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538 SUPORTE TÉCNICO E PEDAGÓGICO ÀS SALAS-AMBIENTES DE INFORMÁTICA DAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA ESTADUAL DE BAURU – STEPE Maria José Lenharo MORGADO 1 Rosa Maria Fernandes SCALVI 2 Elisabete Aparecida Andrello RUBO 3 Sonia Silveira RUIZ 4 Daniela Vieira Barros MELARE 5 Eduardo Martins MORGADO 6 Resumo: A utilização pedagógica de laboratórios computacionais é uma tarefa complexa e dependente de muitos fatores, como a manutenção de laboratórios computacionais em condições ideais de uso, o planejamento e preparação da inserção do uso das TIC nas práticas de ensino e aprendizagem e a necessidade de apoio técnico e pedagógico aos professores no desenvolvimento de materiais; testes e preparação dos ambientes computacionais. Esses fatores inibem o uso das Salas Ambiente de Informática (SAI) pelos professores, o que em conseqüência, reduz as oportunidades de uso pelos alunos. Este projeto definiu um modelo de suporte pedagógico e técnico, através do envolvimento de alunos estagiários da Unesp. Atendeu a 22 escolas públicas estaduais, aonde estudam 29.661 alunos. Na maioria das escolas atendidas, a SAI passou a ter maior utilização pedagógica. Em algumas delas, a SAI passou a abrir para uso livre sob a coordenação dos alunos monitores (alunos da própria escola que receberam treinamento técnico dos alunos estagiários da Unesp). Em sete destas escolas, alunos-monitores e voluntários (20) abriram os laboratórios à população em cursos de informática básica (Projeto Informática para Todos). Palavras-chave: salas-ambientes de informática; uso das tecnologias na educação; suporte técnico; suporte pedagógico. 1. INTRODUÇÃO O projeto STEPE – Suporte Técnico e Pedagógico às Salas-Ambiente de Informática das Escolas da Rede Pública Estadual de Bauru é executado pelo LTIA – Laboratório de Tecnologia da Informação Aplicada do Departamento de Computação – Faculdade de Ciências/Unesp Bauru. É um projeto do Programa Núcleos de Ensino da Unesp, em parceria com o Núcleo Regional de Tecnologia Educacional (NRTE) da Diretoria de Ensino (DE) de Bauru, financiado pela PROGRAD/FUNDUNESP, Intel, Microsoft e MSTech. Seu principal objetivo foi o de apoiar e desenvolver o uso pedagógico das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas escolas públicas da Rede Estadual de Ensino de Bauru, com o envolvimento de alunos das Licenciaturas e do Bel em Sistemas de Informação da FC-Unesp/Bauru, de forma a: a) Garantir, através de suporte pedagógico, apoio 1 Docente do Departamento de Matemática (Faculdade de Ciências – UNESP – Bauru) 2 Docente do Departamento de Física (Faculdade de Ciências – UNESP – Bauru). 3 Docente do Departamento de Física (Faculdade de Ciências – UNESP – Bauru). 4 Docente do Departamento de Ciências Biológicas (Faculdade de Ciências – UNESP – Bauru). 5 Docente do Departamento de Educação (Faculdade de Ciências – UNESP – Bauru). 6 Docente do Departamento de Computação (Faculdade de Ciências – UNESP – Bauru).

Suporte técnico e pedagógico às salas ambiente de informát tecnico.pdf · A capacitação de Alunos-Monitores foi realizada na Unesp e nas SAIs das escolas, ministrada pelos estagiários

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SUPORTE TÉCNICO E PEDAGÓGICO ÀS SALAS-AMBIENTES DE INFORMÁTICA DAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA ESTADUAL DE BAURU – STEPE

Maria José Lenharo MORGADO1 Rosa Maria Fernandes SCALVI2

Elisabete Aparecida Andrello RUBO3 Sonia Silveira RUIZ4

Daniela Vieira Barros MELARE5 Eduardo Martins MORGADO6

Resumo: A utilização pedagógica de laboratórios computacionais é uma tarefa complexa e dependente de muitos fatores, como a manutenção de laboratórios computacionais em condições ideais de uso, o planejamento e preparação da inserção do uso das TIC nas práticas de ensino e aprendizagem e a necessidade de apoio técnico e pedagógico aos professores no desenvolvimento de materiais; testes e preparação dos ambientes computacionais. Esses fatores inibem o uso das Salas Ambiente de Informática (SAI) pelos professores, o que em conseqüência, reduz as oportunidades de uso pelos alunos. Este projeto definiu um modelo de suporte pedagógico e técnico, através do envolvimento de alunos estagiários da Unesp. Atendeu a 22 escolas públicas estaduais, aonde estudam 29.661 alunos. Na maioria das escolas atendidas, a SAI passou a ter maior utilização pedagógica. Em algumas delas, a SAI passou a abrir para uso livre sob a coordenação dos alunos monitores (alunos da própria escola que receberam treinamento técnico dos alunos estagiários da Unesp). Em sete destas escolas, alunos-monitores e voluntários (20) abriram os laboratórios à população em cursos de informática básica (Projeto Informática para Todos).

Palavras-chave: salas-ambientes de informática; uso das tecnologias na educação; suporte técnico; suporte pedagógico.

1. INTRODUÇÃO

O projeto STEPE – Suporte Técnico e Pedagógico às Salas-Ambiente de

Informática das Escolas da Rede Pública Estadual de Bauru é executado pelo LTIA –

Laboratório de Tecnologia da Informação Aplicada do Departamento de Computação –

Faculdade de Ciências/Unesp Bauru. É um projeto do Programa Núcleos de Ensino da Unesp,

em parceria com o Núcleo Regional de Tecnologia Educacional (NRTE) da Diretoria de Ensino

(DE) de Bauru, financiado pela PROGRAD/FUNDUNESP, Intel, Microsoft e MSTech.

Seu principal objetivo foi o de apoiar e desenvolver o uso pedagógico das

Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas escolas públicas da Rede Estadual de

Ensino de Bauru, com o envolvimento de alunos das Licenciaturas e do Bel em Sistemas de

Informação da FC-Unesp/Bauru, de forma a: a) Garantir, através de suporte pedagógico, apoio

1 Docente do Departamento de Matemática (Faculdade de Ciências – UNESP – Bauru) 2 Docente do Departamento de Física (Faculdade de Ciências – UNESP – Bauru). 3 Docente do Departamento de Física (Faculdade de Ciências – UNESP – Bauru). 4 Docente do Departamento de Ciências Biológicas (Faculdade de Ciências – UNESP – Bauru). 5 Docente do Departamento de Educação (Faculdade de Ciências – UNESP – Bauru). 6 Docente do Departamento de Computação (Faculdade de Ciências – UNESP – Bauru).

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aos professores no uso das TIC na educação e no uso dos softwares pedagógicos da SEE/SP;

b) Proporcionar oportunidades de Estágio Curricular Supervisionado aos alunos dos cursos de

Licenciatura interessados no uso das TIC na educação (alunos da Matemática, Física, Química

e Ciências Biológicas, da FC/Unesp-Bauru; c) Garantir, através do suporte técnico, as melhores

condições técnicas possíveis para suas Salas Ambiente de Informática, em termos de rede

local, software básicos, conexão à Internet e uso dos software pedagógicos; d) Proporcionar

oportunidades de estágio prático para alunos do Bel em Sistemas de Informação da FC/Unesp-

Bauru; e) Aprofundar o conhecimento sobre os problemas pedagógicos e técnicos enfrentados

pelos professores das escolas públicas na utilização de suas Salas Ambiente; f) Desenvolver

treinamento aos alunos das escolas públicas (criando a figura dos alunos-monitores), para que

atuem no suporte às suas Salas Ambiente, aumentando o apoio aos professores e adquirindo

habilidades técnicas que possam contribuir para a sua empregabilidade.

2. BREVE HISTÓRICO

O Atendimento às Escolas Públicas teve início em 2001, com ações pontuais de

preparação da infra-estrutura de redes locais e conexão Internet/Intra-Gov das secretarias e das

Salas-Ambiente de Informática (SAI) das escolas públicas. Todas as escolas da região de

Bauru, sob a jurisdição da DE/Bauru, foram atendidas. O Atendimento foi apoiado pela

FIA/FEA-USP e FDE.

Em 2002, o Atendimento transformou-se em ação contínua com o início do

Suporte Técnico às SAI por uma equipe de três alunos do curso de Sistemas de Informação da

FC-Unesp/Bauru. Esses alunos prestaram atendimento em 12 escolas (ver tabela 1), em visitais

semanais, com o objetivo de manter os computadores das Salas Ambiente de Informática em

pleno funcionamento. Esse Suporte foi patrocinado pela empresa MSTech e pela FIA/FEA-USP.

Em 2002, foram beneficiados 18.096 alunos e 616 professores das escolas relacionadas na

tabela abaixo:

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Nome da Escola Cidade

E.E. Carlos Chagas Bauru E.E. Christino Cabral Bauru E.E. Francisco A. Brizola Bauru E.E. João Maringoni Bauru E.E. Joaquim Madureira Bauru E.E. José Antonio Guedes de Azevedo Bauru E.E. Marta Aparecida Barbosa Bauru E.E. Moraes Pacheco Bauru E.E. Stela Machado Bauru E.E. Walter Barreto Melchert Bauru E.E. Plínio Ferraz Bauru E.E. Ernesto Monte Bauru

Tabela 1: Escolas públicas atendidas em 2002

3. O PROJETO STEPE

O Projeto STEPE é uma evolução ou ampliação do Atendimento a Escolas, e

envolveu professores dos departamentos de Matemática, Educação, Ciências Biológicas e

Física da Faculdade de Ciências. Além dos alunos do curso de Bacharelado em Sistemas de

Informação, também passaram a fazer parte do projeto alunos das Licenciaturas em

Matemática, Física, Química e Ciências Biológicas. As escolas públicas atendidas passaram a

ser:

Nome da Escola Cidade

E.E. Carlos Chagas Bauru E.E. Christino Cabral Bauru E.E. Francisco A. Brizola Bauru E.E. João Maringoni Bauru E.E. Joaquim Madureira Bauru E.E. José Antonio Guedes de Azevedo Bauru E.E. Marta Aparecida Barbosa Bauru E.E. Moraes Pacheco Bauru E.E. Stela Machado Bauru E.E. Walter Barreto Melchert Bauru E.E. Durval G. Azevedo Bauru E.E. Luiz Castanho de Almeida Bauru E.E. Rodrigues de Abreu Bauru E.E. Luiz Zuiani Bauru E.E. Arminda Sbrissia Bauru E.E. Azarias Leite Bauru E.E. Ernesto Monte Bauru E.E. Eduardo Velho Filho Piratininga E.E. João Batista de Aquino Agudos E.E. João Batista Ribeiro Agudos E.E. Manoel Rodrigues Agudos E.E. Nilza M.S. Paschoal Agudos

Tabela 2: Escolas atendidas em 2003

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O escopo de atividades foi ampliado, tendo as ações se diversificado em 2003

para:

♣ Suporte Técnico às SAI (Salas-Ambiente de Informática);

♣ Capacitação em Informática básica para professores;

♣ Capacitação técnica de Alunos-Monitores da própria escola;

♣ Suporte Pedagógico aos professores no uso da Informática com seus alunos e no uso da metodologia Intel – Educação para o Futuro;

♣ Capacitação técnica (avançada) em Informática para alunos-monitores das escolas atendidas pelo Projeto.

Também, durante a execução do Projeto, outras duas ações dos alunos

estagiários do suporte pedagógico foram realizadas: a classificação dos softwares educativos

disponíveis nas escolas (cerca de 40 a 50 títulos em CD-ROM) e a criação de um site

explicativo do próprio Projeto STEPE ( www.ltia.fc.unesp.br/projetostepe ).

A classificação de softwares gerou um CD-ROM que foi distribuído para todas as

escolas do Projeto. A criação do site do STEPE gerou, entre outras informações, um link que

leva a explicações sobre direitos autorais, uma das atividades que os estagiários haviam

desenvolvido durante um dos treinamentos ocorridos na Unesp.

O projeto utilizou um ambiente Web de colaboração desenvolvido pelo

LTIA/Unesp Bauru, chamado VirtualTeam (fig.1), para a integração das ações de todos os

participantes. Esse ambiente Web pode ser acessado facilmente pelos estagiários que visitam

as diversas escolas, permite que eles compartilhem suas dúvidas, obtenham soluções para

seus problemas, coloquem avisos para outros alunos; façam Upload e Download de arquivos

etc.

Figura 1: Interface da página de Download do VirtualTeam

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O VirtualTeam permite a rápida troca de informações entre as pessoas que

participam do projeto sem a necessidade delas se encontrarem pessoalmente, sejam alunos ou

professores.

3.1. Suporte Técnico

O Suporte Técnico às SAIs foi retomado em 2003, assim que as escolas voltaram

às suas atividades normais, recebendo os alunos para mais um ano letivo e continuam até hoje.

A equipe do Suporte Técnico é composta por sete estagiários, alunos de Bacharelado em

Sistemas de Informação – Unesp/Bauru. Esses alunos realizam visitas semanais às SAIs das

22 escolas atendidas pelo projeto (ver tabela 3).

São parte de suas atribuições as instalações e reinstalações de softwares

(muitos destes educacionais); formatações e reinstalações de sistemas operacionais; instalação

e configuração de periféricos; configuração da rede interna e Internet; apoio técnico a

professores durante as aulas na SAI. Eles ministraram também cursos sobre informática básica

a professores (Windows e Word).

Esses estagiários identificam soluções para problemas – na maioria das vezes,

problemas técnicos - que são comuns a todo ambiente educacional. Estas soluções são

aplicadas rapidamente em todas as SAIs atendidas pelo projeto, já que são compartilhadas por

meio do ambiente Web VirtualTeam de trabalho colaborativo.

As visitas têm proporcionado benefícios tanto para as escolas como para os

estagiários do Suporte Técnico, propiciando uma troca permanente. Por um lado, as SAIs

permanecem funcionando plenamente com todos os seus recursos disponíveis além de

professores estarem capacitados para operações básicas com o computador e, por outro,

propicia aos alunos o contato com diferentes ambientes computacionais - o que colabora para o

aumento da experiência com a Tecnologia e maiores perspectivas no campo de atuação e

emprego.

Além disso, o suporte técnico ministrou cursos de capacitação a alunos das

escolas públicas candidatos a alunos monitores nas SAI. Parte da capacitação desses alunos

foi realizada por meio de cursos ministrados em laboratório da Unesp.

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3.2. Capacitação de professores em Informática básica

Os estagiários do Suporte Técnico ministraram, nos horários de HTPC, uma

capacitação básica em Informática para professores de algumas das escolas atendidas pelo

projeto STEPE (ver tabela 5) – a pedido dos próprios professores.

Nessa capacitação, os professores desenvolveram noções básicas de Windows

e Microsoft Word, agregando conhecimentos que reforçam e complementam as capacitações

normalmente oferecidas pelas oficinas pedagógicas do NRTE da DE região de Bauru. Nessas

oficinas pedagógicas, os professores aprendem a utilizar os softwares disponíveis nas escolas.

Já na capacitação oferecida pelo STEPE, os professores aprendem os princípios de

funcionamento do computador e também algumas noções de Microsoft Word para enriquecer

suas aulas.

Nome da Escola Nº Professores E.E. Chrstino Cabral 8

E.E. João Maringoni 12

E.E. Walter Barreto Melchert 8

E.E. Carlos Chagas 8

E.E. Luiz Zuiani 7

E.E. Francisco Alves Brizola 15

E.E. Rodrigues de Abreu 19

E.E. Joaquim Madureira 7

E.E. Stela Machado 9

E.E. Irmã Arminda Sbríssia 15

E.E. Luis Castanho de Almeida 13

E.E. Marta Ap. Barbosa 35

Total 156

Tabela 3: Número de Professores capacitados em Informática Básica

As capacitações tiveram a duração de 20 horas. Em algumas escolas, os

professores solicitaram novos blocos de 20 horas abordando outros assuntos de seu interesse

(como, por exemplo: Excel, Power Point e Internet).

3.3. Capacitação dos alunos-monitores

Uma das inovações realizadas pelo projeto STEPE foi a capacitação de Alunos-

Monitores das escolas atendidas. Essa capacitação visou preparar alunos das escolas públicas

para exercer atividades de monitoria nas Salas-Ambiente de Informática, tornando-os aptos a

solucionar os problemas técnicos mais comuns nesses laboratórios pedagógicos.

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A capacitação de Alunos-Monitores foi realizada na Unesp e nas SAIs das

escolas, ministrada pelos estagiários do Suporte Técnico. Na Unesp, os Alunos-Monitores

tiveram aulas de Sistemas Operacionais, Redes de Computadores, Hardware e Segurança de

Computadores. Ao término da capacitação, os alunos-monitores receberam um CD que

continha o conteúdo abordado durante o curso e alguns softwares freeware úteis para o início

de suas atividades na sala de informática (Acrobat Reader, antivírus (AVG), compartilhador de

Internet (Proxy), dentre outros). Já nas respectivas SAIs, os alunos puderam aprender como

solucionar os problemas mais comuns ocorridos ali. Essa capacitação foi realizada de março a

maio de 2003, totalizando uma carga horária de 48 horas - 32 na Unesp e 16 nas SAIs.

Foram capacitados 44 alunos sendo em média dois alunos de cada uma das

escolas atendidas pelo projeto. Esses alunos foram selecionados pela Direção ou Coordenação

da escola e têm idade entre 14 e 17 anos e estão cursando entre a 8ª. série do ensino

fundamental e a 3ª. série do ensino médio.

Os alunos-monitores atendem as SAIs por 20 ou 30 horas semanais e

desenvolvem diversas atividades, entre elas:

♣ Instalações e reparos de softwares;

♣ Instalações de Sistemas Operacionais;

♣ Auxílio a professores;

♣ Configurações de Rede e Internet;

♣ Aula de Windows e Microsoft Word para alunos e professores;

♣ Aula de Windows e Microsoft Word para a comunidade (muitos alunos-monitores se envolveram no Projeto Escola da Família, aos finais de semana);

♣ Quadro de agendamento de atividades na sala de informática;

♣ Auxílios esporádicos aos funcionários da secretaria das escolas;

♣ Treinamento de outros alunos, visando transformá-los em alunos-monitores.

Os alunos-monitores são apoiados localmente pelos estagiários do Suporte

Técnico. Além disso, nas escolas que possuem conexão com a Internet, eles contam com

suporte em tempo “quase” real, por intermédio do Messenger Microsoft – MSN (software que

permite realizar conversas instantâneas na Internet).

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Na EE Durval Guedes de Azevedo, os alunos-monitores ministraram aulas de noções básicas em Informática para seis professores, em horários de HTPC. Ainda nessa escola, a professora M.A.S.M. relatou que o desempenho de um dos alunos-monitores melhorou em sala de aula pela necessidade que ele sentiu de cumprir melhor com suas obrigações escolares. Na EE Joaquim Madureira, os alunos-monitores ministraram aulas de noções básicas sobre Informática para os alunos da própria escola. Os alunos foram divididos em três turmas, com 10 alunos em cada, com idade entre 12 e 14 anos. Com o auxílio dos alunos-monitores, as SAIs, em algumas escolas, como a Durval Guedes de Azevedo, Joaquim Madureira, Azarias Leite, Francisco A. Brizola e Stela Machado, permanecem abertas por boa parte do dia, permitindo que os alunos possam agendar o uso da sala fora de seu período de aula para realizar pesquisas e trabalhos escolares. Este tipo de atividade não era possível na maioria das SAIs antes da presença dos alunos-monitores. Outro exemplo positivo da presença dos alunos-monitores nas escolas é o que está ocorrendo na escola Marta Aparecida Barbosa (CAIC). A SAI nunca havia sido usada apenas pelos alunos. Agora, com a presença dos alunos-monitores, é utilizada diariamente. Embora a escola ainda não tenha sido beneficiada com a Internet, os alunos-monitores (todos de 8ª série) continuam motivados e têm demonstrado muita organização. Eles elaboraram um quadro com os seus horários de atendimento e registram rigorosamente os horários que cumprem.

A maioria dos professores e diretores avaliou positivamente o trabalho dos

alunos monitores nas SAIs. A seguir, alguns comentários constantes nas respostas que deram

ao questionário de avaliação do STEPE:

“Toda ajuda é bem vinda e necessária e com a presença de pessoas conscientes o trabalho dos alunos rendeu. Os professores sentem-se mais seguros. Desenvolvimento de matérias com mais qualidade pelos professores de matemática e português que mais acompanhei”. (I.D.S., vice-diretor – EE Luiz Castanho de Almeida). “Os professores passaram a usar mais a sala de informática”. (E.R.D.G., profa. de Química do Ensino Médio - EE Luiz Castanho de Almeida). “Ótimo, pois para qualquer dúvida eles estavam prontamente a postos e nos ajudavam”. (J.M.O., profa. de Matemática – EE Carlos Chagas). “Por serem alunos da escola, foi possível contar com a colaboração deles sempre que solicitado”. (K.Z.S. profa. de Matemática – EE José Aparecido Guedes de Azevedo). “Além de atender no que precisávamos, os alunos monitores direcionaram os trabalhos de encontro aos nossos interesses e necessidades”. (C.M.G.R., profa. polivalente da 1ª. Série – EE Joaquim Rodrigues Madureira).

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3.4. Suporte Pedagógico

O suporte pedagógico teve iniciou no mês de maio/2003. Esse atendimento foi

realizado por 16 alunos, integrantes dos cursos de Licenciatura em Matemática, Ciências

Biológicas, Física e Química, todos da FC – Unesp/Bauru.

Antes de iniciar esse trabalho, os estagiários foram capacitados em um curso de

20 horas, com a metodologia Intel Educação para o Futuro, e receberam orientação sobre as

oficinas pedagógicas oferecidas pelo Núcleo Regional de Tecnologia Educacional (NRTE) da

Diretoria de Ensino (DE) de Bauru. Além disso, todos haviam freqüentado disciplina do curso de

graduação cujo conteúdo aborda o uso das novas tecnologias da Informação no ensino e

aprendizagem. Durante a fase de execução do projeto, para complementar, receberam

orientação pedagógica das professoras da Coordenação Pedagógica do STEPE.

Assim como os estagiários que realizam o Suporte Técnico, esses estagiários

visitaram semanalmente, por 04 horas diárias, as SAIs (ver tabela 3) de escolas atendidas

pedagogicamente pelo projeto STEPE. O objetivo foi oferecer suporte e apoio aos professores

para práticas educacionais baseadas em tecnologias.

Cada escola foi atendida durante 20 horas semanais por dois estagiários da

Licenciatura, em sistema de revezamento (gerando vantagens tanto para a escola como para

os próprios estagiários). Por um lado, a escola pôde contar com o atendimento de alunos de

diferentes áreas de conhecimento; por outro, o aluno teve a oportunidade de conhecer

diferentes realidades de atendimento escolar e de ambientes de ensino.

Tabela 4: Escolas atendidas pelo

Suporte Pedagógico

Nome da Escola Cidade

E.E. Carlos Chagas Bauru E.E. Christino Cabral Bauru E.E. Francisco A. Brizola Bauru E.E. João Maringoni Bauru E.E. Joaquim Madureira Bauru E.E. Marta Aparecida Barbosa Bauru E.E. Moraes Pacheco Bauru E.E. Stela Machado Bauru E.E. Walter Barreto Melchert Bauru E.E. Durval G. Azevedo Bauru E.E. Luiz Castanho de Almeida Bauru E.E. Rodrigues de Abreu Bauru E.E. Luiz Zuiani Bauru E.E. Arminda Sbrissia Bauru E.E. Azarias Leite Bauru E.E. Ernesto Monte Bauru E.E. José Ap. Guedes de Azevedo Bauru

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O atendimento pedagógico foi muito bem recebido por diretores e professores

das escolas. Alguns professores relataram que estavam precisando deste tipo de apoio e

ficaram muito entusiasmados.

Na escola João Maringoni, por exemplo, a professora S.R.G.O, juntamente com outros professores, comentou que eles precisavam de ajuda sobre o uso das ferramentas e esclarecimentos para as dúvidas e receios que tinham em manusear os computadores.

Os estagiários do Suporte Pedagógico procuraram os professores nos intervalos

de aula e nos Horários de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC) para conversar, oferecer

suporte computacional e propor atividades pedagógicas a serem realizadas na Sala-Ambiente

de Informática.

Em escolas como Joaquim Madureira, Francisco A. Brizola e Azarias Leite, os professores começaram a agendar o uso da SAI nos horários em que os estagiários do Suporte Pedagógico podiam estar presentes. O auxílio do estagiário trouxe mais segurança ao professor e diminuiu a pressão exercida pelos chamados dos alunos para o esclarecimento de dúvidas.

Após os três primeiros meses do Projeto, com o objetivo de aumentar a procura

pelo uso da SAI, os estagiários pedagógicos ofereceram aos professores apoio e parceria para

a elaboração e execução de Planos de Unidade, orientação baseada na Metodologia Intel

Educação para o Futuro. Essa estratégia dos estagiários, sob orientação da coordenação do

Projeto, teve muitos adeptos entre os professores, que em grupos, em algumas das escolas,

passaram a se reunir em horários comuns ou de HTPC para aprender a utilizar a Internet, a

enciclopédia Microsoft Encarta e outras ferramentas de informática como o Power Point , o

Publisher e o Excel no preparo de suas aulas.

Escolas como João Maringoni, Carlos Chagas, Marta Aparecida Barbosa,

Rodrigues de Abreu, Francisco Alves Brizola e Joaquim Rodrigues Madureira tiveram seus

laboratórios de informática utilizados por professores interessados em preparar seus Planos de

Aula para posteriormente desenvolvê-los com seus alunos no próprio laboratório. Esses

professores avaliaram positivamente a participação dos alunos das licenciaturas da Unesp por

meio de respostas a um questionário. Dentre os comentários podemos destacar:

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“Foi muito bom porque os estagiários demonstraram possuir um grande conhecimento na área” (J.M.O., profa. de Matemática; 7ª, 8ª s. e 1º Col. –EE Carlos Chagas). “Os alunos nos deram suporte sobre como encontrar o assunto do interesse, como acessar, como procurar. Tudo que precisamos foi fornecido de maneira gentil e competente”. (I. A. F. G., profa. de Ciências do Ensino Médio – EE Rodrigues de Abreu). “Hoje adoro procurar, passar de um programa para outro, fazendo as atividades que uso com meus alunos. Tenho prazer em resolver os problemas que surgem”.(C.M.G.R., profa. de 1ª. Série - EE Joaquim Rodrigues Madureira). “Aula dinâmica, monitores prestativos e didáticos, tiravam dúvidas e auxiliavam em nossas dificuldades”. (R.M.F., profa. de Ed. Artística – EE Carlos Chagas). “Gostei muito de participar do Projeto STEPE. Contribuiu muito para a minha formação profissional”.(V.A.R., profa. de Português e Inglês – EE Joaquim Rodrigues Madureira).

A quantidade de professores beneficiados com o suporte pedagógico na SAI,

seja em cursos ou atendimento individual (orientação sobre softwares), ou em aula com suas

turmas, foi apontada diariamente pelos relatórios dos estagiários e pode ser verificada na tabela

e gráficos a seguir:

1ª a 4ª série 5ª serie 6ª série 7ª Série 8ª Série 1ºcol 2ºcol 3ºcol TOTAL

Azarias Leite 0 6 1 1 6 12 12 9 47

Carlos Chagas 1 1 4 1 1 1 9

Christino Cabral 1 4 5

Durval Guedes 0 0 0 0 2 3 1 0 6

Ernesto Monte 2 2 2 1 2 9

Francisco A Brizola 0 2 2 12 11 12 19 7 65

Ir. Arminda Sbríssia 0 0 0 1 1 2 5 0 9

João Maringoni 3 3

Joaquim R Madureira 6 6 6 7 6 10 10 10 61

José Ap G. Azevedo 0 0 0 0 0 1 0 0 1

Luiz C. de Almeida 3 1 1 2 2 9

Luiz Zuiani 0 1 1 3 2 1 1 0 9

Marta A Barbosa 0 5 3 6 8 0 0 0 22

Moraes Pacheco 1 3 1 5

Rodrigues de Abreu 0 2 2 2 3 5 6 0 20

Stela Machado 1 2 1 3 2 1 1 11

Walter Barreto 17 4 1 4 5 1 7 0 39

Total de Professores 23 29 22 35 52 56 67 36 330

Tabela 5: Número de professores atendidos pelo Suporte Pedagógico

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549

47

95 6

9

65

93

61

1

9 9

22

5

20

11

39

0

10

20

30

40

50

60

70

Azaria

s Leit

e

Carlos

Cha

gas

Christ

ino C

abral

Durva

l Gued

es

Ernes

to Mon

te

Franc

isco A

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ia

João

Mar

ingoni

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a

José

Ap G

uedes

Luiz

Castan

ho

Luiz

Zuiani

Marta

A Bar

bosa

Morae

s Pac

heco

Rodrig

ues de

Abr

eu

Stela

Macha

do

Walte

r Bar

reto

Gráfico 1: Número de professores atendidos por Escola pelo suporte pedagógico

23

31

22

38

57 56

67

36

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1ª a 4ª série 5ª serie 6ª série 7ª Série 8ª Série 1ºcol 2ºcol 3ºcol

Gráfico 2: Número de professores atendidos por série pelo Suporte Pedagógico

Dados como a porcentagem de professores que desenvolveu atividades no

laboratório com a ajuda dos estagiários e/ou participou de atividades oferecidas por eles,

também a forma como estavam utilizando o laboratório foram obtidos por levantamento

efetuado com 72 professores das escolas atendidas:

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550

as

SIM; 89%

N ÃO; 11%

Você desenvolveu atividades no laboratório com a ajuda dos estagiários e/ou participou de atividades oferecidas por eles?

Gráfico 3: Porcentagem de professores que desenvolveu atividades na SAI

Utilização da SAI nas Escolas

8 13

10

35

6

0 5

10 15 20 25 30 35 40

não utilizo levo os alunos para fazer pesquisas

faço roteiros de trabalho para os

alunos Complementação de aulas outras

Gráfico 4: Forma como estavam utilizando a SAI nas escolas

Os estagiários do Suporte Pedagógico também utilizaram o mesmo ambiente de

colaboração que o Suporte Técnico (VirtualTeam). Com esta facilidade, quando surgiam

problemas técnicos, os alunos do suporte pedagógico podiam localizar um técnico on line ou,

até mesmo, enviar seu problema para o ambiente para, em pouco tempo, ser resolvido. O

VirtualTeam também facilitou outros tipos de compartilhamento de experiência: a descoberta de

um novo site educacional podia ser facilmente disseminada entre os demais colegas através da

área de “links” desta ferramenta; ou podiam inserir comentários com dicas, juntamente com o

Upload de algum arquivo que tinha sido trabalhado com sucesso na SAI, divulgando assim uma

abordagem bem sucedida. Graças à ferramenta, a troca de conhecimentos e experiências foi

muito importante durante o projeto, fazendo os estagiários manter e desfrutar de um riquíssimo

histórico.

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Uma constatação unânime por parte desses estagiários foi que os professores

não tinham tempo para avaliar todos os títulos em CD-ROM disponíveis para serem utilizados

nas diversas disciplinas. Por sugestão da coordenação do Projeto, passaram a dedicar um

tempo na SAI classificando esses títulos e convidando os professores interessados, de forma

pontual, a avaliarem o seu conteúdo para a possível utilização em suas aulas.

Os softwares disponíveis foram devidamente distribuídos entre todos os

estagiários para que fossem classificados e houve uma troca de informações entre eles para

que pudessem atender o maior número possível de professores. Ao final do Projeto, com a

coletânea de informações, pôde-se gerar um CD-ROM de classificação de softwares com

etiqueta do Projeto, que foi distribuído para todas as escolas atendidas.

3.5. Outras atividades decorrentes do STEPE

Durante as atividades do STEPE nas escolas públicas, os estagiários se

defrontaram com uma dura realidade: muitos dos alunos da escola pública nunca tinham tido

acesso ao computador e muito menos a cursos de Informática.

O trabalho desenvolvido pelo STEPE sensibilizou outros alunos e ex-alunos de

Sistemas de Informação e Ciência da Computação (20 pessoas ao todo). Utilizando a estrutura

disponível para o STEPE, esses alunos desenvolveram um projeto social – batizado de

“Informática para Tod@s”, para oferecer capacitação em Informática para os alunos das

escolas públicas.

O “Informática para Tod@s” visou difundir conhecimentos básicos e

intermediários em Informática entre alunos das escolas públicas que estejam ingressando no

mercado de trabalho. As capacitações ocorreram em sete escolas (ver tabela 05) e

beneficiaram mais de 70 alunos. Estas capacitações tiveram início em abril e terminaram em

junho, perfazendo uma carga horária de 20 horas. Na tabela abaixo, as escolas beneficiadas

com esse Projeto Filantrópico:

Nome da escola

E.E. Azarias Leite E.E. Carlos Chagas E.E. João Maringoni E.E. Franciso A. Brizola E.E. Luiz Castanho de Almeida E.E. Rodrigues de Abreu E.E. Durval Guedes

Tabela 6: Escolas beneficiadas pelo Informática para Tod@s

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552

Para participar, o interessado precisava estar matriculado na escola onde a

capacitação seria realizada; ter mais de 15 anos; disponibilidade nos finais de semana (para

assistir as aulas), e se comprometer a realizar outras atividades sociais nos fins de semana na

própria escola (após a capacitação). Com o comprometimento dos alunos no desenvolvimento

de outras atividades nas escolas, nos fins de semana, foi possível fazer com que os recursos

públicos estivessem disponíveis para toda a comunidade.

4. CONCLUSÕES

O projeto STEPE apoiou as escolas públicas e minimizou algumas das restrições

ao uso pedagógico da Informática que foram identificadas em 2002. Adicionalmente, ofereceu

oportunidades de prática aos alunos de Computação e das Licenciaturas da Unesp,

conseguindo, ainda, com a formação dos Alunos-Monitores, atender também demandas sociais

de profissionalização. Além disso, os seguintes resultados podem ser apontados:

• As barreiras citadas estão diminuindo dia a dia com a presença dos alunos-

monitores; alunos das licenciaturas e alunos de computação do STEPE.

Novos problemas ainda surgem, mas são resolvidos mais rapidamente:

• Com o Suporte Técnico, problemas com configurações de computadores,

redes e software inoperantes diminuíram drasticamente. O tempo que os

computadores ficavam parados, esperando reparos, também diminuiu.

• A capacitação dos alunos-monitores permitiu que as SAIs, que ficavam

fechadas fora do horário de aulas, passassem a ficar abertas no mínimo por

meio período para uso dos alunos e professores.

• A capacitação básica em Informática para professores e a ajuda dos

estagiários pedagógicos contribuiu para que eles se sintam mais seguros e

passem a levar os alunos às SAIs com mais freqüência.

• O Suporte Pedagógico, auxiliou os professores no preparo de aulas práticas

mais ricas, com a ajuda de recursos computacionais.

• O atendimento envolveu um número grande de professores e alunos.

• Na tabela e gráficos a seguir o número de alunos beneficiados com o Projeto:

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553

Nome da Escola 1ª a 4ª séries

5ª serie

6ª série

7ª série

8ª série 1ºcol 2ºcol 3ºcol Sem

Professor TOTAL

Azarias Leite 50 186 216 248 273 973

Carlos Chagas 54 45 115 32 246

Christino Cabral 30 166 196

Durval Guedes 39 108 19 40 206

Ernesto Monte 24 90 80 60 84 338

Francisco A. Brizola 180 65 77 38 26 386

Ir. Arminda Sbrissia 29 31 43 42 14 15 174

João Maringoni 55 55

Joaquim R Madureira 96 14 64 3 177

Jose A G. Azevedo 113 113

Luiz Castanho 70 30 36 80 80 296

Luiz Zuiani 100 60 148 102 20 76 506

Marta A. Barbosa 118 288 26 432

Moraes Pacheco 97 88 45 230

Rodrigues de Abreu 80 40 40 80 120 360

Stela Machado 28 68 36 148 64 32 30 406

Walter Barreto 236 48 72 61 100 150 200 867

Total de Alunos 332 548 515 541 1069 1095 854 952 55 5961

Tabela 7: Alunos beneficiados diretamente pelo suporte pedagógico.

332

548 515 541

1069 1095

854952

550

200

400

600

800

1000

1200

1ª a 4ª s éries

5ª s erie 6ª s érie 7ª S érie 8ª S érie 1ºc ol 2ºc ol 3ºc ol S emP rofes s or

Gráfico 5 : Alunos beneficiados diretamente pelo suporte pedagógico por série.

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Quantidade de Alunos Atendidos por Escola

973

206

386

174 177 113

506432

360

867

0

200

400

600

800

1000

1200

AzariasLeite

DurvalGuedes

FranciscoA. Brizola

IrmãArmindaSbrissia

JoaquimRodriguesMadureira

JoseAparecidoGuedes

Luiz Zuiani Marta A.Barbosa(CAIC)

Rodriguesde Abreu

WalterBarreto

Gráfico 6: Alunos beneficiados diretamente pelo suporte pedagógico por escolas

Ainda de acordo com o levantamento realizado pela coordenação do Projeto

pôde-se constatar, nas escolas atendidas, que de 72 professores investigados, 96,9% deles

pretendem utilizar a SAI em 2004. Adicionalmente, 78% deles apontaram que tiveram

experiências de ensino na SAI que indicaram benefícios do uso da informática para a

aprendizagem de seus alunos. Além disso, a totalidade desses professores (100%) apontou

que em sua opinião a informática pode auxiliar na aprendizagem dos alunos.

Um outro dado importante é que 96% dos professores apontou que o seu

interesse pelo desenvolvimento de aulas na SAI aumentou após o Projeto STEPE. A seguir,

depoimentos dos professores sobre os trabalhos que desenvolveram e sobre o Projeto em

geral:

“A mudança é que, com a ajuda dos estagiários pudemos desenvolver projetos através da informática. O projeto que fiz ficou maravilhoso e se não fosse o estagiário eu não teria conseguido”. (E.S.R., profa. de Ed. Física – EE Marta Ap. Barbosa) “Ao pedir para que os alunos fizessem os trabalhos relacionados a Educação Física, a diversidade de informações trazidas pelos alunos foi bastante satisfatória e contribuiu muito para um crescimento mútuo entre alunos e professores”. (S.R.R.P. prof. de Ed. Física do Ens. Médio – EE Luiz Castanho de Almeida). “O trabalho desenvolvido com os estagiários através do Power Point me oportunizou complementar o trabalho já iniciado em sala de aula sobre Água Potável – sua qualidade, os mecanismos para conservá-la. Transformando um assunto corriqueiro mas de suam importância em uma aula fascinante aos olhos dos alunos, visto a abordagem diferenciada”. (E.D.S., profa. polivalente da 3a. Série – EE Joaquim R. Madureira) “A organização do laboratório de informática ficou muito boa”. (V.A.R., profa. de Português e Inglês – EE Joaquim Rodrigues Madureira).

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555

“Com a atuação deles a sala de informática realmente entrou em funcionamento”. (A.L.T.B., profa. de Matemática das 7as e 8as séries e Ensino Médio – EE Luiz Castanho de Almeida). “Complementei um projeto com a leitura de um livro feito em atividade com os estagiários. Os alunos puderam fazer comparações entre um autor e outro. Ficaram encantados podendo ler um livro no computador”. (S.M.L.V, profa. de Ensino Fundamental e Telecurso – EE. Luiz Castanho de Almeida). “Nos mostraram a importância de utilizarmos o computador como ferramenta pedagógica, o que despertou nos nossos alunos o interesse pela utilização do computador em atividades diferenciadas”.(M.L.M, profa. polivalente da 1ª. Série – EE Joaquim Rodrigues Madureira). “Melhorar a integração entre os professores. Com a ajuda do estagiário D. desenvolvemos projetos de informática e foi muito bom”. (R.B.M.C., profa. polivalente do Ensino Fundamental – EE. Marta Aparecida Barbosa) “Os alunos puderam ter contato com um mundo bem diferente do seu. As aulas tornaram-se mais dinâmicas e interessantes e nossos alunos puderam atualizar conteúdos”. (H.R.P.D., profa. de Geografia do Ensino Fundamental – EE Irmã Arminda Sbríssia). “Ajudou a ampliar e desenvolver o conhecimento em informática, podendo fazer uso dessa tecnologia para melhorar ou diferenciar metodologias de aprendizagem”. (S.M.L.V., profa. do Ensino Fundamental e Telecurso – EE Marta Ap. Barbosa) “Na minha disciplina eu consegui ir no laboratório de informática com mais frequência depois da orientação da estagiária”. (S.R.R.P., profa. de Ed. Física do Ensino Médio – EE Luiz Castanho de Almeida) “Foi excelente o apoio técnico exercido: preparando a sala, dando apoio com os softwares, gerando ganho de tempo e aumentando o interesse dos alunos”. (H.C. A. Jr, prof. de Matemática – EE Rodrigues de Abreu) “Interesse maior dos alunos pela organização e reunião dos próprios textos. Maior conhecimento para o professor no uso do computador”. (profa. de Português do Ensino Médio e fundamental – EE Carlos Chagas).

5. BIBLIOGRAFIA

BARBIERI, M. R.; CARVALHO, C. P.; UHLE, A. B. Formação continuada dos profissionais de ensino: algumas considerações. Cadernos CEDES, v. 36, p. 29-33, 1995.

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PAPERT, S. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

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Programa Intel Educação para o Futuro – Currículo para curso do professor e CD-ROM.

VALENTE, J. A (Org.) – Computadores e Conhecimento: repensando a educação. Campinas/SP: Gráfica da Unicamp, 1993.

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ANEXO I – Equipe de Alunos da Unesp que trabalharam no Projeto STEPE

a) Equipe Técnica (sete alunos) • Amanda de Maia Areias – BSI • Filipe Alcarde Balestra – BSI • Gustavo Adolfo Morceli Rodrigues – BSI • Marcelo Fernandes de Freitas – BSI • Michele Prado da Costa Sene – BSI • Mônica Andréia Bertoni Rodrigues – BSI • Rafael Ferreira Buzon – BSI

b) Equipe Pedagógica (16 alunos)

• Alexandro Silveira Florêncio – Lic. Matemática • Ayrton Christofalo – Lic. Física • Caio de Godoy Camargo – Lic. Biologia • Caio F. C. Geroto – Lic. Matemática • Daniel Henrique Resta Silva – Lic. Física • Djacir Meyer Camargo – Lic. Matemática • Daniele Lozano – Lic. Matemática • Gabriel Benedetti – Lic. Biologia • Juliana de O. Fiorelli – Lic. Matemática • Leandro M. C. Pinto – Lic. Química • Leonardo Chiang – Lic. Física • Mariana V. Capparelli – Lic. Biologia • Maycon Motta – Lic. Física • Osmar David Padilla Jimenez – Lic. Matemática • Pedro Floriano Neto – Lic. Química • Rafael Duarte Nascimento – Lic. Física