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"VNÃOX^" Edição N 0 2, ANO I Janeiro/Fevereii SUELI BELLATO discriminação na base Infância prostituída Póg. i Números mostram a vitima de cada dia Pãg. 8 Tem mulher na Charge do jornal -Pãg. 5

SUELI BELLATO Hã discriminação na base · Infância prostituída Póg ... I Brasil, mostra tua cara! Os números preliminares de um levanta- mento que vem sendo dosfeito pela Fundação

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Page 1: SUELI BELLATO Hã discriminação na base · Infância prostituída Póg ... I Brasil, mostra tua cara! Os números preliminares de um levanta- mento que vem sendo dosfeito pela Fundação

"VNÃOX^"

Edição N0 2, ANO I Janeiro/Fevereii

SUELI BELLATO

Hã discriminação na base Infância

prostituída ■Póg. i

Números mostram a vitima

de cada dia Pãg. 8

Tem mulher na Charge do jornal

-Pãg. 5

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Pagina 02 ART-MULHERES

NA COZINHA...

* Nina Temple, 34 anos, é a primeira mulher a ocupar o cargo de secretário- geral do Partido Comunista da Grã- Bretanha;

* Mercedes Torrevejano é a primeira mulher catedrática de Filosofia na his- tória das universidades espanholas;

* O Japão é o país com a mais alta ex- pectativa de vida do Mundo: os homens vivem em média, 75 anos e 11 meses, e as mulheres, 81 anos e 11 meses;

* Para 'evitar a difusão do mal', a Ará- bia Saudita proibiu as mulheres de diri- girem automóveis. As estrangeiras no país têm que cumprir a lei;

* Em 1865. em sua coluna social no jornal 'Estrela do Amazonas', Madame Agassiz comentava: 'Não há aqui (em Manaus) o menor preconceito ae raça. Uma mulher preta — admitindo-se, já se vê, que seja livre —, é tratada com a mesma consideração e obtém a mesma atenção que teria se fosse branca (...)';

* A Central Única dos Trabalhadores (CUT) vem trabalhando em todos os Es- tados brasileiros para criar, no menor espaço de tempo possível, as Comissões da Questão da Mulher Trabalhadora;

* Dejrèe Quintela é a primeira mulher, do Estado de Roraima, a integrar o Con- selho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);

* 'Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança de sua pessoa'. Artigo m da Declaração Universal dos Direitos Humanos que no dia 10 de de- zembro último, completou 42 anos da sua promulgação. Em Manaus, a única atividade desenvolvida por conta desta data, foi uma entrevista do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) à imprensa local.

O jornal ART-MULHERES é uma publicação bimensal de responsabilidade do grupo AR- TICULAÇÃO DE MULHERES DO AMAZONAS. Os artigos assinados sãç de inteira respon- sabilidade dos autores. E permitida a repro- dução total ou parcial das matérias, desde que citada a fonte.

Jornalista responsável — Ivánia Vieira (Reg. Prof. n0 10) Redatores: T< ezinha Patrícia Viana (Reg Prof. n" 287)

Rosha (Reg. Pro; n0 1.9) Marcus Stoyanovith (1 eg. Prof. n0 ) Fotografo jOão Luís (Keg. Prof. n0 ) Diagramacão: Rosàric Viana Reis (Reg.

Prof. r." 148/ Revisão: Edson Mello (Reg. Prof. n0 125)

Endereço para correspondência: Rua 47, Ca- sa 9D3, Conjunto 31 de Março CEP 69068 - Japiim I — Manaus/AM.

■ ■I Brasil, mostra tua cara! Os números preliminares de um levanta-

mento que vem sendo feito pela Fundação Centro Brasileiro para a Infância e Adoles- cência (FCBIA) são, por si só, suficientes para revelar um quadro onde a crueldade e o nor- ror se misturam para dar forma a um novo perfil brasileiro. Q das prostitutas adolescen- tes. São meio milhão de meninas, distribuí- das em todas as regiões do País. Na Amazô- nia, a febre do ouro vem deixando marcas quase impossíveis de serem apagadas, como a troca de garotas por gramas de ouro, ou a prostituição de mãe e filha, além das que acabam, inevitavelmente, sendo usadas co- mo 'correios' no narcotráfico.

Na mesma velocidade em que o Brasil fabri- ca as suas prostitutas-infantis, também au- mentam os casos de estupros no Norte do País. Manaus registrou, nas primeiras duas semanas de 1991, 38 casos, nos quais as víti- mas foram meninas com idade entre 12 e 16 anos. Não menos impressionante são os es- pancamentos e outras formas de agressão contra a mulher. O Amazonas, de acordo com documento do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, entregue no dia 17 de janeiro, ao ministro da Justiça, Jarbas

Passarinho, é o quarto na relação dos Esta- dos que lideram o extermínio de crianças e adolescentes — o Rio de Janeiro aparece em primeiro lugar.

A criança e o adolescente brasileiros já têm um Estatuto. E isso, sem dúvida alguma, é um significativo avanço. Contudo, a mancha nacional nesta área ainda é imensamente maior.

O primeiro número do ART-MULHERES des- te ano mostra um pouco desta face indigna do País. Seguramente, quando este jornales- tiver em suas mãos, os números e percen- tuais nele apresentados já serão mais altos. E enquanto a maioria de nós — integrantes dessa sociedade —, ficar apenas franzindo a testa ou tendo vergonha do nosso País, será difícil mudar esta realidade. Não se pode ga- rantir direitos sem exercitá-los. Ser cidadão, ser cidadã remete todos a busca da responsa- bilidade coletiva que começa a partir da prá- tica individual. Não é possível considerar 'natural' a troca de meninas por um pouco de ouro, de feijão, de arroz, e achar 'normal' os desaparecimentos ou 'desovas' de crian- ças e adolescentes. Mas, o Brasil está fazendo exatamente isso.

NEGROS TÊM A MENOR TAXA DE ESCOLARIZAÇÃO NO BRASIL

(Entre crianças de 5 a 17 anos • 1988)

^ A àe TtiaC^S

Casamentos: menos infinitos

enquanto duram

Pesquisa divulgada pelo jornal Gazeta Mercantil com base nos estudos feitos pelo Instituto Bra- sileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, em 1988, os processos de separações chega- ram a 92 mil, contra 86 mil em 1987. 'Em 86% dos casos, a mu- lher fica com a guarda dos fi- lhos o que, em 88, envolveu 125 mil menores', informa Luiz Ar- mando de Medeiros Frias, de- mógrafo do Departamento de População do IBGE. O número de separações judiciais chegou a quase 92 mil diante de 36 mil em 1987. Também o número de óbitos

infantis chama atenção: quase 120 mil crianças morreram, em 1988, antes de completar um ano. Do total levantado, 53 mil (46%) faleceram antes de com- pletar um mês de vida. Luiz Frias calcula que a taxa de mor- talidade infantil média no Brasil é de 70 crianças mortas por mil nascidas. A. situação mais grave e a do Nordeste — '150 crianças mortas para cada mil nascidas'.

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ART-MULHERES

^Sindicatos dão marcha à ré quando o assunto é mulher

Página 03

O movimento sindical e popular ainda tem muito o que aprender quando se trata de eliminar pela raiz a discriminação contra a mu- lher. A observação é de Sueli Apa- recida Belatto, assessora jurídica da Central Única dos Trabalhado- res (CUT), que esteve em Manaus dia 19 de dezembro último, pro- cedente de Xapuri ÍAC), onde este- ve participando ao julgamento dos assassinos do seringueiro e ecologista Chico Mendes.

Desde 1971 Sueli Belatto acom- panha os movimentos populares. Ela diz que não conhece nenhum lugar onde não haja discrimina- ção contra as mulneres. Perten- cente ã Congregação de Nossa Se- nhora. Sueli aponta a Igreja como uma das instituições onae a dis- criminação é bastante acentuada.

'É muito pior para a mulher ser tratada com melindre, como se ela fosse a parte fraca numa dis- cussão e ainda é assim que as mulheres são tratadas pelos com- panheiros de luta', critica Sueli. Ela reitera que numa discussão onde se projeta uma proposta de superação de conflitos e a instau- ração de uma sociedade igualitá- ria, a mulher é parte tão ativa quanto o homem. Tara superar essa situação, a as-

sessora da CUT considera que é necessário haver uma reciclagem constante nas discussões com os militantes dos movimentos popu- lares. 'É preciso que haja uma mudança de comportamento en- tre os lideres populares, sindica- listas, enfim, entre todos os mili- tantes dos movimentos popula- res para que a igualdade e o fim da exploração não seja uma luta

pela metade', disse. Sueli Belatto, há quase 20 anos,

vem acompanhando as lutas dos movimentos populares. Em 1976 ela entrou para a Congregação de Nossa Senhora e sua opção pelo curso de Direito teve participação dos operários com os quais ela convivia nas Cpmunidades Ecle- siais de Base (CEBs). Depois de formada, Sueli acompannou vá- rios casos envolvendo trabalha- dores rurais.

No acompanhamento desses ca- sos, a assessora jurídica da CUT teve a oportunidade de percorrer vários municípios de Norte a Sul do Brasil e viu tombar vários dos seus companheiros, dos mais de 1.500 assassinados nos últimos 25 anos. Em 1983, no município de Alagoas Grande (PB), ela traba- lhava comq advogada do Centro de Deíesa dos Direitos Humanos quando jagunços de um fazendei- ro assassinaram a posseira Mar- garida Alves. Logo depois desse acontecimen-

to, Sueli Belatto foi para o Rio Grande do Sul, onde presenciou os conflitos causados quando tra- balhadores rurais sem terra ocu- param a fazenda Anoni, no muni- cípio de Sarandi. Por essa época a CUT a convidou para trabalhar no Departamento Nacional dos Tra- balhadores Rurais.

0 JULGAMENTO DA IMPRENSA

No dia Io de novembro de 1988, logo após o Departamento Nacio- nal dos Trabalhadores Rurais co- municar aos sindicatos rurais fi- liados a criação do Setor de Com- bate á Violência, Chico Mendes escrevia para Sueli Belatto elo- giando a iniciativa. Na carta, se- gundo a advogada, Chico Mendes dizia que ele era um dos grandes

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interessados pois sua atuação junto aos trabalhadores rurais de Xapuri estava incomodando os fazendeiros da região, que o ameaçavam de morte.

O assassinato do sindicalista mobilizou a CUT e Sueli foi desig- nada para acompanhar o caso. No desenrolar do processo, a ad- vogada da CUT conheceu de perto a região e presenciou outras ce- nas de violência protagonizadas pelos latifundiários do Acre.

Na fase final do processo, ela sentiu o peso da discriminação orquestrada sobretudo pela gran- de imprensa. 'Os jornais do Acre, no que pese seus compromissos com os grandes fazendeiros, da- vam um outro tratamento, com uma certa intimidade, enquanto os grandes jornais hierarquiza- vam as pessoas que atuaram na acusação: primeiro, era o doutor Márcio Bastos, depois Sueli Belat- to, depois os outros', relatou a as- sessora da CUT. 'Se o presidente da OAB fosse uma mulher, será que os grandes jornais teriam da- do o mesmo destaque', questiona.

0 CAMINHO ABERTO PARA 0 FIM DA IMPUNIDADE

A permanência dos assassinos do ecologista e líder sindical Chi- co Mendes na prisão é uma dúvi- da para todos os que lutaram pe- la condenação dos criminosos. A advogada Sueli Belatto não des- carta essa possibilidade por vá- rios motivos. Primeiro, porque os muros da Colônia Penal do Acre são muito baixos e isso facilita a fuga dos presos; depois, pelos an- tecedentes, como o assassinato do diretor da Colônia Penal de- pois da denúncia que este fez dando conta da trama para facili- tar a fuga de Darcy e Darlí há cer- ca de quatro meses.

'A prisão dos assassinos de Chi- co Mendes é o primeiro passo pa- ra se acabar de vez com a violên- cia e com a impunidade no meio rural', sentenciou Sueli Belatto. Ela lembra que esse foi o primei- ro caso em que se formou um 'pool' de entidades exigindo a pri- são dos assassinos.

'A condenação de Darli e Darcy foi um fato histórico e a pressão e solidariedade de organizações e entidades internacionais contri- buíram para que a Justiça chegas- se a essa decisão', comentou. Mesmo com a Justiça feita no ca- so Chico Mendes, os latifundiá- rios não se intimidaram e só nos últimos três meses foram mortos mais de 20 sindicalistas epessoas ligadas aos movimentos ae traba- lhadores rurais sem terra.

O passo seguinte, conforme anunciou a assessora da CUT, é mobilizar a sociedade para que esses crimes não permaneçam na impunidade. Com esse objetivo a Central Única dos Trabalhadores está iniciando uma campanha pelo fim da violência. 'A palavra de ordem dada nesse julgamento (de Chico Mendes) é o fim da Impu- nidade', enfatizou Sueli Belatto.

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Pagina 04 ART-MULHERES

Waldenei, vencendo a desconfiança en- tre os pescadores amazonenses

O mundo da pesca sob os olhos de Waldenei

Uma mulher está desvendando os mistérios da organização social da atividade pesqueira, que no Amazo- nas envolve ;erca de 45 mil pessoas direta e indi. etam mte. Waldenei de Melo Parentt téc iica da Comissão Estadual de 1 am jamento Agrícola (Cepa), fez o urso de 'Desenvolvi- mento Agríco \' no Rio de Janeiro, durante dois a, os, com uma bolsa de estudos do Ci Pq e agora prepara a tese que será defendida em breve.

Desde agosto ela visita barcos de pesca convivendo iiretamente com as pessoas que lidam nessa ativida- de. A interessante relação de traba- lho existent entre pescador, arma- dor, despac ante, donos de frigorí- ficos, dentr outros, vai sendo aos poucos de. 'endada em horas de bate-papo e anotações. Primeiro V\aldenei teve de vencer

a desconfiança dos segmentos pes- Sueiros e agora, 'mesmo sendo mu-

ier', já circula com desenvoltura num mundo ainda dominado pelos homens. Há detalhes já levantados que ela não ornece para não difi- cultar a final. ;ação de seu trabalho. Essa abordagem deverá ser a pri- meira no Amazonas. Há outras te- ses sem diagnóstiç< . de captura, es- forço de pesca, tudt girando apenas no lado fconômko. Ela preferiu partir para i social e mostrar qual a relação de i abalho que existe entre as pessoas e os grupos de pesca. É uma relação ainda muito atrasada, segundo ela já comprovou.

A antíconcepção do controle populacional

'O Brasil adota uma política cie controle populacional que só atende aos interesses do Primeiro Mundo em detrimento da saúde de sua população'. A declaração é do ginecologista Aurélio Molina para quem 'o Planejamento Fami- liar da íorma como vem sendo feito no País é muito mais um ins- trumento de doença do que de saúde'. Segundo o médico, o Bra- sil é atualmente o país da implo- são demográfica com efeitos ne- gativos 'Foi p Pais cuja taxa mé- dia de fecundidade — hoje de 3 fi- lhos por mulher —, mais caiu na década de 80'.

Aurélio Molina estima que 71% das mulheres brasileiras, entre 15 a 45 anos, usam algum méto-

do contraceptiyo, 44% delas fo- ram esterilizadas. O Brasil é o campeão mundial no uso de anti- concepcionais orais — 38% desse universo de mulheres tomam pí- pulas —, e a grande maioria (93%) dos produtos são consumidos sem receita e sem orientação ou assistência médica. Em 1975, se- gundo dados citados pelo médi-

co, o índice das mulheres esterili- zadas era de 7.1% e, hoje, é de 44%. 'A esterilização e a pípula têm suas indicações, mas é con- denável o fato de o Brasil se ater basicamente a estas duas formas em detrimento de outras que ter- minam sendo desconhecidas pe- las populações, apesar de pouco nocivas á saúde', contesta.

DIMINUÍ O NÚMERO DE NASCIMENTOS

NO ESTADO DE SP (nascimentos por mês)

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PS/omf Jornal do BraSi

Banco da Mulher atende homens

Em abril próximo o Banco da Mulher completará 4 anos de atividades no Amazonas onde há mais de mil clientes cadas- trados e cerca de 700 recebendo assistência técnica e financeira. Apesar do nome 'Banco da Mu- lher' a instituição está aberta a todos os sexos. No Estado 20% dos clientes são homens, infor- ma a presidente, Alba Loureiro.

O Banco da Mulher não tem caixas e nem dinheiro, ao con- trário do que muita gente pensa. Ele é uma instituição de ações — explica a presidente — com o ob- jetivo de atender aquelas pes- soas que querem se iniciar na atividade empresarial, mas não têm abertura na rede bancária. Todo novo cliente faz um curso de 'Iniciação Empresarial' a fim de que tome conhecimento das vantagens, legislação e respon- sabilidade que envolvem os ne- gócios. Paralelamente há peque- nos cursos como técnica de ven- das, matemática financeira, marketing, planos de negócios, que são oferecidos de acordo com a solicitação da clientela.

Se decidir mesmo ingressar no mundo dos negócios a pessoa faz um projeto mostrando por- que deseja financiamento e qual a atividade escolhida, além de precisar constituir uma fir- ma. Então a diretoria do Banco da Mulher se reúne, avalia, manda técnicos fazerem uma comprovação das informações prestadas e se aprovado, o ca- dastro do cliente vai para o Ban- co do Estado do Amazonas S/A (BEA) ou Bamerindus, que fa- zem empréstimos a juros subsi- diados. No Bamerindus o limite do empréstimo é de 70 mil BTNs e no BEA de 100 mil BTNs.

Os clientes do Banco da Mu- lher estão nas atividades mais diversas, sendo mais comuns as mercearias, padarias, cozinha industrial e de doces caseiros e confecções. Apesar da crise os clientes estão sobrevivendo e honrando seus compromissos. 'O índice de inadimplência é ze- ro', assegura Alba Loureiro. As crises têm seu lado bom, porque balançam as pessoas, mostram que o sucesso só vem com mui- to trabalho, diz a presidente do Banco da Mulher.

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ART-MULHERES Pagina 05

Retalhos CHARGE

Darlene Johnson, de 27 anos, foi condenada pelo juiz do Tribunal Superior de Conda- do de Tulare, Califórnia, a im- plantar o dispositivo anticon- cepcional Norplant. Ela tem quatro filhos, está grávida e é acusada de maltratar suas crianças. (O Estado de Sáo Paulo).

Robert Luja, 28 anos, filho de Manuel Luja, secretário do Interior dos Estados Unidos, foi preso acusado de violentar uma vizinha, de 48 anos de idade, em Alexandria, subúr- bio de Washington. 0ornal da Tarde).

Trinta e oito adolescentes, de 12 a 16 anos, foram estu- pradas nos 13 primeiros dias de 1991, em Manaus (AM). No ano passado, em igual perío- do, foram registrados dois es- tupros. (Folha de São Paulo).

O caso 'Ana Lídia' pode ser reaberto. O ministro da Justi- ça. Jarbas Passarinho, quer saber quais foram os respon- sáveis pelo estupro e assassi- nato da menina Ana Lídia Braga, de 7 anos, ocorrido em 1973, em Brasília. Na época, um dos suspeitos foi Alfredo Buzaíd Júnior, filho do minis- tro Alfredo Buzaíd. O proces- so foi arquivado anos depois, sem apontar os culpados, por falta de provas. No dia 6 de ja- neiro último, a revista domi- nical do iornal inglês 'The Ti- mes' publicou matéria com várias críticas ao presidente Fernando Collor de Mello e inclusive boatos de um possí- vel envolvimento seu no ca- so. Na época, Collor era estu- dante em Brasília. Seu pai, Ãr- non de Mello, era senador. (Folha de São PauloV

*** As principais maternidades

dos municípios de Santo An- dré, São Bernardo, São Caeta- no e Diadema — região do ABCD, em São Paulo —, regis- traram aumentos de até 28% no número de partos em rela- ção ao ano passado. Isso ocor- reu nove meses depois que, por força do Plano Collor, cer- ca de 60 mil metalúrgicos do ABC entraram em licença re- munerada. O assunto virou matéria, publicada pelo jor- nal 'Folha de São Paulo', com o título: 'licença remunerada a metalúrgicos provoca um 'baby boom'.

*** O Produto Interno Bruto da

América Latina diminuiu 0,5% em 1990, o que represen- ta uma queda de 2,5% por ha- bitante, (jornal do Brasil).

Todo humor de Mônico Ela é a única mulher a divi-

dir com um seleto grupo masculino o privilégio de es- tar diariamente nas páginas dos jornais, numa atividade as vezes bendita, as vezes maldita, mostrando que nem tudo é tragédia, que há humor nas situações mais comuns ou inusitadas do dia a dia. Afinal de contas fi- car numa parada de ônibus horas a fio não é tão trágico, ou ficar sem receber o 13° salário até que não é-ruim, são as pessoas que dramati- zam tudo.

Quem compra o jornal Fo- lha Popular vê diariamente o trabalho de Mônica Ayres, - 25 anos, que não está fazen- Paixão n, do reio na área da charge. «"Wflo

Apesar de pouco tempo na 'praça' ela mostra em seu trabalho um traço firme pró- prio e o senso de humor da boa charge. Mônica é aluna do curso de Artes da Univer- sidade do Amazonas e come- çou como ilustradora de car- tilhas regionais para a Secre- taria de Educação e Cultura.

É admiradora do falecido Henfil e de Ziraldo e conta que desde a infância gosta- va de histórias em quadri- nhos. Lia muito, observava e fazia suas próprias histórias.

Diverte-se num ônibus ou num outro local público ao ouvir as conversas das pes- soas, porque cria mental- mente as situações e às ve- zes dá até boas gargalhadas,

Mônica quer que suas charges divirtam, mas ao mesmo tempo provoquem a

reflexão nos leitores co- muns e também naqueles que detêm o poder. A fonte de inspiração da chargísta é o dia a dia com as suas ale- grias e tristezas, outras tem de prender o riso para não causar estranheza ou chamar atenção. 'Uma pessoa rindo sozinha é estra- nho', diz. Além da charge na segunda página da Folha Po- pular, o trabalho de Mônica Ayres aparece também no Folhetim da Dor, uma seção aberta aos leitores para con- tarem suas desditas. O tema principal é a traição conju- gai. E as situações às vezes se repetem, mas a chargísta não se incomoda — 'o mais chato é pegar o chifre', de- clara, confessando depois que no início tinha um pou- co de dificuldade para razer um desenho ousado, 'agora já peguei a manha'.

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Página 06 ART-MULHERES

Os homens cabem no Partido Brasileiro

de Muiheres Sem tendências partidárias de esquer-

da, direita ou centro. Assim surgiu o Par- tido Brasileiro de Mulheres (PBM), há pouco implantado em Manaus, tendo na pedagoga Maria José Alves da Silva a pre- sidente do diretório estadual. Na carta aberta distribuída pela, direção nacional, um item em destaque diz que o PBM 'não suportará em seu organismo o mais leve sistema de corrupção, discriminação, preconceito, abuso do poder e atentado á soberania nacional'.

Como todo o partido político, o PBM pretende chegar ao poder, mas no mo- mento a prioridade é sua implantação efetiva em todo o País, seu fortalecimen- to e credibilidade, explica Maria José, uma aquariana que está disposta a traba- lhar 365 dias ao ano no partido, e, não apenas em época de eleição. Maria José é especialista em treinamento empresarial com pós-graduação em planejamento e desenvolvimento de recursos "humanos, com uma expressiva atuação na área de apoio gerencial à pequena e média em- presa do Amazonas.

Esta é a primeira experiência da peda- goga que nunca havia pertencido a ne- nhum partido político. Éla se mostra en- tusiasmada e está trabalhando na insta- lação de comissões provisórias nos mu- nicípios vizinhos a Manaus. O que fasci- na Maria José é a perspectiva de poder agir com independência e liberdade. O Sartido defenae 'os direitos humanos, o

ireito da mulher, saúdde, educação, emprego, habitação, reforma agrária, re-

Mõrla José, presidente regional do PBM

forma tributária, pluripartidarismo, eco- logia, tratado de paz com todos os povos e irrestrita e total justiça social'.

Mas, no Amazonas, os homens chega- ram primeiro ao PBM, O filiado n0 1 é o advogado Domingos Chalub. O fato de os homens terem tomado a dianteira não preocupa a presidente estadual. Afinal de contas, diz Maria José, o PBM não é sectário, não é um partido das mulheres, mas de mulheres.

É na advogada, escritora e jornalista Ma- ria Aldenoura de Sá Porto Telles Pires que o PBM tem a sua origem e a sua referência mais forte. Pernambucana, de Salgueiro,

Aldenoura fará 61 anos em outubro próxi- mo, é autora dos romances 'Mulheres Es- quecidas', 'O Grito de Augusto' e 'Só Por- que Fui à Rússia'. Em 89 foi eleita vice- presidenta da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica — seção de São Paulo.

Em 1964, nos primeiros dias de abril, a obra literária de Aldenoura é cassada por conta do golpe militar. Foi presa e tortura- da e única mulher a ficar com, aproxima- damente, 200 homens, no navio 'Gaicará', ancorado às margens do rio Paraguai. Fi- cou em prisão domiciliar e em 1965 foi jul- gada pela justiça militar que decide reme- ter seu processo a 22a Vara Criminal da capital que, após alguns meses, a absolve alegando: 'Trata-se de uma mulher volta- da às causas da humanidade (...)'.

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Unicef: parto mata uma mulher a cada minuto

Quinhentas mil mulheres morrem a cada ano — uma mulher a cada

minuto —, por problemas durante a gravidez e o parto. O dado foi

divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em seu relatório anual sobre situação mundial da infância, versão 1991.

No que se refere a situação das crianças o quadro mundial continua

crítico: 100 milhões de crianças, entre 6 e 11 anos, não vão a escola; 40 mil

morrem diariamente, vítimas da desnutrição e de doenças comuns;

150 milhões sobrevivem com saúde precária e crescimento deficiente; 250

mil crianças ficam cega, a cada ano, devido a falta de vitamina A.

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ART-MULHERES Pagina 07

CRIANÇAS

500 mil 'baixinhos' na prostituição No ano passado, durante a rea-

lização, em Manaus, do I Semi- nário sobre os Direitos da Crian- ça e do Adolescente, o padre Bruno Secchi, do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua questionava: 'Q que sa- bemos sobre as crianças e ado- lescentes do interior aa Amazô- nia? Estes não chegam, sequer, a aparecer nas estatisticas ofi- ciais. São vitimas anônimas que não incomodam a sociedade'. Soje, os primeiros dados a cerca

esta realidade revelam um quadro cruel: a prostituição. Muitas meninas são forçadas a

abandonar o sonho de ter uma boneca para, através da prosti- tuição, garantir a sua sobrevi- vência e a do resto da familia. 'Nas estradas da Amazônia e Centro-Oeste meninas são alu- gadas a caminhoneiros, por seus pais ou agenciadores como companheiras de viagem. Em Roraima a venda dos corpos de adolescentes cresce a cada dia e troca-se uma menina por um pouco de ouro', revela um docu- mento do Centro Brasileiro para a Infância e Adolescência, vin- culado ao Ministério da Ação Social. Muitas dessas meninas também iãp envolvidas no co- mércio de drogas.

O Brasil, segundo o FCBIA, é o pais que apresenta o maior nú- mero de prostitutas adolescen- tes da América Latina. Sãõ 500 mil, ou 17 meninas prostitutas em cada quilômetro quadrado do território brasileiro. Em Be- lém, no Estado do Pará, 'jovens mães oferecem-se com suas fi- lhas de até 8 anos de idade co- brando três preços para um rela- cionamento sexual — X para a mãe; Y para a filha e Z para uso de mãe e filha', cita o documen- to que é resultado de um estudo sobre Gravidez, Maternidade e Prostituição, organizado pelo Centro Brasileiro para Infância e Adolescência. Mais de um mi- lhão de mulheres menores de 19 anos já são mães.

Trinta mulheres de vários Esta- dos brasileiros estiveram reuni- das em São Paulo, nos dias 13 e 14 de dezembro passado, duran- te o Encontro Nacional da Ques- tão da Mulher Trabalhadora, convocado e patrocinado pela Central Única dos Trabalhado- res. A metalúrrica Rosilene Mar- tins, represen, m o Amazonas. 'Foi uma oportunidade histórica não apenas ^las palestras fei- tas, mas tam ém pela troca de experü cia ntre as compa- nheiras', res ia ela. Dos tem- 5 debatidos,

destacam-Si Tutela e Igualda-

A cineasta Sandra Wer- neck, de 39 anos, vai le- var para as telas um pou- co da história real prota- gonizada por milhares de crianças brasileiras. Há um ano, Sandra deci- diu transformar em fil- me o livro 'Guerra dos Meninos', do jornalista Gilberto Dimenstein. O filme, que leva o mesmo nome do livro, terá a du- ração de 52 minutos e, entre tantas cenas, cons- ta de depoimentos de crianças e adolescentes

de vários Estados, como o de uma menina de 11 anos, prostituta em Reci- fe: 'Toda sexta-feira, a tia dá camisinha para eu me prostituir no fim de semana. Me sinto força- da, mas tenho precisão de ir'. 'Espero que esse trabalho faça com que as pessoas olhem esse pro- blema de outra maneira, sem pena, culpa ou me- do, e sim com uma par- cela de responsabilida- de', disse a cineasta em entrevista à imprensa.

0 lado feminino da CUT de', exposto pela presidente do Instituto Brasileiro dos Direitos Sociais (IBDS), Marlene Libordo- ne e 'Igualdade, Diferença, Tra- balho e Maternidade', pela pro- fessora Beth Lobo, da Universi- dade de São Paulo (USP).

'Nossa tarefa a partir de agora é formar as comissões estaduais de mulheres e isso já chega com um certo atraso. Afinal, que in- formação temos sobre a mulher metalúrgica, a comerciaria, a te- celã, enfim a mulher trabalha- dora do Amazonas? Sabemos do superficial embutido em dados gerais', diz Rosilene Martins.

ENCONTRO

Pelo menos dois resultados o encontro de São Paulo já promo- veu em Manaus, a criação da Pró-Comissão da Questão da Mulher Trabalhadora da CUT/AM, e a realização de um seminário regional, no período de 4 a 8 de março próximo. Du- rante o seminário será eleita a primeira diretoria efetiva da Co- missão da Mulher, e definida a data de um novo encontro, ain- da para o primeiro semestre des- te ano.

* 'Durante um ano, uma criança que pas^a três horas Çòr dia diante da

V, assiste à cerca de três mil assassi- natos Frei Betto, teólog» . í*. ■

CONTRA 0 ATRASO

O Sindicato dos Trabalhadores em Industrias "Vletalúrgicas de Manaus não ( aer fúar parado no teiwpo nc que d.: respeito aos 'assuntos eminin s'. No dia 4 de noveml o do an passado, instalou a Pi -Comis; K) das Mu- lheres Mete úrgicas 3 Eletrôni- cas. Quaton • mulh res1 oartici- pam da pre :omissáo. E o pri- meiro sindicato a criar uma co- missão desta no Estado do Amazonas.

Page 8: SUELI BELLATO Hã discriminação na base · Infância prostituída Póg ... I Brasil, mostra tua cara! Os números preliminares de um levanta- mento que vem sendo dosfeito pela Fundação

Pagina 08 ART-MULHERES

MANAUS

Agressões em alta

N os últimos cinco meses do ano passado as estatísticas da Intendência de Crimes Contra a Mulher (ICCM) mantiveram-se

elevadas nos setores de agressões, lesões corporais e ameaças de modo ge ai. O mês de dezembro parece ter sido mais tranqüilo para as mulheres.

A IÇCM fez 292 registros, enquanto que nos demais meses os números estiveram acima de 300.

Na análise da intendente titular, Ruth Ma- ria Paes Barreto, a falta de dinheiro não per- mitiu que os homens se embriagassem tan- to. Assim, a mulher se livrou das agressões.

O álcool provoca a maioria dos conflitos fa- miliares. A ICCM está procurando elaborar estatísticas mais completas, mostrando,' por exemplo, gráficos sobre as ocorrências, com os tipos de crimes mais comuns em ca- da mês e também por áreas.

tíste ano a Intendência espera conseguir o que propôs no ano passado, no Dia Interna- cional da Mulher: assistente social, psicólo- go e defensor público em seus quadros. A medida não acarretaria despesas, uma vez

que o Estado possui esses profissionais, diz a intendente. Ela reivindica também a construção de um albergue para atender as mulheres que são expulsas de casa. Mesmo com inúmeras dificuldades a

ICCM — que só tem uma viatura para aten- der a toda a cidade — conquistou nesses três anos a credibilidade da sociedade de modo geral. Há casos de homens que pro- curam a Intendência, confidencia Ruth Paes Barreto.

Ao comentar os crimes contra a mulher, a intendente lamentou que o estupro conti- nua sendo um crime de ação privada, o que qu( r dizer que necessita de autorização da vitima para o responsável ser processado. São muitos os casos em que a vítima ou sua família prefere 'deixar as coisas por menos' e o estuprador fica livre.

Abaixo um quadro mostrando os crimes mais comuns contra a mulher, registrados pela ICCM. No mês de agosto as ocorrências totalizaram 450; em setembro 360, baixan- do um pouco em outubro, com 315. Em no- vembro caiu para 335 e em dezembro bai- xou para 292.

* 'Xem todas as mulheres gostam de apa- nhar. Só as normais. As neuróticas rea- gem'. Nelson Rodrigues, escritor.

DOMINÓ DOMÉSTICO JANEIRO

Agressões Ameaças Maus-tratos Tentativas de homicídio Seduções Estupros

FEVEREIRO

Agressões Ameaças Lesões corporais Estupros Seduções Maüs-tratos Tentativas de homicídio

MARÇO Agressões Ameaças

-^Estupros Lesões corporais Seduções Maus-tratos Tentativas de homicídio

ABRIL Agressões Ameaças Estupros Lesões corporais Maus-tratos Tentativas de homicídio

MAIO Agressões Ameaças Abandono do lar Atentado violento ao pudor Estupros Lesões corporais Rapto Seduções Maus-tratos Ofensas morais Invasão de domicílio Tentativas de homicídio

JUNHO Ameaças Agressões físicas Lef s corporais Ar Jono do lar Abandono material Atentado violento ao pudor Esti4pro Maus-tratos Ofensas morais Danos materiais Tentativas de homicídio

JULHO Ameaças Abandono do lar Atentado violento ao pudor Agressões físicas Estupros Lesões corporais Rapto Sedução Maus-tratos Tentativas de homicídio

AGOSTO Ameaças Agressões Estupros Lesões corporais Seduções Tentativas de estupro

SETEMBRO

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OUTUBRO

NOVEMBRO

DEZEMBRO

205 75 18 18 07 07

129 101 29 04 02 23 06

94 78 04 63 02 06 06

140 96 03 63 27 05

173 145 45 04 07 36 01 05 32 13 06 12

118 77 90 20 12 03 08 24 17 19 02

90 15 . 04

115 09 62 02 01 03 05

135 109

18 91 02 04

89 81 07

101 01

129 107 05

119

111 76 02 70 03

65 76 07 81 03

Fonte: ICCM — Estatística de janeiro a dezembro de 1990.