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ABUSO DE PODER PROPAGANDA ELEITORAL FILIAÇÃO DESINCOMPATIBILIZAÇÃO CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO E OUTROS PRESTAÇÃO DE CONTAS JUSTIÇA ELEITORAL TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO CEARÁ CONDUTAS VEDADAS ELEIÇÕES 2004 ELEIÇÕES 2004 SUFFRAGIUM - Informativo do TRE/Ceará SUFFRAGIUM - Informativo do TRE/Ceará

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ABUSO DE PODER

PROPAGANDA ELEITORAL

FILIAÇÃO

DESINCOMPATIBILIZAÇÃO

CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO E OUTROS

PRESTAÇÃO DE CONTAS

JUSTIÇA ELEITORALTRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO CEARÁ

CONDUTAS VEDADAS

ELEIÇÕES 2004ELEIÇÕES 2004

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ELEIÇÕES 2004

JUSTIÇA ELEITORALTRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO CEARÁ

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EXPEDIENTE

SECRETARIA JUDICIÁRIAJosé Humberto Mota Cavalcanti

COORDENADORIA DE JURISPRUDÊNCIA E DOCUMENTAÇÃO

Dulce Maria Rossas Freire

SEÇÃO DE EDITORAÇÃO E PUBLICIDADEHelena de Cássia Cunha Lima

SEÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA E LEGISLAÇÃOVicente José de Aragão Rodrigues

PESQUISA E SELEÇÃO DE DECISÕESMaria Goretti Moreira Soares

Maria Inês Cavalcante PereiraVicente José de Aragão Rodrigues

Zeneida Chaves Cunha

ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOFrancisco Lucilênio Gonzaga Vanderley

Maria Goretti Moreira SoaresMaria Inês Cavalcante Pereira

Vicente José de Aragão RodriguesZeneida Chaves Cunha

REVISÃO DE CONTEÚDOFrancisco Lucilênio Gonzaga Vanderley

Maria Goretti Moreira SoaresMaria Inês Cavalcante Pereira

Tereza Helena Ferreira ParenteVicente José de Aragão Rodrigues

Zeneida Chaves Cunha

EDITORAÇÃO GRÁFICA E CAPANágila Maria de Melo Angelim

COMPOSIÇÃO DO TRE/CE

Des. Fernandes Luiz Ximenes RochaPRESIDENTE

Des. José Eduardo Machado de AlmeidaVICE-PRESIDENTE E CORREGEDOR

Dr. Jorge Aloísio PiresDr. Antônio Abelardo Benevides Moraes

Dr. José Filomeno de Moraes FilhoDr. Celso Albuquerque MacedoDr. Francisco Roberto Machado

JUÍZES

Dr. Lino Edmar de MenezesPROCURADOR REGIONAL ELEITORAL

Hugo Pereira FilhoDIRETOR-GERAL

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APRESENTAPRESENTAPRESENTAPRESENTAPRESENTAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO

Organizado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, o Ementário Temático para o pleito de 2004 - seleção de ementas das decisões

proferidas, na maioria, pelo Tribunal Superior Eleitoral - vem trazer sua parcelade contribuição ao bom andamento dos trabalhos eleitorais, como fonte valiosade pesquisa.

Surgindo em forma de pequenas cartilhas, singelas publicações, no anoeleitoral de 2000, a seleção de ementas evoluiu para uma edição especial doSuffragium, que enfeixava em único volume a coletânea de temas e decisõespara o pleito de 2002, ajudando, sobremaneira, a comunidade diretamenteenvolvida nesse processo.

Neste ano, ressurge o Ementário com novo nome – Ementário Temático -e nova forma, em três volumes, trazendo temas consonantes com a ordemcronológica das etapas do processo eleitoral. Cada volume acompanha oSuffragium, a começar de março até o mês de maio, com distribuiçãoconcomitante, portanto, com nosso informativo. A tríade da publicação trazorganizado, individualmente, seu sumário, além de informar os assuntos tratadosnos demais. Assim, remete ao leitor uma idéia panorâmica do repertório dejulgados.

Forma-se, então, esta substanciosa fonte de pesquisa e imprescindívelferramenta a auxiliar nos julgamentos dos feitos eleitorais - o Ementário TemáticoVolumes I,II e III - após acurada seleção das matérias atinentes às dúvidas maiscomuns aos operadores do Direito, a quem a obra se destina.

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S U M Á R I OS U M Á R I OS U M Á R I OS U M Á R I OS U M Á R I O

1. Aplicação da Súmula n.º 1 do TSE combinada com o artigo 1º, I, g, da LC n.º 64/90 ....................... 72. Captação ilícita de sufrágio ................................................................................................................ 173. Competência da Justiça Eleitoral quanto a questões internas dos partidos políticos ......................... 25

3.1. Decisões do TSE ....................................................................................................................... 253.2. Decisões do TRE-CE ................................................................................................................. 29

4. Condutas vedadas ............................................................................................................................. 314.1. Publicidade institucional ............................................................................................................ 314.2. Outros casos de condutas vedadas ........................................................................................... 34

5. Domicílio eleitoral ............................................................................................................................... 386. Filiação partidária ............................................................................................................................... 407. Propaganda eleitoral .......................................................................................................................... 44

7.1. Bens públicos, de uso comum e particulares ............................................................................ 447.2. Dia da eleição ............................................................................................................................ 477.3. Direito de resposta ..................................................................................................................... 487.4. Emissoras de rádio e TV ........................................................................................................... 527.5. Internet ...................................................................................................................................... 547.6. Horário gratuito .......................................................................................................................... 547.7. Imprensa escrita ........................................................................................................................ 567.8. Outdoor ...................................................................................................................................... 587.9. Prazos ....................................................................................................................................... 60

8. Tabela de tipos de processo .............................................................................................................. 62

TEMAS DO EMENTÁRIO I

Inelegibilidade e desincompatibilizaçãoPesquisas eleitorais

Propaganda eleitoral antecipada

TEMAS DO EMENTÁRIO III

Abusos de poder econômico e de autoridadeAção de investigação eleitoral

Ação de impugnação de mandato eletivoPrestação de contas

Recurso contra diplomaçãoVotação / apuração

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TRE-CE/2004 7

EMENTÁRIO TEMÁTICO

1. APLICAÇÃO DA SÚMULA N.º 1 DO TSE1. APLICAÇÃO DA SÚMULA N.º 1 DO TSE1. APLICAÇÃO DA SÚMULA N.º 1 DO TSE1. APLICAÇÃO DA SÚMULA N.º 1 DO TSE1. APLICAÇÃO DA SÚMULA N.º 1 DO TSECOMBINADA COM O ARTIGO 1º, I, G, DA LC N.º 64/90COMBINADA COM O ARTIGO 1º, I, G, DA LC N.º 64/90COMBINADA COM O ARTIGO 1º, I, G, DA LC N.º 64/90COMBINADA COM O ARTIGO 1º, I, G, DA LC N.º 64/90COMBINADA COM O ARTIGO 1º, I, G, DA LC N.º 64/90

Recurso especial eleitoral. Rejeição de contas. Inelegibilidade.Nova ação declaratória que se encontra sob o crivo do Judiciário.Incidência do Verbete n.º 1 da Súmula do Tribunal Superior Eleitoral.Violação ao art. 1º, I, g, da Lei Complementar n.º 64/90 caracterizada.Recurso conhecido e provido.

(TSE, RESPE n.º 20.221, Ac. n.º 20.221, de 25.3.2003, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Inelegibilidade por rejeição de contas (art. 1º, I, g): não a suspende a ação desconstitutiva ajuizadaapós a impugnação do registro da candidatura; impossibilidade de se examinar no recurso especial, por faltade prequestionamento, a incidência ou não da regra de inelegibilidade resultante de fato posterior - no caso,a rejeição de contas - ao pedido de registro da candidatura: recurso especial não conhecido.(TSE, RESPE n.º 19.780, Ac. n.º 19.780, de 19.12.2002, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Registro de candidatura. Rejeição de contas de prefeito. Ação desconstitutiva da decisão que rejeitouas contas ajuizada após a verificação da ocorrência da causa de inelegibilidade, de ofício, pelo juiz. Não-incidência da Súmula/TSE n.º 1.

Recurso parcialmente provido.(TSE, RO n.º 564, Ac. n.º 564, de 20.9.2002, Relª. Minª. Ellen Gracie Northfleet)

Inelegibilidade: rejeição de contas (LC 64/90, art. 1º, I, g): ressalva da pendência da ação desconstitutivada deliberação respectiva, que, fundada em vícios formais, basta à suspensão da inelegibilidade: se alega ocandidato que faz prova da existência da ação - o Tribunal não lhe exige a prova do teor da petição inicial - enão a traz o impugnante, a quem propiciada a sua produção, é de deferir-se o registro.(TSE, RESPE n.º 20.161, Ac. n.º 20.161, de 19.9.2002, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Recurso especial recebido como ordinário. Registro de candidatura. Impugnação. Rejeição de contas.Decreto legislativo editado e publicado. Falta de propositura de ação desconstitutiva. Inelegibilidade. LC 64/90, art. 1º, inciso I, alínea g.

1. Editado e publicado o decreto legislativo que rejeitou as contas do Poder Executivo, sem que tenhasido proposta ação desconstitutiva dessa decisão, caracterizada está a inelegibilidade.

2. Recurso a que se nega provimento.(TSE, RESPE n.º 20.150, Ac. n.º 20.150, de 19.9.2002, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Recurso especial recebido como ordinário. Registro de candidatura. Inelegibilidade. Rejeição de contas.Existência de ação desconstitutiva que ataca todos os fundamentos da decisão que rejeitou as contas.Incidência da Súmula TSE 1.

A ação judicial objetivando anular o processo de rejeição de contas atende à ressalva contida no art.1º, I, g, da LC n.º 64/90.

Recurso a que se nega provimento.(TSE, RESPE n.º 20.117, Ac. n.º 20.117, de 19.9.2002, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

8 TRE-CE/2004

Inelegibilidade: rejeição pelo TCU, em tomada de contas especial, de contas de ex-prefeito relativas arecursos federais repassadas ao município, por força de convênio com a União, por vícios substanciais: sósuspende a inelegibilidade prevista no art. 1º, I, g, da LC 64/90 a ação desconstitutiva da decisão que rejeitouas contas ajuizada antes da impugnação ao registro da candidatura: reafirma da Súmula 1/TSE.(TSE, RESPE n.º 19.966, Ac. n.º 19.966, de 19.9.2002, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Recurso ordinário. Registro de candidatura. Impugnação. Rejeição de contas. Constitucionalidade daSúmula TSE 1. Propositura de ação desconstitutiva antes da impugnação. Inelegibilidade suspensa. LC 64/90, art. 1º, inciso I, alínea g, e Súmula TSE 1.

1. A Súmula TSE 1 é constitucional, amparada pela disposição do art. 5º, XXXV, da Carta Magna, eorienta o cumprimento do disposto na LC 64/90, art. 1º, I, g.

2. Proposta ação para desconstituir a decisão que rejeitou as contas, anteriormente à impugnação,fica suspensa a inelegibilidade (Súmula TSE 1), se atacar todos os fundamentos da decisão recorrida.

3. Recurso a que se nega provimento.(TSE, RO n.º 629, Ac. n.º 629, de 19.9.2002, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Recurso ordinário - Rejeição de contas - Alínea g do inciso I do art. 1º da LC n.º 64/90 - Tribunal deContas do Estado - Secretário Estadual de Saúde - Convênio com municípios - Repasse de verbas - Prestaçãode contas - Prefeito municipal - Responsabilidade - Ações desconstitutivas idênticas - Propositura - Últimodia do prazo para registro - Irrelevância - Súmula n.º 1 do TSE.

Contas anuais da Secretaria Estadual de Saúde - Rejeição - Ação na Justiça Comum.Ataque a todos os fundamentos da decisão - Inelegibilidade - Suspensão.Recurso a que se deu provimento.

(TSE, RO n.º 619, Ac. n.º 619, de 12.9.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Registro de candidato - Rejeição de contas - Convênio federal - Competência do Tribunal de Contas daUnião.

Inelegibilidade - Art. 1º, I, g, da LC n.º 64/90 - Recurso ordinário - Cabimento.Ação penal decorrente da desaprovação das contas - Ressalva da alínea g - Insuficiência.Recurso a que se nega provimento.1. A ação a que se refere a alínea g é aquela proposta pelo candidato para anular a decisão que

rejeitou suas contas, cabendo à Justiça Eleitoral aferir se ela é apta para tanto.(TSE, RESPE n.º 19.981, Ac. n.º 19.981, de 29.8.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Recursos especiais eleitorais. Pedido de registro. Indeferimento. Impugnação oferecida pela ProcuradoriaRegional Eleitoral. Procedência. Inelegibilidade. Rejeição de contas pelo Tribunal de Contas da União. LC n.º64/90, art. 1º, I, g. Ação de desconstituição não ajuizada. Súm./TSE n.º 1. Não-incidência.

- Na espécie, não ajuizada a competente ação visando a desconstituir a decisão que rejeitou ascontas do recorrente, descabido falar-se em aplicação do disposto no Enunciado Sumular n.º 1 desta Corte,devendo ser mantido o decisum que, julgando procedente a impugnação, declarou a sua inelegibilidade, porforça do art. 1º, I, g, da LC n.º 64/90, e, conseqüentemente, indeferiu o seu pedido de registro.

- Recursos conhecidos como ordinários e desprovidos.(TSE, RESPE n.º 19.976, Ac. n.º 19.976, de 29.8.2002, Rel. Min. Barros Monteiro)

Registro de Candidatura. Rejeição de contas. Recursos federais transferidos para prefeitura municipal.Competência. Irregularidades insanáveis. Submissão da questão ao Poder Judiciário.

1. Compete ao Tribunal de Contas da União examinar as contas relativas a aplicação de recursosfederais recebidos por prefeituras municipais em razão de convênios.

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TRE-CE/2004 9

EMENTÁRIO TEMÁTICO

2. A ação a que se refere a letra “g” do art. 1º, inciso I, da Lei Complementar 64, de 1990, é aquelaproposta pelo interessado para anular a decisão que rejeitou suas contas, cabendo à Justiça Eleitoral aferirse ela é apta para tanto.

3. Recurso a que se nega provimento(TSE, RESPE n.º 19.973, Ac. n.º 19.973, de 29.8.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Recurso especial. Rejeição de contas. Propositura de ação desconstitutiva. Análise dos fundamentos.Impossibilidade.

Recurso especial que se opõe à motivação do acórdão, indica ofensa ao art. 1º, I, g, da Lei Complementarn.º 64/90, e inobservância à Súmula 1 do Tribunal Superior Eleitoral, preenchendo requisitos necessários àsua admissibilidade.

Proposta a ação judicial antes da impugnação ao registro da candidatura, com o fim de desconstituiro ato de rejeição das contas, não cabe à Justiça Eleitoral investigar se atacados ou não todos os fundamentos.

Agravo regimental a que se nega provimento.(TSE, ARESPE n.º 19.300, Ac. n.º 19.300, de 19.6.2001, Rel. Min. Garcia Vieira)

Agravo regimental em recurso especial. Registro de candidato. Rejeição de contas. Ação desconstitutivada decisão que rejeitou as contas ajuizada antes da ação de impugnação.

Para a Justiça Eleitoral interessa o momento em que a ação foi apresentada em juízo.É irrelevante o fato de a ação desconstitutiva ter sido despachada, pelo juiz, depois da impugnação.Se a ação desconstitutiva foi protocolada antes da impugnação, isto é o que basta para aplicar a

Súmula n.º 1 do TSE.Agravo improvido.

(TSE, ARESPE n.º 18.341, Ac. n.º 18.341, de 24.4.2001, Rel. Min. Nelson Jobim)

Recurso especial. Agravo regimental. Rejeição de contas. Propositura de ação judicial na JustiçaComum. Análise dos fundamentos pela Justiça Eleitoral. Impossibilidade.

Proposta ação perante a Justiça Comum, com a finalidade de desconstituir a decisão que rejeitou ascontas apresentadas pelo Chefe do Executivo Municipal, não cabe à Justiça Eleitoral analisar a petiçãoinicial para concluir pela sua viabilidade jurídica. Precedentes.

Agravo regimental desprovido.(TSE, ARESPE n.º 16.868, Ac. n.º 16.868, de 14.11.2000, Rel. Min. Maurício Corrêa)

Contas de ex-prefeito - Rejeição pelo Tribunal de Contas da União - Inelegibilidade - Art. 1°, inciso I,alínea g da LC n° 64/90 - Ação desconstitutiva que alega ilegitimidade do Tribunal de Contas - Vício formal -Suficiência para suspender a inelegibilidade.

Recurso não conhecido.(TSE, RESPE n.º 17.158, Ac. n.º 17.158, de 21.9.2000, Rel. Min. Fernando Neves)

Registro de candidatura. Rejeição de contas.A coligação que não impugnou não tem legitimidade para recorrer.Submetido o ato de rejeição das contas ao crivo de outro órgão do Poder Judiciário, antes da

impugnação, não cabe à Justiça Eleitoral perquirir sobre a natureza das irregularidades.(TSE, ARESPE n.º 16.850, Ac. n.º 16.850, de 21.9.2000, Rel. Min. Garcia Vieira)

Recurso contra diplomação. Rejeição de contas. Ação anulatória. Suspensão da inelegibilidade.A aplicação do art. 275, § 4º, do CE, depende de sua menção expressa no acórdão.

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

10 TRE-CE/2004

A propositura de ação anulatória de decisão que rejeitou as contas suspende a inelegibilidade (Súmula1 do TSE).

Recurso improvido.(TSE, RCED n.º 576, Ac. n.º 576, de 8.8.2000, Rel. Min. Nelson Jobim)

Registro de candidato.Rejeição de contas pelo TCU. Ausência de prestação de contas de verba de convênio federal.

Irregularidade insanável. Alínea ‘g’ do inciso I, do art. 1º da LC n.º 64/90. Recolhimento de valores aos cofrespúblicos não é suficiente para afastar a inelegibilidade. Recurso provido.(TSE, RESPE n.º 15.412, Ac. n.º 15.412, de 27.10.1998, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

Recurso especial. Recurso contra expedição de diploma. Rejeição de contas. Art. 1º, I, “g”, da LC 64/90.Preliminar de ilegitimidade ad causam do recorrente. Rejeição.Tem legitimidade para propor recurso contra a expedição de diploma aquele cujo registro de candidatura

foi indeferido por decisão ainda não transitada em julgado, estando recurso extraordinário ainda em tramitaçãoperante o eg. STF.

A inelegibilidade prevista no art. 1, I, “g”, da LC 64/90 tem natureza infraconstitucional.A competência para o julgamento das contas do chefe do executivo municipal é da câmara municipal,

constituindo o pronunciamento do Tribunal de Contas do Estado mero parecer prévio.Rejeição das contas pela câmara municipal posterior a realização do pleito. Impossibilidade da cassação

do diploma do candidato eleito.A rejeição de contas superveniente ao registro não enseja a cassação do diploma conferido ao candidato

eleito, pois a cláusula de inelegibilidade posta na alinea “g” do inciso I do art. 1º, da LC 64/90 se aplica àseleições que vierem a se realizar e não às já realizadas.(TSE, RESPE n.º 15.204, Ac. n.º 15.204, de 2.6.1998, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

Inelegibilidade. Rejeição de contas.Tratando-se de recursos do município, a deliberação que a respeito de sua aplicação tome o Tribunal

de Contas tem natureza de parecer. Rejeição das contas só pode ocorrer por deliberação da Câmara Municipal.O ingresso no Judiciário, para impugnar decisão do Tribunal de Contas da União, não se condiciona a

exaustão de eventuais recursos na via administrativa.Recurso especial.Não se viabiliza em relação à matéria de que não tenha cuidado o acórdão recorrido.

(TSE, RESPE n.º 13.658, Ac. n.º 13.658, de 14.11.1996, Rel. Min. Eduardo Ribeiro)

Registro. Impugnação.Rejeição de contas. Novos pronunciamentos da mesma edilidade. Possibilidade dessa revisão. Ato

eminentemente político.Descabe à Justica Eleitoral examinar alegações de imoralidade e ilegitimidade dos atos da Câmara

Municipal.Precedentes do TSE.Recurso conhecido e provido.

(TSE, RESPE n.º 13.783, Ac. n.º 13.783, de 30.10.1996, Rel. Min. Diniz de Andrada)

Inelegibilidade. Rejeição de contas.

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TRE-CE/2004 11

EMENTÁRIO TEMÁTICO

Não se suspende em virtude do ajuizamento de ação em que não são atacadas todas as razões dedecidir da decisão do Tribunal de Contas, pois, subsistindo uma, manter-se-á o ato de rejeição, ainda queacolhido o pleito quanto às demais.

Recurso especial: impossibilidade de reexaminar matéria de fato ou tratar daquela que não haja sidoobjeto de exame pelo acórdão recorrido.(TSE, RESPE n.º 14.648, Ac. n.º 14.648, de 29.10.1996, Rel. Min. Eduardo Ribeiro)

Coisa julgada. Limites objetivos.Indeferido o pedido de registro, por se reconhecer inelegibilidade, decorrente de rejeição de contas, a

coisa julgada não atinge essa razão de decidir (CPC, art. 469, I).Ainda assim não fosse, a imutabilidade resultante da sentença não impediria o deferimento do registro,

se alterada a situação de fato, com o ulterior ajuizamento de ação tendente a anular o ato de rejeição.(TSE, RESPE n.º 14.416, Ac. n.º 14.416, de 29.10.1996, Rel. desig. Min. Eduardo Ribeiro)

Registro de candidato. Rejeição de contas de Presidente da Câmara Municipal pelo Tribunal de ContasEstadual. Aprovação pela edilidade local. Ausência de ação desconstitutiva. Inelegibilidade. Ausência deprequestionamento relativa à questão de intempestividade da impugnação à candidatura.

Tratando-se de julgamento das contas de ex-presidente da Câmara Municipal, há que prevalecer oparecer do Tribunal de Contas, sendo irrelevante a decisão da Câmara Municipal.

Recurso não conhecido.(TSE, RESPE n.º 13.475, Ac. n.º 13.475, de 22.10.1996, Rel. Min. Ilmar Galvão)

Recurso especial. Registro de candidato. Rejeição de contas pelo TCU. Art. 71, inciso VI, daConstituição.

Cabe ao TCU o julgamento das contas do prefeito relativas a recursos repassados pela União.Caso em que a corte de contas teve por descabida a inclusão do nome do responsável na lista de

inelegíveis.Hipótese em que não se pode ter por incidente a norma do art. 1º, I, “g”, da LC n.º 64/90.Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 13.209, Ac. n.º 13.209, de 22.10.1996, Rel. Min. Ilmar Galvão)

Inelegibilidade. Rejeição de contas. Convênio.Impossibilidade de discutir-se, no procedimento de registro de candidatura, eventual vício da decisão

do Tribunal de Contas. Tal pretensão haverá de ser deduzida em ação direta perante a Justiça Comum.(TSE, RESPE n.º 14.624, Ac. n.º 14.624, de 2.10.1996, Rel. Min. Eduardo Ribeiro)

Recurso especial.Inviabilidade em relação a temas a cujo respeito não houve prequestionamento.Rejeição de contas. Inelegibilidade. Matéria passível de conhecimento de ofício pelo juiz. Irrelevância

de eventual ilegitimidade do impugnante, o que só importaria na hipótese de haver ele formulado recurso.(TSE, RESPE n.º 13.886, Ac. n.º 13.886, de 30.9.1996, Rel. Min. Eduardo Ribeiro)

Rejeição de contas. Aplicação de verbas obtidas mediante convênio com o Estado. Hipótese em queo Tribunal de Contas profere julgamento e não apenas parecer prévio.(TSE, RESPE n.º 13.299, Ac. n.º 13.299, de 30.9.1996, Rel. Min. Eduardo Ribeiro)

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

12 TRE-CE/2004

Recurso especial. Inelegibilidade (art. 1, I, “g”, da LC 64/90). Órgão competente para rejeição dascontas.

Só com relação às contas dos chefes do executivo é que o pronunciamento do Tribunal de Contasconstitui mero parecer prévio, sujeito à apreciação final da Câmara Municipal, antes do qual não háinelegibilidade (STF, RE n.º 132.747). As contas de todos os demais responsáveis por dinheiros e benspúblicos são julgadas pelo Tribunal de Contas e suas decisões a respeito geram inelegibilidade (CF, art. 71,I). Inconstitucionalidade dos arts. 95, II, “d” e seu parágrafo 1º, “in fine”, da Constituição do Estado da Bahia,quando estendem as contas das mesas das Câmaras Municipais o regime do art. 31, parágrafo 2º, daConstituição Federal, que é exclusivo das contas dos prefeitos.

Precedentes do TSE (Acs. 12.645 e 12.694, Rel. Min. Sepúlveda Pertence).Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 13.174, Ac. n.º 13.174, de 30.9.1996, Rel. Min. Francisco Rezek)

Inelegibilidade. Contas de ex-prefeito (Lei Complementar n.º 64/90, art. 1º, inciso I, letra “g”).1. Caso em que o TSE já reconhecera a inelegibilidade, por ocasião do julgamento do recurso n.º

12.114, em relação às eleições de 1994.2. A aprovação das contas pela Câmara, voltando recentemente atrás, não pode ter a qualidade de

tornar elegível o ex-prefeito. Admitir-se que pode, seria a admissão do ato de rescisão do acórdão, a todas asluzes inadmissível.

3. Recurso não conhecido.(TSE, RESPE n.º 12.899, Ac. n.º 12.899, de 23.9.1996, Rel. Min. Nílson Naves)

Registro de candidato. Rejeição de contas. Ação anulatória ajuizada anteriormente à impugnação.Hipótese de aplicação da Súmula n.º 1 do Tribunal Superior Eleitoral. Decisão da câmara municipal proferidahá mais de cinco anos não acarreta inelegibilidade. Argüição de nulidade. Prejuízo não demonstrado. Recursonão conhecido.(TSE, RESPE n.º 12.871, Ac. n.º 12.871, de 23.9.1996, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

Recurso especial. Impugnação de registro. Duplicidade de filiação e rejeição de contas.Não caracteriza duplicidade de filiação se o eleitor comunica ao partido e a Justiça Eleitoral sua

desfiliação e na mesma data promove sua filiação em outro partido.O ajuizamento de ação anulatória de deliberação de câmara municipal que rejeita as contas do

candidato, suspende sua inelegibilidade, nos termos do art. 1º - inciso I - alínea “g” da Lei n.º 64/90 e doenunciado n.º 1 da Súmula do e. TSE, ainda que diga respeito apenas aos aspectos formais de decisãolegislativa.

O simples parecer desfavorável do Tribunal de Contas do Estado, sem o correspondente acolhimentopela Câmara de Vereadores, não afasta a elegibilidade do candidato, porquanto aquele órgão não dispõe decompetência para aprovar ou rejeitar as contas, função esta conferida ao poder legislativo municipal.(TSE, RESPE n.º 12.936, Ac. n.º 12.936, de 17.9.1996, Rel. Min. Francisco Rezek)

Registro de candidato. Inelegibilidade. LC 64/90, art. 1º - I - g. Rejeição de contas. Recurso de convêniocom o Governo do Estado. Decisão do TCE.

Falta de questionamento judicial da decisão do Tribunal de Contas.É inelegível o candidato que, na qualidade de prefeito administrou recursos à conta de convênio com

o Governo do Estado, tendo o TCE rejeitado a prestação de contas, diante de irregularidades insanáveis,com nota de improbidade.

Precedente do TSE (Ac. 12.070, rel. o Min. Flaquer Scartezzini).Recurso a que se nega conhecimento.

(TSE, RESPE n.º 12.918, Ac. n.º 12.918, de 17.9.1996, Rel. Min. Francisco Rezek)

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TRE-CE/2004 13

EMENTÁRIO TEMÁTICO

Recurso especial. Rejeição de contas. Inelegibilidade. Ação anulatória. Abrangência.O afastamento da inelegibilidade previsto no art. 1º, I, “g” da LC 64/90 abrange também a ação proposta

para declarar a nulidade da decisão da rejeição de contas por vício formal do processo administrativoencaminhado pelo Tribunal de Contas e Câmara Municipal.

Recurso provido.(TSE, RESPE n.º 13.009, Ac. n.º 13.009, de 12.9.1996, Rel. Min. Francisco Rezek)

Inelegibilidade. LC n.º 64/90, art. 1, I, “g”. Rejeição de contas pela câmara legislativa. Irregularidadesinsanáveis. Parecer do Tribunal de Contas do Município. Ação ajuizada após a impugnação. Não incidênciada ressalva contida na Súmula n.º 1 TSE.

A irregularidade que enseja a inelegibilidade prevista na alínea “g”, inc. I, do art. 1º, da Lei Complementarn.º 64/90, é a insanável, tem a ver com a improbidade administrativa (CF, arts. 15, V e 37, parágrafo 4º).

O ingresso em juízo somente se mostra despiciendo quando ocorre após a impugnação. PrecedenteAc. n.º 11.977/94.

Recurso a que se nega provimento.(TSE, RO n.º 12.138, Ac. n.º 12.138, de 9.8.1994, Rel. desig. Min. Flaquer Scartezzini)

Inelegibilidade. LC n.º 64/90, art. 1, I, “g”. Rejeição de contas pela câmara municipal. Parecer doTribunal de Contas do Estado. Irregularidades insanáveis. Inexistência de propositura de ação. Restandocomprovado que a irregularidade apontada é de caráter insanável, e que nenhuma ação foi proposta, torna-seevidente a inelegibilidade da Lei Complementar n.º 64/90, art. 1º, I, “g”.

Recurso a que se nega provimento.(TSE, RO n.º 12.127, Ac. n.º 12.127, de 9.8.1994, Rel. Min. Marco Aurélio Mello)

Inelegibilidade. Lei Complementar n.º 64/90, de 1990, art. 1º, I, “g”.I - O candidato ajuizou, antes da impugnação ao seu registro, ação declaratória de rejeição de contas

pela câmara municipal, achando-se ao amparo da Súmula n.º 01, desta Corte.II - Quanto às irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União inexistem nos autos elementos

que permitam aquilatar sobre a sua insanabilidade. Acha-se esclarecido, porém, que o candidato quitou odébito e recebeu quitação quanto a sua responsabilidade.

III - Recurso especial conhecido como ordinário, a que se nega provimento.(TSE, RO n.º 12.110, Ac. n.º 12.110, de 9.8.1994, Rel. Min. Pádua Ribeiro)

Eleitoral. Inelegibilidade. Ex-prefeito. Contas: rejeição. Irregularidades insanáveis. Improbidadeadministrativa. Parecer do TC: aprovação por decurso do prazo.

I - Necessidade de apreciação quanto aos motivos que levaram o tribunal de contas à rejeição.II - As irregularidades que tipificam crime contra a administração pública são insanáveis e traduzem

ato de improbidade do administrador.III - Recurso provido.

(TSE, RO n.º 12.114, Ac. n.º 12.114, de 6.8.1994, Rel. Min. Carlos Velloso)

Registro de candidato. Indeferimento. Inelegibilidade. LC n.º 64/90, art. 1º, I, g. Prestação de contas.Irregularidades. Rejeição pelo Tribunal de Contas do Município. Decisão da câmara municipal. Inexistênciade ajuizamento de ação. Mandado de segurança contra decisão do TCM anterior à decisão do legislativo.Não alcance da ressalva da alínea g da LC 64/90.

Pacífica jurisprudência da Corte tem sido no sentido que não basta a existência da ação judicialvoltada a desconstituir a decisão da Câmara Municipal, para ter-se como presente a ressalva da parte final

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

14 TRE-CE/2004

do art. 1º, I, “g” da Lei de Inelegibilidade. É imprescindível que a ação judicial ataque todos os fundamentosque embasaram o decreto de rejeição, além do que, a medida deve anteceder a ação de impugnação deregistro de candidatura.

Recurso a que se nega provimento.(TSE, RO n.º 12.001, Ac. n.º 12.001, de 5.8.1994, Rel. Min. Flaquer Scartezzini)

Registro de candidato. Inelegibilidade. LC n.º 64/90, art. 1º, I, “g”. Rejeição de contas. Recurso deconvênio. Governo do Estado. TCE. Decisão. Ação própria. Erário público. Ressarcimento. É inelegível ocandidato que, na qualidade de prefeito administrou recursos a conta de convênio com o Governador doEstado, tendo o TCE rejeitado a prestação de contas, diante de irregularidades insanáveis, com nota deimprobidade. O fato de ter havido o recolhimento de valores aos cofres públicos não é o suficiente paraafastar a inelegibilidade apontada. Recurso a que se nega provimento.(TSE, RO n.º 12.070, Ac. n.º 12.070, de 4.8.1994, Rel. Min. Flaquer Scartezzini)

Registro de candidato. Inelegibilidade. Ex-prefeito cujas contas foram consideradas irregulares pelaCâmara Municipal, com base em parecer do Tribunal de Contas do Estado.

A irregularidade que enseja a aplicação da alinea “g”, inc. I, do art. 1 da LC n.º 64/90 e a “insanável”,que tem a ver com atos de improbidade (CF, art. 15, V e 37, parágrafo 4) não se prestando para tal finalidadeaquela de caráter meramente formal.

A ação judicial que elide a inelegibilidade pode ser proposta a qualquer tempo antes da impugnação,se ainda dentro do prazo prescricional de cinco anos (Precedentes: Recursos n.ºs 9.816, 10.136, sessão de17.09.92).

Recurso a que se nega provimento.(TSE, RO n.º 11.976, Ac. n.º 11.976, de 27.7.1994, Rel. Min. Flaquer Scartezzini)

Registro. Candidato a deputado estadual. Inelegibilidade. Contas de prefeito municipal julgadasirregulares pelo Tribunal de Contas.

I - Se o Tribunal de Contas cingiu-se a declarar irregulares as contas do prefeito, em razão de saldomínimo, recolhido aos cofres públicos, não exsurgindo dos fatos dolo ou fraude a viciar a candidatura, não hálugar para a inelegibilidade ensejadora do indeferimento do registro.

II - Recurso conhecido como ordinário e provido para fins de determinar a efetivação do registroimpugnado.(TSE, RO n.º 11.973, Ac. n.º 11.973, de 26.7.1994, Rel. Min. Pádua Ribeiro)

Contas. Prova de rejeição. Inexistência. Prazo de cinco anos extrapolado. Impugnação inconsistente- LC n.º 64/90, art. 1º, I, “g”.

Cabe ao impugnante apresentar prova da rejeição das contas do candidato. Em caso de rejeição de“contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável e pordecisão irrecorrível do órgão competente”, o prazo de inelegibilidade atinge as eleições que se realizaremnos 5 (cinco) anos seguintes, contados a partir da data da decisão.(TSE, RESPE n.º 10.517, Ac. n.º 12.957, de 1º.10.1992, Rel. Min. Carvalho Filho)

Recurso especial. TRE/SP. Decisão que negou provimento ao recurso.Registro de candidatos. Aprovação de contas. Inelegibilidade.Rejeição de contas de empresa pública ou mista do município não é causa, por si só, suficiente para

assinalar a inelegibilidade prevista no art. 1º, I, letra “g”, da Lei Complementar n.º 64/90, qualquer liame deresponsabilidade entre o candidato e as irregularidades que promoveram a rejeição das contas.

Recurso conhecido e provido.(TSE, RESPE n.º 10.467, Ac. n.º 12.850, de 28.9.1992, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

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TRE-CE/2004 15

EMENTÁRIO TEMÁTICO

Inelegibilidade. Art. 1º, I, ‘g’, da Lei Complementar n.º 64/90. A rejeição de contas pelo Tribunal deContas da mesa da Câmara de Vereadores torna inelegível o candidato por elas responsável.(TSE, RESPE n.º 10.399, Ac. n.º 12.822, de 27.9.1992, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

Recurso especial.Inelegibilidade. Prefeito que teve contas rejeitadas pelo TCM e CM. Art. 1º, inc. I, g, LC n.º 64/90 -

Improbidade administrativa.Confirmado, através das provas do processo, bem examinadas em juízo, que o ex-prefeito teve as

suas contas rejeitadas por irregularidade insanável, sem apelo ao Poder Judiciário, no devido tempo, reafirma-se a sua inelegibilidade pela prática de improbidade administrativa.

Recurso que não se conhece.(TSE, RESPE n.º 10.120, Ac. n.º 12.817, de 27.9.1992, Rel. Min. Carvalho Filho)

Recurso especial. Inelegibilidade. Art. 1º, inciso I , ‘g’, LC n.º 64/90. Rejeição das contas de ex-prefeito. Ação ordinária que não responde ao Tribunal de Contas e à Câmara Municipal. A jurisprudência doTribunal Superior Eleitoral tem entendido, que a ação de nulidade proposta pelo ex-prefeito deve trazer adiscussão, todos os pontos atacados pelo Tribunal de Contas do Estado, e que merecem aprovação daCâmara Municipal. Não pode ela limitar-se à questão relativa ao cerceamento de defesa, que não houve,porque amplamente exercida perante a Corte de Contas. Hipótese em que se confirma a inelegibilidade docandidato, por esse motivo, desde que comprovadas as irregularidades insanáveis. Recurso que não se conhece.(TSE, RESPE n.º 10.414, Ac. n.º 12.811, de 27.9.1992, Rel. Min. Carvalho Filho)

Registro de candidatura. Inelegibilidade. Lei complementar n.º 64/90, art. 1º, I, “g”.Conforme entendimento desta Corte, as irregularidades que motivaram a rejeição das contas do

candidato não caracterizaram improbidade administrativa capaz de gerar inelegibilidade.Recurso conhecido e provido.

(TSE, RESPE n.º 10.497, Ac. n.º 12.765, de 25.9.1992, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

Registro de candidatura. Candidato a prefeito. Inelegibilidade: LC n.º 64/90, art. 1º, I, “g”.A Câmara Municipal é o órgão competente para rejeitar as contas de prefeito consideradas com

irregularidades insanáveis.Inexistência, nos autos, de provas do exame das contas do candidato pelo legislativo municipal.

Recurso não conhecido.(TSE, RESPE n.º 10.678, Ac. n.º 12.803, de 25.9.1992, Rel. Min. Américo Luz)

Recurso Especial. TRE/CE. Registro de candidato. Presidente da Câmara de Vereadores. Rejeiçãode contas. Inelegibilidade.

O Tribunal de Contas dos Municípios é órgão competente para apreciar e julgar as aplicações dosrecursos orçamentários das Câmaras Municipais.

Quando rejeitadas gera a inelegibilidade prevista no art. 1º, I, “g”, da Lei Complementar n.º 64/90.Recurso conhecido e provido.

(TSE, RESPE n.º 10.547, Ac. n.º 12.801, de 25.9.1992, Rel. Min. Carvalho Filho)

Registro de candidatura. Candidato ao cargo eletivo de prefeito. Inelegibilidade. Lei Complementar n.º 64/90.Contas rejeitadas pelo órgão competente, irregularidades consideradas insanáveis, e comprovação de

improbidade na gestão das coisas públicas, gera a inelegibilidade prevista na Lei Complementar n.º 64/90,art. 1º, I, “g”.

Recurso não conhecido.(TSE, RESPE n.º 10.049, Ac. n.º 12.745, de 24.9.1992, Rel. Min. Carlos Velloso)

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

16 TRE-CE/2004

Candidato a prefeito. Inelegibilidade. LC n.º 64/90, art. 1º, I, “g”.Alegação de irregularidades insanáveis. Contas rejeitadas pela Câmara de Vereadores. Ação de nulidade

proposta depois de apresentada a impugnação.Recurso conhecido e provido para que seja declarada a inelegibilidade do recorrido.

(TSE, RESPE n.º 10.003, Ac. n.º 12.597, de 19.9.1992, Rel. Min. Hugo Gueiros)

Recurso especial. Inelegibilidade. Candidato a prefeito que teve contas rejeitadas pela câmara municipal.Art. 1º, inciso I, letra g, da Lei Complementar n.º 64/90. Improbidade.

Comprovada pela câmara municipal, na sua tarefa constitucional de fiscalização do município, que ascontas do prefeito apresentavam irregularidades insanáveis, comportando o reconhecimento de atos deimprobidade, torna-se ele inelegível, suportando os efeitos das sanções que lhe são impostas pelo art. 37,parág. 4º, da Constituição Federal.

Hipótese em que não houve ofensa a lei, ou contrariedade jurisprudencial, por parte do acórdão dotribunal a quo.

Recurso especial de que não se conhece.(TSE, RESPE n.º 9.890, Ac. n.º 12.538, de 16.9.1992, Rel. Min. Carvalho Filho)

Pleito municipal. Candidato a prefeito. Aprovação de contas. Irregularidades. Inelegibilidade.Não se configurando irregularidades insanáveis, não há que se falar em inelegibilidade com fulcro no

art. 1º, I, “g”, da Lei Complementar n.º 64/90.Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 9.928, Ac. n.º 12.524, de 15.9.1992, Rel. Min. Américo Luz)

Constitucional. Eleitoral. Inelegibilidade. Contas recusadas. Lei n.º 64, de 1990, art. 1º, I, “g”.I - Contas de prefeito consideradas irregulares pela Câmara Municipal com base em parecer em

Tribunal de Contas. A irregularidade que dá nascimento a inelegibilidade do art. 1º, I, “g”, da Lei Complementarn.º 64/90, é a insanável, que tem a marca da improbidade administrativa, não a irregularidade puramenteformal.

II - Inelegibilidade reconhecida.III - Recurso especial não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 9.697, Ac. n.º 12.517, de 15.9.1992, Rel. Min. Carlos Velloso)

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TRE-CE/2004 17

EMENTÁRIO TEMÁTICO

2. C2. C2. C2. C2. CAPTAPTAPTAPTAPTAÇÃO ILÍCITAÇÃO ILÍCITAÇÃO ILÍCITAÇÃO ILÍCITAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIOA DE SUFRÁGIOA DE SUFRÁGIOA DE SUFRÁGIOA DE SUFRÁGIO

Eleitoral. Agravo regimental. Agravo de instrumento. Defensor público. Prazo em dobro. Art. 128, I, daLC n.º 80/94. Investigação judicial. Prática de captação vedada de sufrágio. Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97.Cassação de diploma e multa. Execução imediata. Precedentes. Matéria fática. Reexame. Inviabilidade.

1. Em conformidade com o disposto no art. 128, I, da Lei Complementar n.º 80, de 1994, ao defensorpúblico do estado contam-se em dobro todos os prazos.

2. A decisão que julga procedente representação por captação de sufrágio vedada por lei, com base noart. 41-A da Lei n.º 9.504/97, é imediata, sendo desnecessária a interposição de recurso contra a expediçãode diploma ou de ação de impugnação de mandato eletivo (Ac. n.ºs 21.169, relª Min. Ellen Gracie e 19.644,rel. Min. Barros Monteiro).

3. É inviável o reexame de matéria fática em sede de recurso especial (Súmulas n.ºs 279/STF e 7/STJ).Agravo de instrumento a que se nega provimento

(TSE, AAG n.º 3.941, Ac n.º 3.941, de 3.2.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

Recurso contra expedição de diploma. Diretório. Constituição. Vício. Ausência de alegação. Fase deregistro. Preclusão. Reexame de provas. Impossibilidade. Promessas genéricas. Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97. Não-caracterização.

1. O vício na constituição de diretório de partido político deve ser alegado na fase do registro doscandidatos, porque não constitui matéria constitucional e sujeita-se à preclusão, não podendo ser apreciadoem recurso contra expedição de diploma.

2. As promessas genéricas, sem o objetivo de satisfazer interesses individuais e privados, não sãocapazes de atrair a incidência do art. 41-A da Lei n.º 9.504/97.

Agravo não provido.(TSE, AAG n.º 4.422, Ac n.º 4.422, de 9.12.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Habeas-corpus. Crime de corrupção eleitoral (art. 299 do CE). Recebimento da denúncia.Constrangimento ilegal. Liminar. Deferimento. Ausência de dolo específico. Trancamento da ação penal.

Sendo elemento integrante do tipo em questão a finalidade de “obter ou dar voto ou prometer abstenção”,não é suficiente para a sua configuração a mera distribuição de bens. A abordagem deve ser direta ao eleitor,com o objetivo de dele obter a promessa de que o voto será obtido ou dado ou haverá abstenção em decorrênciado recebimento da dádiva.

Ordem concedida para trancar a ação penal.(TSE, HC n.º 463, Ac. n.º 463, de 18.9.2003, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Agravo. Eleição 2000. Ação de investigação judicial. Sufrágio. Captação. Não-demonstração. Prova.Reexame. Impossibilidade. Dissídio não caracterizado. Negado provimento.

I - A cassação do diploma com fundamento no art. 41-A da Lei n.º 9.504/97 requer a demonstração daocorrência de captação ilícita de sufrágio.

II - A divergência, para se configurar, requer a realização do confronto analítico, não sendo a falhasuprida pela mera transcrição de ementas.

III - Não é cabível o reexame de fatos e provas na via especial (Súmulas n.ºs 279/STF e 7/STJ).(TSE, AG n.º 4.286, Ac n.º 4.286, de 2.9.2003, Rel. Min. Peçanha Martins)

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

18 TRE-CE/2004

Recurso especial. Abuso do poder econômico e captação ilícita de sufrágio. Violação ao art. 41-A daLei n.º 9.504/97. Necessidade de reexaminar matéria fático-probatória. Súmulas do STJ e STF (7 e 279).

Infringência ao art. 460 do CPC. Não-ocorrência. Prestação jurisdicional deferida nos termos propostosna inicial.

Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97. Inconstitucionalidade afastada. O escopo do legislador é o de afastarimediatamente da disputa aquele que no curso da campanha eleitoral incidiu no tipo “captação ilegal desufrágio”. A cassação do registro ou do diploma, cominados na referida norma legal, não constitui novahipótese de inelegibilidade.

Prevendo o art. 222 do Código Eleitoral a captação de sufrágio como fator de nulidade da votação,aplica-se o art. 224 do mesmo diploma no caso em que houver a incidência do art. 41-A da Lei n.º 9.504/97,se a nulidade atingir mais de metade dos votos.

Recursos especiais e recurso adesivo não conhecidos(TSE, RESPE n.º 21.221, Ac n.º 21.221, de 12.8.2003, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Agravo regimental. Medida cautelar. Ação de impugnação de mandato eletivo - AIME. Abuso de poder.Ação de investigação judicial eleitoral - AIJE. Captação ilícita de sufrágios (Lei n.º 9.504/97, art. 41-A).Causas de pedir distintas. Cassação de mandato em sede de AIJE não prejudicada em face de julgamentoanterior de AIME. Execução imediata independentemente de já terem sido proclamados ou diplomados oseleitos. Precedentes do TSE. Julgamento ultra petita. Não-ocorrência. Alegação de violação do art. 5º, LV,da CF/88, insusceptível de exame em sede de cautelar. Agravo regimental desprovido.

- Sendo distintas a causa de pedir da AIME (abuso de poder) daquela da AIJE (captação ilícita desufrágios), a cassação do mandato eletivo, como efeito da procedência da investigação judicial eleitoral, porviolação do art. 41-A da Lei n.º 9.504/97, não implica a prejudicialidade desta pela mera circunstância dehaver sido anteriormente julgada a impugnatória (AIME).

- É imediata a execução do julgado que decide pela ocorrência de captação ilícita de votos, ainda quetal ocorra após a proclamação ou a diplomação dos eleitos. Precedentes do TSE.

- Não há falar de julgamento ultra petita, visto que consta expressamente do texto do art. 41-A da Lein.º 9.504/97 a cassação do registro ou do diploma do investigado.

- A alegação de violação do art. 5º, LV, da Constituição Federal não é susceptível de exame em sedede medida cautelar.

Agravo regimental a que se nega provimento.(TSE, AMC n.º 1.282, Ac n.º 1.282, de 5.8.2003, Rel. Min. Barros Monteiro)

Agravo de instrumento. Eleição 2002. Recurso especial. Intempestividade afastada. Provido o agravo.Alegação de afronta à lei (art. 41-A da Lei n.º 9.504/97). Não-caracterização. Recurso não conhecido.

I - Tempestivo o recurso especial interposto em 4.11.2002, uma vez que a Seção de Protocolo, nosdias 1º, 2 e 3 de novembro, funcionou em regime de plantão somente para o recebimento de documentosrelativos à prestação de contas.

II - A explanação de plano de governo não caracteriza captação de sufrágio.(TSE, AG n.º 4.168, Ac. n.º 4.168, de 1º.8.2003, Rel. Min. Peçanha Martins)

Recurso especial - Investigação judicial - Prefeito - Abuso do poder - Art. 22 da Lei Complementar n.º64/90 - Não-caracterização - Doação de telhas e pregos a eleitor - Captação vedada de sufrágio - Art. 41-A daLei n.º 9.504/97 - Configuração - Constitucionalidade - Cassação de diploma - Possibilidade.

Gravações clandestinas - Prova ilícita - Provas dela decorrentes - Contaminação.Ausência de ofensa aos arts. 22 e 23 da Lei Complementar n.º 64/90 e aos princípios constitucionais

do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, da proporcionalidade e da não-admissão dasprovas ilícitas. Art. 5º, incisos LIV, LV e LVI, da Carta Magna.

1. Não há intempestividade do recurso especial se, em decorrência de circunstâncias excepcionais, orecorrente, expondo óbice judicial anterior para interposição do apelo, postulou nova vista dos autos para tal

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TRE-CE/2004 19

EMENTÁRIO TEMÁTICO

fim, o que foi deferido pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral.2. Rejeitam-se os pedidos de conexão deste feito com ação de impugnação de mandato eletivo em

curso perante o juiz eleitoral, na medida em que as ações são autônomas, possuem requisitos legaispróprios e conseqüências distintas, o que não justifica a reunião dos processos ou o sobrestamento dessejulgamento. Precedentes.

3. A diplomação não transita em julgado enquanto houver, pendente de julgamento, qualquer recursoque possa atingi-la.

4. Reconhecimento de captação ilícita de sufrágio praticada pelo prefeito, nos termos do art. 41-A daLei n.º 9.504/97, comprovada por meio de prova testemunhal considerada idônea, não pode ser infirmadosem reexame de todos os fatos e provas constantes dos autos, vedado nesta instância especial.

5. Reconhecimento da ilicitude de gravações obtidas de forma clandestina tornam igualmenteimprestáveis as provas delas decorrentes. Aplicação da teoria dos frutos da árvore venenosa.

6. A jurisprudência deste Tribunal Superior está consolidada quanto à constitucionalidade do art. 41-Ada Lei das Eleições, que não estabelece hipótese de inelegibilidade e possibilita a imediata cassação deregistro ou de diploma (Acórdãos n.ºs 19.644 e 3.042).

7. Para a configuração do ilícito previsto no referido art. 41-A, não é necessária a aferição dapotencialidade de o fato desequilibrar a disputa eleitoral, porquanto a proibição de captação de sufrágio visaresguardar a livre vontade do eleitor e não a normalidade e equilíbrio do pleito, nos termos da pacíficajurisprudência desta Corte (Acórdão n.º 3.510).(TSE, RESPE n.º 21.248, Ac n.º 21.248, de 3.6.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Agravo regimental. Recurso especial. Eleição 2000. Captação de sufrágio. Nexo de causalidade.Desnecessidade. Matéria fática. Reexame. Impossibilidade. Dissídio não caracterizado. Fundamentos nãoinfirmados. Negado provimento.

I - Em se tratando de captação ilegal de sufrágio, esta Corte já assentou ser desnecessário o nexo decausalidade entre a conduta e o resultado do pleito.

II - Nega-se provimento a agravo regimental que não infirma os fundamentos da decisão impugnada.(TSE, ARESPE n.º 20.312, Ac n.º 20.312, de 29.5.2003, Rel. Min. Peçanha Martins)

Medida cautelar. Pedido de liminar para emprestar efeito suspensivo a recurso especial. Representaçãocom base nos arts. 41-A e 73 da Lei n.º 9.504/97.

Liminar. Indeferimento. Agravo regimental.O art. 121, § 4º, IV, da Carta Magna prevê o cabimento do recurso ordinário quando a decisão do

Tribunal Regional Eleitoral anular diplomas ou decretar a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais.Não incide quando a decisão versar sobre registro de candidatura.

O quorum de deliberação dos tribunais regionais eleitorais é o previsto no art. 28 do Código Eleitoral.Inaplicabilidade do art. 19 do mesmo código.

Havendo representação por violação aos arts. 41-A e 73 da Lei n.º 9.504/97, o processo poderáobedecer ao rito do art. 22 da LC n.º 64/90. Não-ocorrência de prejuízo. Código Eleitoral, art. 219.

Para a configuração da infração ao art. 41-A da Lei n.º 9.504/97, não se faz indispensável a identificaçãodo eleitor. Precedente: REspe n.º 21.022, rel. Min. Fernando Neves. Oferta feita a membros da comunidade.A pluralidade não desfigura a prática da ilicitude. Súmulas n.ºs 7 do STJ e 279 do STF. Incidência.

O efeito imediato das decisões com base no art. 41-A da Lei das Eleições inibe, em princípio, emprestarefeito suspensivo a recurso especial eleitoral.

Agravo regimental a que se nega provimento.(TSE, AMC n.º 1.264, Ac. n.º 1.264, de 10.4.2003, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Representação - Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97 - Alegação de demissão de servidores que não apoiassemdeterminado candidato e nomeação de outros que fossem simpatizantes da candidatura.

Falta de prova de que o candidato pessoalmente ou por terceiros, expressamente autorizados, tenha

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

20 TRE-CE/2004

participado dos fatos e de ter sido diretamente pedido voto em troca da obtenção ou da manutenção doemprego.

Fatos que podem, em tese, configurar abuso do poder político, mas não a hipótese do art. 41-A da Lein.º 9.504, de 1997.

Recurso a que se negou provimento.(TSE, RO n.º 704, Ac. n.º 704, de 8.4.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Representação - Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97 - Serviços de cabeleireiro - Candidato a deputadoestadual.

Recurso ordinário - Cabimento - Art. 121, § 4º, IV, da Constituição da República - Hipótese de perda dediploma.

Participação direta ou indireta do representado nos fatos - Não-comprovação - Pedido de votos - Não-ocorrência.

1. Nas eleições estaduais e federais, as decisões proferidas em sede de representação fundada noart. 41-A da Lei n.º 9.504/97 devem ser atacadas por meio de recurso ordinário, na medida em que o diplomapode ser atingido. Art. 121, § 4º, IV, da Constituição da República.

2. Para a caracterização da conduta vedada pelo art. 41-A da Lei n.º 9.504/97, são necessárias acomprovação da participação direta ou indireta do candidato nos fatos ilegais e, também, a benesse ter sidodada ou oferecida com expresso pedido de votos.(TSE, RO n.º 696 , Ac. n.º 696, de 18.2.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Recurso especial. Representação judicial eleitoral. Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97.Partido político que disputou a eleição em coligação. Legitimação para as ações pertinentes, após as

eleições.Violação ao art. 41-A da Lei n.º 9.504/97. Necessidade do reexame da matéria fático-probatória.

Súmulas do STJ e STF (7 e 279).Pleito majoritário. Código Eleitoral. Art. 224. Declarados nulos os votos por captação indevida (Art. 41-

A da Lei n.º 9.504/97), que, no conjunto, excedem a 50% dos votos válidos, determina-se a realização denovo pleito, não a posse do segundo colocado.

Pleito proporcional. Vereador. Declarada a nulidade de voto de candidato a vereador, em razão dacaptação ilícita, aplica-se o disposto no art. 175, § 4º, do C.E.(TSE, RESPE n.º 19.759, Ac. n.º 19.759, de 10.12.2002, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Investigação judicial - Representação - Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97 - Multa - Inelegibilidade - Art. 22 daLC n.º 64/90.

Não identificação dos nomes dos eleitores corrompidos - Desnecessidade.1. Estando comprovada a prática de captação ilegal de votos, não é imprescindível que sejam

identificados os eleitores que receberam benesses em troca de voto.2. Em representação para apurar captação vedada de sufrágio, não é cabível a decretação de

inelegibilidade, mas apenas multa e cassação de registro ou de diploma, como previsto no art. 41-A da Lein.º 9.504/97.(TSE, RESPE n.º 21.022, Ac. n.º 21.022, de 5.12.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Representação. Captação ilegal de sufrágio. Art. 41-A da Lei n.º9.504/97. Inconstitucionalidade parcialafastada. Infração configurada. Imediata cassação do diploma.

- Segundo já teve ocasião de assentar esta Corte, a cassação do diploma por infração ao art. 41-A daLei n.º 9.504/97 não implica declaração de inelegibilidade. O escopo do legislador, nessa hipótese, é o deafastar imediatamente da disputa aquele que no curso da campanha eleitoral incidiu no tipo captação desufrágio vedada por lei. Inconstitucionalidade parcial da norma afastada.

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TRE-CE/2004 21

EMENTÁRIO TEMÁTICO

- Apanhados os fatos tais como descritos pela decisão recorrida, resta configurada a infração previstano art. 41-A da Lei n.º 9.504/97, uma vez evidenciado que a candidata ofereceu ou prometeu dinheiro adeterminado grupo de eleitores em troca de voto.

Recurso especial eleitoral conhecido e provido parcialmente.(TSE, RESPE n.º 19.644 , Ac n.º 19.644, de 3.12.2002, Rel. Min. Barros Monteiro)

Medida cautelar. Liminar concedida. Agravo interno. Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97. Autoria. Precedente.Provimento do apelo. Cassada a liminar. Indeferida a cautelar.

Caracteriza-se a captação de sufrágio prevista no art. 41-A da Lei n.º 9.504/97 quando o candidatopratica as condutas abusivas e ilícitas ali capituladas, ou delas participa, ou a elas anui explicitamente.(TSE, AMC n.º 1.229, Ac n.º 1.229, de 17.10.2002, Rel. designado Min. Sálvio de Figueiredo)

Eleição majoritária municipal. Renovação. Art. 224 do Código Eleitoral. Prefeito e vice-prefeito quetiveram seus diplomas cassados por ofensa ao art. 41-A da Lei n.º 9.504/97. Registros. Indeferimento.

Prevendo o art. 222 do Código Eleitoral a captação de sufrágio como fator de nulidade da votação,aplica-se o art. 224 do mesmo diploma nos casos em que houver a incidência do art. 41-A da Lei n.º 9.504/97, se a nulidade atingir mais de metade dos votos.

Havendo renovação da eleição, por força do art. 224 do Código Eleitoral, os candidatos não concorrema um novo mandato, mas, sim, disputam completar o período restante de mandato cujo pleito foi anulado(iniciado em 1º.1.2001, findando em 31.12.2004).

Aquele que tiver contra si decisão com base no art. 41-A não poderá participar da renovação do pleito,por haver dado causa a sua anulação. Observância ao princípio da razoabilidade.

Recursos especiais conhecidos pela divergência, a que se negam provimento, confirmando a decisãoque indeferiu os registros dos recorrentes.(TSE, RESPE n.º 19.878, Ac. n.º 19.878, de 10.9.2002, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Representação - Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97 - Captação de sufrágio vedada por lei - Comprovação -Aplicação de multa - Decisão posterior à diplomação - Cassação do diploma - Possibilidade - Ajuizamentode ações próprias - Não-necessidade.

1. A decisão que julgar procedente representação por captação de sufrágio vedada por lei, com baseno art. 41-A da Lei n.º 9.504/97, deve ter cumprimento imediato, cassando o registro ou o diploma, se jáexpedido, sem que haja necessidade da interposição de recurso contra a expedição de diploma ou de açãode impugnação de mandato eletivo.(TSE, RESPE n.º 19.739, Ac. n.º 19.739, de 13.8.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Medida cautelar em que se pleiteia efeito suspensivo a recurso especial contra decisão de TribunalRegional que nega liminar para suspender eficácia de decisão que julga procedente ação de impugnação demandato eletivo pela prática da conduta descrita no art. 41-A da Lei n.º 9.504, de 1997.

1. São imediatos os efeitos da sentença que julga procedente ação de impugnação de mandato eletivopela prática da conduta descrita no art. 41-A da Lei n.º 9.504, de 1997. Pertinência da jurisprudência doTribunal Superior Eleitoral relativa às representações. Situação em que não se aplica o art. 216 do CódigoEleitoral.

2. Embora seja admitida a concessão de efeito suspensivo a recurso manifestado contra tal decisão,o acórdão recorrido, examinando as circunstâncias do caso concreto, não entendeu presentes os pressupostosnecessários ao deferimento de tal medida cautelar. Inviabilidade de, em novo juízo cautelar, modificar essadecisão e suspender os efeitos da sentença.

3. Conveniência de evitar-se sucessivas alterações no comando da administração municipal.Cautelar indeferida.

(TSE, MC n.º 1.049, Ac. n.º 1.049, de 21.5.2002, Rel. designado Min. Fernando Neves)

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22 TRE-CE/2004

Consulta - Instrução n.º 55 - Registro de candidatura - Art. 56, parágrafo único - Res./TSE n.º 20.993- Processos de registro de candidatura - Cassação de registro ou de diploma com base nos arts. 41-A, 73 ou77 da Lei n.º 9.504/97.

1. O parágrafo único do art. 56 da Res./TSE n.º 20.993 aplica-se somente aos processos de registrode candidatura, não alcançando as decisões proferidas em representação fundada nos arts. 41-A, 73 ou 77da Lei n.º 9.504/97.

2. Na hipótese de representação fundada nos artigos referidos, o prosseguimento da campanha eleitoralé admitido pela Justiça Eleitoral para evitar dano irreparável, mas isso se dá por conta e risco do candidatoe do partido político que prefira não substituir seu candidato, sem nenhuma garantia de sua diplomação.(TSE, CTA n.º 786, Res. n.º 21.087, de 2.5.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Cassação de registro de candidato - Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97 - Efeito imediato - Permanência naurna eletrônica - Prosseguimento da campanha - Possibilidade.

1. A permanência, na urna eletrônica, do nome do candidato que tenha seu registro cassado com baseno artigo 41-A da Lei n.º 9.504, de 1997, bem como o prosseguimento de sua propaganda eleitoral - o que sedá por conta e risco do candidato e/ou de seu partido político em virtude da interposição de recurso - nãosignifica retirar o efeito imediato da mencionada decisão, que, entretanto, não pode ser tido como definitiva,antes de seu trânsito em julgado.(TSE, INST n.º 55, Res. n.º 21.051, de 26.3.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Investigação judicial eleitoral - Art. 22 da LC n.º 64/90 e 41-A da Lei n.º 9.504/97 - Decisão posterior àproclamação dos eleitos - Inelegibilidade - Cassação de diploma - Possibilidade - Inciso XV do art. 22 da LCn.º 64/90 - Não aplicação.

1. As decisões fundadas no art. 41-A têm aplicação imediata, mesmo se forem proferidas após aproclamação dos eleitos.(TSE, RESPE n.º 19.587, Ac. n.º 19.587, de 21.3.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Recurso Especial. Investigação Judicial (LC 64/90, arts. 1º, “d”, 19, § único, 22, XIV e XV e 24 c/c L.9.504/97, art. 41-A) - Ausência de prova e de nexo de causalidade.

I. É certo bastar a potencialidade de influência no resultado do pleito para a procedência da investigaçãojudicial: a verificação dessa probabilidade, no entanto, pressupõe prova cabal da existência dos fatos abusivosou de captação ilícita de sufrágios delatados.

II. Impossibilidade de reexame e valoração do conjunto probatório na via do recurso especial (Súmula279 -STF).

III. Fortes indícios de configuração, em tese, do crime de corrupção (Cód. El., art. 299): extração eremessa de cópia dos autos ao MPE para as providências cabíveis.

IV. Recurso não conhecido.(TSE, RESPE n.º 19.553, Ac. n.º 19.553, de 21.3.2002, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Captação ilícita de sufrágio (L. 9504/97, art. 41-A) - Representação julgada procedente após a eleição- Validade da cassação imediata do diploma: inaplicável o art. 22, XV, da LC 64/90, por não implicar declaraçãode inelegibilidade.(TSE, AG n.º 3.042, Ac. n.º 3.042, de 19.3.2002, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Recurso especial. Inelegibilidade. Arts. 22 da LC n.º 64/90 e 41-A da Lei n.º 9.504/97. Caracterização.Cassação de diplomas. Prova. Enunciados sumulares do STF e STJ. Imprescindibilidade ou não de revisor.CPC, art. 397. Desprovimento.

I. Resta caracterizada a captação de sufrágio prevista no art. 41-A da Lei n.º 9.504/97, quando ocandidato praticar, participar ou mesmo anuir explicitamente às condutas abusivas e ilícitas capituladasnaquele artigo.

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TRE-CE/2004 23

EMENTÁRIO TEMÁTICO

II. Para a configuração do ilícito previsto no art. 22 da LC n.º 64/90, as condutas vedadas podem tersido praticadas antes ou após o registro da candidatura.

III. Quanto à aferição do ilícito previsto no art. 41-A, esta Corte já decidiu que o termo inicial é o pedidodo registro da candidatura.

IV. Em ação de investigação judicial, irrelevante para o deslinde da matéria se a entidade assistencialé mantida com recurso público ou privado, sendo necessário aferir se houve ou não o abuso.

V. Na legislação eleitoral há intervenção de revisor, essa intervenção é mais restrita e expressamenteprevista, como, verbi gratia, quando se trata de recurso contra expedição de diploma, nos termos do art. 271,§ 1º, do Código Eleitoral - a respeito, REspe n.º 14.736-RJ, rel. Min. Eduardo Alckmin, DJ de 7.2.97.(TSE, RESPE n.º 19.566, Ac. n.º 19.566, de 18.12.2001, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

Direitos eleitoral e processual. Foro especial. Inocorrência. Sufrágio. Captação. Inelegibilidade. Art.41-A da Lei n.º 9.504/97, c/c art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90. Dissídio e prequestionamento. Não-caracterização. Precedentes. Recurso desacolhido.

I. O prefeito não goza de foro especial, por prerrogativa de função, quando se tratar de representaçãoou investigação judicial.

II. Na linha de entendimento do Tribunal, a execução de decisão fundada no art. 41-A da Lei n.º 9.504/97 é imediata, diversamente da execução com arrimo no art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90.

III. A ausência de prequestionamento inviabiliza o conhecimento de tema ventilado no recurso especial.IV. A caracterização do dissídio jurisprudencial, salvo quando notório, requer não só o devido confronto

analítico, como também a identidade ou semelhança entre o julgado e o paradigma.(TSE, RESPE n.º 19.552, Ac. n.º 19.552, de 13.12.2001, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

Recurso especial. Investigação judicial eleitoral. Abuso de poder econômico. Captação de votos entrecandidatos. Atipicidade. L. 9.504/97, art. 41-A.

1. O art. 41-A da L. 9.504/97 só tipifica a captação ilícita de votos entre candidato e eleitor, não aconfigurando a vantagem dada ou prometida por um candidato a outro, visando a obter-lhe a desistência.

2. Recurso não conhecido.(TSE, RESPE n.º 19.399, Ac. n.º 19.399, de 23.10.2001, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

I. Cassação de registro de candidatura: L. 9.504/97, art. 41-A: eficácia imediata.Ao contrário do que se tem entendido, com relação ao art. 15 da LC 64/90, a eficácia da decisão

tomada com base no art. 41-A da L. 9.504/97 é imediata, ainda quando sujeita a recurso: trata-se, portanto,de causa de urgência, para cujo julgamento o Regimento Interno do Tribunal a quo faculta a dispensa depublicação de pauta.

II. Captação ilícita de sufrágios (L. 9.504/97, art. 41-A): não-caracterização.Não configura a captação ilícita de sufrágios, objeto do art. 41-A da L. 9.504/97, o fato, documentado

no “protocolo de intenções” questionado no caso, firmado entre os representantes de diversas igrejas dedeterminado Município - travestidos de membros do Conselho Ético de um partido político - e certos candidatosa prefeito e vice-prefeito, que formalmente se comprometem, se eleitos, ao atendimento de reivindicaçõesimputadas à “comunidade evangélica” e explicitadas no instrumento, entre elas, a doação de um imóvel dopatrimônio municipal, se não voltadas as promessas a satisfazer interesses patrimoniais privados.(TSE, RESPE n.º 19.176, Ac. n.º 19.176, de 16.10.2001, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Benefício - Órgão público - Promessa de continuidade - Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97 - Não-aplicação.Não configura conduta vedada pelo art. 41-A da Lei n.º 9.504/97 promessa de campanha no sentido de

manter programa municipal de benefícios.Recurso conhecido e provido.

(TSE, AG n.º 2.790, Ac. n.º 2.790, de 8.5.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

24 TRE-CE/2004

Representação pela prática da conduta vedada pelo artigo 41-A da Lei n.º 9.504, de 1997. Cassaçãode registro. Termo inicial do interregno previsto na norma indicada. Finalidade eleitoral necessária paracaracterização da conduta punível.

1. O termo inicial do período de incidência da regra do artigo 41-A da Lei n.º 9.504, de 1997, é a dataem que o registro da candidatura é requerido, e não a do seu deferimento.

2. Para a caracterização de conduta descrita no artigo 41-A da Lei n.º 9.504, de 1997, é imprescindívela demonstração de que ela foi praticada com o fim de obter o voto do eleitor.(TSE, RESPE n.º 19.229, Ac. n.º 19.229, de 15.2.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

Consulta. “boca de urna” e “captação de sufrágio”. Distinção.1) A “boca de urna” é caracterizada pela coação, que inibe a livre escolha do eleitor (Lei n.º 9.504/97,

artigo 39, parágrafo 5º).2) A “captação de sufrágio” constitui oferecimento ou promessa de vantagem ao eleitor, com o fim de

obter-lhe o voto (Lei n.º 9.504/97, artigo 41-A, acrescido pela Lei n.º 9.840/99).Consulta respondida negativamente.

(TSE, CTA n.º 552, Res. n.º 20.531, de 14.12.1999, Rel. Min. Maurício Corrêa)

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TRE-CE/2004 25

EMENTÁRIO TEMÁTICO

3. COMPETÊNCIA D3. COMPETÊNCIA D3. COMPETÊNCIA D3. COMPETÊNCIA D3. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORA JUSTIÇA ELEITORA JUSTIÇA ELEITORA JUSTIÇA ELEITORA JUSTIÇA ELEITORALALALALALQUANTO A QUESTÕES INTERNAS DOSQUANTO A QUESTÕES INTERNAS DOSQUANTO A QUESTÕES INTERNAS DOSQUANTO A QUESTÕES INTERNAS DOSQUANTO A QUESTÕES INTERNAS DOS

PPPPPARARARARARTIDOS POLÍTICOSTIDOS POLÍTICOSTIDOS POLÍTICOSTIDOS POLÍTICOSTIDOS POLÍTICOS

3.1. DECISÕES DO TSE

CONSULTA. REJEIÇÃO DE CONTAS PELO TCU. INELEGIBILIDADE.

A) O agente administrativo cujas contas foram rejeitadas pelo TCU e que, na eleição subseqüente,teve seu registro deferido e foi eleito, tendo exercido todo o seu mandato, se pretender a reeleição não seráalcançado pela inelegibilidade em decorrência daquela rejeição de contas, pois “as condições de elegibilidadee as causas de inelegibilidades são aferidas com base na situação existente na data da eleição” (Acórdãon.º 18.847, de 24.10.2000, relator Ministro Fernando Neves);

B) A rejeição de contas pelo TCU pode ser causa de inelegibilidade (Lei Complementar n.º 64/90, art.1º, I, g); no entanto, a inclusão do nome do administrador público na lista remetida à Justiça Eleitoral nãogera inelegibilidade, pois se trata de procedimento meramente informativo;

O questionamento sobre a possibilidade de haver filiação partidária quando as decisões do TCU nãoforam contestadas em juízo constitui matéria interna corporis;

C) As condições de elegibilidade têm como marco a data da eleição.(TSE, CTA n.º 940, Res. n.º 21.563, de 18.11.2003, Relª. Minª. Ellen Gracie Northfleet)

DIREITOS ELEITORAL E PROCESSUAL. RECURSO ESPECIAL. DIRETÓRIO. DISSOLUÇÃO.MATÉRIA INTERNA CORPORIS. EXAME PELA CORTE ELEITORAL. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO.FUNDAMENTOS NÃO INFIRMADOS. PROVIMENTO NEGADO.

Desprovê-se o agravo interno quando não ilididos os fundamentos da decisão agravada.(TSE, AAG n.º 3.901, Ac. n.º 3.901, de 27.2.2003, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

Medida Cautelar Inominada - Arts. 17, § 1°, da CF, e 3° da Lei n° 9.096/95 - Pretensão de declaraçãode nulidade de ato interventivo em Diretório Municipal de Partido Político - Preliminar de falta de interesseprocessual acolhida pela decisão regional para extinção do feito.

Não compete à Justiça Eleitoral o julgamento de ação anulatória de ato de intervenção entre órgãos domesmo partido.

Recurso especial não conhecido.(TSE, RESPE n.º 16.413, Ac. n.º 16.413, de 16.8.2001, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Recurso especial. Registro de candidatura. Hipótese na qual o TRE anulou intervenção no diretóriomunicipal e indeferiu o registro do candidato escolhido pela comissão provisória.

É pacífica a incompetência da Justiça Eleitoral para dirimir controvérsia que envolva órgãos de partidopolítico.

A competência é da Justiça Comum (RESP n.º 13.212, Galvão; RESP n.º 13.456, Alckmin).Recurso prejudicado.

(TSE, RESPE n.º 16.829, Ac. n.º 16.829, de 24.4.2001, Rel. Min. Nelson Jobim)

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

26 TRE-CE/2004

Recurso especial. Agravo regimental. Registro de candidatura. Diretório municipal. Intervenção. Efeitos.Não compete à Justiça Eleitoral anular decisão judicial proferida pela Justiça Comum, que mantém ou

invalida ato interventivo em Diretório Municipal de Partido Político. Precedentes.Agravo Regimental desprovido.

(TSE, ARESPE n.º 18.764, Ac. n.º 18.764, de 14.12.2000, Rel. Min. Maurício Corrêa)

Medida cautelar. Efeito suspensivo a RESPE. Hipótese na qual o diretório regional do partido editouresolução, estabelecendo diretrizes no sentido de excluir, das eleições 2000, filiados incluídos na CPI doFUNDEF. Decisão do TRE que:

I) Reconheceu a legitimidade da resolução do partido; II) Valorou a autonomia partidária; III) Reconheceuque a matéria é interna corporis; IV) Indeferiu registro de candidatura.

Decisão do TRE que se ajusta à jurisprudência do TSE (Ac. n.ºs 13.688 e 13.738).Ausente o requisito da plausibilidade.Medida cautelar julgada improcedente.

(TSE, MC n.º 853, Ac. n.º 853, de 29.9.2000, Rel. Min. Nelson Jobim)

Registro de candidatura - Dissolução de diretório municipal pelo regional - Convalidação pela comissãoexecutiva nacional - Matéria interna corporis - Não-ocorrência de inobservância ao devido processo legal, aocontraditório ou à ampla defesa - Ausência de filiação do dirigente da comissão provisória - Reexame deprovas - Divergência jurisprudencial não-configurada.

Recurso não conhecido.(TSE, RESPE n.º 16.517, Ac. n.º 16.517, de 27.9.2000, Rel. Min. Fernando Neves)

Mandado de segurança. Partido político. Expulsão de filiado.Admissível a segurança contra a sanção disciplinar, se suprimida a possibilidade do filiado disputar o

pleito, por não mais haver tempo de filiar-se a outro partido político.Não há vício no ato que culminou com a expulsão quando, intimado de todas as fases do processo

disciplinar, o filiado apresentou ampla defesa.As razões que moveram o partido a aplicar a sanção disciplinar constituem matéria interna corporis,

que não se expõe a exame pela Justiça Eleitoral.Segurança denegada.

(TSE, MS n.º 2.821, Ac. n.º 2.821, de 15.8.2000, Rel. Min. Garcia Vieira)

Recurso Especial. Convenção Partidária. Credenciamento de delegados. Controvérsia a respeito daobservância das normas estatutárias. Alegação genérica de violação das normas da Lei n.º 9.504/97 e deprincípios constitucionais. Inviabilidade de conhecimento do recurso a teor da Súmula 284 do STF. Divergênciajurisprudencial a respeito da possibilidade de ser submetida à apreciação do judiciário questões partidáriasinterna corporis.

1. A eventual violação à norma estatutária de partido não dá ensejo ao conhecimento do recursoespecial.

2. A alegação genérica de negativa de vigência de dispositivos legais que tratam de formação decoligações, das convenções partidárias e do registro das candidaturas e ainda de princípios constitucionaispelo fato de ter o aresto recorrido entendido - em face de normas estatutárias – que não houve tempestivoe legítimo credenciamento de convencionais impede a exata compreensão da controvérsia – Súmula 284do STF.

3. Não tendo o aresto recorrido perfilhado o entendimento de que são excluídos da apreciação pelopoder judiciário os atos partidários interna corporis, não prospera a alegação de dissídio jurisprudencial com

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TRE-CE/2004 27

EMENTÁRIO TEMÁTICO

arestos que adotaram tese oposta.Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 15.791, Ac. n.º 15.791, de 4.3.1999, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

Impugnação à composição parcial de coligação. Legitimidade de representação da comissãoreconhecida pelo diretório nacional e pelo TRE. Violação à Lei n.º 9.504, art. 8º, e divergência jurisprudencial.Inocorrência.

1. A pretensão de anulação de chapa por facção que não possui legitimidade para representar opartido, carece da demonstração de efetivo prejuízo. Incidência do CE, art. 219.

2. Questões pertinentes ao cumprimento do estatuto partidário não são passíveis de apreciação nestaesfera recursal.(TSE, RESPE n.º 15.441, Ac. n.º 15.441, de 4.9.1998, Rel. Min. Edson Vidigal)

Fundo partidário - Quotas não repassadas ao diretório regional pelo diretório nacional.Distribuição dos recursos - Matéria a ser disciplinada nos estatutos.Submissão à Justiça Comum em caso de possível infração.

(TSE, PET n.º 380, Res. n.º 20.119, de 10.3.1998, Rel. Min. Costa Porto)

Intervenção de diretório regional de partido político em diretório municipal, com designação de comissãoprovisória. Alegada afronta aos princípios da ampla defesa e do contraditório.

Incompetência da Justiça Eleitoral para dirimir conflito instaurado entre órgãos do mesmo partidopolítico.

Legitimidade da escolha de candidatos efetuada por convenção partidária convocada por comissãoprovisória cuja nomeação decorreu do ato interventivo não impugnado perante os órgãos competentes daprópria agremiação política.

Recurso conhecido e provido.(TSE, RESPE n.º 13.212, Ac. n.º 13.212, de 4.11.1997, Rel. Min. Ilmar Galvão)

Diretório Municipal. Anotação. Órgão que teria sido escolhido em convenção convocada e realizadapor comissão executiva que se achava com seu prazo de validade vencido. Alegada ofensa aos arts. 17, daCF; 1º, 2º e 3º, da Lei n.º 9.096/95. Pretenso dissídio jurisprudencial.

Havendo-se limitado a comissão executiva a cumprir instruções do diretório nacional do partido,expedidas por intermédio do diretório regional, não havia a Justiça Eleitoral de cogitar do respectivo prazo devalidade sem, aí sim, adentrar no vedado campo da matéria “interna corporis”. Dissídio jurisprudencial nãodemonstrado. Ausência de violação do princípio da autonomia partidária, consagrada nos dispositivosconstitucionais e legais invocados.

Recurso não conhecido.(TSE, RESPE n.º 14.796, Ac. n.º 14.796, de 22.4.1997, Rel. Min. Ilmar Galvão)

Partido Político - Autonomia Partidária - Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional.Os atos partidários que importem lesão a direito subjetivo não estão excluídos da apreciação pelo

judiciário, não importando a prestação jurisdicional violação da autonomia constitucional conferida aos partidos.(TSE, RESPE n.º 13.750, Ac. n.º 13.750, de 12.11.1996, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

Autonomia partidária - preceito constitucional.Dissolução de órgão partidário procedida sem respeito ao devido processo e sem garantia do contraditório

e da defesa - garantias constitucionais.Situação fática que afasta a aplicação da autonomia partidária, cujo objetivo e dignificar os partidos.Recurso nao conhecido.

(TSE, RESPE n.º 14.713, Ac. n.º 14.713, de 4.11.1996, Rel. Min. Diniz de Andrada)

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

28 TRE-CE/2004

Diretório municipal. Intervenção. Matéria “interna corporis”. Precedentes do TSE. Segurança denegada.Caso em que figura como autoridade coatora dirigente partidário.

Recursos ordinários não providos.(TSE, RMS n.º 40, Ac. n.º 40, de 2.10.1996, Rel. Min. Nílson Naves)

Autonomia partidária. Constituição, art. 17, parágrafo 1º .A autonomia assegurada aos partidos políticos não significa estejam imunes ao cumprimento das

leis, devendo a Justiça Eleitoral por isso zelar quando proceder ao registro de candidaturas.(TSE, RESPE n.º 12.990, Ac. n.º 12.990, de 23.9.1996, Rel. Min. Eduardo Ribeiro)

Agravo Regimental. Despacho que suspendeu os efeitos de decisão da Corte Regional anulatória deato partidário de intervenção em diretório municipal.

Descabimento da medida, se patente que o ato impugnado não pôs em risco a normalidade do processoeleitoral.

Agravo provido.(TSE, AMC n.º 59, Ac. n.º 59, de 18.9.1996, Rel. Min. Ilmar Galvão)

Registro de Candidato - Recurso interposto por parte ilegítima e que não impugnou o pedido de registro- Alegação de irregularidade na convenção do partido - Matéria “interna corporis” - Impossibilidade de apreciaçãopela Justiça Eleitoral em sede de impugnação a registro de candidatura.

Recursos não conhecidos.(TSE, RESPE n.º 13.020, Ac. n.º 13.020, de 17.9.1996, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

Recurso Especial. Diretório Municipal. Pedido de Registro. Deferimento pela Corte Regional.Alegada violação de lei e divergência jurisprudencial, por terem sido feridas as normas legais que

determinam o sigilo do voto. Inocorrência de votação individualizada e existência de voto cumulativo sem apermissão legal.

O voto cumulativo é questão interna corporis do partido, não cabendo à Justiça Eleitoral se imiscuir navida das agremiações (CF, art. 17, parágrafo 1º).

Inexistente a nulidade ex officio, por se tratar de matéria afeta à intimidade do partido.Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 9.807, Ac. n.º 13.489, de 8.6.1993, Rel. Min. Flaquer Scartezzini)

Eleitoral. Partido Político. Mandado de Segurança: sanção disciplinar consistente na expulsão dopartido. Cabimento da segurança. Recurso tempestivo: seu processamento.

I - atingindo a sanção disciplinar o status do filiado e, por isso, sua condição de elegibilidade, a estedeve ser assegurada a garantia constitucional do mandado de segurança e a jurisdição da Justiça Eleitoral.

II - recurso interposto tempestivamente perante a direção partidária e dirigido à convenção nacional:deferimento parcial da segurança para que o citado recurso seja processado e decidido pelo órgão competente,a convenção nacional.(TSE, MS n.º 1.534, Ac. n.º 13.454, de 25.5.1993, Rel. Min. Diniz de Andrada)

Registro de diretório municipal e respectiva comissão executiva. Impugnação da comissão executivaregional. Ofensa ao estatuto do partido. Intervenção no diretório municipal. Autonomia aos partidos políticospara definir sua estrutura interna, organização e funcionamento - art. 17, parágrafo 1º, da Constituição Federal.

O pedido de registro de diretório municipal e de sua comissão executiva não pode ser feito diretamenteao Tribunal Regional Eleitoral, quando há expressa norma estatutária, dispondo que essa tarefa é reservadaà comissão executiva regional. A divergência entre partidários da agremiação na área municipal, motivando

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TRE-CE/2004 29

EMENTÁRIO TEMÁTICO

intervenção da regional, não justifica o pedido de registro de diretório diretamente ao Tribunal RegionalEleitoral. A disposição violada constitui matéria interna corporis do partido, insuscetível de exame pela JustiçaEleitoral. Recurso da comissão executiva regional provido para reformar a decisão do tribunal a quo, eindeferir o registro do diretório municipal e respectiva comissão executiva.(TSE, RESPE n.º 12.302, Ac. n.º 12.302, de 23.4.1992, Rel. Min. José Cândido)

Representação. Comissão Executiva Nacional. Partido Social Democrático - PSD. Diretório Nacionaldo Partido. Supostas irregularidades na exclusão de membros.

Questão “interna corporis” do partido.Iterativa a jurisprudência do Tribunal no sentido do descabimento do exame, pela Corte, de atos

restritos ao âmbito dos órgãos partidários.Não conhecimento.

(TSE, RP n.º 11.928, Res. n.º 17.392, de 18.4.1991, Rel. Min. Américo Luz)

Convenção. Coligação ou candidatura própria. Se a convenção deliberou, pela ampla maioria de seusconvencionais, por apoiar candidato de outro partido, não pode a Justiça Eleitoral, sem quebra do princípioda autonomia partidária, autorizar alternativamente a candidatura própria. Recurso não conhecido.(TSE, RESPE n.º 9.161, Ac. n.º 11.525, de 13.9.1990, Rel. Min. Villas Boas)

Partido político. Convenção. Fixação de data. Ato interna corporis. Incompetência da Justiça Eleitoralpara sua apreciação.

A fixação de data para realização de convenção partidária é ato da conveniência do partido, nãocompetindo à Justiça Eleitoral julgar sobre a conveniência, ou não, de sua realização. Inexistência de direitolíquido e certo a ser amparado pelo “writ”.

Recurso Ordinário desprovido.(TSE, RMS n.º 1.125, Ac. n.º 11.030, de 6.2.1990, Rel. Min. Sydney Sanches)

3.2. DECISÕES DO TRE-CE

Conflito negativo de competência. Requerimento de registro de candidatura individual. Eleições de2002. Deputado estadual. Candidato não escolhido em convenção partidária. Pretensão de filiado não escolhidoem convenção ingressar na lista de candidatos escolhidos pelo partido. Questão interna corporis da agremiaçãopartidária. Incompetência da Justiça Eleitoral para apreciação da matéria. Decisão unânime.(TRE-CE, RC n.º 11.650, Res. n.º 11.650, de 23.9.2002, Rel. Juiz Jorge Aloísio Pires)

Pendência entre candidato e dirigentes da coligação a respeito de inserção propagandística no horáriogratuito da televisão. Matéria que refoge à competência da Justiça Eleitoral, já que resolvível pelo órgãointerno a que faz referência o art. 33 da Resolução TSE n.º 20.562, regente do assunto. Recurso conhecido,mas improvido, confirmada por seus próprios e irreprocháveis fundamentos à prolação a quo.

Decisão unânime.(TRE-CE, RE n.º 12.172, Ac. n.º 12.172, de 21.9.2000, Rel. Juiz Luiz Gerardo de Pontes Brígido)

Recurso eleitoral. Dupla filiação. Ausência de comunicação à Justiça Eleitoral. Não caracterização.Pedido de nulidade de convenção partidária competência da Justiça Estadual.

- O eleitor que se desfilia de um partido político para ingressar em outro, e tem o seu nome incluídonas listas do Sistema de Informática do TRE, como filiado apenas ao seu novo partido, não pode ser acusadode dupla filiação, nos termos da Lei n.º 9.096/95, art. 22, parágrafo único.

- Pedido de nulidade da convenção do PSD de Limoeiro do Norte. Competência da Justiça Estadual.

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

30 TRE-CE/2004

- Recurso, em parte conhecido, e improvido.- Decisão unânime.

(TRE-CE, RE n.º 11.784, Ac. n.º 11.784, de 20.3.2001, Rel. Juiz Francisco das Chagas Fernandes)

“Registro de candidatura. Candidato não escolhido em convenção partidária. Impossibilidade. Excetuada ahipótese de candidatura nata, é conditio sine qua non para a concessão do registro a escolha do nome docandidato em convenção partidária”... (Recurso Ordinário TSE n.º 165, de 01/09/1998, Rel. Min. Maurício Corrêa).

- A inobservância de normas estatutárias no processo de indicação dos candidatos pelo partido políticoé matéria interna corporis, de exclusivo interesse das agremiações, podendo ser questionada em órgãopartidário hierarquicamente superior.

- Recurso conhecido e improvido. Registro indeferido. Decisão unânime.(TRE-CE, RE n.º 11.940, Ac. n.º 11.940, de 4.9.2000, Rel. Juiz Luiz Nivardo Cavalcante de Melo)

Em respeito aos superiores princípios constitucionais, se o candidato não tem contra si condenaçãocriminal, nem se insere em qualquer das hipóteses de inelegibilidades, sendo homem de bem e tendoincólume todos os seus direitos políticos, não há como negar-lhe registro, apenas porque um grupo dedescontentes promoveu uma outra convenção, tentando anular a primeira. Questão interna corporis. Recursoconhecido e improvido.(TRE-CE, RE n.º 11.938, Ac. n.º 11.938, de 4.9.2000, Rel. Des. José Mauri Moura Rocha)

- Julgamento conjunto, conforme art. 45 do Regimento Interno deste Regional.- Nâo se verifica alteração da causa de pedir quando se atribui ao fato ou ao conjunto de fatos qualificação

jurídica diversa da originalmente atribuída (narra mihi factum, narro tibi jus).- “Filiação partidária. Matéria interna corporis.- Autonomia dos partidos políticos (art. 17, § 1º, da Constituição)...” (Recurso em Mandado de Segurança

n.º 5, de 21/03/1996, Rel. Min. Diniz de Andrada, in RJTSE, Volume 8, Tomo 1, página 11).- Incompetência da Justiça Eleitoral para discussão acerca de assunto interna corporis do partido político.- Recursos conhecidos e improvidos. Registros deferidos. Decisão unânime.

(TRE-CE, RE n.º 12.068, Ac. n.º 12.068, de 11.9.2000, Rel. Juiz Luiz Nivardo Cavalcante de Melo)

Partido Político. Expulsão de Filiado. Questão interna corporis do partido. Incompetência da JustiçaEleitoral para o exame da matéria. esgotada a esfera partidária de maior abrangência, compete para conhecerdo assunto a Justiça comum, para onde os autos devem retornar.(TRE-CE, AC n.º 11.014, Ac. n.º 11.014, de 30.8.2000, Rel. Juiz José Danilo Correia Mota)

Registro de candidato - 1. A alegativa de irregularidade no processo de expulsão de filiado é questãointerna corporis, que não cabe apreciada em recurso contra indeferimento de candidatura. Deve, a critério dointeressado, ser objeto de processo distinto, para julgamento do qual é incompetente a Justiça Eleitoral. 2.Sem estar filiado a partido político, inviável o registro de candidatura. 3. Ação cautelar para desconstituir atode expulsão de filiado, somente produz seus efeitos quando julgada, não podendo a sua simples existênciainterferir no recurso em análise. Recurso improvido. Sentença confirmada.(TRE-CE, RE n.º 11.858, Ac. n.º 11.858, de 23.8.2000, Rel. Juiz José Danilo Correia Mota)

- Consulta em matéria eleitoral. Coligação Partidária.- Número de candidatos a serem registrados para a Câmara Municipal, por cada agremiação partidária

integrante da coligação. Matéria que se insere no âmbito partidário, refugindo, sua análise, da competênciada Justiça Eleitoral.

- Consulta não conhecida. Maioria.(TRE-CE, CTA n.º 11.024, Res. n.º 11.024, de 16.2.2000, Rel. Juiz Luiz Nivardo Cavalcante de Melo)

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TRE-CE/2004 31

EMENTÁRIO TEMÁTICO

4. CONDUT4. CONDUT4. CONDUT4. CONDUT4. CONDUTAAAAAS VEDS VEDS VEDS VEDS VEDADADADADADAAAAASSSSS

4.1. PUBLICIDADE INSTITUCIONAL

Propaganda institucional estadual. Governador. Responsabilidade. Conduta vedada. Art. 73, VII, daLei n.º 9.504/97.

Embargos de declaração. Omissão. Ausência.Multa. Aplicação. Mínimo legal. Impossibilidade. Gravidade da infração.1. A aplicação da multa no valor máximo, por transgressão à regra do art. 73, VII, da Lei n.º 9.504/97,

justifica-se pelo uso da propaganda institucional em benefício do candidato à reeleição e, ainda, pela grandemonta de recursos, o que evidencia a gravidade da infração.

Embargos rejeitados.(TSE, ERESPE n.º 21.307, Ac. n.º 21.307, de 19.2.2004, Rel. Min. Fernando Neves)

Agravo de instrumento - Investigação judicial - Uso de símbolo semelhante ao da administração municipalem campanha eleitoral - Perícia - Indeferimento - Preliminar de cerceamento de defesa - Afastamento -Competência da Justiça Eleitoral - Configuração - Abuso do poder político - Impossibilidade - Art. 74 da Lein.º 9.504/97 - Art. 37, § 1º, da Constituição da República - Objeto - Propaganda institucional - Divergênciajurisprudencial ou violação à lei - Ausência - Agravo não provido.

1. A Justiça Eleitoral é competente para examinar investigação judicial proposta para apurar a possívelutilização de símbolo da administração municipal em campanha eleitoral.

2. O uso de símbolo de governo em campanha eleitoral pode configurar crime previsto no art. 40 da Lein.º 9.504/97.

3. O art. 74 da Lei n.º 9.504/97 cuida unicamente da utilização de propaganda institucional com finsde promoção pessoal, com violação do art. 37, § 1º, da Constituição da República, e não de atos de campanhade candidato.(TSE, AG n.º 4.371, Ac. n.º 4.371, de 18.12.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Agravo de instrumento. Art. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97. Autorização e veiculação de propagandainstitucional.

Basta a veiculação de propaganda institucional nos três meses anteriores ao pleito para que seconfigure a conduta vedada no art. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97, independentemente de a autorização tersido concedida ou não nesse período.

Porém, em se tratando de placas referentes a obras, é necessário que se tenha a comprovação daresponsabilidade efetiva do candidato para que lhe seja aplicável a pena pecuniária (art. 73, § 4º, da Lei n.º9.504/97).

Precedentes.Provimento do agravo para que subam os autos principais.

(TSE, AG n.º 4.365, Ac. n.º 4.365, de 16.12.2003, Relª. Minª. Ellen Gracie Nortfleet)

Agravo regimental em representação. Investigação judicial. Propaganda institucional realizada emperíodo não vedado por lei. Alegação de infringência ao disposto no art. 37, § 1º, CF. Inexistência de indíciosou circunstâncias que evidenciem repercussão no processo eleitoral. Hipótese que não se ajusta à moldurada representação prevista na Lei das Inelegibilidades. Improvimento.

A realização da propaganda institucional, em desacordo com o art. 37, § 1º, da Constituição, constitui

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

32 TRE-CE/2004

quebra do princípio da impessoalidade, desvio cujo exame se fixa, de ordinário, fora da órbita da JustiçaEleitoral.

Para que se admita a apuração dos reflexos de atos dessa natureza no processo eleitoral, medianteinvestigação judicial, necessária se faz ao menos a demonstração da existência de indícios ou circunstânciasque evidenciem a intenção de influir nas eleições, com nítido propósito de beneficiar determinado candidatoou partido político, pressuposto para a representação de que cuida o art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90.(TSE, ARP n.º 668, Ac. n.º 668, de 2.10.2003, Rel. Min. Barros Monteiro)

Recursos especiais. Representação. Propaganda institucional veiculada em período vedado. Art. 73,VI, b, da Lei 9.504/97.

1. O art. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97 veda a veiculação de propaganda institucional nos três mesesanteriores ao pleito, mesmo que tenha sido autorizada antes deste período. Precedentes da Corte.

2. Para a imposição da multa do art. 73, § 8º, da Lei n.º 9.504/97, é imperioso que o candidato tenhasido efetivamente beneficiado pela propaganda ilegal.

3. Primeiro recurso especial não conhecido. Segundo recurso especial conhecido e provido.(TSE, RESPE n.º 21.106, Ac. n.º 21.106, de 8.5.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Conduta vedada - Art. 73 da Lei n.º 9.504/97 - Propaganda institucional em período vedado - Placas deobras - Convênio entre o estado e o município - Nomes de dois candidatos a deputado - Beneficiários - Multa- §§ 4º e 8º do art. 73 da Lei n.º 9.504/97 - Governador - Responsabilidade - Falta de comprovação - Multa -Insubsistência.

1. Para a imposição de multa ao agente público, é imprescindível a comprovação de sua responsabilidadepela conduta vedada.(TSE, RESPE n.º 21.152, Ac. n.º 21.152, de 22.4.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Investigação judicial. Propaganda institucional realizada em período não vedado por lei. Alegação deinfringência ao disposto no art. 37, § 1º, CF. Inexistência de promoção de autoridades ou servidores públicos.Desvio ou abuso do poder de autoridade não caracterizado. Improcedência da representação. Possibilidadede ser dispensada a dilação probatória - Fatos dependentes de prova exclusivamente documental, já produzida.

I - Não obstante prevista dilação probatória no rito da investigação judicial (Lei Complementar n.º 64/90, art. 22, I, a), esta se dará tão-somente quando cabível. Dispensável quando a apreensão dos fatossubmetidos ao exame da Justiça Eleitoral reclamar prova exclusivamente documental, já produzida nosautos.

II - A propaganda institucional tem autorização prevista no art. 37, § 1º, da Constituição, devendo tercaráter educativo, informativo ou de orientação social.

III - Inexistência, no caso concreto, de nomes, símbolos ou imagens que pudessem caracterizarpromoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, a constituir violação ao preceito constitucional e,portanto, desvio ou abuso do poder de autoridade em benefício de candidato ou partido político, para osefeitos previstos no art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90.

IV - É admissível, ao menos em tese, que, em situações excepcionais, diante de eventual violação ao§ 1º do art. 37 da Constituição, perpetrada em momento anterior aos três meses que antecedem as eleições,desde que direcionada a nelas influir, com nítido propósito de beneficiar determinado candidato ou partidopolítico, seja a apuração dos reflexos daquele ato no processo eleitoral, já em curso, promovida pela JustiçaEleitoral, mediante investigação judicial.

V - Inconveniência de se impor rigidez absoluta à delimitação da matéria a ser submetida, em sede deinvestigação judicial, ao exame da Justiça Eleitoral, ante a sofisticação com que, em matéria de eleições, setem procurado contornar os limites da lei, cuja fragilidade é inegável, na tentativa de se auferir benefíciosincompatíveis com a lisura e a legitimidade do pleito.(TSE, RP n.º 404, Ac. n.º 404, de 5.11.2002, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

Conduta vedada – Art. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97 – Propaganda institucional. Carnaval fora de época– Apoio do governo estadual – Contratação de conjuntos musicais.

Abadás – Nome e número de governadora, candidata à reeleição e de outros candidatos.Não-caracterização de propaganda institucional.Vestimentas dos brincantes – Fabricação e venda pelos blocos carnavalescos aos participantes.Multa – Coligação – Impossibilidade.1. Propaganda institucional é aquela que divulga ato, programa, obra, serviço e campanhas do governo

ou órgão público, autorizada por agente público e paga pelos cofres públicos.2. A divulgação de nomes e números de candidatos não se confunde com propaganda institucional,

ainda mais quando não envolve recursos públicos.3. Somente a agente público pode ser aplicada a multa por infração à letra b do inciso VI do art. 73 da

Lei n.º 9.504/97.(TSE, RESPE n.º 20.972, Ac. n.º 20.972, de 5.11.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Propaganda eleitoral - Uso do brasão da prefeitura - Multa - Art. 73, inciso VI, b, da Lei n° 9.504/97 -Impossibilidade. Recurso conhecido e provido.

1. Para a imposição da multa prevista no § 4° do art. 73 da Lei n° 9.504/97, pelo exercício da condutavedada no inciso VI, b, do mesmo artigo, é necessário que se trate de propaganda institucional, autorizadapor agente público e paga pelos cofres públicos.(TSE, RESPE n.º 19.665, Ac. n.º 19.665, de 6.6.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Propaganda institucional - Imóveis públicos - Uso de cores - Identificação dos administradores - Abusode autoridade - Art. 74 da Lei n.º 9.504/97 - Art. 37, § 1º, da Constituição da República.

Fatos não registrados na decisão recorrida - Abuso não reconhecido.Recurso não conhecido.1. O uso sistemático de cores pode caracterizar símbolo ou imagem para fins do § 1º do art. 37 da

Constituição da República.2. O emprego em obras ou imóveis públicos de qualquer meio que possa identificar a autoridade por

eles responsável pode vir a constituir propaganda institucional.(TSE, RESPE n.º 19.492, Ac. n.º 19.492, de 13.12.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

Propaganda eleitoral extemporânea e subliminar em jornal e outdoors. Alegação de violação aos arts.36, § 3º, da Lei 9.504/97 e 333 do CPC: Improcedência. Dissídio jurisprudencial não demonstrado.

1. Para a configuração da publicidade institucional é imprescindível a presença dos caracteres educativo,informativo ou de orientação social, previstos na Constituição Federal (Precedente: Acórdão n.º 15.749, de04.03.99, Rel. Min. Costa Porto).

2. Considera-se propaganda eleitoral subliminar a publicidade que traça paralelo entre a Administraçãoatual e a anterior, despertando a lembrança dos eleitores para as qualidades do administrador candidato àreeleição.

3. O simples argumento de que a produção, escolha, supervisão e veiculação da publicidade estãosob a responsabilidade de agente público diverso do titular da Administração não é suficiente para ilidir oprévio conhecimento deste.

4. Recurso não conhecido.(TSE, RESPE n.º 19.331, Ac. n.º 19.331, de 13.9.2001, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Propaganda institucional em período vedado (Lei 9.504/97, art. 73, § 4°) - Mensagens intermitentes,colocadas em relógios eletrônicos instalados em pontos de grande convergência de público.

1. Incontroverso o fato de que foram veiculadas mensagens alusivas à ação administrativa da Prefeitura

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

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em momento anterior à vedação legal dos três meses que antecedem o pleito.2. A permanência de placas em obras públicas, antes do período vedado, é admissível, desde que

delas não constem expressões que possam identificar autoridades, servidores ou administrações cujosdirigentes estejam em campanha eleitoral (Precedentes: Representação 57 e Recurso Especial 19.323).

3. Recurso especial conhecido e provido.(TSE, RESPE n.º 19.326, Ac. n.º 19.326, de 16.8.2001, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Propaganda eleitoral antecipada – Art. 36, § 3º da Lei n.º 9.504/97 – Propaganda institucional –Prefeitura – Legitimidade passiva – Imposição de multa – Responsabilidade – Agente político. Fato anteriorao período eleitoral – Competência da Justiça Eleitoral.

1. A Municipalidade é parte legítima para figurar no pólo passivo, de modo a poder defender a regularidadede sua propaganda institucional, propaganda que pode vir a ser proibida ou suspensa.

2. Em se tratando de propaganda institucional, o responsável pela propaganda irregular é o agentepolítico, a quem deve ser imposta a multa.

3. A Justiça Eleitoral é competente para apreciar representação que tem por objeto fatos anteriores àsconvenções.(TSE, AG n.º 2.706, Ac. n.º 2.706, de 21.6.2001, Rel. Min. Fernando Neves )

Recurso especial. Propaganda institucional. Agente político não concorrente a cargo eletivo.Possibilidade. A propaganda institucional realizada pelos agentes políticos, cujos cargos não estejam emdisputa na eleição, é procedimento autorizado pelo artigo 37, § 1º da Constituição Federal. Se, todavia,houver quebra do princípio da impessoalidade, a infração que daí decorre é de caráter necessariamenteadministrativo, devendo ser apurada e julgada por meio de ação própria prevista na Lei n.º 8.429/92, nãoencontrando foro adequado no âmbito da Justiça Eleitoral.

Recurso especial conhecido e provido.(TSE, RESPE n.º 15.807, Ac. n.º 15.807, de 17.6.1999, Rel. Min. Maurício Corrêa)

4.2. OUTROS CASOS DE CONDUTAS VEDADAS

Representação. Investigação judicial. Art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90. Art. 73, inciso II, § 5º, daLei n.º 9.504/97. Cestas básicas. Distribuição. Vales-combustível. Pagamento pela Prefeitura. Eleições.Resultado. Influência. Potencialidade. Abuso do poder econômico. Conduta vedada. Inelegibilidade. Cassaçãode diploma. Possibilidade.

1. A comprovação da prática das condutas vedadas pelos incisos I, II, III, IV e VI do art. 73 da Lei n.º9.504/97 dá ensejo à cassação do registro ou do diploma, mesmo após a realização das eleições.(TSE, RESPE n.º 21.316, Ac. n.º 21.316, de 30.10.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Embargos de declaração - Contradição - Inexistência.1. A contratação e demissão de servidores temporários constitui, em regra, ato lícito permitido ao

administrador público, mas que a lei eleitoral torna proibido, nos três meses que antecedem a eleição até aposse dos eleitos, a fim de evitar qualquer tentativa de manipulação de eleitores.

2. A contratação temporária, prevista no art. 37, IX, da Constituição Federal, possui regime próprio quedifere do provimento de cargos efetivos e de empregos públicos mediante concurso e não se confunde,ainda, com a nomeação ou exoneração de cargos em comissão ressalvadas no art. 73, V, da Lei n.º 9.504/97, não estando inserida, portanto, na alínea a desse dispositivo.

3. Para configuração da conduta vedada pelo art. 73 da Lei das Eleições, não há necessidade de seperquirir sobre a existência ou não da possibilidade de desequilíbrio do pleito, o que é exigido no caso deabuso de poder.

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

4. As condutas vedadas no art. 73 da Lei n.º 9.504/97 podem vir a caracterizar, ainda, o abuso dopoder político, a ser apurado na forma do art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90, devendo ser levadas emconta as circunstâncias, como o número de vezes e o modo em que praticadas e a quantidade de eleitoresatingidos, para se verificar se os fatos têm potencialidade para repercutir no resultado da eleição.

5. O uso da máquina administrativa, não em benefício da população, mas em prol de determinadacandidatura, reveste-se de patente ilegalidade, caracterizando abuso do poder político, na medida em quecompromete a legitimidade e normalidade da eleição.

6. Embargos rejeitados.(TSE, ERESPE n.º 21.167, Ac. n.º 21.167, de 21.8.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Agravo regimental. Provimento. Recurso especial. Art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97. Serviço de cunhosocial custeado pela Prefeitura Municipal, posto à disposição dos cidadãos. Ampla divulgação. Ocorrênciada prática vedada, a despeito de seu caráter meramente potencial. Responsabilidade dos candidatos, peladistribuição dos impressos, defluente da prova do cabal conhecimento dos fatos. Art. 22, XV, da LC n.º 64/90. A adoção do rito desse artigo não impede o TRE de aplicar a cassação do diploma, prevista no art. 73, §5º, da Lei n.º 9.504/97, bem como não causa prejuízo à defesa. Art. 14, § 9º, da CF/88. Não implica novahipótese de inelegibilidade prever-se a pena de cassação do diploma no referido art. 73, § 5º, da Lei n.º9.504/97. Dissídio pretoriano. Não-ocorrência. Ausência do cotejo analítico. Aplicação da Súmula n.º 291/STF. Recurso não conhecido.

- A mera disposição, aos cidadãos, de serviço de cunho social custeado pela Prefeitura Municipal, pormeio de ampla divulgação promovida em prol de candidatos a cargos eletivos, importa na violação do art. 73,IV, da Lei das Eleições.

- A responsabilidade dos candidatos pela distribuição dos impressos deflui da circunstância de quetinham cabal conhecimento dos fatos, tanto que acompanharam pessoalmente a distribuição daquele material.

- Ainda que adotado o rito previsto no art. 22 da LC n.º 64/90, não está o Regional impedido de aplicara cassação do diploma estabelecida no art. 73, § 5º, da Lei n.º 9.504/97. Precedentes. Também não há falarque isso importe em prejuízo à defesa.

- Não consiste em nova hipótese de inelegibilidade a previsão, no indigitado art. 73, § 5º, da Lei n.º9.504/97, da pena de cassação do diploma, que representou tão-somente o atendimento, pelo legislador, deum anseio da sociedade de ver diligentemente punidos os candidatos beneficiados pelas condutas ilícitasdescritas nos incisos I a IV e VI desse artigo.

- Inviável o dissídio pretoriano alegado, à falta do indispensável cotejo analítico. Incidência do VerbeteSúmular n.º 291/STF.

Recurso especial de que não se conhece.(TSE, ARESPE n.º 20.353, Ac. n.º 20.353, de 17.6.2003, Rel. Min. Barros Monteiro)

Agravo regimental no agravo de instrumento. Interposição de ação de investigação judicial. Fatosimputados à parte e fundamentação com base no art. 73, I e III, da Lei n.º 9.504/97. Limite do pedido. Ratiopetendi substancial.

1. Os limites do pedido são demarcados pela ratio petendi substancial, segundo os fatos imputadosà parte.

2. Descrita na representação conduta vedada a agente público (art. 73 da Lei n.º 9.504/97), deve serobservado o rito do art. 96 da Lei n.º 9.504/97.

Agravo regimental improvido.(TSE, AAG n.º 3.363, Ac. n.º 3.363, de 10.6.2003, Rel. Min. Carlos Velloso)

Agravo de instrumento. Agravo regimental. Contratação de pessoal - Art. 73, V, da Lei n.º 9.504/97 -Surto de dengue - Serviço essencial e inadiável - Convênio - Assinatura e aditamento - Anterioridade - Pleito- Chefe do Poder Executivo - Autorização - Alínea d - Não-ocorrência.

1. A autorização referida na alínea d do inciso V do art. 73 da Lei n.º 9.504/97 deve ser específica para

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

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a contratação pretendida e devidamente justificada.2. O fato de se tratar de contratação de pessoal para prestar serviços essenciais e inadiáveis não

afasta a necessidade de que, no período a que se refere o inciso V do art. 73 da Lei n.º 9.504/97, hajaexpressa autorização por parte do chefe do Executivo.

Agravo a que se nega provimento.(TSE, AAG n.º 4.248, Ac. n.º 4.248, de 20.5.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Recurso especial - Admissão e dispensa de servidores temporários - Conduta vedada - Art. 73, V, daLei n.º 9.504/97 - Dificultar ou impedir o exercício funcional - Caracterização - Reexame de fatos e provas -Impossibilidade - Atos que podem também configurar abuso do poder político a ser apurado por meio deinvestigação judicial, na forma do art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90.

Recursos especiais não conhecidos.(TSE, RESPE n.º 21.167, Ac. n.º 21.167, de 8.4.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Representação. Mensagem eletrônica com conteúdo eleitoral. Veiculação. Intranet de Prefeitura.Conduta vedada. Art. 73, I, da Lei n.º 9.504/97. Caracterização.

1. Hipótese em que a Corte Regional entendeu caracterizada a conduta vedada a que se refere o art.73, I, da Lei das Eleições, por uso de bem público em benefício de candidato, imputando a responsabilidadeao recorrente. Reexame de matéria fática. Impossibilidade.

2. Para a configuração das hipóteses enumeradas no citado art. 73 não se exige a potencialidade daconduta, mas a mera prática dos atos proibidos.

3. Não obstante, a conduta apurada pode vir a ser considerada abuso do poder de autoridade, apurávelpor meio de investigação judicial prevista no art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90, quando então haverá deser verificada a potencialidade de os fatos influenciarem o pleito.

4. Não há que se falar em violação do sigilo de correspondência, com ofensa ao art. 5º, XII, daConstituição da República, quando a mensagem eletrônica veiculada não tem caráter sigiloso, caracterizandoverdadeira carta circular.

Recurso especial não conhecido.(TSE, RESPE n.º 21.151, Ac. n.º 21.151, de 27.3.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Revisão geral de remuneração de servidores públicos - Circunscrição do pleito - Art. 73, inciso VIII, daLei n.º 9.504/97 - Perda do poder aquisitivo - Recomposição - Projeto de lei - Encaminhamento - Aprovação.

1. O ato de revisão geral de remuneração dos servidores públicos, a que se refere o art. 73, inciso VIII,da Lei n.º 9.504/97, tem natureza legislativa, em face da exigência contida no texto constitucional.

2. O encaminhamento de projeto de lei de revisão geral de remuneração de servidores públicos queexceda à mera recomposição da perda do poder aquisitivo sofre expressa limitação do art. 73, inciso VIII, daLei n.º 9.504/97, na circunscrição do pleito, não podendo ocorrer a partir do dia 9 de abril de 2002 até a possedos eleitos, conforme dispõe a Resolução/TSE n.º 20.890, de 9.10.2001.

3. A aprovação do projeto de lei que tiver sido encaminhado antes do período vedado pela lei eleitoralnão se encontra obstada, desde que se restrinja à mera recomposição do poder aquisitivo no ano eleitoral.

4. A revisão geral de remuneração deve ser entendida como sendo o aumento concedido em razão dopoder aquisitivo da moeda e que não tem por objetivo corrigir situações de injustiça ou de necessidade derevalorização profissional de carreiras específicas.(TSE, CTA n.º 782, Res. n.º 21.296, de 12.11.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Representação. Prefeito. Candidato à reeleição. Participação. Inauguração. Guarnição do Corpo deBombeiros. Art. 77 da Lei n° 9.504/97. Conduta vedada.

1. A proibição de participação de candidatos a cargos do Poder Executivo em inaugurações de obraspúblicas tem por fim impedir que eventos patrocinados pelos cofres públicos sejam desvirtuados e utilizados

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

em prol das campanhas eleitorais.2. É irrelevante, para a caracterização da conduta, se o candidato compareceu como mero espectador

ou se teve posição de destaque na solenidade.Recurso conhecido e provido.

(TSE, RESPE n.º 19.404, Ac. n.º 19.404, de 18.9.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

Conduta vedada - Art. 73, I, da Lei n.º 9.504/97 - Uso de veículo - Polícia Militar - Caráter eventual -Conduta atípica. Cassação de registro - Representação - Art. 96 da Lei n.º 9.504/97 - Possibilidade.

1. A melhor interpretação do inciso I do art. 73 da Lei n.º 9.504/97 é aquela no sentido de que a cessãoou o uso de bens públicos móveis e imóveis em benefício de candidato ou partido ocorra de forma evidente eintencional.

2. A aplicação da penalidade de cassação de registro de candidatura pode decorrer de violação ao art.73 da Lei n.º 9.504/97, apurada mediante representação prevista no art. 96 da mesma lei.(TSE, RESPE n.º 18.900, Ac. n.º 18.900, de 10.5.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

Recurso especial recebido como recurso ordinário. Propaganda eleitoral. Parlamentar. Utilização deserviços. Assembléia Legislativa. Abuso de autoridade. Declaração de inelegibilidade.

1. Configura abuso de autoridade a utilização, por parlamentar, para fins de campanha eleitoral, decorrespondência postada, ainda que nos limites da quota autorizada por ato da Assembléia Legislativa, mascujo conteúdo extrapola o exercício das prerrogativas parlamentares.

2. A prática de conduta incompatível com a Lei n.º 9.504/97, artigo 73, II, e com a Lei Complementar64/90, enseja a declaração de inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos três anos subseqüentesàquela em que se verificou o fato.

Recurso parcialmente provido.(TSE, RESPE n.º 16.067, Ac. n.º 16.067, de 25.4.2000, Rel. Min. Maurício Corrêa)

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5. DOMICÍLIO ELEITOR5. DOMICÍLIO ELEITOR5. DOMICÍLIO ELEITOR5. DOMICÍLIO ELEITOR5. DOMICÍLIO ELEITORALALALALAL

Recurso especial. Domicílio eleitoral. Transferência indeferida com base na negativa do único fatodeclinado no requerimento e reafirmado na defesa à impugnação. Questão de fato a cuja revisão não sepresta a via extraordinária do recurso especial (STF, Súmula 279).

1. O TSE, na interpretação dos arts. 42 e 55 do CE, tem liberalizado a caracterização do domicíliopara fim eleitoral e possibilitado a transferência - ainda quando o eleitor não mantenha residência civil nacircunscrição - à vista de diferentes vínculos com o município (histórico e precedentes).

2. Não obstante, se o requerimento de transferência se funda exclusivamente na afirmação de residiro eleitor em determinado imóvel no município e nela unicamente se entrincheira a defesa à impugnação, aconclusão negativa das instâncias ordinárias, com base na prova, não pode ser revista em recurso especial,ainda quando as circunstâncias indiquem que poderia o recorrente ter invocado outros vínculos locais, que,em tese, lhe pudessem legitimar a opção pelo novo domicílio eleitoral.(TSE, RESPE n.º 18.803, Ac. n.º 18.803, de 11.9.01, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Domicílio eleitoral. O domicílio eleitoral não se confunde, necessariamente, com o domicílio civil.A circunstância de o eleitor residir em determinado município não constitui obstáculo a que se candidate

em outra localidade onde é inscrito e com a qual mantém vínculos (negócios, propriedades, atividadespolíticas).(TSE, ARESPE n.º 18.124, Ac. n.º 18.124, de 16.11.00, Rel. Min. Garcia Vieira)

Direito eleitoral. Contraditório. Devido processo legal. Inobservância. Domicílio eleitoral. Conceituaçãoe enquadramento. Matéria de direito. Má-fé não caracterizada. Recurso conhecido e provido.

I - O conceito de domicílio eleitoral não se confunde com o de domicílio do direito comum, regido peloDireito Civil. Mais flexível e elástico, identifica-se com a residência e o lugar onde o interessado tem vínculospolíticos e sociais.

II - Não se pode negar tais vínculos políticos, sociais e afetivos do candidato com o município no qual,nas eleições imediatamente anteriores, teve ele mais da metade dos votos para o posto pelo qual disputava.

III - O conceito de domicílio eleitoral, quando incontroversos os fatos, importa em matéria de direito,não de fato.

IV - O contraditório, um dos pilares do due process of law, ao lado dos princípios do juiz natural e doprocedimento regular, é essencial a todo e qualquer tipo de processo, inclusive ao eleitoral.

V - Como cediço, a má-fé não se presume.(TSE, RESPE n.º 16.397, Ac. n.º 16.397, de 29.8.00, Rel. Min. Garcia Vieira)

Agravo de instrumento. Recurso especial. Revisão eleitoral. Domicílio eleitoral. Cancelamento deinscrição. Existência de vínculo político, afetivo, patrimonial e comunitário. Restabelecimento da inscrição.

1. Demonstrado o interesse eleitoral, o vínculo afetivo, patrimonial e comunitário da eleitora com omunicípio e não tendo ocorrido qualquer irregularidade no ato do seu alistamento, mantém-se o seu domicílioeleitoral.

2. Precedentes.3. Recurso conhecido e provido.

(TSE, AG n.º 2.306, Ac. n.º 2.306, de 17.8.00, Rel. Min. Waldemar Zveiter)

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

Agravo de instrumento. Domicílio eleitoral. Comprovação da identificação e vinculação do cidadão aomunicípio. Eleitor com residência no município e detentor de mandato de vereador. Manutenção da inscriçãoeleitoral.

1. Comprovada a identificação e vinculação do cidadão ao município, ainda que de forma diversadaquela prevista no procedimento revisional do eleitorado, mantém-se sua inscrição eleitoral.

2. Recurso provido.(TSE, AG n.º 2.196, Ac. n.º 2.196, de 15.6.00, Rel. Min. Edson Vidigal)

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6. FILIAÇÃO P6. FILIAÇÃO P6. FILIAÇÃO P6. FILIAÇÃO P6. FILIAÇÃO PARARARARARTIDÁRIATIDÁRIATIDÁRIATIDÁRIATIDÁRIA

Servidor público da Justiça Eleitoral. Filiação partidária. Impossibilidade. Pedido indeferido.(TSE, PA n.º 19.089, Res. n.º 21.570, de 25.11.03, Rel. Min. Peçanha Martins)

Consulta. Rejeição de contas pelo TCU. Inelegibilidade.A) O agente administrativo cujas contas foram rejeitadas pelo TCU e que, na eleição subseqüente,

teve seu registro deferido e foi eleito, tendo exercido todo o seu mandato, se pretender a reeleição não seráalcançado pela inelegibilidade em decorrência daquela rejeição de contas, pois “as condições de elegibilidadee as causas de inelegibilidades são aferidas com base na situação existente na data da eleição” (Acórdãon.º 18.847, de 24.10.2000, relator Ministro Fernando Neves);

B) A rejeição de contas pelo TCU pode ser causa de inelegibilidade (Lei Complementar n.º 64/90, art.1º, I, g); no entanto, a inclusão do nome do administrador público na lista remetida à Justiça Eleitoral nãogera inelegibilidade, pois se trata de procedimento meramente informativo;

O questionamento sobre a possibilidade de haver filiação partidária quando as decisões do TCU nãoforam contestadas em juízo constitui matéria interna corporis;

C) As condições de elegibilidade têm como marco a data da eleição.(TSE, CTA n.º 940, Res. n.º 21.563, de 18.11.03, Relª. Minª. Ellen Gracie Northfleet)

Consulta. Membro de tribunal de contas. Filiação. Desincompatibilização. Candidatura a cargo deprefeito e vice-prefeito. Prazo.

Os membros dos tribunais de contas, embora dispensados de filiação partidária nos termos fixadosem lei ordinária, qual seja, de um ano, haverão de obter essa condição de elegibilidade a partir de suadesincompatibilização, ou seja, no prazo de quatro meses anteriores ao pleito.(TSE, CTA n.º 956, Res. n.º 21.510, de 09.10.03, Rel. Min. Peçanha Martins)

Consulta. Filiação partidária efetuada em diretório nacional. Necessidade de comunicação ao juizeleitoral. Art. 19 da Lei n.º 9.096/95.

Prevê a lei que o partido encaminhe a relação dos filiados à Justiça Eleitoral no prazo legal, seja pormeio de seu órgão de direção nacional - em que foi feita a filiação -, seja pelo municipal.

Exegese do art. 19 da Lei n.º 9.096/95.(TSE, CTA n.º 952, Res. n.º 21.522, de 07.10.03, Relª. Minª. Ellen Gracie Northfleet)

I. A transferência para a inatividade do militar que conta menos de dez anos de serviço é definitiva, massó exigível após deferido o registro da candidatura.

II. A filiação partidária a um ano da eleição não é condição de elegibilidade do militar, donde serirrelevante a indagação sobre a nulidade da filiação do militar ainda na ativa, argüida com base no art. 142, §3º, V, da Constituição.(TSE, RESPE n.º 20.318, Ac. n.º 20.318, de 19.9.02, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Recurso especial. Registro de candidatura. Condição de elegibilidade. Filiação partidária de militar daativa. Inexigência.

A condição de elegibilidade relativa à filiação partidária contida no art. 14, § 3º, inciso V, da Constituiçãonão é exigível ao militar da ativa que pretenda concorrer a cargo eletivo, bastando o pedido de registro de

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TRE-CE/2004 41

EMENTÁRIO TEMÁTICO

candidatura, após prévia escolha em convenção partidária (Res./TSE 20.993/2002, art. 12, § 2º).Recurso especial a que se dá provimento para deferir o registro.

(TSE, RESPE n.º 20.285, Ac. n.º 20.285, de 19.9.02, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Filiação partidária: prova.A autonomia dos partidos assegura-lhes regular os pressupostos e a forma de filiação aos seus

quadros, mas a prova dessa filiação, para os fins constitutivos, é a prevista em lei (L. 9.096/95, art. 19), que,admite-se, pode ser suprida por prova documental pré-constituída e inequívoca, não, porém, por simplesdeclaração de dirigente partidário, posterior ao pedido de registro.(TSE, RESPE n.º 19.998, Ac. n.º 19.998, de 19.9.02, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Registro de candidatura. Membro do Ministério Público da União ou dos Estados. Filiação partidária.Requisito. Afastamento pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições. Precedente: Consulta n.º733-DF. Recursos dos quais não se conhece.

O membro do Ministério Público da União ou dos Estados que pretenda concorrer a cargo eletivo, paraatender à condição de elegibilidade prevista no art. 14, § 3º, V, da Constituição Federal, deverá, mediantelicença, afastar-se de suas funções institucionais pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições.

Recursos especiais não conhecidos.(TSE, RO n.º 612, Ac. n.º 612, de 19.9.02, Rel. Min. Barros Monteiro)

Registro de candidato - Duplicidade - Filiação partidária - Não-caracterização.1. Não configura duplicidade de filiação a adesão a partido político na vigência da Lei n.º 5.682/71 e,

posteriormente, a outra agremiação, quando já vigorava a Lei n.º 9.096/95.2. Recurso provido.

(TSE, RESPE n.º 20.181, Ac. n.º 20.181, de 17.9.02, Rel. Min. Fernando Neves)

Direito eleitoral. Servidor da Justiça Eleitoral. Filiação. Candidatura. Registro. Prazo. Condição deelegibilidade não satisfeita. Recurso desprovido.

I - A filiação partidária com antecedência mínima de um ano das eleições é condição de elegibilidadesem a qual não poderá frutificar pedido de registro (art. 18 da Lei n.º 9.096/95).

II - O servidor da Justiça Eleitoral, que não pode “exercer qualquer atividade partidária, sob pena dedemissão”, para candidatar-se a cargo eletivo, deverá afastar-se do serviço público com tempo hábil paracumprimento da exigência de filiação partidária.(TSE, RESPE n.º 19.928, Ac. n.º 19.928, de 3.9.02, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

Consulta. Membro do Ministério Público da União. Filiação partidária. Requisito. Afastamento, mediantelicença, de suas funções institucionais, pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições.

O membro do Ministério Público da União que pretenda concorrer a cargo eletivo, para atender àcondição de elegibilidade prevista no art. 14, § 3°, V, da Constituição Federal, deverá, mediante licença,afastar-se de suas funções institucionais pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições.(TSE, CTA n.º 733, Res. n.º 21.080, de 30.4.02, Rel. Min. Barros Monteiro)

Filiação partidária - Duplicidade - Art. 22 da Lei n° 9.096/95 - Cancelamento - Contraditório - Ampladefesa - Não-observância.

1. No procedimento destinado a verificar a duplicidade de filiações, que terá como conseqüência anulidade de ambas, deve o interessado ser citado para apresentar defesa e intimado da decisão para poderoferecer recurso, caso queira.(TSE, AG n.º 2.980, Ac. n.º 2.980, de 25.9.01, Rel. Min. Fernando Neves)

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Contagem de prazo em ano. Observância do disposto na Lei n° 810/49.

Para as próximas eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição,bem como estar com a filiação deferida pelo partido até o dia 6 de outubro de 2001, inclusive.

(TSE, CTA n.º 731, Res. n.º 20.883, de 25.9.01, Relª. Minª. Ellen Gracie Northfleet)

Processo administrativo. Entrega de relação de filiados. Art. 19 da Lei n.º 9.096/95. Feriado. Precedente.Prazo prorrogado.

(TSE, PA n.º 18.713, Res. n.º 20.874, de 25.9.01, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

Consulta. Deputado federal. Prazo. Filiação partidária.

Nos termos da lei, considera-se deferida a filiação partidária com o atendimento das regras estatutáriasdo partido (art. 17, da Lei n° 9.096/95).

(TSE, CTA n.º 680, Res. n.º 20.777, de 8.3.01, Rel. Min. Costa Porto)

Consulta - Militar que passa à inatividade após o prazo limite de filiação partidária (art. 18 da Lei 9.096/95) - Elegibilidade.

Se a passagem para a inatividade ocorre depois do prazo de um ano para filiação partidária, masantes da escolha em convenção, deve o militar, no momento em que se torna inativo, cumprir a condição deelegibilidade pela filiação partidária.

(TSE, CTA n.º 563, Res. n.º 20.614, de 4.5.00, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

Magistrados. Filiação partidária. Desincompatibilização.

Magistrados e membros dos Tribunais de Contas, por estarem submetidos à vedação constitucionalde filiação partidária, estão dispensados de cumprir o prazo de filiação fixado em lei ordinária, devendosatisfazer tal condição de elegibilidade até seis meses antes das eleições, prazo de desincompatibilizaçãoestabelecido pela Lei Complementar n.º 64/90.

(TSE, CTA n.º 353, Res. n.º 19.978, de 25.9.97, Rel. Min. Costa Leite)

Recurso. Filiação partidária. Inclusão do nome na relação de filiados. A teor dos arts. 19, § 2º, da Lein.º 9.096/95 e 39, § 5º, da Resolução-TSE n.º 19.406, pode a requerimento do eleitor ser corrigida a relaçãoencaminhada pelo partido à Justiça Eleitoral cuja protocolização não está sujeita à observância de prazo.

(TSE, RESPE n.º 15.078, Ac. n.º 15.078, de 26.6.97, Rel. Min. Costa Porto)

Recurso especial. Registro de candidato. Prova de filiação partidária. Art.19 e 58 da Lei n.º 9096/95.Considera-se como prova suficiente de filiação partidária aquela constante dos assentamentos do cartórioeleitoral, quando, por desídia ou má-fé, a agremiação partidária deixa de incluir o nome do candidato nalista enviada à Justiça Eleitoral.

Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 14.598, Ac. n.º 14.598, de 13.3.97, Rel. Min. Ilmar Galvão)

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TRE-CE/2004 43

EMENTÁRIO TEMÁTICO

Recurso. Inelegibilidade.

Filiação partidária. Exigência.

Policial Militar na reserva.

Apelo não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 13.891, Ac. n.º 13.891, de 8.10.96, Rel. Min. Diniz de Andrada)

Recurso especial. Impugnação de registro. Duplicidade de filiação e rejeição de contas.Não caracteriza duplicidade de filiação se o eleitor comunica ao partido e à Justica Eleitoral sua

desfiliação e na mesma data promove sua filiação em outro partido.O ajuizamento de ação anulatória de deliberação de Câmara Municipal que rejeita as contas do

candidato, suspende sua inelegibilidade, nos termos do art. 1º - inciso I - alinea “g” da Lei n.º 64/90 e doenunciado n.º 1 da Súmula do e. TSE, ainda que diga respeito apenas aos aspectos formais de decisãolegislativa.

O simples parecer desfavorável do Tribunal de Contas do Estado, sem o correspondente acolhimentopela Câmara de Vereadores, não afasta a elegibilidade do candidato, porquanto aquele órgão não dispõe decompetência para aprovar ou rejeitar as contas, função esta conferida ao poder legislativo municipal.(TSE, RESPE n.º 12.936, Ac. n.º 12.936, de 17.9.96, Rel. Min. Francisco Rezek)

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

44 TRE-CE/2004

7. PROP7. PROP7. PROP7. PROP7. PROPAAAAAGGGGGANDANDANDANDANDA ELEITORA ELEITORA ELEITORA ELEITORA ELEITORALALALALAL

7.1. BENS PÚBLICOS, DE USO COMUM E PARTICULARES

Recurso especial. Eleição 2000. Propaganda irregular. Bem particular de uso comum. Restrição.Partido coligado. Representação. Legitimidade. Prévio conhecimento. Provimento negado.

I - A agremiação partidária que se coligou apenas para a eleição proporcional tem legitimidade paraagir isoladamente no pleito majoritário.

II - Não é o recurso especial via própria para o exame de matéria fática.III - Com o intuito de se garantir maior igualdade entre os candidatos ao pleito, impõe-se restrição à

propaganda eleitoral realizada em estabelecimento particular de uso comum.IV - Não se conhece do recurso pela divergência, quando a decisão recorrida estiver em sintonia com

a jurisprudência do TSE, ou quando não realizado o devido confronto analítico.TSE, RESPE n.º 19.711, Ac. n.º 19.711, de 28.10.2003, Rel. Min. Peçanha Martins)

Eleitoral. Propaganda irregular. Pichação de passeio público. Prévio conhecimento. Multa aplicadaindividualmente a cada responsável. Reexame de provas. Precedentes. 1. Possibilidade de aplicação demulta, por propaganda irregular, quando as evidências levam à conclusão de que houve o prévio conhecimento.2. A pena de multa, pela propaganda em bem público, deve ser aplicada a cada um dos responsáveis. 3. Nãose confunde reexame de fatos com valoração de provas. Agravo regimental improvido.(TSE, ARESPE n.º 19.697, Ac. n.º 19.697, de 7.8.2003, Rel. Min.Carlos Velloso)

Recurso especial - Propaganda eleitoral irregular - Postes - Iluminação pública - Semáforo com sinalde velocidade máxima - Transformadores - Placas de trânsito - Telefones públicos.

Representação - Prova - Autoria - Prévio conhecimento - Beneficiário - Condenação - Presunção -Impossibilidade.

1. É vedada propaganda eleitoral em postes que contenham placa ou sinal de trânsito.2. É possível a fixação de propaganda eleitoral em poste com transformador de energia, que se

equipara ao poste de iluminação pública e não se confunde com aqueles que contenham sinais de tráfego.3. Não é admissível a aplicação de multa, decorrente de propaganda eleitoral irregular, por presunção.4. A representação por propaganda irregular deve vir instruída com prova da materialidade da propaganda,

sendo também imprescindível a comprovação de sua autoria ou do prévio conhecimento do beneficiário, casoeste não seja por ela responsável. Art. 64 da Resolução n.º 20.988/2002.

5. Se o representante apresentou prova da responsabilidade ou do prévio conhecimento do beneficiário,a retirada da propaganda não afastará a aplicação da multa, porque isso se insere no comando legal contidono referido art. 37 da Lei das Eleições, que determina a restauração do bem.

6. Caso não haja prova da autoria ou do prévio conhecimento, o beneficiário poderá ser intimado e,caso não retire a propaganda, não poderá mais alegar seu desconhecimento a fim de impedir sua condenação.Art. 65 da Resolução n.º 20.988/2002.

7. A revogação da Súmula n.º 17 deu-se a fim de que, excepcionalmente, em face das circunstânciasdo caso específico, no qual haja indícios tais que seja impossível que o beneficiário não tivesse conhecimentoda propaganda, seja admitido à Justiça Eleitoral impor a respectiva sanção.

Recursos conhecidos e providos.(TSE, RESPE n.º 21.262, Ac. n.º 21.262, de 7.8.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

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TRE-CE/2004 45

EMENTÁRIO TEMÁTICO

Representação. Propaganda eleitoral. Retirada de propaganda. Intimação. Fac-símile. N.º de telefonenão indicado pelo candidato. Irregularidade. Ofensa aos arts. 65 da Res./TSE n.º 20.988 e 5º da Lei n.º9.840/99.

1. A Res./TSE n.º 20.951 estabelece que os candidatos, os partidos e as coligações sejam,preferencialmente, intimados por intermédio de fac-símile ou correio eletrônico, o que objetiva impor maiorceleridade ao processamento dos feitos eleitorais, sendo este o motivo por que se exige no formulárioespecífico para registro que o candidato forneça o endereço eletrônico e o número de telefone em que desejareceber eventuais intimações.

2. É irregular a intimação do candidato, para a retirada de propaganda, procedida por meio de fac-símile, na sede do partido político, sem que o número desse telefone tivesse sido indicado no pedido deregistro do candidato, não restando, portanto, configurado seu prévio conhecimento.

3. A intimação não pode mais ser encaminhada para a sede do partido político, mesmo sob o argumentode que esta é o domicílio eleitoral do candidato, em virtude da revogação do § 6º do art. 96 da Lei n.º 9.504/97 pelo art. 5º da Lei n.º 9.840/99.

Recurso conhecido e provido.(TSE, RESPE n.º 21.182, Ac. n.º 21.182, de 7.8.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Eleitoral. Agravo regimental em agravo de instrumento. Propaganda irregular. Preliminar de ilegitimidadepassiva. Adeptos. Responsabilização. Possibilidade. Art. 241, CE. Reexame de matéria de fato.Impossibilidade. Súmula 279/STF.

1. Nos excessos praticados na propaganda eleitoral poderão ser responsabilizados os candidatos eseus adeptos (art. 241 do Código Eleitoral).

2. Inviável o reexame de matéria de fato em sede de recurso especial (Súmula 279/STF).3. Agravo regimental improvido.

(TSE, AAG n.º 3.977, Ac. n.º 3.977, de 1º.7.2003, Rel. Min. Carlos Velloso)

Agravo regimental em recurso especial. Propaganda eleitoral irregular. Prova da responsabilidade e doprévio conhecimento. Retirada da propaganda. Multa. Aplicação. Lei n.º 9.504, art. 37, § 1º. Alegação dejulgamento extra petita.

1. Não há que se falar em nulidade por julgamento extra petita quando a sanção é aplicada dentro doslimites do pedido.

2. Restando provada a responsabilidade e o prévio conhecimento do beneficiário, conforme suasdeclarações, a retirada imediata da propaganda irregular não é circunstância suficiente para elidir a aplicaçãoda multa prevista no § 1º do art. 37 da Lei n.º 9.504/97.

3. Precedentes.4. Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 19.797, Ac. n.º 19.797, de 24.6.2003, Rel. Min. Carlos Velloso)

Eleitoral. Agravo de instrumento. Embargos de declaração contra decisão monocrática. Recebimentocomo agravo regimental. Propaganda irregular. Prévio conhecimento. Notificação.

1. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. (Precedentes: Ac. n.º 4.004, rel. Min.Barros Monteiro, e Ac. n.º 21.168, rel. Min. Peçanha Martins.)

2. O conhecimento da irregularidade da propaganda não requer a intimação pessoal do candidato,podendo ser recebida por quem o represente. (Precedentes: Ac. n.º 21.030, relª Min. Ellen Gracie, e despachono REspe n.º 21.041, rel. Min. Sálvio de Figueiredo.)

Agravo regimental improvido.(TSE, EAG n.º 4.125, Ac. n.º 4.125, de 24.6.2003, Rel. Min. Carlos Velloso)

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Agravo regimental em recurso especial. Propaganda irregular. Notificação para retirada. Candidato.Conhecimento e responsabilidade.

Notificado o candidato da existência da propaganda irregular, não há falar em aplicação de multa compresunção da responsabilidade e conhecimento.

Regimental a que se nega provimento.(TSE, ARESPE n.º 20.916, Ac. n.º 20.916, de 18.2.2003, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Recurso especial. Propaganda eleitoral irregular. Poste de iluminação. Possibilidade. Ressalva do art.37, caput, da Lei n.º 9.504/97.

Não havendo na lei eleitoral as características de poste de iluminação pública, incide a ressalva do art.37 da citada lei.

Recurso conhecido e provido para cancelar a multa aplicada.(TSE, RESPE n.º 20.532, Ac. n.º 20.532, de 31.10.2002, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Representação - Propaganda eleitoral irregular - Fixação de cartazes em postes com placas de trânsito- Proibição - Art. 37 da Lei n.º 9.504/97 e art. 12, § 1º, da Res./TSE n.º 20.988 - Prévio conhecimento -Ausência - Retirada da propaganda - Art. 65 da Res./TSE n.º 20.988 - Multa - Aplicação - Impossibilidade.

1. A jurisprudência deste Tribunal Superior firmou-se no sentido da proibição de propaganda eleitoralem postes de iluminação pública que sirvam de suporte de sinais de trânsito, o que se justifica para evitarque condutores e pedestres tenham sua atenção desviada (art. 12, § 1º, da Res./TSE n.º 20.988).

2. Não havendo prova da responsabilidade e do prévio conhecimento do beneficiário da propaganda e,se após a intimação, foi a propaganda retirada, não deve ser aplicada multa.

3. A aplicação de multa por presunção não é admitida por este Tribunal, mesmo após o cancelamentoda Súmula n.º 17.

4. A revogação da Súmula n.º 17 deu-se a fim de que, em face das circunstâncias do caso específico,no qual haja indícios tais que seja impossível que o beneficiário não tivesse conhecimento da propaganda,seja admitido à Justiça Eleitoral impor a respectiva sanção.

Recurso especial conhecido e provido.(TSE, RESPE n.º 20.356, Ac. n.º 20.356, de 17.10.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Propaganda eleitoral irregular – Art. 37, caput , da Lei n° 9.504/97.Pleito municipal. Sendo a propaganda ostensiva, por meio de placas com porte e quantidade

consideráveis, de confecção requintada, de evidente elaboração gráfica industrial, configura-se indício denotoriedade. Inaplicabilidade do enunciado n° 17 da Súmula do TSE.(TSE, RESPE n.º 19.600, Ac. n.º 19.600, de 16.4.2002, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Propaganda eleitoral - Táxis - Concessão do poder público - Art. 37 da Lei n.º 9.504/97 - Permissão -Licença - Bem particular - Acesso público - Bem de uso comum - Restrições - Candidatos - Isonomia.

1. Para fins de propaganda eleitoral, os táxis, ainda que bens particulares, são considerados de usocomum e, portanto, abrangidos pela vedação do art. 37 da Lei n.º 9.504, de 1997.

2. A permissão prevista no art. 37 inclui a licença para o serviço de táxis.3. Possibilidade de se impor limites à propaganda eleitoral de modo a garantir a maior igualdade

possível na disputa pelos cargos eletivos.4. Agravo a que se negou provimento.

(TSE, AG n.º 2.890, Ac. n.º 2.890, de 28.6.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

Propaganda Eleitoral Irregular - Colagem de etiqueta em telefone público - Exploração de telefonia -Empresas privadas - Necessidade de concessão pelo Poder Público - Violação do art. 37 da Lei n.º 9.504/97

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TRE-CE/2004 47

EMENTÁRIO TEMÁTICO

- Irrelevância de não haver dano ao bem.1. Embora os serviços de telefonia estejam sendo explorados por empresas privadas, eles dependem

de concessão do Poder Público, não podendo nas cabines dos chamados telefones públicos e nos populares“orelhões” ser veiculada propaganda eleitoral, mesmo que não lhes cause nenhum dano.

Produção de prova pelo representado - Apresentação junto com a defesa.2. O procedimento previsto no art. 96 da Lei n.º 9.504, de 1997, pressupõe a apresentação da prova

com a defesa.(TSE, AG n.º 2.201, Ac. n.º 2.201, de 3.8.2000, Rel. Min. Fernando Neves)

Propaganda eleitoral irregular. Art. 37 da Lei 9.504/97.A colocação de propaganda em poste de iluminação pública deve ser de fácil remoção, a fim de não

causar dano.(TSE, AG n.º 2.192, Ac. n.º 2.192, de 29.6.2000, Rel. Min. Garcia Vieira)

Agravo de instrumento - Provimento - Recurso especial - Propaganda eleitoral realizada em igrejamediante placas - Bem de propriedade privada, que se destina à freqüência pública - Art. 37 da Lei n.º 9.504/97 - Caracterização de bem de uso comum.

I - Bem de uso comum, no âmbito do direito eleitoral, tem acepção própria, que não é totalmentecoincidente com a do direito civil.

II - Possibilidade de se impor limites à propaganda, mesmo se realizada em bens particulares, demodo a garantir a maior igualdade possível na disputa pelos cargos eletivos - Poder de polícia da administraçãopública.

Recurso não conhecido.(TSE, AG n.º 2.124, Ac. n.º 2.124, de 28.3.2000, Rel. Min. Edson Vidigal)

Propaganda irregular. Fixação de placa em calçada. Violação do art. 37 da Lei 9.504/97.1. A enumeração de ressalvas excludentes de ilicitude do art. 37 da Lei 9504/97 é taxativa e não

exemplificativa;2. A fixação de placa com propaganda eleitoral em calçada, por não se encontrar expressamente

prevista, é vedada e sujeita às sanções legais.3. Recurso provido.

(TSE, RESPE n.º 16.117, Ac. n.º 16.117, de 16.11.1999, Rel. Min. Nelson Jobim)

Agravo de Instrumento. Propaganda irregular. Violação de lei não demonstrada.1. A violação do dispositivo da lei tem de ser a letra expressa da lei e não ao entendimento subjetivo e

pessoal do recorrente.2. A inexistência de dano ao bem público não é suficiente para afastar a penalidade do art. 37 da Lei

9.504/97.3. Agravo improvido.

(TSE, AG n.º 1.985, Ac. n.º 1.985, de 4.11.1999, Rel. Min. Nelson Jobim)

7.2. DIA DA ELEIÇÃO

Habeas Corpus - Trancamento da ação penal - Crime - Art. 39, § 5º, II, da Lei n.º 9.504/97 - Distribuiçãode propaganda política no dia da eleição - Boca-de-urna - Inexistência - Atipicidade.

1. A entrega de material de campanha a cabos eleitorais, no interior de residência, não se enquadra no

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

48 TRE-CE/2004

crime capitulado no art. 39, § 5º, II, da Lei n.º 9.504/97, delito que pune a distribuição de propaganda a eleitor,no dia da votação, com o intuito de influir na formação de sua vontade.

2. Na Res.-TSE n.º 21.235, este Tribunal Superior esclareceu que a proibição constante do art. 6º daRes.-TSE n.º 21.224 não se aplica à entrega ou à distribuição, a quem o solicite, de material de propagandaeleitoral no interior das sedes dos partidos políticos e dos comitês eleitorais.

Concessão da ordem.(TSE, HC n.º 474, Ac. n.º 474, de 20.11.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Mandado de segurança - Propaganda eleitoral - Carro de som - Caminhada ou passeata - Carreata.1. A permissão para propaganda eleitoral por meio de alto-falantes ou amplificadores de som até a

véspera do dia da votação não se limita aos equipamentos imóveis, abrangendo também os móveis, ou seja,os que estejam instalados em veículos.

2. Possibilidade de carro de som transitar pela cidade divulgando jingles ou mensagens de candidatos,desde que os microfones não sejam usados para transformar o ato em comício.

3. Caminhada ou passeata não se equiparam a reuniões públicas.4. O art. 39, § 5º, inciso I, da Lei n.º 9.504/97 tipifica como crime a realização de carreata apenas no

dia da eleição.(TSE, MS n.º 3.107, Ac. n.º 3.107, de 25.10.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Fiscais partidários - Dia da votação - Uso do nome e da sigla do partido político ou da coligação -Vestes ou crachás - Possibilidade.(TSE, PET n.º 1.246, Res. n.º 21.253, de 15.10.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Pedido de reconsideração - Art. 6º da Res./TSE n.º 21.224 - Esclarecimento.1. A proibição constante do art. 6º da Res./TSE n.º 21.224 não se aplica à entrega ou à distribuição,

a quem o solicite, de material de propaganda eleitoral no interior das sedes dos partidos políticos e comitêseleitorais.(TSE, INST n.º 57, Res. n.º 21.235, de 5.10.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

7.3. DIREITO DE RESPOSTA

Recurso especial. Eleição 2000. Direito de resposta. Desvirtuamento. Multa. Inaplicabilidade. Lei n.º9.504/97, art. 58, § 8º. Recurso provido.

O desvirtuamento do direito de resposta pelo candidato não atrai a penalidade prevista no art. 58, § 8º,da Lei n.º 9.504/97, que se dirige apenas às emissoras divulgadoras da propaganda eleitoral gratuita.(TSE, RESPE n.º 21.280, Ac. n.º 21.280, de 17.6.2003, Rel. Min. Peçanha Martins)

Representação. Direito de resposta. Propaganda eleitoral. Horário gratuito (televisão). Estado do RioGrande do Sul. Divulgação de dados de governo. Crítica política. Possibilidade. Divulgação. Destruição.Relógio 500 anos do descobrimento. Ofensa. Caracterização. Governador. Notícia. Inquérito policial.Depoimento de popular. Invasão. Terra. Associação. Partido político.

A afirmação veiculada em programa eleitoral que permite induzir o destinatário da propaganda à conclusãode que partido político ou coligação está associado a atos de violência ou práticas criminosas desborda dacrítica política admitida pela Corte, a ensejar seja deferido direito de resposta, à luz do art. 58 da lei eleitoral.

Representação julgada procedente em parte.(TSE, RP n.º 616, Ac. n.º 616, de 22.10.2002, Rel. Min. Caputo Bastos)

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TRE-CE/2004 49

EMENTÁRIO TEMÁTICO

Representação. Direito de resposta. Reprodução incorreta de matéria jornalística.1 - É lícita a reprodução de matéria jornalística na propaganda eleitoral gratuita.2 - Se a propaganda faz acréscimo na matéria jornalística que veicula e se tal acréscimo contém uma

inverdade, ou é injuriosa, difamatória ou caluniosa, defere-se o pedido de resposta para restaurar a verdadeou repelir a injúria, difamação ou calúnia.(TSE, RP n.º 603, Ac. n.º 603, de 21.10.2002, Rel. Min. Gerardo Grossi)

O exercício do direito de crítica tem por limites a integridade e honorabilidade alheias e é corolário daliberdade, imprescindível à democracia.

Representação a que se nega provimento.(TSE, RP n.º 599, Ac. n.º 599, de 21.10.2002, Rel. Min. Peçanha Martins)

Representação. Liminar. Suspensão. Propaganda eleitoral. Horário gratuito. Indeferimento. Direito deresposta. Afirmação sabidamente inverídica. Estado federado. Legitimidade ad causam. Empresa Ford. Críticapolítico-administrativa. Possibilidade.

O Estado, como ente jurídico, tem legitimidade para propor representação requerendo direito de resposta.É lícita a propaganda referente ao episódio da instalação da montadora Ford, contida nos limites da

mera crítica político-administrativa, não configurando as questões relativas ao fato matéria sabidamenteinverídica, à vista da controvérsia acerca do tema.

Representação julgada improcedente.(TSE, RP n.º 592, Ac. n.º 592, de 21.10.2002, Rel. Min. Caputo Bastos)

Direito de resposta - Propaganda eleitoral gratuita - Divulgação de mensagem que atribui ao candidatoa pecha de cruel e desumano - Comentários sobre anterior exercício de cargo público - Crítica de conteúdopolítico - Pertinência com a campanha eleitoral - Ausência de caráter ofensivo.

Recurso conhecido e provido.(TSE, RESPE n.º 20.769, Ac. n.º 20.769, de 5.10.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Direito de resposta - Editorial - Revista semanal - Representação - Decadência - Não-ocorrência - Art.58, § 1º, III, da Lei n.º 9.504/97 e art. 12, I, a, da Res./TSE n.º 20.951.

1. Em face do disposto no art. 58, § 1º, III, da Lei n.º 9.504/97 e no art. 12, I, a, da Res./TSE n.º20.951, o termo inicial para propositura de representação, visando obter resposta devido à ofensa ocorrida naimprensa escrita, é a data da edição em que se veiculou a ofensa.

2. Editorial com nítido conteúdo ofensivo - Hipótese de concessão de resposta.(TSE, RESPE n.º 20.728, Ac. n.º 20.728, de 4.10.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Representação. Agravo. Propaganda eleitoral. Horário gratuito. Inserções. Ofensas. Insinuação deprevaricação e corrupção. Divulgação em emissora de reprodução de matéria veiculada em revista. Preliminarde inépcia da inicial.

- A preliminar da inépcia não procede, se eventual imposição de detalhes não compromete oentendimento da controvérsia.

- Quem repete assacadilha, lançada por terceiro, assume sua autoria, correndo o risco de eventualfalsidade. A reprodução, na televisão, de texto publicado em jornal escrito aumenta imensamente o potencialdeletério da injúria.

- A insinuação de que determinado candidato enriqueceu ilicitamente é injúria que dá ensejo a resposta.(TSE, ARP n.º 491, Ac. n.º 491, de 1º.10.2002, Rel. Min. Humberto Gomes)

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

50 TRE-CE/2004

Representação. Direito de resposta. Horário gratuito. Propaganda eleitoral. Divulgação. Piada. Promessade campanha. Vinculação. Candidato à Presidência. Governo atual. Modelo econômico “desumano” e de“muita corrupção”.

- É lícito qualificar como “mentira” determinada promessa de campanha efetuada pelo candidatoadversário. A injúria desnatura-se, ainda mais quando os termos são lançados em tom de gracejo (Precedentes:Rp n.º 440, Rp n.º 444).

- A assertiva de que o modelo econômico preconizado por determinado candidato é “desumano” e de“muita corrupção” não traduz afirmação de que o candidato esteja pessoalmente maculado por tais atributos.

- Os termos “cabra” e “homi” utilizados pelo comediante, no linguajar nordestino, não são ofensivos.Representação julgada improcedente.

(TSE, RP n.º 501, Ac. n.º 501, de 1º.10.2002, Rel. Min. Humberto Gomes)

Recurso especial. Eleições 2002. Direito de resposta.A orientação da Corte está assentada no sentido de que a crítica aos homens públicos por suas

desvirtudes, seus equívocos e pela falta de cumprimento de promessas eleitorais sobre projetos, ainda quedura, severa ou amarga, não enseja direito de resposta.

Todavia, quando a crítica transborda o tema para a ofensa grave ao candidato, deve-se deferir o direitode resposta.

Recurso conhecido e provido.(TSE, RESPE n.º 20.660, Ac. n.º 20.660, de 1º.10.2002, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Representação. Admissibilidade. Juntada de fita comprobatória da veiculação da ofensa. Programaçãonormal de emissoras de rádio e televisão. Desnecessidade. Responsabilidade. Terceiro.

A Justiça Eleitoral, à vista de pedido de resposta em programação normal das emissoras de rádio etelevisão, requisitará da emissora cópia da fita da transmissão (Resolução n.º 20.951/2001, art. 12, II, b).

A emissora que leva ao ar mensagem ofensiva ou sabidamente inverídica, ainda que por conta e ordemde terceiro, pode, em tese, também ser responsabilizada pela veiculação da resposta, podendo, depois,perante a Justiça Comum, cobrar do cliente o pagamento correspondente ao tempo utilizado na resposta(Precedente: REspe n.º 19.880/2002, rel. Min. Fernando Neves).

Representação. Divulgação. Ofensa. Caracterização. Direito de resposta. Concessão.Difusão de opinião jornalística que oferece ao eleitor a opção entre o “mais ladrão ou que é menos

canalha” é inquestionavelmente ofensiva, a indicar seja deferido direito de resposta.(TSE, RP n.º 524, Ac. n.º 524, de 30.9.2002, Rel. Min. Caputo Bastos)

Representação. Agravo. Utilização de imagem. Homem público. Vedação. Impossibilidade. Presidentede partido político. Discurso. Greve. Agressão (Governador Mário Covas). Associação de imagens - cenasque retratam realidades distintas. Locução que as intermedeia. Caráter ofensivo. Nexo de causalidade.

O que o homem público faz ou diz compromete-o, sem que isso reproduzido constitua ofensa dequalquer ordem ou mesmo demérito ao seu passado, com reflexo no seu presente ou prejuízo futuro(Precedente: Rp n.º 416).

A junção de imagens que não decorre de montagem ou trucagem, mas, que, no contexto, mostra-seofensiva, enseja concessão de direito de resposta.(TSE, ARP n.º 495, Ac. n.º 495, de 30.9.2002, Rel. Min. Caputo Bastos)

Direito de resposta - Propaganda eleitoral gratuita - Inserções - Apresentação de caricatura em desenhoanimado - Caráter ofensivo e injurioso - Recurso especial conhecido e provido.(TSE, RESPE n.º 20.262, Ac. n.º 20.262, de 30.9.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

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TRE-CE/2004 51

EMENTÁRIO TEMÁTICO

I - Expressão que, no trato comum, constitui injúria perde substância quando se leva em conta oambiente da campanha política, em que ao candidato incumbe potencializar, em seu proveito, as mazelas doadversário.

II - Mesmo que se considere montagem a exibição de imagens, não há nela aquele potencial degradanteou ridicularizante que a tornaria ilícita.(TSE, RP n.º 496, Ac. n.º 496, de 25.9.2002, Rel. Min. Humberto Gomes)

Direito de resposta. Art. 58 da Lei n° 9.504/97. Alegação de inverdades - Entrevista - Emissora detelevisão - Programação normal - Término da propaganda eleitoral gratuita - Preliminar de prejudicialidade -Rejeição - Defesa da honra - Interesse de agir - Subsistência - Possibilidade de veiculação após a realizaçãodo pleito eletivo. Divulgação da resposta - Custo - Responsabilidade - Autor da afirmação.

1. Diferentemente do que ocorre quando se trata de programa eleitoral gratuito, na situação em que aacusação, ou a inverdade, foi veiculada pela imprensa escrita ou no curso da programação normal do rádioou da televisão, quando o custo da veiculação da resposta será suportado pelo responsável da afirmação quegerou a resposta, é possível sua veiculação após as eleições.

2. Ausência de violação de preceito legal. Entrevista que não contém afirmação caluniosa, difamatória,injuriosa ou inverídica.

Recurso não conhecido.(TSE, RESPE n.º 18.359, Ac. n.º 18.359, de 24.4.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

Agravo de instrumento - Matéria publicada em jornal - Fatos tidos por inverídicos - Direito de resposta- Liberdade de imprensa - Art. 220 da Constituição Federal - Reexame de matéria fática - Súmula n° 279 doSTF. Agravo a que se negou provimento.

1. O deferimento de resposta decorrente de matéria jornalística de conteúdo ofensivo não afronta aliberdade de informação assegurada pelo art. 220 da Constituição Federal.(TSE, AG n.º 2.584, Ac. n.º 2.584, de 14.12.2000, Rel. Min. Fernando Neves)

Recurso especial. Representação. Direito de resposta. Divulgação de fato jornalístico. Improcedênciado pedido.

1. A informação jornalística que noticia, sem ofensa à honra pessoal de candidato, fato comprovadamenteverdadeiro, não se situa no âmbito tutelado pela legislação eleitoral, de modo a assegurar direito de resposta.

Recurso especial conhecido e provido.(TSE, RESPE n.º 16.802, Ac. n.º 16.802, de 7.12.2000, Rel. Min. Maurício Corrêa)

Propaganda eleitoral - Ofensa - Terceiros - Direito de resposta - Prazo - Competência - Lei n.º 9.504/97 - Lei n.º 5.250/67.

1. Compete à Justiça Eleitoral examinar apenas os pedidos de direito de resposta formulados porterceiro em relação ao que veiculado no horário eleitoral gratuito, sendo, nesses casos, observados osprazos do artigo 58 da Lei 9.504, de 1997.

2. Quando o terceiro se considerar atingido por ofensa realizada no curso de programação normal dasemissoras de rádio e televisão ou veiculado por órgão da imprensa escrita, deverá observar os procedimentosprevistos na Lei n.º 5.250/67.(TSE, CTA n.º 651, Res. n.º 20.675, de 29.6.2000, Rel. Min. Costa Porto)

Recurso especial. Emissora de televisão. Divulgação de programa ofensivo a imagem de candidato.Pedido de direito de resposta. Imposição de multa. Cumulação. Possibilidade.

1. O exercício do direito de resposta, destinado a conceder ao ofendido a oportunidade de esclarecero eleitorado acerca de fatos que lhe foram imputados, não exclui o pagamento da multa, expressamenteprevista no parágrafo 2º do artigo 45 da Lei n.º 9.504/97.

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

52 TRE-CE/2004

2. Essa penalidade é também imponível à emissora que, infringindo legislação eleitoral durante aprogramação normal, incide em qualquer das proibições estabelecidas no caput do dispositivo.

Recurso especial não conhecido.(TSE, RESPE n.º 15.712, Ac. n.º 15.712, de 29.4.1999, Rel. Min. Maurício Corrêa)

Representação. Campanha eleitoral. Crítica à política governamental. Direito de resposta. Inexistência.1. Em campanha política a linguagem contundente compõe o contraditório da própria disputa eleitoral.2. Vedada é a crítica inverídica, notadamente se contém elementos que constituam objeto de crime.3. A candente manifestação exteriorizada em propaganda eleitoral da oposição contra certa política

governamental, ainda que acre, enquadra-se nos parâmetros da própria natureza do pleito eleitoral.Recurso conhecido e provido.

(TSE, RRP n.º 89, Ac. n.º 89, de 27.8.1998, Rel. Min. Fernando Neves)

7.4. EMISSORAS DE RÁDIO E TV

Recurso especial – Representação – Emissora de rádio – Programação normal – Art. 45, III, Lei n.º9.504/97 – Emissão de opinião contrária a candidato à reeleição e a sua campanha – Impossibilidade.

Matéria publicada pela imprensa escrita – Comentário.Inconstitucionalidade – Prequestionamento – Ausência – Preliminar de nulidade – Afastamento –

Recurso não conhecido.1. As restrições contidas na Lei n.º 9.504/97 à propaganda eleitoral em emissora de rádio e

televisão, aquela do art. 45, II, inclusive, não implicam ofensa ao texto constitucional que garante a liberdadede expressão e de informação, pois objetivam manter o equilíbrio na disputa eleitoral, sendo a legitimidadedas eleições e a isonomia entre os candidatos também garantidas pela Constituição da República. Precedentesda Corte.

2. O art. 45, III, da Lei n.º 9.504/97 proíbe que emissoras de rádio e/ou televisão critiquem candidatoà reeleição e sua campanha eleitoral.

3. O art. 45 da Lei n.º 9.504/97 não impede que emissoras de rádio e/ou televisão critiquem aatuação de chefe do Executivo, mesmo que candidato à reeleição, desde que a opinião contrária se refira aato regular de governo e não à sua campanha eleitoral.

4. O fato de se ter comentado matéria anteriormente publicada em jornal não é suficiente paralegitimar o que a norma proíbe.

5. A conduta vedada no art. 45, III, da Lei n.º 9.504/97 consiste na divulgação de opinião favorávelou contrária a candidato, não havendo que se perquirir sobre a gravidade ou potencial ofensivo da matériatransmitida.(TSE, RESPE n.º 21.272, Ac. n.º 21.272, de 29.5.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Agravo de instrumento. Agravo regimental. Representação. Difusão de opinião contrária a candidatoem emissora de rádio. Art. 45, III, da Lei n.º 9.504/97. Provas. Circunstâncias. Liberdade de expressão epensamento.

1. As circunstâncias apontadas pelos agravantes, no que se refere às provas produzidas nos autos,não foram objeto de análise pela Corte Regional nem foram opostos embargos de declaração para provocaro exame da matéria, não podendo ser examinadas nesta instância, por óbice da Súmula n.º 279 do SupremoTribunal Federal.

2. A jurisprudência deste Tribunal Superior é pacífica no sentido de que as restrições à propagandaeleitoral, estabelecidas pela Lei das Eleições, não implicam contrariedade aos dispositivos constitucionaisque asseguram a liberdade de expressão e pensamento, visto que objetivam, no interesse público, preservara regra isonômica que deve nortear todo e qualquer certame eleitoral.

Agravo a que se nega provimento.(TSE, AAG n.º 3.961, Ac. n.º 3.961, de 1º.4.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

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TRE-CE/2004 53

EMENTÁRIO TEMÁTICO

Programa jornalístico – Emissora de televisão – Notícia – Entrevista de deputado com críticas acandidato – Nota de manifestação do acusado – Divulgação – Art. 45 da Lei n.º 9.504/97 – Tratamentoprivilegiado – Multa – Inciso III – Não-cabimento.

1. As emissoras de rádio e de televisão, no período de que trata o art. 45 da Lei n.º 9.504/97, podem,em seus programas jornalísticos, divulgar matérias de interesse da população, mesmo que digam respeito acandidato ou a partido político, desde que veiculem a posição de todos os interessados de modo imparcial.(TSE, RESPE n.º 21.014, Ac. n.º 21.014, de 17.12.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Agravo de instrumento. Provimento. Recurso especial. Representação. Emissora de televisão.Programação normal. Violação do art. 45 da Lei n.º 9.504/97. Aplicação de multa. Suspensão da programaçãonormal.

Recurso especial não conhecido pela alínea a do inciso I do art. 276 do CE.Divergência jurisprudencial. Caracterizada.Na aplicação da penalidade de suspensão de programação normal da emissora, há de se considerar

a gravidade da falta e o tempo consumido em seu cometimento, em observância ao princípio daproporcionalidade (Precedentes).

Recurso que se conhece pela divergência. Pena fixa desde logo.Medida Cautelar n.º 1.074-PA. Apensamento. Prejudicada.

(TSE, AG n.º 3.816, Ac. n.º 3.816, de 31.10.2002, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Emissora de televisão - Entrevistas - Todos os candidatos - Tratamento privilegiado - Críticas - Adversário- Difusão de opinião contrária - Não caracterização - Art. 45, III, da Lei n.º 9.504/97.

1. Se a emissora abriu espaço para todos os candidatos apresentarem suas propostas e idéias, nãohá que se falar em favorecimento ou difusão de opinião contrária vedada por lei, mesmo que o candidatotenha exaltado suas qualidades e apontado os defeitos dos adversários e de suas plataformas políticas.(TSE, RESPE n.º 19.996, Ac. n.º 19.996, de 23.10.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Questão de ordem. Instrução sobre propaganda eleitoral. Res./TSE n° 20.988. Emissoras de rádio etelevisão. Entrevistas e debates. Pré-candidatos a cargos majoritários. Possibilidade.

1. As emissoras de rádio e de televisão podem entrevistar pré-candidatos às eleições majoritáriasdeste ano, antes de 6 de julho, ou promover debates entre eles, cuidando para que haja um mesmo tratamentopara as pessoas que se encontram em situações semelhantes.

2. Eventuais abusos e excessos, inclusive realização de propaganda eleitoral antes do momentopróprio, poderão ser investigados e punidos na forma da lei.(TSE, INST n.º 57, Res. n.º 21.072, de 23.4.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Direito eleitoral. Recurso ordinário. Propaganda irregular. Conduta abusiva. Utilização indevida dosmeios de comunicação. Veiculação clandestina no rádio e na televisão. Precedentes da Corte. Recursoprovido. Inelegibilidade decretada.

1. A veiculação “pirata” de propaganda eleitoral, notadamente em horário nobre, é ato capaz decomprometer a lisura do pleito, gerando desigualdade entre os candidatos, o que caracteriza uso indevidodos meios de comunicação.

2. Como têm proclamado os precedentes da Corte, para a caracterização do abuso na esfera eleitoralnão se exige a relação de causa e efeito entre o ato infrator e o resultado das eleições.

(TSE, RO n.º 508, Ac. n.º 508, de 25.9.2001, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

Programa de rádio - Leitura - Matéria publicada em jornal local - Opinião desfavorável a candidato - Art.45, III, da Lei n° 9.504/97.

1. É da competência da Justiça Eleitoral apurar e punir eventual transgressão da regra fixada no art.

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

54 TRE-CE/2004

45, III, da Lei n° 9.504, de 1997.2. Configura conduta tipificada no art. 45, III, da Lei n° 9.504/97, a emissão de opinião desfavorável a

candidato, mesmo quando o programa se refere a ele somente como profissional, e não como candidato.3. A emissora de rádio assume a responsabilidade pela divulgação da matéria tida por ofensiva, inclusive

nos casos em que ocorre a leitura de texto publicado em jornal.4. Recurso especial não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 19.334, Ac. n.º 19.334, de 24.5.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

Propaganda eleitoral irregular - Emissora de rádio - Divulgação de opinião favorável ao candidato dasituação, apresentado de maneira a induzir o eleitor a concluir ser o mais apto ao exercício de função pública- Candidato não indicado por meio de seu nome, mas identificável pelo fato de receber apoio do governadordo estado - Propagação de imagem negativa de seu adversário - Configuração de ofensa ao art. 45, III, da Lein.º 9.504/97. Agravo não provido.(TSE, AG n.º 2.567, Ac. n.º 2.567, de 20.2.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

Propaganda eleitoral. Emissora de televisão.O tratamento privilegiado a candidato, durante programação normal, constitui infração ao art. 45, IV da

Lei 9.504/97, sujeitando a emissora ao pagamento de multa.Recurso especial não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 16.023, Ac. n.º 16.023, de 22.2.2000, Rel. Min. Eduardo Ribeiro)

7.5. INTERNET

Propaganda eleitoral. Homepage. Não caracteriza propaganda eleitoral a manutenção de homepagena Internet. O acesso à eventual mensagem que nela se contenha não se impõe por si só, mas depende deato de vontade do internauta.(TSE, RESPE n.º 18.815, Ac. n.º 18.815, de 29.5.2001, Rel. Min. Costa Porto)

Presença de candidato em “sala de bate-papo” mantida por provedor de acesso à Internet, para responderperguntas de “internautas”. Hipótese que não caracteriza propaganda eleitoral e, por isso, impede a aplicaçãoda sanção prevista no art. 36, § 3°, da Lei n° 9.504, de 1997.(TSE, AG n.º 2.715, Ac. n.º 2.715, de 26.4.2001, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

Recurso especial. Propaganda eleitoral irregular. Site da internet. Responsabilidade.Não há previsao legal para a imposicão de multa a candidato, com base no artigo 45 da Lei n.º 9.504/

97, que é dirigido tão-somente às emissoras de rádio e televisão e às empresas de comunicacão social quemantém sitios na internet.

Recurso especial conhecido e provido parcialmente.(TSE, RESPE n.º 16.004, Ac. n.º 16.004, de 7.10.1999, Rel. Min. Maurício Corrêa)

7.6. HORÁRIO GRATUITO

Consulta. Deputado federal. Legalidade utilização horário propaganda. Parlamentar.- Somente são admissíveis a propaganda partidária (Lei n.º 9.096/95) e a propaganda eleitoral (Lei n.º

9.504/97), ambas gratuitas.

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TRE-CE/2004 55

EMENTÁRIO TEMÁTICO

- Na legislação eleitoral brasileira não é permitida a propaganda política paga no rádio e na televisão.- Respondida negativamente.

(TSE, CTA n.º 983, Res. n.º 21.626, de 17.02.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Representação. Propaganda eleitoral. Horário gratuito. Candidato à presidência. Alegação de campanhadifamatória. Trucagem. Injúria não divisada. Matéria já examinada pelo TSE.

Ausência de injúria. Existência de jogo de palavras do candidato para atribuir a outros frases, críticas,observações, que são suas.

Reprodução de frases e dizeres que efetivamente constaram na propaganda eleitoral.Expressões consideradas toleráveis na crítica política que anima as campanhas eleitorais.Improcedência da representação.

(TSE, RP n.º 570, Ac. n.º 570, de 3.10.2002, Rel. Min. Gerardo Grossi)

Compete à Justiça Eleitoral vedar a reprodução, no horário destinado à propaganda eleitoral gratuita,de imagens, verdadeiro videoclipe, fruto da criação intelectual de terceiros, sem autorização de seu autor outitular.(TSE, RP n.º 586, Ac. n.º 586, de 21.10.2002, Rel. desig. Min. Fernando Neves)

Representação. Agravo. Veiculação de propaganda eleitoral sem identificação do partido ou coligação.Sanção. Inexistência. Aplicação do nullum crimen, nulla poena, sine lege. Advertência.

Verificando-se, na propaganda eleitoral gratuita, que o partido político ou a coligação não observa oque prescreve o art. 242 do Código Eleitoral ou o que determina o § 2º do art. 6º da Lei n.º 9.504/97, deve ojulgador - à falta de norma sancionadora - advertir o autor da conduta ilícita, pena de desobediência (art. 347do Código Eleitoral).

Propaganda eleitoral. Horário gratuito. Utilização. Montagem. Trucagem. Uso de recurso eletrônicoque importe em alteração de material videográfico.

Desde que a utilização dos recursos de montagem e trucagem não importe em degradação ouridicularização de candidato, partido político ou coligação, a simples inexatidão do original não se presta aconfigurar a hipótese vedada no inciso I do art. 45 da Lei n.º 9.504/97, inviabilizada a aplicação da sançãoestabelecida no parágrafo único do art. 55 do mesmo diploma legal.

Agravo a que se dá provimento.(TSE, AERP n.º 439, Ac. n.º 439, de 19.9.2002, Rel. Min. Caputo Bastos)

Consulta. Propaganda. Pedido de votos para candidatos de outros partidos ou coligações.Impossibilidade.

1. Os partidos e seus candidatos não podem pedir votos para candidatos de outros partidospolíticos ou coligações em seus programas de rádio e televisão, nem nos espaços que lhe são reservadospara a propaganda por meio de outdoors ou em material impresso às suas custas.

2. Ausência de normas legais que possibilitem à Justiça Eleitoral punir a conduta de candidatosou filiados que, em comícios ou eventos semelhantes, peçam votos para candidatos de outros partidos. Oexame dessas condutas compete aos órgãos de disciplina e ética partidárias.(TSE, CTA n.º 790, Res. n.º 21.110, de 4.6.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Partido político ou coligação - Propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão - Comícios -Participação ou apoio a filiados a outra agremiação.

1. Propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão - Impossibilidade de apoio ou qualquer tipo depropaganda em benefício de candidato de outra agremiação.

2. Propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão - Participação de cidadão ou candidato filiadoa outro partido - Impossibilidade no primeiro turno - No segundo turno admite-se a participação de pessoas

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

56 TRE-CE/2004

filiadas a partido que não tenham formalizado apoio a outros candidatos - Lei n° 9.504, de 1997, art. 54.3. A desobediência às regras sobre a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão poderá vir a

configurar uso indevido dos meios de comunicação social, apurável em investigação judicial prevista no art.22 da LC n° 64/90.

4. Comícios ou eventos semelhantes de campanha eleitoral - Ausência de normas legais que impeçama presença de filiados a outros partidos políticos ou a manifestação de apoio a candidato de outra agremiação.Atitudes a serem examinadas pelos órgãos de disciplina e ética partidárias.

5. Os partidos políticos ou coligações não podem promover, às suas custas, propaganda de qualquernatureza em benefício de candidato filiado a outra agremiação.(TSE, CTA n.º 773, Res. n.º 21.098, de 14.5.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária - CONAR - Propaganda partidária - Lei n°9.096/95 - Propaganda eleitoral gratuita - Lei n° 9.504/97 - Uso de imagens, marcas e nomes comerciais,slogans, etc.

1. Qualquer vício que venha a ocorrer nos programas de propaganda, tanto a partidária quanto aeleitoral gratuita, deve ser apurado pelos tribunais eleitorais, se provocados, que adotarão as providênciasnecessárias e aplicarão as penalidades cabíveis, no âmbito de sua competência.

2. É admissível que a representação seja oferecida pelo prejudicado, mesmo que este não se incluaentre aqueles expressamente legitimados na legislação eleitoral.

3. Nos horários reservados para a propaganda partidária ou eleitoral, não se pode admitir, de nenhumamaneira, utilização comercial, ou seja, propaganda realizada com a intenção, ainda que disfarçada ousubliminar, de promover marca ou produto.

4. A propaganda eleitoral ou partidária deve respeitar o direito do autor, protegido pelo art. 5°, incisoXXVII, da Constituição da República, o que significa que a utilização de qualquer fruto da criação intelectualdepende da autorização de seu autor ou titular.(TSE, INST n.º 57, Res. n.º 21.078, de 23.4.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Agravo regimental - Medida cautelar - Deferimento de liminar - Presença dos pressupostos necessáriosà concessão - Aplicação do art. 15 da LC n° 64/90.

A regra do art. 15 da Lei Complementar n° 64, de 1990, estabelece que apenas quando transitar emjulgado a decisão que declarar a inelegibilidade do candidato é que seu registro será negado ou cancelado.Conseqüentemente, até tal momento o candidato tem direito a prosseguir em seus atos de campanha,inclusive nos pertinentes à propaganda eleitoral.

Agravo a que se nega provimento.(TSE, AMC n.º 702, Ac. n.º 702, de 27.9.2000, Rel. Min. Fernando Neves)

7.7. IMPRENSA ESCRITA

Direitos eleitoral e processual. Agravo. Liberdade de expressão. Limites. Decisão agravada. Fundamentosnão infirmados. Negado provimento.

I. As restrições que a liberdade de imprensa tem no período eleitoral assentam-se em princípiosoutros que buscam bem assegurar o processo eleitoral, com suporte também na Constituição.

II. A fundamentação do juízo de admissibilidade recursal, por si só, não demonstra usurpação dacompetência da Corte Superior.(TSE, AAG n.º 3.012, Ac. n.º 3.012, de 28.2.2002, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

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TRE-CE/2004 57

EMENTÁRIO TEMÁTICO

Agravo interno. Recurso especial. Propaganda irregular. Doação indireta, Lei n.º 9.504/97. Prova.Reexame. Impossibilidade. Princípios constitucionais que asseguram o direito à informação e à livremanifestação do pensamento. Inocorrência na espécie. Precedentes. Recurso desprovido.

I - As limitações impostas à veiculação de propaganda eleitoral não afetam o direito à informação e àlivre manifestação do pensamento, constitucionalmente garantidos, até porque não estabelecem qualquercontrole prévio sobre a matéria a ser veiculada. Vinculação, na ordem constitucional, a princípios como o dalisura e da legitimidade dos pleitos, bem como ao da isonomia entre os candidatos.

II - A propaganda irregular, fruto de doação indireta, atrai a aplicação do previsto no art. 43 da Lei n.º9.504/97.

III - Inviável no recurso especial, o reexame de matéria de prova, como proclamam os enunciadossumulares n.ºs 279/STF e 7/STJ.(TSE, ARESPE n.º 19.466, Ac. n.º 19.466, de 11.10.2001, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

Direitos eleitoral e processual. Agravo interno. Decisão agravada. Fundamentos não atacados.Precedentes. Art. 220 da Constituição Federal. Restrições. Matéria de prova. Reexame. Impossibilidade.Negado provimento.

1. No agravo interno deve-se infirmar os fundamentos da decisão impugnada.2. O Tribunal Superior Eleitoral, em mais de uma oportunidade, já se manifestou no sentido de que a

liberdade de imprensa, nos termos do art. 220 da Constituição Federal, não é plena, uma vez que sofrerestrições, principalmente em períodos eleitorais, com o intuito de preservar o necessário equilíbrio e igualdadeentre os candidatos.

3. Como proclamam os enunciados sumulares n.ºs 279/STF e 7/STJ, não se presta o recurso especialpara propiciar o reexame de matéria de prova.(TSE, AAG n.º 2.549, Ac. n.º 2.549, de 7.8.2001, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

Matérias publicadas em jornal - Notícias acerca de atos de governo - Atividade inerente à imprensa -Não-caracterização de propaganda eleitoral irregular - Recurso conhecido e provido.

1. A publicação, em jornais, de matérias ou artigos noticiando atos de prefeito não constitui, por si só,propaganda eleitoral ilícita.

2. Os abusos e excessos são passíveis de apuração e punição na forma do artigo 22 da LeiComplementar n.º 64, de 1990.

Recurso conhecido e provido.(TSE, RESPE n.º 19.128, Ac. n.º 19.128, de 19.4.2001, Rel. Min. Fernando Neves )

Eleitoral. Jornal. Artigos e matérias. Limites. Multa do art. 43 da Lei n.º 9.504/97. Não-incidência.A publicação, em jornais, de matérias ou artigos favoráveis ou desfavoráveis a candidatos ou partidos

políticos não constitui, por si só, propaganda eleitoral ilícita nem permite a aplicação da multa do artigo 43 daLei n.º 9.504/97.(TSE, RESPE n.º 19.173, Ac. n.º 19.173, de 1º.3.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

Agravo de instrumento. Propaganda impressa. Inteligência do art. 43 da Lei n.º 9.504/97.Não se pode exigir que o responsável pelo veículo de divulgação policie a atividade de partidos políticos

coligados na realizaçao de propaganda política além dos limites estabelecidos pelo art. 43 da Lei n.º 9.504/97Agravo provido. Recurso especial provido.

(TSE, AG n.º 2.090, Ac. n.º 2.090, de 1º.6.2000, Rel. Min. Nelson Jobim)

Propaganda eleitoral paga na imprensa - Desobediência à dimensão estabelecida no art. 43 da Lei n.º9.504/97.

Multa imposta ao partido, que figurou isoladamente no polo passivo da representação, apesar de terefetuado coligação naquele pleito - Impossibilidade - Violação do art. 6º, § 1º da Lei 9.504/97.

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

58 TRE-CE/2004

Multa imposta ao candidato, apesar de não comprovado seu prévio conhecimento - Possibilidade -Parágrafo único do referido art. 43 que determina a imposição de penalidade ao beneficiário, independente dacomprovação de sua responsabilidade ou prévio conhecimento.

Recurso conhecido e parcialmente provido.(TSE, RESPE n.º 15.890, Ac. n.º 15.890, de 23.5.2000, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

Recurso especial eleitoral. Propaganda eleitoral na imprensa - Lei 9.504/97, art. 43. Necessidade decomprovacão do pagamento ou de doacão indireta para sua caracterizacão.

1. A aplicacão da sancão prevista na Lei 9.504/97, art. 43, só é possível mediante a comprovacão deque a matéria considerada como propaganda eleitoral tenha sido paga ou produto de doacão indireta.

2. Recurso especial provido.(TSE, RESPE n.º 16.214, Ac. n.º 16.214, de 6.4.2000, Rel. Min. Edson Vidigal)

Recurso especial. Propaganda eleitoral paga. Jornal com dimensões intermediárias entre o tamanhopadrão e o tablóide. Decisão regional que entendeu que por haver falta de tipicidade a publicacão não estariaalcançada pela lei eleitoral. Jornal que se assemelha mais ao tablóide e como tal deve ser considerado.Propaganda que não ultrapassou o limite previsto no art. 43, da Lei n.º 9.504/97.

A lei eleitoral nao estabeleceu medidas exatas de modo regulamentar a propaganda paga em todas aspublicacões com características de jornal, a fim de impedir a veiculacão de propagandas aptas a causardesequilíbrio na disputa eleitoral.(TSE, RESPE n.º 15.897, Ac. n.º 15.897, de 2.9.1999, Rel. Min. Edson Vidigal)

7.8. OUTDOOR

Propaganda eleitoral irregular. Outdoors. Prévio conhecimento. Multa. Solidariedade do partido político.Inadmissibilidade da alegação de ausência de prévio conhecimento. Agravo regimental improvido.

(TSE, ARESPE n.º 21.026 , Ac. n.º 21.026, de 24.6.2003, Rel. Min. Carlos Velloso)

Propaganda eleitoral. Painel luminoso irregular acoplado a outdoor eletrônico devidamente distribuídopela Justiça Eleitoral. Irrelevância do tamanho do painel (Res./TSE n.º 20.988/2002, art. 15). Alegação decessão gratuita que não afasta o caráter de exploração comercial, próprio do engenho publicitário utilizado.

Recursos não conhecidos.(TSE, RESPE n.º 21.117, Ac. n.º 21.117, de 1º.4.2003, Relª. Minª. Ellen Gracie Northfleet)

Representação - Propaganda eleitoral irregular - Outdoor - Divulgação de mensagem com foto e nomede parlamentar - Menção a projeto de lei aprovado - Dissídio jurisprudencial configurado.

1. Outdoor contendo texto sobre a aprovação de emenda à Constituição Estadual, com o nome e ocargo do parlamentar, não constituiu, por si só, propaganda eleitoral. Agravo de instrumento provido. Recursoespecial conhecido e provido.(TSE, AG n.º 3.440, Ac. n.º 3.440, de 21.11.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Consulta. Deputado Federal. A Lei 9.504/97 e a Instrução n.º 57 estabeleceram, tão-somente, termoinicial para utilização de outdoors, qual seja, após a realização de sorteio pela Justiça Eleitoral, não havendoprevisão legal a regulamentar e restringir circunstâncias relativas à sua retirada. Consulta respondidanegativamente quanto ao primeiro item e positivamente quanto ao segundo.(TSE, CTA n.º 804, Res. n.º 21.173, de 8.8.2002, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

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TRE-CE/2004 59

EMENTÁRIO TEMÁTICO

Consulta. Partido político. Propaganda eleitoral mediante placas em bem particular. Limites. É lícita aafixação de várias placas de propaganda eleitoral na fachada de um mesmo imóvel particular, sem prejuízo,contudo, de eventual caracterização de abuso do poder econômico, nos termos do parágrafo único do art. 13da Resolução TSE 20.988.(TSE, CTA n.º 799, Res. n.º 21.148, de 1º.7.2002, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Pedido de reconsideração recebido parcialmente como consulta.1. Utilização de outdoors. Possibilidade de sua utilização apenas em parte do período destinado à

propaganda eleitoral. Redistribuição, por sorteio, entre os demais partidos, dos espaços não usados.2. Nos sorteios que se realizarem para distribuição de espaços devolvidos, não participarão os partidos

que se recusaram a utilizar os espaços que receberam em sorteios anteriores.3. É facultado às empresas comerciais dar destinação não eleitoral aos espaços recusados por todos.

(TSE, INST n.º 57, Res. n.º 21.034, de 21.3.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Agravo de instrumento. Recurso especial. Propaganda mediante outdoor contendo homenagem apossível candidato. Circunstâncias eleitorais não mencionadas. Ato de mera promoção pessoal.

1. A veiculação de propaganda por meio de “outdoor” contendo nome de candidato, sem mencionarcircunstâncias eleitorais, não é considerada propaganda eleitoral, mas ato de mera promoção pessoal.

2. Precedentes.3. Recursos conhecidos e providos.

(TSE, AG n.º 2.848, Ac. n.º 2.848, de 11.10.2001, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Propaganda eleitoral. Outdoor.A colocação de outdoors às margens de rodovia pública configura infração ao art. 42 da Lei n.º 9.504/

97, se não disponibilizado o espaço mediante sorteio.(TSE, RESPE n.º 15.774, Ac. n.º 15.774, de 14.12.1999, Rel. Min. Eduardo Ribeiro)

Segundo turno - Propaganda eleitoral mediante inserções e outdoors.1) O início da propaganda eleitoral relativa ao segundo turno se dará 48 horas a partir da proclamacão

dos resultados pelo respectivo Tribunal;2) O tempo diário reservado às insercões será de 30 minutos, sendo 15 minutos para campanha de

Presidente da República e 15 minutos para campanha de governador; se, após proclamados os resultados,não houver segundo turno para uma dessas eleições, o tempo será integralmente destinado à eleicãosubsistente;

3) O tempo destinado às insercões deve ser dividido igualmente entre os candidatos.4) Não haverá novo sorteio para distribuicão de outdoors, devendo os candidatos se utilizarem daqueles

que lhes foram destinados no primeiro turno.(TSE, PA n.º 17.904, Res. n.º 20.377, de 6.10.1998, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

Eleição majoritária. Candidato. Propaganda eleitoral em ‘outdoors’: utilização do mesmo espaço porcandidatos a eleições distintas. Partido da Social Democracia Brasileira-PSDB.

2. O Tribunal firmou entendimento no sentido de que é permitida a veiculação conjunta de mensagens,desde que com consentimento escrito do candidato a quem couber, originariamente, o uso do ‘outdoor’, edesde que o candidato, ou candidatos, à eleição distinta da sua não ocupe espaço maior do que um terço doreferido veículo, poderão candidatos a eleições distintas utilizar o mesmo ‘outdoor’ (Precedente: Consulta n.º14.506/94).(TSE, CTA n.º 14.538, Res. n.º 14.538, de 5.8.1994, Rel. Min. Flaquer Scartezzini)

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

60 TRE-CE/2004

7.9. PRAZOS

Agravo de instrumento. Eleição 2000. Propaganda irregular. Juízo de admissibilidade. Sentença.Recurso. Prazo. Intempestividade (art. 96, § 8º, da Lei n.º 9.504/97). Fundamentos não infirmados. Dissídionão caracterizado. Negado provimento.

I - Não comporta provimento o agravo que deixa de infirmar os fundamentos da decisão impugnada.II - Nos termos do art. 96, §§ 7º e 8º, da Lei n.º 9.504/97, o prazo para recorrer da sentença é de 24

horas, contado da publicação da sentença em cartório e não de eventual intimação efetuada pela Secretaria,desde que o magistrado tenha observado o disposto no citado § 7º.

III - O juízo de admissibilidade do recurso, como todo provimento judicial, deve ser fundamentado, oque não implica usurpação da competência da Corte Superior.

IV - A divergência, para se configurar, requer a demonstração da similitude fática entre os paradigmase o acórdão impugnado.(TSE, AG n.º 4.308, Ac. n.º 4.308, de 26.8.2003, Rel. Min. Peçanha Martins)

Recurso especial. Eleição 2000. Propaganda irregular. Prazo. Contagem. Art. 242, CPC. Recursoprovido.

I - A contagem do prazo recursal flui a partir da efetiva intimação dos procuradores das partes, nostermos do art. 242, CPC.

II - Afasta-se a intempestividade do recurso quando a intimação da sentença dá-se na pessoa dolitigante e não na de seu advogado, legitimado para interpor recurso.(TSE, RESPE n.º 21.233, Ac. n.º 21.233, de 17.6.2003, Rel. Min. Peçanha Martins)

Agravo regimental. Agravo de instrumento. Propaganda irregular. Poste de iluminação - suporte desinal de trânsito. Proibição. Art. 37 da lei n.º 9.504/97. Ressalvas de licitude taxativas. Art. 65 da Resolução/TSE n.º 20.988/2002.

1. É proibida a propaganda eleitoral em postes de iluminação pública que sirvam de suporte de sinaisde trânsito.

2. A ciência prévia fica caracterizada quando, notificado, o responsável não retira a propaganda irregularno prazo de 24 horas.

3. Precedentes.Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, AAG n.º 3.908, Ac. n.º 3.908, de 22.4.2003, Rel. Min. Carlos Velloso)

Representação. Propaganda eleitoral gratuita. Inserções. Emissoras de televisão. Possíveldescumprimento do plano de mídia. Horário de transmissão. Prejuízo. Público-alvo. Intempestividade.

Descumprido o prazo de 48 horas para oferta da representação, dela não se conhece por intempestiva.Precedente da Corte (Rp n.º 443).Representação não conhecida.

(TSE, RP n.º 556, Ac. n.º 556, de 30.9.2002, Rel. Min. Gerardo Grossi)

Propaganda eleitoral gratuita: representação por invasão de propaganda de candidato ao pleito majoritáriono programa reservado à das eleições proporcionais (Res./TSE 20.988/2002, art. 26: prazo de 48 horas parao ajuizamento da reclamação, por aplicação analógica do art. 96, § 5º, L. 9.504/97).(TSE, ARP n.º 443, Ac. n.º 443, de 19.9.2002, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Agravo regimental. Tempestividade.Art. 96, § 7°, da Lei n.º 9.504/97. Sentença não prolatada em 24 horas. Recurso do § 8°. Termo a quo

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TRE-CE/2004 61

EMENTÁRIO TEMÁTICO

para a sua interposição é a data da efetiva intimação das partes. Precedentes do TSE.Prazo do art. 258 do Código Eleitoral. Regra geral, incidente quando a lei não fixar prazo especial.

Não-aplicação, na espécie.- Não obstante tenha a decisão agravada sido publicada no DJ de 28.9.01, considerando que o referido

jornal oficial só circulou em 1°.10.01, é tempestivo o agravo regimental interposto em 4.10.01.- Tendo em conta que a sentença não foi prolatada no prazo de 24 horas, previsto no mencionado § 7°

do art. 96 da Lei n.º 9.504/97, o recurso ordinário de que cuida o parágrafo seguinte (§ 8°), nos termos dajurisprudência deste Tribunal, haverá de observar, como termo a quo para a sua interposição, a efetiva intimaçãodas partes.

- Na espécie, não se aplica o tríduo do art. 258 do Código Eleitoral, por encontrar-se previsto no art.96, § 8°, da Lei n.º 9.504/97, o prazo de 24 horas para interposição do recurso ordinário contra as decisõesprolatadas nas reclamações e representações ajuizadas contra o descumprimento dessa lei.(TSE, ARESPE n.º 16.425, Ac. n.º 16.425, de 20.6.2002, Rel. Min. Barros Monteiro)

Representação. Decisão. Juiz auxiliar. Agravo. Prazo. Contagem. O prazo em horas conta-se minutoa minuto. O prazo é contínuo, não se interrompendo nos feriados. É peremptório e não se suspende aossábados, domingos e feriados. Prorroga-se nos dias em que não há expediente.

Não apresentado o recurso na abertura dos trabalhos no Tribunal, preclui o direito de recorrer.(TSE, ARP n.º 369, Ac. n.º 369, de 20.8.2002, Rel. Min. Peçanha Martins)

Recurso especial. Propaganda eleitoral. Aplicação de multa. Representação. Cerceamento de defesa.Caracterização.Recurso provido para, cassando a decisão do TRE, determinar a baixa dos autos ao juízo de 1º grau

a fim de que seja aberto prazo ao recorrente, possibilitando-lhe manifestar-se sobre os documentos juntados.(TSE, RESPE n.º 19.126, Ac. n.º 19.126, de 17.4.2001, Rel. Min. Costa Porto)

Recurso especial. Representação. Degravação de fita magnética. Laudo. Não intimação da parte.Alegações finais. Não concessão de prazo. Ofensa ao princípio do contraditório e da ampla defesa.

1. Fita magnética apresentada para degravação. Intimação da representada para manifestar-se acercada conformidade do laudo elaborado com o conteúdo do material juntado ao processo. Imprescindibilidade,em face do princípio do contraditório.

2. Não concessão de prazo para o oferecimento das alegações finais. Cerceamento do direito dedefesa.

3. Recurso especial conhecido e provido para anular o processo a partir da sentença, inclusive, edeterminar a remessa dos autos à origem.(TSE, RESPE n.º 15.320, Ac. n.º 15.320, de 15.10.1998, Rel. Min. Maurício Corrêa)

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EMENTÁRIO TEMÁTICO

62 TRE-CE/2004

8. T8. T8. T8. T8. TABELABELABELABELABELA DE TIPOS DE PROCESA DE TIPOS DE PROCESA DE TIPOS DE PROCESA DE TIPOS DE PROCESA DE TIPOS DE PROCESSOSOSOSOSO

SIGLA DESCRIÇÃOAAG Agravo Regimental em Agravo de InstrumentoAC Ação Cautelar (TRE/CE)AERP Agravo Regimental em Emb. de Declaração em RepresentaçãoAG Agravo de InstrumentoAMC Agravo Regimental em Medida CautelarARESPE Agravo Regimental em Recurso Especial EleitoralARP Agravo Regimental em RepresentaçãoCTA ConsultaEAG Embargos de Declaração em Agravo de InstrumentoERESPE Embargos de Declaração em Recurso Especial EleitoralHC Habeas CorpusINST InstruçãoMC Medida CautelarMS Mandado de SegurançaPA Processo AdministrativoPET PetiçãoRC Recurso Criminal (TRE/CE)RCED Recurso contra a Expedição de DiplomaRE Recurso Eleitoral (TRE/CE)RESPE Recurso Especial EleitoralRMS Recurso em Mandado de SegurançaRO Recurso OrdinárioRP RepresentaçãoRRP Recurso em Representação