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    Carlos Reisser Jr.

    Luís Eduardo C. Antunes

    José Francisco M. Pereira

    Maria do Carmo B. Raseira

    Marcia Vizzotto

    Fabiano Simões

    IV Simpósio Nacional do MorangoIII Encontro sobre Pequenas Frutas e

    Frutas Nativas do Mercosul

       P  a   l  e  s   t  r  a  s

      e   R  e

      s  u  m  o  s

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    IV Simpósio Nacional do MorangoIII Encontro sobre Pequenas Frutas e

    Frutas Nativas do Mercosul

    palestras & resumos

    Organizadores

    Carlos Reisser Júnior Luis Eduardo Corrêa AntunesJosé Francisco Martins PereiraMaria do Carmo Bassols RaseiraMarcia Vizzotto

    Fabiano Simões

     Embrapa Clima Temperado

     Pelotas, RS

     2008

     Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

     Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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    Simpósio Nacional do Morango (4. : 2008 : Pelotas, RS)Palestras e resumos / IV Simpósio Nacional do Morango e III Encontro Sobre PequenasFrutas e Frutas Nativas do MERCOSUL / Organizado por Carlos Reisser Júnior [et al.] ... -- Pelotas : Embrapa Clima Temperado, 2008.

    173p.ISBN 978-85-85941-29-1

    Amora-preta - Mirtilo - Fruticultura de clima temperado - Congresso - Brasil - Rio Grandedo Sul. I. Reisser Júnior, Carlos. II. Encontro Sobre Pequenas Frutas e Frutas Nativas doMERCOSUL (3. : 2008 : Pelotas, RS). III. Título.

    CDD 634

    EditoresCarlos Reisser Júnior Luis Eduardo Corrêa AntunesJosé Francisco Martins PereiraMaria do Carmo Bassols RaseiraMarcia VizzottoFabiano Simões

    Comitê de Publicações da UnidadePresidente: Walkyria Bueno ScivittaroSecretária-Executiva: Joseane M. Lopes GarciaMembros: Cláudio Alberto Souza da Silva, Lígia Margareth Cantarelli Pegoraro, IsabelHelena Vernetti Azambuja, Luís Antônio Suita de Castro, Sadi Macedo Sapper, Regina dasGraças V. dos SantosSuplentes: Daniela Lopes Leite e Luís Eduardo Corrêa Antunes

    Revisores de texto: Antônio Luiz Oliveira Eberlê Normalização bibliográfica: Regina das Graças Vasconcelos dos SantosEditoração eletrônica: Fabiano Simões

    Arte da capa: Miguel ÂngeloComposição e impressão: Embrapa Clima Temperado

    1ª edição1ª impressão 2008: 400 exemplares

    INFORMAÇÃO EDITORIALExemplares desta publicação podem ser adquiridos na:

    Embrapa Clima TemperadoRodovia BR 392, km 78, CP: 403, CEP: 96001-970Pelotas - RS - BrasilTelefone: +55 53 3278-8100

    A revisão gramatical e as informções contidas nas palestras e nos resumos apresenta-dos nesta obra são de inteira responsabilidade dos autores.Todos os direitos reservados ao Comitê de Organização do IV Simpósio do Morangoe III Encontro sobre Pequenas Frutas e Frutas Nativas do Mercosul.

    Dados Internacionais para Catalogação na Publicação

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    IV SIMPÓSIO DO MORANGO

    III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL

    Ana Cláudia Barneche de Oliveira

    Ana Cristina Richter Krolow

    Bernardo UenoCarlos Alberto Barbosa Medeiros

    Carlos Reisser Júnior 

    Caroline Marques Castro

    César Bauer Gomes

    Dori Edson Nava

    Fabiano Simões

    João Carlos Medeiros Madail

    José Ernanni Schwengber 

    José Franscisco Martins Pereira

    Luis Eduardo Corrêa Antunes

    Luis Fernando Wolff 

    Marcia Vizzotto

    Marcio Magnani

    Maria do Carmo Bassols Raseira

    Maria Laura Turino Newton Alex Mayer 

    Rosa Lia Barbieri

    Rufino Fernando Flores Cantillano

    COMITÊ CIENTIFÍCO

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    IV SIMPÓSIO DO MORANGO

    III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL

    PREFÁCIO

    Os pequenos frutos como morango, mirtilo, amora-preta, framboesa e espécies

    nativas como pitanga, araçá, goiaba serrana, uvaia, entre outras, podem ser uma

    excelente opção de cultivo e de rendimento econômico, em especial, às propriedades

    rurais de base familiar.

    A cultura do morango representa uma importante cadeia produtiva do ponto

    de vista econômico e social e está presente em quatro regiões brasileiras, Sul, Sudeste,

    Centro-Oeste e Nordeste. Apesar da importância e abrangência são poucos os gruposde pesquisa que se dedicam à cultura. A produção de morango é a base da economia

    de muitos municípios, em especial nas regiões Sul e Sudeste, as quais representam

    80% da superfície cultivada no Brasil.

    Pesquisa, desenvolvimento e inovação são fatores preponderantes para a

    inserção e competitividade destas culturas, com qualidade, no mercado.

    Dado a importância deste grupo de pequenas frutas, a Embrapa Clima

    Temperado realizou o 4º Simpósio Nacional do Morango e o 3º Encontro sobre

    pequenas frutas e frutas nativas do Mercosul com a finalidade de proporcionar 

    aos produtores e empresários, técnicos da extensão rural, estudantes de graduação e

     pós-graduação, pesquisadores e agentes de desenvolvimento os mais recentes

    resultados de pesquisa e informações produzidas no Brasil e no exterior.

    COMISSÃO ORGANIZADORA

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    IV SIMPÓSIO DO MORANGO

    III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL

    APRESENTAÇÃO

    A Embrapa vem pesquisando, há mais de trinta anos, espécies frutíferas com

     potencial econômico de cultivo para a região de Clima Temperado do Brasil. Mirtilo,

    amora-preta, framboesa, pitanga, araçá, goiaba serrana, uvaia, cereja do Rio Grande,

    entre outras, podem ser uma opção de cultivo e de rendimento econômico,

    especialmente, em propriedades rurais de base familiar, devido à rusticidade de

    cultivo, às propriedades nutricionais dos frutos e ao valor dos produtos agregados

    obtidos desta produção.

    As mudanças econômicas e comportamentais nestas últimas décadas, a

    demanda por frutas de qualidade, com pomares com alta produtividade, cultivares

    adaptadas aos diferentes biomas, com frutas mais resistentes a pragas e doenças,

    com maior período de pós-colheita, e a geração de produtos transformados a partir 

    desta matéria prima, aumentam a pressão por respostas da pesquisa agropecuária.

     Neste sentido a equipe de pesquisa em fruticultura da Embrapa Clima

    Temperado busca aumentar o volume projetos e, por conseqüência, a captação de

    recursos, para geração de informação técnicas que possam melhor orientar as tomadas

    de decisão do setor. Novas cultivares, métodos de propagação, recomendações demanejo de plantas, adubação, controle de pragas e doenças, conservação pós-colheita,

    determinação de compostos antioxidantes e desenvolvimento de novos produtos

    são focos destes projetos.

    O 4º Simpósio Nacional do Morango e 3º Encontro sobre pequenas frutas

    e frutas nativas do Mercosul, foi realizado com a proposta de que este evento

     possa contribuir com o desenvolvimento da fruticultura de clima temperado no Brasil

    WALDYR STUMPF JUNIOR 

    Chefe Geral

    Embrapa Clima Temperado

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    III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL

    SUMÁRIO

    PALESTRAS

    RESUMOS

    PROGRAMAÇÃO

    ÍNDICE REMISSIVO POR AUTOR

    11

    99

    165

    169

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    III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL

    PALESTRAS

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    PRODUCCIÓN Y MERCADOS DE BERRIES, PERSPECTIVAS PARA EL MERCOSUR

    ANÍBAL CAMINITI

    I.N.T.A. – Província del Neuquén. Mis. Mascardi 535, (8379) San Martín de los Andes, Tel: + 54 – 2972 427767.Patagonia Argentina. E mail: [email protected] WEB: www.inta.gov.ar 

    La producción y consumo del conjunto de berries, experimenta en el contexto internacional uncrecimiento constante a través de los últimos 15 años, constituyendo a este grupo de pequeñosfrutos en uno de los más dinámicos de la fruticultura mundial.

    La producción mundial de frutillas, arándanos, frambuesas, moras y grosellas representan casi 7millones de toneladas al año (FAO, 2006), un volumen insignificante si se compara con la ofertaglobal de frutas. Sin embargo, los berries se diferencian notoriamente del resto por ser frutos caros,y seguirán siendo caros en tanto continúe su expansión en torno a un creciente segmento deconsumidores que se caracterizan por su elevado poder adquisitivo, su capacidad para valorar las

     bondades de sus propiedades y su disposición en seguir pagando por ellos.

    Esta expansión es básicamente atribuible al concepto de globalización de las producciones, losnegocios y el consumo, quien hace posible disponer de berries frescos durante toda época del añoen los mercados más importantes del mundo. Consumidos habitualmente en América del Norte yEuropa, el desarrollo de estos mercados sigue un crecimiento en torno del 4 al 5% anual, suincrementando per capita (como fruta fresca y procesada) se entiende por una mayor participaciónde los consumidores tradicionales y la incorporación de nuevos consumidores, en definitiva, cadavez mas gente compra y consume berries.

    Programas de promoción y difusión colaboran en este sentido, vale citar el caso del arándano en losEstados Unidos de América, si consideramos que en 1997 su consumo por habitante ha sido de 386grs, en el año 2006 se incrementó a 681 grs. y se espera alcanzar 1,3 kg. para el año 2013. El Reino

    Unido es otro ejemplo a tener en cuenta, quien aumentó en un 14% su consumo de berries y solo enlos últimos 7 años duplicó las ventas, manteniendo su precio medio.

    Sin embargo, las posibilidades de desarrollo no limita su expansión a estos mercados tradicionales,en los últimos años su consumo se consolida en países como Japón, a la vez que se incrementa enotros países asiáticos como India, China y Corea, donde un significante segmento de su poblaciónha adquirido niveles de vida equiparables al de otras comunidades desarrolladas, solamente en laIndia, este segmento representa una población similar al de Europa. Esta nueva sociedad asiática,adopta los modelos occidentales de consumo y el beneficio que desde hace 15 años significa la

    incorporación de los antioxidantes en la dieta tradicional, con el consumo de berries a la cabeza.

    El hemisferio sur a demostrado ser un oportuno operador de frutos perecederos de contra estación

     para el hemisferio norte, por el que obtiene un interesante retorno económico. Chile ha sabidocapitalizar este desarrollo, constituyéndose en el 5º productor mundial de arándanos (Global BerriesCongress, Londres 2008) y el principal productor y exportador de berries del hemisferio sur, pasandoa ser en pocos años un importante y reconocido actor en el mercado internacional de estos frutos. Suestrategia se ha basado en la investigación (producción y mercados) y un importante desarrollo entodos los eslabones de la cadena, acompañado de una eficiente política comercial que ha beneficiadoal crecimiento del sector con la firma de tratados de libre comercio (TLC) con importantes países y

     bloques económicos, como el NAFTA, Unión Europea, Canadá, China, India, Corea del Sur y másrecientemente con Japón, constituyéndose así en el primer país sudamericano en firmar un acuerdocon esta última nación, y en donde los berries se ven sumamente favorecidos con arancel del 0%.

    También cuentan con beneficios arancelarios otros países del hemisferio sur, como lo son Sudáfrica,Australia y Nueva Zelanda, condiciones que ponen a los países del MERCOSUR con cierta desventaja

     para sus posibilidades de penetración y competitividad en ciertos mercados.

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    IV SIMPÓSIO DO MORANGO

    III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL

    Un párrafo aparte merece analizar los casos de California, México, España y Perú, como competidoresdirectos de los berries frescos producidos desde el MERCOSUR.

    California, primera productora de frutillas a nivel mundial, ha desarrollado la expansión de suoferta de berries frescos a partir de una permanente innovación en tecnología y desarrollo devariedades, es así que en los últimos años amplió su oferta de frutillas, con frambuesas, moras yarándanos, bajo el concepto de extender y adelantar la producción, incrementando los meses deoferta habitualmente enmarcada entre los meses de mayo y agosto.

    México, con una importante trayectoria en la producción de frutillas, inició en la década de los añosnoventa la producción comercial de frambuesas y moras, desarrollada en la región central del país,zona de altura y excelente clima para la producción de berries durante el invierno boreal. Esto le

     permitió un explosivo desarrollo en el mercado de fruta fresca de los Estados Unidos y Canadá,favorecido por su cercanía y una distribución vía terrestre, por los TLC y la instalación en el país deimportantes empresas americanas y chilenas. En los últimos años, México también ha iniciado la

     producción de arándanos, registra ser el primer productor mundial de moras y el principal proveedor de berries frescos de América del Norte, desplazando en gran medida a la fruta chilena.

    España es quien ha sabido explotar la posibilidad de producir frutillas bajo cubierta para comercializar frescas durante el invierno boreal y tener así la mayor distribución de este fruto en toda Europa. Enlos últimos 7 años, y dado el mayor valor de los otros berries por sobre las frutillas, los productoresespañoles han incorporado la producción de frambuesas, moras y arándanos en similar contexto

     productivo, siendo hoy el principal proveedor de todos estos berries frescos del Reino Unido. Unavez mas, un importante desarrollo tecnológico, una eficiente distribución y el beneficio adicionalque le permite a España el comercio intracomunitario dentro de Europa, ha sido el camino para unexcelente negocio.

     No se puede dejar de mencionar el pujante desarrollo que están teniendo los berries en el Perú, paísque cuenta con significantes oportunidades, similares a las del MERCOSUR, a partir de una excelentecapacidad productiva, disponibilidad de mano de obra y oportunidad de negocios. Inició el desarrollocomercial del sector a partir de las frutillas, continuó con las frambuesas, y más recientemente conla producción de moras y arándanos, estos últimos frutos ya se comercializan frescos en el mercadode América del Norte desde el 2003. En los últimos años, este desarrollo se ve acompañado por unaagresiva política de apertura comercial, por el cual ya ratificó su TLC con los Estados Unidos de

     Norteamérica, firmó acuerdos comerciales con Canadá y Singapur y actualmente negocia un acuerdosimilar con China, sus principales clientes.

    Como consecuencia del incesante crecimiento del mercado de berries y su alta cotización en estos,respecto al de otros frutos, el sector ha adquirido un gran dinamismo y un alto nivel de sofisticacióna lo largo de toda la cadena. Se convirtió en un sector sumamente competitivo, de alta inversión y

    desarrollo, por el que se requiere de rápidos reflejos para responder a sus cambios permanentes, sise quiere permanecer con éxito en este negocio.

    Los países miembros del MERCOSUR y sus asociados, tienen en este contexto internacional unainmejorable oportunidad, a partir de su capacidad productiva y abastecimiento de los diferentesmercados, en poder ofrecer toda la gama de berries con una oferta extendida, a partir de cultivosubicados en latitudes que van del norte al sur de la región. Condición no menor, cuando la distribuciónen los mercados tiende a una mayor concentración, situación por la que toma valor ya no solo lacalidad, sino el trato con una oferta única que garantice cantidad, diversidad de productos y mayor abastecimiento en el tiempo de la contra estación.

    En la región es viable la producción orgánica de berries, condición que incrementa valor al producto

    y de creciente demanda en los mercados. En este sentido Argentina, y particularmente la región

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     patagónica, viene produciendo y exportando berries orgánicos con excelentes resultados. Este carácter de producto certificado, como el desarrollo agroindustrial de los frutos, genera una cadena de valor que motoriza la economía y la demanda de empleo.

    Un desarrollo conjunto del sector, requiere de instancias específicas. Una política común, accionescomerciales conjuntas y una fuerte inversión en investigación para el desarrollo de tecnologías y

    variedades apropiadas a nuestras necesidades. El desarrollo endógeno define un modelo propio para la producción y garantiza la independencia que hace posible la diferencia. Este desarrollo hacaracterizado a los países de punta en el mundo de los berries, como es el caso de los EstadosUnidos, Polonia, Inglaterra, Serbia y Nueva Zelanda. En este sentido, es de destacar el trabajo quelleva adelante el EMBRAPA en Brasil, tarea que puede potenciarse con la colaboración e interacción

    con otras instituciones del MERCOSUR.

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    IV SIMPÓSIO DO MORANGO

    III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL

    PRODUÇÃO INTEGRADA DE MORANGO: OPORTUNIDADES DE MERCADO

    LUIS EDUARDO CORRÊA ANTUNES 1, CARLOS REISSER JUNIOR 2

    ¹Eng. Agrônomo, Pesquisador. Embrapa - Centro de Pesquisa Agropecuário de Clima Temperado, Caixa Postal 403, CEP96001-970. Pelotas-RS. E-mail: [email protected] ²Eng. Agrícola, Pesquisador. Embrapa - Centro de Pesquisa Agropecuário de Clima Temperado, Caixa Postal 403, CEP

    96001-970. Pelotas-RS. E-mail: [email protected] 

    O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, entretanto apenas 1% da produçãoé destinada à exportação. Em função das demandas de mercado, se iniciou em 1996 a implementaçãodo sistema de produção integrada de frutas (PIF), atualmente processo oficial de produção no Brasil,com as culturas da maçã, pêssego, manga, uva de mesa, banana, citros e melão. Além destas culturas,típicas de exportação brasileira, atualmente estão inseridas no projeto de PIF as culturas do caqui,

     batata, café, amendoim e morango, entre outras.Com o inicio do sistema de produção integrada de frutas no Brasil e com a oficialização do

     programa a partir da publicação da Instrução Normativa 20 (ANDRIGUETTO & KOSOSKI, 2002),houve a necessidade de expansão do programa para outras culturas e à produção animal. O primeiro

     programa de PI de morango foi iniciado no Estado do Espírito Santo, sob coordenação da Incaper,com apoio financeiro do governo local. A partir de 2004 foi iniciado outros dois programas deProdução Integrada de Morango (PIMo), com apoio do Ministério da Agricultura Pecuária eAbastecimento (MAPA) e Conselho Nacional de desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq),um destinado a produção de morangos em sistema fora de solo (hidropônico) e outro à implementaçãoda PIMo no Rio Grande do Sul e Sul de Minas Gerais, Estado este que não possuía nenhuma açãoem PI, apesar de ser um importante produtor de frutas destinados ao consumo in natura (ANTUNES& FADINI, 2001). Em 2006, o projeto dedicado ao sistema semi-hidropônico foi estendido aocultivo convencional na tradicional região produtora de Atibaia e Jarinu, em São Paulo.

    Atendendo às demandas do mercado internacional, que sinaliza para a valorização do

    aspecto qualitativo e do respeito ao meio ambiente de qualquer produto, o Sistema Agropecuáriode Produção Integrada (SAPI) vem se transformando no grande fiador dos produtores brasileirosna oferta de um alimento seguro, produzido sobre normas ambientais, econômicas e sociais. AComunidade Européia é a principal importadora das frutas frescas brasileiras, em torno de 85% dototal exportado (TEIXEIRA, 2006).

    Os princípios básicos do SAPI estão amparados basicamente na elaboração edesenvolvimento de normas e orientações de comum acordo entre os agentes da pesquisa, ensino edesenvolvimento; extensão rural e assistência técnica; associações de produtores; cadeia produtivaespecífica; empresários rurais, produtores, técnicos e outros, por meio multidisciplinar. Pelo sistema,garante-se que a fruta foi produzida seguindo o roteiro de um sistema adequado (ANDRIGUETO& KOSOSKI, 2002). O resultado é um produto garantido em toda sua cadeia, da fazenda à mesa doconsumidor (TEIXEIRA, 2006). Este sistema vem sendo utilizado em vários países, especialmente

    aqueles essencialmente exportadores, como Espanha, Itália e Portugal, onde está oficialmenteadotado há alguns anos. No Uruguai, a Produção Integrada de Morango (PIMo) define aspectos de produção e manejo do cultivo (CARREGA & TELIS, 2003).

    Com uma visão holística do sistema de produção (Figura 1), onde há necessidade de seobservar vários aspectos, dos impactos ambientais envolvidos na exploração agrícola, passando

     pela qualidade de água, controle de pragas e plantas daninhas, manipulação de frutos em pré e pós-colheita, à higiene dos empregados e instalações adotada na propriedade, embalagem, transporte esatisfação dos clientes, o sistema de PI necessita de constantes atualizações frente aos novos desafiosdo mercado consumidor. O modelo garante inovação e competitividade à fruticultura brasileira,atende às exigências dos mercados importadores, principalmente da Comunidade Européia, rigorosaem requisitos de qualidade e sustentabilidade, com ênfase na proteção ao meio ambiente, segurançaalimentar, condições de trabalho, saúde humana e viabilidade econômica (TEIXEIRA, 2006).

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    Para implementação da PIMo foram adotadas algumas estratégias que visaram aaglutinação de equipes de pesquisadores e extensionistas. Foi realizada uma primeira reunião emabril de 2005, em Pelotas-RS, com as equipes envolvidas no projeto, onde se pode definir estratégias

     para divulgação da filosofia da produção integrada, sendo a sensibilização da cadeia, o primeiro

     passo (Figura 2). O sistema de produção integrada possibilita uma relação de confiança entre produtor, comerciantes e consumidores, com a garantia de que o produto ofertado foi produzidosegundo rígidas normas técnicas definidas pelo Ministério da Agricultura, que garantem a utilizaçãode práticas modernas da produção, armazenagem, embalagem e comercialização (TEIXEIRA, 2006).

    A base para implementação é a capacitação de técnicos e produtores, e a adesão dos produtores, que quiserem aderir ao programa, é voluntária.

    A partir de uma base de produção “convencional”, as primeiras ações deverão ser relativasà mobilização e difusão da filosofia da PI, onde, a partir daí, os produtores, por livre adesão, iniciamo processo de implementação do sistema baseado em Boas Práticas Agrícolas. A partir da aplicaçãodeste conjunto de informações, contidas nas Normas Técnicas Especificas da Produção Integradado Morango (NTE PIMo) (Ministério, 2008), o(s) produtor(es) poderá(ão) iniciar um processo deauditoria, que com base nas Normas poderá conceder ou não a certificação ao produtor, a qual

     permitirá a comercialização de seus produtos com o Selo da SAPI.

    Figura 1: Visão holística do sistema de Produção Integrado do Morango.

    Com área estimada em 3.500 ha atualmente o Brasil produz cerca de 105.000.000 toneladas,

    sendo o mercado de morangos frescos o principal destino da produção (90%) (ANTUNES &REISSER JÚNIOR, 2007). As exportações de pequenas frutas ainda são modestas (Figura 3). Por-tanto, o mercado interno e a qualificação do produto ofertado será a grande oportunidade para o

     produtor de morango aumentar a rentabilidade por área cultiva. A diferenciação do produto, atravésda certificação, garantirá a contínua presença de morangos na prateleira dos principais pontos devenda do País. Num ambiente cada vez mais competitivo a diferenciação de produtos e a visão do

     produtor em relação as demandas de produto nos diferentes meses do ano, são fatores obrigam a profissionalização da propriedade rural.

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    IV SIMPÓSIO DO MORANGO

    III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL

    Figura 2: Representação esquemática das etapas a serem seguidas para se atingir a Produção Integradade Morangos.

    Figura 3: Exportação brasileira de pequenas frutas. Fonte: Aliceweb.

    A qualidade do produto está extremamente relacionada ao sistema de produção adotado. Osistema de produção mais representativo é o protegido com túnel baixo, e com sistema de fertirrigação.Há regiões que cultivam morango a campo aberto sem proteção (Figura 4), pois não há significativaincidência de chuvas no período de colheita e baixo risco de geadas. Há nos últimos anos umcrescimento da produção de morangos fora de solo, em sistemas horizontais e também em sistemavertical (Figura 5 e 6).

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    Figura 4: Sistema de produção a campo aberto, variedade Oso Grande. Estiva-Minas Gerais.

    Figura 5: Produção fora de solo, em sistema vertical, aos 20 meses, variedade Oso Grande. PousoAlegre-Minas Gerais.

    Figura 6: Produção fora de solo, em sistema horizontal, variedade Aromas. Bom Principio-RS.

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    IV SIMPÓSIO DO MORANGO

    III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL

    Com as novas variedades e sistemas de produção mais adequados, se produz morango nos12 meses do ano. A produção de morangos é concentrada entre junho (inverno) a novembro (finalda primavera), havendo redução dos preços pagos ao produtor (US$1,1/kg). Com produção fora deépoca, em regiões mais altas e frias, entre janeiro a março (verão brasileiro), e com a utilização de

    variedades de dias neutros (Aromas e Diamante), o produtor chega a receber US$ 5/kg, em cultivoa campo e fora de solo. No Sul de Minas Gerais há produtores que estão produzindo a variedadeOso Grande fora de solo, em sistema vertical, obtendo US$ 8/kg (Figura 5) neste período do ano.

    Figura 7: Padrão varietal de morango cultivado no Brasil.

    Considerações Finais Não só para morango, mas também na exportação de mirtilo e amora-preta, há interesse de

    empresas européias, que já vem fazendo contatos com produtores brasileiros, com oportunidadesreais de negócios entre Brasil e países do hemisfério norte, que num futuro próximo será maisintenso e a certificação dos produtos é uma etapa que não pode ser ignorada.Como dificuldades a serem superadas na cadeia produtiva de morangos, podemos citar a falta deestrutura aeroportuária para acondicionamento e transporte de frutos, uma vez que o Brasil não éum País com tradição em exportação de frutas; escala de produção para atender clientes emquantidade, em qualidade e no menor tempo possível; falta de tradição no sistema de cooperativismo

    e organizacional; falta de assistência técnica privada; cultivares adaptadas as diferentes condiçõesde clima, solo e sistemas de produção adotados. Estes são os maiores gargalos da produção demorangos.

    REFERÊNCIAS

    ANDRIGUETO, J. R.; KOSOSKI, A. R. Marco legal da produção integrada de frutas. Brasília:MAPA/SARC, 2002. 60 p.

    ANTUNES, L. E. C.; FADINI, M. A. M. Caracterização fruticola em Minas Gerais: situação e perspectivas da produção integrada de frutas. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.22, p. 72-74, 2001.

     

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       P  a   d

      r   ã  o   V  a  r   i  e   t  a   l   (   %   )

    Camarosa Aromas Oso grande

    Dover Campinas Camino Real

    Ventana Saborosa Festival

    Outras

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    ANTUNES, L.E.C.; REISSER JÚNIOR, C. Fragole, i produttori brasiliani mirano all´esportazionein Europa. Frutticoltura, Bologna, v. 69, n. 5, p. 60-64, 2007.

    CARVALHO, S. P. Histórico, importância socioeconômica e zoneamento da produção no Estado de

    Minas Gerais. In: CARVALHO, S.P.(Coord.). Boletim do morango: cultivo convencional, segurançaalimentar, cultivo orgânico. Belo Horizonte: FAEMG, 2006. p. 9-14.

    LUNATI, F. Le fragole italiane in cerca di un posto al solo. Rivista di Frutticoltura, Bologna, v.68, n. 4, p. 9-10, 2006.

    BRASIL Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa 14. Normastécnicas especificas para produção integrada do morango. Diário Oficial [da] RepúblicaFederativa da União,. Brasília, DF, n. 64, p. 3-5, 2008.

    TEIXEIRA, J.M.A. Selo de qualidade expande exportações de frutas. Disponível em: (http://catir.agricultura.gov.br/dotlrn/clubs/deprossistemaagropecuariodeproduointegrada/comunidadedoscoordenadores/news/item?item_id=228262). Acesso em: 7 set 2006.

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    IV SIMPÓSIO DO MORANGO

    III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL

    THE UNIVERSITY OF FLORIDA STRAWBERRY BREEDING PROGRAM

    CRAIG K. CHANDLER 

    Gulf Coast Research and Education Center University of Florida, 14625 CR 672, Wimauma, FL [email protected]

    In Florida, there is one public strawberry breeding program, the University of Florida (UF) program located at Balm (in west central Florida). There are also public (university) strawberry breeding programs in North Carolina, New York, Michigan, Minnesota, Washington State, Wisconsin,and Maryland.

    Florida growers have been using the annual hill cultural system since they started growingstrawberries in the late 1800s. Fruit was originally shipped by train to markets in the northeast U.S.It is now shipped by refrigerated truck to markets mostly east of the Mississippi River.Dr. Albert Brooks, working out of the Vegetable Lab at Springhead Florida (just to the southeast of 

    Plant City [a town named for railroad developer Henry Plant]), was the first University of Floridaresearcher to conduct strawberry variety trials. He also evaluated some offspring of ‘Missionary’,the main cultivar used by the Florida industry during the first half of the 20th century. The Springheadlab was in operation from 1927 until 1963, when the University opened the Strawberry Lab (later to

     be renamed the Gulf Coast Research and Education Center [GCREC] – Dover) on an 8 ha site 11km to the west of Plant City. GCREC-Dover was UF’s main center for strawberry research anddevelopment until its operations were combined, in 2004, with those of GCREC-Bradenton, at anew state-of-the-art center on 192 ha in the Balm area (about 40 km southwest of Plant City).

    To date, the University of Florida has released 11 cultivars. Dr. Brooks released ‘Florida Ninety’ in 1952; Dr. Charles Howard released ‘Florida Belle’ in 1975 and ‘Dover’ in 1979; and Dr.Craig Chandler released ‘Sweet Charlie’ in 1992, ‘Rosa Linda’ in 1996, ‘Earlibrite’ and ‘StrawberryFestival’ in 2000, ‘Carmine’ in 2002, ‘Winter Dawn’ in 2005, and ‘Florida Radiance’ and ‘FloridaElyana’ in 2008.

    University of California cultivars that have been important to the Florida strawberry industryover the last 30 years include ‘Tioga’, ‘Tufts’, ‘Pajaro’, ‘Chandler’, ‘Selva’, ‘Oso Grande’,‘Camarosa’, and ‘Camino Real’.

    Strawberries are currently grown on about 3,200 ha in Florida, and the industry is concentratedin eastern Hillsborough County (28° N latitude). The area planted in strawberries has expanded byabout 60 ha per year over the last 20 years, and this trend is expected to continue over the next 5 to10 years. In 2006-07, about 75% of the area planted in strawberries was planted in publicly developedcultivars, with 25% planted in cultivars developed by private companies. The breakdown wasapproximately 60% ‘Strawberry Festival’; 15% ‘Treasure’(a cultivar developed by Peggy Chang of J & P Research, Inc. of Naples, Florida); 10% Driscoll cultivars (developed by Driscoll StrawberryAssociates, Inc.); and 15% other (‘Camino Real’, ‘Carmine’, ‘Winter Dawn’, and ‘Camarosa’).

    Florida growers currently use the annual hill production system with black plastic mulch and

    drip tape. Land is prepared in September, and planting is done in October (which is comparable toApril in the southern hemisphere), predominantly with bare-root, leaf-on transplants from Ontario,Quebec, Nova Scotia, and North Carolina nurseries. Transplants are dug and immediately shipped

     by refrigerated truck to Florida. Fruit can be ready to harvest as early as mid November, but the peak harvest periods are in late December/early January, and late February/early March. A typicalfruiting pattern for early fruiting cultivars (such as ‘Winter Dawn’ and ‘Carmine’) from Canadiannurseries would result in marketable yields per plant of about 150 g of fruit for November-December;150 g of fruit for January; and 200 g of fruit for February. Plants are capable of producing another 500 g of fruit during March-April, but often harvest is terminated by mid March due to low prices.According to the National Agricultural Statistics Service (www.nass.usda.gov/fl), average commercialyields in recent years have been about 27,000 kg/ha. Cull rates (due to small, misshapen, and diseasedfruit) have ranged from 8 to 25% (S.J. MacKenzie, unpublished data).

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    Current breeding objectives of the UF strawberry breeding program include acceptable fruitquality (appearance, size, resistance to rain damage, and flavor); a desirable fruiting pattern (relativelysteady production, starting in late November); ease of harvest; and resistance to Botrytis andanthracnose fruit rots. The majority of crosses made in the UF program have been short-day type x

    short-day type, because the day length under which most Florida growers operate is 14 hours or less. But the program has plans to use more day-neutral parents in the future, in an attempt todevelop cultivars that will flower at higher temperatures.

    Starting with ‘Sweet Charlie’, U.S. plant patents have been obtained, or are pending, for allUF strawberry cultivars, and can be found at http://patft.uspto.gov. Royalties on patented UFstrawberry cultivars have been the primary source of funds for operating the breeding program over the past decade. The Florida Strawberry Growers Association (FSGA; www.straw-berry.org) handleslicensing and collection of royalties in the U.S. and Canada, while Ekland Marketing Company of California, Inc. (www.emcocal.com) is responsible for these duties in all other countries of theworld.Prior to release, promising selections are sent to the University of Guelph’s agricultural unit at NewLiskeard, in northern Ontario, where they are micropropagated and plants are indexed for known

     pathogens. The New Liskeard unit then makes disease-free plants available to licensed, cooperatingnurseries for bulk-up: first in screenhouses, then in open fields.The most recently published release notice for a UF strawberry cultivar is the one for ‘Carmine’

    (Chandler, et al., 2004). More information on the breeding and related programs can be found athttp://strawberry.ifas.ufl.edu.

    REFERENCES

    CHANDLER, C.K.; D.E. LEGARD, T.E.; CROCKER, C.A. SIMS ‘Carmine’ strawberry.HortScience, Alexandria, v. 39, p.1496-1497, 2004.

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    IV SIMPÓSIO DO MORANGO

    III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL

    SISTEMA DE PRODUÇÃO DE MORANGO DESENVOLVIDO NA SERRA GAÚCHA,MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL, TRANSIÇÃO PARA A PRODUÇÃO INTEGRADA

    JOÃO CARLOS MEDEIROS MADAIL

    Pesquisador M.Sc. Economia RuralEmbrapa Clima Temperado - Brasil

    Introdução

    O morango é uma espécie que se destaca no rol das pequenas frutas, pelo aspecto atraentee pelo sabor agradável. É consumido in natura  ou industrializado, em múltiplas maneiras de

     processamento.É cultivado em vários países, especialmente naqueles que dispõe de condições naturais

    favoráveis, sobretudo o clima temperado o que contribui para a obtenção de frutas de qualidadecom produtividade.

     No Brasil, é possível produzir morango em escala comercial na maioria dos Estados.O Rio Grande do Sul, terceiro pólo produtor, é superado pelo Estado de Minas Gerais e São

    Paulo, concentra a produção em três regiões. (MADAIL et al 2003).* Região do Vale do Rio Caí, nos Municípios de Feliz, Bom Princípio, São Sebastião do

    Caí, Linha Nova, São João do Hortêncio, além de outros, em menor escala, onde produzem cerca de5 mil toneladas a cada safra, destinados ao consumo fresco.

    * Região da Serra Gaúcha, com destaque para os Municípios de Farroupilha, Caxias, Floresda Cunha e Bento Gonçalves.

    * Região sul do Rio Grande do Sul, que tem, no Município de Pelotas, o principal produtor e processador da fruta. Até 1999, chegou-se a processar mais de 2.000 toneladas de morango,reduzindo-se significativamente este volume a partir daí, em função do desinteresse de algumasindústrias e do fechamento de outras. Complementam a oferta do produto os Municípios de Turuçu,São Lourenço do Sul e Canguçu.

    Segundo a EMATER (2001), no município de Pelotas na safra 2001/2002 foram plantados330 ha, resultando numa produção de 1.800 toneladas, sendo 80% destinados ao processamentoindustrial. No mesmo período o município de Turuçu plantou 70 ha alcançando uma produção de700 toneladas, São Lourenço do Sul 20 ha resultando numa produção de 200 toneladas e Canguçu10 ha para 50 toneladas.

    A partir da queda da quantidade processada da fruta, as áreas de plantio nesses municípiosforam reduzidas, havendo concentração maior na produção da fruta para o consumo fresco.

     Na safra 2007/2008 no município de Pelotas registrou-se área de plantio, em torno, de 100ha, sendo 60% destinado ao processamento industrial e o restante para o mercado in natura.

     No âmbito da cadeia produtiva, tem proporcionado oportunidade de negócio para todos oselos, principalmente para os agricultores de base familiar que o exploram com mais intensidade econseguem comercializá-los de forma direta para os consumidores.

    Os produtores, tomadores de preço, que dependem de intermediários para a venda do produtose defrontam com um problema característicos das frutas perecíveis, a necessidade da comercializaçãorápida, sob pena de perdas do produto e prejuízos econômicos.

    Essa atividade tem caráter eminentemente social, em função da necessidade de mão-de-obraem todas as operações, principalmente na colheita.

    Em função de uma nova ordem de mercado surgida a partir da exigência dos consumidores,outros sistemas de produção estão sendo praticados pelos produtores, onde o requisito maior é aausência de resíduos tóxicos nos frutos.

    O sistema de produção integrado do morango, PIMO, é uma forma de racionalização do usode agroquímicos, sem prejuízo da produção e da produtividade do morango.

    Experiência nesse sentido foi desenvolvida no município de Caxias do Sul, cujos aspectoseconômicos foram analisados, avaliados e descritos nesse estudo.

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    Método do estudo

    O estudo foi desenvolvido a partir das informações econômicas da produção de morangosda Fazenda do Raposo, na localidade de Água Azul, Distrito de Santa Lúcia do Piai, em Caxias do

    Sul, no Rio Grande do Sul, no período de maio de 2005 a dezembro de 2006. Trata-se, portanto deum estudo de caso, que pode ser generalizado para situações semelhantes, na própria região oucircunvizinhas.

    Utilizou-se o método de análise de perfil, que fornece os indicadores básicos para a culturaestudada. O método, em geral, é aplicado em análises estáticas comparativas de culturas ou ciclosde produção (Vilela e Madail, 2005). O estudo partiu dos coeficientes técnicos levantados em todasas fases da produção até a colheita. De posse das informações, estas foram processadas, estruturadas

     pelo método da orçamentação parcial e posterior análise econômica. As receitas oriundas dacomercialização da produção foram levantadas no mercado de destino. Neste sentido, elaboraram-se planilhas para registro diários dos requerimentos das operações realizadas na lavoura, quantificadascom valores transacionados na própria região. Informações complementares foram levantadas juntoa pessoas ligadas ao segmento, formal ou informalmente.

    O sistema de produção desenvolvido na propriedade tem a participação de parceiros,encarregados do desenvolvimento das atividades que requerem a utilização de mão-de-obra. Afuncionalidade do sistema foi levantada via informações do proprietário e dos parceiros com o usode questionário constituído de questões abertas.

    Utilizou-se, também, de fontes secundários de informações publicadas sobre a produção,exportação e importação de morangos no mundo e no Brasil.

    Resultados

    A decisão inicial do produtor em relação à questão do “quanto produzir” de morangos estáintimamente ligada às possibilidades oferecidas pelo mercado, visto que o produtor tem mantido,ao longo dos anos, uma presença certa em vários pontos de comercialização do produto, nos principaiscentros consumidores do País.

    A inserção direta do produtor no mercado cada vez mais exigente, tem provocado mudançasnas técnicas de produção, onde são obedecidas as recomendações da pesquisa na passagem dosistema convencional para o integrado.

    Portanto, os resultados descritos a seguir são válidos para o sistema de produção de morangosem transição.

    Local do estudo

    A área destinada à produção de morangos na Fazenda do Raposo, no sistema proposto tem27,4 ha aptos para o desenvolvimento da cultura; entretanto, no período estudado, foram exploradosapenas 16,5 ha.

    A fazenda é composta por outras áreas, exploradas com maçã, amora-preta, pêssego e

    suínos, atividades desenvolvidas com fins comerciais direcionadas quase que integralmente para omercado interno.

    Conta ainda o local com estrutura de frio com capacidade para armazenar, ao redor de 2600 bins, utilizados para a maçã e morango e duas outras estruturas de armazenagem convencional, comcapacidade para 16 pallets de 2000 caixas cada uma.

    O transporte da produção para o mercado é responsabilidade da fazenda, que conta comcaminhões frigoríficos adequados às exigências técnicas.

    A administração das atividades desenvolvidas na Fazenda é dividida entre três irmãos: para um cabe a responsabilidade pela produção, ao outro a comercialização e ao terceiro a manutençãodo maquinário, embalagens e transporte.

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    IV SIMPÓSIO DO MORANGO

    III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL

    Sistema de produção do morango.

    O sistema de produção dominante na fazenda é o chamado “convencional”, com a intenção

    do produtor de adaptá-lo a PIMo, em função das exigências do mercado e da necessidade de reduzir o custo de produção e se tornar mais competitivo, num contexto com muitos ofertantes.

    As operações que compõem o sistema, quantificadas e avaliadas, estão relacionadas na Tabela2 e constituem-se no resultado econômico da produção de 1 ha de morango produzido nesse sistema.

    Colheita e comercialização

    O início da colheita ocorreu no mês de agosto de 2005 e foi concluída no final do mês dedezembro de 2006. Nesse período houve oscilações no preço do produto nos mercados de destino,(Figura 1).

    Figura 1 – Comportamento da produção e preços do morango nos período de agosto de 2005 adezembro de 2006.Fonte: Dados do estudo

     Nos meses de agosto de 2005 e 2006, abril e dezembro de 2006 os preços alcançaram osmaiores valores, face à queda na oferta do produto, (MADAIL et al 2007).

    Os principais mercados atendidos pelo produtor estão localizados nos Estados de São Paulo,Rio de Janeiro e na cidade de Porto Alegre.

    Tratos culturais

    A relação de insumos utilizados do plantio à colheita, exceto a participação da mão-de-obra,que é atribuição dos parceiros, representam 82,77% do custo de produção. Entretanto, apenas osfertilizantes, fungicidas, inseticidas e herbicidas variam na quantidade aplicada em todo o ciclo decolheita da cultura.

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    III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL

    Tratamentos fitossanitários

    Todos os tratamentos fitossanitários realizados obedecem as recomendações do sistemaintegrado de produção, monitorados pela pesquisa da Embrapa Clima Temperado.

    Essas práticas foram executadas com o uso de aparelho pulverizador costal manual noinício do cultivo e por mangueiras acopladas ao trator, quando as plantas apresentavam maior desenvolvimento.

    Exemplo de parceria no uso da força de trabalho

    A atividade produtiva do morango é bastante exigente na força de trabalho, com uma participação ao redor de 26% no custo de produção.

    As operações de plantio e montagem da estrutura de arcos e plásticos de cobertura, sãorealizadas de uma vez só, outras demandam mão-de-obra ao longo do ciclo produtivo, com maioresou menores exigências. Especificamente, a operação de colheita exige a participação operária quase

    diariamente, durante todo o período de produção.A maneira comumente utilizada pelos produtores é a contratação de mão-de-obra pôr valoressuperiores ao salário mínimo acrescentado de encargos, definidos pôr lei, que praticamente duplicamo valor inicial acertado.

     Na Fazenda Raposo, desde 1998, foi firmada parceria entre os produtores proprietárioscom pessoas ligadas ao meio rural, advindas da própria região ou de outros locais, que lhes possibilitatrabalhar como parceiros em todas as atividades que exigem força de trabalho, no caso deste estudo,na produção de morangos.

    Cabem aos parceiros trabalhadores, as tarefas de atuar em todas as operações que exijam ouso de mão-de-obra durante todo o ciclo produtivo do morango, que inicia no preparo do solo,instalações de canteiros, plantio, limpeza, pulverizações e demais tratos culturais, colheita,classificação e embalagem.

    Como remuneração a esses serviços, os trabalhadores recebem 30% da produção colhida,embalada e classificada para o mercado, a partir de valor estabelecido em livre negociação.

    Cabe aos parceiros proprietários a cedência de moradia com água e energia elétrica, onderesidirão durante a validade do contrato, podendo abrigar pessoas ou terceiros sem o prévioconsentimento dos proprietários, devendo conservar e devolvê-la nas condições recebida.

    Ao proprietário, cabe, também, fornecer todos os insumos necessários à produção, taiscomo: adubos, mudas, sementes, sistemas de irrigação e demais produtos que forem necessários

     para a produção, como maquinários e os equipamentos para a proteção dos trabalhadores.O custo de produção foi de R$ 75.767,80 por hectare explorado e a receita com as vendas

    do produto, ao longo de 17 meses de colheita, R$ 135.000,00, resultado da produção de 30.000caixas de 1,3 kg/caixa, ao preço médio de R$ 4,50 por caixa (Tabela 1).

    A rentabilidade do sistema, ou seja, o quociente da Renda Bruta pelos Custos Variáveis, foide 1,78, o que significa que para cada R$ 1,00 aplicado na cultura o produtor recebeu como retorno

    R$ 1,78. A Margem de Lucro do sistema foi de 43,87%. A Taxa de Retorno foi de 78,17%.

    Conclusões

    O estudo permitiu determinar que o custo de produção de um hectare de morangos foi de R$75.767,80, num período de colheita de 17 meses. A receita com as vendas do produto no mesmo

     período foi de R$ 135.000,00, operada diretamente pelo produtor nos principais mercados nacionais.Portanto, o resultado econômico da produção de morangos, obedecendo o sistema de transição paraa PIMo, aponta a viabilidade do negócio.

    A manutenção da estrutura inicial de implantação da lavoura por duas safras, com gastosapenas de manutenção, trouxe benefícios econômicos para o produtor que estendeu o período decolheita, alcançando, em determinados meses, preços diferenciados nos mercados explorados.

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    A parceria no uso da força de trabalho, que tem a participação de 26% no custo de produção,é benéfica para o produtor. Afora as inúmeras vantagens de contar com trabalhadores parceirosinteressados num bom resultado econômico, sejam quantitativos ou qualitativos, o produtor temainda um retorno de aproximadamente 45% na renda líquida, o que não ocorreria caso tivesse de

    contratar operários para executar as mesmas tarefas.A inserção direta do produtor nos principais mercados nacional lhe proporciona retornos

    diferenciados. O preço médio de R$ 4,50 por caixa de 1,3 kg é superior à média alcançada pelosdemais produtores que, em geral, entregam o produto para intermediários que se encarregam daclassificação, embalagem e entrega do produto nos pontos de comercialização.

    A rentabilidade do sistema, ou seja, o quociente da Renda Bruta pelos Custos Variáveis, foide 1,78 unidades monetárias, resultado positivo para o produtor que, para cada R$ 1,00 aplicado nacultura, recebeu como retorno R$ 1,78.

    A Margem de Lucro do sistema foi de 43,8%, considerada alta para o tipo de negócio que,em média, tem se mantido ao redor de 20 a 30%.

    REFERÊNCIAS

    JOÃO, P.L. ROSA, J. I. da; FERRI, V.C.; MARTINELLO, M.D. Localização dos principaismunicípios produtores de morango. In: JOÃO, P. L. (Coord.). Levantamento da fruticulturacomercial no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EMATER/RS-ASCAR, 2002. p.54.

    MADAIL, J.C.M.; ANTUNES, L.E.C.; REISSER JUNIOR, C.; BELARMINO, L.C.; NEUTZLING,D.M.; SILVA, B. A. da. Economia da produção de morango: estudo de caso de transição para

     produção integrada. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2007. 24 p. (Embrapa Clima Temperado.Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 53).

    REICHERT, L. J. ; MADAIL, J. C. de M. Aspectos socio-econômicos. In: SANTOS, A. M. dos.;MEDEIROS, A. R. M. de (Ed.). Morango: produção. Pelotas: Embrapa Clima Temperado; Brasília,DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2003. p.12-13. (Frutas do Brasil, 40).

    SANTOS, A.M. dos.; MEDEIROS, A. R. M. de. Introdução. In: SANTOS, A.M. dos.; MEDEIROS,A. R. M. de (Ed.). Morango: produção. Pelotas: Embrapa Clima Temperado; Brasília, DF: EmbrapaInformação Tecnológica, 2003. p. 9-11. (Frutas do Brasil, 40).

    VILELA, N.J.; MADAIL, J.C.M. Coeficientes técnicos, custos e rentabilidade. In: SILVA, C.; REIZ,G.P.; OLIVEIRA, S. (Coord.). Cultivo de pimenta Capsicum Spp. no Brasil. Brasília, DF: EmbrapaHortaliças, 2008. Cap. 15. No prelo.

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    III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL

    CONTROLE BIOLÓGICO APLICADO COM O USO DE ÁCAROS PREDADORES: UMAESTRATÉGIA VIÁVEL PARA O MANEJO DE PRAGAS EM MORANGUEIRO

    MARCELO POLETTI

    PROMIPPiracicaba/SP – [email protected] 

    1 IntroduçãoO manejo de pragas é considerado um dos principais problemas associados à cultura do

    morango, sendo que para isso a estratégia mais empregada em campo é o controle químico. Noentanto, o uso excessivo de agrotóxicos nessa cultura tem ocasionado uma série de problemas taiscomo a contaminação e desequilíbrio ambiental, excesso de resíduos nos frutos a seremcomercializados e a resistência de insetos e ácaros-praga aos principais ingredientes ativos registrados

     para a cultura. Um fator que agrava esse quadro é que muitas vezes as pulverizações são realizadasdesrespeitando-se o período de carência, e geralmente empregando-se produtos não registrados

     para o morangueiro. Além disso, o uso de produtos químicos nessa cultura é dificultado pelo fato dacolheita do morango ser efetuada diariamente e seu consumo ser realizado in natura. Porém, aexigência do mercado consumidor por alimentos seguros, isentos de resíduos agrotóxicos e obtidosa partir de um processo que respeite a saúde do produtor, de seus funcionários e meio ambiente, temimpulsionado agricultores, professores, pesquisadores e técnicos de órgãos públicos e privados, na

     busca pelo uso racional de agrotóxicos, bem como outras estratégias de manejo de pragas emmorangueiro. Nesse sentido alguns programas têm surgido, tal como a Produção Integrada doMorango (PIMo) (Fadini et al., 2004; Antunes et al., 2007), o que tem contribuído para mudançasnesse cenário.

    Os ácaros fitófagos são as principais pragas associadas à cultura do morango, destacando-se o ácaro rajado, Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae). Devido ao restrito número deacaricidas registrados para o controle dessa praga em morangueiro, sucessivas pulverizações comum mesmo ingrediente ativo, ou com produtos pertencentes ao mesmo grupo químico, têm

    contribuído para a seleção de populações resistentes dessa praga em campo. Recentemente, estudosindicaram a presença de populações resistentes de T. urticae coletadas em várias culturas, tal comoa do morango, a vários acaricidas como abamectina, fempiroximate, propargite, clorfenapir, enxofree dimetoato (Sato et al. 2002, 2004, 2005; Sato 2006).

    Uma estratégia que contribui com o manejo da resistência do ácaro rajado a acaricidas, e oestabelecimento de um manejo mais racional e pró-ativo na cultura do morango, é o controle biológicoaplicado mediante liberação de ácaros predadores. Nesse sentido, duas espécies de ácaros fitoseídeos(Acari: Phytoseiidae) têm demonstrado resultados satisfatórios no controle biológico aplicado doácaro rajado em cultivo morango sendo  Neoseiulus cali fornicus (McGregor) e Phytoseiulusmacropilis (Banks).

    2 Ácaro rajado

    O ácaro rajado é considerado uma das principais pragas em morangueiro no Brasil (Moraese Flechtmann, 2008). Esse artrópode normalmente apresenta coloração esverdeada, com duasmanchas dorsais escuras, devido ao acúmulo de massa alimentar nestes pontos. Possui cinco fasesde desenvolvimento sendo ovo, larva, protoninfa, deutoninfa e adulto. Os ovos do ácaro rajado sãoesféricos e amarelados sendo postos entre fios de teia. Logo após a eclosão, as larvas são incolores,translúcidas e de tamanho igual ao do ovo, caracterizando-se por apresentar três pares de pernas, oque as diferencia dos demais estágios móveis imaturos (ninfas) os quais possuem quatro pares de

     pernas. As fêmeas adultas medem cerca de 0,50 mm de comprimento e os machos aproximadamente0,25 mm, sendo facilmente diferenciado da fêmea por apresentar a parte posterior do corpo afilada.O período de desenvolvimento de ovo a adulto desse ácaro fitófago pode variar entre 5 e 50 dias,dependendo dos fatores ambientais.

    Esse ácaro é uma espécie polífaga, colonizando principalmente a face inferior das folhas.Ao se alimentar do conteúdo celular, causa o amarelecimento da folha reduzindo a capacidade

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    fotossintética da planta. Mesmo preferindo a parte abaxial da folha, onde esse ácaro produz umagrande quantidade de teia, causando manchas branco-prateadas, seu dano direto também pode ser evidenciado com facilidade na face superior da folha, observando-se nesse caso puncturas cloróticasas quais evoluem até o secamendo da folha. Inicialmente a colonização do ácaro rajado ocorre nas

    folhas mais velhas, porém após seu estabelecimento na cultura a população distribui-se por toda planta (Jeppson et al., 1975). Geralmente, quando a densidade populacional dessa praga atinge umnível elevado, e durante as horas mais quentes do dia, os ácaros tendem a se dispersar para a partesuperior da planta tecendo uma grande quantidade de teia, o que é facilmente visível.

    Climas quentes e secos favorecem as infestações dessa praga em campo. Em morangueiro,frequentemente observa-se um pronunciado crescimento populacional desse ácaro quando a irrigação

     por aspersão é interrompida e substituída pelo sistema de irrigação localizada (gotejamento), issodevido à redução da umidade relativa no micro-clima. Em áreas onde ocorrem rajadas freqüentes deventos também observa-se elevadas infestações dessa praga, pois esse fator favorece sua dispersão,estabelecimento e consequentemente seu crescimento populacional na área.

    3 Ácaros fitoseídeos

    Os ácaros predadores são considerados os inimigos naturais mais efetivos no controle biológico de pragas, sendo que aqueles pertencentes à família Phytoseiidae são os mais importantes.Hoje são conhecidas mais de 2.250 espécies de ácaros fitoseídeos, das quais cerca de 140 foramrelatadas no Brasil (Moraes et al., 2004).

    Os fitoseídeos raramente são maiores que 0,5 mm quando adultos. Esses ácaros caracterizam-se taxonomicamente por apresentar nos estágios de deutoninfa e adulto um único escudo dorsal oqual apresenta um número máximo de 20 pares de setas. Nas pernas podem ser observadas“macrosetas”, que apresentam um tamanho significativamente maior do que as demais setas presentesnesse apêndice (Chant, 1985). Movem-se mais rapidamente do que suas presas e comumente são

     brilhantes. Possuem um ciclo de vida curto, sendo que em condições climáticas favoráveis e com boa disponibilidade de alimento, completam o desenvolvimento de ovo a adulto em cerca de umasemana (Hoy, 1985). O período de oviposição geralmente varia entre 15 e 30 dias, sendo que asfêmeas ovipositam em média dois ovos por dia, dependendo da espécie e da fonte de alimentodentre outros fatores.

     No Brasil, o uso dos ácaros fitoseídeos N. californicus e P. macropilis tem sido promissor  para o controle biológico aplicado do ácaro rajado em várias culturas, tais como: morango, crisântemo,gérbera, maçã e pêssego, dentre outras (Ferla et al., 2007; Poletti, 2007; Bellini et al., 2006; Sato etal., 2006; Monteiro, 2002; Watanabe et al., 1994).

    Geralmente adultos da primeira espécie apresentam coloração que varia de palha a amarelo-escuro, sendo diferenciada facilmente em campo de P. macropilis, cujos adultos apresentam coloraçãoavermelhada. Apesar de N. californicus alimentar-se preferencialmente do ácaro rajado, na ausênciadesta presa pode consumir outras fontes de alimentos tais como pequenos insetos, outras espéciesde ácaros fitófagos ou pólen de plantas. Já o ácaro P. macropilis é especialista quanto ao hábitoalimentar consumindo exclusivamente ácaros pertencentes ao gênero Tetranychus  (McMurtry e

    Croft, 1997).

    Os ácaros especialistas reproduzem-se mais rapidamente do que os generalistas quando adisponibilidade da presa é elevada. Quando a densidade populacional do ácaro rajado é baixa, P.macropilis deverá dispersar para fora da área de cultivo em busca de fonte de alimento. Por outrolado nestas condições, N. californicus poderá permanecer na cultura sobrevivendo com outras fontesde alimento tais como várias espécies de ácaros fitófagos, pequenos insetos e pólen de plantas.Ressalta-se que esses ácaros não se alimentam das plantas cultivadas, não ocasionando danos asmesmas. Outra diferença estabelecida entre os ácaros especialistas e generalistas é a preferência

     pelo estágio de desenvolvimento da presa. Apesar dos especialistas preferirem ovos, os generalistasnão fazem distinção entre imaturos e ovos. Devido a diferenças quanto ao hábito alimentar e/oucomportamental desses ácaros, o emprego de liberações combinadas de N. californicus e P. macropilis

     pode surtir efeitos positivos no manejo integrado do ácaro rajado. Um estudo realizado em cultivo protegido de crisântemo revelou resultados positivos da liberação combinada dessas espécies quando

    a densidade populacional da praga estava em níveis elevados (> 10 ácaros rajado/folíolo). A escassez

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    de alimento, em condições de casa de vegetação, limita o sucesso do emprego conjunto de  N.californicus e P. macropilis devido à dispersão do ácaro especialista para áreas adjacentes em buscade alimento (Poletti, 2007).

    4 Emprego do controle biológico aplicado do ácaro rajado em morangoEmbora os predadores apresentem-se normalmente mais suscetíveis aos pesticidas que

    suas presas, algumas populações de ácaros fitoseídeos são mais tolerantes que os ácarostetraniquídeos, podendo suportar concentrações elevadas de agrotóxicos. Uma população de  N.californicus  coletada de cultivo protegido de morangueiro mostrou-se 25,1; 4,7; 2,9 e 2,5 vezesmais tolerante que o ácaro rajado aos acaricidas propargite, clorfenapir, fempiroximate e cihexatin,respectivamente. No caso de propargite, a concentração letal média foi de 2.900 mg de i.a./L (Satoet al., 2002), que corresponde a aproximadamente 9,7 vezes a concentração recomendada desseacaricida para o controle de ácaro rajado em morangueiro no Brasil. Poletti & Omoto (2005)verificaram que essa mesma população apresentou resistência a deltametrina, sendo aproximadamente24 vezes mais tolerante a esse inseticida do que outra população dessa mesma espécie coletada emum pomar comercial de maçã em Fraiburgo/SC. Um estudo realizado em condições de laboratório

     para comparar a suscetibilidade de N californicus e P. macropilis a vários agrotóxicos utilizados emcultivo protegido de hortaliças e plantas ornamentais revelou que dentre os 21 agrotóxicos testados, N. californicus foi tolerante a 12 produtos e P. macropilis a apenas seis produtos (Poletti et al.,2008).

     N. californicus  é um inimigo natural bastante eficiente no controle de ácaro rajado emmorangueiro, podendo manter a população dessa praga abaixo do nível de dano econômico, seliberado enquanto as populações de T. urticae são relativamente baixas (< 5 ácaros/folíolo). Quandoas infestações de T. urticae são muito altas, há necessidade de liberação de um número muito grandede ácaros fitoseídeos por canteiro de morango, o que pode ser economicamente inviável. Quando N. californicus é liberado em quantidades baixas (< 1 ácaro predador para 100 fitófagos), o temponecessário para a redução populacional do ácaro rajado pode ser muito longo, comprometendo a

     produção de morango. Quando as populações de T. urticae  tornam-se muito elevadas, atingindomais de 100 ácaros por folíolo, podem ocorrer intensa desfolha e morte das plantas de morangueiro.

    Em um estudo realizado em cultivo protegido de morango em Serra Negra, SP, ácaros  N.californicus foram distribuídos em vinte pontos marcados por canteiro de 200 plantas de morango.Distribuiu-se uma quantidade de 20 ácaros predadores em cada ponto de liberação. Foram realizadastrês liberações de N. californicus, com intervalos de aproximadamente sete dias. A infestação inicialmédia de T. urticae foi ao redor de 55 ácaros por folíolo para os pontos de liberação de N. californicuse de 25,5 ácaros T. urticae para as áreas fora dos pontos de liberação. Os ácaros predadores nessataxa de liberação, não conseguiram impedir o aumento populacional de T. urticae nos canteiros até28 dias após o início das liberações. A porcentagem de redução populacional de ácaro rajado alcançou77,6%, em comparação com canteiros sem liberação, somente seis semanas após a primeira liberação.Observou-se que a migração de N. californicus entre plantas de morangueiro foi bastante lenta, emcondições de alta infestação de T. urticae. Ácaros N. californicus foram observados em plantas forados pontos de liberação (60 a 70 cm das plantas que receberam N. californicus) apenas aos 22 dias

    após o início das liberações (Sato et al., 2006a). Em altas populações de T. urticae, há formação degrande quantidade de teia, o que afeta a mobilidade dos ácaros  N. californicus, prejudicando ocontrole biológico exercido por essa espécie. O excesso de disponibilidade de alimento é outrofator que contribui para essa baixa migração dos predadores.

    Para canteiros com altas infestações de ácaro rajado, é interessante a utilização de algummétodo de controle visando à redução populacional de T. urticae, antes da liberação de N. californicus.

     Nesse caso, a aplicação de um produto seletivo antes das liberações de predadores pode representar uma alternativa prática e viável para o manejo de ácaro rajado em morangueiro.

    Em uma pesquisa conduzida em cultivo protegido de morango, em Atibaia, SP, a populaçãoinicial de T. urticae foi de 87,1 ácaros/folíolo. Duas aplicações de propargite, a 216 mg de i.a./L,foram feitas com intervalo entre aplicações de sete dias. Aproximadamente duas horas após cadaaplicação de propargite, adultos de N. californicus foram liberados a uma taxa de 3,2 e 1,9 ácaros/

     planta, respectivamente, para a primeira e segunda liberação. A população T. urticae decresceu de

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    87,1 para 2,8 ácaros/folíolo nas primeiras três semanas. Durante esse período, a população de  N.californicus cresceu de zero a 1,64 ácaro/folíolo. Após esse período inicial, a população de T. urticaefoi mantida em níveis iguais ou abaixo de 1,5 ácaro/folíolo, sem a necessidade qualquer aplicaçãode acaricidas, até o final do experimento (10ª semana). O tratamento com propargite (duas aplicações

    a 216 mg de i.a./L), sem a liberação de  N. californicus, não foi eficiente para o controle de T.urticae. Apenas as aplicações do acaricida não foram capazes de reduzir o número de ácaros T.urticae para níveis abaixo de 15,9 ácaros/folíolo, durante todo o período do experimento (Sato et

    al., 2006b). Esses resultados indicam que a utilização de ácaros predadores em associação comacaricidas seletivos constitui-se em uma boa estratégia de manejo de ácaros-praga em morangueiro.A utilização de acaricidas seletivos torna-se quase obrigatória para os produtores que não fazemmonitoramento da população de acaro rajado no campo e, portanto, não conseguem definir o momentoadequado para a liberação dos predadores. A liberação de ácaros predadores em morangueiro eornamentais também pode contribuir para a redução dos casos de resistência de ácaro rajado aacaricidas, devido à menor necessidade de uso de acaricidas e, portanto menor pressão de seleção

     por esses compostos.Ressalta-se que além de N. californicus outras espécies como Amblyseius idaeus Denmark 

    & Muma e P. macropilis também apresentaram boa eficiência para o controle biológico do ácarorajado em morango no Brasil, sendo agentes biológicos potenciais para o emprego em programasde manejo de pragas nesta cultura (Ferla et al., 2007; Watanabe et al. 1994). Com relação ao ácaroP. macropilis o maior problema relacionado à sua introdução em cultivos convencionais de morangoé a sua elevada suscetibilidade a vários agrotóxicos registrados para essa cultura. Uma solução paraesse problema é o emprego de linhagens resistentes desse predador a alguns dos principaisingredientes ativos utilizados para o controle de pragas em morangueiro. Nesse sentido, um trabalhode monitoramento da resistência de P. macropilis a deltametrina revelou variabilidade nasuscetibilidade das populações desse predador coletadas em campo, sendo detectadas populaçõescom razões de resistência (RR) de até 3.500 vezes (Poletti, 2007).

    5 Controle biológico de fungus gnats com uso de ácaros predadores em morangueiro

    Uma praga de solo que atualmente tem causado sérios problemas em sistemas de cultivo protegido para produção de mudas é uma mosca pertencente à família Sciaridae. Esse inseto éconhecido como fungus gnats ou sciara, observando-se que o gênero mais encontrado é Bradysiaspp. O termo fungus gnats é utilizado pois esse inseto normalmente se alimenta de fungos encontradosno solo. Os adultos são mosquinhas de pouco mais de 2 mm, que possuem asas escuras e antenaslongas. Esses insetos possuem dificuldade em voar, permanecendo próximas dos substratos ou

     bancadas das casas-de-vegetação. Cada fêmea coloca cerca de 150 ovos no substrato, entre 3 e 4dias eclodem as larvas, que são delgadas com a cabeça preta e corpo liso semi-transparente revelandoo conteúdo do trato digestivo. O desenvolvimento dessas larvas é de aproximadamente 14 dias.Durante esse período além do dano direto nas raízes o ataque desse inseto pode deixar as mudasmais vulneráveis a doenças. As moscas adultas também podem causar prejuízos na produção demudas atuando na disseminação de fungos fitopatogênicos entre as plantas. Um problema relacionadoa essa praga é que os sintomas de seu ataque podem ser confundidos com a ocorrência de doenças,dificultando o seu controle.

    Em cultivo protegido de morango, Radin et al (2006) relataram que o crescimento do númerode plantas atacadas por larvas dessa praga em casa de vegetação coincidiu com a verificação deocorrência da antracnose do rizoma (Colletotrichum fragariae) e também com sintomas de mofo

    cinzento ( Botrytis cinereai). Dessa forma os pesquisadores reportaram que as larvas desse inseto- praga, além de causarem danos diretos nas raízes das mudas, ainda deixaram aberta a porta para oataque de doenças, e que além disso a mosquinha adulta atuou na disseminação de fungosfitopatogênicos entre as plantas.

    Uma alternativa para o manejo dessas moscas é o uso dos ácaros predadores de solo, cuja principal família é Laelapidae. Dentre as espécies que apresentam potencial para o controle defungus gnats, destaca-se Stratiolaelaps scimitus (Womersley), sendo que esse predador alimenta-se

     preferencialmente de larvas e ovos desse inseto-praga. Esse predador é comercializado em vários

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     países da Europa e América do Norte. No Brasil, devido aos avanços científicos nos estudos comesses ácaros, o emprego prático para o controle dessa mosca tem se mostrado bastante promissor.Uma das recomendações é que a liberação inundativa desses ácaros seja realizada logo após o

     plantio das mudas, quando a densidade populacional da praga ainda é baixa, o que pode garantir o

    sucesso em programas de manejo. A utilização de armadilhas amarelas pode contribuir com omonitoramento de adultos dessa mosca, indicando sua presença no sistema de produção.

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    III ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL

    MANUSEIO PÓS-COLHEITA, COMPOSTOS FUNCIONAIS E LOGÍSTICA DEDISTRIBUIÇÃO DE MORANGOS

    CELSO L. MORETTI

    Eng. Agrônomo, Dr., Laboratório de Pós-colheita, Embrapa Hortaliças, Brasília, DF. [email protected] 

    1. IntroduçãoO morango (Fragaria x ananassa Duch) é a única hortaliça da família das rosáceas (Filgueira,

    2003). É um fruto amplamente apreciado e consumido em todo o mundo tanto em sua forma innatura  quanto como ingrediente de produtos industrializados (Seeram et al., 2006). O início docultivo do morangueiro no Brasil não é bem conhecido (Camargo & Passos, 1993). Carvalho (2006)descreve que a introdução da cultura deu-se por volta da década de 50 do século passado no sul doestado de Minas Gerais, no município de Estiva. Entretanto, a cultura começou a expandir-se a

     partir da década de 1960, com o lançamento da cultivar Campinas (Passos & Trani, 1997). Desdeentão tem se disseminado em várias regiões brasileiras, notadamente nos estados do Rio Grande do

    Sul, São Paulo e Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina, Espírito Santo e Distrito Federal, em regiõesde solos e climas diversos.O cultivo é basicamente realizado por pequenos produtores rurais, que usam mão-de-obra

    familiar, durante todo o seu ciclo, sendo a maior parte da produção destinada ao mercado in natura.Todavia, a cultura tem despertado interesse de empresários em diversos pontos do Brasil que têmmontado estruturas maiores e mais complexas visando o atendimento com qualidade tanto demercados locais quanto de mercados mais distantes como o nordeste brasileiro.

    Por ser um fruto bastante delicado e muito sensível ao manuseio, é extremamente importanteque todos aqueles envolvidos na cadeia produtiva do morango tenham conhecimento acerca dos

     principais cuidados relativos ao manuseio desta hortaliça.O presente artigo aborda os principais aspectos do manuseio pré e pós-colheita, compostos

    funcionais e logística de distribuição de morangos.

    2. ColheitaComo toda fruta e hortaliça, morangos devem ser colhidos nas horas mais frescas do dia,

    isto é, ao amanhecer ou no final da tarde. Após a colheita os frutos devem ser imediatamente retiradosdo contato direto da luz solar, sendo dado prosseguimento às demais etapas do processo de

     beneficiamento.

    a. Fatores pré-colheitaA qualidade de morangos na pós-colheita está intimamente ligada aos cuidados que foram

    dispensados aos frutos durante a fase de pré-colheita. Assim, adequado manejo do solo e da água,controle integrado de pragas e doenças e nutrição mineral, dentre outros, devem ser conduzidos deforma criteriosa a fim de garantir frutos de excelente qualidade sensorial aos consumidores.

    b. Produção seguraA inocuidade dos alimentos consumidos tem sido uma preocupação diária em todo o mundo.A cada dia que passa a população entende que sua saúde está diretamente relacionada com o alimentoconsumido. A produção segura de morangos envolve uma série de etapas, desde a escolha do material

     propagativo até sua comercialização na forma fresca ou processada. Em cada uma dessas etapasexiste a possibilidade de contaminação química, física e microbiológica, que pode potencialmentefazer mal à saúde do consumidor. Em face desses desafios, a adoção de ferramentas de gestão dasegurança e da qualidade de frutas e hortaliças vem crescendo significativamente em vários países,norteando diversos processos de comercialização, sendo utilizada, em alguns casos, como barreiranão-tarifária para produtos exportados para os mercados europeu, americano e asiático. Dentre os

     processos adotados na busca pelos padrões exigidos de segurançae inocuidade destacam-se as BoasPráticas Agrícolas (BPA), a Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) e a Produção

    Integrada de Morango (PIMo), que recentemente teve as normas técnicas específicas para produção

  • 8/16/2019 sobre plantação de morango.pdf

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    PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL - BRASIL

    12 - 14 agosto 2008

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    integrada divulgadas. É importante salientar também que a rastreabilidade é parte integrante eindispensável do processo de obtenção de morangos seguros (Moretti & Mattos, 2007).

    c. Cuidados na colheitaA época de colheita de morangos depende, sobretudo, da cultivar em produção e da região

    de cultivo. De maneira geral, a colheita ocorre de abril e outubro em regiões mais quentes, podendoestender-se até dezembro em regiões mais frias, como o sul do Brasil. A colheita normalmente éfeita entre 60 e 80 dias depois do plantio das mudas, dependendo da região de cultivo. A colheita éfeita manualmente quando os frutos têm entre ½ e ¾ da superfície com predominância de cor vermelha brilhante, indicando estarem maduros (Cantillano, 2006).

    Com o incremento do transporte refrigerado, o ponto de colheita dependerá também dadistância do mercado de destino. Frutos mais maduros devem ser enviados para mercados mais

     próximos assim como frutos com estádio de amadurecimento menos desenvolvido podem ser enviados para mercados mais distantes.

    3. EmbalagemA colheita de morangos é feita em boa parte das regiões produtoras em cestas feitas de

    madeira ou taquara. Todavia, pela dificuldade de sua higienização, muitos produtores estão optando pela utilização de cestas plásticas, que possibilitam a desinfecção.

    Após a colheita os frutos são levados para casas de embalagem ou galpões de beneficiamentoonde são selecionados, classificados e embalados em bandejas de poliestireno (isopor) envoltas emfilme de cloreto de polivinila (PVC). Mais recentemente, morangos também têm sido embaladosem embalagens de plástico rígido de tereftalato de polietileno (PET), com aberturas para trocas decalor e de gases.

    As embalagens plásticas são normalmente colocadas em bandejas de papelão que comportam4 caixas de plástico (PET) com uma única camada, que são então empilhadas e armazenadas oudespachadas para o mercado de destino.

     Nos estados americanos da Flórida e Califórnia os frutos são colhidos diretamente em pequenas cestas plásticas que posteriormente são envoltas em filme de PVC ou em embalagens de

    PET perfuradas. Posteriormente, são colocados em bandejas de papelão com capacidade para 4 a 5kg de morangos (Mitcham, 2004).

    4. Resfriamento rápidoO resfriamento rápido é utilizado para remover o calor de campo do produto, contribuindo

     para prolongar a vida de prateleira, inibir o crescimento de microrganismos patogênicos e reduzir a perda de água. Tal prática deve ser executada o mais rápido possível, tendo-se em vista que, emmédia, a cada 10°C de elevação de temperatura de armazenamento de um produto, a taxa dedeterioração aumenta de duas a três vezes.

    A principal preocupação em qualquer processo de resfriamento rápido reside nadeterminação do tempo necessário para que o produto atinja a temperatura de resfriamento completo.Assim, parâmetros como “tempo de meio resfriamento” e “tempo de 7/8 de resfriamento” devemser calculados. O tempo de meio resfriamento corresponde ao tempo necessário para se resfriar o

     produto até a temperatura média entre a inicial e a temperatura do meio de resfriamento (Cortez etal., 2002). De maneira prática, se uma carga de morangos a 30 °C for colocada numa câmara a 10°C e demorar 8 horas para chegar a 15 °C, ele levará outras 8 horas para atingir 7,5 °C, e assim por diante.

    Por serem extremamente perecíveis, morangos devem ser resfriados no máximo uma horaapós a colheita a fim de evitar-se a perda de qualidade. O manejo da temperatura é o principal fator 

     para a manutenção da qualidade e redução da deterioração de morangos. O resfriamento rápidocom ar forçado é o mais indicado embora o método da câmara fria também seja empregado emalguns casos. Idealmente, morangos devem ser resfriados até próximo a 0 oC e assim devem ser mantidos durante todo o processo até o consumidor final (Talbot & Chau, 2002). Em termos práticos,sugere-se que os frutos sejam resfriados o mais