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Sugestões para a liturgia dominical Igreja Viva, Povo de Deus. “Convertei-vos e crede na Boa-Nova” (Mc 1,15b) 07 | abril | 2013 a 26 | maio | 2013 Ciclo Pascal Ano C Vicariato Episcopal para a Pastoral - Ano 2013 - Edição 33

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Sugestões para a

liturgia dominical

Igreja Viva, Povo de Deus.“Convertei-vos e crede na Boa-Nova” (Mc 1,15b)

07 | abril | 2013 a 26 | maio | 2013Ciclo Pascal • Ano C

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2013

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Lembrete importante:Vale recordar a finalidade do subsídio homilético e litúrgico oferecido pela Comissão

de Subsídios da Arquidiocese de Belo Horizonte: oferecer uma reflexão exegética, litúrgica e espiritual que ajude a aprofundar o sentido da celebração, seja para fins homiléticos, seja para a pastoral litúrgica. Os textos não são “homilias prontas” para serem proferidas na celebração. Estas supõem o necessário confronto com a vida da comunidade, a expressão do homiliasta como comunicador do mistério e o contexto vital da homilia: a celebração onde se exerce o ministério de quem preside. Às Equipes de Liturgia, o subsídio é um auxílio eficaz para mergulhar no sentido da celebração e para dar consistência às ações sugeridas ou despertadas pelo estudo e reflexão.

Publicação de

Vicariato Episcopal para a Pastoral da Arquidiocese de Belo HorizonteProjeto de Evangelização Igreja Viva, Povo de Deus.

“Convertei-vos e crede na Boa-Nova” (Mc 1,15b)

Comissão de Publicações do Vicariato

Felipe Magalhães FranciscoMaria Lúcia Carvalho Alves

Pe. Antônio Damásio Rêgo FilhoPe. Danilo César dos Santos Lima

Pe. Márcio Antônio Ferreira Pimentel, msRevisão teológico-literária: Felipe Magalhães Francisco,

Maria Lúcia Carvalho Alves e Pe. Antônio Damásio Rêgo Filho

Revisão ortográfica: Maria Lúcia Carvalho Alves

Revisão Final: Felipe Magalhães Francisco

Ilustrações e imagens

Capa: Ícone da Trindade - Adrei RublevVicariato Episcopal para a Pastoral da Arquidiocese de Belo Horizonte

Av. Brasil, 2.079 - 4.º andar - FuncionáriosCEP.: 30140-002 - Belo Horizonte / MG

Tel.: 3269-3164 - Fax: 3269-3131E-mail: [email protected]

[email protected] ou Tel.: 3269-3195

Sumário

Introdução .........................................................................................................6

07 de abril de 2013 .......................................................................................... 72º Domingo de Páscoa

14 de abril de 2013 .......................................................................................... 113º Domingo da Páscoa - Ano C

21 de abril de 2013 ......................................................................................... 154° Domingo da Páscoa - Ano C

28 de abril de 2013 ........................................................................................ 195º Domingo da Páscoa

05 de maio de 2013 ...................................................................................... 236º Domingo da Páscoa

12 de maio de 2013 ....................................................................................... 26Ascensão do Senhor

19 de maio de 2013 ....................................................................................... 30Solenidade de Pentecostes

26 de maio de 2013 ...................................................................................... 33Solenidade da Santíssima Trindade

6 Sugestões para a liturgia dominical

Caro(a) assinante e leitor(a),

Feliz Páscoa!

Ainda é tempo de emitir saudações pela páscoa, pois a festa não passou. Páscoa é algo contínuo na vida cristã, tem sentido permanente. A vida nova que desponta no seio da humanidade a partir da ressur-reição de Jesus não pode mais ser contida: a vida venceu a morte! Tal segredo, custodiado pela Liturgia da Igreja, precisa ser celebrado, pois a páscoa é festa de alegria, amor e vida em estado puro. Celebrar a pás-coa é tão irrenunciável quanto vivê-la.

Com mais esse subsídio, a Comissão de Publicações objetiva cola-borar para que as comunidades redescubram a nascente da fé. O bem ce-lebrar, sustentado por uma reflexão homilética consistente e sugestões litúrgicas que ajudem a realizar a experiência pascal por meio dos ritos e símbolos, é um direito do povo que renasceu das águas do Batismo. Esperamos ter colaborado, mais uma vez, nesse intento. Desejamos que o espírito da Páscoa perpasse o esforço da pastoral litúrgica e a vida de nossas comunidades.

Pe Danilo César dos Santos LimaCoordenador da Comissão de Publicações do Vicariato Pastoral da Arquidiocese de Belo Horizonte

Introdução

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1. O Tempo da Páscoa prolonga a comemoração do mistério da ressurreição do Senhor durante seis domingos e, também, nas soleni-dades da Ascensão e de Pentecostes, aprofundando, no seio da comu-nidade, a experiência da vitória da vida sobre a morte, principiada por Jesus e continuada na vida da Igreja. De maneira muito sucinta, reza o primeiro prefácio da páscoa: “Morrendo destruiu a morte, e, ressur-gindo, deu-nos a vida”. A ressurreição de Jesus é compartilhada por todos os seus membros (a Igreja) e por toda a criação que por ela foi renovada. A experiência da ressurreição do Senhor é motivo de alegria para a comunidade cristã, porque todos os discípulos estão implica-dos com a vida dele. Jesus não ressuscitou sozinho1. A Constituição Lumen Gentium, sobre a Igreja, afirma a íntima comunhão de vida entre a Igreja e seu Senhor. Ao apresentar Cristo como Cabeça, princípio e primogênito, inclui a comunidade dos discípulos no mistério de sua morte e ressurreição:

“Todos os membros devem conformar-se com ele, até que neles se for-me Cristo (cf. Gl 4,19). Por isso, somos incorporados nos mistérios da sua vida, somos configurados com ele, mortos e ressuscitados com ele, até que com ele reinaremos (cf. Fl 3,21; 2Tm 2,11; Ef 2,6; Cl 2,12 etc). Durante a peregrinação terrena seguimos as suas pegadas na tribulação e na perseguição, associamo-nos à sua paixão como o corpo à cabeça, e sofremos com ele para com ele sermos glorificados (cf. Rm 8,17)”2.

1 Cf. Cl 3,1.2 CONCILIO VATICANO II. Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja, 7. In. Documentos do Concílio Vaticano II, Col. Documentos da Igreja, 1. São Paulo: Paulus, 1997, p. 109.

Jesus não ressuscitou sozinho!2º Domingo de Páscoa

Textos Bíblico-LitúrgicosAt 5,12-16; Sl 117(118); Ap 1,9-11a.12-13.17-19; Jo 20,19-31

07 de abril de 2013

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2. O evangelho deste domingo narra a manifestação do Ressuscitado à comunidade dos discípulos por duas vezes: a primeira, sem a presença de Tomé e a segunda, com sua a presença. Inicialmente, Tomé apresenta dificuldades em crer: “Se eu não vir a marca dos pre-gos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei” (v.25). Mas depois do encon-tro com o Senhor passa a professar a fé: “Meu Senhor e meu Deus” (v.28). Tomé representa a segunda geração dos discípulos que não con-viveram com Jesus e não vivenciaram os fatos da morte e ressurrei-ção. Para esses, o testemunho da comunidade não parecia suficiente. Os primeiros discípulos de Jesus já não estavam vivos e a crise que se instalara era como fazer a mesma experiência da páscoa, já distantes cronologicamente dos fatos que fundamentavam a fé. Tal experiência de Jesus encontra, nos evangelhos da ressurreição, um verbo que a ela confere significado e importância, o verbo ver. Para o evangelista, o ato ver deve estar subordinado à fé, apontando para ela, ou sendo por ela transfigurado. Como comprovar a veracidade dos fatos sem ver o Senhor? A resposta da comunidade é certeira: sem passar pelo cami-nho da fé, não seria possível fazer tal experiência, não seria possível ver na fé. Tal é o significado da repreensão de Jesus: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” (v.29)3.

3. A dificuldade de Tomé não representa apenas os cristãos da segunda geração, mas os cristãos de todas as gerações, chamados à bem-aventurança da fé. Pesa igual desafio sobre todos: como fazer essa ex-periência? Mas a todos é dada a mesma resposta: o caminho da experi-ência passa pela fé. Aqui importa um esclarecimento: a fé não pode ser confundida com sentimento, nem como racionalização de uma doutri-na. A fé é adesão a uma pessoa: Jesus Cristo. Essa adesão é resultado de uma experiência e de um encontro pessoal com o Senhor no ambiente da comunidade cristã. Tomé, inicialmente, tem dificuldade de assimi-lar o testemunho da comunidade, porque está distante dela. Quando está presente, faz com a comunidade essa experiência. É a comunidade quem o conduz à experiência da fé, através dos sinais deixados por Jesus. Dessa forma, os fiéis se põem em relação com o Cristo, com sua vida e os eventos narrados pelo testemunho dos apóstolos. A narra-tiva do encontro de Tomé com o Senhor cita, explicitamente, como se dá esse evento: a comunidade reunida, o primeiro dia da semana e o testemunho alegre dos que já haviam se encontrado com o Senhor. Implicitamente, pode-se, ainda, deduzir a Ceia, como motivo para a

3 O versículo da aclamação ao evangelho, retomando igualmente o mesmo versículo como “aperitivo” da proclamação, insinua o foco operado pela liturgia.

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reunião, e a Palavra insinuada pelo testemunho dos irmãos. Essas me-diações estruturam não só a experiência feita pelos discípulos, mas a própria comunidade. A recusa de Tomé em crer é, igualmente, a re-cusa da Igreja que se realiza nas suas mediações. Deduz-se que não há fé cristã ou experiência do Ressuscitado sem comunidade e sem suas mediações.

4. Tomé é chamado a tocar os sinais da paixão. Jesus não se re-cusa em atender às suas exigências, mas o repreende pela falta de fé. Contudo, a experiência de Tomé está marcada pela autenticidade: ele faz um caminho sincero e honesto da experiência de morte e de incom-preensão para a experiência de ressurreição e de fé. O caminho exige que Tomé deixe as certezas, saia de si e efetive a sua adesão à comunida-de, como ambiente favorável à fé. O mesmo itinerário é proposto pela liturgia da Igreja, no rito da comunhão, como experiência do apóstolo que se prolonga em nós. A antífona a ser entoada como refrão do canto da comunhão retoma as palavras de Cristo no evangelho: “Estende a tua mão, toca o lugar dos cravos, e não sejas incrédulo, mas fiel, ale-luia!”. Cada discípulo e discípula é chamado a caminhar, deixando seu lugar e ir ao encontro do altar, símbolo de Cristo. Diante do ministro estende as mãos não apenas para tocar, mas para se nutrir dos sinais da paixão e ressurreição: pão e vinho que sustentam a fé na presença e atuação do Ressuscitado. Não dizem mais “Meu Senhor e meu Deus”, mas simplesmente “amém”, como reconhecimento do corpo e sangue entregues. A ressurreição, mistério da fé da Igreja, é assimilada da for-ma mais elementar e acessível: comendo e bebendo, pois é assim que se anuncia a páscoa d’Ele, até que retorne (cf. 1Cor 11,26).

5. Em cada cristão que toma parte na assembleia, acolhe o teste-munho dos apóstolos, e consome a dádiva de sua vida no pão e vinho consagrados se refaz a experiência da fé. Não por sua iniciativa, mas pela intervenção do Ressuscitado. O Cristo mesmo se faz presente e atuante, conduzindo da dúvida à fé; da dispersão para a reunião em assembleia; do fechamento para a alegria; da apreensão e medo para o testemunho. Tomé é figura de todo aquele que faz tal passagem, guiado pela mão do Senhor.

Sugestões Litúrgicas

1. Assumir o repertório proposto pela CNBB no Hinário Litúrgico 2 e gravado nos CD’s da Coleção “Liturgia”, Editora Paulus. Outros CD’s podem enriquecer o repertório, desde que concordes com os textos litúrgicos, com o momento ritual e com o tempo litúrgico.

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2. A saudação presidencial coloca em evidência a presença e ini -ciativa do Ressuscitado. Por isso, sugerimos a fórmula d (Rm 15,13) que explicita a alegria e paz da comunidade no encontro com Jesus, vencedor da morte.

3. O sentido litúrgico pode ser feito a partir do ponto 5 da homi -lia, ou de outro texto preparado pela equipe de liturgia. Sempre após a saudação presidencial.

4. A aspersão no lugar do Ato penitencial porá em relevo o papel dos ritos iniciais: reunir a comunidade em Cristo.

5. O evangelho seja cantado solenemente, com uma melodia que ressalte a dinâmica do texto. Sugerimos a melodia gravada no CD “Ação de Graças no Dia do Senhor”, Editora Paulinas.

6. Na homilia não esquecer dos aspectos mistagógicos da medita-ção a ser proposta, demonstrando como o anúncio evangélico se realiza no rito da Igreja.

7. As preces tenham como resposta a solene aclamação Kyrie , elei-son. Kyrie é vocativo de Kyrios (Senhor), título dado ao Ressuscitado.

8. Pão e vinho são hoje os sinais da paixão trans�gurados pela ressurreição. Conforme orientam e propõem os documentos da Igreja, seria conveniente que fossem dados a todos os �éis nas duas espécies.

Este conteúdo faz parte do

“Sugestões para a Liturgia Dominical (7/04 a 26/05 de 2013)”

produzido pela Arquidiocese de Belo Horizonte.

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