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    Combatendo oCombatendo oCombatendo oCombatendo oCombatendo oTTTTTrabalho infantilrabalho infantilrabalho infantilrabalho infantilrabalho infantil

    GUIA PARA EDUCADORES

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    2Sugestes deAtividades

    CENPEC - Centro de Estudos e Pesquisas em Educao, Cultura e Ao Comunitria

    Combatendo oCombatendo oCombatendo oCombatendo oCombatendo o

    GUIA PARA EDUCADORES

    TTTTTrabalho infantilrabalho infantilrabalho infantilrabalho infantilrabalho infantil

    Programa Internacional para a Eliminao do Trabalho Infantil - IPEC

    ORGANIZAO INTERNACIONAL DO TRABALHOEscritrio no Brasil

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    Copyright Organizao Internacional do Trabalho (2001)

    1aedio, 2001

    As publicaes da Organizao Internacional do Trabalho gozam da proteo dos direitos depropriedade intelectual decorrente do protocolo 2 anexo Conveno Universal sobre Direitos Autorais.Trechos pequenos podem ser reproduzidos sem autorizao, desde que a fonte seja mencionada. Parareproduo de trechos maiores ou traduo, solicitaes devem ser encaminhadas a OIT OrganizaoInternacional do Trabalho, Departamento de Publicaes (Direitos autorais e licenas), CH-1211 Genebra

    22, Sua. Solicitao de exemplares, catlogos ou listas de publicaes para o endereo acima ou:OIT Escritrio no Brasil, Setor de Embaixadas Norte, Lote 35, 70800-400 Braslia DF, Brasil, tel. (xx61)426-0100 fax (xx61) 322-4352, e-mail [email protected].

    As designaes usadas nas publicaes da OIT e a apresentao de matrias nelas includas, segundo apraxe das Naes Unidas, no significam, da parte da OIT, qualquer juzo com referncia situao legalde qualquer pas ou territrio ou de suas autoridades, nem delimitao de suas fronteiras.A responsabilidade por opinies expressas em textos assinados, estudos e outras contribuies recaiexclusivamente sobre seus autores; sua publicao no constitui endosso da OIT s opinies aconstantes.

    OIT Escritrio no Brasil

    Direo Armand Pereira

    Coordenao Nacional do IPEC-Brasil Pedro Amrico Furtado de Oliveira

    Coordenao do Projeto Moema Prado

    Material elaborado pelo CENPEC para o escritrio da OIT no Brasil, no mbito do Projeto Professores, educadores esuas organizaes na luta contra o trabalho infantil/IPEC

    CENPEC Centro de Estudos e Pesquisas em Educao,Cultura e Ao ComunitriaR. Dante Carraro 68 Pinheiros05422-060 So Paulo SP Brasilhttp://www.cenpec.org.br

    Presidncia Maria Alice SetubalCoordenao geral Maria do Carmo Brant de CarvalhoCoordenao de rea Isa Maria F. R. Guar e-mail: [email protected]

    Coordenao do Projeto Lcia Helena NilsonConsultoria Walderez Nos HassenpflugAutoria (v.2) Gilberto Pamplona da Costa (Geografia), Luiza Ins M. de Freitas e

    Maria Clara S. Pacheco (Cincias), Maria Terezinha T. Guerra (Arte),Ronilde Rocha Machado (Histria), Zoraide I. Faustinoni da Silva(Lngua Portuguesa)

    Edio de texto Tina Amado e Guy AmadoEdio de arte Eva Paraguass Arruda Cmara, Jos Ramos Nto e

    Camilo de Arruda Cmara RamosIlustrao Luiz MaiaFotografia Iolanda Huzak Fotolito Grupo RV2Impresso Cromosete

    Apoio CNTE Confederao Nacional dos Trabalhadores em EducaoSetor de Diverses Sul, Edif. Venncio III, sala 101/470393-900 Braslia DFwww.cnte.org.br

    Organizao Internacional do TrabalhoCombatendo o trabalho infantil : Guia para educadores / IPEC. Braslia : OIT, 2001. : il.

    Conjunto formado por 2 volumes, cartazes e jogov.1: Combate ao trabalho infantil 48 p.v.2: Sugestes de atividades 64 p.

    Produo CENPECISBN 92-2-811040-61.Trabalho infantil. I. OIT II. IPEC. III. CENPEC.

    Com base no conjunto: Child labour: an information kit for teachers,

    educators and their organizations ILO/IPEC (ISBN 92-2-111040-0).

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    Sumrio4 Introduo

    9 Histria10 Ativ.1 Crianas e adolescentes devem trabalhar?11 Ativ.2 Panorama do trabalho infantil no Brasil atual13 Ativ.3 Por que crianas e adolescentes trabalham?15 Ativ.4 Trabalho infantil no passado: crianas escravas e operrias16 Ativ.5 Os direitos da criana e do adolescente18 Ativ.6 Outros jeitos de ser criana19 Sugestes de leitura

    21 Portugus

    22 Ativ.1 Jornal mural: organizao inicial24 Ativ.2 Produo dos textos para o mural25 Ativ.3 Jornal falado26 Ativ.4 Poemas27 Ativ.5 Histrias, personagens e cenrios29 Ativ.6 Organizando o evento final29 Referncias bibliogrficas

    31 Cincias

    32 Ativ.1 Conhecendo seus direitos33 Ativ.2 O direito sade34 Ativ.3 Os catadores de lixo36 Ativ.4 Prostituio infantil37 Sugestes de leitura

    39 Geografia

    40 Ativ.1 Criana no trabalha41 Ativ.2 Representaes do trabalho infantil42 Ativ.3 O trabalho infantil na comunidade43 Sugestes de leitura

    45 Arte

    46 Ativ.1 Criando um smbolo47 Ativ.2 Divulgando nossas idias49 Ativ.3 Quem canta seus males espanta?50 Ativ.4 No desligue o televisor51 Referncias bibliogrficas

    52 Textos para reproduo para os alunos

    53 Histria56 Portugus61 Cincias63 Geografia

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    COMBATENDO O TRABALHO INFANTIL: GUIA PARA EDUCADORES v.2

    IntroduoNeste volume esto reunidas sugestes deatividades a ser desenvolvidas em sala de aula,em sua escola ou organizao, de modo aenvolver tambm a comunidade em torno daescola. As atividades esto organizadas pordisciplina do currculo e destinam-se a alunoscursando o ensino fundamental (1aa 8asries).

    Esta proposta pretende incentivar o aluno aestudar o tema pesquisando, refletindo ediscutindo com colegas, formando novosconceitos, posturas e atitudes frente aotrabalho infantil. Quanto aos educadores,

    tendo-se apropriado dos contedos do volume1, acreditamos que estejam em condies deanalisar a natureza do problema local(contextualizando-o no nvel nacional) e possamcontribuir para aumentar o grau deconscientizao de alunos, pais e comunidadesobre o tema. Esperamos que todos osenvolvidos com as atividades aqui propostas seengajem no combate ao trabalho infantil evalorizem ainda mais a educao, organizando-

    se para defend-la e expandir as oportunidadeseducacionais na comunidade, encarando-acomo um direito sagrado de todos.

    Acreditamos que a temtica do trabalhoinfantil, por sua abrangncia, oferece condies

    de ser estudada de forma interdisciplinar, demodo que os conhecimentos sejam integradose contextualizados, o que, por sua vez, permiteo desenvolvimento de conceitos, habilidades evalores de forma articulada. Em outras palavras,estas atividades podem constituir um projetopoltico-pedaggico um assunto de relevnciasocial em torno do qual se articulam atividadesem todas as disciplinas, em toda a escola.

    No entanto, as atividades so aqui apresentadaspor disciplina, tendo em vista a estrutura denosso sistema de ensino, em que da 5a 8a

    srie cada professor ministra disciplinadiferente. Os professores de 1aa 4asriepodero facilmente proceder integrao aqui

    visada, enquanto os das sries finais iroarticular-se para tratar do tema com as classesde forma harmoniosa buscando aindaintegrar as classes entre si, de modo a envolvertoda a escola.

    As disciplinas aqui contempladas so: Histria,Portugus, Cincias, Geografia e Arte.Professores das demais (assim como atividadesem outras reas, no caso das sries iniciais)podero integrar-se ao projeto desenvolvendoatividades que contribuam para oenriquecimento da aprendizagem: emMatemtica, por exemplo, podem serconstrudos grficos semelhantes, ou analisadosos que constam do volume 1; em Educao

    EMBALANDO UVA - BA TRANSPORTANDO TIJOLOS - SP

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    SUGESTES DE ATIVIDADES

    Fsica, pode-se abordar o tema salientando aimportncia das atividades fsicas e do lazer paraa sade fsica e psquica e mostrando como, emconseqncia de certas atividades impostas scrianas e adolescentes que trabalham, suasade e desempenho ficam comprometidos; emlngua estrangeira, podem ser feitas pesquisassobre o trabalho infantil nos pases onde alngua falada, como tambm apreciar poemasou canes que tratem do tema...

    As atividades foram pensadas para ser feitascom todos os alunos; em cada uma, indicamosformas alternativas de desenvolv-las comclasses da 1a 4asries e da 5a 8ado ensinofundamental. Voc, professor, certamente

    saber adequ-las situao especfica de seusalunos. O ponto de partida a problematizaoda realidade, isto , o levantamento dequestes para orientar um novo olhar, tendocomo base o que o aluno j sabe e as pesquisase reflexes individuais e coletivas sobre o tema.

    No desenvolvimento das atividades, alunas ealunos sero convidados a participar de maneiracriativa e crtica, manifestando-se no coletivo daclasse, em pequenos grupos ouindividualmente. Provavelmente, apresentaroopinies variadas e at divergentes sobre ainsero precoce de crianas no mercado detrabalho. Isso natural e reflete as diferentesformas de lidar com essa questo na sociedade.

    Por isso mesmo, em um primeiro momento,todos devem ser ouvidos e poder externar suasopinies com liberdade; no decorrer dasatividades, iro ter contato com informaes eidias com as quais iro dialogar e refletir,levando em considerao o que j pensavam esabiam, incorporando os novos conhecimentosa que estaro tendo acesso.

    Um cuidado e sensibilidade especial deve sermantido em relao aos alunos que trabalham.Sabemos que, em muitas famlias, a nicaalternativa que vislumbram para superardificuldades econmicas encaminhar crianase adolescentes para o mercado de trabalho.Nesse caso, o aluno no pode ser

    estigmatizado, nem seus familiares. Oua-ocom respeito e favorea um clima desolidariedade em classe. Explique que esseestudo vai ajud-los a compreender de maneiramais ampla a questo do trabalho infantil e apensar juntos nas formas pelas quais se podeorganizar e lutar para resolver esse grandeproblema.

    Por fim, importante respeitar suas idiase opinies e considerar que nem todoscompreendero, ao mesmo tempo,a dimenso de tragdia social envolvida notrabalho infantil. Aprender processo.E um processo que conduzido de formarespeitosa tende a ser verdadeiro e a ter sucesso.

    AMARRANDO FOLHAS DE FUMO PARA SECAR - RSAMARRANDO FIBRA DE SISAL - BA

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    COMBATENDO O TRABALHO INFANTIL: GUIA PARA EDUCADORES v.2

    PLANEJANDOAS AES INICIAISNo existe, como se sabe, uma forma nica derealizar um trabalho. No entanto, o trabalho pla-nejado, discutido e organizado coletivamente tem

    mais chances de dar certo. importante planejaras etapas de implementao desse projeto. O queapresentamos a seguir uma entre outras possi-bilidades de desenvolver as aes em sua escolaou organizao. Voc, melhor do que ningum,conhece sua realidade e sabe qual o melhor cami-nho a seguir.

    O primeiro passo conhecer este material e pla-nejar sua discusso e apropriao pela comunida-de escolar. Para isso, pode-se formar uma comis-so com integrantes da escola, que se encarrega-r do estudo preliminar. O ideal que o diretor,lder da equipe docente, faa parte desse grupo.

    Na etapa seguinte, a comisso define como ser aimplantao do projeto para toda a comunidade

    escolar e apresenta seus planos para discusso eaprovao pelo Conselho Escolar, APM, Caixa Es-colar, Grmio Estudantil e outras instncias cole-giadas. Deve-se prever a durao do projeto, defi-nir um cronograma de trabalho, tarefas e respon-sabilidades.

    A comisso deve se preparar para enfrentar even-tuais discordncias e atitudes de defesa do traba-lho infantil. Num primeiro momento, deve ouvir eacolher todas as opinies, para depois apresentarargumentos. O importante manter um clima deliberdade e confiana que favorea o dilogo, astrocas, o crescimento de todos.

    Aps a aprovao do projeto, hora de planejar aintroduo do tema aos demais professores e fun-cionrios da escola. Talvez possam ser aproveita-

    das as reunies de planejamento j previstas nocalendrio escolar. A equipe deve cuidar para queo tema do trabalho infantil no venha a constituirum apndice, mas que seja incorporado ao proje-to pedaggico da unidade escolar. A prpria co-misso ou um grupo de professores pode cuidarda elaborao das pautas e da coordenao dasreunies, prevendo estratgias que propiciem odebate de idias e a participao ativa de todos.Na escola, todos os funcionrios (secretrios, pes-soal administrativo, serventes, merendeiras, inspe-

    tores de alunos, vigias etc.) devem ser includosnesse trabalho pois, ao entrar em contato com ascrianas e jovens, exercem uma ao educativa;alm do mais, muitos deles residem na prpriacomunidade e so uma referncia da escola paraos demais moradores, podendo contribuir para seuenvolvimento.

    Uma sugesto reunir a equipe para desenvolver,todos juntos, a atividade 2 de Geografia para alu-nos maiores, Representando o trabalho infantilpor meio de mapas (p.41). Usando o Quadro

    Anexo e o mapa do Brasil reproduzido na ltimapgina do volume 1, a equipe ir desenhar ou ins-crever, nos lugares correspondentes, texto ou sm-bolo das principais formas de trabalho infantil aencontradas. Com isso, tero idia mais concretada dimenso dessa realidade no pas e estaro maismotivados para desenvolver as atividades com osalunos.

    O passo seguinte a apresentao do tema aos alu-nos. O lanamento do projeto pode ocorrer, por

    exemplo, em um evento especial que rena toda acomunidade, em cada turno separadamente, ou ain-da em cada classe. preciso garantir que todos te-nham clareza dos resultados que se quer alcanar.

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    SUGESTES DE ATIVIDADES

    Sugerimos que tudo o que foi aprendido na se-mana em cada classe seja divulgado para as ou-

    tras, possibilitando ampliao de saberes e o en-volvimento coletivo. Pode-se marcar periodicamen-te (por exemplo, uma vez por semana) uma reu-nio de todas as classes do perodo ou turno paraque contem o que aprenderam sobre o trabalhoinfantil, que descobertas e reflexes o tema pro-vocou. Os alunos podem criar um nome para esseencontro semanal, como Trabalho infantil em foco.A criao de um jornal mural por classe ou pero-do, ou agregando todas as classes, uma das ati-vidades sugeridas para reunir e socializar informa-

    es e aprendizados.

    O desenvolvimento do tema uma ocasio prop-cia para ampliar os vnculos com a comunidade,sensibilizar outras pessoas e instituies, convidan-do-as a participar ativamente do estudo do tema.Pode-se localizar pessoas que tenham vivncia ouconhecimento sobre trabalho infantil para enrique-cer a aprendizagem, como familiares de alunos quetenham passado pela situao de trabalhador in-fantil e relatem fatos interessantes; ou especialis-

    tas no assunto, de organizaes governamentaisou no, juzes, promotores, advogados, mdicos;conselheiros dos Conselhos Tutelares e/ou da In-fncia e Juventude; pessoas de associaes de bair-

    ro ou ligadas s igrejas, a clubes de servio, a ins-tituies de atendimento infncia e juventude.Assim, por meio do estudo do tema, vai se for-mando um grupo de parceiros e interessados emdesenhar e implementar aes que visem a pre-veno e eliminao do trabalho infantil na comu-

    nidade. Seria ideal envolver tambm outras esco-las da regio, delegacias de ensino, com a colabo-rao do sindicato dos trabalhadores em educa-o, alm das secretarias de educao, sade, as-sistncia social, trabalho etc.

    Ao final do projeto, sugerimos a realizao de umevento comunitrio de encerramento, com expo-sio das produes dos alunos, apresentao demsicas, poemas alusivos ao tema, e/ou uma en-cenao de pea de teatro, elaborada pelos alu-nos com orientao dos professores. A atividade6 de Portugus detalha a organizao desse even-to. Na verdade, este pode marcar o incio de umamobilizao permanente, envolvendo escola e co-munidade, para atuar em relao ao trabalho in-fantil. preciso definir estratgias de ao que vi-sem conhecer e dar apoio aos alunos que traba-lham e estudam e estender a ao para as outrascrianas que esto fora da escola, qualquer queseja o motivo, trazendo-as de volta para o ambien-te escolar.

    importante que os resultados do projeto sejamavaliados por todos os integrantes, por meio dequestionrios, entrevistas, depoimentos etc., visan-do identificar que conhecimentos, atitudes e valo-res novos foram desenvolvidos; o que mudou; oque foi bom, o que poderia ter sido melhor etc.Um resultado muito positivo ser a incluso dotema no currculo da escola e a mobilizao perma-nente da comunidade escolar para combater o tra-balho infantil existente e prevenir que se expanda.

    Do projeto tambm pode resultar um diagnstico

    das crianas e adolescentes matriculados na esco-la que exercem algum tipo de trabalho. Conhe-cendo-se as condies em que esse trabalho exer-cido, podem-se adotar medidas a curto, mdio elongo prazos para assegurar a essas crianas o di-reito ao desenvolvimento integral.

    Ao final deste volume, para facilitar a reproduo,reunimos textos, grficos ou outros materiais quesugerimos sejam copiados para os alunos, ao de-senvolver as diversas atividades. Os textos foram

    numerados na ordem em que so mencionados.Assim, os textos 1 a 5 so para atividades de His-tria, os de nmeros 6 a 13 de Portugus etc. Guie-se pelo Sumrio para encontr-los rapidamente.

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    COMBATENDO O TRABALHO INFANTIL: GUIA PARA EDUCADORES v.2

    MENINA (13 ANOS) RETIRA CARVO DO FORNO. RIBAS DO RIO PARDO - MS

    COMBATENDO O TRABALHO INFANTIL: GUIA PARA EDUCADORES v.2

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    SUGESTES DE ATIVIDADES

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    HistriaPropomos aqui uma seqncia de atividadespara serem desenvolvidas com suas classes,

    visando propiciar reflexo a respeito dotrabalho de crianas e adolescentes, no Brasile no mundo. Outras atividades podero sercriadas por voc, ao reconhecer a importnciadesse e de outros assuntos relevantes darealidade brasileira, na composio docurrculo de Histria de sua escola.

    O ordenamento das atividades inicia-se coma explorao da noo mais ampla detrabalho para, depois, introduzir essa formaparticular e condenvel, que o trabalhoinfantil. Em seguida, o tema problematizado na forma como se apresentano Brasil atual por meio de fotografias,pesquisas na comunidade e textos. Com basenos conhecimentos propiciados por essaviso do trabalho infantil no presente,voltamos o olhar ao passado, para buscarcompreender por que essa forma de trabalhopersiste at nossos dias e por que ainda vista de maneira to natural. Nessa busca,

    resgatamos um pouco da experincia dascrianas escravas e trabalhadoras nas fbricas(no incio do sculo XX); textos e imagenspermitem ressaltar o significado individual ecoletivo dessas experincias. Do passado,novamente por meio de fotografias,documentos de poca e outros textos,retornamos ao presente. Esse movimento trazuma dimenso de historicidade que ajuda aampliar a compreenso do que foi e otrabalho infantil: uma forma de explorao

    desenfreada e desrespeitosa, por parte deempregadores, que pem seus lucros acimade qualquer considerao de natureza ticaou de justia social. A volta ao presente traztambm um novo olhar para as crianas eadolescentes: so sujeitos de direitos, quedevem ser assegurados pela famlia, pelasociedade e pelo Estado principalmente,so sujeitos do direito infncia, tempo emque estudar e brincar so atributosessenciais, sua razo de ser.

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    COMBATENDO O TRABALHO INFANTIL: GUIA PARA EDUCADORES v.2

    Atividade 1

    Crianas e adolescentesdevem trabalhar?Objetivo: para iniciar o dilogo com os alunossobre o trabalho de crianas e adolescentes,sugerimos uma conversa sobre o trabalho emgeral; em seguida, uma sensibilizao sobre otrabalho infantil, para, finalmente, abrir adiscusso sobre o que pensam a respeito. Antesde desenvolver esta atividade, releia a seo Oque trabalho infantil?, s p.13-14 do volume 1.

    Material necessrio: papel pardo, pincelatmico, cartaz 2.

    PPPPPara classes da 1ara classes da 1ara classes da 1ara classes da 1ara classes da 1aaaaa 4 4 4 4 4aaaaasriessriessriessriessriesObservando os adultos trabalhadores daescola

    Convide os alunos a circular um pouco pelaescola, observando os adultos e as atividadesque esto realizando. Leve-os cozinha, aoptio, diretoria, secretaria.

    Em classe, pea que contem o que viram: qual aatividade, quem estava realizando, para qu.Pea que descrevam ou imitem os movimentos

    realizados pelas pessoas. Explique-lhes que asatividades observadas so chamadas de trabalho.Escolha uma delas (a preparao da merenda,por exemplo) e pergunte: qual era o cardpio,que produtos estavam sendo utilizados. E deonde vieram esses produtos. importanteperceberem que no trabalho, de modo geral, htransformao. O milho foi transformado em fubque virou uma gostosa polenta para o lanche...

    Terminando essa explorao, sugira classepensar na seguinte questo: a escola poderia

    funcionar com todos os adultos estudando e ascrianas trabalhando, nas tarefas queobservaram? Por qu? Provavelmente, os alunosiro perceber que as tarefas no so adequadas

    para serem feitas por crianas: usar fogo,manusear grandes panelas pesadas, varrer umptio imenso...

    Observando fotografias de crianastrabalhando

    Afixe na parede ou na lousa o cartaz 2 (Umarealidade que precisa mudar), com fotografiasde crianas trabalhando. Pea que observemcom ateno as fotos e as descrevam livremente.Depois, pergunte qual palavra indica o que todasas crianas nas fotos esto fazendo (trabalho).Desafie-os a expressar a grande diferena emrelao ao que observaram na escola. Comcerteza, iro perceber que crianas como elasesto quebrando pedras, colhendo cana efazendo outras atividades, que deveriam serfeitas por adultos.

    Pergunte-lhes se acham que isso est certo e porqu. Anote as respostas na lousa e, se jdominam a escrita, pea para anotarem nocaderno. Caso contrrio, registre suas respostasnuma folha de papel pardo e deixe-a fixadanuma parede da sala.

    Finalmente, como tarefa de casa, solicite queconversem com um/a adulto/a com quemconvivem e perguntem sobre seu trabalho: o quefaz, como faz, por que faz, se gostam, com que

    idade comearam a trabalhar e por qu. Pea pararegistrarem as respostas no caderno (ou guardarbem na memria, se ainda no escrevem), paraconversar sobre o assunto numa prxima aula.

    PPPPPara classes da 5ara classes da 5ara classes da 5ara classes da 5ara classes da 5aaaaa 8 8 8 8 8aaaaasriessriessriessriessriesChuva de palavras: trabalho e seus diferentessentidos

    No centro da lousa ou quadro de giz, escreva apalavra TRABALHO. Pea aos alunos para falarpalavras, expresses ou pequenas frases que

    possam ser associadas a essa e v anotando-asna lousa. Em seguida, organize a classe emgrupos e oriente-os a formar, com as palavras oufrases anotadas, conjuntos que tenham sentidoparecido, obedecendo a um critrio estabelecidopor eles. Por exemplo: conjunto 1, legal,gostoso, criativo; conjunto 2, chato, explorao,cansativo; conjunto 3, necessrio para viver; etc.D a cada grupo uma folha de papel pardo paraanotarem os conjuntos formados, verificando seesto agrupados de maneira coerente com o

    critrio que combinaram. Pea que dem umttulo a cada conjunto. Terminando, convide-os aapresentar o que fizeram aos colegas e, depois,a afixar as folhas na parede. Na discusso

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    COMBATENDO O TRABALHO INFANTIL: GUIA PARA EDUCADORES v.2

    Em seguida, promova uma atividade declassificao, solicitando aos alunos,coletivamente, que agrupem os diferentes tiposde trabalho segundo um critrio dado por voc,que pode ser trabalho no campo ou trabalhona cidade, ou ainda trabalho na lavoura, em

    fbrica ou prestando servios. Pea-lhes ento para descrever as atividades

    realizadas (o que as pessoas fazem) e comenteas respostas s demais perguntas, destacando osaspectos mais significativos. Registre o que forpossvel na lousa, indicando para fazerem omesmo em seus cadernos.

    Finalmente, avise-os de que as respostas pergunta com que idade comearam a trabalhare por qu sero retomadas na aula seguinte.

    Conhecendo alguns tipos de trabalho infantilno Brasil

    Leia para a classe o Texto 3 sobre Francisco, de11 anos ( o mesmo transcrito do captuloTrabalho infantil e direito infncia, no v.1).Converse sobre o que entenderam: onde moraFrancisco (ajude-os a localizar o Cear no mapado Brasil, caso sua escola fique em outro estado);como seu trabalho; em que lugar ele trabalha;e como so as condies de trabalho. Informeaos alunos o salrio de Francisco,R$ 18,00.

    Mostre classe novamente o cartaz 2, paraidentificarem um trabalho semelhante ao deFrancisco; pea que observem maisdetalhadamente a situao mostrada na foto.Aproveite para contar mais sobre outras formasde trabalho infantil no Brasil: no corte da cana,no sisal, em carvoarias e em muitos outroslugares. Proponha que pensem um pouco eprocurem responder: Por que ser que essascrianas trabalham? Ser que elas gostariam deestar fazendo outra coisa, como estudar ebrincar? Anote essas respostas numa folha de

    papel pardo, com o ttulo Achamos que ascrianas trabalham porque... , para serretomada na aula seguinte.

    Finalmente, organize a classe em grupos e duma folha de papel sulfite ou uma cartolina acada grupo, para fazerem desenhos mostrandodiferentes tipos de trabalho infantil. Lembre-os decriar ttulos para os desenhos e exponha-os na sala.

    PPPPPara classes da 5ara classes da 5ara classes da 5ara classes da 5ara classes da 5aaaaa 8 8 8 8 8aaaaasriessriessriessriessries

    Entrevistando crianas trabalhadoras Para essa aula, prepare com antecedncia

    critrios para a tabulao das respostas dasentrevistas realizadas pelos alunos. Por exemplo,

    Jornada de trabalho: at 4 horas ( ); de 4 a 8horas ( ); de 8 a 12 horas ( ).

    Local de trabalho: sob o sol ( ); em lugarfechado, como fbrica ou loja ( ); na gua ( ).

    Comece a aula retomando com os alunos asentrevistas realizadas. Caso nenhum deles tenha

    encontrado menores de 16 anos trabalhando,comemore o fato com a classe: pode ser que osdireitos das crianas e adolescentes estejamsendo respeitados, na sua regio ou cidade.Nesse caso, passe para a atividade seguinte,discutindo com eles o Texto 1.

    Se realizaram as entrevistas, divida a classe emdois grandes grupos, A e B, conforme aentrevista realizada. Copie a chave de tabulaona lousa e proceda classificao das respostasdo grupo A (criana ou jovem que s trabalha),

    solicitando aos alunos que indiquem quando aresposta que tm combina com o item solicitadopor voc. Depois, faa o mesmo com asrespostas do grupo B (estuda e trabalha). Osalunos devem anotar esses resultados nocaderno. Deixe as respostas de carterqualitativo (aquelas cujas informaes nopodem ser transformadas em nmeros) para ofinal e procure agrup-las por semelhana,transcrevendo-as na lousa.

    Terminando o trabalho de tabulao, estimule-os

    a analisar os resultados, para obter uma visomais abrangente sobre o trabalho infanto-juvenilem sua comunidade. Dedique especial ateno anlise das respostas a por que os jovenstrabalham e para a situao dos jovens quetrabalham e estudam. O trabalho ajuda ouprejudica seu desempenho na escola?

    O trabalho infantil em outros lugares do Brasil

    Reproduza para os alunos o Texto 1, que traznmeros sobre o trabalho infantil no Brasil.Depois de leitura silenciosa, explore com eles asinformaes do texto. Aproveite para contarmais sobre outras formas de trabalho infantil noBrasil: no corte da cana, no sisal, em carvoarias emuitos outros lugares (v. Quadro anexo ao v.1).

    Faa um cartaz copiando o Grfico 1 do v.1(p.17). Ajude os alunos a fazer a leitura einterpretao dos dados apresentados. Depois,organize a classe em grupos e distribua o Texto 2(Grfico 2). Oriente a anlise dos trs grficos (odo cartaz que voc fez e dos Textos 1 e 2),discutindo as informaes que eles trazem,

    ressaltando que a menor proporo de meninastrabalhadoras provavelmente se deve ao fato deque o trabalho domstico realizado por meninas

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    SUGESTES DE ATIVIDADES

    ainda no foi devidamente levantado, em termosestatsticos. Pea para registrarem no caderno asidias que formularem. Terminando, pea aosgrupos para apresentarem suas concluses,colocando em discusso as que foremconflitantes.

    Distribua o Texto 3 (sobre Francisco, 11 anos) e,aps a leitura, converse sobre o queentenderam: as condies de trabalho; o lugarem que realizado; o salrio (pea paracalcularem, considerando a relao dlar/real, ovalor do salrio mensal em reais; podemtambm calcular a que porcentagem do salriomnimo corresponde). Depois, escreva na lousaesta frase, do texto sobre Francisco: Se a mevem junto, a produo chega a 60 carrinhos.Discuta coletivamente: quem est ajudando

    quem? De quanto aumenta a produo, comum adulto fazendo junto? Essa no seria,ento, tarefa para adultos? Certamentepercebero a perversidade da situao, pois,segundo o texto, a me que ajuda Francisco.Acham isso correto? Ateno, cuidado para notransformarem a me em vil da histria. Peapara calcularem o ganho semanal quando a metambm trabalha. Se o ganho aumenta tantoquando ela vai junto, ento certamente elano vai sempre porque no pode. Por que esseempregador no contrata um adulto? O que

    Francisco deveria estar fazendo, na sua idade?Registre na lousa as respostas e pea paraanotarem nos cadernos.

    Atividade 3

    Por que crianase adolescentes

    trabalham?Objetivo: propiciar reflexo sobre as razes daentrada precoce de crianas e jovens nomercado de trabalho. Para isso, ser necessrioindagar sobre as explicaes e representaesdos diferentes segmentos envolvidos com aquesto: crianas e jovens, os seus pais, osempregadores e os estudiosos do trabalhoinfantil. O que se pretende ajudar os alunos a

    questionarem as justificativas que muitas vezesencobrem a realidade do trabalho de crianas eadolescentes no pas.

    Material necessrio: papel pardo; pincelatmico, lpis de cor; para 5aa 8asries, Texto 4.

    Para classes da 1a 4asries Nessa aula, retome com os alunos as respostas

    dadas na conversa com um adulto da famlia, arespeito da idade com que comearam atrabalhar e por qu. Verifique com eles quantaspessoas trabalharam antes de 14 anos e queatividade faziam. Pea que comparem essasatividades com as realizadas pelas crianasatualmente, vistas nas fotografias e no textosobre Francisco. So semelhantes? Sodiferentes? Por qu?

    Em seguida, motive-os a falar sobre asexplicaes dadas pelos adultos com quemconversaram sobre comear a trabalhar compouca idade. Anote as respostas numa folha depapel pardo, com o ttulo: Quando eramcrianas, nossos familiares/ conhecidostrabalharam porque.... Certamente, a maioriadas respostas estaro relacionadas a dificuldadesde sobrevivncia na famlia e isso precisa serproblematizado com os alunos.

    Retome as anotaes da aula anterior, sobre asexplicaes das crianas para o trabalho infantilatualmente. Mostre os dois cartazes feitos emsala: Achamos que as crianas trabalhamporque... e Quando eram crianas, nossosfamiliares trabalharam porque... e comparem

    as respostas. O que mudou? O quepermaneceu? Certamente, as crianas iroperceber o trabalho infantil precoce como ligado

    EXTRAINDO RESINA DE PINHEIRO

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    s dificuldades das famlias; e, tambm, que issoacontece h bastante tempo. Pergunte a eles,em seguida, se apenas as famlias soresponsveis por esse problema, trazendo para adiscusso o papel dos empregadores, queexploram o trabalho das crianas como forma de

    obter mais lucros, pois pagam salrios muitobaixos. Retome a situao de Francisco e quantoele ganha. Pergunte a eles se essa situao (de ascrianas precisarem trabalhar to cedo) poderiaser diferente e o que poderia ser feito, para quefosse diferente. Registre as respostas na lousa epea para anotarem no caderno.

    Finalmente, pea que, em grupos, elaboremcartazes com frases e desenhos a respeito doque pode ser feito pelos governantes, pelosempregadores, pelas famlias, para evitar que

    crianas e adolescentes precisem trabalhar desdecedo. Junto com eles, afixe os cartazes pelaescola ou na vizinhana.

    Para classes da 5a 8asries Nessa aula, os alunos iro refletir sobre a

    maneira como os diferentes segmentosenvolvidos com a questo do trabalho infantil oexplicam. Retome com eles as respostas dasentrevistas que realizaram, trazendo o ponto devista de crianas ou adolescentes que trabalham.

    Exponha classe, sucintamente, o contedo dassees O que obriga crianas e adolescentes atrabalhar? e Efeitos perversos do trabalhoinfantil (v.1, p.15-17). Explique-lhes que essa a opinio dos estudiosos do assunto e da OIT aproveite para falar um pouco sobre o IPEC e aOIT, as convenes da OIT e a lei brasileira enfatize o que diz nossa legislao (v.1, p.13).Pergunte se concordam com essas idias, seacham que ajudam a entender o problema dotrabalho infantil e por qu.

    Em seguida, distribua a reproduo do Texto 4(Justificativas comuns para o trabalhoprecoce). Depois que todos leremsilenciosamente, alguns alunos podem revezar-sefazendo a leitura oral. Aproveite esse momentopara tirar dvidas e explicar palavrasdesconhecidas. Organize a classe em um crculoe solicite que destaquem as idias maissignificativas do texto. Aproveite para compararos argumentos falaciosos que justificam otrabalho infantil com as respostas obtidas nasentrevistas. Depois pergunte: De tudo o queaprenderam at aqui, que posio sobre otrabalho infantil a mais importante para serdefendida: Apoio? Condenao, mas sem se

    envolver com o problema? Condenao,respeitando as pessoas que so obrigadas atrabalhar, mas se comprometendo a participarde alguma forma da luta contra o trabalhoexplorador das crianas? Outras idias?

    Trabalho infantil: mito e realidade

    Em seguida, pergunte se alguma criana daclasse trabalha e se gostaria de falar sobre isso.Caso ela concorde, garanta que sua fala sejarespeitada e sua situao de vida no sejadepreciada pelos colegas. Mostre aos alunos quea existncia de trabalho infantil entre os colegass refora o que foi discutido at esse momentoe revela a necessidade de mudanas urgentesnessa situao. (Depois da aula, Informe sobreos possveis casos equipe escolar, para contatoscom a famlia e encaminhamento a programas

    de erradicao do trabalho infantil.) Finalmente,sugira que, em grupos, elaborem cartazes comfrases e desenhos a respeito do que pode serfeito pelos governantes, pelos empregadores,pelas famlias, para evitar que crianas eadolescentes precisem trabalhar desde cedo.Junto com eles, afixe os cartazes pela escola ouna vizinhana.

    Divida a classe em grupos de cerca de seisintegrantes cada e proponha que criem umahistria sobre a questo do trabalho infantil em

    seus diferentes aspectos, para ser encenada.Oriente os alunos para criar personagensvariados, lembrando-se de que h diversossegmentos (tipos de pessoas) envolvidos com otrabalho infantil, alm das prprias crianas;pensar em lugares ou cenrios pertinentes pedreira, plantao de cana, fbrica, casa dealgum, ou mesmo escola, caso um personagemtrabalhe e estude; cenas podem acontecer emdiferentes lugares; criar um roteiro para ahistria, com comeo, meio e fim (desfecho); e

    reler os textos que j receberam, para ajudar aelaborar as falas dos personagens. Articule-secom os professores de Arte e de LnguaPortuguesa a Atividade 5 desta ltima orientaa construo de personagens e cenrios.

    Marque uma data para a apresentao dosgrupos e dedique um tempo de cada aula paraos grupos trabalharem na elaborao do roteiro,na definio dos personagens, na elaboraodas falas, na montagem dos cenrios e nosensaios. Na vspera da apresentao, promovaum ensaio geral na classe, para ajudar os alunosnas dificuldades que aparecerem.

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    problemas vividos pelas crianas que trabalhamatualmente? Quais as semelhanas? Quais asdiferenas? O que acham que pode ser feitopara eliminar de vez o trabalho infantil no Brasil,garantindo-se a todas as crianas e jovens os

    direitos de cidadania? Destaque e discuta asrespostas conflitantes ou muito inadequadas.Registre as respostas na lousa e pea pararegistrarem no caderno.

    Atividade 5

    Os direitos da criana edo adolescenteObjetivo: informar os alunos sobre a existnciade lei que dispe sobre a proteo integral dascrianas e adolescentes brasileiras, o ECA Estatuto da Criana e do Adolescente; divulgaraos alunos os direitos a que todas as pessoas de0 a 18 anos fazem jus, de acordo com essa lei;promover reflexo sobre a relao entre o queest disposto na lei e a realidade de muitascrianas e jovens no Brasil. Subsdios sobre esseassunto esto no captulo correspondente do

    volume 1 (p.31-35).Material necessrio: cartaz 1, papel pardo,

    jornais e revistas usados, lpis de cor, tesoura,cola; para 5aa 8asries, reproduo do Texto 5.

    Para classes da 1a 4asries Convide os alunos a falar sobre coisas de que

    uma criana precisa para viver com dignidade,crescer e se preparar para a vida adulta,montando uma lista no quadro. Ajude-os apensar fazendo perguntas que ressaltem o planodas necessidades. Por exemplo, as crianaspodem responder: tomar sorvete. Nesse caso,as perguntas devem ajud-los a perceber queuma necessidade vital a alimentao. Depoisde pronta a lista, explique que essasnecessidades mais importantes constituem osdireitos fundamentais assegurados s crianas eadolescentes numa lei chamada ECA (direito vida, alimentao, sade, educao, moradia e outros).

    Leia com a classe os direitos da criana e doadolescente no cartaz 1, explicando o significadode cada um. Converse sobre a efetivao dessesdireitos no bairro ou na cidade: so garantidos atodas as crianas? Por qu? Pea que levantemhipteses sobre a no-observncia dessesdireitos. Explique a quem cabe assegur-los,segundo o Estatuto: a famlia, a comunidade, asociedade em geral e o poder pblico.

    Organize-os em grupos e d a cada grupo umafolha de papel pardo, algumas revistas usadas,tesoura e cola. Pea que escolham um dosdireitos e selecionem nas revistas fotografias oumanchetes de notcias que mostrem situaesonde esse direito est sendo observado e outras

    Documento A... Por ocasio do recente movimentogrevista, uma das reclamaes maisinsistentes dos operrios era contra aexplorao dos menores nas fbricas. Alis,

    no faziam mais do que exigir ocumprimento das leis existentes. Entretanto,os industriais, exceo da firma (...)continuam a empregar menores emtrabalhos imprprios. Entre eles, podemoscitar nominalmente o Sr.(...), porqueassistimos ontem entrada de cerca de 60pequenos s 19 horas, na sua fbrica naMoca. Essas crianas, entrando quelahora, saem s 6 horas. Trabalham, pois, 11horas a fio, em servio noturno, apenas comum descanso de 20 minutos, meia-noite!O pior que elas se queixam de que soespancadas pelo mestre de fiao. Muitosnos mostraram equimoses nos braos e nascostas. Algumas apresentaram mesmoferimentos produzidos com uma manivela.Uma h com orelhas feridas porcontinuados e violentos puxes. Trata-se decrianas de 12, 13, e 14 anos.

    (Publicado no jornal operrio O combate em1917; extrado de CENPEC, Ensinar e aprender

    Histria v.3: ficha 10, 1998)

    Documento BPor convenincia prpria, em prejuzo dehonrados pais de famlia, exploramvergonhosamente meninos aprendizes,usurpando os suores dessas pobres crianaspela miservel quantia de 500, 1$000 e1$500 por dia, enquanto deixam de ladocriminosamente aqueles que tm certaresponsabilidade social, que tm grandeprtica do ofcio. Mas como reclamar, se ospatres, no seu egosmo feroz, preferem oservio malfeito ao bem feito e correto,desde que corra em seu proveito?

    (Publicado em O trabalhador grfico, 1904;extrado de Rago, 1985, p.142)

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    SUGESTES DE ATIVIDADES

    imagens mostrando o mesmo direito sendodesrespeitado. Devem dividir a folha em duaspartes, colocar um ttulo em cada uma e colar osrecortes de forma criativa, na partecorrespondente. Terminando, pea paraapresentarem seus cartazes. Nesse momento,

    converse sobre o que pode ser feito quando umdireito est sendo violado: conversar com umadulto da famlia para que este denuncie sautoridades. No se esquea de combinar comeles um lugar para afixar os cartazes.

    Como tarefa de casa, pea s crianas paraconversar com os pais ou um adulto com quemconvivam sobre os tipos de brincadeiras de quemais gostavam quando eram crianas. Devemdescrever como e em que lugar se brincava. Digaaos alunos para registrar essa conversa, para

    uma atividade em outra aula, adiante.

    Para classes da 5a 8asries Comece a aula promovendo uma discusso

    sobre necessidades e direitos, tal como propostoacima para os alunos menores, utilizandotambm o cartaz 1.

    Em seguida, distribua reproduo do Texto 5,que traz mais algumas idias sobre o significadodos principais direitos da criana e do adolescente.Pea para fazerem uma leitura silenciosa e

    depois oral. Rena-os em crculo e incentive-os afalar sobre os aspectos mais significativos.

    Depois, converse sobre a efetivao dessesdireitos no bairro ou cidade: so garantidos atodas as crianas e adolescentes? Por qu? Peapara levantarem hipteses sobre a no-observncia desses direitos. Explique a quemcabe assegur-los, segundo o Estatuto: a famlia,a comunidade, a sociedade em geral e o poderpblico. Registre as respostas na lousa,indicando que devem fazer o mesmo nos

    cadernos. Nesse momento, importanteencaminhar a discusso para aprofundar umpouco mais as razes das constantes violaesdos direitos das crianas e adolescentes (emesmo dos adultos), retomando o que j foitrabalhado nas aulas anteriores:a experincia de mais de trssculos de escravido ajudou aformar a idia de que as elites egovernantes tinham/tmprivilgios, enquanto os setoresdominados da sociedade, apenasdeveres e obrigaes, no sendoconsiderados cidados portadoresde direitos. Essa situao tem se

    modificado muito lentamente, por meio da lutadesses setores desfavorecidos, que tm exigidomais veementemente respeito a seus direitos.Mais ainda h muito a fazer nessa direo, poisser cidado significa compreender que no bastalutar pelos direitos para si, mas assumir o

    compromisso de que os mesmos sejamestendidos a todos. Explique classe que aConstituio brasileira e o ECA resultaram demuitas lutas de vrias pessoas, participantes demovimentos sociais e polticos em prol dosdireitos fundamentais para todos os brasileiros.

    Aps essa discusso sobre os direitos e suaviolao, proponha que, em grupos, faam umareflexo sobre os possveis casos de violao dedireitos de que sabem ou ouviram falar, nobairro ou cidade, levantando idias sobre o que

    pode ser feito para que esses casos deixem deacontecer. Se necessrio, d dicas: podemprocurar entidades de defesa dos direitoshumanos ou dos direitos da criana e doadolescente; escrever cartas s autoridades domunicpio, do estado ou do governo federal;procurar o Juizado da Infncia e Juventude, oConselho Tutelar, entre outros.

    Finalmente, proponha que, em grupos, criemum poema ou cano sobre o que foi discutidonessa aula. Se acharem difcil criar uma melodia,podem criar uma letra para ser cantada numamelodia j existente. Incentive-os a escolher umgnero de sua preferncia (fazendo, por exemplo,um Rockda cidadania, um Rapda cidadaniaou um Samba da cidadania...). Pronta a letra, s sair por a cantando, na sala de aula, na escola,nas festividades do bairro ou da cidade...

    Como tarefa de casa, pea aos alunos paraconversar com avs, bisavs ou uma pessoa dacomunidade com mais de 70 anos, perguntandosobre os tipos de brincadeiras de que maisgostavam de participar, quando eram crianas.Devem descrever como era a brincadeira, emque lugar e com quem se brincava. Diga-lhespara registrar a conversa; o registro ser usadoem aula a seguir.

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    Atividade 6Outros jeitos de sercrianaObjetivo: propiciar discusses e atividadesldicas que reforcem junto aos alunos aimportncia da educao e do brincarcontraproposta ao trabalho infantil; valorizar o

    protagonismo dos adolescentes, estimulandosua participao no projeto sobre TrabalhoInfantil na escola; ampliar sua viso sobre aexperincia de trabalho na vida cotidiana decrianas em outras culturas, no caso a indgena.

    Material necessrio: papel sulfite, lpis de cor;cartolina para capa do lbum.

    Para classes da 1a 4asriesOrganizando um lbum de brincadeiras

    Recolha os dados dos alunos obtidos napesquisa sobre brincadeiras, proposta na aulaanterior. Pea para contarem os jogos oubrincadeiras que aprenderam, dizendo como eonde eram brincadas. medida que falam,registre na lousa os nomes das brincadeiras.Pergunte quais delas j conheciam e quais sonovas para eles. Aproveite para conversar umpouco sobre a idia de que brincadeira coisasria e que todas as crianas devem ter tempo,condies e meios para brincar. Relembre as

    histrias de crianas que trabalham, contadasem aulas anteriores, indagando se, nascondies em que vivem, podem exercerplenamente seu direito ao lazer e ao brincar.

    Sugira, ento, montarem um lbum combrincadeiras do passado e do presente.Organize-os em grupos, d a cada pessoa dogrupo uma folha de sulfite e pea paraescreverem ou desenharem brincadeiras, tantoas que eles fazem quanto as contadas pelos

    adultos; devem anotar o nome da brincadeira ea idade da pessoa que ensinou. Terminando,junte todas as folhas e, com a classe, classifique-as em dois grupos: brincadeiras do nosso tempoe brincadeiras do tempo dos nossos pais e mes.Faam uma capa e est pronto o lbum. Casoseja possvel, articule-se com o/a professor/a deHistria das 5aa 8asries para que os alunosmaiores tambm participem do lbum.

    Em classe mesmo ou na hora do recreio, peapara escolherem no lbum uma ou mais

    brincadeiras que acharem interessantes.Estimule-os a brincar, em casa e no ptio daescola, sempre que for possvel. O lbum debrincadeiras pode ser exposto na escola edivulgado para outras crianas da comunidade.

    Conhecendo outro jeito de ser criana

    Pergunte aos alunos se na sua regio existemreservas indgenas e se sabem algo a respeito:que povos vivem nesse lugar, como vivem e oque gostam de fazer. Se eles no tm contatocom indgenas, converse sobre o assunto,

    explicando que, apesar das dificuldades desobrevivncia e das constantes ameaas de perdade suas terras, muitos grupos indgenaspreservam aspectos essenciais do seu modo devida tribal, que muito diferente do nosso.Reunindo a classe em crculo, exponha o teor doboxO trabalho nas sociedades indgenas(v.1,p.14), destacando, no cotidiano das crianasindgenas, a forma como se relacionam com osadultos e aprendem a fazer o necessrio para asobrevivncia do grupo. Em seguida, sugira que

    comparem o cotidiano das crianas quetrabalham na sociedade capitalista em quevivemos com o de uma criana indgena que vivana reserva. Quem vive mais plenamente suainfncia? Por qu? Pergunte tambm o queacham que podemos aprender com as crianas eadultos indgenas; e o que eles podem aprenderconosco, que contribua para manter o seu modode vida? Sistematizando, redijam um pequenotexto coletivo sobre o que conclurem, que todosdevem copiar em seus cadernos.

    Para classes da 5a 8asriesAtuando como protagonistas na escola:brincando com os pequenos

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    SUGESTES DE ATIVIDADES

    Retome com os alunos a pesquisa sobrebrincadeiras, na gerao dos avs e bisavs.Proceda como na orientao inicial para aatividade com alunos menores, acima. Pea parafazerem uma lista das brincadeiras em folha desulfite. Converse previamente com o/a professor/

    a das sries iniciais, para acertarem acolaborao entre as turmas dos maiores emenores. Fale classe sobre o lbum debrincadeiras, que pretende registrar fragmentosda memria sobre brincadeiras antigas. Perguntese querem participar da elaborao do lbum,inserindo nele os registros da pesquisa quefizeram, de brincadeiras de outras geraes.Nesse caso, o lbum teria uma terceira parte:brincadeiras do tempo dos nossos avs. Assim,os alunos percebero que, se cada geraoinventa novos modos de brincar e esquece

    outros, h brincadeiras que permanecem vivaspor vrias geraes, algumas durando sculos!

    Depois, convide-os a escolher uma classe decrianas pequenas para fazer algumasbrincadeiras do lbum com elas, no recreio ouem dias de festa na escola. Diga-lhes paracontextualizar as brincadeiras, explicando quembrincava (menino, menina ou ambos); se abrincadeira era realizada em casa, na rua, no rioou em outro lugar; se era realizada no campo ouna cidade. Os pequenos iro adorar!

    Atuando como protagonistas: participandoda campanha De volta escola.

    Certamente sua escola ir promover atividadesenvolvendo a comunidade, no desenvolvimentodo projeto sobre o trabalho infantil. importante que este no fique restrito ao espaoescolar, para que seus resultados sejam maisconsistentes. Nesse sentido, convide os alunos aparticipar de atividades extra-classe, sugerindo aeles algumas possibilidades, como estas:

    levantamento, junto secretaria da escola, dosalunos que abandonaram os estudos duranteesse ano letivo; localizao dos endereos;seleo de alguns deles, cujo endereo sejaprximo do local de moradia dos alunos;organizao da classe em grupos, para visitas sfamlias desses ex-alunos; preparo da visita(conversa sobre as razes da desistncia daescola e incentivo para retornar mesma); casoa evaso tenha se dado por razes de trabalho,orientar os alunos para informar as famlias

    sobre possibilidades concretas de retirada dascrianas do trabalho, por meio do acesso aprogramas como Bolsa-Escola e outros

    porventura existentes na regio. Combine comeles o dia da visita e, se achar melhor,acompanhe-os;

    grupos de estudo ou mesmo aulas de reforopara as crianas que abandonaram a escoladevido a dificuldades com a leitura e escrita. Eles

    so capazes disso, com sua orientao e daequipe escolar!

    Para mobilizar os alunos, retome o grfico quereproduziu em um cartaz, sobre crianas que strabalham e no estudam. Lembre-os de que fa-zem parte do grupo de jovens que permanece naescola e esto conseguindo exercer um importan-te direito, o direito educao. dever de cidada-nia lutar para que esse direito seja estendido atodas as crianas e jovens de nosso pas. Nesse

    caso, eles estaro contribuindo nessa luta e prati-cando um importante valor: a solidariedade!

    Sugestes de leituraAZEVEDO, J, HUZAK, Iolanda, PORTO, Cristi-

    na. Serafina e a criana que trabalha. 12.ed.So Paulo: tica, 2000.

    CIPOLA, Ari. O trabalho infantil. So Paulo:Publifolha, 2001. (Coleo Folha Explica).

    DEL PRIORE, Mary (org.) Histria das crianasno Brasil. So Paulo: Contexto, 1999.

    MATTOSO, Ktia Q. Ser escravo no Brasil. SoPaulo: Brasiliense, 1988.

    RAGO, Margareth. Do cabar ao lar: a utopiada cidade disciplinar; Brasil, 1890-1930. Riode Janeiro: Paz e Terra, 1985.

    SILVA, Aracy L., GRUPIONI, Lus D. B. (orgs.) Atemtica indgena na escola: novos subs-dios para professores de 1 e 2 graus. Bra-slia: MEC; MARI; UNESCO, 1995.

    SILVA, Maria Alice S.S., GARCIA, Maria AliceL., FERRARI, Snia C. M. Memria e brinca-deiras na cidade de So Paulo nas primeirasdcadas do sculo XX. So Paulo: Cortez;CENPEC, 1989. (Biblioteca da Educao,Srie Escola, v.7)

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    PortugusSendo a linguagem, oral e escrita, um veculoprivilegiado de formao do cidado, no

    currculo escolar a rea de Portugus extremamente rica para a conscientizao decrianas e jovens sobre questes torelevantes como o trabalho infantil.Acreditamos que o aprendizado dalinguagem se d no seu uso social, nainterao entre as pessoas e no contatoprazeroso com o texto oral e escrito.

    Assim, propomos algumas oficinas em que ascrianas e jovens iro desenvolver atividadesde fala, leitura e produo escrita nas aulasde Portugus, mas incorporando asprodues resultantes do trabalho realizadoem outras reas, tais como os registros depesquisas e entrevistas, anlise de mapas,grficos, cartazes, fotos e outros textos. Aproposta que as produes dos alunos nasdiferentes disciplinas, em torno do temaTrabalho Infantil, sejam divulgadas durante odesenvolvimento desse tema pela escola e emum evento final, que poder ser um evento

    festivo e/ou uma pequena manifestao queenvolva a populao local. Dessa forma,crianas e adolescentes estaro produzindotrabalhos com uma finalidade social, noapenas como tarefa escolar.

    Nesse sentido, sugerimos odesencadeamento de uma campanha deconscientizao contra a explorao dotrabalho infantil, em que as informaes queforem sendo trazidas pelos alunos possam serdivulgadas em jornais falados e em um jornalmural, e que poder culminar com umapasseata no entorno da escola. Umacampanha tem funo mobilizadora, tantopara os que a planejam e executam, comopara o pblico a que se destina. Propicia acompreenso de problemas contemporneose amplia a viso de mundo, contribuindopara formar cidados ativos e participantes.

    No jornal falado ou no jornal mural poderoser incorporadas os resultados das entrevistas

    e dados coletados nas pesquisas realizadasnas reas de Histria e Geografia, bem comoas informaes sobre questes de sade

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    COMBATENDO O TRABALHO INFANTIL: GUIA PARA EDUCADORES v.2

    trabalhadas em Cincias. O tema desse jornalser o Trabalho Infantil, mas depois a escolapoder dar continuidade sua edio comoutros temas, ou para divulgar fatosocorridos na escola e seu entorno. Napasseata podero ser utilizados o smbolo da

    campanha e os cartazes elaborados na reade Arte. Alm disso, sugerimos uma oficinade criao de personagens, integrada comessa rea e a de Histria, e outra que exploreletras de msicas populares e poemas, tendocomo produto a escrita de histrias e poemasque sero reunidos em coletneas.

    No desenvolvimento de todas as atividades, importante no ficar apenas no nvel dadenncia. Os alunos devem tomar

    conhecimento tambm dos meios de acabarcom o trabalho infantil: escola, centros dejuventude, amparo financeiro s famlias,polticas pblicas e programas especficos.Como anunciado na introduo, este umprojeto que dever envolver no apenas todaa escola, mas os grupos organizados dacomunidade (sindicatos, associaes demoradores, ONGs) e, se possvel, tambm aimprensa local.

    Antes de propor qualquer atividade, procuresensibilizar os alunos para o tema. Use oscartazes 2 e 4, que mostram respectivamentecrianas trabalhando, estudando ebrincando. Em Histria, a atividade 1 propea observao das fotos do cartaz 2;contraponha-o ao 4, que mostra crianasestudando e brincando. Lance mo tambmde poemas, canes e outros textos, alm dosaqui sugeridos, e incentive os alunos a trazeroutros. Ao propor o projeto aos alunos,

    procure envolv-los, falando com entusiasmosobre as atividades que iro desenvolver e omuito que iro aprender.

    Atividade 1

    Jornal mural:organizao inicialO jornal mural uma tima atividade sobre essatemtica, pois possibilita a divulgao deopinies, notcias, reportagens e informaes;pode ficar exposto durante um certo tempo,possibilitando que muitas pessoas leiam.

    Para a produo do jornal mural, o ideal seriaque os alunos j tivessem certa familiaridadecom o jornal impresso. Se na localidade em queest sua escola houver jornais como de bairro oude associaes, leve exemplares para a turma

    manusear; chame a ateno para a forma comose organiza as sees, manchetes, matrias, adiagramao. Explique a funo de cada seo echame a ateno para a forma de cada uma.Leia com eles para que percebam a diferenaentre um editorial (coluna em que o jornalexpressa sua opinio sobre algum tema), umanotcia ou reportagem (conjunto de matrias:entrevistas, grficos, mapas etc. sobre um temaou fato) e um anncio classificado, por exemplo.Destaque as manchetes: a forma como seorganizam, sua funo de chamar a ateno doleitor.

    Se sua escola est em um local onde no hjornais impressos, uma boa alternativa o jornalfalado, pois o rdio e a televiso chegam aoslugares mais distantes. Se possvel, faam osdois.

    Participantes e recursosTodos os alunos podem participar, mas interessante que a coordenao do jornal fiquecom os alunos das sries ou ciclos maisadiantados. Eles se encarregaro das tarefasmais complexas, como escrever o editorial,coletar matrias produzidas pelas outras turmas,diagramar o jornal, digitar os textos. Os alunosque ainda no esto alfabetizados devemparticipar, no apenas nas atividades orais, mastambm nas de leitura e escrita, pois arriscando-se a ler e escrever que iro aprender.

    No desenvolvimento das atividades, junte alunosmais adiantados com aqueles que tm maisdificuldades, incentivando a cooperao. Dateno especial aos que ainda no sabem ler e

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    SUGESTES DE ATIVIDADES

    escrever, lendo e escrevendo para eles,incentivando-os a descobrir o que est escrito ea escrever do jeito que sabem.

    O jornal mural no requer muitos recursos.Basta reservar um espao, que pode serdelimitado em uma parede. Para elabor-lo,vocs vo precisar de: papel pardo e sulfite, lpisde cor, pincel atmico, tesoura, cola, fita adesivaou tachinhas. Se possvel, bom ter umacmera fotogrfica para ilustrar algumasmatrias, mas elas podem ser ilustradas tambmcom desenhos. Se a escola possuir computadorpara uso dos alunos, organize-os para quepossam digitar os textos. Se no houvercomputador, podero datilograf-los ou pass-los a limpo com letra legvel.

    Como o jornal mural ir envolver a escola todaou uma boa parte dela, outras reas e outrosprofessores, converse com eles antes de iniciarcom os alunos e faam um planejamentoconjunto. Combinem um prazo (por exemplo,um ms) para que o jornal fique pronto e sejapublicado.

    O nome e as sees do jornalDiscuta com a (as) turma (s) quais sees o

    jornal vai ter. Pode haver duas colunas deopinio: uma do jornal (o editorial) e uma doleitor (o espao do leitor, com cartas que osalunos iro escrever). As demais podem serescolhidas por votao, mas, tendo em vista otema, importante que contemplem: Notciaslocais; Notcias do mundo (do estado, pas oumundo), Sade, Cotidiano, Denncias e umaseo literria para histrias e poemas. Registrena lousa as sugestes dos participantes e faa aeleio das preferidas. Pea-lhes que registrem

    os nomes das sees escolhidas no caderno e

    num cartaz, que ser afixado na parede da sala.Depois, repita o mesmo processo para escolhero nome do jornal.

    Produo, diagramao, edioUm bom encaminhamento dividir as seespelas turmas da escola. Cada tipo de texto irexigir uma orientao especfica do professor eum tempo para que os alunos os elaborem.Dependendo do texto, poder ser feito pelaclasse toda, e o professor far o primeiroregistro. Outros podero ser feitos em duplas oupequenos grupos e, depois, a classe escolhe osque estiverem mais adequados ou bonitos paraa publicao. Os alunos faro uma primeiraverso que ser revista antes de ser publicada.

    Explique a eles que, como os textos se destinam publicao, no podero apresentarproblemas de rasuras, ortografia, concordnciaetc. Uma vez acertada a forma ideal, elesdevero passar a limpo o texto para public-lo, isto , afix-lo no lugar combinado.

    Com a turma, combine como ser adiagramao, ou seja, a disposio das vriassees no espao reservado para o mural. Faamantes, na lousa, um esquema da diagramaoescolhida pela turma. Os grupos responsveispelas diversas sees devero editar, isto ,revisar os textos recebidos, procedendo tambm adequao de tamanho para o espaodeterminado pela diagramao. A equipe deproduo se encarregar da forma final (digitada,datilografada ou manuscrita, conforme osrecursos disponveis), montagem e fixao daspginas (em geral, mediante colagem).

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    COMBATENDO O TRABALHO INFANTIL: GUIA PARA EDUCADORES v.2

    Atividade 2

    Produo dos textospara o muralO editorialFale aos alunos sobre a importncia do editorial:ele expressa a opinio do jornal. Para produzireditorial sobre o trabalho infantil, necessrioque antes os alunos leiam textos argumentativose faam um debate sobre o tema, tornando-secapazes de caracteriz-lo com preciso. Com asturmas dos maiores, leia e discuta o Texto 6.Articule-se com o professor de Histria pois,

    para que desenvolvam argumentos em defesada erradicao do trabalho infantil, prefervelque j tenham realizado a atividade 4 daqueladisciplina, com leitura e debate das justificativasusualmente alegadas para defender otrabalho infantil. Complemente-a com a leituraem classe do Texto 7, Mais argumentos afavor e contra o trabalho infantil.

    Para discuti-los, voc pode, por exemplo,elaborar um quadro em que, de um lado sejamcolocadas as opinies daqueles que defendem otrabalho infantil e, do outro, os argumentos queos alunos podem contrapor a tais pontos devista:

    Organize um debate entre dois grupos, um

    defendendo o trabalho infantil e outro seposicionando contra; ou, ento, discuta o temacom a turma toda, anotando em um dos ladosda lousa os pontos principais que deveroconstar do editorial. Em seguida, produza umtexto coletivo, abrangendo os itens registradosna lousa. Chame a ateno deles para a formadiscursiva desse tipo de texto (opinio, defesa deidias, uso de argumentos). Depois proceda edio do texto ou encaminhe-o aosresponsveis pela edio, conforme o

    combinado para as demais matrias do mural.Outras sees e textos do jornal

    As sees Notcias, Mundo e Cotidiano sero

    compostas de matrias e reportagens sobre otrabalho infantil. Os alunos podero trazerinformaes colhidas na prpria localidade emque vivem (o que j est sendo solicitado ematividades de Histria, Cincias e Geografia) ouaquelas publicadas em jornais locais, se os

    houver na sua cidade. Se forem escrever asnotcias, oriente-os para que estas tenham, defato, caracterstica desse tipo de texto. Distribua

    jornais, leia algumas notcias com eles e faa-osobservar suas caractersticas. Reproduza edistribua o Texto 8, com exemplo de trecho deuma notcia.

    A funo da notcia informar o leitor (no jornalimpresso ou mural) ou o ouvinte (no jornalfalado). Explique que o incio da notcia procura

    situar o leitor (ou ouvinte) no assunto que serapresentado. Em geral, responde s perguntas:quem, o qu, quando, onde, como e por qu.Diga tambm que, numa notcia, os fatos noso relatados em ordem cronolgica, mas deimportncia. Incentive-os tambm a estabelecera relao entre o ttulo da notcia e o texto.

    A reportagem caracteriza-se por formar umconjunto de matrias sobre um mesmo tema,aprofundando um fato ou conjunto de fatos notempo e no espao: comparam-seacontecimentos de pocas passadas com osatuais, fatos semelhantes ocorridos em outraslocalidades; recorre-se tambm a depoimentosou comentrios feitos por pessoas ligadas aotema. Para essa seo, certamente voc contarcom o trabalho proposto para as reas deHistria, Geografia e Cincias. Mas no seesquea de explorar em sala de aula algumasreportagens publicadas em jornais, para que osalunos apreendam sua estrutura. Alm disso,

    converse com os professores das outras reaspara que desenvolvam um trabalho conjunto.Afinal, leitura e escrita so habilidades quedizem respeito a todas as reas.

    A seo de cartas propcia para a manifestaodos alunos, professores, funcionrios e paissobre o trabalho infantil, denunciando,protestando, solidarizando-se com as crianas eadolescentes explorados. Tambm nesse caso, necessrio trabalhar com os alunos o formatodas cartas que so escritas para jornais e revistas.

    Se houver uma seo Sade, aproveite otrabalho realizado em Cincias. Na seoDenncia podem ser divulgadas situaes de

    Os que defendem o trabalho Para rebater essa id ia,

    infantil dizem que: argumentamos que:

    Melhor trabalhar do que ficar

    na rua em ms companhias...

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    SUGESTES DE ATIVIDADES

    explorao do trabalho infantil, com fotos,desenhos etc.

    Finalmente, o jornal mural divulgar histrias epoemas feitos pelos alunos e escolhidos por elesmesmos para compor o mural. Orientaes paraisso constam das Atividades 4 e 5, adiante.

    Criando manchetes para o jornal

    O objetivo que os alunos criem manchetes

    para as notcias que iro publicar no jornalmural. Explique-lhes que a manchete tem duplafuno: anunciar o assunto tratado e atrair aateno do leitor. Por isso, no deve ser muitoextensa.

    Prepare com antecedncia recortes de algumasnotcias de jornais sem os respectivos ttulos ousubttulos. Organize os alunos em duplas,distribua uma notcia para cada dupla, pedindoque leiam com ateno e criem uma manchetepara ela. Depois, troque os recortes de jornaisde cada dupla e solicite que faam o mesmocom outra notcia. Assim, cada notcia receberduas manchetes feitas por duplas diferentes.Cada dupla l as notcias sobre as quaistrabalhou e apresenta sua manchete. Pea-lhesque comparem as manchetes criadas para umamesma notcia por diferentes duplas e apreciemtodas as manchetes criadas. Em seguida,entregue-lhes as manchetes originais para quecomparem com aquelas criadas por eles. Discuta

    as possveis razes para as diferenas. O Texto 8traz tambm exemplos de manchetes. Sugiraque tentem imaginar o contedo das respectivasnotcias.

    Atividade 3

    Jornal faladoEm geral, crianas e jovens no tm o hbito deassistir a noticirios na TV ou de ouvi-los pelordio, pois do preferncia a outros tipos deprograma. Portanto, preciso que sejamincentivados a faz-lo, em suas casas ou naescola, para que observem como soapresentados pois funo da escola ampliaro campo de conhecimento dos alunos.

    Pergunte-lhes se assistem a noticrios de TV ouse os ouvem pelo rdio; veja se j tmconhecimento suficiente para montar um jornalfalado ou se precisam familiarizar-se mais comesse tipo de programao. Se necessrio,oriente-os para que observem os contedos e aforma desses noticirios e depois comentem emsala.

    Proponha-lhes ento, que se organizem emgrupos para montar um jornal falado. A cadasemana, sempre no mesmo dia, um grupo seencarrega de apresent-lo para o restante daclasse ou da escola. Neste projeto, o jornalfalado poderia ser apresentado em diferenteshorrios: na entrada e sada das aulas, nointervalo para a merenda, de forma que muitaspessoas pudessem ouvi-lo. Os alunos podemtransmitir notcias sobre o trabalho infantil(fatos ocorridos em sua localidade ou em outroslugares), comentar fatos (opinio do jornal),

    entrevistar pessoas sobre esse assunto. Podemusar como fonte os trabalhos que estaro sendorealizados nas disciplinas de Histria, Geografiae Cincias.

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    COMBATENDO O TRABALHO INFANTIL: GUIA PARA EDUCADORES v.2

    Atividade 4

    PoemasPara classes da 5a 8asriesO objetivo desta oficina ,ao mesmo tempo, sensibilizar os

    jovens para a problemtica dotrabalho infantil e aproxim-losda linguagem potica, para quetenham prazer em ler e ouvirpoemas e para que se sintammotivados a expressar suasemoes recorrendo linguagempotica.

    A poesia est quase sempre presente em nossasvidas, mas nem sempre a percebemos ousentimos. Para saborear um poema, precisoentender sua linguagem. Quanto mais se gosta,mais se entende e, quanto mais se entende,mais se gosta, sobretudo quando no se perdede vista o sentido ldico da poesia: brincar comas palavras.

    Ao professor, cabe intensificar o contato dosalunos com a poesia, orientando-os no sentido

    de ler e ouvir cada poema, saboreando o ritmo,os sons, as imagens, a disposio grfica, noapenas uma vez, mas inmeras vezes e, a cadauma delas, buscando novas descobertas.Certamente, a observao mais atenta dessesrecursos trar aos jovens uma compreensomaior da linguagem potica e lhes darcondies para que ensaiem seus prpriospassos em poesia.

    Quem l ou escreve poemas lida com sentidos

    novos e incomuns das palavras e expresses. Porisso, em todas as atividades importante teralguns dicionrios disponveis para consulta.

    Todos os textos produzidos devem ter um leitorreal. Assim, os poemas que no foremescolhidos para o jornal mural devem serdivulgados de outra forma: expostos na prpriasala ou reunidos em coletneas manuscritas ouimpressas, e at mesmo ilustradas, acessveis atodos.

    Os recursos poticosMuitos so os recursos poticos: rimas,comparao, paralelismo, personificao,

    metforas. Com as atividades aqui propostas

    queremos sensibilizar os alunos para aproblemtica do trabalho infantil e incentiv-losa perceber a expressividade da poesia com sualinguagem metafrica, aberta a mltiplasinterpretaes que emocionam e inquietam oleitor.

    Pea aos alunos que leiam os poemas Meninoscarvoeiros, de Manoel Bandeira e a letra damsica Pivete, de Chico Buarque de Holanda eFrancis Hime (Textos 9 e 10). Deixe quecomentem livremente e falem sobre ossentimentos despertados. Eles provavelmentesero capazes de identificar o ritmo, as rimas, o

    jogo de palavras, a mensagem. Em seguida, faavoc tambm observaes sobre os poemas.

    provvel que no conheam o significado dealgumas palavras. Deixe que tentem adivinharprimeiro. Depois podem recorrer ao dicionrio.No poema de Manoel Bandeira, a palavracarvoeiro usada algumas vezes na formacarvoero. Explique que no se trata de erro

    ortogrfico, mas de uso intencional do autor,expressando o jeito de pessoas do povo falarem,na poca em que o poema foi escrito.

    Nesses dois poemas, faz-se um paralelo entre otrabalhar (forado) e o brincar perdido que acriana tenta recuperar na sua dura vida detrabalhador infantil: apostando corrida,bamboleando; agora ele se chama Ayrton.Sobe no passeio, pega no recreio... Explorecom os alunos os recursos poticos utilizados

    pelos autores. H comparaes: comoespantalhos desamparados; E tem as pernastortas e se chama Man (verifique se os alunossabem que se refere ao famoso jogador de

    TAREFAS DOMSTICAS (MENINA DE 5 ANOS) - RJ

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    SUGESTES DE ATIVIDADES

    futebol Man Garrincha, que tinha as pernastortas).

    Em outra aula distribua o Texto 11, trazendo ospoemas O moinho e o campo de golfe,de SarahN. Cleghorn e Trabalho Infantil , de MichaelJ. Pasternak (em tradues livres do ingls).

    No primeiro, por meio de ironia, a autoramostra uma realidade absurda. Pergunte aosalunos se conhecem situaes semelhantes relatada no poema. O poema Trabalho infantilusa diferentes imagens (metforas) pararepresentar o trabalho infantil: sombra naescurido, amarelo-violeta de velhosmachucados, spera gravata de seda, vestidotecido de dor Chame a ateno dos alunossobre a beleza e a expressividade dessas

    metforas.Em seguida, distribua os Textos 12 e 13, sobretrabalho infantil no campo e nos centrosurbanos. Verifique se entenderam os textos, seh palavras desconhecidas. Pea que comentemo assunto lido. Depois, divida a classe em setegrupos e pea para cada grupo reler um trechoreferente a: trabalho no canavial, na carvoaria,no sisal, na pedreira, no lixo, na rua e nasresidncias. Pea aos grupos que tentem criar

    frases com imagens (metforas, comparaesetc.) referentes ao assunto que esto lendo,assim como Michael J. Pasternak, dizendo deum jeito potico o que est expresso no textoinformativo. Inicialmente, crie algumas com a

    classe toda, para que compreendam bem o queest sendo proposto. Pergunte-lhes que imagenspoderiam criar para representar: o perigoenfrentado pelas crianas, o abandono dosestudos, a longa jornada de trabalho, o trabalhoforado e sem remunerao, o trabalho no lixo,

    o trabalho que exige muito esforo eresponsabilidade. Por exemplo: um espinho nop; o sonho roubado; um dia escuro; uma noitesem fim; beleza tecida de dor. Com essasimagens eles iro compor poemas sobre o tema.Os poemas sero apresentados primeiro para aclasse e os ouvintes faro apreciaes e ajudaroa melhor-los.

    Alguns poemas sero escolhidos pelos prpriosalunos para publicao no jornal mural e os

    demais podero ser divulgados de outra forma:painis, coletneas etc. Mas, antes de serempublicados precisam ser revistos para que noapresentem erros.

    Atividade 5

    Histrias, personagens ecenriosAs atividades propostas nesta oficina podem serdesenvolvidas da 1a 8asries, desde que se leveem conta as possibilidades dos alunos conformea idade e o nvel de escolaridade. Os alunos que

    BARREANDO O FORNO - BA

    ainda no estoalfabetizadospodem participarcom idias etentativas de escrita.Podem expressar

    oralmente suasidias para seremregistradas pelaprofessora ou porcolegas maisadiantados.

    O objetivo destaoficina que osalunos escrevamhistrias. Mas, para

    isso, necessrioque aprendam acriar cenrios epersonagens.

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    COMBATENDO O TRABALHO INFANTIL: GUIA PARA EDUCADORES v.2

    PersonagensO sucesso de uma narrativa depende, emgrande parte, da construo dos personagens.H personagens muito simples, chamadostipos ou lineares, que apresentam muito

    poucas caractersticas, por exemplo, o mocinhobom e justo ou o bandido mau e corrupto. E hpersonagens mais complexos, misteriosos eimprevisveis: so bandidos e mocinhos aomesmo tempo, so heris e covardes, capazesdo bem e do mal, enfim, mais parecidos compessoas reais.

    H duas maneiras de caracterizar umpersonagem: uma pela qualificao, outrapelas aes. No primeiro caso, ele descritopelo narrador ou por outros personagens da

    histria: caractersticas fsicas, psicolgicas,sociais. No segundo caso, o personagem vai-sedefinindo pelo que faz, isto , por suas aes oleitor vai percebendo como ele . Entretanto,essas duas possibilidades se completam, pois osautores recorrem tanto qualificao quanto ao para caracterizar o personagem.

    A proposta nesta oficina que os alunostransformem em personagens as crianas e

    jovens vtimas do trabalho infantil, os patres

    que exploram crianas e jovens, e as pessoasque lutam pela erradicao do trabalho infantil.Portanto, vrias de suas caractersticas j estodeterminadas. Eles iro inspirar-se nas leituras jfeitas e outras atividades, nas diferentesdisciplinas. Sugerimos o seguinte roteiro, paraelaborarem, em duplas, fichas sobre ospersonagens criados:

    caractersticas fsicas: nome e apelido (se tiver);idade e aparncia: olhos, cabelos e pele, boca,nariz, pernas etc.; condies de sade.

    caractersticas psicolgicas: qualidades,habilidades, defeitos, dificuldades; o que gosta,adora, detesta em relao a comidas,divertimentos, estudo, trabalho, esportes,religio, poltica, roupas; o que deseja, de quetem medo; o que faz questo de mostrar, o quefaz questo de esconder; hbitos, manias.

    caractersticas sociais: famlia como so e oque fazem seus integrantes, estado civil;condies econmicas vantagens e

    dificuldades; moradia localizao, como acasa, a vizinhana; relaes afetivas namoros,quem so seus amigos, se tem inimigos;trabalho ou estudo o que faz e onde; lazer

    como ocupa seu tempo livre, de que forma sediverte, lugares que freqenta; acontecimentosque marcaram sua vida.

    CenrioOutro aspecto muito importante, numa

    narrativa, o cenrio (tempo e espao) em quese passa a ao. Ele se liga aos fatos e aospersonagens, podendo influenciar seussentimentos e atitudes. A descrio do cenrio,em geral, vem entremeada no enredo, bemdetalhada ou diluda.

    Continuando em duplas, os alunos iro imaginarum cenrio e, nele, os personagens criados poreles: Que lugar esse? Que poca essa? Pea-lhes que os descrevam bem. Eles iro inspirar-se

    nas fotos que observaram e nas leituras feitassobre as crianas que trabalham. Se possvel,coloque-os em contato com publicaes como,por exemplo, Serafina e a criana que trabalha,de J Azevedo e outros (2000), publicada pelaeditora tica, e mostre-lhes rplicas de obras dearte, filmes e documentrios sobre o tema.

    A produo das histriasCom os personagens criados e o cenrio

    esboado, lance outras questes: O que opersonagem principal est fazendo? Como foiparar a? H outros personagens? Quem so? Oque est acontecendo? Por qu? O que vaiacontecer em seguida? E depois? Como ascoisas vo se resolver? Como tudo termina?

    Os alunos podero produzir as histrias emduplas ou individualmente. Depois iro troc-lasentre si para leitura e sugestes. As histriasprecisam passar por reviso gramatical antes deserem publicadas. Oriente-os para que

    consultem o dicionrio. Incentive-os a ilustrar ashistrias com desenhos ou recortes de revistas.

    Os prprios alunos iro escolher aquelas quesero publicadas no jornal mural. As outrashistrias tambm sero divulgadas em painis ecoletneas. Algumas podero ser adaptadaspara a apresentao teatral proposta emHistria e Arte.

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    SUGESTES DE ATIVIDADES

    Atividade 6

    Organizando o eventofinalA escola envolveu-se nas atividades dasdiferentes disciplinas escolares, muitos trabalhos

    foram produzidos e alguns j foramcompartilhados: jornais falado e/ou mural,dramatizaes, exposio de trabalhos artsticosetc. Agora chegou o momento de encerrar acampanha envolvendo ainda mais pessoas edivulgar tudo o que foi feito.

    O evento final ser organizado conforme aspossibilidades de sua escola e da localidade emque se encontra. Em localidades pequenas possvel organizar uma passeata pelas ruasprincipais portando cartazes e faixas. Em cidadesmaiores a manifestao pode acontecer nas ruasque circundam a escola. Nos dois casos, preciso tomar as medidas de segurana

    Referncias bibliogrficasAZEVEDO, J, HUZAK, Iolanda, PORTO, Cristi-

    na. Serafina e a criana que trabalha. 12.ed.So Paulo: tica, 2000.

    OPINIO PUC-SP. So Paulo: Pontifcia Univer-sidade Catlica, v.2, n.14, fev. 2000.

    ESPAO: informativo da Associao de Inspe-o do Trabalho do Paran. Curitiba, v.1,n.9, jun/jul. 1997.

    necessrias: os alunos precisam de autorizaodos pais e devem estar acompanhadas por

    adultos. preciso tambm pedirautorizao ao servio de trfego dacidade e proteo da polcia civil. E,principalmente, envolver a comunidade,

    pois ela que se quer mobilizar nessemomento. Para isso, os alunos podemfazer cartazes, afixando-os na porta da

    escola e em estabelecimentos comerciais,distribuir convites aos moradores. Se possvel,podem divulgar o evento na rdio, jornal ou TVlocal. Para toda essa organizao, fundamental a unio da escola e a colaboraoda comunidade.

    Para a passeata os alunos iro criar palavras de

    ordem e confeccionar cartazes (propostos narea de Arte) e faixas manifestando o repdio aotrabalho infantil. importante que osprofessores de todas as disciplinas se envolvamnessas atividades e na organizao da passeata.Alm desta, a escola pode convidar todos aapreciar os trabalhos produzidos pelos alunos:coletneas de histrias e poemas, trabalhosartsticos, jornal falado e mural, apresentao deteatro, de msicas etc. Os alunos tambmpodero confeccionar alguns selos com o

    smbolo da campanha para que os convidadoslevem para colocar em suas casas.

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    COMBATENDO O TRABALHO INFANTIL: GUIA PARA EDUCADORES v.2

    ADOLESCENTES ALMOAM DURANTE A COLHEITA DA LARANJA. TABATINGA - SP

    COMBATENDO O TRABALHO INFANTIL: GUIA PARA EDUCADORES v.2

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    SUGESTES DE ATIVIDADES

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    CinciasAs atividades aqui propostas visamconscientizar os alunos sobre a prtica do

    trabalho infantil e suas possveis formas deerradicao, contribuindo para o projetopedaggico da equipe escolar. Ser precisoarticular-se com os colegas de equipe,principalmente os professores de Histria,Arte, Portugus e Geografia, verificando oque cada um estar abordando em suasrespectivas aulas, de modo a evitarfragmentao (ou repetio) dos contedos.

    Atitudes de repdio discriminaopreconceituosa de diferenas e a situaes deviolncia e autoritarismo devem sertrabalhadas por meio do exercciopermanente dos direitos das pessoas, e dascrianas em particular, tomando-se comoreferncia o Estatuto da Criana e doAdolescente. Esta srie de atividadespretende contribuir para isso, medianteestudo e reflexo conjunta. Sabendo quetoda atividade de sala de aula nica,acontece em tempo e espao socialmente

    determinados, envolvendo professores eestudantes que tm particularidades quantoa necessidades, interesses e histrias de vida,confiamos em que voc saber propor asadequaes necessrias a suas classes.

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    COMBATENDO O TRABALHO INFANTIL: GUIA PARA EDUCADORES v.2

    Atividade 1

    Conhecendo seus direitosObjetivos: Conhecer a declarao dos direitos

    da criana da ONU; promover a discusso dosdireitos da criana e da importncia dodocumento. Como subsdio, releia o captuloOs direitos da criana e do adolescente, no v.1(p.31-35).

    Material: papel pardo, giz de cera, lpis de cor,canetas coloridas, tesoura, cola; cartaz 1; para5aa 8asries, reproduo do Texto 14.

    Para classes da 1a 8asries

    Inicie esta atividade esclarecendo que todo serhumano, adulto ou criana, tem garantidosdireitos humanos. A criana, por viver uma faseda vida de desenvolvimento de seu potencial,requer ateno e proteo especiais. Um nmerode instrumentos, nacionais e internacionais, tmsido adotados a fim de proteger esses direitos,visando salvaguardar as crianas da explorao eassegurar que toda criana tenha acesso

    educao, a uma vida saudvel, e seja capaz dedesenvolver-se plenamente.

    A Declarao dos Direitos da Criana foiproclamada pela Assemblia Geral das NaesUnidas em novembro de 1959. Os direitos tmpor objetivo garantir que todas as crianas domundo cresam em condies humanas,protegidas, alimentadas, com acesso escola, amdicos e ao mnimo necessrio para odesenvolvimento sadio. Infelizmente, porm, tantotempo depois de assinada, ainda nascem muitascrianas que no podem desfrutar desses direitos.

    Afixe o cartaz 1, para que todos conheam osdireitos da criana. Para as classes dos maiores,distribua o Texto 14, que reproduz o teor docartaz. Aps a leitura, proponha a discusso

    comeando pelas perguntas: O que vocentende por declarao? E por direito? (Lembre-se de uma declarao um documento, umalista afirmativa; e direito faculdade concedidapela lei, poder legtimo.) Fornea osesclarecimentos que forem necessrios. Depois,continue a explorar, auxiliando com perguntascomo: Qual a importncia de ter esses direitosgarantidos? O documento refere-se claramente auma atividade que a criana no deve exercer qual? De que forma essa atividade comprometeo desenvolvimento da criana? A Declaraotambm protege as crianas de diferentesformas de violncia quais?

    V registrando, na lousa ou em uma folha depapel pardo, as principais respostas ouresultados da discusso. Para examinar cada umdos direitos, proponha montarem uma frasecompleta, por exemplo: (n.2) Toda criana temo direito de receber um nome e umanacionalidade ao nascer.

    Em seguida, proponha classe, oralmente e em

    rodzio, substituir a expresso Toda criana pelopronome da primeira pessoa, eu o objetivo que o aluno se conscientize de que esseconjunto de direitos tambm se referediretamente a ele. Assim, o 5odireito ser Eutenho direito a afeto e segurana...

    Finalmente, proponha aos alunos que, emgrupos, escolham um ou mais artigos daDeclarao para ilustrar, com desenhos e/oucolagens. Articule-se com o professor de Artepara orientaes sobre tcnicas. Monte um livro

    com as ilustraes produzidas e o texto daDeclarao, que poder ser mostrado naexposio para a comunidade.

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    SUGESTES DE ATIVIDADES

    Atividade 2

    O direito sadeObjetivos:conhecer e refletir sobre o direito dascrianas sade; conhecer os riscos sade aque esto sujeitas as crianas trabalhadoras.Sugerimos, como subsdio, que analise o quadroanexo ao volume 1, especialmente a nota relativaaos riscos sade implicados nos trabalhosexercidos por crianas em todo o Brasil.

    Material: papel pardo; revistas, jornais, folhetosde propaganda variados, com imagens decrianas exercendo diversas atividades; canetas

    coloridas, tesoura, cola; cartaz 2; para 5aa 8asries, reproduo do Texto 15.

    Para classes da 1a 8asries Inicie a atividade escrevendo na lousa uma

    forma concisa do 3odireito da criana:

    TODA CRIANA TEM DIREITO A CRESCER COMSADE

    Converse com os alunos sobre esse direito e seusignificado. Verifique se a classe j aprendeu

    sobre o ECA, Estatuto da Criana e doAdolescente. (atividade 5 de Histria). Se no,explique que a lei brasileira que assegura essesdireitos dentre os quais o direito sadeintegral. Inicie discutindo o que entendem porsade. comum pensarem que ter sade noestar doente. Explique-lhes o conceito maisabrangente de sade, definido pelo bem-estarfsico, psquico, emocional, e que inclui ascondies de vida alimentao, vesturio emoradia adequados e assistncia mdica.

    Distribua o Texto 15 (O trabalho no sisal), nocaso dos alunos mais velhos, sugerindo leituraindividual, ou leia-o com a classe, no caso dosmais novos. Aps esclarecer o sentido de

    palavras desconhecidas e certificar-se de quecompreenderam o texto, pergunte: Essascrianas tm garantido o direito sade?

    Pea que releiam o texto para responder: Quaisos riscos sade de Paulo Srgio e de ris?Quais as conseqncias sade do trabalho que

    fazem? Esse trabalho adequado a umacriana? Pergunte ainda: De acordo com essesdepoimentos, alm do direito sade, queoutros direitos da criana esto sendo violados?As respostas devem ser anotadas na lousa e noscadernos.

    Em seguida, em discusso coletiva, procuresaber dos alunos de que tipo de assistncia sade dispem: eles tm garantido esse direito?Deixe-os falar livremente. Mesmo no caso de osalunos disporem de assistncia satisfatria,

    lembre-os de que esse um direito de todas ascrianas. Pergunte classe se acham que todasas crianas (do bairro, da cidade) tm acesso aassistncia mdica.

    Caso negativo, proponha descobrirem o quepoderia ser feito para garantir a todas ascrianas o direito assistncia sade. Emgrupos, os alunos podem fazer uma pesquisa nacomunidade, verificando os postos existentes e apopulao que a eles tm acesso. Tambmpodem convidar um profissional da rea de

    sade para conversar sobre o atendimento scrianas e adolescentes locais e o que poderiaser feito para melhor-lo. Se for o caso, osalunos podem confeccionar um cartazreivindicando as melhorias necessrias. Os dassries mais adiantadas podem escrever umacarta ao prefeito, aos Conselhos Municipais deSade e dos Direitos da Criana do Adolescente.

    Para aprofundar o conhecimento da realidadedas crianas que trabalham e os danos causados sade pelas atividades exercidas, sugerimos

    uma atividade usando imagens. Com isso osalunos tambm iro perceber que a imagem, talcomo o texto escrito, pode ser veculo deinformao. Nas aulas de Histria e Portugus,provavelmente j tero analisado o cartaz 2,com fotos de crianas trabalhando. Proponhaento a montagem coletiva de um painel,utilizando imagens e textos.

    Distribua as revistas, jornais e outros materiaisque tiver reunido; pea-lhes que retomemtambm os textos j lidos, os relatos e

    depoimentos coletados nas entrevistas feitas nasaulas de Histria e Geografia. Oriente-os a, emgrupos, selecionar e recortar imagens quemostrem crianas trabalhadoras em diferentes

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    COMBATENDO O TRABALHO INFANTIL: GUIA PARA EDUCADORES v.2

    setores da economia, em atividades rurais eurbanas. Se no encontrarem determinadasimagens, podem desenhar, com base nas fotosdo cartaz ou nos depoimentos escritos. Essasimagens iro compor um painel, montado empapel pardo.

    Promova a leitura das imagens selecionadas:Que sensaes as imagens provocam em vocs?Conduza os alunos a fazer descriesdetalhadas: a partir de uma dada imagem decriana, devem indicar a idade aparente, a corda pele, as roupas, descrever aspectos dehigiene, do ambiente em que trabalha, se estacompanhada ou sozinha, o que faz, suaexpresso do rosto etc. Depois, oriente amontagem do painel, propondo que escrevamuma legenda para cada imagem, com base nas

    entrevistas, depoimentos ou textos lidos. Finalmente, com o painel montado, promova

    uma discusso coletiva: Quais as condies devida desses meninos e meninas? Quais sero asconseqncias dessas atividades