A emergência da retórica no contexto da Democracia grega.

A implantação da democracia substitui-o os regimes tradicionais liderados por elites aristocratas e abriu caminho à liberdade de expressão e à luta partidária.

Os cidadãos, neste novo contexto político, eram convidados a expressar as suas opiniões e a usar livremente a palavra, para tal tinham de ser preparados para discutir e convencer os outros das suas ideias.

Os sofistas, professores itinerantes, deram resposta às exigências da democracia, da vida política, e ensinaram a argumentar, a discursar, a persuadir.

Ora, se a essência da retórica consiste na persuasão através da argumentação, não há como pensar nela sem a democracia e liberdade de debate, caraterísticas da organização política democrática do mundo grego.

A retórica constituiu-se como o instrumento essencial ao exercício do poder politico e, por outro, lado a democracia, dadas as suas exigências, esteve na origem do desenvolvimento da retórica.

(A democracia implica a luta partidária, que, por sua vez, torna necessária a preparação de oradores capazes de construir discursos persuasivos em defesa de um projeto político

Os cidadãos eram convidados a expressar as suas opiniões e a usar livremente a palavra, para tal tinham de ser preparados para discutir e convencer os outros das suas ideias.

Se a essência da Retórica consiste na persuasão através da argumentação, não há como se pensar nela sem democracia e liberdade de debate, características da organização política do mundo grego).

Conflito/confronto ente o movimento da sofística e Platão:

Sofística(sofistas):Tinha objetivos claramente práticos (visava a ação)Marcada pela intenção de preparar os jovens para a disputa política e jurídica; Preocupava-se mais coma forma do discurso (o modo como se diz/exposição do discurso) do que como seu conteúdo (aquilo que se diz); interessados mais no poder do que no saber; procura captar a atenção dos auditores mais do que transmitir-lhe um saber. Procuravam captar a atenção do auditório através da manipulação

Defendiam conceções céticas e relativistas acerca da verdade – a verdade é relativa a cada um, não é possível conhecer uma verdade única; qualquer uma é defensável; a verdade é a tese do orador com melhor desempenho argumentativo

Todo o conhecimento é entendido como um conjunto de opiniões e crenças .

Filosofia( Platão)

A verdade é a visão da realidade captada pela razão; A busca de verdade é o objetivo último dos filósofosSó o verdadeiro conhecimento, o que permite ver a realidade, deve ser defendido.

Contra a retórica e contra os sofistas vão insurgir-se os filósofos, particularmente nesta época, Platão e Sócrates.

Platão considerava que os governantes não deveriam ser escolhidos pelos cidadãos já que para governar seriam necessárias elevadas competências intelectuais e morais que era preciso desenvolver.

Platão defendia ainda uma concepção de verdade absoluta e intemporal, que opunha ao domínio da opinião e da aparência que obviamente desvalorizava.

Para Platão a retórica sofísticaé uma atividade que não se baseia em qualquer tipo de conhecimento racional para justificar as teses defendidas,pois visa essencialmente persuadir, sem se preocupar se aquilo que se defende é realmente verdadeiro, tendo como única finalidade a manipulação das pessoas o que é imoral. É um discurso dirigido sobretudo às Emoções

Sócrates e Platão sustentaram que a Retórica era a negação da própria Filosofia. Ao discurso retórico, dirigido sobretudo às emoções, opunha este filósofo o discurso filosófico que era dirigido à razão e que visava alcançar a verdade e o conhecimento (através da dialética)

Para os sofistas, em geral, e para Górgias em particular, a retórica é a arte de persuadir pela palavra, facultando desse modo ao orador liberdade e domínio sobre os outros. Aos seus olhos, isto valorizava enormemente a retórica tornando o seu conhecimento uma condição essencial a todos aqueles que queriam singrar na vida pública.

Platão não pensava do mesmo modo e por isso procura mostrar que a retórica, em vez de ser uma arte, é antes uma forma de manipulação, com a qual os oradores instrumentalizam os auditórios (devido às suas limitações cognitivas)

Para que a retórica fosse uma arte, pensava Platão, teria de ter um fundamento racional (não se baseia na razão ou no conhecimento racional) e por finalidade o bem. A retórica não cumpre nenhum destes requisitos, e por isso é uma atividade empírica (que tem por fim criar no auditório um sentimento de agrado e de prazer) e não uma arte.