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CRIANDO MODELO DE NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS: LEITE

© 2016 - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso do Sul – SEBRAE/MS Todos os direitos reservados.A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei no. 9.610/98)

INFORMAÇÕES E CONTATOSServiço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas EmpresasTel.: 0800 570 0800www.sebrae.com.br

SEBRAE/MSConselho DeliberativoAssociação das Microempresas do Estado de Mato Grosso do Sul (AMEMS), Banco do Brasil (BB S.A.), Caixa Econômica Federal (CAIXA), Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (FIEMS), Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (FUNDECT), Federação do Comércio do Estado de Mato Grosso do Sul (FECOMÉRCIO), Federação das Associações Empresa-riais de Mato Grosso do Sul (FAEMS), Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul (FAMASUL), Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica (SEGOV)

Presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE/MSEdison Ferreira de Araújo

Diretor Superintendente em ExercícioCláudio George Mendonça

Diretora TécnicaMaristela de Oliveira França

Diretor OperacionalTito Manuel Sarabando Bola Estanqueiro

Coordenação em MSGerente da Unidade de Competitividade EmpresarialRodrigo Maia Marcelo Pirani

Gestor do Projeto Brasil Central Agronegócios em MSVitor Gonçalves Faria

Gerente da Unidade de Marketing e ComunicaçãoLuiz Henrique Gonçalves Ishikawa

Equipe TécnicaMarcus Rodrigo de Faria

ApoioBrasil Central Agronegócios, projeto de integração entre unidades SEBRAE nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Centro SEBRAE de SustentabilidadeSuênia Sousa, Renata Taques e Jéssica Ferrari

Conteúdistas:Eduardo Augusto Fontoura de Freitas Rasla, Deilton Oliveira Medeiros

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SumárioApresentação....................................................................9

Práticas sustentáveis em manejo alimentar e nutricional..........17

Análise de solo de forma periódica.............................................18

Implantação de sistema de pastejo rotacionado............................19

Implantação de área para volumoso...........................................23

Integração lavoura pecuária fl oresta (ILPF)................................24

Implantação de fontes de água para os animais...........................29

Produção de compostagem.......................................................30

Práticas sustentáveis em manejo higiênico e sanitário................31

Realização periódica de testes de mastite...........................34

Introdução de pré e pós-dipping no manejo da ordenha...............36

Secagem dos tetos com papel-toalha descartável.....................39

Utilização de tanque resfriador..................................................40

Práticas sustentáveis em manejo reprodutivo ...........................42

Uso de inseminação artifi cial.......................................................43

Recria das bezerras......................................................................44

Implantação de um Programa de acasalamento dirigido (PAD).....49

Práticas sustentáveis na gestão da atividade leiteira ..................50

Uma breve introdução para entendimento do modelo CANVAS.....54

Referências..........................................................................74

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Criando modelo de negócios sustentáveis: Leite

Os produtores rurais brasileiros apresentam diariamente sua compe-

tência na produção de alimentos e na preservação ambiental. Com a

eficiência da nossa agropecuária, o Brasil colhe sucessivos bons re-

sultados na economia. O setor é responsável por um terço do Produto

Interno Bruto (PIB), um terço dos empregos gerados no país e por um

terço das receitas das nossas exportações.

Em contrapartida, a agropecuária brasileira é responsável pela libe-

ração de grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2), sendo

as principais causas as queimadas da vegetação e o revolvimento

do solo com oxidação da matéria orgânica. No entanto, é crescen-

te a preocupação em obter novas soluções sustentáveis para essas

práticas, que beneficiem o meio ambiente, as produções agrícolas e

o bem-estar animal.

Segundo Veiga (1994), os objetivos a serem alcançados pelo desen-

volvimento sustentável agrícola seriam: manutenção por longos prazos

dos recursos naturais e da produtividade agrícola, mínimo de impactos

adversos ao meio ambiente, otimização da produção com um mínimo

de insumos externos, retorno adequado aos produtores, satisfação

das necessidades humanas de alimentos e renda e atendimento das

necessidades sociais das famílias e das comunidades rurais.

De acordo com Klauck (2009), a definição de desenvolvimento sus-

Apresentação

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tentável presume a ideia de conservação, objetivando um desenvol-

vimento estável, transmitido e não interrompido em uma geração. Os

caminhos do desenvolvimento sustentável levam ao respeito ao meio

ambiente, à promoção da qualidade de vida, à conservação da fauna

e da flora do planeta, à diminuição da exploração incontrolável de re-

cursos não renováveis e a responsabilidade social de cada indivíduo.

Um sistema de produção de leite não sustentável causa inúmeros

problemas ambientais, como degradação dos solos, erosão e aque-

cimento global, afetando diretamente os meios de produção. Uma

proposta viável seria aproveitar a estrutura ambiental que necessita

ser conservada e recuperada, a fim de garantir manejos ambientais

essenciais ao bom funcionamento dos sistemas de produção, e para

o máximo proveito dos recursos naturais manejados e dos insumos

aplicados. As boas práticas de manejo são necessárias, mas de forma

planejada e integrada.

A cadeia produtiva do leite desempenha relevante papel na geração

de renda para os pequenos e médios produtores, além do significa-

tivo número de postos de trabalho, sendo que o país tem hoje acima

de um milhão e cem mil estabelecimentos rurais onde se explora a

atividade leiteira, ocupando a mão de obra de forma direta de aproxi-

madamente 3,6 milhões de pessoas.

Duas características são marcantes na pecuária de leite nacional. A

primeira é que a produção ocorre em todo o território e a segunda

é que não existe um padrão de produção. Existem propriedades de

subsistência, sem técnica e produção diária menor que dez litros, até

produtores comparáveis aos mais competitivos do mundo, usando

tecnologias avançadas e com produção diária superior a 60 mil litros

(EMBRAPA, 2012).

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Esses produtores, com volumes de leite muito pequenos, praticam um

tipo de exploração muito aquém do que é esperada para um sistema

de produção eficiente e sustentável, mesmo existindo tecnologias de-

senvolvidas e adaptadas às condições de cada um, capazes de mudar

esse cenário de produtividade.

Neste sentido é que se objetiva o presente material, com informações

e dicas de relevância ambiental e tecnológica, por meio dos precei-

tos do desenvolvimento sustentável, tendo como público-alvo os pe-

quenos e médios produtores de leite advindos da agricultura familiar,

reconhecendo a importância das práticas sustentáveis alinhadas às

inovações tecnológicas.

Diante desse novo contexto, os produtores de leite, advindos da agri-

cultura familiar, precisam se adequar a práticas do mercado, fazen-

do um planejamento do negócio, preocupando-se não apenas com

a qualidade do produto final, mas também com sua sustentabilidade

mercadológica. Para tanto, necessitam de ferramentas que os auxi-

liem a manter seus empreendimentos rurais sustentáveis, levando-se

em conta os três pilares em que se baseiam a sustentabilidade: o am-

biental, o econômico e o social.

O Modelo de Negócios CANVAS – ferramenta desenvolvida por Ale-

xander Osterwalder e Yves Pigneur – descreve a lógica de como uma

organização “cria, entrega e captura valor”, aliada aos princípios da

sustentabilidade. (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011).

Além disso, traz indiscutivelmente aspectos de diferenciação para o

produtor enfrentar as novas exigências do mercado consumidor.

Essa ferramenta auxiliará o produtor rural voltado à cadeia produtiva

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do leite, no que se refere a ter uma visão mais ampla de seu empre-

endimento rural em apenas uma única folha de papel. Além de ser um

recurso dinâmico e mais visual que um plano de negócios, permitirá

que sejam testadas, confi rmadas e mudadas todas as variáveis que

poderão infl uenciar no sucesso de um empreendimento.

Assim, o objetivo desta publicação é apresentar ao produtor que ele

é capaz de criar um modelo de negócios CANVAS para seu empre-

endimento a fi m de conseguir ver como seu negócio funciona, como

ele pode diferenciar seu produto dos demais concorrentes, o que o

mercado prefere comprar, além de outras questões importantes para

que o desenvolvimento de seu negócio seja economicamente viável,

socialmente aceito e ambientalmente sustentável.

Neste material, você encontrará, também, modelos ilustrados que au-

xiliarão na implantação de práticas sustentáveis, além do próprio “qua-

dro” CANVAS para criação de seu modelo de negócio sustentável.

Segmentos

de Clientes Principais

Parcerias

Estrutura

de Custos

Fontes de

Receitas Canais de

Distribuição

Relacionamentos

com Clientes

Atividades

Chave

Principais

Recursos

Propostas de

Valor

 Modelo de Negócios CANVAS

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A importância de um bom manejo alimentar na criação de bovinos

leiteiros é baseada em dois aspectos principais:

Práticas sustentáveis em manejo alimentar e nutricional

- aproximadamente 60% dos custos de produção são oriundos da

alimentação, e esse valor pode ser ainda maior quando o preço

dos insumos básicos se eleva, como ocorre de tempos em tempos

em função de aspectos político-econômicos, de sazonalidade de

produção e outros;

- dietas bem-balanceadas permitem, além de maior efi ciência pro-

dutiva dos animais (kg de leite produzido/kg de alimento ingerido),

menor excreção de nutrientes nas fezes e na urina. Esse aspecto

é fundamental nos tempos atuais, quando há grande preocupação

com o impacto ambiental produzido pela atividade leiteira.

A amostragem de solo é uma operação bastante detalhada e crite-

riosa, assim como a realização de uma amostra composta da área,

retirando-se de 5 a 10 locais diferentes (em zigue-zague), antes de

qualquer operação mecânica no solo, em profundidade de 0 a 20 cm.

Análise de solo de forma periódica

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O produtor deve se atentar para que não ocorram erros na amos-

tragem, pois é uma das etapas mais importantes da implantação da

pastagem. Erros de amostragem acarretam resultados de análise de

solo não condizentes com a realidade do local, resultando em uma

sub ou superdosagem de fertilizantes, causando prejuízos econômi-

cos e ambientais à propriedade.

Nas condições do Brasil Central, o manejo rotacionado bem-condu-

zido, com a espécie forrageira adequada, permite, em alguns casos,

que se passe o período de seca sem a necessidade de suplementa-

ção dos bovinos com volumosos conservados. As espécies forragei-

ras de alta produção (B. brizantha, Panicuns, Cynodons) são as mais

indicadas para esse tipo de pastejo, pois possuem elevado potencial

de produção, permitindo acumular massa para depois ser consumida

durante o período seco.

Implantação de sistema de pastejo rotacionado

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No sistema rotacionado, o objetivo é utilizar de forma mais sustentável

e racional possível as fases fi siológicas do capim, tal qual a rebrota e o

crescimento da planta forrageira, ou seja, tirar o máximo potencial da

pastagem na fase de maior desenvolvimento, quando a utilização dos fa-

tores de produção (água, luz, calor e nutrientes) é mais intensa e efi ciente.

Desta forma, os animais passam por todos os piquetes com dias pré-es-

tabelecidos de pastejo e dias de descanso (período de vedação), para

regeneração do capim. O período de vedação e o de pastejo depende-

rá de alguns fatores, tais como: cultivar da forrageira utilizada, época

do ano (águas ou seca), condições edafoclimáticas da região, níveis de

adubação e da lotação animal na área.

O sistema rotacionado ajusta

a um manejo uniforme da pas-

tagem, eliminando as áreas de

superpastejo e de subpastejo,

proporcionando um aumento

na lotação da área, em relação

ao pastejo contínuo, por cau-

sa de uma maior produção de

massa e da melhor qualidade

do capim. Esse maior acúmulo

de massa resulta do manejo de

descanso da forrageira para sua

regeneração de folhas e raízes,

o que permite a planta crescer e

recompor reservas.

o sistema de pastejo rotacionado

NÃO está condicionado à prática

de irrigação da pastagem, uma vez

que suas instalações são onerosas

e alguns capins não têm uma boa

resposta a essa prática.

Lembrete:

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É um sistema que demanda investimentos, principalmente em infra-

estrutura, adubações corretivas e de manutenção. As instalações são

simples, com uma área de lazer e divisões na pastagem, geralmen-

te com cercas elétricas. Como alternativa, existe a opção de criar

cercas com postes de bambu e garrafa PET (como isolador), sendo

uma infraestrutura barata e bastante efi ciente, além do uso de placas

solares como fonte de energia alternativa, não poluidora e altamente

sustentável.

No período seco do ano, os capins, além de paralisarem seu cresci-

mento, ainda apresentam baixo valor nutritivo e são pouco consumi-

dos pelos animais. Isto signifi ca que deve ser feita uma suplementação

com alimentos de melhor qualidade para não prejudicar os animais e

a pastagem e garantir a sustentabilidade da atividade leiteira. Essa

suplementação com alimentos volumosos teriam como opções:

• silagem de milho, milheto, capim-napier, cana, capins, dentre outros;

Implantação de área para volumoso

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• feno de forrageiras;

• cana-de-açúcar com ureia e sulfato de amônia;

• mandioca (após exposta ao sol), dentre outros.

O setor agropecuário vem sofrendo grandes transformações moti-

vadas pelo aumento nos custos de produção e mercado mais com-

petitivo, exigindo aumento na produtividade da atividade, qualidade

e rentabilidade, sem comprometer o meio ambiente. Para atingir tais

objetivos, uma alternativa que nos últimos anos tem se destacado é o

uso de sistemas de integração que incorporam atividades de produ-

ção agrícola, pecuária e florestal, em dimensão espacial e/ou tempo-

ral, buscando efeitos sinérgicos entre os componentes do agroecos-

sistema para a sustentabilidade da propriedade rural, contemplando

sua adequação ambiental e a valorização do capital natural (Embrapa

Gado de Corte et al., 2011).

Nesse sistema, as árvores são plantadas na área da pastagem que foi

recuperada ou renovada. Nos primeiros anos, a forrageira poderá ser

utilizada para a produção de feno ou silagem até o estabelecimento

do componente arbóreo, evitando que o mesmo seja danificado pe-

los animais. Dependendo do tamanho da área, pode-se utilizar cerca

elétrica, assim os animais utilizam a área já no primeiro ano. A partir

do segundo ano da implantação da floresta, a forrageira poderá ser

utilizada em pastejo, especialmente por categorias de animais jovens

e leves.

Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF)

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Com a introdução dos sistemas de ILPF,

além da intensifi cação e maior efi ciên-

cia do uso da terra, são gerados, tam-

bém, outros benefícios ao ambiente,

tais como: maior sequestro de carbono,

aumento da matéria orgânica do solo,

redução da erosão, melhoria das con-

dições microclimáticas e do bem-estar

animal. Quanto aos benefícios econô-

micos gerados pela diversifi cação do

sistema de produção, destacam-se:

redução dos custos de produção, aumento de produtividade e diminuição do

risco inerente à agropecuária, especialmente por variações climáticas e oscila-

ções de mercado.

Contexto socioeconômicoe ambiental dos agroecossistemas

Fig. 1: Objetivos imediatos e reflexos na adoção de sistemas de integraçãonos agroecossistemas (adaptado de Embrapa Gado de Corte, et al., 2011).

Modelos:Agropastoril

AgrossilvepastorilSilvipastorilSilviagrícola

Adequaçãoambiental

Eficiência no usode insumos, mão

de obra e dosrecursos

Conservação emelhoria do solo

e da água

Aumentoda renda doprodutor e

qualidade de vida

Diversificaçãodos sistemasde produção

Recuperaçãode pastagensdegradadas

Intensificaçãodo uso da

terra

Quebra nociclo de pregas

e doenças

Agricultura sustentável

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Além de certifi cações de qualidade realizadas por instituições públicas e

privadas, a tendência é que estabelecimentos rurais que adotem siste-

mas de integração sejam, também, pioneiros na adoção de programas

sistemáticos de melhoria no sistema produtivo, como o programa de Boas

Práticas Agropecuárias (BPA) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-

pecuária (EMBRAPA) e o Programa de Produção Integrada de Sistemas

Agropecuários (PISA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-

mento (MAPA), entre outros.

Apesar de alguns entraves iniciais em sua adoção, Embrapa Gado de Cor-

te (2011) cita que os sistemas de ILPF, por sua maior complexidade de

gestão, acabam por incorporar posturas mais corretas pelo produtor, por

exemplo, no manuseio e descarte dos resíduos gerados pela propriedade,

incluindo embalagens de agroquímicos, águas de lavagem com dejetos,

criação de fossas sépticas e outros, previstos na legislação.

Por sua vez, o empresário rural, disposto a assumir uma postura empre-

endedora, deve também buscar

sua própria qualifi cação e montar

equipes multidisciplinares para

enfrentar o desafi o da implanta-

ção de um projeto sustentável

de integração, contando sempre

com o apoio do SEBRAE, de ór-

gãos de assistência técnica, re-

des de pesquisa e de transferên-

cia de tecnologia.

Por sua vez, o empresário rural, disposto a assumir uma postura empre-

os componentes arbóreos

(árvores) mais utilizados na

integração com outras culturas

são: eucalipto, Acacia mangium,

mogno africano, Canafístula,

paricá, cedro, nim, dentre

outros.

Lembrete:

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Implantação de fontes de água para os animais

apesar de permitido pelo

Código Florestal, os produtores

de leite devem evitar que os

animais tenham acesso a rios e

córregos, evitando a erosão e o

assoreamento.

Lembrete:

o bebedouro de água deve

estar no máximo a 15 metros do

cocho de sal e alimentação, de

preferência no sol, por este ser

um importante bactericida da

água.

Lembrete:

Os bebedouros de fonte artifi cial devem permitir o fácil acesso dos

animais e o fornecimento de água livre de sujidades (limpa), segundo

premissas das boas práticas agropecuárias. Um bovino adulto con-

some, em média, de 40 a 50 litros de água por dia, para vacas leitei-

ras, podendo dobrar esse consumo em vacas de grande porte e alta

produção de leite (2 litros de água consumida a mais por litro de leite

produzido).

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A compostagem é um processo de transformação de produtos orgâ-

nicos em adubo de excelente qualidade, sendo uma prática simples,

podendo ser realizada em diferentes locais da propriedade. O com-

posto orgânico produzido melhora a produtividade das pastagens

pelo fornecimento de nutrientes aos capins e promove a melhoria da

vida no solo, além de proporcionar a reutilização de materiais orgâni-

cos que antes iriam para o lixo, diminuindo os elementos poluentes

ao meio ambiente.

Produção de compostagem

As técnicas para produção de um leite com qualidade se iniciam des-

de a condução das vacas para o curral, passando por procedimentos

de higiene na ordenha, até a limpeza do local e dos utensílios.

Práticas sustentáveis em manejo higiênico e sanitário

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Desde dezembro de 2011, quando começou a vigorar a Instrução Nor-

mativa nº 62 (IN 62), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-

mento (MAPA), nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil, indi-

cadores de qualidade composicional (gordura, proteína e extrato seco

desengordurado) e higiênico-sanitária (contagem de células somáticas

- CCS e contagem bacteriana total - CBT) são avaliados mensalmente

no leite de rebanhos vinculados a estabelecimentos monitorados pelo

Serviço de Inspeção Federal (SIF). Entretanto, de acordo com os dados

captados pelos laboratórios da Rede Brasileira de Laboratórios de Con-

trole da Qualidade do Leite (RBQL), observa-se que um dos grandes

desafios da pecuária leiteira nacional é a melhoria da qualidade do leite,

principalmente no que diz respeito aos aspectos higiênico-sanitários.

O leite de boa qualidade deve apresentar características organolépticas

específicas (cor, sabor e odor), baixa contagem bacteriana total (CBT),

baixa contagem de células somáticas (CCS) e, obrigatoriamente, au-

sência de micro-organismos patogênicos ao homem e de resíduos quí-

micos contaminantes (principalmente os provindos de medicamentos).

A qualidade do leite pode ser avaliada pelos seguintes indicadores:

• qualidade composicional, teores mínimos:

• gordura 3%;

• proteína 2,9%;

• extrato seco desengordurado (lactose + proteína) 8,4%;

• sólidos totais.

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• qualidade higiênico-sanitária:

• contagem Bacteriana Total (CBT);

• contagem de Células Somáticas (CCS);

• resíduos químicos contaminantes no leite.

Esses indicadores possuem valores de referência, isto é, padrões mí-

nimos ou máximos, determinados pelo MAPA, conforme publicado

na IN 62, segundo a tabela a seguir:

Uma forma de incentivar a melhoria da qualidade do leite nas pro-

priedades é o programa de pagamento com base em indicadores de

qualidade, adotado por algumas indústrias de laticínios. Porém, entre

os pontos mais importantes que devem ser levados em consideração

na elaboração de programas de melhoria da qualidade do leite estão

o treinamento, a capacitação e a qualificação contínua da mão de

obra ligada diretamente à produção.

Data de redução

dos limites

01/01/2012

01/07/2014

01/07/2016

CCS – Contagem de

Células Somáticas

600.000

500.000

400.000

CBT – Contagem

Bacteriana Total

600.000

300.000

100.000

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Realização periódica de testes de mastite

Mastite ou mamite é a infl amação da glândula mamária, geralmente

causada por micro-organismos que penetram pelo canal do teto. De

acordo com a forma de

apresentação, é clas-

sifi cada em clínica ou

subclínica. Mastite clíni-

ca é aquela que altera o

estado clínico do animal

e/ou do leite, já na sub-

clínica não há alterações

visuais no animal e nem

no leite.

O teste da caneca de fundo preto é talvez o mais importante a ser re-

alizado na prevenção da mastite. Tem obrigatoriamente que ser uma

rotina no início de cada ordenha de cada vaca. É realizado com o

auxílio de uma caneca com o fundo de cor escura ou que seja tela-

da. Neste fundo preto ou telado, se o animal apresentar alteração no

leite, como a presença de grumos, pus, sangue ou coágulos sanguí-

neos, ela será detectada, indicando que o leite produzido por aquele

animal não está normal. Essa condição anormal do leite é sinal de

mastite clínica.

diferentemente do que muitos

produtores pensam, a mastite

não causa acidez no leite, uma

vez que esse leite contaminado

estará alcalino e não ácido.

Lembrete:

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Já a mastite subclínica é aquela em que não há nenhum tipo de altera-

ção visual no animal ou no leite produzido, porém acarreta muitos preju-

ízos. É importante saber qual o índice de mastite subclínica do rebanho.

A identifi cação pode ser feita por vários métodos, dentre os quais po-

demos destacar o teste de Contagem de Células Somáticas (CCS), feito

somente em laboratório, e o exame California Mastitis Test (CMT), reali-

zado durante o manejo de ordenha, em intervalos de no máximo 30 dias.

As soluções desinfetantes para tetos utilizadas antes e depois da or-

denha são muito importantes para a melhoria e para a manutenção

da qualidade do leite.

A desinfecção de tetos antes da ordenha (pré-dipping) tem como ob-

jetivo eliminar as bactérias que vieram do ambiente e que estão na

pele dos tetos na chegada das vacas ao local da ordenha. As princi-

pais soluções para desinfecção nessa etapa da ordenha são à base

de hipoclorito de sódio (cloro), clorexidina e iodo.

Introdução de pré e pós-dipping no manejo da ordenha

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Já a desinfecção dos tetos

após a ordenha é um dos

métodos mais efi cientes para

a prevenção da mastite, pois

elimina as bactérias que pos-

sam ser transmitidas, de vaca

para vaca, por meio das mãos

do ordenhador. Essa operação

deve garantir que todo o teto

seja imerso no desinfetante, e

não apenas sua ponta.

caso o sistema utilizado pela

propriedade seja o de ordenha

com bezerro ao pé, essa etapa

do manejo é dispensada, uma

vez que a saliva do bezerro

servirá como desinfetante

do teto.

Lembrete:

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Esta operação deve ser feita após o pré-dipping e antes da retirada do

leite dos tetos (ordenha manual ou mecanizada). A adequada

secagem dos tetos garante que

não ocorram resíduos de desin-

fetantes no leite ordenhado e

também auxilia a correta ordenha,

já que tetos úmidos facilitam que

as teteiras ou mãos do ordenhador

escorreguem durante o processo

de retirada do leite. O uso de papel-

toalha descartável reduz a chance

de contaminação entre as vacas, já

que o papel utilizado em uma vaca

não será utilizado em outra.

Uma vez ordenhado, a refrigeração imediata do leite é fundamental

para a manutenção da sua qualidade, em especial para a manuten-

ção de uma baixa Contagem Bacteriana Total. Em temperaturas frias,

as bactérias, em grande parte, têm sua multiplicação paralisada. A

faixa de temperatura ideal para inibir o crescimento da maioria das

bactérias é de 2°C a 4°C.

Secagem dos tetos com papel- toalha descartável

esta operação deve ser repetida

em todos os tetos a serem

ordenhados, assegurando que

os papéis-toalha utilizados

sejam descartados em lixo

apropriado e não jogados no

meio ambiente.

Lembrete:

Utilização de tanque resfriador

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A refrigeração do leite não resolve o problema da contaminação bacte-

riana, porque esse processo não elimina as bactérias, mas apenas inibe

a sua multiplicação. Por isso, as medidas de higiene da ordenha e dos

utensílios utilizados continuam sendo muito importantes na redução da

CBT. A combinação de baixa carga bacteriana inicial e adequada tem-

peratura de armazenamento é a melhor condição para a manutenção da

qualidade higiênica do leite.

A efi ciência reprodutiva é a base para a produtividade e lucratividade

da atividade leiteira. O objetivo do manejo reprodutivo é fazer a vaca

retornar rapidamente ao cio, emprenhar, parir e iniciar nova lactação,

quando ela é mais efi ciente e produz mais leite. Quanto mais efi ciente

for o manejo reprodutivo, maior será a produção de leite e de bezer-

ros; portanto, fatores como nutrição, sanidade, genética e conforto

dos animais devem ser adequados, para que a vaca entre em cio e

emprenhe rapidamente depois do parto (AUAD et al., 2010).

Práticas sustentáveis em manejo reprodutivo

Em temperatura ambiente,

as bactérias encontradas

no leite se multiplicam com

bastante facilidade, e a con-

sequência direta é o aumen-

to da CBT; este aumento,

por causa da multiplicação

intensa dessas bactérias,

pode ser tão expressivo, que

chega a causar a acidifi cação

do leite.

as maiores causas de acidez do

leite são: falta de higiene das

mãos, dos tetos, dos utensílios,

máquinas e equipamentos

utilizados no dia a dia da

propriedade.

Lembrete:

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Uso de inseminação artifi cial

A inseminação artifi cial é uma técnica complexa que envolve diferentes

passos: a observação e detecção de cio, o momento da inseminação e

sua higiene, o correto manuseio do botijão com nitrogênio líquido, o ade-

quado descongelamento e manipulação do sêmen e uma boa prática no

ato de inseminar a vaca, uma vez que utiliza sêmen congelado de um

touro de alto valor genético.

existe no mercado a opção

de uso de sêmen sexado, cuja

porcentagem de nascimento de

uma fêmea é grande, porém,

a recomendação se restringe

a novilhas, por causa da alta

fertilidade.

Lembrete:

As vacas a serem inseminadas devem estar bem nutridas, saudáveis

e sem problemas de reprodução. Aquelas que apresentam cio pela

manhã devem ser inseminadas no fi nal da tarde, e as que dão cio à

tarde devem ser inseminadas na manhã do dia seguinte.

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Recria das bezerras

A criação de bezerras é uma

fase muito importante nos siste-

mas de produção de leite, pois

os animais novos irão substituir

vacas de baixa produção (mérito

genético ou número elevado de

lactações) e com problemas re-

produtivos (elevado intervalo en-

tre partos), garantindo a sustenta-

bilidade da atividade.

Como consequência, no Brasil, observa-se na criação das bezerras,

elevada taxa de morbidez e mortalidade (entre 10% e 20%), sendo

que o ideal deveria ser inferior a 5%. As principais causas de mor-

talidade de bezerras são a diarreia e a pneumonia. Portanto, esses

índices devem ser melhorados com práticas adequadas de manejo

nutricional e sanitário (AUAD et al., 2010).

cada bezerra deve possuir uma

fi cha em que constem dados

de nascimento, pesos, vacinas,

coberturas, inseminações

e partos. Essa fi cha deve

acompanhar o animal durante

toda a vida.

Lembrete:

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Uma prática importante é o fornecimento de concentrado, que tem

como objetivo estimular o desenvolvimento ruminal, principalmente

o crescimento das papilas do rúmen. Esse tipo de alimento deve ser

fornecido a partir do quarto dia de vida da bezerra, pois quanto mais

cedo o animal ingerir alimentos sólidos, mais rápido será o seu des-

mame. Uma água fresca e limpa à vontade proporciona maior consu-

mo de concentrado e maior ganho de peso.

Além do concentrado, as bezerras devem receber um bom volumoso

(feno ou capim verde picado) desde a segunda semana de idade. Os

alimentos volumosos são muito importantes para o desenvolvimento

de rúmen no que diz respeito ao tamanho e à musculatura.

O desmame pode ser feito quando o consumo de concentrado al-

cançar 1% do peso vivo do animal, ou seja, quando animais de raças

pequenas estiverem consumindo 500 a 600 g/dia e os de raças de

grande porte, 700 a 800 g/dia.

O período entre a desmama e o primeiro parto é a fase de criação da

novilha, que representa grande custo ao produtor de leite, em função

de gastos com mão de obra, alimentação, medicamentos e instala-

ções, investimentos que não apresentam retorno imediato, pois os

animais só darão lucro quando entrarem na fase reprodutiva. Por sua

vez, a idade ao primeiro parto depende da idade à puberdade, que

está diretamente associada com a qualidade do manejo nutricional

adotado na propriedade.

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As exigências nutricionais e a capacidade de ingestão mudam à medida

que os animais crescem. Novilhas com menos de um ano de idade têm

alta exigência nutricional, mas pouca

capacidade de ingestão. Isso signifi -

ca que as taxas de crescimento serão

muito baixas se somente forragens

forem fornecidas, ainda que de boa

qualidade. Portanto, alimentos con-

centrados devem ser incluídos na dieta

de novilhas jovens para proporcionar

ganhos de peso adequados, enquanto

que forragens de boa qualidade podem

garantir taxas adequadas de crescimen-

to em idades mais avançadas (AUAD et

al., 2010).

À medida que aumentam os custos de reposição de novilhas e o mane-

jo dos grandes rebanhos, os criadores tornam-se cada vez mais cons-

cientes da importância de utilizar classifi cações para o tipo leiteiro na

identifi cação de características de produção de leite. Um programa de

acasalamento dirigido (PAD) permite que o produtor identifi que em cada

vaca características de conformação e qualidade que precisam ser me-

lhoradas em seu rebanho. Essa prática auxilia o produtor na escolha

mais criteriosa de touros (sêmen) para seu rebanho, planejando acasa-

lamentos dirigidos, pois o criador saberá quais características precisam

ser melhoradas em cada animal.

novilhas só devem ser

inseminadas quando

alcançarem o peso mínimo

indicado para a raça, nunca

baseando-se apenas pela idade

do animal.

Lembrete:

Implantação de um Programa de Acasalamento Dirigido (PAD)

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O segredo do sucesso é o processo de gerenciamento do presente

com olhos voltados para o futuro. Em uma propriedade moderna, o

produtor vitorioso é aquele que não tenta adivinhar o futuro, mas sim

aquele que o constrói no dia a dia. Gerenciar não é se adaptar às

mudanças, mas fazer as mudanças acontecerem.

O gerenciamento da propriedade requer o entendimento das carac-

terísticas gerais do agronegócio. O sucesso na atividade leiteira não

vem por acaso: é um trabalho contínuo de observação do macroam-

biente que, com ajuda de conceitos e ferramentas técnicas, deverá

resultar em uma ação planejada no microambiente – a propriedade.

Esse gerenciamento existe para disciplinar elementos de produção,

que tem como objetivo alcançar um resultado efi caz e o retorno fi -

nanceiro. O gerenciamento está relacionado diretamente a pessoas,

na implantação de um PAD

na propriedade, os primeiros

acasalamentos devem buscar

melhorar a característica

produção de leite do rebanho.

Lembrete:

Práticas sustentáveis na gestão da atividade leiteira

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Além de uma análise econômica completa, é também importante que

se faça a avaliação de alguns indicadores ou índices de produtividade

e da relação entre eles. Quando o produtor começa a utilizar índices

CUSTO TOTAL DA ATIVIDADE

RECEITA TOTAL OUFATURAMENTO

PRODUÇÃO DE LEITE X PREÇOMÉDIO DE VENDA

CUSTO FIXO + CUSTO VARIÁVEL

RESULTADO(LUCRO OU PREJUÍZO)

RECEITA TOTAL – CUSTO TOTAL

CUSTO MÉDIO UNITÁRIO CUSTO TOTALPRODUÇÃO DE LEITE TOTAL

MARGEM DE LUCRO PREÇO MÉDIO DE VENDA DOLEITE – CUSTO MÉDIO UNITÁRIO

PRAZO DE RETORNODO INVESTIMENTO

INVESTIMENTO TOTALRESULTADO (LUCRO LÍQUIDO)

PONTO DE EQUILÍBRIO CUSTO TOTALPREÇO MÉDIO DE VENDA

enquanto o planejamento está relacionado ao processo produtivo da

propriedade. O produtor deve assumir diversos papéis para lidar com

os recursos humanos, tais como: o de relacionamento interpessoal, o

de comunicador de informações e o de decisão. Para tanto, precisa

ter ou desenvolver habilidades técnicas, humanas e conceituais.

Quando a rentabilidade é baixa, o produtor percebe, mas tem dificul-

dade em quantificar e identificar os pontos de estrangulamento do

processo produtivo, bem como se as tecnologias são adequadas ao

rebanho utilizado na produção de leite. Portanto, para obter sucesso

no gerenciamento da atividade, é importante ter informações corretas

sobre o desempenho da propriedade.

A seguir são sugeridos alguns indicadores ou índices de produtividade.

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para analisar a estrutura de produção, ele cria um padrão que pode

ser comparado com números publicados por outras propriedades e,

dessa maneira, será capaz de detectar problemas e apontar virtudes.

Outra vantagem diz respeito à possibilidade de se conhecer o

potencial de produtivida-

de que pode ser atingido,

mas, sem um termo de

comparação, fi ca difícil es-

tabelecer julgamento apro-

priado e, mais complicado

ainda, propor mudanças.

Quando pensamos em CANVAS devemos dividir os blocos para melhor

visualizar nosso negócio. Importante sempre iniciarmos a pensar na pro-

dução do leite com foco no público-alvo que irá adquirir nossos produtos.

Como primeiro passo devemos nos perguntar: Para quem vou vender

minha produção?

Outra vantagem diz respeito à possibilidade de se conhecer o

produzir leite pode ser lucrativo,

desde que o negócio seja

conduzido com planejamento,

tecnologia e foco claro nas

metas e nos objetivos a serem

alcançados.

Lembrete:

Uma breve introdução para entendimento do modelo CANVAS:

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Segmento de clientesQuem é meu cliente? Para

quem vou levar a proposta

de valor?

A resposta varia de acordo com seu cliente, que pode ser o leiteiro,

que recolhe diariamente o leite na sua porta, ou mesmo o consumidor

fi nal, aquelas famílias em que você produtor entrega pessoalmente o

leite na porta da casa delas.

Ainda falando no segmento de cliente, devemos levar em considera-

ção o volume de leite que produzimos. Nada adianta querer entregar

ao laticínio cinquenta litros por dia se minha capacidade é de vinte li-

tros diários, eu estaria buscando um público incompatível com minha

capacidade de produção. O importante é mesmo saber qual é esse

público. Buscar ajuda especializada pode ser uma boa saída, para

então partirmos a um segundo passo.

A pergunta no segundo passo será: O que meu cliente espera de

“valor” ao adquirir meu leite? A resposta pode ser leite que conheço

a procedência, isento de sujeira e contaminação ou mesmo a bus-

ca por uma alimentação mais rica em nutrientes, ou mesmo foco na

utilização culinária para produção de doce, ou coalhada, ou queijo...

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Enfi m, devemos questionar esse nosso cliente para verifi car O QUE

ele espera ao receber nosso leite.

Nesse segundo passo, temos que pensar no nosso DIFERENCIAL

perante os demais produtores de leite da nossa região. A questão é

simples, basta se perguntar o que leva o seu cliente a comprar leite

de você e não do seu vizinho. Cuidados devem ser tomados quando

acreditamos que o fator seja preço. Porque diminuir o preço pratica-

do no mercado não é a forma viável de aumentar nossa venda.

Tendo defi nido o público-alvo e a proposta de valor, que é nosso

diferencial competitivo, devemos partir agora para outros dois impor-

tantes pontos, sendo eles: canais de distribuição (TERCEIRO PASSO)

e relacionamento com o cliente (QUARTO PASSO).

Nesse segundo passo, temos que pensar no nosso DIFERENCIAL

Proposta de valorQual é a oferta ao entregar

o leite? Vai além do produto

em si, mas o que o cliente

quer ao consumir o produto.

Canais de DistribuiçãoComo o leite chegará ao

cliente?

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CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO: o canal se refere aos dois aspectos

básicos da entrega da Proposta de Valor (produto) ao Segmento de

Clientes (mercado). O PRIMEIRO ASPECTO BÁSICO é saber onde o

cliente comprará o seu produto (ex.: na porta de sua propriedade, o

leiteiro passará recolhendo, você levará até a casa dele e outros). O

SEGUNDO ASPECTO BÁSICO é a maneira pela qual o cliente passa-

rá a saber que você vende leite. Por exemplo: colocando uma placa

na porteira da propriedade, participação em uma feira livre, divulga-

ção na cidade por meio de panfl etos em órgãos públicos e empresas,

participação em eventos do segmento rural e outros.

Agora temos que partir para um quarto passo: defi nir como nos rela-

cionar com o cliente.

Nessa parte do Modelo de Negócios Sustentável, o produtor vai pen-

sar em dois aspectos importantes: a) a forma de relacionamento que

será usada para adquirir novos clientes (ex.: buscar cooperativismo

ou associativismo para melhor introduzir o produto no mercado e

consequentemente ter melhor remuneração); b) a forma de relaciona-

Relacionamento com o clienteQual o relacionamento que a

empresa constrói?

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mento que será usada para manter os clientes existentes (ex.: busca

constante na melhoria da qualidade do leite, melhorando, por exem-

plo, o alimento do gado).

Em outras palavras, aqui buscamos mais a maneira de FIDELIZAR-

MOS esse cliente, para que, ao comprar uma vez, queira comprar

outra, e mais outra, e mais outra...

Agora vamos pensar no que muito nos interessa, que é nosso passo

5 - a Fonte de Receitas.

É aqui que fi nalmente chega o momento de saber quanto e como o

dinheiro entra no seu bolso. E parece que as vezes vendemos toda

a produção leiteira, recebemos do cliente e o dinheiro nunca é o su-

fi ciente para manter a atividade. Se isso acontece com você, preci-

samos defi nir uma linha de raciocínio básica, respondendo a uma

pergunta simples: a venda do leite é um complemento da atividade

de sua propriedade, ou a fonte de dinheiro que deve sustentar a ati-

vidade?

Fontes de receitaComo faremos dinheiro?

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NÃO PODEMOS NOS ESQUECER QUE QUANDO FA-

LAMOS EM CLIENTE FINAL, FALAMOS EM AGROIN-

DUSTRIAL, POIS SABEMOS QUE NÃO PODEMOS CO-

MERCIALIZAR LEITE DIRETO AO CONSUMIDOR FINAL,

POIS ESSE LEITE TEM QUE ESTAR PASTEURIZADO!

Até esse ponto do nosso CANVAS, já definimos a par-

te na qual foram estabelecidos os seguintes aspectos: o

mercado, o produto, o marketing e os recebimentos. Na

segunda parte, será definido o funcionamento interno de

nosso empreendimento.

Dependendo de sua resposta, haverá mudanças na proposta de valor e

no público-alvo, mas, o mais importante, pode haver mudanças na sua

capacidade de produção. Porque não basta querer que a venda de leite

absorva todos os custos com o gado leiteiro, se não tenho produção su-

ficiente para tanta receita assim. Por outro lado, pode ser o momento de

ver que preciso de outra atividade para agregar receita de forma a com-

plementar a venda do leite e sustentar meu negócio. Ou não, aqui a res-

posta pode ser que a venda do leite já supre todas as minhas despesas.

Outro ponto que você deve pensar quando trabalha a fonte de re-

ceitas, é definir as diversas formas de recebimento. Lembre-se de

que as formas de cobrança pelo produto poderão ajudar a inovar seu

modelo de negócios. Um exemplo disso é o produtor que vende leite

no cartão de crédito ou débito, ou mesmo por meio de uma assinatura

mensal, como se fosse uma mensalidade.

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Passo 6 - Principais Recursos – em se tratando da cadeia leiteira,

você deve pensar quais são os recursos necessários para que seu

negócio, de fato, funcione. Por exemplo: para obter melhor rendimen-

to do leite, é preciso de bom pasto, de uma vaca nutrida, de pesso-

as para o manejo do gado, entre outros. Aqui também é importante

levar em consideração quais recursos você utilizará para realizar seu

negócio, considerando-se os valores econômicos, ambientais e so-

ciais. Lembre-se de que os principais recursos também devem ser

pensados para atender todos os blocos do Modelo de Negócios já

desenhados até o presente momento.

Principais atividades: nosso passo 7 - Quais são as atividades de

produção e entrega que você precisa executar? Nesse bloco do Mo-

delo de Negócios, você, produtor, deverá pensar em quais são as

atividades que precisa fazer para garantir a operacionalização da sua

empresa. Lembre-se de que você deverá executar as atividades que

geram valores para que seu modelo de negócios seja sustentável.

Um exemplo disso é a incorporação de práticas e manejo susten-

táveis que irão envolver todo o processo, desde as práticas susten-

táveis em manejo alimentar e nutricional, práticas sustentáveis em

manejo higiênico e sanitário, práticas sustentáveis em manejo repro-

Principais Recursos

Quais as capacidades

requeridas?

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Principais atividadesPara cada etapa, quais

as atividades que devo

organizar?

Como temos muitas atividades no desenvolvimento e implantação de

processo da cadeia produtiva do leite, e sabemos que nem sempre

podemos fazer tudo sozinho, principalmente no que diz respeito à

comercialização e distribuição do produto fi nal (leite) é que necessi-

tamos estudar esta importante situação – Parcerias. Nosso passo 8.

Principais parceriasQuais são as parcerias

necessárias para

desenvolver

melhor o negócio?

dutivo até fi nalizar com a visão das atividades com foco nas práticas

sustentáveis da gestão na atividade leiteira. Conforme esta cartilha.

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Principais parcerias – os parceiros podem ser classificados em três ti-

pos básicos do ponto de vista de um modelo de negócios: 1) aqueles

que podem contribuir com recursos-chave (ex.: associação que tem

um trator, o qual pode ser utilizado para dar manutenção nas pas-

tagens); 2) aqueles que podem contribuir nas atividades-chave (ex.:

o leiteiro que colhe o leite e entrega ao cliente final); 3) aqueles que

podem ajudar a minimizar os custos (ex.: compra de insumos para a

propriedade de forma coletiva, unindo-se a outros produtores e au-

mentando o poder de barganha com os fornecedores). Lembre-se de

que os parceiros são aqueles que podem contribuir estrategicamente

para o seu negócio em todos os aspectos.

E agora chegamos ao último bloco, e o mais minucioso e crítico de

todo o CANVAS o de custos. Nosso passo 9.

Estrutura de Custos – nesse bloco, você, produtor, listará os princi-

pais custos do seu negócio. Aqui devem ser incluídos tanto os custos

da operação (ex.: custos das pastagens) como também os custos de

investimento (ex.: equipamentos, maquinários e outros). Lembre-se

de que os seus dois principais custos serão os de produção/opera-

ção do negócio e os de aquisição de clientes, mais conhecido como

custo de venda! Por exemplo: custo da entrega, custo dos vasilha-

mes para transporte do leite, custo de reposição dos vasilhames, que

têm um prazo de vida útil, entre outros. Também precisamos estimar

os custos de divulgação.

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Todo modelo de negócios, sus-

tentável ou não, precisa necessa-

riamente gerar ganhos fi nanceiros

para o seu empreendedor. No seu

caso, produtor, esses ganhos fi -

nanceiros podem sustentar todo o

negócio, ou ser uma complemen-

tação de receita para a operação

do negócio, possibilitando uma

renda extra para o custeio da ati-

vidade.

Todo modelo de negócios, sus-  

Estrutura de custos

Quais os custos que vou ter?

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A gestão fi nanceira do seu Modelo de Negócios Sustentável tem um

papel muito importante no sucesso do seu empreendimento. Para que

se conscientize, aos poucos, de sua importância, iremos listar algumas

dicas para aumentar seu sucesso como produtor rural.

Dica 1: Tenha um fl uxo de caixa diário. Importante anotar todos os dias as entradas e saídas de dinheiro, para que não esqueça nos dias seguintes onde foi parar o dinheiro da atividade. Lembre-se de que pequenos gastos como R$5,00 são importantes serem ano-tados, pois de cinco em cinco acumulamos centenas de reais no decorrer de um mês.

Dica 2: Ao longo dos meses, faça uma comparação de tudo que ganhou e gastou no mês anterior, a fim de procurar saber o por-quê dessas diferenças. Tenha sempre em mente que, em razão das sazonalidades de produção e da variação dos preços de venda e dos insumos, os seus custos e receitas podem sofrer acréscimos, e é sempre importante levar isso em consideração para se preparar para tempos difíceis (“vacas magras”).

Movimento do caixa dia 03/11/xx

Histórico Entrada Saída Saldo

Recebido do cliente Eduardo 633,00 633,00

Recebido do leiteiro 532,00 1.165,00

Pagamento ao cerqueiro referente à manutenção

da invernada 600,00 565,00

Recolhido INSS outubro 53,00 512,00

TOTAIS DO DIA 1.165,00 653,00 512,00

SALDO DO DIA ANTERIOR 850,00

SALDO ATUAL 1.362,00

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Dica 3: Toda propriedade rural deveria ter outros pequenos modelos de negócios para garantir a sustentabilidade do seu negócio rural. Isto é, se você, produtor, tiver uma produção de leite, pense também em, por exemplo, cultivar cana ou abóbora, pois, além de gerar renda com a comercialização, pode servir de alimentação complementar ao gado.

Dica 4: Para obter financiamento, é sempre importante procurar um técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), ou de-senvolver um projeto de viabilidade junto ao SEBRAE, pois eles po-dem orientá-lo na elaboração de uma proposta de financiamento para melhoria da produção do leite.

Dica 5: Para evitar problemas futuros, em tempos de chuva, econo-mize para que na seca consiga sobreviver com uma produção menor. Analise com frequência sua capacidade produtiva. Você vai precisar manter uma boa produtividade para garantir que o dinheiro obtido na venda dos produtos vai ser suficiente para cobrir as despesas.

CONTAS Mês 1 R$ Mês 2 R$

VENDA LEITE 1.500,00 1.650,00

(-) Deduções

IMPOSTO (150,00) (165,00)

PERDAS (200,00 ) (120,00)

VENDA LÍQUIDA 1.150,00 1.365,00

(-) CUSTO DE PRODUÇÃO

MEDICAMENTO P/GADO (180,00) (190,00)

(-) Despesas Opercionais

Vendas (450,00) (550,00)

Administrativas (300,00) (360,00)

Financeiras (50,00) (0,00)

LUCRO/PREJUÍZO OPERACIONAL 170,00 265,00

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Dica 6: Se você já faz o controle de suas despesas e receitas, o próximo passo é conseguir enxergar o que acontecerá com suas despesas e receitas futuras. Quanto irei receber nos próximos seis meses? Quais são as despesas que preciso realizar na minha pro-dução nos próximos seis meses? O produtor que é capaz de enxer-gar um horizonte de gastos e ganhos para o próximo semestre es-tará mais preparado para lidar com problemas de sustentabilidade fi nanceira do seu negócio.

Dica 7: Procure sempre o SEBRAE para obter apoio nas questões fi nanceiras, de negócio ou de produção. Ele dispõe de materiais e consultores que podem lhe ajudar a melhorar o desempenho do seu negócio rural.

Parabéns, agora você pode montar todo o processo do seu negócio

em uma folha de papel. Agora que já sabe manusear os quadrantes,

vamos preenchê-los?

Segmentos

de Clientes Principais

Parcerias

Estrutura

de Custos

Fontes de

Receitas Canais de

Distribuição

Relacionamentos

com Clientes

Atividades

Chave

Principais

Recursos

Propostas de

Valor

 

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Pensando no seu negócio, preencha os passos de um a nove, que

certamente visualizará com mais clareza o seu processo produtivo e

comercial.

Principais parcerias

8

Atividade- chave

7Proposta de valor

1

Relacio-namen-tos com clientes

4

Segmen-tos de

clientes2Principais

recursos6

Canais3

Estrutura de custos9

Fontes de receitas5

Estrutura de custos9

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAUAD, Alexander Machado; SANTOS, Alexandre Magno Brighenti et al. Manual de bovinocultura de leite. Belo Horizonte: SENAR-AR/MG; Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2010. 608 p.

Embrapa Gado de Corte. Sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta: a produção sustentá-vel. Editar técnico Davi José Bungenstab. Campo Grande, MS. 2011. 128 p.

EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Plano pecuário nacional 2012/2013: proposta preliminar da Embrapa Gado de Leite. 2012. Disponível em: <http://www.cnpgl.embrapa.br/nova/Plano_Pecuario_2012. pdf>. Acesso em: 8 jun. 2015.

KLAUCK, Jaqueline Bilibio. Bovinocultura Leiteira no Desenvolvimento Sustentável. Pós Gradua-ção Stricto Sensu em Desenvolvimento - Mestrado, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, jun., 2009.

VEIGA, José Eli. Problemas de transição à agricultura sustentável. Estudos Econômicos, São Pau-lo, v. 24, p. 9-29, 1994. Edição especial.

OSTERWALDER, Alexander; PIGNEUR, Yves. Inovação em modelos de negócios: um manual para visionários, inovadores e revolucionários. Rio de Janeiro - RJ: Alta Books, 2011.

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