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Sugestões de aproveitamento a Quadro uadro Q Projetando ideias, refletindo imagens Apresenta MIÚDA E O GUARDA-CHUVAS de Amadeu Alban e Jorge Alencar Animação Brasil 2010 11min O relacionar-se com o outro é um tema norteador, não só nos curtas da Sessão, mas na própria vida. A relação surge a partir do contato entre de duas pessoas e nos proporciona um compartilhamento, de orma que aprendemos com o outro, ao mesmo tempo em que ensinamos. Desenvolver reflexões a cerca da construção das relações cotidianas e da forma de abordar o outro, lembrando inclusive de pequenas atitudes, (cumprimentos como Bom Dia, Boa Tarde ou Obrigado, Por Favor) gentilezas que facilitam a nossa interação com o mundo e a construção de amizades. O comportamento da família diante das dúvidas e curiosidades infantis são aspectos muito importantes apresentados no curta Minhocas. É interes- sante desenvolver com os pais um trabalho de preparação para lidar com essas perguntas, que são muitas vezes consideradas constrangedoras, descabidas, mas são essenciais para o crescimento da criança e interação com o mundo. A cultura popular também poder ser trabalhada em A velha a fiar, que se desenvolve a partir de cantigas e trava-línguas vindas de uma tradição oral, passada de geração para geração. Trabalhar esses elementos com os alunos é promover um diálogo com essas culturas e com a memória que elas carregam. Metáforas são figuras de linguagem que expõem implicitamente situações ou elementos complexos de forma implícita a partir de símbolos simples, que nos possibilitam uma compreensão, como em Dona Cristina perdeu a memória em que o patinho de madeira representa o tempo. Estimular o diálogo das crianças com essa linguagem possibilita uma comunicação mais ampla entre os mais diversos meios, seja oral, escrito ou audiovisual por exemplo. REALIZAÇÃO: APOIO: S D E Secretaria Municipal de Educação e Desportos Cidade Histórica Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte SECRETARIA DE CULTURA E TURISMO Integrantes Ada Froés, André Araújo, Daniela Fernandes, Glenda Nicácio, Helena Bera, Henrique Roza. Coordenação Ana Paula Nunes Diagramação Henrique Roza MINHOCAS de Palolo Conti Animação Brasil 2006 15min DONA CRISTINA PERDEU A MEMÓRIA de Ana Luiza Azevedo Ficção Brasil 2002 13min A VELHA A FIAR de Humberto Mauro Ficção Brasil 1960 6min

Sugestões de aproveitamento Quadro · estético simples com singela beleza. Por Daniela Fernandes e Glenda Nicácio ²Humberto Mauro (30/4/1897 a 5/11/1983): Cineasta mineiro, considerado

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Page 1: Sugestões de aproveitamento Quadro · estético simples com singela beleza. Por Daniela Fernandes e Glenda Nicácio ²Humberto Mauro (30/4/1897 a 5/11/1983): Cineasta mineiro, considerado

Sugestões de aproveitamento

a QuadrouadroQ

Projetando ideias, refletindo imagens

Apresenta

MIÚDA E O GUARDA-CHUVASde Amadeu Alban e Jorge Alencar Animação Brasil 2010 11min

O relacionar-se com o outro é um tema norteador, não só nos curtas da Sessão, mas na própria vida. A relação surge a partir do contato entre de duas pessoas e nos proporciona um compartilhamento, de orma que aprendemos com o outro, ao mesmo tempo em que ensinamos. Desenvolver reflexões a cerca da construção das relações cotidianas e da forma de abordar o outro, lembrando inclusive de pequenas atitudes, (cumprimentos como Bom Dia, Boa Tarde ou Obrigado, Por Favor) gentilezas que facilitam a nossa interação com o mundo e a construção de amizades.

O comportamento da família diante das dúvidas e curiosidades infantis são aspectos muito importantes apresentados no curta Minhocas. É interes-sante desenvolver com os pais um trabalho de preparação para lidar com essas perguntas, que são muitas vezes consideradas constrangedoras, descabidas, mas são essenciais para o crescimento da criança e interação com o mundo.

A cultura popular também poder ser trabalhada em A velha a fiar, que se desenvolve a partir de cantigas e trava-línguas vindas de uma tradição oral, passada de geração para geração. Trabalhar esses elementos com os alunos é promover um diálogo com essas culturas e com a memória que elas carregam.

Metáforas são figuras de linguagem que expõem implicitamente situações ou elementos complexos de forma implícita a partir de símbolos simples, que nos possibilitam uma compreensão, como em Dona Cristina perdeu a memória em que o patinho de madeira representa o tempo. Estimular o diálogo das crianças com essa linguagem possibilita uma comunicação mais ampla entre os mais diversos meios, seja oral, escrito ou audiovisual por exemplo.

REALIZAÇÃO: APOIO:

PREFEITURA MUNICIPAL DE

GOVERNO PROGRESSO E CIDADANIA

S DE

Secretaria Municipal deEducação e Desportos

Cidade HistóricaSecretaria Municipal de Educação,

Cultura e EsporteSECRETARIA DE CULTURA E TURISMO

IntegrantesAda Froés, André Araújo,

Daniela Fernandes, Glenda Nicácio, Helena Bera, Henrique Roza.

CoordenaçãoAna Paula Nunes

DiagramaçãoHenrique Roza

MINHOCAS de Palolo Conti

Animação Brasil 2006 15min

DONA CRISTINA PERDEU A MEMÓRIA de Ana Luiza Azevedo Ficção Brasil 2002 13min

A VELHA A FIAR de Humberto Mauro

Ficção Brasil 1960 6min

Page 2: Sugestões de aproveitamento Quadro · estético simples com singela beleza. Por Daniela Fernandes e Glenda Nicácio ²Humberto Mauro (30/4/1897 a 5/11/1983): Cineasta mineiro, considerado

Nessa Sessão Escola o projeto Quadro a Quadro apresenta uma proposta de programa que dialoga com o universo infantil. Os filmes curtas-metragens escolhidos trabalham com cuidado e beleza as relações construídas no nosso cotidiano, capazes de promover singelas transformações, por mais simples que sejam. O espectador mergulha num mundo lúdico de descobertas e sensibilidade criado a partir de situações comuns e corriqueiras, não só da vida dos personagens, mas do seu próprio dia-a-dia. No decorrer da Sessão, a criança explora novas relações, afetos surgidos a partir do encontro com essas singelas personagens.

Miúda e o guarda-chuva traz as pequenas fragilidades estabelecidas entre relações cotidianas, de uma personagem e sua planta carnívora alimentada por formigas, que arquitetam um plano secreto cheio de fatos extraordinários.

Baseado num conto, a proposta de série apresenta seu primeiro episódio um universo plasticamente trabalhado com delicadeza, através de desenhos animados quadro a quadro. Miúda constrói uma atmosfera minimalista, com guarda-chuvas e muita poesia, oscilando entre melancolia e humor, escolhe a ambiguidade para falar sobre temas comoafeto, solidão e transformação.

Em Minhocas, a narrativa nos apresenta uma família compostas por estes animais, que vivem no subterrâneo um mundo similar ao humano. As referências a situações sociais cotidianas são adaptadas a este universo, em que o filho se depara com curiosidades, medos e descobertas típicas de uma criança.

E como “Porque sim não é resposta.”, o filme trabalha de forma educativa, os questionamentos infantis e as “saias justas” pelas quais os adultos passam para respondê-las. Esse universo ganha vida utilizando-se da técnica de animação stop motion¹, com bonecos de massinha que nos transportam a uma estética colorida e delicada, dialogando bem com a primeira infância.

¹Stop motion (que poderia ser traduzido como “movimento parado”) é uma técnica de animação onde os modelos são movimentados e fotografados quadro a quadro e depois montados sequencialmente, criando a impressão de movimento. No cinema, para cada segundo do filme são necessários 24 quadros.

Dona Cristina perdeu a memória nos conta sobre a história de amizade de dois vizinhos: Antônio, menino de 8 anos, ouve com atenção e paciência, as diversas histórias contadas por D. Cristina, uma senhora de 80 anos, nos remetendo a uma lição de vida. Essa amizade se dá em encontros cotidianos nos quais uma memória conjunta é compartilhada através de pequenas e singelas metáforas, como a cerca de dona Cristina e a passarela de Antônio.

O cenário nunca muda, os quintais se transmutam em um relicário, que guarda brinquedos, antiguidades, conversas e risos marcando a memó-ria das personagens. Nos rende bons momentos de poesia, não apenas pela delicadeza do roteiro, mas pela simplicidade com que o conjunto de som, fotografia e arte nos mergulha num diálogo entre os universos do idoso e da criança.

A velha a fiar realizado em 1964 aborda de uma forma ingênua e engraçada conflitos do ciclo da vida, e através de uma narrativa aparente-mente simples, nos apresenta personagens que convivem de forma incomo-da. Essas personagens aparecem gradualmente a cada nova estrofe da canção popular homônima, fazendo-nos cantar novamente todo o ciclo da história. Assim, como um verdadeiro trava-língua, a música tem um ritmo crescente que pode ser percebido sobretudo na imagem, através de uma montagem acelerada. Esta é sem dúvida um dos elementos que faz do filme um curta atraente e prazeroso ainda nos dias atuais.

Considerado um clássico da história do cinema brasileiro foi dirigido pelo renomado cineasta Humberto Mauro² durante os anos que trabalhou no Instituto Nacional de Cinema Educativo, órgão que tinha por objetivo trabalhar com linguagem cinematográfica para formação didáticopedagógi-ca. Ressalta traços da paisagem rural, com toda a sua tranqüilidade e clima pacato, essa atmosfera é reforçada pela fotografia e a iluminação se tornan-do, um exemplo de como abordar reflexões e conflitos utilizando um padrão estético simples com singela beleza.

Por Daniela Fernandes e Glenda Nicácio

²Humberto Mauro (30/4/1897 a 5/11/1983): Cineasta mineiro, considerado um dos mais renomados diretores da história dos primórdios do cinema brasileiro. Sua obra dialoga com a beleza e a simplicidade das paisagens rurais, destacando-as na fotografia através da iluminação e enquadramentos. Participou do INCE, onde realizou diversos documentários de cunho didático-pedagógico. Entre seus filmes podemos citar Ganga Bruta, Barro Humano, Favela dos Meus Amores.