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SISTEMAS DE GESTÃO DA PRODUÇÃO E A CADEIA DE VALOR MINERAL Bek Nader Engenheiro de Minas (EPUSP), Mestrando em Tecnologia Mineral Departamento de Engenharia de Minas e Metalurgia da UFMG Vice Presidente da Gemcom América Latina [email protected] Paulo F. T. Sachs Engenheiro de Minas (EPUSP), MBA (FGV), Mestrando em Engenharia Mineral Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da EPUSP Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Gemcom América Latina [email protected] - [email protected] RESUMO Sistemas ERP têm sido amplamente implementados nos dias de hoje, nos mais diversos segmentos de indústria. Entretanto, como os ERPs foram originalmente idealizados para atender ao segmento de manufatura discreta, pouca pesquisa foi desenvolvida com foco no uso de sistemas ERP na mineração. Além disso, este segmento apresenta muitas características peculiares, que são difíceis de serem atendidas por um sistema ERP padrão. O objetivo desse trabalho é identificar, através de estudos de caso, como os sistemas ERP gerenciam as áreas funcionais da indústria mineral, e como eles se compatibilizam, ou não, aos requisitos de Tecnologia da Informação da cadeia de valor mineral. O trabalho apresenta casos reais e os principais benefícios obtidos por empresas mineradoras a partir da implementação de sistemas ERP e sistemas integrados de gestão da produção mineral. Palavras Chave: Gestão Integrada da Produção Mineral, ERP, Tecnologia da Informação, Cadeia de Valor ABSTRACT ERP systems have been widely implemented nowadays in several industries. However, as ERP was originally designed to fit the requirements of discrete manufacturing, limited research has been developed with focus on enterprise management systems in mining. On top oh that, the mining segment in particular presents many peculiar characteristics, which are difficult to comply with ERP systems standard functionalities. The objective of this paper is to identify, through case studies, how ERP systems manage the functional areas of the mining industry, and how they fit, or not, into the mineral value chain IT requirements. This paper also presents real cases and the main benefits obtained by mining companies with the implementation of ERP and integrated mining production management systems. Key Words: Mine Production Management System, ERP, Information Technology, Value Chain

SISTEMAS DE GESTÃO DA PRODUÇÃO E A CADEIA DE …brasilminingsite.com.br/anexos/artigos/33_0.pdf · uso de sistemas ERP na mineração. Além disso, este segmento apresenta muitas

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SISTEMAS DE GESTÃO DA PRODUÇÃO E A CADEIA DE VALOR MINERAL

Bek NaderEngenheiro de Minas (EPUSP), Mestrando em Tecnologia Mineral

Departamento de Engenharia de Minas e Metalurgia da UFMGVice Presidente da Gemcom América Latina

[email protected]

Paulo F. T. SachsEngenheiro de Minas (EPUSP), MBA (FGV), Mestrando em Engenharia Mineral

Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da EPUSPDiretor de Desenvolvimento de Negócios da Gemcom América Latina

[email protected] - [email protected]

RESUMO

Sistemas ERP têm sido amplamente implementados nos dias de hoje, nos mais diversossegmentos de indústria. Entretanto, como os ERPs foram originalmente idealizados paraatender ao segmento de manufatura discreta, pouca pesquisa foi desenvolvida com foco nouso de sistemas ERP na mineração. Além disso, este segmento apresenta muitascaracterísticas peculiares, que são difíceis de serem atendidas por um sistema ERP padrão.

O objetivo desse trabalho é identificar, através de estudos de caso, como os sistemas ERPgerenciam as áreas funcionais da indústria mineral, e como eles se compatibilizam, ou não,aos requisitos de Tecnologia da Informação da cadeia de valor mineral. O trabalhoapresenta casos reais e os principais benefícios obtidos por empresas mineradoras a partirda implementação de sistemas ERP e sistemas integrados de gestão da produção mineral.

Palavras Chave: Gestão Integrada da Produção Mineral, ERP, Tecnologia da Informação,Cadeia de Valor

ABSTRACT

ERP systems have been widely implemented nowadays in several industries. However, asERP was originally designed to fit the requirements of discrete manufacturing, limitedresearch has been developed with focus on enterprise management systems in mining. Ontop oh that, the mining segment in particular presents many peculiar characteristics, whichare difficult to comply with ERP systems standard functionalities.

The objective of this paper is to identify, through case studies, how ERP systems managethe functional areas of the mining industry, and how they fit, or not, into the mineral valuechain IT requirements. This paper also presents real cases and the main benefits obtainedby mining companies with the implementation of ERP and integrated mining productionmanagement systems.

Key Words: Mine Production Management System, ERP, Information Technology, ValueChain

INTRODUÇÃO

As primeiras iniciativas de implementação de sistemas ERP (Enterprise Resource Planning)na Mineração ocorreram, em nível mundial, no início da década de 90. Como tantos outrossegmentos industriais, sistemas legados – antigos e baseados em computadores de grandeporte – tiveram seu fim abreviado pelo bug do milênio, e foram substituídos por sistemas demercado de forma acelerada, no fim da década.

No Brasil, verificou-se uma situação diferente, talvez ditada pelas característicasconservadoras desse segmento de indústria no país:

• A principal mineradora brasileira e uma das maiores do mundo – a Companhia Valedo Rio Doce – optou por adaptar seus sistemas legados em mainframes, enquantoavaliava com mais cuidado seus modelos de negócios e de gestão de TI (Tecnologiada Informação), ao mesmo tempo em que passava por importante rearranjo do blocode controle societário. Apenas recentemente a empresa decidiu-se por um pacoteERP de mercado, que se encontra ainda em implementação.

• Empresas multinacionais – organizações de médio porte subsidiárias de grandesgrupos – optaram por duas vertentes antagônicas: ou seguiram as soluçõesadotadas mundialmente por suas matrizes, ou implementaram soluções locais demenor porte. A principal razão nos casos destas que tomaram essa última opção foio escopo, complexidade e custo de projetos ERP high-end mundiais, comparados aotamanho e necessidades das operações brasileiras da organização.

• Empresas de médio porte nacionais ou multinacionais – sejam empreendimentosmineiros isolados ou parte de grandes grupos industriais multi-segmentados, commaior foco em outras indústrias – de maneira geral implementaram sistemas ERP demercado.

Em todos os casos, questionam-se os objetivos, benefícios e resultados obtidos oudesejados, uma vez que a indústria mineral tem características intrínsecas muito distintas damaioria dos outros segmentos industriais, difíceis de serem atendidas por sistemas ERPpadrão de mercado.

Esse trabalho explora as características de negócio da indústria mineral, propondo uma“Cadeia de Valor Mineral” adaptada da cadeia de valor de Porter e Millar (1985). Eletambém identifica como o sistema ERP gerencia as áreas funcionais de uma empresa demineração, como se insere em sua cadeia de valor, e como e porque gera benefícios para aorganização.

A metodologia utilizada será a de estudos de caso, principalmente através de fontesprimárias (entrevistas semi-estruturadas e questionários), porém também utilizando fontessecundárias.

OS SISTEMAS ERP

Segundo Hicks e Stecke (1995), Enterprise Resource Planning, ou ERP, é um termo que foiinicialmente utilizado pelo Gartner Group, não significando uma revolução conceitual, umavanço tecnológico significativo, ou ainda uma idéia verdadeiramente inovadora: em vezdisso, era na verdade um paradigma útil, essencialmente preocupado em assegurar que asdecisões de produção de uma empresa fossem tomadas considerando seus impactos emtoda a cadeia de suprimentos, tanto a montante (upstream) quanto a jusante (downstream).Além disso, as decisões de produção são influenciadas e por sua vez influenciam todas asoutras áreas principais do negócio, incluindo engenharia, finanças e marketing. Para tomar

decisões melhores, deve-se levar em conta todas essas importantes interações dentro daempresa.

Segundo Corrêa, Gianesi e Caon (1997), o ERP é constituído por módulos integrados entresi que atendem às necessidades de informação de apoio à tomada de decisão de todos ossetores da empresa, a partir de uma base de dados única e não-redundante. O sistema –considerado uma evolução do MRP II (Manufacturing Resources Planning) – controla todosos recursos da empresa, e não apenas os diretamente utilizados na manufatura.

De acordo com Davenport (1998), um sistema ERP é um pacote comercial que promete àsempresas integrar todas as informações que fluem através da organização, nas áreas deoperações e cadeia de suprimentos, vendas e marketing, finanças e recursos humanos. Osistema impõe sua própria lógica à estratégia, organização e cultura da empresa, levando àintegração total mesmo quando uma certa dose de segregação poderia ser desejável, e àadoção de processos genéricos, ainda que processos customizados pudessem ser umafonte de vantagem competitiva para a empresa. O coração de um sistema ERP é a base dedados, que tanto extrai quanto alimenta dados das aplicações, as quais suportam as maisdiversas funções e departamentos da empresa. Essa arquitetura de base de dados únicaagiliza dramaticamente o fluxo de informações através de toda a organização.

Wood Jr. (1999) afirma que esses sistemas são teoricamente capazes de integrar a gestãode toda a empresa, agilizando a tomada de decisão, podendo ser adaptados a qualquerempresa. As expectativas sobre seu impacto são enormes, assim como os investimentospara implementá-los.

Langenwalter (2000) descreve a evolução histórica do ERP como uma terceira geração desistemas que iniciaram no fim dos anos 60 com o MRP (Material Requirement Planning),posteriormente sucedido na década de 70 pelo MRP II (Manufacturing Resources Planning),que integrava planejamento de materiais, compras de material de produção, contabilidade eo chão-de-fábrica.

Ptak e Schragenheim (2000) enfatizam que o ERP não é apenas o MRP II com um novonome, utilizando uma nova arquitetura cliente-servidor: o ERP é, sim, um novo nível lógicode sofisticação na evolução de ferramentas de TI, trazendo novas funções integradas aorecurso de planejamento.

Segundo Laurindo e Pessôa (2001), os sistemas ERP surgiram no início da década de 90,como uma evolução dos sistemas MRP II, expandindo sua abrangência para além daprodução e atingindo áreas funcionais como contabilidade, finanças, engenharia, recursoshumanos e gerenciamento de projetos. Como esses sistemas passaram a englobar todas asatividades dentro do cenário de negócios das empresas, passaram a ser denominadosgenericamente Sistemas Integrados de Gestão Empresarial.

Segundo Zwicker e Souza (2003), sistemas ERP são sistemas de informação integradosadquiridos na forma de pacotes comerciais de software com a finalidade de dar suporte àmaioria das operações de uma empresa industrial (suprimentos, manufatura, manutenção,administração financeira, contabilidade, recursos humanos, etc.).

Os sistemas ERP têm algumas características que os diferenciam de sistemasdesenvolvidos internamente pelas empresas, os chamados “sistemas legados”, e de outrospacotes comerciais. Segundo Zwicker e Souza (2003), essas principais características são:

• são pacotes comerciais de software;• incorporam modelos de processos de negócios (best practices);• são sistemas de informação integrados e utilizam um banco de dados corporativo;

• possuem grande abrangência funcional;• requerem procedimentos de ajuste para que possam ser utilizados em determinada

empresa.

A grande maioria dos sistemas ERP é dividida em módulos – que podem até mesmo sercomercializados separadamente – que atendem às diversas áreas funcionais oudepartamentos da empresa. Entretanto, esses módulos interagem entre si à medida que osprocessos demandam troca de informações entre áreas funcionais distintas. Essasinterações, feitas em tempo real e armazenadas em uma só base de dados, resultamnaquele que possivelmente seja o maior benefício do sistema: sua integração edisponibilização de dados únicos e consolidados a todos os departamentos da empresa(Figura 1).

FIGURA 1: Principais módulos de um ERP em uma empresa industrial e suas interligações(Zwicker e Souza, 2003)

A MINERAÇÃO

A Mineração é parte da chamada indústria de Processo, que por sua vez compreende cercada metade das empresas de manufatura em todo o mundo (Ptak e Schragenheim, 2000).Tratam-se tipicamente de empreendimentos de porte, intensivos em capital, comequipamentos pesados e grandes plantas industriais.

Com o objetivo de obter o melhor retorno possível sobre seus ativos – considerando-se queé um negócio intensivo em capital – e custos mais baixos de produção, equipamentos demina e plantas industriais normalmente operam 24 horas por dia, 7 dias por semana. Dessemodo, o principal foco de um sistema empresarial nesse segmento de indústria deve sermanter a alta utilização dos equipamentos, através do efetivo gerenciamento damanutenção e da utilização da capacidade instalada. Assim, aspectos importantes para aboa performance do negócio devem ser evitar tempo e capacidade ociosos dos ativos,através de sistemas de programação da produção e de manutenção preditiva e preventiva.

Uma característica da indústria mineral, intrínseca à sua natureza, é o fato de a principalmatéria prima – o minério – ter por origem a própria mina da empresa. Apesar do avanço emsistemas de modelagem geológica e geoestatística, os resultados obtidos desses sistemassempre terão algum nível de incerteza e erro quanto à sua qualidade estimada –

mineralogia, teores, granulometria, etc. – a qual somente será conhecida com precisão apósa lavra do minério.

Ptak e Schragenheim (2000) abordam o seguinte conceito de indústrias tipo “Planta A” e“Planta V”:

Uma “Planta A”, tipicamente de manufatura discreta, utiliza planejamento e programação daprodução através da lógica tradicional de sistemas MRP (Material Requirement Planning).Os componentes da estrutura de materiais, suas especificações e o tempo em que serãonecessários na linha de montagem são perfeitamente determinados e detalhados a partir doplano de produção, ou, em última instância, das ordens ou do plano de vendas (Figura 2).

FIGURA 2 – Estrutura de Materiais: Manufatura (adaptado de Heizer e Render, 2001)

Já em uma “Planta V”, que representa a indústria mineral, a lógica de planejamento eprogramação de um MRP simplesmente não é adequada. Esse tipo de planta utiliza poucasmatérias primas, porém em grandes quantidades, para produzir produtos finais, assim comoco-produtos e sub-produtos. As incertezas no processo de produção exigem a existência deestoques, ou buffers, normalmente pilhas de estocagem intermediárias e de produtos finais.Companhias mineradoras normalmente produzem commodities para estoque, e não contraordens de venda (Figura 3).

FIGURA 3 – Estrutura de Materiais: Mineração

Um outro fator limitante importante a ser considerado nos processos de produção e deplanejamento é o seqüenciamento do minério: para que um bloco de minério estejadisponível para a produção, ou seja, para que possa ser lavrado, sua localização deve estarna frente de lavra, ou na face da mina exposta ao acesso de equipamentos. Para que emum determinado momento este bloco de minério esteja disponível, isto exigiu cuidadosoplanejamento de atividades anteriores, como remoção de material estéril e de outros blocosde minério em níveis sobrejacentes – em minas a céu aberto – ou a construção de acessosapropriados através de planos inclinados, poços e galerias, no caso de minas subterrâneas.

Isso contrasta com um almoxarifado de matérias primas em outros segmentos industriais,onde todos os materiais podem ser acessados a qualquer tempo, sem restrições (Figuras 4e 5).

FIGURA 4 – Porta-palete de componentes em Manufatura

FIGURA 5 – Modelagem de sequenciamento de lavra em Mina a céu aberto e subterrânea

Ainda que as indústrias de processo tenham sido tradicionalmente um desafio para ossistemas MRP tradicionais, alguns dos seus segmentos – como farmacêutica, química,alimentos e bebidas – podem ser atendidos por sistemas MRP padrão ou especialistas,razoavelmente adequados para gerenciar plantas de fluxo contínuo simples ou embateladas. Entretanto, como já exposto, os sistemas MRP simplesmente não atendem aosrequisitos de fluxo de produção de uma mineradora.

Já que o ERP pode ser considerado como uma evolução dos sistemas MRP e MRP II (Hickse Stecke, 1995; Correa et al., 1997; Langenwalter, 2000; Ptak e Schragenheim, 2000;Laurindo e Pessoa, 2001), com forte ênfase em produção e planejamento e programação daprodução, pode-se entender as razões pelas quais é difícil o uso efetivo de um sistema ERPnos processos mais importantes de um empreendimento mineral, os quais estão ligados àcadeia de produção.

A CADEIA DE VALOR MINERAL

Segundo Porter e Millar (1985), a TI está transformando o modo de operação das empresas.Um conceito importante que evidencia o papel da TI no ambiente competitivo é o da “cadeiade valor”, que identifica as atividades desempenhadas pela empresa, do ponto de vistatecnológico e econômico, para executar o seu negócio.

A cadeia de valor é um sistema de atividades interdependentes conectadas por elos, osquais surgem quando a maneira pela qual uma atividade é desempenhada afeta outrasatividades correlatas (Figura 6).

FIGURA 6 – Cadeia de Valor de Porter; Fonte: Porter e Millar (1985)

As atividades primárias são as que compõem a produção física, a venda e a entrega doproduto ao cliente.

As atividades de suporte ou secundárias proporcionam os insumos e a infra-estrutura para arealização das atividades primárias.

Cada atividade dentro da cadeia de valor tem tanto componentes físicos quanto deinformação. A TI está permeando entre todos os pontos da cadeia de valor, transformando amaneira como as atividades são desempenhadas e a natureza dos elos entre elas.

No caso da indústria mineral, propõe-se o detalhamento das atividades primárias, conformea Figura 7.

FIGURA 7 – Cadeia de Valor Mineral; Fonte: Sachs e Damasceno (2004)

Observam-se as seguintes peculiaridades na Cadeia de Valor Mineral, com relação aotrabalho mais abrangente de Porter e Millar (1985):

• A Logística Interna é predominantemente realizada através das operações unitáriasde lavra da mina, isto é, extração do minério, e a preparação para seuaproveitamento nas etapas subseqüentes do processo.

• As Operações podem englobar as mais diversas operações industriais, desdesimples plantas de britagem e peneiramento até complexas usinas de concentraçãoou plantas metalúrgicas (ferro, ouro, nióbio, níquel, etc) e químicas (fosfato, etc).

• Vendas normalmente precedem Logística Externa, uma vez que se tratam decontratos de longo prazo com clientes pré-definidos, que são então atendidosatravés do envio de lotes específicos. Parte significativa do comércio de minérios étransoceânico, demandando complexas operações de transporte intermodal eestocagem intermediária.

METODOLOGIA DE PESQUISA

A questão chave relacionada ao objetivo desse trabalho é: como um sistema ERP pode serefetivamente implementado na mineração, considerando-se as características, requisitos elimitações da indústria, tendo por base a cadeia de valor do negócio?

Inicialmente, foi realizada uma pesquisa de caráter exploratório, visando levantar ocomportamento das empresas da indústria de mineração em relação aos ERPs.

Foi adotada a metodologia de estudo de caso, uma vez que a situação proposta estáperfeitamente alinhada à seguinte definição de Yin (1994):

“Um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômenocontemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entreo fenômeno e o contexto não estão claramente definidos.”

Foram utilizados questionários e entrevistas semi-estruturadas para coletar os dadosprimários. Os dados secundários foram obtidos em publicações e trabalhos acadêmicos.

Estudo Exploratório

Inicialmente, enviou-se um questionário ao CIO (Chief Information Officer) ou Diretor de TI,ou executivo de nível equivalente, de oito mineradoras brasileiras, com as seguintesquestões:

Informações da Empresa

Informações do ERP

Provedor do sistema ERPMódulos implementadosPor que a empresa decidiu implementar o sistema ERP

Sistemas Dedicados de Mineração ou Estratégicos

Quais sistemas dedicados de mineração e/ou estratégicos foram mantidos, e se e como elesforam integrados ou interfaceados ao sistema ERP.

Benefícios obtidos do ERP

Foram listadas 23 questões fechadas, baseadas no trabalho de Souza (2000); ColângeloFilho (2001); Zwicker e Souza (2003), e também em informações coletadas nas entrevistaspreparatórias.

As respostas deveriam atribuir pontos ao benefício potencialmente obtido, observando-se oseguinte critério:

(0) Não se verificou(1) Verificou-se de alguma maneira(2) Verificou-se de maneira significativa

No questionário, assegurou-se a confidencialidade das respostas e também que não seriamdivulgadas informações que possibilitassem a identificação da empresa respondente.

Resultados do Estudo Exploratório

Como o objetivo desse trabalho é identificar como os sistemas ERP gerenciam as áreasfuncionais da indústria de mineração; como eles se compatibilizam aos requisitos de TI dacadeia de valor mineral; e quais benefícios são obtidos, o foco será mantido nessasquestões em particular.

Das oito empresas inicialmente consideradas, duas ainda estavam em processo deimplementação de sistemas ERP, e foram descartadas. Cinco questionários foramrespondidos a tempo de terem seus resultados considerados.

Módulos do ERP implementados (Tabela 1):

TABELA 1 – Módulos do ERP ImplementadosFREQUÊNCIA MÓDULO

100% Finanças100% Materiais / Suprimentos80% Recursos Humanos60% Manutenção

Apenas uma empresa utiliza o módulo de Distribuição, o qual foi desconsiderado por não serutilizado no negócio de mineração, mas em outro segmento. Nenhuma das empresaspesquisadas usa o ERP para Produção ou Planejamento da Produção na área mineral.

Benefícios

Classificou-se a importância de cada benefício, calculando-se o percentual entre a soma dasnotas dos respondentes e o máximo possível de ser obtido, ou 10 pontos (2 pontos obtidosem cada uma das 5 empresas). Os resultados seguem na Tabela 2 abaixo:

TABELA 2 – Classificação dos BenefíciosORDEM % QUESTÃO1 100% Aumento da produtividade das pessoas2 90% Dados únicos e consistentes, menor número de erros3 90% Eliminação ou menor número de re-entradas de dados4 90% Redução do ciclo financeiro-contábil5 80% Melhor coordenação dos trabalhos inter-departamentais e inter-localidades6 80% Acesso fácil e imediato às informações7 70% Tempo maior das pessoas utilizado nas atividades-fins de cada área8 70% Redução de re-trabalho9 60% Implementação de novos ou melhores processos de negócios10 50% Aumento da produtividade global11 50% Maior flexibilidade nos processos internos12 50% Redução do custo de compras13 40% Melhor relacionamento com Fornecedores14 40% Redução de pessoal15 40% Redução de horas extras16 40% Redução dos estoques17 30% Aumento da produtividade dos equipamentos e instalações18 30% Melhores indicadores do negócio19 20% Maior lucro20 20% Melhoria da imagem da empresa perante o mercado21 20% Redução de desperdício de materiais22 20% Redução dos custos de manutenção23 10% Maior satisfação dos Clientes

Sistemas dedicados de Mineração ou Estratégicos, e sua integração ao ERP

A maioria dos respondentes decidiu manter o uso dos seus sistemas dedicados – ousistemas especialistas – para suas atividades de modelagem geológica, planejamento delavra e despacho de caminhões, os quais de maneira geral não foram integrados ao ERP.

Apenas duas empresas decidiram integrar seus sistemas de gestão da mineração,desenvolvidos internamente, com o ERP. Estes sistemas internos gerenciam a produção,qualidade, vendas, estoques e embarque de produtos finais. Em uma das empresas estesistema chega até ao processo de venda e atendimento ao Cliente, incluindo rastreabilidadedo produto final até o início do processo produtivo.

O Estudo de Caso

Considerando-se que apenas duas empresas desenvolveram sistemas de gestão daprodução integrados ao ERP, além da reconhecida posição de destaque dessasorganizações na indústria mineral brasileira, decidiu-se prosseguir a pesquisa com ametodologia de estudos de caso múltiplos nessas empresas, doravante ficticiamentedenominadas Mineração Topázio e Mineração Turmalina.

Efetuou-se uma entrevista com o principal executivo de TI de cada uma dessas empresas,tendo por objetivo responder às seguintes questões:

• Como os sistemas – tanto o ERP quanto os demais sistemas de mercado oudesenvolvidos internamente – cobrem as atividades da cadeia de valor do negócio?

• Por que os módulos do ERP de gerenciamento das atividades de Produção ePlanejamento da Produção não foram implementados? Por que a empresa decidiumanter os sistemas legados que gerenciavam essas atividades?

• Como o sistema ERP mudou o relacionamento interno (interdepartamental) e externo(com fornecedores e clientes) na cadeia de valor?

• A empresa está satisfeita com a implementação do ERP? Por que?

Resultados do Estudo de Caso – Mineração Topázio

O sistema ERP abrange os seguintes módulos e departamentos gerenciados: estoques demateriais, compras, manutenção, contas a pagar e a receber, tesouraria, ativos fixos,contabilidade, orçamento e recursos humanos.

O chamado sistema de gestão da produção, qualidade e vendas, totalmente desenvolvidointernamente, gerencia a produção (tonelagem e qualidade por produto), estoque(tonelagem e qualidade de cada produto acabado ou intermediário nas pilhas de estocagem,ao longo da cadeia de mineração e de transporte), embarque, monitoramento da qualidade,vendas e reclamações de clientes. O sistema também provê indicadores básicos deperformance (KPIs), como produtividade, comparação orçado/realizado, falhas deequipamentos, etc.

Os pacotes de engenharia de minas envolvem aplicações típicas da indústria, comomodelagem geológica, mapeamento, geoestatística, cálculo de reservas minerais,planejamento de mina, mecânica de rochas e geotecnia, gestão ambiental e despacho decaminhões.

Quando a Mineração Topázio avaliou os pacotes ERP disponíveis no mercado, nãoencontrou nenhum fornecedor oferecendo as funcionalidades necessárias para atender aosseus requisitos de gerenciamento das atividades de planejamento, operações e logísticaexterna. Embora alguns fornecedores afirmassem possuir a funcionalidade adequada, nãoforam capazes de provar, de claramente demonstrar, e de convencer a equipe do projetoquanto a esta capacidade.

Vendas e serviços pós-venda nunca foram áreas prioritárias para o novo sistema ERP,considerando-se que a Mineração Topázio tem um número relativamente limitado declientes – menos de cem – e há requisitos específicos de faturamento, contendoobrigatoriamente dados técnicos e comerciais, tanto para o mercado interno quanto paraexportação. Essa situação era difícil de ser atendida a contento por um sistema de mercado,sem consideráveis customizações.

Assim, a equipe de projeto decidiu-se pela manutenção dos seus sistemas legados degestão da produção, qualidade e vendas, considerando-se sua superioridade com relaçãoaos respectivos módulos dos pacotes ERP. Essa decisão não foi tomada em função de semanter sistemas internos de cunho estratégico contra a adoção de sistemas do mercado,mas sim a partir de aspectos puramente técnicos e de custo-desempenho.

Imediatamente após a implementação do sistema ERP, a equipe responsável pelo projetoencontrou o que poderia ser uma resistência natural dos usuários, que estavam satisfeitoscom os antigos sistemas legados substituídos, e reclamaram de dificuldades e mudanças deprocedimentos do novo pacote. Quando se atingiu o nível de maturidade, entretanto,apareceram os benefícios de um sistema moderno, tecnologicamente atualizado e contendomelhores práticas de negócios. Reconheceram-se então, especialmente, os seguintesbenefícios: acesso fácil e imediato às informações; base de dados única e consistente, commenos erros; mais tempo disponível para dedicar às atividades fim dos departamentos; eaumento da produtividade.

A Mineração Topázio efetuou recentemente um estudo comparativo – benchmarking –envolvendo outras mineradoras e também empresas similares, porém de outros segmentosde indústria. A questão ao principal executivo da empresa sobre o seu nível de satisfaçãocom o sistema ERP teve como resposta uma satisfação neutra a moderada. A justificativadada foi a de que o impacto do ERP na performance do negócio foi mínima. Os benefíciosauferidos afetaram mais tarefas pontuais, em nível departamental, do que o negócio em si.

Externamente, verificou-se uma melhora significativa das práticas de compras e norelacionamento com fornecedores: colocou-se foco na avaliação sistemática defornecedores, com o objetivo de reduzir o número deles, porém mantendo-se os de melhorqualidade, segundo parâmetros pré-definidos. Contratos de longo prazo celebrados comvendedores mais qualificados resultaram em aumento da produtividade e satisfação dosusuários finais, ao mesmo tempo em que reduziram-se custos e tempo de entrega.

Uma vez que o ERP não foi implementado nas áreas de vendas e serviços aos clientes, nãohouve impacto no relacionamento com clientes.

Todas as aplicações tiveram um nível de integração significativo, através de APIs(Application Program Interface) on-line ou batch. As aplicações rodando em um nívelhierárquico inferior alimentam as de nível superior com dados atualizados. Entretanto, poucatroca de informações se dá no sentido inverso.

Resultados do Estudo de Caso – Mineração Turmalina

O sistema ERP abrange os seguintes módulos e departamentos gerenciados: estoques demateriais, compras, contas a pagar e a receber, tesouraria, ativos fixos, contabilidade,orçamento e recursos humanos.

O chamado sistema de produção e vendas, totalmente desenvolvido internamente, gerenciaa produção, controle de qualidade, vendas e atendimento aos clientes.

Também foi desenvolvido internamente um sistema de manutenção industrial.

Os pacotes de engenharia de minas envolvem aplicações típicas da indústria, comomodelagem geológica, mapeamento, geoestatística, cálculo de reservas minerais,planejamento de mina e gestão ambiental.

Diferentemente da Mineração Topázio, a Mineração Turmalina optou por desenvolverinternamente seus sistemas de Produção e Vendas, de valor estratégico para o negócio, poracreditar que fornecedores do mercado não atenderiam tão bem as suas necessidades.

O CIO considera que com esses sistemas a área de TI passou a assumir importânciaestratégica para a empresa, tanto atual quanto futuramente, uma vez que os sistemaspossibilitam efetuar as vendas, consulta de posição de ordens de compra pelos clientesatravés da Web, atualização de pedidos e visibilidade de todo o fluxo de informações daprodução.

Assim, as operações rotineiras de negócios da empresa dependem totalmente dos sistemasERP e de produção e vendas, e a satisfação da alta direção da empresa com eles é alta.

Conclusões da Pesquisa

Diante do estudo realizado, percebe-se que um pacote ERP padrão não pode serconsiderado um sistema efetivo de gestão empresarial para uma empresa de mineração:sua falta de funcionalidade para atender aos requisitos da indústria pode ser claramentepercebida, uma vez que nenhuma das mineradoras estudadas utiliza módulos do ERP naprodução, planejamento da produção, logística externa ou vendas, isto é, na grande maioriadas atividades primárias (Porter e Millar, 1985). Como o sistema não gerencia as atividadesprimárias, muito mais relacionadas ao negócio, é improvável que ele resulte em benefíciossignificativos para a empresa como um todo.Por outro lado, os sistemas ERP são bemadequados às atividades secundárias ou de suporte, como finanças, suprimentos,manutenção e materiais e recursos humanos, na sua maioria atividades não-produtivas.

Essa observação está alinhada com Laurindo e Mesquita (2000), que destacam que emmuitas implementações de sistemas ERP apenas são adquiridos e implementados osmódulos voltados para a parte administrativa da corporação, ficando de lado a parte quetrata da produção. Se, por exemplo, na manufatura essa função é coberta por sistemasespecíficos MRP II, na mineração não se verificou a predominância de um sistema oumódulo que atenda especificamente a essa área funcional. A maioria das empresas utilizasimplesmente planilhas eletrônicas para cumprir essa importante função.

Fica também claro nos estudos de caso que o ERP cobre principalmente as atividades desuporte, com exceção de uma pequena participação em logística interna, uma vez que elegerencia todos os suprimentos externos. Para melhor visualizar essa cobertura e alcancedos sistemas, utilizou-se a seguinte representação dos mesmos sobre a cadeia de valor(Figura 8):

FIGURA 8 – Abrangência dos Sistemas na Cadeia de Valor

Os principais benefícios mencionados – considerando-se aqueles constantes no primeiroquartil do ranking da Tabela 2, ou seja: aumento da produtividade das pessoas; dadosúnicos e consistentes, com menor número de erros; eliminação ou menor número de re-entradas de dados; redução do ciclo financeiro-contábil; melhor coordenação dos trabalhosinter-departamentais e inter-localidades; acesso fácil e imediato às informações – pelasempresas pesquisadas no estudo exploratório parecem estar muito alinhados com aarquitetura tecnológica do ERP (módulos aplicativos integrados rodando em uma única basede dados não redundante) e a incorporação das melhores práticas de negócios, comomencionado na literatura (Correa et al. 1997; Davenport, 1998; Zwicker e Souza, 2003).

Os sistemas de engenharia de minas, apesar da sua importância para lavrar de maneiraeficaz o minério correto, no tempo programado e de acordo com o orçamento, normalmentenão são integrados com nenhum outro sistema da cadeia de valor.

PROPOSTA DE SOLUÇÕES

Um provedor de solução para suprir este gap entre os sistemas corporativos ERP e ossistemas dedicados é a Gemcom Software, empresa global sediada em Vancouver,Canadá. A Gemcom desenvolve soluções de TI para a indústria mineral, tais como:exploração, planejamento, projeto e produção da mina; planejamento estratégico da mina;otimização de cavas finais e sequenciamento; e gestão integrada da produção mineral.

O MPMS (Mine Production Management System) da Gemcom é uma solução integrada degestão da produção mineral, que disponibiliza aos seus usuários – supervisores, gerentesnos mais diversos níveis e executivos – as informações que eles necessitam, de modo quepossam tomar decisões melhor fundamentadas em seus negócios. O MPMS integra dadosde todo o empreendimento, da mina à usina e até as plantas metalúrgicas ou químicas queeventualmente façam parte da cadeia produtiva.

Histórico

O conceito do MPMS surgiu inicialmente em 1992, através do desenvolvimento interno dosistema ProdTrak pela WMC Resources – uma das mais diversificadas mineradorasaustralianas – exatamente para suprir essa necessidade de gestão da produção mineral

então não atendida por sistemas comerciais de TI. In 1998, a Western Mining Corporation(WMC) transferiu as operações e direitos do ProdTrak para a Alpha West, uma dasprincipais software houses da Austrália.

Em 2002, a Gemcom Software comprou da Alpha West todos os direitos sobre o ProdTrak,incorporando-o ao seu portfolio de soluções. Hoje, as melhores práticas de engenharia e denegócios, tanto da Gemcom quanto de seus parceiros de negócios, continuam a serincorporadas ao ProdTrak, agora parte central do conceito MPMS: uma solução utilizadapara efetivamente gerenciar informações da exploração, mineração (a céu aberto esubterrânea), concentração e transformação.

Descrição da Solução

Os componentes do MPMS foram especificamente projetados para tratar as complexidadesde registro, rastreamento e reconciliação de dados da mineração. A solução pode serintegrada a sistemas ERP, de automação e controle (SCADA), de laboratório (LIMS), dedespacho de caminhões e de gestão de frotas, além de outros sistemas técnicos ecomerciais. O MPMS suporta ferramentas de BI (Business Intelligence) e de elaboração derelatórios executivos contendo indicadores chave do negócio. Esses KPI’s podem serabertos e pesquisados em detalhes, possibilitando rápida identificação de causa e efeito.

Uma melhor visualização da solução MPMS pode ser vista na Figura 9 abaixo:

FIGURA 9 – O Conceito MPMS; Fonte: Nader, Triginer e Ejtemai (2004)

Caso de Aplicação da Solução MPMS

Keating (2003) descreve uma significativa implementação da solução da Gemcom na IlukaResources. As principais características dessa implementação são as seguintes:

• Integração de sete minas, três usinas e duas plantas metalúrgicas de produção derutilo sintético, em duas regiões geográficas distintas da Austrália.

• Interface com o sistema ERP, da SAP, utilizado para contabilidade, manutenção,suprimentos, recursos humanos, vendas, distribuição e planejamento da produção.

ERPSCADA

TransporteVendasMetalurgiaConcentraçãoTransporte

Perfuraçãoe Desmonte

TopografiaCarregamento

Gestão de Frotas

Planejamento eProgramação de Lavra

Mine Production Management System

Relatóriose

Análises

Os principais benefícios relatados por Keating (2003) são:

• Consolidação das informações da produção em dois repositórios de dados regionais,reduzindo a duplicidade e assegurando maior integridade dos dados;

• Habilidade de rastrear movimentações de materiais, incluindo suas características dequalidade associadas, desde as operações de mina, plantas de processamento e atéas vendas;

• Ganhos de eficiência através do módulo de captura eletrônica de dados (EDC),evitando-se digitações e entradas manuais de dados;

• Introdução de processos padrão de operações e gestão de dados;

• Processos e fluxos de materiais bem documentados, com pontos de medição;

• Redução dos custos de TI, através da eliminação de sistemas múltiplos esuperposição de funcionalidades.

CONCLUSÕES

A Tecnologia da Informação não é um diferencial competitivo por si só, e é improvável queempresas tenham obtido benefícios de negócios com o seu simples uso.

Entretanto, a TI pode resultar em vantagens competitivas se for empregada de formaapropriada, dentro do seu papel de suporte efetivo aos processos chave do negócio, eassim contribuindo diretamente para a melhoria dos resultados da empresa.

Especificamente para a indústria mineral, a implementação de uma solução como o MPMSpode ser uma maneira de se aplicar efetivamente a TI nos processos de negócio da cadeiade valor mineral, ou seja, nas atividades primárias da cadeia de valor da indústria.

Com isso, ocupa-se este gap identificado na pesquisa com um sistema especialista para amineração, resultando em maior eficácia gerencial e melhores resultados para a empresa.

ACRÔNIMOS UTILIZADOS

API – Application Program Interface

BI – Business Intelligence

CIO – Chief Information Officer, Diretor de TI

ERP – Enterprise Resource Planning

KPI – Key Performance Indicators

LIMS – Laboratory Information Management System

MPMS – Mine Production Management System

MRP – Material Requirement Planning

MRP II – Manufacturing Resources Planning

SCADA – Supervisory Control and Data Acquisition

TI – Tecnologia da Informação

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