) Peça teatral com personagens que demonstram, principalmente, hábitos religiosos. e) Semelhança com as dramatizações de Shakespeare e elenco de novelas brasileiras. GABARITO: C COMENTÁRIO: Nenhuma das alternativas, com exceção do gabarito, traz uma verdade sobre a obra, que, embora tenha elementos religiosos, não traz a religião como seu tema central, mas sim a vida simples no sertão nordestino, com uma boa pitada de humor. 22. A obra de Suassuna foi relançada, em 2000, como filme, sob direção de Guel Arraes. Dentro da obra

cinematográfica, um dos personagens presentes no livro perde sua função principal e não é sequer mencionado. Esse personagem é o

a) frade b) bispo c) padre d) palhaço e) cangaceiro GABARITO: D COMENTÁRIO: De acordo com a obra literária, o Palhaço é o comentarista do roteiro e anunciador da peça, que acaba perdendo sua função na produção do filme. Não é necessário que o aluno tenha assistido ao filme para responder a esta questão; basta que ele perceba a não necessidade desse personagem no audiovisual.

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23. O termo “Compadecida”, presente no título da obra, se refere

a) ao nome do local onde ocorre a trama. b) a uma santa da igreja católica, que é quem julga os pecadores na obra. c) à mãe de Jesus Cristo, porque ela se compadece dos pobres como João Grilo e os livra do inferno. d) à localidade onde se passa a obra, que leva esse nome em homenagem à mãe de Jesus Cristo. e) a uma recordação que o autor revela, no livro, ter de sua infância e do apelido que tinha sua avó. GABARITO: C COMENTÁRIO: Durante as aulas do projeto e a leitura do livro pelo aluno, é muito simples identificar a origem do termo “Compadecida”: aquela que se compadece, que sente pena de João Grilo na hora de seu julgamento, e é o título dado à mãe de Jesus Cristo, um título dentre outros, como também é Nossa Senhora Aparecida.

O trecho abaixo foi retirado da obra de Suassuna:

JOÃO GRILO: Ah isso é comigo. Vou fazer um chamado especial, em verso. Garanto que ela vem, querem ver? (Recitando) Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! A vaca mansa dá leite, a braba dá quando quer. A mansa dá sossegada, a braba levanta o pé. Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher. ENCOURADO: Vá vendo a falta de respeito, viu? JOÃO GRILO: Falta de respeito nada, rapaz! Isso é o versinho de Canário Pardo que minha mãe cantava para eu dormir. Isso tem nada de falta de respeito! Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher. Valha-me, Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré. Cena igual à da aparição de Nosso Senhor, e Nossa Senhora, a Compadecida, entra. ENCOURADO, com raiva surda: Lá vem a compadecida! Mulher em tudo se mete! JOÃO GRILO: Falta de respeito foi isso agora, viu? A senhora se zangou com o verso que eu recitei? A COMPADECIDA: Não, João, porque eu iria me zangar? Aquele é o versinho que Canário Pardo escreveu para mim e que eu agradeço. Não deixa de ser uma oração, uma invocação. Tem umas graças, mas isso até a torna alegre e foi coisa de que eu sempre gostei. Quem gosta de tristeza é o diabo. JOÃO GRILO: É porque esse camarada aí, tudo o que se diz ele enrasca a gente, dizendo que é falta de respeito. A COMPADECIDA: É máscara dele, João. Como todo fariseu, o diabo é muito apegado às formas exteriores. É um fariseu consumado. ENCOURADO: Protesto. MANUEL: Eu já sei que você protesta, mas não tenho o que fazer, meu velho. Discordar de minha mãe é que eu não vou. (…) (Fonte: Auto da Compadecida. 15 ed. Rio de Janeiro: Agir, 1979.)

24. Sobre essa passagem, é correto afirmar que a) é a abertura da obra, quando João Grilo está sendo julgado por Manuel e o Encourado após sua morte e

recebe da Compadecida uma nova chance de viver. b) trata-se de quando João Grilo é assassinado e enviado ao seu julgamento final, com Manuel – Jesus – e o

Encourado – Satanás. c) depois de muito fazer troça de Nossa Senhora, João Grilo se converte e, de ateu, passa a ser cristão devoto. d) trata-se da encenação que se fazia no sertão nordestino em homenagem a Nossa Senhora. e) Chicó está morto, e João Grilo pede, em oração, a compaixão de Nossa Senhora pelo amigo.

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GABARITO: B COMENTÁRIO: Apenas com a leitura da obra o aluno será capaz de compreender em qual momento da narrativa acontece a cena, que se trata do momento da morte de João Grilo, quando ele, ao ser encaminhado ao inferno, clama pela ajuda de Nossa Senhora, mãe de Jesus. 25. Por circunstância da morte de Ariano Suassuna, em 2014, o Jornal Diário de Pernambuco veiculou a charge

a seguir. Sobre os personagens Chicó e João Grilo, da obra que você leu de Suassuna, é verdadeiro afirmar que

a) João Grilo era um homem muito pobre, mesquinho e ganancioso; Chicó era um rapaz novo, feliz e que ajudou João Grilo em suas necessidades de alimento.

b) João Grilo era um rapaz conhecido na cidade por sua fé em Nossa Senhora, que foi o que o fez ressuscitar durante seu velório; Chicó ganhava a vida como músico.

c) Chicó vivia metido em enrascadas e era salvo por seu amigo João Grilo, muito mais inteligente e vivido que ele. Ambos eram muito pobres, e sua história tem um viés de humor e elementos do universo popular.

d) Chicó era um tocador de gaita que enganou toda a cidade fingindo a ressurreição de seu amigo João Grilo; João Grilo era funcionário do bispo, despertando a inveja do padre da cidade.

e) João Grilo vivia desmascarando as falcatruas que o padre fazia para ganhar dinheiro, enquanto Chicó apenas viva apaixonado pelas mulheres da cidade, tocando sua gaita.

GABARITO: C COMENTÁRIO: Reconhecer características básicas das personagens da obra é lição principal para o bom entendimento do texto estudado no trimestre. Ao ler a obra, é possível reconhecer que João Grilo era muito mais inteligente para lidar com as situações do que o amigo João Grilo.

PRODUÇÃO DE TEXTO

MARINHEIRO DE PRIMEIRA VIAGEM (Fernando Sabino) Às quatro horas da tarde o navio levantou âncora. Na amurada da popa, eu via o porto se afastar, o contorno dos arranha-céus cada vez mais esfumado em pouco, os cinco ou seis amigos que haviam ido levar-me o seu abraço de adeus não passavam de pequeninos pontos no cais. Era o dia 3 de abril de 1948. O SS Minute Man, cargueiro dinamarquês da Sheppard Line, dispunha de apenas três cabines de passageiros. Duas eram ocupadas por mim e minha família; a terceira, por um misterioso professor espanhol, que mal cheguei a ver no momento do embarque. Às cinco horas o navio começou a jogar. Nova York sumira na linha do horizonte. E o horizonte subia e descia, num balanço cada vez mais forte. Estendi-me na cama do beliche, derrotado pelo enjoo. Helena ficara no convés, tentando distrair Eliana, então com pouco menos de três anos. Logo ambas se recolhiam também: - Como está se sentindo? - Agonizante. Ela aguentando firme. Eu devia ter mesmo o estômago fraco. [...] Do interior de Minas e, como eu, pouco afeita ao mar, a governanta também não estava achando a menor graça naquela viagem. Às seis horas o capitão, um dinamarquês corpulento e de rosto saudável, veio ver como estávamos passando. Eu lhe disse (profeticamente) que, se continuasse assim, preferia voltar. Ele achou graça na minha condição de moribundo de primeira viagem:

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- Esta zona é assim mesmo. À medida que nos aproximamos do Caribe, o mar vai ficando um pouco mais grosso. Depois melhora. E me aconselhou a ir até o salão de refeições comer alguma coisa. Foi preciso que um marinheiro me ajudasse a atravessar o corredor. Mal me vi à mesa, um balanço maior fez com que a cadeira deslizasse de costas ao longo de todo o salão, e fui me agarrando à toalha das outras mesas como num filme do Carlitos, até bater na parede. Regressei ao beliche: preferia morrer deitado. [...]

26. Sobre o texto acima, é possível afirmar que a) o narrador pode ser classificado como observador e o espaço como psicológico. b) o tempo da narrativa é cronológico, apresentando uma linearidade do início ao fim da história. c) a narrativa se passa em dois ambientes distintos. d) o tempo pode ser considerado psicológico, já que durante boa parte da narrativa o narrador fala de seus

pensamentos e impressões. e) o narrador é onisciente, e o foco narrativo é externo. GABARITO: B COMENTÁRIO: A história de Fernando Sabino segue sempre em frente a partir de seu momento inicial, mantendo uma linearidade, portanto, o tempo é cronológico.

MARINHEIRO DE PRIMEIRA VIAGEM (Fernando Sabino) Às quatro horas da tarde o navio levantou âncora. Na amurada da popa, eu via o porto se afastar, o contorno dos arranha-céus cada vez mais esfumado em pouco, os cinco ou seis amigos que haviam ido levar-me o seu abraço de adeus não passavam de pequeninos pontos no cais. Era o dia 3 de abril de 1948. O SS Minute Man, cargueiro dinamarquês da Sheppard Line, dispunha de apenas três cabines de passageiros. Duas eram ocupadas por mim e minha família; a terceira, por um misterioso professor espanhol, que mal cheguei a ver no momento do embarque. Às cinco horas o navio começou a jogar. Nova York sumira na linha do horizonte. E o horizonte subia e descia, num balanço cada vez mais forte. Estendi-me na cama do beliche, derrotado pelo enjoo. Helena ficara no convés, tentando distrair Eliana, então com pouco menos de três anos. Logo ambas se recolhiam também: - Como está se sentindo? - Agonizante. Ela aguentando firme. Eu devia ter mesmo o estômago fraco. [...] Do interior de Minas e, como eu, pouco afeita ao mar, a governanta também não estava achando a menor graça naquela viagem. Às seis horas o capitão, um dinamarquês corpulento e de rosto saudável, veio ver como estávamos passando. Eu lhe disse (profeticamente) que, se continuasse assim, preferia voltar. Ele achou graça na minha condição de moribundo de primeira viagem: - Esta zona é assim mesmo. À medida que nos aproximamos do Caribe, o mar vai ficando um pouco mais grosso. Depois melhora. E me aconselhou a ir até o salão de refeições comer alguma coisa. Foi preciso que um marinheiro me ajudasse a atravessar o corredor. Mal me vi à mesa, um balanço maior fez com que a cadeira deslizasse de costas ao longo de todo o salão, e fui me agarrando à toalha das outras mesas como num filme do Carlitos, até bater na parede. Regressei ao beliche: preferia morrer deitado. [...]

27. Sobre as personagens do texto de Sabino, pode-se dizer que a) o narrador é o único protagonista da história. b) o navio pode ser considerado o antagonista da história. c) Helena e Eliana são as coprotagonistas da história, enquanto o capitão é um dos coadjuvantes. d) a história não apresenta figurantes. e) há no conto o mesmo número de coprotagonistas e coadjuvantes. GABARITO: A COMENTÁRIO: Ao criar uma narrativa que gira em torno apenas de si mesmo, o narrador estabelece-se como o único protagonista, enquanto as demais personagens aparecem apenas como secundárias dentro da situação que ele relata.

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28. “Não acredito nisso”

Hoje contarei uma tragédia que aconteceu em 1999 em uma pequena cidade chamada Tókyo.

Era uma linda cidade até se tornar em tragédia. Bom, como muitas outras cidades, Tókyo é uma cidade onde

existe floresta e nessas florestas há animais. Bom, em um grande dia, e trágico, um homem muito

irresponsável, que era amigo de uma amiga, decidiu fazer uma trilha, que chamou a minha amiga, e a minha

amiga decidiu me convidar, e como era domingo, de manhã e não tinha nada para fazer, decidi aceitar. Íamos

com boas intenções.

Depois de 1h na floresta vendo árvores e matos, decidimos parar para beber água e aproveitar para

descansar. Então decidimos prosseguir que um gorila com fome estava procurando alimento, até que o amigo

de minha amiga decidiu jogar uma pedra nele, se sentindo ameaçado o gorila decidiu atacar. Ele rapidamente

sem pensar em sua decisão colocou fogo na floresta. Eu sem olhar para trás saí correndo. Não me lembrava

de mais nada, só acordei no hospital com vários aparelhos respiratórios. E ficava me perguntando o porque

de estar lá. Então curiosa perguntei ao médico, que era doutor Marcelo. Ele disse que houve um incêndio em

uma floresta, e que os bombeiros e os cuidadores de animais encontraram animais mortos e eu desmaiada.

Fiquei muito triste e depressiva em saber que eu participei disso. E logo pensei. Por isso que o mundo está

se acabando tão rápido.

O texto acima foi escrito por uma aluna do sexto ano. No terceiro parágrafo, ha o trecho “Então decidimos

prosseguir que um gorila com fome estava procurando alimento, até que o amigo de minha amiga decidiu

jogar uma pedra nele, se sentindo ameaçado o gorila decidiu atacar. Ele rapidamente sem pensar em sua

decisão colocou fogo na floresta”. Ha uma incoerência em certo momento desse trecho, pois

a) a atitude do amigo, de jogar uma pedra no animal, é algo improvável de acontecer, levando-se em

consideração a relação estabelecida entre os homens e a natureza.

b) humanos e um gorila jamais poderiam compartilhar o mesmo espaço.

c) há uma ambiguidade no trecho, visto que não é possível apontar quem é que estaria procurando a comida.

d) há uma ambiguidade no trecho, visto que não é possível indicar com certeza quem pôs fogo na floresta.

e) “o amigo de minha amiga” é um termo que utiliza uma repetição desnecessaria, portanto quebra a lógica da

sequência narrativa.

GABARITO: D

COMENTÁRIO: Na última frase, o pronome ele, que deveria estar indicando o amigo, encontra-se mais perto do

termo gorila, criando uma ambiguidade por fazer parecer que o gorila poderia ter colocado fogo na floresta.

29.

narrativa

substantivo feminino

1.

ação, processo ou efeito de narrar; narração.

2.

exposição de um acontecimento ou de uma série de acontecimentos mais ou menos encadeados, reais ou

imaginários, por meio de palavras ou de imagens.

Os textos do tipo narrativo reúnem em si um conjunto de elementos que os caracterizam. São eles:

a) narrador, tempo, enredo, argumento e fim.

b) narrador, espaço, personagem, tempo, enredo.

c) narrador, intriga, espaço, coesão, quebra de expectativa.

d) narrador, resumo, enunciador, desfecho, clímax.

e) narrador, personagens principais, personagens secundários, espaço, tempo.

GABARITO: B

COMENTÁRIO: As narrativas são compotas por narrador, espaço, personagem e tempo, que podem ser de tipos

variados, além de um enredo.

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2021 – SIMULADO OBJETIVO – 9º ANO – 1º TRIMESTRE

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30. “Tempo. Inesperadamente, inventei uma maquina do” (Alan Moore) O texto em destaque é um microconto e sobre ele é possível dizer que

a) é considerado um microconto justamente por não apresentar um final claro, podendo ser completado pelo

leitor como preferir. b) o final é um elemento opcional nos microcontos. c) a palavra “tempo” representa o título do microconto, também servindo como sua introdução. d) “tempo” seria o final do microconto, que aparece no início, fora de ordem, justamente para representar a

viagem no tempo. e) por não apresentar todos os elementos narrativos, o microconto não pode ser considerado um tipo

de narrativa. GABARITO: D COMENTÁRIO: O autor coloca o fim do microconto logo no início, para mostrar, de forma econômica, como a máquina do tempo citada está, de fato, funcionando.

31.

O coração revelador (Edgar Allan Poe) É verdade. Tenho sido e sou nervoso, muito nervoso, terrivelmente nervoso. Mas, por que ireis dizer que sou louco? A enfermidade me aguçou os sentidos, não os destruiu, não os entorpeceu. Era penetrante, acima de tudo, o sentido da audição. Eu ouvia todas as coisas, no céu e na terra. Muitas coisas do inferno eu ouvia. Como, então, sou louco? Prestai atenção. E observai quão lucidamente, quão calmamente vos posso contar toda a história. É impossível dizer como a ideia me penetrou primeiro no cérebro; uma vez concebida, porém, ela me perseguiu dia e noite. Não havia motivo. Não havia cólera. Eu gostava do velho. Ele nunca me fizera mal. Nunca me insultara. Eu não desejava seu ouro. Penso que era o olhar dele. Sim, era isso. Um de seus olhos se parecia com o de um abutre... um olho de cor azul pálida, que sofria de catarata. Meu sangue se enregelava sempre que ele caía sobre mim; e assim, a pouco e pouco, bem lentamente, fui-me decidindo a tirar a vida do velho e desse modo libertar-me daquele olho para sempre. [...]

O fragmento em destaque é o parágrafo de introdução do conto O coração revelador, que conta com um narrador personagem para relatar os estranhos acontecimentos da história. É correto afirmar, sobre esse tipo de narrador, que

a) por estar contando a sua própria história, o narrador tem domínio completo sobre a narrativa, sabendo tudo

que motivou os acontecimentos e as consequências deles.

b) a subjetividade presente nesse tipo de narração cria um relato que pode não ser completamente confiável,

visto que ele é contado sob o ponto de vista de quem o viveu.

c) o narrador conta a história em tempo real, tudo o que lemos está acontecendo com ele naquele momento, o

que traz um maior senso de urgência à narrativa, já que nunca podemos saber com certeza o que irá

acontecer a seguir.

d) ao narrar uma história o tempo utilizado será sempre o psicológico, já que a narrativa se desenrola dentro da

cabeça do narrador, o que dá maior liberdade ao autor de ir e voltar do passado dentro da narrativa, sem ter

que se prender a uma linha temporal.

e) sua participação limitada na história dá a ele maior espaço para contemplar o comportamento das demais

personagens e, assim, explicar melhor a história para o leitor.

GABARITO: B

COMENTÁRIO: O narrador personagem tem a habilidade de manipular o leitor por poder apresentar a narrativa

da forma que lhe convir. O narrador do conto de Poe, por exemplo, demonstra que está com seu estado

emocional abalado, o que pode levantar a dúvida do leitor sobre o que está sendo narrado.

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32. Analisando a tirinha a seguir, é correto afirmar que

a) faz uso do narrador personagem ao colocar Cebolinha como o dono da fala inicial. b) faz de Mônica a antagonista da narrativa, visto que ela se opõe à oferta de ajuda dele. c) o tempo da narrativa é linear. d) não apresenta um desfecho, por ser uma história muito curta. e) não pode ser considerada uma narrativa por apresentar linguagem não-verbal. GABARITO: C COMENTÁRIO: Não há narrador personagem ou relação de antagonismo entre Mônica e cebolinha na tirinha em questão, por isso A e B estão erradas. D está errada pois o tamanho de uma narrativa não é o que a define como tal. E a alternativa E está errada pois a linguagem não-verbal também pode ser utilizada como elemento para se contar uma história. Assim, C é que está correta, pois o tempo da narrativa segue uma linearidade do início ao fim da tirinha.

33. A paráfrase é um elemento importante para a elaboração de resumos e ela pode ser definida como a) um texto argumentativo, no qual o autor pode ter liberdade para se posicionar sobre o produto

cultural analisado. b) um recurso obrigatoriamente utilizado para a elaboração de resumos, resenhas e narrativas em geral. c) uma readaptação livre do texto original, podendo adicionar novos sentidos a ele, dependendo da intenção do

autor da paráfrase. d) um texto que reúne de forma seletiva informações diversas do texto-base, traduzindo-o para seu público-alvo,

os jovens. e) uma atividade de reformulação de textos, que parte de um texto-base e utiliza palavras diferentes para se

referir ao mesmo que já havia sido dito antes. GABARITO: E COMENTÁRIO: A paráfrase tem por objetivo manter o sentido do seu texto base, mas alterando as palavras e termos utilizados originalmente.

34. Meu nome é Joe. É assim que meu colega, Milton Davidson, me chama. Ele é um programador e eu sou um programa de computador. Faço parte do complexo Multivac e estou conectado com todas as suas outras partes espalhadas pelo mundo inteiro. Eu sei tudo. Quase tudo. (ASIMOV, Isaac. Amor verdadeiro.)

A opção que apresenta uma paráfrase adequada do trecho acima é:

a) Joe e Milton são colegas, ambos são programadores de computador no complexo Multivac e estão conectados às outras partes deste, que se encontram mundo afora. Joe sabe de tudo sobre Milton ou quase tudo.

b) Joe e Milton são colegas, ambos são programas de computador no complexo Multivac e estão conectados às outras partes deste, que se encontram mundo afora. Milton sabe de tudo ou quase tudo.

c) Dois colegas, Milton e Joe, trabalham no mesmo lugar, o complexo Multivac, e estão conectados por esse sistema ao mundo inteiro. Joe acredita saber de tudo.

d) Joe, o narrador, é um programa de computador criado por Milton, o qual ele considera um colega. Joe faz parte do complexo Multivac, conectado a todas as suas outras partes no mundo todo e, por isso, diz saber tudo, ou quase tudo.

e) Joe vê em Milton um antagonista, por isso já o apresenta de forma inferior, falando que sabe de tudo, ao contrário de seu criador.

GABARITO: D COMENTÁRIO: Apenas a alternativa D reescreve o trecho de Asimov usando outros termos e mantendo o mesmo sentido na mensagem, sem qualquer alteração, o que é o objetivo de uma paráfrase.

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35. Comparando os gêneros resumo e miniconto, é correto afirmar que a) são muito similares por serem textos breves, de vocabulário simples e poucas descrições. b) apesar de serem gêneros conhecidos por serem sucintos, diferem-se bastante por terem objetivos

bem distintos. c) têm em comum o tamanho e o tipo de narrador, diferindo em todo o resto. d) ambos dependem da paráfrase como recurso essencial para a sua construção. e) os dois são narrativas que fazem pouco uso da descrição. GABARITO: B COMENTÁRIO: O resumo tem como objetivo descrever de forma sucinta um outro texto, enquanto o miniconto tem como objetivo apresentar uma narrativa contada em poucas frases, normalmente uma só.

INGLÊS

VOCABULARY 36. There are some expressions such as phrasal verbs, collocations, and idioms that make a great part of the

vocabulary in the English Language. These vocabulary units serve for several communication purposes, namely replace a verb, convey an idea, describe an action, and so on. You have learned several expressions in the past few weeks. E.g. HOLY MOLY! Those kicks are rather expensive.

Now, according to your understanding of these vocabulary units, the most suitable expression to complete the sentence below would be: “______________________ I don’t believe a word you say.”

a) cut it in b) cut it on c) cut it off

d) cut it out e) cut it to

GABARITO: D COMENTÁRIO: O uso da expressão cut it out, em inglês, demonstra que você questiona, duvida, ou absolutamente não acredita nas declarações do seu interlocutor. 37. Considering your knowledge of phrasal verbs, an alternative sentence to the sentence below is:

“My mom REPRIMANDED ME because I didn’t do my homework.” a) My mom told me off because I didn’t do my homework. b) My mom told me on because I didn’t do my homework. c) My mom told me in because I didn’t do my homework. d) My mom told me out because I didn’t do my homework. e) My mom told me of because I didn’t do my homework. GABARITO: A COMENTÁRIO: A expressão to tell off, em inglês, significa repreender, advertir, censurar, admoestar, etc. Portanto, a alternativa “A” carrega o valor semântico semelhante ao verbo reprimand. 38. Based on what you learned on vocabulary, the phrasal verb that corresponds to the definition below would be:

“To put on formal clothes for a special occasion or to put on special clothes in order to change your appearance as in a costume party.”

a) to dress down b) to dress up c) to dress under

d) to dress over e) to dress below

GABARITO: B COMENTÁRIO: A expressão to dress up, em inglês, significa vestir-se com um propósito específico, como vestir-se para uma festa a fantasia ou uma cerimônia de casamento. Portanto, a alternativa “B” corresponde a definição.

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SIMPLE PRESENT 39. The Simple Present is a verb tense used to describe events that happen regularly such as daily routines,

timetables or habits. It also describes events that are always true and scientifically proven.

Now, considering the verb forms presented in the studies of the Simple Present, the correct alternative to complete the sentence below is: “Martha ______________ watching TV series on Netflix.”

a) love b) lovie c) lovies d) lovyes e) loves GABARITO: E COMENTÁRIO: A fim de satisfazer a concordância entre sujeito e verbo, adiciona-se, de acordo com uma regra específica, ‘s’, ‘es’ ou ‘ies’ ao final dos verbos quando estes são acompanhados de sujeito na terceira pessoa do singular no Simple Present. Como “love” termina em “e”, basta acrescentar “s”. 40. The correct form of the verb ‘to study’ to complete the sentence below would be:

“Mike ____________ 6 hours a day after school.” a) studyes b) studys c) studies d) studyies e) studes GABARITO: C COMENTÁRIO: Verbos terminados em ‘y’ precedidos de consoante, após sujeito na terceira pessoa do singular, recebem sufixo ‘ies’, substituindo ‘y’. Portanto, a alternativa correta é a letra “C”.

SIMPLE PAST 41. The Simple Past is a verb tense used to describe events that happened sometime in the past, that is, they

were completed in the past.

Now, considering your knowledge of Simple Past, it is correct to say that the two types of verbs most discussed are:

a) transitive / intransitive b) linking verbs / modal verbs c) active / stative d) finite / non-finite e) regular / irregular GABARITO: E COMENTÁRIO: Apesar da existência e uso dos outros tipos verbos, os regulares e irregulares recebem atenção especial nas discussões acerca do Simple Past. 42. Considering the study of auxiliary verbs, the correct alternative to complete the question in the Simple Past

below would be:

“_________ you go to a water park last weekend?” a) do b) does c) has d) did e) have GABARITO: D COMENTÁRIO: O único auxiliar em unidade e forma no Simple Past é ‘Did’, portanto, é a alternativa correta.

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43. Now, considering the Simple Past with ‘to be’, the correct past form to complete the sentence below is:

“She _________ mad at you because you promised to give her a call, but you didn’t.” a) was b) were c) been d) is e) am GABARITO: A COMENTÁRIO: A forma do verbo ‘to be’ no passado simples que corresponde ao sujeito na terceira pessoa do singular é ‘was’. 44. The alternative that has a similar meaning to “A COMPLETELY DIFFERENT THING” used below is:

Math is very easy, but calculus is A COMPLETELY DIFFERENT THING. a) a horse of different color. b) a zebra of different color. c) a cow of different color. d) an elephant of different color. e) a giraffe of different color. GABARITO: A COMENTÁRIO: “A horse of different color”, em inglês, expressa a ideia de algo completamente diferente em comparação com alguém ou alguma coisa. 45. Check the alternative that adequately fills the gap.

“When I grow up, I want to build houses and buildings. I’ll become a _________.” a) accountant b) janitor c) cook d) bricklayer e) cashier GABARITO: D COMENTÁRIO: A palavra bricklayer, em inglês, se refere ao profissional da construção civil (pedreiro).

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