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Joana de Fátima Matias Rodrigues Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E BIOQUÍMICA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO NOVEMBRO 2012

Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno · esteroide que apresenta propriedades, antipiréticas e anti-inflamatórias. Este medicamento atua por inibição

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Joana de Fátima Matias Rodrigues

Síntese de derivados acilados

do anti-inflamatório Naproxeno

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E BIOQUÍMICA

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO

NOVEMBRO 2012

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Joana de Fátima Matias Rodrigues

Síntese de derivados acilados

do anti-inflamatório Naproxeno

Tese submetida à Faculdade de Ciências da Universidade do Porto para a obtenção do

Grau de Mestre em Química

Composição do Júri:

Maria Clara Ramalho Monteiro Pires Basto, Professora Auxiliar do Departamento de

Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (Representante da

Comissão Científica do 2º Ciclo de Estudos em Química) – Presidente

Nuno Filipe Batista Mateus, Professor Associado do Departamento de Química e

Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto;

Maria João Sinde Monteiro Pinto de Araújo, Professora Auxiliar do Departamento de

Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (Orientadora);

Paula Alexandra Carvalho Gomes, Professora Auxiliar do Departamento de Química e

Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E BIOQUÍMICA

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO

NOVEMBRO 2012

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iv Agradecimentos

AGRADECIMENTOS

À Professora Doutora Maria João Sinde Monteiro Pinto de Araújo, orientadora desta

dissertação, manifesto o meu profundo carinho e agradecimento, pelo constante apoio,

confiança e ensinamentos.

Aos meus colegas e amigos de laboratório, Bianca Pérez, Nuno Vale e Sílvia Maia, o

meu agradecimento pelos ensinamentos, pelo apoio prestado e pelo ambiente motivador e

alegre.

À Carmen Santos e Marlene Costa, pelo companheirismo e pela grande amizade.

A todos os meus amigos, que estiveram sempre presentes de alguma forma, nos bons e

maus momentos, sempre com um incentivo e um ombro amigo.

Aos meus pais, pelo amor e amizade incondicional, pelo carinho, dedicação e

otimismo.

Ao meu irmão, o meu pilar.

Ao Ricardo, pelo amor, paciência, compreensão, motivação e ajuda em todos os

momentos.

A todos aqueles que, de algum modo, contribuíram para a realização deste trabalho.

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v Resumo

RESUMO

O Naproxeno [ácido 2-(6-metoxinaft-2-il)propanoico)] é um anti-inflamatório não

esteroide que apresenta propriedades, antipiréticas e anti-inflamatórias. Este medicamento

atua por inibição central e periférica da enzima ciclo-oxigenase (COX) 1 e 2, tendo mais

afinidade pela COX 2 e interrompendo a síntese de prostaglandinas que são importantes

mediadores da dor, da febre e da inflamação. Na sua estrutura, o Naproxeno possui um

carbono quiral e portanto apresenta dois enantiómeros: o S-Naproxeno e o R-Naproxeno. No

entanto, apenas o enantiómero S apresenta atividade anti-inflamatória.

O presente trabalho consistiu na síntese, purificação e caracterização de novos

derivados acilados do anti-inflamatório S-Naproxeno. Os derivados em questão serão alvo de

estudo no desenvolvimento de métodos gerais para a preparação de sílicas de impressão

molecular em forma esférica, atuando como moléculas molde.

A metodologia de síntese aplicada no presente trabalho envolveu essencialmente três

tipos de reações, a esterificação de Fischer como modo de proteção do grupo carboxilo, a

acilação para introdução de uma cadeia carbonada de comprimento variável e a saponificação

de forma a desproteger o grupo carboxilo. Foram testados três métodos de síntese para a

acilação do anel naftalénico do S-Naproxeno, usando diferentes catalisadores (cloreto de

alumínio anidro, óxido de zinco e trifluorometanossulfonato de cobre II), o que possibilitou a

avaliação da sua eficiência na reação em questão, tendo em conta as condicionantes

ambientais e económicas associadas a cada um.

Assim, foram sintetizados dez novos derivados acilados do S-Naproxeno em que o

número de átomos de carbono da cadeia carbonada, introduzida por reação com cloretos de

acilo, variou entre 8 e 16 [por exemplo: ácido 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico],

com rendimentos razoáveis.

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vi Abstract

ABSTRACT

Naproxen [2-methyl-2-(6-methoxy-2-naphthyl) propanoic acid] is a non-steroid anti-

inflammatory drug with antipyretic and anti-inflammatory properties. This drug acts by

inhibiting peripheral and central cyclooxygenase (COX) enzyme 1 and 2, having greater

affinity for COX 2 and arresting the synthesis of prostaglandins which are important

mediators of pain, fever and inflammation. In its structure, Naproxen has a chiral carbon and

therefore has two enantiomers: the S-Naproxen and R-Naproxen. However, only the S

enantiomer has anti-inflammatory activity.

The present work consists of the synthesis, purification and characterization of new

acylated derivatives of anti-inflammatory S-Naproxen. The derivatives in question will be the

subject of study in developing general methods for the preparation of molecular imprinting

silica with spherical shape, acting as template molecules.

The synthesis methodology applied in this study involved three main types of

reactions, such as the Fischer esterification to protect the carboxyl group, acylation to

introduce a carbon chain of varying length and saponification in order to unprotect the

carboxyl group.

Three synthesis methods were tested for the acylation of S-Naproxen’s naphthalene

ring using different catalysts (anhydrous aluminum chloride, zinc oxide and copper (II)

trifluoromethanesulfonate), which allowed the evaluation of the reaction’s efficiency, taking

into account economic and environmental constraints associated with each.

Thus ten new acylated S-Naproxen derivatives were synthesized in which the number

of carbon atoms of the carbon chain, introduced by reaction with acyl chlorides, ranged

between 8 and 16 [e.g. 2 - (6-alkanoyl-5-methoxy-2-naphthyl) propanoic acid], with

reasonable yields.

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vii Resumé

RESUMÉ

Naproxène [2-méthyl-2-(6-méthoxy-2-naphtyl) acétique) est un antiinflammatoire, qui

présente des propriétés antipyrétiques et antiinflammatoires. Ce médicament agit pour

inhibition central et périphérique de l’enzyme cyclooxygénase 1 et 2 avec une plus grande

affinité pour COX-2, interrompant la synthèse des prostaglandines qui sont des importants

médiateurs de la douleur, de la fièvre et de l'inflammation. Dans sa structure existe un carbone

chiral, donc le Naproxène à deux énantiomères: S-Naproxène et le R-Naproxène. Cependant,

seul le signal S-Naproxène présente l'activité inflammatoire.

Le présent travail a consisté en la synthèse, la purification et la caractérisation de

nouveaux dérivés acylés de l’antiinflammatoires S-Naproxène. Les dérivés en question seront

l'objet d'étude dans le développement de méthodes générales pour la préparation de silices

d’empreinte moléculaire de forme sphérique, agissant en tant que molécules de matrice.

La méthode de synthèse appliquée dans cette étude a porté sur trois types de réactions,

l’estérification de Fischer telles que le mode de protection du groupe carboxyle, l'acylation

pour introduire une chaine carbonée de longueur variable et la saponification pour déprotéger

le groupe carboxyle. Trois différentes méthodes de synthèse ont été testées pour l’acylation du

noyau naphtalénique du S-Naproxène, en utilisant différents catalyseurs (chlorure

d'aluminium anhydre, l'oxyde de zinc et un triflate de cuivre II), ce qui a permis l'évaluation

de l'efficacité de la réaction en question, compte tenu contraintes économiques et

environnementaux associés à chacune d'elles.

Ainsi ont été synthétisés dix nouveaux dérivés acylés de S-Naproxène, dans lequel le

nombre d'atomes de carbone de la chaine carbonée, introduits par réaction avec des chlorures

d'acyle, ont varié entre 8 et 16 [par exemple l'acide 2 - (5-méthoxy-6-alcanoyle -2-naphtyl)]

propénoïque, avec des rendements raisonnables.

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viii Índice Geral

ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS ......................................................................................................... iv

RESUMO ................................................................................................................................ v

ABSTRACT .......................................................................................................................... vi

RESUMÉ ............................................................................................................................. vii

ÍNDICE GERAL ................................................................................................................ viii

ÍNDICE DE FIGURAS ........................................................................................................ xi

ÍNDICE DE ESQUEMAS .................................................................................................... xv

ÍNDICE DE TABELAS ...................................................................................................... xvi

ÍNDICE DE ABREVIATURAS ........................................................................................ xvii

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1

1.1 Naproxeno .................................................................................................................... 2

1.1.1 Contextualização histórica ........................................................................................ 2

1.1.2 Função do Naproxeno ............................................................................................... 3

1.2 Impressão molecular .................................................................................................... 4

1.3 Acilação de Friedel-Crafts ........................................................................................... 8

2. ÂMBITO DO TRABALHO ............................................................................................. 11

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 14

3.1 Síntese do 2-(6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo ............................................... 15

3.2 Síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo .............................. 18

3.2.1 Síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo utilizando AlCl3

como catalisador ............................................................................................................... 18

3.2.2 Síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo utilizando ZnO

como catalisador ............................................................................................................... 35

3.2.3 Síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo utilizando

Cu(OTf)2 como catalisador. .............................................................................................. 38

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ix Índice Geral

3.3 Reação de saponificação seguida de protonação de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoatos de metilo ....................................................................................................... 40

3.3.1 Considerações gerais .............................................................................................. 40

3.3.2 Reação de saponificação seguida de protonação do 2-(5-hexadecanoíl-6-

metoxinaft-2-il)propanoato de metilo ............................................................................... 41

3.3.3 Reação de saponificação seguida de protonação do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-

tetradecanoíl)propanoato de metilo .................................................................................. 43

3.3.4 Reação de saponificação seguida de protonação do 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-

2-il)propanoato de metilo .................................................................................................. 46

3.3.5 Reação de saponificação seguida de protonação do 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo ..................................................................................................... 48

3.3.6 Reação de saponificação seguida de protonação do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-

octanoíl)propanoato de metilo .......................................................................................... 51

3.4 Tentativa de introdução de dois grupos acilo no anel naftalénico do S-Naproxeno .. 54

4. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 59

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................... 61

5.1 Condições gerais ........................................................................................................ 62

5.2 Preparação do 2-(6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo ........................................ 64

5.3 Preparação de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo ...................... 66

5.3.1 Síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo utilizando AlCl3

como catalisador ............................................................................................................... 66

5.3.2 Síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo utilizando óxido

de zinco como catalisador ................................................................................................. 71

5.3.3 Síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo utilizando

Cu(OTf)2 como catalisador ............................................................................................... 74

5.4 Saponificação seguida de protonação de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos

de metilo ............................................................................................................................... 77

5.5 Tentativa de introdução de dois grupos acilo no anel naftalénico do S-Naproxeno .. 82

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x Índice Geral

5.5.1 Tentativa de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de

metilo, partindo do 2-(6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo ....................................... 82

5.5.2 Tentativa de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de

metilo, partindo do 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo .............. 85

6. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 87

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xi Índice de Figuras

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1.1: Estrutura química do S-Naproxeno. ......................................................................... 3

Figura 1.2: Representação esquemática de reconhecimento molecular. [24]

............................... 4

Figura 1.3: Representação esquemática do processo de impressão molecular. [26]

.................... 5

Figura 1.4: Distribuição das áreas de aplicação dos materiais de impressão molecular. [40]

...... 6

Figura 1.5: Esquema do processo sol-gel. .................................................................................. 7

Figura 2.1: Estrutura geral dos derivados acilados do S-Naproxeno pretendidos. ................... 12

Figura 3.1: Reação de síntese do 2-(6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo. ......................... 15

Figura 3.2: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do 2-(6-metoxinaft-2-il)propanoato de

metilo (2). .......................................................................................................................... 16

Figura 3.3: Espetro de 13

C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do 2-(6-metoxinaft-2-il)propanoato de

metilo (2). .......................................................................................................................... 17

Figura 3.4: Espetro de massa (ESI-MS) do 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato

de metilo. .......................................................................................................................... 20

Figura 3.5: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo (4a). ............................................................................................ 21

Figura 3.6: Expansão do espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) no intervalo [0,5-3,0] ppm.

.......................................................................................................................................... 21

Figura 3.7: Espetro de 1C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo (4a). ............................................................................................ 22

Figura 3.8: Espetro de massa (ESI-MS) do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-tetradecanoíl)propanoato de

metilo. ............................................................................................................................... 23

Figura 3.9: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-

tetradecanoíl)propanoato de metilo (4b). .......................................................................... 24

Figura 3.10: Expansão do espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-

tetradecanoíl)propanoato de metilo. ................................................................................. 25

Figura 3.11: Espetro de 1C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-

tetradecanoíl)propanoato de metilo (4b). .......................................................................... 25

Figura 3.12: Espetro de massa (ESI-MS) do 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de

metilo. ............................................................................................................................... 26

Figura 3.13: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo (4c). ............................................................................................ 27

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xii Índice de Figuras

Figura 3.14: Expansão do espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) no intervalo [0,5-3,0] ppm

do 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo. ........................................... 28

Figura 3.15: Espetro de 1C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo (4c). ............................................................................................ 28

Figura 3.16: Espetro de massa (ESI-MS) do 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de

metilo. ............................................................................................................................... 29

Figura 3.17: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo (4d). ............................................................................................ 30

Figura 3.18: Expansão do espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) no intervalo [0,5-3,0] ppm

do 2-(5decanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo. ................................................ 30

Figura 3.19: Espetro de 1C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo (4d). ............................................................................................ 31

Figura 3.20: Espetro de massa (ESI-MS) do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-octanoíl)propanoato de

metilo. ............................................................................................................................... 32

Figura 3.21: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-

octanoíl)propanoato de metilo (4e). .................................................................................. 33

Figura 3.22: Expansão do espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) no intervalo [0,5-3,0] ppm

do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-octanoíl)propanoato de metilo. ............................................... 33

Figura 3.23: Espetro de 1C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-

octanoíl)propanoato de metilo (4e). .................................................................................. 34

Figura 3.24: Espetro de massa (ESI-MS) do ácido 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoico. .................................................................................................................... 42

Figura 3.25: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do ácido 2-(5-hexadecanoíl-6-

metoxinaft-2-il)propanoico. .............................................................................................. 42

Figura 3.26: Espetro de 13

C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do ácido 2-(5-hexadecanoíl-6-

metoxinaft-2-il)propanoico. .............................................................................................. 43

Figura 3.27: Espetro de massa (ESI-MS) do ácido 2-(6-metoxinaft-2-il-5-

tetradecanoíl)propanoico. ................................................................................................. 44

Figura 3.28: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do ácido 2-(6-metoxinaft-2-il-5-

tetradecanoíl)propanoico. ................................................................................................. 45

Figura 3.29: Espetro de 13

C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do ácido 2-(6-metoxinaft-2-il-5-

tetradecanoíl)propanoico. ................................................................................................. 45

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xiii Índice de Figuras

Figura 3.30: Espetro de massa (ESI-MS) do ácido 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoico. .................................................................................................................... 46

Figura 3.31: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do ácido 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-

2-il)propanoico. ................................................................................................................. 47

Figura 3.32: Espetro de 13

C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do ácido 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-

2-il)propanoico. ................................................................................................................. 48

Figura 3.33: Espetro de massa (ESI-MS) do ácido 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoico. .................................................................................................................... 49

Figura 3.34: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do ácido 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoico. .................................................................................................................... 50

Figura 3.35: Espetro de 13

C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do ácido 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoico. .................................................................................................................... 50

Figura 3.36: Espetro de massa (ESI-MS) do ácido 2-(6-metoxinaft-2-il-5-octanoíl)propanoico.

.......................................................................................................................................... 51

Figura 3.37: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do ácido 2-(6-metoxinaft-2-il-5-

octanoíl)propanoico. ......................................................................................................... 52

Figura 3.38: Espetro de 13

C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do ácido 2-(6-metoxinaft-2-il-5-

octanoíl)propanoico. ......................................................................................................... 53

Figura 3.39: Espetro de massa (ESI-MS) da primeira tentativa de síntese do 2-(5,7-di-

hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo. .................................................... 55

Figura 3.40: Espetro de massa (ESI-MS) do 1o produto isolado na segunda tentativa de síntese

do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo. ................................ 56

Figura 3.41: Espetro de massa (ESI-MS) do 2o produto isolado na segunda tentativa de síntese

do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo. ................................ 56

Figura 3.42: Espetro de massa (ESI-MS) da terceira tentativa de síntese do 2-(5,7-di-

hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo. .................................................... 57

Figura 3.43: Espetro de massa (ESI-MS) da quarta tentativa de síntese do 2-(5,7-di-

hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo. .................................................... 58

Figura 5.1: Reação da esterificação de Fischer do S-Naproxeno. ............................................ 64

Figura 5.2: Reação de síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo

utilizando AlCl3 como catalisador. ................................................................................... 66

Figura 5.3: Reação de síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo

utilizando ZnO como catalisador. ..................................................................................... 71

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xiv Índice de Figuras

Figura 5.4: Síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo utilizando

Cu(OTf)2 como catalisador. .............................................................................................. 74

Figura 5.5: Reação de saponificação de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo

seguida de protonação. ...................................................................................................... 77

Figura 5.6: Reação de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de

metilo, utilizando ZnO como catalisador. ......................................................................... 82

Figura 5.7: Reação do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo, usando

AlCl3 como catalisador. .................................................................................................... 84

Figura 5.8: Reação de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de

metilo. ............................................................................................................................... 85

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xv Índice de Esquemas

ÍNDICE DE ESQUEMAS

Esquema 1.1: Representação esquemática da primeira síntese em grande escala do S-

Naproxeno. [1]

...................................................................................................................... 2

Esquema 2.1: Representação esquemática do plano de trabalho. ............................................. 13

Esquema 3.1: Mecanismo da acilação de Friedel-Crafts usando AlCl3 como catalisador. ...... 18

Esquema 3.2: Mecanismo de síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo

utilizando ZnO como catalisador. ..................................................................................... 35

Esquema 3.3: Mecanismo de síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo

utilizando Cu(OTf)2 como catalisador. ............................................................................. 38

Esquema 3.4: Mecanismo da reação de saponificação seguida de protonação de 2-(5-alcanoíl-

6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo. ......................................................................... 40

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xvi Índice de Tabelas

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 3.1: Resultados experimentais das reações de acilação com cloretos de ácidos

diferentes. .......................................................................................................................... 36

Tabela 3.2: Resultados experimentais das reações de acilação utilizando Cu(OTf)2 como

catalisador. ........................................................................................................................ 39

Tabela 5.1: Sistemas de eluentes utilizados nas técnicas de cromatografia. ............................ 63

Tabela 5.2: Quantidades de reagentes usados nas reações de acilação utilizando AlCl3 como

catalisador ......................................................................................................................... 67

Tabela 5.3 Resultados experimentais das reações de acilação utilizando AlCl3 como

catalisador ......................................................................................................................... 68

Tabela 5.4: Quantidades de reagentes usados nas reações de acilação utilizando ZnO como

catalisador ......................................................................................................................... 72

Tabela 5.5: Resultados experimentais das reações de acilação utilizando ZnO como

catalisador. ........................................................................................................................ 73

Tabela 5.6: Quantidades de reagentes usados nas reações de acilação utilizando Cu(OTf)2

como catalisador. .............................................................................................................. 75

Tabela 5.7: Resultados experimentais das reações de acilação utilizando Cu(OTf)2 como

catalisador. ........................................................................................................................ 75

Tabela 5.8: Quantidades de reagentes usados nas reações de saponificação e protonação. ..... 78

Tabela 5.9: Resultados experimentais das reações de saponificação seguidas de protonação. 78

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xvii Índice de Abreviaturas

ÍNDICE DE ABREVIATURAS

A

AcOEt……….... Acetato de etilo

C

COX……………Ciclo-oxigenase

CCF…………….Cromatografia em camada fina (Thin Layer Chromatography)

D

DCM…………... Diclorometano

d………………...Dupleto

dd……………… Duplo Dupleto

E

eq. ……...............Equivalente/(s)

F

FC………………Friedel-Crafts

J

J………………. Constante de acoplamento, em Hz

M

MeOH………… Metanol

m……………….Multipleto

m/z……………..Relação massa/carga

MIM…………...Materiais de impressão molecular

N

Nap……………. Naproxeno

η………………..Rendimento

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xviii Índice de Abreviaturas

P

P.f………………Ponto de fusão

Q

q………………..Quarteto

R

RMN-1H…….....Ressonância Magnética Nuclear de Protão

RMN-13C…........Ressonância Magnética Nuclear de Carbono 13

Rf……................Fator de retardação

S

SE……………...Sistema de eluentes

s………………..Singleto

T

t………………..Tripleto

U

UV……………..Ultravioleta

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno

1. INTRODUÇÃO

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno

2 Introdução

1.1 Naproxeno

1.1.1 Contextualização histórica

O S-Naproxeno foi introduzido no mercado pela Syntex em 1976 e ficou em quarto

lugar no ranking de vendas de produtos farmacêuticos oticamente puros.

A primeira síntese em grande escala do S-Naproxeno foi realizada em 1970 [1]

,

seguindo a metodologia resumida no esquema 1.1.

Esquema 1.1: Representação esquemática da primeira síntese em grande escala do S-Naproxeno. [1]

A acilação de Friedel-Crafts do 2-metoxinaftaleno (nerolin) deu origem à 2-(6-

metoxinaft-2-il)etanona que foi convertida no ácido 2-(6-metoxinaft-2-il)acético pela reação

de Willgerodt. A α metilação do ácido obtido produziu o d, l-ácido, que pode ser resolvido de

forma eficiente usando cinconidina.

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno

3 Introdução

Este processo possuía várias características pouco atraentes. Primeiro, a acilação de

Friedel-Crafts não foi regioespecifica, produzindo um isómero, que pode ser removido por

cristalização. Segundo, foram produzidos resíduos tóxicos em quantidades significativas

devido ao uso de cloreto de alumínio que foram depositados em aterros. Terceiro, houve uma

série de reagentes indesejáveis na sequência reacional: nitrobenzeno (utilizado na acilação) e

sulfureto de amónio (utilizado na reação de Willgerodt), hidreto de sódio e iodeto de metilo.

Todas estas questões foram abordadas e portanto entre 1972 e 1975, o primeiro processo de

fabricação do S-Naproxeno foi dramaticamente modificado. Contudo, o novo processo

também continha problemas significativos e portanto vários pontos cruciais foram avaliados.

Em 1988, a equipa do Centro de Tecnologia da Syntex, em Boulder, foi encarregue de

avaliar todas as técnicas de produção do S-Naproxeno para desenvolver e implementar um

processo de produção com um custo mais baixo. Foram desenhadas várias metodologias

assimétricas para a produção do S-Naproxeno, como o processo Zambon, a hidrogenação

catalítica assimétrica [2]

, a hidroesterificação catalítica assimétrica e a hidrocianação.

1.1.2 Função do Naproxeno

O Naproxeno (NAP), ácido 2-(6-metoxinaft-2-il)propanoico (Figura 1.1), é um

medicamento não esteróide (AINEs) que apresenta propriedades antipiréticas e anti-

inflamatórias.[3-5]

É o único AINEs comercializado sob a forma de um único enantiómero (S-

Naproxeno).

Figura 1.1: Estrutura química do S-Naproxeno.

É comumente usado para a redução da dor moderada a grave, febre, inflamação e

rigidez causada por condições como osteoartrite, artrite reumatóide, artrite psoriática, gota,

lesão (como fraturas), tendinite e bursite. [6-9]

Este medicamento atua por inibição central e

periférica das enzimas ciclo-oxigenase 1 (COX-1) e ciclo-oxigenase 2 (COX-2). [5, 10-12]

A

COX-2 predomina no local da inflamação, interrompendo a síntese de prostaglandinas e a

COX-1 é expressa normalmente no trato gastrointestinal. [9, 13-22]

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno

4 Introdução

1.2 Impressão molecular

O objetivo do trabalho desenvolvido foi sintetizar, purificar e caraterizar derivados

acilados do Naproxeno, em que a cadeia acílica apresentasse diferentes comprimentos, para

serem usados como moléculas molde na técnica de impressão molecular.

A técnica de impressão molecular baseia-se no reconhecimento molecular que é

definido como a capacidade de uma molécula se ligar a um recetor que, por sua vez, apresenta

uma forma complementar à dessa molécula (Figura 1.2). [23]

Figura 1.2: Representação esquemática de reconhecimento molecular. [24]

Os processos de reconhecimento molecular são governados pela ocorrência de

interações não covalentes, tais como ligações iónicas, ligações de hidrogénio, interações de

van der Waals e interações hidrofóbicas. [25]

A impressão molecular é uma técnica capaz de produzir materiais dotados de sítios

específicos de reconhecimento seletivo, estereoquimicamente moldados a partir de uma

molécula modelo/molde – MM (por ex. um fármaco de interesse, molécula ou um complexo

iónico, molecular ou macromolecular). [26, 27]

Nesses materiais, rotineiramente intitulados de

materiais de impressão molecular (MIM), a primeira etapa de síntese consiste na formação de

um complexo entre os monómeros funcionais (MF) e a molécula molde (MM). De seguida,

dá-se a polimerização ou policondensação do conjugado monómero funcional - molécula

molde, formando-se a matriz tridimensional do material. [28-30]

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno

5 Introdução

No último passo do processo, ocorre a remoção da molécula molde do material

criando uma cavidade que é complementar, na forma, dimensão e grupos funcionais, à

molécula molde. Assim, o MIM fica preparado para, perante condições apropriadas, as

cavidades anteriormente formadas se ligarem à molécula molde (ou aos seus análogos)

eficiente e seletivamente. [28, 31 e 32]

As diferentes etapas do processo da impressão molecular encontram-se

esquematizadas na Figura 1.3.

Figura 1.3: Representação esquemática do processo de impressão molecular. [26]

Dado que os materiais de impressão molecular possuem propriedades de

reconhecimento notáveis, têm sido utilizados numa vasta área de aplicações (Figura 1.4) que

requerem ligação seletiva da molécula molde, tal como na deteção seletiva, [33-36]

separação

(cromatografia, eletroforese capilar, extração em fase sólida e separações de membrana), [31,

34, 36, 37] purificação, síntese, catálise,

[34, 36] preparação de miméticos de recetores

[38] e de

anticorpos [39-41]

e enzimas artificiais [37]

.

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno

6 Introdução

Figura 1.4: Distribuição das áreas de aplicação dos materiais de impressão molecular. [40]

A investigação no âmbito da preparação de partículas esféricas de impressão

molecular obtidas por métodos orgânicos já se encontra bastante desenvolvida, no entanto, a

que diz respeito às sílicas de impressão molecular preparadas através da tecnologia sol-gel

ainda é diminuta.

No Centro de Investigação em Química encontra-se em desenvolvimento um projeto

que visa contribuir para a colmatação de uma importante lacuna que se verifica no campo da

impressão molecular em sílica: a não existência de métodos de aplicação genérica para a

produção destes importantes materiais numa forma esférica (tanto à micro- como à nano-

escala). De modo a avaliar a aplicabilidade geral dos métodos em desenvolvimento, o estudo

tem incidido em três modelos de moléculas molde: uma muito hidrofílica (glicilglicina), uma

de hidrofilicidade intermédia (cloranfenicol) e uma hidrofóbica (Naproxeno). Assim,

pretende-se utilizar os derivados acilados do Naproxeno sintetizados no trabalho descrito na

presente dissertação no desenvolvimento de um método de “impressão dirigida pela molécula

molde” que se baseia na formação de microemulsões água/óleo que têm a particularidade de a

própria molécula molde, depois de modificada pela introdução de cadeias alifáticas longas,

atuar como a cabeça do tensioativo. Na preparação das partículas de sílica de impressão

molecular na forma esférica está a ser utilizada uma combinação do processo sol-gel com a

técnica de emulsão água-em-óleo. No interior das gotas de água vai ocorrer o processo de sol-

gel e o derivado acilado da molécula molde vai servir como cabeça do tensioativo na interface

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno

7 Introdução

da emulsão água-em-óleo deixando uma impressão apenas na superfície da partícula

(Figura1.5).

Figura 1.5: Esquema do processo sol-gel.

Tensioativo

Fase orgânica

Fase aquosa

Derivado

acilado

Si

O

O

OO

Si

O

O

OO

(Molécula Molde)

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno

8 Introdução

1.3 Acilação de Friedel-Crafts

A acilação de Friedel-Crafts é uma das vias sintéticas mais comuns, importantes e

úteis para a introdução de substituintes funcionais em anéis aromáticos, que são precursores

úteis para a síntese de vários fármacos (tais como o Naproxeno), cosméticos, fragrâncias,

produtos agroquímicos, corantes, produtos químicos finos. [42-49]

O método de síntese foi

desenvolvido por Friedel e Crafts em 1877 [50]

e representa um dos maiores desafios para a

química verde.

Numa típica reação de acilação de Friedel-Crafts (Esquema 1.2), o anel aromático de

um composto sofre substituição eletrofílica com um cloreto de ácido, na presença de ácidos

de Lewis que atuam como catalisadores (por exemplo, AlCl3). [49,51]

Esquema 1.2: Reação típica de uma acilação de Friedel-Crafts.

O catião acílio, resultante da reação do cloreto de acilo com o catalisador, consiste

num eletrófilo forte que reage com o anel aromático que pode conter substituintes. A presença

de substituintes influencia a velocidade e a regiosseletividade da substituição aromática

eletrofílica. Os grupos substituintes podem ser classificados como dadores (ativantes) ou

aceitadores (desativantes) de eletrões e são eles que determinam a posição do anel aromático

onde ocorre a substituição. Os grupos dadores de eletrões aumentam a densidade eletrónica do

anel aromático nas posições orto e para, relativamente ao substituinte. Desta forma, o

eletrófilo ataca preferencialmente essas posições, e por isso esse substituinte é designado

como orientador orto-para. A velocidade da reação será tanto maior quanto maior for a carga

parcial (negativa) induzida nessas posições. Os grupos aceitadores diminuem em menor grau

a densidade eletrónica do anel aromático na posição meta, logo o eletrófilo ataca

preferencialmente essa posição. [52]

Estes substituintes designam-se orientadores meta.

De entre os vários ácidos de Lewis usados na acilação de Friedel-Crafts podem-se

citar o AlCl3, BF3, FeCl3, TiCl4 e SnCl2. No entanto, estes catalisadores podem causar

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno

9 Introdução

problemas ambientais graves durante a purificação, sendo muito difícil reutilizá-los [42]

. Por

outro lado, conduzem a uma série de questões, como sendo a complexação do ácido de Lewis

com o produto, o que implica o uso de uma quantidade estequiométrica de catalisador; a

hidrólise do material de partida em excesso ser sempre necessária, o que conduz à geração de

uma grande quantidade de resíduos corrosivos e tóxicos. [45,51]

Além disso, a reação é

extremamente sensível à humidade, porque a maioria dos ácidos de Lewis reagem

imediatamente com a água, o que provoca uma diminuição no rendimento da reação se não

forem usadas condições anidras. [53]

Geralmente, os ácidos de Lewis usados como catalisadores não são recuperados ou

reciclados. Consequentemente, a realização de tal reação a uma escala industrial gera

quantidades consideráveis de resíduos perigosos. [50]

Tendo em conta os problemas ecológicos

e económicos associados à gestão de resíduos na maioria dos países, é de interesse crescente

desenvolver processos seguros e ambientalmente aceitáveis para as reações de Friedel-Crafts.

[49,54] Por conseguinte, é importante substituir estes catalisadores ácidos altamente corrosivos e

perigosos por catalisadores amigos do ambiente que sejam ativos em condições suaves e

possam ser facilmente regenerados após a reação. [44]

A fim de resolver os problemas acima mencionados, alguns catalisadores têm sido

desenvolvidos. Como exemplos desses catalisadores, destacam-se os triflatos de lantanídeos,

[49, 55] Ti(OTf)3-TfOH,

[49, 56] Re-Br(CO)5, complexo hidreto de acilo-LiClO4,

[49, 56] FeCl3

sobre K10, [49, 56, 57]

perfluorado de Nafion modificado SBA-15, [49, 57]

catalisadores de argila,

[49, 56, 58] sólidos inorgânicos ou ácidos sólidos,

[49,56] zeolitos HZSM-5,

[49] ZnO

[49, 56] e pó de

alumínio [49, 59]

.

Vários estudos efetuados com os catalisadores acima mencionados têm atraído a

comunidade científica no desenvolvimento de reações de acilação de Friedel-Crafts nos

pontos que se seguem:

(a) evitem a adição de ácidos e bases;

(b) evitem o processamento aquoso e purificação cromatográfica;

(c) sejam fáceis de executar;

(d) sejam económicos para aplicação em grande escala. [56]

No presente trabalho experimental foram avaliados três ácidos de Lewis diferentes,

AlCl3, o ZnO e o Cu(OTf)2, como catalisadores na acilação de Friedel-Crafts, com vista à

síntese de ácidos 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoicos. Estes catalisadores foram

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno

10 Introdução

estudados ponderando a sua eficácia, a simplicidade na sua utilização e as questões

ambientais e económicas que lhes estão associadas.

A acilação ocorreu com cloretos de ácido com cadeias carbonadas cujo tamanho

variou entre 8 e 16 átomos de carbono.

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2. ÂMBITO DO TRABALHO

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

12 Âmbito do trabalho

O plano de trabalho previsto integra-se num projeto realizado em colaboração por

elementos pertencentes a duas linhas de investigação do Centro de Investigação em Química

da Universidade do Porto. O trabalho que envolveu a síntese das moléculas molde derivadas

do S-Naproxeno foi levado a cabo sob a supervisão da Professora Doutora Maria João Araújo.

A realização deste trabalho experimental teve como principal objetivo a síntese e

purificação de derivados acilados do S-Naproxeno (Figura 2.1) através da acilação do éster

metílico do S-Naproxeno com cloretos de ácidos gordos de cadeias acílicas diferentes, em que

o número de átomos de carbono da cadeia carbonada, variou entre 8 e 16 [por exemplo: ácido

2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico].

Os ácidos 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoicos foram sintetizados a partir de

três acilações de Friedel-Crafts, que diferiram no catalisador utilizado.

Figura 2.1: Estrutura geral dos derivados acilados do S-Naproxeno pretendidos.

O trabalho experimental consistiu na realização de reações muito comuns em síntese

orgânica, nomeadamente, a esterificação de Fischer, a acilação de Friedel-Crafts e a

saponificação. Na esterificação de Fisher, o S-Naproxeno reagiu com o metanol, em meio

ácido, dando origem ao respetivo éster metílico. Em seguida, procedeu-se à reação entre o

éster obtido e o cloreto de ácido na presença de um catalisador, obtendo-se os derivados

acilados sob a forma de éster. Numa terceira etapa, os derivados acilados sob a forma de éster

foram transformados em sais e posteriormente em ácidos carboxílicos, dando origem aos

derivados acilados pretendidos do S-Naproxeno (Esquema 2.1).

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13 Âmbito do trabalho

Esquema 2.1: Representação esquemática do plano de trabalho.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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15 Resultados e Discussão

3.1 Síntese do 2-(6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo

Na síntese e otimização de derivados acilados do anti-inflamatório S-Naproxeno,

procedeu-se, numa primeira fase, à proteção do ácido carboxílico sob a forma de éster

metílico para que na fase seguinte o cloreto de ácido fosse introduzido exclusivamente no anel

aromático.

O 2-(6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo (2), foi obtido a partir de uma

esterificação de Fischer entre o S-Naproxeno (1) e o metanol, em meio ácido. A reação global

da síntese realizada é traduzida pela equação química apresentada na Figura 3.1.

Figura 3.1: Reação de síntese do 2-(6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo.

A preparação do 2-(6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo realizou-se sob refluxo,

durante duas horas e foi acompanhada por cromatografia em camada fina, usando

diclorometano como eluente, verificando-se a formação do composto 2 que foi identificado

por comparação com um composto padrão. Procedeu-se à purificação do composto 2 por

extração líquido-líquido que demostrou ser eficaz na purificação do mesmo.

No final, foram obtidos cristais de cor branca (Rf = 0,36 e ponto de fusão de 88-90° C)

com um rendimento de 86 %.

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16 Resultados e Discussão

A caracterização deste composto foi feita por ressonância magnética nuclear de

protão (1H-RMN) e de carbono 13 (

13C-RMN). Os sinais obtidos nos respetivos espetros

apresentaram-se compatíveis com a estrutura molecular do 2-(6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo (2), conforme se evidencia nas Figuras 3.2 e 3.3.

Figura 3.2: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do 2-(6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo (2).

No espetro de 1H-RMN observou-se a presença de um singleto com um desvio

químico de 3,70 ppm correspondente ao sinal produzido pelos protões do grupo metilo j

introduzido. Este sinal apresentou um maior desvio químico do que os protões do grupo

metilo i por estarem mais desprotegidos, devido à ligação direta a um átomo de oxigénio. Os

restantes sinais coincidem com os correspondentes da molécula de S-Naproxeno.

No espectro de 13

C-RMN observaram-se quinze sinais correspondentes aos quinze

carbonos presentes na estrutura do composto 2. O sinal atribuído ao carbono do grupo metilo

15 apresentou um desvio químico de 52,0 ppm, sendo maior do que o sinal atribuído ao C12,

devido à proximidade do primeiro com o átomo de oxigénio. Os restantes carbonos

apresentaram desvios químicos coincidentes com os da molécula de S-Naproxeno.

ppm (t1)2.03.04.05.06.07.08.0

0

100000000

200000000

300000000

400000000

7.74

9

7.72

8

7.70

1

7.69

7

7.45

0

7.44

6

7.42

9

7.42

5

7.19

2

7.18

6

7.17

0

7.16

4

7.15

0

7.14

4

3.94

1

3.92

3

3.90

5

3.88

7

3.86

9

3.70

2

1.62

5

1.60

7

3.001.15

3.08

3.09

1.00

1.03

1.070.96

1.001.02

i

j

g

h b

e d + a

c + f

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17 Resultados e Discussão

Figura 3.3: Espetro de 13C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do 2-(6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo (2).

ppm (t1)50100150

0

100000000

200000000

300000000

400000000

500000000175.

112

157.

608

135.

633

133.

660

129.

231

128.

891

127.

139

126.

143

125.

895

118.

956

105.

549

55.2

57

52.0

00

45.3

04

18.5

51

13 9 11

15 12 3

1

4 7

6 14

8

i 10

2

5

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

18 Resultados e Discussão

3.2 Síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de

metilo

3.2.1 Síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo

utilizando AlCl3 como catalisador

Sintetizaram-se os ésteres 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo,

utilizando AlCl3 como catalisador de acordo com o procedimento descrito por Alen Ianni et

al. [60]

Esquema 3.1: Mecanismo da acilação de Friedel-Crafts usando AlCl3 como catalisador.

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19 Resultados e Discussão

O cloreto de alumínio anidro (ácido de Lewis neutro) forma um complexo com o

cloreto de alcanoílo aceitando um par eletrões de que resulta uma carga positiva no átomo de

cloro e uma carga negativa no átomo de alumínio. O átomo de cloro, com eletronegatividade

elevada, torna o grupo carbonilo ainda mais deficiente de densidade eletrónica, sujeitando-se

mais facilmente ao ataque nucleófilo por parte do anel naftalénico.

Uma vez que o éster metilo do S-Naproxeno apresenta um substituinte dador de

eletrões e orto/para diretor, o grupo metoxi, na posição 6 do anel naftalénico, este vai

direcionar a substituição eletrófila do grupo acilo na posição 5 do anel aromático.

3.2.1.1 Síntese do 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo

A síntese do 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo foi efetuada

por reação do éster metílico do S-Naproxeno com o cloreto de palmitoílo. A reação foi

acompanhada por cromatografia em camada fina, usando o sistema de eluente hexano/acetato

de etilo 6:1, observando-se tanto a formação de compostos novos, um dos quais em muito

maior quantidade, bem como a presença do reagente de partida (Rf=0,36). Após o término da

reação, a mistura reacional foi submetida a extração líquido-líquido e a cromatografia de

adsorção em coluna, de modo a obter o produto puro. Uma vez que o derivado acilado

pretendido e o éster metílico apresentaram valores de Rf próximos, foi necessário fazer

repetidas cromatografias de adsorção em coluna para os separar eficazmente.

No final, obtiveram-se cristais amarelados com um rendimento de 48% e Rf (SE (a)) =

0,29, apresentando dados espetrais (espetrometria de massa e espetroscopia de ressonância

magnética nuclear) compatíveis com a estrutura esperada (Figuras 3.5 e 3.7).

Os sinais obtidos para o espetro de massa (Figura 3.6) apresentaram-se coerentes com

a massa molecular esperada, pois verificou-se que a razão m/z observada e a esperada eram

praticamente coincidentes, m/z (MH+) = 483,47 (esperado, 483,34); m/z (2MNa

+) = 987,13

(esperado, 987,68)

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

20 Resultados e Discussão

Figura 3.4: Espetro de massa (ESI-MS) do 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo.

O espetro de 1H-RMN (Figura 3.5) permitiu confirmar o êxito da introdução da cadeia

alifática na estrutura do éster metílico do Naproxeno, uma vez que se registou a presença dos

sinais j a 2,93 ppm, x a 1,29 ppm e y a 0,91 ppm, associados aos grupos de protões do grupo

carbonilo, do grupo metileno e do grupo metilo da cadeia acílica, respetivamente. Os protões

Hj apresentaram maior desvio químico e portanto estão mais desprotegidos, relativamente aos

protões Hx e Hy, devido à proximidade do grupo carbonilo (atraidor de densidade eletrónica).

Os sinais associados aos restantes protões do produto 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo apresentaram-se coincidentes com os correspondentes da estrutura

precursora 2.

MJAMR3b_111031105955 #1-6 RT: 0,01-0,14 AV: 6 NL: 9,62E7T: + p ESI Full ms [ 50,00-2000,00]

500 1000 1500 2000

m/z

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

987,13

483,47

1468,40

965,00505,40336,80

1166,93736,53

130,20 1649,401225,40 1892,00

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21 Resultados e Discussão

b

x

d

c

Figura 3.5: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo (4a).

Para uma melhor visualização expandiu-se o espetro de 1H-RMN no intervalo [0,5-

3,0] ppm, como mostra a Figura 3.6.

Figura 3.6: Expansão do espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) no intervalo [0,5-3,0] ppm.

ppm (t1)1.02.03.04.05.06.07.08.09.0

0

100000000

200000000

300000000

400000000

7.87

9

7.85

7

7.71

6

7.71

2

7.67

0

7.64

8

7.46

2

7.45

7

7.44

0

7.43

5

7.30

7

7.29

3

7.28

4

3.97

2

3.90

9

3.89

1

3.87

3

3.85

5

3.69

3

2.95

3

2.93

4

2.91

5

1.63

6

1.60

7

1.58

9

1.28

9

0.92

9

0.91

3

0.89

5

3.061.083.00

3.25

26.14

3.07

2.00

1.451.031.021.001.03

ppm (t1)1.001.502.002.503.00

0

100000000

200000000

300000000

400000000

2.95

3

2.93

4

2.91

5

1.63

6

1.60

7

1.58

9

1.28

9

0.92

9

0.91

3

0.89

5

3.25

26.14

3.07

2.00

y h

j

i f Y

g

a e

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

22 Resultados e Discussão

31

8 7

4 3 9

30

Figura 3.7: Espetro de 1C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo (4a).

O espetro de 13

C-RMN, ilustrado na Figura 3.7, permitiu confirmar a presença dos

sinais correspondentes aos carbonos da cadeia alifática introduzida (I, 18, 30-32). O sinal

atribuído ao carbono do grupo metilo 16 apresentou um desvio químico de 52,1 ppm, sendo

maior do que o sinal atribuído ao C13, devido à ligação do primeiro ao grupo carboxilato.

Todos os sinais relativos aos restantes carbonos (comuns à estrutura precursora 2) exibiram os

desvios químicos esperados.

De forma a aumentar a quantidade de composto 4a disponível para os estudos

subsequentes, duplicaram-se as quantidades do éster metílico do S-Naproxeno e do cloreto de

palmitoílo, seguindo o procedimento atrás descrito. A principal dificuldade centrou-se na

purificação do 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxnaft-2-il)propanoato de metilo por cromatografia

líquida em coluna, o que provocou um baixo valor de rendimento.

ppm (t1)050100150200

0

100000000

200000000

300000000

400000000

207.

872

174.

883

153.

606

136.

127

130.

966

129.

727

128.

866

127.

479

126.

240

125.

300

124.

140

113.

126

77.3

18

56.4

06

52.0

60

45.1

13

31.9

02

29.6

73

29.6

47

29.6

22

29.5

09

29.4

46

29.3

37

23.8

63

22.6

70

18.4

16

14.0

95

14 32

I

13 12 16

17 15 6 5

2

10

11

18

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23 Resultados e Discussão

3.2.1.2 Síntese do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-tetradecanoíl)propanoato de

metilo

A síntese do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-tetradecanoíl)propanoato de metilo foi efetuada

por reação do éster metílico do S-Naproxeno com o cloreto de miristoílo e decorreu nas

mesmas condições experimentais citadas na síntese anterior.

Após o isolamento do composto pretendido e evaporação do eluente no evaporador

rotativo, obtiveram-se cristais amarelados com um rendimento de 69% (0,4917 g) e Rf (SE

(a)) = 0,25.

A caracterização deste produto foi feita por espetrometria de massa (Figura 3.8) e

ressonância magnética nuclear de protão (1H-RMN) e de carbono 13 (

13C-RMN) (Figuras 3.9

e 3.11), confirmando-se que o produto isolado era o composto pretendido.

Os valores dos sinais obtidos para a espetrometria de massa apresentaram-se coerentes

com a massa molecular esperada pois verificou-se que a razão m/z observada e esperada são

praticamente coincidentes, m/z (MH+) = 455,43 (esperado, 455,31); m/z (2MNa

+) = 931,07

(esperado, 931,62).

Figura 3.8: Espetro de massa (ESI-MS) do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-tetradecanoíl)propanoato de metilo.

MJAMRT1a_111108094233 #3 RT: 0,07 AV: 1 NL: 2,50E7T: + p ESI Full ms [ 50,00-2000,00]

500 1000 1500 2000

m/z

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

931,07

455,53

693,47

357,33

474,47

1384,07221,07575,87

726,87946,73 1503,00895,07 1155,27 1597,20

1810,87

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24 Resultados e Discussão

b d

i

g

x

v

O espetro de 1H-RMN (Figura 3.9) veio confirmar o constatado, ou seja, apresentou-se

totalmente compatível com a estrutura do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-tetradecanoíl)propanoato de

metilo. Assim, confirmou-se a presença dos sinais correspondentes aos protões da cadeia

alifática introduzida (x, j e v). O sinal x é um multipleto, está associado aos grupos metileno e

apresentou um desvio químico de 1,29 ppm. Visualizaram-se dois tripletos a 0,91 e 2,94 ppm,

correspondentes aos protões Hv e Hj, respetivamente. O sinal correspondente aos 2 protões

Hj apresentou um desvio químico maior por estes estarem mais desprotegidos que os protões

Hv (devido à proximidade com o grupo carbonilo).

Figura 3.9: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-tetradecanoíl)propanoato de metilo (4b).

Para uma melhor visualização expandiu-se o espetro de 1H-RMN no intervalo [0,5-

3,0] ppm, como mostra a Figura 3.10.

ppm (t1)1.02.03.04.05.06.07.08.0

0

50000000

100000000

150000000

200000000

250000000

300000000

350000000

7.88

1

7.85

8

7.71

9

7.71

5

7.67

4

7.65

2

7.46

5

7.46

0

7.44

3

7.43

8

7.30

9

7.29

6

7.28

6

3.97

3

3.91

2

3.89

4

3.87

6

3.85

9

3.69

5

2.95

7

2.93

8

2.91

9

1.61

0

1.59

2

1.29

3

0.93

3

0.91

6

0.89

9

3.01

1.053.00

2.01

3.55

23.32

3.04

0.99

0.981.01

1.00

1.29

c

a e

f

j

h

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

25 Resultados e Discussão

16 18 13 29

27

8

9 10

3 4

7

5

28

Figura 3.10: Expansão do espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-tetradecanoíl)propanoato de

metilo.

Também o espetro de 13

C-RMN, apresentado na Figura 3.11, se apresentou compatível

com a estrutura do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-tetradecanoíl)propanoato de metilo, uma vez que

permitiu confirmar a presença dos sinais correspondentes aos carbonos da cadeia alifática I,

16, 7, 18, 27-29. Todos os sinais relativos aos restantes carbonos (comuns à estrutura

precursora 2) exibiram os desvios químicos esperados.

Figura 3.11: Espetro de 1C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-tetradecanoíl)propanoato de metilo (4b).

ppm (t1)1.001.502.002.503.00

0

50000000

100000000

150000000

200000000

250000000

300000000

350000000

2.95

7

2.93

8

2.91

9

1.61

0

1.59

2

1.29

3

0.93

3

0.91

6

0.89

9

2.01

3.55

23.32

3.04

ppm (t1)050100150200

0

100000000

200000000

300000000

400000000

500000000

20

7.8

76

17

4.8

87

15

3.6

03

13

6.1

17

13

0.9

63

12

9.7

21

12

8.8

56

12

7.4

69

12

6.2

37

12

5.2

85

12

4.1

31

11

3.1

17

52

.05

4

45

.19

4

45

.10

3

31

.89

3

29

.65

5

29

.63

6

29

.62

1

29

.61

2

29

.49

9

29

.43

8

29

.41

0

29

.32

6

29

.21

3

29

.03

7

22

.66

1

18

.40

61

4.0

87

14 6 15 12 17

I

2

2 11

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26 Resultados e Discussão

3.2.1.3 Síntese do 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo

A síntese do 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo foi efetuada por

reação do éster metílico do S-Naproxeno com o cloreto de lauroílo. A reação realizou-se nas

mesmas condições experimentais das sínteses anteriormente referidas.

Após o seu isolamento, obteve-se um óleo amarelado com um rendimento de 36%

(0,2677 g) e Rf (SE (a)) = 0,26.

A caracterização do 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo foi feita

por espetrometria de massa (Figura 3.12) e ressonância magnética nuclear de protão (1H-

RMN) e de carbono 13 (13

C-RMN) (Figuras 3.13 e 3.15), confirmando-se que o produto

isolado era o composto pretendido.

Figura 3.12: Espetro de massa (ESI-MS) do 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo.

O espetro de massa reproduzido na Figura 3.12 apresentou a razão m/z = 427,33,

compatível com o ião quasi-molecular, MH+, do 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo (m/z esperado: 427,28) e um pico maioritário a m/z = 875,07,

compatível com o ião quasi-molecular, 2MNa+, do 2-(5-dodecanoíl-6-metoxi-2-

naftil)propanoato de metilo (m/z esperado: 875,56).

O espetro de 1H-RMN do 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo

(Figura 3.13) permitiu confirmar o sucesso da reação de acilação de Friedel-Crafts, na medida

JMDodeca2P_120216092737 #1-3 RT: 0,02-0,07 AV: 3 NL: 6,26E7T: + p ESI Full ms [ 50,00-2000,00]

500 1000 1500 2000

m/z

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

875,07

427,33

1299,67853,07449,33 890,60

344,53219,47 819,27465,20 1084,73

1348,53 1636,13 1801,07

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27 Resultados e Discussão

t

g d

b

e a

c

em que se verificou o aparecimento dos sinais correspondentes aos protões da cadeia

carbonada introduzida, x a 1,28 ppm, j a 2,93 ppm e t a 0,90 ppm, associado aos grupos de

protões do grupo metileno, do grupo carbonilo e dos grupos metilo da cadeia acílica,

respetivamente. Os sinais associados aos protões do anel naftalénico a-e e do grupo metoxi,

posição i, apresentaram desvios e intensidades dentro dos valores esperados.

Figura 3.13: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo (4c).

Para uma melhor visualização expandiu-se o espetro de 1H-RMN no intervalo [0,5-

3,0] ppm, como mostra a Figura 3.14.

ppm (t1)1.02.03.04.05.06.07.08.0

0

50000000

100000000

150000000

200000000

250000000

300000000

350000000

7.8

70

7.8

47

7.7

07

7.7

03

7.6

61

7.6

39

7.4

52

7.4

47

7.4

30

7.4

25

7.2

97

7.2

84

7.2

74

3.9

62

3.9

00

3.8

82

3.8

64

3.8

46

3.6

83

2.9

44

2.9

25

2.9

06

1.5

97

1.5

80

1.2

81

0.9

20

0.9

04

0.8

86

3.0

6

1.0

63

.00

2.0

1

3.7

1

19

.35

3.1

7

1.4

1

1.0

2

1.0

01

.01

1.0

0

x

h

j

i f

Page 46: Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno · esteroide que apresenta propriedades, antipiréticas e anti-inflamatórias. Este medicamento atua por inibição

Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

28 Resultados e Discussão

27

15

25 8 2

4

7

10

20+24

Figura 3.14: Expansão do espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) no intervalo [0,5-3,0] ppm do 2-(5-dodecanoíl-6-

metoxinaft-2-il)propanoato de metilo.

O espetro de 13

C-RMN (Figura 3.15) concordou com as restantes análises estruturais,

na medida em que nele também se registou a presença dos sinais correspondentes aos

carbonos da cadeia alifática introduzida, C16-C27. Todos os sinais relativos aos restantes

carbonos (comuns à estrutura precursora 4a) exibiram os desvios químicos esperados.

Figura 3.15: Espetro de 1C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo (4c).

ppm (t1)1.001.502.002.50

0

50000000

100000000

150000000

200000000

250000000

300000000

350000000

2.9

44

2.9

25

2.9

06

1.5

97

1.5

80

1.2

81

0.9

20

0.9

04

0.8

86

2.0

1

3.7

1

19

.35

3.1

7

ppm (t1)050100150200

0

100000000

200000000

300000000

400000000

500000000

207.

892

174.

901

153.

606

136.

108

130.

965

129.

720

128.

856

127.

461

126.

234

125.

270

124.

130

113.

110

77.0

00

56.3

84

52.0

50

45.1

89

45.0

96

33.9

87

31.8

74

29.5

88

29.5

58

29.4

88

29.4

28

29.3

08

29.2

06

29.0

26

24.6

53

23.8

54

22.6

50

18.3

9314

.075

3

13 26

11 17

16 14 6

9

1

5

18

19

I

Page 47: Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno · esteroide que apresenta propriedades, antipiréticas e anti-inflamatórias. Este medicamento atua por inibição

Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

29 Resultados e Discussão

3.2.1.4 Síntese do 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo

A síntese do 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo foi efetuada por

reação do éster metílico do S-Naproxeno com o cloreto de decanoílo. A reação realizou-se nas

mesmas condições experimentais das sínteses anteriormente referidas.

Após o isolamento do composto pretendido, obteve-se um óleo amarelado com um

rendimento de 45% (0,3569 g) e Rf (SE (a)) = 0,24.

A caracterização do 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo foi feita

por espetrometria de massa (Figura 3.16) e ressonância magnética nuclear de protão (1H-

RMN) e de carbono 13 (13

C-RMN) (Figuras 3.17 e 3.19), confirmando-se que o produto

isolado era o composto pretendido 4d.

Assim, os valores dos sinais obtidos para a espetrometria de massa apresentaram-se

coerentes com a massa molecular esperada pois verificou-se que a razão m/z observada e

esperada são praticamente coincidentes, m/z (MH+) = 399,33 (esperado, 399,25); m/z

(2MNa+) = 818,87 (esperado, 819,50)

Figura 3.16: Espetro de massa (ESI-MS) do 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo.

Através do espetro de 1H-RMN (Figura 3.17), observou-se a presença dos sinais

correspondentes aos protões da cadeia alifática introduzida, I a 3,68 ppm, x a 1,28 ppm e r a

0,90 ppm, associados ao grupo de protões do grupo carbonilo, dos grupos metileno e do grupo

JMDeca2P_120216093130 #1-3 RT: 0,01-0,06 AV: 3 NL: 5,07E7T: + p ESI Full ms [ 50,00-2000,00]

500 1000 1500 2000

m/z

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

818,87

399,33

1215,87797,07421,40

574,60344,47 834,53102,20 846,87 1060,87 1484,73 1732,00 1899,80

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

30 Resultados e Discussão

d b g

metilo da cadeia acílica, respetivamente. Os sinais associados aos protões do anel naftalénico

e do grupo metoxi i apresentaram desvios e intensidades dentro dos valores esperados.

Figura 3.17: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo (4d).

Para uma melhor visualização expandiu-se o espetro de 1H-RMN no intervalo [0,5-

3,0] ppm, como mostra a Figura 3.18.

Figura 3.18: Expansão do espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) no intervalo [0,5-3,0] ppm do 2-(5decanoíl-6-metoxinaft-

2-il)propanoato de metilo.

ppm (t1)1.02.03.04.05.06.07.08.0

0

100000000

200000000

300000000

400000000

5000000007.

866

7.84

3

7.70

4

7.70

0

7.66

0

7.63

8

7.45

0

7.44

6

7.42

8

7.42

4

7.29

4

7.28

1

7.27

1

3.95

8

3.89

7

3.87

9

3.86

1

3.84

4

3.68

0

2.94

2

2.92

4

2.90

5

2.61

2

1.59

5

1.57

7

1.28

0

0.91

6

0.89

9

0.88

2

3.05

1.063.00

2.01

3.48

3.10

1.27

1.02

1.000.99

1.00

1.57

12.52

ppm (t1)1.001.502.002.503.00

0

100000000

200000000

300000000

400000000

500000000

2.94

2

2.92

4

2.90

5

1.59

5

1.57

7

1.41

3

1.38

5

1.36

2

1.31

6

1.28

0

0.91

6

0.89

9

0.88

2

2.01

3.48

3.10

14.20

c

a e

f i

r x

j

h

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

31 Resultados e Discussão

24

8 2 25 17

23 9

4

10

7

O espetro de 13

C-RMN do 2-(5decanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo,

ilustrado na Figura 3.19, permitiu confirmar a introdução da cadeia carbonada no anel do

Naproxeno, observando-se a presença dos picos correspondentes nas posições C16-C25. Todos

os sinais relativos aos restantes carbonos (comuns à estrutura precursora 2) exibiram os

desvios químicos esperados.

Figura 3.19: Espetro de 1C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo (4d).

3.2.1.5 Síntese do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-octanoíl)propanoato de metilo

A síntese do 2-(6-metoxi-2-naftil-5-octanoíl)propanoato de metilo foi efetuada por

reação do éster metílico do S-Naproxeno com o cloreto de octanoílo. A reação realizou-se nas

mesmas condições experimentais das sínteses anteriormente referidas. Após o seu isolamento

obteve-se um óleo amarelado com um rendimento de 49% (0,3596 g) e Rf (SE (a)) = 0,24.

A caracterização do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-octanoíl)propanoato de metilo foi feita por

espetrometria de massa (Figura 3.20) e ressonância magnética nuclear de protão (1H-RMN) e

de carbono 13 (13

C-RMN) (Figuras 3.21 e 3.23), confirmando-se que o produto isolado era o

composto pretendido.

ppm (t1)050100150200

0

100000000

200000000

300000000

400000000207

.86

6

174

.87

9

153

.60

3

136

.11

8

130

.96

2

129

.71

8

128

.85

4

127

.46

3

126

.23

6

125

.27

9

124

.12

8

113

.11

7

56.

391

52.

050

45.

191

45.

094

31.

842

29.

437

29.

424

29.

312

29.

254

23.

851

22.

634

18.

406

14.

074

13 11

12 16 14 6 5

I+Z

21 3

1

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

32 Resultados e Discussão

Figura 3.20: Espetro de massa (ESI-MS) do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-octanoíl)propanoato de metilo.

Os valores dos sinais obtidos pela espetrometria de massa apresentaram-se coerentes

com a massa molecular esperada, uma vez que se verificou que a razão m/z observada e

esperada são praticamente coincidentes, m/z (MH+) = 371,40 (esperado, 371,21); m/z

(2MNa+) = 762,93 (esperado, 763,42); m/z (MNa

+) = 393,33 (esperado, 393,21)

O espetro de 1H-RMN do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-octanoíl)propanoato de metilo (Figura

3.21) veio confirmar o constatado perante os espetros anteriores, isto é, apresentou-se

totalmente compatível com a estrutura do produto esperado 4e. Deste modo, foi possível

confirmar a presença dos sinais correspondentes aos protões da cadeia alifática introduzida, x

a 1,31 ppm, j a 2,93 ppm e s a 0,90 ppm. Tal como já tinha sido registado anteriormente para

os compostos análogos 4a - 4d, os sinais dos restantes protões - comuns ao precursor 2 -

apresentaram-se com desvios químicos e intensidades dentro dos valores esperados.

JMOcta1P_120216093540 #1-3 RT: 0,02-0,04 AV: 2 NL: 4,49E7T: + p ESI Full ms [ 50,00-2000,00]

500 1000 1500 2000

m/z

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

762,93

371,40

393,33

583,73790,80

741,00293,60 1131,60409,20

818,80 1159,20980,60 1485,73 1670,40 1868,93

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33 Resultados e Discussão

h

d b

Figura 3.21: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-octanoíl)propanoato de metilo (4e).

Para uma melhor visualização expandiu-se o espetro de 1H-RMN no intervalo [0,5-

3,0] ppm, como mostra a Figura 3.22.

Figura 3.22: Expansão do espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) no intervalo [0,5-3,0] ppm do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-

octanoíl)propanoato de metilo.

ppm (t1)1.02.03.04.05.06.07.08.0

0

100000000

200000000

300000000

400000000

500000000

600000000

7.87

5

7.85

3

7.71

4

7.71

0

7.67

0

7.64

8

7.46

1

7.45

6

7.43

8

7.43

4

7.30

3

7.29

1

7.28

0

3.96

7

3.90

7

3.88

9

3.87

1

3.85

3

3.68

9

2.95

3

2.93

4

2.91

5

1.60

4

1.58

6

1.31

2

0.92

5

0.90

7

0.89

0

3.001.03

2.96

2.00

3.02

3.23

8.78

1.21

0.99

0.990.98

0.99

ppm (t1)1.001.502.002.503.00

0

100000000

200000000

300000000

400000000

500000000

2.95

3

2.93

4

2.91

5

1.60

4

1.58

6

1.31

2

0.92

5

0.90

7

0.89

0

2.00

3.02

3.23

8.78

c

a e

f i

s x

j

h

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

34 Resultados e Discussão

13

I

10 3

2

1

4

7 21

22

Relativamente ao espetro de 13

C-RMN, apresentado na Figura 3.23, apresentou-se

concordante com a estrutura 4e, sendo importante referir que os sinais associados aos

carbonos da cadeia carbonada introduzida C16-C23 e todos os restantes carbonos associados ao

precursor 2 exibiram os desvios químicos esperados.

Figura 3.23: Espetro de 1C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-octanoíl)propanoato de metilo (4e).

ppm (t1)050100150200

0

100000000

200000000

300000000

400000000

207.

901

174.

917

153.

644

136.

155

131.

002

129.

754

128.

892

127.

499

126.

276

125.

308

124.

163

113.

155

56.4

30

52.0

87

45.2

27

45.1

28

31.7

26

29.3

04

29.1

17

23.8

92

22.6

26

18.4

44

14.0

85

11 12

16 14 6 5

8

9

15 23

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

35 Resultados e Discussão

3.2.2 Síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo

utilizando ZnO como catalisador

O cloreto de alumínio anidro é considerado um catalisador que pode causar problemas

ambientais graves durante a purificação e é muito difícil de ser reutilizado. Desta forma,

procurou-se substituir este catalisador por outros com menos problemas ambientais.

Segundo Mona Hosseini Sarvari et al. o catalisador óxido de zinco promove uma

eficiente acilação de Friedel-Crafts de compostos aromáticos ativados e não ativados com

cloretos de acilo, originando rendimentos elevados à temperatura ambiente. [56]

Assim,

repetiu-se a síntese dos ésteres atrás descritos, utilizando ZnO como catalisador.

Esquema 3.2: Mecanismo de síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo utilizando ZnO como

catalisador.

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36 Resultados e Discussão

O procedimento de síntese efetuado foi o mesmo para a introdução dos cinco cloretos

de ácido de tamanhos diferentes.

A reação de síntese para cada derivado realizou-se durante 5 horas, à temperatura

ambiente, e em agitação constante. O decurso de cada reação foi acompanhado por

cromatografia em camada fina, tendo-se verificado a formação do composto pretendido, de

compostos secundários e a presença do reagente de partida. Procedeu-se à purificação do

composto pretendido, inicialmente por extração líquido-líquido e, posteriormente, por

cromatografia de adsorção em coluna. Na cromatografia de adsorção em coluna, utilizou-se o

sistema de eluente hexano/acetato de etilo 6:1.

De seguida são apresentados os resultados de cada derivado acilado sintetizado,

Tabela 3.1: Resultados experimentais das reações de acilação com cloretos de ácidos diferentes.

Os valores de rendimento desta reação de síntese foram mais baixos, comparados com

os valores de rendimento da reação de síntese anterior, que utilizou cloreto de alumínio anidro

como catalisador. Verificou-se que os derivados acilados do S-Naproxeno com cadeias

carbonadas mais pequenas apresentaram maior valor de rendimento. Isto pode dever-se ao

fato da estrutura dos derivados acilados do S-Naproxeno ser mais estável com cadeias

carbonadas de menor tamanho.

Um aspeto também importante é o catalisador utilizado, o óxido de zinco. Na sua

utilização este catalisador gera menos produtos tóxicos e corrosivos, logo é mais limpo. A

reação de síntese é simples, de fácil realização, não precisa de arrefecimento em banho de

gelo, apenas de agitação. Já a reação de síntese que usou cloreto de alumínio anidro como

catalisador necessita de baixas temperaturas e de atmosfera de árgon, tornando-a mais

dispendiosa e de realização experimental mais complicada.

Reação Derivado do

Naproxeno

Cloreto de

acido

Massa

obtida/g

Rf

(SE)

Aspeto do

produto

Rendimento

(%)

JM16 4a Cloreto de

palmitoílo 0,0898

0,26

(a)

Cristais

amarelados 19

JM14 4b Cloreto de

miristoílo 0,1299

0,23

(a)

Cristais

amarelados 29

JM12 4c Cloreto de

lauroílo 0,2007

0,24

(a)

Óleo

amarelo 25

JM10 4d Cloreto de

decanoílo 0,1134

0,24

(a)

Óleo

amarelo 28

JM8 4e Cloreto de

octanoílo 0,1318

0,21

(a)

Óleo

amarelo 37

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37 Resultados e Discussão

Em suma, esta reação de síntese, apesar de apresentar uma eficiência experimental

menor, é mais fácil de executar, menos morosa e mais limpa.

A caracterização de cada derivado acilado do S-Naproxeno foi feita por espetrometria

de massa e ressonância magnética nuclear de protão (1H-RMN) e de carbono 13 (

13C-RMN),

confirmando-se que o produto isolado era o composto pretendido.

Como os derivados acilados sintetizados foram os mesmos que os sintetizados no

método de síntese em que se utilizou o cloreto de alumínio, não foram apresentados os

espectros relativos à sua caraterização, uma vez que já foram descritos.

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

38 Resultados e Discussão

3.2.3 Síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo

utilizando Cu(OTf)2 como catalisador.

O segundo catalisador alternativo ao cloreto de alumínio usado na acilação do éster

metílico do S-Naproxeno foi o trifluorometanossulfonato de cobre(II). As reações de acilação

foram realizadas de acordo com o procedimento descrito por Ravi P.et al. [61]

Esquema 3.3: Mecanismo de síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo utilizando Cu(OTf)2 como

catalisador.

A síntese de cada derivado acilado realizou-se durante 5 horas, à temperatura ambiente

e em agitação constante. O decurso de cada reação foi acompanhado por cromatografia em

camada fina, tendo-se verificado a formação do composto pretendido, de compostos

secundários e a presença do reagente de partida. Procedeu-se à purificação do composto

pretendido, inicialmente por extração líquido-líquido e, posteriormente, por cromatografia de

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

39 Resultados e Discussão

adsorção em coluna. Nas cromatografia de adsorção em coluna, utilizou-se o sistema de

eluente hexano/acetato de etilo 6:1.

Na tabela seguinte são apresentados os resultados de cada derivado acilado sintetizado,

Tabela 3.2: Resultados experimentais das reações de acilação utilizando Cu(OTf)2 como catalisador.

Nesta reação de síntese os valores de rendimento também foram mais baixos que na

reação de síntese em que se utilizou cloreto de alumínio anidro como catalisador. Verificou-se

que os derivados acilados do Naproxeno com cadeias acílicas mais pequenas apresentaram

menor valor de rendimento. As sínteses com óxido de zinco e com triflato de cobre II, como

catalisadores, apresentaram rendimentos muito próximos.

O trifluorometanossulfonato de cobre II é conhecido por ser reutilizado após a reação,

tornando-o assim num catalisador económico.

A reação de síntese é simples, de fácil realização, não precisa de arrefecimento em

banho de gelo, apenas de agitação, tal como a reação de síntese que utilizou óxido de zinco

como catalisador, logo são reações de síntese economicamente mais favoráveis apesar de a

eficiência ser menor.

Em suma, apesar dos dois catalisadores alternativos ao cloreto de alumínio serem

menos prejudiciais em termos ambientais, a escolha do melhor catalisador para a síntese de

derivados acilados do S-Naproxeno incidiu na preferência do tamanho da cadeia alifática, na

escala de síntese pretendida e do financiamento disponível.

A caracterização de cada derivado acilado do S-Naproxeno foi feita por espetrometria

de massa e ressonância magnética nuclear de protão (1H-RMN) e de carbono 13 (

13C-RMN).

Reação Derivado do

Naproxeno

Cloreto de

ácido

Massa

obtida/g

Rf

(SE)

Aspeto do

produto

Rendimento

(%)

JR16 4a Cloreto de

palmitoílo 0,1573

0,27

(a)

Cristais

amarelados 33

JR14 4b Cloreto de

miristoílo 0,2300

0,25

(a)

Cristais

amarelados 51

JR12 4c Cloreto de

lauroílo 0,0872

0,25

(a)

Óleo

amarelo 20

JR10 4d Cloreto de

decanoílo 0,1081

0,24

(a)

Óleo

amarelo 27

JR8 4e Cloreto de

octanoílo 0,0655

0,24

(a)

Óleo

amarelo 18

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

40 Resultados e Discussão

3.3 Reação de saponificação seguida de protonação de 2-(5-

alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo

3.3.1 Considerações gerais

O último passo reacional, de acordo com o plano delineado de antemão, correspondeu

à saponificação seguida de protonação dos derivados acilados do S-Naproxeno sob a forma de

ésteres metílicos, sintetizados anteriormente.

A reação de saponificação seguida de protonação visou desproteger os derivados

acilados sob a forma de éster metílico, transformando-os nos respetivos ácidos carboxílicos.

Esta desproteção segue um mecanismo com várias etapas, conforme se apresenta no seguinte

esquema (Esquema 3.4):

Esquema 3.4: Mecanismo da reação de saponificação seguida de protonação de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos

de metilo.

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

41 Resultados e Discussão

3.3.2 Reação de saponificação seguida de protonação do 2-(5-

hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo

Após a confirmação da composição estrutural do produto pretendido (secção 3.2),

procedeu-se à reação de saponificação com uma quantidade equimolar de hidróxido de sódio.

A reação decorreu sob refluxo, durante 29 horas. A razão pela qual se optou pelo

prolongamento da reação nas condições referidas, foi a obtenção do respectivo sal sem que

fosse necessário adicionar um excesso de hidróxido de sódio, que poderia ser difícil de

separar do sal pretendido. Contudo, após esse período de tempo, o éster ainda não se tinha

convertido totalmente no respectivo sal, tendo sido necessário adicionar o dobro da

quantidade equimolar de hidróxido de sódio à mistura reacional. De seguida, adicionou-se a

quantidade estequiométrica de solução padrão de HCl e isolou-se o produto obtido,

procedendo-se a uma filtração por vácuo. Obteve-se um sólido branco em forma de pó.

O ácido 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico foi caracterizado por

espetrometria de massa e por ressonância magnética nuclear de protão (1H-RMN) e de

carbono 13 (13

C-RMN) que são de seguida apresentados.

O espetro de massa (Figura 3.24), em modo positivo, apresentou valores coerentes

com a massa molecular esperada pois verificou-se que a razão m/z observada e esperada

foram praticamente coincidentes, m/z (MH+) = 469,47 (esperado, 469,67); m/z (2MNa

+) =

959,87 (esperado, 960,34); m/z (3MNa+) = 1426,80 (esperado, 1429,01).

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42 Resultados e Discussão

d

b

Figura 3.24: Espetro de massa (ESI-MS) do ácido 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico.

O espetro de 1H-RMN do ácido 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico,

ilustrado na Figura 3.25, permitiu confirmar o sucesso da desproteção do derivado acilado sob

a forma de éster metílico do S-Naproxeno, observando-se o desaparecimento do sinal dos

protões do grupo metilo, anteriormente (análogo protegido 4a) registado como um singleto a

3,69 ppm. Não foi observado o surgimento do sinal associado ao protão do grupo carboxilo,

resultante da desproteção.

Figura 3.25: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do ácido 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico.

JR-JM16AC_120410104127 #1 RT: 0,00 AV: 1 NL: 7,29E7T: + p ESI Full ms [ 50,00-2000,00]

500 1000 1500 2000

m/z

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

959,87

1426,80

469,47

975,27932,27

491,40 994,20 1369,80737,60451,27 1894,931579,07202,87

ppm (t1)1.02.03.04.05.06.07.08.0

0

100000000

200000000

300000000

400000000

500000000

600000000

700000000

7.85

7

7.83

4

7.72

1

7.71

8

7.66

3

7.64

1

7.46

6

7.46

2

7.44

4

7.44

0

7.29

2

7.28

8

7.27

0

3.96

3

3.90

3

3.88

6

3.86

8

3.85

0

2.93

8

2.91

9

2.90

0

1.59

9

1.58

1

1.28

2

0.92

4

0.90

8

0.90

0

3.00

26.54

3.48

2.37

1.33

1.86

1.23

1.221.181.20

3.97

c

a e

f g

y

x

j h

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

43 Resultados e Discussão

9

1

4

7

5 28 13

30

A análise do espetro de 13

C-RMN corrobora a anterior, na medida em que também se

observa a ausência do sinal correspondente ao carbono do grupo metilo constituinte do grupo

de proteção (carbono 15 do análogo protegido 4a, Figura 3.7). No espetro anterior não foi

observado o surgimento do sinal associado ao protão do grupo carboxilo, resultante da

desproteção, porém o carbono do ácido carboxilo formado apresentou um desvio de 179,7

ppm, face ao desvio obtido no seu análogo protegido 4a de 174,9 ppm, o que veio mais uma

vez confirmar o sucesso da desproteção. Os restantes sinais apresentaram os desvios químicos

esperados.

Figura 3.26: Espetro de 13 C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do ácido 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico.

3.3.3 Reação de saponificação seguida de protonação do 2-(6-

metoxinaft-2-il-5-tetradecanoíl)propanoato de metilo

A reação de saponificação e de protonação do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-

tetradecanoíl)propanoato de metilo decorreu sob refluxo, durante 19 horas. Para que o

composto fosse totalmente convertido no respetivo sal de sódio foi necessário adicionar o

dobro da quantidade equimolar de hidróxido de sódio à mistura reacional. De seguida

adicionou-se a quantidade estequiométrica de solução padrão de HCl e isolou-se o produto

ppm (t1)050100150200

0

500000000

1000000000

207.

899

179.

747

153.

670

135.

478

131.

013

129.

813

128.

815

127.

460

126.

467

125.

276

124.

189

113.

155

56.3

93

45.1

15

31.9

12

29.6

84

29.6

57

29.5

74

29.5

19

29.4

55

29.4

12

29.3

47

23.8

60

22.6

78

18.0

6714

.105

15 14 6 8

2

10

3

11

1

12

I

29

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

44 Resultados e Discussão

obtido, procedendo-se a uma filtração por vácuo. Obteve-se um sólido branco em forma de

pó.

O ácido 2-(6-metoxinaft-2-il-5-tetradecanoíl)propanoico foi caracterizado por

espetrometria de massa e por ressonância magnética nuclear de protão (1H-RMN) e de

carbono 13 (13

C-RMN).

O espetro de massa (Figura 3.27) apresentou valores coerentes com a massa molecular

esperada pois verificou-se que a razão m/z observada e esperada são praticamente

coincidentes, m/z (MH+) = 441,47 (esperado, 441,61); m/z (2MNa

+) = 903,40 (esperado,

904,22); m/z (3MNa+) = 1342,87 (esperado, 1344,83).

Figura 3.27: Espetro de massa (ESI-MS) do ácido 2-(6-metoxinaft-2-il-5-tetradecanoíl)propanoico.

O espetro de 1H-RMN do ácido 2-(6-metoxinaft-2-il-5-tetradecanoíl)propanoico,

ilustrado na Figura 3.28, permitiu confirmar o sucesso da desproteção do derivado acilado sob

a forma de éster metílico do S-Naproxeno, observando-se o desaparecimento do sinal dos

protões do grupo metilo, anteriormente (análogo protegido 4b) registado como um singleto a

3,70 ppm.

Também o espetro de 13

C-RMN, apresentado na Figura 3.29, se apresentou compatível

com a estrutura 4b, na medida em que também se observa a ausência do sinal correspondente

ao carbono do grupo metilo constituinte do grupo de proteção (carbono 15 do análogo

protegido 4b, Figura 3.11). No espetro anterior não foi observado o surgimento do sinal

associado ao protão do hidroxilo, resultante da desproteção, porém o carbono do ácido

JR-JM14AC_120410103820 #1-4 RT: 0,01-0,10 AV: 4 NL: 2,13E7T: - p ESI Full ms [ 50,00-2000,00]

500 1000 1500 2000

m/z

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e Ab

unda

nce

903,40

441,47

1342,87

463,47 919,53680,53

1120,53243,47 1825,93774,13 1554,93

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

45 Resultados e Discussão

6 8

9 10 3

4 7 5 12

13

28

19+25

16

26

1

carboxilo formado apresentou um desvio de 179,7 ppm, face ao desvio obtido no seu análogo

protegido 4b de 174,9 ppm, o que veio mais uma vez confirmar o sucesso da desproteção. Os

restantes sinais apresentaram os desvios químicos esperados.

Figura 3.28: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do ácido 2-(6-metoxinaft-2-il-5-tetradecanoíl)propanoico.

Figura 3.29: Espetro de 13C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do ácido 2-(6-metoxinaft-2-il-5-tetradecanoíl)propanoico.

ppm (t1)1.02.03.04.05.06.07.08.0

0

100000000

200000000

300000000

400000000

5000000007.84

7

7.82

5

7.71

5

7.71

1

7.66

0

7.63

8

7.46

1

7.45

7

7.43

9

7.43

5

7.28

5

7.28

3

7.26

2

3.95

7

3.89

4

3.87

6

3.85

8

3.84

0

2.93

4

2.91

6

2.89

7

1.59

1

1.57

4

1.41

0

1.39

5

1.38

6

1.34

2

1.32

5

1.28

0

0.92

1

0.90

50.

887

1.89

3.00

25.43

0.95

0.950.960.98

2.890.96

1.16

3.49

ppm (t1)050100150200

0

100000000

200000000

300000000

400000000

207.

906

153.

684

135.

393

131.

014

129.

833

128.

814

127.

441

126.

482

125.

281

124.

212

113.

169

56.3

94

45.1

15

45.0

70

31.9

08

29.6

39

29.4

48

29.3

40

29.2

11

24.6

46

23.8

60

22.6

74

18.0

3914

.101

v

x

h j

g

f

d b c

a e

15 14 2 11

27

z

I

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

46 Resultados e Discussão

3.3.4 Reação de saponificação seguida de protonação do 2-(5-

dodecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo

A reação de saponificação e de protonação do 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo, decorreu sob refluxo, durante 5 horas. De seguida adicionou-se a

quantidade estequiométrica de solução padrão de HCl e isolou-se o produto obtido,

procedendo-se a uma filtração por vácuo. Obteve-se um sólido branco em forma de pó.

O ácido 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico foi caracterizado por

espetrometria de massa e por ressonância magnética nuclear de protão (1H-RMN) e de

carbono 13 (13

C-RMN).

O espetro de massa do ácido 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico (Figura

3.30), detetado em modo positivo, apresentou valores coerentes com a massa molecular

esperada pois verificou-se que a razão m/z observada e esperada foram praticamente

coincidentes, m/z (MH+) = 413,47 (esperado, 413,56); m/z (2MNa

+) = 847,27 (esperado,

848,12).

Verificou-se ainda a formação de um trímero associado ao catião sódio em m/z =

1258,33 (esperado, 1257,68)

Figura 3.30: Espetro de massa (ESI-MS) do ácido 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico.

JR-JM12AC_120410103436 #1-3 RT: 0,02-0,07 AV: 3 NL: 1,13E8T: + p ESI Full ms [ 50,00-2000,00]

500 1000 1500 2000

m/z

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

847,27

413,471258,33

435,40 861,13

1280,27891,40826,27243,13 638,87 1123,53 1682,93 1842,93

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47 Resultados e Discussão

O espetro de 1H-RMN do ácido 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico,

ilustrado na Figura 3.31, permitiu confirmar o sucesso da desproteção do éster metílico 4c.

Observou-se o desaparecimento do sinal dos protões do grupo metilo, anteriormente (análogo

protegido 4c) registado como um singleto a 3,68 ppm. Não foi observado o surgimento do

sinal associado ao protão do grupo carboxilo, resultante da desproteção.

Figura 3.31: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do ácido 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico.

No espetro de 13

C-RMN, apresentado na Figura 3.32 também se observa a ausência do

sinal correspondente ao carbono do grupo metilo constituinte do grupo de proteção (carbono

15 do análogo protegido 4c, Figura 3.15). No espetro anterior não foi observado o surgimento

do sinal associado ao protão do grupo carboxilo, resultante da desproteção, porém o carbono

14 do grupo carboxilo formado apresentou um desvio de 179,9 ppm, face ao desvio obtido no

seu análogo protegido 4c de 174,9 ppm o que veio mais uma vez confirmar o sucesso da

desproteção. Os restantes sinais apresentaram os desvios químicos esperados.

ppm (t1)0.01.02.03.04.05.06.07.08.0

0

500000000

1000000000

7.78

6

7.76

3

7.67

4

7.67

1

7.63

7

7.61

5

7.58

3

7.42

9

7.42

5

7.40

7

7.40

3

7.28

8

7.24

9

7.22

6

3.94

8

3.83

3

3.81

5

3.79

7

3.78

0

2.92

1

2.90

3

2.88

4

1.53

4

1.51

6

1.36

5

1.34

0

1.32

5

1.28

2

0.92

4

0.90

7

0.88

5

3.001.18

19.85

3.25

1.95

1.08

1.021.131.06

1.46

3.96

t

x

h j

g

f

d c

b

a e

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

48 Resultados e Discussão

15

8 1

4 7

5 13

24 z

Figura 3.32: Espetro de 13C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do ácido 2-(5-dodecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico.

3.3.5 Reação de saponificação seguida de protonação do 2-(5-decanoíl-

6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo

A obtenção do ácido 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico foi conseguida,

através das reações de saponificação e protonação realizadas nas mesmas condições

experimentais que a reação anteriormente descrita, 3.3.2. Desta forma, adicionou-se a

quantidade estequiométrica de solução padrão de HCl e isolou-se o produto obtido,

procedendo-se a uma filtração por vácuo. Obteve-se um sólido branco em forma de pó.

O ácido 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico foi caracterizado por

espetrometria de massa e por ressonância magnética nuclear de protão (1H-RMN) e de

carbono 13 (13

C-RMN).

O espetro de massa do ácido 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico (Figura

3.33), detetado em modo positivo, mostrou-se coerente com a massa molecular esperada pois

verificou-se que a razão m/z observada e esperada foram praticamente coincidentes, m/z

(MH+) = 385,47 (esperado, 385,51); m/z (2MNa

+) = 791,13 (esperado, 792,02) m/z (3MNa

+)

= 1174,67 (esperado, 1175,45).

ppm (t1)050100150200

0

100000000

200000000

300000000

400000000

500000000

600000000207.

927

179.

991

153.

606

135.

809

131.

013

129.

715

128.

800

127.

522

126.

406

125.

194

124.

073

113.

074

56.3

63

45.3

75

45.0

97

31.8

94

29.6

24

29.5

11

29.4

50

29.3

24

23.8

52

22.6

67

18.1

2314

.097

14 6

2 9 10

0 3

11 12

26

25

I

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

49 Resultados e Discussão

Figura 3.33: Espetro de massa (ESI-MS) do ácido 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico.

O espetro de 1H-RMN do ácido 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico, ilustrado

na Figura 3.34, permitiu confirmar o sucesso da desproteção do éster metílico 4d do S-

Naproxeno. Observou-se o desaparecimento do sinal dos protões do grupo metilo,

anteriormente (análogo protegido 4d) registado como um singleto a 3,68 ppm. Não foi

observado o surgimento do sinal associado ao protão do grupo carboxilo, resultante da

desproteção.

No espetro de 13

C-RMN, apresentado na Figura 3.35 também se observou a ausência

do sinal correspondente ao carbono do grupo metilo constituinte do grupo de proteção

(carbono 15 do análogo protegido 4d, Figura 3.19). No espetro anterior não foi observado o

surgimento do sinal associado ao protão do grupo carboxilo, resultante da desproteção, porém

o carbono do grupo carboxilo formado apresentou um desvio de 179,9 ppm, face ao desvio

obtido no seu análogo protegido 4d de 174,9 ppm o que veio mais uma vez confirmar o

sucesso da desproteção. Os restantes sinais apresentaram os desvios químicos esperados.

JRAC-JM10_120322102414 #1-2 RT: 0,03-0,05 AV: 2 NL: 1,04E8T: + p ESI Full ms [ 50,00-2000,00]

500 1000 1500 2000

m/z

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

791,13

385,47

1174,67

806,87407,40

847,00423,27 763,27243,20 1557,731146,20 1253,53 1706,20 1915,40

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

50 Resultados e Discussão

8

2

10

1

7

4

5 16

Figura 3.34: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do ácido 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico.

Figura 3.35: Espetro de 13C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do ácido 2-(5-decanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoico.

ppm (t1)0.01.02.03.04.05.06.07.08.09.0

0

500000000

1000000000

7.86

1

7.83

8

7.72

1

7.71

8

7.66

2

7.64

0

7.46

5

7.46

0

7.44

3

7.43

8

7.29

2

7.28

2

7.27

0

3.95

8

3.90

9

3.89

1

3.87

3

3.85

6

2.93

6

2.91

7

2.89

8

1.60

3

1.58

5

1.39

5

1.35

8

1.33

5

1.31

6

1.28

2

0.91

7

0.90

0

0.88

3

3.001.06

3.17

13.71

3.08

2.03

1.291.001.010.991.00

ppm (t1)050100150200

0

500000000

1000000000

207.

898

179.

979

153.

685

135.

353

131.

014

129.

832

128.

807

127.

433

126.

484

125.

272

124.

208

113.

166

56.3

90

45.1

03

45.0

57

31.8

53

29.4

47

29.4

28

29.3

15

29.2

63

23.8

52

22.6

45

18.0

2614

.087

r x h

j g

f

d c

b

a

e

13

24 15 14 6

9 3

11 12 22

23

X

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

51 Resultados e Discussão

3.3.6 Reação de saponificação seguida de protonação do 2-(6-

metoxinaft-2-il-5-octanoíl)propanoato de metilo

A transformação completa do 2-(6-metoxinaft-2-il-5-octanoíl)propanoato de metilo no

respetivo sal de sódio apenas foi conseguida apos 19 horas, sob refluxo. De seguida,

adicionou-se a quantidade estequiométrica de solução padrão de HCl e isolou-se o produto

obtido, procedendo-se a uma filtração por vácuo. Obteve-se um sólido branco em forma de

pó.

O ácido 2-(6-metoxinaft-2-il-5-octanoíl)propanoico foi caracterizado por

espetrometria de massa e por ressonância magnética nuclear de protão (1H-RMN) e de

carbono 13 (13

C-RMN).

Figura 3.36: Espetro de massa (ESI-MS) do ácido 2-(6-metoxinaft-2-il-5-octanoíl)propanoico.

O espetro de massa do ácido 2-(6-metoxinaft-2-il-5-octanoíl)propanoico (Figura 3.36),

detetado em modo positivo, mostrou-se coerente com a massa molecular esperada pois

verificou-se que a razão m/z observada e esperada foram praticamente coincidentes, m/z

(MH+) = 357,47 (esperado, 357,46); m/z (2MNa

+) = 735,13 (esperado, 735,92).

Verificou-se ainda a formação de um trímero associado ao catião sódio em m/z =

1090,13 (esperado, 1090,38).

JRAC-JM8_120322102831 #1 RT: 0,02 AV: 1 NL: 1,16E8T: + p ESI Full ms [ 105,00-2000,00]

500 1000 1500 2000

m/z

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

735,13

357,47

1090,13379,33

751,00713,13458,27243,33 1477,331314,80882,00 1809,73

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52 Resultados e Discussão

Figura 3.37: Espetro de 1H-RMN (CDCl3, 400 MHz) do ácido 2-(6-metoxinaft-2-il-5-octanoíl)propanoico.

O espetro de 1H-RMN do ácido 2-(6-metoxinaft-2-il-5-octanoíl)propanoico, ilustrado

na Figura 3.37, permitiu confirmar o sucesso da desproteção do éster metílico 4e do S-

Naproxeno. Observou-se o desaparecimento do sinal dos protões do grupo metilo do éster,

anteriormente (análogo protegido 4e) registado como um singleto a 3,69 ppm. Não foi

observado o surgimento do sinal associado ao protão do grupo carboxilo, resultante da

desproteção.

ppm (t1)0.05.0

0

100000000

200000000

300000000

400000000

500000000

600000000

700000000

7.86

1

7.83

9

7.72

1

7.71

8

7.66

1

7.63

9

7.46

5

7.46

0

7.44

3

7.43

8

7.29

3

7.28

3

7.27

0

3.95

9

3.91

1

3.89

3

3.87

5

3.85

7

2.93

5

2.91

6

2.89

7

1.60

3

1.58

6

1.35

6

1.33

8

1.33

4

1.32

4

1.31

5

1.30

0

0.91

3

0.89

7

0.87

9

3.001.12

2.04

3.09

3.13

9.19

1.441.031.000.991.00

p

x

h

j g

f

d

c b

e a

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53 Resultados e Discussão

22 13

10 3

4

7

5

20

16

Figura 3.38: Espetro de 13C-RMN (CDCl3, 100 MHz) do ácido 2-(6-metoxinaft-2-il-5-octanoíl)propanoico.

No espetro de 13

C-RMN, apresentado na Figura 3.38 também se observa a ausência do

sinal correspondente ao carbono do grupo metilo constituinte do grupo de proteção (carbono

15 do análogo protegido 4e, Figura 3.23). No espetro anterior não foi observado o surgimento

do sinal associado ao protão do carboxilo, resultante da desproteção, porém o carbono do

ácido carboxilo formado apresentou um desvio de 179.7 ppm, face ao desvio obtido no seu

análogo protegido 4e de 174,9 ppm o que veio mais uma vez confirmar o sucesso da

desproteção. Os restantes sinais apresentaram os desvios químicos esperados.

ppm (t1)050100150200

0

100000000

200000000

300000000

400000000

500000000

600000000

700000000

800000000

207.

960

179.

674

153.

689

135.

370

131.

017

129.

832

128.

811

127.

431

126.

482

125.

274

124.

214

113.

172

56.3

96

45.1

04

45.0

24

31.7

00

29.2

75

29.0

89

23.8

59

22.6

02

18.0

39

14.0

64

21

11 12

15 14 6

8

2

9 1

I

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

54 Resultados e Discussão

3.4 Tentativa de introdução de dois grupos acilo no anel

naftalénico do S-Naproxeno

Nesta seção encontram-se os resultados experimentais de quatro tentativas de síntese do

2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo, a partir de acilações de

Friedel-Crafts. Nas quatro sínteses foi apenas utilizado o cloreto de palmitoílo, o cloreto de

ácido com cadeia carbonada de maior tamanho. A introdução de dois grupos acilo no S-

Naproxeno visou aumentar a lipofilicidade da molécula molde a ser estudada na produção de

materiais de impressão molecular na forma esférica.

Na primeira e segunda tentativas de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo, fez-se reagir o 2-(6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo com o

cloreto de palmitoílo, utilizando óxido de zinco como catalisador. A primeira tentativa

decorreu com agitação magnética, durante 25 horas. Foi acompanhada por cromatografia, em

camada fina, que mostrou a formação de compostos novos, um dos quais em maior

quantidade, bem como a presença do reagente de partida e do derivado acilado do S-

Naproxeno com um único grupo acilo. Após término da reação, separaram-se os compostos

da mistura reacional por extração líquido-líquido seguida de cromatografia de adsorção em

coluna. Após o isolamento do novo composto, este foi caracterizado por espetrometria de

massa.

O valor obtido para a espetrometria de massa não se apresentou coerente com a massa

molecular esperada pois verificou-se que a razão m/z observada e esperada eram muito

diferentes, m/z (MH+) = 261,40 (esperado, 721,10)

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

55 Resultados e Discussão

Figura 3.39: Espetro de massa (ESI-MS) da primeira tentativa de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo.

A segunda tentativa de síntese seguiu um procedimento idêntico ao anterior,

excetuando-se o seguinte passo: a síntese decorreu em refluxo, durante oito horas. Foi

acompanhada por cromatografia em camada fina, que mostrou a formação de vários

compostos novos.

Após o isolamento, os compostos cromatograficamente homogéneos foram analisados

por espetrometria de massa. O valor obtido para a espetrometria de massa não se apresentou

coerente com a massa molecular esperada pois verificou-se que a razão m/z observada e

esperada não são coincidentes,

(m/z = 726,20, esperando-se 721,10 para MH+)

(m/z = 1190,33, esperando-se 721,10 para MH+)

JR1-A-Desc1_120419100437 #12-17 RT: 0,35-0,49 AV: 6 NL: 2,00E6T: + p ESI Full ms [ 70,00-2000,00]

500 1000 1500 2000

m/z

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

261,33

272,31

968,99102,20

357,27

726,43

709,20 993,54743,26441,09815,31

465,37 1090,60

1205,43 1503,141613,64 1801,39

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

56 Resultados e Discussão

Figura 3.40: Espetro de massa (ESI-MS) do 1o produto isolado na segunda tentativa de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-

metoxinaft-2-il)propanoato de metilo.

Figura 3.41: Espetro de massa (ESI-MS) do 2o produto isolado na segunda tentativa de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-

metoxinaft-2-il)propanoato de metilo.

JR1C-Desc1_120504101959 #7 RT: 0,19 AV: 1 NL: 1,34E8T: + p ESI Full ms [ 50,00-2000,00]

500 1000 1500 2000

m/z

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

726,20

421,20 862,73

318,00 649,20 979,73 1147,47 1963,001391,80 1657,00133,33

JR1C-Desc2_120504102319 #1 RT: 0,01 AV: 1 NL: 4,20E7T: + p ESI Full ms [ 50,00-2000,00]

500 1000 1500 2000

m/z

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

1190,33

726,47

421,27

915,93

927,87405,53 443,47

948,80318,00 1540,071300,07 1681,73483,53 1866,13

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57 Resultados e Discussão

Na terceira tentativa de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo, fez-se reagir o 2-(6-metoxi-2-naftil)propanoato de metilo com o

cloreto de palmitoílo, utilizando cloreto de alumínio anidro como catalisador.

A reação de síntese do 2-(5,7-hexadecanoil-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo

decorreu com agitação magnética, sob atmosfera de árgon e banho de gelo, durante duas

horas, sendo de seguida colocada à temperatura ambiente onde permaneceu, durante dois dias.

Findo este período foi colocada em refluxo. Após término da reação os compostos foram

isolados por extração líquido-líquido e cromatografia de adsorção em coluna.

Através da caracterização por espetrometria de massa, verificou-se que o novo

composto isolado não apresentou massa molecular coerente com a massa molecular esperada,

pois verificou-se que a razão m/z observada e esperada não são coincidentes, m/z (MH+) =

910,13 (esperado, 721,10).

Figura 3.42: Espetro de massa (ESI-MS) da terceira tentativa de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo.

JR1-B_120420090754 #9 RT: 0,24 AV: 1 NL: 2,39E7T: + p ESI Full ms [ 50,00-2000,00]

500 1000 1500 2000

m/z

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

910,13

632,20

893,27206,931059,47593,27 1394,47 1789,60

385,331543,80

1987,87

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

58 Resultados e Discussão

Nas primeiras três tentativas não se conseguiu sintetizar o 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-

metoxinaft-2-il)propanoato de metilo, uma vez que a posição 7 do anel naftalénico já se

encontrava desativada devido à presença do primeiro grupo acilo e ao impedimento

estereoquímico resultante da entrada desse grupo na posição 5. Deste modo, mudou-se a

estratégia de síntese e, portanto, na quarta tentativa de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-

metoxinaft-2-il)propanoato de metilo, fez-se reagir o 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo, já sintetizado anteriormente, com o cloreto de palmitoílo, utilizando

óxido de zinco como catalisador. A reação de síntese decorreu com agitação magnética e à

temperatura ambiente durante dois dias. Após término da reação, os produtos formados foram

purificados por extração líquido-líquido e cromatografia de adsorção em coluna. Após o

isolamento do composto pretendido, este foi caracterizado por espetrometria de massa.

O valor obtido para a espetrometria de massa não se apresentou coerente com a massa

molecular esperada pois verificou-se que a razão m/z observada e esperada não eram

coincidentes, m/z (MH+) = 405,33 (esperado, 721,10).

Figura 3.43: Espetro de massa (ESI-MS) da quarta tentativa de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo.

JR1-D-Desc_120516093013 #3 RT: 0,07 AV: 1 NL: 2,08E5T: + p ESI Full ms [ 50,00-2000,00]

500 1000 1500 2000

m/z

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

405,53

726,27257,20

465,47

663,40

1348,13

747,40 1129,47 1559,93587,67223,27 1710,601247,87

1909,87

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4. CONCLUSÕES

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60 Conclusões

O objetivo deste trabalho consistiu na síntese, purificação e caracterização de novos

derivados acilados do anti-inflamatório S-Naproxeno. Os derivados em questão apresentaram

a peculiaridade de o éster metílico do S-Naproxeno ser acilado com cloretos de ácidos de

cadeia carbonada de tamanhos diferentes. É possível assumir que os objetivos iniciais deste

trabalho foram plenamente atingidos, pois obtiveram-se 10 novos derivados acilados do S-

Naproxeno, apresentando valores de rendimento de razoáveis a bons, e todas as etapas de

síntese foram minuciosamente estudadas e executadas.

Este estudo foi efetuado com três catalisadores diferentes, o cloreto de alumínio, o

óxido de zinco e o tetrafluorometanossulfonato de cobre(II), obtendo-se melhores valores de

rendimento para a síntese em que se utilizou cloreto de alumínio anidro como catalisador,

apesar de ser o menos limpo e económico.

Inicialmente foi necessário proteger o S-Naproxeno, sob a forma de éster metílico, a

partir de uma esterificação de Fischer, para que a substituição eletrófila ocorresse

exclusivamente no anel aromático. Nesta primeira etapa obteve-se um valor de rendimento

muito bom.

Na segunda etapa, verificou-se que o valor de rendimento para os derivados acilados

com cadeia carbonada de maior tamanho foi menor. Este facto deveu-se essencialmente ao

impedimento estereoquímico resultante da entrada desse grupo na posição 5.

Pretendia-se, também, sintetizar o derivado acilado contendo dois grupos acilo, o 2-

(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo, mas tal objetivo não foi

atingido. A entrada do primeiro grupo acilo na posição 5 do anel naftalénico provocou a

desativação da posição 7, devido a ser um grupo atraidor de eletrões. Outra possível causa de

não se ter atingido este objetivo foi o facto da primeira cadeia acílica ser grande e bastante

flexível, podendo assumir uma conformação em volta do anel benzénico que impedisse a

entrada do segundo grupo acilo na posição 7.

Em suma, a maioria dos objetivos iniciais deste trabalho de dissertação foram

atingidos com êxito. Os ácidos 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoicos sintetizados serão

alvo de estudo por parte do Centro de Investigação de Química da Faculdade de Ciências da

Universidade do Porto, servindo como modelos de moléculas molde, para poderem ser

sintetizadas partículas de sílica de impressão molecular na forma esférica.

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5. PROCEDIMENTO

EXPERIMENTAL

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62 Procedimento Experimental

5.1 Condições gerais

Neste trabalho, usaram-se solventes e reagentes de qualidade pró-análise. Os cloretos

de ácido foram adquiridos à Sigma-Aldrich. Quer para o acompanhamento do decurso das

reações químicas, quer para verificar a pureza dos compostos sintetizados utilizou-se a técnica

de cromatografia em camada fina, usando-se placas de alumínio com espessura de 0,25 mm,

revestidas com gel de sílica 60 F254 da Merck, sensíveis à radiação ultra violeta (UV) no

comprimento de onda de 254 nm. A revelação cromatográfica foi efetuada por irradiação de

luz no UV de comprimento de onda 254 nm, com uma lâmpada CN-6, da Vilber Lourmat e /

ou por mergulho da placa cromatográfica numa solução de ácido molibdénico a 3% em etanol

e subsequente aquecimento. As manchas reveladas por este método apresentaram cor

cinzenta.

A purificação dos compostos sintetizados foi conseguida através de técnicas usuais de

extração líquido-líquido e de cromatografia líquida de adsorção em coluna de vidro de

dimensões (45x3cm, 20x1cm). Nesta última, utilizou-se gel de sílica chromagel 60 A da SDS

(tamanho das partículas 35-70 μm) como fase estacionária, previamente suspensa no eluente

escolhido.

Os sistemas de eluentes utilizados nas técnicas cromatográficas estão descritos na

Tabela 5.1.

A evaporação de solventes foi realizada sob pressão reduzida num evaporador rotativo

Heidolph Laborota 4001.

A análise dos produtos por espetrometria de massa (ESI-MS) foi realizada num

espetrómetro de massa Finnigan Surveyor LCQ DECA XP MAX, no Departamento de

Química da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. As amostras foram preparadas

em metanol (Sigma-Aldrich) com concentração de 0,01% e os espetros foram obtidos em

modo positivo.

Os espetros de ressonância magnética nuclear de protão (1H-RMN, 400 MHz) e de

carbono 13 (13

C-RMN, 100 MHz) foram traçados no espetrómetro Bruker Ultrashield 400

Plus da Universidade do Porto. Os desvios químicos foram registados tendo como padrão

interno de referência o tetrametilsilano (TMS) e como solvente o clorofórmio deuterado

(CDCl3). Os dados referentes a cada espetro 1H-RMN encontram-se especificados do seguinte

modo: desvios químicos (δ em ppm), multiplicidade de sinal (s- singleto, d-dupleto, dd-duplo

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63 Procedimento Experimental

dupleto, t-tripleto, m-multipleto), constantes de acoplamento (J em Hz), área relativa do sinal

(numero de protões).

A temperatura de fusão dos compostos estudados foi determinada usando o aparelho

Start Scientific – Melting Point SMP1.

Tabela 5.1: Sistemas de eluentes utilizados nas técnicas de cromatografia.

Sistema de eluentes Composição /Proporção

a

b

Hexano / AcOEt

6:1

Éter de petróleo/ Éter etílico

6:4

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64 Procedimento Experimental

5.2 Preparação do 2-(6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo

Figura 5.1: Reação da esterificação de Fischer do S-Naproxeno.

Para um balão de fundo redondo adicionou-se 1,1513g (cinco mmol) de Naproxeno,

20 mL de metanol e 0,06 mL (uma mmol) de ácido sulfúrico concentrado. A mistura

reacional foi colocada em refluxo, durante duas horas, sendo acompanhada por CCF. Após

duas horas de reação detetou-se a formação do produto alvo (Rf = 0,36). De seguida, deixou-

se arrefecer até à temperatura ambiente e evaporou-se o solvente. Dissolveu-se a mistura

reacional em 30 mL de diclorometano e transferiu-se o conteúdo do balão para um funil de

separação de 100 mL. Extraiu-se duas vezes com porções de 10 mL de uma solução aquosa

de carbonato de sódio a 10%. À fase orgânica adicionou-se sulfato de sódio anidro, agitou-se

e deixou-se em repouso durante 10 minutos. Filtrou-se por gravidade para um balão de fundo

redondo de 50 mL para remoção do agente excicante. Evaporou-se o solvente no evaporador

rotativo, obtendo-se 2,1204 g (8,6800 mmol) de cristais de cor branca que foram caraterizados

por 1H-RMN e

13C-RMN, como sendo do composto pretendido (2).

η=86 %

Rf= 0,36 (c)

Ponto de fusão: 88-90 °C;

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65 Procedimento Experimental

RMN-1H (CDCl3; 400 MHz): 1.62 (d, J = 7.2 Hz, 3H, CH3), 3.70 (s, 3H, OCH3), 3.90 (q, J=

7.2 Hz, 1H, CH), 3.94 (s, 3H, OCH3), 7.15 (d, J = 2.4 Hz, 1H, ArH), 7.18 (dd, J = 2.4, 8.8 Hz,

1H, ArH), 7.44 (dd, J = 1.6, 8.4 Hz, 1H, ArH), 7.70 (d, J = 1.6 Hz, 1H, ArH), 7.73 (s,1H,

ArH), 7.75 (s,1H, ArH)

RMN-13

C (CDCl3; 100 MHz): 18.6 (CH3), 45.3 (CH), 52.0 e 55.3 (OCH3), 105.5, 119.0,

125.9, 126.1, 127.1, 128.9, 129.2, 133.6, 135.6 e 157.6 (ArC), 175.1 (CO)

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66 Procedimento Experimental

5.3 Preparação de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de

metilo

5.3.1 Síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo

utilizando AlCl3 como catalisador

A síntese dos compostos 4 a-e foi realizada de acordo com o procedimento descrito

por Alen Ianni et al. [60]

Figura 5.2: Reação de síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo utilizando AlCl3 como catalisador.

Para um balão de três tubuladuras de 100 mL e sob atmosfera de árgon, banho de gelo

e agitação constante, dissolveu-se 0,4919 g (3,700 mmol) de cloreto de alumínio em três mL

de diclorometano seco. Adicionou-se de seguida, gota a gota, 3,70 mmol de cloreto de ácido 3

a-e, durante 30 min. Deixou-se dissolver por completo a suspensão resultante. De seguida

adicionou-se, nas mesmas condições, uma solução de éster metílico do S-Naproxeno (0,4885

g (1,999 mmol) em 5mL de diclorometano seco) durante 15 minutos. A reação permaneceu

nestas condições durante duas horas, sendo a evolução da mesma acompanhada por CCF.

Após este período, colocou-se a mistura reacional à temperatura ambiente, em agitação e em

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67 Procedimento Experimental

atmosfera de árgon, durante uma hora. Depois, adicionou-se, muito lentamente, em banho de

gelo, 30 mL de água.

Procedeu-se ao isolamento dos produtos formados, primeiramente através de extração

básica e posteriormente por cromatografia em coluna. Extraiu-se cinco vezes a mistura com

10 mL de acetato de etilo. Juntaram-se as camadas orgânicas e lavaram-se três vezes com 10

mL de solução saturada de hidrogenocarbonato de sódio. De seguida, juntaram-se as camadas

orgânicas e lavaram-se duas vezes com 35 mL de solução saturada de cloreto de sódio, para

remover a água ainda existente. Secou-se a camada orgânica resultante com sulfato de sódio

anidro e procedeu-se à filtração por gravidade para remoção do agente excicante. Evaporou-se

o solvente no evaporador rotativo, obtendo-se um resíduo de cor amarelada.

O resíduo obtido foi submetido a purificação por cromatografia em coluna utilizando-

se como eluente o sistema hexano/acetato de etilo 6:1. Após a combinação das frações

contendo o produto principal cromatograficamente homogéneo e evaporação do eluente,

obteve-se o composto na forma de óleo de cor amarelo claro, que foi caracterizado por ESI-

MS e 1H-RMN e

13C-RMN.

Este tipo de reação de acilação foi efetuado várias vezes, variando o cloreto ácido

gordo, seguindo o procedimento experimental atrás descrito. A seguir encontram-se indicadas

as quantidades de reagentes e de catalisador usadas e os resultados obtidos.

Tabela 5.2: Quantidades de reagentes usados nas reações de acilação utilizando AlCl3 como catalisador

Reação Reagente Quantidades

JF16

Ester metílico do S-Naproxeno

Cloreto de palmitoílo

AlCl3

(0,4981 g; 2,000 mmol)

(1,12 mL; 3,70 mmol)

(0,4930 g; 3,700 mmol)

JF14

Ester metílico do S-Naproxeno

Cloreto de miristoílo

AlCl3

(0,4845 g; 2,000 mmol)

(1,00 mL; 3,70 mmol)

(0,5540 g; 3,700 mmol)

JF12

Ester metílico do S-Naproxeno

Cloreto de lauroílo

AlCl3

(0,4896 g; 2,000 mmol)

(0,88 mL; 3,7 mmol)

(0,5267 g; 3,700 mmol)

JF10

Ester metílico do S-Naproxeno

Cloreto de decanoílo

AlCl3

(0,4891 g; 2,000 mmol)

(0,77 mL; 3,7 mmol)

(0,5004 g; 3,700 mmol)

JF8

Ester metílico do S-Naproxeno

Cloreto de octanoílo

AlCl3

(0,4892 g; 2,000 mmol)

(0,63 mL; 3,7 mmol)

(0,4967 g; 3,700 mmol)

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68 Procedimento Experimental

Tabela 5.3 Resultados experimentais das reações de acilação utilizando AlCl3 como catalisador

Os dados espetroscópicos dos vários compostos sintetizados são de seguida

apresentados.

JF16

RMN-1H (CDCl3; 400 MHz): 0.91 (t, J = 6.8 Hz, 3H, CH3), 1.29 (m, 26H), 1.60 (d, J = 7.2

Hz, 3H, CH3), 2.93 (t, J = 7.5 Hz, 2H, -(O)-CH2-CH2-), 3.70 (s, 3H, OCH3), 3.89 (q, J = 21.6

Hz, 1H, CH), 3.97 (s, 3H, OCH3), 7.29 (t, J = 9.2, 1H, ArH), 7.45 (dd, J = 2.0, 8.8 Hz, 1H,

ArH), 7.66 (d, J = 8.8 Hz, ArH), 7.71 (d, J = 1.6, 1H, ArH), 7.87 (d, J = 8.8, 1H, ArH)

RMN-13

C (CDCl3; 100 MHz): 14.1 e 18.4 (CH3), 22.6 (-CH2-CH3), 29.3, 29.4, 29.5, 29.6,

29.6 e 29.7 (C(CH2)11), 31.9 (-CH2-), 45.1 (CH), 52.1 e 56.4 (OCH3), 113.1, 124.1, 125.3,

126.2, 127.5, 128.9, 129.7, 131.0, 136.1, 153.6 (ArC), 174.9 (-CO-OCH3) , 207.9 (-CO-CH2-)

m/z [MH+] encontrado, 483,47 ; esperado, 483,34

m/z [2MNa+] encontrado, 987,13; esperado, 987,68

JF14

RMN-1H (CDCl3; 400 MHz): 0.92 (t, J = 6.8 Hz, 3H, CH3), 1.30 (m, 23H), 1.60 (d, J = 7.2

Hz, 3H, CH3), 2.94 (t, J = 7.6 Hz, 2H, -(O)-CH2-CH2-), 3.70 (s, 3H, OCH3), 3.89 (q, J = 7.2

Hz, 1H, CH), 3.97 (s,3H, OCH3), 7.30 (t, J = 5.2, 1H, ArH), 7.45 (dd, J = 2.0, 8.8 Hz, 1H,

ArH), 7.66 (d, J = 8.8 Hz, ArH), 7.72 (d, J = 1.6, 1H, ArH), 7.87 (d, J = 9.2, 1H, ArH)

RMN-13

C (CDCl3; 100 MHz): 14.1 e 18.4 (CH3), 22.7 (-CH2-CH3), 29.0, 29.2, 29.3, 29.4,

29.5 e 29.6 (C(CH2)9) , 32.0 e 34.0 (-CH2-), 45.1 (CH), 52.1 e 56.4 (OCH3), 113.1, 124.1,

Reação Derivado do

S-Naproxeno

Cloreto de

ácido

Massa

obtida/g

Rf

(SE)

Aspeto do

produto

Rendimento

(%)

JF16 4a Cloreto de

palmitoílo 0,1078

0,29

(a)

Cristais

amarelados 48

JF14 4b Cloreto de

miristoílo 0,4917

0,25

(a)

Cristais

amarelados 69

JF12 4c Cloreto de

lauroílo 0,2677

0,23

(a)

Óleo

amarelo 36

JF10 4d Cloreto de

decanoílo 0,3569

0,24

(a)

Óleo

amarelo 45

JF8 4e Cloreto de

octanoílo 0,3596

0,24

(a)

Óleo

amarelo 49

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

69 Procedimento Experimental

125.7, 126.2, 127.5, 128.8, 129.7, 131.0, 136.1, 153.6 (ArC), 174.9 (-CO-OCH3), 207.9 (-CO-

CH2-)

m/z [MH+] encontrado, 455,43; esperado, 455,31

m/z [2MNa+] encontrado, 931,07; esperado, 931,62

JF12

RMN-1H (CDCl3; 400 MHz): 0.90 (t, J = 6.8 Hz, 3H, CH3), 1.20 (m, 19H), 1.58 (d, J = 7.2

Hz, 3H, CH3), 2.92 (t, J = 7.2 Hz, 2H, -(O)-CH2-CH2-), 3.68 (S, 3H, OCH3), 3.78 (q, J= 7.2

Hz, 1H, CH), 3.96 (s, 3H, OCH3), 7.28 (t, J = 4.8 Hz, 1H, ArH), (dd, J = 2.0, 8.8 Hz, 1H,

ArH), 7.65 (d, J = 8.8 Hz, ArH), 7.70 (d, J = 1.6, 1H, ArH), 7.85 (d, J = 9.2, 1H, ArH)

RMN-13

C (CDCl3; 100 MHz): 14.1 e 18.4 (CH3), 22.7 (-CH2-CH3), 29.0, 29.2, 29.3, 29.4,

29.5, 29.6 (C(CH2)7), 31.9 e 34.0 (-CH2-), 45.1 (CH), 52.1 e 56.4 (OCH3), 113.1, 124.1,

125.3, 126.2, 127.5, 128.9, 129.7, 131.0, 136.1 e 153.6 (ArC), 174.9 (-CO-OCH3), 207.9 (-

CO-CH2-)

m/z [MH+] encontrado, 427,33; esperado, 427,28

m/z [2MNa+] encontrado, 875,07; esperado, 875,56

JF10

RMN-1H (CDCl3; 400 MHz): 0.90 (t, J = 6.4 Hz, 3H, CH3), 1.28 (m, 14H), 1.59 (d, J = 7.2

Hz, 3H, CH3), 2.93 (t, J = 7.2 Hz, 2H, - (O)-CH2-CH2-), 3.68 (s, 3H, OCH3), 3.87 (q, J = 7.2

Hz, 1H, CH), 3.96 (s, 3H, OCH3), 7.28 (t, J = 4.8 Hz, 1H, ArH), (dd, J = 2.0, 8.8 Hz, 1H,

ArH), 7.65 (d, J = 8.8 Hz, 1H, ArH), 7.70 (d, J = 1.6, 1H, ArH), 7.86 (d, J = 9.2, 1H, ArH)

RMN-13

C (CDCl3; 100 MHz): 14.1 e 18.4 (CH3), 22.6 (-CH2-CH3), 29.3, 29.4, 29.4

(C(CH2)5), 31.8 e 34.0 (-CH2-), 45.1 (CH), 52.0 e 56.4 (OCH3), 113.1, 124.1, 125.3, 126.2,

127.5, 128.9, 129.7, 131.0, 136.1 e 153.6 (ArC), 174.9 (-CO-OCH3), 207.9 (-CO-CH2-)

m/z [MH+] encontrado, 399,33; esperado, 399,25

m/z [2MNa+] encontrado, 818,87; esperado, 818,00

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70 Procedimento Experimental

JR8

RMN-1H (CDCl3; 400 MHz): 0.91 (t, J = 7.2 Hz, 3H, CH3), 1.31 (m, 9H), 1.60 (d, J = 7.2

Hz, 3H, CH3), 2.93 (t, J = 7.6 Hz, 2H, -(O)-CH2-CH2-), 3.69 (s, 3H, OCH3), 3.88 (q, J = 7.2

Hz, 1H, CH), 3.97 (s, 3H, OCH3), 7.29 (t, J= 4.8 Hz, 1H, ArH), 7.45 (dd, J =2.0, 8.8 Hz, 1H,

ArH), 7.66 (d, J = 8.8 Hz, 1H, ArH), 7.71 (d, J = 1.6, 1H, ArH), 7.86 (d, J = 8.8, 1H, ArH)

RMN-13

C (CDCl3; 100 MHz): 14.0 e 18.4 (CH3), 22.6 (-CH2-CH3), 29.0, 29.1, 29.3

(C(CH2)3), 31.7 (-CH2-), 45.1 (CH), 52.0 e 56.4 (OCH3), 113.1, 124.1, 125.3, 126.2, 127.5,

128.9, 129.7, 131.0, 136.1, 153.6 (ArC), 174.9 (-CO-OCH3), 207.9 (-CO-CH2-)

m/z [MH+] encontrado, 371,40; esperado, 371,21

m/z [2MNa+] encontrado, 762,93; esperado, 763,42

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

71 Procedimento Experimental

5.3.2 Síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo

utilizando óxido de zinco como catalisador

A síntese dos compostos 4 a-e foi realizada de acordo com o procedimento descrito

por Mona Hosseini Sarvar et al. [56]

Figura 5.3: Reação de síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo utilizando ZnO como catalisador.

Para um balão de fundo redondo de 50 mL adicionou-se uma mmol de cloreto de

ácido 3 a-e e 0.5 mmol de óxido de zinco. De seguida, adicionou-se uma mmol do éster

metílico do S-Naproxeno e colocou-se a mistura reacional em agitação constante e à

temperatura ambiente. Inicialmente, a mistura reacional apresentava-se com uma coloração

amarela claro, que no decorrer da reação se transformou numa cor castanho-escuro. A reação

permaneceu em agitação constante e à temperatura ambiente durante cinco horas, sendo

acompanhada por cromatografia em camada fina.

Procedeu-se ao isolamento dos produtos formados, primeiramente através de extração

básica e posteriormente por cromatografia em coluna. Antes de se iniciar extração básica

adicionou-se à mistura reacional 30 mL de diclorometano, e lavou-se três vezes com 15 mL

de solução saturada de hidrogenocarbonato de sódio. De seguida, juntaram-se as camadas

orgânicas e lavaram-se duas vezes com 20 mL de solução saturada de cloreto de sódio para

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72 Procedimento Experimental

remover a água ainda existente. Secou-se a camada orgânica resultante com sulfato de sódio

anidro e procedeu-se à filtração por gravidade para remoção do agente excicante.

Evaporou-se o solvente no evaporador rotativo, obtendo-se um resíduo de cor

amarelada que foi submetido a purificação por cromatografia em coluna utilizando-se como

eluente o sistema hexano/acetato de etilo 6:1. Após a combinação das frações contendo o

produto principal cromatograficamente homogéneo e evaporação do eluente, obteve-se o

composto sob a forma de um óleo amarelado, que foi caracterizado por ESI-MS, 1H-RMNe

13C-RMN. Como seria de esperar obtiveram-se os mesmos resultados do ponto 5.3.1.

Este tipo de reação de acilação foi efetuado várias vezes, variando o cloreto ácido

gordo, seguindo o procedimento experimental atrás descrito. A seguir, encontram-se

indicadas as quantidades de reagentes usadas e os resultados obtidos.

Tabela 5.4: Quantidades de reagentes usados nas reações de acilação utilizando ZnO como catalisador

Reação Reagente Quantidades

JM16

Éster metílico do S-Naproxeno

Cloreto de palmitoílo

ZnO

(0,2444g; 1,000 mmol)

(300 µL; 1,00 mmol)

(0,0402 g; 0,500 mmol)

JM14

Éster metílico do S-Naproxeno

Cloreto de miristoílo

ZnO

(0,2400 g; 1,000 mmol)

(270 µL; 1,00 mmol)

(0,0447 g; 0,500 mmol)

JM12

Éster metílico do S-Naproxeno

Cloreto de lauroílo

ZnO

(0,4583 g; 1,000 mmol)

(474 µL; 1,00 mmol)

(0,2007 g; 0,5000 mmol)

JM10

Éster metílico do S-Naproxeno

Cloreto de decanoílo

ZnO

(0,2489 g; 1,000 mmol)

(208 µL; 1,00 mmol)

(0,1134 g; 0,5000 mmol)

JM8

Éster metílico do S-Naproxeno

Cloreto de octanoílo

ZnO

(0,2444 g; 1,000 mmol)

(171 µL; 1,00 mmol)

(0,1318 g; 0,5000 mmol)

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73 Procedimento Experimental

Tabela 5.5: Resultados experimentais das reações de acilação utilizando ZnO como catalisador.

Os dados espetroscópicos dos cinco derivados acilados sintetizados foram

apresentados e descritos no ponto 5.3.1.

Reação Derivado do

S-Naproxeno

Cloreto de

ácido

Massa

obtida/g

Rf

(SE)

Aspeto do

produto

Rendimento

(%)

JM16 4a Cloreto de

palmitoílo 0,0898

0,26

(a)

Cristais

amarelados 19

JM14 4b Cloreto de

miristoílo 0,1299

0,23

(a)

Cristais

amarelados 29

JM12 4c Cloreto de

lauroílo 0,2007

0,24

(a)

Óleo

amarelo 25

JM10 4d Cloreto de

decanoílo 0,1134

0,24

(a)

Óleo

amarelo 28

JM8 4e Cloreto de

octanoílo 0,1318

0,21

(a)

Óleo

amarelo 37

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74 Procedimento Experimental

5.3.3 Síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo

utilizando Cu(OTf)2 como catalisador

A síntese dos compostos 4 a-e foi realizada de acordo com o procedimento descrito por

Ravi P. et al. [61]

Figura 5.4: Síntese de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo utilizando Cu(OTf)2 como catalisador.

Para um balão de 50 mL, pesou-se 0,0188 g (0,05 mmol) de Cu(OTf)2 , dois mL de

cloreto de ácido 3 a-e e 0,2444 g (uma mmol) de éster metílico do S-Naproxeno. Colocou-se a

mistura reacional em banho de óleo entre 50-60 °C e agitação, durante cinco horas. A reação

foi acompanhada por cromatografia em camada fina. Após as cinco horas, verificou-se que o

produto desejado já se tinha formado por completo.

Procedeu-se ao isolamento dos produtos formados, primeiramente através de extração

básica e posteriormente por cromatografia em coluna. Antes de se iniciar a extração básica

adicionou-se à mistura reacional 10 mL de diclorometano. Após solubilização da mistura

reacional, lavou-se com três porções de 10 mL de água desionizada seguida de três porções de

10 mL de solução saturada de hidrogenocarbonato de sódio. Juntaram-se as camadas

orgânicas e lavaram-se duas vezes com 20 mL de solução saturada de cloreto de sódio para

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75 Procedimento Experimental

remover a água ainda existente. Secou-se a camada orgânica resultante com sulfato de sódio

anidro e procedeu-se à filtração por gravidade para remoção do agente excicante.

Evaporou-se o solvente no evaporador rotativo, obtendo-se um resíduo de cor

amarelada que foi submetido a purificação por cromatografia em coluna utilizando-se como

eluente o sistema hexano/acetato de etilo 6:1. Após a combinação das frações contendo o

produto principal cromatograficamente homogéneo e evaporação do eluente, obteve-se o

composto como um óleo amarelado, que foi caracterizado por ESI-MS, 1H-RMN e

13C-RMN.

Este tipo de reação de acilação foi efetuado várias vezes, variando o cloreto de ácido

gordo, seguindo o procedimento experimental atrás descrito. A seguir encontram-se indicadas

as quantidades de reagentes usadas e os resultados obtidos.

Tabela 5.6: Quantidades de reagentes usados nas reações de acilação utilizando Cu(OTf)2 como catalisador.

Tabela 5.7: Resultados experimentais das reações de acilação utilizando Cu(OTf)2 como catalisador.

Reação Reagente Quantidades

JR16

Éster metílico do S-Naproxeno

Cloreto de palmitoílo

Cu(Otf)2

(0,2444 g; 1,000 mmol)

(2,00 mL; 1,00 mmol)

(0,0188 g; 0,0500 mmol)

JR14

Éster metílico do S-Naproxeno

Cloreto de miristoílo

Cu(Otf)2

(0,2444 g; 1,000 mmol)

(2,00 mL; 1,00 mmol)

(0,0188 g; 0,0500 mmol)

JR12

Éster metílico do S-Naproxeno

Cloreto de lauroílo

Cu(Otf)2

(0,2503 g; 1,000 mmol)

(2,00 mL; 1,00 mmol)

(0,0180 g; 0,050 0mmol)

JR10

Éster metílico do S-Naproxeno

Cloreto de decanoílo

Cu(Otf)2

(0,2428 g; 1,000 mmol)

(2,00 mL; 1,00 mmol)

(0,0194 g; 0,0500 mmol)

JR8

Éster metílico do S-Naproxeno

Cloreto de octanoílo

Cu(Otf)2

(0,2456 g; 1,000 mmol)

(2,00 mL; 1,00 mmol)

(0,0185 g; 0,0500 mmol)

Reação Derivado do

S-Naproxeno

Cloreto

de ácido

Massa

obtida/g

Rf

(SE)

Aspeto do

produto

Rendimento

(%)

JR16 4a Cloreto de

palmitoílo 0,1573

0,27

(a)

Cristais

amarelados 33

JR14 4b Cloreto de

miristoílo 0,2300

0,25

(a)

Cristais

amarelados 51

JR12 4c Cloreto de

lauroílo 0,0872

0,25

(a)

Óleo

amarelo 20

JR10 4d Cloreto de

decanoílo 0,1081

0,24

(a)

Óleo

amarelo 27

JR8 4e Cloreto de

octanoílo 0,0655

0,24

(a)

Óleo

amarelo 18

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76 Procedimento Experimental

Os dados espetroscópicos dos cinco derivados acilados do S-Naproxeno sintetizados

foram caracterizados e descritos na primeira reação de acilação, onde se utilizou cloreto de

alumínio anidro como catalisador.

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77 Procedimento Experimental

5.4 Saponificação seguida de protonação de 2-(5-alcanoíl-6-

metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo

Figura 5.5: Reação de saponificação de 2-(5-alcanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoatos de metilo seguida de protonação.

Dissolveu-se o composto 4 a-e, isolado na etapa anterior, em três mL de metanol. De

seguida, adicionou-se uma solução aquosa de hidróxido de sódio um mol.dm-3

, à solução

anterior e colocou-se em refluxo. Esta reação foi acompanhada por cromatografia em camada

fina no sistema de eluente b, através da qual se pôde verificar que após a adição da solução

aquosa de hidróxido de sódio, apesar de grande parte do composto já se apresentar na forma

de sal, ainda continha uma certa quantidade de reagente de partida (éster). Assim sendo,

deixou-se a solução em refluxo, durante três a cinco horas.

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78 Procedimento Experimental

Após esse período de tempo, a solução apresentava-se na forma líquida e através da

cromatografia em camada fina verificou-se que o composto já se encontrava sob a forma de

sal. Procedeu-se, então, à sua protonação com solução aquosa de ácido clorídrico 1,002

mol.dm-3

. Filtraram-se os cristais obtidos por vácuo, lavaram-se os cristais com água desionizada

previamente arrefecida em gelo, obtendo-se o composto final como um sólido de cor bege.

Cada derivado acilado do S-Naproxeno sob a forma de ácido foi caracterizado por

espetrometria de massa e ressonância magnética nuclear de protão e de carbono 13.

A reação de saponificação e protonação foi realizada em todos os compostos

purificados nas etapas anteriormente descritas. Apresenta-se de seguida o resumo das

quantidades de reagentes utilizadas e resultados obtidos nas saponificações/protonações

efetuadas.

Tabela 5.8: Quantidades de reagentes usados nas reações de saponificação e protonação.

Tabela 5.9: Resultados experimentais das reações de saponificação seguidas de protonação.

Os dados espetroscópicos dos vários compostos sintetizados são de seguida

apresentados.

Reação Reagente Quantidades

JF16 Hidróxido de sódio

Ácido clorídrico

(464 µL; 0,962 M)

(446 µL; 0,447 mmol)

JF14 Hidróxido de sódio

Ácido clorídrico

(285 µL; 0,971 M)

(278 µL; 1,62 mmol)

JF12 Hidróxido de sódio

Ácido clorídrico

(1200 µL; 0,9711 M)

(1165 µL; 1,200 mmol)

JF10 Hidróxido de sódio

Ácido clorídrico

(1822 µL; 0,9711 M)

(1769 µL; 1,770 mmol)

JF8 Hidróxido de sódio

Ácido clorídrico

(1409 µL; 0,9526 M)

(1342 µL; 1,342 mmol)

Reação Derivado do

S-Naproxeno

Massa

obtida/g

Tempo de

reação / h

Ponto de

fusão / °C

Aspeto do

produto

JF16 4a 0,0974 5 79-84 Cristais

beges

JF14 4b 1,1806 3 78-82 Cristais

beges

JF12 4c 0,1538 5 74-79 Cristais

beges

JF10 4d 0,6952 5 72-76 Cristais

beges

JF8 4e 0,3298 5 64-68 Cristais

beges

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79 Procedimento Experimental

JF16

RMN-1H (CDCl3; 400 MHz): 0.90 (t, J = 6.8 Hz, 3H, CH3), 1.28 (m, 29H), 1.59 (d, J = 7.2

Hz, 3H, CH3), 2.92 (t, J = 7.2 Hz, 2H, -(O)-CH2-CH2-), 3.89 (q, J = 6.8 Hz, 1H, CH), 3.96 (s,

3H, OCH3), 7.29 (t, J = 4.4 Hz, 1H, ArH), 7.45 (dd, J = 2.0, 8.8 Hz, 1H, ArH), 7.65 (d, J = 8.8

Hz, ArH), 7.72 (d, J = 1.6, 1H, ArH), 7.85 (d, J = 8.8, 1H, ArH)

RMN-13

C (CDCl3; 100 MHz): 14.1 e 18.1 (CH3), 22.7 (-CH2-CH3), 29.1, 29.3, 29.5, 29.5,

29.6, 29.7, 29.7 (C(CH2)11), 31.9 e 34.1(-CH2-), 45.0, 45.1 (CH), 56.4 (OCH3), 113.1, 124.2,

125.3, 126.5, 127.4, 128.8, 129.8, 131.0, 135.4 e 153.7 (ArC), 179.1 (-CO-OH), 207.9 (-CO-

CH2-)

m/z [MH+] encontrado, 455,43; esperado, 469,32

m/z [2MNa+] encontrado, 931,07; esperado, 932,28

JF14

RMN-1H (CDCl3; 400 MHz): 0.91 (t, 3H, CH3), 1.28 (m, 9H), 1.58 (d, J = 6.8 Hz, 3H, CH3),

2.92 (t, J = 14.8 Hz, 2H, -(O)-CH2-CH2-), 3.87 (q, J = 21.6 Hz, 1H, CH), 3.96 (s, 3H, OCH3),

7.28 (t, J = 9.2, 1H, ArH), 7.45 (dd, J = 7.2, 8.8 Hz, 1H, ArH), 7.71 (d, J = 1.6 Hz, ArH), 7.71

(d, J = 1.6, 1H, ArH), 7.86 (d, J = 8.8, 1H, ArH)

RMN-13

C (CDCl3; 100 MHz): 14.1 e 18.0 (CH3), 22.7 (-CH2-CH3), 29.0, 29.2, 29.3, 29.4,

29.5, 29.6, 29.6, 29.7 (C(CH2)9), 31.9 e 34.0 (-CH2-), 45.1 (CH), 56.4 (OCH3), 113.1, 124.2,

125.3, 126.5, 127.5, 128.8, 129.8, 131.0, 135.5 e 153.7(ArC), 180.2 (-CO-OH), 207.9 (-CO-

CH2-)

m/z [2MNa+] encontrado, 903,40; esperado, 903,58

m/z [3MNa+] encontrado, 1342,87; esperado, 1343,87

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80 Procedimento Experimental

JF12

RMN-1H (CDCl3; 400 MHz): 0.91 (t, J = 6.8 Hz, 3H, CH3), 1.28 (m, 19H), 1.59 (d, J = 7.2

Hz, 3H, CH3), 2.92 (t, J = 7.2 Hz, 2H, -(O)-CH2-CH2-), 3.88 (q, J = 7.2 Hz, 1H, CH), 3.96

(s,3H, OCH3), 7.29 (t, J =3.6, 1H, ArH), 7.45 (dd, J = 0.8, 8.8 Hz, 1H, ArH), 7.65 (d, J = 8.8

Hz, ArH), 7.72 (d, J = 1.6, 1H, ArH), 7.85 (d, J = 8.8, 1H, ArH)

RMN-13

C (CDCl3; 100 MHz): 14.1 e 18.0 (CH3), 22.7 (-CH2-CH3), 29.1, 29.2, 29.3, 29.4,

29.5, 29.6, 29.6 (C(CH2)7), 31.9 e 34.1 (-CH2-), 45.1 (CH), 56.4 (OCH3), 113.2, 124.2, 125.3,

126.5, 127.4, 128.8, 129.8, 131.0, 135.4, 153.7 (ArC), 179.8 (-CO-OH), 207.9 (-CO-CH2-)

m/z [MH+] encontrado, 413,47; esperado, 413,26

m/z [2MNa+] encontrado, 847,27; esperado, 847,52

m/z [3MNa+] encontrado, 1258,67; esperado, 1259,78

JF10

RMN-1H (CDCl3; 400 MHz): 0.90 (t, J=6.8, 3H, CH3), 1.28 (m, 14H), 1.59 (d, J = 7.2 Hz,

3H, CH3), 2.92 (t, J = 15.2 Hz, 2H, -(O)-CH2-CH2-), 3.88 (q, J = 7.2 Hz, 1H, CH), 3.96 (s,3H,

OCH3), 7.28 (t, J = 3.2, 1H, ArH), 7.45 (dd, J = 1.6, 8.8 Hz, 1H, ArH), 7.65 (d, J = 8.8 Hz,

ArH), 7.72 (d, J = 1.6, 1H, ArH), 7.85 (d, J = 9.2, 1H, ArH)

RMN-13

C (CDCl3; 100 MHz): 14.1 e 18.0 (CH3), 22.6 (-CH2-CH3), 29.3, 29.3, 29.4, 29.4

(C(CH2)5), 31.8 (-CH2-), 45.1 (CH), 56.4 (OCH3), 113.2, 124.2, 125.2, 126.5, 127.4, 128.8,

129.8, 131.0, 135.3, 153.7 (ArC), 180.3 (-CO-OH), 207.9 (-CO-CH2-)

m/z [MH+] encontrado, 385,47; esperado, 385,23

m/z [2MNa+] encontrado, 791,20; esperado, 791,46

m/z [3MNa+] encontrado, 1174,53; esperado, 1175,69

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81 Procedimento Experimental

JF8

RMN-1H (CDCl3; 400 MHz): 0.90 (t, J = 6.8, 3H, CH3), 1.30 (m, 9H), 1.58 (d, J = 7.2 Hz,

3H, CH3), 2.92 (t, J = 7.6 Hz, 2H, -(O)-CH2-CH2-), 3.87 (q, J = 7.2 Hz, 1H, CH), 3.95 (s,3H,

OCH3), 7.28 (t, J =0.8, 1H, ArH), 7.45 (dd, J = 2.0, 9.2 Hz, 1H, ArH), 7.65 (d, J = 8.8 Hz,

ArH), 7.72 (d, J = 1.2, 1H, ArH), 7.84 (d, J = 8.8, 1H, ArH)

RMN-13

C (CDCl3; 100 MHz): 14.1 e 18.0 (CH3), 22.6 (-CH2-CH3), 29.3, 29.4, 29.5

(C(CH2)3), 31.7 (-CH2-), 45.0 (CH), 56.4 (OCH3), 113.2, 124.2, 125.3, 126.5, 127.4, 128.8,

129.8, 131.0, 135.4, 153.7 (ArC), 179.7 (-CO-OH), 207.9 (-CO-CH2-)

m/z [MH+] encontrado, 357,40; esperado, 357,20

m/z [2MNa+] encontrado, 735,13; esperado, 735,40

m/z [3MNa+] encontrado, 1090,47; esperado, 1091,60

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

82 Procedimento Experimental

5.5 Tentativa de introdução de dois grupos acilo no anel

naftalénico do S-Naproxeno

5.5.1 Tentativa de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo, partindo do 2-(6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo

Na primeira tentativa de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo, utilizou-se como catalisador o óxido de zinco. A reação de síntese foi

realizada de acordo com o procedimento descrito por Mona Hosseini Sarvari et al. [56]

Figura 5.6: Reação de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo, utilizando ZnO como

catalisador.

Para um balão de fundo redondo de 50 mL adicionaram-se 513 µL (3,00 mmol) de

cloreto de palmitoílo e 0,04 g (0,5 mmol) de óxido de zinco. De seguida, adicionou-se 0,2452

g (1,000 mmol) do éster metílico do S-Naproxeno e colocou-se a reação em agitação

constante e à temperatura ambiente. Inicialmente, a mistura reacional apresentava-se com uma

coloração amarela claro, que no decurso da reação se tornou um castanho-escuro. Permaneceu

em agitação constante e à temperatura ambiente durante 19 horas. Foi acompanhada por

cromatografia em camada fina, no sistema de eluente a, que mostrou a formação de

compostos novos, um dos quais em maior quantidade bem como a presença do reagente de

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83 Procedimento Experimental

partida e do derivado acilado com um único grupo acilo. Adicionaram-se mais 513 µL (3,00

mmol) de cloreto de palmitoílo. A reação permaneceu em agitação constante e à temperatura

ambiente durante quatro horas e foi acompanhada por CCF. Não se verificou qualquer

alteração dos produtos formados, e portanto adicionaram-se novamente 513 µL (3,00 mmol)

de cloreto de palmitoílo. Após duas horas não se verificou qualquer alteração na composição

da mistura reacional.

Deste modo, procedeu-se ao isolamento dos produtos formados, primeiramente através

de extração básica e posteriormente por cromatografia em coluna. Antes de se iniciar a

extração básica adicionou-se à mistura reacional 30 mL de diclorometano. Após solubilização

da mistura reacional, lavou-se três vezes com 15 mL de solução saturada de

hidrogenocarbonato de sódio. Juntaram-se as camadas orgânicas e lavaram-se duas vezes com

20 mL de solução saturada de cloreto de sódio para remover a água ainda existente. Secou-se

a camada orgânica resultante com sulfato de sódio anidro.

Evaporou-se o solvente no evaporador rotativo, obtendo-se um resíduo que foi

submetido a purificação por cromatografia em coluna utilizando-se como eluente o sistema

hexano/acetato de etilo 6:1.

O produto cromatograficamente homogéneo isolado foi analisado por MS, tendo-se

constatado que não se tratava do produto-alvo (m/z = 261,40 esperando-se 721,10 para MH+).

A segunda tentativa de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato

de metilo também foi realizada de acordo com o procedimento descrito por Mona Hosseini

Sarvari et al., com exceção do seguinte passo: a mistura reacional foi colocada em refluxo a

80°C. Ao fim de quatro horas verificou-se a formação de produtos novos e também a presença

do éster metílico do S-Naproxeno. Adicionaram-se mais 513 µL de cloreto de palmitoílo à

mistura reacional. Ao fim de quatro horas, verificou-se a formação de mais produtos novos e

portanto procedeu-se ao isolamento dos produtos formados.

Os produtos cromatograficamente homogéneos isolados foram analisados por MS,

tendo-se constatado que não se tratavam do produto-alvo.

(m/z = 726,20, esperando-se 721,10 para MH+)

(m/z = 1190,33, esperando-se 721,10 para MH+)

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84 Procedimento Experimental

Na terceira tentativa de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo, utilizou-se o cloreto de alumínio como catalisador. A reação de

síntese foi realizada de acordo com o procedimento descrito por Alen Ianni et al. [60]

Figura 5.7: Reação do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo, usando AlCl3 como catalisador.

Para um balão de três tubuladuras de 100,0 mL e sob atmosfera de árgon, banho de

gelo e agitação constante, dissolveu-se 1,4749 g (11,100 mmol) de cloreto de alumínio em 6

mL de diclorometano seco. Adicionou-se de seguida, gota a gota, 3,36 µL (11,1 mmol) de

cloreto de palmitoílo, durante 30 min. Deixou-se dissolver por completo a suspensão

resultante. De seguida adicionou-se, nas mesmas condições, uma solução de éster metílico do

S-Naproxeno (0,4950 g (2,026 mmol) em cinco mL de diclorometano seco) durante 15

minutos. A reação permaneceu nestas condições durante duas horas. Foi acompanhada por

cromatografia, em camada fina, no sistema de eluente a , o que mostrou a formação de

compostos novos, um dos quais em maior quantidade bem como a presença do reagente de

partida e do derivado acilado com um único grupo acilo. Após este período, colocou-se a

mistura reacional à temperatura ambiente, em agitação e em atmosfera de árgon durante três

dias, tendo-se formado vários produtos desconhecidos. De seguida, a mistura reacional foi

sujeita a refluxo durante três horas. Depois deste período voltou-se a colocar a reação sob

atmosfera de árgon, em agitação e em banho de gelo e adicionou-se, muito lentamente, 30 mL

de água.

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85 Procedimento Experimental

Procedeu-se ao isolamento dos produtos formados, primeiramente através de extração

básica e posteriormente por cromatografia em coluna.

O produto cromatograficamente homogéneo isolado foi analisado por MS, tendo-se

constatado que não se tratava do produto-alvo, (m/z = 910,13, esperando-se 721,10 para

MH+).

5.5.2 Tentativa de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-

il)propanoato de metilo, partindo do 2-(5-hexadecanoíl-6-

metoxinaft-2-il)propanoato de metilo

Na quarta tentativa de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato

de metilo, o 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo reagiu com o cloreto

de palmitoílo, utilizando como catalisador o óxido de zinco (Figura 5.9).

Figura 5.8: Reação de síntese do 2-(5,7-di-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo.

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86 Procedimento Experimental

Para um balão de fundo redondo de 50 mL adicionaram-se 26 µL (8.6 x 10-5

mmol) de

cloreto de palmitoílo e 0.0041 g (4.3 x 10-5

mmol) de óxido de zinco. De seguida adicionou-se

0.0416 g (8.61 x 10-5

mmol) do 2-(5-hexadecanoíl-6-metoxinaft-2-il)propanoato de metilo e

colocou-se a reação em agitação constante e à temperatura ambiente. De seguida, procedeu-se

ao isolamento dos produtos formados, primeiramente através de extração básica e

posteriormente por cromatografia em coluna. Antes de se iniciar a extração básica adicionou-

se à mistura reacional 30 mL de diclorometano. Após solubilização lavou-se três vezes com

15 mL de solução saturada de hidrogenocarbonato de sódio. Juntaram-se as camadas

orgânicas e lavaram-se duas vezes com 20 mL de solução saturada de cloreto de sódio para

remover a água ainda existente. Secou-se a camada orgânica resultante com sulfato de sódio

anidro e procedeu-se à filtração por gravidade.

Evaporou-se o solvente no evaporador rotativo, obtendo-se um resíduo que foi

submetido a purificação por cromatografia em coluna utilizando-se como eluente o sistema

hexano/acetato de etilo 6:1.

Os produtos cromatograficamente homogéneos isolados foram analisados por MS,

tendo-se constatado que não se tratavam do produto-alvo (m/z = 405,33, esperando-se 721,10

para MH+).

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6. BIBLIOGRAFIA

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Síntese de derivados acilados do anti-inflamatório Naproxeno |

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