Upload
voanh
View
218
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS
CAMPUS DE CAICÓ
JEFERSON LUCENA DE MEDEIROS
STARTUPS: Origem no Brasil e o seu regime tributário específico,
com base no Projeto de Lei 321/2012.
CAICÓ – RN
2016
JEFERSON LUCENA DE MEDEIROS
STARTUPS: Origem no Brasil e o seu regime tributário específico,
com base no Projeto de Lei 321/2012.
Monografia apresentada ao Departamento de
Ciências Exatas e Aplicadas do Centro de Ensino
Superior do Seridó da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, para obtenção do título de
Bacharel em Ciências Contábeis.
Orientador (a): Prof. Esp. Celso Luiz Souza de
Oliveira.
CAICÓ – RN
2016
JEFERSON LUCENA DE MEDEIROS
STARTUPS: Origem no Brasil e o seu regime tributário específico,
com base no Projeto de Lei 321/2012.
Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas do Centro de
Ensino Superior do Seridó da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção
do título de Bacharel em Ciências Contábeis.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Profº Esp. Celso Luiz Souza de Oliveira - UFRN/CERES
Orientador
_______________________________________________________
Prof.ª Ms. Ricardo Aladim Monteiro - UFRN/CERES
Examinador
________________________________________________________
Prof. Ms. Sócrates Dantas Lopes - UFRN/CERES
Examinador
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ensino Superior do
Seridó - CERES Caicó
Medeiros, Jeferson Lucena de.
Startups: origem no Brasil e o seu regime tributário específico, com base no
Projeto de Lei 321/2012 / Jeferson Lucena de Medeiros. - Caicó/RN: UFRN, 2016.
48f.: il.
Orientador: Esp. Celso Luiz Souza de Oliveira.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Centro de Ensino Superior do Seridó - Campus Caicó.
Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas - Curso de Ciências Contábeis.
Monografia - Bacharelado em Ciências Contábeis.
1. Startups. 2. Inovação. 3. Tecnologia. I. Oliveira, Celso Luiz Souza de.
II. Título.
RN/UF/BS-CAICÓ CDU 657:336.22
Dedico esse trabalho a todos os jovens empreendedores do Brasil e que sonham em abrir seu
próprio negócio.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus por ter me proporcionado saúde e ter me tornado
uma pessoa de bem. A confecção de um trabalho acadêmico é marcada por companheiros
incansáveis, os livros, mas todo o trabalho teve a contribuição de várias pessoas, em especial,
a do meu orientador e amigo Professor Celso Luiz por sempre estar de prontidão para me
atender. Aproveito e agradeço também aos meus professores Ricardo Aladim e Ney
Fernandes por sempre me receberem para outros esclarecimentos com relação ao trabalho.
A minha mãe, por ter sempre me incentivado a ser uma pessoa honesta e determinada
nos estudos.
Ao meu pai, que sempre me deu exemplos de fazer as coisas certas e sempre me falar
que tudo na vida depende da nossa força de vontade.
A minha avó, mãe Mariquinha, que me criou desde 8 (anos) de idade com toda a
atenção e cuidado de mãe.
Ao meu falecido avô, por ter sido uma pessoa maravilhosa em vida e ter me dado
apoio quando mais precisei, em momentos difíceis da vida.
Ao meu irmão, Genar Lucena, que me incentivou e ajudou muito no decorrer de toda a
minha duração na faculdade com apoio financeiro e de amizade.
A minha namorada e amiga, Fernanda Oliveira, que sempre me estimula ao alcançar
meus objetivos.
Por último, e não menos importante, ao meu cachorro bolinha, que em momentos de
desespero me ajudava com seus gestos de afeto e carinho de cachorro carente.
“Muitas coisas não ousamos empreender por
parecerem difíceis; entretanto, são difíceis porque
não ousamos empreendê-las.”
(SÊNECA)
RESUMO
A inovação é um conceito amplamente utilizado no setor de tecnologia para aperfeiçoamento
de qualquer negócio. O presente trabalho tem por objetivo realizar um estudo através de uma
análise bibliográfica da redação do Projeto de Lei nº 321 de 2012, que tem como intuito trazer
um tratamento especial para as startups de tecnologia. O estudo foi realizado com base na
pesquisa básica, exploratória, pois as startups de tecnologia são empresas ainda pouco
exploradas no mercado brasileiro. Com a análise foi possível identificar que caso o referido
Projeto de Lei venha a ser aprovado e com isso ocorra criação do SISTENET haverá um
estímulo para uma gama de negócios que ainda estão em ascensão, tornando-os mais
desejados, abrindo, assim, espaço para incentivos à criação de outras startups no mercado.
Portanto, sua aprovação dará um maior impulso às empresas já existentes, como também
àquelas que serão criadas no âmbito das empresas de tecnologia no país.
Palavras- chave: Startups. Inovação. Tecnologia
ABSTRACT
Innovation is a widely used concept in the technology industry for perfecting any business.
The present work has the objective of carrying out a study through a bibliographical analysis
of the wording of Bill 321 of 2012, which aims to bring a special treatment to technology
startups. The study was carried out based on the basic exploratory research, because the
technology startups are companies still little explored in the Brazilian market. With the
analysis it was possible to identify that if the mentioned Law Bill were approved and with this
the creation of SISTENET will take place, there will be a stimulus to a range of businesses
that are still in the ascendancy, making them more desired, thus opening space for incentives
To the creation of other startups on the market. Therefore, theirs approval will give a boost to
existing companies, as well as to those that will be created within the technology companies
in the country.
Keywords: Startups. Innovation. Technology
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01 - Inovação e empreendedorismo ..................................................................... 20
Quadro 01 – Funções e atividades da contabilidade tributária ...................................... 24
Quadro 02 – Principais atributos sobre a CSLL ............................................................. 33
Quadro 03- Principais atributos do COFINS ................................................................. 34
Quadro 04- Classificação de atividades do Lucro presumido ......................................... 37
Quadro 05 Alíquotas pertencentes a cada ramo de atividades ....................................... 37
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 - Número de startups de tecnologia por estados ............................................. 15
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ART Artigo
Brasscom Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da informação e
Comunicação
CF Constituição Federal
CTN Código Tributário Nacional
DARF Documento de Arrecadação da Receita Federal
DAS Documento de Arrecadação Simplificada
EPP Empresa de Pequeno Porte
GEM Global Entrepreneurship Monitor
ICMS Imposto Sobre Circulação de Mercadoria e Serviços
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
IR Imposto de Renda
IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica
LALUR Livro de Apuração do Lucro Real
MEI Micro Empreendedor Individual
SEBRAE Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SOLTEX Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro
SRFB Secretária da Receita Federal do Brasil
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................14
1.1CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMÁTICA DO TEMA.............................................14
1.2 JUSTIFICATIVA................................................................................................................16
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA............................................................................................16
1.3.1GERAL.............................................................................................................................16
1.3.2 ESPECÍFICOS.................................................................................................................16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .....................................................................................18
2.1 EMPREENDEDORISMO..................................................................................................18
2.1.1 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL............................................................................31
2.1.2 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA GERANDO OPORTUNIDADE DE
NEGÓCIOS...............................................................................................................................20
2.1.3 STARTUP.........................................................................................................................21
2.1.4 STARTUP NA ÁREA DE NOVAS TECNOLOGIAS......................................................22
3 CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA...................................................................................23
3.1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ...................................................................................24
4 DIREITO TRIBUTÁRIO....................................................................................................24
4.1 ISENÇÃO E IMUNIDADE................................................................................................25
4.1.1 IMUNIDADE...................................................................................................................25
4.1.2 ISENÇÃO.........................................................................................................................25
4.1.3 INCENTIVOS FISCAIS ...................................................................................................26
4.2 PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS ..........................................................................................26
4.2.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA ..............................................................26
4.2.2 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE................................................................................27
4.2.3 PRINCÍPIO DA ISONOMIA TRIBUTÁRIA ....................................................................28
4.2.4 PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO .................................................................................28
4.2.5 PRINCÍPIO DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA ................................................................28
4.2.6 PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA ..................................................28
4.3 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA .........................................................................................29
4.4 TRIBUTO ..........................................................................................................................29
4.4.1 TAXAS..............................................................................................................................29
4.4.1.1 Taxas cobradas pela prestação de serviços públicos ...................................................30
4.4.1.2 Taxas pelo exercício do poder de polícia ....................................................................30
4.4.2 IMPOSTOS.....................................................................................................................31
4.4.2.1 IRPJ...............................................................................................................................31
4.4.2.2 ISS ...............................................................................................................................32
4.4.3 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS ..........................................................................................33
4.4.3.1 CSLL.............................................................................................................................33
4.4.3.2 PIS ................................................................................................................................33
4.4.3.3 COFINS........................................................................................................................34
4.5 REGIMES TRIBUTÁRIOS ..............................................................................................34
4.5.1 SIMPLES NACIONAL......................................................................................................35
4.5.2 LUCRO PRESUMIDO.....................................................................................................36
4.5.3 LUCRO REAL..................................................................................................................37
5 A IMPORTÂNCIA DOS INCENTIVOS DO ESTADO NOS PEQUENOS
NEGÓCIOS, PROGRAMAS DE ICENTIVOS A INOVAÇÃO: START-UP BRASIL E
TI MAIOR...............................................................................................................................38
5.1 PROJETO DE LEI Nº 321/2012: DOS INCENTIVOS......................................................39
5.1.1 O SISTENET (SISTEMA DE TRATAMENTO ESPECIAL PARA AS EMPRESAS DE
TECNOLOGIAS).......................................................................................................................40
6 METODOLOGIA................................................................................................................41
7 CONCLUSÃO..................................................................................................................... 43
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 45
14
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMATICA DO TEMA
No modelo de produção capitalista, defende-se como marco histórico referencial a
Revolução Industrial do século XVIII. É compreensível notar que a utilização do
conhecimento científico foi causador do surgimento de importantes inovações tecnológicas
que ocasionaram o aumento da produção e da produtividade. Atualmente, em um cenário
econômico mundial, cujas essenciais características presumem-se no aprofundamento do
processo da globalização e na gradativa competição entre os países por um lugar no mercado
internacional, o domínio científico e a inovação tecnológica tornam-se ainda mais
importantes.
Inovação pode ser definida como inserção no mercado de novos produtos, métodos,
processos ou sistemas ainda não existentes ou com caraterização nova em comparação com as
anteriores, com impactantes repercussões socioeconômicas (LEITÃO; MELO, 2010).
É de fundamental importância não confundir o termo inovação com invenção, apesar
de dar uma ideia de sinônimos, mas não são. Invenção é a criação de algo que não existia, já
inovação é o melhoramento de algo que já existe. A inovação pode ser dividida em dois tipos:
a incremental e a radical. A primeira é a ideia de aprimoramento de tecnologias já existentes e
a segunda que também recebe o nome de inovação descontínua ocorre quando algo novo
criado coloca as tecnologias anteriores em risco. (ALVES, 2013).
No início dos anos 2000, houve um disparo das empresas “pontocom” no Brasil
(DORNELAS, 2012). Em decorrência desse acontecimento, o empreendedorismo no País
começou a ser tratado com mais atenção pelo governo, acompanhando o exemplo dos Estados
Unidos, lugar onde os empreendedores são os largos impulsionadores da economia.
(DORNELAS, 2012).
A Geração y, conceito usado para caracterizar pessoas que nasceram na década de 80 e
90. Essas pessoas são caracterizadas por possuírem afinidades com os recursos tecnológicos,
são elas que estão na liderança da nova maneira de fazer negócios, as startups de tecnologia.
Nos Estados Unidos, as startups de tecnologia vêm se expandindo desde os anos 90, período
da bolha da internet, e o Brasil vem mostrando um potencial a partir dos anos 2000, no
entanto, foi nos anos de 2010 e 2011 que ganhou força. (ALVES, 2013).
15
Ries (2012, p. 18), empreendedor do Vale do Silício afirma que “uma startup é uma
instituição humana desenhada para criar um novo produto ou serviço em condições de
extrema incerteza”. Um ponto a se observar nessa definição é que elas são focadas em um
produto ou serviço.
O Vale do Silício fica na região da Califórnia, Estados Unidos, local onde está situado
um grupo de empresas instaladas a partir da década de 50 com o objetivo de incentivar e
produzir inovações científicas.
No Brasil, as startups de tecnologias estão mais presentes segundo a Startupbase12 –
plataforma de apoio às startups nacionais, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de
Janeiro, com números, respectivamente, de 1.302, 362, e 339. Já no Nordeste o estado que
mais se destaca em números dessas empresas é o Pernambuco com 114, seguido do Ceará
com número de 68, Paraíba com 31 e Rio Grande do Norte com 28 (STARTUPBASE, 2016).
Gráfico (1): Número de startups de tecnologia por estados.
Fonte: Própria
Pode-se observar que os Estados que mais se destacam em números dessas empresas
são os da região Sudeste. Já no Nordeste temos os estados do Ceará e Pernambuco. Vale
ressaltar que ainda há uma limitação dessas empresas, no Nordeste.
Atualmente, a tributação das startups de tecnologia é realizada conforme o seu
faturamento, podendo ser tributadas pelos regimes tributários comuns que são: SIMPLES
Nacional, lucro presumido e lucro real, no entendimento da Lei Complementar n° 116, que
dispõe sobre o imposto sobre serviço de qualquer natureza, de competência dos Municípios e
do Distrito Federal. As startups se encaixam como empresas de serviços.
16
Tendo como base o fato de que as empresas de novas tecnologias (startups) estão cada
vez mais comuns e ainda apresentam uma carência de incentivos concretos para atrair
investidores, surgiu a relevância de pesquisar sobre: Quais serão as vantagens que os
incentivos presentes no Projeto de lei 321/2012 trarão para as startups de tecnologias?
1.1.JUSTIFICATIVA
O presente trabalho justifica-se pelo fato de abordar algo relativamente novo, ainda
pouco trabalhado. O tema abordado em questão tem ganhado grande destaque no mercado de
trabalho, nos últimos anos. Segundo Gomes, (2013), as startups iniciam apoio ao programa
trainee para preencher a deficiência de profissionais de tecnologia e propalar a cultura
empreendedora que ainda é pouco trabalhada nas universidades do país.
O impacto na sociedade é que quase 80% dos brasileiros concordam em abrir seu
próprio negócio, valorizam o sucesso dos empreendedores e acompanham na mídia trajetória
de empreendedores bem-sucedidos. (GEM, 2015).
A relevância gerencial do trabalho é expor as mudanças que terá a legislação tributária
brasileira para se adaptar e incentivar a criação de novos negócios de tecnologia no Brasil.
Dessa forma, essa pesquisa se faz necessária para detalhar como será a abordagem do regime
tributário específico com base no Projeto de Lei 321/2012, originado do Senado Federal, que
está sendo criado para estimular, através de incentivos fiscais, as startups, na área de novas
tecnologias.
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA
1.3.1 GERAL
Identificar as atuais formas de tributações disponíveis para as empresas de novas
tecnologias (startups) e novo cenário tributário, caso o Projeto de lei 321/2012 venha a ser
aprovado.
1.3.2 ESPECÍFICOS
Revelar quais os benefícios que o Projeto de lei 321/2012 apresentará para as
empresas de novas tecnologia (startups) e quais são eles.
17
Identificar como as startups de tecnologia se encaixam nos regimes tributários
da legislação brasileira vigente.
Explicar os pré-requisitos que as startups de tecnologias precisarão conter para
se enquadrarem no SISTENET.
18
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 EMPREENDEDORISMO
No Capitalismo do século XXI, há praticamente quatro maneiras de um indivíduo
constituir rendimentos. Essas quatro formas, segundo Kiyosaki (2001), são: sendo
colaborador, mantendo uma relação de emprego, ganhando dinheiro, trabalhando para
empresas ou terceiros. Outra maneira é ser autônomo, ou seja, ganhando dinheiro trabalhando
para si. E por último, ser investidor lucrando com investimentos. Qualquer pessoa que deu
início a um negócio próprio é um empreendedor. Segundo Dolabela (2008), empreendedor é
alguém com a capacidade de identificar, agarrar e aproveitar as oportunidades, tentando e
gerenciando recursos para transformar as oportunidades em negócios de sucesso.
Conforme Ronstadt (2004, p.29), empreendedorismo pode ser definido como:
O processo dinâmico de criar riquezas. A riqueza é criada por indivíduos que
assumem os principais riscos em termos de patrimônio, tempo e/ou
comprometimento com a carreira ou que provem valor para algum produto ou
serviço. O produto ou serviço pode, ou não, ser novo ou único, mas o valor deve de
algum modo ser infundido pelo empreendedor ao receber e localizar as habilidades e
os recursos necessários.
Já para GEM (2015), em projeto de pesquisa sem fim lucrativo que tem como meta a
geração e divulgação de informações sobre o empreendedorismo no aspecto mundial, define-o
como:
Um processo que compreende as diferentes fases de desenvolvimento dos
empreendimentos, desde a intenção de iniciar um negócio, passando pelo processo
de efetivamente iniciá-lo (empreendedores de negócios nascentes com até três
meses) e chegando ao estágio de administrar esse negócio seja em um momento
ainda inicial (empreendedores de negócios novos com até 42 meses) ou já
estabelecido (empreendedores com negócios estabelecidos).
2.1.1 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
O termo empreendedorismo começou a ficar forte no Brasil em meados dos anos 90,
como fortes influências da criação das unidades SEBRAE (Serviço brasileiro de apoio às
micro e pequenas empresas) e SOLTEX (Sociedade brasileira para exportação de software).
Segundo Dornelas (2012, p.14),
O Sebrae é um dos órgãos mais conhecidos do pequeno empresário brasileiro, que
busca junto a essa entidade todo o suporte de que precisa para iniciar a sua empresa,
19
bem como consultorias para resolver pequenos problemas pontuais de seu negócio.
O histórico da entidade Soltex pode ser confundido com o histórico do
empreendedorismo no Brasil na década de 1990. A empresa foi criada com o intuito
de levar as empresas de software do país ao mercado externo, por meio de várias
ações que proporcionavam ao empresário de informática a capacitação em gestão de
tecnologia.
No decorrer de quase 30 anos, pode-se afirmar que o Brasil chega na segunda década
desse novo milênio dispondo de todo potencial para desenvolver um dos maiores programas
de incentivo ao ensino do empreendedorismo de todo o mundo, nivelado apenas aos Estados
Unidos, lugar onde mais ou menos existem duas mil escolas ensinando empreendedorismo
(GITAHY, 2010)
Segundo Sebrae (2015), o Brasil teve uma taxa de empreendedorismo de 39, 3%,
sendo o maior índice registrado nos últimos 14 anos, e, aproximadamente, o dobro do registro
em comparação com o ano de 2002, quando apresentava uma taxa de 20,9%. O estudo
também revelou que um total de 56% dos empreendedores que estão abrindo ou já abriram
uma empresa identificaram uma oportunidade.
Diante dessa realidade, é de extrema importância que um país acompanhe a ideia
empreendedora de sua população. Quando as pessoas percebem as oportunidades presentes no
local em que empreende notam que possuem a competência de obter proveito dessas
oportunidades, ou seja, toda a coletividade é privilegiada, seja na criação de empregos, seja no
prolongamento de riquezas do país. (SEBRAE, 2015).
A falta de percepção da importância da administração dos novos modelos de negócios
por parte dos empreendedores é uma causa fundamental do insucesso do negócio.
Conforme o SEBRAE (2016), os 10 atributos empreendedores são:
Busca de Oportunidades e iniciativa – desenvolver a capacidade de se
antecipar e de criar oportunidades de negócios com novos produtos e serviços;
Persistência – desenvolve a habilidade de enfrentar obstáculos para alcançar
o sucesso;
Correr riscos calculados – envolve a disposição de assumir desafios e
responder por eles;
Exigência de qualidade e eficiência – Relaciona-se com a disposição e a
inclinação para fazer sempre mais e melhor;
Comprometimento – Característica que envolve comprometimento pessoal,
colaboração com os funcionários e esmero com os clientes;
Busca de informações – características que envolvem a utilização constante
de dados e informações sobre clientes, fornecedores, concorrentes e sobre o próprio
negócio;
Estabilidade e metas – compreende saber estabelecer objetivos que sejam
claros para a empresa, tanto em longo prazo como em curto prazo;
Planejamento e monitoramento sistemático – desenvolve a organização de
tarefas de maneira objetiva, com prazos definidos, a fim de que possam ter os
resultados medidos e avaliados;
20
Persuasão e rede de contatos – engloba o uso de estratégias para influenciar e
persuadir pessoas e se relacionar com pessoas chave que possam ajudar a atingir os
objetivos do negócio;
Independência e autoconfiança – desenvolve autonomia para agir e manter a
confiança no sucesso.
Outras formas relevantes a se considerar são os dois tipos de empreendedorismo e
conforme Dornelas (2012, p.28), há essencialmente duas formas:
A primeira seria o empreendedorismo de oportunidade, em que o empreendedor
visionário sabe onde quer chegar, cria uma empresa com planejamento prévio, tem
em mente o crescimento que quer buscar para a empresa com planejamento prévio,
tem em mente o crescimento que quer buscar para a empresa e visa a geração de
lucros, empregos e riqueza. Está totalmente ligado ao desenvolvimento econômico,
com forte correlação entre os dois fatores. A segunda definição seria o
empreendedor de necessidade, em que o candidato a empreendedor se aventura na
jornada empreendedora mais por falta de opção, por estar desempregado e não ter
alternativas de trabalho.
2.1.2 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA GERANDO OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS
A vida humana foi revolucionada pela internet, apresentando novas maneira de
interação social, como também, trouxe novas oportunidades de fazer mercados. Com a
evolução da internet e a sua democratização, criou-se uma nova maneira de fazer negócios,
pois vivemos no grande momento dos interesses digitais.
Inovação tecnológica proporciona viabilidade de negócios, pois possibilita a geração
de novos mercados consumidores. Antes do surgimento do mercado de microcomputadores
pessoais, não existia nenhuma empresa que dominava esse mercado, pois ele ainda não
existia. De uma revolução tecnológica surgiu esse novo mercado consumidor e, assim sendo,
empresas em todo o mundo passaram a comercializar produtos e serviços a esse mais novo
mercado (FERRARI, 2010).
A internet é um ambiente próspero para o crescimento de projetos. Nos dias atuais,
qualquer pessoa pode sustentar um site de notícias, uma loja virtual e entre outros é com esse
cenário que percebemos a importância do mundo digital, pois ele acaba com as barreiras e
exalta amplas ideias.
Porto (2013) explica que na economia digital, os investidores visam estar presentes em
negócios que possuem uma representação estratégica no futuro, mesmo que as perspectivas de
rentabilidade sejam inferiores a curto e mesmo a médio prazo. Essa disposição para investir e
21
a falta de lastro nos fluxos de caixa levam frequentemente à supervalorização de empresas e a
movimentos especulativos.
Para Almeida (1990) apud ALVES (2013, p.14), o empresário inovador vê as
oportunidades de realização dos negócios lucrativos atuando em negócios de extrema
incerteza, ou seja, ele acredita em oportunidades enquanto os outros empresários não creem.
Da mesma forma que ele arrisca para que o investimento nesse tipo de negócios dê certo. Ele
é o pioneiro e quando obtém sucesso é acompanhado pelos outros.
2.1.3 STARTUP
O termo startup, que provém de “star”, significa “iniciar” e “up” que significa “para o
alto”. Essa forma de fazer negócios startups surgiu no período da bolha da internet dos
Estados Unidos e difundiu-se na década de 90. No caso do Brasil, esse tipo de empresa
demorou um pouco mais para começar a surgir, tendo o seu reconhecimento no Brasil em
meados de 1999 a 2001 (DOLABELA, 2008).
Blank e Dorf (2014, p. 48) compreende startup como:
Uma startup não é uma versão menor de uma grande companhia. Uma startup é uma
organização temporária em busca de um modelo de negócio escalável, recente e
lucrativo. No início, o modelo de negócio de uma startup caracteriza-se pela
flexibilidade de ideias e suposições, mas não tem clientes e nada sabe sobre elas.
Já segundo o SEBRAE (2016) define-se startup como:
Uma empresa nova, até mesmo embrionária ou ainda em fase de constituição, que
conta com projetos promissores, ligados à pesquisa, investigação e desenvolvimento
de ideias inovadoras. Por ser jovem e estar implantando uma ideia inovadora no
mercado, outra característica das startups é possuir risco envolvido no negócio. Mas,
apesar disso, são empreendimentos com baixos custos iniciais e são altamente
escaláveis.
Embora as startups estejam em expansão no Brasil, ainda falta um regime tributário
específico, fazendo com que facilite a regularização dessas empresas. Atualmente, as
empresas de tecnologia da informação sujeitam-se aos regimes de tributação comuns,
previstos na legislação que são: lucro real, lucro presumido e Simples Nacional. (SEBRAE,
2015)
As startups podem se enquadrar entre essas três formas de regimes tributários. O que
vai determinar em qual regime essa empresa se encaixa é o seu estágio de negócio, a sua área
22
de atuação e por último e mais importante o seu lucro, pois uma forma pode se tornar mais
interessante que a outra. (COSTA et al., 2014). Dessa forma, é sempre importante consultar seu
contador para assim descobrir a sua melhor opção diante desses três regimes tributários.
2.1.4 STARTUP NA ÁREA DE NOVAS TECNOLOGIAS
Durante o Fórum Econômico Mundial (2016), que aconteceu no mês de janeiro na
comuna de Davos, localizada na Suíça, houve a apresentação de um levantamento que prevê a
criação de dois milhões de postos de trabalho até 2020. Desses postos, grandes partes vão para
o setor de tecnologia da informação (SEBRAE, 2016).
A ocorrência desse movimento tem sido chamada de a Quarta Revolução Industrial. O
Brasil foi um dos países entre os 15 pesquisados e também deve acompanhar essa nova
perspectiva, como já vem apontando as avaliações nesse segmento de mercado no país.
(SEBRAE, 2016).
Segundo a Catho consultoria (2015), a existência de vagas no ramo de tecnologia da
informação cresceram 44,2% só em 2015. Isso mostra a importância de o Brasil investir em
uma melhor adequação tributária e estabelecer incentivos fiscais para startups do ramo de
tecnologia.
Ainda de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da
Informação e Comunicação (BRASSCOM), o Brasil irá empregar até o fim do ano de 2016,
cerca de 1,3 milhões de profissionais de tecnologia da informação. Em meio ao gradativo e
progressivo cenário de avanços tecnológicos, são aguardados novos modelos de negócios e
várias mudanças no seu conjunto de habilidades (SEBRAE, 2016).
3 CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Várias empresas não sobrevivem ao seu primeiro ano de vida, em decorrência de não
saber em qual regime tributário se encaixa melhor. Com isso, a contabilidade tributária mostra
a sua grande importância para as empresas que estão iniciando suas atividades.
Oliveira (2007, p. 235) conceitua contabilidade tributária como:
Especialização da contabilidade que tem como principais objetivos o estudo da
teoria e a aplicação prática dos princípios e normas básicas da legislação
tributária.
Ramo da contabilidade responsável pelo gerenciamento dos tributos incidentes
nas diversas atividades de uma empresa, ou grupo de empresas, adaptando ao
23
dia-a-dia empresarial as obrigações tributárias, de forma a não expor a entidade
às possíveis sanções fiscais e legais.
Conforme observado no conceito, a contabilidade tributária é de extrema importância
para uma empresa, cabendo o papel não só de evitar que a empresa sofra sanção fiscal e legal,
mais atuando também de forma planejada e com responsabilidade, pois qualquer falha que
acontecer na tributação de uma empresa pode ocasionar um enorme valor pago nos impostos
devidos.
Oliveira (2007) detalhou as funções da contabilidade tributária em um quadro,
observe-se.
Quadro (1)- Funções e atividades da contabilidade tributária
Escrituração e controle Orientação Planejamento tributário
Escrituração fiscal das atividades
do dia-a-dia da empresa e dos
livros fiscais;
apuração dos tributos a recolher,
preenchimento das guias de
recolhimento e remessa para o
departamento de contas a pagar;
controle sobre os prazos para os
recolhimentos; assessoria para a
correta apuração e registro do
lucro tributável do exercício
social, conforme os princípios
fundamentais de contabilidade;
assessoria para o correto registro
contábil das provisões relativas
aos tributos a recolher.
Orientação, treinamento e
constante supervisão dos
funcionários do setor de impostos;
orientação fiscal para as demais
unidades da empresa (filiais,
fábricas, departamentos) ou das
empresas controladas e coligadas,
visando padronizar procedimentos
Estudo das diversas
alternativas legais para a
redução da carga fiscal, tais
como:
Todas as operações
em que for possível o
crédito tributário,
principalmente, em
relação aos chamados
impostos não
cumulativos ICMS e
IPI;
Todas as situações em
que for possível o
deferimento
(postergação) dos
recolhimentos dos
impostos, permitindo
melhor gerenciamento
do fluxo de caixa;
Todas as despesas e
provisões permitidas
pelo fisco como
dedutíveis da receita.
Fonte: Oliveira et al (2007, p.37)
3.1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
O planejamento tributário é uma forma de se analisar condutas, comissivas ou
omissivas, da pessoa física ou jurídica, que são realizadas antes ou depois da ocorrência do
fato gerador com o objetivo de diminuir, transferir ou postergar legalmente e licitamente a
obrigação dos tributos (YOUNG, 2011).
Campos (2007, p. 12) define planejamento tributário como
24
Processo de implementação de alternativas lícitas para a economia total ou parcial
de tributos, sem a adoção de processos judiciais prévios, ou seja, mediante consultas
ao fisco, opções de classificação contábil e aproveitamento das vantagens e
benefícios da própria legislação fiscal, nem sempre usufruídas pelas empresas.
Podemos observar que o planejamento tributário é a maneira mais importante e correta
da empresa alcançar e poder desfrutar dos benefícios previstos na legislação de forma legal
para a redução de tributos.
4 DIREITO TRIBUTÁRIO
Segundo Sabbag (2013, p.40):
O direito, objetivamente, é o considerado de regras de conduta coativamente
impostas pelo Estado. Na clássica conceituação de lhering, é o complexo das
condições existenciais da sociedade, asseguradas pelo Poder Público. Em última
análise, o Direito se traduz em princípios de conduta social, tendentes a realizar
justiça.
Já em relação ao termo qualitativo “tributário”, observa-se que a doutrina tem se
empenhado com persistência à obtenção do conceito perfeito para o Direito Tributário. Entre
várias tentativas de definição disponíveis na seara dogmática, mudando alguns pontos,
conservam-se os fundamentos da estrutura da definição, nessa subdivisão do Direito.
(SABBAG, 2013).
Para Souza (2013) apud SABBAG (2013, p. 40),
O Direito Tributário é o ramo do direito público que rege as relações jurídicas entre
Estado e os particulares, decorrentes de atividade financeira do Estado no que se
refere a obtenção de receitas que correspondam ao conceito de tributos
4.1 ISENÇÃO E IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
4.1.1 IMUNIDADE
Conforme Alexandre (2012), imunidades nada mais são do que limitações
constitucionais ao poder de tributar que consiste na delimitação da competência tributária
constitucional, conferida aos entes políticos.
Tôrres (2005, p. 643), define:
Imunidade consiste em vedação constitucional ao poder de tributar. Há um obstáculo
ao nascimento da obrigação tributária. Em função da norma constitucional, o
legislador fica impedido de tributar certas pessoas, coisas ou atividades,
25
estabelecidas pela constituição. A imunidade não é alterável, suprível ou redutível
por lei ordinária, decorre de comando constitucional.
4.1.2 ISENÇÃO
A isenção consiste em favor concedido em lei, com relação ao sentido de dispensar o
contribuinte do pagamento do tributo. Há nascimento do crédito tributário, mas o que ocorre é
que o tributo deixa de ser exigido em decorrência da lei. O que seria tributo deixaria de ser em
razão da norma desonerária. A isenção poderá ser concedida por prazo indeterminado ou certo
(TORRÊS, 2005).
Vale destacar que a diferença entre isenção e imunidade prescinde de que a imunidade
é decorrente do texto constitucional, ou seja, não chega ao nascimento da obrigação tributária;
já a isenção tem seu surgimento decorrente de pessoa política competente (União, Estado e
Município).
4.1.3 INCENTIVOS FISCAIS
Segundo Silva, Elali e Peixoto (2007) para fim de regular as atividades extrafiscais, os
incentivos fiscais, que são conhecidos por diversas termologias, têm sido uma forma muito
utilizada nos dias atuais, principalmente, nos países em desenvolvimento.
Vinhas (2006, p. 08) apud Silva, Elali e Peixoto ( 2007, p. 19) define:
Em uma primeira abordagem, ao menos para saciar o desejo de uma definição,
vemos que os “incentivos fiscais” são instrumentos de desoneração tributária,
aprovados pelo próprio ente político autorizado à instituição do tributo, através de
veículo legislativo específico, com o propósito de estimular o surgimento de
relações jurídicas de cunho econômico.
Para Brasil (1988, art. 150):
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito
presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só
poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que
regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).
4.2 PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
26
4.2.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA
O princípio da legalidade tributária é multissecular, com presunção inaugural na Carta
Magna inglesa, do ano de 1215, no reinado de Rei João Sem Terra. (SABBAG, 2013).
Pelo princípio da legalidade, há a garantia de que nenhum tributo será embasado, nem
aumentado, a não ser conforme a Lei. (MACHADO, 2007). A Constituição Federal traz no
exposto que: “Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios I - exigir ou aumentar
tributo sem lei que o estabeleça;” (BRASIL, 1998, art. 150).
É importante a observação de que se somente a lei pode criar, apenas a lei pode
aumentar, exceto casos de ressalva expressos na Constituição Federal.
4.2.2 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
O princípio da anterioridade dependendo do direito que está sendo estudado, pode ter
diferentes entendimentos.
No direito tributário, entende-se por princípio da anterioridade a criação ou aumento
do tributo que devem ter ocorrência antes do início do exercício no qual é cobrado, com isso a
respectiva lei terá um intervalo de vacância de pelo menos 90 dias. Dessa forma, o tributo
passa a ser devido a partir do primeiro dia do exercício financeiro (MACHADO, 2007).
Há exceções no princípio da anterioridade, segundo Amaro (2010, p. 148):
Entre as exceções ao enunciado do art. 150, III, b, temos tributos que, por atenderem
a certos objetivos extrafiscais (política monetária, política de comércio exterior),
necessitam de maior flexibilidade e demandam rápidas alterações. Por isso, o
imposto de importação, o imposto de exportação, o imposto sobre produtos
industrializados, os impostos sobre operações de crédito, câmbio, seguro e
operações com títulos e valores mobiliários (além de comportarem exceção ao
princípio da estrita reserva legal, no sentido de poderem ter suas alíquotas alteradas
por ato do Poder Executivo, dentro de limites e condições definidas em lei) podem
ser aplicados no próprio exercício financeiro em que seja editada lei que os tenha
criado ou aumentado (ou em que tenha sido publicado ato do Poder Executivo que
haja majorado a alíquota).
O fato desses tributos serem para garantir os direitos sociais de todos, resulta nas
exceções citadas acima.
4.2.3 PRINCÍPIO DA ISONOMIA TRIBUTÁRIA
27
O Princípio da isonomia tributária que também é conhecido como igualdade tributária,
está exposto no art. 150 II da Constituição Federal.
Brasil (1988, art.150):
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
união, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (EC nº 3/93 e EC nº
42/2003).
(...)
II- instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontre em situação
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou
função por eles exercidas, independente da denominação jurídica dos rendimentos,
títulos ou direitos.
Pelo exposto, todos são iguais perante a lei sem nenhum tipo de distinção. Esse
princípio mostra que a cobrança de tributos é igualitária, sem haver uma distinção do agente
passivo.
4.2.4 PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO
Segundo Brasil (1988, art.150), “Art. 150- Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios: IV – Utilizar tributo com efeito confisco”.
Contudo, a limitação é conforme o caso. Não há uma certa limitação objetiva, com
parâmetros cartesianos, com delimitação do que vem a ser uma tributação excessiva no Brasil.
A aferição do aniquilamento da riqueza tributável compete ao Poder Judiciário, quando
provocado pelo contribuinte prejudicado, no caso concreto. (SABBAG, 2005).
É importante destacar que o “confisco” pode ser causado, em meio de tributação
anômala, ainda que o tributo impeça em sua saliência a exigência de valores razoáveis.
4.2.5 PRINCÍPIO DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
O princípio da imunidade tributária significa que qualquer não incidência de um
tributo deverá estar prevista na Constituição Federal.
Sabbag (2005, p. 47) define que:
As imunidades representam uma delimitação negativa da competência tributária.
Como a competência tributária representa o mister legiferante de criação de tributos,
pode-se dizer que a regra imunitária se traduz em elemento de “incompetência
tributária”.
Há determinados “campos competências” nos quais não poderá haver a tributação:
são áreas de incompetência tributária, delimitadoras de zonas de intributalidade.
28
4.2.6 PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA
Em matéria de tributos, a Constituição Federal expõe preceito específico, ao vedar a
cobrança de tributos (AMARO, 2010).
De acordo com Brasil (1988, art.150),
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (EC nº 3/93 e EC nº
42/2003)
(...)
III- Cobrar tributos:
a) Em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que
os houver instituído ou aumentado.
Porém, nota-se que o texto não é coerente ao falar de fatos geradores. O fato anterior à
vigência da lei que institui tributo não é gerador. Pois só se pode falar em fato gerador
anterior à lei quando esta aumenta e não institua tributo. (AMARO, 2010).
4.3 A LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Conforme o CTN (LEI n° 5.172/66) no seu artigo 96, legislação tributária é: “Art. 96.
A expressão legislação tributária compreende as leis, os tratados e convenções internacionais,
os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e
relações jurídicas a eles pertinentes”.
É importante observar que houve várias alterações na legislação tributária no decorrer
dos anos.
4.4 TRIBUTO
O Código Tributário Nacional, no seu art. 3º trouxe o conceito do termo tributo.
“tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada”.
Para Ataliba (2005), apud Peixoto; Diniz (2005, p. 35):
Tributo é o objeto da relação tributária, é o comportamento consistente em levar
dinheiro aos cofres públicos. Este dinheiro, levado aos cofres públicos, por força de
de lei tributária, recebe vulgarmente a designação de tributo. Juridicamente, porém,
tributo é a obrigação de levar dinheiro e não o dinheiro em si mesmo.
29
4.4.1 TAXAS
As taxas são uma maneira de o sujeito passivo remunerar o Estado pela realização de
uma atividade especificamente voltada a ele como contribuinte. As taxas estão sempre
vinculadas intrinsecamente a uma atividade de cunho estatal. (BARREIRINHAS, 2006).
Não há a possibilidade de cobrança de taxa sem que antes tenha ocorrido uma efetiva
atividade estatal, mesmo sendo possível a sua cobrança ainda que o serviço público não seja
utilizado pelo contribuinte, mas estando ela a sua disposição.
Brasil (1988, art.145):
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir
os seguintes tributos:
(...)
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou
postos a sua disposição;
4.4.1.1 Taxas cobradas pela prestação de serviços públicos
É de extrema necessidade dizer que os serviços públicos ocasionadores de taxas são
aqueles cujo abrangem no âmbito das atribuições da pessoa política a qual institui o gravame,
conforme as regras constitucionais (CARVALHO, 2013).
Conforme o Art. 77 do Código Tributário Nacional (1996)
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Da mesma forma como a taxa de polícia somente se justifica pelo exercício frequente
da atuação do poder de polícia, na esfera de competência própria, só há reconhecimento da
taxa de serviço se esta se inserir no âmbito da competência da entidade política tributante
(CTN, 1966, art. 80).
4.4.1.2 Taxa pelo exercício do poder de polícia
O Código Tributário Nacional (1966, art.78) traz de maneira detalhada o conceito de
poder de polícia.
30
Art. 78 Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene,
à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos.
Existem certos direitos em que o exercício deve ser conciliado com o interesse
público, ou seja, cabe ao Estado fiscalizar a atuação do indivíduo. A construção de um prédio
ou a instalação de uma empresa deve respeitar às leis de zoneamento, segurança, entre outras
(AMARO, 2010).
4.4.2 IMPOSTOS
Entende-se imposto como uma espécie de tributo cujo valor é pago em moeda nacional,
por pessoas físicas e jurídicas. O Código Tributário Nacional no seu art. 16, traz conceito de
imposto: “Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. (CTN, 1966).
Os impostos se dividem em indiretos e diretos. Para Peixoto e Diniz (2005, p. 44) o
imposto direto:
Quando em uma só pessoa se reúnem as condições de contribuinte de fato (aquele
que arca com o ônus representado pelo tributo) e de direito (aquele que é
responsável pelo cumprimento de todas as obrigações tributárias previstas na
legislação). Exemplo de imposto direto é o de renda devido por declaração, onde a
relação jurídico-tributária se estabelece diretamente entre sujeitos ativos e passivos,
sem interferência de terceiros.
Esse tipo de imposto tem incidência sobre as transações de serviços e mercadorias,
tendo a sua base tributária os valores das compras e das vendas.
Peixoto e Diniz (2005, p. 44) conceitua impostos indiretos como:
Quando existe uma pessoa que contribui e outra que, perante o sujeito ativo da
relação, deve cumprir com as obrigações de controlar, arrecadar e recolher o tributo,
ficando responsável pelo débito caso não proceda como a legislação lhe ordena. É o
caso do imposto de circulação de mercadorias que tem como contribuinte de fato o
consumidor final da mercadoria e de contribuinte de direito o comerciante, o
industrial ou o produtor. Este aspecto dos impostos tem importância fundamental na
solução dos problemas de restituição do indébito tributário.
4.4.2.1 IRPJ
31
São contribuintes do IRPJ as pessoas jurídicas e pessoas físicas a elas niveladas,
domiciliadas no país. O IRPJ é apurado com base no lucro, podendo ser real, presumido ou
arbitrado. A alíquota do IRPJ é de 15% em cima do lucro apurado.
Barreirinhas (2006, p. 28), define-o:
Preliminarmente, destacamos o cuidado do constituinte em fixar, para fins de IR, o
princípio da generalidade, pelo qual o imposto de renda atinge todos, sem distinção
em razão da ocupação profissional ou função exercida (art. 150, II, da CF) e o
princípio da universalidade, pelo qual o imposto atinge a todas as rendas e proventos
apurados em determinado período. Ademais, é obrigatória, no IR, a observância do
princípio da progressividade de suas alíquotas.
De acordo com Brasil (CTN, 1966):
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de
qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica
ou jurídica:
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da
combinação de ambos;
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos
patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.
§ 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do
rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e
da forma de percepção. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) § 2o Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei
estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins
de incidência do imposto referido neste artigo. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001).
4.4.2.2 ISS
O ISS é um imposto de competência dos Municípios do Distrito Federal, tendo como o
seu fato gerador o fornecimento de serviços constantes na lista agregada à Lei Complementar
116/2003, mesmo que não haja constituição como atividade predominante do prestador do
serviço.
Segundo Brasil (LC nº 116, de 31 de julho de 2003, art.1º),
Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos
Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços
constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade
preponderante do prestador. § 1o O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou
cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País. § 2o Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados
não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e
de Comunicação – ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de
mercadorias. § 3o O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os serviços
prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados
economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento
de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço.
32
§ 4o A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço
prestado.
A alíquota máxima do ISS é expressa no art. 8º da Lei Complementar n° 116.
(BRASIL, 2003, art. 8º).
Art. 8o As alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza são
as seguintes: I – (VETADO) II – demais serviços, 5% (cinco por cento)
Alíquota mínima do ISS é expressa pela Emenda Constitucional n° 37 (BRASIL,
2002, art.88):
Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e III
do § 3º do art. 156 da Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso III
do caput do mesmo artigo: I – terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se referem
os itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de
dezembro de 1968; II – não será objeto de concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais, que
resulte, direta ou indiretamente, na redução da alíquota mínima estabelecida no
inciso I;
A Lei Complementar n° 116 de 2006, ainda não disciplinou o inciso I e III do artigo 3°
da Constituição Federal, sendo assim, o imposto o qual se refere o inciso III terá alíquota de
2%.
Observe-se o que diz Brasil (1988, art.156):
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei
complementar:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
4.4.3 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
4.4.3.1 CSLL
Conforme Sabbag (2013), a CSLL é aplicada nas normas de apuração e pagamento
determinadas pelo Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ).
33
Quadro (2)– Principais atributos sobre a CSLL.
Contribuição para Seguridade Social (CSLL) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
Previsão Art. 195, I, “C” c/c art. 28 da Lei n. 9430/96
Fato Gerador Aferimento de lucro
Base de Cálculo Lucro, após certos ajustes (alíquota: 9%)
Sujeito Passivo Pessoas Jurídicas ou equiparadas
Sujeito Ativo Secretária da Receita Federal do Brasil (SRFB)
Fonte: Sabbag (2013, p. 546)
4.4.3.2 PIS
O PIS foi criado com base na Lei Complementar nº 07 de 1990, que traz o PIS com a
seguinte definição:
Art. 1.º - É instituído, na forma prevista nesta Lei, o Programa de Integração Social,
destinado a promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das
empresas. § 1º - Para os fins desta Lei, entende-se por empresa a pessoa jurídica, nos
termos da legislação do Imposto de Renda, e por empregado todo aquele assim
definido pela legislação trabalhista. § 2º - A participação dos trabalhadores avulsos,
assim definidos os que prestam serviços a diversas empresas, sem relação
empregatícia, no Programa de Integração Social, far-se-á nos termos do
Regulamento a ser baixado, de acordo com o art. 11 desta Lei.
Com base na leitura da lei podemos concluir que o PIS foi criado para garantir a
integração social dos trabalhadores, garantindo assim o desenvolvimento das empresas nas
quais estão inseridos.
4.3.3.3 COFINS
COFINS é uma contribuição social a grau federal que é calculada sobre a receita bruta
da empresa.
Para Brasil (LC nº 70, de 30 de dez. De 1991, art. 1º),
Art. 1° Sem prejuízo da cobrança das contribuições para o Programa de Integração
Social (PIS) e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
(Pasep), fica instituída contribuição social para financiamento da Seguridade Social,
nos termos do inciso I do art. 195 da Constituição Federal, devida pelas pessoas
jurídicas inclusive as a elas equiparadas pela legislação do imposto de renda,
destinadas exclusivamente às despesas com atividades-fins das áreas de saúde,
previdência e assistência social.
34
Quadro (3) - Principais atributos do COFINS
Contribuição Social para a Seguridade Social Contribuição para financiamento da Seguridade Social
(COFINS)
Previsão Art. 195, I, “b”, CF c/c Lei n. 10.833/2003
Fato gerador Aferimento de faturamento mensal
Base de cálculo Faturamento mensal ou receita bruta mensal, após a
dedução das parcelas do faturamento (art. 1º, 2°, da
Lei n. 10.833/2003. A alíquota será de 7,6% (art.2º)
Sujeito passivo Pessoas jurídicas de Direito privado e as que lhes são
equiparadas (nos termos da legislação do IR)
Sujeito ativo Secretária da Receita Federal do Brasil
Fonte: Sabbag (2013, p. 546).
4.5 REGIME TRIBUTÁRIO
O regime tributário é designado como um aglomerado de leis que regem os tributos
que devem ser pagos ao governo. Na legislação brasileira há três opções de regimes
tributários que são elas: Lucro real, Lucro presumido e Simples Nacional.
4.5.1 SIMPLES NACIONAL
O Regime especial unificado de arrecadação de tributos e contribuições devidos pelas
microempresas e empresas de pequeno porte, chamado de Simples Nacional, é um regimento
tributário diferente, com aplicação às pessoas jurídicas, classificadas como microempresas
(MEI) e empresas de pequeno porte (EPP), na definição da Lei Complementar n° 123/2006
(SANTOS; BARROS,2012).
Conforme instituído no art 3º. Da Lei Complementar 123/2006, com as modificações
ocasionadas pela Lei Complementar 139/2011. (BRASIL, 2006).
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou
empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa
individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da
Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no
Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas,
conforme o caso, desde que: I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta
igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário,
receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou
inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).
35
Segundo Santos e Barros (2012, p. 78): “Esse sistema constitui-se em uma forma
simplificada e unificada de recolhimento de tributos, por meio da aplicação de percentuais
favorecidos, incidentes sobre uma única base de cálculo, a receita bruta.”
No entendimento da Lei Complementar 123/2006 a realização da apuração dos
impostos no regime do Simples Nacional realizar-se-á dependendo da atividade da empresa,
sendo assim, alíquota calculada de maneira diferenciada.
Sempre há dúvidas de como ajustar as empresas de tecnologias no regime do Simples
Nacional, ou seja, qual é o melhor anexo para enquadrar as atividades de tecnologias. Por
muitos anos, a tributação das startups de tecnologias eram limitadas ao lucro real ou lucro
presumido, cuja carga tributária é maior que as adotadas no regime simplificado. É importante
destacar que o enquadramento das startups de tecnologia dependerá do seu faturamento e suas
atividades exercidas.
O DAS é o documento em que é dada a arrecadação de todos os impostos dos entes
federativos. Ele é utilizado por empresas optantes pelo Simples Nacional. Para a empresa se
enquadrar na Lei do Simples Nacional é preciso que o seu faturamento de 12 meses não
ultrapasse o limite de R$ 3.600.000,00 (Três milhões e seiscentos mil reais).
Com base na Lei Complementar 123/2006, o enquadramento das startups de
tecnologia, nos anexos do Simples Nacional, vai depender das atividades e serviços prestados
pela empresa.
4.5.2 LUCRO PRESUMIDO
A grande diferença do Lucro Presumido para o Simples Nacional é que a arrecadação
dos impostos é feita de forma separada. Nesse regime há a simplificação da contribuição
social e o do imposto de renda.
Segundo Oliveira (2014, p. 199), o Lucro Presumido é “uma forma simplificada de
apuração da base de cálculo dos tributos com o imposto de renda e da contribuição social,
restrita aos contribuintes que não estão obrigados ao regime de apuração de tributação com
base no Lucro Real.”
As empresas que decidam optar por esse regime de tributação na apuração do imposto
de renda e da contribuição social não estão obrigadas a possuir escrituração contábil de forma
detalhada das suas receitas e despesas, que mostre seu Lucro Real. É necessário que possua e
36
escriture o livro caixa, o qual irá expor entre outras, as receitas de fato recebidas (OLIVEIRA,
2014).
A apuração do IRPJ e CSLL é efetuada de forma trimestral, apurando-se, em todo
caso, no último dia do trimestre. A base de cálculo do Lucro Presumido consistirá de todas as
receitas que foram recebidas durante o período. O pagamento terá que ser efetuado até o
último dia do mês posterior, podendo também ser parcelado em até 3 vezes, desde que o valor
das parcelas não seja inferior a R$ 1.000,00 (um mil reais).
Segundo Oliveira (2014), o imposto de renda das pessoas jurídicas é calculado pelo
cumprimento da alíquota de 15% sobre a base de cálculo do Lucro Presumido e uma alíquota
de 9% para a CSLL. Incide também uma alíquota de 10% sobre a base de cálculo e as demais
receitas e ganhos de capital que ultrapassarem o valor decorrente da multiplicação de R$
20.000,00 pelo número de meses do período do levantamento, ou seja, o valor de R$
60.000,00, quando o período de apuração incorporar os três meses do trimestre.
Tendo como base a divisão de atividades, segundo a Lei 9.249 de 1995, § 1°, o lucro
presumido apresenta a classificação descrita no quadro (4).
Quadro (4) – Classificação de atividades no Lucro Presumido
Grupos Características das atividades
A Revenda para consumo de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás
natural.
B Venda de mercadorias - Transporte de cargas - Serviços hospitalares - Atividades imobiliárias -
Atividade Rural - Construção por empreitada com emprego de material próprio -
Industrialização com material fornecido pelo encomendante - Outras atividades sem percentual
específico.
C Serviços de transporte (exceto cargas) - Serviços em geral cuja receita bruta anual seja inferior a
R$ 120.000,00 (exceto hospitalares, de transporte, de profissão regulamentada).
D Serviços em geral (inclusive mão-de-obra para construção civil e profissão regulamentada) -
Intermediação de negócios - Administração, locação ou cessão de bens móveis , imóveis e de
direitos de qualquer natureza
Fonte: http://www.consultorfiscal.com.br/frames/assuntos/federais/federais13.htm
37
Quadro (5) – Alíquotas pertencentes a cada ramo de atividades
Atividades Lucro Presumido
(Percentual
aplicado cobre a
receita bruta).
IRPJ
(Alíquota de 15%)
(Percentual
aplicado sobre a
receita)
CSLL
(Percentual
aplicado sobre a
receita bruta)
CSLL
(Alíquota de 9%)
(Percentual
aplicado sobre a
receita).
A 1,62% 0,24% 12% 1,08%
B 8% 1,20% 12% 1,08%
C 16% 2,40% 12% 1,08%
D 3% 4,80% 12% 1,08%
Fonte: http://www.consultorfiscal.com.br/frames/assuntos/federais/federais13.htm
4.5.3 LUCRO REAL
O regime tributário Lucro Real, de acordo com a legislação tributária, tem início no
lucro líquido do exercício apurado pela contabilidade, para a deliberação do montante do
Lucro Real, após as deduções e acréscimos estabelecidos em lei sobre o faturamento.
Segundo Oliveira (2014, p. 65), “Lucro Real é o lucro líquido do exercício, ajustado
pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação
tributária”.
A apuração do IRPJ E CSLL no Lucro Real pode variar conforme a opção adotada
pelo contribuinte. Pode ser mensalmente, e sendo assim, seria o Lucro Real por estimativa que
é quando a apuração é no final do período, podendo ocorrer a redução do imposto ou
suspensão, conforme o imposto apurado e pago mensalmente. Nesse regime, a apuração
poderá ocorrer de duas maneiras: a trimestral, quando ocorre com a apuração do imposto
trimestral, ou apuração anual quando ocorre somente com o encerramento do balanço
patrimonial. Da mesma maneira que ocorre no Lucro Presumido ocorrerá um acréscimo de
10% sobre o valor que ultrapassar os R$ 60.000,00 no trimestre.
A determinação da base de cálculo do imposto de renda, como também da
contribuição social será feita com base nas despesas operacionais da atividade, os custos
recorrentes, os serviços e produtos, as despesas de tributos incidentes no período, e mais
outras deduções autorizadas em lei. Essa apuração estará demonstrada no LALUR, definido
como Livro de apuração do Lucro Real.
Nesse regime tributário a apuração dos impostos PIS e COFINS, são efetuadas de
forma não-cumulativas, isso que dizer que o débito das vendas é confrontado com o crédito
38
das compras, chegando assim ao valor a ser pago em relação ao Lucro Presumido. As
alíquotas são maiores, por causa da não-cumulatividade, ou seja, o PIS tem uma alíquota de
1,65% e o COFINS abrangerá uma de 7,6%.
Da mesma forma do Lucro Presumido, a arrecadação dos impostos federais ocorrerá
por meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF).
5 A IMPORTÂNCIA DOS INCENTIVOS DO ESTADO NOS PEQUENOS
NEGÓCIOS, PROGRAMAS DE INCENTIVOS À INOVAÇÃO: STARTUP
BRASIL E TI MAIOR
O Startup Brasil é um Programa Nacional de aceleração de startups, cuja iniciativa é
do Governo Federal. Esse programa foi criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e
inovação (MCTI) com a gestão do Softex, através de parcerias das aceleradoras, para apoiar
as empresas germinadoras de base tecnológica, as startups (STARTUP BRASIL,2016).
O papel das startups é fortalecer o mercado. Para isso, essas empresas precisam de um
ambiente propício para se desenvolverem e alcançarem o sucesso. A imagem da aceleradora
surge com o objetivo de fortalecer a orientação para o mercado.
Startup Brasil é integrado a outro programa, o TI MAIOR, Programa Estratégico de
Software e serviços de TI.
O Programa TI MAIOR teve seu lançamento em agosto de 2012 e tem como principal
finalidade a fomentação da indústria de software e de serviços na área de tecnologia da
informação. No período de 2012-2015, o programa recebeu investimento de
aproximadamente R$ 500 milhões de reais. O TI MAIOR está estruturado em cinco bases:
Desenvolvimento econômico e social, posicionamento internacional, inovação e
empreendedorismo, produção científica, tecnológica e inovação, e competitividade (TI
MAIOR, 2016).
O Brasil está reconhecendo a grande importância que é o avanço da ciência, da
tecnologia e da inovação como fator de fundamental importância para o desenvolvimento
econômico.
5.1 PROJETO DE LEI Nº 321/2012: DOS INCENTIVOS
Como foi exposto no referencial teórico, o conceito de startup é utilizado para ser uma
definição dos negócios inovadores na área de tecnologia, de uma maneira geral, com
39
predominância de poucos funcionários. As startups apresentam um ambiente inseguro, mas
isso não significa que essas empresas não sejam escalonáveis, ou seja, tenham alto
crescimento. Temos como exemplos de startups na base tecnológica que deram certo o
Facebook, Ubber, nubank (banco totalmente online) whatsapp, todas essas startups surgiram
a partir de uma ideia inovadora. Como o Brasil ainda não tem um tratamento diferenciado
para startup de tecnologia que esteja nos primeiros anos do negócio, foi com base nesse
paradigma que o Senador José Agripino lançou mão do Projeto de Lei nº 321 de 2012, que
trata da criação do Sistema de Tratamento Especial às novas empresas de tecnologias –
SISTENET.
Conforme (BRASIL, 2012, art.1º) “Art. 1º Esta Lei concede isenção dos impostos
federais para novas empresas de tecnologia (start-ups). ”
É bom observamos que no art 1º do Projeto ele afirma que a isenção ocorrerá no
âmbito dos impostos federais sendo as startups isentas dos impostos PIS, COFINS, IRPJ,
CSLL. No âmbito municipal, haverá a cobrança normalmente do ISS (imposto sobre serviço
de qualquer natureza), com alíquotas variando de 2% a 5%, como foi visto no referencial
teórico.
O artigo 2º do Projeto de Lei em estudo traz de maneira detalhada as startups de
tecnologias que serão beneficiadas com os incentivos apresentados no Projeto.
Ainda baseando-se em BRASIL (2012, art. 2º):
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se “nova empresa de
tecnologia”, doravante referida como “start-up”, a pessoa jurídica que se dedique a
atividades relacionadas à prestação de serviços e à provisão de bens tais como:
I – serviços de e-mail, hospedagem e desenvolvimento de sites e blogs;
II – comunicação pessoal, redes sociais, mecanismos de busca e divulgação
publicitária na internet;
III – distribuição ou criação de software original por meio físico ou virtual para uso
em computadores ou outros dispositivos eletrônicos, móveis ou não;
IV – desenho de gabinetes e desenvolvimento de outros elementos do hardware de
computadores, tablets, celulares e outros dispositivos informáticos;
V – atividade de pesquisa, desenvolvimento ou implementação de ideia inovadora
com modelo de negócios baseado na internet e nas redes telemáticas.
§ 1º O capital da start-up constituir-se-á de recursos advindos de:
I – doações de pessoas físicas ou jurídicas públicas ou privadas;
II – financiamentos obtidos de entidades públicas ou privadas;
III – bolsas provenientes de entidades públicas ou privadas de fomento à inovação e
ao empreendedorismo.
Podemos observar que as startups para poderem se encaixar nos parâmetros do Projeto
de Lei terão que se enquadrar em algumas das atividades listadas no seu art. 2º. O § 2º do
40
mesmo artigo traz o limite do faturamento que a startup terá que apresentar para que assim
possa ser enquadrada e registrada no SISTENET.
Também Brasil (2012, art.2º) recomenda que “§ 2º Durante o período de vigência de
sua inscrição no SISTENET, a empresa deverá ter receita bruta trimestral igual ou inferior a
R$ 30.000,00 (trinta mil reais) e no máximo 4 (quatro) funcionários contratados”
Podemos observar que o Projeto traz um limite de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) por
trimestre, limite muito alto para uma empresa que ainda está ganhando mercado, mas ao
mesmo tempo limita o número de funcionários ao número de 4, com isso pode-se concluir que
o Projeto de Lei em questão como já foi dito anteriormente, tem o intuito de beneficiar
startups que ainda estão em seus primeiros anos de desenvolvimento.
5.1.1 O SISTENET (SISTEMA DE TRATAMENTO ESPECIAL PARA AS EMPRESAS
DE TECNOLOGIAS)
As startups de tecnologias que se enquadrem nos pré-requisitos listados no art. 2º do
Projeto de Lei 321 de 2012 poderão ter sua inscrição no SISTENET. Segundo Brasil (2012,
art.3º),
Art. 3º A empresa que se enquadre na definição do art. 2º poderá optar por aderir ao
Sistema de Tratamento Especial a Novas Empresas de Tecnologia (SisTENET) pelo
prazo de 2 (dois) anos contado de sua fundação, prorrogável por mais 2 (dois) anos,
realizando a opção no momento de sua inscrição na Secretaria da Receita Federal do
Brasil.
No art. 2º, podemos observar que o legislador tem a intenção de usar da tributação
extrafiscal, utilizando-a na forma de isenção, cujo conceito foi visto no referencial teórico
deste trabalho. Vale salientar que o art. 4º do Projeto ainda diz que a atribuição de analisar o
correto enquadramento das startups de tecnologia caberá a Secretária da Receita Federal.
No seu art. 5º o Projeto de Lei traz a explicação do que ocorrerá ao terminar o prazo
dos primeiros 2 (anos) de inscrição no SISTENET.
Brasil (2012, art.5º)
Art. 5º Findo o prazo de 2 (dois) anos da inscrição da start-up no SisTENET, a
empresa poderá optar pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e
Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples
Nacional), a não ser que siga enquadrada nas definições do art. 2º desta Lei, sendo
elegível à renovação da inscrição no SisTENET, e assim o faça.
O § 1º do art. 5º ainda traz que se decorridos os dois primeiros anos e a startup não se
enquadrar mais no SISTENET, essa terá o prazo de 30 (dias) para fazer a opção de
enquadramento no Simples Nacional.
41
Ainda no § 3º do art. 5º mostra-se que se a empresa atingiu o limite maior que os R$
30.000,00 reais no trimestre e não realizou a comunicação à Receita federal, no prazo
estabelecido no § 1º do art. 5º será cobrada a multa no valor de R$ 500,00 reais.
6 METODOLOGIA
Neste capítulo foram apresentados os métodos utilizados na pesquisa, como
instrumento de coleta de dados de sua aplicação e por último, e não menos importante, o
procedimento utilizado na análise dos dados.
O objetivo principal da pesquisa foi detalhar quais serão os benefícios para empresas
de nova tecnologia (startup) caso o Projeto de Lei nº 321/2012 venha a ser aprovado. Dessa
forma, a pesquisa é a maneira de desenvolver o conhecimento, aplicando com isso as regras
da metodologia do trabalho científico, tendo como foco responder ao principal objetivo da
pesquisa.
Como a intenção da realização da pesquisa foi de mostrar algo ainda pouco trabalho e
muito novo no mercado, através de uma análise documental, o embasamento teórico da
pesquisa teve sua elaboração com base na pesquisa bibliográfica.
Marconi e Lakatos (2010, p. 166) define pesquisa bibliográfica como:
A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já
tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins,
jornais revistas, livros pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc. Até
meios de comunicação oral: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais:
filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com
tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive
conferências seguidas de debates que tenha sido transcrito por alguma forma, quer
publicadas, quer gravadas.
Quanto a sua natureza, o trabalho constituiu-se de forma básica, já que tem o objetivo
de gerar apenas novos conhecimentos para o avanço da ciência, sem que haja uma aplicação
prática. Em relação aos objetivos, a pesquisa teve como base exploratória, uma vez que a
pesquisa exploratória tem como objetivo criar uma maior familiaridade com o tema em
estudo, com vistas a criar hipóteses, ou de torná-lo mais compreensível. A maioria desse tipo
de pesquisa envolve I) levantamento de bibliografia; II) entrevistas com pessoas que já
viveram experiências com o problema em estudo na prática e III) uma análise que ajude a
compreender o tema em questão (GIL, 2010).
42
7 CONCLUSÃO
Com o mundo cada dia mais voltado para a tecnologia, as empresas que atuam nesse
nicho precisam de incentivos para conseguir seu êxito, tendo em vista que os
desenvolvimentos das startups de tecnologia não dependem somente do órgão produtivo, mas
também de um ambiente propicio para a sua criação.
Por isso, a grande importância que terá esse Projeto de Lei nº 321/2012, caso seja
aprovado, é a de simplificar ainda mais a tributação das startups de tecnologia, contribuindo,
dessa forma, para diminuição do índice de falência dessas empresas que ainda estão em seus
primeiros anos de mercado.
Outro ponto a ser observado é que uma das intenções do Projeto em estudo é retirar as
startups da informalidade. No cenário brasileiro, já existem programas para ajudar a mitigar
os riscos das startups de tecnologia não conseguirem se desenvolver, tais como, o programa
do Governo Federal TI MAIOR, que foi lançado em 2012 com o objetivo de ser o divisor de
águas nos incentivos à inovação tecnológica.
Ainda nesse cenário, o Brasil dispõe do Startup Brasil, programa também direcionado
às empresas de inovação tecnológica. Junto com esses programas facilitadores de
desenvolvimentos de startup de tecnologias, os incentivos fiscais são grandes parceiros,
trazendo o estímulo não só de desenvolver a ideia, mas também de incentivar de forma
tributária essas empresas.
Com uma instalação de um ambiente mais favorável, tanto no setor de inovação
tecnológica como na unidade produtiva como um todo, há uma exigência mais além dos
tributos de caráter não arrecadatório. É de extrema importância que haja uma reforma
tributária, com o objetivo de descomplicar os regimes tributários existentes, tornando-os mais
justos, ou seja, havendo uma oneração do contribuinte de forma mais adequada a sua
capacidade contributiva.
Dessa forma, foi respondida a problemática da pesquisa exposta no início do trabalho
a qual consistia em detalhar como seria a abordagem do regime tributário específico com base
no Projeto de lei nº 321/2012, originado do Senado Federal, que tem como escopo, alavancar
o seu crescimento, através de incentivos fiscais das startups, na área de novas tecnologias.
Chegou-se à conclusão que o Projeto de Lei n° 321/2012 é focado principalmente para
empreendedores iniciantes, dato que o limite de faturamento abordado no seu texto não é
muito elevado. Com isso, o intuito maior é disseminar jovens empreendedores que colocam
43
uma ideia inovadora em prática, agindo em situação de extrema incerteza, mas que
dependendo da ideia, pode ter um lucro altamente escalável. A criação do SISTENET vai
beneficiar uma gama de negócios ainda em ascensão, com isso vai torná-los mais desejado,
abrindo assim espaço para incentivos à criação de outras startups no mercado. A sua
aprovação dará um maior impulso às empresas já existentes, como também àquelas que serão
criadas no âmbito das empresas de tecnologia no país.
44
REFERÊNCIAS
A CARGA TRIBUTÁRIA NO LUCRO PRESUMIDO. Disponível em:
http://www.consultorfiscal.com.br/frames/assuntos/federais/federais13.htm, acessado em 03
de novembro 2015.
ALEXANDRE, Ricardo. Direito tributário esquematizado. 6. ed. Rio de Janeiro: Método,
2012. 716 p.
ALVES, Fábia Santos. Um estudo das startups no Brasil. 2013. 74 f. TCC (Graduação) -
Curso de Ciências Econômicas, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2014. Disponível
em: <https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/15395/1/FÁBIA SANTOS ALVES.pdf>.
Acesso em: 10 set. 2016.
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. 541p.
As dez tendências de negócios para tecnologia da informação em 2016. Disponível em:<
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/sebraeaz/as-dez-tendencias-denegocios-para-
tecnologia-dainformacaoem2016,402560df0f451510VgnVCM1000004c00210aRCRD>.
Acesso em: 01 nov. 2016.
BARREIRINHAS, Robinson Sakiyama. Manual de Direito Tributário. São Paulo: Método,
2006. 637 p.
BLANK, Steve; DORF, Bob. STARTUP: Manual do Empreendedor: O Guia Passo a Passo
para Construir uma Grande Empresa. Rio de Janeiro: Alta Books, 2014. 572 p.
BRASIL. Constituição (1988) Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,
DF: Senado Federal: Disponível em: http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10669784/artigo-
150- da-constituicao-federal-de-1988, acessado em 28 de outubro de 2016.
______. Constituição (1988). Emenda Constitucional nº 37, de 12 de junho de 2002. Altera
Os Arts. 100 e 156 da Constituição Federal e Acrescenta Os Arts. 84, 85, 86, 87 e 88 Ao
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.. Brasília, DF, Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc37.htm>. Acesso em:
08 ago. 2016.
______. Constituição (1988). Lei nº 9249, de 26 de dezembro de 1995. Altera A Legislação
do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas, Bem Como da Contribuição Social Sobre O
Lucro Líquido, e Dá Outras Providências.. Brasília, DF, Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9249.htm>. Acesso em: 15 nov. 2016.
45
______. Constituição (1988). Projeto de Lei nº 321, de 28 de agosto de 2012. Dispõe Sobre
O Sistema de Tratamento Especial A Novas Empresas de Tecnologia - Sistenet, Seu
Regime Tributário Diferenciado e Dá Outras Providências.. Brasília, DF, Disponível em:
<http://legis.senado.leg.br/mateweb/arquivos/mate-pdf/113303.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2016.
______. LC n°. 07 de 08 de setembro de 1970 - Institui o Programa de Integração Social, e
dá outras providências. -http://www.portaltributario.com.br/legislacao/lc7.htm, acessado em
20 de outubro de 2016.
______. LC nº 116 de 31 de julho de 2003. Diponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp116.htm>. Acesso em: 02 de set. 2016.
______.LC n°. 123 de 14 de dezembro de 2006. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp123.htm, acessado em 20 de agosto de
2016.
______. LC nº. 70 de 30 de dezembro de 1991. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp70.htm>. Acesso em: 03 de set. 2016.
CAMPOS, Cândido H.. Prática de planejamento tributário: Como fazer planejamento
tributário. São Paulo: Quartier Latin, 2007. 363 p.
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 25. ed. São Paulo: Saraiva,
2013. 551 p.
COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Contribuições para Seguridade Social. São Paulo:
Quartier Latin, 2007.
Conheçam as características empreendedoras desenvolvidas no Empretec. Sebrae
Nacional. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/Programas/conheca-
as-caracteristicas-empreendedoras-desenvolvidas-no-
empretec,d071a5d3902e2410VgnVCM100000b272010aRCRD. >. Acesso em: 20 jul. 2016.
COSTA, Ciro Duarte de Paula et al. Como Iniciar e Registrar sua Startup. Minas Gerais:
Syhus, 2014. 33 p. Disponível em: <http://startupsebraeminas.com.br/wp-
content/uploads/2014/11/Ebook-Como-iniciar-e-registrar-sua-startup.pdf>. Acesso em: 21 set.
2016.
46
CATHO, consultoria. Cresce o número de vagas de emprego na área de TI. Jornal o
Globo, 13 jul. 2015. Notícia. Disponível em:< http://g1.globo.com/jornal-
hoje/noticia/2015/07/cresce-o-numero-de-vagas-de-emprego-na-area-de-ti.html>. Acesso em
15 jul. 2016.
CTN, Lei n°. 5.172 de 25 de outubro de 1966. Disponível em:
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10581843/artigo-96-da-lei-n-5172-de-25-de-outubro-de-
1966, acessado em 25 de outubro de 2016.
DOLABELA, Fernando (Ed.). Oficina do Empreendedor: A metodologia de ensino que
ajuda a transformar conhecimento em riqueza. Rio de Janeiro: Gmt , 2008. 319 p.
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: Transformando ideias em negócios. 4.
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 260 p.
RIES, Eric. A startup enxuta: como os empreendedores atuais utilizam a inovação contínua
para criar empresas extremamente bem-sucedidas. São Paulo: Lua de Papel, 2012.
FERRARI, Roberto. Empreendedorismo para computação: Criando negócios em
tecnologia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 163 p.
SEBRAE. Empreendedorismo no Brasil. São Paulo: Sebrae, 2015. Disponível em:
<http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/c6de90
7fe0574c8ccb36328e24b2412e/$File/5904.pdf>. Acesso em: 15 set. 2016.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar um projeto de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
GITAHY, Guy. A arte do começo. 5. ed. Rio de Janeiro: Best-seller, 2010.
GOMES, Helton Simões. Startups começam a apostar em programas de trainne. Jornal da
Globo, 22 abril.2013. Notícia. Disponível em:<
http://g1.globo.com/tecnologia/blog/startup/post/startups-comecam-a-apostar-em-programas-
de-trainee.html/>. Acesso em 16 set. 2016.
LEITÃO, Leonardo Costa e Melo, Herbart dos Santos. Dicionário Tecnologia e Inovação.
Sebrae,CE 2010.
KIYOSAKI, Robert. Independência Financeira. 42a edição. Rio de Janeiro, Campus, 2000.
47
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia
ciêntifica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 28. ed. São Paulo: Malheiros,
2007. 560 p.
MARTINS, Ives Gandra da Silva; ELALI, André; SOUZA, Marcelo Magalhães
de. Incentivos fiscais: Questões pontuais nas esferas federal, estadual e municipal. São Paulo:
Mp, 2007. 366 p.
OLIVEIRA, Luis Martins (Org.) et al. Manual de contabilidade tributária. 6. ed. São
Paulo: Atlas, 2007.
______. Luis Martins (Org.) et al. Manual de contabilidade tributária. 13. ed. São Paulo:
Atlas, 2014.
PEIXOTO, Marcelo Magalhães; DINIZ, Marcelo de Lima Castro. Curso de Direito
Tributário da APET. São Paulo: Mp, 2005.
PORTO, Geciane Silveira (Org.). Gestão da inovação e empreendedorismo. Rio de Janeiro:
Elsevier , 2013.
SABBAG, Eduardo de Moraes. Elementos do Direito: Direito tributário. 8. ed. São Paulo:
Premier Máxima, 2005.
______. Eduardo. Manual de direito tributário. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
SANTOS, Cleônimo dos; BARROS, Sidney Ferro. Manual do Simples
Nacional: Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Microempreendedor Individual
(MEI). 4. ed. São Paulo: Viviane Caravieri Sant´ana, 2012. 349 p.
SEBRAE. O que é uma startup. Disponível
em:<https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/sebraeaz/o-que-e-uma
startup,616913074c0a3410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 10 out. 2016.
______. Startup na legalidade. Minas Gerais-MG, 2015. Disponível em:
<http://www.mg.agenciasebrae.com.br/sites/asn/uf/MG/startups-na
legalidade,aa05e1c7990bd410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 12 set. 2016.
STARTUPBASE, 2016. Disponível em:<http://startupbase.abstartups.com.br/status/>. Acesso
em: 22 de outubro de 2016.
48
STARTUP BRASIL. Programa. Disponível em: http://startupbrasil.org.br/sobre_programa/.>
Acesso em: 17 out. 2016.
STARTUP BRASIL. TI MAIOR. Disponível em: < http://startupbrasil.org.br/timaior/>.
Acesso em: 17 Out. 2016.
TÔRRES, Heleno Taveira. Direito tributário e processo administrativo aplicados. São
Paulo: Quartier Latin, 2005. 863 p.
TORRES, Joaquim. Guia da startup: Como startup e empresas estabelecidas podem criar
produtos web rentáveis. São Paulo: Casa do Código, 2014.
YOUNG, Lúcia Helena Briski. Planejamento tributário. 7. ed. Curitiba: Juruá, 2011. 204 p.