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Jöel Thrinidad Autor do livro “Mente aberta & coração tranquilo” STAKEHOLDERS Segundo pesquisa liderada pela psicóloga Betânia Tanure, 84% dos executivos brasileiros são infelizes no trabalho, 76% acessam o e-mail profissional fora do ambiente corporativo e 54% estão insatisfeitos com o tempo dedicado à vida pessoal. Os dados preocupantes incentivaram o escritor hispânico-brasileiro Jöel Thrinidad, entrevistado desta edição, a investigar as principais causas e também as soluções para o problema. Publicação TRANSAEX | Venda Proibida Distribuição Dirigida Divulgação TSX NEWS

STAKEHOLDERS - Jöel Thrinidad (Março/Abril - 2014)

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Jöel Thrinidad - Autor do livro “Mente aberta & coração tranquilo”

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Jöel Thrinidad

Autor do livro “Mente aberta &

coração tranquilo”

STAKEHOLDERSSegundo pesquisa liderada pela psicóloga Betânia Tanure, 84% dos executivos brasileiros são infelizes no trabalho, 76% acessam o e-mail profissional fora do ambiente corporativo e 54% estão insatisfeitos com o tempo dedicado à vida pessoal. Os dados preocupantes incentivaram o escritor hispânico-brasileiro Jöel Thrinidad, entrevistado desta edição, a investigar as principais causas e também as soluções para o problema.

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TRANSAEX

Atenciosamente,Paulo Eduardo Pinto

DIRETOR CORPORATIVO

A vida de um profissional, por mais competente e dedicado que seja, jamais se restringirá às atividades do universo corporativo. Após muito estudar o assunto, o escritor Jöel Thrinidad criou a tese de que os executivos possuem seis vidas e que o segredo da felici-dade é manter o equilíbrio entre todas elas. No bate-papo a seguir, Jöel fala sobre as razões da insatisfação de muitos profissionais e indica alguns passos a serem dados na busca da plenitude. Tenha uma ótima leitura!

DEPOIMENTOS

“A comunicação é importante, sobretudo nesses momentos de mudanças. Quando começa a crescer de forma rápida é que a empresa

precisa, mais do que nunca, do comprometimento de suas equipes.”

Thilde Rocha – Diretora da Link Comunicação STAKEHOLDERS – Fevereiro 2011

“Um dos motivos da alta rotatividade é a contratação malfeita. As pessoas são contratadas pelo currículo e demitidas pelas atitudes. Um bom currículo,

às vezes, mascara sérios problemas [...] Portanto, sugiro que o entrevistador analise também o passado do candidato.”

Eduardo Ferraz – Autor do livro “Seja a pessoa certa no lugar certo” STAKEHOLDERS – Fevereiro 2014

MATRiz: Rua Alagoas , 1000 - Conj 1001 Funcionários - Belo Horizonte / MG - 30130-160Tel: (31) 3232.4252 - www.transaex.com.br

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STAKEHOLDERS

• O livro “Mente aberta & coração tran-quilo” teve forte influência de uma pes-quisa que mostrou que 84% dos execu-tivos são infelizes no trabalho. Quais são as principais causas desse problema?

Foram entrevistados mais de mil exe-cutivos em 350 grandes empresas na-cionais. Eles responderam a um extenso questionário em que apontaram suas angústias, como prazos cada vez mais curtos, metas cada vez mais altas, co-brança por resultados, pouco tempo para a família e para os planos pessoais e, sobretudo, a insatisfação com o que estavam se tornando na pessoa física, ainda que a pessoa jurídica estivesse trabalhando para que tudo estivesse aparentemente bem. Muitos executivos se veem em constante conflito com o tempo que nunca é suficiente para a vida pessoal e para a vida profissional, acarretando ansiedade, insônia, pro-blemas familiares, desânimo, o cons-tante consumo de bebidas alcoólicas, drogas e uma infinidade de males que acabam refletindo em uma grande

infelicidade. A cobrança pelo sucesso faz parte dessa angústia, uma vez que estimula as pessoas a fazerem além do que precisam para ostentar uma falsa felicidade. Na verdade se esquecem que seriam melhores e teriam mais saú-de se tivessem mais tempo para curtir uma viagem e horas de lazer. Muitas vezes os filhos são tardios, resultado de um casamento tardio, adiado por cau-sa das prioridades com o trabalho. isso torna as pessoas não pais, mas avós diante dos próprios filhos.

• O senhor sente que o uso cada vez maior de recursos como smarthpho-nes, tablets e notebooks tem aumenta-do essa insatisfação?

Sim. Trabalhamos muito mais nos dias de hoje do que no passado. No século pas-sado, por falta de leis trabalhistas eficien-tes monitoradas pelos sindicatos e pela aproximação entre os empregados e o dono da empresa, os profissionais traba-lhavam, em média, 60 horas semanais. Hoje, com o avanço das leis reduzindo a

carga horária para 40 horas, trabalha-se tanto quanto ou ainda mais, uma vez que o profissional não precisa estar necessa-riamente dentro da empresa e nem ope-rando máquina nas fábricas. O celular se tornou uma prótese necessária, facili-tando não somente a localização, mas tornando-se também uma fonte de pre-ocupações antecipadas, de ansiedade e de um problema imediato que precisa de uma solução quando toca.

• O senhor trabalha o termo “mente aberta”. No seu entendimento, o que isso significa exatamente?

Significa estar antenado com o que está acontecendo de melhor à sua volta, prestando muita atenção não so-mente nas obrigações diárias, na com-

Jöel Thrinidad

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“Caminhamos para a era da coletividade, da conectividade e do compartilhamento, e menos da individualidade. Tudo à nossa volta requer o nosso olhar individual,

mas com a força de todos. Tenho certeza de que quando entendemos o outro, percebemos nele um olhar que antes não tínhamos tempo de ver.”

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petitividade e no advento das novas gerações e em como saber lidar com elas, mas também com a qualidade de vida, a saúde e o bem-estar indivi-dual e coletivo. Aos poucos, as pessoas passam a pensar em sustentabilidade quando percebem que suas vidas es-tão se tornando uma rotina caótica, in-centivada pelo consumo desenfreado das riquezas naturais sem uma efetiva reposição. Tudo isso gera uma angústia sem fim, incentivando o uso elevado de medicamentos para reposição de ener-gia e também para diminuir a ansieda-de. Mantém a mente fechada quem ainda não atentou para a necessidade de melhorar os aspectos sociais de sua vida, tornando as pessoas partes inte-grantes de sua existência e não somen-te as máquinas em sua frieza, elas que tudo fazem, mas nada sentem.

• Ter a mente aberta também significa não ter resistência às mudanças?

Mudar de fato se tornou uma necessida-de. As empresas atentaram para isso e es-tão reformulando seus conteúdos, proces-sos e produtos pensando na qualidade de vida das pessoas. Vê-se isso nas propa-gandas dos refrigerantes, nos constantes anúncios dos males do cigarro e da falta de atividade física e no quanto uma vida de excessos pode trazer de ruim para as pessoas. Observo que muitos executivos que antes reservavam um tempo para o cigarro do lado de fora das salas já se ocupam com outras atividades, como ir e vir do trabalho de bicicleta, praticar al-guma atividade física, ficar mais tempo com a família e ter mais contato com a natureza e com o ar livre. Morar perto do trabalho se tornou o maior bem que alguém poderia desejar e isso está fazen-do com que muitos pensadores sociais e arquitetos trabalhem em conjunto para fa-vorecer essa linha de consumo, que será pelos próximos anos o interesse de muitos, levando as fábricas até as periferias e as-sim diminuindo o trânsito, as aglomera-ções em horários de pico e as emissões

de gás carbônico na atmosfera. Aos pou-cos, estamos entendendo a diferença en-tre emprego e trabalho, compreendendo que emprego é fonte de renda e trabalho é fonte de vida. Essa é a melhor sabedoria que podemos praticar.

• O senhor nasceu na Espanha e re-alizou boa parte da sua formação no exterior. Nos quesitos satisfação profis-sional e qualidade de vida, a situação de lá é muito diferente da nossa?

A Espanha, como todo o continente ibé-rico e europeu, também vive suas crises e limitações. Entretanto, o bem-estar so-cial é o que difere o país do Brasil e de outros países da América Latina. Há mais preocupação com a saúde, com a cul-tura e com o bem-estar das pessoas. Nas empresas, a preocupação com a reciclagem acompanhou o crescimen-to das necessidades, tanto na redução de custos e do consumo interno quan-to na satisfação e no rendimento dos profissionais. As pessoas não deixam de fazer uma coisa em função da outra, mas se preocupam em juntar aquilo que gostam com aquilo que desenvolvem e nisso aos poucos vão percebendo que o trabalho ganha um aspecto diferente e muitas vezes de lazer. As lideranças, prin-cipalmente, destacam-se por ajudar os colaboradores a darem o melhor de si, em vez de estimular que tirem tudo de si.

• O senhor diz que o executivo possui seis vidas. Explique essa analogia.

No livro “As seis vidas do novo executivo – como ser bem-sucedido & feliz”, falei sobre os seis pilares em que se baseiam a nossa existência e no quanto isso nos remete a uma felicidade possível. A rea-lização de um sonho, as conquistas em relação à família, aos amigos e às redes sociais, o equilíbrio da ansiedade, a satis-fação com o trabalho e a busca pela paz interior e a religiosidade me fizeram per-ceber que tudo em nossa vida parte do equilíbrio e da sensatez que devemos ter

na hora de tomar decisões, sejam elas quais forem. A felicidade e a satisfação de vida passam pelo equilíbrio entre as vidas pessoal, familiar, social, afetiva, profissional e espiritual. Cada uma, ao seu modo, faz parte do que somos e do que seremos em um futuro próximo, não excluindo nenhuma. isso faz com que entendamos e tomemos consciência de que as horas excessivas dedicadas ao trabalho nos tornam ladrões das ho-ras dedicadas ao lazer para nós mes-mos, para com a família, com os ami-gos, com os romances e até mesmo com a própria espiritualidade, e que dar atenção a cada vida é prestar atenção àquilo que verdadeiramente importa. Com isso, diminuímos a rotina, o estres-se, as cobranças, melhoramos nosso ponto de vista, nossa relação com as pessoas e até as perspectivas de futuro. Tudo parte do equilíbrio, e o equilíbrio é o que nos coloca em paz com o mun-do e com tudo aquilo que cremos e em que trabalhamos para ser.

• Se pudesse eleger um grande de-safio para os profissionais brasileiros, qual seria?

Caminhamos para a era da coletivida-de, da conectividade e do comparti-lhamento, e menos da individualidade. Tudo à nossa volta requer o nosso olhar individual, mas com a força de todos. Tenho certeza de que quando entende-mos o outro, percebemos nele um olhar que antes não tínhamos tempo de ver. As cobranças muitas vezes são apenas o repasse daquilo que recebemos, quan-do na verdade o importante é a cons-ciência do que realmente é necessário versus aquilo que não faria nenhuma diferença se ficasse para depois. Que possamos entender que o trabalho é a realização que nos move, mas que, sem relacionamentos de qualidade com a família, os amigos ou com alguém mais íntimo, com nós mesmos e com Deus, nada nunca será o suficiente.

Stakeholders

DIbIAR Jöel Thrinidad