24
0 Ministério da Saúde MS Secretaria de Vigilância em Saúde SVS Departamento de Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador DSAST Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental CGVAM Vigilância de Populações Expostas a Contaminantes Químicos VIGIPEQ Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Poluição Atmosférica- VIGIAR Instrumento de Identificação dos Municípios de Risco/ IIMR, 2012. Situação dos estados brasileiros. Brasília 2013

Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

  • Upload
    dinhnga

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

0

Ministério da Saúde – MS

Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS

Departamento de Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador – DSAST

Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental – CGVAM

Vigilância de Populações Expostas a Contaminantes Químicos – VIGIPEQ

Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Poluição Atmosférica- VIGIAR

Instrumento de Identificação dos Municípios de Risco/ IIMR, 2012.

Situação dos estados brasileiros.

Brasília – 2013

Page 2: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

2

Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Poluição Atmosférica - VIGIAR

Instrumento de Identificação dos Municípios de Risco/ IIMR, 2012.

Situação dos estados brasileiros.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Vigilância em Saúde

Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador – DSAST

Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental – CGVAM/SVS/MS

Endereço

SCS Q.4 Bl.A Lt 67/97, - Ed. Principal - 5º andar.

CEP: 70.304-000 Brasília/DF

Endereço eletrônico: www.saude.gov.br/svs/pisast

Elaboração

Luciana Cristina A. da Costa - VIGIPEQ/CGVAM/DSAST/SVS/MS

Revisão

Andréia Kelly Roberto dos Santos - VIGIPEQ/CGVAM/DSAST/SVS/MS

Fábio David Reis - VIGIPEQ/CGVAM/DSAST/SVS/MS

Juliana W. R. Villardi - VIGIPEQ/CGVAM/DSAST/SVS/MS

Page 3: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

3

1. Apresentação

Os problemas ao meio ambiente e à saúde da população variam de acordo com o

tipo de desenvolvimento econômico, padrões de consumo, modelo de transporte, entre

outros fatores, adotados por uma sociedade. Por isso, a poluição pode assumir

características diversas, dependendo da fonte que contribui para ela1.

Além de causar danos à saúde humana, fauna, flora e aos materiais em geral, a

poluição do ar vem sendo considerada pela maioria dos países como o principal agente

de degradação ambiental do Planeta. Mudanças climáticas ocorridas nas últimas

décadas são atribuídas às atividades humanas que contribuem efetivamente para o

aumento das emissões de poluentes para a atmosfera, em níveis capazes de favorecer

alterações em escala mundial, com possíveis consequências catastróficas para a

humanidade2.

Apesar da poluição atmosférica constituir-se em um importante problema de

saúde pública, ainda não existe no Brasil um programa institucionalizado capaz de

entender como a população está adoecendo e que seja capaz de prevenir a morbidade e

mortalidade associada à contaminação do ar. Exceções são representadas por estudos,

na sua maioria, estudos ecológicos de séries temporais, que demonstram a relação

existente entre a contaminação do ar e a saúde, em áreas metropolitanas e industriais3.

A Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Poluentes Atmosféricos –

VIGIAR vem sendo estruturada no Ministério da Saúde desde 2001 e contempla a

identificação de populações expostas a poluentes atmosféricos, a priorização dessas

áreas, a avaliação de risco à saúde humana e a gestão e organização dos serviços de

vigilância e atenção à saúde desta população.

O campo de atuação da Vigilância de populações expostas aos poluentes

atmosféricos são as localidades onde estas populações estão expostas: regiões

metropolitanas, centros industriais, áreas sob impacto de mineração, áreas sob

influência de queima de biomassa, áreas de relevância para a saúde pública de acordo

com a realidade loco-regional.

As ações da Vigilância em Saúde de Populações Expostas à Poluição

Atmosférica podem ser Proativas (onde se busca identificar e realizar ações de

prevenção, recuperação e promoção da saúde) ou Reativas (após denúncias ou

demandas específicas).

As etapas de identificação e priorização de áreas contaminadas por poluentes

atmosféricos de interesse para a saúde, e de populações expostas são realizadas por

Page 4: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

4

meio de ferramentas como o Instrumento de Identificação de Municípios de Risco -

IIMR e pela estratégia de Unidade Sentinela.

Nas etapas de avaliação/análise/diagnóstico poderão ser utilizados desde um

estudo epidemiológico clássico, estudos toxicológicos, até avaliações de risco a saúde

humana. Com base nas informações levantadas e consolidadas devem ser elaborados os

protocolos de vigilância e atenção à saúde de populações expostas a poluentes

atmosféricos.

A avaliação de risco à saúde humana, no contexto do VIGIAR, é realizada de

acordo com o seu objeto de atenção e enfoque desejado, dependendo de metodologia

adequada, equipe técnica presente e capaz de executar a ação, com ou sem interface

com a academia.

Com base nas informações levantadas e consolidadas, recomenda-se a

elaboração de protocolos de vigilância e atenção à saúde de populações expostas a

poluentes atmosféricos, que podem ser desenvolvidos com base no Documento de

Gestão e Organização do SUS (DGO).

Figura 1: Fluxo de atuação da Vigilância em Saúde de Populações e Expostas à

Poluição Atmosférica, 2013.

2 – Introdução

Acredita-se que dentre os poluentes ambientais, a poluição atmosférica seja

aquela que acarreta maiores riscos à saúde, atribuindo-se à ela milhões de mortes e anos

de vida perdidos. Crianças, idosos e sujeitos com problemas cardiorrespiratórios são

Page 5: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

5

mais vulneráveis aos efeitos deletérios desses poluentes1.

A Gestão da Qualidade do Ar no Ministério do Meio Ambiente é atribuição da

Gerência de Qualidade do Ar (GQA), cujo objetivo formular políticas e executar as

ações necessárias, no âmbito do Governo Federal, à preservação e a melhoria da

qualidade do ar. E atribuições em formular políticas de apoio e fortalecimento

institucional aos demais órgãos do SISNAMA, responsáveis pela execução das ações

locais de gestão da qualidade do ar, que envolvem o licenciamento ambiental, o

monitoramento da qualidade do ar, a elaboração de inventários de emissões locais, a

definição de áreas prioritárias para o controle de emissões, o setor de transportes, o

combate às queimadas, entre outras4.

Visto que a poluição atmosférica traz prejuízos não somente à saúde e à

qualidade de vida das pessoas, mas também acarretam maiores gastos ao Estado,

decorrentes do aumento do número de atendimentos e internações hospitalares, além do

uso de medicamentos, custos esses que poderiam ser evitados com a melhoria da

qualidade do ar dos centros urbanos o Ministério da Saúde, por meio da Coordenação

Geral de Vigilância em Saúde Ambiental (CGVAM/DSAST/SVS) desenvolveu em

parceria com estados e municípios a vigilância da população exposta e/ou

potencialmente exposta a poluição atmosférica/ VIGIAR, respeitando-se a autonomia

dos estados e municípios para a sua operacionalização e estruturação4 (fonte adaptada).

A principal ferramenta de gestão do VIGIAR é o Instrumento de Identificação

de Municípios de Risco - IIMR, cujo objetivo é nortear na construção de parâmetros

para a hierarquização de municípios com maior probabilidade de impacto da poluição

atmosférica na saúde humana. Visa o desenvolvimento de ações de vigilância e atenção

integral à saúde da população exposta. E assim produzir, informações para análise e

direcionamento das práticas e ações do VIGIAR em todos os níveis do SUS.

Entre os anos 2008 a 2010 esta ferramenta era disponibilizada por meio do

Formulário eletrônico do DataSus (FormSus). A partir de 2011 foi pelo site do Painel de

Informações em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (PISAST), sendo que no ano

de 2011 em forma de planilha de Excel, já em 2012 foi liberado em aplicativo,

alcançando uma distribuição de 4.608 (82,8%) IIMR preenchidos em todo o Brasil,

conforme apresentado na.

Page 6: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

6

Figura 2 – IIMR preenchidos nos estados brasileiros, 2012.

Fonte: PISAST/DSAST/SVS/MS

3. Discussão

Em 2002 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE conduziu a

Pesquisa de Informações Básicas Municipais, apresentando o Perfil dos Municípios

Brasileiros no que tange à questão ambiental. Um dos resultados dessa pesquisa de

percepção aponta que 22% (1.224) dos 5.560 municípios do país informaram a

ocorrência de poluição do ar frequente e impactante, tendo como origem diferentes

causas6.

Ao longo dos últimos anos, vem crescendo a preocupação da população acerca

dos possíveis efeitos adversos à saúde causados pela exposição à poluição do ar,

particularmente nos grandes centros urbanos5.

Assim, faz-se necessário saber que de acordo com a Resolução CONAMA 03/90

- Poluente atmosférico é qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em

quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis

estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar Impróprio, nocivo ou ofensivo à

Page 7: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

7

saúde; Inconveniente ao bem estar público; Danoso aos materiais, à fauna e à flora; e

Prejudicial à segurança, ao uso e ao gozo da propriedade e às atividades normais da

comunidade7.

Podem ser classificados de acordo com sua origem em duas categorias:

Primários: aqueles emitidos diretamente pelas fontes de emissão.

Secundários: São aqueles formados na atmosfera como produtos de

alguma reação.

As fontes de poluentes do ar são classificadas em três grandes classes:

Fontes estacionárias – representadas por dois grandes grupos: um

abrangendo atividades pouco representativas nas áreas urbanas, como

queimadas, lavanderias e queima de combustíveis nas padarias, hotéis,

hospitais, as quais são consideradas usualmente como fontes de poluição

não industriais; e outro formado por atividades individualmente

significativas, em vista à variedade ou intensidade de poluentes emitidos,

como a poluição dos processos industriais.

Fontes móveis – compostas pelos meios de transporte aéreo, marítimo e

terrestre, em especial os veículos automotores que, pelo número e

concentração, passam nas áreas urbanas a constituir fontes de destaque

frente a outras.

Fontes naturais – são os processos naturais de emissão caracterizados

pela atividade de vulcões, do mar, da poeira cósmica, do arraste eólico.

A determinação da qualidade do ar está restrita a um grupo de poluentes, quer

por sua maior frequência de ocorrência, quer pelos efeitos adversos que causam ao meio

ambiente. São eles: dióxido de enxofre (SO2), partículas totais em suspensão (PTS),

partículas inaláveis (PI), monóxido de carbono (CO), oxidantes fotoquímicos expressos

como ozônio (O3), hidrocarbonetos totais (HC) e óxidos de nitrogênio (NOX)8.

Estudos epidemiológicos evidenciam um aumento consistente de doenças

respiratórias e cardiovasculares e da mortalidade geral e específica associadas à

exposição a poluentes presentes na atmosfera, principalmente nos grupos mais

susceptíveis, que incluem as crianças menores de 5 anos e indivíduos maiores de 60

anos de idade. O número diário de internações hospitalares tem sido utilizado como um

indicador de morbidade associado aos efeitos da poluição do ar5.

Page 8: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

8

Figura 3 - Poluentes, suas origens e efeitos à saúde.

Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde

Monóxido de Carbono

(CO)

Combustão incompleta de materiais que

contenham carbono, como derivados de

petróleo e carvão.

Provoca dificuldades

respiratórias e asfixia.

É perigoso para aqueles que

têm problemas cardíacos e

pulmonares.

Ozônio

(O3)

Não é um poluente emitido diretamente pelas

fontes, mas formado na atmosfera através da

reação entre os compostos orgânicos voláteis

e óxidos de nitrogênio em presença de luz

solar.

Irritação nos olhos e nas vias

respiratórias, agravando

doenças pré-existentes, como

asma e bronquite, reduzindo as

funções pulmonares.

Óxidos de Nitrogênio

(NOx)

Queima de combustíveis em altas

temperaturas em veículos, aviões fornos e

incineradores.

Agem sobre o sistema

respiratório, podendo

causar irritações e, em altas

concentrações, problemas

respiratórios e edema pulmonar.

Dióxido de Enxofre

(SO2)

Queima de combustíveis fósseis que

contenham enxofre, como óleo combustível,

carvão mineral e óleo diesel.

Ação irritante nas vias

respiratórias, o que provoca

tosse e até falta de ar.

Agravando os sintomas da asma

e da bronquite crônica. Afeta,

ainda, outros órgãos sensoriais.

Partículas em suspensão

Combustão incompleta originada da indústria,

motores à combustão, queimadas e poeiras

diversas.

Interfere no sistema

respiratório, pode afetar os

pulmões e todo o organismo.

Fonte: USP/SC – adaptado.

Para a gestão da vigilância em saúde de populações expostas a poluição

atmosférica é fundamental a definição das áreas mais impactadas, suas divisões

industriais, bem como as que mais contribuem para as emissões, e a identificação dos

poluentes para facilitar a compreensão sobre os malefícios prováveis a população

exposta e/ou potencialmente exposta.

O Instrumento de Identificação de Municípios de Risco vem nortear na

construção de parâmetros para a hierarquização de municípios com maior probabilidade

de impacto da poluição atmosférica na saúde humana.

As variáveis que compõem o IIMR foram reavaliadas em oficina de trabalho no

ano de 2012, com a participação de experts em poluição atmosférica e saúde humana,

bem como representantes das secretarias estaduais de saúde, particularmente os

envolvidos em vigilância em saúde ambiental de populações expostas à poluição

atmosférica.

Page 9: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

9

Figura 4 – VIGIAR, variáveis que compõem o IIMR, 2012.

Fonte: Brasil - PISAST, 2013.

A vigilância em saúde de populações expostas a poluição atmosférica por meio

do Instrumento de Identificação de Municípios de Risco IIMR no ano de 2012

identificou 5.983 indústrias de extração no Brasil, destacando as atividades de Minerais

Não Metálicos com o total de 4.737. Para as indústrias de transformação obteve um

total de 25.470, sendo que a atividade de maior expressividade foi Metalurgia e

Siderurgia, apresentando 6.948 atividades.

Figura 5 – Resultado das variáveis fontes fixas, IIMR, 2012.

Variável Total

INDÚSTRIA DE EXTRAÇÃO

Carvão Mineral 97

Petróleo e Serviços Relacionados 324

Minerais Metálicos 825

Minerais Não Metálicos 4737

Total 5983

INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

Page 10: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

10

Produção de Óleos e Gorduras Vegetais e Animais 371

Torrefação e Moagem de Café 3211

Curtimento e Outras Preparações do Couro 3987

Fabricação de Papel e Celulose 876

Fabricação de Produtos Derivados de Petróleo e Coquerias 388

Fabricação de Produtos Químicos 3318

Fabricação de Cimento 522

Fabricação de Cal (Virgem e Hidratada) e Gesso 860

Metalurgia e Siderurgia 6948

Fabricação de Produtos de Olaria e Artefatos de Cerâmica 4989

Total 25470 Fonte: Brasil - PISAST, 2013.

As informações Ambientais de Fontes Fixas (indústrias de extração e

transformação possui diversas “Fonte de dados”, como por exemplo: Relação Anual de

Informações Sociais (RAIS), Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística/Classificação de Atividades Econômicas (IBGE/CNAE), Inventários

Estaduais de Fontes Fixas de Emissão de Poluentes, Perfil Nacional da Gestão de

Substâncias Químicas, Confederação das Indústrias em Estados e Municípios,

Inventários Estaduais de Resíduos Sólidos Industriais, Órgãos Estaduais e Municipais

de Meio Ambiente.

Entre os estados pertencentes à Amazônia legal, o Pará apresenta a maior

quantidade de indústria de extração (471), destacando a atividade de minerais metálicos.

E para as indústrias de transformação o estado em destaque é Tocantins (1.179), sendo

que a atividade de metalurgia e siderurgia são as destacadas.

Page 11: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

11

Figura 6 – IIMR, variáveis fontes fixas, região da Amazônia legal, Brasil, 2012.

Variável Amazônia Legal

Indústria de Extração AC AM AP MA MT PA RO RR TO

Carvão Mineral 3

Petróleo e Serviços Relacionados 4 1

Minerais Metálicos 8 52 303 2

Minerais Não Metálicos 4 54 187 168 4 98

Total 4 0 0 69 240 471 0 4 100

Indústria de Transformação

Produção de Óleos e Gorduras Vegetais e Animais 1 21 33 28 8

Torrefação e Moagem de Café 13 2 30 9 5

Curtimento e Outras Preparações do Couro 2 27 58 23 2 19

Fabricação de Papel e Celulose 3 18 32 3 4 8

Fabricação de Produtos Derivados de Petróleo e Coquerias 14 42 12 1 13

Fabricação de Produtos Químicos 11 42 129 31 1 42

Fabricação de Cimento 4 4 5 13 1

Fabricação de Cal (Virgem e Hidratada) e Gesso 14 10 165

Metalurgia e Siderurgia 31 52 102 1 728

Fabricação de Produtos de Olaria e Artefatos de Cerâmica 191 165 164 23 190

Total 30 0 0 364 545 387 0 45 1179

Fonte: Brasil - PISAST, 2013.

Dentre os estados da região metropolitana, Minas Gerais e Espírito Santo foram

os estados que apresentaram a maior quantidade de indústria de extração (1.834) e

(1.057) respectivamente, sendo que ambos destacaram as atividades de minerais não

metálicos (1.605) e (937). E para as indústrias de transformação os estados em destaque

foram Minas Gerais (5.678) e Goiás (3.899), sendo que a atividade de Curtimento e

Outras Preparações do Couro (2.261) e metalurgia e siderurgia (2.412) respectivamente,

foram as que sobressaíram.

Page 12: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

12

Figura 7 – IIMR, variáveis fontes fixas, região metropolitana, Brasil, 2012.

Variável Região Metropolitana

Indústria de Extração BA CE ES GO MG PE PR RJ RS *SP

Carvão Mineral 3 1 35 16 5 12

Petróleo e Serviços Relacionados 22 18 45 14 2 7 156 4

Minerais Metálicos 48 31 4 73 199 1 14 10

Minerais Não Metálicos 308 30 973 443 1605 59 43 308 124

Total 381 80 1057 516 1834 62 55 478 150

Indústria de Transformação

Produção de Óleos e Gorduras Vegetais e Animais 37 15 30 22 3 46 23 64

Torrefação e Moagem de Café 100 8 2330 78 359 9 125 34 26

Curtimento e Outras Preparações do Couro 316 16 58 370 2261 70 289 20 236

Fabricação de Papel e Celulose 128 19 7 372 77 24 58 15

Fabricação de Produtos Derivados de Petróleo e Coquerias

26 6 13 109 5 45 46 18

Fabricação de Produtos Químicos 400 50 34 342 878 194 184 361 234

Fabricação de Cimento 6 9 6 311 23 5 8 59 33

Fabricação de Cal (Virgem e Hidratada) e Gesso 17 19 27 62 158 248 29 3

Metalurgia e Siderurgia 88 66 474 2412 672 40 838 222 889

Fabricação de Produtos de Olaria e Artefatos de Cerâmica

334 301 78 324 824 1 666 95 551

Total 1452 509 3057 3899 5678 652 2225 947 2069

Fonte: Brasil - PISAST, 2013.

Para os demais estados brasileiros, Rio Grande do Norte apresentou a maior

quantidade de indústria de extração (186), sendo que a atividade de minerais não

metálicos (152) foi a que se destacou. E para as indústrias de transformação o estado do

Piauí apresenta 742, liderando esse tipo de atividade, com enfoque para a Fabricação de

Produtos de Olaria e Artefatos de

Cerâmica (535).

Page 13: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

13

Figura 8 – IIMR, variáveis fontes fixas, demais estados, Brasil, 2012.

Variável Demais estados brasileiros

Indústria de Extração AL DF PB PI MS RN *SC SE

Carvão Mineral 1 18 3

Petróleo e Serviços Relacionados 4 23 17 14

Minerais Metálicos 10 9 1 14 1

Minerais Não Metálicos 25 29 67 60 152 4

Total 39 0 39 90 79 186 0 19

Indústria de Transformação

Produção de Óleos e Gorduras Vegetais e Animais 10 1 2 8 11 5

Torrefação e Moagem de Café 8 1 5 10 25 4 1

Curtimento e Outras Preparações do Couro 4 47 126 2 19 7

Fabricação de Papel e Celulose 32 1 5 34 1

Fabricação de Produtos Derivados de Petróleo e Coquerias

14 6 3 8

Fabricação de Produtos Químicos 72 79 13 21 81 78 2

Fabricação de Cimento 6 6 4 2 8 3 5

Fabricação de Cal (Virgem e Hidratada) e Gesso 1 5 71 14 6 11

Metalurgia e Siderurgia 18 46 24 150 39

Fabricação de Produtos de Olaria e Artefatos de Cerâmica

11 98 535 91 202 29

Total 144 223 347 742 285 345 0 45

* Não preencheu o IIMR.

Fonte: Brasil - PISAST, 2013.

Ainda dentre as informações ambientais disponíveis no IIMR, é possível saber a

que frota veicular brasileira no ano de 2011 foi de 70.528.937 automóveis. Sendo que

São Paulo é o estado que apresenta a maior frota veicular, seguido pelo estado de Minas

Gerais.

Page 14: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

14

Figura 9– IIMR, variáveis, frota veicular, 2012.

Estados Frota Veicular

São Paulo 21.968.359

Minas Gerais 7.662.556

Paraná 5.558.521

Rio Grande do Sul 5.149.420

Rio de Janeiro 4.844.198

Santa Catarina 3.679.482

Goiás 2.679.948

Bahia 2.585.655

Pernambuco 1.996.714

Ceará 1.947.552

Espírito Santo 1.367.967

Distrito Federal 1.331.933

Mato Grosso 1.303.902

Pará 1.109.264

Mato Grosso do Sul 1.064.852

Maranhão 942.639

Rio Grande do Norte 807.874

Paraíba 794.093

Piauí 671.146

Rondônia 634.416

Amazonas 589.780

Alagoas 495.715

Sergipe 480.287

Tocantins 437.345

Acre 170.439

Roraima 139.090

Amapá 130.388

Total 70.543.535

Fonte: Brasil - PISAST, 2013.

É interessante que os estados e municípios possam desenvolver uma análise

mais detalhada da frota total de veículos do município ou do estado pelo número de

habitantes em um determinado espaço geográfico, no período considerado.

Razão = Frota total do município ou do estado no ano X

População do município ou do estado no ano X

Bem como frota total de veículos do município ou do estado pela área dos

mesmos.

Razão = Frota total do município ou do estado no ano X

Área do município ou do estado no ano X

Com essa análise feita é possível localizar a possível área e população exposta a

contaminação atmosférica devido a concentração de veículos automotores.

Page 15: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

15

Quando a contaminação do ar tem fonte nas queimadas ela se dá pela combustão

incompleta ao ar livre, e varia de acordo com o vegetal que está sendo queimado, sua

densidade, umidade e condições ambientais, e a velocidade dos ventos. As queimadas

liberam poluentes que atuam não só no local, mas são facilmente transportadas através

do vento para regiões distantes das fontes primárias de emissão, aumentando a área de

dispersão9.

A Organização Mundial de Saúde - OMS preconiza quatro abordagens básicas

para tratar dos riscos à saúde devido a emissões de queimadas, sendo elas: a)

Caracterização da magnitude e da composição das emissões e suas transformações

durante o transporte; b) Quantificação de concentrações resultantes de poluentes tóxicos

na atmosfera de áreas povoadas; c) Avaliação de cenários prováveis da exposição para

populações afetadas (ambientes fechados e abertos); e d) Avaliação de riscos de saúde

para as exposições humanas10

.

Por fim, é possível verificar por meio do IIMR, 575.179 focos distribuídos no

país, com enfoque para a região nordeste, que apresentou a maior quantidade de queima

de biomassa.

Figura 10 – IIMR, variáveis, focos de calor, 2012.

Região Focos de Calor

Nordeste 184.345

Norte 158.651

Centro Oeste 138.653

Sudeste 79.809

Sul 13.721

Total 575.179

Fonte: Brasil - PISAST, 2013.

Para os dados de focos de calor também é necessário que estados e municípios

possam desenvolver uma análise mais detalhada entre o número de focos de calor do

município e do estado no ano de interesse em relação à área do município e do estado.

O cálculo da razão entre o número de focos de calor do município no ano

considerado de interesse (X) em relação à área do município é feito pela fórmula:

Page 16: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

16

Razão = nº de focos de calor no município no ano X

área do Município

O cálculo da razão entre o número de focos de calor do município no ano

considerado de interesse (X) em relação à área do estado é feito pela fórmula:

Razão = nº de focos de calor no estado no ano X

área do Estado

A ocorrência de fogo é um dado que por si só é válido necessário para vários

usuários que utilizam sua localização no planejamento e em sistema operacionais de

monitoramento e combate a queimadas e incêndios. Relacionados com a saúde, estes

dados devem representar uma indicação dos possíveis problemas respiratórios causados

na população.

Compreender as inter-relações da saúde humana com o meio ambiente, a partir

do reconhecimento dos efeitos da ação antrópica e dos reflexos das condições

ambientais na saúde da população, é indispensável para subsidiar a definição de

políticas e estratégias de diversos setores11

.

Recentemente, vários estudos vêm demonstrando a existência dessa associação,

mesmo quando os níveis médios de poluentes não são tão altos. Esses efeitos têm sido

observados tanto na mortalidade geral quanto por causas específicas como doenças

cardiovasculares e doenças respiratórias. Efeitos na morbidade também têm sido

observados e incluem aumentos em sintomas respiratórios em crianças, diminuição na

função pulmonar, aumento nos episódios de doença respiratória ou simplesmente

aumento no absenteísmo escolar. Atualmente, diversos estudos vêm usando o número

de internações hospitalares como um indicador dos efeitos da poluição na saúde da

população5.

No Brasil, alguns estudos investigatórios dos efeitos da poluição do ar na saúde

encontraram associações estatisticamente significantes com mortalidade infantil,

mortalidade em idosos, além de hospitalizações em crianças e adultos por causas

respiratórias5.

O IIMR possui também as informações de saúde, que engloba as taxas de

morbimortalidade de doenças do aparelho respiratório (Capítulo CID 10) do município,

Page 17: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

17

para a população total, bem como para as mais vulneráveis, como menores de 5 anos e

maiores de 65 anos.

Ao inserir no IIMR o número de óbitos e ou de internação hospitalar será gerado

automaticamente a taxa, por meio do cálculo:

Para obter a taxa de mortalidade do município, foi utilizando a seguinte fórmula:

TM = nº de óbitos por doenças respiratórias (município) x 10 n

população total do município

Para obter a taxa de mortalidade do estado, deve-se utiliza a fórmula:

TM = nº de óbitos por doenças respiratórias (município) x 10 n

população total do estado

Para obter a taxa de internação do município, foi utilizando a seguinte fórmula:

TI = nº de internações por doenças respiratórias (município) x 10 n

população total do município

Para obter a taxa de internação do estado, foi utilizando a seguinte fórmula:

TI = nº de internações por doenças respiratórias (município) x 10 n

população total do estado

n (constante) = 3. O resultado significa que em cada 1000 habitantes haverá X casos de

óbitos para esse grupo de doença (J00 a 99).

Em 2010, o Brasil apresentou de acordo com o IIMR a taxa de 4,53 para

mortalidade em maiores de 65 anos, seguido pelas taxas de 1,80 e 0,39 para os menores de

5 anos e toda a população, respectivamente. Para as informações de internação hospitalar é

possível verificar que o país apresentou no ano de 2011 de acordo com o IIMR a maior taxa

para a faixa etária dos menores de 5 anos, seguida pelos maiores de 60 anos e por último,

população total (18,9 e 5,27 ) para as doenças do aparelho respiratório (Capitulo CID 10).

Page 18: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

18

Figura 11 – IIMR, variáveis, informações de saúde, 2010 e 2011.

Variável Taxa

MORTALIDADE

Óbitos por Agravos Respiratórios 0.39

Óbitos por Agravos Respiratórios - Menor que 05 anos 1.8

Óbitos por Agravos Respiratórios - Maior que 65 anos 4.53

MORBIDADE

Internações por Agravos Respiratórios 5.27

Internações por Agravos Respiratórios - Menor que 05 anos 23.95

Internações por Agravos Respiratórios - Maior que 65 anos 18.9

Fonte: Brasil - PISAST, 2013.

É importante que os municípios façam a comparação das taxas do estado, e estes

com as do país, pois assim estima a participação relativa das morbomortalidade, sendo que,

as taxas elevadas indicam condições socioeconômicas insatisfatórias e de insuficiente

cobertura e qualidade da atenção básica à saúde principalmente da criança e idosos,

sobretudo quando associadas a fatores climáticos que favorecem a ocorrência de problemas

respiratórios.

É possível verificar que dentre os estados da Amazônia legal, o Tocantins

apresentou as maiores taxas para mortalidade no ano de 2010. E a faixa etária mais

comprometida está relacionada aos menores de 5 anos seguida pela população total. Já

para os maiores de 65 anos o estado do Maranhão apresentou a maior taxa em relação

aos demais estados. Para as informações de internação hospitalar, o estado do Tocantins

continua liderando com a maior taxa para a faixa etária em menores de 5 anos e

população total. E Rondônia apresentou a maior taxa para os maiores de 65 anos.

Page 19: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

19

Figura 12 – IIMR, variáveis, informações de saúde, 2010 e 2011.

Variável Taxa dos estados

MORTALIDADE AC AM AP MA MT PA RO RR TO

Óbitos por Agravos Respiratórios 0.42 0.31 0.3 0.07 0.44 0.29 0.41 0.3 6.95

Óbitos por Agravos Respiratórios - Menor que 05 anos

0.03 0.04 0.03 0.01 0.03 0.05 0.03 0.03 16.11

Óbitos por Agravos Respiratórios - Maior que 65 anos

0.32 0.2 0.17 0.89 0.32 0.22 0.25 0.18 0.46

MORBIDADE

Internações por Agravos Respiratórios 6.66 5.17 2.24 4.37 7.64 7.63 8.86 6.12 9.51

Internações por Agravos Respiratórios - Menor que 05 anos

2.46 2.82 1.27 1.29 2.7 3.58 3.67 3.41 4.32

Internações por Agravos Respiratórios - Maior que 65 anos

1.7 0.78 0.64 0.88 1.86 1.11 1.65 0.76 2.33

Fonte: Brasil - PISAST, 2013.

O Rio de Janeiro, foi o estado metropolitano que apresentou as maiores taxas

para todas as faixas etárias presentes no IIMR no ano de 2010 em relação a mortalidade

por doenças do aparelho respiratório. Nas informações de morbidade continuou

liderando na faixa etária menores de 5 anos, e para as demais o Paraná apresentou as

maiores taxas (11,43 e 3.52).

Figura 13 – IIMR, variáveis, informações de saúde, 2010 e 2011.

Variável Taxa dos estados

MORTALIDADE BA CE ES GO MG PE PR RJ RS SP

Óbitos por Agravos Respiratórios 0.4 0.44 0.3 0.61 0.66

0.66 0.91 0.71 Óbitos por Agravos Respiratórios - Menor que 05 anos

0.02 0.01 0.02 0.02 0.01 0.02 0.01 0.03 0.01

Óbitos por Agravos Respiratórios - Maior que 65 anos

0.27 0.34 0.31 0.43 0.55 0.46 0.52 0.69 0.6

MORBIDADE

Internações por Agravos Respiratórios 8.42 6.05 3.45 8.64 6.83 4.28 11.43 3.71 8.65 Internações por Agravos Respiratórios - Menor que 05 anos

2.96 2.18 1.39 2.52 1.71 2.25 2.71 1.44 3.27

Internações por Agravos Respiratórios - Maior que 65 anos

1.65 1.61 1.12 2.53 2.53 1.34 3.52 1.02 3.25

Fonte: Brasil - PISAST, 2013.

A mortalidade no estado do Mato Grosso do Sul apresentou as maiores taxas na

população total e especificamente em maiores de 65 anos. Já a maior taxa para os

menores de 5 anos ficou com o estado de Alagoas. As mais altas taxas de internações

hospitalar de acordo com o IIMR foram apresentadas no estado do Mato Grosso do Sul.

Page 20: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

20

Figura 14 – IIMR, variáveis, informações de saúde, 2010 e 2011.

Variável Taxa dos estados

MORTALIDADE AL DF PB MS RN SE SC

Óbitos por Agravos Respiratórios 0.47 0 0.33 0.98 0.02 0.09

Óbitos por Agravos Respiratórios - Menor que 05 anos 0.03 0 0.01 0.02 0.01 0.01

Óbitos por Agravos Respiratórios - Maior que 65 anos 0.31 0 0.28 0.49 0.33 0

MORBIDADE

Internações por Agravos Respiratórios 6.86 0 4.89 7.65 0.32 0.37 Internações por Agravos Respiratórios - Menor que 05 anos

3.25 0.01 1.74 4.07 1.3 0.19 Internações por Agravos Respiratórios - Maior que 65 anos

0.9 0.01 1.29 3.19 1.23 0 Fonte: Brasil - PISAST, 2013.

As doenças respiratórias constituem hoje um problema de saúde pública,

ocupando posição de destaque entre as principais causas de internação no Sistema

Único de Saúde (SUS). A alta taxa de internações por doenças respiratórias está

associada à poluição do ar, porém, ela pode ser intensificada em razão dos baixos

índices socioeconômicos, como saneamento precário, baixa renda e baixa escolaridade.

Internações e óbitos por doenças respiratórias são os indicadores de efeito mais

utilizados, principalmente para populações específicas, como menores de 5 anos e

maiores de 65 anos, bem como para a população em geral.

Os gestores devem ficar atentos a sazonalidade do aumento dessas taxas, para

assim a vigilância em saúde ambiental e a assistência à saúde consigam prestar

atendimento a toda a população, principalmente aos mais vulneráveis (crianças,

menores de 5 anos e idosos, maiores de 60 anos).

Page 21: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

21

4. Conclusão

A qualidade do ar é resultado da interação entre as emissões de poluentes e os

mecanismos de dispersão na atmosfera. Contudo, como complemento da avaliação dos

resultados, tanto de concentração de poluentes, como do comportamento da atmosfera

na região, é fundamentalmente importante qualificar e quantificar as fontes potenciais

de emissão de poluentes. Nesse sentido, o inventário de fontes de emissão de poluição

atmosférica constitui um dos instrumentos de planejamento dos mais úteis para o órgão

ambiental, bem como áreas afins, uma vez que define qualitativa e quantitativamente as

atividades poluidoras do ar e fornece informações importantes para atuação do setor

saúde como as características das fontes, definindo localização, magnitude, frequência,

duração e contribuição relativa das emissões2.

Em alguns estados a qualidade do ar é monitorada por estações de medição, e

assim, várias ações são desenvolvidas e implementadas no sentido de minimizar a

emissão de poluentes: eliminação dos incineradores domésticos, substituição do

combustível usado nas padarias e nas indústrias, desativação de algumas pedreiras,

implantação do Programa de Autocontrole de Emissão Industrial, restrição do tráfego de

veículos pesados em alguns túneis das cidades, implantação do Programa de Inspeção e

Manutenção de Veículos em uso.

Os níveis de poluição vivenciados atualmente nas principais metrópoles do

Brasil são suficientes para causar agravos à saúde da população. E assim, medidas

articuladas entre os diversos setores que gerenciam a vida urbana nessas metrópoles são

fundamentais para buscar a melhoria da qualidade do ar e, consequentemente, da saúde

da população nessas cidades5.

Diante dos riscos à saúde humana, as autoridades nos países industrializados

criaram procedimentos de avaliação que, além de dimensionar o risco, determinam

recomendações para eliminação da exposição humana, ações de saúde direcionadas às

populações expostas, bem como ações de remediação das fontes de emissão12

.

Com a crescente preocupação acerca dos efeitos nocivos da poluição do ar na

saúde da população, faz-se necessário a investigação e quantificação dos efeitos em

nosso meio. É recomendado que a vigilância em saúde de populações expostas a

poluição atmosférica nos estados e municípios analisem dados e informações sobre

mortalidade, internações hospitalares, níveis atmosféricos dos principais poluentes do ar

e de variáveis meteorológicas, pois é comprovado cientificamente que há associações

estatisticamente significantes entre aumentos nos níveis de poluentes atmosféricos e

Page 22: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

22

aumentos na mortalidade e nas hospitalizações, por causas respiratórias e

cardiovasculares, em crianças e idosos.

O Brasil tem sido um pioneiro no uso sistemático e validado de indicadores que

auxiliam a gestão dos problemas de saúde ambiental. A coleta de dados em âmbito local

de forma harmoniosa, permiti, assim, a comparação, a validação dos dados e o mais

importante: a ação para proteger a saúde das populações e estruturar ambientes

saudáveis que promovam a saúde6.

Os indicadores de saúde descrevem apenas as condições de saúde sem qualquer

referência às condições ambientais. Entretanto, tendo um conhecimento prévio de uma

possível inter-relação das condições ambientais e dos efeitos sobre a saúde, em

determinado tempo e local, ambos os indicadores, ambiental e de saúde, podem ser

convertidos em indicadores de saúde ambiental. Portanto, a forma como um indicador

será utilizado depende do contexto em que está sendo feita a análise6.

A conscientização da população, por meio principalmente de campanhas

educativas, é o ponto crucial para a efetivação de políticas sociais, ambientais e de

saúde. Sendo a segurança química uma responsabilidade do Estado, apenas com o

controle social e políticas públicas transversais teremos um país ambientalmente mais

equilibrado.

Page 23: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

23

Referências Bibliográficas

1 Habermann M. Métodos de avaliação da exposição ambiental aos poluentes

atmosféricos gerados por tráfego veicular. São Paulo: Faculdade de Medicina.

Universidade de São Paulo: 2012.

2 Fundação Estadual de Meio Ambiente-FEEMA: Relatório Anual de Qualidade do Ar,

Rio de Janeiro, 2007.

3 Cicero Dedice de Góes Junior; Ana Cristina Soares Linhares; Guilherme Franco Netto

Jose A. Escamillla-Cejudo. Vigilância em Saúde relacionada à Qualidade do Ar: Uma

proposta de trabalho integrado para o setor saúde e setor ambiental, Brasilia, ano X.

4 Ministério do Meio Ambiente http://www.mma.gov.br/cidades-

sustentaveis/qualidade-do-ar

5 Gouveia, N. et al. Poluição do ar e efeitos na saúde nas populações de duas grandes

metrópoles brasileiras. São Paulo, 2003.

6 IBGE,2004 _ Perfil dos municípios brasileiros : gestão pública 2004 / IBGE,

Coordenação de População e Indicadores Sociais. Pesquisa de Informações Básicas

Municipais - Rio de Janeiro : IBGE, 2005.133 p.

7 CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente - Resolução/Conama/N.º 003 de

28 de junho de 1990 - "Dispõe sobre padrões de qualidade do ar, previstos no

PRONAR".

8 INEA – Instituto Estadual do Ambiente – Relatório anual de qualidade do ar. Rio de

Janeiro, 2008.

9 Boletim Informativo do VIGIAR/RS NVRAnB/DVAS/CEVS/SES-RS (nº 32/2013 de

15/08/2013) disponivel em:

http://www.saude.rs.gov.br/upload/1376657179_Boletim%20Informativo%20do%20VI

GIAR%20no32_15%20de%20Agosto%20de%202013.pdf

Page 24: Situação dos estados brasileiros.portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/21/2012-Relat... · Poluentes Fontes de Emissão Efeitos à Saúde Monóxido de Carbono (CO) Combustão

24

10 Gonçalves, K.S. Queimadas e atendimentos ambulatoriais por doenças respiratórias

em crianças no município de porto velho, Rondônia, Rio de Janeiro, 2010.

11 Brasil. Ministério da Saúde. Saúde Ambiental. Guia básico para construção de

indicadores, Brasília,2011.

12 ATSDR – Agency for Toxic Substance and Disease Registry. 1999. Division of

Toxicology / Department of Health and Human Services.