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Sindrome de Guyon

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Síndrome de Guyon

Trata-se de uma compressão do nervo ulnar, que passa por um túnel localizado no pun-ho chamado de canal de Guyon. É um problema similar à síndrome do túnel do carpo, mas envolvendo um nervo diferente.

AnAtomiA

• Ossos e articulações

A anatomia da articulação do punho é uma das mais complexas do nosso corpo. O punho é uma coleção de muitas articulações e ossos. Este conjunto de estruturas permite que nossas mãos se movimentem em várias direções. O punho deve ser extremamente móvel permitindo que nossas mãos tenham grande amplitude de movimentos. Ao mesmo tempo, o punho deve ser forte para que tenhamos uma boa preensão da mão.

Nós temos 15 ossos que fazem a conecção do antebraço com os dedos da mão. O punho contém 8 pequenos ossos, chamados ossos do carpo. Esses ossos estão agrupados em duas fileiras. A fileira proximal localiza-se aonde o punho faz a sua dobradura, e partindo do lado do polegar temos os ossos escafóide, lunar e triquetrum. A segunda fileira conhecida como distal é formada pelos ossos trapézio, trapezóide, capitato, hamato e pisiforme.

Os ossos da fileira proximal se conectam com os dois ossos do antebraço, o rádio e a ulna. Os ossos da fileira distal se conectam com os ossos da mão, conhecidos como ossos meta-carpos. Os metacarpos por sua vez se conectam com as falanges, que são os ossos dos dedos.

A cartilagem articular é o tecido que recobre as terminações ósseas de qualquer articulação. Trata-se de um tecido branco, brilhante e de consistência emborrachada, capacitado para suportar tensão e permitir o deslizamento harmonioso entre os ossos.

• Ligamentos, tendões e músculos

Os ligamentos servem para conectar um osso ao outro. Os ligamentos em torno de uma articulação se ajuntam para formar uma cápsula articular. A cápsula articular é um tecido sacular que circunda uma articulação, e contém um líquido lubrificante chamado líquido sinovial. No punho, os 8 ossos do carpo são circundados e suportados por uma cápsula ar-ticular.

Dois importantes ligamentos também suportam as bordas do punho. São os ligamentos colaterais, que ligam o punho ao antebraço, conhecidos como ligamento colateral ulnar e ligamento colateral radial.

Também encontramos muitos tendões importantes que atravessam o punho. Os tendões conectam os músculos aos ossos. Estes tendões se originam nos músculos do antebraço. Os tendões flexores estão na face palmar da mão e fletem o punho e os dedos. Os tendões extensores estão na face dorsal da mão e estendem o punho e os dedos.

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Os tendões flexores passam embaixo de um outro ligamento importante do punho chamado ligamento transverso do carpo, que liga os lados interno e externo do punho. Este ligamento mantém os tendões em seu lugar.

• Nervos

Temos 3 principais nervos que correm pelo braço e também passam pelo punho para inervar a mão. São os nervos radial, mediano e ulnar. Esses nervos são os responsáveis pelos movimentos e pela sensibilidade da mão.

O nervo radial sai do pescoço, e após contornar o osso rádio, ele corre pelo lado lateral do braço em direção ao polegar. Ele inerva os músculos extensores do punho e da mão, e é o responsável pela sensibilidade do polegar, do indicador e parte do dedo médio na face dorsal da mão.

O nervo mediano após sair do pescoço corre pela face anteromediana do braço, e ao nível do punho ele passa abaixo do ligamento transverso do carpo junto com os tendões flex-ores, na palma da mão, por um túnel chamado de túnel do carpo. Ele dá a sensibilidade na face palmar do polegar, indicador, dedo médio e metade do dedo anelar. Ele também envia um ramo motor para o músculo tenar do polegar. Este músculo faz a oposição do polegar permitindo que você toque a ponta dos outros dedos.

O nervo ulnar também sai do pescoço, e desce pelo braço do lado do dedo mínimo. Ao nível do punho ele passa por um outro túnel, chamado canal de Guyon. Este túnel é for-mado por um ligamento que une dois ossos do carpo, o pisiforme e o hamato. Após pas-sar pelo canal, ele dá a sensibilidade palmar do dedo mínimo e metade do dedo anelar. Ele também inerva os pequenos músculos da mão.

O osso hamato tem uma protuberância em forma de anzol que pode se romper, e pres-sionar o nervo ulnar dentro do canal de Guyon.

• Artérias

Viajando junto com os nervos encontramos as grandes artérias que nutrem o braço. A maior delas é a artéria radial, aonde verificamos o pulso arterial. A artéria ulnar corre junto com o nervo ulnar.

CAuSAS

Além das fraturas e traumas da mão, a síndrome de Guyon pode ser causada por movi-mentos repetitivos. Uma pressão contínua na palma da mão também pode despertar os sintomas, como ocorre com os ciclistas e levantadores de peso. As artrites que atingem a mão também podem provocar a síndrome.

SintomAS e diAGnóStiCo

O quadro começa com formigamento e dor nos dedos mínimo e anelar. A seguir ocorre uma anestesia nestes dedos. Também aparece fraqueza nos movimentos da mão.

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Esta condição é menos comum do que a síndrome do túnel do carpo, mas podem ocor-rer simultaneamente.

O diagnóstico é feito pela história clínica e exame físico. A eletromiografia e a medida da velocidade da condução nervosa contribuem para o diagnóstico. No caso de trauma o RX também está indicado.

diAGnóStiCo

O diagnóstico começa com uma história clínica e exame físico completo. O exame do nervo sugere o seu comprometimento. A eletromiografia e a medida da velocidade de condução nervosa confirmam o diagnóstico.

trAtAmento

A imobilização e a evitação de movimentos repetitivos é imperativo. O uso de uma tala e medicamentos antiinflamatórios são úteis como primeira medida. Os procedimentos fisioterápicos também são importantes.

Se, as medidas acima falharem, a cirurgia pode ser indicada. O objetivo é reduzir a compressão sobre o nervo ulnar. É feita uma incisão na região palmar, e aberto o liga-mento que forma o teto do canal de Guyon.

reAbilitAção

A recuperação demora meses através de um programa para reduzir a inflamação e re-cuperar as funções da mão. Também é feito um treinamento para evitar novas lesões.