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Página sobre o Transtorno do Pânico Procuro informar sobre o assunto, esclarecendo as pessoas em geral, pois infelizmente, muitas pessoas com o transtorno do pânico não procuram ou não recebem tratamento adequado. Para incentivar o tratamento, é necessária uma maior divulgação a respeito deste assunto. Existe um abaixo assinado para se conseguir que uma pessoa com transtorno de pânico, diagnosticada pelos orgãos públicos (INSS) e possa receber os benefícios sociais, quando essa pessoa estiver incapancitada para o trabalho. É rápido, fácil e com sigilo! Particpe!... CLIQUE AQUI! " Isso é algo que não desejo nem para meu pior inimigo ". Expressão muito usada por quem passou pelas crises. Existem pessoas, não importa de que classe social, vagam pelos consultórios e clínicas do mundo inteiro sem que ninguém seja capaz de lhes dizer qual a verdadeira origem de seus males. A pessoa passa por uma série interminável de consultas e exames, em boa parte pagos com dinheiro público, acaba entrando nas estatísticas de certas doenças, mas não tem seu problema resolvido. Três quartos das pessoas com distúrbio mental não estão onde deveriam estar: no psiquiatra ou no psicólogo. Estão nas mãos do cardiologista, do neurologista ou de outro especialista qualquer. É uma multidão que não trata a sua doença de forma adequada, pois um mau diagnóstico pode levar essas pessoas a conviver com enormes desconfortos, que acabam se estendendo à toda a sua família. " Tenho tanto medo. Toda vez que " De repente, eu senti uma terrível me preparo para sair, tenho aquela onda de medo, sem nenhum motivo. desagradável sensação no estômago Meu coração disparou, tive dor e me aterrorizo pensando que vou ter no peito e dificuldade para respirar. outra crise de pânico. " Pensei que fosse morrer. " Quais os sintomas físicos de uma crise de pânico? Como se descreve acima, os sintomas físicos de uma crise de pânico aparecem subitamente, sem nenhuma causa aparente (apesar de existir, mas fica difícil de se perceber). Os sintomas são como uma preparação do corpo para alguma "coisa terrível" . A reação natural é acionar os mecanismos de fuga. Diante do perigo, o organismo trata de aumentar a irrigação de sangue no cérebro e nos membros usados para fugir - em detrimento de outras partes do corpo, incluindo os orgãos sexuais. Eles podem incluir :

Sindrome Transtorno do Pânico

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Página sobre o Transtorno do Pânico

Procuro informar sobre o assunto, esclarecendo as pessoas em geral, pois infelizmente, muitas pessoas com o transtorno do pânico não procuram ou não recebem tratamento adequado. Para incentivar o tratamento, é necessária uma maior divulgação a respeito deste assunto.

Existe um abaixo assinado para se conseguir que uma pessoa com transtorno de pânico,diagnosticada pelos orgãos públicos (INSS) e possa receber os benefícios sociais, quando essa pessoa estiver incapancitada para o trabalho.

É rápido, fácil e com sigilo! Particpe!... CLIQUE AQUI!

" Isso é algo que não desejo nem para meu pior inimigo ". Expressão muito usada por quem passou pelas crises.

Existem pessoas, não importa de que classe social, vagam pelos consultórios e clínicas do mundo inteiro sem que ninguém seja capaz de lhes dizer qual a verdadeira origem de seus males. A pessoa passa por uma série interminável de consultas e exames, em boa parte pagos com dinheiro público, acaba entrando nas estatísticas de certas doenças, mas não tem seu problema resolvido. Três quartos das pessoas com distúrbio mental não estão onde deveriam estar: no psiquiatra ou no psicólogo. Estão nas mãos do cardiologista, do neurologista ou de outro especialista qualquer. É uma multidão que não trata a sua doença de forma adequada, pois um mau diagnóstico pode levar essas pessoas a conviver com enormes desconfortos, que acabam se estendendo à toda a sua família.

" Tenho tanto medo. Toda vez que " De repente, eu senti uma terrível me preparo para sair, tenho aquela onda de medo, sem nenhum motivo. desagradável sensação no estômago Meu coração disparou, tive dor e me aterrorizo pensando que vou ter no peito e dificuldade para respirar. outra crise de pânico. " Pensei que fosse morrer. "

Quais os sintomas físicos de uma crise de pânico?

Como se descreve acima, os sintomas físicos de uma crise de pânico aparecem subitamente, sem nenhuma causa aparente (apesar de existir, mas fica difícil de se perceber). Os sintomas são como uma preparação do corpo para alguma "coisa terrível". A reação natural é acionar os mecanismos de fuga. Diante do perigo, o organismo trata de aumentar a irrigação de sangue no cérebro e nos membros usados para fugir - em detrimento de outras partes do corpo, incluindo os orgãos sexuais. Eles podem incluir :

Contração / tensão muscular, rijeza Palpitações (o coração dispara) Tontura, atordoamento, náusea Dificuldade de respirar (boca seca) Calafrios ou ondas de calor, sudorese Sensação de "estar sonhando" ou distorções de percepção da realidade Terror - sensação de que algo inimaginavelmente horrível está prestes a

acontecer e de que se está impotente para evitar tal acontecimento Confusão, pensamento rápido Medo de perder o controle, fazer algo embaraçoso Medo de morrer Vertigens ou sensação de debilidade

Uma crise de pânico dura caracteristicamente vários minutos e é uma das situações mais angustiantes que podem ocorrer a alguém. A maioria das pessoas que tem uma crise terá outras (se não tratar). Quando alguém tem crises repetidas ou sente muito ansioso, com medo de ter outra crise, diz-se que tem transtorno do pânico

O que é o transtorno do pânico?

Transtorno do pânico é um problema sério de saúde. Este distúrbio é nitidamente diferente de outros tipos de ansiedade, caracterizando-se por crises súbitas, sem fatores desencadeantes aparentes e, frequentemente, incapacitantes. Depois de ter uma crise de pânico - por exemplo, enquanto dirige, fazendo compras em uma loja lotada ou dentro de um elevador - a pessoa pode desenvolver medos irracionais (chamados fobias) destas situações e começar a evitá-las. Gradativamente o nível de ansiedade e o medo de uma nova crise podem atingir proporções tais, que a pessoa com o transtorno do pânico pode se tornar incapaz de dirigir ou mesmo pôr o pé fora de casa. Neste estágio, diz-se que a pessoa tem transtorno do pânico com agorafobia. Desta forma, o distúrbio do pânico pode ter um impacto tão grande na vida cotidiana de uma pessoa como outras doenças mais graves - a menos que ela receba tratamento eficaz e seja compreendida pelos demais.

O que causa o transtorno do pânico? Por que ele ocorre?

De acordo com uma das teorias, o sistema de "alerta" normal do organismo - o conjunto de mecanismos físicos e mentais que permite que uma pessoa reaja a uma ameaça - tende a ser desencadeado desnecessariamente na crise de pânico, sem haver perigo iminente. Algumas pessoas são mais suscetíveis ao problema do que outras. Constatou-se que o T.P. ocorre com maior frequência em algumas famílias, e isto pode significar que há uma participação importante de um fator hereditário (genético) na determinação de quem desenvolverá o transtorno. Entretanto, muitas pessoas que desenvolvem este transtorno não tem nenhum antecedente familiar.

O cérebro produz substâncias chamadas neurotransmissores que são responsáveis pela comunicação que ocorre entre os neurônios (células do sistema nervoso). Estas comunicações formam mensagens que irão determinar a execução de todas as atividades físicas e mentais de nosso organismo (ex: andar, pensar, memorizar, etc). Um desequilíbrio na produção destes neurotransmissores pode levar algumas partes do cérebro a transmitir informações e comandos incorretos. Isto é exatamente o que ocorre em uma crise de pânico: existe uma informação incorreta alertando e preparando o organismo para uma ameaça ou perigo que na realidade não existe. É como se tivéssemos um despertador que passa a tocar o alarme em horas totalmente inapropriadas. No caso do Transtorno do Pânico os neurotransmissores que encontram-se em desequilíbrio são: a serotonina e a noradrenalina.

O transtorno do pânico é um problema sério?

O T.P. já é considerado um problema sério de saúde. Atualmente 2 a 4% da população mundial sofre deste mal, que acomete mais mulheres do que homens em uma proporção de 3 para 1. Há muito que o T.P. deixou de ser um diagnóstico de exclusão. Hoje, mais do que nunca, há necessidade de um diagnóstico de certeza para tal entidade clínica. As pessoas que sofrem deste mal costumam fazer uma verdadeira "via-crucis" a diversos especialistas médicos ("doctor shopping") e após uma quantidade exagerada de exames complementares recebem, muitas vezes, o patético diagnóstico do "nada", o que aumenta sua insegurança e seu desespero. Por vezes esta situação dramática é reduzida a termos evasivos como: estafa, nervosismo, stress, fraqueza emocional ou problema de cabeça. Isto pode criar uma incorreta impressão de que não há um problema de fato e de que não existe tratamento para tal patologia.

O T.P. é real e potencialmente incapacitante, mas pode ser controlado com tratamentos específicos. Por causa dos seus sintomas desagradáveis, ele pode ser confundido com uma doença cardíaca ou outra doença grave. Frequentemente as pessoas procuram um pronto-socorro quando têm a crise de pânico e podem passar desnecessariamente por extensos exames médicos para excluir outras doenças.

Os médicos em geral tentam confortar o paciente em crise de pânico, fazendo-o entender que não está em perigo. Mas estas tentativas podem às vezes piorar as dificuldades do paciente: se o médico usar expressões como "não é nada grave", "é um problema de cabeça" ou "não há nada para se preocupar", isto pode produzir uma impressão incorreta de que não há problema real e de que não existe tratamento ou de que este não é necessário, conforme já comentado.

Qual é a população atingida?

As pessoas que tem o T.P., em sua maioria, são pessoas jovens (faixa etária de 21 a 40 anos), que encontram-se na plenitude de suas vidas profissionais. O perfil da personalidade das pessoas que sofrem do T.P., costuma apresentar aspectos em comum: geralmente são pessoas extremamente produtivas à nível profissional, costumam assumir uma

carga excessiva de responsabilidades e afazeres, são bastantes exigentes consigo mesmos, não convivem bem com erros ou imprevistos, têm tendência a se preocuparem excessivamente com problemas cotidianos, alto nível de criatividade, perfecionismo, excessiva necessidade de estar no controle e de aprovação, auto-expectativas extremamente altas, pensamento rígido, competente e confiável, repressão de alguns ou todos os sentimentos negativos (os mais comuns são, o orgulho e a irritação), tendência a ignorar as necessidades físicas do corpo, entre outras. Essa forma de ser acaba por predispor estas pessoas a situações de stress acentuado, fato este que pode levar ao aumento intenso da atividade de determinadas regiões do cérebro desencadeando assim um desequilíbrio bioquímico e consequentemente o aparecimento do T.P..

Vale ressaltar ainda que alguns medicamentos como anfetaminas (usados em dietas de emagrecimento) ou drogas (cocaína, maconha, crack, ecstasy, etc), podem aumentar a atividade e o medo promovendo alterações químicas que podem levar ao T.P..

Existe tratamento para este problema?

Existe uma variedade de tratamentos para o T.P.. O mais importante neste aspecto é que se introduza um tratamento que vise restabelecer o equilíbrio bioquímico cerebral numa primeira etapa. Isto pode ser feito através de medicamentos seguros e que não produzam risco de dependência física dos pacientes. Numa segunda etapa prepara-se o paciente para que ele possa enfrentar seus limites e as adversidades vitais de uma maneira menos estressante. Em última análise, trata-se de estabelecer junto com o paciente uma nova forma de viver onde se priorize a busca de uma harmonia e equilíbrio pessoal. Uma abordagem psicoterápica específica deverá ser realizada com esse objetivo.

O sucesso do tratamento está diretamente ligado ao engajamento do paciente com o mesmo. É importante que a pessoa que sofre de T.P. entenda todas as peculiaridades que envolvem este mal e que queira fazer uma boa "aliança terapêutica" com seu médico no sentido de juntos superarem todas as adversidades que poderão surgir na busca do seu equilíbrio pessoal.

Para as pessoas que não tem, e para as que possam vir a conviver com o problema:

O T.P. não é loucura, nem "frescura". Infelizmente é comum que os distúrbios psíquicos sejam interpretados como simples fraqueza de caráter. O melhor jeito para conviver com uma pessoa que passou pelo T.P., É compreender pelo que a pessoa passa; fazendo com que essa pessoa saiba que você entende o que se passa com ela, isso irá tranquilizá-la, trazendo bem-estar, pois é bem difícil se ter um "ataque", perante uma pessoa ou ambiente que conheça o problema, junto com um "tratamento", preferencialmente, tratado por um psiquiatra. Pois os que sofrem com o transtorno do pânico são ótimas companhias, devido a sua sensibilidade apurada, pois uma experiência ruim algumas vezes frutifica em crescimento interior. E sempre mantenha essa pessoa normalmente convivendo com suas atividades, percebendo as suas limitações e não "forçando nenhuma barra". Aos poucos a vida volta a normalidade.

O Transtorno do Pânico é comum, pode ser claramente definido, diagnosticado e tratado; O conhecimento obtido através da pesquisa está resultando num aperfeiçoamento da diagnose,

tratamento e qualidade de vida das pessoas que sofrem do distúrbio do pânico; Preparação profissional: Com o aumento da informação, tornando as pessoas cientes do distúrbio, assim

médicos e profissionais de saúde mental, devem se preparar para o diagnósticar e/ou tratar do distúrbiodo pânico.

" E nenhum Grande Inquisidor tem prontas tão terríveis torturas como a ansiedade tem; e nenhum espião sabe como atacar mais inteligentemente o homem de quem ele suspeita, escolhendo o instante em que ele está mais fraco; ou sabe onde colocar armadilhas em que ele será pego e enredado, como ansiedade sabe e nenhum juiz é mais esperto e sabe interrogar melhor, examinar, acusar como ansiedade sabe, e nunca o deixa (a vítima) escapar, nem através de distrações, nem através de barulhos, nem divertindo, nem brincando, nem de dia nem de noite..."

Soren Kierkegaard, The Concept of Dread.

SÍNDROME DO PÂNICO - TRANSTORNO DO PÂNICOO psicólogo Artur Scarpato participou do programa Alternativa Saúde do canal GNT falando sobre Ansiedade e

Transtorno do Pânico.

Assista agora os melhores momentos do programa.

"Desenvolvo um tratamento especializado para pessoas com Transtorno do Pânico desde 1995. Um tratamento eficaz vai além de controlar as crises de pânico, mas implica em agir sobre os processos responsáveis pelo início, manutenção e recaída no Pânico. A pessoa fica livre dos ataques de pânico e aprende a lidar com os estados de vulnerabilidade e desamparo originais sem reagir com novos picos de ansiedade. Este é o diferencial de uma abordagem especializada". Artur Scarpato

Veja também o nosso Blog da Ansiedade e do Pânico

ILUSTRANDO: COMO É A SÍNDROME DO PÂNICO

Você pode imaginar o que é sentir isto ?

"De repente os olhos embaçaram, eu fiquei tonto, não conseguia respirar, me sentia fora da realidade, comecei a ficar com pavor daquele estado, eu não sabia aonde ia parar, nem o que estava acontecendo..."

" ...era uma coisa que parecia sem fim, as pernas tremiam, eu não conseguia engolir, o coração batendo forte, eu estava ficando cada vez mais ansiosa, o corpo estava incontrolável, eu comecei a transpirar, foi horrível..."

"Depois da primeira vez eu comecei a temer que acontecesse de novo, cada coisa diferente que eu sentia e eu já esperava... ficava com medo, não conseguia mais me concentrar em nada... deixei de sair de casa, eu não conseguia nem ir trabalhar."

"Quando começa eu já espero o pior, "aquilo" é muito maior do que eu, o caos toma conta de mim, é como uma tempestade que passa e deixa vários estragos... principalmente eu me sinto arrasada. Eu sempre fico com muito medo de que aquilo ocorra de novo... minha vida virou um inferno."

Por estes relatos, que poderiam ser de diferentes pessoas que sofrem de Síndrome do Pânico, é possível identificar o grau de sofrimento e impotência que estas pessoas sentem ao passar pelas crises.

A pessoa sente como se estivesse algo muito errado em seu corpo, que se comporta de modo muito "estranho", "louco". Porém os exames clínicos não detectam nada de anormal com seu organismo.

Como entender?

No Pânico o corpo reage como se estivesse frente a um perigo, porém não há nada visível que possa justificar esta reação.

A pessoa reage com ansiedade frente às sensações de seu próprio corpo, há um estranhamento e um grande susto em relação ao que é sentido dentro da pele. No Pânico o perigo vem de dentro.

É comum a pessoa passar a restringir a sua vida a um mínimo, limitando toda forma de estimulação para tentar evitar que "aquilo volte". Assim a pessoa pode evitar sair de casa, ir a lugares específicos, evitar algumas atividades, privando-se de muitas experiências, o que começa a comprometer a sua vida pessoal e profissional.

Vamos compreender o que acontece com a pessoa e como ela pode sair desta armadilha.

O QUE É SÍNDROME DO PÂNICO OU TRANSTORNO DO PÂNICO ?

A Síndrome do Pânico é um transtorno psicológico caracterizada pela ocorrência de inesperadas crises de pânico e por uma expectativa ansiosa de ter novas crises.

As crises de pânico - ou ataques de pânico - consistem em períodos de intensa ansiedade, geralmente com início súbito e acompanhados por uma sensação de catástrofe iminente. A freqüência das crises varia de pessoa para pessoa e sua duração é variável, geralmente durando alguns minutos.

No geral, as crises de pânico apresentam pelo menos quatro dos sintomas abaixo:

Taquicardia, falta de ar, dor ou desconforto no peito, formigamento, tontura, tremores, náusea ou desconforto abdominal, embaçamento da visão, boca seca, dificuldade de engolir, sudorese, ondas de calor ou frio, sensação de irrealidade, despersonalização, sensação de iminência da morte.

Há crises de pânico mais completas e outras menores, com poucos sintomas.

Geralmente as crises de pânico se iniciam com o disparo de uma reação inicial de ansiedade, que logo ativa um medo em relação às reações que começam a ocorrer no corpo. Durante a crise surgem na mente da pessoa uma série de interpretações negativas sobre o que está ocorrendo, sendo muito comuns quatro tipos de pensamentos catastróficos: de que a pessoa está perdendo o controle, que vai desmaiar, que está enlouquecendo ou que vai morrer.

No intervalo entre as crises a pessoa costuma viver na expectativa de ter uma nova crise. Este processo, denominado ansiedade antecipatória, leva muitas pessoas a evitarem certas situações e a restringirem suas vidas.

A Classificação Diagnóstica

O Transtorno do Pânico é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) constando da Classificação Internacional de Doenças (CID 10), na classe dos Transtornos Mentais. E aparece no DSM IV-R (Diagnostic and Statistical of Mental Disorders, 4rd Edition Revised) da Associação Americana de Psiquiatria.

O Pânico faz parte dos denominados transtornos de ansiedade juntamente com as fobias (fobia simples e fobia social), o estresse pós-traumático, o transtorno obsessivo-compulsivo e o transtorno de ansiedade generalizada.

Enquanto nas Fobias Simples a pessoa teme uma situação ou um objeto específico fora dela, como fobia de altura, por exemplo; no Pânico a pessoa teme o que ocorre no seu próprio corpo; é para essas reações que se volta a atenção, como se estas fossem perigosas.

Há uma classificação da Síndrome do Pânico com agorafobia e sem agorafobia. A agorafobia é um estado de ansiedade relacionado a estar em locais ou situações onde escapar ou obter ajuda poderia ser difícil, caso a pessoa tivesse um ataque de pânico. Pode incluir situações como estar sozinho, estar no meio de multidão, estar preso no trânsito, dentro do metrô, num shopping, etc.

As pessoas que desenvolvem Pânico com agorafobia, geralmente se sentem mais seguras com a companhia de alguém de sua confiança e acabam elegendo alguém como companhia preferencial. Este acompanhante funciona como um "regulador externo", ajudando a pessoa a se sentir menos vulnerável a uma crise de pânico.

QUESTÕES ESSENCIAIS

O Início das Crises de Pânico

A ansiedade é uma reação emocional natural que ocorre quando nos sentimos vulneráveis e na expectativa de um perigo. Quando a resposta emocional de ansiedade é muito intensa e repentina temos uma crise de pânico, que na verdade é um ataque agudo de ansiedade. Numa crise de pânico sofremos muito, achando que algo catastrófico pode nos acontecer a qualquer momento.

Todos estamos sujeitos a ter uma eventual crise de pânico quando expostos a um estresse muito alto, quando inundados por emoções ou em situações que nos levam a um estado extremo de vulnerabilidade e desamparo. Esta é uma reação que faz parte do espectro normal de reações emocionais, apesar de pouco freqüente e muito desconfortável.

Pesquisas mostram que eventos que ocorreram nos últimos dois anos da vida da pessoa podem contribuir para uma pessoa chegar ao estado de vulnerabilidade que vai desencadear uma crise de pânico. Os eventos podem ser de vários tipos como separação, doença, morte de alguém próximo, vivências traumáticas, crises existenciais, crises profissionais, mudanças importantes na vida etc.

Estes fatores aumentam significativamente o nível de estresse e podem levar a pessoa a um grau de vulnerabilidade que vai disparar uma crise de pânico em algum momento.

O que caracteriza a Síndrome do Pânico é que estas crises passam a se repetir. A partir de uma crise inicial a pessoa começa a apresentar crises repetidas, sentindo-se insegura, esperando ansiosamente por uma nova crise que pode ocorrer a qualquer momento.

Há alguns fatores que levam uma pessoa a desenvolver este padrão repetitivo de crises que caracteriza a Síndrome do Pânico.

Uma das razões é que geralmente as primeiras crises acabam sendo vividas como uma experiência traumática. Quando dizemos que uma experiência foi traumática, significa que ela fica registrada num circuito específico de "memória emocional" que passa a disparar a mesma reação emocional automaticamente, sem a participação da consciência. Sempre que aparecem algumas reações parecidas no corpo inicia-se uma nova crise de pânico.

Outros fatores anteriores podem tornar uma pessoa vulnerável a desenvolver um Transtorno de Pânico, como ter um temperamento mais ansioso, ter vivido ansiedade de separação na infância, ter sido criado por pais ansiosos, etc. Um fator importante que contribui para o desenvolvimento do Pânico é que estas pessoas geralmente têm falhas no processo de auto-regulação emocional, ficando ansiosas e não sabendo como se acalmar. Todos estes fatores, combinados ou não, contribuem para que uma pessoa venha a desenvolver Síndrome do Pânico.

O Medo das Reações do Corpo

Na Síndrome do Pânico, várias sensações do corpo acabam se associando às crises e passam a ser interpretados como um sinal de perigo iminente, do início de uma possível crise. Sinais tão diversos como a tensão decorrente de uma resposta de raiva, o enjôo de algo que não caiu bem no estômago, o cansaço de uma noite mal dormida, a tristeza de alguma perda, enfim todo o espectro das sensações e sentimentos pode ser equivocadamente interpretado como indício de uma crise de pânico, levando a pessoa a se assustar e assim, com medo do medo, iniciar uma crise.

A pessoa faz constantes interpretações equivocadas e catastróficas de suas reações e sensações corporais, achando que vai ter um ataque cardíaco, que está doente, que vai desmaiar, que vai morrer, etc. É comum a pessoa viver ansiosamente o que poderia ser vivido como sentimentos diferenciados. Numa situação que poderia despertar alegria, a pessoa se sente ansiosa; numa situação que provocaria raiva ela também se sente ansiosa. Qualquer reação interna ou sentimento mais intenso pode disparar reações de ansiedade.

Esta perda de discriminação da paisagem interna compromete seriamente a vida da pessoa, pois esta se sente ameaçada constantemente por suas próprias sensações corporais. O corpo passa a ser a maior fonte de ameaça. Perder a confiança no próprio corpo leva a uma experiência de extrema fragilidade.

Geralmente algumas das reações corporais que estavam presentes na primeira crise ficam associadas a perigo e passam, a partir daí, a funcionar como disparadores de novas crises. Sempre que estas reações aparecem dispara-se uma resposta automática de ansiedade, o que inicia uma crise de pânico.

As crises de pânico se iniciam geralmente a partir de um susto - consciente ou não - em relação a algumas reações do corpo. As reações disparadoras podem ser variadas, desde uma alteração nos batimentos cardíacos, uma sensação de tontura, falta de ar, enjôo, palpitação, tremor, etc.

Numa crise de pânico a pessoa reage frente aquilo que seu cérebro interpreta como um perigo. Não há um perigo real, apenas uma hiperativação do circuito do medo que dispara um alarme na presença de algumas reações corporais. A presença destes gatilhos corporais pode disparar ansiedade mesmo quando a pessoa não tem consciência deles. Pesquisas apontam, por exemplo, que numa crise de pânico noturna, reações corporais que ficaram associadas a perigo surgem com a pessoa ainda dormindo, e disparam uma reação de ansiedade que acorda a pessoa, muitas vezes já tendo uma crise. Enfraquecer esta associação reações do corpo-perigo, que dispara uma crise de pânico é um dos focos do tratamento.

O Curto-circuito Corpo-Emoção-Pensamento

Podemos identificar a emoção de medo/ansiedade ocorrendo em três níveis: como reações fisiológicas (alterações na pressão sanguínea, nos batimentos cardíacos, piloereção, suor, hiperventilação etc), como reações afetivas (sentimentos de apreensão, desamparo, ansiedade, desespero etc) e como reações cognitivas (preocupação, pensamentos catastróficos, ruminações etc)

A ansiedade produz reações fisiológicas que são naturais desta emoção, como taquicardia e respiração curta. A pessoa com Pânico tende a interpretar estas reações como se fossem perigosas - sinal de doença, de catástrofe iminente, etc. Estas interpretações, na forma de pensamentos catastróficos, acabam por produzir mais ansiedade, o que por sua vez aumenta ainda mais as reações fisiológicas .... reforçando assim os pensamentos catastróficos.

Cria-se assim um circuito infindável onde as reações fisiológicas naturais da emoção de medo/ansiedade são interpretadas equivocadamente como perigosas em si, o que acaba por produzir mais ansiedade, que por sua vez alimenta os pensamentos catastróficos, num processo sem fim. Enquanto a pessoa não interromper este curto-circuito ela não consegue se livrar das crises de pânico.

Expectativa Constante de Perigo

O estado de ansiedade leva a automatismos no processo de atenção e pensamento. A atenção passa a se deslocar descontroladamente, monitorando o corpo em busca de algo que possa representar perigo. O enfraquecimento da capacidade de controle voluntário da atenção está relacionado à dificuldade de concentração frequentemente relatada pelas pessoas ansiosas.

Sob ansiedade a consciência é tomada por um fluxo de preocupações, pensamentos e ruminações e a pessoa sente que tem pouco domínio de sua mente. Surgem interpretações equivocadas das reações corporais, pensamentos automáticos catastróficos, onde a pessoa passa a esperar sempre pelo pior.

A ansiedade é a emoção típica da expectativa de perigo, ela ocorre quando a pessoa se projeta numa situação futura sentida como ameaçadora: "e se... eu vou... vai acontecer... vou passar mal...".

A pessoa vive a maior parte do tempo tomada por graus variados de ansiedade e tem dificuldade de se sentir presente e inteira no momento atual, vivendo como "prisioneira do futuro". Criar presença e fortalecer a atenção são focos importantes no tratamento.

Os Dois Processos de Regulação Emocional

O ser humano dispõe de dois processos básicos de regulação emocional: auto-regulação e regulação pelo vínculo.

Através do processo de auto-regulação emocional podemos regular o nosso próprio estado interno, nos acalmando, nos contendo, nos motivando etc.

Através do processo de regulação pelos vínculos, podemos influenciar reciprocamente a fisiologia e os afetos um do outro e assim podemos nos acalmar e nos regular nos relacionamentos com pessoas de nossa confiança. Os dois processos são normais, necessários e importantes ao longo da vida.

Nas pessoas que desenvolvem Síndrome do Pânico encontramos problemas nestes dois processos, tanto uma precária capacidade de auto-regulação como um enfraquecimento nos processos de regulação pelos vínculos, muitas vezes decorrentes de traumas de relacionamentos e ansiedades infantis que se reatualizam.

Tomada pela ansiedade nas crises, mas também num grau menor no período entre as crises, a pessoa com pânico não sabe como apagar o fogo que arde dentro de si. Daí a importância de desenvolver bem os processos de auto-regulação e de regulação pelo vínculo.

Processos de Auto-Regulação

A qualidade da relação com a própria excitação interna começa a se moldar nas experiências precoces de vida. Inicialmente a mãe ajuda a regular o corpo da criança até que o corpo um pouco mais maduro possa se auto-regular. Observa-se que nas pessoas com Síndrome do Pânico esta função não está bem desenvolvida e a pessoa sente-se facilmente ansiosa e vulnerável frente as reações que dominam o seu corpo.

É comum, por exemplo, as pessoas que desenvolvem algum transtorno de ansiedade terem tido mães ansiosas, emocionalmente hiper-reativas, que ao invés de acalmarem a criança, a deixavam mais assustadas a cada pequeno incidente, como um tropeção ou um simples resfriado.

Experiências de vida desde a infância precoce podem atrapalhar o desenvolvimento da capacidade de auto-regulação, tornando uma pessoa com baixa tolerância à excitação interna. Isto aumenta a vulnerabilidade da pessoa aos transtornos ansiosos como a Síndrome do Pânico.

Muitas pessoas com Pânico costumam solicitar a presença constante de alguém para que se sintam mais seguras. Buscam compensar a sua dificuldade de auto-regulação através de uma regulação pelo vínculo.

Dois Níveis do Vínculo: Contato e Conexão

Quando duas pessoas estão conversando, elas estão em contato, mas não necessariamente em conexão. Contato é uma interação de presença, que pode ser superficial, enquanto conexão é uma ligação profunda que ocorre mesmo quando as pessoas estão distantes. Duas pessoas podem estar em contato, conversando, mas com baixíssima conexão, como numa situação social formal. Por outro lado, duas pessoas podem estar fisicamente distantes, e portanto sem contato, mas se sentirem conectadas.

Esta distinção entre contato e conexão é muito importante para compreender o que ocorre na situação que produz as crises de pânico.

Muitas pessoas relatam não ter crises de Pânico enquanto estão acompanhadas de alguém confiável. Porém, isto é verdadeiro enquanto elas se sentem conectadas com esta pessoa. Quando a outra pessoa está ao lado - portanto em contato - mas sem conexão emocional, a crise de Pânico pode se instalar com mais probabilidade. Algumas pessoas chegam a relatar a sensação de perda a conexão com o outro antes de uma crise de pânico eclodir.

A pessoa com pânico geralmente conhece a sensação de "estar ausente", desconectada, se sentindo distante mesmo de quem está ao seu lado.

A conexão com o outro parece prevenir crises de ansiedade por oferecer uma proteção através do vínculo, uma garantia que protege da sensação de desamparo e vulnerabilidade. Nesta situação, o corpo da pessoa confiável funciona como um "assegurador do funcionamento normal do corpo" da pessoa com pânico. Na ausência da conexão com o outro, o corpo poderia se desregular e a sensação de pânico aparecer.

Regulação pelo Vínculo

A regulação pelo vínculo ocorre, por exemplo, quando a mãe acalma a criança assustada, pegando-a no colo, dirigindo-lhe palavras num tom de voz sereno, ajudando deste modo a diminuir a ansiedade e a agitação da criança. Este processo

envolve o estabelecimento de um vínculo com uma comunicação profunda de estados emocionais, com conexão e não apenas contato.

É comum as pessoas que desenvolvem Pânico terem tido experiências vinculares traumáticas, que podem envolver perdas, rompimentos, abandono, etc. Estes traumas prejudicaram a capacidade da pessoa estabelecer e manter conexões emocionais profundas, fator essencial para a regulação emocional pelo vínculo.

Assim a pessoa pode algumas vezes se sentir protegida com a presença de alguém de sua confiança, mas acaba voltando ao estado de vulnerabilidade tão logo esta pessoa se afaste ou ela perca a conexão. Há uma precariedade na conexão vincular que se torna inconstante e frágil.

O Desamparo

Há uma relação significativa entre o Pânico e as crises de ansiedade disparadas pelas situações de separação na infância. Uma boa parte das pessoas que desenvolvem Transtorno do Pânico não conseguiu construir uma referência interna do outro (inicialmente a mãe) que lhe propiciasse segurança e estabilidade emocional. Esta falta de confiança pode trazer, em momentos críticos, vivências profundas de desconexão e desamparo, disparando crises de pânico.

A experiência do Pânico é muito próxima do desespero atávico de uma criança pequena que se sente sozinha, uma experiência limite de sofrimento intenso, de sentir-se exposta ao devir, frágil, desp rotegida, sob o risco do aniquilamento e da morte.

As pessoas com Pânico sofrem com uma falta de conexão básica, falta de conexão e confiança nos vínculos e falta de conexão e confiança no corpo, o que leva a uma vivência de insegurança, com sentimentos de fragilidade, vulnerabilidade e desamparo.

O TRATAMENTO

Objetivos Principais

Há algumas diretrizes importantes para o tratamento da Síndrome do Pânico:

1 - Etapa Educativa: compreender o que é o Pânico, assumindo a atitude certa para lidar com a ansiedade e as crises.

Os sintomas do pânico são intoleráveis enquanto não compreendidos. A crise de pânico é um estado de intensa ansiedade, na qual o corpo da pessoa reage como se estivesse sob uma forte ameaça. Compreender este processo é fundamental para a sua superação. Nesta etapa vamos aprender o que é a ansiedade, o que ocorre numa crise de pânico, o papel do curto-circuito emoção-corpo-pensamento na manutenção do pânico, os processos de auto-regulação, de regulação pelo vínculo, etc.

A compreensão do Transtorno Pânico e dos Princípios do Tratamento favorece uma atitude construtiva e participativa, assim como o estabelecimento de uma aliança terapêutica para se desenvolver um bom trabalho.

2 - Auto-gerenciamento: desenvolvendo a capacidade de regulação emocional.

A pessoa com pânico precisa desenvolver uma melhor capacidade de regulação emocional, aprendendo a influenciar seu estado emocional, regulando o nível de ansiedade, diminuindo assim o sentimento de vulnerabilidade e a incidência de novas crises.

Este processo é possível pelo aprendizado de técnicas de auto-gerenciamento. Utilizamos um amplo repertório de técnicas de auto-gerenciamento que incluem trabalhos respiratórios, técnicas de direcionamento da atenção, fortalecimento da capacidade de concentração, técnicas visuais variadas (convergência binocular focal, percepção de campo etc), reorganização da forma somática através do Método dos Cinco Passos, técnicas de relaxamento etc.

Estas técnicas de auto-gerenciamento ensinam à pessoa como influir sobre os seus estados internos, desenvolvendo a capacidade de auto-regulação.

Através do manejo voluntário dos padrões somático-emocionais que mantém o estado de pânico pré-organizado - a arquitetura da ansiedade - podemos reorganizar e transformar estes padrões que mantém o gatilho do pânico armado, pronto para disparar novas crises.

Estas técnicas têm uma forte eficácia ao influenciar, por ação reversa, os centros cerebrais que desencadeiam as respostas de pânico, diminuindo o nível de ansiedade e a intensidade das crises.

3 - Aumentar a tolerância à excitação interna.

A pessoa com pânico tende a interpretar as reações de seu corpo, que fazem parte do estado ansioso, como se fossem sinais catastróficos, indicadores de um possível perigo, como um desmaio, um ataque cardíaco iminente, sinal de perda de controle, etc. É necessário enfraquecer esta associação automática onde a presença de algumas sensações corporais disparam uma reação automática de ansiedade, a se inicia o processo que leva ao pânico.

Para ajudar no enfraquecimento desta associação corpo-perigo e aumentar a tolerância ao que é sentido, utilizamos dois caminhos básicos.

(1) Técnicas de desensibilização, onde utilizamos exercícios de exposição gradual às sensações corporais temidas, processo denominado "exposição interoceptiva".

(2) Técnicas de auto-observação, com atenção dirigida às reações da ansiedade e criação de um diálogo com as mensagens emocionais não ouvidas que o corpo está expressando.

Estes recursos ajudam a aumentar a tolerância à excitação interna e na familiarização com as reações do corpo, as emoções e sentimentos. É importante a pessoa ensinar ao seu cérebro como as sensações corporais não são perigosas, e como a ansiedade é apenas uma emoção que expressa uma expectativa de perigo, mas não é perigosa em si.

4 - Desenvolver um "eu observador", permitindo diferenciar-se dos pensamentos ansiosos.

Sob estado de ansiedade a pessoa é inundada de distorções cognitivas, com pensamentos que se projetam no futuro esperando pelo pior e interpretando as sensações em seu corpo como sinais de perigo iminente.

É importante trabalhar no desenvolvimento da capacidade de auto-observação identificando e diferenciando-se dos pensamentos catastróficos que derivam da ansiedade e contribuem para se criar mais ansiedade.

Neste processo a pessoa aprende a observar e reconhecer seus padrões de pensamentos e suas expectativas catastróficas sem ser dominada por eles. Aprende a ancorar o ego no “eu que observa” e não no tumultuoso “eu que pensa”.

É importante também desenvolver a capacidade focalizar a atenção como estratégia para se diminuir a ansiedade. Quando a pessoa consegue criar presença e focar sua atenção, a ansiedade diminui significativamente. Para atingir estes objetivos, utilizamos várias técnicas de auto-observação e fortalecimento da capacidade de direcionamento da atenção.

5 - Desenvolver a capacidade de regulação emocional através dos vínculos.

Além da capacidade de auto-regulação é importante fortalecer a capacidade de se regular pelos vínculos, o que envolve desenvolver a capacidade de estabelecer e sustentar conexões profundas e vínculos de confiança. Este processo vai permitir que a pessoa supere o desamparo que a mantém vulnerável às crises de Pânico.

Neste processo revemos a história de vida de relacionamentos, incluindo os traumas emocionais que possam ter comprometido a confiança e potência vincular. Buscamos ajudar na reorganização dos padrões vinculares em direção a

relações mais estáveis que possam permitir criar uma rede de vínculos e conexões mais previsíveis, essenciais para a proteção das crises de Pânico.

6 - Elaborar outros processos psicológicos atuantes

É importante mapear os fatores que estavam presentes quando a Síndrome do Pânico começou e que podem ter contribuído para a eclosão das crises.

Neste contexto podem estar presentes ambientes e eventos estressantes, assim como crises existenciais, crises em relacionamentos, crises profissionais e transições, como mudanças de fases da vida, por exemplo. A desestabilização emocional trazida por estes eventos poderia produzir estados internos de fragilidade e vulnerabilidade, responsáveis pela eclosão das primeiras crises de pânico.

Num nível mais profundo buscamos investigar e trabalhar as memórias de experiências de vulnerabilidade e traumas que poderiam estar se reeditando nas experiências atuais de pânico. Do mesmo modo é importante rever os padrões de relacionamento com mãe/pai na infância, pois padrões ansiosos e ambivalentes de vínculo podem ter uma forte influência sobre o aparecimento e manutenção de transtornos de ansiedade na vida adulta.

Os melhores resultados são obtidos por um tratamento que contemple todos estes objetivos: a compreensão do processo do pânico, o desenvolvimento da capacidade de auto-regulação, o aumento da tolerância à excitação interna, o desenvolvimento do eu que observa, o desenvolvimento da capacidade de regulação pelo vínculo e a elaboração dos processos de vida que levaram ao Pânico.

Uma combinação destes objetivos é a melhor solução para um tratamento eficaz da Síndrome do Pânico.

Sobre a Medicação

Os remédios podem ser recursos auxiliares importantes para o controle das crises de pânico, trabalhando conjuntamente com a psicoterapia para ajudar na superação da Síndrome do Pânico.

Porém, há algumas ponderações sobre a sua utilização . Primeiro, é necessário ter claro que os remédios não ensinam. Eles não ensinam à pessoa como ela própria pode influenciar seus estados internos e assim a superar o sentimento de impotência que o pânico traz. Não ensinam a pessoa a compreender os sentimentos e experiências que desencadeiam as crises de pânico. E não ajudam a pessoa a perder o medo das reações de seu corpo e a ganhar uma compreensão mais profunda de seus sentimentos. Os remédios - quando utilizados - devem ser vistos como auxiliares do tratamento psicológico.

Algumas pessoas optam por um tratamento conjugado de medicação e psicoterapia enquanto outras optam por tratar o pânico somente com uma psicoterapia especializada. Na psicoterapia especializada utilizamos técnicas de auto-gerenciamento – para manejar os níveis de ansiedade e controlar as crises – e ao mesmo tempo trabalhamos as questões psicológicas envolvidas. A opção mais precária seria tratar o pânico somente com medicação, visto que o índice de recaídas é maior quando há somente tratamento medicamentoso do que quando há também um tratamento psicológico. Os remédios mal administrados podem acabar mascarando por anos o sofrimento ao invés de ajudar a pessoa a superá-lo.

Atualmente é possível tratar a pessoa com Síndrome de Pânico sem a utilização de medicação e temos obtido bons resultados tanto com pessoas que estão paralelamente tomando medicação como com aquelas que preferem não tomar remédios.

Melhora: Um Horizonte Possível

Para uma pessoa ficar boa do Pânico não basta controlar as crises, é necessário integrar as sensações e sentimentos que estavam disparando as crises e assim superar o estado interno de fragilidade e desamparo.

A melhora advém quando a pessoa torna-se capaz de sentir-se identificada com seu corpo, capaz de influenciar seus estados internos, sentindo-se conectada com os outros à sua volta, podendo lidar com os sentimentos internos, se reconectando com os fatores internos que a precipitaram no Pânico e podendo lidar com eles de um modo mais satisfatório.

Superar a experiência da Transtorno de Pânico pode ser uma grande oportunidade de crescimento pessoal, de uma retomada vital e contemporânea do processo psicológico de vida de cada um.

COORDENAÇÃO

Artur Scarpato : Psicólogo Clínico (PUC SP). Mestre em Psicologia Clínica pela PUC SP. Especialização em Psicologia Hospitalar pelo Hospital das Clínicas da U.S.P. e em Cinesiologia Psicológica pelo Instituto Sedes Sapientiae. Desenvolve desde 1995 um tratamento especializado para pessoas com Transtorno do Pânico.

Artur Scarpato - Psicologia Clínica

CRP 06/42113-7

Rua Artur de Azevedo, 1767 Pinheiros São Paulo SP

Paralela a Av. Rebouças e à R. dos Pinheiros

Fone (0xx11) 3067 5967

Transtorno do pânico

O transtorno do pânico ou síndrome do pânico é uma condição mental que faz com que o indivíduo tenha ataques de pânico esporádicos, intensos e muitas vezes recorrentes. Pode ser controlado com medicação e psicoterapia. É importante ressaltar que um ataque de pânico pode não constituir doença (se isolado) ou ser secundário a outro transtorno mental.

Sintomas

Este distúrbio é nitidamente diferente de outros tipos de ansiedade, caracterizando-se por crises súbitas, com ou sem fatores desencadeantes e, frequentemente, incapacitantes. Depois de ter uma crise de pânico a pessoa pode desenvolver medos irracionais (chamados fobias) dessas situações e começar a evitá-las.

Os sintomas físicos de uma crise de pânico aparecem subitamente, sem nenhuma causa aparente ou por meio de ansiedade extrema motivada por estresse, perdas, aborrecimentos ou expectativas. Os sintomas são como uma preparação do corpo para alguma "coisa terrível". A reação natural é acionar os mecanismos de fuga. Diante do perigo, o organismo trata de aumentar a irrigação de sangue no cérebro e nos membros usados para fugir — em detrimento de outras partes da cabeça.

Os sintomas são desencadeados a partir da liberação de adrenalina frente a um estímulo considerado como potencialmente perigoso. A adrenalina provoca alterações fisiológicas que preparam o indivíduo para o enfrentamento desse perigo: aumento da frequência cardíaca e respiratória, a fim de melhor oxigenação muscular; e o aumento da frequência respiratória (hiperventilação) é o principal motivo do surgimento dos sintomas.

Durante a hiperventilação, o organismo excreta uma quantidade acima do normal de gás carbônico. Este, apesar de ser um excreta do organismo, exerce função fundamental no controle do equilíbrio ácido-básico do sangue. Quando ocorre diminuição do gás carbônico ocorre também um aumento no pH sanguíneo (alcalose metabólica) e, consequente a isso, uma maior afinidade da albumina plasmática pelo cálcio circulante, o que irá se traduzir clinicamente por uma hipocalcemia relativa (por redução na fração livre do cálcio). Os sintomas dessa hipocalcemia são sentidos em todo o organismo:

- Sistema Nervoso Central: ocorre vasoconstrição arterial que se traduz em vertigem, escurecimento da visão, sensação de desmaio.

- Sistema Nervoso Periférico: ocorre dificuldade na transmissão dos estímulos pelos nervos sensitivos, ocasionando parestesias (formigamentos) que possuem uma característica própria: são centrípetos, ou seja, da periferia para o centro do corpo. O indivíduo se queixa de formigamento que acomete as pontas dos dedos e se estende para o braço (em luva, nas mãos; em bota, nos pés), adormecimento da região que compreende o nariz e ao redor da boca (característico do quadro).

- Musculatura Esquelética: a hipocalcemia causa aumento da excitabilidade muscular crescente que se traduz inicialmente por tremores de extremidades, seguido de espasmos musculares (contrações de pequenos grupos musculares: tremores nas pálpebras, pescoço, tórax e braços) e chegando até a tetania (contração muscular persistente). Em relação à tetania, é comum a queixa de dificuldade para abertura dos olhos (contratura do músculo orbicular dos olhos), dor torácica alta (contratura da porção superior do esôfago), sensação de aperto na garganta (contração da musculatura da hipofaringe, notadamente do cricofaringeo), de abertura da boca (contratura do masseter e de músculos faciais - sinal de Chvostec), e contratura das mãos (mão de parteiro - sinal de Trousseau). São muito frequentes as cãimbras.

Adicionalmente, a hiperventilação é realizada através de respiração bucal, o que traz duas consequências diretas: o ressecamento da boca (boca seca) e falta de ar (ocasionada pela não estimulação dos nervos sensitivos intranasais).

Tais eventos podem durar de alguns minutos a horas e podem variar em intensidade e sintomas específicos no decorrer da crise (como rapidez dos batimentos cardíacos, experiências psicológicas como medo incontrolável etc.). Quando alguém tem crises repetidas ou sente muito ansioso, com medo de ter outra crise, diz-se que tem transtorno do pânico. Indivíduos com o transtorno do pânico geralmente têm uma série de episódios de extrema ansiedade, conhecidos como ataques de pânico. Alguns indivíduos enfrentam esses episódios regularmente, diariamente ou semanalmente. Os sintomas externos de um ataque de pânico geralmente causam experiências sociais negativas (como vergonha, estigma social, ostracismo etc.). Como resultado disso, boa parte dos indivíduos que sofrem de transtorno do pânico também desenvolvem agorafobia.

Ocorrência

O sistema de "alerta" normal do organismo — o conjunto de mecanismos físicos e mentais que permite que uma pessoa reaja a uma ameaça — tende a ser desencadeado desnecessariamente na crise de pânico, sem haver perigo iminente. Algumas pessoas são mais suscetíveis ao problema do que outras. Constatou-se que o T.P. ocorre com maior frequência em algumas famílias, e isto pode significar que há uma participação importante de um fator hereditário (genético) na determinação de quem desenvolverá o transtorno. Entretanto, muitas pessoas que desenvolvem este transtorno não tem nenhum antecedente familiar.

O cérebro produz substâncias chamadas neurotransmissores que são responsáveis pela comunicação que ocorre entre os neurônios (células do sistema nervoso). Estas comunicações formam mensagens que irão determinar a execução de todas as atividades físicas e mentais de nosso organismo (ex: andar, pensar, memorizar, etc). Um desequilíbrio na produção destes neurotransmissores pode levar algumas partes do cérebro a transmitir informações e comandos incorretos. Isto é exatamente o que ocorre em uma crise de pânico: existe uma informação incorreta alertando e preparando o organismo para uma ameaça ou perigo que na realidade não existe. É como se tivéssemos um despertador que passa a tocar o alarme em horas totalmente inapropriadas. No caso do Transtorno do Pânico os neurotransmissores que encontram-se em desequilíbrio são: a serotonina e a noradrenalina.

O transtorno do pânico é um sério problema de saúde, mas pode ser tratado. Geralmente ele é disparado em jovens adultos, cerca de metade dos indivíduos que têm transtorno do pânico o manifestam antes dos 24 anos de idade, mas algumas pesquisas indicam que a manifestação ocorre com mais freqüência dos 25 aos 30 anos. Mulheres são duas vezes mais propensas a desenvolverem o transtorno do pânico do que os homens.

O transtorno do pânico pode durar meses ou mesmo anos, dependendo de como e quando o tratamento é realizado. Se não tratado, pode piorar a ponto de afetar seriamente a vida social do indivíduo, que tenta evitar os ataques e acaba os

tendo. De fato, muitas pessoas tiveram problemas com amigos e familiares ou perderam o emprego em decorrência do transtorno do pânico.

Alguns indivíduos podem manifestar os sintomas freqüentemente durante meses ou anos e então passar anos sem qualquer sintoma. Em outros, os sintomas persistem indefinidamente. Existem também algumas evidências de que muitos indivíduos, especialmente os que desenvolvem os sintomas ainda jovens, podem parar de manifestar os sintomas naturalmente numa idade mais avançada (depois dos 50 anos). É importante, entretanto, não alterar qualquer tratamento ou medicação em andamento sem um acompanhamento médico especializado.

Para indivíduos que procuram tratamento ativo logo no início, grande parte dos sintomas pode desaparecer em algumas poucas semanas, sem quaisquer efeitos negativos até o final do tratamento.

Tratamento

O transtorno do pânico é real e potencialmente incapacitante, mas pode ser controlado. Em decorrência dos sintomas perturbadores que acompanham o transtorno do pânico, este pode ser confundido com alguma outra doença. Tal confusão pode agravar o quadro do indivíduo. As pessoas freqüentemente vão às salas de emergência quando estão tendo ataques de pânico e muitos exames podem ser feitos para descartar outras possibilidades, gerando ainda mais ansiedade.

O tratamento do transtorno do pânico inclui medicamentos e psicoterapia. O uso de uma nova técnica denominada estimulação magnética transcraniana repetitiva também vem sendo indicado.

Como os sintomas orgânicos principais são secundários, uma técnica simples pode ser utilizada para controle rápido do mal estar: inspirar o ar até que se infle totalmente a caixa torácica, prendê-lo por dois segundos, e soltá-lo sempre devagar pelo nariz. O exercício pode ser repetido por algumas vezes até que se obtenha a melhora da sensação de ansiedade, quando manifestada em seu início. O aprendizado de que o controle dos sintomas pode ser feito através do controle da respiração é extremamente útil no tratamento a longo prazo da Síndrome do Pânico.

Os profissionais de saúde mental que tipicamente acompanham um indivíduo no tratamento do transtorno do pânico são os psiquiatras, psicólogos, Conselheiro de saúde mental, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais. Para prescrever um tratamento medicamentoso para o transtorno do pânico, o indivíduo deve procurar um médico (geralmente um psiquiatra).

A psicoterapia é tipicamente assistida por um psiquiatra ou um psicólogo. Em áreas remotas, onde um profissional especializado não está disponível, um médico de família pode se responsabilizar pelo tratamento. O psiquiatra é, por formação, o mais preparado para a prescrição de medicamentos e deve ser o profissional escolhido caso haja disponibilidade.

Medicamentos ou técnicas modernas podem ser utilizadas para quebrar a conexão psicológica entre uma fobia específica e os ataques de pânico.

Tratamentos empregados incluem:

Antidepressivos : tomados regularmente para constituir uma resistência à ocorrência dos sintomas. Embora tais medicamentos sejam descritos como "antidepressivos", o seu mecanismo de ação, voltado para inibição da recaptação de serotonina, é apontado para o efeito antipânico. Muitos indivíduos com o transtorno do pânico não apresentam os sintomas clássicos da depressão e podem achar que os medicamentos foram prescritos erroneamente, por isso é importante a orientação do médico ao prescrever, assim como a combinação com a psicoterapia. Classes de antidepressivos comumente utilizados:

o ISRS o IMAO

Ansiolíticos (benzodiazepínicos): ministrados durante um episódio de ataque de pânico, não trazem nenhum benefício se usados regularmente (a não ser que os ataques de pânico sejam freqüentes). Se não utilizados

exatamente como prescritos, podem viciar. Geralmente são mais eficazes no começo do tratamento, quando as propriedades de resistência dos antidepressivos ainda não se consolidaram.

Estimulação magnética transcraniana repetitiva : é uma técnica indolor que atinge o cérebro de maneira não invasiva, usada desde 1985 em neurologia e desde 1997 no campo da psiquiatria, que pode beneficiar pacientes refratários, ou seja, nos quais diversas combinações de medicamentos não foram eficazes.

Cura e controle

A exposição múltipla e cautelosa ao elemento fóbico (associado à doença) sem causar ataques de pânico (graças à medicação) pode quebrar o padrão fobia-pânico, possibilitando ao indivíduo posteriormente conviver com a fobia sem necessitar de medicação. Entretanto, fobias menores que se desenvolvem como resultado dos ataques de pânico podem ser eliminadas sem medicação por meio de psicoterapia ou simplesmente pela exposição.

Geralmente a combinação da psicoterapia com medicamentos produz bons resultados. Alguns avanços podem ser notados num período de seis a oito semanas. Muitas vezes, a busca pela combinação correta de medicamentos (e mesmo de um médico com o qual o indivíduo se sinta confortável) pode levar algum tempo. Assim, um tratamento apropriado acompanhado por um profissional experiente pode prevenir o ataque de pânico ou ao menos reduzir substancialmente sua freqüência e severidade, significando a recuperação e ressocialização do paciente (se for o caso). Recaídas podem ocorrer, mas geralmente são tratadas com eficácia da mesma forma que o primeiro episódio.

Em adição, pessoas com transtorno do pânico podem precisar de tratamento para outros problemas emocionais. A depressão geralmente está associada ao transtorno do pânico, assim como pode haver alcoolismo e uso de outras drogas. Pesquisas sugerem que tentativas de suicídio são mais freqüentes em indivíduos com transtorno do pânico, embora tais pesquisas ainda sejam bastante controversas.

O que é síndrome do pânico? As crises, que envolvem taquicardia e a sensação de morte iminente, são conseqüências da ansiedade patológica

O ar parece faltar, o coração fica acelerado, o suor empapa a roupa. Esses são apenas alguns sintomas de uma crise de síndrome do pânico, também caracterizada por boca seca, tremores, tonturas e um mal-estar geral, acompanhados pela sensação de que algo terrível irá acontecer. A pessoa sente que pode morrer ou enlouquecer nos minutos seguintes.

Esse transtorno é causado pela chamada ansiedade patológica. De acordo com os psicólogos, a ansiedade é um estado emocional natural, e é completamente normal o sentimento de querer antecipar o futuro para evitar perigos ou tentar controlar danos. O problema fica caracterizado quando essa ansiedade começa a causar sofrimento demais para a pessoa. A preocupação culmina nas crises, e a pessoa fica ainda mais ansiosa porque não sabe quando a próxima irá acontecer.

Geralmente, a síndrome do pânico acontece no começo da vida adulta, e aparece em situações de estresse, como pressões no trabalho, no casamento ou na família, em que a pessoa se sente desamparada. O transtorno é de duas a quatro vezes mais freqüente nas mulheres, mas também pode ocorrer com sinais semelhantes nos homens. É claro que um único episódio de crise de ansiedade não caracteriza a síndrome do pânico, mas crises repetidas levam ao desenvolvimento do transtorno.

A maioria dos pacientes passa por vários médicos de especialidades diferentes em busca de uma resposta e do tratamento para tamanha ansiedade, sem saber ou, às vezes, aceitar, que tantos sintomas físicos sejam proveniente de problemas emocionais. Felizmente, o transtorno tem tratamento e, quanto mais precoce o diagnóstico, maiores são as chances de recuperação. Cada caso é especial, mas geralmente a pessoa é tratada com sessões de psicoterapia e medicamentos. Ela já começa a melhorar entre duas e quatro semanas, mas geralmente leva um ano para se recuperar. Raramente há cura espontânea e, apesar de muitas pessoas ainda colocarem em xeque a relevância de complicações psicológicas, a síndrome do pânico deve ser tratada como doença. Caso contrário, pode levar a complicações ainda maiores: depressão, desenvolvimento de outros transtornos de ansiedade, e abuso de álcool e/ou de sedativos, com prejuízos para a vida profissional, social e familiar.

O que é?

O transtorno do pânico é definido como crises recorrentes de forte ansiedade ou medo. As crises de pânico são entendidas como intensas, repentinas e inesperadas que provocam nas pessoas, sensação de mal estar físico e mental juntamente a um comportamento de fuga do local onde se encontra, seja indo para um pronto socorro, seja buscando ajuda de quem está próximo.

A reação de pânico é uma reação normal quando existe uma situação que favoreça seu surgimento. Estar num local fechado onde começa um incêndio, estar afogando-se ou em qualquer situação com eminente perigo de morte, a sensação de pânico é normal. O pânico passa a ser identificado como patológico e por isso ganha o título de transtorno do pânico quando essa mesma reação acontece sem motivo, espontaneamente. Nas situações em que a própria vida está ameaçada o organismo toma medidas que normalmente não tomaria, perdendo o medo de pequenos perigos para livrar-se de um perigo maior. Para fugir de uma cobra podemos subir numa árvore mesmo tendo medo de altura ou fazendo esforços incomuns, sofrendo pequenos ferimentos que no momento não são percebidos. O estado de pânico é portanto uma reação normal e vantajosa para a auto-presenvação. Aqueles que fogem mais rapidamente do perigo de morte têm mais chances de sobreviver.

O diagnóstico

O diagnóstico do transtorno do pânico possui critérios bem definidos, não podemos classificar como transtorno do pânico qualquer reação intensa de medo. Assim sendo estão aqui apresentados os critérios usados para fazer este diagnóstico.

a) Existência de vários ataques no período de semanas ou meses.Quando houve apenas um ataque é necessária a presença de significativa preocupação com a possibilidade de sofrer novos ataques ou com as consequências do primeiro ataque. Isto é demonstrado pela preocupação com doenças, intenção de ir ao médico e fazer exames, vontade de informar-se a respeito de manifestações de doenças.

b) Dentre vários sintomas pelo menos quatro dos seguintes devem estar presentes:

1- Aceleração da frequência cardíaca ou sensação de batimento desconfortável.2- Sudorese difusa ou localizada (mãos ou pés).3- Tremores finos nas mãos ou extremidades ou difusos em todo o corpo.4- Sensação de sufocação ou dificuldade de respirar.5- Sensação de desmaio iminente.6- Dor ou desconforto no peito (o que leva muitas pessoas a acharem que estão tendo um ataque cardíaco)7- Náusea ou desconforto abdominal8- Tonteiras, instabilidade sensação de estar com a cabeça leve, ou vazia.9- Despersonalização* ou desrezalização**.10- Medo de enlouquecer ou de perder o controle de si mesmo.11- Medo de morrer.12- Alterações das sensações táteis como sensação de dormências ou formigamento pelo corpo.13- Enrubescimento ou ondas de calor, calafrios pelo corpo.

*A despersonalização é uma sensação comum nos estados ansiosos que pode surgir mesmo fora dos ataques de pânico. Caracteriza-se por dar a pessoa uma sensação de não ser ela mesma, como se estivesse saindo de dentro do próprio corpo e observando a si mesmo.**A desrealização é a sensação de que o mundo ou o ambiente em volta estão diferentes, como se fosse um sonho ou houvesse uma núvem.Essas duas sensações ocorrem em aproximadamente 70% da população geral não significando como ocorrencia isolada uma manifestação patológica.

c) Há substâncias que podem geral reações de pânico como os estimulantes. Quando o pânico ocorre sob esse efeito não se pode dar este diagnóstico assim como também não pode ser dado em decorrência de outros estados ansiosos anteriores como um ataque de pânico secundário a uma exposição forçada de um fóbico social por exemplo.

Causas

As causas dos ataques de pânico são desconhecidas. Contudo cada um dos pensamentos teóricos vigente possue suas próprias teorias. Observa-se também que os pacientes ao procurarem o psiquiatra pela primeira vez geralmente possuem suas próprias teorias ou explicações para o que está acontecendo consigo. Por enquanto a única recomendação que o médico pode dar aos seus pacientes é de não pensarem a respeito pois como não existem bases comprovadas para se especular a respeito das causas do pânico, qualquer idéia tem muito mais chances de estar errada do que certa. O paciente deve preocupar-se em seguir o tratamento e levar sua vida normalmente ao invés de descobrir as causas de seu transtorno.

Teorias

Neuroanatômica:

Baseando no princípio de que o ataque de pânico é uma perturbação do sistema fisiológico que regula as crises normais de medo e ansiedade, cientistas elaboraram hipóteses do fluxo de acontecimentos no cérebro dos pacientes com pânico. Na figura abaixo está indicado que a reação de pânico começa no locus ceruleus (LC) porque sua estimulação produz quase todas as reações fisiológicas e autonômicas do pânico. O LC por outro lado se conecta ao nervo vago que se estende a regiões do tórax e abdômen, podendo explicar a origem do mal estar abdominal, sensação de sufocação e taquicardia tão frequentes nas crises de pânico. A ponte, onde está localiozado o LC, possui amplas conecções com o sistema límbico logo acima e é neste sistema onde se localizam as reações de medo e ansiedade. A ponte é também caracterizada por estar fora da área onde se pode exercer influência voluntária como na córtex, isto poderia explicar a origem inesperada e incontrolável das crises.

Comportamental

Para o modelo comportamental a teoria neuroanatômica é insuficiente. Vários princípios comportamentais estão envolvidos no desenvolvimento do pânico: o condicionamento clássico, o princípio do medo do medo, a teoria da interpretação catastrófica e a sensibilidade a ansiedade. No princípio do condicionamento clássico o paciente desenvolve o medo a partir de um determinado estímulo e sempre que exposto a esse estímulo, a recordação de medo é evocada fazendo com que a pessoa associe a idéia do medo ao local onde se encontra. Por exemplo, ao passar num túnel caso sinta-se mal por qualquer motivo passa a relacionar o túnel ao mal estar e gerando equivocadamente nova reação de ansiedade, que passa a ser reforçada pelo alívio da saído do túnel. Este modelo não pode explicar todas as crises de pânico nem é pretenção do pensamento comportamental explicar tudo a partir de uma só teoria comportamental.

Psicanalítica

A teoria psicanalítica afirma que as crises de pânico se originam do escape de processos mentais inconcientes até então reprimidos. Quando existe no inconsciente um processo como uma idéia, ou um desejo, ou uma emoção com o qual o indivíduo não consegue lidar, as estruturas mentais trabalham de forma a manter esse processo fora da consciência do indivíduo. Contudo quando o processo é muito forte ou quando os mecanismos de defesa enfraquecem, os processos reprimidos podem surgir "desautorizadamente" na consciência do indivíduo pela crise de pânico. A mente nesse caso

trabalho no sentido de mascarar a crise de tal forma que o indivíduo continue sem perceber conscientemente o que de fato está acontecendo consigo. Por exemplo o indivíduo tem uma atração física por uma pessoa com quem não pode estabelecer contato, por exemplo a própria irmã. Este desejo então fica reprimido porque a real manifestação dele causaria intensa repulsa, raiva ou nojo de sí próprio. Para que esses sentimentos negativos permanecem longe da consciência a estrutura mental do indivíduo a mantém o desejo reprimido. Caso esse desejo surja apesar do esforço por reprimir, o aparato mental o transforma o desejo noutra imagem, podendo esta ser uma crise de pânico. Uma vez que o equilíbrio mental foi ameaçado o funcionamento mental inconsciente transforma o conteúdo da repressão numa crise de pânico.

Grupos de Risco

Aproximadamente 1,5 a 2% das pessoas é afetada por esse transtorno, o que significa uma prevalência alta, sendo ainda mais alto, de 3 a 4% se os critérios para diagnóstico não forem inteiramente preenchidos, ou melhor, se considerarmos as crises parciais e os quadros de ataques de ansiedade atípicos. As mulheres são mais afetadas do que os homens, sendo aproximadamente o dobro a incidência do transtorno do pânico sobre as mulheres em relação aos homens, a proporção então é de duas mulheres para cada homem. A idade de início concentra-se em torno dos trinta anos, podendo começar durante a infância ou na velhice. A mulher de 30 anos é o grupo sobre o qual observa-se maior incidência desse transtorno.

Tempo de Duração

O curso do pânico é imprevisível, tanto pode durar alguns meses como pode durar vários anos. Desde que o pânico começou a ser estudado, há poucas décadas, ainda não foi possível se verificar em que percentagem ele dura a vida toda. Os estudos de longo seguimento chegam a perto de uma década e aproximadamente 10% dos pacientes continua sintomático após esse período, ou seja, continua tendo ataques de pânico quando as medicações são suspensas. É importante notar que o tratamento não cura o pânico, apenas suprime os sintomas e permite o paciente ter uma vida normal, mas a suspenssão do tratamento leva a uma recaída caso não tenha ocorrido uma remissão espontânea do transtorno. Mesmo bem conduzido o tratamento não há nenhuma garantia de cura, ou os sintomas remitem sozinhos ou permanece a necessidade de utilização das medicações. Há relatos de casos de remissão espontânea durante a gestação

Medicações

O tratamento mais recomendado para o bloqueio das crises são os psicofármacos. Os antidepressivos de todos os grupos e os tranquilizantes são eficazes no controle das crises. Atualmente mediante a disponibilidade de vários psicofármacos, dificilmente um paciente não melhora com alguma medicação. Todos os grupos de antidepressivos testados mostraram-se eficazes, os tricíclicos e tetracíclicos, os inibidores da recaptação da serotonina e os inibidores da MAO. Apesar de todos os grupos terem sido testados com sucesso nem todas as medicações de cada grupo foi cientificamente testada, presume-se apenas que sejam eficazes. Assim, também os tranquilizantes benzodiazepínicos foram testados e dependendo da dose, todos obtiveram sucesso. A decisão quanto a escolha da medicação deve obedecer a critérios básicos como outras doenças presentes no paciente, portadores de glaucoma não podem tomar tricíclicos, por exemplo. Interações com outras medicações já em uso, história de reação indesejável a determinadas medicações em escolha, características individuais como os pacientes obesos devem optar preferencialmente pelos inibidores da recaptação da serotonina, os pacientes muito magros por tricíclicos. Pessoas com problemas sexuais devem evitar os inibidores da recaptação da serotonina. Por fim como há entre essas medicações marcante diferença de preços é válido considerar isso como critério de escolha desde que não seja feita em detrimento do bem estar do paciente.

Quanto a estratégia de uso das medicações, é recomendável que os antidepressivos sejam evitados isoladamente no início do tratamento. Como essas medicações só passam a bloquear as crises após duas semanas em média, e provocam uma piora do pânico no começo, é preferível que nesta fase seja dado junto ao antidepressivo, um tranquilizante, que tanto poderá ser suspenso depois, como continuar sozinho em monoterapia. Os tranquilizantes de escolha são os de alta potância, embora os de baixa potência podem ser usados em doses mais elevadas.

Terapias

A terapia cognitivo-comportamental é a única que pode ser indicada para o tratamento do pânico, contudo as medicações são mais rápidas no bloqueio das crises. Há pesquisadores que contestam o uso da terapia cognitivo-comportamental para o transtorno do pânico, indicando apenas para o tratamento da agorafobia.

Consequências do pânico

Frequentemente encontramos entre os paciente com pânico certas reações distintas do próprio pânico mas oriundas dele. A mais comum é a agorafobia que possui uma seção especial a ela dedicada. A ansiedade antecipatória é uma ocorrência comum em outros transtornos de ansiedade, trata-se simplemente da preocupação excessiva que antecede o eventos às vezes por alguns dias. Como o paciente com pânico nunca sabe quando sofrerá nova crise está sempre apreensivo, quando relaciona a crise a determinado local ou situação passa a ter ansiedade referentes a eles. A evitação é o comportamento decorrente da atribuição do local a sua crise, quem tem medo de ter crises em túneis por exemplo dá voltas maiores para evitá-lo. Por fim, a hipocondria é uma manifestação frequente no transtorno do pânico, apesar de encontrarmos poucas referências nos livros a esse respeito, na prática é uma relação bastante comum. Como as crises são fortes e muitas vezes associadas a mal estar cardíaco, os pacientes acreditam que sofrem algum mal cardiológico e por isso são encontrados nos consultório e laboratórios de exames cardíacos, além das emergências gerais quando julgam estarem tendo um ataque cardíaco.

Coração

A ligação entre o pânico e doenças cardíacas é nula conforme diversos estudos mostraram, ou seja, não existem evidências de que os ataques de pânico com forte dores no peito venham a provocar qualquer tipo de doença cardíaca, nem as doenças cardíacas por outro lado podem causar pânico.

O prolapso da válvula mitral é um alteração anatômica cardíaca inócua frequentemente encontrada dentre os pacientes com pânico. Não se sabe ainda se existe alguma ligação genética entre o prolapso e o pânico, não há nenhuma prova de que o pânico leve a formação do prolapso nem o prolapso cause pânico pois, muitas pessoas têm prolapso sem terem pânico. A concomitãncia entre essas duas manifestações médicas é reconhecida e não muda em nada a evolução, o tratamento e a gravidade do pânico, assim como o pânico não agrava o prolapso.Como a sintomalotogia aparentemente cardíaca é grande no transtorno do pânico, a frequência desses paciente nos consultórios cardiológicos é grande. Muitos pacientes mesmo depois de convencidos de que não têm nada no coração continuam indo às emergências com receio de infarto do miocárdio, isto demonstra o caráter de incontrabilidade do transtorno do pânico como ocorre em todas perturbações mentais.

Problemas gerais que podem se parecer com ataques de pânico

Nenhuma doença mental é letal nem provoca sequelas, mas outras doenças médicas podem, por isso, sempre que há suspeitas da existência de algum problema clínico causando uma manifestação parecida ao pânico, é imprescidível investigar outros problemas médicos. As doenças mais parecidas aos ataques de pânico são:

1. Hipertireoidismo ou hipotireoidismo2. Hiperparatireoidismo3. Feocromocitoma4. Disfunções vestibulares5. Convulsões6. Intoxicação do sistema nervoso central7. Doenças cardíacas

1. As alterações da tireoide geralmente possuem vários outros sintomas inexistentes no pânico, como alterações significativas do peso, do dinamismo, da pele por exemplo, além de poder ser diagnosticada através da dosagem dos hormônios sanguíneos. As crises do pânico pelas alterações da tireoide podem até ceder com um tratamento, mas isso não melhora o estado para o organismo. O tratamento do pânico pode ser realizado enquanto se procede o devido controle hormonal.2. O hiperparatireoidismo é menos comum, mas alterações metabólicas podem fazer com o que o paciente tenha fortes perturbações físicas que se exteriorizam como crises de pânico.3. O feocromocitoma é raro, trata-se do excesso de adrenalina e outras catecolaminas circulantes. Além de crises de

pânico o paciente pode sentir tremores, cefaléia, taquicardia, sudorese, ansiedade, ruborização, hipertensão, de forma que é muito parecido aos sintomas do pânico. Através da dosagem das catecolaminas, em 24h este problema pode ser descartado.4. As disfunções vestibulares são as perturbações do vestíbulo auditivo e o cerebelo. As perturbações vestibulares cursam com tonteiras, enjôos, vômitos e desequilíbrios mas não proporcionam sensação de medo. Apesar disso pode ser confundida com o pânico.5. Convulsões por serem inesperadas e de curta duração podem se parecer com crises de pânico. As covulsões que cursam com perda dos sentidos e queda podem ser descartadas porque o pânico não provoca isso, somente as crises que não provocam perda de consciência podem ser consideradas como possíveis crises de pânico.6. O uso de certas substâncias como cocaína ou estimulantes podem levar a crises de pânico típicas, mas não provocam o transtorno do pânico, ou seja, uma vez eliminadas as substâncias psicotrópicas as crises de ansiedade cessam sem deixar esse tipo de sequela.7. Os problemas cardíacos devem sempre ser descartados. Um paciente com quadro clínico compatível com transtorno do pânico e queixas cardíacas deve ser encaminhado rotineiramente para o atendimento cardiológico. Caso surja algum problema será uma mera coincidência, mas é melhor errar por excesso de zelo do que esperar consequências danosas para o coração. É recomendável que isso seja feito pois muitas medicações que tratam o pânico provocam pequenas alterações no ritmo cardíaco.

Aos parentes

Frequentemente os paciente com pânico sofrem muito duas vezes, a primeira por causa dos ataques e suas consequências e a segundo por causa da incompreensão de que são vítimas. Como médico canso-me de ouvir de meus pacientes que seus filhos, pais, cônjugues criticam-no por causa das crises achando que são frescuras, que está na verdade precisando apanhar...!!!??? É verdade, a primeira coisa que os parentes têm que fazer é compreender, aceitar e apoiar os pacientes. O transtorno do pânico é uma doença como outra qualquer, o paciente não escolheu tê-la, nem pode evitá-la. Aqui estão algumas recomendações às pessoas que convivem com quem tem pânico:

Nunca diga: Reaxe, acalme-se...Você pode lutar contra isso...Não seja ridícula(o)!Não seja covarde!Você tem que ficar (quando o paciente quer sair de onde está)

Recomendações1. Não faça suposições a respeito do que a pessoa com pânico precisa, pergunte a ela.2. Seja previsível, evite surpresas3. Proporcione a quem sofre de pânico a paz necessária para se recuperar.4. Procure ser otimista para com quem pânico, procure aspectos positivos nos problemas.5. Não sacrifique sua própria vida pois acabará criando ressentimentos.6. Não entre em pânico quando o paciente com pânico tiver um ataque.7. Seja paciente e aceite as dificuldades de quem tem pânico mas não se conforme como se ela(e) for uma inválida(o).

Síndrome do Pânico e ansiedadeEquipe Editorial Bibliomed

"Todos nós temos momentos de nervosismo ou preocupação, o que é normal. Mas quando esses sentimentos se tornam muito freqüentes pode haver algo errado. Há vários tipos de distúrbios de ansiedade, e usualmente incluem medo excessivo, pânico e temor que atrapalham na realização das tarefas do dia a dia".

Introdução

Todos nós temos momentos que nos sentimos nervosos, chateados ou preocupados com alguma coisa. Isso é normal. Entretanto, quando o nervosismo ocorre quase diariamente ou muitas vezes durante uma semana, você pode estar apresentando um distúrbio de ansiedade. O distúrbio de ansiedade não é limitado ao nervosismo, apreensão, ou

"borboletas" no estômago. Os distúrbios de ansiedade usualmente incluem medo excessivo, pânico, e temor que atrapalham na realização das atividades diárias.

Existem muitos tipos de distúrbios de ansiedade, e podem aparecer sozinhos ou em associação. Um distúrbio de ansiedade é um problema médico e psiquiátrico que deve ser tratado.

Tipos de distúrbios de ansiedade:

Distúrbio de ansiedade devido a uma condição médica geral. Problemas como ansiedade e nervosismo podem se iniciar devido a problemas físicos. Muitas condições médicas tais como desequilíbrio hormonal, problemas respiratórios e problemas cardíacos podem causar ansiedade.

Distúrbio de ansiedade generalizado. Neste distúrbio a ansiedade e a preocupação interferem nas atividades diárias todos os dias ou quase todos os dias por seis meses ou mais. Pode causar sintomas físicos como dor de cabeça, dor nas costas, alteração intestinal ou no estômago. Esse distúrbio também pode ocorrer em crianças.

Distúrbio do pânico. Quando ataques de pânico ocorrem sem aviso, ou de maneira repetitiva sem explicação, isso se chama distúrbio do pânico. As pessoas, com distúrbio do pânico, são acometidas de um mal-estar terrível, sentem falta de ar, taquicardia, tremores e tem a nítida impressão de que estão morrendo com um grave problema no coração. Esses ataques podem ocorrer muitas vezes durante o dia ou durante toda a semana e interferem na vida profissional e pessoal.

As mulheres são as mais vulneráveis a doença, cerca de 75% dos casos, ainda sem causa definida. A faixa etária mais freqüente é de 20 a 35 anos. As crianças não apresentam essa patologia.

Fobias. O sentimento de temor ou pânico diante de certas atividades, eventos, ou objetos é chamado de fobia. Algumas fobias são muito específicas, como a agorafobia e fobia social. A agorafobia é o medo de estar em lugares em que a saída pode ser difícil, tais como estar fora da sua casa, carros, ônibus, trens ou entre uma multidão. A fobia social é o medo de eventos sociais como festas, apresentações e encontros.

Distúrbio do estresse pós-traumático. É um distúrbio de ansiedade que ocorre após um evento traumático. O evento usualmente envolve risco de danos graves, morte, ou ameaças graves, como em assaltos violentos, seqüestros, abuso sexual, desastres naturais, acidentes, combates militares, etc. Ele ocorre quando a ansiedade relacionada com o evento traumático persiste por longo período. Pode ocorrer em todas as idades, incluindo crianças e adolescentes.

Parece que as mulheres são mais propensas do que os homens para desenvolverem o distúrbio do estresse pós-traumático. Pessoas que sofreram abuso sexual durante a infância ou tiveram outras experiências traumáticas têm também maior chance de desenvolver o distúrbio do estresse pós-traumático. Alguns pesquisadores do assunto acreditam que as pessoas que se apresentam mais "anestesiadas" emocionalmente após um trauma podem ser mais propensas a desenvolver esse distúrbio.

Muitas pessoas com esse distúrbio podem experimentar repetidamente o evento traumático na forma de memórias, pesadelos, ou pensamentos assustadores, especialmente quando são expostos a eventos ou objetos que relembram o trauma. Aniversários do evento também podem desencadear os sintomas.

Distúrbio de ansiedade induzido por substâncias. Drogas como o álcool, cocaína, sedativos, e anfetaminas podem causar ataques graves de ansiedade, nervosismo e preocupação constantes. A interrupção do uso da droga por algumas semanas usualmente reduz os sintomas drasticamente.

Como e porque ocorrem?

Os distúrbios de ansiedade causados por um problema médico ou abuso de substâncias podem se iniciar em qualquer idade. Outros distúrbios de ansiedade usualmente se iniciam mais tardiamente na infância ou em adultos jovens. Muitos

deles podem aparecer lentamente em semanas ou meses, mas eles podem também aparecer subitamente. Um grande evento traumático pode ser um gatilho para desencadear um distúrbio de ansiedade.

A causa exata da ansiedade não é conhecida. Pode haver níveis anormais de substâncias químicas que o sistema nervoso utiliza para mandar e receber sinais do cérebro. A ansiedade também pode resultar de como o cérebro usa essas substâncias para mandar e receber os sinais de outras partes do corpo.

Pessoas com o distúrbio do estresse pós-traumático, por exemplo, tendem a ter níveis anormais dos hormônios envolvidos na resposta ao estresse. Quando uma pessoa está em perigo, são produzidos altos níveis de opióides naturais, que podem temporariamente mascarar a dor. Cientistas têm descoberto que pessoas com distúrbio de estresse pós-traumático podem produzir níveis elevados dessas substâncias mesmo após o perigo ter cessado, podendo levar aos sintomas associados com essa condição.

Estudos em animais e humanos têm apontado para áreas e circuitos específicos do cérebro envolvendo a ansiedade e o medo, o que pode ser importante para entendermos os distúrbios de ansiedade.

Os problemas de ansiedade podem ser hereditários. No caso do distúrbio do pânico, por exemplo, 40% dos filhos de um dos pais portadores do distúrbio do pânico, e 80% dos filhos de um casal com distúrbio do pânico vão ter a patologia. Eventos e circunstâncias estressantes na vida também podem participar da sua gênese. Relacionamentos e atividades instáveis podem tornar uma pessoa mais propensa a desenvolver esses distúrbios. Assim como uma dieta precária e a falta de exercícios físicos diários.

É comum a associação de ansiedade e depressão. E ambos devem ser avaliados e tratados adequadamente.

Como são diagnosticados?

O clínico ou o psiquiatra pode dizer se os sintomas que você apresenta são causados por um distúrbio de ansiedade. Devem ser realizados alguns exames laboratoriais para descartar alguns problemas médicos como o desequilíbrio hormonal e problemas cardíacos. Porém não há exames laboratoriais para diagnosticar diretamente os distúrbios de ansiedade.

Como são tratados?

A ansiedade pode usualmente ser tratada com sucesso através de psicoterapia, medicamentos, ou ambos. O tratamento deve ser discutido com seu médico. Dentro os medicamentos que podem ser usados estão os ansiolíticos e os antidepressivos. O tratamento mais apropriado irá depender do tipo de distúrbio de ansiedade, assim como tempo do tratamento.

Alguns distúrbios de ansiedade podem durar pequenos períodos de tempo, enquanto outros poderão ocorrer durante toda a vida, exigindo assim um tratamento prolongado.

Quando procurar ajuda?

Não tente resolver o distúrbio de ansiedade sozinho. Procure ajuda profissional assim que perceber qualquer sintoma de ansiedade. Pois, com o tratamento adequado, as pessoas podem voltar a ter uma vida normal e com qualidade.

Transtorno do Pânico: o que é, causas e tratamento

Adriana de Oliveira - Publicado em: 06/03/2005 O transtorno de pânico, anteriormente chamado de síndrome do pânico, é entendido como um conjunto de alterações fisiológicas, comportamentais e emocionais. Os chamados ataques, ou crises de pânico caracterizam-se por reações súbitas e intensas do sistema nervoso simpático que desencadeiam taquicardia, dificuldade de respirar, boca seca, tremores, sudorese, tonteira, vertigens, pernas bambas, náusea, formigamento, medo de perder o controle, desmaio,

terror (sensação de que algo terrível irá acontecer) e medo de morrer. Os ataques têm seu ápice por volta de dez minutos após o início, podendo durar até uma hora.

Por vezes, o transtorno do pânico se apresenta associado a outros transtornos, como de ansiedade generalizada ou especifica (como agorafobia), depressão, transtorno obsessivo compulsivo (Ver NIMH - National Institute of Mental Health). De acordo com alguns relatos de clientes que iniciam o tratamento, os ataques surgem aparentemente "do nada", como pode ser visto a seguir:

"De repente, eu senti uma terrível onda de medo, sem nenhum motivo. Meu coração disparou, tive dor no peito e dificuldade para respirar. Pensei que fosse morrer."

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental do EUA, entre 2 e 4% da população mundial sofre com o transtorno de pânico. A prevalência é maior nas mulheres, numa proporção de 2:1 em relação aos homens. Os primeiros ataques, geralmente, são visto no final da adolescência e inicio da vida adulta, mas os riscos de se ter um ataque de pânico não se restringe a estas faixas etárias.

As histórias típicas das pessoas que tiveram ataques de pânicos são de uma vida normal até a ocorrência do primeiro ataque. Depois disso, suas vidas pessoais, profissionais e afetivas ficam comprometidas (Bernik e Range, 2001). Isso porque os lugares em que ocorreram os ataques de pânico, normalmente, passam a ser evitados, o que leva a restrições importantes quanto às atividades profissionais e pessoais.

"Tenho tanto medo. Toda vez que me preparo para sair, tenho aquela desagradável sensação no estômago e me aterrorizo pensando que vou ter outra crise."

É nesse momento que outros problemas comportamentais podem surgir, tais como, depressão, ansiedade generalizada, agorafobia, ou uso indiscriminado de psicotrópicos.

Fatores influenciadores

As causas dos ataques de pânico estão relacionadas, principalmente, a fatores ambientais/históricos (acontecimentos ao longo da vida) e sócio-culturais. Os fatores filogenéticos não explicam os acontecimentos, visto que as reações do sistema nervoso simpático, que surgiriam, geralmente, diante de perigos reais, aparecem em situações que não existe perigo. Assim, compreender a história de vida daquele que tem o transtorno do pânico é fundamental para o seu tratamento. Normalmente, as pessoas que sofrem de ataque do pânico costumam apresentar muitos aspectos em comum (Bernik e Range, 2001):

a) são pessoas extremamente produtivas no nível profissional; b) costumam assumir uma carga excessiva de responsabilidades e afazeres; c) são muito exigentes consigo mesmas e não convivem bem com erros ou imprevistos; d) são perfeccionistas com excessiva necessidade de estar no controle e de ter a aprovação dos outros; e) têm tendência a se preocupar demais com os problemas do dia a dia; f) possuem alto nível de criatividade; g) possuem auto-expectativas extremamente altas e tem fortes regras; h) não sabem diferenciar seus sentimentos; e i) tem uma grande tendência à não perceber suas necessidades físicas.

Outras características que têm sido observadas naqueles que desenvolveram o transtorno são a privação afetiva, a dependência emocional e a passividade nas relações interpessoais.

Tratamento indicado

Muitas pessoas com o transtorno de pânico acreditam que as crises podem ser passageiras e circunstanciais, não buscam e/ou não recebem apoio da família e demoram a procurar tratamento especializado. Essa demora compromete o quadro, produzindo aumento na freqüência dos ataques/crises, bem como o aumento das limitações na vida da pessoa. Além disso, por não saberem qual profissional procurar e por não entenderem as reações físicas que estão

sentindo, procuram os prontos-socorros, onde nem sempre há um profissional de saúde que pode apresentar um diagnóstico preciso.

O acompanhamento médico pode ser necessário, todavia a psicoterapia, com destaque para terapia comportamental, tem se mostrado extremamente eficaz no tratamento de indivíduos com transtorno do pânico. A terapia comportamental - TC - objetiva a promoção de auto-conhecimento, levando a pessoa a compreender eventos na sua vida que desencadeiam e/ou mantém o pânico. Além disso, a TC dispõe de técnicas para expor a pessoa a situações que desencadeariam o pânico, lenta e gradualmente, de forma que haja uma dessensibilização para o local "temido", ensinando-o a enfrentar suas limitações de forma menos estressante. Nesta terapia, é enfatizada a importância de se aprender a colocar limites nas relações interpessoais, entender que não se deve viver para agradar outras pessoas e que não se deve sentir responsável por todos e por tudo. Vale ressaltar que a pessoa pode, paralelamente à psicoterapia, se engajar no tratamento medicamentoso, mas se esta não mudar seus comportamentos, e o contexto que a levou e/ou mantém suas crises, a tendência é que o problema persista.

O transtorno de pânico quando não tratado, produz sérias conseqüências na vida pessoal, profissional e afetiva de uma pessoa.

Palavras-chave: transtorno do pânico, síndrome do pânico, ataques de pânico, transtorno de ansiedade, terapia comportamental.

Referências

Bernik, M e Range B. (2001) Transtorno de Pânico e Agorafobia. Em Range B. (Org.), Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais. Porto Alegre: ArtMed Editora.

NIMH - National Institute of Mental Health - in http://www.nimh.nih.gov/publicat/anxiety.cfm

InPA - Instituto de Psicologia AplicadaE.mail para contato: [email protected]: (61) 3242-1153

Sindrome do Panico | 86 comentários

Existem vários sintomas da síndrome do pânico que vamos enumerar já a seguir. Antes disso é necessário entender que a síndrome do pânico é uma doença do foro psicológico. Pode haver uma má interpretação dos sintomas o que leva a um agravamento da situação.

Se você olhar para os sintomas e está à procura e quer encontrar um problema psicológico… você vai encontrar esse problema mesmo que ele não exista. Entrar em pânico porque você pensa que tem a síndrome do pânico acontece e isso vai piorar a sua situação se encarar a doença como incurável.

O desafio do tratamento da síndrome do pânico não é uma tarefa impossível. Não se preocupe porque a síndrome do pânico é uma doença que tem tratamento e não são necessários remédios ou medicamentos.

A síndrome do pânico está ligada à ansiedade generalizada. Um ataque de pânico começa a ganhar força muitas horas antes do próprio ataque. Os ataques de pânico ganham força da ansiedade que se acumula ao longo das horas e dos dias. A ansiedade é definida como um estado de apreensão ou medo, provocado pela antecipação de uma ameaça, incidente ou situação, sejam elas reais ou imaginárias.

A ansiedade é uma das emoções humanas mais comuns durante a vida. No entanto, a maioria das pessoas que nunca teve um ataque de pânico, ou extrema ansiedade, não consegue compreender a natureza assustadora dessa experiência.

Alguns dos sintomas da síndrome do pânico são tonturas extremas, visão embaçada, formigueiro, falta de ar – e isso é apenas o começo! Quando estas sensações acontecem e as pessoas não sabem a razão, acham que contraíram uma

doença ou algum grave problema mental. A ameaça de perder completamente o controle parece bastante real e, naturalmente, assustadora.

Estes são alguns dos sintomas da síndrome do pânico:

Tonturas que levam ao pânico. Arrepios e calores seguidos de ansiedade. Falta de ar e apertos na garganta e no peito. Falta de conexão com o que se passa à sua volta. Preocupações obsessivas e pensamentos indesejados. Batimento cardíaco muito rápido e formigueiros no corpo. Um medo aterrorizador que o pânico vai fazer você passar dos limites.

Estas são algumas situações que podem acontecer a pessoas que tem síndrome do pânico:

Ir parar ao pronto-socorro ou ao hospital porque pensou que estava a ter um ataque cardíaco, mas afinal era ansiedade.

Medo de parar de respirar porque tem um aperto no peito e a respiração irregular. Medo dirigir e ficar parada no trânsito, numa ponte ou num sinal vermelho. Nervosismo e medo de perder o controlo e ficar maluca. Ter pensamentos ansiosos que não consegue parar. Desconforto em lugares fechados como shoppings, super mercados, cinemas, transportes públicos. Nervosismo e ansiedade em situações que antes eram normais.

A síndrome do pânico, ataques de pânico e ansiedade generalizada são problemas graves mas existem vários métodos de tratamento. Para eliminar totalmente os ataques de pânico o tratamento deve ser feito sem medicamentos pois são só forma temporária de atenuar os sintomas. Para saber mais sobre os efeitos da síndrome do pânico veja os artigos sobre as manifestações físicas, as manifestações mentais e os tratamentos da síndrome do pânico.

Também é bom desmistificar os mais variados mitos do síndrome do pânico, pois muitas pessoas espalham estas falsidades que não ajudam nada quem sofre deste grave problema.

Para um tratamento efectivo da síndrome do pânico é necessário entender a doença e criar uma mentalidade de calma e controlo.

Tentar resolver este problema com medicação não é uma solução permanente e só vai adiar o problema por tempo indefinido. Tudo isso é possível com alguma dedicação para entender melhor este problema e assim é possível vencer o problema da ansiedade.

Para saber mais sobre o síndrome do pânico subscreva à nossa Newsletter para receber dicas grátis no seu email. Este acompanhamento regular é a melhor forma de você aprender mais sobre este problema e finalmente vencer a síndrome do pânico.

O que é Síndrome do pânico?

A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem ataques repetidos de medo intenso de que algo ruim aconteça de forma inesperada.

Consulte também: Distúrbio de ansiedade generalizada

Causas

A causa é desconhecida A genética pode ser um fator determinante. Pesquisas indicam que, se um gêmeo idêntico tem síndrome do pânico, o outro gêmeo também desenvolverá o problema em 40% das vezes. No entanto, a síndrome do pânico em geral ocorre sem que haja nenhum histórico familiar.

A síndrome do pânico é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens. Os sintomas normalmente começam antes dos 25 anos, mas podem ocorrer depois dos 30. Embora a síndrome do pânico ocorra em crianças, ela normalmente não é diagnosticada até que as crianças sejam mais velhas.

Exames

Muitas pessoas com síndrome do pânico buscam tratamento primeiro no pronto-socorro, pois os ataques de pânico parecem ataques cardíacos.

O médico realizará um exame físico, incluindo uma avaliação psiquiátrica.

Serão realizados exames de sangue. Outras doenças devem ser descartadas antes de diagnosticar a síndrome do pânico. Devem ser considerados distúrbios relacionados a abuso de drogas, pois os sintomas podem ser iguais aos de ataques de pânico.

Sintomas de Síndrome do pânico

O ataque de pânico começa de repente e, na maioria das vezes, atinge seu ápice dentro de 10 a 20 minutos. Alguns sintomas podem continuar por uma hora ou mais. Um ataque de pânico pode ser confundido com um ataque cardíaco.

Os ataques de pânico podem incluir ansiedade por estar em uma situação da qual seria difícil escapar (como estar no meio de uma multidão ou viajando em um carro ou ônibus).

Uma pessoa com síndrome do pânico muitas vezes vive com medo de ter outro ataque e também pode ter medo de estar sozinho ou longe da ajuda médica.

As pessoas com síndrome do pânico têm pelo menos quatro dos seguintes sintomas durante um ataque:

Dor no peito ou desconforto Tontura ou desmaio Medo de morrer Medo de perder o controle ou de uma tragédia iminente Sensação de engasgar Sentimentos de indiferença Sensação de estar fora da realidade Náuseas ou mal-estar estomacal Dormência ou formigamento nas mãos, nos pés ou no rosto Palpitações, ritmo cardíaco acelerado ou taquicardia Sensação de falta de ar ou sufocamento Suor, calafrios ou ondas de calor Tremores

Os ataques de pânico podem alterar o comportamento em casa, na escola ou no trabalho. As pessoas com a síndrome do pânico muitas vezes se preocupam com os efeitos de seus ataques de pânico.

As pessoas com essa síndrome podem ter sintomas de:

Alcoolismo Depressão Abuso de drogas

Os ataques de pânico não podem ser previstos. Pelo menos nos estágios iniciais do transtorno, não há nada específico que desencadeie o ataque. Lembrar de um ataque anterior pode desencadear ataques de pânico.

Buscando ajuda médica

Marque uma consulta com o médico se os ataques de pânico estiverem interferindo em seu trabalho, relações ou autoestima.

Tratamento de Síndrome do pânico

O objetivo do tratamento é ajudar você a agir normalmente na vida cotidiana. Uma combinação entre medicamentos e terapia cognitivo-comportamental (TCC) funciona melhor.

Os medicamentos antidepressivos chamados inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs) são normalmente receitados para a síndrome do pânico. Eles incluem:

Fluoxetina (Prozac) Sertralina (Zoloft) Paroxetina (Paxil) Outros ISRSs

Outros medicamentos que podem ser usados incluem:

Outros tipos de antidepressivos, como inibidores de recaptação da serotonina e norepinefrina (IRSNs) Medicamentos anticonvulsivos, em casos graves Benzodiazepinas, inclusive diazepam (Valium), alpralozam (Xanax), clonazepam (Klonopin) e lorazepam

(Ativan), podem ser usados por um curto período. Os inibidores da monoamina oxidase (IMAO) só são usados quando as outras drogas não funcionam, porém

eles podem ter efeitos colaterais graves.

Os sintomas devem desaparecer lentamente em algumas semanas. Se não melhorarem, converse com seu médico. Não suspenda a medicação sem antes consultar seu médico.

A terapia cognitivo-comportamental ajuda a entender seus comportamentos e o que fazer para mudá-los. Você deverá fazer de 10 a 20 visitas ao terapeuta durante várias semanas. Durante a terapia, você aprenderá a:

Entender e controlar as visões distorcidas dos estressores da vida, como o comportamento de outras pessoas ou eventos importantes.

Reconhecer e substituir os pensamentos que causam pânico, diminuindo o sentimento de impotência. Gerenciar o estresse e relaxar quando os sintomas ocorrerem. Imaginar as situações que causam a ansiedade, começando pela menos assustadora. Envolver-se lentamente

com as situações da vida real pode ajudá-lo a superar os medos.

As seguintes ações também podem ajudar a reduzir o número e a gravidade dos ataques de pânico:

Fazer exercícios regulares Dormir o suficiente Fazer refeições regulares Reduzir ou evitar a cafeína, alguns remédios para gripe e estimulantes.

SÍNDROME DO PÂNICO

O que é Síndrome do Pânico?

Reconhecido nosologicamente na CID 10, o Transtorno do Pânico (ou ansiedade paroxística episódica – F 41.0) figura no grupo dos transtornos da ansiedade e é definido como “ataques recorrentes de ansiedade grave (pânico), os quais não estão restritos a qualquer situação ou conjunto de circunstâncias em particular e que são, portanto imprevisíveis”.

Também conhecida como Síndrome do Pânico é caracterizada pela ocorrência de freqüentes e inesperados ataques de pânico. Estes ataques, ou crises, consistem em períodos de intensa ansiedade e são acompanhados de alguns sintomas físicos específicos.

A Síndrome do Pânico habitualmente se inicia depois dos 20 anos, é igualmente prevalente entre homens e mulheres, portanto, em sua maioria, são jovens ou adultos jovens na faixa etária dos 20 aos 40 anos e que se encontram na plenitude da vida profissional.

Quais as pessoas predispostas à Síndrome do Pânico?

Normalmente são pessoas extremamente produtivas, costumam assumir grandes responsabilidades e afazeres, são perfeccionistas e meticulosas, muito exigentes consigo mesma e não costumam aceitar bem os erros ou imprevistos, são muito “certinhas” e impressionáveis.

Procuram evitar a confrontação com suas emoções, e se por um lado se colocam em posição de abandono, de isolamento, por outro buscam a proteção de pessoas mais velhas ou mais seguras, estabelecendo uma relação de dependência marcada por forte ansiedade de separação.

As características de personalidade mais comuns das pessoas predispostas ao transtorno de ansiedade são:

• seriedade• perfeccionismo• bom caráter• sensação de pressão sobre si mesmo• sentimento de desproteção• preocupação com o amanhã• pensamento negativo acerca de vários fatos e acontecimentos • medos na infância• presença de um dos pais autoritário ou perfeccionista

Quais são as causas da Síndrome do Pânico?

Os ataques de pânico se iniciam geralmente com um susto em relação a algumas sensações do corpo. Estas sensações disparadoras podem ser desde uma alteração nos batimentos cardíacos, uma sensação de perda de equilíbrio, tontura, falta de ar, alguma palpitação diferente ou um tremor, por exemplo.

A partir deste susto inicial, começa um processo de medo e ansiedade que vai crescendo até atingir uma intensidade em que a pessoa se sente em estado de desespero e pânico. No estado de pânico a pessoa pode se sentir "fora da realidade", com falta de ar, taquicardia, desesperada e achando que vai morrer.

As crises de pânico são estados passageiros de muito sofrimento emocional, com o pavor de que o organismo entre em colapso, com medo de desmaiar, enlouquecer e até morrer.

Quais são os sintomas da Síndrome do Pânico?

Os sintomas mais comuns nas crises de pânico são: Taquicardia, perda do foco visual, falta de ar, dificuldade de respirar, formigamentos, vertigem, tontura, dor ou desconforto no peito, medo de perder o controle, sensação de irrealidade, despersonalização, medo de enlouquecer, sudorese, tremores, náuseas, desconforto abdominal, calafrios, ondas de calor, medo de desmaiar, sensação de iminência da morte, boca seca.

Nem todos estes sintomas podem estar presentes nas crises, mas alguns sempre estarão. Há crises mais completas e outras menores, com poucos sintomas. A freqüência dos ataques de pânico varia de pessoa para pessoa.

Uma das características da Síndrome do Pânico é a pessoa viver com muita ansiedade, na expectativa constante de ter uma nova crise. Este processo, denominado ansiedade antecipatória, leva muitas pessoas a evitarem certas situações e a restringirem suas vidas a um mínimo de atividades.

Podem ocorrer reações fóbicas secundárias, que geralmente estão relacionadas às situações nas quais a pessoa teve as primeiras crises (no elevador, dirigindo, passando por um determinado lugar, etc.). A partir daí, a pessoa passa a associar essas situações às crises. Com o tempo, os sintomas do Pânico tendem a ocorrer em outras situações também, mas é muito comum a pessoa continuar a temer situações específicas, que acentuariam o estado de ansiedade, desencadeando novas crises.

Frequentemente a pessoa precisa de alguém para acompanhá-la e se sentir mais segura e muitas vezes elege alguém como companhia preferencial. Este fator é muito importante para se compreender a dinâmica psicológica da Síndrome do Pânico.

Como tratar a Síndrome do Pânico?

A Psicoterapia é um tratamento eficaz da Síndrome do Pânico, onde é muito importante não desconsiderar o sofrimento da pessoa, ensinando técnicas que ajudem a controlar as crises de pânico e, ao mesmo tempo, poder caminhar na compreensão das causas, para que a pessoa tenha uma recuperação real.

Conjuntamente como a Psicoterapia é importante associar a utilização de medicamentos. O tratamento será sempre com antidepressivos, com ou sem o auxílio de ansiolíticos. Primeiro porque alguns antidepressivos já têm um excelente efeito ansiolítico, em segundo porque nem sempre a freqüência das crises de pânico exige o uso de ansiolíticos.

O paciente com Síndrome do Pânico freqüentemente enxerga o outro (o Psicoterapeuta inclusive) como alguém que quase magicamente vai lhe dar a segurança que ele próprio não encontra em si mesmo. Teme a crise quando está só e, estando acompanhado, sente-se como que protegido por um talismã de um perigo que parece mais vir de fora do que de si próprio.

Na psicoterapia, demonstra grande dificuldade de aprofundar qualquer emoção, mantendo uma superficialidade que por vezes faz duvidar da sua própria capacidade intelectual. Tenta desenvolver qualquer tipo de vínculo que não o terapêutico e, na primeira melhora, já pensa em interromper o tratamento.

Como a Psicoterapia Psicodramática trata a Síndrome do Pânico?

Através da Psicoterapia Psicodramática a pessoa aprende a identificar os sinais de iminência de uma crise e a adquirir um manejo do próprio corpo para diminuir a sua intensidade.

Durante este processo a pessoa passa por uma grande transformação no modo como lida com as sensações de seu corpo e a sua relação com os vínculos significativos em sua vida. Enquanto não superar estas questões, a pessoa permanece fragilizada, com possibilidade de muitas recaídas.

O Psicodrama trabalha alguns pontos básicos no tratamento da Síndrome do Pânico:

Aprender a gerenciar as crises, diminuindo a intensidade e a incidência dos sintomas nas crises de pânico. Modificar a relação da pessoa com as sensações do próprio corpo, o que desorganiza os padrões somático-emocionais que mantém a ansiedade e levam ao pânico. Restabelecer e desenvolver a capacidade de criar e manter vínculos com pessoas significativas, o que protege do desamparo e da ansiedade. Elaborar os processos psicológicos que estavam atuando quando as crises começaram e que mantém a pessoa em estado de pré-pânico.Uma das técnicas psicodramáticas mais eficaz para trabalhar estes pontos é o Psicodrama Interno, pois ele desenvolve três recursos essências ao tratamento: O controle da respiração, pois através da respiração é possível cortar a ansiedade e evitar um ataque de pânico; O relaxamento do corpo e da mente, que também alivia a ansiedade e restabelece o autocontrole; A auto proteção, quando a pessoa imagina um lugar agradável e seguro, onde possa restabelecer seu equilíbrio e autoconfiança.

Há uma relação significativa entre o Pânico e as crises de ansiedade disparadas pelas situações de separação na infância. Uma boa parte das pessoas que desenvolvem Síndrome do Pânico não conseguiram construir uma referência interna do outro (inicialmente a mãe) que lhe propiciasse segurança e estabilidade emocional. Esta falta de confiança pode trazer,

em momentos críticos, vivências profundas de solidão, desespero, desconexão e desamparo.A experiência do Pânico é muito próxima do desespero de uma criança pequena que se sente perdida dos pais, uma experiência limite de sofrimento intenso, de sentir-se deixada à própria sorte, frágil, sem proteção, sob o risco do aniquilamento e da morte.Encontramos este estado de desamparo profundamente enraizado nas pessoas com Síndrome de Pânico e junto com ele, uma perda de confiança no funcionamento do próprio corpo.

As pessoas com Síndrome do Pânico sofrem com uma falta de conexão básica: falta de conexão e confiança nos vínculos e falta de conexão e confiança no corpo, o que leva a uma vivência desesperadora, como alguém isolado, absolutamente sozinho e desamparado.

A cura da Síndrome do Pânico é possível quando a pessoa pode se reconectar com os fatores que a precipitaram no Pânico e pode lidar com eles de um modo mais espontâneo, desenvolvendo outros modos de sentir, de perceber e de agir. A cura advém quando a pessoa torna-se capaz de sentir-se identificada com seu corpo, capaz de influenciar seus estados internos e sente-se profundamente conectada com as pessoas afetivamente importantes para ela.

Para MORENO, o criador do Psicodrama, saúde envolve a capacidade do homem de ser espontâneo e criativo a cada instante de sua vida. O limite entre saúde e doença está na falta de espontaneidade e criatividade.

Como a espontaneidade é vital ao ser humano, na Psicoterapia Psicodramática é de suma importância detectar os obstáculos psicológicos à sua liberação.

Assim, para qualquer indivíduo, a liberação da espontaneidade depende do desenvolvimento da capacidade de conter as incertezas e as inseguranças inerentes ao processo de criação e da incorporação, pelo Eu, da espontaneidade como instrumento seguro para conduzir a nossa capacidade de interagir e de transformar, de forma que o próprio Eu adquira flexibilidade, tornando-se também cada vez mais original, processo este se revela somente através da relação e do desempeno de papeis.

Ao abordarmos psicodramaticamente o paciente acometido pela Síndrome do Pânico devemos ter em mente, portanto, que estamos diante de alguém que, embora limitado em seu campo de (cri)ação, está envolvido com a batalha de ampliar estes seus próprios limites, ainda por descobrir quais são suas novas ferramentas e qual é sua nova identidade.

Causas e sintomas da síndrome Causas

Para entender as causas da Síndrome do Pânico, é preciso conhecer a história de vida do paciente. Relacionadas a fatores ambientais/históricos e sócio-culturais, ela pode ser fruto de uma vida conturbada devido aos acontecimentos da infância (rejeição, separações, traumas, etc.) ou ao longo da vida do indivíduo (situações estressantes, consumo de drogas, pessoas com predisposição genética, etc.). As causas ainda são desconhecidas e são previstas hipoteticamente. Considere três hipóteses:

Fatores genéticos;Medicamentos ou drogas podem aumentar a atividade cerebral, promovendo alterações no cérebro;Produção desequilibrada de neurotransmissores (substâncias responsáveis pela transmissão do estímulo nervoso

entre as células cerebrais), relacionados com vários elementos dos sistemas de alerta, reação e defesa do Sistema Nervoso Central. Ou seja, são ativados mecanismos desnecessários no cérebro que fazem uma pessoa reagir como se estivesse sendo ameaçada. Sintomas Baseado no Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais (DSM-IV), da Associação Psiquiátrica Americana, uma série de sintomas acontecem em curto período. Medo intenso ou desconforto e quatro ou mais desses sintomas atinge seu ponto alto em 10 minutos e são características essenciais de um Ataque de Pânico. Os critérios considerados são:

tremores ou abalos (crises de medo repentinas);sudorese (suor excessivo);

palpitações e taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos);sensação de asfixia;sensação de falta de ar ou de sufocamento;náusea ou dor abdominal;sensação de instabilidade, vertigem, tontura ou desmaio;medo de morrer;sensação de que as coisas não são reais ou despersonalização (estar distante de si mesmo);medo de perder o controle da situação ou enlouquecer;calafrios ou ondas de calor;parestesias (sensação de anestesia ou formigamento ou entorpecimento das mãos);dor no peito.

Ataques

Acontecem por 1 mês ou mais e os ataques com menos de quatro sintomas são chamados de ataques com sintomas limitados. Eles são classificados em:

Ataques do Pânico inesperados (não evocados) - não está associado a uma situação. Ocorre de forma espontânea.Ataques de Pânico ligados à situações (evocados) - ocorre após a uma situação que ativa a doença.Ataques de Pânico predispostos pela situação - estão associados a uma situação, mas não ocorrem logo após ou por

causa dela.

Alguns ataques são característicos de outros transtornos de ansiedade. Por exemplo, Ataques do Pânico associados a uma situação é mais característico da Fobia Social específica; já os predispostos pela situação podem ocorrer na Fobia social ou específica. Por isso, antes de iniciar o tratamento, é necessário que o médico faça uma avaliação diagnóstica do paciente para descobrir a fundo o problema.

Doenças semelhantes

Como os sintomas são semelhantes a outras doenças adverte-se fazer o diagnóstico diferencial entre elas:

Hipertireoidismo e hipotireoidismo;Hiperpatireoidismo;Prolapso da válvula mitral;Arritmias cardíacas;Insuficiência coronária;Crises epilépticas;Feocromocitoma;Hipoglicemia;Labirintite, lesões neurológicas;Abstinência de álcool e/ou outras drogas.

Para diagnosticar essas doenças serão necessários exames laboratoriais, gráficos e de imagem.

É ímportante destacar que 36 a 40% dos portadores do Transtorno apresentam prolapso valvular mitral (anormalidade na válvula mitral do coração), revelado na ecocardiografia.

Associação com outros distúrbios

Ansiedade antecipatória - o indivíduo começa a associar os ataques com certos locais que teve e vir a ter novos ataques.

Depressão - pode desenvolver antes ou durante os ataques. É limitado por fobias ansiosas e ela desaparece quando o paciente melhora.Despersonalização - o indivíduo se sente fora do mundo real, tem crises existenciais, amnésias e apatia.

Somatiforme - transtorno que aparece ligado a algum evento da vida ou emoção e pode estar associado ao Transtorno do Pânico.

Agorafobia - medo ou ansiedade de lugares abertos que pode ocorrer com ou sem histórico de Transtorno do Pânico.

Consequências

Gastos excessivos em médicos, exames e tratamentos;Afastamentos do trabalho, medo de promoções e demissão, etc;A pessoa começa a ter medo de lugares abertos e a se afastar de reuniões sociais;Perda econômica;Recusas a convites de amigos, festas etc;No início, tem o apoio da família, mas no decorrer do tempo, é alvo de críticas;Perda ou ganho de peso.

Especialistas explicam sintomas e tratamento da síndrome do pânico

Bem Estar desta terça (14) teve o psiquiatra Luiz Vicente de Mello, do HC.Cardiologista Roberto Kalil falou sobre taxas de frequência cardíaca.

Uma situação desesperadora em que a pessoa sente tontura, falta de ar, taquicardia, medo e suor frio – entre vários outros sintomas. Essa tensão toda, se for recorrente e diagnosticada por um médico, é chamada de síndrome do pânico, que pode ser provocada por um episódio de limite ou desafio, em que o indivíduo tem dificuldade de “dominar” o ambiente em que vive.

Durante as crises, que duram até meia hora (com picos entre 5 e 10 minutos) e são três vezes mais comuns em mulheres, o cérebro envia sinais para o corpo fugir ou lutar – mas esse alarme está desregulado. Pode ser no meio de uma multidão, no engarrafamento, metrô, elevador, shopping, supermercado ou na fila do banco.

O humor, nesse período, parece uma montanha-russa: os picos de ansiedade, pressão e respiração atingem, depois, um estado de exaustão e sonolência, como se fosse o fim de uma guerra.

Para falar sobre como identificar essa doença e qual o tratamento disponível, o Bem Estar desta terça-feira (14) contou com a presença do psiquiatra Luiz Vicente Figueira de Mello, do Hospital das Clínicas. Ao lado dele, o cardiologista e consultor Roberto Kalil explicou o que é uma frequência cardíaca normal, alta e baixa.

Essa mudança brusca e completa do metabolismo, em que a vítima demonstra uma reação desproporcional – como se estivesse diante de uma ameaça real –, causa um aumento tão grande da pressão arterial, que a pessoa muitas vezes acha que está tendo um infarto e vai morrer. Mas, segundo Kalil, o risco cardíaco é mínimo se o paciente for diagnosticado corretamente.

A primeira manifestação pode ser desencadeada por algum acontecimento traumático ou estressante, que desestabiliza o indivíduo – mas isso não é regra.

Nas ruas de São Paulo, a repórter Marina Araújo foi conhecer a história de alguns portadores de síndrome do pânico, como a secretária Vanessa Grandolpho Lopes e o bancário João Paulo de Souza. Eles tentam controlar as crises, entender a doença e recuperar o controle de si. Vanessa recorre a exercícios de respiração, terapias alternativas e remédios para vencer o medo.

É importante destacar que ter um ataque de pânico ou uma crise específica não caracteriza a síndrome. Antes de procurar um médico específico (cardiologista ou psiquiatra), observe seus sintomas com atenção. Se você estiver passando por um ataque de pânico ou ver alguém em um, procure se acalmar e tranquilizar a pessoa, além de ter consciência de que a situação tem prazo de validade.

Segundo o psiquiatra Figueira de Mello, as crises também podem incluir fraqueza, desorientação e lesão de memória a longo prazo. Além disso, às vezes elas estão associadas a depressão e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), que ocorrem paralelamente, sem relação de causa e efeito. Nesse momento, respirar devagar pode ajudar, principalmente com a ajuda de um saquinho de papel.

O especialista ressaltou, ainda, que sentir medo é necessário, pois se trata de uma proteção da vida que contribui para a evolução da espécie. Mas, quando se torna doença, tem controle – apesar de a cura total ser mais difícil de obter.

Frequência cardíacaUm coração normal bate de 50 a 100 vezes por minuto. Quando a criança nasce, fica acima de 150 batimentos; no adulto gira em torno de 180 e, no idoso, de 60 a 70.

Quando o músculo cardíaco bate mais de 100 vezes por minuto, ocorre a taquicardia. Se for abaixo desse nível, chama-se bradicardia. Segundo Kalil, um coração acelerado constantemente pode ser sinal de várias doenças, como hipertireoidismo, diabetes, febres infecciosas, fibrilação atrial (o coração se desregula e bate como um telégrafo), insuficiência cardíaca e arritmias.

Já em um atleta ou esportista, a bradicardia pode ser apenas uma adaptação fisiológica. Se não for nada relacionado com a atividade física, pode ser algum problema no sistema elétrico do coração, como a doença de Chagas ou a doença do nó sinusal, que é como se a bateria do coração "descarregasse".

SÍNDROME DO PÂNICO- TEM TRATAMENTO? SINTOMAS

A síndrome do Pânico está entre as mais presentes na vida das pessoas atualmente. A síndrome do Pânico é um distúrbio emocional que pode acometer qualquer pessoa em qualquer idade, apesar de sua incidência ser maior no sexo feminino e na idade que a adolescência está terminado ou também no início de sua juventude, com o estresse como o principal causador de suas crises, com 80% dos casos sendo relacionados a episódios estressantes em demasia.

É grande o número de pessoas que sofrem da síndrome do Pânico e nem sequer sabem do fato, aliás, o número de pessoas que desconhecem a síndrome do Pânico ou sabem pouco sobre a mesma é muito grande, mas graças a campanhas de divulgação que veem sendo realizadas, já podemos conhecer melhor esta síndrome, saber seus sintomas, causas e tratamento.

Os sintomas da síndrome são alterações no corpo, que causam desconforto e provocam medo de que a pessoa tenha um ataque cardíaco, derrame ou alguma coisa do gênero, assim a pessoa que está em plena crise, quando se vê pensando que irá morrer pode sentir, dores no peito, falta de ar, formigamento nas mãos e todo o tipo de mal estar que dá a real impressão de que realmente está tendo um problema de saúde, mas no fim todos estes sintomas são causados pelo psicológico de quem tem este problema.

A síndrome também pode ser causada pelo uso de drogas e álcool, até mesmo por drogas lícitas, como os energéticos. Apessoa que tem a síndrome do Pânico sofre muito e tem sua vida pessoal e social completamente alterada para pior.

Os sintomas são inesperados podendo ocorrer a qualquer momento e em qualquer lugar, comprometendo a vida social de quem tem este problema que pode ser causado também por predisposição genética, então as pessoas acometidas com este mal, tem medo de sair de casa e acabam não tendo mais a vida que tinham antes.

A pessoa com síndrome do Pânico falta muito ao trabalho acabando até mesmo por abandoná-lo. Também deixa de frequentar escola, festas e até mesmo ambientes mais familiares. É realmente um grande sofrimento tanto para quem tem esta síndrome como também para os parentes e amigos mais próximos.

Felizmente há tratamento para a síndrome do Pânico e quanto antes ele for iniciado, melhor. O tratamento é feito por meio de acompanhamento do paciente por um psicoterapeuta e em alguns casos é necessário a utilização de medicamentos, principalmente nas horas de crise, mas cerca de 70% até 90% das pessoas que têm esta síndrome mostram uma boa recuperação com o tratamento.

As pessoas mais próximas do paciente são fundamentais para sua recuperação. Deverão se informar ao máximo sobre a síndrome para aprender a lidar com a pessoa, de forma especial quando ela estiver em crise, para que possam auxiliar o profissional no tratamento e assim a pessoa com esta síndrome apresentar resultado significativo e ter a segurança que poderá contar com seus amigos para superar esta etapa de sua vida e voltar a ter uma vida normal e retomar a todas as suas atividades.

Síndrome do Pânico: Sintomas, Causas e Tratamento

Definição

Um ataque de pânico é um episódio súbito de medo intenso que se desenvolve sem motivo aparente e que desencadeia reações físicas graves. Ataques de pânico podem ser muito assustadoras. Quando ocorrem os ataques de pânico, você poderia pensar que você está perdendo o controle, ter uma coração atacar ou mesmo morrendo.

Você pode ter apenas um ou dois ataques de pânico em sua vida. Mas se você ter tido vários ataques de pânico e passou longos períodos em constante medo de outro ataque, você pode ter uma condição crônica chamada de transtorno do pânico.

Ataques de pânico foram demitidos uma vez como estresse ou nervos, mas eles agora são reconhecidos como uma condição médica real. Embora os ataques de pânico podem afetar significativamente sua qualidade de vida, o tratamento é muito eficaz.

Sintomas

Os sintomas do ataque de pânico podem fazer Libra seu coração e fazer com que você se sentir falta de ar, tonto, enjoado e liberado. Porque os sintomas do ataque de pânico podem assemelhar-se condições de risco de vida, é importante procurar um diagnóstico preciso e tratamento.

Ataques de pânico geralmente incluem alguns ou muitos destes sintomas:

Uma sensação de desgraça iminente ou morte Cardíaca Transpiração Tremor Falta de ar Hiperventilação Calafrios Afrontamentos Náusea Cólicas abdominais Dor no peito Dor de cabeça Tonturas Desmaio Aperto na garganta Dificuldade de deglutição

Ataques de pânico normalmente começam de repente, sem aviso. Eles podem atingir quase qualquer momento — quando você está dirigindo o pool de carro da escola, no shopping, som dormindo ou no meio de uma reunião de negócios. Ataques de pânico tem muitas variações, mas os sintomas geralmente um pico em 10 minutos e última cerca de meia hora. Você pode sentir cansado e desgastado depois de um ataque de pânico subsides.

Uma das piores coisas sobre ataques de pânico é o medo intenso que você vai ter um outro ataque de pânico. Se você já tinha quatro ou mais ataques de pânico e passei um mês ou mais no medo constante de outro ataque, você pode ter uma condição chamada de transtorno do pânico, um tipo de transtorno de ansiedade crônica.

Com transtorno do pânico, você pode temer tendo um ataque de pânico tanto que você evite situações onde eles podem ocorrer. Você pode mesmo ser incapaz de sair de sua casa (agorafobia), porque nenhum lugar se sente seguro.

Quando ver um médicoSe você tiver quaisquer sintomas do ataque de pânico, procure ajuda médica logo que possível. Ataques de pânico são difíceis de gerenciar em seu próprio país, e eles podem piorar sem tratamento. E porque os sintomas do ataque de pânico podem assemelhar-se também outros graves problemas de saúde, tais como um ataque de coração, é importante obter avaliado pelo seu provedor de cuidados de saúde se você não tem certeza o que está causando os sintomas.

Causas

Ele tem não se sabe o que faz com que os ataques de pânico ou transtorno do pânico. Coisas que podem desempenhar um papel incluem:

Genética Stress Determinadas alterações em partes de maneira da sua função cerebral

Algumas pesquisas sugerem que resposta natural de lutar ou fugir do seu corpo ao perigo está envolvida em ataques de pânico. Por exemplo, se um urso veio depois de você, seu corpo iria reagir instintivamente. Sua freqüência cardíaca e respiração iria acelerar como seu corpo preparou-se para uma situação de risco de vida. Muitas das mesmas reações ocorrem em um ataque de pânico. Mas ele não tem conhecido por que um ataque de pânico ocorre quando não há nenhum perigo óbvio presente.

Complicações

Ataques de pânico, não tratados esquerdos e transtorno do pânico podem resultar em complicações graves que afetam a quase todas as áreas de sua vida. Você pode ser tanto medo de ter mais ataques de pânico que você vive em um constante estado de medo, arruinar sua qualidade de vida.

Complicações que ataques de pânico podem causar ou ser associado com incluem:

Desenvolvimento de fobias específicas, tais como o medo de dirigir ou sair de casa Evitar situações sociais Problemas no trabalho ou na escola Depressão Aumento do risco de suicídio ou pensamentos suicidas Álcool ou abuso de substâncias Problemas financeiros

Drogas e tratamentos

O objetivo do tratamento é eliminar todos seus sintomas do ataque de pânico. Com um tratamento eficaz, a maioria das pessoas estão finalmente capaz de retomar as atividades cotidianas.

As opções de tratamento principal para ataques de pânico são remédios e psicoterapia. Ambos são eficazes. Seu médico provavelmente irá recomendar começando com apenas um tipo de tratamento, dependendo de sua preferência e se existem terapeutas com formação especial em pânico na sua área.

Seu médico pode recomendar uma combinação de medicação e psicoterapia se você:

Têm grave transtorno do pânico. Tem transtorno do pânico junto com outro diagnóstico de saúde mental, como depressão ou transtorno de

estresse pós-traumático

Já tentou um tipo de tratamento e não tenha melhorado

MedicamentosMedicamentos podem ajudar a reduzir os sintomas associados com ataques de pânico, como depressão, se isso é um problema para você. Vários tipos de medicação tem demonstrados ser eficaz na gestão de sintomas de ataques de pânico, incluindo:

Inibidores de recaptação de serotonina seletiva (ISRs). Porque estes antidepressivo medicações são geralmente seguros e possuem um baixo risco de causar efeitos colaterais graves, ISRS são geralmente recomendados como a primeira escolha nas opções de medicação para tratar os ataques de pânico. Drogas nesta classe que tenham sido aprovadas pelo alimento e Drug Administration (FDA) para o tratamento do transtorno do pânico incluem a fluoxetina (Prozac, Prozac semanalmente), paroxetina (Paxil, Paxil CR, Pexeva) e sertralina (Zoloft).

Inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRNs). Estes medicamentos são outra classe de antidepressivos. A droga SNRI chamada venlafaxina (Effexor XR) é aprovado pelo FDA para o tratamento do transtorno do pânico.

Antidepressivos tricíclicos (TCAs). Ao mesmo tempo eficaz, esses antidepressivos representam um risco de efeitos colaterais graves, incluindo problemas de coração e de açúcar no sangue. Nenhum antidepressivos tricíclicos são aprovados pelo FDA especificamente para o tratamento do transtorno do pânico.

Benzodiazpines. Estes medicamentos são sedativos leves. Eles pertencem ao grupo de medicamentos denominados depressores do sistema nervoso central (SNC). Benzodiazepinas podem ser habituação (que causa dependência física ou mental), especialmente quando tomado por um longo tempo ou em doses elevadas. Benzodiazepinas que tenham sido aprovados pelo FDA para o tratamento do transtorno do pânico incluem alprazolam (Xanax) e clonazepam (Klonopin). Se você procurar tratamento em uma sala de emergência para os sinais e sintomas de um ataque de pânico, pode dar-lhe um benzodiazepínicos para ajudar a parar o ataque.

Inibidores da monoamina oxidase (IMAOs). Porque estes antidepressivos podem causar fatal efeitos colaterais e exigem rigorosas restrições dietéticas, eles não comumente estão prescritos. Nenhum IMAOs são aprovados pelo FDA especificamente para o tratamento do transtorno do pânico.

Se uma medicação não funciona bem para você, seu médico pode recomendar alternar para outro ou combinando certas medicações para aumentar a sua eficácia. Tenha em mente que pode demorar várias semanas depois de primeiro iniciar uma medicação para notar uma melhoria nos seus sintomas. Todos os medicamentos têm um risco de efeitos colaterais, e alguns podem não ser recomendado em determinadas situações, tais como a gravidez. Certifique-se de conversar com seu médico sobre os possíveis efeitos colaterais e riscos.

PsicoterapiaPsicoterapia, também chamada de terapia de aconselhamento ou falar, pode ajudá-lo a compreender os ataques de pânico e transtorno do pânico e como lidar com eles. O principal tipo de psicoterapia utilizada para tratar os ataques de pânico e transtorno do pânico é terapia cognitivo comportamental. Seu médico também pode recomendar um tipo de psicoterapia chamado psicoterapia psicodinâmica.

Terapia comportamental cognitiva. Terapia de cognitiva comportamental pode ajudá-lo a alterar os padrões de pensamento (cognitivo) que disparam seus medos e ataques de pânico. Também pode ajudá-lo a mudar a maneira como você reage (agir), situações de ansiedade ou medo. Durante as sessões de terapia, você aprende a reconhecer as coisas que acionam seu ataques de pânico ou torná-los pior, tais como pensamentos específicos ou situações. Você também aprenderá maneiras de lidar com a ansiedade e sintomas físicos associados com ataques de pânico.

Estas podem incluir técnicas de respiração e relaxamento. Além disso, trabalhando com cuidado com seu terapeuta, você pode recriar os sintomas de ataques de pânico na segurança de seu escritório. Este é um passo importante, porque ele pode ajudá-lo a aprender a controlar e dominar os sintomas para que eles não continuam a ser uma fonte de medo intenso. Isso também pode ajudá-lo a superar o medo de determinadas situações que você pode evitar, como shoppings lotados ou dirigindo.

Psicoterapia psicodinâmica. Psicoterapia psicodinâmica centra-se em aumentar a sua consciência de seu inconscientes pensamentos e comportamentos. Ao contrário da terapia cognitivo comportamental, esta

abordagem não intencionalmente recriar sintomas de pânico. Em vez disso, seu terapeuta ajuda você a investigar sua mente para identificar interno conflito emocional que pode desempenhar um papel em suas reações de pânico e evasão.

Com base nas suas conclusões, a terapeuta irá ajudá-lo a desenvolver formas mais saudáveis para responder a um conflito. Primeiros resultados do estudo sugerem que a psicoterapia psicodinâmica focada em reações de pânico pode ser uma opção de tratamento eficaz a curto prazo para o transtorno do pânico. É necessária mais investigação para compreender como este tipo de terapêutica compara com outros tratamentos para o transtorno do pânico.

A terapeuta pode sugerir encontros semanais quando você começa a psicoterapia. Você pode começar a ver melhorias nos sintomas do ataque de pânico dentro de várias semanas, e muitas vezes os sintomas desaparecem dentro de vários meses.

Como melhorar seus sintomas, você e seu terapeuta irão desenvolver um plano para conicidade fora de terapia. Você pode estabelecer a agendar visitas ocasionais de manutenção para ajudar a garantir que seus ataques de pânico permanecem sob controle.