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Administração Pública Processo administrativo. Funções de administração: planejamento, organização, direção e controle. Planejamento tático. Planejamento operacional. Processo Administrativo (Conteúdo extraído da 3.ed./2013 do Livro Administração Pública) A sequência das principais funções do administrador formam as etapas do processo administrativo e/ou ciclo administrativo. Planejamento O planejamento corresponde à primeira e a mais importante das quatro funções administrativas, e consiste num processo racional para determinar antecipadamente os objetivos e os meios para alcançá-los(projetos, ações, métodos, técnicas, etc). O planejamento é inerente ao trabalho do administrador e não se restringe ao presente, mas projeta-se para o futuro, por isso as decisões do administrador voltadas para o futuro devem resultar de um processo que sintetize e apresente de forma organizada as principais informações da organização, tanto internas como externas. Organização A função administrativa de organizar inclui todos os recursos (financeiros, humanos, etc) e conduznecessariamente à criação da estrutura organizacional - compreende os meios que a organização necessita para por em prática o planejamento elaborado e para o desempenho das demais funções administrativas. Organizar é procurar a melhor forma para executar o que foi planejado, a melhor forma para agir. Compreendeorganizar a estrutura e agrupar as atividades necessárias para realizar o planejamento estabelecido: estabelecer a estrutura com os sistemas de Autoridades, Atividades e Comunicação. Direção

Suplemento em Administração Pública

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Administração Pública

Processo administrativo. Funções de administração:

planejamento, organização, direção e controle. Planejamento

tático. Planejamento operacional.

Processo Administrativo (Conteúdo extraído da 3.ed./2013 do

Livro Administração Pública)

A sequência das principais funções do administrador formam as

etapas do processo administrativo e/ou ciclo administrativo.

Planejamento

O planejamento corresponde à primeira e a mais

importante das quatro funções administrativas, e consiste

num processo racional para determinar antecipadamente os

objetivos e os meios para alcançá-los(projetos, ações, métodos,

técnicas, etc).

O planejamento é inerente ao trabalho do administrador e não se

restringe ao presente, mas projeta-se para o futuro, por isso as

decisões do administrador voltadas para o futuro devem resultar

de um processo que sintetize e apresente de forma organizada as

principais informações da organização, tanto internas como

externas.

Organização A função administrativa de organizar inclui todos os recursos

(financeiros, humanos, etc) e conduznecessariamente à criação

da estrutura organizacional - compreende os meios que a

organização necessita para por em prática o planejamento

elaborado e para o desempenho das demais funções

administrativas.

Organizar é procurar a melhor forma para executar o que foi

planejado, a melhor forma para agir. Compreendeorganizar a

estrutura e agrupar as atividades necessárias para realizar o

planejamento estabelecido: estabelecer a estrutura com

os sistemas de Autoridades, Atividades e Comunicação.

Direção

Page 2: Suplemento em Administração Pública

Compreende guiar e orientar o comportamento das pessoas para o

alcance dos objetivos pretendidos. É umaatividade gerencial que

envolve liderança, comunicação e motivação.

Dirigir (ou liderar) significa interpretar os planos para as pessoas

e dar instruções e orientações sobre como executá-los, a fim de

garantir o alcance dos objetivos. Dirigir significa fazer

acontecer. O papel do dirigente é acionar a empresa, é fazer as

coisas acontecerem.

Controle O controle tem a finalidade de assegurar que o planejado,

organizado e dirigido seja executado em conformidade com o

determinado, visando o alcance dos objetivos.

O controle é assim constituído: existência de um padrão,

observação do desempenho, comparação do desempenho com o

padrão estabelecido e ação corretiva para os desvios.

Controlar consiste em comparar o que foi planejado, os objetivos

estabelecidos, os resultados pretendidos - com os alcançados -

para avaliar o sucesso ou insucesso de todo o processo

administrativo. O controle visa assegurar bons resultados e a

melhoria contínua do Processo de Administrar. Conteúdo extraído da 2.ed./2013 do Livro Administração Pública

para AFRFeAFT O Planejamento pode ser estratégico, tático ou

operacional. O estratégico é de responsabilidade da alta

administração, tem foco no longo prazo e na efetividade, abrange

toda a organização, define rumos, objetivos, estratégias, etc;

o tático é decorrente do estratégico, tem foco na eficácia, orienta-

se para o médio prazo, aloca recursos, e é feito para cada área

funcional, cuja responsabilidade cabe aos diretores/gerentes

departamentais; e o operacional tem foco no curso prazo e na

eficiência - na execução das ações que tornarão concretos os

planejamentos tático e estratégico: é o momento em que se define

o que fazer, como fazer, quem fará, e com que meios. Cada tipo

de planejamento comporta objetivos específicos, mas todos

concorrem para o alcance dos objetivos estratégicos da

organização.

Tipo de

Planejamento

Perspectiva

Temporal

Conteúdo

do Plano

Escopo ou

Abrangência Foco

Page 3: Suplemento em Administração Pública

Estratégico Longo

Prazo

Amplo e

Genérico

Toda a

Organização Efetividade

Tático Médio

Prazo

Pouco

Detalhado Setor ou Área Eficácia

Operacional Curto Prazo Detalhado Atividades/Tarefas Eficiência

Fonte: Paludo e Procopiuk. Planejamento Governamental, Atlas,

2011, ampliado.

.Redes e alianças (Conteúdo extraído da 3.ed./2013 do Livro

Administração Pública)

Redes são organizações temporárias (várias organizações

independentes – ou organizações e demais atores) conectadas pela

Tecnologia da Informação, com compartilhamento de

competências, ideias, soluções, infraestrutura, processos - e muita

colaboração, com vistas a resolução de problemas ou a obtenção

de ganhos de toda espécie.

Uma rede é uma estrutura de comunicação e de gestão aberta,

dispersiva, dinâmica, moderna e “capaz de se expandir de forma

ilimitada”: é a estrutura atual das organizações modernas. É

um espaço em que as pessoas e grupos interagem, compartilhando

ideias e recursos de forma ágil e eficiente, para encontrar soluções

para os problemas ou visando alcançar objetivos comuns.

Redes são formas superiores de organização, que tendem para

a excelência, pois promovem inovações, trabalham com

flexibilidade, com cooperação e envolvimento pessoal.

As redes podem ser intra e interorganizacionais.

As intraorganizacionais ultrapassam os antigos departamentos e

unem a empresa como um todo, tanto em busca de soluções gerais

quanto específicas. Essa interação entre as diversas equipes ou

grupos facilita a adaptação às constantes mudanças no ambiente.

Asinterorganizacionais alcançam outras empresas diversas que

estão dispostas a cooperarem entre si, numa espécie de

“governança em rede”, em que a colaboração permite adquirir

competências novas e de alto valor para o incremento de sua

competitividade. Parcerias, acordos, contratos e joint

ventures também fazem parte desse contexto. Para Manuel

Castells (1999), “a cooperação e os sistemas em rede oferecem a

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única possibilidade de dividir custos e riscos, bem como manter-

se em dia com a informação constantemente renovada”.

As redes são mais flexíveis, se adaptam mais facilmente às

mudanças e se mostram capazes de cumprir diferentes funções,

que incluem tanto a função estratégica, no que se refere à

redução da incerteza em relação à atitude dos demais atores,

parceiros e competidores, ou relacionadas ao aumento da

competitividade; quanto a função instrumental, de melhorar a

eficácia dos resultados esperados.

A marca central das ações em rede é a cooperação, obtida

através da confiança entre os diversos atores autônomos e

interdependentes, mas que trabalham como um grupo, por

determinado período de tempo, respeitando e considerando os

interesses dos parceiros, cientes de que as redes são um caminho

para o alcance de seus objetivos particulares.

Um exemplo de Instituição Pública que atua em rede –

vencedora do Prêmio Nacional de Qualidade em Gestão Pública

2010 – é o Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia,

Normalização e Qualidade Industrial.

O Estado-rede surge também como forma de responder aos

novos desafios trazidos pela era da informação e pelas novas

tecnologias. Nos dias atuais tudo funciona em forma de rede (a

própria família é uma rede), a tecnologia, a economia globalizada,

enfim, o sistema global tem a forma de rede. Assim, mediante

os benefícios e a flexibilidade proporcionados pelas tecnologias

da informação e da comunicação pode-se conectar tudo o que

interessa e que tem valor e desconectar tudo o que não vale. Isso

inclui territórios, governos, empresas, pessoas etc.

Exemplo de atuação em rede: em dezembro de 2009 – numa

ação conjunta da Petrobras e do Ministério do Planejamento, por

meio do Programa Gespública, Fundação Nacional da Qualidade

e Movimento Brasil Competitivo –, representantes de 50

instituições com atividades ligadas ao Grupo Petrobras

concordaram com a implantação de uma rede nacional, cujo

objetivo é contribuir para que haja uma cadeia de suprimento em

escala global e sustentável, nas dimensões econômica, social e

ambiental.

Page 5: Suplemento em Administração Pública

Rede de políticas públicas é definida por Borzel

(1998) apud Pedro Cavalcante (2009) como: um conjunto de

relações relativamente estáveis, de natureza não hierárquica e

independente, que vinculam uma variedade de atores que

compartilham interesses comuns em relação a uma política e que

trocam entre si recursos para perseguir esses interesses comuns,

admitindo que a cooperação é a melhor maneira de alcançar as

metas comuns.

A Rede de Gestão de políticas públicas procura meios para tornar

real e concreto os direitos assegurados pelo regime jurídico

vigente, eliminando problemas ou encontrando novas formas

possíveis para sua concretização. Nesse contexto, o processo

racional central dos governos cede seu lugar ao processo

participativo híbrido, envolvendo atores estatais e não

estatais. Um bom exemplo de programa de política pública implantado em

rede é o Bolsa-Família, mas também utilizam a forma de rede,

programas na área de Educação, Saúde etc.

.Administração por objetivos (Conteúdo extraído da 3.ed./2013 do

Livro Administração Pública)

A administração por objetivo corresponde a uma espécie de

contratualização dos serviços públicos em que os gestores

negociam com a autoridade superior os objetivos a serem

alcançados. É um sistema de administração que vincula

objetivos e metas organizacionais com o desempenho individual,

em todos os setores. Corresponde a um processo pelo qual

gerentes e subordinados identificam objetivos e metas comuns,

definem os resultados esperados nas diferentes áreas de

responsabilidade e procuram identificar a contribuição de cada

membro no alcance dos resultados.

Uma vez estabelecidos os objetivos e metas, a administração

superior dispõe de informações necessárias à premiação por

desempenho, ou para interferir e resolver problemas quando o

desempenho for insuficiente. Nesse modelo de administração,

quando os gestores conseguem atingir ou superar os objetivos

Page 6: Suplemento em Administração Pública

previamente definidos, há algum tipo de benefício financeiro,

geralmente uma gratificação.

A administração por objetivos apregoa um sistema de

remuneração variável, vinculado ao alcance dos objetivos e

metas. A remuneração variável é um incentivo a mais para o

servidor (ou para a equipe) na busca por melhores resultados.

.Orçamento público. Princípios orçamentários. Métodos, técnicas

e instrumentos do orçamento público. Receita pública: categorias,

fontes, estágios; dívida ativa. Despesa pública: categorias,

estágios. Suprimento de fundos. Restos a pagar. Despesas de

exercícios anteriores. A conta única do Tesouro.

O texto a seguir não compreende todo o conteúdo necessário para

compreensão desses temas – aos que puderem recomendo a

aquisição da 4.ed./2013 do meu Livro Orçamento

Público/Afo/Lrf – do qual foram extraído os conceitos abaixo.

De maneira simples, o orçamento é uma estimativa, uma

previsão. Ao final do processo de elaboração, o Orçamento

Público materializa-se numa lei, a LOA – Lei Orçamentária

Anual.

O Orçamento Público é o instrumento de viabilização do

planejamento governamental e de realização das Políticas

Públicas organizadas em programas, mediante a quantificação das

metas e a alocação de recursos para as ações orçamentárias

(projetos, atividades e operações especiais).

Os princípios orçamentários são regras válidas para todo o

processo orçamentário (elaboração, execução e

controle/avaliação) – aplicam-se tanto à LOA como aos créditos

adicionais – e visam assegurar-lhe racionalidade, eficiência e

transparência, mas não têm caráter absoluto, visto que apresentam

exceções.

São princípios orçamentários: princípio da legalidade, da

anualidade ou periodicidade, da universalidade, do Orçamento

Bruto, da exclusividade, da unidade/totalidade, da especificação,

especialização ou discriminação, da não afetação de receitas, da

publicidade, do equilíbrio, do planejamento e da programação, do

não estorno, e princípio da clareza.

Page 7: Suplemento em Administração Pública

Tipos/Técnicas Orçamentárias compreendem um conjunto de

teorias, características, padrões, finalidades e classificações

próprias, que identificam/definem o orçamento público de

determinada época/período. Essas técnicas denominam-se:

orçamento Tradicional/Clássico, de Desempenho/Funcional,

Orçamento Programa, orçamento Base-Zero, Orçamento

Participativo, e Orçamento Incremental.

Receita pública corresponde ao “obter recursos”. Os recursos

públicos são obtidos através da execução (arrecadação) das

receitas, que são ingressos financeiros nos cofres públicos.

Entendemos que receita pública é qualquer recurso obtido pelo

Estado, num determinado período financeiro,disponível para

custear despesas públicas.

A classificação da receita por categoria econômica é utilizada

para mensurar o impacto das decisões do Governo na economia

nacional (formação de capital, custeio, investimentos etc.).

Existem somente duas categorias econômicas: correntes e

capital

Receitas correntes são receitas que aumentam somente o

patrimônio não duradouro do Estado, isto é, que se esgotam

dentro do período compreendido pela Lei Orçamentária Anual.

São correntes as receitas tributárias, de contribuições,

patrimoniais, agropecuárias, industriais, de serviços e outras

receitas correntes.

Receitas de capital são as receitas que alteram o patrimônio

duradouro do Estado. Essas receitas são representadas por

mutações patrimoniais que nada acrescentam ao patrimônio

público, só ocorrendo uma troca de elementos patrimoniais. São

de capital as receitas: alienação de bens, operações de crédito,

amortização de empréstimos, transferências de capital e outras

receitas de capital.

Page 8: Suplemento em Administração Pública

Entende-se por grupo fonte de recursos a origem ou a

procedência dos recursos que devem ser gastos com uma

determinada finalidade. As fontes de recursos servem para

indicar como são financiadas as despesas orçamentárias. Elas são

constituídas por determinados agrupamentos de naturezas de

receita, que atendem a uma determinada regra de destinação legal,

e devem ser individualizadas de modo a permitir a identificação

de sua aplicação de acordo com a determinação legal.

Os estágios da Receita Orçamentária Pública na forma prevista

na Lei nº 4.320/1964, são: lançamento, arrecadação e

recolhimento.

Lançamento da receita é o ato da repartição competente, que

verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é

devedora, e inscreve o débito desta.

Arrecadação corresponde ao momento que o contribuinte

comparece ao banco e efetua o pagamento da obrigação.

Recolhimento é a transferência dos valores arrecadados pelos

agentes administrativos ou pelos bancos autorizados à Conta

Única do Tesouro Nacional.

De acordo com o Manual da dívida ativa da STN, a dívida

ativa constitui-se de um conjunto de direitos ou créditos de

várias naturezas, em favor da Fazenda Pública, com prazos

estabelecidos na legislação pertinente, vencidos e não pagos pelos

devedores.

A dívida ativa divide-se em tributária (oriunda de impostos,

taxas e contribuições) e não tributária (oriunda dos demais

direitos a receber). Ambas incluem juros, multas e atualizações,

que formarão o valor principal.

A despesa pública corresponde a “despender recursos”. É com

a execução das despesas públicas que os programas e ações de

Governo são realizados e as necessidades da população são

atendidas.

Entendemos que despesa pública consiste na aplicação de

recursos públicos objetivando realizar as finalidades do Estado. É

Page 9: Suplemento em Administração Pública

o compromisso de gasto dos recursos públicos para atender às

necessidades da coletividade previstas no orçamento.

Existem somente duas categorias econômicas: correntes e

capital.

Despesas Correntes: classificam-se nessa categoria todas as

despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou

aquisição de um bem de capital – compreende os grupos: 1–

pessoal e encargos sociais; 2 – juros e encargos da dívida; 3 –

outras despesas correntes. Essas despesas destinam-se à

manutenção ou ao custeio das atividades dos órgãos e entidades

públicas – são as despesas necessárias ao seu funcionamento.

Exemplo de Despesas Correntes: diárias, passagens, material de

consumo, aluguel, serviços de terceiros, despesas com pessoal,

locação de mão de obra, despesas com luz, água, telefone etc.

Despesas de Capital: classificam-se nessa categoria aquelas

despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou

aquisição de um bem de capital – compreende os grupos: 4 –

investimentos; 5 – inversão financeira; 6-amortização da dívida.

De acordo com a Lei nº 4.320/1964, abrangem também auxílios

para obras públicas, auxílios para equipamentos e instalações,

auxílios para inversões financeiras e outras contribuições.

Os estágios ou fases da despesa orçamentária pública na forma

prevista na Lei nº 4.320/1964 são: empenho, liquidação e

pagamento.

Empenho da despesa é o ato emanado de autoridade competente

que cria para o Estado a obrigação de pagamento pendente ou não

de implemento de condição.

Liquidação da despesa é a verificação do direito adquirido pelo

credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do

respectivo crédito.

O estágio do pagamento corresponde ao efetivo desembolso

financeiro público, precedido do empenho e da liquidação.

Também conhecido como “adiantamento”, o Suprimento de

Fundos corresponde a um regime especial de execução da

Page 10: Suplemento em Administração Pública

despesa, mas que deve cumprir os estágios de empenho,

liquidação e pagamento.

Suprimento de fundos é um meio de realizar despesas que, pela

sua urgência e eventualidade, não possam aguardar o

processamento normal da execução orçamentária.

Suprimento de fundos ou adiantamento consiste na entrega de

numerário a servidor, sempre precedida de empenho prévio na

dotação própria à despesa a realizar, para despesa que não possa

subordinar-se ao processo normal de execução, concedido a

critério do ordenador de despesas, e sob sua inteira

responsabilidade.

Restos a Pagar são resíduos passivos cujos pagamentos poderão,

ou não, ocorrer em exercício(s) seguinte(s). Embora a regra para a

inscrição seja despesa “empenhada e não paga” – essa inscrição

está sujeita ao atendimento de condições impostas pelas normas

vigentes: I– Deve corresponder a uma das quatro situações

contempladas no art. 35 do Decreto nº 93.872/1986: a) vigente o

prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele

estabelecida; b) vencido o prazo de que trata o item anterior, mas

esteja em curso a liquidação da despesa, ou seja de interesse da

administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo

credor; c) se destinar a atender transferências a instituições

públicas ou privadas; d) corresponder a compromissos assumido

no exterior. II– Deve existir suficiente disponibilidade de caixa

para atender as despesas inscritas, em atendimento ao art. 42 da

LRF. III– No caso de restos a pagar não processados fica

condicionada à indicação pelo ordenador de despesas.

Despesas de Exercícios Anteriores são aquelas cujas

obrigações se referem a exercícios findos, que não foram sequer

empenhadas, ou tiveram seus empenhos cancelados –

indevidamente ou por falta de saldo financeiro para a sua

inscrição em Restos a Pagar. Podem se referir a um ou vários

exercícios concomitantemente.

As Despesas de Exercícios Anteriores podem ser oriundas de três

situações: a) Despesas que não se tenham processado na época

própria: aquelas cujo empenho tenha sido considerado

Page 11: Suplemento em Administração Pública

insubsistente e anulado no encerramento do exercício

correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor

tenha cumprido sua obrigação; b) Restos a Pagar com

prescrição interrompida: a despesa cuja inscrição como Restos

a Pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do

credor; c) Compromissos reconhecidos após o encerramento

do exercício: a obrigação de pagamento criada em virtude de lei,

mas somente reconhecido o direito do reclamante após o

encerramento do exercício correspondente.

Conta Única do Tesouro Nacional é o mecanismo/instrumento

que permite a movimentação on-line de recursos financeiros dos

órgãos e entidades ligadas ao SIAFI em conta unificada.

A Conta Única do Tesouro Nacional é mantida no Banco Central

do Brasil, administrada pela Secretaria do Tesouro Nacional, e

tem como agente financeiro o Banco do Brasil, mas tanto o Bacen

quanto a STN e o Banco do Brasil operacionalizam a Conta

Única. Sua finalidade é registrar a movimentação dos recursos

financeiros de responsabilidade dos órgãos e entidades da

Administração Pública e das pessoas jurídicas de Direito Privado

que façam uso do SIAFI por meio de termo de cooperação técnica

firmado com a STN.

.Ato administrativo.Requisição.

Segundo Vicente Paludo e Marcelo Alexandrino (2013) ato

administrativo é “Manifestação ou declaração da administração

pública, nesta qualidade, ou de particulares no exercício de

prerrogativas públicas, que tenha por fim imediato a produção de

efeitos jurídicos determinados, em conformidade com o interesse

público e sobre regime predominante de direito público”.

Requisição – pode ser vista em dois enfoques distintos:

1.a requisição administrativa compreende a utilização pelo

Poder Público de bens (móveis ou imóveis) ou serviços

particulares, independente de seu consentimento, com a finalidade

de atender o interesse público (promoção do bem-estar da

coletividade) ou em casos de perigo iminente. Pode haver

Page 12: Suplemento em Administração Pública

indenização posterior por parte do Estado se houver dano. O

amparo legal encontra-se no art. 5º, inciso XXV, da CF/1988.

2.a requisição de servidor público ocorre quando um

órgão/entidade pública requisita de outro órgão/entidade pública

um servidor para ocupar cargo em comissão ou função de

confiança. É irrecusável visto que ocorre no interesse

administrativo público, e o servidor requisitado continua

vinculado ao órgão de origem. O amparo legal encontra-se no art.

93 da Lei nº 8.112/1990.

.Código de Ética dos agentes públicos do MTE (Portaria/MTE nº

2.973/2010). 9.3 Comportamento profissional; atitudes no

serviço; organização do trabalho; prioridade em serviço; 10

Conflito de interesses. 10.1 Lei nº 12.813/2013.

A conduta ética dos agentes públicos do MTE rege-se pelo

Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder

Executivo Federal, pelo Código de Conduta da Alta

Administração Federal, e, subsidiariamentepelo código

específico estabelecido pela Portaria 2.973/2010, sem prejuízo

de outras normas de conduta ética.

O Código de Ética dos agentes públicos do MTE (Portaria

2.973/2010) define como agentes públicos os servidores efetivos,

os ocupantes de cargos em comissão, os funcionários ou

empregados cedidos ao MTE, por outros órgãos públicos, além

daqueles que, por força de lei, contrato ou qualquer outro ato

jurídico, prestem serviços de natureza permanente, temporária ou

excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que

vinculados direta ou indiretamente ao MTE.

A posse dos servidores do MTE deverá ser acompanhada

de compromisso formal de obediência a este Código, ao Código

de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder

Executivo Federal, ao Código de Conduta da Alta Administração

Federal, quando cabível, e a outras normas de conduta ética

aplicáveis.

Page 13: Suplemento em Administração Pública

Segundo o código, são princípios fundamentais e valores

éticos que devem nortear a conduta profissional do agente público

do MTE: a dignidade, o decoro, o zelo, a probidade, o respeito à

hierarquia, a dedicação, a cortesia, a assiduidade e a presteza;

interesse público.

O referido código traz ainda um extenso rol

de deveres e vedações, e ainda, algumas normas

complementares de conduta.

Este código de ética poderá ser encontrado na página do

MTE, item legislação.

A lei 12813/2013 dispõe sobre conflito de interesses e se aplica,

apenas, a: ministro de Estado; cargos de natureza especial ou

equivalentes; presidente, vice-presidente, diretor, ou equivalentes,

de autarquias, fundações públicas, empresas públicas ou

sociedades de economia mista; Grupo-Direção e Assessoramento

Superiores - DAS, níveis 6 e 5 ou equivalentes. Mais os agentes

públicos os ocupantes de cargos ou empregos cujo exercício

proporcione acesso a informação privilegiada capaz de trazer

vantagem econômica ou financeira para o agente público ou para

terceiro, conforme definido em regulamento.

Considera-se conflito de interesses: a situação gerada pelo

confronto entre interesses públicos e privados, que possa

comprometer o interesse coletivo ou influenciar, de maneira

imprópria, o desempenho da função pública.

Considera-se informação privilegiada: a que diz respeito a

assuntos sigilosos ou aquela relevante ao processo de decisão no

âmbito do Poder Executivo federal que tenha repercussão

econômica ou financeira e que não seja de amplo conhecimento

público.

Atenção: A ocorrência de conflito de interesses independe da

existência de lesão ao patrimônio público, bem como do

recebimento de qualquer vantagem ou ganho pelo agente público

ou por terceiro.