STJ 2013 04 10

  • Upload
    adinlei

  • View
    223

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    1/24

    http://www.dgsi.pt/jstj.nsf/954f0ce6ad9dd8b980256b5f003fa814/533bc8aa516702b980257b4e003281f0?OpenDc!"ent

    Acrdos STJ Acrdo do Supremo Tribunal de JustiaProcesso: 224/06.!A"#$.%&.S&'( %on)encional: *+ S,%-elator: SA'TS %A1A$escritores: A% ',!%3A , S,'T,'-A

    P313-,S , P"A

    ata do Acordo: 20&*/04/&0

    "otao: 5'A'33A,

    ,%5S P,'A$

    # %nabe&a 'd(ig!es) *e&e(idade e +fic,cia#-"a p p&itic c(i"ina& "enage" a (fess( D!t( (ge'ibei( de a(ia.# atista achad) nt(d! a Di(eit e a Disc!(s egiti"ad() p. 58 e segs..# *&a!s 'in) De(ech (cesa& ena&) p. 101 e segs..# *sta %nd(ade) b(e as (ibies de (;a e" (cess ena& *i"b(a) %&"edina) 1996) p. 65 e# ig!ei(ed Dias) %c(ds b(e a entena e" (cess ena&) *nse&h Dist(ita& d (t da O.%.) *&ec

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    2/24

    O&i;ei(a de (ades fi a(g!id cndenad na pena de nica de 13 Gt(eLeH ans e 2 GdisH "eses de p(is.

    %s (aLes de disc(d]ncia encnt(a"#se ep(essas nas cnc&!ses da (especti;a "ti;a de (ec!(s nde se(efe(e R!e

    1 - O arguido no praticou 8 (oito) crimes de dano simples, mas 1 (um) crime continuado de dano simples, cuja

    moldura penal abstracta de pena de priso at trs anos ou pena de multa;

    2 - s penas parcelares impostas ao ora recorrente so e!cessi"as e de"em ser redu#idas para medidas $ue se

    apro!imem dos respecti"os limites m%nimos&

    ' - pena nica resultante do cmulo jur%dico de"er, conse$uentemente, ser re*ormada e substancialmente redu#ida&

    + - O douto acrdo "iola os artigos '., +., /1., //. e /8., todos do 0digo enal&

    'espnde! inistJ(i !b&ic (efe(ind R!e

    1& Os *actos pelos $uais o recorrente *oi condenado no integram a prtica, para alm do mais, de um nico crime

    continuado mas sim de oito crimes de dano simples&

    2& a realidade, o *acto de o recorrente e o outro arguido terem continuado na posse da placa de sinali#a3o com

    $ue praticaram todos os crimes no constitui uma situa3o em $ue se "eri*i$ue a perdura3o do meio apto a reali#ar o

    delito $ue se criou ou ad$uiriu para e!ecutar a primeira conduta criminosa&

    '& ara $ue isso acontecesse, ter%amos $ue estar perante uma situa3o em $ue esse objecto *osse determinante,

    essencial para a prtica dos crimes em causa; ora, in casu, se os estragos no ti"essem sido pro"ocados com essa

    placa de sinali#a3o, t-lo-iam sido com um pau, um *erro, uma pedra, outra placa de sinali#a3o, etc&

    +& 4e igual *orma, consideramos $ue a circunst5ncia de os arguidos terem continuado a circular no motociclo em

    $ue seguiam e se terem deparado com mais autom"eis, no criou a possibilidade de alargamento do 5mbito da sua

    acti"idade criminosa, para $ue isso pudesse acarretar a consider"el diminui3o da culpa do agente necessrio $ue

    esti"ssemos perante situa36es em $ue l7e *osse e*ecti"amente di*%cil resistir $uela possibilidade de prtica de um

    no"o crime com a $ual ele no esta"a a contar&

    9& Ora, per*eitamente e"idente $ue os arguidos, ao continuarem a circular em "ias pblicas, se iriam cru#ar com

    mais "e%culos autom"eis& o 7 a$ui nen7um *actor surpresa nem $ue acarrete a tenta3o de praticar mais crimes&

    entender-se assim, cada "e# $ue algum assaltasse ou "andali#asse uma "iatura, a partir da% poderia *a#-lo a todas as

    demais $ue encontrasse nessa noite e cometeria apenas um crime continuado& :m cidades como isboa ou orto, tal

    poderia acarretar um "erdadeiro ribunal ?udicial de @ou#ela por acrdo cuja leitura *oi agendada para AB/B212

    sem a presen3a dos arguidos, e $ue "eio a ser depositada sem $ue ten7a sido assinado Cpelos elementos do >ribunal

    0olecti"oD ao contrrio do $ue consta na acta de *ls& 1=A, parecendo $ue at C*a# parte dessa actaD (*ls& 1A+)&

    O arguido *oi noti*icado no :stabelecimento risional em 1/B/B212 e interpEs recurso no dia '1B/B212 (*ls&

    112 e sgts)&

    O processo este"e parado at 28BAB212 (cerca de 2 meses) e nesse dia *oi noti*icado o Finistrio blico, $uerespondeu em 18B1B212 (*ls& 11+8)&

    O recurso "eio a ser admitido por despac7o de 2+B1B212 (*ls& 1198)&

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    3/24

    4epois das noti*ica36es e respostas aos o*%cios e*ectuadas todas em 'B1B212, o recursoBprocesso s *oi

    remetido ao >ribunal da Gela3o de 0oimbra em + de ?aneiro de 21' e certamente por ter sido recebido um

    o*%cioBinsistncia muito urgente do >: de 0oimbra (*ls& 11=9)&

    arece-nos $ue $uer o depsito de um acrdo condenatrio sem ter sido assinado, $uer estes $uatro meses

    (2H2) $ue o processo este"e ine!plica"elmente parado com arguido preso ordem de outro processo e com pedidos

    sucessi"os de in*orma3o do >:, sem $ue se "islumbre $ual$uer ra#o de"er ser CtransmitidoD s entidades

    competentes, o $ue promo"emos&

    O arguido interpEs recurso do acrdo no datado nem assinado pro*erido no >ribunal ?udicial de

    @ou#ela pelos Fmos ?u%#es de 0irculo e em $ue *oi condenado na pena nica de 1' anos e 2 meses de priso por

    autoria de 8 crimes de dano, ' crimes de atentado seguran3a de transporte, e ainda por autoria de dano com"iola3o, de roubo, coac3o se!ual e se$uestro a $ue *oi condenado no proc& 9B=&' IOJG no tribunal do Oli"eira

    de Jrades&

    O arguidoBrecorrente incon*ormado com esta condena3o "em impugn-la de*endendo $ue no cometeu 8

    crimes de dano, mas apenas um crime continuado de dano simples, $ue as penas parcelares so e!cessi"as de"endo ser

    redu#idas a penas pr!imas dos limites m%nimos e por isso o cmulo de"er ser re*ormulado e substancialmente

    redu#ido por terem sido "iolados os artKs 'K& +K, /1K, //K e /8K do 0&

    O acrdo condenatrio bem como o in%cio da *undamenta3o do recurso do arguido aps leitura atenta le"a-

    nos a considerar $ue se le"antam $uest6es $ue de"ero ser do con7ecimento o*icioso e $ue podero le"ar anula3o

    da deciso recorrida, preliminarmente, ao con7ecimento do recurso interposto pelo arguido , o $ue iremos suscitar&

    1- O julgamento ocorreu no dia marcado L 29B=B212 e apesar de ambos os arguidos, e MM estarem acusados de

    trs crimes de atentado seguran3a e transporte (artK 2AK nK 1 do 0, na redac3o em "igor em 2=) crime este

    pun%"el com a pena de 1 a 8 anos de priso, pre"iamente s declara36es dos arguidos, pelo Fmo ?ui# residente *oi

    aceite a 7iptese dos arguidos con*essarem de *orma integral e sem reser"as, Cno 5mbito de um acordo a

    consensuali#ar com o FKK $uanto s penas aplic"eisD&

    1&2 :sta proposta *oi *ormali#ada pelo F&& aceite pelos Fmos ?u%#es $ue passaram produ3o de pro"a (declara3o

    do arguido) aps os mesmos serem noti*icados nos termos dos artKs '+2K e '+'K nK 1 do 0&

    ps as con*iss6es dos arguidos, o F&& e um dos mandatrios prescindiram da pro"a testemun7al&

    1&' O Nr& ?ui# residente logo de seguida, ainda antes das alega36es *inais pro*eriu um despac7o Ccom "ista recti*ica3o do cmulo jur%dico entre as penas a aplicar e as aplicadas com nota de tr5nsito em julgadoD

    :sta acta $ue consta a *ls& A+A e sgts suscita as seguintes nulidadesP

    - con*isso integral e sem reser"as p& no artK '++K nK 1 no suscept%"el de ser aplicada aos arguidos de"ido

    e!cep3o p& no nK 2 al& c) da mesma disposi3o legal&

    M- inda $ue *osse poss%"el a "eri*ica3o desta con*isso, o >ribunal tin7a de decidir o ter ou no lugar a

    produ3o de pro"a e em $ue medida, o $ue no se "eri*icou, con*orme disp6e o nK + do artK '++K do 0&&

    0- :ste CacordoD entre o F&& e os arguidos sobre a medida das penas no se encontra legalmente pre"isto nem

    no direito penal nem no direito constitucional&

    o caso de con*isso integral e sem reser"as dos *actos imputados na acusa3o $ue integram pena superior a 9

    anos de priso, o artK '++K do 0 no pro%be a dispensa de produ3o de pro"a $uanto aos *actos con*essados, mas

    apenas estabelece $ue tal con*isso no a implica necessariamente, cabendo ao tribunal decidir, em sua li"re

    con"ic3o, sobre se, e em $ue medida, relati"amente a esses *actos, de"e ter lugar a produ3o de pro"a (ac& N>? de = de

    ?aneiro de 1AAA, proc& 1'+BA8 L ', NN>?, nK 2/,=9)&

    Ne relati"amente aos crimes de danos poderia no 7a"er necessidade da produ3o de pro"a, j em rela3o aos

    outros crimes - atentado seguran3a de transporte ser imprescind%"el, segundo nos parece pois de tal comportamento

    resultaram acidentes, con*orme resulta dos *actos pro"ados&

    :sta"am noti*icados para o julgamento de 29B=B212, 1/ testemun7as

    2- continua3o do julgamento ocorreu no dia AB/B212 e apesar de constar na acta (*ls& 1=A) $ue *oi

    comunicado ao FKK e aos Fandatrios dos arguidos $ue o acrdo se encontra"a elaborado em con*ormidade, Cde

    seguida *oi pro*erido o seguinteDP acrdo $ue termina na ltima *ol7a da acta assinado apenas pela escri" au!iliar

    $ue l7e *e# a re"ista integral (*ls& 1A+)&

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    4/24

    2&1 :ste acrdo nos termos do artK '/2K nK 2 do 0 tem de ser assinado por todos os ju%#es&

    2&2 O acrdo na *undamenta3o sobre a matria de *acto relati"amente aos crimes j re*eridos L atentado

    seguran3a de transporte, nos pontos = a A re*ere $ue os *actos descritos so embates em "e%culos $ue se despistaram e

    cujos ocupantes e condutores "iram a "ida e a integridade *%sica colocada em perigo, sem especi*icamente estes *actos

    serem *undamentados&

    2&2&1 este tipo de crime, $uanto ao arguidoBrecorrente $ue no era condutor, mas apenas ocupante do

    ciclomotor (Q) poder-se- $uestionar se o mesmo co-autor do crime, pois a nica *undamenta3o da sua co-autoria

    a re*erncia a aulo into de lbu$uer$ue no seu comentrio ao 0digo rocesso enal, *ls& 82+&

    2&2&2 con"ic3o do >ribunal $uanto matria de *actos resume-se s declara36es dos arguidos e aos

    documentos e relatrios periciais, o $ue constitui uma insu*icincia da *undamenta3o de *acto e de direito&

    2&2&' a determina3o da medida da pena pela autoria dos crimes longamente e!posto um princ%pio $ue ter sido

    de*endido por Jigueiredo 4ias, mas $ue neste momento j o no *a# nestes moldes L aceita3o de acordos propostos

    pelos sujeitos processuais em audincia de julgamento, para simpli*icar e con*erir maior celeridade aos processos&

    2&2&'&1 Rndependentemente do teor deste principio, no estando pre"isto legalmente no se "eri*ica $ual$uer

    *undamento nem para o suscitar nem para o aplicar&

    lm do mais nem se percebe como se in"oca a celeridade para este processo $uando os *actos ocorreram em

    2= e o processo at tem 9 "olumes

    '- Jinalmente depois de estabelecida a medida da pena por cada um dos crimes, at de acordo com as medidas

    propostas pelo F&& em audincia, no *oi determinada a pena nica resultante deste concurso por$ue

    ine!plica"elmente (contra o e!pressamente pre"isto no artK /8K do 0) apenas por ra#6es de Cceleridade processual

    como de*ende aulo into de lbu$uer$ueD *oi decidido *a#er entrar neste concurso as penas parcelares aplicadas no

    acrdo de A de ?un7o de 2A, transitado em julgado em 19BAB2A&

    '&1 O con7ecimento super"eniente do concurso p& no artK /8K do 0 s se pode "eri*icar se, depois de uma

    condena3o transitada em julgado, se mostrar $ue o agente praticou, anteriormente $uela condena3o, outro ou

    outros crimes o $ue s aplic"el relati"amente aos crimes cuja condena3o tambm transitou em julgado (nKs 1 e 2)&

    >odas estas $uest6es re*erentes ao julgamento e depois no prprio acrdo so, como j re*erimos suscept%"eis

    de serem o*iciosamente con7ecidas por tornarem nulos $uer o julgamento $uer o acrdo condenatrio do arguido ,o $ue tambm de"er ser aplicado ao co-arguido MM (artK +2K nK 2 al& a) do 0)&

    ssim e por tudo isto parece-nos $ue pre"iamente ao con7ecimento do recurso interposto pelo arguido ,

    poderBde"er ser anulado o acrdo pro*erido no >ribunal de @ou#ela de"ido s ilegalidades e omiss6es constantes na

    deciso condenatria e as $ue a antecederam, por ter sido "iolado o disposto nos artKs /8K nK 1 e 2 do 0, 118K nK 1 al&

    *) '++K nK ' al& c), '/2K nK 2, '/+K nKs 2 e ' al& e), '/9K nK 1, '/AK nK 1 als& a), b) e c) do 0&

    Os a!ts ti;e(a" s ;ists &egais

    ^

    *!"p(e decidi(.

    +" sede de decis (ec((ida encnt(a#se p(;ada a seg!inte fact!a&idade:

    1. Q dia 1 de Q;e"b( de 2006) ce(ca das 4 h(as) s a(g!ids e %% ci(c!&a;a" na &ca&idade de *a"b(a)%= 125@) de c( aL!& e b(anca) R!e stenta;a a "at(Mc!&a ...#EO) pste(i("ente(ectificada pa(a a "at(Mc!&a ...#EO) de ac(d c" &i;(ete (especti;) cnd!Lid pe& a(g!id ) se" R!e fsse

    pss!id( de &icena de cnd! ! !t( dc!"ent R!e habi&itasse a cnd!Li( "es") R!e sabia se( b(igatB(ip( &ei) e) R!and se c(!La(a" c" ;eMc!& &igei( de "e(cad(ias) de "a(ca >its!bishi@) "de& >200@) c" a"at(Mc!&a ...#*Q) pe(tencente a **) R!e se encnt(a;a estacinad e" f(ente [ (esidZncia deste) na ;ia pb&ica) a(g!id ap(i"!#se daR!e&e ;eMc!& e) e" act cntMn!) a(g!id %%) R!e n !ti&iLa;a capacete) "!nid de!"a p&aca de sina&iLa de caa Gap(eendida a f&s. 112 ds a!tsH) s!p(tada n!" fe(() a((e"ess!#a cnt(a ;id(

    p,(a#b(isas d (efe(id ;eMc!&) pa(tind#) R!e p(;c! p(ej!MLs n ;a&( de _ 229)17 Gdc!"ent de f&s. 207 dsa!tsH\

    2. %pBs) e ainda na &ca&idade de *a"b(a) 440@) c" a "at(Mc!&a ....#%) pe(tencente a DD) R!ese encnt(a;a estacinad e" f(ente [ (esidZncia desta) na ;ia pb&ica) a(g!id ap(i"!#se daR!e&e ;eMc!& e)

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    5/24

    e" act cntMn!) a(g!id %%) "!nid de !"a p&aca de sina&iLa de caa Gap(eendida a f&s. 112 ds a!tsH)s!p(tada n!" fe(() a((e"ess!#a cnt(a ;id( t(asei( d (efe(id ;eMc!&) pa(tind#) R!e p(;c! p(ej!MLs n;a&( de _ 458)43 Gdc!"ents de f&s. 243 a 246 ds a!tsH\

    3. %inda na &ca&idade de *a"b(a) !nt@) c" a "at(Mc!&a ...#D`) pe(tencente a ++) R!e seencnt(a;a estacinad e" f(ente [ (esidZncia deste) na ;ia pb&ica) a(g!id ap(i"!#se daR!e&e ;eMc!& e) e"act cntMn!) a(g!id %%) "!nid de !"a p&aca de sina&iLa de caa Gap(eendida a f&s. 112 ds a!tsH) s!p(tadan!" fe(() a((e"ess!#a cnt(a ;id( t(asei( d (efe(id ;eMc!&) pa(tind#) R!e p(;c! p(ej!MLs n ;a&( de _301)85 Gdc!"ent de f&s. 201 ds a!tsH\

    4. , na &ca&idade de *a"b(a de ai) E&ed 1@) c" a "at(Mc!&a ...#Q) pe(tencente a )R!e se encnt(a;a estacinad e" f(ente [ (esidZncia deste) na ;ia pb&ica) a(g!id ap(i"!#se daR!e&e ;eMc!&e) e" act cntMn!) a(g!id %%) "!nid de !"a p&aca de sina&iLa de caa Gap(eendida a f&s. 112 ds a!tsH)s!p(tada n!" fe(() a((e"ess!#a cnt(a ;id( p,(a#b(isas d (efe(id ;eMc!&) pa(tind# e a"&gand tejadi&h) R!e p(;c! p(ej!MLs n ;a&( de _ 559)63 Gdc!"ents de f&s. 261 e 262 ds a!tsH\

    5. %pBs) ainda na &ca&idade de *a"b(a de ai) *it(n@) "de& >%`@) c" a "at(Mc!&a ...#*) pe(tencente a ==) R!e se encnt(a;a estacinad e" f(ente [(esidZncia desta) na ;ia pb&ica) a(g!id ap(i"!#se daR!e&e ;eMc!& e) e" act cntMn!) a(g!id %%)

    "!nid de !"a p&aca de sina&iLa de caa Gap(eendida a f&s. 112 ds a!tsH) s!p(tada n!" fe(() a((e"ess!#a cnt(a ;id( p,(a#b(isas d (efe(id ;eMc!&) pa(tind# e a"&gand tejadi&h) R!e p(;c! p(ej!MLs n ;a&( de _559)63 Gdc!"ents de f&s. 261 e 262 ds a!tsH\

    6. *hegads [ &ca&idade de *a;ei(Bs de ai)

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    6/24

    est(adais) ci(c!&and na faia de (dage" da esR!e(da) n bse(;and as p(eca!es eigidas pe&a "ais e&e"enta(p(!dZncia e c!idad R!e e(a" capaLes de adpta() e R!e de;ia" te( adptad) c&cand e" pe(ig s ;eMc!&s aci"adesc(its) be" c" a ;ida e integ(idade fMsica ds se!s cnd!t(es e passagei(s) R!e ci(c!&a;a" ns "es"s) R!eR!ise(a"\

    13. Os a(g!ids act!a(a" de f("a &i;(e) ;&!nt,(ia e cnsciente) sabend R!e a a((e"essa( a p&aca de sina&iLas!p(tada n!" fe(( da f("a desc(ita ns pnts ante(i(es pde(ia" p(;ca( acidente) c&cand e" pe(ig s;eMc!&s aci"a desc(its) be" c" a ;ida e integ(idade fMsica ds se!s cnd!t(es e passagei(s) R!e ci(c!&a;a" ns"es"s) R!e (ep(esenta(a" e R!ise(a"\

    14. O a(g!id agi! de&ibe(ada) ;&!nt,(ia e cnsciente"ente) sabend R!e n pdia cnd!Li( !" cic&"t( se"

    se( p(tad( da (especti;a &icena de cnd!) R!e) n bstante) feL) "ais sabend R!e ta& cnd!ta e(a p(ibida ep!nida p( &ei\

    15. abia" s a(g!ids R!e as s!as cnd!tas e(a" p(ibidas e p!nidas p( &ei pena&\

    16. O a(g!id J s&tei() "as te" !"a c"panhei(a e d!as fi&has) R!e se encnt(a" [ g!a(da da "e\

    17. O a(g!id c"p&et! 7U an de esc&a(idade\

    18. O a(g!id J se(;ente de ca(pintei( de p(fiss) "as encnt(a#se act!a&"ente p(es e" c!"p(i"ent de penade p(is\

    19. O a(g!id %% J casad) tend !" fi&h c" 18 ans de idade\

    20. O a(g!id %% c"p&et! 6U an de esc&a(idade\

    21. O a(g!id %% J ca(pintei( de p(fiss) "as encnt(a#se act!a&"ente p(es e" c!"p(i"ent de pena de p(is\

    22. O a(g!id fi cndenad) p( sentena p(fe(ida n p(cess c"!") c" inte(;en d E(ib!na& ing!&a() nU49/02.9=EQD) d 2U !ML d E(ib!na& !dicia& da *"a(ca de Ende&a) datada de 16#03#2004) e t(ansitada e"

    j!&gad n dia 22#04#2004) n!"a pena de 50 dias de "!&ta) [ taa di,(ia de _ 5) pe&a p(,tica de !" c(i"e de cnd!se" habi&ita &ega&) p(e;ist e p!nid pe& a(t. 3U) nU 1) d D.. nU 2/98) de 03#01) c"etid n dia 15#12#2002\

    23. % pena de "!&ta (efe(ida n pnt ante(i( fi dec&a(ada etinta) pe& (especti; c!"p(i"ent/paga"ent\

    24. O a(g!id fi cndenad) p( acB(d p(fe(id n p(cess c"!") c" inte(;en d E(ib!na& *&ecti;) nU50/06.3=%O') d E(ib!na& !dicia& da *"a(ca de O&i;ei(a de (ades) datad de 27#05#2009) e t(ansitad e" j!&gadn dia 15#06#2009) nas seg!intes penas:

    # pena de 2 ans e 10 "eses de p(is) pe&a p(,tica de !" c(i"e de dan c" ;i&Zncia) p(e;ist e p!nid pe& a(t. 214U)nU 1) a&. aH) d *Bdig ena&\

    # pena de 2 ans de p(is) pe&a p(,tica de !" c(i"e de (!b) p(e;ist e p!nid pe& a(t. 210U) nU 1) d *Bdig ena&\

    # pena de 2 ans de p(is) pe&a p(,tica de !" c(i"e de (!b) p(e;ist e p!nid pe& a(t. 210U) nU 1) d *Bdig ena&\

    # pena de 1 an de p(is) pe&a p(,tica de !" c(i"e de cac) p(e;ist e p!nid pe& a(t. 154U) nU 1) d *Bdig ena&\

    # pena de 7 ans de p(is) pe&a p(,tica de !" c(i"e de ;i&a) p(e;ist e p!nid pe& a(t. 164U) nU 1) d *Bdig ena&\

    # pena de 4 ans de p(is) pe&a p(,tica de !" c(i"e de cac se!a&) p(e;ist e p!nid pe& a(t. 163U) nU 1) d *Bdigena&\

    # pena de 1 an de p(is) pe&a p(,tica de !" c(i"e de seR!est() p(e;ist e p!nid pe& a(t. 158U) nU 1) d *Bdig ena&\

    25. Q p(cess e decis (efe(ids n pnt ante(i() a(g!id fi cndenad na pena nica de 10 ans de p(is\

    26. O a(g!id encnt(a#se act!a&"ente a c!"p(i( a pena de p(is (efe(ida n pnt ante(i(\

    27. O a(g!id %% fi cndenad) p( sentena p(fe(ida n p(cess c"!") c" inte(;en d E(ib!na& ing!&a() nU411/04.2=E

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    7/24

    ;eMc!& e" estad de e"b(iag!eL) p(e;ist e p!nid pe& a(t. 292U d *Bdig ena&) c"etid n dia 31#08#2004\

    28. % pena de "!&ta (efe(ida n pnt ante(i( fi dec&a(ada etinta\

    29. O a(g!id %% fi cndenad) p( acB(d p(fe(id n p(cess c"!") c" inte(;en d E(ib!na& *&ecti;) nU50/06.3=%O') d E(ib!na& !dicia& da *"a(ca de O&i;ei(a de (ades) datad de 27#05#2009) e t(ansitad e" j!&gadn dia 15#06#2009) nas seg!intes penas:

    # pena de 2 ans e 10 "eses de p(is) pe&a p(,tica de !" c(i"e de dan c" ;i&Zncia) p(e;ist e p!nid pe& a(t. 214U)nU 1) a&. aH) d *Bdig ena&\

    # pena de 2 ans de p(is) pe&a p(,tica de !" c(i"e de (!b) p(e;ist e p!nid pe& a(t. 210U) nU 1) d *Bdig ena&\

    # pena de 2 ans de p(is) pe&a p(,tica de !" c(i"e de (!b) p(e;ist e p!nid pe& a(t. 210U) nU 1) d *Bdig ena&\

    # pena de 1 an de p(is) pe&a p(,tica de !" c(i"e de cac) p(e;ist e p!nid pe& a(t. 154U) nU 1) d *Bdig ena&\

    # pena de 7 ans de p(is) pe&a p(,tica de !" c(i"e de ;i&a) p(e;ist e p!nid pe& a(t. 164U) nU 1) d *Bdig ena&\

    # pena de 4 ans de p(is) pe&a p(,tica de !" c(i"e de cac se!a&) p(e;ist e p!nid pe& a(t. 163U) nU 1) d *Bdigena&\

    # pena de 1 an de p(is) pe&a p(,tica de !" c(i"e de seR!est() p(e;ist e p!nid pe& a(t. 158U) nU 1) d *Bdig ena&\

    30. Q p(cess e decis (efe(ids n pnt ante(i() a(g!id %% fi cndenad na pena nica de 10 ans de p(is\

    31. O a(g!id %% encnt(a#se act!a&"ente a c!"p(i( a pena de p(is (efe(ida n pnt ante(i(\

    32. Q acB(d (efe(id ns pnts 24. e 29. cnside(a(a"#se p(;ads s seg!intes facts:

    R - o dia 2 de bril de 2=, cerca da 1S, os arguidos sa%ram da po"oa3o de 0aramulo e dirigiram-se no

    motociclo do arguido MM, $ue este condu#ia, at uma #ona de pin7al con7ecida por ser *re$uentada por casais de

    namorados, pr!ima do campo de *utebol de Oli"eira de Jrades e sita nas imedia36es do camin7o $ue liga a po"oa3o

    de Jradin7o a Oli"eira de Jrades, concel7o e comarca de Oli"eira de Jrades&

    RR - >in7am combinado ir at ali espreitar casais de namorados e *or3ar as mul7eres $ue a% encontrassem a manter com

    eles rela36es se!uais de cpula&

    Funiram-se pre"iamente de lu"as, um gorro e uma mscara, para utili#arem nas e"entuais abordagens $ue

    e*ectuassem, por *orma a no serem recon7ecidos, munindo-se tambm de uma lanterna e de um pau grosso cada um&

    RRR - % c7egados, cerca da 1S', os arguidos imobili#aram o seu motociclo e, depois de colocarem na cabe3a os

    dis*arces $ue tra#iam com eles (um gorro o arguido MM e uma mscara o arguido ), $ue apenas tin7am aberturas na

    #ona dos ol7os e da boca, deitaram a mo aos paus de $ue se 7a"iam munido e embren7aram-se na mata por um

    camin7o de terra batida, onde depararam com o "e%culo autom"el Jiat unto, de matr%cula &&&-IM, pertencente ao

    o*endido NN, em cujo interior ele se encontra"a com a sua namorada >>, decidindo, ento, de comum acordo, abordar

    os ocupantes desse "e%culo&

    R@ - ssim concertados e conjugando es*or3os, os arguidos abeiraram-se ento desse "e%culo, um pelo lado da porta do

    condutor e outro pelo lado da do ocupante, tendo, de imediato, o arguido acendido a lanterna $ue tra#ia consigo,

    projectando o *oco para o interior do "e%culo&

    O o*endido NN, $ue se encontra"a ao "olante desse "e%culo, ainda tentou *ugir, accionando a igni3o do mesmo e

    engrenando a marc7a-atrs&

    percebendo-se disso, os arguidos, com o propsito de causar danos nessa "iatura e de amedrontar e assustar os

    o*endidos, le"ando-os a imobili#ar o seu "e%culo, des*eriram "rias pancadas nos "idros desse "e%culo com os paus $ue

    tra#iam consigo, com o $ue partiram os "idros laterais do lado do condutor e estil7a3aram o "idro pra-brisas,

    causando-l7e estragos cuja repara3o importou em 1=9',++ euros&

    inda assim, o o*endido NN logrou recuar o seu "e%culo cem a du#entos metros, at $ue o mesmo se imobili#ou numa

    ra"ina, de $ue no mais sairia pelos seus prprios meios&

    @ - percebendo-se disso, os arguidos apro!imaram-se de no"o desse "e%culo, ainda munidos da$ueles paus,

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    8/24

    deparando ento com os seus ocupantes juntos um ao outro e j no e!terior, amedrontados e assustados&

    O arguido ordenou-l7es ento $ue pousassem no c7o os seus telem"eis, ordem $ue eles cumpriram, intimidados

    pela "iolncia da abordagem de $ue 7a"iam acabado de ser "%timas e con"encidos da inutilidade de $ual$uer

    resistncia, con"encimento esse re*or3ado ainda, no caso do o*endido NN, em "irtude de se ter apercebido $ue o

    arguido le"a"a a mo ao interior do bluso, junto ao peito, dando a entender $ue a% deteria algum objecto com $ue

    os pudesse agredir, e"entualmente uma arma&

    : logo o arguido deitou a mo a esses telem"eis, metendo-os ao bolso&

    :sses telem"eis, ambos de marca Namsung, modelo T=+, tin7am, pelo menos, o "alor de 9& euros cada um (o do

    NN, com o n&K &&& e da>>, com o n&K &&&)&

    @R - ? na posse dos telem"eis, o arguido ordenou >> $ue se despisse, reiterando a ordem $uando esta l7e

    perguntou para $ue $ueria $ue o *i#esse&

    or temer $ue a sua integridade *%sica *osse molestada ou at $ue a sua "ida corresse perigo se no obedecesse, "ista a

    "iolncia da aludida abordagem, a o*endida >> pu!ou a camisola para cima *icando com o peito descoberto, uma "e#

    $ue no tra#ia soutien, e bai!ou a saia, *icando cal3ada&

    4e imediato, esse arguido, munido de um telem"el, direccionou o mesmo para a o*endida, *a#endo men3o de a

    *otogra*ar&

    @RR - 4e seguida, depois de ambos os arguidos terem con*erenciado em "o# bai!a no sentido de concreti#arem o

    propsito de manter rela36es se!uais com a o*endida>>, o arguido , "isando dei!ar o arguido MM com esta, a*astou-

    se da$uele local cerca de cem metros, na compan7ia do o*endido NN, $ue *or3ou a acompan7-lo a prete!to de $ue iam

    buscar um tractor para rebocar o "e%culo dele&

    ssim $ue *icou a ss com a o*endida, o arguido MM perguntou-l7e se $ueria ter rela36es se!uais com ele, tendo ela

    respondido $ue no&

    erante esta recusa dela, o arguido MM *oi-l7e di#endo $ue se o no *i#esse Calgo de mal l7e aconteceria a ela e ao

    namoradoD, o $ue acabou por a le"ar a no resistir aos propsitos do arguido, intimidada como tambm j esta"a pela

    "iolncia da abordagem *eita pelos arguidos e con"encida da inutilidade de $ual$uer resistncia&

    inda recusou, toda"ia, despir as cuecas, o $ue de pouco l7e "aleu, pois o arguido MM bai!ou ento as cal3as dele e,aps obter erec3o e, de *rente para ela, des"iou-l7e ento as cuecas por *orma a destapar-l7e a "agina, introdu#indo-

    l7e ento completamente o pnis erecto na "agina, a% o *riccionando at estar prestes a ejacular, momento em $ue o

    retirou para o e!terior da "agina e ejaculou para o c7o&

    @RRR - 0erca de "inte a trinta minutos depois de se ter a*astado desse local com o o*endido NN, o arguido regressou

    com este para junto deles&

    Joi ento a "e# de este arguido *icar com a o*endida>> en$uanto o arguido MM se a*asta"a, pelo menos a cem metros

    dali, le"ando consigo o o*endido NN, sempre a prete!to de irem buscar um tractor para rebocar o dito "e%culo&

    ssim $ue *icou a ss com a o*endida, o arguido tentou tambm ele manter cpula com a o*endida, di#endo-l7e $ue

    $ueria ter rela36es com ela, ao $ue ela respondeu $ue no $ueria&

    pesar da oposi3o desta, o arguido, encontrando-se de *rente para ela, le"antou-l7e as saias, encostou o seu corpo ao

    dela, abriu as suas cal3as, pu!ou o pnis para o e!terior, encostando-o tambm ao corpo da o*endida, designadamente

    #ona "ul"ar desta, e tentou introdu#ir-l7e, por duas "e#es, o pnis na "agina, des"iando-l7e para o e*eito as cuecas e

    tacteando-l7e a "ul"a com a mo, no conseguindo tal introdu3o por no ter logrado obter erec3o su*iciente&

    >ambm desta *eita a o*endida no opEs maior resistncia aos propsitos do arguido com receio do mal $ue os

    arguidos l7e poderiam *a#er a ela e ao namorado, intimidada como continua"a pela "iolncia da abordagem *eita pelos

    arguidos e con"encida da inutilidade de $ual$uer resistncia&

    RT - Uuin#e a "inte minutos depois de dali ter sa%do, o o*endido NN - este sempre mantido $uieto e perto desse arguido

    por *or3a do receio $ue l7e *oi in*undido pela amea3a dos paus $ue os arguidos empun7a"am e pela "iolncia da suaabordagem regressou para junto do local onde se encontra"a a o*endida >>, tendo-se os arguidos ausentado

    igualmente em direc3o ao seu motociclo, pondo-se em *uga, abandonando na$uele local os o*endidos, le"ando com

    eles e *a#endo seus os re*eridos telem"eis&

    T - :ntre a abordagem aos o*endidos e o momento em $ue os arguidos ali os abandonaram, decorreu, pelo menos, 1

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    9/24

    7ora, per%odo ao longo do $ual os o*endidos esti"eram pri"ados da sua liberdade de se locomo"erem li"remente&

    TR - Os arguidos agiram sempre de *orma deliberada, li"re e consciente, no intuito de pro"ocar estragos no "e%culo do

    o*endido NN, de pri"arem os o*endidos na respecti"a liberdade ambulatria e de ac3o, de se apropriarem dos seus

    telem"eis, de le"arem a o*endida >> a despir-se, e de com ela manterem rela36es se!uais&

    Nabiam $ue ao abord-los da *orma descrita - e!ibindo e utili#ando os paus de $ue se encontra"am munidos e "alendo-

    se da sua superioridade *%sica em rela3o ao casal de o*endidos - a sua conduta era ade$uada a *a#er os o*endidos

    temer pela sua "ida e integridade *%sica, assim os pri"ando da sua liberdade ambulatria e de ac3o e os determinando

    a cumprir todas as suas ordens, como "ieram e*ecti"amente a conseguir&

    Nabiam $ue ao obrigarem a o*endida >> a despir, pelo menos parte da roupa, actua"am contra a "ontade desta&

    >ambm sabiam $ue ao terem rela36es se!uais de cpula ou outros actos de cari# se!ual com ela, o *a#iam com recurso

    *or3a, mediante intimida3o e contra a "ontade dela, atentando contra a sua liberdade de determina3o se!ual&

    >ambm sabiam $ue *oi da mesma *orma - com recurso *or3a, mediante intimida3o e contra a "ontade deles - $ue

    pro"ocaram os mencionados estragos no "e%culo do o*endido NN, *i#eram seus os re*eridos telem"eis, le"aram a

    o*endida >> a despir, pelo menos parte da sua roupa e pri"aram os o*endidos re*eridos da liberdade de se locomo"erem

    li"remente&

    Nabiam $ue esse "e%culo e esses telem"eis no l7es pertenciam&

    Os arguidos agiram sempre de comum acordo, em conjuga3o de iniciati"as e de es*or3os&

    Nabiam $ue as respecti"as condutas no eram permitidas e eram punidas por leiD \

    33. Q acB(d (efe(id ns pnts 24. e 29. cnside(a(a"#se ainda p(;ads s seg!intes facts:

    CTRRR - O arguido data dos *actos "i"ia em casa dos pais em Fonteteso, 0aramulo&

    >rabal7a"a 7 + anos numa carpintaria, em Oli"eira de Jrades, au*erindo mensalmente /& euros&

    >em um *il7o com 1+ anos de idade, $ue se encontra a estudar no A. ano, o $ual "i"e com a me, operria *abril, e os

    pais do arguido, na residncia destes&

    ara alm da rela3o amorosa $ue mantin7a com a me do seu *il7o, o arguido tin7a uma outra compan7eira em

    Oli"eira de Jrades, com $uem di"idia, durante a semana, uma renda de casa, no montante de 29& euros&

    ossui como 7abilita36es literrias o =. ano&

    O arguido MM, data dos *actos, trabal7a"a em @iseu, na constru3o ci"il, au*erindo em mdia /& euros, "i"ia com

    os pais em casa destes, com a sua

    compan7eira e um *il7o de 1 ano de idade& ara alm deste *il7o, o arguido tem agora um outro de cinco meses, *ruto

    da mesma rela3o amorosa; a sua compan7eira trabal7a num lar de idosos, au*erindo mensalmente 9 euros&

    mbos os arguidos tm e*ectuado um comportamento prisional positi"o&

    No tidos pelos $ue os con7ecem e com eles con"i"em como pessoas trabal7adoras e 7umildesD \

    34. Os a(g!ids ad"iti(a") e" a!diZncia de j!&ga"ent) a p(,tica ds facts de R!e ;inha" ac!sads) de f("aespnt]nea) integ(a& e se" (ese(;as.

    ^^^

    # *n;ic d E(ib!na& R!ant [ "atJ(ia de fact # !nda#se esta n cnj!nt da p(;a p(d!Lida e" a!diZncia)sa&ientand#se s seg!intes aspects:

    1. Os a(g!ids p(esta(a" dec&a(aes) cnfessand a p(,tica das cnd!tas de R!e e(a" ac!sads de f("a espnt]nea)integ(a& e se" (ese(;as) desc(e;end s acts R!e c"ete(a") e as (especti;as cnseR!Zncias) de f("a c&a(a e c(edM;e&.+stas cnfisses (e;e&a(a"#se sJ(ias e c(edM;eis) "e(ecend se( ;a&idadas pe& E(ib!na&.

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    10/24

    Os a(g!ids ca(acte(iLa(a" ainda s se!s "ds de ;ida e as (especti;as cndies pessais.

    2. !stentand a fact!a&idade p(;ada) fi pnde(ad cnted de ;,(is ds dc!"ents e (e&atB(is pe(iciais j!ntsas a!ts) n"eada"ente s cnstantes de f&s. 107) 109) 112) 116) 117) 120) 123) 126) 129) 131 a 133) 135) 187 a 193)196) 197) 201) 202) 204) 207) 244 a 246) 261) 262) 303) 304) 306) 330) 572 a 677) 917 a 924) e j!nt n dec!(s daa!diZncia de j!&ga"ent) R!e "e(ece(a" c(edibi&idade.

    3. a(a te("ina() sa&iente#se R!e nenh!" !t( "ei p(batB(i # R!e pe("itisse a&te(a( a fact!a&idade p(;ada !s!stenta( a fact!a&idade n p(;ada # fi p(d!Lid) (eR!e(id ! seR!e( (efe(enciad e" a!diZncia de j!&ga"ent.

    +" sede de dete("ina da "edida da pena (efe(e a decis (ec((ida R!e:

    '& or acordo e!presso pelos sujeitos processuais na audincia de julgamento, "ertido na respecti"a acta,

    consensuali#aram-se as seguintes molduras penais, $ue o >ribunal 0olecti"o considerou ajustadas s in*rac36es

    cometidas, e s *inalidades da puni3o $ue no caso concreto se *a#em sentirP

    - pena de priso at 8 meses para cada um dos crimes de dano;

    - pena de priso at 2 anos e = meses para cada um dos crimes de atentado seguran3a de transporte rodo"irio;

    - pena de priso at 8 meses para o crime de condu3o sem 7abilita3o legal&

    *orma3o e admissibilidade legal deste acordo tem sido de*endida por alguma doutrina, mormente porFigueiredo Dias, na sua recente obra Ccordos Nobre a Nenten3a em rocesso enalD[1], desde $ue se renam os

    seguintes pressupostosP

    - con*isso da prtica do crime pelo arguido (Cconditio sine $ua non do acordo sobre a senten3aD, segundo

    Figueiredo Dias[2]);

    - poderBde"er do >ribunal de sindic5ncia da credibilidade da con*isso - sal"aguarda do princ%pio de $ue o

    acordo nunca poder prejudicar os princ%pios da in"estiga3o judicial e de descoberta da "erdade material;

    - acordo restringe-se aos limites m!imo, e e"entualmente m%nimo, da pena a aplicar, desembocando numa moldura

    concreta da pena;

    - coloca3o da possibilidade, ou mesmo "incula3o, a penas de substitui3o;

    - coloca3o da possibilidade de e!tenso do acordo $uanto a penas acessrias;

    - manuten3o da deciso *inal do >ribunal, dentro dos limites consensuali#ados, por respeito ao princ%pio da

    culpa - Cao >ribunal, e s a ele, pertence ponderar todas as circunst5ncias do caso $ue rele"am para a culpa e a

    pre"en3o e, em *un3o delas, encontrar o e!acto $uantum de penaD, como re*ere Figueiredo Dias[3]&

    - publicita3o do acordo, $ue de"e constar da acta;

    - proibi3o de pro"a dos elementos do processo negocial na 7iptese de o acordo *racassar;

    - inter"en3o no acordo de todos os sujeitos processuais;

    - proibi3o da renncia pr"ia ao direito de recurso;

    - acordo de"e ser obtido at ao in%cio da produ3o de pro"a, aps as declara36es do arguido;

    - cumprimento de todos os actos processuais legalmente prescritos, incluindo a prola3o de senten3a, a $ual

    Cde"e ser elaborada com pleno respeito pelos princ%pios, regras e normas gerais do 0digo de rocesso enalD L

    Figueiredo Dias[4]&

    Nuscita-se, assim, a possibilidade de, por esta "ia consensual, se simpli*icar e con*erir maior celeridade ao

    processo penal portugus, sem se a*ectar os seus *undamentos constitucionais, nem se$uer o respecti"o modelo&

    4e *acto, muito embora no e!ista regulamenta3o legal processual espec%*ica, certo $ue a obten3o deste tipo de

    acordos no proibida por lei, podendo mesmo encontrar sustentculo legal no regime do art& '++K do 0&&&

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    11/24

    lm disso, esta "ia negocial permitir, nos moldes acima propostos, dar cumprimento ao princ%pio constitucional do

    :stado de 4ireito, ao propiciar uma maior agili#a3o, celeridade e economia processuais (c*r& art& '2K, nK 2, da

    0onstitui3o da Gepblica ortuguesa)& as pala"ras de Figueiredo Dias[5],Co :stado de 4ireito s pode reali#ar-se

    $uando se torne seguro $ue o agente criminoso ser, no $uadro das leis "igentes, perseguido, sentenciado e punido em

    tempo ra#o"el com uma pena justa& or isso um processo penal *uncionalmente orientado constitui uma e!igncia

    irrenunci"el do :stado de 4ireitoD&

    :ste alargamento do 5mbito do espa3o de consenso no processo penal portugus responde ainda s e!igncias do

    princ%pio constitucional da tutela judicial e*ecti"a (art& 2K da 0&G&&), mediante a plena reali#a3o do princ%pio do

    *a"orecimento do processo&

    o admira, assim, $ue esta no"a "ia consensual "en7a progressi"amente a obter a adeso doutrinal, e mesmojurisprudencial, salientando-se a sua consagra3o na recente orienta3o nK 1B212, da rocuradoria Ieral 4istrital de

    isboa, de 1'-1-212[6], a $ue se associou o rocurador Ieral 4istrital de 0oimbra no seu memorando de 1A-1-

    212[7]& @eja-se ainda a posi3o (de acol7imento) e!pressa pelo ?ui# 0onsel7eiro Jos Souto de Moura, na sua

    recente monogra*ia Dcordos em rocesso enalD[8]&

    4esta *orma, concordando com a essncia da doutrina acima e!posta, e comungando dos mesmos objecti"os e

    "alores de celeridade, simpli*ica3o e economia processuais, mas no abdicando dos princ%pios constitucionais da

    legalidade e da in"estiga3o e da descoberta da "erdade material, aderimos solu3o consensual proposta,

    considerando ser de aceitar o acordo proposto pelos sujeitos processuais na audincia de julgamento, por cumprir

    todos os apontados pressupostos&

    Fanter, pois, este >ribunal a sua liberdade de julgamento, embora respeitando os moldes do acordo consensuali#ado&

    !(ge p(esente (ec!(s na seR!Zncia da cnsag(a pe&a decis (ec((ida d!" instit!t n cnte"p&ad na&ei p(cess!a& pena&) en;e(edand p( ca"inhs de in;a c!j (espa&d na &et(a) ! n espi(it) i"p(ta a;e(ig!a(.

    Ea& decis n s!(ge is&ada n pan(a"a j!(Mdic e antes se insc(e;e n!" ";i"ent n R!a& J ap(esentadac" pa(adig"a de (en;a e de a;an) a encnt( de !"a j!stia (esta!(ati;a R!e) pa(a a&g!ns) de;e n(tea( di(eit pena&.

    Eentand hist(ia( a c((ente in;ad(a) ap&gJtica ds ac(ds negciads) encnt(a"s na s!a gJnese a b(a de

    ig!ei(ed Dias intit!&ada >cordos sobre a senten3a em processo penal-O Jim do :stado de 4ireito ou um o"orincipioD[9] [ R!e se seg!i(a") pe& "ens) d!as decises j!diciais10.

    a(a&e&a"ente ti;e(a" &!ga( d!as (ientaes d inistJ(i !b&ic R!e) f!nda"entand#se na citada b(a e) ta"bJ")ns n;s ca"inhs abe(ts p( aR!e&a p(,tica j!dici,(ia) ;ie(a" t(ansf("a( s ac(ds negciads c" !" ite" an(tea( a act!a ds (espeti;s agentes. ate(a&"ente) p(";e(a"#se as (nadas de Di(eit ena& ds %(ess!b(dinadas a te"a ds ac(ds sb(e a sentena pena&.

    Qeste int(it pe("iti"#ns sa&ienta() pa(a R!e cnste e" face !"a pste(i( a;a&ia pe& &egis&ad() R!e aR!est pa(a c!ja (es&! s"s cn;cads n (eside na bndade d instit!t e" face das fina&idades &ti"as ddi(eit pena&) "as nica) e ec&!si;a"ente) a;e(ig!a( se aR!e&a in;a te") ! n) api &ega&

    O desenh genJ(ic d n; instit!t) e d p(cedi"ent R!e &he de;e(ia esta( assciad) cnsta das cnc&!ses dedc!"ent (i!nd da (c!(ad(ia#=e(a& Dist(ita& de isba GO(ienta 1/2012H nde se indica a seg!inte (ienta

    pa(a s (especti;s agist(ads:

    1-*iram, a n%"el local, da recepti"idade celebra3o de acordos sobre a senten3a em matria penal, com os sen7ores

    magistrados judiciais;

    2-a 7iptese de obten3o de reac3o positi"a, concebam pre"iamente os procedimentos indicati"os a adoptar, sem

    preju%#o das adapta36es $ue os casos concretos e!igiro;

    '-0oncreti#ado $ual$uer acordo, seja o mesmo comunicado rocuradoria-Ieral 4istrital de isboa, com men3o

    sinttica dos procedimentos utili#ados,de*orma a *acilitar a partil7a de boas prticas e a *a"orecer a dinami#a3o dautili#a3o do instituto noutras comarcas&

    % a(g!"enta da (c!(ad(ia#=e(a& de isba) pa(a a&J" das (efe(Zncias a!t e&gisas a tds aR!e&es R!e sea;ent!(a(e" pe&s n;s ca"inhs11) cent(a#se n decantad f!nda"ent da ce&e(idade) e ecn"ia p(cess!a&) a

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    12/24

    eigi( ape& as inst(!"ents de cnsens. +" se! entende( na ;antage" d!"a s&! de cnsens) en;&;end aades de tds s s!jeits p(cess!ais # !iL) inistJ(i b&ic) a(g!id e) e"b(a c" psi especMfica) dassistente #) n c(ia (isc) R!e eisti(, n!t(as s&!es !ni&ate(ais) de a!"ent sistJ"ic da &itigisidade p(cess!a&\na ;antage" da !ti&iLa deste "ecanis" R!e se(, ;isM;e& ns cass e" R!e a(g!id n te(ia inten de cnfessa(s facts) "as decide faLZ#& pe(ante a pssibi&idade de bte( !"a aten!a negciada da pena.

    Qeste sentid a(g!"enta "es" dc!"ent R!e esta aten!a) R!e cns!bstancia a p(incipa& "ti;a a ac(dd pnt de ;ista d a(g!id) J "ate(ia&"ente j!stificada pe&a ;a&(a d c"p(ta"ent p(cess!a& d agente apBs a

    p(,tica ds facts Ga(t. 72.Y) 1) ai. eH) d *H. Q f!nd) se(ia) a(g!"enta a (c!(ad(ia#=e(a& Dist(ita& de isba) !"af("a&iLa d R!e c((e j, hje R!and !iL) antes de inte((ga( a(g!id e" a!diZncia) ad;e(te ds se!sdi(eits e "encina R!e as s!as dec&a(aes n!nca pde( desfa;(ece() "as pde" se( cnside(adas a se! fa;(.

    O ac(d te(ia assi" s!bjacente !" j!ML de p(gnse ds s!jeits p(cess!ais sb(e a pena R!e p(e;isi;e&"ente se(iaap&icada cas ac(d n fsse cnc&!Md) de f("a a se( pe(ceptM;e& benefMci assciad [ n;a pst!(a

    p(cess!a& d a(g!id.Ea& p(gnse de;e(ia i"p&ica( !"a a;a&ia sintJtica) fact!a&"ente s!stentada nsa!ts) de e&e"ents (e&e;antes pa(a a dete("ina da san.

    ga#se aR!i) adianta ainda a "es"a (ienta) c" !"a e;ent!a& a&te(a da est(atJgia p(cess!a& d a(g!id R!epde at(ib!i( [ s&! ;antagens de ce&e(idade p(cess!a&. Qa (ea&idade) face [ cnfiss d a(g!id) pde p(escindi(#se da (estante p(;a) ns te("s &egais) ace&e(and c&a(a"ente a bten de !"a decis fina& n p(cess. O p(Bp(iagenda"ent d j!&ga"ent p( pa(te d j!iL pde(ia te( e" cnta a ce&e(idade R!e assi" se i"p(i"i(ia [ di&igZncia.

    e(fi&hand ta& (ienta da (c!(ad(ia#=e(a& Dist(ita& de isba ta"bJ" a s!a cngJne(e d Dist(it !dicia& de*i"b(a a&inh! pe& "es" diapas12. %R!i) tda;ia) a f!nda"enta fi !" p!c "ais a&J") ape&and adi(eit c"pa(ad e &!;and#se) ta& c" ig!ei(ed Dias) na ece&Zncia ds !MLes a&e"es R!e cnsag(a(a" instit!t ds ac(ds negciads d!(ante &a(gs ans se" a((i" da &ei.

    'efe(e a "es"a (ienta) n p&an d di(eit c"pa(ad) R!e dei!ando de lado institutos de maior impacte comoa

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    13/24

    ena&) J ;,&id !" ac(d c" a(g!id "ediante R!a& "es" cnfessa(, e" j!&ga"ent a p(,tica ds factscnstantes da ac!sa/p(nncia ficand &i"ite ",i" da pena ap&ic,;e& p(e;ia"ente dete("inad e "antend t(ib!na& pde() n sB de a;a&ia( a c(edibi&idade da cnfiss) c" de dete("ina( a pena cnc(eta) dent( ds &i"itesestabe&ecids n ac(d. Ea& R!est J ana&isada) e (espndida afi("ati;a"ente) p( ig!ei(ed Dias in;cand R!e:

    aH % cnfiss d a(g!id J p(ess!pst essencia& d ac(d) " "ecanis" &ega& j, eistente pa(a si"p&ifica( ecnfe(i( ce&e(idade a p(cess pena&\

    bH +" cnf("idade) a base &ega& pa(a ac(d (eside p(ecisa"ente n a(t. 344.Y d *Bdig de (cess ena&GcnfissH\

    cH O t(ib!na& "antJ" integ(a&"ente pde(/de;e( de afe(i( a c(edibi&idade da cnfiss Ga(t. 344.Y) 3) ai. bH) d *H\

    dH Q ac(d n pde cnsta( a pena e" cnc(et) "as apenas s se!s &i"ites) pe& "ens) se! &i"ite ",i". Oa!t( ad"ite R!e dete("inadas ci(c!nst]ncias pde( j!stifica( estabe&eci"ent de !" &i"ite "Mni") e"b(a ta& nseja cndi de ;a&idade d ac(d\

    eH % "a(ge" ent(e &i"ite ",i" e "Mni") a f!ncina( c" !"a "&d!(a cnc(eta da pena n ]"bit da R!a& t(ib!na& decide a pena cnc(eta a ap&ica() n pde se( t e&e;ada R!e pe(ca R!a&R!e( efeit de&i"itad( da pena\

    fH *as &i"ite ",i" da pena pe("ita) ad"ite#se a inc&!s n ac(d de ;inc!&a a dete("inadas penas des!bstit!i\

    gH %d"ite#se ac(d sb(e sanes acessB(ias ! pe(da de bens) este &ti" desde R!e n i"p&iR!e !" j!ML depe(igsidade d agente. Q se ad"ite ac(d sb(e "edidas de seg!(ana\

    hH O ac(d btid de;e(, cnsta( da acta) e" n"e da p!b&icidade d p(cess e cnseR!ente &egiti"idade da decis\cas ac(d n seja btid)n pde nenh!" e&e"ent d p(cess negcia& se( tid e" cnside(a n

    j!&ga"entGp(ibi de p(;aH\

    iH O ac(d de;e(, te( a inte(;en d a(g!id) d inistJ(i b&ic e d !iL) de;end ainda inte(;i( assistente)cas eista. Qeste &ti" cas) a!t( disc!te se a s!a inte(;en de;e(, se( ;inc!&ati;a) ptand p( (espnde(afi("ati;a"ente face a R!ad( &ega& act!a&) defendend) de j!(e cndend) s&! cnt(,(ia\

    jH Q pde estabe&ece(#se n ac(d !"a (enncia p(J;ia a di(eit de (ec!(s\

    H O ac(d de;e(, se( btid) sa&; cass ecepcinais) atJ a inMci da p(d! da p(;a) apBs dec&a(aes da(g!id. %d"ite atJ) c" "ai(esca!te&as)a ;iabi&idade d ac(d se( btid ainda na fase de inR!J(it.

    a(a "es" a!t( t(ata#se de !"a R!est sensM;e&) cnt(a(iand R!ad(s c!&t!(ais insta&ads) sb(et!d R!anddefendida se" R!a&R!e( inte(;en d &egis&ad(. O "es" esc&a(ece R!e) apesa( de se( !" te"a R!e j, c!pa;aante(i("ente) sB apBs &egis&ad( a&e" te( decidid (eg!&a( instit!t J R!e entende! da( p!b&icidade a se!

    pensa"ent.

    a&iente#se R!e !" ds pnts f!nda"entais n a(g!"ent,(i das (ientaes R!e) encabeadas pe& &!st(e (fess()ad;ga" a ;a&idade d ac(d negciad J a c&a(i;idZncia da j!(isp(!dZncia a&e" pis R!e) apesa( de apenas e" 2009te( sid p!b&icada &egis&a sb(e a "atJ(ia) ce(t J R!e tais ac(ds f(a" (ecnhecids) e aceites) pe&s t(ib!nais

    d!(ante s &ti"s de 30 ans) apesa( d ;aLi &ega& e da f(eR!ente c(Mtica da d!t(ina.

    !ge(e#se e" ta& a(g!"enta R!e s !MLes p(t!g!eses tenha" espi(it de !sadia ds se!s cngJne(es a&e"es)iniciand !" pe(c!(s idZntic) e tend e" cnta R!e a &ei p(t!g!esa) e"b(a n p(e;end estes ac(ds) n s

    p(Mbe) pe& R!e se pede R!e se c"ece a s!a ap&ica na ;ida j!dici,(ia nacina&.

    % eR!a da R!est R!e ns J p(psta) R!e n pde se( (ed!Lida a !" "e( ape& a cn;ices ;&!nta(istas ei"p&ica !" ap(f!nda( de a&g!"as das (aLes epstas.

    %ssi") antes d "ais) deb(!ce"#ns !" p!c sb(e in;cad ee"p& ge("]nic. Qa ;e(dade) t(ib!na&

    cnstit!cina& a&e" GQtK 87) 419)H ad"iti! a eistZncia de ac(ds e" p(cess pena& e) n"eada"ente) c" basena eistZncia de !"a cnfiss. a(a ta& f!nda"ent!#se ns a(tigs 1) 2 e 3) da *nstit!i a&e") "as (essa&;andR!e) p( ta& f("a) n pde(ia" se( !&t(apassads p(incMpi da n;estiga) p(incMpi da c!&pa e p(incMpiig!a&dade) assi" c" a &ibe(dade de ;ntade. De ac(d c" "es" E(ib!na& tais f("as de p(cedi"ent negcia&se(ia" ad"issM;eis se"p(e R!e as ;antagens de(i;adas da cnfiss ta"bJ" fsse" pe("itidas) "es" se" ac(d) efsse" (aL,;eis

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    14/24

    Depis de "!its esf(s) a&g!ns cnt(aditB(is) !p(e" E(ib!na& ede(a& tent! ha("niLa( a&g!ns p(incMpis(ect(es d p(cess pena& c" s (efe(ids ac(ds. O "es" t(ib!na& pa(ti! d p(ess!pst de R!e a ad"issibi&idadedestes esta;a dependente ds seg!intes (eR!isits:

    1. O p(incipi da in;estiga de;e se( sa&;ag!a(dad. ( cnseg!inte) t(ib!na& n pde) p( ee"p&) chega( a !"adecis basead apenas na cnfiss p(estada n ]"bit d ac(d. De;e ea"ina( a s!a c(edibi&idade e) se f( cas)inc(p(a( !t(s e&e"ents de p(;a.

    2.O p(incipi nemo teneturde;e se( sa&;ag!a(dads na p(atica ds ac(ds.

    3. O p(incMpi da p!b&icidade de;e se( bse(;ad. ( cnseg!inte) ac(d de;e cnsta( da decis e ea"inad e"j!&ga"ent.

    4. O p(incMpi da i"edia n pde se( &esad. (tant) J inad"issM;e& R!e t(ib!na& faa !"a p("essa ;inc!&antesb(e a "edida da pena a i"p( pis R!e ante !"a ta& antecipa da sentena t(ib!na& j, n pde(ia et(ai( a decisda tta&idade d j!&ga"ent. +" cnt(apa(tida t(ib!na& pde estabe&ece( !" &i"ite ",i" da pena R!e ;inc!&a ese" R!a& a(g!id n!nca cnc(da(ia c" ac(d pis R!e este n &he t(a(ia R!a&R!e( ;antage"

    5. O p(incMpi da c!&pa de;e se( (espeitad. *nseR!ente"ente) t(ib!na& n pde paga( !"a cnfiss c" !"aaten!a da pena encnt(ada be" abai d &i"ite p(p(cina& da c!&pa. e" e"ba(g) a cnfiss J a (aLf!nda"enta& pa(a a aten!a da pena ;a&end "es" R!and n J ind!Lida pe&a cnt(i e a((ependi"ent) "as p((aLes t,cticas pa(a bten de !"a sentena "ais fa;(,;e&) pis R!e) "es" aR!i) a(g!id ass!"e a(espnsabi&idade d se! act e fa;(ece !" ds fins d p(cess R!e J a paL j!(Mdica.

    6. O p(incMpi d p(cedi"ent &ea& de;e se( se"p(e bse(;ad. *" ta& t(ib!na& est, ;inc!&ad a &i"ite ",i" dapena p( e&e estabe&ecida. Q entant) R!and pste(i("ente se de"nst(a" ci(c!nst]ncias R!e e&e;a" a c!&pa pa(a!" pata"a( "ais g(a;e t(ib!na& ecepcina&"ente de;e pde( ecede( &i"ite ",i" fiad pa(a a pena) e"aten a p(incMpi da c!&pa. as) neste cas) t(ib!na& de;e ad;e(ti( a(g!id dessa pssibi&idade.

    Ea& sit!a J !" c"p("iss t&e(,;e& p(R!ant a(g!id cnhecia desde inMci as ci(c!nst]ncias R!e e&e;a;a" as!a c!&pa e) a "iti#&as) p(etende! !" benefMci inj!stificad

    7#Q eiste (enncia d di(eit a (ec!(s13

    O ca"inh seg!id pe&a j!(isp(!dZncia fi f("atad &ega&"ente e" %gst de 2009 G-(tei&sabsp(echenH.

    Eda;ia) pe(c!(s seg!id pe&s ac(ds negciads n di(eit a&e" n fi t &inea( R!ant !"a &eit!(as!pe(ficia& p(etende ind!Li(. b(e as ;icissit!des das decantadas %bsp(echen ns d, ntMcia N!(t ad&ene(14)j, antesda s!a cnsag(a &ega& n di(eit a&e") (efe(ind R!e, outro instrumento para abre"iar processos e assim diminuira carga de trabal7o da ?usti3a so as bsprac7en $ue ti"eram origem na jurisprudncia e so muito criticadas& O seu

    objecti"o obter um acordo tendente a simpli*icar e, assim, encurtar o processo, prescindindo-se, por e!emplo, de

    certas pro"as se o arguido con*essar, eliminando-se em contrapartida da con*isso certos pontos da acusa3o e,

    inclusi"e, limitando-se a pena a ser imposta& a leman7a, esse procedimento utili#ado muitas "e#es em grandes

    processos de delin$uncia econmica, porm a sua aplica3o no dia-a-dia tanta $ue se trata, sem d"ida, de uma das

    tcnicas processuais mais importantes para abre"iar os processos penais&

    lm das cr%ticas $ue so tecidas pelos especialistas, 7 tambm uma cr%tica popular muito generali#ada, pois a

    opinio pblica tem tendncia a considerar $ue se trata de um instrumento para *a"orecer os ricos e poderosos e

    sal"-los de penas drsticas $ue tal"e# 7ou"essem merecido& :sta cr%tica alimenta-se cada "e# $ue aparece nos meios

    de comunica3o um caso $ue c7ama a aten3o, como recentemente o da Nociedade Fannesmann, no $ual entre os

    arguidos *igura"a o residente do 4eutsc7e ManW e outras personalidades importantes da economia alem&

    prtica dessas bsprac7en desen"ol"eu-se nas ltimas trs dcadas sem amparo legislati"o& lguns autores

    consideram-nas como uma prtica contra legem, porm, o >ribunal Nupremo tem-nas aceitado, mas com certas

    cautelas& $ueles $ue esto a *a"or distinguem algumas "e#es a bsprac7e do deal& 0om a pala"ra inglesa de deal

    designam os acordos $ue se *a#em secretamente, sem o controlo pblico caracter%stico do processo penal, os $uais no

    aparecem nas actas do processo e $ue so suspeitos de concess6es de "antagens ilegais a determinados arguidos& or

    bsprac7e entende-se o acordo $ue respeita o entendimento do MIS no acrdo supra citado&

    S, porm, uma insatis*a3o generali#ada com esta prtica sem suporte legal e, por isso, "rios projectos de lei *oram

    elaborados e apresentados a *im de serem encamin7ados ao parlamento& &orm, pouco pro""el $ue essa lei*a3a com $ue a discusso termine& 4e um lado, no e!iste acordo sobre os detal7es de sua *ormula3o, e, por outro

    lado e mais importante ainda, alguns cr%ticos recusam as bsprac7en por ra#6es de princ%pio, independentemente dos

    detal7es de uma regulamenta3o legal&

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    15/24

    Os argumentos so muito "ariados, porm geralmente concentram-se no princ%pio bsico do processo penal, $ue tem

    como *inalidade determinar a "erdade material dos *actos e aplicar, sob esse *undamento, a lei para $ue se *a3a

    ?usti3a& lguns recordam $ue em processos pol%ticos, por e!emplo, o tema decisi"o pode ser a "erdade 7istrica de um

    po"o, e $ue esta no pode ser substitu%da pelo acordo entre os operadores do processo& Outros argumentam $ue a

    possibilidade de um acordo entre os operadores do processo pode anular as garantias do arguido& or e!emplo, pode

    ocorrer $ue o ad"ogado ou o agente do Finistrio blico ou o jui# $ueiram e"itar estudar autos de um processo muito

    "olumoso, tal"e# com mil7ares e mil7ares de pginas, com de#enas de discos duros de computadores apreendidos pela

    pol%cia, o $ue *re$uente em processos da delin$uncia econmica, e apresentem a possibilidade de um acordo ao seu

    cliente, pensando menos na situa3o deste e mais na sua& Outro aspecto $ue o cliente tal"e# no se sinta li"re no $ue

    se re*ere aceita3o de uma proposta, pois teme $ue, caso insista no seu direito a ter um processo penal completo,

    possa so*rer uma atitude pouca amistosa por parte das autoridades&

    Neja como *or, na actualidade e!istem os acordos, em con*ormidade com a jurisprudncia do MIS, e no *uturo

    certamente tambm sero *eitos, mas sob *undamento legal, pois a opinio maioritria considera as bsprac7en um

    instrumento imprescind%"el de agili#a3o na situa3o actual da ?usti3a alem&

    &&or tudo isto, no surpreendente $ue a +&< sec3o criminal do Mundesgeric7ts7o*, na deciso supra citada,

    re*erindo-se ao art& l9'&oa NtO, ten7a dito $ue acordos entre os $ue tem articipa3o no processo penal no so

    totalmente estran7os (

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    16/24

    O g!i&tI p&ea i"p&ica !" descnt na pena) R!e) e" f!n das ci(c!nst]ncias) e sb(et!d) d ""ent da dec&a(ade c!&pa) pdend chega( atJ !" te( da pena ap&ic,;e&. %s (aLes in;cadas pa(a j!stifica( esta di"in!i da penaR!e) e" ce(ta "edida) p(;ca a e(s d p(incMpi da p(p(cina&idade da san s) c" (efe(e a d!t(ina) aecn"ia ds (ec!(ss da j!stia e) e" ce(ts cass) a p(tec de teste"!nhas) R!e) assi") e;ita" as sit!aest(a!"atiLantes.

    i"p(tante R!e (ecnheci"ent da c!&pa se p(d!La "ais ced pssM;e&) antes da inst(! da ca!sa. *" (efe(ia E(ib!na& de 'ec!(s n cas &&intng and +"""ens) de 1986@ t7e earlier t7e plea t7e 7ig7er t7e discount@.

    Q di(eit p(cess!a& a&e") a dispsi "!&ti&ate(a& sb(e p(cess te" t(Zs ;e(tentes. Qa p(i"ei(a) !"a ;eLiniciad p(cess) t(ib!na& pde) a inst]ncia d inistJ(i !b&ic) inte(("pe( ee(cMci da ac pena& ns cass

    d 153 tO GpeR!ena de&inR!Zncia c" cnsenti"ent d ac!sadH ! de atentad cnt(a a seg!(ana d +stadG153e tOH. % seg!nda ;e(tente cnsiste n a(R!i;a"ent sb cndi:# a(tig 153A tO (eg!&a a(R!i;a"entsb cndi p( iniciati;a d inistJ(i !b&ic ! d t(ib!na&) c" cnsenti"ent d a(g!id. Qa &ei p(e;Z#se a(epa(a d dan) a ent(ega d!"a s"a de dinhei( a fa;( de !" (ganis" de inte(esse pb&ic ! d +stad ! c!"p(i"ent de p(estaes de inte(esse gene(a&) c" paga"ent d!"a pens.

    % te(cei(a ;e(tente J a da cnci&ia) b(igatB(ia e ante(i( , abe(t!(a da a!diZncia) R!and s p(cesss se inicia" e";i(t!de de R!e(e&a p(i;ada.

    ( se! t!(n di(eit ita&ian f!nda"enta#se ns (dena"ents ang& saes.

    a(a bte( !" j!ML ab(e;iad a(g!id) c" cnsenti"ent d inistJ(i !b&ic) pde s&icita( R!e j!ML tenha

    &!ga( na a!diZncia p(e&i"ina(.17

    O fi" pe(seg!id pe& siste"a de negcia J ace&e(a( p(cess tend e" aten as n!"e(sas cndenaes dat,&ia pe& E+D p( ;i&a da d!(a (aL,;e& d p(cess) c" f!nda"ent n a(t. 6.1 de &a *+D.

    Q den"inad Cpatteggiamento@) e pa(a as inf(aces p!nidas c" cinc ans de p(is c" ",i") a(g!id einistJ(i !b&ic pede" a !iL R!e i"pnha pena sb(e a R!a& encnt(a(a" !" ac(d. "pe#se a pena (ed!Lida)se" R!e a (ed! pssa se( s!pe(i( a !" te(. +" cnt(apa(tida a(g!id (en!ncia a di(eit de cnt(adita( ste("s f("!&ads pe&a ac!sa e a inte(p( (ec!(s.

    eg!nd %"di &egis&ad( ita&ian R!is afasta(#se d siste"a e!(pe! cntinenta& e ap(i"a(#se da common laY.( ta& f("a p(etende! ataca( a &entid ds p(cedi"ents\ a d!(a ecessi;a) e inj!stificada) da p(is p(e;enti;a e

    a &i"ita d di(eit de defesa.

    Qpatteggiamientoita&ian) "ais pa(ecid c" plea bargaining,h, R!e te( e" cnta R!e !iL na "es"a sentenae" R!e dete("ina a &ibe(dade cnt(&ada ! a pena pec!ni,(ia) dec&a(a etint p(cedi"ent p( ap&ica dassanes s!bstit!ti;as s&icitadas pe& a(g!id. +" cnseR!Zncia) esta decis ass!"e !"a nat!(eLa c"psta dad R!e)

    p( !" &ad) se t(ata de !na sentencia abs&!tB(ia Gpe&a etin d p(cedi"entH e) p( !t() J cndenatB(ia Gp(cnte( !"a san de ca(,cte( pena&) ainda R!e s!bstit!ti;aH.

    Q di(eit p(cess!a& p(t!g!Zs fi e;idente n *Bdig de (cess ena& de 1987 p(pBsit de cnj!ga( a eficiZnciaa esc&ha ds "eis adeR!ads pa(a a efeti;a(. *" efeit) &g n p(e]"b!& pde &e(#se) n nU 8: >Fesmo no conte!tode uma apresenta3o sumria, no pode dei!ar de sublin7ar-se outra das moti"a36es $ue este"e na primeira lin7a dos

    trabal7os de re*ormaP a procura de uma maior celeridade e e*icincia na administra3o da ?usti3a penal& Rmporta,

    contudo, pre"enir $ue a procura da celeridade e da e*icincia no obedeceu a uma lgica puramente economicista de

    produti"idade pela produti"idade& rentabili#a3o da reali#a3o da ?usti3a apenas desejada em nome do signi*icadodireto da e*icincia para a concreti#a3o dos *ins do processo penalP reali#a3o da justi3a, tutela de bens jur%dicos,

    estabili#a3o das normas, pa# jur%dica dos cidados& e*icincia , por um lado, o espel7o da capacidade do

    ordenamento jur%dico e do seu potencial de pre"en3o, $ue, sabe-se bem, tem muito mais a "er com a prontido e a

    seguran3a das rea36es criminais do $ue com o seu carter mais ou menos drstico& imagem de e*icincia constitui,

    por outro lado, o ant%doto mais e*ica# contra o recurso a modos espont5neos e in*ormais de autotutela ou

    ressarcimento, catali#adores de con*litos e "iolncias di*icilmente control"eis& Fas a e*icincia L no sentido de

    redu3o das ci*ras negras e das desigualdades a $ue elas obedecem - pode tambm "aler como a garantia da

    igualdade da lei em a3o, critrio *undamental da sua legitima3o material e, por isso, da sua aceita3o e

    interiori#a3o coleti"a&D

    %s pes f("a be" patentes e ep&icitadas pe& &egis&ad() n"eada"ente a distin de t(ata"ent ent(e a

    c(i"ina&idade g(a;e e a peR!ena c(i"ina&idade) enR!ant >realidades claramente distintas $uanto sua e!plica3ocriminolgica, ao grau de danosidade social e ao alarme coleti"o $ue pro"ocam@\ e a c((e&ati;a &inha de de"a(caent(e >espa de cnf&it@) c((espndente [ c(i"ina&idade g(a;e) e >espa de cnsens@) (ese(;ad pa(a a peR!enac(i"ina&idade.

    +sta p(c!(a de cnsens apa(ece c" s&!es in;ad(as) c" a cnfiss &i;(e e se" (ese(;as) c"

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    17/24

    dispensa de p(d! s!bseR!ente de p(;a\ a(R!i;a"ent d p(cess e" cas de dispensa de pena\ a s!spensp(;isB(ia d p(cess\ p(cess s!"a(Mssi"\ e ainda) de a&g!"a f("a) a at(ib!i pe& inistJ(i b&ic at(ib!na& sing!&a( de c"petZncia pa(a j!&ga"ent de c(i"es R!e) e" p(incMpi) cabia" a t(ib!na& c&eti;.

    Q!"a ;is si"p&ista da panBp&ia p(cess!a& f("!&ada pe& &egis&ad( e" a&te(nati;a a p(cess c"!"encnt(a"s:# a(R!i;a"ent e" cas de dispensa de pena) p(e;ist n a(t. 280U) ap&ic,;e& pe& inistJ(i b&ic ninR!J(it) e pe& !iL de nst(! *(i"ina& na inst(!) se p(cess f( p( c(i"e (e&ati;a"ente a R!a& se encnt(a(

    p(e;ista na &ei a pssibi&idade de dispensa de pena\# s!spens p(;isB(ia d p(cess) p(e;ista n a(t. 281U) ap&ic,;e& se c(i"e f( p!nM;e& c" pena de p(is atJ 5 ans) e ;e(ificand#se ce(ts p(ess!psts) pe& inistJ(i b&ic ninR!J(it) e pe& !iL de nst(! *(i"ina& na inst(!\# p(cess s!"a(Mssi") p(e;ist n a(t. 392U) ap&ic,;e& se c(i"e f( p!nM;e& c" pena de p(is atJ 5 ans\# p(cess ab(e;iad) p(e;ist n a(t. 391U#%) ap&ic,;e& se c(i"e f(

    p!nM;e& c" p(is atJ 5 ans e as p(;as da p(,tica d c(i"e f(e" >si"p&es e e;identes@\# cnfiss integ(a& e se"(ese(;as d a(g!id) p(e;ista n a(t. 344U) R!e i"p&ica a (enncia [ p(d! da p(;a (e&ati;a as facts e a passage"i"ediata [ dete("ina da pena) se a(g!id n de;e( se( abs&;id p( !t(s "ti;s\# c"petZncia d t(ib!na&sing!&a( pa(a j!&ga"ent de c(i"es p!nM;eis c" pena s!pe(i( a 5 ans de p(is) se inistJ(i b&ic entende(R!e n de;e se( ap&icada e" cnc(et pena s!pe(i( a essa "edida Ga(t. 16U) nU 3H.

    -"a das R!estes R!e ent se s!scita J a de sabe( se) antes de (ec((e( a inst(!"ents R!e ; "!it a&J" da&et(a da &ei e da inten d &egis&ad() e) cnseR!ente"ente) se" s!p(te n("ati;) n se(ia "ais p(!dente !ti&iLa(de;ida"ente as ptencia&idades cntidas n cat,&g de "edidas a&te(nati;as eistentes.

    Qa ;e(dade) c" (efe(e aia *sta) (e&atB(i d Obse(;atB(i e("anente de !stia intit!&ad justi3aenal L Xma re*orma em a"alia3o) datad de 2009) cnstata R!e) apesa( das s!cessi;as (ef("as) as f("as especiais

    de p(cess n (egista" a&te(aes "!it significati;as R!ant [ s!a !ti&iLa) send p(ed"inante"ente !ti&iLadasns c(i"es cnt(a a seg!(ana ds t(ansp(tes. 'es!&tads idZntics se ;e(ifica" R!ant [ s!spens p(;isB(ia dp(cess.

    Qs dads das estatMsticas c(i"inais) (e&ati;as as ans de 2005 a 2010) sB a s!spens p(;isB(ia d p(cesssbe cntin!a"ente. es" assi") e" 2010) &ti" an de R!e h, dads) pa(a !" tta& de 77.911 inR!J(its ac!sads)sB 10.352 f(a" s!spenss p(;is(ia"ente. D tta& de ac!sads sB 5.358 f(a" e" p(cess s!"a(Mssi") e 4.644e" p(cess ab(e;iad\ e a(t. 16U) nU 3 d *) sB fi !ti&iLad 9.644 ;eLes.

    *nc&!i#se) na estei(a d "es" %!t() R!e processo comum cntin!a a se( a f("a p(i;i&egiada)"assi;a"ente !ti&iLada) de t(a"ita e" p(cess pena&. 18

    Depis deste b(e;e ec!(s sb(e a e;&! da negcia de ac(ds e" p(cess pena& i"p(ta R!e sea&inhe" a&g!"as das (aLes R!e &e;a" a disc(da( ds ca"inhs seg!ids pe&a decis (ec((ida.

    +" p(i"ei( &!ga( i"p(ta p(ecisa( R!e a (espsta , R!est p(psta J a R!e (es!&ta de !"a inte(p(eta da &eip(cess!a& pena&) e ds p(incMpis R!e &he assiste") e n e" ;ises ;&!nta(istas daR!i& R!e se entende c"adeR!ad pa(a as fina&idades de !"a dete("inada p&Mtica c(i"ina&. Qa ;e(dade) c" se afi("!) n est, ag(a e"ca!sa a bndade das pes (ientadas pa(a s&!es de cnsens) ! pa(a !"a j!stia negciada ap(esentada c"s&! a&te(nati;a) !"a ;eL R!e esta de;e se( decidida ec&!si;a"ente n di,&g d &egis&ad( c" a s!a pe(specti;asb(e a f("a de atingi( as fina&idades d di(eit pena&.

    %R!i) e ag(a) R!e se p(etende J nica) e ec&!si;a"ente) sabe( se a &ei p(cess!a& pena& ;igente (espa&da ac(d

    negciad de sentena cnstante da decis (ec((ida) e ist se" te( e" cnta cnside(aes sb(e a in;cada !sadiaj!(Mdica e f!&g( inte(p(etati; de tds aR!e&es R!e entende" R!e J te"p de in;a(.

    % (espsta a esta R!est J) R!ant a nBs) f(nta&"ente negati;a pis R!e a &et(a e s act!ais p(incMpis R!e n(teia" p(cess pena& n s!p(ta" !"a inte(p(eta R!e p(c&a"a a ;a&idade ds ac(ds negciads de sentena.

    Qa ;e(dade) pe(ante "es" *Bdig) e as "es"as n("as R!e ag(a s in;cadas c" f!nda"entad(as dap(etendida in;a) j, (efe(ia %nabe&a 'd(ig!es R!ea op3o do processo penal portugus por ideias como oconsenso no *oi *ruto ocasional ou de uma inten3o desesperada de atacar estrategicamente problemas

    caracter%sticos do nosso tempo, como a lentido da justi3a ou a massi*ica3o de determinadas *ormas de delin$uncia&

    :sta op3o *oi-se sedimentando, com a conscincia de $ue

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    18/24

    e$ ter$os de !onsensua#idade a'so#uta( ne$ isso seria to)"ou!o dese*+,e#- ou se*a( ne$ a a"#i!a.o da "ena "ode(

    "or "rin!/"io( de"ender da a!eita.o do !ondenado( ne$ o rou'o do !on#ito que o !onsenso "ostu#a "ode ir to

    #onge que se !orra o ris!o de que a redu.o da !o$"#e0idade e$ que se ana#isa d ao( "arado0a#$ente( a u$

    "ro!esso inquisitoria#%

    O consenso de $ue se trata liga-se a uma solu3o ra#o"el dos con*litos, tendo em conta o "alor argumentati"o das

    pretens6es a dirimir e no a bargaining& O acordo das partes em processo de negocia3o no pode *undar por si s

    nem a "erdade nem a "alidade da deciso judicial $ue o assume& roblema primeiro da "erdade consensual o do acto

    de aceita3o e, em concreto, o das condi36es necessrias e su*icientes para $ue se possa *alar de uma aceita3o

    racional& 0om e*eito, cabe perguntar o $ue pode ter a "er com a e!istncia ou ine!istncia de um *acto, com a "erdade,

    o consenso baseado em considera36es de carcter tctico-processual, por e!emplo, a aceita3o de uma o*erta ra#o"el

    de pena por parte de um jui#& as pala"ras de Nc7reiber, para se poder, em rigor, *alar de consenso, a

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    19/24

    c" esta se cnfig!(a n *Bdig de (cess ena&) ig!a&"ente J ce(t R!e a (ienta seg!ida na decis (ec((idafende p(incMpis f!nda"entais insc(its na *nstit!i e (eg(as R!e s n!c&ea(es e" R!a&R!e( siste"a j!(Mdic% a!sZncia de R!a&R!e( s!p(te &ega& R!e pe("ita esc&a(ece( sb(e p(cedi"ent adeR!ad pa(a p(etendid ac(dnegciad cnd!L a !" p(cess sing!&a( n R!a&) e" &!ga( da n("a ge(a& e abst(acta ;,&ida pa(a tds s cidads) seassina&a a necessidade de afe(i()a n%"el local, da recepti"idade celebra3o de acordos sobre a senten3a em matria

    penal, com os sen7ores magistrados judiciais e, na 7iptese de obten3o de reac3o positi"a, concebam pre"iamente os

    procedimentos indicati"os a adoptar, sem preju%#o das adapta36es $ue os casos concretos e!igiro-(=D (c!(ad(ia=e(a& Dist(ita& de isba GO(ienta 1/2012H\

    Ee"s assi" a ap&gia de !"a p(,tica de cnst(! de dete("inadas (eg(as p(cedi"entais R!e pa(te d cnc(et ecas!Mstic pa(a a tentati;a de (dena"ent "ais ge(a& R!e c&ide f(nta&"ente c" a f("a de apa(eci"ent da ei

    n!" +stad de Di(eit. % nat!(eLa genJ(ica e abst(acta da &ei pe(de ag(a s&ideL) t(ansf("and#se n!"a dispe(s dep(cedi"ents cnsante a &atit!de a &ngit!de.

    % pssibi&idade de eistZncia de !" ac(d negciad cnstit!i(,) assi") !" epifenB"en R!e pde) ! n) acntece(cnsante a c"a(ca) ! dist(it j!dicia&) e" R!e dec((e p(cess) n!"a c&a(a ;i&a de p(incMpis R!e inf("a" p(cess pena& c" da &ea&dade ! a p(Bp(ia *nstit!i c" da ig!a&dade.

    *" afi("a;a asca& >aceita( c" p(;ads a&g!ns ds facts ! das s!asci(c!nst]ncias@. Q!t(as hipBteses) fig!(a#se a pssibi&idade de (ec((e( a "ecanis"s n j!(isdicinais) ne" denat!(eLa p!niti;a) pa(a (es&;e( cnf&it) ist J) a&!de#se [s cha"adas >s&!es a&te(nati;as@ a p(cess j!(isdicina&

    p( ee"p&) s "ecanis"s de j!stia (esta!(ati;a. Eda;ia) ta"bJ" eiste" s cnsenss R!e se ap(esenta" ninte(i( d p(cess pena&) "ediante s R!ais s s!jeits p(cess!ais pde" chega( a !" ac(d sb(e a f("a

    p(cedi"enta& a R!e se s!b"ete(, te"a pena& !) inc&!s) a (espeit d se! cnted f,ctic e j!(Mdic#pena&.

    e f( ass!"id c" c(itJ(i de c&assifica bject) ! "atJ(ia) a (espeit da R!a& ;e(sa ac(d) s pssM;eisdis tips de cnsenss: !") sb(e (it!a& p(cedi"enta& e" ;i(t!de d R!a& se aceita !"a f("a ab(e;iada) !si"p&ificada) de p(cess) c!j efeit j!(Mdic#p(cess!a& J a p(d! de !" (es!&tad cnf("ad( d p(cedi"ent

    pa(a cnseg!i( "ais cJ&e(e) pa(a s!p(i"i( !"a fase p(cess!a& ! p(;ca( !"a (ed! n debate e" j!&ga"ent p( ee"p& at(a;Js da s!p(ess da p(,tica de p(d! de p(;a c" s!cede ns (dena"ents p(t!g!Zs) ita&ian

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    20/24

    espanh&. O !t() ap(esenta#se sb(e "J(it d p(cess) seja de Mnd&e f,ctica ! j!(Mdica) e en;&;e a dispsisb(e bjet d p(cess e) desse "d) sb(e a &ei pena& s!bstanti;a) c" R!e fica p( p(ecisa( cnted dadecis j!dicia& R!e) j!sta"ente p( ta& fact) deia de se( j!(isdicina& pa(a se cn;e(te( n!" act h"&gatB(i

    j!(isdicina&.

    % ass!n ds ac(ds negciads de sentena (ep(esenta) assi") !" ""ent decisi;) e;ent!a&"ente necess,(i)"as R!e de;e se( ass!"ida c" a cnsciZncia de R!e "es" (ep(esenta !"a (!pt!(a c" a&g!ns ds a(R!Jtips d

    p(cess pena&

    %(g!"enta(#se R!e ta& (!pt!(a , ass!"ida pe& &egis&ad( na seR!Zncia daR!i& R!e se passa e" te("s de di(eitc"pa(ad e d (egi"e da cnfiss ns te("s d a(tig 344 d *) J !" pass de"asiad g(ande pa(a se( dad se"

    s!p(te n!"a ;ntade d &egis&ad( afi("ad se" "a(ge" pa(a d;idas.

    a(tic!&a("ente aj!stadas , sit!a ;e(tente as pa&a;(as de atista achad R!and (efe(e $ue a seguran3a ,pois, uma das e!igncias *eitas ao 4ireito - pelo $ue, em ltima anlise, representa tambm uma tare*a ou misso

    contida na prpria ideia de 4ireito& e!igncia de seguran3a pode, porm, con*lituar com a e!igncia de justi3a&

    ?usti3a e seguran3a ac7am-se numa rela3o de tenso dialctica&

    0omo con7ecimento pr"io da$uilo com $ue cada um pode contar para, com base em e!pectati"as *irmes, go"ernar a

    sua "ida e orientar a conduta, a seguran3a jur%dica aparece-nos sob a *orma de f!ncina&"ente (ientad@ diLend t!d caba p( nada significa( na cnst(! de!"a fig!(a se" s!p(te &ega&. Qa ;e(dade td di(eit pena& adjecti;) p( defini) te" R!e esta( >f!ncina&"ente(ientad@) j, R!e se"p(e e sB a se(;i da (ea&iLa da j!stia pena&.

    a(tic!&a("ente ap(p(iadas pa(a ence((a( este capMt!& ns pa(ece" as pa&a;(as de e(nand ant;ani R!and (efe(eR!e !" ds p(incipais di&e"as da *iZncia ena& "de(n J) se" d;ida) a descdifica e (ecdifica.

    De fact) afi("a "es" %!t() ! se entende R!e) como parece assumido por alguns autores, e parece

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    21/24

    con*irmar certas prticas descodi*icadoras legislati"as, $ue a complicada idade-moderna pelo seu dinamismo, a

    multiplicidade e comple!idade dos problemas $ue surgem de tempos em tempos bem como o < estatismo

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    22/24

    %ss!"ind !"a cnfig!(a de ;e(dadei(as ga(antias de p(cess c(i"ina& as den"inadas p(ibies de p(;acnstit!e" cnc(etiLaes p(cess!ais de di(eits f!nda"entais # e n "e(s &i"ites [ acti;idade ds B(gs de p&Mciac(i"ina& e das a!t(idades j!dici,(ias # c" di(eit [ integ(idade pessa&) di(eit [ (ese(;a da inti"idade da ;ida

    p(i;ada e fa"i&ia( e di(eit [ &ibe(dade) cnsag(ads ns a(tigs 25.Y) nU1) 26.Y) nU1) e 27.Y) nU 1) (especti;a"ente) da*nstit!i. +" &ti"a inst]ncia) est, e" ca!sa a t!te&a de di(eits pessais R!e se (ecnd!Le" [ dignidade da pessah!"ana # p(incMpi t(ans;e(sa& da (de" j!(Mdica c" (aiL na cnsciZncia c&ecti;a.

    (esc(e;e nU8 d (efe(id a(tig 32 da *nstit!i da 'ep!b&ica) R!e s n!&as tdas as p(;as btidas"ediante t(t!(a) cac) fensa da integ(idade fMsica ! "(a& da pessa) ab!si;a int("iss na ;ida p(i;ada) nd"icM&i) na c((espndZncia ! nas te&ec"!nicaes. ( ta& f("a se cn;ca a n!&idade R!a&R!e( p(;a R!e tenhasid btida e" cnt(a;en c" aR!e&es di(eits de dignidade cnstit!cina& e se c"ina a i"pssibi&idade de tais

    e&e"ents se(e" ;a&(ads n p(cess. +sta"s pe(ante nc&e essencia& das p(ibies de p(;a R!e ;ei acnf("a( e dete("ina( &egis&ad( (din,(i a cnsag(a() n a(tig 126 d *Bdig de (cess ena&) sden"inads "Jtds p(ibids de p(;a.

    Eda;ia) J nMtid dife(ente (ec(te R!e ass!"e") n p(eceit citad) e e" te("s de tna&idade Jtic#n("ati;a) ap(ibi de p(;as btidas "ediante t(t!(a) ca !) e" ge(a&) fensa da integ(idade fMsica) ! "(a&) das pessase" (e&a [R!e&as R!e tZ" p( f!nda"ent a int("iss na ;ida p(i;ada) n d"icM&i) na c((espndZncia ! naste&ec"!nicaes. e) na p(i"ei(a hipBtese) esta"s pe(ante !"a p(ibi abs&!ta) ins!sceptM;e& de R!a&R!e(cncess) pis R!e est, e" ca!sa p(Bp(i nc&e ds di(eits de pe(sna&idade) j, n seg!nd cas J a p(Bp(ia n("a#a (efe(i( s cass (essa&;ads na &ei# R!e ad"ite a c"p(ess de di(eits cnstit!cinais) p(R!ant ta& J (aL,;e& ead"issM;e&) n!"a &Bgica de p(p(cina&idade) e eigid pe& p(Bp(i inte(esse d +stad n f!ncina"ent da j!stia

    pena&.

    %s p(ibies de p(;a d &!ga( a p(;as n!&as Ga(tig 32) nU 8) da *nstit!i da 'epb&icaH.(J") an!&idade das p(;as p(ibidas bedece a !" (egi"e p(Bp(i) distint da n!&idade insan,;e& e da n!&idade san,;e&. E(ata#se de !" (egi"e c"p&e) R!e disting!e dis tips de p(ibies de p(;as cnsante atinja" a integ(idade fMsica e"(a& da pessa h!"ana ! a p(i;acidade da pessa h!"ana.

    'efe(e a!& int %&b!R!e(R!e G*"ent,(i a *Bdig de (cess ena& 4A +di) isba -ni;e(sidade *atB&ica+dit(a pag 335 e segH:@ a nulidade da pro"a proibida $ue atinge o direito integridade *%sica e moral pre"isto noartigo 12=, nK 1 e 2 do 0 insan"el; a nulidade da pro"a proibida $ue atinge os direitos pri"acidade pre"istos no

    artigo 12=, nK ' san"el pelo consentimento do titular do direito& legitimidade para o consentimento depende da

    titularidade do direito em rela3o ao $ual se "eri*icou a intromisso ilegal& O consentimento pode ser dado e! ante ou

    e! post *acto& Ne o titular do direito pode consentir na intromisso na es*era jur%dica do seu direito, ele tambm pode

    renunciar e!pressamente argui3o da nulidade ou aceitar e!pressamente os e*eitos do acto, tudo com a conse$uncia

    da sana3o da nulidade da pro"a proibida& :m s%ntese, o artigo 12=, nK 1 e 2, pre" nulidades absolutas de pro"a e o nK' pre" nulidades relati"as de pro"a.

    de"s sintetiLa() diLend R!e a inte(di de p(;a J abs&!ta n cas d di(eit [ integ(idade da pessa e(e&ati;a ns (estantes cass) de;end te(#se p( ab!si;a a int("iss R!and efect!ada f(a ds cass p(e;ists na &ei ese" inte(;en j!dicia& Ga(t. 34Y#2 e 4H) R!and desnecess,(ia) desp(p(cinada ! R!and aniR!i&ad(a ds p(Bp(isdi(eits Ga(t. 18Y#2 e 3H.

    O fact de eisti( n p(cess p(;a R!e se encnt(a cnta"inada pe&a ;i&a das (eg(as de p(ibi d nU1! nU3 d *Bdig de (cess ena& sB te" cnseR!Zncias di(ectas cas a "es"a p(;a seja in;cada c"f!nda"ent da cn;ic d j!iL sb(e s facts R!e dete("ina" a s!a decis) R!e( esta seja a decis fina&) R!e( se(ecnd!La a !"a decis inte(&c!tB(ia. *as a ;i&a se ;e(ifiR!e se" R!e desse fact seja" et(aMdas R!aisR!e(cnseR!Zncias a nM;e& de f!nda"enta decisB(ia a cnstata da eistZncia de !"a ;i&a de (eg(as de p(ibide p(;a n te" efeits p(cess!ais (e&e;antes.

    % n!&idade (es!&tante da inde;ida ;a&(a de p(;a p(ibida J ag(a) e apBs a &ti"a (ef("a p(cess!a&) f!nda"entde (ec!(s da decis ! da sentena e" R!e est, insc(ita e p( ta& "ti;. b(e as s!as cnseR!Zncias eistedi;e(gZncia:#pa(a *sta %nd(ade Gb(e as (ibies de (;a e" (cess ena& *i"b(a) %&"edina) 1996 pag 65 eseg.H i"p(ta disting!i( s cass e" R!e a ;a&(a p(ibida d "ei de p(;a cnstit!a nic s!p(te p(batB(isb(e R!e assenta a sentena cndenatB(ia. ipBtese e" R!e tant a pe(tinZncia d (ec!(s c" sentid da s!adecis # sic abs&;i d a(g!id # se afig!(a" inescap,;eis. Q et(e" pst) "as ig!a&"ente &inea(es) s assit!aes e" R!e a i((e&e;]ncia ca!sa& da ;a&(a da p(;a p(ibida apa(ece c&a(a"ente epsta. +nt a in;ca da

    p(ibi de p(;a) a n dete("ina( a (ejei d (ec!(s Ga(t. 420.Y d *H n se(, e" R!a&R!e( cas) e sB p( si)bastante pa(a pk( e" ca!sa a decis (ec((ida. O "es" de;e(, se( t(ata"ent ds cass e" R!e a n!&idade de;ida [p(ibi de p(;a de;a cnside(a(#se sanada p( ec&!s da &iga ent(e ;Mci e a sentena. Ea& s!cede(,) p(

    ee"p&) R!and (ec!(s as p(cesss hiptJtics de in;estiga pe("ite seg!(a"ente a&cana( "es" (es!&tadp(batB(i.

    (J") n("a& se(, R!e a p(;a p(ibida cnc((a) c" n cas ;e(tente c" !"a p&!(a&idade de "eis ad"issM;eis.Qeste cas) e na pe(specti;a de *sta %nd(ade) acent!a#se a nat!(eLa a&eatB(ia da tentati;a de identifica( e seg"enta( pes R!e "ei de p(;a) at"istica"ente cnside(ad) te(, tid na cn;ic d j!&gad(. %ssi") adianta "es"

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    23/24

    %!t( Gibide" pag 66H sB pe&a ;ia da (e;ga da decis se pde(, asseg!(a( a (eafi("a cnt(af,ctica das n("as;i&adas e a act!a&iLa d (especti; fi" de p(tec. O R!e te(, de faLe(#se) na s!a pe(specti;a) p(e;enind#se

    pe(ig de a cn;ic sb(e a (espnsabi&idade c(i"ina& d a(g!id) ent(etant &g(ada # e pa(a a R!a& cnt(ib!i!) a se!"d) "ei p(ibid de p(;a # te( j, pe(ad !"a (einte(p(eta cgniti;a d significad e da ;a&Zncia p(batB(iads "eis sb(antes e &egMti"s de p(;a. *nc&!i) assi") R!e a (en;a da p(;a "ti;ada pe&as p(ibies de;a&(a s!scita) eigZncias a R!e) p( p(incMpi) sB at(a;Js d (een;i Ga(ts. 426.Y) 431.Y e 436.Y d *H se pde(,da( (espsta aj!stada.

    "p(ta disting!i( sit!aes distintas pis R!e a hipBtese de (een;i se di(ige as cass e" R!e n J pssM;e& j!&ga( aca!sa pe&a eistZncia de !" ds ;ici d a(tig 410. O(a) na hipBtese de se( dec&a(ada a p(ibi de p(;a) n est, e"ca!sa ;ici R!e afecta a "atJ(ia de fact) a necessita( de !" adeR!ad esc&a(eci"ent) "as si" ep!(ga( d ;ici

    R!e afecta a "es"a decis R!e te") e" p(incipi) p( cnseR!Zncia a e"iss de !"a n;a sentena pe& t(ib!na&(ec((id) "as ep!(gada d ;ici apntad Gcnf. a!& int de %&b!R!e(R!e *"ent,(is pag 329H.

    (J") se a p(;a ag(a cnside(ada p(ibida p!de( se( n;a"ente p(d!Lida) "as ag(a e" cndies de &ega&idade)ent a s&! passa necessa(ia"ente pe&a ap&ica das (eg(as d (een;i pis R!e sB at(a;Js da s!a ap&ica J

    pssM;e& a (epsi da ;e(dade "ate(ia& c" a (essa&;a d (espeit ds di(eits d a(g!id.

    eacta"ente essa a hipBtese ;e(tente pe& R!e ns te("s d a(tig 426 e seg!intes se dec&a(a eiste !"a p(;ap(ibida cns!bstanciada na cnfiss ds a(g!ids ns sb(edits te("s e se dete("ina (een;i d p(cess pa(an; j!&ga"ent R!e te" p( fina&idade a s!p(ess de ta& ;Mci

    e" c!stas.

    ants *ab(a& G'e&at(H

    O&i;ei(a endes

    #####################1 *nse&h Dist(ita& d (t da O.%.) *&ec in;a e a!d,cia R!e se est(iba na seg!(ana d

    pensa"ent d "ais cnceit!ad pena&ista p(t!g!Zs@ >t(ata#se de !"a s&! (ecnhecida"ente in;ad(a) n!ncaante(i("ente epe(i"entada e R!e cnt(a(ia dete("inads R!ad(s "entais c(([email protected] e"(and!" de 18 de anei( de 201213*nf(nta( *&a!s 'in De(ech (cesa& ena& pag 101 e seg

    14 i"pBsi e" "enage" a (ge de ig!ei(ed Dias pag 663

    15D+%#%'EF) i(ei&&e Gdi(.H >(cess pena&es de +!(pa. %&e"ania) ng&ate((a I =a&es) J&gica) (ancia e

    ta&ia@ GE(ad!cciBn de ab& (eni&&a %&a(dH. ,gs 661#695 . +d. +D-. Ka(agLa) 2000.

    16%(tMc!&s Dct(ina&es: De(ech (cesa& ena& (e;es (ef&eines sb(e &a j!sticia pena& negciada en e& De(ech+spaP& Qticias !(Mdicas e;e(ei( de 2008

    17 *dice (ced!(a ena&e # a(tic& 444 %pp&icaLine de&&a pena s! (ichiesta1. li"p!tat e i& p!bb&ic "iniste( pssn chiede(e a& gi!dice &lapp&icaLine) ne&&a specie e ne&&a "is!(a indicata) di!na sanLine sstit!ti;a di !na pena pec!nia(ia) di"in!ita fin a !n te(L) ;;e( di !na pena detenti;a R!andR!esta) ten!t cnt de&&e ci(cstanLe e di"in!ita fin a !n te(L) nn s!pe(a cinR!e anni s&i cngi!nti a pena

    pec!nia(ia.G2003H

    18 nte(;en nas (nadas de Di(eit ena& ds %(es sb &e"a %c(ds sb(e entena ena&

    19 *e&e(idade e +fic,cia#-"a p p&itic c(i"ina& "enage" a (fess( D!t( (ge 'ibei( de a(ia20 'efe(e a "es"a %!t(a R!e e" (ana) a *""issin !stice Jna&e et D(its de l""e s!b(din! estas(ef("as a !"a (e;is p(f!nda da aj!da j!dici,(ia e" "atJ(ia pena&. a(a a&J" diss) h, "!itas ;eLes !" dJca&agec!&t!(a& ent(e as pa(tes) R!e pesa sb(e a negcia e R!e cnt(ib!i pa(a a desig!a&dade pena&. Qs +stads -nids)nde a p(,tica da ba(gainng J gene(a&iLada) a pp!&a (ec&!sa pe(tence [s ca"adas "ais pb(es e [s "in(ias Jtnicas

  • 7/21/2019 STJ 2013 04 10

    24/24

    "ais desfa;(ecidas. % ig!a&dade de a("as R!e J !"a cndi necess,(ia d cnt(aditB(i) J !" ds "ai(esbst,c!&s a esta j!stia negciada.21 *"ent,(is a *Bdig de (cess ena&22nt(d! a Di(eit e a disc!(s &egiti"ad( p,g. 58 e seg23 %c(ds e" (cess ena& C% p(pBsit da b(a >%c(ds sb(e a entena e" (cess ena&@24b(e &a pe(enne necesidad de &a cdificacin 'e;ista +&ect(nica de *iencia *(i"ina& 1/99