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SISTEMA MULTIMUNICIPAL DE
VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE
RESÍDUOS URBANOS DO SUL DO TEJO
PLANO DE AÇÃO DO PERSU 2020 - PAPERSU 2020
Abril, 2015
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A.
ÍNDICE
1. Introdução e Enquadramento Histórico ................................................................................ 2
2. O Sistema de Gestão de Resíduos Urbanos ......................................................................... 3
3. Objetivos e Metas ........................................................................................................................... 10
4. Medidas e calendarização ........................................................................................................... 12
5. Investimentos .................................................................................................................................... 26
6. Conclusões .......................................................................................................................................... 27
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 – Indicadores Demográficos da AMARSUL............................................................................ 3
Quadro 2 – Regime de laboração nas instalações da AMARSUL ......................................................... 6
Quadro 3 – Capacidade instalada nas instalações da AMARSUL ......................................................... 7
Quadro 4 – Coeficientes técnicos da AMARSUL, em 2012 .................................................................. 7
Quadro 5 – Pontos Fortes e Fracos do modelo técnico atual ............................................................. 9
Quadro 6 – Metas de referência nacional ............................................................................................... 10
Quadro 7 – Metas de Retoma de Recolha Seletiva da AMARSUL ................................................... 11
Quadro 8 – Metas de Redução da Deposição de RUB em aterro da AMARSUL......................... 11
Quadro 9 – Metas de Preparação para a Reutilização e Reciclagem da AMARSUL ..................... 12
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Universo Geográfico da AMARSUL ......................................................................................... 3
Figura 2 – Produção Global de Resíduos - Evolução Quantitativa (2000-2014) ............................... 4
Figura 3 – Modelo Técnico de Intervenção da AMARSUL .................................................................... 6
Figura 4 – Indicadores da Recolha Seletiva na AMARSUL ..................................................................... 9
ÍNDICE DE ANEXOS
Anexo 1 – Cronograma Geral das Ações ............................................................................................... 28
Anexo 2 – Tabela de Dados ....................................................................................................................... 29
Anexo 3 – Fluxograma de Entradas e Saídas .......................................................................................... 30
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 2
1. Introdução e Enquadramento Histórico
O Plano de Ação do PERSU2020 (PAPERSU) da AMARSUL que é apresentado no presente
documento, dá cumprimento ao disposto no art.º 16.º do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de
setembro, alterado e republicado pelo Decreto-lei n.º 73/2011, de 17 de junho, e toma como
referência a concretização das diretrizes constantes no PERSU2020 (Plano Estratégico para os
Resíduos Sólidos Urbanos para o horizonte 2020) aprovado pela Portaria n.º 187-A/2014,
publicada em DR (I Série) n.º 179, de 17 de setembro de 2014.
Neste contexto, o 7.º Programa de Ação em Matéria de Ambiente (Decisão 1386/2013/UE do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de novembro), conjugado com as principais
Diretivas na área dos Resíduos (Diretiva Quadro dos Resíduos, Diretiva Aterros e Diretiva
Embalagens) e com as orientações do Grupo de Apoio à Gestão (GAG) do PERSU2020,
apresentam-se como os principais documentos orientadores Europeus que dão a clara
indicação do caminho a prosseguir, funcionando como alavanca para o desenvolvimento de um
conjunto de projetos e ações que obrigarão a AMARSUL a um incremento da complexidade
das soluções a desenvolver para atingir os objetivos estabelecidos.
De forma a proporcionar condições ambientalmente corretas para tratamento e destino final
dos resíduos urbanos (RU) do seu universo de atuação, a AMARSUL possui várias
infraestruturas assentes nos pilares da recolha seletiva e triagem, valorização orgânica e
deposição em aterro sanitário dispondo de dois aterros sanitários, e de uma central de
compostagem, para destino dos resíduos indiferenciados em substituição das oito lixeiras
existentes à data da concessão, entretanto seladas e ambientalmente recuperadas, dando assim
cumprimento ao PERSU I.
Posteriormente, tendo por base o PERSU II, a AMARSUL projetou e construiu uma instalação
de Tratamento Mecânico e Biológico por digestão anaeróbia (TMB) no Seixal e uma instalação
de Tratamento Mecânico (TM) complementado por uma unidade de produção de Combustível
Derivado de Resíduos (CDR) em Palmela, para valorização dos Resíduos Urbanos, a par da
automatização da estação de triagem do Seixal, para os resíduos recolhidos seletivamente.
No âmbito do PERSU2020, a AMARSUL irá incrementar a atividade de recolha seletiva e irá
continuar a exploração das instalações de TM e TMB. Em síntese, este plano é um documento
que, em face dos diferentes horizontes temporais a considerar, reflete as opções que serão
mobilizadas para cumprimento dos objetivos e metas do PERSU2020, para o período 2015-
2020, traçando desta forma um caminho a assumir e a dinamizar pela AMARSUL.
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 3
2. O Sistema de Gestão de Resíduos Urbanos
2.1 Caraterização geral
Dados Demográficos
A AMARSUL abrange uma área total de 1.625 km2 e serve uma população de cerca de 782 mil
habitantes1, tal como se descrimina no Quadro 1.
Quadro 1 – Indicadores Demográficos da AMARSUL
Concelho População 2013 (hab)
Área (km2)
Densidade Populacional
(hab/km2)
Alcochete 18.293 128 143
Almada 171.481 70 2.442
Barreiro 77.577 36 2.132
Moita 65.632 55 1.188
Montijo 53.586 349 154
Palmela 63.723 465 137
Seixal 161.976 96 1.696
Sesimbra 50.276 195 257
Setúbal 119.244 230 518
Total 781.787 1.625 481
Numa perspetiva nacional, a AMARSUL representa 1,8% da área do território de Portugal
Continental e concentra cerca de 7,9 % da população. A região abrangida pelo Sistema
Multimunicipal de Valorização e Tratamento dos Resíduos Sólidos do Sul do tejo, universo de
intervenção da AMARSUL, é a que se identifica na Figura 1.
Figura 1 – Universo Geográfico da AMARSUL
1 Fonte: INE - Estimativas de População média residente em 2013
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 4
Produção de Resíduos
A gestão dos resíduos urbanos produzidos na área geográfica da AMARSUL é efetuada através
da deposição no aterro sanitário do Seixal, desde junho de 1995, tendo sido complementado
com o aterro sanitário de Palmela em janeiro de 1997. A recolha seletiva é encaminhada para a
estação de triagem dos resíduos provenientes da recolha seletiva desde 1999. Em agosto de
2003 a AMARSUL retomou a exploração da central de compostagem de Setúbal (iniciada em
1995 pela Koch), e, em fevereiro de 2012 iniciou-se a exploração da unidade de tratamento
mecânico de Palmela. Atualmente, a AMARSUL conta ainda com a unidade de tratamento
mecânico e biológico do Seixal, que entrou em funcionamento para testes em dezembro de
2014. A evolução da produção dos resíduos urbanos nos nove municípios da AMARSUL, desde
2000, é a que se apresenta na figura seguinte.
Figura 2 – Produção Global de Resíduos - Evolução Quantitativa (2000-2014)
A produção de resíduos urbanos na área de influência da AMARSUL foi, em 2014, de cerca de
440.000 Mg, correspondendo a uma capitação média de cerca de 1,54 kg/hab.dia.
Conformidade legal do Sistema
O Decreto-Lei n.º 53/97, de 4 de março, alterado pelo Decreto-Lei n.º 127/2002, de 10 de
maio, e, pelo Decreto-Lei n.º 104/2014, de 2 de julho, criou o sistema multimunicipal de
triagem, recolha seletiva, valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos do Sul do Tejo,
integrando, como utilizadores originários, os nove municípios elencados no Quadro 1.
Foi igualmente aprovado neste diploma que a exploração e gestão do sistema multimunicipal
do Sul do Tejo seria atribuída, em regime de concessão exclusiva, à AMARSUL – Resíduos
Sólidos do Centro, S.A.. Para esse efeito, a 16 de maio de 1997 foi assinado o contrato de
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 5
concessão entre o estado português e a AMARSUL, S.A., tendo igualmente nessa data sido
assinados os contratos de entrega e receção entre os municípios utilizadores e a empresa, com
exceção do município de Setúbal, cujo contrato de entrega e receção foi assinado a 27 de
dezembro de 2005, após a integração deste município no sistema multimunicipal do Sul do
Tejo. A AMARSUL, S.A. é assim a empresa concessionária responsável pela recolha seletiva,
triagem, tratamento e valorização dos resíduos produzidos pelos municípios integrantes da sua
área geográfica.
Por último refere-se que a AMARSUL é certificada em qualidade - NP EN ISO 9001:2008,
ambiente - NP EN ISO 14001:2004 e segurança e saúde no trabalho - OHSAS 18001:2007.
2.2 Caraterização do modelo técnico atual
Infraestruturas, Localização e Entrada em Funcionamento
No universo de intervenção da AMARSUL, o modelo técnico implantado que suporta
atualmente o quadro de gestão dos resíduos urbanos contempla as infraestruturas a seguir
listadas e esquematizadas na Figura 3:
� Ecoparque do Seixal:
o Instalação de tratamento mecânico e biológico por digestão anaeróbia em
testes desde dezembro de 2014
o Aterro sanitário, desde julho de 1995, com central de valorização energética
do biogás
o Estação de Triagem manual, desde novembro de 1999, automatizada desde
Abril de 2010
� Ecoparque de Palmela:
o Instalação de tratamento mecânico e unidade de produção de CDR, desde
fevereiro de 2012
o Aterro sanitário, janeiro de 1997, com central de valorização energética do
biogás
� Ecoparque de Setúbal:
o Instalação de tratamento mecânico e biológico por Compostagem, desde
agosto de 2003
� Recolha seletiva através de ecopontos, em todos os municípios, iniciada em 1999 em
Alcochete, Barreio, Moita, Montijo, Palmela, Seixal e Sesimbra; em 2000 em Almada; e
em 2003 em Setúbal.
� Estação de transferência de resíduos urbanos em Sesimbra, desde outubro de 1999
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 6
� Ecocentros para deposição voluntária de resíduos urbanos valorizáveis nos municípios
de Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Seixal e Sesimbra, cuja exploração foi
iniciada entre 1999 e 2001.
Figura 3 – Modelo Técnico de Intervenção da AMARSUL
De referir ainda, que no âmbito geográfico da AMARSUL, as oito lixeiras que existiam à data
do contrato de concessão e localizadas nos concelhos de Alcochete, Montijo, Palmela, Seixal,
Sesimbra e Setúbal, foram seladas e requalificadas ambientalmente no âmbito das ações
previstas no PERSU I.
Regime de laboração
A operação das instalações de gestão dos resíduos indiferenciados e dos resíduos recolhidos
seletivamente funciona por turnos, no regime semanal que se apresenta no quadro seguinte.
Quadro 2 – Regime de laboração nas instalações da AMARSUL
Instalação n.º de turnos n.º dias/semana n.º dias/ano
TMB Setúbal 2 5 250
TMB Seixal 1 ou 22 5 250
TM e CDR Palmela 3 5 250
Aterros sanitários 3 6 312
Estação de Triagem 2 5 250
Ecocentros 1 6 312
Estação de Transferência 3 6 312
Recolha seletiva 2 5 250
Capacidades instaladas e coeficientes técnicos
A capacidade instalada nas instalações da AMARSUL, de acordo com as licenças de exploração
emitidas, é apresentada no quadro seguinte.
2 O TMB do Seixal funciona num turno durante o período de testes. Perspetiva-se que até final do corrente ano venha a trabalhar em 2 turnos
Aterro Sanitário
Tratamento Mecânico e Biológico
TM e Unidade preparação CDR
Estação de transferência
Selagem de lixeiras
Ecocentro
Estação de triagem
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 7
Quadro 3 – Capacidade instalada nas instalações da AMARSUL
Instalação Capacidade instalada 3
TMB Setúbal 60.000 Mg/ano
TMB Seixal 136.000 Mg/ano
TM e CDR Palmela 110.000 Mg/ano
Aterro sanitário do Seixal 5.045.364 m3
Aterro sanitário de Palmela 3.571.460 m3
Estação de triagem 4 Mg/h
Ecocentros Entre 4.300 e 33.700 Mg/ano
Em termos da proporção de cada fluxo de recolha seletiva tri-fluxo (3F), e tendo por base os
dados reais de 2012, (por forma a ter uma base de comparação com o PERSU2020 que
utilizou os dados desse ano), verifica-se que a proporção é de 36% de vidro, 42% de papel e
cartão e 22% de plásticos e metais. Assim, constata-se que, com exceção do vidro, a relação é
semelhante à proporção nacional de 40% de vidro, 40% de papel e cartão e 20% de plástico e
metal, considerada no PERSU2020 (ponto 21 do anexo III).
Quadro 4 – Coeficientes técnicos da AMARSUL, em 2012
3F Recolha - Proporção no 3F Mínimos de eficiência
AMARSUL PERSU2020 AMARSUL PERSU2020
Vidro 36% 40% 100% 99%
Papel e Cartão 42% 40% 97% 95%
Plástico e Metal 22% 20% 82% 80%
Coeficiente global de transformação de recolhas em retomas 94% 93%
Tratamento Mecânico AMARSUL (2012) Mínimo de eficiência PERSU
Recicláveis (Compostagem) 2% 7%
No que se refere aos mínimos de eficiência relativos à recolha seletiva, e novamente
considerando os dados reais de 2012, estes representaram na AMARSUL, 100% para o vidro,
97% para o papel e cartão, e 82% para os plásticos e metais. Já o PERSU2020 considerou que
os mínimos de eficiência deveriam situar-se em 99%, 95% e 80% respetivamente para o vidro,
papel e cartão e plásticos e metais, a nível nacional. Destes valores resulta que o coeficiente
global de transformação de recolhas em retomas para a AMARSUL, em 2012, é 94% e
semelhante à prevista no PERSU 2020. Refere-se contudo que este coeficiente tem vindo a
baixar, situando-se em 2014 na ordem dos 91%. Já na recuperação de recicláveis provenientes
do tratamento mecânico da compostagem de Setúbal, a AMARSUL recuperou 2% em 2012,
valor que se tem mantido até 2014. A instalação de tratamento mecânico de Palmela
apresentou também valores de recuperação de recicláveis na ordem dos 2% em 2014.
3 De acordo com as licenças atribuídas às instalações
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 8
Rede de recolha seletiva
A AMARSUL efetua a recolha seletiva através de ecopontos distribuídos nos nove municípios,
dispondo para tal, em dezembro de 2014, de 8.223 contentores (2.840 vidrões, 2.662 papelões
e 2.721 embalões), 17 viaturas (3 de caixa aberta e 14 de caixa fechada autocompactadora) e
uma equipa composta por 31 elementos (23 motoristas e 8 auxiliares). A recolha é efetuada 5
dias por semana, em 2 turnos no seguinte horário:
� 2.ª feira: 6:00h-15:00h e 15:00h-24:00h
� 3.ª a 6.ª feira: 6:00h-14:45h e 15:00h-23:45h
Para a Recolha seletiva porta-a-porta, HORECA e pequeno comércio e serviços, a AMARSUL
dispõe de 11 viaturas (3 de caixa aberta e 8 de caixa fechada autocompactadora) e uma equipa
de 16 elementos (8 motoristas e 8 auxiliares). A recolha é efetuada 5 dias por semana, num
turno no seguinte regime horário:
� 2.ª a 5.ª feira: 9:00h-18:00h
� 6.ª feira: 9:00h-17:00h
A contentorização utilizada nesta recolha é a seguinte:
80L 120L 240L 800L
Porta a Porta doméstico 13 910 31 5
HORECA 116 574 305 159
Pequeno comércio e serviços Recolha a granel
Os principais indicadores que melhor refletem esta atividade da AMARSUL são os que se
apresentam na figura seguinte.
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 9
Figura 4 – Indicadores da Recolha Seletiva na AMARSUL
2.3 Pontos fortes e fracos do modelo instalado
No quadro seguinte apresentam-se os pontos fortes e fracos do modelo técnico existente na
AMARSUL.
Quadro 5 – Pontos Fortes e Fracos do modelo técnico atual
PONTOS FORTES
PONTOS FRACOS
Empresa madura com elevada competência técnica e sucesso no correto relacionamento com os diversos
stakeholders do setor
Pouco conhecimento das populações sobre a
empresa e fraca perceção do seu valor ambiental e económico
Enquadramento contratual e regulatório estável e adequado à atividade
Dificuldades no escoamento e incerteza dos preços
de alguns produtos, nomeadamente composto, recicláveis de TM e refugos valorizáveis como CDR
Fontes de receitas diversificadas (tarifas, vendas de recicláveis, venda de energia elétrica)
Interesses divergentes dos municípios enquanto
acionistas e clientes da empresa
Empresa económica e financeiramente equilibrada, com cobertura integral de custos, praticando tarifas que asseguram a acessibilidade económica ao serviço
Elevado afastamento à meta de RS cujo
cumprimento dependente fortemente de fatores exógenos (população, fatores socioeconómicos)
Elevado desempenho ambiental das infraestruturas
Subproduto CDR dependente de mercado em regime de monopólio
Recursos humanos qualificados
Excessiva dependência de aterro
Prazo médio de recebimento elevado
Dispersão das instalações
Atrasos nos investimentos e na entrada em
funcionamento das infraestruturas de gestão de resíduos
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 10
3. Objetivos e Metas
De acordo com o PERSU2020, os objetivos e metas definidos para a AMARSUL são os
seguintes:
� Objetivos associados às metas nacionais
1. Prevenção da produção e perigosidade dos Resíduos Urbanos (RU)
2. Aumento da preparação para reutilização, da reciclagem e da quantidade dos
recicláveis
3. Redução da deposição de RU em aterro
4. Valorização económica e escoamento dos recicláveis e outros materiais do
tratamento dos RU
� Objetivos transversais ao setor
1. Reforço dos instrumentos económico-financeiros
2. Incremento da eficácia e capacidade institucional e operacional do setor
3. Reforço da investigação, do desenvolvimento tecnológico, da inovação e da
internacionalização do setor
4. Aumento do contributo do setor para outras estratégias e planos nacionais
No quadro seguinte apresentam-se as metas de referência que, no horizonte temporal
estabelecido, traduzem o referencial a concretizar no âmbito nacional e para o qual
contribuirão as ações que a AMARSUL se propõe desenvolver no novo modelo técnico de
gestão.
Quadro 6 – Metas de referência nacional
Metas 2016 2020
Prevenção de Resíduos
Até 31 de dezembro 2016 Redução mínima da produção de
resíduos por habitante de 7,6% em peso face a 2012
Até 31 de dezembro 2020 Redução mínima da produção de
resíduos por habitante de 10% em peso face a 2012
Preparação para Reutilização e Reciclagem
Até 31 de dezembro 2020
Aumento mínimo global para 50% em peso face aos RU
Reciclagem de Resíduos de Embalagem
Até 31 de dezembro 2020
Reciclagem de, no mínimo, 70% em peso dos resíduos de embalagem
Deposição de RUB em aterro
Até julho 2020 Redução dos RUB destinados a aterro para 35% da quantidade total em peso,
face a 1995
A meta nacional da prevenção da produção e perigosidade dos resíduos carece da articulação
entre todos os intervenientes no ciclo de vida do produto, nomeadamente a indústria, a
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 11
distribuição, o consumidor e as autoridades. A atuação AMARSUL, enquanto entidade gestora
de resíduos, restringe-se ao fim do ciclo de vida do produto, quando este é já um resíduo, não
tendo a sua atuação uma relevância direta na Prevenção de Resíduos comparativamente com
os restantes atores, excetuando-se as ações de sensibilização que dinamiza de forma regular e
periódica. Para as restantes metas nacionais, a AMARSUL dispõe de valores específicos a
alcançar, que se apresentam nos pontos seguintes. Para o alcance destas metas a AMARSUL
promoverá as ações adequadas e levará a cabo as medidas necessárias.
A. Retomas de Recolha Seletiva
As metas constantes do PERSU 2020 bem como as metas intercalares específicas da
AMARSUL para Retoma de Recolha Seletiva, definidas pelo GAG e publicadas no Despacho n.º
3350/2015 de 1 de abril, têm por base a fórmula de cálculo prevista no n.º 21 do anexo III do
PERSU2020, e são as que se apresentam no quadro seguinte.
Quadro 7 – Metas de Retoma de Recolha Seletiva da AMARSUL
(kg/hab.ano) 2016 2017 2018 2019 2020
Meta de Retomas de Recolha Seletiva 31 33 36 42 45
B. Meta de Redução da deposição de RUB em aterro
As metas constantes do PERSU 2020 bem como as metas intercalares específicas da
AMARSUL para Redução da Deposição de RUB em Aterro, definidas pelo GAG e publicadas
no Despacho n.º 3350/2015 de 1 de abril, têm por base a fórmula de cálculo prevista no n.º 11
do anexo III do PERSU2020, e são as que se apresentam no quadro seguinte.
Quadro 8 – Metas de Redução da Deposição de RUB em aterro da AMARSUL
(%) 2016 2017 2018 2019 2020
Meta de Redução da deposição de RUB em aterro 56 37 36 35 34
C. Meta da Preparação para a Reutilização e Reciclagem
As metas constantes do PERSU 2020 bem como as metas intercalares específicas da
AMARSUL para Preparação para a Reutilização e Reciclagem, definidas pelo GAG e publicadas
no Despacho n.º 3350/2015 de 1 de abril, têm por base a fórmula de cálculo prevista no n.º 2
do anexo III do PERSU2020, e são as que se apresentam no quadro seguinte.
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 12
Quadro 9 – Metas de Preparação para a Reutilização e Reciclagem da AMARSUL
(%) 2016 2017 2018 2019 2020
Meta de Preparação para a Reutilização e Reciclagem 33 46 46 47 48
No Anexo 2 – Tabela de Dados apresenta-se a tabela de dados com a evolução dos
quantitativos de resíduos urbanos a tratar, no período de vigência do plano, os quais irão
permitir o alcance das metas atrás identificadas.
4. Medidas e calendarização
Para dar resposta às metas específicas e nacionais, expostas no capítulo anterior, a AMARSUL
delineou, no âmbito do modelo de intervenção atualmente implantado, um conjunto de
medidas que permitirão concretizar de forma progressiva as metas temporais estabelecidas.
Para o cumprimento das metas de retoma de recolha seletiva, a AMARSUL irá
potenciar a recolha seletiva no sentido de obter uma maior quantidade de vidro, papel, cartão,
plástico e metal a enviar para reciclagem.
Para o cumprimento das metas de redução da deposição de RUB em aterro, a
AMARSUL irá promover a valorização de resíduos urbanos biodegradáveis, em detrimento do
seu envio para deposição em aterro sanitário, efetuando para tal o tratamento mecânico e
tratamento biológico da fração orgânica recuperada de resíduos indiferenciados.
Para o cumprimento das metas de preparação para a reutilização e reciclagem, a
AMARSUL promoverá a recolha seletiva e o tratamento mecânico e tratamento mecânico e
biológico dos resíduos urbanos. Em termos gerais as medidas são:
� A preparação para reciclagem de vidro, papel, cartão, plástico, metal e madeira
provenientes de recolha seletiva.
� A preparação para reciclagem de Resíduos de Equipamento Elétrico e Eletrónico
(REEE), Pilhas e Acumuladores (P&A) e Óleos Alimentares Usados (OAU), entre
outros, provenientes de entregas diretas de particulares nos ecocentros.
� A preparação para reciclagem de vidro, papel, cartão, plástico, metal e madeira
recuperados do tratamento mecânico de resíduos indiferenciados.
� A valorização orgânica de RUB por tratamento biológico quer de resíduos verdes
recolhidos seletivamente, quer de resíduos orgânicos recuperados de resíduos
indiferenciados.
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 13
Desde já se deixa nota que, as quantidades de outros resíduos valorizáveis (como REEE, P&A e
OAU), e as quantidades valorizadas por compostagem caseira, representam reciclagem de
resíduos pelo que também deveriam ser consideradas no cálculo da meta preparação para a
reutilização e reciclagem, incrementando assim este valor. Por outro lado, a recuperação de
vidro e papel dos resíduos indiferenciados não é possível com os equipamentos atualmente
instalados, dado que o primeiro facilmente se quebra e o segundo facilmente se degrada.
Assim, os objetivos estratégicos para o modelo técnico da gestão de resíduos, que a
AMARSUL pretende assumir no contexto orientador dado pelo PERSU2020, passam
fundamentalmente por:
Manter a exploração da central de compostagem de Setúbal.
Promover o arranque da unidade de tratamento mecânico e biológico de resíduos
urbanos do Seixal, e introduzir melhorias na etapa do tratamento mecânico.
Manter a exploração da unidade de tratamento mecânico e beneficiar a linha de
produção de CDR de Palmela.
Manter os aterros sanitário em exploração, para destino dos resíduos urbanos, dos
refugos e rejeitados do TM e do TMB, para além de outros resíduos não passíveis de
valorização.
Incrementar a Recolha Seletiva multimaterial.
Promover a otimização dos circuitos de recolha seletiva com recurso a análise de
benchmarking dos indicadores de desempenho obtidos na AMARSUL e noutros
sistemas de gestão de resíduos.
Garantir a qualificação dos recursos humanos da AMARSUL para fazer face às
alterações previstas no presente plano.
Promover campanhas de comunicação para sensibilização da população,
nomeadamente para a importância da separação dos resíduos.
As medidas acima listadas integram-se nas linhas orientadoras patentes no PERSU2020, cujo
desenvolvimento se enquadra nos objetivos associados às metas e transversais ao setor, a
seguir indicados. O Modelo de Intervenção que de uma forma integrada traduz os objetivos
estratégicos expostos para o ano 2020 é o que se apresenta no anexo 3.
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 14
4.1 Prevenção da produção e perigosidade
A AMARSUL contribuirá para o alcance do objetivo associado à meta nacional de Prevenção
da Produção e Perigosidade dos RU, através da sensibilização ambiental da população e do
incentivo à continuidade da prática da compostagem caseira [medida 2.5 da tabela 12 do
PERSU2020].
A AMARSUL iniciou em 2009 a compostagem caseira, em articulação com o município do
Seixal, tendo efetuado a distribuição de 300 compostores. Em 2013 este projeto foi alargado
aos municípios de Barreiro, Moita, Montijo, Palmela e Seixal, ao abrigo do financiamento das
atividades que contribuem para o cumprimento dos objetivos nacionais em matéria de gestão
de resíduos (candidaturas TGR), promovido pelas entidades competentes. Este projeto
continuará a ser acompanhado pela AMARSUL no horizonte temporal do PERSU2020.
O resultado destas ações trará ainda benefícios diretos para a AMARSUL no cálculo da sua
meta de preparação para a reutilização e reciclagem, a qual é calculada relativamente à
produção global de RU na sua área de intervenção.
4.2 Aumento da preparação para reutilização, reciclagem e da qualidade
de recicláveis
As medidas previstas para o alcance deste objetivo, dividem-se em 3 grupos, de acordo com a
tabela 13 do PERSU2020, a saber:
I. Aumento da quantidade e qualidade dos materiais recolhidos – para esta medida, a
AMARSUL pretende alargar as redes de recolha seletiva 3F e aumentar as quantidades
retomada por via da maior eficiência da linha de triagem, bem como incrementar as
quantidades de resíduos valorizáveis a receber nos ecocentros, como madeira, REEE,
OAU e P&A.
II. Aumento da quantidade e qualidade de materiais retomados e valorizados – para esta
medida, a AMARSUL prevê incrementar as retomas de recicláveis da recolha seletiva
quer por aumento da recolha quer por maior eficiência da linha de triagem e
promover o tratamento mecânico e biológico dos resíduos urbanos para recuperação
dos materiais valorizáveis presentes nos resíduos indiferenciados e para valorização
orgânica da fração de RUB.
•Dar continuidade à promoção da compostagem caseira•Reforçar a sensibilização dos cidadãos
Medida 1
Compostagem caseira
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 15
III. Aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos RUB recolhidos seletivamente – a
AMARSUL não prevê efetuar recolha seletiva de RUB, promovendo a valorização
orgânica de RUB recuperado de indiferenciado nas instalações de TMB’s de resíduos
indiferenciados, nomeadamente na central de compostagem de Setúbal e no TMB do
Seixal.
Retomas da Recolha Seletiva 3F
Ao nível das retomas com origem na recolha seletiva, a AMARSUL terá de atingir em 2020, a
capitação de 45 kg/hab.ano de embalagens retomadas, situando-se hoje ligeiramente acima dos
28 kg/hab.ano, o que equivale a um acréscimo necessário de cerca de 60% das quantidades de
resíduos de embalagem retomadas. A este acréscimo tem de corresponder um grande reforço
de meios materiais e humanos quer para a recolha seletiva quer para a triagem, bem como um
reforço significativo na área da comunicação/sensibilização, como alavanca insubstituível para o
cumprimento da referida meta.
Assim, na recolha seletiva 3F, a AMARSUL pretende ampliar a rede de recolha porta-a-
porta (PaP), entre 2016 e 2017, que atualmente é efetuada nas freguesias de Belverde e
Marisol do concelho do Seixal. Pretende-se agora efetuar a recolha seletiva de papel e cartão e
de embalagens plásticas e metálicas nos locais onde já existe recolha porta a porta de
indiferenciados, em zonas dos municípios de Almada e Seixal, abrangendo uma população de
cerca de 71.000 habitantes [medida 1.6 da tabela 13 do PERSU2020]. Neste contexto, a
AMARSUL prevê a aquisição de contentores de 140L, contentores de 240L de capacidade e de
viaturas de recolha traseira adequadas a esta contentorização. Nas zonas selecionadas serão
mantidos os ecopontos para deposição do vidro. Com esta ação pretende-se alcançar uma
capitação de retomas de 61 kg/hab.ano na população alvo, o que na população global do
sistema representa 6 kg/hab.ano.
Por outro lado, a AMARSUL promoverá a recolha de proximidade por ilhas ecológicas,
nos centros urbanos de todos os municípios abrangendo uma população de cerca de 500.000
habitantes, onde a recolha de resíduos domésticos indiferenciados é efetuada com contentores
de proximidade (800 litros). Assim, pretende-se juntar dois contentores de capacidade
semelhante, um para embalagens plásticas e metálicas e outro para papel e cartão, criando as
designadas ilhas ecológicas a localizar nos núcleos urbanos de todos os municípios [medida 1.1
da tabela 13 do PERSU2020]. Neste contexto está prevista a aquisição de contentores de 800L.
Serão utilizadas as viaturas de recolha traseira também utilizadas na recolha PaP promovendo
assim sinergias nos meios afetos à recolha. Esta ação será desenvolvida entre 2016 e 2019.
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 16
Com esta ação pretende-se alcançar uma capitação de retomas de 39 kg/hab.ano na população
alvo, o que na população global do sistema representa 25 kg/hab.ano.
Para a recolha seletiva do fluxo vidro, a AMARSUL pretende reforçar a recolha por
ecopontos com a aquisição de ecopontos e em particular o reforço da recolha de vidro por
forma a garantir a existência de um vidrão a cada duas ilhas ecológicas [medida 1.1 da tabela 13
do PERSU2020]. Neste contexto está prevista a aquisição de ecopontos e de viaturas de
recolha seletiva, entre 2015 e 2019. Esta ação incidirá sobre a população não alvo da ação das
ilhas ecológicas, cerca de 200.000 habitantes, e prevê alcançar uma capitação de retomas de 29
kg/hab.ano na população alvo, o que na população global do sistema representa 8 kg/hab.ano.
A AMARSUL prevê alargar a rede de recolha de resíduos de embalagem no canal
HORECA, apostando num sistema de basculamento assistido para o vidro [medida 1.2 da
tabela 13 do PERSU2020], entre 2015 e 2016, em todos os municípios. Esta ação consiste na
distribuição de contentores de 140L aos estabelecimentos aderentes, os quais são esvaziados
pelo utilizador para um vidrão existente na rua que disponha de sistema de elevação e
basculamento do contentor. Neste contexto, prevê-se a aquisição de contentores de 140L,
ecopontos com basculamento assistido e de viaturas de recolha de vidro. Com esta ação
prevê-se alcançar uma capitação de retomas de 6 kg/hab.ano.
Em complemento, pretende a AMARSUL instalar e explorar três equipamentos de
receção de embalagens reverse vending machine (RVM), em 2016. Trata-se de um
equipamento destinado a receber resíduos de embalagem através reconhecimento ótico. Esta
tecnologia foi desenvolvida nos anos 70 na Noruega e desde essa altura tem sido adotada, a
nível mundial, por marcas, entidades municipais, estabelecimentos de grande distribuição e
outros. Atualmente, a RVM apresenta um portfólio de equipamentos que permite adotar o
sistema adequado às necessidades de reciclagem. O equipamento dispõe de uma capacidade de
receção de 35 embalagens por minuto, efetuam a compactação e o armazenamento dos
resíduos em contentores existentes na máquina. Além da componente técnica, a RVM
distingue-se pelo benefício ao consumidor, permitindo compensar/premiar por cada resíduo de
embalagem inserido na máquina.
Por fim, a otimização dos circuitos de recolha seletiva e análise de utilização dos contentores
trará benefícios ao nível da poupança de recursos. Deste modo, pretende a AMARSUL instalar
um sistema de identificação de contentores, por RIFD (identificação por rádio frequência), para
a identificação dos contentores e análise da utilização dos mesmos. Paralelamente, prevê-se
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 17
desenvolver um sistema informático eficaz que permita gerir a utilização dos contentores pela
população e assim otimizar os circuitos de recolha.
A AMARSUL prevê assim a realização de investimentos com vista ao aumento da quantidade e
qualidade da recolha multimaterial, sendo estes investimentos necessários para cumprimento
do contrato de concessão.
Os resíduos provenientes da recolha seletiva serão encaminhados para a estação de triagem,
onde se processará a sua triagem, promovendo sempre a eficiência na linha de processo, com
vista à obtenção de material com qualidade [medida 2.5 da tabela 13 do PERSU2020].
Em 2013 a empresa atingiu uma capitação de 28 kg/hab.ano. Prevê-se que com as novas ações
a serem implementadas ao nível da recolha seletiva, haja um retorno adicional de capitação de
retomas 17 kg/hab.ano, o que permitirá que a meta prevista no PERSU2020 seja cumprida. De
notar que a maior aposta é na recolha seletiva de proximidade. Em 2020, prevê-se que as
retomas por via desta recolha sejam de 56% do total das retomas, enquanto 17% das retomas
terão origem na recolha por ecopontos.
A melhoria do indicador relativo à recolha seletiva de embalagens terá igualmente impacto
direto positivo na meta de preparação para reutilização e reciclagem.
Outros resíduos valorizáveis
A AMARSUL prevê incrementar as quantidades de outros resíduos valorizáveis a enviar para
reciclagem, como Madeiras, REEE, OAU e P&A, efetuando a promoção e incentivo à utilização
dos ecocentros [medida 1.1 da tabela 13 do PERSU2020]. Paralelamente, a AMARSUL efetuará
o reforço na área da comunicação no sentido de apelar à utilização destes equipamentos
[medida 2.6 da tabela 13 do PERSU2020]. Em termos de investimentos, a AMARSUL, prevê-se a
aquisição de viaturas de recolha e contentores e eventualmente outros equipamentos que
permitam o aumento da qualidade e quantidade dos materiais a valorizar.
•Implementar a recolha de proximidade por ecoilhas, em 2016-2019•Alargar a rede de recolha PaP a zonas de Almada e Seixal, em 2015 e 2016•Expandir a rede de vidrões à população, entre 2015 e 2019•Implementar vidrões com basculamento assistido junto de estabeleciemnto do canal HORECA entre 2015 e 2016
•Instalar três Reverse Vending Machines em 2016•Otimizar os circuitos de recolha seletiva•Adquirir equipamentos de recolha seletiva com vista ao aumento da quantidade e qualidade da reciclagem multimaterial
Medida 2
Recolha 3F
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 18
Instalações de Tratamento Mecânico e Biológico
A AMARSUL pretende melhorar as operações unitárias nas duas instalações de Tratamento
Mecânico e Biológico. Na instalação de tratamento mecânico e biológico do Seixal pretende-se
adquirir equipamentos adicionais para maximizar a quantidade de resíduos a valorizar e assim
contribuir para o cumprimento das metas. Para esse efeito, prevê-se potenciar a vertente de
tratamento mecânico pela introdução de novos equipamentos que permitam a separação de
recicláveis, já que atualmente a instalação apenas permite a separação da fração orgânica,
[medida 2.5 da tabela 13 do PERSU2020], nomeadamente:
� Separador balístico, para separação do fluxo na fração plana e na fração rolante.
� Separadores óticos e respetivas plataformas e tapetes, um para separar polímeros e
não polímeros na linha de rolantes, outro para filme plástico.
� Separadores de ferrosos, um para a linha de rolantes e outro para a linha de planos.
� Linha de prensagem e silo para recicláveis.
� Tapetes transportadores.
Para além destes equipamentos, e dado que os equipamentos móveis existentes nesta
instalação não dispõem de acessórios que permitam fazer uma alimentação fluída de material
estruturante aos digestores e aos túneis de compostagem, está também prevista a aquisição de
uma grifa para acoplar ao multifunções existente na instalação.
Estas intervenções necessitam dos respetivos trabalhos de construção civil, da instalação de
um compressor associado aos separadores óticos, bem como alterações necessárias no
sistema de comando e supervisão da instalação, e serão executados entre 2016 e 2018.
Na central de compostagem de Setúbal estão previstos investimentos com vista ao reforço e
otimização do tratamento mecânico e biológico [medida 2.5 da tabela 13 do PERSU2020]. Os
equipamentos fixos da instalação têm muitas horas de funcionamento, dado que, na sua
maioria, foram instalados aquando do arranque da unidade de compostagem, em 1995. Assim,
estão previstos investimentos no abre-sacos, tapetes transportadores, crivos primário e
secundário, prensa de rejeitados e contentores de apoio bem como de equipamento móvel
nomeadamente do multifunções (empilhador com braço telescópico) e pá carregadora de
rodas. Estas alterações serão efetuadas entre 2016 e 2018.
•Apelar e promover a utilização voluntária dos restantes ecocentros•Reforçar a comunicação •Adquirir equipamento que promova o aumento da quantidade e qualidade do material a valorizar
Medida 3
Outros resíduos
valorizáveis
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 19
Com a implementação destas intervenções prevê-se que se atinja o coeficiente mínimo de
eficiência do tratamento mecânico, preconizado no PERSU2020.
Instalação de Tratamento Mecânico e Linha de CDR
A AMARSUL prevê aumentar a eficiência da linha do Tratamento Mecânico de Palmela
melhorando a separação das embalagens do fluxo de rolantes proveniente do separador
balístico [medida 2.5 da tabela 13 do PERSU2020]. Atualmente os rolantes separados nesta
instalação estão a ser transportados para processamento na estação de triagem do Seixal, em
turno distinto do da recolha seletiva, o que deixará de ser possível face ao aumento previsível
das embalagens recolhidas. Assim, a alternativa mais viável e com menores custos é a
instalação de uma linha de separação ótica no TM de Palmela, evitando-se assim os transportes
entre Palmela e o Seixal.
Nesse sentido, pretende-se instalar uma nova linha de separação ótica, para obtenção dos
materiais PET, PEAD, ECAL e Plásticos Mistos por forma a maximizar a quantidade de resíduos
a valorizar para efeito de cumprimento de metas. Paralelamente estão previstos investimentos
entre 2016 e 2018 nos tapetes transportadores, na prensa de plásticos bem como em
equipamentos móveis como multifunções (empilhador com braço telescópico), pá carregadora
e semirreboques, de piso móvel. Por outro lado, pretende-se instalar um alimentador
automático de resíduos urbanos no início da linha, para garantir que a linha funciona sempre na
cadência pré-estabelecida, deixando de ser condicionada pelo operador que estiver na
alimentação. Com este equipamento pretende-se maximizar os tempos de produção, por via
da redução dos entupimentos e dos tempos mortos. Estas alterações serão efetuadas entre
2016 e 2018.
Pretende-se também intervir ao nível da linha de CDR, em conjunto com o fornecedor do
equipamento - a Secil, de modo a melhorar a produtividade desta instalação e potenciar assim
ainda mais o desvio de aterro.
•Tratamento e valorizçaão dos RU para os TMB's, promovendo a valorização orgânica dos resíduos urbanos
•Potenciar a recuperação de materiais valorizáveis dos resíduos indiferenciados nos TMB's
•Potenciar a valorização organica dos resíduos urbanos biodegradáveis através de tratamento biológico
Medida 4
TMB's
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 20
Com a implementação destas intervenções prevê-se que se atinja o coeficiente mínimo de
eficiência do tratamento mecânico, preconizado no PERSU2020.
Estação de Triagem automatizada
A estação de triagem do Seixal encontra-se automatizada desde 2010, tendo sido incorporados
abre-sacos, separador balístico, separadores óticos, aspirador de plástico filme, cabine de
triagem para controlo de qualidade dos fluxos separados nos óticos e trabalhos de construção
civil, permitindo um processamento de 4Mg/h.
Pretende-se agora efetuar investimentos para aumento de capacidade de tratamento e
equipamentos adicionais para maximizar a quantidade de resíduos a valorizar para efeito de
cumprimento de metas. Assim, prevê-se dar resposta ao aumento de quantidades a receber e
melhorar a qualidade dos materiais resultantes [medida 2.5 da tabela 13 do PERSU2020]. Estão
previstas as seguintes intervenções:
� Instalação de um alimentador automático da linha, por forma a promover uma
alimentação automática da linha, minimizando os tempos de paragem
� Introdução de um separador ótico na linha de enfardamento, para controlo de
qualidade dos materiais processados, minimizando os erros de separação efetuados a
montante dado o incremento expectável de material a processar
� Introdução de um separador eletromagnético na linha dos planos, antes do separador
de Foucault, para separação das embalagens ferrosas espalmadas, que no balístico
seguem no fluxo dos planos, em vez de seguirem no fluxo dos rolantes.
Estão ainda previstos investimentos nos equipamentos da estação de triagem, nomeadamente
na prensa de enfardamento de plásticos e dos transportadores metálicos e nos
autocompactadores e ainda em equipamentos móveis, designadamente o multifunções, a
minicarregadora e o empilhador.
Estas alterações traduzem-se em ganhos de eficiência em termos operacionais com vantagens
económicas e financeiras para a AMARSUL, e serão implementadas entre 2016 e 2018.
•Tratar e valorizar RU no TM, desviando assim parte dos resíduos urbanos da deposição direta em aterro
•Melhorar o tratamento mecânico TM de Palmela para separação da fração valorizável
Medida 5
TM e CDR
•Melhorar a linha de processo incorporando novos equipamentos e promovendo a eficiência nos processos de separação dos resíduos recicláveis
Medida 6
Estação de triagem
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 21
Com a implementação destas intervenções prevê-se que se suplante o coeficiente mínimo de
eficiência para o fluxo de embalagens plásticas e metálicas, preconizado no PERSU2020, e
assim, conseguir incrementar as retomas.
4.3 Redução de deposição de RUB em aterro
As unidades de TMB instaladas na AMARSUL são o principal veículo para o alcance deste
objetivo, e consequentemente, da meta de redução da deposição de RUB em aterro.
Para o aterro sanitário, a AMARSUL enviará os resíduos urbanos que excedem a capacidade
de processamento nos TMB’s, os resíduos últimos (TMB, central de compostagem, estação de
triagem e linha de CDR), e outros resíduos recebidos nos ecocentros que não sejam
valorizáveis bem como resíduos rececionados que pela sua natureza tenham de ser
depositados diretamente.
O aterro sanitário é uma infraestrutura omnipresente na cadeia de gestão integrada de
resíduos, constituindo a base da pirâmide dessa gestão, para os resíduos sem capacidade de
valorização por qualquer outra forma. Não contribui, pela sua natureza, para as metas do
PERSU 2020, mas antes para o fecho da cadeia de gestão dos resíduos, destinando-se à fração
resto e a suprir períodos de paragem programada e não programada (avarias) dos TMB’s.
A AMARSUL pretende promover a selagem e o encerramento das células de deposição de RU,
que sucessivamente atinjam as cotas de fecho [medida 4.2 da tabela 15 do PERSU2020],
promovendo a regularização da superfície dos taludes e das plataformas onde foram
depositados os RU. As selagens parciais previstas visam essencialmente a impermeabilização da
massa de resíduos depositados para minimizar a produção de lixiviados, reduzir a emissão de
odores e a propagação de vetores, bem como maximizar a captação de biogás para a produção
de energia elétrica. Está ainda previsto potenciar a produção de biogás em células cuja
produção seja baixa, com a injeção de lixiviados incrementando a atividade microbiológica dos
organismos metanogénicos responsáveis pela produção de biogás.
Adicionalmente a AMARSUL prevê efetuar investimentos em equipamentos para exploração
dos aterros sanitários, de modo a garantir o cumprimento do definido no Contrato de
Concessão relativo à exploração das infraestruturas e equipamentos de receção e tratamento
de RU nos Municípios da sua área de intervenção. Assim, está prevista a aquisição dos
seguintes equipamentos, um para cada aterro: pá de rodas, buldózer e compactador pés de
carneiro.
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 22
A exploração das unidades de TM, TMB e de produção de CDR permitirá à AMARSUL
erradicar progressivamente a deposição direta de resíduos indiferenciados em aterro,
contribuindo desta forma para o cumprimento das metas nacionais.
4.4 Escoamento e valorização económica dos materiais resultantes do
tratamento de RU
O modelo técnico que a AMARSUL propõe assenta no tratamento mecânico e biológico dos
resíduos urbanos, a par da valorização dos resíduos 3F e da deposição dos resíduos últimos
em aterro sanitário. Deste modo, resultam do tratamento os principais produtos finais:
� Recicláveis: da Estação de Triagem, dos Ecocentros e dos Tratamentos Mecânicos
� Composto: dos Tratamentos Biológicos de RUB recuperado de RU indiferenciado
� CDR: da linha de produção de CDR
� Energia Elétrica: proveniente do biogás da digestão e do biogás de aterro
O escoamento dos recicláveis da Estação de Triagem está bastante estruturado e em curso há
mais de 15 anos, sendo efetuado ao abrigo de contratos com a entidade gestora do Sistema
Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE). Contudo, a perspetiva de existência
de duas entidades gestoras licenciadas para este fluxo específico poderá trazer novos desafios
nesta área, que no momento não é possível avaliar.
O escoamento dos recicláveis dos Ecocentros, como madeira e P&A, é, e continuará a ser
efetuado para as respetivas entidades gestoras dos fluxos específicos. O escoamento dos
recicláveis provenientes do tratamento mecânico está a ser efetuado através de consulta direta
ao mercado e em alguns casos através de concursos públicos. Em complemento, existe a
expectativa de que as novas licenças do SIGRE prevejam a definição de especificações técnicas
para os materiais de TM que venham a facilitar o escoamento destes produtos.
Para o escoamento do composto perspetivam-se maiores dificuldades dada a ausência de
enquadramento legal para este produto. Neste contexto, a estratégia da AMARSUL passa por
explorar o mercado e tentar contratualizar a venda do composto para o setor vinícola,
florestal ou outro [medida 3.4 da tabela 15 do PERSU2020]. De salientar que, a aguardada
•Desviar os resíduos urbanos da deposição direta em aterro, enviando-os para TMB's e TM
•Eliminar progressivamente a deposição direta dos resíduos urbanos em aterro
•Selar parcialmente as céluals dos aterro sanitários•Potenciar a produção de biogás para produção de energia elétrica
Medida 7
Aterros
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 23
publicação de legislação sobre as matérias fertilizantes poderá facilitar a comercialização deste
produto caso a mesma preveja a utilização de composto de RU indiferenciado. Caso contrário,
o escoamento continuará a ser bastante dificultado constituindo esta questão um dos desafios
com que se deparam as entidades gestoras que efetuam a valorização orgânica dos RU.
No que se refere ao escoamento do CDR, a AMARSUL celebrou um contrato de
exclusividade com a Secil para fornecimento de CDR para o coprocessamento na indústria. De
salientar que o PERSU2020 prevê que o CDR poderá ser encaminhado para outros setores de
atividade económica, designadamente o setor industrial e o setor energético, o que a confirmar-se
permitirá à AMARSUL procurar destinos alternativos à indústria cimenteira. Espera-se também
que a revisão prevista da Estratégia dos Combustíveis Derivados dos Resíduos e a perspetiva
de Fim do Estatuto do Resíduos (FER) aplicado ao CDR, venham a facilitar a comercialização
deste produto e a maximizar o seu valor de mercado.
No que se refere à energia elétrica, produzida a partir do biogás de aterro e da digestão
anaeróbia, este produto é atualmente comercializado ao abrigo de contratos com a EDP -
Serviço Universal. De referir que está atualmente suspensa a atribuição de potência de injeção
na Rede Elétrica de Serviço Público para novos contratos e que, os contratos de venda de
energia já assinados, se manterão em vigor por um prazo de 15 anos desde a concessão da
licença de exploração dos centros electroprodutores, terminando após esse prazo a Produção
em Regime Especial (PRE). Assim, a extinção dos contratos de fornecimento de energia no
atual regime deverá ocorrer durante o ano de 2019, estimando-se que nessa data a produção
de biogás de aterro seja já diminuta em resultado do desvio de RUB de aterro e da selagem
dos aterros sanitários [medida 4.2 da tabela 15 do PERSU2020]. De qualquer modo, após estes
anos, surge no atual quadro legal da produção de energia, a possibilidade da instalação de
unidades de produção para autoconsumo (UPAC) possibilitando a utilização do biogás para
produção de energia elétrica que será consumida na instalação associada à UPAC.
•Garantir o escoamento dos recicláveis•Fazer prospeção de mercado para escoamento do composto•Potenciar a venda do CDR•Continuar a vender energia elétrica
Medida 8
Escoamento de materiais
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 24
4.5 Incremento da eficácia e capacidade operacional do sistema
O Sistema Multimunicipal do Sul do Tejo está dotado de infraestruturas de gestão de resíduos
baseadas na integração das operações de gestão tendo como princípio o incremento da
eficácia na valorização dos resíduos.
Na exploração das instalações de tratamento mecânico e biológico de resíduos urbanos, a
AMARSUL irá procurar promover a eficácia e eficiência na gestão operacional das suas
infraestruturas bem como na otimização da produção dos seus produtos finais visando a
obtenção de produtos com maior e melhor qualidade. Concretamente, a AMARSUL irá
controlar e monitorizar a quantidade e qualidade dos recicláveis e dos refugos e rejeitados, no
sentido de incrementar os primeiros e diminuir os segundos [media 5.2 da tabela 17 do
PERSU2020].
Dado que existem instalações consumidoras intensivas de energia elétrica, é fundamental
monitorizar os consumos com vista à racionalização dos mesmos, pelo que a AMARSUL prevê
instalar um Sistema de Gestão de Energia (SGE), no Ecoparque do Seixal, adaptável à medida
das necessidades dos utilizadores que disponibiliza para as empresas uma total flexibilidade de
autonomia, quer para exploração de dados, quer para cenários de controlo. A sua
implementação ocorrerá entre 2016 e 2018 e permitirá monitorizar, controlar e gerir alarmes,
em tempo real, relativamente aos consumos e custos energéticos.
A perspetiva de efetuar a recolha seletiva porta a porta residencial só terá sentido em zonas
onde já exista recolha porta a porta de indiferenciados, facto que só acontece em algumas
zonas de dois concelhos da AMARSUL. Desta forma, não existe efeito de escala que permita
aproveitar as viaturas de recolha, para beneficiar de sinergias na integração das duas recolhas
[medida 8.1 da tabela 17 do PERSU2020].
O conhecimento e sensibilização ambiental dos cidadãos reflete-se na garantia da
operacionalidade do sistema, pelo que a AMARSUL irá continuar a apostar nas ações de
comunicação para envolvimento e informação dos cidadãos [medida 4.6 da tabela 17 do
PERSU2020]. Adicionalmente, está em perspetiva a realização de ações de sensibilização supra
regionais, ao nível do grupo EGF, que são transversais a todos os sistemas, nomeadamente:
Campanha Âmbito
Toma Lá, Dá Cá Recolha de recicláveis associada a retornos económicos à população Programa Ecovalor Comunidade escolar Dia do Papel Parcerias com os municípios; foco na recolha do papel e cartão
Ecoeventos Eventos; recolha seletiva de embalagens Piloto Feiras Feiras semanais
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 25
Campanha Âmbito
HORECA a reciclar Canal HORECA; Recolha de embalagens, com enfoque no vidro Social e ambiental Parceria com IPSS, Bombeiros, ONG e outras; Recolha de embalagens Sinalética Uniformização da sinalética dos ecopontos no país; Apoio da SPV
Ao nível dos passivos ambientais, a AMARSUL efetua a manutenção e monitorização da lixeira
de Palmela que se localiza dentro do perímetro do Ecoparque de Palmela. As restantes 7
lixeiras estão inseridas em espaços pertencentes aos municípios, pelo que não requerem
acompanhamento particular, tal como consta do Relatório Síntese do Estado Atual de todas as
Lixeiras da área de intervenção dos Sistemas Multimunicipais entregue às autoridades em janeiro
de 2014 [media 3.6 da tabela 17 do PERSU2020].
4.6 Investigação e desenvolvimento
O grupo EGF desenvolve estudos centralizados de benchmarking entre empresas participadas,
possibilitando a otimização nos processos unitários desenvolvidos em cada empresa,
nomeadamente com vista a:
� Melhoria dos sistemas de recolha seletiva e transporte de resíduos, minimizando
custos e aumentando as quantidades em cada circuito
� Otimização da exploração das centrais de tratamento mecânico e biológico, para
recuperação de materiais com qualidade e para obtenção de um composto de
qualidade
� Otimização da exploração das centrais de triagem para recuperação de materiais com
qualidade
� Otimização da produção de composto e combustível derivado de resíduos
Acresce a colaboração com entidades externas, nomeadamente no envio de informação para a
ANR, para gestão e publicação de relatórios nacionais. Em resultado de um projeto de I&D a
AMARSUL desenvolveu um adubo líquido com azoto na forma amoniacal e com enxofre, que
resulta do tratamento de ar do TMB de Setúbal, que tem a designação comercial de
AMARVERDE. O resumo das ações e respetiva calendarização é apresentado no Anexo 1 –
Cronograma Geral das Ações.
•Incrementar a produção de recicláveis e diminuir a produção de refugos e rejeitados, quer no TMB quer na estação de triagem
•Monitorizar os passivos ambientais a que tem acesso•Promover ações de sensibilização junto dos cidadãos
Medida 9
Eficácia do sistema
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 26
5. Investimentos
Em conformidade com os capítulos anteriores, apresentam-se, de seguida, os investimentos
necessários para cumprir a estratégia, na expectativa do seu financiamento pelo POSEUR,
especialmente os que mais contribuem para as metas estabelecidas, como os relacionados com
a valorização orgânica e multimaterial. Não obstante o período do PERSU 2020 contemplar os
anos de 2015 a 2020, existem dificuldades em estimar as necessidades de investimento em
todas as infraestruturas de tratamento e valorização de RU para um período tão longo, razão
pela qual o quadro seguinte apresenta apenas dados para o período 2015-2018, anos
coincidentes com o período regulatório que se avizinha.
(€ mil) 2015 2016 2017 2018 Total
2015-2018
Aterro 183 1.050 1.050 150 2.433
Biogás de Aterro 121 200 740 100 1.161
Tratamento Mecânico e Biológico 1.564 1.992 1.473 505 5.534
Triagem de R. Seletiva 258 371 440 80 1.149
Recolha Seletiva Multimaterial 732 2.561 1.966 1.892 7.151
Unidades de CDR 0 0 0 320 320
Estações de Transferência 0 60 0 75 135
Transportes 0 0 0 0 0
Tratamento biológico 0 0 0 0 0
Incineração 0 0 0 0 0
Outros Fluxos e Ecocentros 165 125 125 120 535
ETAL/ETAR 50 0 0 0 50
Outros Investimentos Diversos 475 91 30 50 646
Total investimento 3.548 6.449 5.824 3.292 19.113
Contudo, para as vertentes Recolha Seletiva e Triagem, onde as metas para 2020 são muito
exigentes, existem já algumas estimativas mais alargadas e que se apresentam no quadro
abaixo.
(€ mil) 2015 2016 2017 2018 2019 Total 2015-2020
Triagem de R. Seletiva 258 371 440 80 0 1.149
Recolha Seletiva Multimaterial 732 2.561 1.966 1.892 1.159 8.309
Total investimento 990 2.932 2.406 1.972 1.159 9.458
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 27
6. Conclusões A AMARSUL irá desenvolver ações que promovam a recolha seletiva, a valorização orgânica
de resíduos e o desvio de RUB de aterro. Com a concretização dessas medidas e o empenho e
dedicação de todos os intervenientes identificados, a AMARSUL alcançará as metas que lhe
foram definidas no horizonte 2020.
Face ao montante de investimento associado a estas medidas, será fundamental o apoio de
fundos comunitários, sob pena da AMARSUL não conseguir financiar a sua implementação, ou,
na hipótese de conseguir financiamento junto da banca comercial, daí resultar um impacto
tarifário significativo.
O maior desafio para a AMARSUL será o arranque da sua unidade de tratamento mecânico e
biológico por digestão anaeróbia a par do crescimento das quantidades retomadas a partir
recolha seletiva multimaterial principalmente face à sua dependência da ação de terceiros.
Neste contexto, considera-se que, para além das ações de comunicação de âmbito local, seria
da maior relevância o desenvolvimento de campanhas nacionais de sensibilização ambiental
para promover a separação
Paralelamente a AMARSUL enfrenta ainda o crescente desafio de assegurar o escoamento dos
seus produtos e em particular o CDR, dados os investimentos já efetuados para a sua
produção e os custos operacionais associados e cuja recuperação deverá ser maximizada. Para
além do CDR prevê-se que possam ocorrer também dificuldades no escoamento dos outros
produtos finais resultantes do tratamento de RU, com destaque para o composto, dados os
entraves legais já explicitados. Prevêem-se ainda dificuldades no escoamento de alguns
recicláveis, para os quais não existe valor de mercado nem valor de contrapartida.
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 28
Anexo 1 – Cronograma Geral das Ações
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Compostagem caseira - Dar continuidade ao projeto de compostagem caseira
Sensibilização e educação para a
prevenção
- Criar instrumentos e executar acções de sensibilização direcionadas para a prevenção e
valorização caseira dos resíduos orgânicos
Recolha Seletiva PaP -Ampliar progressivamente a rede de recolha seletiva porta a porta, e otimizar os circuitos de recolha
Recolha Seletiva por ecoilhas- Implementar a recolha seletiva por ecoilhas através da aproximação de contentores aos contentores de
resíduos indiferenciados, e otimizar os circuitos de recolha
Recolha Seletiva ecopontos - Alargar a rede de recolha seletiva de ecopontos, colocando mais vidrões
Recolha canal HORECA - Alargar a recolha seletiva no canal HORECA, essencialmente para recolha de vidro
RVM - Instalar tres Reverse Vendig Machines
Sensibilização e Comunicação - Executar ações de sensibilização apelando à redução da produção e à correta separação para valorização
Ecocentro - Apelar à utilização voluntária dos ecocentros, para receção de madeiras, REEE, OAU, pilhas e outros
Sensibilização e Comunicação - Executar ações de sensibilização apelando à redução da produção e à correta separação para valorização
TMB Seixal - Introduzir melhorias na etapa de tratamento mecânico
Central de compostagem de
Setúbal- Introduzir melhorias na etapa de tratamento mecânico e biológico da central de compostagem
TM TM Palmela - Introduzir melhorias na etapa de tratamento mecânico
Estação de Triagem Estação de Triagem - Introduzir melhorias na estação de triagem
Confinamento Técnico - Garantir o confinamento técnico dos resíduos, e promover a valorização energética do biogás
Selagem parcial - promover a selagem parcial dos aterros sanitários
MEDIDA
Aterros sanitários
TMB's
Promoção
da Compostagem Caseira
Recolha Selectiva 3F
AÇÕESCALENDARIZAÇAO
Recolha Seletiva
de outros fluxos
Plano de Ação 2020 da AMARSUL, S.A. 29
Anexo 2 – Tabela de Dados
Recolha de RU Unidades 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Recolha Indif Mg 364.216 376.775 374.878 367.858 350.822 352.601 350.762 348.879
Recolha seletiva Mg 24.107 26.182 27.471 33.082 37.618 40.860 45.861 48.080
Papel e Cartão Mg 9.791 9.693 9.668 11.166 11.948 13.143 14.588 16.047
Plástico Mg
Metal Mg
Vidro Mg 8.374 8.123 8.527 9.849 10.539 12.119 14.037 14.798
Madeira Mg 4 11 0 0 0 0 0 0
RUB Mg 0 2.478 3.281 5.143 7.723 8.190 8.190 8.190
OAU Mg 0 0 0 0 0 0 0 0
REEE Mg 21 13 0 0 0 0 0 0
P&A Mg 2 1 0 0 0 0 0 0
TOTAL Mg 388.323 402.957 402.349 400.940 388.440 393.461 396.623 396.960
Destino dos RU
Entradas Diretas
Triagem Mg 24.080 23.680 24.190 27.939 29.895 32.670 37.671 39.890
VO de RUB Mg 455 4.198 7.486 9.347 32.059 32.526 32.526 32.526
TMB Mg 40.399 44.307 76.488 120.889 140.982 145.157 148.157 148.157
TM Mg 69.073 74.357 86.400 86.400 86.400 86.400 86.400 86.400
Incineração Mg
Aterro Mg 254.743 258.111 211.990 160.569 123.440 121.044 116.205 114.322
Saídas
Recicláveis RS Mg 22.394 22.022 22.496 25.983 27.802 30.383 35.034 37.098
Recicláveis RS % 93% 93% 93% 93% 93% 93% 93% 93%
Recicláveis de
TM/TMBMg 1.822 2.073 4.133 4.446 7.915 8.394 8.394 16.419
Recicláveis de
TM/TMB% 2% 2% 3% 2% 3% 4% 4% 7%
Composto Mg 4.614 4.527 6.718 10.419 13.843 14.215 14.455 14.455
CDR Mg 11484 9376 25.920 25.920 25.920 25.920 25.920 25.920
Escórias Mg
Rejeitados TM Mg 50.395 58.297 58.297 58.297 18.442 18.442 18.442 18.442
9.046 9.0465.914 5.864 5.995 6.924 7.408 7.408
metas Unidades 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Preparação % 17% 18% 26% 36% 51% 53% 54% 58%
Deposição de RUB % 80% 80% 68% 56% 37% 36% 34% 34%
Retomas Kg/hab.ano 28 28 27 31 33 36 42 45
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Anexo 3 – Fluxograma de Entradas e Saídas
16.047
Papel e Cartão
9.046
Plástico e Metal 8.190
48.080 14.798
Vidro
8.190 39.890 37.098
Orgânicos
0
Outros
86.400 6.048
25.920
24.336
396.960 148.157 10.371
14.816
114.322
(Quantidades em Mg/ano)
348.879Composto
Aterro
Produção de
RU
Recolha
Seletiva
Multimaterial
Valorização
Orgânica
Triagem
Reciclagem
Recolha
Indiferenciada
Tratamento
Mecânico
CDRTratamento
Mecânico
Biológico