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Falência e Recuperações Judicial e Extrajudicial de empresas A instituição das recuperações Judicial e Extrajudicial implicará forçosamente em uma nova e desafiadora mentalidade de gestão empresarial no Brasil. Visará permitir maior transparência e responsabilidade das ações de gerência da atividade empresarial perante todos os credores da empresa. Definitivamente, teremos um avanço na direção de se aperfeiçoar o processo de gestão corporativa, já em curso em algumas médias e grandes empresas no País.

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Slides de aulas 7º período Direito

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Falência e Recuperações Judicial eExtrajudicial de empresas

A instituição das recuperações Judicial eExtrajudicial implicará forçosamente em umanova e desafiadora mentalidade de gestãoempresarial no Brasil. Visará permitir maiortransparência e responsabilidade das açõesde gerência da atividade empresarial perantetodos os credores da empresa.Definitivamente, teremos um avanço nadireção de se aperfeiçoar o processo degestão corporativa, já em curso em algumasmédias e grandes empresas no País.

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Diante disso, um conceito semelhantedeverá ser estendido àsMicroempresas e empresas depequeno porte. Especialmente porquea nova Lei extingue a atual concordatapreventiva e institui para essasempresas um formato diferente para aconcessão da Recuperação Judicial.

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A Recuperação Judicial objetiva viabilizar asuperação da situação de crise econômico-financeira do devedor. Permite amanutenção da fonte produtora, doemprego dos trabalhadores e do interessedos credores. Promove, desse modo, apreservação da empresa e, principalmente,de sua função social, continuando a gerarriquezas e fortalecendo a economia doPaís.

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Em suma, a Recuperação Judicial éuma medida legal destinada a evitar afalência.

Ela proporciona ao empresáriodevedor a possibilidade deapresentar aos seus credores, emjuízo, formas para quitação do

débito.

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Já o instituto da RecuperaçãoExtrajudicial, como o próprio nome diz,ocorre fora do judiciário. Com ela, oempresário devedor poderá negociardiretamente com seus credores sem aparticipação do juiz, hipótese em que éelaborado um acordo que poderá ou nãoser homologado por este. É importantefrisar que as dívidas tributárias,trabalhistas, que derivam dearrendamento mercantil e outras, nãoserão incluídas nessa negociação.

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Uma vez feito o acordo entre o empresáriodevedor e seus credores, eaprovado por 3/5 dos credores, seucumprimento se torna obrigatóriopara todas as partes.

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Portanto, a recuperação de empresas tem oobjetivo de contribuir para que a empresa quepassa por uma crise econômico –financeira tenhacondições de superá-la. A Intenção do legisladorfoi preservar não só a empresa em crise, mastambém a relação empregatícia e toda a cadeiade fornecedores que dela dependa. Para tanto, éindispensável que a empresa demonstre osrequisitos estabelecidos na lei 11.101/2005, bemcomo a aprovação dos credores da proposta depagamento de suas obrigações.

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Vantagens e desvantagens

Na Recuperação Extrajudicial, temos um instituto que propicia uma nova solução. Nela, o devedor negocia diretamente com os credores, e o Plano de Recuperação vai para a Justiça apenas para ser homologado.

É um procedimento muito mais rápido e financeiramente mais atrativo que a Recuperação Judicial. Pode ser muito interessante para empresas pequenas, médias e de grande porte, com credores privados, como instituições financeiras, fornecedores e outros.

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A grande vantagem da RecuperaçãoExtrajudicial é que ela não precisa deunanimidade entre os credores. Se trêsquintos dos credores assinarem o plano, osdemais são obrigados a aceitá-lo. Outravantagem da recuperação é que asdespesas são menores. Ela é uma soluçãomenos burocrática, mais rápida, amigável eque promove maior proximidade entre odevedor e os credores.

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Falência Conceito e

Natureza Jurídica

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A falência é uma execução coletiva quetem por finalidade liquidar o passivo(dívidas) a partir da realização (venda) dopatrimônio da empresa, respeitando-se apar condition creditorum.

Nesse processo são reunidos todos oscredores, que serão pagos seguido aordem predeterminada na Lei 11.101/05,de acordo com a natureza do crédito a quepertencem.

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A natureza jurídica da falência éprocessual e material. Não há dúvidasobre a natureza processual, já que éum processo de execução concursal,mas também tem sua naturezamaterial, uma vez que gera efeitosaos contratos, aos bens e inclusive àpessoa do falido.

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LEI No 11.101, DE 9 DE FEVEREIRO DE2005.

Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperaçãojudicial, a recuperação extrajudicial e afalência do empresário e da sociedadeempresária, doravante referidossimplesmente como devedor

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Portanto o âmbito de atuação da Lei11.101/05 diz respeito ao empresário e àsociedade empresária. Estão sujeitas à lei associedades em nome coletivo, a sociedadeem comandita simples, a sociedadelimitada, a sociedade anônima e a sociedadeem comandita por ações. Na sociedade emconta de participação, a aplicação da lei ficarestrita ao sócio ostensivo.

A Lei não se aplica às sociedades simples.

Súmula 49 do TJSP

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Art. 2o - Esta Lei não se aplica a:

I – empresa pública e sociedade de economia mista;

II– instituição financeira pública ou privada, cooperativade crédito, consórcio, entidade de previdênciacomplementar, sociedade operadora de plano deassistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade decapitalização e outras entidades legalmente equiparadasàs anteriores.

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Algumas sociedades empresárias, ainda que exerçam atividade econômica, não podem se valer dos instrumentos da lei, como pedido de recuperação e as regras da falência.

O mesmo se aplica às empresas públicas e sociedades de economia mista.

Quanto às empresas públicas, Isto se justifica porque a totalidade das ações da empresa pública são de titularidade do Estado, não existindo sentido em sujeitá-las ao regime privado de insolvência.

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Quanto às sociedade de economia mista, aexclusão, ao ver de parte da doutrina, a exceçãonão se justifica, pois não há participaçãoexclusiva do Estado. Parte das ações e do capitalda sociedade pertencem a particulares.Deveriam, pois, estarem sujeitas ao regimeprivado da insolvência, como previsto no artigo173, § 1º, inciso II, da Constituição Federal queestabelece:

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Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, aexploração direta de atividade econômica pelo Estado só serápermitida quando necessária aos imperativos da segurança nacionalou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, dasociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorematividade econômica de produção ou comercialização de bens ou deprestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela EmendaConstitucional nº 19, de 1998)

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas,inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº19, de 1998)

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Quanto às sociedades empresárias, asexceções se justificam em razão dapossível crise que poderia surgir em todoo sistema econômico em que a mesmaestá inserida em caso de sua falência.

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Cooperativa de crédito;

Consórcio;

Entidade de previdência complementar;

Sociedade operadora de plano deassistência à saúde;

Sociedade seguradora;

Sociedade de capitalização e outrasentidades legalmente equiparadas àsanteriores.

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Órgãos da Recuperaçãode Empresa

- Administrador Judicial

- Comitê de Credores

- Assembleia Geral de credores

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Administrador JudicialArt. 21. O administrador judicial será profissionalidôneo, preferencialmente advogado,economista, administrador de empresas oucontador, ou pessoa jurídica especializada.

Parágrafo único. Se o administrador judicialnomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á, notermo de que trata o art. 33 desta Lei, o nomede profissional responsável pela condução doprocesso de falência ou de recuperação judicial,que não poderá ser substituído sem autorizaçãodo juiz.

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Nomeado pelo juiz no despacho que defere oprocessamento da recuperação judicial (art. 52, I)

Figura que não existe na recuperação extrajudicial

Pode ser destituído pelo juiz (art. 31)

Do administrador depende, em grande parte, obom ou mau resultado da falência ou darecuperação. Um administrador diligente irá trazerpara a massa bens e recursos que um negligentesequer pensam em existir.

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Competência do Administrador judicial

Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob afiscalização do juiz e do Comitê, além de outros deveresque esta Lei lhe impõe:

I – na recuperação judicial e na falência:

a) enviar correspondência aos credores constantes narelação de que trata o inciso III do caput do art. 51, oinciso III do caput do art. 99 ou o inciso II do caput doart. 105 desta Lei, comunicando a data do pedido derecuperação judicial ou da decretação da falência, anatureza, o valor e a classificação dada ao crédito;

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O administrador deve assumir de imediato e de formamais completa a administração da empresa falida efiscalizar aquela em recuperação.

Além das fiscalizar o cumprimento das formalidadesdos editais mencionados no inciso I, a, deve informarpor carta em que que local se encontra à disposiçãodos credores e demais interessados, bem como asinformações acerca de seus créditos. Por óbvio queesta comunicação será feita àqueles credores que jásão conhecidos.

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b) fornecer, com presteza, todas asinformações pedidas pelos credoresinteressados;

c) dar extratos dos livros do devedor, quemerecerão fé de ofício, a fim de serviremde fundamento nas habilitações eimpugnações de créditos;

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O art. 104, V, determina que ao ser decretada suafalência, o devedor deve entregar, sem demora, todosos livros, papéis e documentos ao administradorjudicial, sob pena de caracterização de crime dedesobediência (parág. único).

Demais disto, o parágrafo único do artigo 12, que seaplica tanto à falência quanto à recuperação de judicial,prevê a intimação do administrador para que apresenteem juízo as informações existentes nos livros dodevedor, em caso de impugnação em habilitação decrédito.

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d) exigir dos credores, do devedor ou seusadministradores quaisquer informações;

- Poderes que independem do provimentojurisdicional

- Tais informações são necessárias para que possa oadministrador se inteirar de todas as causas esituações anteriores e concomitantes à recuperaçãojudicial ou à falência. É uma medida de boa prática ecautela, impondo ao administrador agir com relaçãoao devedor e suas obrigações, diligenciando com zeloe prontidão sempre que necessário.

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Importante destacar, desde logo, que, em autosde recuperação judicial, se houve recusa dodevedor ou de seus administradores nofornecimento das informações, na forma do §2º do artigo 22 c/c artigo 64, V, poderãoaqueles serem afastados da administração daempresa.

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e) elaborar a relação de credores de que trata o §2o do art. 7o desta Lei;

f) consolidar o quadro-geral de credores nos termos do art. 18 desta Lei;

g) requerer ao juiz convocação da assembléia-geral de credores nos casos previstos nesta Lei ou quando entender necessária sua ouvida para a tomada de decisões;

h) contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou empresas especializadas para, quando necessário, auxiliá-lo no exercício de suas funções;

i) manifestar-se nos casos previstos nesta Lei;

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II – na recuperação judicial:

a) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial;

b) requerer a falência no caso de descumprimento de obrigação assumida no plano de recuperação;

c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das atividades do devedor;

d) apresentar o relatório sobre a execução do plano de recuperação, de que trata o inciso III do caput do art. 63 desta Lei;

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Como auxiliar do juiz na recuperação, tem oadministrador o dever geral de fiscalização dasatividades do devedor, do cumprimento do planode recuperação e de todo e qualquer ato queinteresse ao normal andamento da recuperação.

A regra do § 1º do artigo 61, prevê que, sehouver descumprimento de qualquer obrigaçãoassumida pelo devedor no autos da recuperaçãojudicial, dentro dos dois anos contados a partirda concessão, haverá a convolação em falência.

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III – na falência:

a) avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora emque, diariamente, os credores terão à suadisposição os livros e documentos do falido;

b) examinar a escrituração do devedor;

c) relacionar os processos e assumir arepresentação judicial da massa falida;

d) receber e abrir a correspondência dirigida aodevedor, entregando a ele o que não forassunto de interesse da massa;

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e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contadoda assinatura do termo de compromisso, prorrogávelpor igual período, relatório sobre as causas ecircunstâncias que conduziram à situação de falência, noqual apontará a responsabilidade civil e penal dosenvolvidos, observado o disposto no art. 186 desta Lei;

f) arrecadar os bens e documentos do devedor eelaborar o auto de arrecadação, nos termos dos arts.108 e 110 desta Lei;

g) avaliar os bens arrecadados;

h) contratar avaliadores, de preferência oficiais,mediante autorização judicial, para a avaliação dos benscaso entenda não ter condições técnicas para a tarefa;

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i) praticar os atos necessários à realização do ativo e aopagamento dos credores;

j) requerer ao juiz a venda antecipada de bensperecíveis, deterioráveis ou sujeitos a consideráveldesvalorização ou de conservação arriscada oudispendiosa, nos termos do art. 113 desta Lei;

l) praticar todos os atos conservatórios de direitos eações, diligenciar a cobrança de dívidas e dar arespectiva quitação;

m) remir, em benefício da massa e medianteautorização judicial, bens apenhados, penhorados oulegalmente retidos;

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n) representar a massa falida em juízo, contratando, senecessário, advogado, cujos honorários serãopreviamente ajustados e aprovados pelo Comitê deCredores;

o) requerer todas as medidas e diligências que foremnecessárias para o cumprimento desta Lei, a proteçãoda massa ou a eficiência da administração;

p) apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o10o (décimo) dia do mês seguinte ao vencido, contademonstrativa da administração, que especifique comclareza a receita e a despesa;

q) entregar ao seu substituto todos os bens edocumentos da massa em seu poder, sob pena deresponsabilidade;

r) prestar contas ao final do processo, quando forsubstituído, destituído ou renunciar ao cargo.

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§ 1o As remunerações dos auxiliares do administradorjudicial serão fixadas pelo juiz, que considerará acomplexidade dos trabalhos a serem executados e osvalores praticados no mercado para o desempenho deatividades semelhantes.

§ 2o Na hipótese da alínea d do inciso I do caput desteartigo, se houver recusa, o juiz, a requerimento doadministrador judicial, intimará aquelas pessoas paraque compareçam à sede do juízo, sob pena dedesobediência, oportunidade em que as interrogará napresença do administrador judicial, tomando seusdepoimentos por escrito.

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§ 3o Na falência, o administrador judicial não poderá,sem autorização judicial, após ouvidos o Comitê e odevedor no prazo comum de 2 (dois) dias, transigirsobre obrigações e direitos da massa falida e concederabatimento de dívidas, ainda que sejam consideradas dedifícil recebimento.

§ 4o Se o relatório de que trata a alínea e do inciso IIIdo caput deste artigo apontar responsabilidade penal dequalquer dos envolvidos, o Ministério Público seráintimado para tomar conhecimento de seu teor.

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Art. 23. O administrador judicial que não apresentar, noprazo estabelecido, suas contas ou qualquer dosrelatórios previstos nesta Lei será intimadopessoalmente a fazê-lo no prazo de 5 (cinco) dias, sobpena de desobediência.

Parágrafo único. Decorrido o prazo do caput desteartigo, o juiz destituirá o administrador judicial enomeará substituto para elaborar relatórios ouorganizar as contas, explicitando as responsabilidadesde seu antecessor.

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Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento daremuneração do administrador judicial, observados acapacidade de pagamento do devedor, o grau decomplexidade do trabalho e os valores praticados nomercado para o desempenho de atividadessemelhantes.

§ 1o Em qualquer hipótese, o total pago aoadministrador judicial não excederá 5% (cinco porcento) do valor devido aos credores submetidos àrecuperação judicial ou do valor de venda dos bens nafalência.

§ 2o Será reservado 40% (quarenta por cento) domontante devido ao administrador judicial parapagamento após atendimento do previsto nos arts. 154e 155 desta Lei.

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§ 3o O administrador judicial substituído seráremunerado proporcionalmente ao trabalho realizado,salvo se renunciar sem relevante razão ou for destituídode suas funções por desídia, culpa, dolo oudescumprimento das obrigações fixadas nesta Lei,hipóteses em que não terá direito à remuneração.

§ 4o Também não terá direito a remuneração oadministrador que tiver suas contas desaprovadas.

§ 5o A remuneração do administrador judicial ficareduzida ao limite de 2% (dois por cento), no caso demicroempresas e empresas de pequenoporte. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de2014)

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O Comitê de CredoresArt. 26. O Comitê de Credores será constituído por deliberação de qualquer das classes de credores na assembleia-geral e terá a seguinte composição:

I – 1 (um) representante indicado pela classe de credores trabalhistas, com 2 (dois) suplentes;

II – 1 (um) representante indicado pela classe de credores com direitos reais de garantia ou privilégios especiais, com 2 (dois) suplentes;

III – 1 (um) representante indicado pela classe de credores quirografários e com privilégios gerais, com 2 (dois) suplentes.

IV – 1 (um) representante indicado pela classe de credores representantes de microempresas e empresas de pequeno porte, com 2 (dois) suplentes. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

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§ 1º A falta de indicação de representante por quaisquer das classes não prejudicará a constituição do Comitê, que poderá funcionar com número inferior ao previsto no caput deste artigo.

§ 2º O juiz determinará, mediante requerimento subscrito por credores que representem a maioria dos créditos de uma classe, independentemente da realização de assembleia:

I – a nomeação do representante e dos suplentes da respectiva classe ainda não representada no Comitê; ou

II – a substituição do representante ou dos suplentes da respectiva classe.

§ 3º Caberá aos próprios membros do Comitê indicar, entre eles, quem irá presidi-lo.

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1. Comitê de Credores. A instalação do Comitê de Credores dentrodos processos de recuperação judicial e falência é facultativa. Aprevisão de sua constituição, por outro lado, demonstra apreocupação da lei com a atuação decisiva dos credores dentrodos processos de recuperação judicial e de falência. O art. 26 dalei prevê, em seus incisos, como será a composição do comitê paraque seja a mais democrática possível e tenha a participação decredores de todas as classes. Geralmente as recuperações judiciaise falências de maior volume e expressão são as quais háconstituição de Comitê de Credores. Falências e recuperaçõesjudiciais de menor porte não justificam a burocracia e gastosgerados pela constituição do comitê, já que as funções por eleexercidas podem ser assumidas pelos demais participantes dosprocessos de recuperação judicial e falência.

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2. O equívoco cometido pela lei. Há evidentecontradição entre os incisos do art. 26, que prevê acomposição do Comitê de Credores, e o art. 41 da lei,que descreve a composição das classes de credores naassembleia de credores. Isto porque o art. 41 agrupa namesma classe os titulares de créditos quirografários,com privilégio especial, com privilégio geral ousubordinados, enquanto que o art. 26, inc. II, prevê aindicação de um representante para os credores comdireitos reais de garantia e privilégios especiais e o inc.III prevê outro representante para os credoresquirografários e com privilégios gerais. A interpretaçãode ambos os artigos deve ser conjunta, devendoprevalecer a do art. 41 pelo agrupamento fazer maissentido se considerada a natureza dos créditos.

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3. Composição do Comitê de Credores. O Comitê de Credores deveser composto (i) credores trabalhistas. O Comitê de Credores deveter um representante indicado pela classe de credores trabalhistas.Este representante deverá ter dois suplentes também indicados pelaclasse; (ii) credores com direitos reais de garantia e privilégiosespeciais. O Comitê de Credores deve ter um representante indicadopela classe de credores com direitos reais de garantia ou privilégiosespeciais. Este representante deverá ter dois suplentes tambémindicados pela classe; (iii) credores quirografários e com privilégiosgerais. O Comitê de Credores deve ter um representante indicadopela classe de credores quirografários e com privilégios gerais. Esterepresentante deverá ter dois suplentes também indicados pelaclasse.

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4. Não indicação de representantes. A não indicação derepresentantes por quaisquer das classes de credoresnão impedirá a formação do Comitê de Credores. A lei éexpressa no sentido de que o comitê pode funcionarcom representantes em número inferior aoestabelecido no caput e incisos do artigo. A afirmaçãoexpressa da lei é extremamente relevante para que nãose alegue no futuro que determinada classe foiprejudicada por não ter membros na composição doComitê, mesmo que referida ausência seja pela omissãona indicação.

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5. Nomeação ou substituição de representantes pelojuiz. A constituição do Comitê de Credores é feita pelaassembleia geral de credores. Caso determinada classenão tenha indicado representante no momentoadequado e o Comitê tenha sido constituído, nadaimpede que, após decorrido o prazo de indicação,referida classe requeira, desde que representada pelamaioria dos créditos que a compõe, ao juiz quedetermine a nomeação de um representante e dossuplentes (inc. I) ou substitua representante ou suplentesjá nomeados (inc, II).

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6. Presidência do Comitê de Credores. Definidos os membros e suplentes do Comitê de Credores, cabe a eles indicar, entre eles mesmo, quem será o presidente. Ou seja, o presidente do Comitê de credores só poderá ser um dos membros já indicados na forma estabelecidas pelos incisos do art. 26.

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Art. 27. O Comitê de Credores terá as seguintes atribuições,além de outras previstas nesta Lei:

1. Atribuições do Comitê de Credores. O dispositivo legalcomentado prevê em seus incisos as funções do Comitê deCredores na falência e na recuperação judicial, as funçõesexercidas exclusivamente na recuperação judicial e asexclusivamente exercidas no processo falimentar. Pelaimportância do Comitê de Credores dentro de ambos osprocessos, foi de extrema relevância que o legislador tenha sepreocupado em delimitar as funções do órgão dos credores, paraque não haja conflito com os demais participantes dos processosde recuperação judicial e falência. De qualquer forma, como severá nos incisos que seguem, o Comitê de Credores tem funçãoeminentemente fiscalizadora dentro de ambos os processos.

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2. Disposições comuns à falência e recuperaçãojudicial. As funções exercidas pelo Comitê de Credorestanto nos processos de falência quanto nos derecuperações judicial são basicamente de fiscalização.Fiscalizam-se as atividades e contas do administradorjudicial (alínea a), o bom andamento do processo e ocumprimento da lei (alínea b), comunica-se violação dedireitos ou prejuízo aos interesses dos credores (alíneac), apuram-se reclamações dos interessados (alínea d).

O Comitê é também legitimado a requerer a convocaçãode assembleia geral de credores e se manifestar nasdemais hipóteses previstas em lei. Vê-se, portanto, que acriação do Comitê tem por função precípua oacompanhamento do bom andamento do processo derecuperação judicial e falência dentro dos ditames legais.

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II – na recuperação judicial:

a) fiscalizar a administração das atividades do devedor,apresentando, a cada 30 (trinta) dias, relatório de suasituação;

b) fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial;

c) submeter à autorização do juiz, quando ocorrer oafastamento do devedor nas hipóteses previstas nesta Lei, aalienação de bens do ativo permanente, a constituição deônus reais e outras garantias, bem como atos deendividamento necessários à continuação da atividadeempresarial durante o período que antecede a aprovação doplano de recuperação judicial.

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3. Funções exclusivas da recuperação judicial. Como é pressupostodo processo de recuperação judicial que o devedor permaneçaexercendo sua atividade comercial na administração do negócio, aoComitê de Credores no processo de recuperação foi atribuída afunção de fiscalizar o andamento das atividades do devedor e suaadministração, elaborando relatório a cada 30 dias a respeito desua situação, bem como acompanhando a execução do plano derecuperação judicial. Como órgão fiscalizador que é, ao Comitêtambém foi atribuída, nos casos de afastamento do devedor dacondução da atividade comercial, (art. 64) a função de submeter aojuízo, no período anterior à aprovação do plano de recuperaçãojudicial, algumas providências necessárias ao bom andamento doprocesso de recuperação judicial e ao prosseguimento da atividadecomercial da devedora, como a alienação de bens do ativopermanente, a constituição de garantias e atos de endividamentoda sociedade.

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§1º As decisões do Comitê, tomadas por maioria, serão consignadasem livro de atas, rubricado pelo juízo, que ficará à disposição doadministrador judicial, dos credores e do devedor.

§2º Caso não seja possível a obtenção de maioria em deliberação doComitê, o impasse será resolvido pelo administrador judicial ou, naincompatibilidade deste, pelo juiz.

4. Decisões do Comitê de Credores. Os §§1º e 2º do art. 27 descrevemcomo devem ser tomadas e formalizadas as decisões tomadas peloComitê de Credores. As decisões, tomadas por maioria, devem serconsignadas em livro de atas, rubricado pelo juízo, e pela amplapublicidade característica do processo de recuperação judicial, devemestar sempre à disposição de todos os interessados, em especial doadministrador judicial, credores e do próprio devedor, citadosexpressamente no dispositivo legal. Também o Ministério Públicopoderá ter acesso à documentação, por conta de sua atuação comofiscal da lei. Além disso, caso não se obtenha a maioria em algumas dasdecisões que devem ser tomadas pelo Comitê, a lei prevê que a soluçãoda questão seja dada pelo administrador ou, caso este tenha algumaespécie de incompatibilidade, pelo juízo da causa.

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Art. 28. Não havendo Comitê de Credores, caberá ao administradorjudicial ou, na incompatibilidade deste, ao juiz exercer suasatribuições.

1. Inexistência do Comitê de Credores. A criação do Comitê deCredores é facultativa. Só se justifica em recuperações judiciais efalências de grande porte. Desta forma, a lei prevê que, no caso denão criação do comitê, as funções a ele atribuídas pela lei devem serexercidas pelo administrador ou, nos casos de incompatibilidade,pelo próprio juiz. A previsão é de extrema felicidade, na medida emque o Comitê de Credores tem funções eminentementefiscalizadoras que, sem dúvida alguma, podem ser bem exercidasem processos de recuperação judicial e falência de menor portepelo próprio administrador judicial ou pelo juiz competente.

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Art. 29. Os membros do Comitê não terão sua remuneraçãocusteada pelo devedor ou pela massa falida, mas as despesasrealizadas para a realização de ato previsto nesta Lei, sedevidamente comprovadas e com a autorização do juiz, serãoressarcidas atendendo às disponibilidades de caixa.

1. Remuneração dos membros do Comitê de Credores. Apesar daextrema importância da função de fiscalização exercida pelocomitê, é de se considerar que sua formação é uma vontade doscredores, sendo deles o interesse e a responsabilidade de arcarcom os custos daí decorrentes. Desta forma, apesar de não prevercomo será a remuneração dos membros do Comitê de Credores, alei deixa expresso que não será custeada pelo devedor emrecuperação judicial ou pela massa falida. Assim, os membros docomitê terão direito somente ao reembolso de despesas, noslimites do caixa da empresa em recuperação ou da falida, desderealizadas por força de dispositivos da lei e autorizadas pelo juiz.

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Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções deadministrador judicial quem, nos últimos 5 (cinco) anos, noexercício do cargo de administrador judicial ou de membro doComitê em falência ou recuperação judicial anterior, foidestituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos legais outeve a prestação de contas desaprovada.

§ 1º Ficará também impedido de integrar o Comitê ou exercer afunção de administrador judicial quem tiver relação deparentesco ou afinidade até o 3º (terceiro) grau com o devedor,seus administradores, controladores ou representantes legais oudeles for amigo, inimigo ou dependente.

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1. Causas de impedimento para o exercício do cargo deadministrador judicial ou membro do Comitê de Credores.

A lei elenca as hipóteses de impedimento para o exercício de doisdos cargos mais centrais dentro dos processos falimentar e derecuperação judicial, uma vez que a importância de tais cargos nãopermite qualquer dúvida com relação a idoneidade de quem osexerce. Assim, não pode exercer a função tanto do administradorjudicial quanto de membro do Comitê de Credores quem (i) já foidestituído de um dos dois cargos em processos de falência ourecuperação judicial anterior, contado dentro de um prazo de 5anos; (ii) deixou de prestar contas dentro dos prazos legais, sejacomo administrador judicial ou membro do comitê; (ii) já teve aprestação de contas desaprovada; (iv) quem tiver grau deparentesco ou afinidade até o 3º grau com o devedor e seusadministradores e representantes, ou deles for amigo, inimigo oudependente.

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2º O devedor, qualquer credor ou o Ministério Público poderárequerer ao juiz a substituição do administrador judicial ou dosmembros do Comitê nomeados em desobediência aos preceitosdesta Lei.

§ 3º O juiz decidirá, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sobre orequerimento do § 2º deste artigo.

2. Pedido de substituição e a decisão do juízo. São legitimados para orequerimento de substituição do administrador ou membro doComitê de Credores pela ocorrência de umas das causas deimpedimento listadas no caput e §1º do art. 30 o devedor, qualquercredor ou o Ministério Público, ou seja, basicamente quase todos osparticipantes dos processos de recuperação judicial e falência. Feitoo requerimento, o juízo terá, por força de lei, 24 horas para decidi-lo.O prazo se justifica pela gravidade do fundamento do requerimento.

Page 60: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Art. 31. O juiz, de ofício ou a requerimento fundamentado dequalquer interessado, poderá determinar a destituição doadministrador judicial ou de quaisquer dos membros do Comitêde Credores quando verificar desobediência aos preceitos destaLei, descumprimento de deveres, omissão, negligência ou práticade ato lesivo às atividades do devedor ou a terceiros.

§ 1º No ato de destituição, o juiz nomeará novo administradorjudicial ou convocará os suplentes para recompor o Comitê.

§ 2º Na falência, o administrador judicial substituído prestarácontas no prazo de 10 (dez) dias, nos termos dos §§ 1º a 6º do art.154 desta Lei.

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Destituição do administrador judicial ou membro do Comitê deCredores. Desrespeitados quaisquer dos preceitos desta lei,descumprido quaisquer deveres, ocorrendo omissão, negligênciaou prática de atos lesivos às atividades do devedor ou terceiros,pode o juiz, a requerimento da parte ou de ofício, destituir quem ofez, seja o administrador judicial, seja membro do Comitê deCredores.

Pela importância de ambos para o bom andamento dos processosde recuperação judicial e falimentar, em especial pela funçãofiscalizadora que ambos exercem, não há como se aceitar que opróprio administrador judicial ou membro do comitê cometamdeslizes, praticando condutas contrárias aos ditames da lei. Olegislador enxerga tal conduta como gravíssima, apenando quem ocomete com a destituição do cargo.

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2. Substituição do Infrator. Ocorrida a destituição do infrator nostermos do caput do artigo, deverá o juiz, por óbvio, nomearsubstituto, no caso do administrador judicial, ou convocar osuplemente anteriormente nomeado nos termos do art. 26 da leipara que tome posse do cargo em substituição ao antigorepresentante.

3. A prestação de contas do administrador substituído. A lei impõeao administrador judicial a obrigação de, mesmo substituído, prestarcontas no prazo de 10 dias nos termos do art. 154 da lei. Oadministrador que não o faça ou tenha as contas rejeitadas terá suasresponsabilidades fixadas por sentença, que poderá ainda, nostermos do §5º do art. 154, “determinar a indisponibilidade ou osequestro de bens e servirá como título executivo para indenizaçãoda massa”. Vê-se, portanto, que há sérias consequencias para o nãocumprimento da lei pelo substituído/destituído, que não se seráeximido de suas responsabilidades caso não cumpra a lei.

Page 63: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Art. 32. O administrador judicial e os membros do Comitêresponderão pelos prejuízos causados à massa falida, ao devedorou aos credores por dolo ou culpa, devendo o dissidente emdeliberação do Comitê consignar sua discordância em ata paraeximir-se da responsabilidade.

1. A responsabilidade do administrador judicial e dos membros doComitê de Credores. O dispositivo em comento prevê a hipótese deresponsabilização pessoal do administrador judicial e dos membrosdo Comitê de Credores pelos danos causados à massa falida, aodevedor e outros credores por dolo ou culpa. Ainda que nãohouvesse previsão específica de responsabilização, por óbvioqualquer um deles que cometesse algum ato ilícito que causassedano a outrem deveria ser responsabilizado pelas regras geral doCódigo Civil. Mas é importante que a lei deixe expresso que oencargo assumido por cada um deles tem responsabilidades e quequalquer atuação fora dos ditames da lei é geradora deresponsabilidade pessoal subjetiva.

Page 64: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

2. Exclusão de responsabilidade. Para que não sejaresponsabilidade, o membro do Comitê de Credores quediscordar de determinada ação deve formalizar sua discordânciaem ata.

A formalização da discordância é de extrema importância paraque o membro do comitê não seja responsabilizadopessoalmente por algo que não apoiou.

De qualquer forma, para os processos falimentar e derecuperação judicial, a não responsabilização depende deformalização da discordância.

Page 65: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Art. 33. O administrador judicial e os membros do Comitê deCredores, logo que nomeados, serão intimados pessoalmente para,em 48 (quarenta e oito) horas, assinar, na sede do juízo, o termo decompromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo e assumirtodas as responsabilidades a ele inerentes.

1. Prazo para aceitação do encargo e o termo de compromisso.Nomeados, tanto o administrador judicial quanto os membros doComitê de Credores têm o prazo de 48 horas para aceitação doencargo, que será formalizado pela assinatura do termo decompromisso, do qual consta a obrigação de que todas as funçõesinerentes ao cargo assumido serão bem exercidas, bem como de queserão assumidas todas as responsabilidades intrínsecas ao cargo quese aceitou. A formalização da aceitação é, sem dúvida alguma, ummarco necessário para fins de responsabilidade do membro docomitê ou administrador judicial. Vale ressaltar que caso oadministrador judicial seja empresa especializada, deve serdeclarado no termo de compromisso quem será o profissionalresponsável para acompanhamento do assunto (art. 21, parágrafoúnico).

Page 66: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Art. 34. Não assinado o termo de compromisso noprazo previsto no art. 33 desta Lei, o juiz nomearáoutro administrador judicial.

1. Substituição do administrador judicial. Mesmo sendonomeado pelo juízo, a aceitação do cargo deadministrador judicial é facultativa. Assim, caso onomeado não compareça para formalizar a aceitaçãodo encargo nos termos do art. 33 da lei, cabe ao juiznomear outro profissional, que deverá comparecerpara assinatura do termo de compromisso no lugar dosubstituído.

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RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Negociação do Plano

Consenso

3/5 cada classe

Rejeição

Homologação facultativa

Homologação obrigatória

Inviabilidade

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Recuperação Judicial de Empresas

A Recuperação Judicial, por sua vez,tem aplicação mais onerosa que aanterior. Sua principal vantagem éproporcionar ao devedor a chance deenvolver maior número de credores eapresentar um plano de recuperaçãoque, efetivamente, possa ser cumpridoe evite sua falência.

Page 69: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Outra vantagem é a ampliação dapossibilidade de manutenção dospostos de trabalho. Esse fator é capazde sensibilizar a sociedade sobre aimportância da manutenção de umaempresa viável economicamente,assim como aumentar a possibilidadede recuperação do crédito peloscredores.

Page 70: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Na Recuperação Judicial, o controle ficacom o Judiciário ( mais especificadamente,com o juiz da recuperação), além doAdministrador Judicial, nomeado por elepara fiscalizar o processo de recuperação.Também envolve a figura do Comitê deCredores e a Assembleia Geral doscredores. Há, também, efetivaparticipação do Ministério Público,que atua como fiscal da Lei.

Page 71: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Petição inicial com Pedido de Recuperação

Preenchidos os requisitos Despacho de Processamento

Editais

Habilitações de crédito

Plano de Recuperação

Devedor não apresenta

Edital da 2ª relação de credores

Edital de aviso aso Credores

Falências

Decurso de prazo

Não há objeção

Objeção apresentada

Assembleia Geral de Credores

Page 72: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Como funciona o processode Recuperação Judicial

O processo de recuperação judicial sedesenvolve em três fases distintas:

a) fase postulatória (ingresso da ação emjuízo);

b) fase deliberativa (votação do plano derecuperação);

c) fase executória (executa o plano derecuperação aprovado pelos credores).

Page 73: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Fase postulatória: é a fase do requerimento do benefício da Recuperação Judicial. Nela, o requerente deve instruir o pedido com:

a) exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira;

b) demonstrações contábeis relativas aos três últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de I - balanço patrimonial, II -demonstração de resultados acumulados, III -demonstração do resultado desde o último exercício social, IV - relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;

Page 74: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

c) relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito,

discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente;

d) relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento;

Page 75: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

e) certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;

f) relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor;

g) extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;

Page 76: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

h) certidões dos cartórios de protestos, situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possua filial;

i) relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados

Page 77: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Fase deliberativa: estando a documentaçãoexigida em ordem, o juiz determinará oprocessamento da recuperação judicial, e, nomesmo ato, tomará as seguintes medidas:

a) nomeará o Administrador Judicial, observado odisposto no art. 21

da Lei 11.101/2005;

Page 78: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

b) determinará a dispensa da apresentação decertidões negativas para que o devedor exerçasuas atividades, exceto para contratação com oPoder Público ou para recebimento de benefíciosou incentivos fiscais ou creditícios;

c) ordenará a suspensão de todas as ações ouexecuções contra o devedor, permanecendo osrespectivos autos no juízo onde se

processam, com as ressalvas da Lei;

Page 79: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

d) determinará ao devedor a apresentaçãode contas demonstrativas mensais,enquanto perdurar a recuperação judicial,sob pena de destituição de seusadministradores;

e) ordenará a intimação do MinistérioPúblico e a comunicação por

carta às Fazendas Públicas Federal e detodos os Estados e Municípios em que odevedor tiver estabelecimento.

Page 80: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Fase de execução: concedida arecuperação, encerra-se a fasedeliberativa e inicia-se a fase deexecução, dando-se cumprimento aoPlano de Recuperação.

Page 81: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Proferida a decisão, o devedorpermanecerá em Recuperação Judicial atéque se cumpram todas as obrigaçõesprevistas no Plano e que vencerem em atédois anos depois da concessão daRecuperação Judicial.

Durante este período, o descumprimentode qualquer obrigação prevista no Planoacarretará a convolação da recuperação emfalência.

Page 82: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Em todos os atos, contratos e documentosfirmados pelo devedor sujeito ao procedimento derecuperação judicial, deverá ser acrescida, após onome empresarial, a expressão “em RecuperaçãoJudicial”.

De acordo com o artigo 63 da Lei 11.101/2005,uma vez cumpridas as obrigações vencidas noprazo, o juiz decretará, por sentença, oencerramento da recuperação judicial edeterminará:

Page 83: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

a) o pagamento do saldo de honorários ao AdministradorJudicial, somente podendo efetuar a quitação dessasobrigações mediante prestação de contas, no prazo de 30dias, e aprovação do relatório previsto no item c;

b) a apuração do saldo das custas judiciais a seremrecolhidas;

c) a apresentação de relatório circunstanciado doAdministrador Judicial, no prazo máximo de 15 dias,versando sobre a execução do Plano de Recuperação pelodevedor;

Page 84: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

d) a dissolução do Comitê de Credores e aexoneração do Administrador Judicial;

e) a comunicação ao Registro Público de Empresaspara as providências cabíveis.

Page 85: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

PLANO DE RECUPERAÇÃO

EXTRAJUDICIAL

Conteúdo: termos e condições do acordo celebrado entre

devedor e credores por ele escolhidos + meios de

recuperação que serão utilizados

O Plano não poderá contemplar:

O plano não poderá contemplar, sem a expressa anuência

do respectivo credor:

a alienação de bem gravado por garantia real, supressão

ou substituição da garantia,

conversão de créditos em moeda estrangeira para moeda

nacional.

Page 86: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Efeitos do Plano: somente após a homologação

(modificações do valor do crédito e forma de pagamento

podem produzir efeitos anteriores à homologação).

O Plano poderá definir:

(i) se a não homologação do plano é ou não condição

resolutiva;

(ii) se a mera assinatura do plano implica em novação;

ou ainda

(iii) se a novação estará condicionada à homologação

do plano ou adesão de percentual mínimo de créditos.

Page 87: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

PROCEDIMENTOLEGITIMIDADE ATIVA: do devedor (sociedade empresária ou empresário)

Requisitos Positivos:

Exercício regular da atividade empresarial há mais de 2 (dois)anos;

Obter a adesão mínima dos credores por ele escolhidos esujeitos ao plano de recuperação extrajudicial.

Impedimentos

Ser falido;

Ter obtido concessão de recuperação judicial há menos de 2(dois) anos;

Ter sido condenado por crime falimentar;

Ter pedido de recuperação judicial pendente; ou

Ter obtido homologação de outro plano de recuperaçãoextrajudicial há menos de 2 (dois) anos.

Page 88: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Foro: local do principal estabelecimento do devedor ou de

filial de empresa que tenha sede fora do Brasil;

Prevenção: distribuição anterior de pedido de falência ou

recuperação judicial pelo devedor não gera a prevenção de

jurisdição;

Requisitos - petição inicial: deverá conter a sua justificativa

e obedecer os requisitos do artigo 282 do CPC, além de vir

acompanhada do plano de recuperação, com indicação dos

termos, condições e meios de pagamento a serem utilizados

pelo devedor.

Page 89: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Documentos (comuns):

(i) certidão de regularidade perante o Registro

Público de Empresas + ato constitutivo atualizado + atas

de nomeação dos atuais administradores + ata de reunião

de diretoria e/ou ata de assembleia geral autorizando

distribuição do pedido; e

(ii) certidão de distribuidor forense do juízo do

principal estabelecimento – comprovante da inexistência

de impedimento para ajuizamento da medida.

Page 90: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Modalidade de recuperação impositiva (documentos

adicionais):

(i) exposição da situação patrimonial do devedor;

(ii) demonstrações contábeis relativas ao último

exercício social e as levantadas especialmente para instruir o

pedido;

(iii) documentos que comprovem os poderes dos

subscritores para novar ou transigir; e

(iv) relação nominal completa dos credores (endereço,

natureza, classificação, origem, o regime dos vencimentos e o

valor atualizado dos respectivos créditos e a indicação dos

registros contábeis de cada transação pendente).

Page 91: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

CONVOCAÇÃO DOS CREDORES

Edital

Carta

Comprovação pelo devedor

IMPUGNAÇÃO tratamento desfavorável aos credores que a ele não estejam sujeitos;

pagamento antecipado de dívidas;

não preenchimento do percentual mínimo previsto para a modalidadeimpositiva;

prática de quaisquer dos atos de falência previstos no inciso III doartigo 94 da Nova Lei;

prática de ato com a intenção de prejudicar credores;

descumprimento de requisito previsto na Nova Lei ou qualquer outraexigência legal;

simulação de créditos; e

vício de representação dos credores que subscreverem o plano.

Page 92: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

A HABILITAÇÃO DE CRÉDITOSArt. 9o A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art. 7o, § 1o, desta Lei deverá conter:

I – o nome, o endereço do credor e o endereço em que receberá comunicação de qualquer ato do processo;

II – o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do pedido de recuperação judicial, sua origem e classificação;

III – os documentos comprobatórios do crédito e a indicação das demais provas a serem produzidas;

IV – a indicação da garantia prestada pelo devedor, se houver, e o respectivo instrumento;

V – a especificação do objeto da garantia que estiver na posse do credor.

Parágrafo único. Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão ser exibidos no original ou por cópias autenticadas se estiverem juntados em outro processo.

Page 93: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 7o, § 1o, destaLei, as habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias.

§ 1o Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários,excetuados os titulares de créditos derivados da relação detrabalho, não terão direito a voto nas deliberações da assembleia-geral de credores.

§ 2o Aplica-se o disposto no § 1o deste artigo ao processo defalência, salvo se, na data da realização da assembléia-geral, jáhouver sido homologado o quadro-geral de credores contendo ocrédito retardatário.

§ 3o Na falência, os créditos retardatários perderão o direito arateios eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamentode custas, não se computando os acessórios compreendidos entreo término do prazo e a data do pedido de habilitação.

§ 4o Na hipótese prevista no § 3o deste artigo, o credor poderárequerer a reserva de valor para satisfação de seu crédito.

Page 94: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

§ 5o As habilitações de crédito retardatárias, seapresentadas antes da homologação do quadro-geral decredores, serão recebidas como impugnação eprocessadas na forma dos arts. 13 a 15 desta Lei.

§ 6o Após a homologação do quadro-geral de credores,aqueles que não habilitaram seu crédito poderão,observado, no que couber, o procedimento ordinárioprevisto no Código de Processo Civil, requerer ao juízoda falência ou da recuperação judicial a retificação doquadro-geral para inclusão do respectivo crédito.

Page 95: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor

em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da

publicação da decisão que deferir o processamento da

recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e

deverá conter:

I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a

ser empregados, conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo;

II – demonstração de sua viabilidade econômica; e

III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e

ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente

habilitado ou empresa especializada.

Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital

contendo aviso aos credores sobre o recebimento do plano de

recuperação e fixando o prazo para a manifestação de

eventuais objeções, observado o art. 55 desta Lei.

Page 96: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

O plano de recuperação judicial.

O plano de recuperação é sem dúvida o ponto vital para o bom resultado do processo de recuperação judicial. Nele devem estar previstos todas as providências, plano de negócios, estudos de viabilidade econômica da empresa, que deverão ser adotados pelo devedor para a retomada da atividade comercial da empresa, sempre em busca da recuperação, em homenagem ao princípio da preservação da empresa e da sua função social, e consequente pagamento de todas as dívidas, em benefício dos credores.

Page 97: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Requisitos do plano de recuperação judicial.

Os incisos do art. 53 preveem os pontos quedevem ser abordados pelo devedor naelaboração do seu plano de recuperaçãojudicial, entre eles os meios a serempregados (inc. I), a demonstração daviabilidade econômico financeira daempresa (inc. II) e a elaboração porprofissional legalmente habilitado ouempresa especializada de laudo econômico-financeiro e de avaliação de bens e ativos dodevedor.

Page 98: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Prazo para apresentação do plano de recuperação judicial

O dispositivo dá ao devedor o prazoimprorrogável de 60 dias, contados dapublicação da decisão que deferir oprocessamento da recuperação judicial, paraapresentação do plano de recuperaçãojudicial nos autos, sob pena de decretaçãoda falência da empresa em recuperação (art.73, inc. II).

Page 99: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Os meios de recuperação da empresa.

A lei elenca meios dos mais variados, desde aconcessão de prazos e condições especiais parapagamento da dívida a emissão de valoresmobiliários, que podem ser utilizados pelaempresa em recuperação judicial para arecuperação financeira da empresa e consequentepagamento de todos os credores. Os instrumentosexemplificativos que o art. 50 traz são jurídicos,econômicos, financeiros e administrativos, e cabeao devedor em recuperação judicial optar por umou mais deles para que constem do seu plano derecuperação judicial.

Page 100: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Há a possiblidade de serem adotados outrosmeios que não os exemplificados no art. 50.Qualquer que seja o meio adotado pelo devedor,contudo, o plano de recuperação judicial deveesmiuçar de forma criteriosa como o meioescolhido reconduzirá a empresa à estabilidadefinanceira. Pela complexidade dos processos derecuperação judicial, é evidente que sempre maisde um meio de recuperação judicial é adotadapelo devedor para que a recuperação tenhasucesso

Page 101: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Viabilidade econômica

Somados aos meios de recuperação judicial, deve o devedor de forma fundamentada em seu plano de recuperação judicial esmiuçar a viabilidade econômica da empresa em recuperação. Em outras palavras, isso significa dizer que é necessário demonstrar aos interessados (credores, juízo, administrador judicial) que a o negócio explorado pela empresa em recuperação ainda é um bom negócio. Assim, o exercício da atividade comercial explorada ainda é capaz de recuperá-la, com o consequente pagamento de todos os débitos existentes.

Page 102: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Laudo econômico financeiro e avaliação de bense ativos do devedor.

A empresa deve contratar profissional habilitadoou empresa especializada que elabora um laudoeconômico financeiro da devedora e avalie os bense ativos da empresa em recuperação. A análisetécnica é de extrema importância na medida emque um laudo profissional analisará a condiçãofinanceira da empresa, e isto influenciará naviabilidade do prosseguimento da recuperaçãojudicial, na medida em que serão pontuadas asfalhas de organização administrativa e financeiraexistentes, que deverão ser corrigidas para ocumprimento do plano de recuperação.

Page 103: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Além disso, a avaliação técnica dos os ativos ebens é de extrema importância, na medida emque são essenciais para o cumprimento do planode recuperação. Além de alienação de bens eativos ser um dos meios de recuperação daempresa (art. 50), eles são a maior garantia aoscredores de que os créditos listados narecuperação judicial serão pagos.

Page 104: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Edital a respeito da apresentação do plano de recuperação judicial.

Apresentado o plano de recuperação judicial, deveo juiz ordenar a publicação do edital a que serefere o este dispositivo.

A contagem do prazo de 30 dias para apresentaçãode objeção ao plano de recuperação judicial seinicia ou da publicação deste edital ou dapublicação da relação de credores elaborada peloadministrador judicial, devendo ser considerada aúltima das duas publicações para fins de contagemde prazo.

Page 105: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Art. 54. O plano de recuperação judicial não poderá

prever prazo superior a 1 (um) ano para pagamento

dos créditos derivados da legislação do trabalho ou

decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a

data do pedido de recuperação judicial.

Parágrafo único. O plano não poderá, ainda, prever

prazo superior a 30 (trinta) dias para o pagamento,

até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por

trabalhador, dos créditos de natureza estritamente

salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores ao

pedido de recuperação judicial.

Page 106: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Prazo máximo de pagamento dos créditos trabalhistas.

A lei estabelece que ao plano de recuperação judicial é vetado prever prazo superior a um ano para pagamento dos créditos trabalhistas vencidos até a data do pedido de recuperação judicial. A ideia é claramente dar preferência ao pagamento dos credores trabalhista em relação aos demais, até pela natureza alimentar do crédito.

Caso o dispositivo legal seja desrespeitado, é o caso de convolação da recuperação judicial em falência, já que ou o plano deverá ser rejeitado pelos credores trabalhistas ou não homologado pelo juízo mesmo que aprovado, já que, apesar de respeitar a vontade da assembleia de credores, o juízo tem a função no momento da homologação do plano de verificar supostas ilegalidades

Page 107: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Prazo máximo de pagamento dos créditos trabalhistas vencidos nos 3 meses anteriores ao

pedido de recuperação judicial.

Novamente dando extrema relevância aoscréditos trabalhistas de natureza alimentar, a leiexige que o plano não preveja prazo superior a 30dias, até o limite de 5 salários mínimos portrabalhador, para o pagamento dos valoresestritamente salariais vencidas nos 3 mesesanteriores ao pedido de recuperação judicial.

Page 108: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Do Procedimento de Recuperação Judicial

Art. 55. Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua

objeção ao plano de recuperação judicial no prazo de

30 (trinta) dias contado da publicação da relação de

credores de que trata o § 2o do art. 7o desta Lei.

Parágrafo único. Caso, na data da publicação da relação

de que trata o caput deste artigo, não tenha sido

publicado o aviso previsto no art. 53, parágrafo único,

desta Lei, contar-se-á da publicação deste o prazo para

as objeções.

Page 109: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

• Objeção ao plano de recuperação judicial. A lei

autoriza a qualquer credor apresentar, no prazo

de 30 dias contados da publicação da relação de

credores elaborada pelo administrador judicial

(art. 7º, §2º), objeção ao plano de recuperação

apresentado pela devedora nos autos.

• As objeções podem ter como fundamentação

aspectos jurídicos constantes do plano ou ainda

aspectos econômico-financeiros, referentes aos

dados apresentados pela devedora para sustentar

a possibilidade de continuidade da atividade

comercial.

Page 110: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

• O plano é vital para a recuperação da empresa, de

modo que deve ser extremamente detalhado a

respeito da avaliação da situação econômico-

financeira no momento do pedido de recuperação

e dos bens e ativos existentes.

• Da mesma forma, as objeções devem ser

fundamentadas, para que se demonstre, por

exemplo, que os meios de recuperação escolhidos

não são factíveis, ou que o negócio em si não é

capaz de recuperar a empresa devedora. A ideia é,

portanto, propiciar a todos os participantes o

debate técnico da recuperação da empresa, que

deverá acontecer, se apresentadas objeções, na

assembleia geral de credores.

Page 111: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

• Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

– Súmula 58: “Os prazos previstos na lei

n° 11.101/2005 são sempre simples, não se

aplicando o artigo 191, do Código de

Processo Civil.”

Page 112: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Edital do art. 53.

Caso na data de publicação da relação de credores elaborada

pelo administrador judicial não tenha sido publicado o edital

previsto no parágrafo único do art. 53, parágrafo único, da

lei, edital este com o fim específico de dar ciência aos

credores do recebimento do plano de recuperação judicial e

do início do prazo para apresentação de objeção, será da

publicação deste edital que será contado o prazo para

apresentação de objeção pelos credores e não da publicação

da relação de credores do administrador judicial como

estabelecido pelo art. 55 da lei. Assim, conta-se o prazo para

objeção da publicação do último entre os dois (edital do art.

53, pár. único ou relação de credores do administrador

judicial).

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Art. 56. Havendo objeção de qualquer credor ao plano de

recuperação judicial, o juiz convocará a assembleia-geral de

credores para deliberar sobre o plano de recuperação.

§ 1o A data designada para a realização da assembleia-geral

não excederá 150 (cento e cinquenta) dias contados do

deferimento do processamento da recuperação judicial.

§ 2o A assembleia-geral que aprovar o plano de recuperação

judicial poderá indicar os membros do Comitê de Credores,

na forma do art. 26 desta Lei, se já não estiver constituído.

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Assembleia geral de credores.

Uma única objeção apresentada por qualquer credor tornaránecessária a designação de assembleia geral de credores pelojuízo. O intuito da convocação da assembleia é propiciar entretodos os credores o debate a respeito do plano de recuperaçãoapresentado e os pontos apontados nas objeções apresentadas.

Prazo para designação da assembleia geral de credores.

A lei prevê expressamente que assembleia geral de credores deveser designada no prazo máximo de 150 duas contados dodeferimento do processamento da recuperação judicial. Não háexatamente uma punição pelo descumprimento deste prazo, que,na prática, é bastante descumprido.

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§ 3o O plano de recuperação judicial poderá sofrer

alterações na assembleia-geral, desde que haja expressa

concordância do devedor e em termos que não

impliquem diminuição dos direitos exclusivamente dos

credores ausentes.

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O Comitê de Credores.

A formação do Comitê de Credores é

opcional e sua formação depende da análise

do caso concreto. De qualquer forma, é na

mesma assembleia geral que debaterá o

plano o momento de indicar os membros do

referido comitê, da forma como estabelecido

no art. 26 da lei.

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Alterações do plano de recuperação judicial em assembleia geral de credores.

É facultado aos presentes na assembleia geral aprovar alteraçõesao plano de recuperação judicial elaborado pelo devedor, desdeque obviamente o executor do plano, o devedor em recuperaçãojudicial, concorde com as alterações sugeridas.

Também é necessário se respeitar os direitos dos credores que,apesar de devidamente habilitados no processo de recuperaçãojudicial, não tenham comparecido à assemblei geral. A lei proíbeeventuais tentativas dos presentes de diminuir exclusivamente osdireitos dos credores ausentes. A ideia é evitar um conluio entre odevedor e os credores ausentes no intuito de lesar exclusivamenteos não presentes e mesmo assim obter o quórum de aprovaçãoprevisto em lei.

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§ 4o Rejeitado o plano de recuperação pela

assembleia-geral de credores, o juiz decretará a

falência do devedor

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Rejeição do plano de recuperação em assembleia geral de credores.

A rejeição pelos credores ao plano de recuperaçãojudicial apresentado pelo devedor, por óbvio, sópoderia ter como consequência o fim do processode recuperação judicial, com a convolação destaem falência.

A exceção a regra exposta neste dispositivo legalé a do §1º do art. 58 da lei, que prevê hipótesesexcepcionais de concessão da recuperaçãojudicial ao devedor mesmo com a não aprovaçãodo plano de recuperação em assembleia geral decredores.

Page 120: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

Art. 57. Após a juntada aos autos do plano

aprovado pela assembleia-geral de credores

ou decorrido o prazo previsto no art. 55 desta

Lei sem objeção de credores, o devedor

apresentará certidões negativas de débitos

tributários nos termos dos arts. 151, 205, 206

da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 -

Código Tributário Nacional.

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A apresentação das certidões negativas tributárias. Aprovado oplano de recuperação pelos credores em assembleia geral decredores ou não apresentadas objeções pelos credores ao planode recuperação judicial elaborado pelo devedor em recuperaçãojudicial, deve este apresentar as certidões negativas de débitostributários previstas nos termos dos arts. 151 (hipóteses desuspensão do crédito tributário) e arts. 205 e 206 do CódigoTributário Nacional, que regulamentam a certidão negativa, doque ela faz prova, a forma como ela pode ser requerida eexpedida e para quais situações. Vale ainda citar o previsto noart. 191-A do Código Tributário Nacional, que estabelece que “aconcessão de recuperação judicial depende da apresentação daprova de quitação de todos os tributos, observado o disposto nosarts. 151, 205 e 206 desta Lei.”. Ou seja, o dispositivo é expressono sentido de que o devedor deve estar munido de todas ascertidões negativas de débito tributário após a aprovação do seuplano de recuperação judicial para que tenha a recuperaçãoconcedida pelo juízo.

STJ – Resp 1.053.883-RJ

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Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei,

o juiz concederá a recuperação judicial do

devedor cujo plano não tenha sofrido

objeção de credor nos termos do art. 55

desta Lei ou tenha sido aprovado pela

assembleia-geral de credores na forma do

art. 45 desta Lei.

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Concessão da recuperação judicial

Cumpridas as exigências da lei, que, neste momento, seresume a verificar a legalidade das disposições constantesdo plano de recuperação judicial e a apresentação dascertidões negativas de débitos tributários, o juiz deveconceder a recuperação judicial à empresa emrecuperação judicial caso aprovado o plano em assembleiageral de credores nos termos do art. 45 da lei ou caso nãotenham existido objeções dos credores ao plano derecuperação judicial apresentado.

Natureza da decisão que concede a recuperação judicial

A decisão do juiz que concede a recuperação judicial temnatureza de decisão interlocutória, sendo recorrível viaagravo de instrumento (art. 59, §2º).

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Homologação do plano de recuperação judicial.

A decisão de aprovação do plano de recuperação judicial emassembleia geral de credores é soberana, mas cabe ao juiz, nomomento da homologação, verificar a legalidade dasdisposições do plano de recuperação judicial. Não se podehomologar sem ressalvas plano de recuperação judicial que,mesmo com a aprovação em assembleia pelo quórum previstoem lei, preveja o pagamento de créditos trabalhistas em prazodistinto do previsto no art. 54 e parágrafo único.

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§1º O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma assembleia, tenha obtido, de forma cumulativa:

Concessão da recuperação judicial de plano sem aprovação do plano pela assembleia geral de credores.

A lei prevê 3 hipóteses em que a recuperação judicial será concedida ao devedor mesmo caso o plano de recuperação judicial não tenha sido aprovado em assembleia geral de credores pelas regras estabelecidas pelo art. 45 da lei. A ideia é que, mesmo sem obtenção do quórum legal, o plano de recuperação judicial do devedor obteve aprovação de um número significativo de credores que justifique a concessão da recuperação judicial pelo juízo da recuperação.

Page 126: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembléia, independentemente de classes;

Primeira hipótese. Plano tenha obtido o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembleia, independentemente da classe.

II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas;

Segunda hipótese. Plano de recuperação judicial tenha obtido a aprovação de 2 classes de credores nos termos do art. 45 da lei, ou, caso haja somente 2 classes de credores votantes, tenha obtido a aprovação de pelo menos uma delas.

Page 127: Slides Prof. Landulfo Empresarial IV

III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores, computados na forma dos §§1º e 2º do art. 45 desta Lei.

Terceira hipótese. Caso na classe que houver rejeitado o plano de recuperação judicial, haja voto favorável de mais de um terço dos credores, computados nos termos dos §§1º e 2º do art. 45 da lei.

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§2º A recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no §1º deste artigo se o plano não implicar tratamento diferenciado entre os credores da classe que o houver rejeitado.

Restrições à exceção do §1º do art. 58. A lei veta expressamente, baseada no princípio do pars condictio creditorium, que credores da mesma classe tenham recebido tratamento diferenciado pelo plano de recuperação judicial. Desta forma, só será admita a concessão da recuperação judicial nos termos do §1º do art. 58 caso essa regra tenha sido respeitada.

CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 68.173 - SP (2006/0176543-8)

AUTOR: AGRI-TILLAGE DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO

DE MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS LTDA

ADVOGADO: TACITO EDUARDO OLIVEIRA GRUBBA E

OUTRO(S)

SUSCITANTE: JUÍZO DE DIREITO DA 3A VARA DE MATÃO - SP

SUSCITADO: JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DE MATÃO - SP

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RELATOR: MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO

EMENTA

CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA. COMERCIAL. LEI 11.101/05.

RECUPERAÇÃO JUDICIAL. PROCESSAMENTO DEFERIDO.

1. A DECISÃO LIMINAR DA JUSTIÇA TRABALHISTA QUE DETERMINOU A

INDISPONIBILIDADE DOS BENS DA EMPRESA EM RECUPERAÇÃO

JUDICIAL, ASSIM TAMBÉM DOS SEUS SÓCIOS, NÃO PODE PREVALECER,

SOB PENA DE SE QUEBRAR O PRINCÍPIO NUCLEAR DA RECUPERAÇÃO,

QUE É A POSSIBILIDADE DE SOERGUIMENTO DA EMPRESA, FERINDO

TAMBÉM O PRINCÍPIO DA "PAR CONDITIO CREDITORUM".

2. É COMPETENTE O JUÍZO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL PARA DECIDIR

ACERCA DO PATRIMÔNIO DA EMPRESA RECUPERANDA, TAMBÉM DA

EVENTUAL EXTENSÃO DOS EFEITOS E RESPONSABILIDADES AOS

SÓCIOS, ESPECIALMENTE APÓS APROVADO O PLANO DE

RECUPERAÇÃO.

3. OS CRÉDITOS APURADOS DEVERÃO SER SATISFEITOS NA FORMA

ESTABELECIDA PELO PLANO, APROVADO DE CONFORMIDADE COM O

ART. 45 DA LEI 11.101/2005.

4. NÃO SE MOSTRA PLAUSÍVEL A RETOMADA DAS EXECUÇÕES

INDIVIDUAIS APÓS O MERO DECURSO DO PRAZO LEGAL DE 180 DIAS.

CONFLITO CONHECIDO PARA DECLARAR A COMPETÊNCIA DO JUÍZO DA

3ª VARA DE MATÃO/SP.

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DA CONVOLAÇÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL EM FALÊNCIA

Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial:

I – por deliberação da assembléia-geral de credores, na forma do art. 42 desta Lei;

II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo do art. 53 desta Lei;

III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do § 4o do art. 56 desta Lei;

IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação, na forma do § 1o do art. 61 desta Lei.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não impede a decretação da falência por inadimplemento de obrigação não sujeita à recuperação judicial, nos termos dos incisos I ou II do caput do art. 94 desta Lei, ou por prática de ato previsto no inciso III do caput do art. 94 desta Lei.