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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ MARRIÊ LOUISE CAVALLI SISTEMAS DE INSPEÇÃO EM PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL E A INSPEÇÃO EM SUÍNOS Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná como requisito parcial para a obtenção do grau de Médico Veterinário. Orientador Acadêmico: Prof.ª Dra. Anderlise Borsoi Orientador Profissional: Med. Vet. Jean Clóvis Bertuol de Souza. CURITIBA 2016

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

MARRIÊ LOUISE CAVALLI

SISTEMAS DE INSPEÇÃO EM PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL E A INSPEÇÃO

EM SUÍNOS

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso

de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti

do Paraná como requisito parcial para a

obtenção do grau de Médico Veterinário.

Orientador Acadêmico: Prof.ª Dra. Anderlise

Borsoi

Orientador Profissional: Med. Vet. Jean Clóvis

Bertuol de Souza.

CURITIBA

2016

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

REITOR

Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos

PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO

Carlos Eduardo Rangel Santos

PRÓ-REITORA ACADÊMICA

Prof. Dra. Carmen Luiza da Silva

DIRETOR DE GRADUAÇÃO

Prof. Dr. João Henrique Faryniuk

COORDENADOR DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Prof. Dr. Welington Hartmann

SUPERVISORA DE ESTÁGIO CURRICULAR

Prof. Elza Maria Galvão Ciffoni Arns

CAMPUS BARIGUI

Rua Sydnei A Rangel Santos, 238

CEP: 82010-330 – Curitiba – PR

Fone: (41) 3331-7958

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TERMO DE APROVAÇÃO

MARRIÊ LOUISE CAVALLI

SISTEMAS DE INSPEÇÃO EM PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL E A INSPEÇÃO

EM SUÍNOS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção

do título de Médico(a) Veterinário(a) pela Comissão Examinadora do Curso de

Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.

Comissão Examinadora:

Presidente: Prof.ª Dra. Anderlise Borsoi

Prof.º Dr. Welington Hartmann

Prof.ª Ms. Elza Maria Galvão Ciffoni Arns

Curitiba, 08 de dezembro de 2016

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS................................................................................... 06

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS..................................................... 05

APRESENTAÇÃO...................................................................................... 07

RESUMO..................................................................................................... 08

1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 09

2 DADOS SOBRE ESTÁGIO........................................................................ 10

2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO..................................................................... 10

2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL................................................................ 10

2.3 HORAS DE ESTÁGIO................................................................................ 11

2.4 DADOS SOBRE O LOCAL DE ESTÁGIO.................................................. 11

2.5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS............................................................... 12

3 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................... 14

3.1 SISTEMA DE INSPEÇÃO FEDERAL......................................................... 15

3.2 SISTEMA DE INSPEÇÃO ESTADUAL....................................................... 17

3.3 SISTEMA DE INSPEÇÃO MUNICIPAL...................................................... 21

3.4 SISTEMA DE INSPEÇÃO BRASILEIRO DE PRODUTOS DE ORIGEM

ANIMAL – SISBI/POA.................................................................................

25

3.5 DECRETOS................................................................................................ 30

3.6 SISTEMA DE INSPEÇÃO EM SUÍNOS..................................................... 32

3.6.1 Sala de Matança e Anexos, Desossa, Salsicharia, Presuntaria e Demais

Seções para Industrialização de Produtos..................................................

34

3.6.2 Fluxograma de Abate de Suínos................................................................. 35

3.6.3 Inspeção Post Mortem................................................................................. 37

3.6.4 Doenças em Suínos..................................................................................... 38

3.6.5 Critérios de Julgamento e Destino das Carcaças Condenadas pelo DIF.... 45

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS................................................................ 48

4.1 ACOMPANHAMENTO DE ABATE DE SUÍNOS.......................................... 48

4.2 IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE INSPEÇÃO MUNICIPAL...................... 52

4.3 ATIVIDADES EM CONJUNTO COM A VIGILÂNCIA SANITÁRIA............... 61

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... 63

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 65

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 CHANCELA S.I.F............................................................................ 17

FIGURA 2 CHANCELA SIP/POA...................................................................... 20

FIGURA 3 CHANCELA SIM/POA..................................................................... 22

FIGURA 4 CHANCELA SISBI/POA.................................................................. 27

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ºC Grau(s) Celsius

ADAPAR Agência de Defesa Agropecuária do Paraná

APPCC Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle

ART. Artigo

ATM Atmosférica

BPF Boas Práticas de Fabricação

CFMV Conselho Federal de Medicina Veterinária

CNM Conselho Nacional de Municípios

CRMV Conselho Regional de Medicina Veterinária

DEFIS Divisão do Departamento de Fiscalização

DIF Departamento de Inspeção Final

DIPOA Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal

DOU Diário Oficial da União

GIPOA Gerência de Inspeção de Produtos de Origem Animal

IA Insumos Agrícolas

IP Insumos Pecuários

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MG Minas Gerais

MG/L Miligramas/Litro

ML Mililitros

MS Mato Grosso do Sul

NE Não Exportável

PAC Programas de Autocontrole

PCC Ponto(s) Crítico(s) de Controle

POA Produtos de Origem Animal

POV Produtos de Origem Vegetal

PPHO Procedimentos Padrão de Higiene Operacional

PR Paraná

RIISPOA Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos

de Origem Animal

RS Rio Grande do Sul

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RT Responsável Técnico

RTIQ Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade

SC Santa Catarina

SEAB Secretaria da Agricultura e do Abastecimento

SEAGRI Secretaria de Agricultura

SEAMA Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente

SIE Sistema de Inspeção Estadual

SIF Sistema de Inspeção Federal

SIGSIF Sistema de Informações Gerenciais do SIF

SIM Sistema de Inspeção Municipal

SIP Sistema de Inspeção Paranaense

SISBI Sistema Brasileiro de Inspeção

SUASA Sistema Unificado de Atenção a Sanidade Agropecuária

UNIMAR Universidade de Marília

UNOPAR

UT

UTP

Universidade Norte do Paraná

Turbidez

Universidade Tuiuti do Paraná

V Volt

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APRESENTAÇÃO

O presente trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de

Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, da

Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de

Médico Veterinário, é composto pelo Relatório de Estágio, onde são descritas as

atividades realizadas durante o período de 1º de agosto a 21 de junho de 2016, na

Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente - SEAMA, localizada no

município de Laranjeiras do Sul - PR, local de cumprimento do Estágio Curricular, e

faz uma revisão de literatura sobre os temas: Sistema de Inspeção Federal, Sistema

de Inspeção Estadual, Sistema de Inspeção Municipal, Sistema Brasileiro de

Inspeção e a Inspeção em Suínos.

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RESUMO

O estágio curricular foi realizado no município de Laranjeiras do Sul – PR, na

Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente – SEAMA da Prefeitura

Municipal. As atividades realizadas abordaram o acompanhamento do Sistema de

Inspeção Municipal (SIM), com realização de leitura de materiais de apoio,

elaboração e preenchimento de documentos oficiais, vistorias nas agroindústrias

cadastradas no sistema de inspeção local, elaboração de um novo regulamento para

o SIM/POA (sistema de inspeção municipal/produtos de origem animal), consultorias

aos produtores rurais para construção de novos estabelecimentos de POA e

atividades ligadas à implantação de um sistema de inspeção municipal.

Paralelamente a isso, foram acompanhadas as atividades do sistema de inspeção

estadual em um frigorífico de suínos, observando toda a linha de inspeção ante e

post mortem, além do acompanhamento de um frigorífico de suínos com sistema de

inspeção federal. Neste, além de todas as atividades do sistema de inspeção, foram

acompanhadas as atividades dos setores de controle de qualidade e

responsabilidade técnica. As principais condenações possíveis de acompanhar

ocorreram pela existência de hérnias, abscessos, adenites e pneumonia enzoótica,

seguindo o disposto Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de

Origem Animal.

Palavras Chave: Inspeção; Suínos; Abate; Produtos de Origem Animal.

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente, o sistema de inspeção no Brasil é dividido em quatro instâncias:

Sistema de Inspeção Federal – acompanha a inspeção em todo o território nacional,

além de toda a parte de importação e exportação; Sistema de Inspeção Estadual –

busca inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos e o comércio intraestadual;

Sistema de Inspeção Municipal – fiscaliza e inspeciona todos os estabelecimentos

que realizam comércio dentro dos limites de um município; e o Sistema Brasileiro de

Inspeção, este último, o mais recente deles, onde se realiza inspeção de produtos

de origem animal em território nacional, havendo possibilidade de um município ou

estado, ao aderir a ele, comercializar para o país todo (CRUZ, 2015).

Em suínos, a inspeção é regida pela Portaria nº 711, de 1º de novembro de

1995, do MAPA (BRASIL, 1995). Nela, seguindo o que cita o RIISPOA –

Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal -,

estão aprovadas as normas técnicas de instalações e equipamentos para abate e

industrialização de suínos.

As normas técnicas de instalações e equipamentos ligadas ao abate e

industrialização de suínos variam de acordo com a inspeção ante mortem e post

mortem, indo desde a recepção dos animais até a expedição das matérias primas e

tudo o que diz respeito às instalações e equipamentos no quesito higiênico dessas

operações.

O objetivo do presente trabalho foi descrever as atividades realizadas

durante estágio curricular obrigatório realizado na Secretaria de Agricultura, Meio

Ambiente e Abastecimento de Laranjeiras do Sul, com ênfase nas atividades de

inspeção em abate de suínos.

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2 DADOS SOBRE ESTÁGIO

As atividades realizadas durante o estágio curricular na Prefeitura Municipal

de Laranjeiras do Sul, no departamento da Secretaria de Agricultura, Abastecimento

e Meio Ambiente – SEAMA compreenderam desde a área de Inspeção Sanitária e

Industrial de Produtos de Origem Municipal, abordando sistema de inspeção

municipal (SIM), sistema de inspeção estadual (SIE) e sistema de inspeção federal

(SIF), até atividades desenvolvidas nas áreas de inseminação artificial e de extensão

rural.

2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO

A orientação acadêmica durante o período de estágio curricular foi realizada

pela professora e médica veterinária Dra. Anderlise Borsoi, responsável pela

disciplina de Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal na Universidade

Tuiuti do Paraná – UTP.

2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL

A orientação profissional foi realizada pelo médico veterinário Jean Clóvis

Bertuol de Souza, concursado pela prefeitura há 13 anos, e atualmente responsável

também pelo sistema de inspeção municipal (SIM/POA) de Laranjeiras do Sul.

Formado em medicina veterinária em 1994 pela Universidade de Marília - UNIMAR,

possui mestrado em Ciência e Tecnologia do Leite pela Universidade Norte do

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Paraná – UNOPAR (2010) e especialização em Reprodução e Produção de Bovinos,

também pela Universidade Norte do Paraná – UNOPAR (1999).

2.3 HORAS DE ESTÁGIO

O estágio foi realizado no período de 1º de agosto de 2016 a 21 de outubro

de 2016, com carga horária de 40 horas semanais, totalizando 480 horas de estágio

supervisionado na Secretaria de Agricultura, Meio Ambiente e Abastecimento de

Laranjeiras do Sul.

2.4 DADOS SOBRE O LOCAL DE ESTÁGIO

A Secretaria de Agricultura, Meio Ambiente e Abastecimento – SEAMA

situada na rua Marechal Cândido Rondon, centro, ao lado da Prefeitura Municipal de

Laranjeiras do Sul, no Município de Laranjeiras do Sul, existe desde a inauguração

da prefeitura municipal e, desde a gestão 1989-1991, o médico veterinário é

presente na equipe.

O local possuía uma sala de recepção e três outras salas: uma para o

secretário da agricultura, uma para o engenheiro agrônomo e para o engenheiro

ambiental e outra para os médicos veterinários. A equipe, à época do estágio,

compunha-se de uma secretária, três estagiários, o secretário de agricultura, um

engenheiro agrônomo, um engenheiro ambiental e quatro veterinários. Dois dos

veterinários exerciam suas atividades na própria SEAMA, e outros dois estavam

cedidos à ADAPAR e ao MAPA, fazendo fiscalização de um Frigorífico SIP e de um

frigorífico SIF.

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Para realização do estágio, foi disponibilizada uma sala onde ficavam os

veterinários, um computador e uma mesa, além do veículo da secretaria.

Além das atividades realizadas junto à prefeitura, foi possível acompanhar

os trabalhos dos veterinários emprestados ao MAPA e a ADAPAR, nos frigoríficos.

O frigorífico com Sistema de Inspeção Estadual (SIP) era localizado na Linha

Invernada Grande, Sitio Conrado, s/nº, Laranjeiras do Sul – PR e possuía liberação

para abate de suínos, bovinos, ovinos e caprinos. A capacidade máxima de abate

era de 250 animais/dia, porém, eram abatidos em torno de 60 suínos. Estes eram

provenientes da região de Laranjeiras do Sul mesmo, onde está localizado o

frigorífico.

O frigorífico com Sistema de Inspeção Federal (SIF) localizava-se na

Rodovia BR 277, Km 451, s/nº, Vila Industrial, Laranjeiras do Sul – PR e possuía

liberação para abate de suínos com capacidade máxima de 1.200 animais/dia,

atingindo este limite diariamente. Os animais vinham de Santa Catarina e de cidades

do Paraná, como Marechal Candido Rondon, Tijucas do Sul, dentre outras.

2.5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Foram desenvolvidas diversas atividades englobando as áreas de inspeção

de produtos de origem animal, extensão rural e inseminação artificial. A partir disso,

dividiram-se em três principais setores as atividades desenvolvidas, conforme tabela

abaixo:

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TABELA 1 – ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO

Atividade Desenvolvida Carga horária ou frequência

Acompanhamento de abate de suínos 165 h - 34%

Implantação do sistema de inspeção municipal 235 h - 49%

Atividades em conjunto com a vigilância sanitária 80 h - 17%

TOTAL 480 h - 100%

Em relação ao abate de suínos foi possível acompanhar as atividades de

inspeção em dois frigoríficos, um com sistema de inspeção estadual e outro com

sistema de inspeção federal. No frigorífico com sistema de inspeção federal,

acompanharam-se também as atividades da responsável técnica e do setor de

controle de qualidade. Na área ligada à inspeção dos suínos, acompanhou-se o

exame ante mortem e post mortem.

Na parte da implantação do sistema de inspeção municipal foram realizadas

visitas e vistorias as agroindústrias cadastradas no sistema de inspeção municipal,

analises de natureza e qualidade da água desses locais, confecção de

documentações oficiais, auxilio à produtores rurais, além da confecção de um novo

regulamento de inspeção para o município e leitura de materiais auxiliares.

Ligado as atividades realizadas em conjunto com a vigilância sanitária foram

acompanhadas reuniões do comitê da dengue municipal, vistorias e visitas a

produtores rurais para desenvolvimento e aprovação de cozinhas industriais e

fiscalização em supermercados da cidade.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

O Sistema de Inspeção Federal – S.I.F. - do Brasil foi criado no dia 27 de

janeiro de 1915 e completou em 2015, 100 anos de existência. O órgão é

subordinado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) sendo

de suma importância para o país, pois tem como responsabilidade garantir a

qualidade dos produtos de origem animal, comestíveis ou não, do mercado interno e

externo, além dos produtos importados (MAPA, 2015; BRASIL, 2015).

Dentro do Ministério da Agricultura, o comando e a coordenação das

atividades voltadas à inspeção dos produtos de origem animal são de

responsabilidade do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal

(DIPOA). Este é responsável pela elaboração das diretrizes de ação governamental

para a inspeção e fiscalização de produtos de origem animal, além de ter um

importante papel na conquista de novos parceiros comerciais, identificando os

pontos de interesse para a abertura de mercados internacionais. Rege ainda

questões sanitárias dos produtos de origem animal e seus derivados junto à órgãos

públicos, entidades representativas do agronegócio brasileiro e representações

estrangeiras no Brasil (MAPA, 2016).

Atualmente, o sistema de inspeção é dividido em quatro instâncias: Sistema

de Inspeção Federal (SIF), Sistema de Inspeção Estadual (SIE), Sistema de

Inspeção Municipal (SIM) e Sistema Brasileiro de Inspeção (SISBI), este último, em

vigência desde o ano de 2006 (CRUZ, 2015).

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3.1 SISTEMA DE INSPEÇÃO FEDERAL

O Sistema de Inspeção Federal foi criado em 27 de janeiro de 1915, de

acordo com o Decreto nº 11.462, que regulamenta o serviço de inspeção das

fábricas de produtos animal, o Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio

(BRASIL, 1915).

Entende-se por sistema de inspeção federal o órgão responsável por

inspecionar os produtos de origem animal, comestíveis e não comestíveis,

destinados ao mercado interno e externo, bem como os produtos importados

(MAPA, 2016).

Vinculado ao DIPOA, o sistema de inspeção federal possui mais de 4.000

estabelecimentos registrados, sendo destes, 3.244 com selo S.I.F e 1.705

estabelecimentos relacionados, todos sob a supervisão do DIPOA. Entre todos os

estabelecimentos registrados, 847 possuem habilitação para exportação. No Paraná,

existem 347 estabelecimentos registrados no sistema de inspeção federal (DIPOA,

2008).

Todos os produtos de origem animal sob responsabilidade do MAPA são

registrados e aprovados pelo S.I.F. tendo como objetivo garantir produtos com

certificação sanitária e tecnológica para o consumidor brasileiro, respeitando as

legislações nacionais e internacionais vigentes. Atualmente, o Brasil exporta seus

produtos de origem animal para mais de 180 países, sendo um dos principais

exportadores mundiais (MAPA, 2016).

Visando à inocuidade dos produtos de origem animal, o cumprimento de

legislações nacionais e internacionais voltadas à produção, industrialização e

comercialização dos produtos de origem animal, e como ferramenta para

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acompanhar o sistema de inspeção federal, o DIPOA criou o Sistema de

informações Gerenciais do SIF - SIGSIF em 2003, que é alimentado pelos diversos

servidores que trabalham no sistema de inspeção federal e pelas empresas

registradas no DIPOA, disponibilizando informações importantes sobre as atividades

de inspeção e fiscalização no Brasil (MAPA, 2016).

Neste sistema – SIGSIF - diversos dados são lançados rotineiramente,

gerando informações sobre abate, produção, condenação e comercialização,

recepção de matéria prima, rótulos analisados, certificados e guias de trânsito.

Atualmente, há 126.648 rótulos aprovados e mais de 3.000 produtos cadastrados no

SIGSIF (MAPA, 2016).

Para conseguir a chancela do Sistema de Inspeção Federal (Figura 1),

diversas leis, regras e instruções devem ser seguidas. O S.I.F. atua desde o

processo de registro do estabelecimento, ajudando na localização e aprovação do

terreno, devendo este estar a, no mínimo, 10 metros dos limites das vias públicas ou

outras divisas, e ter o pátio e as vias de acesso todas pavimentadas e urbanizadas,

evitando contaminações, formação de poeira e águas residuais. Na parte de

instalações e equipamentos, estes variando de acordo com o tipo de

estabelecimento, porém sempre com materiais de fácil higienização e impermeáveis;

elaboração de projetos, demonstrando como devem ser as plantas altas e baixas,

fachada e toda a parte hidrossanitária e todos os processos relacionados

diretamente ao estabelecimento, desde título de relacionamento, até a parte interna

do local, salas, barreiras sanitárias, todo o ambiente de matança - no caso de

abatedouros – e toda a parte de instalações e equipamentos voltados à área avícola,

suídea, bovídea e de lácteos, entre outros (MAPA, 2016).

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FIGURA 1 – CHANCELA S.I.F.

FONTE: QUALISAN, 2014.

É importante ressaltar que todo o estabelecimento que deseja trabalhar sob

as normas do S.I.F., ou já o faz, deve ter uma instalação ou um prédio separado das

áreas da empresa para as pessoas ligadas ao S.I.F., incluindo vestiários e banheiros

masculino e feminino (MAPA, 2016).

3.2 SISTEMA DE INSPEÇÃO ESTADUAL

O sistema de inspeção estadual é voltado para estabelecimentos de

produtos de origem animal registrados em um serviço estadual, ou seja,

inspecionam e fiscalizam o comércio intraestadual. Tem como objetivo fiscalizar,

inspecionar e controlar aspectos higiênico-sanitários, bem como cadastrar e

credenciar estabelecimentos que comercializam e realizam as atividades de

produção, armazenamento e beneficiamento de produtos de origem animal, sejam

eles comestíveis ou não, adicionados ou não de produtos de origem vegetal,

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transformados, manipulados, recebidos, acondicionados, depositados ou em trânsito

dentro de um estado (ADAGRI, 2016).

No Paraná, o serviço de inspeção é denominado como "Serviço de Inspeção

do Paraná/Produtos de Origem Animal" - SIP/POA, sendo criado e regulamentado

pela Lei Estadual 10.799, de 24 de maio de 1994, a qual torna obrigatória a prévia

inspeção sanitária e industrial, em todo o território estadual, de todos os produtos de

origem animal, comestíveis e não comestíveis, conforme especifica e adota outras

providências, além do Decreto 3.005 de 20 de novembro de 2000, que regulamenta

em todo o território do Estado do Paraná, a inspeção industrial e sanitária de

produtos de origem animal (PARANÁ, 1994).

O SIP/POA é uma Divisão do Departamento de Fiscalização (DEFIS) da

Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB) do Paraná, coordenado pela

Gerência de Inspeção de Produtos de Origem Animal – GIPOA junto à Agência de

Defesa Agropecuária do Paraná - ADAPAR, sendo responsável pelo registro e

fiscalização das empresas que produzem matéria prima, manipulam, beneficiam,

transformam, industrializam, preparam, acondicionam, embalam produtos de origem

animal (carne, leite, pescado, ovos e mel) e que façam a comercialização

intermunicipal no Estado do Paraná (ADAPAR, 2016).

A Gerência de Inspeção de Produtos de Origem Animal (GIPOA) possui

alguns programas como: 1. Fiscalização dos Autos Controles das Indústrias de

Produtos de Origem Animal; 2. Análise e Registro de Indústrias de Produtos de

Origem Animal; 3. Análise e Registro de Produtos de Origem Animal; e 4.

Fiscalização da Inspeção em Indústrias de Produtos de Origem Animal (FONESA,

2015).

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O registro no órgão competente de todos os produtos de origem animal

transformados em alimento humano é obrigatório (ADAPAR, 2016). No Paraná,

existem 468 estabelecimentos registrados no SIP-POA/ADAPAR, sendo eles

abatedouros, fábricas de embutidos, entrepostos, granjas produtoras de ovos,

laticínios, locais voltados à produção de mel e de pescados (ADAPAR, 2016).

O SIP tem como objetivo promover a manutenção e preservação da

qualidade higiênico-sanitária e tecnológica na obtenção, elaboração, manipulação,

envase, transporte e conservação nos produtos de origem animal. Para isso, possui

uma ampla área de atuação, desenvolvendo atividades que ajudam na manutenção

e ampliação do SISBI-POA no Paraná, executando auditorias e supervisões dos

estabelecimentos registrados sob a chancela do SIP/POA (figura 2), normatizando e

regulamentando a inspeção higiênico-sanitária e tecnológica, construções, reformas

e reaparelhamento dos estabelecimentos de produtos de origem animal, fiscalizando

e inspecionando os estabelecimentos registrados no serviço como: matadouros de

bovinos, bubalinos, suínos, caprinos, ovinos, aves, coelhos e rãs; estabelecimentos

de produtos cárneos; estabelecimentos de leite e derivados; estabelecimentos de

peixes e produtos da pesca; estabelecimentos de ovos e derivados;

estabelecimentos de produtos apícolas e estabelecimentos de produtos não

comestíveis (ADAPAR, 2016).

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FIGURA 2 – CHANCELA SIP/POA.

FONTE: ADAPAR, 2016.

Além disso, oferece e executa diversas ações/serviços como: orientação e

análise técnica e documental, acompanhamento e liberação de estabelecimentos de

produtos de origem animal interessados em obter registro do SIP/POA; registro dos

estabelecimentos e de produtos de origem animal; análise de projetos industriais,

vistorias em terrenos, estabelecimentos pré-existentes e em construção; controle da

inspeção higiênico-sanitária e tecnológica dos estabelecimentos e produtos de

origem animal; controle do transporte de produtos de origem animal através de

barreiras sanitárias; fiscalização e auditorias em estabelecimentos de produtos de

origem animal registrados no SIP/POA; ações cautelares de interdição, suspensão,

apreensão, condenação e destruição de produtos impróprios para o consumo

visando a proteção da saúde pública; orientação sobre o programa de Abatedouros

Municipais com apoio financeiro da SEAB; coleta de amostras oficiais para controle

de qualidade e laboratorial dos produtos de origem animal; cadastramento de

agroindústrias; dados estatísticos, nosográficos, de produção e comercialização e

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ações de fiscalização sobre estabelecimentos higienicamente inadequados e/ou

clandestinos (MORESCHI, 2011).

Através da Lei federal 7.889 e da Lei estadual 10.799, criou-se além do

SIP/POA, uma abertura para os Sistemas de Inspeção Municipal - SIM, tornando

dessa maneira os sistemas de inspeção ainda mais localizados (MORESCHI, 2011).

3.3 SISTEMA DE INSPEÇÃO MUNICIPAL

Entende-se por sistema de inspeção municipal aquele que abrange a

fiscalização e inspeção de estabelecimentos registrados que façam comércio

intramunicipal, ou seja, vendam seus produtos dentro da área geográfica do seu

município (PREZOTTO, 2013). O SIM é regulamentado pela Lei Federal 7.889, de

23 de novembro de 1989, a qual “dispõe sobre inspeção sanitária e industrial dos

produtos de origem animal e dá suas providências”, onde, no Art. 4 – c, cita “ São

competentes para realizar a fiscalização dos estabelecimentos de que trata esta Lei:

c) as Secretarias ou Departamentos de Agricultura dos Municípios, nos

estabelecimentos de que trata a alínea a desde artigo que façam apenas comércio

municipal” e pela Lei Estadual 10.799 a qual “torna obrigatória a prévia inspeção

sanitária e industrial, em todo território estadual, de todos os produtos de origem

animal, comestíveis e não comestíveis, conforme específica e adota outras

providências.”, onde, no Art. 7, inciso II, diz “São competentes para realizar o

registro e a inspeção de que trata esta Lei: o Departamento ou Secretaria

competente das Prefeituras Municipais nos Estabelecimentos de que trata o artigo

2º, quando realizarem exclusivamente comércio municipal (comércio local);”

(PARANÁ, 1994; BRASIL, 1989).

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No município de Laranjeiras do Sul, sob chancela ilustrada na figura 3, o

SIM/POA é regulamentado pela Lei Municipal nº 054, de 22 de outubro de 2010, que

“estabelece normas para a produção e comercialização de produtos alimentares

artesanais e dá outras providências.” e reforçado pela Portaria nº 045, de 19 de

fevereiro de 2014, que designa o profissional médico veterinário como responsável

pela fiscalização do Sistema de Inspeção Municipal (CÂMARA DE VEREADORES,

2010; LARANJEIRAS DO SUL, 2014).

FIGURA 3: CHANCELA SIM/POA.

FONTE: REGULAMENTO DE INSPEÇÃO MUNICIPAL, 2010.

Segundo a Lei Municipal 054/2010, Capítulo X, Art. 39 – Das atribuições do

Serviço de Inspeção Municipal (SIM) – Compete ao Serviço de Inspeção Municipal –

SIM: vistoriar o estabelecimento requerente; definir os produtos passíveis de

elaboração artesanal, segundo a natureza e origem da matéria-prima e dos

ingredientes utilizados, o processo de fabricação e o potencial de risco à saúde do

consumidor; aprovar e expedir registro de funcionamento; capacitar, treinar e

credenciar inspetores, fiscais e auxiliares; acompanhar e fiscalizar as atividades

inerentes aos convênios firmados com municípios e entidades públicas, podendo

cancelar quando não atenderem aos requisitos do Regulamento; verificar carteiras

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de saúde dos funcionários e proprietários de estabelecimentos, análises de água e

outros atestados ou exames julgados necessários; divulgar modelos de plantas de

orientação para a construção de diversos tipos de estabelecimentos utilizados ao fim

previsto nesta Lei; inspecionar e fiscalizar o estabelecimento, as instalações e

equipamentos, a matéria prima, os ingredientes e os produtos artesanais

elaborados; expedir laudos de inspeção e fiscalização da produção; analisar e

fornecer o registro de estabelecimento, fórmulas, rótulos, carimbos e embalagens a

serem usados na elaboração de produtos artesanais; e dispor e fornecer dados

estatísticos da produção (CÂMARA DE VEREADORES, 2010).

O SIM/POA – Laranjeiras do Sul possui atualmente 13 estabelecimentos

cadastrados, sete deles em atividade: fábricas de produtos embutidos, laticínios,

entrepostos produtores de mel, abatedouro de suínos, queijarias, dentre outros.

Para constituição de um sistema de inspeção municipal, diversas etapas são

necessárias. Inicialmente, precisa-se da criação e implantação desse sistema, em

que o primeiro passo é a aprovação do projeto de Lei pela câmara de vereadores

determinando a criação do SIM; após, deve ser elaborado um regulamento para o

sistema de inspeção municipal pelo órgão de Agricultura da cidade – Secretaria ou

Departamento – e este deverá regulamentar a Lei, através de um decreto. Nele,

devem conter todas as informações detalhadas para o funcionamento do SIM, como

análise e aprovação de projetos, registro de estabelecimentos e rotulagem, processo

de aprovação dos produtos, as formulações, peculiaridades para tipo de

estabelecimento, aspectos higiênico-sanitários para elaboração dos produtos, dentre

outras informações; a determinação de normas complementares elaboradas pelo

executivo municipal; um protocolo geral, para controle de entrada e saída de

documentos oficiais e fichas cadastrais/documentos dos estabelecimentos; um plano

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de trabalho do sistema de inspeção constando ações e metodologias de trabalho;

programa de amostras para análises, como amostras de água, de produtos, para

análises físico-químicas e microbiológicas; e sistema de informações sendo, este,

um banco de dados, alimentado frequentemente pelos fiscais do SIM, com

cronogramas das análises realizadas, controle dos certificados sanitários, guias de

trânsito, cadastro de estabelecimentos, registro de infrações, etc. (PREZOTTO,

2013).

Além da criação e implantação do SIM, faz-se necessária uma estruturação

para o bom funcionamento deste serviço, como a disponibilização de recursos

humanos, equipe de inspeção com médicos veterinários oficiais e auxiliares de

inspeção capacitados; estrutura física, com disponibilização de veículos, sala de

trabalho, materiais de apoio; e laboratório, para viabilizar a análise de qualidade dos

produtos, podendo este ter um serviço terceirizado. Precisa-se, também,

disponibilizar capacitação/treinamento para equipe, tanto aos inspetores como para

seus auxiliares. E, a partir disso, o sistema de inspeção está apto para iniciar suas

atividades (PREZOTTO, 2013).

Segundo a Confederação Nacional de Municípios – CNM (2012), a maior

dificuldade enfrentada pelos sistemas de inspeção municipais para execução das

atividades de inspeção é o combate ao comércio clandestino de produtos; em

segundo, a falta de recursos é um fator bastante citado, pois não existe cobrança de

taxa pelos serviços prestados, além de 25% dos municípios cederem pessoal para o

Serviço de Inspeção Estadual e Federal. Além destes fatores, podemos citar ainda:

falta de implantação de um Sistema Integrado de Inspeção Sanitária, falta de

informações e orientações sobre o tema e desinteresse dos gestores municipais. Em

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pesquisa realizada pelo órgão, de 4.131 municípios, apenas 715 possuíam SIM

estruturado e com médico veterinário (MAPA, 2015).

3.4 SISTEMA BRASILEIRO DE INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

– SISBI/POA

O Sistema Brasileiro de Inspeção – SISBI - faz parte do Sistema Unificado

de Atenção a Sanidade Agropecuária – SUASA (DIPOA, 2016). O SUASA foi criado

em 1998, sendo regulamentado pela Lei 9.712, de 20 de novembro de 1998, lei esta

que altera os artigos 27, 28, e 29 da Lei 8.171, de 1991 – Lei da Defesa

Agropecuária - e tem como principais objetivos: a vigilância do trânsito interestadual

de plantas e animais; a coordenação das campanhas de controle e erradicação de

pragas e doenças; a manutenção das informações nosográficas; a coordenação de

ações epidemiológicas; e o controle da rede de diagnóstico e dos profissionais de

sanidade credenciados (MAPA, 1998).

O Sistema Unificado de Atenção a Sanidade Agropecuária é integrado por

quatro sistemas com a finalidade de inspecionar e fiscalizar os produtos de origem

animal, vegetal e os insumos agropecuários, sendo eles: Sistema Brasileiro de

Inspeção de Produtos de Origem Animal – SISBI/POA; Sistema Brasileiro de

Inspeção de Produtos de Origem Vegetal – SISBI/POV; Sistema Brasileiro de

Inspeção de Insumos Agrícolas – SISBI/IA; e Sistema Brasileiro de Inspeção de

Insumos Pecuários – SISBI/IP, sendo foco principal deste trabalho o primeiro deles

citado (MAPA, 2006; BRASIL, 2007).

O SISBI/POA foi criado no ano de 2006 pelo Decreto 5.741, de 31 de março

de 2006, decreto este que regulamenta o funcionamento do SUASA. Visa

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harmonizar e padronizar os procedimentos de inspeção e fiscalização dos produtos

de origem animal de todo o país. O MAPA, por intermédio do S.I.F., é o órgão

coordenador deste sistema (MAPA, 2006; MAPA, 2016).

A solicitação da adesão por meio dos sistemas de inspeção estaduais e

municipais ao SISBI/POA é voluntária e concedida pelo órgão coordenador do

mesmo, podendo ser ela individual ou através de consórcio dos municípios.

Atualmente, sete estados possuem o SISBI: Bahia, Espirito Santo, Goiás, Minas

Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, além de, dez

municípios: Alegrete - RS, Cascavel - PR, Erechim - RS, Glorinha - RS, Rosário do

Sul - RS, Santa Cruz do Sul - RS, Santana do Livramento - RS, São Pedro do Butiá -

RS, Miraguaí - RS, Marau e Uberlândia – MG e dois consórcios municipais: Consad

– São Miguel do Oeste - SC e Codevale – Anaurilândia – MS. Outros oito estados,

trinta municípios e quatro consórcios estão em processo de adesão (DIPOA, 2016;

MAPA, 2016).

O principal requisito para os estados e municípios conseguirem a chancela

SISBI/POA (figura 4), padronizada pela instrução normativa nº 2 de 12 de fevereiro

de 2009, é o reconhecimento de sua equivalência. Considera-se equivalência de

serviços de inspeção o estado no qual as medidas de inspeção higiênico-sanitária e

tecnológica aplicadas por diferentes serviços de inspeção permitem alcançar os

mesmos objetivos de inspeção, fiscalização, inocuidade e qualidade dos produtos,

não sendo necessariamente um conceito de igualdade (MAPA, 2009; PREZOTTO,

SILVA, 2008).

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FIGURA 4: CHANCELA SISBI/POA.

FONTE: MAPA, 2009.

Para a obtenção da equivalência, criou-se a Instrução Normativa nº 36 de 20

de julho de 2011, onde constam os requisitos mínimos para tal fim, sendo eles:

Infraestrutura administrativa; Inocuidade dos Produtos de Origem Animal; Qualidade

dos Produtos de Origem Animal; Prevenção e Combate à Fraude Econômica; e

Controle Ambiental. Na parte de infraestrutura administrativa serão avaliados os

recursos humanos, infraestrutura física, sistema de informação com banco de dados

sobre todo o serviço, e veículos oficiais em número e condições adequadas. Em

inocuidade dos produtos, a utilização de boas práticas de fabricação – BPF -,

condições higiênicas em que são produzidos, aspectos tecnológicos do produto e

atividades de inspeção sanitária. No quesito qualidade dos produtos, o seguimento

dos Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade – RTIQ – e a aprovação das

rotulagens. Em prevenção e combate à fraude serão avaliados os Programas de

Prevenção e Combate a Fraudes Econômicas dos Serviços de Inspeção. E, por fim,

no controle ambiental, será avaliado o atendimento da regularidade ambiental e da

autorização para construção dos estabelecimentos, de acordo com legislação dos

órgãos responsáveis (MAPA, 2006; MAPA, 2011).

Em síntese, para adesão do SISBI/POA, cinco devem ser os passos

seguidos: 1º O serviço proponente deve solicitar a adesão ao SISBI/POA junto com

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documentação necessária: organograma do órgão, legislação do SIM/SIE local,

relação dos estabelecimentos registrados, programação das atividades de inspeção,

programa de treinamento do pessoal, dados gerais do estado e município,

comprovação de infraestrutura e equipe; 2º Análise de documentação e emissão de

laudo pelo MAPA; 3º Auditagem no serviço proponente e estabelecimentos e

emissão de laudo indicando restrições ou aprovação; 4º O serviço proponente deve

informar ao MAPA sobre o atendimento das restrições, quando existentes; e 5º Caso

necessário, o MAPA deverá fazer nova auditagem e laudo final com aprovação,

além de publicação no Diário Oficial da União - D.O.U do registro no SISBI/POA

(MAPA, 2006).

Os serviços de inspeção que conseguirem esta adesão ao SISBI deverão

incluir em seu Programa de Trabalho ações efetivas visando ao combate de

obtenção e comércio de produtos clandestinos, onde estas ações fazem parte de um

subprojeto de cinco fases, todas voltadas tanto para os setores públicos como para

os setores privados: I – Sensibilização e orientações básicas: sensibilização de

prefeitos, governantes, secretários, orientações para aperfeiçoamento do SIM

quando necessário, sensibilização dos proprietário das agroindústrias, assinatura de

termo de compromisso; II – Apoio financeiro e institucional: levantamento de

necessidade de adequação estrutural e operacional das agroindústrias interessadas,

elaboração de projeto de adequação estrutural e operacional para obtenção de

recursos e realização de financiamentos para adequação das agroindústrias

interessadas; III – Organização e Preparo: Adequação das agroindústrias das

instalações e equipamentos necessários à produção dos alimentos de origem

animal, elaboração dos programas de autocontrole descritos e capacitação do

pessoal na execução das operações, como descrito nos programas de autocontrole;

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IV – Implantação - Implantação dos procedimentos operacionais descritos nos

programa de autocontrole e elaboração de registros comprovatórios dos controles a

serem validados pelo Serviço de Inspeção Municipal; e V – Verificação: Avaliação

técnica realizada nas agroindústrias, com amparo na legislação municipal

equivalente à federal para verificar a implantação dos procedimentos de

autocontrole. Em caso de avaliação adequada, adesão ao SISBI-POA com a

inclusão do estabelecimento no cadastro nacional (MAPA, 2013).

Com a adesão ao SISBI/POA qualquer produto de origem animal, mesmo

sendo fiscalizado por um órgão de inspeção municipal ou estadual, poderá ser

comercializado e consumido em todo o Brasil. As vantagens e importância deste

sistema afeta os três níveis de interesses: os consumidores, os municípios e as

pequenas agroindústrias familiares, podendo-se destacar a contribuição para oferta

de alimentos saudáveis aos consumidores, a possibilidade de maior inserção dos

produtos da agricultura familiar no mercado formal, seja ele local, regional ou

nacional, o fortalecimento dos municípios e de sua economia, abrindo espaço para

integração dos mesmos e incentivando o desenvolvimento local e a maior

integração entre os sistemas de inspeção federal, estadual e municipal, reduzindo o

comércio de produtos clandestinos (CRUZ, 2015).

Porém, como todo o desenvolvimento de novos sistemas, existem algumas

dificuldades sendo encontradas na implantação. O fato de a adesão ser voluntária, a

falta de estrutura administrativa e a falta de recursos específicos são os principais

problemas apontados pelo MAPA. Já pelos sistemas de inspeção, a falta de

Serviços de Inspeção Municipal instituídos, carência de recursos humanos e falta de

procedimentos pré-estabelecidos vêm sendo as principais dificuldades (MAPA,

2015).

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No Paraná, a equivalência SIP-POA/SISBI-POA ficou reconhecida pelo

Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA, através da Portaria nº

99, de 17 de março de 2010, e firmada pela Portaria nº 141, de 27 de junho de 2014,

da ADAPAR. Atualmente, o estado possui 479 estabelecimentos registrados com

sistema SIP-POA/SISBI-POA (MAPA, 2010; ADAPAR, 2014).

No estado, Cascavel é o único município com equivalência SIM-POA/SISBI-

POA, reconhecida pela Portaria nº 228, de 20 de dezembro de 2011, do MAPA, com

79 estabelecimentos registrados sob esta chancela (MAPA, 2011).

3.5 DECRETOS

No ano de 2015 foram criados três decretos que alteram as legislações

vigentes sobre inspeção. O primeiro deles é o Decreto nº 8.444, de 6 de maio de

2015, (BRASIL, 2015) que altera o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária

de Produtos de Origem Animal – RIISPOA – de 1952. Este decreto altera os itens 1,

2, 3, 4 5 e 6 do Art. 11 do RIISPOA, passando a ser obrigatório serviço de inspeção

federal permanente apenas nos estabelecimentos de carne e derivados que abatam

as diferentes espécies de açougue e de caça; nos demais estabelecimentos

descritos no Art. 130 do Decreto 5.471, de março de 2006, o serviço de inspeção

federal deverá estar instalado em caráter periódico. E, pelos itens 6 e 7, do Art. 102,

o comércio internacional de produtos de origem animal será possível apenas para os

estabelecimentos que funcionam sob inspeção federal (BRASIL, 2015).

O segundo é o Decreto nº 8.445, de 6 de maio de 2015, (BRASIL, 2015) que

altera o anexo ao Decreto nº 5.741, de 30 de março de 2006, que regulamenta os

Arts. 27-A, 28-A e 29-A da Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991, e organiza o

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Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária. As principais modificações

são a necessidade do reconhecimento da equivalência para realização do comércio

interestadual através das formas definidas pelos procedimentos de adesão aos

Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos de Origem Animal e Insumos

Agropecuários e decreta que os estados, municípios e estabelecimentos que

aderiram ao SISBI/POA deverão passar por auditorias técnico-administrativas,

periodicamente, realizadas pelos consultores do Ministérios da Agricultura, Pecuária

e Abastecimento, visando manutenção e aperfeiçoamento do sistema (BRASIL,

2015).

E o terceiro deles é o Decreto 8.471, de 22 de junho de 2015 (BRASIL,

2015), que altera o anexo ao Decreto nº 5.741, de 30 de março de 2006, que

regulamenta os Arts. 27-A, 28-A e 29-A da Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991, e

organiza o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, dispensando

registro, fiscalização e inspeção nos produtos de origem animal, utilizados no

preparo, manipulados ou armazenados visando consumo familiar. Além disso, define

o que são estabelecimentos agroindustriais de produtos de origem animal de

pequeno porte: os pertencentes de forma individual ou coletiva a agricultores

familiares ou produtores rurais; destinados exclusivamente ao processamento de

produtos de origem animal; providos de instalações para abate ou industrialização

de animais produtores de carne, processamento de pescados ou seus derivados,

processamento de leite ou derivados, processamento de ovos ou derivados ou

processamento de produtos das abelhas e seus derivados; e com área útil

construída não superior a duzentos e cinquenta metros quadrados (BRASIL, 2015).

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3.6 – SISTEMA DE INSPEÇÃO EM SUÍNOS

A inspeção de produtos de origem animal como um todo é regulamentada ou

regida pelo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem

Animal – RIISPOA, Lei 1.283, de 18 de dezembro de 1950, e aprovado pelo Decreto

nº 30.691, de 29 de março de 1952. Elaborado pelo Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento – MAPA junto ao Departamento de Inspeção de Produtos

de Origem Animal – DIPOA, ele estatui as normas que regulamentam, dentro do

território nacional, a inspeção industrial e sanitária dos produtos de origem animal

(BRASIL, 1952).

O referido regulamento ainda explica diversas terminologias e definições,

define classificação dos estabelecimentos de produtos de origem animal e o que

constitui cada um deles, como devem funcionar, dispõe sobre os registros e

relacionamentos destes locais, toda a parte higiênico-sanitária, seus direitos e

obrigações e sobre a inspeção industrial e sanitária, propriamente dita, de carne e

derivados, leite e derivados, mel e derivados, ovos e derivados e pescados e

derivados, seja esta inspeção ante ou post mortem, tratando das doenças sendo

elas zoonóticas ou não, e seus destinos para cada uma das espécies (RIISPOA,

1950).

Em suínos, a inspeção é regida pela Portaria nº 711, de 1º de novembro de

1995, do MAPA (BRASIL, 1995). Nela, seguindo o que cita no RIISPOA, estão

aprovadas as normas técnicas de instalações e equipamentos para abate e

industrialização de suínos (MAPA, 1995).

As normas técnicas de instalações e equipamentos ligadas ao abate e

industrialização de suínos variam de acordo com a inspeção ante mortem e post

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mortem, indo desde a recepção dos animais até a expedição das matérias primas e

tudo o que diz respeito às instalações e equipamentos no quesito higiênico, nas

operações de abate suíno (MAPA, 1995).

De acordo com o capítulo VI da Portaria 711, de 1995, (BRASIL, 1995) que

trata da “Higiene do Ambiente da Inspeção ante mortem, post mortem, instalações

frigoríficas e industrialização dos produtos”, pisos, paredes, maquinários em geral e

instrumentos de trabalho devem ser lavados com água tratada e com uso de

antissépticos e desinfetantes autorizados pelo DIPOA, assim como a desinfecção de

mãos e uniformes. As dependências internas e a área circundante do

estabelecimento devem ser cercadas com muro e/ou tela, livres de insetos,

roedores, cães e outros animais. Os esgotos gerais devem ser devidamente

canalizados e com tratamento adequado. A Inspeção Federal poderá determinar

raspagem, reforma, substituição ou pintura, quando julgar necessário, de paredes,

tetos, equipamentos, pisos, etc. (MAPA, 1995).

As pocilgas devem estar localizadas a, no mínimo 15, metros do corpo do

estabelecimento, em um sentido higiênico-sanitário, visando diminuir a

contaminação ambiental dos locais onde se elaboram produtos comestíveis. Devem

ser higienizadas sempre, devendo a desinfecção ser feita com substâncias ou

fórmulas autorizadas pelo DIPOA, além da utilização de água sob pressão, com

mangueiras apropriadas, para remoção de detritos. Na parte das pocilgas de

matança, a retirada de fezes e detritos deve ser realizada logo após a saída dos

animais, os bebedouros devem ser mantidos rigorosamente limpos e com água

trocada no mínimo a cada vez que se renovam os lotes. É proibida a matança de

suínos que não tenham permanecido no mínimo seis horas nestas pocilgas, em

descanso, jejum e dieta hídrica. Os animais podem permanecer no máximo 24 horas

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em descanso, caso tenham vindo de zonas distantes ou tenham efetivado viagem

acidentada. Caso os animais permaneçam mais de 24 horas no local de abate,

deverão ser dados água e alimento a eles (MAPA, 1995).

A lavagem dos veículos deverá ser feita com mangueiras, utilizando água

sob pressão e a desinfecção, através de pulverizadores mecânicos. Em casos onde

exista a verificação de doenças infecto-contagiosas, medidas mais rigorosas

deverão ser tomadas, como preconiza o MAPA (MAPA, 1995).

3.6.1 Sala de Matança e Anexos, Desossa, Salsicharia, Presuntaria e Demais

Seções para Industrialização de Produtos

Em relação a esses setores, piso e paredes devem estar limpos desde o

início dos trabalhos e, durante o processo, a limpeza deve ser mantida com água

abundante, apenas tomando-se cuidado para não haver respingos sobre as carnes,

miúdos, produtos e equipamentos. Após o término das atividades, piso, ralos e

canaletas devem ser submetidos a lavagem com água quente sob pressão. É

obrigatória a desinfecção semanal dos mesmos (BORSOI, 2016).

O teto deve ser mantido isento de teias de aranha e sujidades de qualquer

natureza, recomendando-se higienização periódica. Com relação aos equipamentos,

a lavagem deve ser com água quente e fria, também sob pressão, devendo usar-se

sabões ou detergentes e soluções bactericidas, com excelente processo de enxague

após (BORSOI, 2016).

As mesas de inspeção são os locais mais contaminados, seja por algum

extravasamento gastrointestinal, seja pelas peças acometidas por processos

patológicos. É obrigatório o uso de um dispositivo próprio com água fria e quente

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(85ºC) instalado ao final do percurso de retorno das bandejas rolantes. Os

esterilizadores devem ser utilizados sempre que os utensílios tenham sido

contaminados, inclusive quando caírem no piso. A imersão não deve ser inferior a 3

minutos e a temperatura deve estar em 82,2ºC ou acima. Os lavatórios devem estar

sempre limpos e munidos de sabão líquido incolor e papel toalha, este, não podendo

ser de material reciclável, e de cestas de lixo com tampa movida por pedal. As

serras, chutes, plataformas, tanque de escaldagem e depiladeira devem ser limpos

no mínimo uma vez ao dia. Túneis de congelamento e câmaras de estocagem

devem ser higienizados e desinfectados pelo menos uma vez no ano (BORSOI,

2016).

3.6.2 Fluxograma de Abate de Suínos

Inicialmente, deve-se fazer uma verificação da documentação sanitária

destes animais. Além disso, faz-se também inspeção ante mortem e respeita-se um

período de descanso, jejum e dieta hídrica de, no mínimo, seis horas e, no máximo,

24 horas, dependendo da distância percorrida durante transporte. Este jejum e dieta

hídrica têm por objetivo o esvaziamento do trato gastrointestinal, visando diminuir

possíveis contaminações da carcaça durante o processo de evisceração

(SOBESTIANSKY, MATOS, SOUZA, 2001).

Os animais são conduzidos ao abate através de um corredor, passando por

chuveiros para banho de aspersão por 3 minutos a 1,5 ATM de pressão. Esse

processo tem por finalidade remover as sujidades superficiais, acalmar os animais,

fazer vaso constrição periférica e aumentar a eficiência da insensibilização (MAPA,

1995).

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Na insensibilização, o aparelho de choque deve ser posicionado na porção

posterior da cabeça, aplicando-se por um período de 3 a 6 segundos, em voltagem

entre 80 e 110 V e 2,5 Ampères. Realiza-se esse posicionamento para minimizar o

estresse do abate, promover uma matança humanitária e conseguir carnes de

melhor qualidade e maior rendimento, pois gera menos perda de água e

consequentemente menor perda de peso (MAPA, 1995).

No processo de sangria, os cortes devem ser realizados nos grandes vasos

do pescoço e o animal deverá permanecer pendurado por 3 minutos para completa

remoção do sangue. Deve também, passar por um novo banho de aspersão (3 ATM)

após o processo. Depois da passagem por estes chuveiros, os animais seguem para

o processo de escaldagem, que ocorre a temperatura entre 62ºC e 65ºC, por 2,5 a 5

minutos, visando facilitar a próxima etapa de remoção das cerdas. Saindo da

escalda, os animais irão passar por uma depiladeira e seguir para o

chamuscamento, que irá queimar as penugens e pelos que sobrarem do processo

de depilação (MAPA, 1995).

Seguindo a linha, os animais entrarão na zona limpa do abate, no processo

de evisceração e inspeção, que deve ocorrer no máximo 30 minutos após a sangria.

Deve-se, também, fazer a oclusão do reto. A abertura do animal para a evisceração

deve ser feita com corte ventral, das cavidades abdominal e torácica. A faca deve

ser provida de protetor para minimizar rupturas em vísceras (MAPA, 1995).

Após a retirada das vísceras, a carcaça segue para o processo de serragem,

por serra elétrica, obtendo-se duas meias carcaças. É realizado o toalete para

retirada de gorduras em excesso, medula, restos de traqueia, etc.. A cauda pode ou

não ser retirada; a cabeça pode ser retirada antes ou após a entrada da carcaça na

câmara fria (MAPA, 1995).

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No processo de frio, as carcaças devem se encontrar à temperatura próxima

a 0ºC, para que atinjam a temperatura de 7ºC, ou menos, nas massas musculares

mais densas (MAPA, 1995).

Em relação às tubulações do estabelecimento em geral, ficam estipuladas as

seguintes cores: vermelho – incêndio; cinza – esgoto; verde – água potável; branco

– água hiperclorada; amarelo – amônia; cor de alumínio – vapor (MAPA, 1995).

3.6.3 Inspeção Post Mortem

A inspeção post mortem é realizada em todos os suínos abatidos através de

exame macroscópico dos órgãos sendo dividida em linhas de A a F, onde, em cada

uma delas, um determinado órgão é inspecionado ou carcaça (MAPA, 1995).

Na Linha A, inspecionam-se cabeça e papada, fazendo a secção dos

linfonodos existentes e da bochecha para pesquisa de cisticercos (Cisticercose). A

linha B corresponde ao intestino, onde são incisados os linfonodos mesentéricos. A

linha C verifica fígado e língua. Na linha D são inspecionados coração e pulmão. Na

linha E, a carcaça como um todo, e na última delas, linha F, verificam-se os rins.

Obrigatoriamente devem ser incisados os seguintes linfonodos nas linhas de

inspeção: apical, brônquicos, cervicais, gástricos, mesentéricos, inguinais

superficiais ou retromamários, mandibulares, parotidianos e retrofaríngeos. Por fim,

a carcaça passará por inspeção no “Departamento de Inspeção Final” (MAPA,

1995).

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3.6.4 Doenças em Suínos

No RIISPOA, título VII, secção III: Suínos (BRASIL, 1950), citam-se as

principais doenças que acometem suínos e qual ou quais destinos devem ser dados

às carcaças e seus órgãos.

1- Afecções de pele: os suínos acometidos por urticaria, Demodex

folliculorum, eritema e esclerodermia poderão ser aproveitados para

consumo depois de retiradas e condenadas as partes afetadas, desde

que a musculatura se apresente normal (SOBESTIANSKY, MATOS,

SOUZA, 2001).

2- Cisticercose: de acordo com os Arts. 176, 204 e 206, em casos de

infecção intensa por Cysticercus cellulosae será permitido apenas o

aproveitamento dos tecidos adiposos para o fabrico de banha; as demais

partes devem ser descartadas (condenação total). Em casos de infecção

discreta, devem-se rejeitar as partes afetadas e as demais deverão ir para

tratamento pelo frio, calor ou salga, sendo o congelamento o mais

empregado de todos (RIISPOA, 1950).

- Em casos de lesões discretas e calcificadas em vísceras e/ou carcaças,

estas podem ser liberadas, removendo-se as partes e órgãos atingidos

para graxaria.

- Lesões discretas, com cistos vivos em vísceras e/ou carcaças - poderá

ocorrer liberação das carcaças para consumo após congelamento a -10ºC

por 10 dias, sendo vísceras com predileção de lesões condenadas e

mandadas para graxaria e o restante liberado.

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- Lesões mais intensas, com presença de dois ou três cistos por área

correspondente à palma da mão, em carcaças e vísceras poderão ser

aproveitadas as carcaças, através de aproveitamento condicional para

embutidos cozidos, conservas e banha. As vísceras deverão ser

condenadas, junto com as partes acometidas, e enviadas para graxaria.

- Em caso de lesões extensas, onde a carcaça é comprometida, deverá

realizar-se condenação total de carcaça e vísceras, podendo-se apenas

aproveitar o tecido adiposo para fabrico de banha (RIISPOA, 1950).

3 – Estefanurose: de acordo com o Art. 208, as lesões de gordura peri-renal

provocadas por Stephanurus dentatus implicam a eliminação das partes

alteradas, devendo-se, sempre que possível, conservar os rins aderentes

à carcaça. A hidronefrose pode ser uma consequência da infestação pelo

parasito, devendo-se, neste caso, segundo o Art. 189, condenar os rins

lesados (RIISPOA, 1950).

4 – Icterícia: seguindo o Art. 210, todas as carcaças que apresentarem

coloração amarelo intenso ou amarelo-esverdeado deverão ser

condenadas (RIISPOA, 1950).

5 – Adipoxantose: atinge apenas tecido adiposo, confirmada por exame em

outros locais como túnica interna dos vasos, aponeuroses, mucosa

traqueal, superfície de corte dos ossos, etc., excluindo as carcaças que

apresentarem alteração tecidual (aspecto gelatinoso, etc.). Todas as

carcaças que estiverem com essa suspeita devem ser colocadas em

câmara de resfriamento para observação por 24 horas, possibilitando

diagnóstico diferencial de icterícia (RIISPOA, 1950).

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6 – Peste Suína: Art. 211 “Serão condenadas todas as carcaças de suínos

atingidas por peste suína.”. Quando rins e gânglios linfáticos

apresentarem lesões duvidosas, ou existirem lesões discretas e o animal

estiver caquético ou com foco de supuração, a condenação deve ser total.

Quando as lesões forem discretas e circunscritas a um órgão ou tecido,

inclusive rins e gânglios linfáticos, a carcaça será destinada à

esterilização pelo calor, depois de removidas e condenadas as partes

atingidas (RIISPOA, 1950).

7 – Lesões em geral: Lesões como congestão, infartos, degeneração

gordurosa, dentre outras, quando não ligadas a processos patológicos,

geram apenas descarte dos órgãos ou partes afetadas (SOBESTIANSKY,

MATOS, SOUZA, 2001).

8 – Erisipela: É causada pela bactéria Erysipelothrix rhusiopathiae. Se

identificada já na chegada dos animais, o inspetor responsável pelo

recebimento dos mesmos deve efetuar abate no matadouro sanitário,

evitando a contaminação dos equipamentos. Carcaças infectadas são

destinadas ao DIF, visando esterilização pelo calor (SOBESTIANSKY,

MATOS, SOUZA, 2001).

9 – Pleuropneumonia: Causada pelo Actinobacillus pleuropneumoniae

(Haemophilus pleuropneumoniae). As lesões assemelham-se às de

pneumonia fibrinopurulenta acompanhadas de necrose e hemorragias

extensas. As carcaças de animais doentes, cujo consumo possa ser

causa de toxinfecções alimentares, devem ser condenadas, com

aproveitamento condicional através da esterilização pelo calor

(SOBESTIANSKY, MATOS, SOUZA, 2001).

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10 – Caquexia: Caracterizada por animal no abate em estado de extrema

magreza. Deve-se separar a carcaça e as vísceras enviando-as para o

DIF e, seguindo o Art. 168 do RIISPOA, devem ir para condenação total

(graxaria) (RIISPOA, 1950).

11 – Contaminação externa da carcaça e contaminação de vísceras: Nestes

casos, retira-se a parte afetada e condenam-se os órgãos contaminados

(RIISPOA, 1950).

12 – Criptorquidia: Deve-se separar a carcaça para o DIF, enviando-a para

câmara de resfriamento por 24 horas, a fim de ser retirada uma amostra

de gordura perianal para teste de cozimento e fritura. Se o teste der

positivo, deixa-se a carcaça mais 24 horas em resfriamento e repete-se o

mesmo. Se persistir o cheiro, condena-se totalmente a carcaça (RIISPOA,

1950).

13 – Adenite: Quando as lesões forem inespecíficas, discretas e

circunscritas a gânglios e órgão, deve-se remover e condenar as áreas e

órgãos atingidos; vísceras não atingidas podem ser liberadas. Em casos

de lesões inespecíficas, moderadas e de caráter regional em linfonodos e

órgãos, sem comprometimento do estado geral da carcaça, removem-se

as partes afetadas, e manda-se a carcaça para aproveitamento

condicional como embutidos cozidos. Nos casos em que as lesões

inespecíficas forem mais acentuadas, atingindo linfonodos e órgãos de

forma generalizada, com ou sem comprometimento no estado geral da

carcaça, manda-se para aproveitamento condicional, para conserva ou

banha, condenando-se as vísceras. E, por fim, em casos de lesões

extensas, atingindo linfonodos e órgãos em diferentes regiões,

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comprometendo a carcaça, faz-se a condenação total, mandando tudo

para graxaria (RIISPOA, 1950).

14 – Fratura: Nesse caso, seguindo o Art. 177 do RIISPOA, a carcaça é

separada e enviada ao DIF para remoção da parte afetada (RIISPOA,

1950).

15 – Neoplasia: Separam-se carcaça e vísceras para o DIF. Lá são feitos

cortes em alguns nódulos de consistência firme, com aspecto de células

tumorais e verifica-se a ausência de formação semelhante em outros

órgãos ou carcaça. O destino é a condenação das partes e órgãos

afetados, o restante segue para liberação (Art. 197 RIISPOA, 1950).

16 – Peritonite: Quando apresentar apenas um foco, retira-se a parte afetada

e libera-se a carcaça. Em casos de peritonite fibrino-hemorrágica ou

purulenta, a carcaça é destinada ao aproveitamento condicional através

de esterilização pelo calor (RIISPOA, 1950).

17 – Abscessos: Em casos de abscessos múltiplos não profundos, na parte

externa da carcaça e sem comprometimento da mesma ou dos

linfonodos, retiram-se as partes lesadas, evitando contaminar a carcaça e

manda-se para aproveitamento condicional – embutidos cozidos - tanto

órgãos quanto carcaça. Em casos de abscessos circunscritos ou múltiplos

em apenas um órgão, com repercussão nos linfonodos ou estado geral da

carcaça, o destino é o aproveitamento condicional para conserva ou

banha, destinando-se as partes lesadas e os órgãos para graxaria.

Quando ocorrem múltiplos abscessos em vários órgãos e/ou partes,

independente de repercutir no estado geral ou não da carcaça, o destino

será a condenação total (RIISPOA, 1950).

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18 – Artrite: Carcaças acometidas por artrite são separadas e enviadas ao

DIF. Em casos de lesão única e sem comprometimento do estado geral,

ocorre liberação da carcaça. Em caso de poliartrite, independente do

estado geral da carcaça, esta deve ir para esterilização pelo calor, de

acordo com o Art. 116 do RIISPOA (RIISPOA, 1950).

19 – Melanose Pulmonar: As carcaças e vísceras são separadas e enviadas

ao DIF. Como a melanina é um pigmento que em estado normal é

encontrado apenas na pele, considera-se metástase a presença dele em

outros locais. Sendo assim, por tratar-se de uma neoplasia (melanoma ou

melanose maligna), as caraças são destinadas à condenação total

(graxaria) (Art. 197 RIISPOA,1950).

20 – Pneumonia Enzoótica: Causada pelo Mycoplasma hyopneumoniae. O

pulmão irá se apresentar com áreas bem consolidadas, de coloração

avermelhada e com tecido espessado, semelhante ao fígado. O

procedimento é condenar o pulmão na linha de inspeção. Em casos de

pneumonia enzoótica complicada, o pulmão irá apresentar em sua

extremidade uma área vermelha escura e espessada, além de inflamação

purulenta, com pontos amarelados no pulmão e outros órgãos. O

procedimento nesses casos é desviar a carcaça e os órgãos para o DIF e

este as destinará para esterilização pelo calor, como cita o Art. 174 do

RIISPOA (SOBESTIANSKY, MATOS, SOUZA, 2001).

21 – Rinite Atrófica: É causada por duas bactérias em conjunto, Bordetella

bronchiseptica e Pasteurella multocida D, ocorrendo destruição dos

cornetos nasais pela inflamação chamada de rinite atrófica. Nesses

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casos, a cabeça deve ser condenada na linha de inspeção

(SOBESTIANSKY, MATOS, SOUZA, 2001).

22 – Brucelose: Nos casos de sorologia positiva, em que as lesões forem

discretas no baço ou em outros órgãos sem comprometimento de

linfonodos e do estado geral da carcaça, deve-se retirar as partes

atingidas, condenando-as junto com todos os órgãos. O restante da

carcaça irá para aproveitamento condicional como conserva ou banha.

Em casos de lesões mais extensas, atingindo órgãos, articulações, ossos

e rede linfática, com comprometimento do estado geral e dos linfonodos,

o destino será a condenação total enviando tudo pra graxaria (RIISPOA,

1950).

23 – Tuberculose: Lesões discretas, localizadas, calcificadas e de aspecto

resolvido - remoção das partes atingidas, liberação da carcaça e

condenação dos órgãos. Em casos de animais testados reagentes

positivos sem lesões graves, com lesões discretas, calcificadas ou

encapsuladas, limitadas a órgãos e linfonodos, sem evidência de invasão

recente do agente, retiram-se as regiões drenadas pelos gânglios

mandando-as pra graxaria, o restante da carcaça segue para

aproveitamento condicional como conserva ou banha. Havendo lesões

múltiplas, graves e ativas, que demonstrarem generalização do processo

na rede de linfonodos e no estado geral da carcaça, condenação total de

órgãos e vísceras, enviando-os para graxaria (RIISPOA, 1950).

24 – Evisceração Retardada: Quando a carcaça permanecer entre 30 e 45

minutos sem evisceração, libera-se a carcaça e vísceras, com exceção do

esôfago e sistema gastrointestinal. Se as carcaças permanecerem entre

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45 e 60 sem eviscerar, ocorrerá condenação das vísceras e

aproveitamento da carcaça para embutidos cozidos, desde que não haja

comprometimento das características organolépticas. Quando a carcaça

permanecer mais de 60 minutos sem evisceração, a condenação será

total (RIISPOA, 1950).

Segundo Borsoi (2016), as principais causas de condenações em suínos

são: Erisipela, pleuropneumonia, caquexia, contaminação, contusão,

criptorquidismo, fratura, icterícia, neoplasia, peritonite, abscessos, sarcosporidiose,

morte na pocilga, morte em viagem e adenite.

3.6.5 Critérios de Julgamento e Destino das Carcaças Condenadas pelo DIF

Seguindo os critérios de julgamento, as carcaças podem ser liberadas para

consumo, condenação parcial, com retirada dos órgãos e partes afetadas,

condenação parcial com aproveitamento condicional ou condenação total. Os

destinos dados a elas pelo DIF podem ser liberação para consumo “in natura”,

porém, devendo receber o carimbo de NE - não exportável – e, aproveitamento

condicional para salga, embutidos cozidos/salsicharia, conserva, banha,

esterilização pelo calor e tratamento pelo frio (RIISPOA, 1950).

As carcaças que tiverem como julgamento do DIF o aproveitamento

condicional deverão ser colocadas em uma câmara fria separada das carcaças para

consumo “in natura”. Esta câmara fria recebe o nome de “câmara de sequestro”,

sendo de uso exclusivo dos fiscais do sistema de inspeção, devendo, inclusive, ficar

trancada e com chave em posse dos mesmos. Sempre que necessária a

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movimentação nessa câmara, deverá ser feita sob supervisão do(s) fiscal(is) do

ministério (RIISPOA, 1950).

As carcaças destinadas à conserva irão receber carimbos de modelo 10 no

lombo, coxão, ponta de agulha e paleta. Serão feitos ainda cortes longitudinais em

toda extensão do lombo, musculatura interna dos membros anteriores e posteriores,

além de um C na região das costelas/barriga. Em geral, são carnes que não podem

ser consumidas in natura e vão para esterilização pelo calor, ocorrendo, após isso, a

produção de carnes enlatadas. Entende-se como conservas em geral massas

musculares, despojadas de gorduras, aponeuroses, vasos, gânglios, tendões e

ossos. Só podem ser adicionados às conservas sal (cloreto de sódio), açúcar

(sacarose), dextrose (açúcar de milho), vinagre de vinho, condimentos puros de

origem vegetal (alho, aniz, canela, cebola, coentro, cravo, gengibre, louro,

manjerona, pimentas, etc.), nitratos e nitrito de sódio, nitrito de potássio e salitre.

Conservas destinadas a comércio internacional poderão ter adição de

conservadores e corantes. Entende-se por "Conserva enlatada" todo produto em que

a matéria-prima foi ou não curada, condimentada, embalada em recipiente metálico

hermeticamente fechado, submetido a vácuo direto ou indireto e afinal

convenientemente esterilizado pelo calor úmido e imediatamente esfriado,

respeitada a peculiaridade do produto (RIISPOA, 1950).

Para carcaças destinadas à salsicharia, o carimbo utilizado será de modelo

12, escrito “salsicharia”, com os mesmos cortes das carcaças destinadas à

conserva. São também conhecidos como “embutidos cozidos” e, nesse caso,

recebem corte com a letra “E”. A sala de produção de salsicharia ou de produtos

destinados a embutidos cozidos deve possuir climatização, com temperatura de, no

máximo, 16ºC. Quando ocorrer a produção de embutidos cozidos das carcaças

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destinadas à salsicharia, poderá, no máximo, ocorrer adição de 10% de água/gelo.

No caso de produzirem-se embutidos com óleo, a temperatura não deve ser inferior

a 72ºC, por um tempo de 30 minutos (RIISPOA, 1950).

Quando a carcaça for para salga, receberá carimbo modelo 11, escrito

“salga”. As carcaças destinadas para este fim devem ser marcadas com um “S” pelo

DIF. Entende-se por "salgados" produtos preparados com carnes ou órgãos

comestíveis, tratados pelo sal (cloreto de sódio) ou misturas de sal, açúcar, nitratos,

nitritos e condimentos, como agentes de conservação e caracterização

organolépticas. O processo de salga irá acontecer na câmara de salga, que deve

estar sempre em temperatura entre 5º e 10ºC; as paredes devem ser azulejadas,

com no mínimo dois metros de altura, os equipamentos utilizados devem ser todos

de aço inoxidável (RIISPOA, 1950).

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4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Foram desenvolvidas diversas atividades englobando as áreas de inspeção

de produtos de origem animal, extensão rural e inseminação artificial. A partir disso,

dividiram-se em três principais setores as atividades desenvolvidas:

acompanhamento de abate em suínos, implantação do sistema de inspeção

municipal e atividades em conjunto com a vigilância sanitária.

4.1 ACOMPANHAMENTO DE ABATE DE SUÍNOS

Junto ao abate de suínos foi possível acompanhar as atividades de inspeção

em dois frigoríficos, um com sistema de inspeção estadual e outro com sistema de

inspeção federal. No frigorífico com sistema de inspeção federal, acompanharam-se

também as atividades da responsável técnica e do setor de controle de qualidade.

Na área ligada à inspeção dos suínos, acompanhou-se o exame ante

mortem e post mortem. O exame ante mortem era realizado desde a chegada dos

animais, até a entrada na linha de abate propriamente dita. Os animais chegavam

em caminhões isotérmicos, que eram lavados por chuveiros de aspersão e, depois,

os animais eram descarregados e encaminhados às pocilgas. Durante o processo

de descarga e encaminhamento às pocilgas, era observada a presença de

emergências mediatas e imediatas. As principais casuísticas ligadas às emergências

mediatas eram os prolapsos retais e as hérnias. Já a principal emergência imediata

observada era a existência de fraturas. Os animais deveriam permanecer no mínimo

6 horas nestas pocilgas, em jejum hídrico, alimentar e para descanso, no máximo

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por 24 horas. Nos dias e lotes em que este tempo era ultrapassado, forneciam-se

alimento e água normalmente.

Após passarem pelas pocilgas e pelo período de descanso/jejum, os animais

eram conduzidos para as pocilgas de matança. Nelas, eram lavados com chuveiro

de aspersão com o objetivo de diminuir as sujidades, fazer vasoconstrição periférica

e ajudar a acalma-los e, depois, seguiam para a insensibilização.

O processo de insensibilização dos animais era realizado através de choque

transcranial, com o aparelho colocado na região da cabeça logo atrás das orelhas.

Em seguida, caíam na mesa de sangria, onde o sangrador realizava o corte dos

grandes vasos do pescoço e, a partir daí, os animais eram pendurados durante 3

minutos para que ocorresse a saída completa do sangue.

Seguiam então para uma lavagem em chuveiros de aspersão e entravam no

processo de escaldagem. A escalda era automática e programada para que os

animais passassem por ela em um período não superior a 5 minutos. Era mantida

em uma temperatura entre 60ºC e 62ºC, algo acordado com os fiscais do SIF, pois,

pelo tamanho do equipamento, em temperaturas maiores que essa, os animais

sofriam um processo de “escaldagem excessiva”. Além disso, era colocada cal na

água, pois esta ajudava no processo seguinte de depilação, abrindo os poros e

amolecendo os pelos para retirada.

Realizava-se a depilação com uma depiladeira mecânica e seguiam os

animais para um primeiro toalete, onde eram retirados os cascos e feita limpeza das

orelhas; passavam então por um retoque na depilação, este com água, e seguiam

para o processo de pelagem. Era possível realizar a pelagem de dois animais ao

mesmo tempo. Iam então para um segundo toalete, onde era retirado o restante dos

pelos, feita a lavagem das carcaças e retirada dos pontos pretos provenientes da

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pelagem. Por fim, antes de entrarem na área limpa do abate, eram retiradas as

cartilagens auriculares e cortadas as pálpebras.

Entravam então na área limpa do abate. A primeira ação realizada neste

local era abertura cavidade abdominal e torácica, sempre feita com facas que

possuíam protetores, visando não romper nenhuma víscera e contaminar a carcaça.

Em seguida realizava-se a oclusão mecânica do reto e amarração do mesmo para

evitar o risco de extravasar do conteúdo intestinal.

Os animais eram numerados em suas patas contendo número de sequência

na linha de abate e número do lote, e iam para a linha de inspeção de órgãos. A

primeira linha de inspeção post mortem era a linha A responsável pela inspeção de

cabeça, havendo sempre um encarregado do SIF para realizar os cortes da

bochecha/papada e da musculatura do masseter visando à pesquisa de cisticercos,

além do corte dos linfonodos.

Seguiam então para a retirada dos órgãos, os quais eram encaminhados

para as suas respectivas linhas de inspeção: B – intestinos; C – língua e fígado; D –

coração e pulmões; F – rins. Foi possível acompanhar todos os cortes realizados em

cada um dos órgãos, em especial o corte dos linfonodos mesentéricos, abertura de

coração, inspeção do pulmão, do fígado e dos rins. Os principais problemas vistos

foram a presença de pneumonia enzoótica, com pulmões de aspecto avermelhado

escuro, pulmões e coração com aspecto de aderidos à carcaça devido à

complicação desta pneumonia, cistos renais e contaminação biliar.

As carcaças, após a retirada dos órgãos, seguiam para a serragem,

obtendo-se duas meias carcaças, retirada da cabeça, inspeção por um dos

encarregados do SIF e um toalete final para retirada de gorduras em excesso, rabo

e medula. Seguiam, então, para uma última vistoria do SIF e passagem pelo PCC 2,

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responsável pela observação da presença de contaminação gástrica, após isso,

recebiam carimbo de inspecionadas, e seguiam para pesagem, câmara de choque

térmico, onde deveriam ficar por 20 minutos a – 35ºC e câmaras frias, até o dia

seguinte, quando seria realizado o processo de desossa.

As carcaças que apresentassem algum tipo de problema, contaminação ou

anomalia grave identificada em seus órgãos, eram desviadas para o DIF (figura 16).

O que mais foi observado foram a presença de abscessos, hérnias, linfadenites e

adenites, poliartrites, contaminações, tanto biliar como fecal/gástrica, e aderência de

órgãos. Para cada caso, tomava-se uma medida: em casos de linfadenites,

poliartrite e abscessos, ocorria condenação total da carcaça; em casos de

contaminações e adenites, as partes atingidas eram retiradas e, em casos de

aderência e pneumonia enzoótica, retirava-se pleura, cabeça e as costelas.

Junto ao setor de responsabilidade técnica, além do acompanhamento de

toda a linha de abate, também realizado com o SIF, foi possível verificar-se a usina

de tratamento de água do local, todo o processo de desossa, expedição, limpeza e

empacotamento de vísceras.

As vísceras provenientes dos abates eram enviadas cada uma para uma

sala, onde havia funcionários responsáveis pela limpeza e separação de acordo com

a qualidade das mesmas. De acordo com o local que iria comprá-las, eram

empacotadas em salas apropriadas e destinadas às câmaras frias e de resfriamento.

No processo de desossa, foi possível acompanhar todos os cortes

realizados pelo frigorífico e estes variavam de acordo com o comprador. Viu-se

também a atuação do SIF e do controle de qualidade no processo, onde, em geral,

verificavam se estavam sendo trocados os utensílios, se estava acontecendo algum

tipo de contaminação (ambiental/humana) e se surgia algum problema ligado a

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alguma patologia. O setor de controle de qualidade, em especial, fazia também a

seleção das peças e couro que estavam aptos para serem comercializados,

variando de acordo com a qualidade e verificavam se estavam no padrão que o

comprador exigia.

Já no processo de expedição, observou-se o carregamento de carcaças, que

devem sempre estar protegidas com um papel transparente sobre cada; de palets

com cortes especiais para cada comprador, tanto refrigerados como congelados; e

de órgãos embalados, variando de acordo com o mercado que seriam destinados.

Por fim, no setor de controle de qualidade, além da observação de todas as

atividades do frigorífico, foi possível perceber que são responsáveis pela aplicação e

verificação do cumprimento dos APPCC’s, PPHO’s e PAC’s. Acompanhou-se

também a colheita de material para envio para realização de exames laboratoriais

microbiológicos. O teste acompanhado em especifico decorreu a partir da marcação

de um animal com um corte na orelha, após este já estar na linha de abate, e

passagem de esponja em três diferentes regiões dele. Os locais escolhidos para

realização do teste foram: após passagem do animal pelo processo de escaldagem,

pela depiladeira e pelo processo pelagem.

4.2 IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE INSPEÇÃO MUNICIPAL

Diversas foram as atividades realizadas ligadas ao sistema de inspeção

municipal, como a confecção/correção de um novo regulamento que será implantado

na cidade, vistorias nas agroindústrias que possuíam chancela SIM/POA,

elaboração e preenchimento de documentos oficiais, dentre outros.

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Na confecção e elaboração de um novo regulamento para o sistema de

inspeção municipal, foi utilizado como base o regulamento de inspeção municipal de

Cascavel, município que já possui chancela SIM/POA-SISBI/POA, objetivo do

município de Laranjeiras do Sul. A partir dele, as correções e adequações

necessárias à realidade do município foram feitas. Nele, constava como deviam ser

as agroindústrias que pretendiam ingressar no sistema de inspeção municipal e as já

cadastradas nele, desde a estrutura física externa: a distância que deveriam estar de

casas, e como deveria ser em relação à criação de múltiplas espécies animais;

estrutura física interna: coloração das paredes, chão, mesas e materiais que

deveriam ser utilizados, além de, presença de barreiras sanitárias; todas as

documentações necessárias para que o estabelecimento pudesse funcionar dentro

da legalidade; quais estabelecimentos necessitavam de um responsável técnico

veterinário e quais estavam sujeitos à fiscalização do SIM/POA; rotulagem dos

produtos que seriam submetidos à venda e como deveria ser a chancela presente

neles, e manipulação da matéria prima dentro das indústrias, dentre outros.

Diante da elaboração e correção de um novo regulamento de inspeção

municipal, necessitou-se a leitura de diversos materiais de auxílio, como o

Regulamento da Inspeção Sanitária e Industrial dos Produtos de Origem Animal do

Município de Cascavel, para entendimento de como poderia ser escrito o novo

regulamento, visto que este foi o modelo utilizado como base. O regulamento de

inspeção de produtos de origem animal de Cascavel foi elaborado pela Secretaria de

Agricultura da cidade – SEAGRI, no ano de 2006. Manuais elaborados, no ano de

2004, pela Secretaria de Agricultura de Cascavel – SEAGRI onde constavam

normas técnicas ligadas ao regulamento de inspeção implantado na cidade a

respeito de mel, ovos, lácteos e carne e derivados. Nestes manuais, constavam

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diversas informações referentes ao tamanho estrutural do negócio de acordo com a

capacidade de produção que o proprietário desejava atingir, distância de casas e de

locais com criação de outras espécies animais, como deveria ser a estrutura física

interna e externa do local (planta baixa e alta), discorria a respeito de tratamento da

água que seria utilizada na indústria e controle de pragas, dentre outras

informações. Leitura do Manual de Responsabilidade Técnica e Legislação 2ª edição

produzido pelo CRMV do estado de São Paulo no ano de 2012, compatível com o

Manual de Responsabilidade Técnica do Paraná, elaborado no ano de 2014. O foco

foi a leitura do Capítulo I que citava as obrigações de um responsável técnico (RT) e

informações gerais, e o Capítulo III, que tratava das Resoluções, em especial da

Resolução do CFMV Nº 619, de 14/12/1994, que especificava o campo de atividades

do zootecnista.

Quanto às vistoriais, estas eram realizadas nas agroindústrias cadastradas

no sistema de inspeção municipal, com o objetivo de verificar irregularidades

existentes em relação à estrutura física interna e externa, presença de não

conformidades quanto ao armazenamento das matérias primas e observação da

confecção e armazenamento dos produtos finais produzidos através delas, além do

preenchimento de checklists oficiais a respeito das “boas práticas de fabricação em

estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos” que tratavam da

pintura do local, chão, água, matéria prima, presença de produtos contaminantes,

dentre outros. As principais irregularidades encontradas estavam ligadas a presença

de produtos e objetos que não tinham utilidade no local, além de armazenamento

incorreto da matéria prima e do produto final, colocados em um mesmo ambiente,

gerando contaminação cruzada.

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Ainda durante o estágio, a confecção e o preenchimento de diversos

documentos oficiais ligados às agroindústrias cadastradas SIM/POA foram

realizados, como:

- Requerimentos para Renovação de Produtos de Origem Animal: quando o

produtor queria renovar ou alterar as etiquetas dos produtos já existentes e

fabricados em sua agroindústria;

- Requerimentos para Registro de Estabelecimentos: quando algum produtor

ou empresário desejava ingressar no Sistema de Inspeção Municipal, conforme

Modelo I abaixo;

MODELO I – REQUERIMENTO PARA REGISTRO DE ESTABELECIMENTO.

SEAMA Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente

REQUERIMENTO PARA REGISTRO DE ESTABELECIMENTO

Eu, ... , RG: ..., CPF: ..., representante legal, proprietário e responsável pela

empresa/estabelecimento ..., CNPJ nº..., situado à Rua ..., telefone ..., em

Laranjeiras do Sul – PR, solicito REGISTRO da empresa ... junto ao Serviço de

Inspeção Municipal para Produtos de Origem Animal, SIM/POA, da Secretaria

Municipal de Agricultura de Laranjeiras do Sul.

Declaro que este pedido contém informações exatas e aceito as normas

adotadas pelo Serviço de Inspeção do município de Laranjeiras do Sul – PR

(SIM/POA), bem como, atender as exigências técnicas e higiênico-sanitárias pelo

órgão fiscalizador.

Laranjeiras do Sul, 27 de Setembro de 2016.

Atenciosamente,

RESPONSÁVEL

CNPJ

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- Requerimentos para Renovação de Registro de Estabelecimentos: quando

ocorria troca no nome da agroindústria ou quando o produtor estava requerendo o

certificado de regularidade municipal, elaborado pelo SIM/POA com renovação

anual;

- Termos de Reativação de Atividades: quando o estabelecimento solicitava

suspensão para realização de obras ou quando o SIM/POA desativava o

estabelecimento por não conformidades/irregularidades verificadas;

- Termos de Suspensão de Atividades: quando os estabelecimentos

desejavam suspender suas atividades, seja por realização de obras ou melhorias,

seja por estarem parando por algum tempo as atividades. Eram feitos também

quando se verificavam não conformidades nos locais inspecionados, e emitidos pelo

SIM/POA;

- Relatórios de Inspeção Sanitária: produzidos e preenchidos sempre após

as inspeções realizadas nas agroindústrias cadastradas no SIM, contendo tudo o

que foi observado. Além disso, quando se verificava a falta de algumas

documentações em dia, conforme mostra o Modelo II;

MODELO II – RELATÓRIO DE INSPEÇÃO SANITÁRIA

SECRETARIA MUNICIPAL DE AGRICULTURA, ABASTECIMENTO

E MEIO AMBIENTE

SERVIÇO DE INSPEÇÃO MUNICIPAL DE PRODUTOS DE

ORIGEM ANIMAL

SIM/POA RELATÓRIO DE INSPEÇÃO SANITÁRIA

Nome do produtor:

Nome fantasia:

Endereço:

Telefone:

Responsável legal:

CPF/CNPJ:

Descrição da atividade:

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Aos 23 dias do mês de agosto de 2016, durante uma inspeção nas dependências do

estabelecimento acima citado, foi verificado o que segue:

- Rachaduras e lascas no piso, parede próxima à porta onde são guardados os materiais de

limpeza com buraco e rachadura no batente da janela – sendo necessária a manutenção dos

mesmos.

- Falta de papel toalha no banheiro de fora.

- Ausência de termostato no esterilizador – sendo necessário adquirir um.

- Ausência de termômetro digital para mensurar temperatura da massa e outros – sendo

necessária a compra de um.

- Falta de manual de boas práticas de fabricação (BPF).

- Ausência de POP’s de higienização de equipamentos e instalações, de calibração e

manutenção dos equipamentos, de controle e sanidade da água e de estocagem e descarte dos

resíduos.

As irregularidades acima descritas devem ser adequadas imediatamente. A renovação do

certificado de inspeção depende da regularização das não conformidades citadas.

Além do já descrito, solicito apresentação dos seguintes documentos junto a Secretária de

Agricultura:

- Cópia do Manual de Boas Práticas de Fabricação;

- Cópia dos POP’s acima citados – com fluxograma de descarte dos resíduos;

- Cópia do contrato do RT e do certificado de regularidade do CRMV.

Médico Veterinário Testemunha

Responsável Legal Responsável Técnica

FONTE: SECRETÁRIA DE AGRICULTURA, ABASTECIMENTO E MEIO AMBIENTE DE LARANJEIRAS DO SUL – PR, 2016.

- Notificações de Infração Sanitária: sempre produzidas junto aos relatórios

de inspeção, logo após inspecionar alguma agroindústria, e, continham as não

conformidades encontradas nos locais, o que precisava ser feito, além da solicitação

de documentações que estariam faltando ou documentações vencidas, conforme

Modelo III abaixo;

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MODELO III – NOTIFICAÇÃO DE INFRAÇÃO SANITÁRIA.

SECRETARIA MUNICIPAL DE AGRICULTURA, ABASTECIMENTO E MEIO AMBIENTE

SERVIÇO DE INSPEÇÃO MUNICIPAL DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL SIM/POA

NOTIFICAÇÃO DE INFRAÇÃO SANITÁRIA N° 001/2016

NOTIFICADO

EMPRESA: CNPJ: SIM/POA: RESPONSÁVEL LEGAL: CPF: RESPONSÁVEL TÉCNICO: CRMV-PR: ENDEREÇO: MUNICÍPIO:

DESCRIÇÃO DA IRREGULARIDADE

Aos nove dias do mês de setembro do ano de 2016, às 11 horas, por meio desta, notifico a não conformidade da empresa acima citada, conforme Laudo de Análise ... , com data de entrada dia 13/07/2016, realizado pela Secretária de Estado da Saúde do Paraná - SESA, onde verificou-se que a avaliação de odor e a determinação de acidez em ácido lático encontram-se insatisfatórias no Leite Integral Pasteurizado de 1 Litro. Ciente da irregularidade acima apresentada, a empresa fica notificada a apresentar regularização imediata. O não cumprimento da presente notificação, implicará em autuação da empresa notificada, com aplicação das penalidades previstas em Lei.

NOTIFICADO NOTIFICADOR

CNPJ: CRMV:

RESPONSÁVEL TÉCNICO

CRMV: FONTE: SECRETÁRIA DE AGRICULTURA, ABASTECIMENTO E MEIO AMBIENTE DE LARANJEIRAS DO SUL – PR, 2016.

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- Comunicados Oficiais: elaborados sempre que eram recebidos Laudos

Oficiais da vigilância sanitária com alguma irregularidade dos produtos das

agroindústrias cadastradas;

- Certificados de Regularidade: conforme a Lei Municipal nº 054, de 2010,

renovados uma vez ao ano. Eram emitidos para regularizar as atividades das

agroindústrias já cadastradas, desde que estas, estivessem com toda a

documentação em dia.

Durante o acompanhamento das atividades, os serviços tiveram foco em

análises de água. Foram realizadas diversas coletas e análises de qualidade e

natureza da água de todas as agroindústrias cadastradas no Sistema de Inspeção

Municipal de Produtos de Origem Animal – SIM/POA. Nas análises observavam-se

os parâmetros de análise microbiológica e parâmetros de análises físico-químicas e

seus respectivos limites máximos e mínimos indicando a potabilidade água:

Coliformes totais em 100 mL – ausentes, sem unidades formadoras de colônia;

Escherichia Coli em 100 mL – ausentes; Turbidez (uT) – limite máximo de 0,5 uT;

Cloro Residual Livre (mg/L) – mínimo de 0,5 mg/L e máximo de 2,0 mg/L. Todos os

laudos que apresentavam valores diferentes dos já citados estavam fora do padrão

de potabilidade da água.

No auxílio a produtores rurais, eram realizadas consultorias às empresas já

pertencentes ao sistema de inspeção municipal, com o objetivo de ajudar em

melhorias estruturais, analisar novos terrenos e ajudar na construção de novas

sedes dentro das normas estabelecidas no regulamento de inspeção municipal.

Além disso, eram realizadas visitas a produtores que desejavam ingressar no

sistema de inspeção municipal, seja com a construção de uma nova sala ou com

adequação de uma já existente, além da solicitação de documentação necessária

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para abertura conforme mostra o Modelo IV. As principais solicitações eram ligadas

ao desenvolvimento de queijarias e locais para produção de derivados de leite, e

construção de novos estabelecimentos para produção de mel envasado e derivados,

como o própolis.

MODELO IV – DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA UM ESTABELECIMENTO CONSEGUIR REGISTRO DO SIM/POA.

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA REGISTRO DO ESTABELECIMENTO NO

SERVIÇO DE INSPEÇÃO MUNICIPAL PARA PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

– SIM/POA

- REQUERIMENTO DE REGISTRO DO ESTABELECIMENTO À COORDENAÇÃO DO

SERVIÇO DE INSPEÇÃO MUNICIPAL.

- CARTÃO DO CNPJ.

- CONTRATO SOCIAL DA EMPRESA OU REQUERIMENTO DE EMPRESÁRIO

INDIVIDUAL OU OUTRO DOCUMENTO CORRESPONDENTE.

- RG E CPF DO RESPONSÁVEL LEGAL.

- COMPROVANTE DE PROPRIEDADE OU ARRENDAMENTO.

- PLANTA BAIXA DO ESTABELECIMENTO E ANEXOS COM FLUXOGRAMA DE

PRODUÇÃO.

- PLANTA DE SITUAÇÃO.

- PARECER TÉCNICO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA.

- CERTIDÃO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO (PARECER DA PREFEITURA EM

RELAÇÃO AO CÓDIGO DE OBRAS, ALVARÁ DE LOCALIZAÇÃO)

- RESPONSÁVEL TÉCNICO DEVIDAMENTE REGISTRADO NO CRMV-PR.

- MEMORIAL ECONÔMICO SANITÁRIO.

- MEMORIAL DESCRITIVO DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO (DE CADA

PRODUTO).

- ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA.

- MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO COM OS POPS

CORRESPONDENTES.

COORDENADOR(A) DO SIM/POA

FONTE: SECRETÁRIA DE AGRICULTURA, ABASTECIMENTO E MEIO AMBIENTE DE LARANJEIRAS DO SUL – PR, 2016.

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4.3 ATIVIDADES EM CONJUNTO COM A VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Foram realizadas diversas atividades em conjunto com a vigilância sanitária,

como:

Reuniões com o comitê da dengue para discutir a situação do município

perante a enfermidade e sugerir medidas que deveriam ser tomadas em

relação ao caso, levando em consideração que o nível de infestação do

vetor no município é alto. O vetor transmissor da dengue é o mosquito

Aedes Aegypti, o qual faz deposição de seus ovos para desenvolvimento

em locais com água parada.

Vistorias e visitas a produtores rurais para desenvolvimento e aprovação

de cozinhas industriais. Em geral, as maiores solicitações foram

relacionadas ao desenvolvimento de salas para produção de panificados:

pão caseiro, macarrão caseiro, etc., e produtos derivados da cana de

açúcar, como melado e garapa. Eram passadas informações aos

produtores de como deveriam ser desenvolvidos os ambientes: mesas de

inox ou material não permeável, paredes com cor clara, fácil de lavar e

com material impermeável, chão de fácil higienização e não permeável,

presença de barreia sanitária, com torneiras de acionamento automático

ou que não necessitassem abertura com as mãos, presença de papel

toalha não proveniente de material reciclado e sabão incolor e inodoro,

presença de telas em portas e janelas, com dobradiças automáticas, além

de existência de uma empresa para controle de pragas e realização de

análises frequentes da água.

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Fiscalizações em 11 supermercados do município para verificação da

presença de produtos de origem animal sem selo de inspeção, com

presença de chancela SIM/POA de outros municípios e produtos com

chancela SIM/POA local, bem como verificação de que a empresa não

estivesse com documentação irregular ou vencida. As maiores

irregularidades encontradas estavam ligadas à presença de produtos de

origem animal com inspeção municipal de outras localidades. Para que o

comércio deste tipo de produto, com inspeção de outro município, seja

possível fora da localidade de origem, deve-se possuir chancela

SIM/POA-SISBI/POA.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As atividades relacionadas à confecção do regulamento de Inspeção

Municipal foram de extrema importância para melhora na qualidade sanitária dos

produtos oferecidos aos consumidores. Durante as atividades ligadas ao sistema de

inspeção municipal, foi possível observar que, nas agroindústrias, os principais

pontos a serem melhorados estão ligados as atitudes dos produtores e à utilização

de boas práticas na fabricação. Fato este confirmado pela postura dos mesmos em

afirmar que não necessitavam de melhorias, pois “sempre foi assim” e nunca

ninguém havia reclamado ou tido problema.

Nas vistorias aos produtores rurais, percebeu-se que a principal dificuldade

era a falta de conhecimento e o distanciamento em relação aos responsáveis

técnicos, pois quando necessitavam de consultoria, opinião ou ajuda em alguma

situação, ao invés de procurar o responsável técnico do local, por eles remunerado

para ajudar nesse tipo de situação também, procuravam o fiscal da inspeção

municipal.

No acompanhamento das atividades de abate de suínos, os principais

achados e as principais causas de condenação, estiveram ligadas à existência de

abscessos, hérnias, pneumonia enzoótica, adenites/linfadenites e contaminações

por extravasamento biliar ou fecal.

Concluindo, durante as atividades em conjunto com a vigilância sanitária, foi

possível perceber que o papel do sistema de inspeção está mais ligado a

fiscalização dentro da indústria, do que fora dela. No varejo, a responsabilidade da

fiscalização é da vigilância sanitária; desta maneira, faz-se de suma importância a

presença de um médico veterinário na mesma. Além disso, foi possível observar um

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grande número de fraudes nos estabelecimentos visitados, em especial pelo fato de

possuírem diversos produtos com inspeção de um sistema de inspeção municipal de

outra cidade os quais não poderiam estar à venda sem pertencer ao sistema de

inspeção estadual.

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REFERÊNCIAS

ADAGRI – Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará. Serviço de Inspeção Estadual – SIE/ADAGRI. Governo do Estado do Ceará. 2016. ADAPAR – Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Paraná. Portaria ADAPAR nº 141 de 27/06/2014. 2014. Disponível em: < https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=272368>. Acesso em: 31/10/2016. ADAPAR – Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Paraná. Empresas Registradas no SIP. 2016. Disponível em: <www.adapar.pr.gov.br/arquivos/File/defis/educacao/empresas_sip.pdf>. Acesso em: 28/10/2016. ADAPAR – Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Paraná. Gerência de Inspeção de Produtos de Origem Animal – GIPOA. 2016. Disponível em: < http://www.adapar.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=149>. Acesso em: 28/10/2016. ADAPAR – Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Paraná. Registro de Produtos SIP/POA. 2016. Disponível em: < http://www.adapar.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=167>. Acesso em: 28/10/2016. ADAPAR – Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Paraná. Serviços SIP. 2016. Disponível em: <www.adapar.pr.gov.br/arquivos/File/defis/sip/servicos_sip.pdf>. Acesso em: 28/10/2016. BORSOI, A.. Abate Higiênico e Inspeção de Suínos. Curitiba: Medicina Veterinária - Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). 09/06/2016. BRASIL. Decreto nº 30.691, de 29 de março de 1952. 1952. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1950-1959/decreto-30691-29-marco-1952-339586-norma-pe.html>. Acesso em: 05/11/2016. BRASIL. Lei nº 7.889, de 23 de novembro de 1989. 1989. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7889.htm>. Acesso em: 29/10/2016. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal: Legislação/ Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. 142 p.. Brasília – DF. 2007. BRASIL. Decreto nº 8.444, de 6 de maio de 2015. 2015. Disponível em: < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/decreto/d8444.htm>. Acesso em: 02/11/2016.

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