SOBRE UMA REVOLUÇÃO DE IDENTIDADE, ROMPIMENTO COM A SOCIEDADE, BUSCA PELA FELICIDADE E POR REALIZAÇÃO INDIVIDUAL E ESPIRITUAL – EM “NA NATUREZA SELVAGEM”

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    UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

    INSTITUTO DE PSICOLOGIA

    INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA CLÍNICA

    SOBRE UMA REVOLUÇÃO DE IDENTIDADE, ROMPIMENTO COM ASOCIEDADE, BUSCA PELA FELICIDADE E POR REALIZAÇÃO

    INDIVIDUAL E ESPIRITUAL – EM “NA NATUREZA SELVAGEM”;

    And! "#n$% S'()*+ C-#.

    G*/$#- A-#0*nd$n S$-1*

    G*/$#- Gn+2-#+ S.#3*n

    G$1*n* A4n5 d# C*5. A/#&

    São Paulo, Junho de 2014

    1

    Trabalho desenvolvido por André Henrique Schwar !ole""o#n$ %SP &'('())*, +abriel Aleandrino Silva #n$ %SP

    &'('1(0*, +abriel +on-le S"er.an #n$ %SP &'('(/0* e+iovana Aonso de !as"ro Abreu #n$ %SP &'('1/* co. a

    inalidade de aprovaão na disciplina 3n"roduão 5Psicolo6ia !l7nica8, .inis"rada pelo proessor +ilber"o

    Sara9

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    “Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma

     parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se

     fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte

    de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não

     perguntes por quem os sinos doram; eles doram por ti!.

     John Donne, poeta inglês.

    "#ois anos ele caminha pela terra. $em telefone, sem piscina, sem animal de

    estima%ão, sem cigarros. &ierdade definiti'a. (m e)tremista. (m 'ia*ante estético cu*o

    lar é a estrada. +ugido de tlanta, não retornars, porque !o este é melhor!. E agora

    depois de dois anos errantes chega / 0ltima e maior a'entura. atalha final para

    matar o ser falso interior e concluir 'itoriosamente a re'olu%ão espiritual. #e1 dias e

    noites de trens de carga e pegando carona tra1em-no ao grande e ranco Norte. 2ara

    não mais ser en'enenado pela ci'ili1a%ão, ele foge e caminha so1inho sore a terra

     para perder-se na nature1a." 

     Na Natureza Selvagem, filme de Sean Penn

    INTRODUÇÃO

    3Happiness is onl: real when shared9 8 ; essa a rase que, na co.posião deu.a cena, encerra a obra cine.a"o6r-ica

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    quei.a "odos os seus docu.en"os, doa "odo seu dinheiro 5 caridade e par"e se. ru.o pelo pa7s9 Abandona a"é .es.o sua pr?pria iden"idade, reno.eandose AleanderSuper"ra.p9 Sendo assi., u"iliase do con"a"o co. a na"urea, principal.en"e da caa,e do con"a"o co. pessoas que encon"ra no ca.inho para sobreviver e se6uir a aven"ura9A"é que, ap?s 2 anos de via6ens, eplorando as .ais diversas paisa6ens es"adunidenses,!hris"opher es"abelece o Alasca co.o des"ino de suas via6ens e passa a se dedicar para

     poder a"in6ir esse des"ino9

    DESENVOLVIMENTO

    3aracteri1a%ão da personagem 3hristopher 4ohnson 5c3andless

      não condi co. as suas con"in6Mncias

     psicol?6icas #de es"ru"uraão do sel* e que, por"an"o, não é poss7vel alcanar aelicidade vivendo no sis"e.a observadoF !hris"opher pode ser descri"o co.o o "7picooutsider, ou se@a, aquele que não se encaia ou não vM sen"ido nos 6rupos ao seu redor9

    A @ornada co.ea co. a decisão do persona6e. de quei.ar os seusdocu.en"os, despindose, de cer"a or.a, de seu su@ei"o civil ou qualquer coisa que oiden"iique co.o "al9 Aqui co.ea a relaão si.b?lica de !hris co. ob@e"os do en"ornoFu.a das or.as de .anies"aBes psicosso.-"icas #co.o a lin6ua6e. corporal, poree.plo* é a capacidade de a"ribuir si6niicados a ob@e"os ani.ados ou inani.ados,concre"os ou abs"ra"os, "ransor.andoos e. s7.bolos de si6niicado pessoal oucole"ivo9 Ao quei.ar seu docu.en"o de iden"idade, o persona6e. .os"ra suadissonKncia co. o papel que dese.penha na cole"ividade e vai e. busca do si6niicadoque a palavra realidade "e. e. si .es.oN e. ou"ras palavras, !hris"opher par"e e.

     busca de u. sen"ido para sua eis"Mncia e do conheci.en"o do pr?prio sel, incluindo acons"ruão de s7.bolos pessoais que possa considerar co.o verdadeiros9

    A relaão si.b?lica perpassa "odo o lon6a.e"ra6e.F ao eibir planosaber"os de paisa6ens dos Es"ados %nidos, o dire"or con"rapBe a vas"idão da na"ureaselva6e. #presen"e no pr?prio "7"ulo* co. a des"i"uião de qualquer posse ou a.bien"e

     por par"e do persona6e. via@an"e9 ; consenso na psicolo6ia cl7nica que o conheci.en"oreal se d- a par"ir de duas dire"riesF a noão de "e.po e a de espao9 A pri.eira éobvia.en"e presen"e na pr-"ica de narrar acon"eci.en"os pelo analisado, u.a ve que

    ele es"abelece passado, presen"e e u"uro co.o or.a de assen"ar suas eperiMnciasnu.a base es"-velN quan"o ao espao, a carac"eriaão do indiv7duo e de sua

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     personalidade não é res"ri"a ao seu aparelho .en"al, .as epressa si.bolica.en"e aoseu redor #se@a na or.a de .oda ou arqui"e"ura, por ee.plo*9 E. su.a, h- u. espaoao redor do indiv7duo, que varia de cul"ura para cul"ura, e"nia para e"nia, que es"econsidera par"e de siN a o"o6raia da pel7cula analisada é usada co.o ar"i7cio para.os"rar a indeinião presen"e na cabea de !hris"opher sobre sua pr?pria

     personalidadeF a vas"idão e"erna "raduse nu.a vas"idão in"erna, .os"rando u.a persona6e. co. sua corporeidade não deli.i"ada, u.a .e"-ora perei"a para ascarac"er7s"icas inacabadas e se.pre e. devir #vis"o que o il.e é u. road .ovie* dacondião hu.ana9

    Poré., ao rene6ar a l?6ica .a"erialis"a, se analisar.os a decisão de !hrissob u.a ?"ica aris"a, es"e "a.bé. isolase de u.a das principais or.as decons"ruão da psiquM de que ho.e. é do"adoF a capacidade de relacionarse co. oou"ro9 C ho.e. é essencial.en"e u. ser relacional, que cons"r?i "odas as suas noBes,

    concei"os, preconcei"os e do6.as pessoais a par"ir da in"eraão euou"ro9 A alienaãoconscien"e de !hris"opher e. sua via6e. pode ser considerada co.o u.a cer"a.iso6inia, "odavia não decorre de u.a aversão ao ho.e., .as do es"ranha.en"o ren"eo pr?prio ho.e. que eis"e e. si, u.a evidMncia reside no a"o de seu isola.en"o seresporadica.en"e "ra7do no decorrer de sua via6e.F o con"a"o co. es"ranhos deiaques"Bes per"inen"es #que serão analisadas pos"erior.en"e* do passado do persona6e.sa7re. para o e"erior, "ornandose de posse do epec"ador e que serve. para eplicarcer"os aspec"os do desa@us"a.en"o do .es.o9

     Estaelecendo rela%6es7 processo de indi'idua%ão

    A @ornada 6eo6r-ica do persona6e. ao lon6o dos Es"ados %nidos pode serconsiderada u.a e"erioriaão da @ornada in"erna, na qual ele vai e. busca do encon"roco. o seu sel, deiando para "r-s "udo que @ul6a inco.pa"7vel co. aquilo que para eleé "ido co.o real9

    Tal @ornada pode ser in"erpre"ada co.o u.a analo6ia ao concei"o deindividuaão, elaborado pelo psicanalis"a !arl +us"ave Jun6 e presen"e na psicolo6ia

    anal7"ica9 Oescri"a co.o u. processo de che6ada ao au"oconheci.en"o, a individuaãoé .ui"as vees en"endida co.o o 3alcanar a pereião8, .as na verdade reerese au.a visão .ais realis"a de si .es.o, di.ensionando para o indiv7duo não apenasnoBes de seu conscien"e, co.o "a.bé. do seu inconscien"e9 Assi. co.o para!hris"opher, a individuaão represen"a u. [email protected]"o de "odos os s7.bolosconsiderados se. sen"ido, .as dos quais a par"e e cons"ruão de u.a si.bolo6ia#concei"ual e i.a6é"ica* consonan"e co. o sel do indiv7duo9

    Oen"ro da psico"erapia Jun6uiana o processo pode ser considerado doloroso,u.a ve que consis"e e. abraar suas an6s"ias e "ransi"ar nu. "erreno ins"-vel de

    inse6uranas #assi. co.o a o persona6e. do il.e, ao lanar se. .ui"osequipa.en"os ou i"iner-rio na es"rada*, .as a "erapia anal7"ica não descar"a que o

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     processo pode se dar de or.a na"ural, ou se@a, se. o aco.panha.en"o de u. psic?lo6o9

    passado e o amiente formador do self do personagem

    !o.o air.ado an"erior.en"e, duran"e o decorrer do il.e, ques"Bes do passado de !hris"opher são elucidadas, deiando o epec"ador e. plena capacidade de perceber que .ui"os delas de.ons"ra. o porquM do desa@us"a.en"o do persona6e. e desua necessidade de sair e. u.a busca por independMncia e liberdade, de .elhorconheci.en"o de si .es.o9

    .edida que essas ques"Bes aparece. no il.e, é poss7vel perceber essa busca "a.bé. de u.a or.a dieren"e, não s? co.o u.a u6a da vida e. sociedade e

    da orde. social insa"isa"oria.en"e prées"abelecida ao persona6e., .as principal.en"e co.o u.a u6a das con"in6Mncias de seu pr?prio passado "urbulen"o9!hris"opher cresceu e. .eio 5 u. a.bien"e e"re.a.en"e violen"o e cheio de.en"iras, aos pais que bri6ava. cons"an"e.en"e, e 5 violMncia do.és"ica sorida pela.ãe9

    Esse passado é abordado no il.e a"ravés de lashbacQs narrados pela persona6e. !arine c!andless, ir.ã do pro"a6onis"a9 Ruer essa escolha "enha sidoei"a .ais pela plas"icidade e es"é"ica e es"é"ica da obra, ela represen"a "a.bé. 6rande

     par"e do que a ir.ã represen"ou para !hris"opher9 A"ravés de sua pr?pria narraão do

    il.e, é poss7vel perceber co.o !arine era a nica personalidade do conv7vio de!hris"opher e. que. ele coniava plena.en"e, al6o que pode ser @us"iicado pelo a"ode que ela era a nica que presenciava e co.par"ilhava co. ele as eperiMncias"rau.-"icas de sua inKncia e adolescMncia, co.o as cenas de violMncia que observavae. casa9

    Pesquisando a his"?ria real de !hris"opher c!andless, é poss7vel encon"rar rela"os de ou"ras carac"er7s"icas @- observadas e. sua @uven"ude que pode. acil.en"e

     percebidas co.o u.a prédisposião ao que viria ocorrer na 3revoluão8 que provocoue. sua vida9 !hris"opher se.pre ora u. @ove. ener6é"ico e espor"is"a e, quando

    capi"ão do "i.e de crosscoun"r:, es"i.ulava seus cole6as de "i.e a abordare. a corridaco.o u. eerc7cio espiri"ual, correndo do ?dio e do .al que ele clara.en"e via no.undo9

    Alé. disso, é poss7vel observar, alé. da or.aão acadM.ica proporcionada pela condião da a.7lia de classe al"a, "a.bé. nas preerMnciasli"er-rias do @ove. u.a clara "endMncia a al6o .ui"o dis"an"e do conor.is.o9nluenciado por JacQ Gondon, Tols"oi e Thoreau, é claro de onde sur6iu par"e de suaindi6naão e cr7"ica 5 sociedade, assi. co.o a von"ade por u. per7odo de via6ens e

     busca espiri"ual, ou u. per7odo "horeauniano de con"e.plaão soli"-ria9

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    Cu"ro aspec"o i.prescind7vel de ser des"acado e. u.a an-lise da vida de!hris"opher é a idade e. que se encon"rava quando decidiu pro.over "al revoluão e.sua vida9 niciando suas via6ens e. 1''0, c!andless "inha 22 anos9 Essa idade é "idae. consenso por psic?lo6os de aborda6e. cl7nica ainda co.o u. per7odo de cer"ai.a"uridade e.ocional e leibilidade na vida9 %. @ove. de 22 anos apresen"a co..ui"a ora "odas as an6s"ias ineren"es aos seres hu.anos, carac"eriadas por aliBesreeren"es a es"ru"uraão da vida co.o u. "odo, en6lobando principal.en"e ques"Bes desa"isaão pessoal e de vocaão9

    A ques"ão de vocaão, in"ensa.en"e presen"e na sociedade con"e.porKnea,"ra"a não s? de u.a deinião da proissão ideal a ser escolhida e se6uida por u.indiv7duo, .as "a.bé. de "odo u. .odo de vida, u. co"idiano e as relaBesin"erpessoais que essas escolhas, de peso i.por"an"e, represen"arão e. sua vida9 Essaques"ão "e. o -pice de sua presena na adolescMncia, .as, co. 22 anos, pouco ap?s o

    i. desse per7odo, o @ove. adul"o ainda "e. nesse aspec"o or"es ques"iona.en"os, principal.en"e se as escolhas @- ei"as por ele, se é que @- e essas escolhas,represen"a. real.en"e sua von"ade e seu sel9 Cu se@a, na idade e. que c!andless seencon"rava quando co.eou sua aven"ura, lo6o ap?s se 6raduar na E.or: %niversi":,ele provavel.en"e es"ava e. u. .o.en"o de or"es ques"iona.en"os sobre suasescolhas e o quan"o elas represen"ava. sua personalidade, seu eu, ou era. apenas ru"osde u.a i.posião social, re6ida por u.a l?6ica de .eri"ocracia e .a"erialis.ocapi"alis"a que ele clara.en"e despreava9 Ainda e. u.a idade de leibilidade dessasescolhas, quando ainda não é "ão pr?i.a u.a necessidade de es"abilidade s?cioae"ivaou s?cioecon.ica, e na qual ainda é rela"iva.en"e -cil #co.parandose a idades .aisavanadas* op"ar por .udanas radicais, é perei"a.en"e co.preens7vel a decisão de!his"opher de provocar u.a revoluão e. sua vida co"idiana9

    Toda essa prédisposião ao ocorrido proporcionada pela idade e. quec!andless se encon"rava oi desper"ada, con"udo, por u. .o.en"o de crise9 Assi.co.o "oda .udana radical na vida de u.a pessoa é nor.al.en"e provocada por u.asi"uaão ou es"ado que unciona co.o es"opi., no il.e

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    “Nada é permanente, e)ceto a mudan%a. ! 8 Heráclito de Éfeso

    “E tamém sei como é importante na 'ida não necessariamente ser forte,

    mas sentir-se forte, confrontar-se ao menos uma 'e1, achar-se ao menos uma 'e1 na

    mais antiga condi%ão humana. Enfrentar a pedra surda e cega a sós, sem a*uda além

    das próprias mãos e da cae%a." 8 Na Natureza Selvagem, filme de Sean Penn

    ; claro, por"an"o, co.o !his"opher era u. indiv7duo passando por v-riascrises in"ernas, crises essas que leva. a .udanas e 5 u.a revoluão de iden"idade9 Aiden"idade é, na verdade, u. .i"o, u.a ve que o ho.e. é u. ser inco.ple"o, se.pree. "ransor.aão, se.pre e. devir9 Sendo assi., é @us"iic-vel a decisão es"é"ica da

     produão do il.e

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     busc-lo9 ; nesse per7odo que ele conhece =a:ne, que lhe oerece u. e.pre6o, paraque ele consi6a dinheiro e possa co.ear a se preparar isica.en"e para poder che6ar nou"uro ao Alasca9

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    ru.o, rene6ando, por ee.plo, aos seus pais a presena do ilho e assi. por dian"e9Jul6ara. que sua condu"a oi u.a si.ples busca despre7vel por aven"ura9 Poré.,

     podese inerir que "ais @ul6a.en"os de valores são .ui"o .ais sin"o.-"icos da condiãodos apon"adores do que a do pr?prio !hris"opherF é paradoal que nu.a sociedade que

     pra"ica.en"e inven"ou o individualis.o #os Es"ados %nidos* u. indiv7duo se@arechaado por ir e. busca de valores pr?prias e do en"endi.en"o de al6o que dM sen"idoa sua eis"MnciaN valore pessoais são precedidos por u.a l?6ica produ"iva e u"ili"aris"a,que rele6a ao espiri"ualis.o e ao descrédi"o da ilosoia ques"Bes que deveria. ser"o.adas co.o con"in6enciais9 Tal necessidade @- era advo6ada por S?cra"es no séc9 a9!9, ao pos"ular a .-i.aF 3conhece"e a "i .es.o8, rase que o persona6e.!hris"opher provavel.en"e conhecia e co. a qual encerrase a presen"e .ono6raia9

    CONCLUSÃO

    A "ra@e"?ria de !hris"opher c!andless e. busca do au"oconheci.en"o e daliberdade das a.arras sociais e si.b?licas que o prendia., al6u.as decorren"es da

     pr?pria sociedade, ou"ras de "rau.as soridos na pri.eira par"e de sua vida, pode serencarada co.o u.a 6rande .e"-ora para o que acon"ece no "rabalho cl7nico, salvo u.adierena .e"odol?6ica b-sicaF ao verse e. desalinho co. o ho.e., !hris"oper decideaas"arse de seus se.elhan"es, i6norando a carac"er7s"ica relacional in"r7nseca a suana"urea9

    A dico"o.ia na"ureacul"ura "a.bé. é cons"an"e no lon6a.e"ra6e.F o

     persona6e. acredi"a que para viver na 3na"urea selva6e.8 seria necess-rio dis"anciarse de seus aspec"os .ais civiliadosN u.a al-cia, u.a ve que desde os seus pri.?rdioso ho.e., ou aquilo que pode ser deno.inado seu preceden"e no 6rupo dos pri.a"as,

     precisou da na"urea para sobreviver, .as "a.bé. se.pre viveu e. con"a"o co. osde.ais, e. sociedade9 duras penas o persona6e. aprende essa lião e "o.aconsciMncia do erro que co.e"euF ao encon"rar pessoas que lhe .os"rara. padrBes derelaão dieren"es daqueles proble.-"icos de sua inKncia, servindo de i6uras "ardias dereerMncia e deiar re6is"rado no .o.en"o de sua .or"e #!hris"opher .orre depois de"rMs .eses vivendo e. u. "railer no Alasca, provavel.en"e de inanião causada por

    envenena.en"o* que 3a elicidade s? é real quando co.par"ilhada8 #no ori6inal, e.in6lMs, 3happiness is onl: real when shared8*9 Abran6endo a epiania de !hris"opher

     pode.os concluir que não apenas a elicidade, .as a an6s"ia, o .edo, a saudade, oal7vio e os de.ais sen"i.en"os s? são reais quando assi.ilados e co.par"ilhados co. oou"ro, pois a eis"Mncia do en.eno se d- e. unão do observado, ou se@a, a realidadee. si s? eis"e no ou"roN .ais do que elicidade, o persona6e. busca pelo que é real,u. ob@e"ivo, e. ou"ras palavras9

    C il.e serve para .os"rar que apesar de seres inacabados, e. co.ple"oes"ado de devir #não s? na @uven"ude, .as e. "odas as ases da vida*, co.o u. via@an"e

    qualquer de u. road .ovie, so.os "a.bé. dependen"es do ou"ro para es"abelecer o queé o 3eu8 #no"e que a 6Mnese do pr?prio individualis.o es"- na vida e. sociedade*,

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    cons"ruindo aquilo que nos a nicos a par"ir da "roca e do in"ercK.bio, poss7vel,apenas, e. u.a relaão co. o ou"ro9

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