Sustentabiliadade

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    IntroduçãoA preservação do meio ambiente é um dever de todos os cidadãos e deve começar nas nossaesidências, na prática, com a separação do lixo para a reciclagem.

    Nosso Curso abordará as questões relativas ao conceito e as práticas de sustentabilidade em todos os níveis, com uma ampla base teórica, exemplos práticos, análise da legislambiental e estudos de casos relativos aos mais diversos aspectos ambientais abordados neste trabalho.

    O conceito de sustentabilidade ambiental vem sendo incorporado de forma planetária pelas pessoas e, mais recentemente, passou a mobilizar a economia. Isso mesmo:a questão ambiental é também uma questão econômica no sentido de negócio, pois as empreescobriram que o lucro deve ser aliado a práticas ambientalmente sustentáveis.

    Mais do que isso, essas práticas vêm sendo adotadas como políticas corporativas por um número cada vez maior de empresas de todos os portes para agregar valor aos seusprodutos e serviços, como veremos no decorrer do presente Curso.

    Desejamos a você um excelente aproveitamento dos conteúdos aqui analisados.

    1. Compreensão do conceito de sustentabilidadeEm primeiro lugar, devemos considerar que Sustentabilidade possui um conceito sistêmico, ou seja, a Sustentabilidade está relacionada com a manutenção dos aspectos eco

    icos, sociais, culturais e ambientais da sociedade em todas as suas dimensões.A Sustentabilidade propõe um modo de vida no qual as pessoas possam satisfazer assuas necessidades de subsistência no presente preservando a biodiversidade e os ecossistemas para que as gerações futuras possam igualmente desfrutar desses recursoscom qualidade de vida.

    Diversos níveis de organização estão envolvidos nessa proposta, a começar pelo seu bair com a vizinhança local empenhada em pensar e agir de forma sustentável. Os empreendimentos sustentáveis começam com ações como a separação do lixo em casa e vão até as açom vistas à política de preservação do meio ambiente.

    Para ser sustentável, um empreendimento deve ter quatro princípios básicos:

    1) ser ecologicamente correto;2) ser economicamente viável;3) ser socialmente justo;4) ser aceito culturalmente.

    Para um melhor entendimento do conceito de Sustentabilidade, vejamos o exemplo das Ecovilas:

    Casa sustentável em Ecovila no interior paulista: otelhado ecológico capta água da chuva e reduz erosãoFoto: Permacultura/Divulgação

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    Em busca de alternativa ao trânsito intenso e à saturação urbana das metrópoles, muita te está optando pelas Ecovilas, que podem ser definidas como condomínios urbanos oururais sustentáveis onde predomina o convívio com a natureza e a ordem é o equilíbrio ea preservação, com técnicas de reciclagem e reaproveitamento dos recursos naturais.

    Esses empreendimentos reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) como modelo

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    de sustentabilidade já somam mais de 15 mil no mundo, segundo informações da Rede Global de Ecovilas. Para funcionar de forma compatível com os ideais de vida social harmônica integrada a um estilo de vida sustentável, essas comunidades são organizadas a partir de princípios bem definidos:

    a) Os alimentos são produzidos de forma local e orgânica, sem utilização de agrotóxicos pesticidas.

    b) A energia é produzida a partir de sistemas renováveis.

    c) As casas são construídas com material de baixo impacto ambiental, técnicas conhecidas como bioconstrução ou arquitetura sustentável.

    d) São adotados esquemas de apoio social e familiar, com estímulo à diversidade cultural e espiritual.

    e) A governança é circular e o poder é exercido de forma mútua, com experiências inovads de tomada de decisões e consensos.

    f) Adoção de sistemas alternativos de compra e venda, como a Economia Solidária, Cooperativismo e Redes de Trocas.

    g) Prática de preservação e manejo dos ecossistemas presentes no local.

    h) Ativismo local e global em defesa do meio ambiente.

    Em busca de alternativa ao trânsito intenso e à saturação urbana das metrópoles, muita te está optando pelas Ecovilas, que podem ser definidas como condomínios urbanos oururais sustentáveis onde predomina o convívio com a natureza e a ordem é o equilíbrio ea preservação, com técnicas de reciclagem e reaproveitamento dos recursos naturais.

    Esses empreendimentos reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) como modelode sustentabilidade já somam mais de 15 mil no mundo, segundo informações da Rede Global de Ecovilas. Para funcionar de forma compatível com os ideais de vida social harmônica integrada a um estilo de vida sustentável, essas comunidades são organizadas a partir de princípios bem definidos:

    a) Os alimentos são produzidos de forma local e orgânica, sem utilização de agrotóxicos pesticidas.

    b) A energia é produzida a partir de sistemas renováveis.

    c) As casas são construídas com material de baixo impacto ambiental, técnicas conhecidas como bioconstrução ou arquitetura sustentável.

    d) São adotados esquemas de apoio social e familiar, com estímulo à diversidade cultural e espiritual.

    e) A governança é circular e o poder é exercido de forma mútua, com experiências inovad

    s de tomada de decisões e consensos.

    f) Adoção de sistemas alternativos de compra e venda, como a Economia Solidária, Cooperativismo e Redes de Trocas.

    g) Prática de preservação e manejo dos ecossistemas presentes no local.

    h) Ativismo local e global em defesa do meio ambiente.

    Outro exemplo significativo de Sustentabilidade que mobiliza muitas comunidades é

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    a Permacultura. Trata-se de um método holístico que visa o planejamento, atualização e anutenção de jardins, vilas, aldeias e comunidades ambientalmente sustentáveis, socialmente justos e viáveis do ponto de vista financeiro.

    A Permacultura foi criada na década de 1970 pelos ecologistas australianos Bill Mollison e David Holmgren e seu nome deriva de permanent agriculture, agriculturapermanente. O termo foi estendido para permanent culture, ou cultura permanente. Inicialmente, a ideia era de sustentabilidade ecológica, conceito que evoluiu para a sustentabilidade das comunidades.

    Os princípios da Permacultura estão baseados nas ideias de Mollison. Ele afirmava que a única decisão verdadeiramente ética é a responsabilidade que cada um toma para si sbre sua própria existência e sobre a existência de seus filhos.

    O conceito enfatiza a aplicação de forma criativa dos princípios básicos da natureza, bscando a integração de plantas, animais, construções e pessoas para proporcionar um ambente produtivo, estético e harmônico. Há nessa proposta um paralelo com a AgriculturaNatural, cujos conceitos inspiraram os criadores da Permacultura.

    Agora que já descrevemos o conceito de Sustentabilidade e buscamos dois exemplos práticos sobre o tema, vamos concluir com um resumo essa conceituação antes de partir para o próximo passo do nosso curso.

    Lembre-se: Sustentabilidade é a exploração racional e equilibrada dos recursos naturai

    s no desenvolvimento de qualquer atividade, seja utilizando os dois lados de uma folha de papel ou separando o lixo para a coleta seletiva, seja adotando medidas de menor impacto ambiental ao construir um edifício.

    Mesmo nas atividades com grande impacto ambiental, como o corte de árvores ou a construção de uma hidrelétrica, é possível adotar práticas sustentáveis, de redução de daeparação ao meio ambiente e às comunidades, sem que isso comprometa a viabilidade econôica do projeto.

    1.1 ± O que é sustentabilidade?Vamos supor que o aluno ainda não esteja suficientemente com o que viu até agora sobre o conceito de Sustentabilidade. Nesse caso, podemos ser ainda mais diretos e

    específicos para embasar uma definição mais específica sobre o tema.

    Agir de forma sustentável, ou seja, promover a sustentabilidade, é agir buscando osmelhores resultados para as pessoas, para a sociedade e para o meio ambiente daatualidade e também do futuro.

    Portanto, Sustentar é suprir as necessidades de agora de forma a que aqueles que virão depois de nós, as gerações futuras, possam suprir as suas necessidades contando co os mesmos ou melhores recursos naturais de que dispomos no presente.

    O termo Sustentável tem origem na palavra latina sustinere, ou seja, manter vivo,defender, preservar. No âmbito econômico, um projeto sustentável é aquele que defende o restitui os recursos consumidos na sua execução, levando em conta que as ações pratica

    as no presente têm consequências sobre as futuras gerações. Ou seja, não basta devolver meio ambiente os recursos consumidos, mas é necessário relacionar o consumo com a manutenção dos recursos.

    Como veremos no decorrer deste curso, a Sustentabilidade é um conceito que dialoga cada vez mais com as atividades humanas em todos os níveis, a começar pelas ações consientes no cotidiano doméstico, passando por métodos e processos sustentáveis no ambiente corporativo e estende-se ao âmbito econômico.

    Veremos que a Gestão Sustentável de uma empresa, comunidade, ou país devem levar em co

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    nta a recuperação e valorização de capitais humanos, natural e monetário de forma a agrr valor aos resultados.

    Apenas para que possamos refletir acerca da importância da Sustentabilidade, lembremos que, de toda matéria-prima extraída da natureza, apenas um décimo se transforma efetivamente em produtos, sendo que 90% desses recursos se transformam em resíduosdescartáveis ou recicláveis.

    Portanto, minimizar o desperdício e assegurar a preservação e a renovação das fontes decursos do meio ambiente é um compromisso que a sociedade contemporânea vem assumindo de forma cada vez mais responsável, com ações, projetos e legislação com vistas à Sustilidade.

    1.2 ± Princípios da SustentabilidadeConforme vimos anteriormente, a Sustentabilidade está relacionada com a manutenção dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade em todas as suas dimensões. A seguir, vamos contextualizar alguns princípios da Sustentabilidade.

    Prevenção

    Você certamente já ouviu a afirmação de que é mais fácil prevenir do que remediar. Poise tratando de meio ambiente, essa é também uma verdade cristalina. Também custa muito

    menos prevenir a degradação ambiental e a poluição do que investir em processos de recueração e limpeza.

    Nossa Legislação Ambiental tornou-se uma das mais rigorosas e aprimoradas do mundo e já não basta que uma empresa implante estações de tratamento de resíduos como solução nte, pois esse tipo de investimento apenas transfere a poluição para outro meio ou ecossistema, além de envolverem altos custos.

    A melhor forma de prevenir é exercer o controle integrado de poluição por meio de um sistema regulatório que abranja todos os aspectos ambientais. Esses métodos de controle integrado não estão restritos às empresas, mas podem ser adotados por condomínios, eovilas ou comunidades em geral.

    Através deles, é possível identificar as atividades que tenham impactos negativos na qualidade de vida local. Por exemplo, ao invés de manter uma simples estação de tratamento de efluentes antes de despejá-los no rio, uma indústria de calçados deve desenvolver todo o ciclo de despoluição, controlando a separação e a destinação de resíduos tóxireciclagem.

    São cada vez mais comuns os condomínios residenciais dotados de sistemas de reuso de águas e aproveitamento de águas da chuva. Com ações como essas, previne-se o desperdíce a degradação ambiental e as suas consequências.

    Precaução

    Podendo ser adotado de forma coordenada com a prevenção, esse princípio leva em contaa possibilidade de ocorrência de impactos negativos de grandes dimensões ou irreversíveis. Baseia-se em diagnósticos científicos sobre as consequências de determinada ação se o meio ambiente e a população.

    Podemos ilustrar esse princípio com os Estudos de Impacto Ambiental e Relatórios deImpacto no Meio Ambiente (EIA/RIMA), previamente elaborados pelos órgãos de licenciamento ambiental antes da liberação de obras de grande impacto socioambientais.

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    Poluidor/Pagador

    Princípio específico da Legislação Ambiental estabelece a obrigatoriedade de correção ouperação do ambiente pela pessoa ou empresa que provocou dano ao meio ambiente, a quem cabe também assumir os encargos resultantes (pagar) e se comprometer com a suspensão imediata da ação ou projeto.

    CooperaçãoAs soluções de problemas ambientais e a gestão dos recursos naturais devem ser empreendidas de forma cooperada entre pessoas ou autoridades locais e os atores nacionais ou internacionais, desde o processo de planejamento e implementação de políticas, até a execução de planos e projetos concretos.

    IntegridadeNos anos 1970, os ambientes construídos de forma artificial, a exemplo dos condomínios, passaram a ser avaliados como ecossistemas urbanos, ou seja, passa-se a administrar esses ambientes como se fossem um sistema natural.

    Como acontece na natureza, é necessário manter o equilíbrio, evitando a exploração de r

    rsos de forma indefinida e mantendo o desenvolvimento dentro dos limites da capacidade do sistema.Assim, formula-se as políticas de modo a garantir a proteção à biodiversidade e à manutos processos ambientais e sistemas vitais. É possível ilustrar esse princípio com um fenômeno que vem acontecendo em muitas cidades de pequeno porte.

    A construção de grandes edifícios em ruas estreitas podem provocar alagamentos pela falta de capacidade de escoamento do sistema de esgoto dessas vias que, sendo estreitas, não foram projetadas nem possuem infraestrutura, como galerias, para suportar o volume de água necessário para a manutenção de um prédio de 20 andares.

    Melhoria contínuaAs políticas, planos e projetos devem ser desenvolvidos de forma que sua execução poss

    a ser dinâmica e flexível a alterações e adaptações em qualquer estágio com vistas à suidade.

    EquidadeEstabelece a necessidade de assegurar a melhoria da qualidade de vida da população tanto nas gerações contemporâneas quanto nas futuras. Vamos exercitar um exemplo para esse princípio de sustentabilidade.

    Com a proximidade da realização da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, estão proliferando as obras de infraestrutura e mobilidade no entorno dos estádios. São viadutos novo

    s, passarelas, túneis e linhas de metrô e aeromóvel implantados com o objetivo único demelhorar o acesso aos estádios. Isso sem mencionar a reforma e a construção de novos estádios, todos com subsídios governamentais a fundo perdido, ou seja, são projetos financiados em grande parte por recursos públicos investidos sem a necessidade de ressarcimento.

    Não há dúvidas de que esses empreendimentos são necessários para a mobilidade, o confore qualidade de vida dos torcedores brasileiros e estrangeiros que irão aos estádiose algumas obras oferecem soluções efetivas para problemas de trânsito localizados. Terminada a Copa, no entanto, esses empreendimentos em pouco ou nada contribuirão par

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    a a qualidade de vida da população.

    Integração

    O crescimento econômico deve ter suas políticas associadas ao desenvolvimento social e a preservação dos recursos naturais, de forma sustentável.

    Participação e transparênciaSem o envolvimento de toda a comunidade, a sustentabilidade é inviável. A formulação e  execução de políticas ambientais devem ter a participação de amplos setores da socieda com as decisões sendo comunicadas de forma isenta e transparente.

    1.3 ± O que são práticas de sustentabilidade?

    A Sustentabilidade na prática é muito simples e, em certos aspectos, já está incorporad nos hábitos de muitas pessoas. O desafio é ampliar os hábitos sustentáveis e ter consccia do quanto eles são importantes para a preservação do meio ambiente, com ganhos naqualidade de vida para todos. Vejamos alguns exemplos simples do cotidiano que f

    azem a diferença:Vida longa ± Congele as verduras e legumes pelo processo de branqueamento. Os vegetais devem ser mergulhados em água fervente. Quando a água voltar a ferver, retire do fogo e mergulhe os vegetais em água gelada. O choque térmico aumenta a vida útil, permitindo que as verduras e legumes possam ser guardados por um tempo mais longo, evitando o desperdício.

    Regionais ± O consumo de alimentos típicos e ingredientes locais ou regionais significam economia, pois em seu preço não está embutido o custo de transporte. Além disso, o produtos regionais são mais íntegros porque foram menos manipulados no trajeto entre o produtor e o consumidor.

    Da estação ± Prefira verduras, legumes e frutas da estação, que são mais saudáveis e cunos. Assim como os regionais, são produzidos perto de você e, por isso, não dependem de transporte, o que representa custo menor e menos poluição.

    Recicle ± As sobras de alimentos íntegros são a base de muitas receitas conhecidas dedonas de casa há muitas gerações, desde bolinhos de arroz, passando pelas sopas e cozidos, até as compotas e geleias. Alguns talos, folhas e sementes têm grande valor nutritivo.

    Planejamento ± Como em qualquer atividade, planeje antes de executar, definindo um cardápio para a semana. Isso evita o desperdício com frutas, legumes e verduras, permitindo comprar somente o que será utilizado para a preparação das refeições.

    Orgânicos ± As feiras livres são comuns mesmo em grandes centros urbanos e oferecem produtos cultivados sem a utilização de agrotóxicos e pesticidas.

    Ao contrário das frutas e legumes cuidadosamente lustrados à exposição nas grandes rede de supermercados, os produtos das feiras podem não encher os olhos pela aparência,mas toda dona de casa conhece as vantagens que os orgânicos proporcionam. Alguns e

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    stabelecimentos dispõem de quiosques de produtos orgânicos ou cultivados dentro dosprincípios de sustentabilidade e da permacultura.

    Reciclagem ± Ao optar por alimentos com embalagens simples ou mesmo sem embalagens plásticas, você estará reduzindo a quantidade de lixo a ser gerada. Evite sucos e refrigerantes em embalagens descartáveis, optando por garrafas retornáveis. Procure adquirir as quantidades adequadas para o consumo para evitar as sobras e o desperdício.

    Corretos ± Assim como os alimentos orgânicos, podemos optar por outros produtos ecológicos, cujos estágios de fabricação levaram em conta o impacto ambiental. Muitos fabricantes disponibilizam essas informações em catálogos ou na própria etiqueta, o que facilta a identificação desses procedimentos.

    Outra dica de consumo sustentável é optar por materiais que possam ser reaproveitados ou que disponham de refis. Reduza o uso de pilhas, baterias e cartuchos que nãosejam recarregáveis. Sempre que possível, opte pelos produtos feitos à base de material reciclável.

    Quando for ao supermercado, leve sua própria sacola e recuse as sacolas plásticas. Esse material leva até 450 anos para se decompor. Em São Paulo, as sacolas plásticas representam 40% das embalagens descartadas e ocupam 20% do volume de resíduos dos depósitos de lixo (lixões).

    Lixo ± Nem todas as cidades ou bairros dispõem de coleta seletiva de lixo e mesmo aqueles locais onde a separação de resíduos já é uma política pública, é preciso fiscalizar ações de aperfeiçoamento por parte do poder público. Assim como a coleta seletiva, adestinação do lixo é um assunto de interesse de todos. Portanto, é importante participa das instâncias que tratam dessas políticas ou mesmo cobrar das autoridades mais rigor em relação a essas políticas.

    Separação ± A separação do lixo para a reciclagem é fonte de trabalho e renda para muitmílias nos grandes centros urbanos. No entanto, o processo de reciclagem deve começa

    r em casa, com a separação dos materiais.

    Basta separar o lixo seco (garrafas, embalagens plásticas, papeis, vidro, metais)do lixo orgânico (restos de alimentos, restos de poda de folhagens e árvores, de corte da grama). Confira a tabela dos materiais que não podem ser reciclados para evitar a contaminação. Compacte o lixo antes de descartar para que ele faça menos volumee seja mais fácil de coletar.

    Rascunho ± A produção de papel é a atividade que mais consome energia e água. Portanto,a economia é fundamental para a preservação ambiental. Há quem pense que não vale a penmas utilizar os dois lados de uma folha de papel representa, em escala, uma grande economia de água e energia elétrica. Evite impressões desnecessárias de documentos, refira as ferramentas e documentos virtuais de comunicação e recicle envelopes sempr

    e que possível.

    Consumo de energia ± O pico do consumo de energia no Brasil vai das 18h às 21h, quando são ligadas a iluminação pública e as luzes das residências. Nessa faixa de horário,mos evitar o uso de eletrodomésticos como máquinas de lavar e secar roupas, ferro, chuveiro.

    Automóveis ± A gasolina que abastece os automóveis vem do petróleo, um recurso natural m vias de esgotamento. Além do consumo de combustível, o automóvel é responsável pela pição nas cidades, inclusive a sonora, além da emissão de gases que aumentam o efeito es

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    ufa.

    Frear o uso irracional do carro, portanto, é um exemplo de comportamento sustentável com grande repercussão quando adotado em escala pela população.

    Economia de combustível, menos emissão de agentes poluentes, menos impacto na saúde das pessoas e no ambiente são motivos de sobra para se utilizar o carro somente quando necessário. Para estimular o uso do transporte coletivo e formas alternativas de deslocamento, algumas grandes capitais estão adotando pedágios nas zonas centrais, onde o estacionamento de veículos é proibido.

    Outras cidades criaram vias preferenciais para veículos que transportam mais de duas pessoas. Essa medida busca reduzir o número de veículos no trânsito, pois, ao invés e quatro carros, cada um transportando uma pessoa, faz com que apenas um veículo circule transportando quatro pessoas.

    São medidas paliativas, de impacto que talvez signifique muito pouco diante das quantidades de carros colocados no mercado a todo o momento pela indústria automobilística. Mas, assim como as demais iniciativas com vistas à sustentabilidade, representa muito se um grande número de pessoas se conscientizarem de que é necessário racion

    alizar o uso do automóvel.O uso racional inclui medidas preventivas, como fazer a manutenção constante no automóvel para manter o motor bem regulado e, assim, emitir menos poluentes e gastar menos combustível. Incluindo a verificação regular dos filtros de ar e óleo e das velas,calibragem e alinhamento dos pneus, entre outras medidas, a manutenção é importante, também, para a segurança.

    O ar-condicionado do carro consome até 5% a mais e deve ser utilizado somente em caso de necessidade. Também é importante evitar o excesso de carga, que aumenta o consumo de combustível e o desgaste do veículo.

    A direção defensiva, além de contribuir com a economia de combustível e reduzir a polui

    uma questão de segurança, pois combate a agressividade no trânsito e, assim, previne acidentes. Arrancadas bruscas, aceleração ou freadas bruscas, assim como as ªesticadasº e marcha e aceleração constante, gastam mais gasolina.

    Considerando a realidade local e o modo de vida das pessoas, deixar o carro na garagem um dia por semana representa uma grande redução na emissão de poluentes e uma vida mais saudável e sustentável. Basta lembrar que, a cada quilômetro, o automóvel lanço ar, em média, 430 gramas de dióxido de carbono, o CO2, que é um dos gases que aumentam o efeito estufa.

    Também emite duas gramas de monóxido de carbono, substância que uma vez absorvida pelo organismo, reduz a capacidade de circulação de oxigênio no sangue, além de 0,6 gramas e óxidos de nitrogênio, que provoca irritação nos olhos e no sistema respiratório, além

    rovocar enfisema pulmonar se inalado em grandes quantidades.

    A conta que devemos fazer para chegar a uma conclusão sobre a necessidade de reduzir o número de veículos nas ruas é muito simples. Quando deixamos de circular com o carro por um trajeto de 40 quilômetros estamos evitando a emissão de 880 quilos de dióxido de carbono na atmosfera, por exemplo.

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    1.4 ± A cidadania e o pensamento ecológico

    Imagem: Ipea/Divulgação

    Para uma compreensão mais ampla de Cidadania e Ecologia, vamos agora estudar o significado desses conceitos, a começar pela sua etimologia.

    Eco é uma palavra derivada da expressão oîkos, que em grego significa casa, incluindoo significado daquilo que uma casa contém, ou seja, os bens, a família e as suas formas de interação. Logos significa estudo. Ecologia, portanto, é oîkos logos ou, literalente, em português, o ªestudo da casaº, que num sentido mais amplo deve ser entendidacomo o estudo do ambiente.

    Cidadania vem do latim Civitas. Expressa a condição de uma pessoa no exercício dos seus direitos e deveres em relação ao Estado.

    Quando estudamos a conjunção dos conceitos de Ecologia e Cidadania podemos entendermelhor a Ecologia enquanto estudo das relações entre as pessoas e o seu meio social, político e cultural. Portanto, Ecologia não é um conceito restrito à defesa do meio amiente contra a destruição imposta pelo ser humano, mas abrange toda forma de interação este com seus semelhantes e com o ambiente, bem como as suas interrelações.

    Ou seja, por Ecologia devemos entender todas as questões envolvidas nas relações sociais e com o meio ambiente de forma local ou global. Assim como temos consciência hoje de que os combustíveis, a energia e os recursos hídricos são finitos e de sua manutenção depende a sobrevivência da humanidade e do meio ambiente, também podemos considerr que a igualdade de direitos, o respeito aos direitos humanos e a qualidade devida são fundamentais para a subsistência.

    A preservação dos rios e da vegetação nativa, a reciclagem dos resíduos, os projetos e modo de vida ambientalmente sustentáveis são responsabilidades que cabem a todos oscidadãos, assim como é sua obrigação participar do esforço por uma sociedade melhor do to de vista social, por democracia e cidadania.

    Portanto, constatamos que todas as bandeiras da Ecologia são também bandeiras da cidadania e que, atualmente, esses conceitos não estão dissociados. Negligenciar um é negligenciar o outro. Vejamos isso na prática.

    Quando uma indústria desrespeita o meio ambiente e despeja resíduos sem tratamento em um rio, está cometendo uma infração ambiental, mas sua ação também terá desdobramentois, pois contribui com isso para comprometer a qualidade de vida das comunidades, provocando problemas de saúde, por exemplo.

    Na busca de uma relação mais harmônica entre as pessoas, dessas com as outras espécies  com o meio ambiente, não é suficiente apenas entender o que precisa ser mudado, mas ser ativista no sentido de mudar o comportamento e mobilizar a sociedade em busca de ações efetivas.

    E essa mobilização começa com moradores de uma mesma rua ou comunidade, evoluindo para instâncias organizadas da sociedade que amplificarão as reivindicações, ainda que elas

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    não tenham a ver apenas com uma questão local, mas sejam de amplitude global. Ou seja, a preservação do planeta requer que pensemos de forma global e ajamos de forma local.

    E quando nos referimos às instâncias organizadas da sociedade, que têm um papel de amplificar as demandas em defesa do meio ambiente e da cidadania, estamos falando das diversas formas de organização da sociedade, como os sindicatos, as organizações nãovernamentais, a escola, os meios de comunicação, o poder público e os legisladores. É aravés dessas instituições que são encaminhadas as reivindicações da sociedade para que possam ser amplificadas e resultem em ações efetivas.

    A proposta que está colocada nos dias de hoje é a mudança de comportamento provocada pela conscientização de que cada ser humano deve fazer a sua parte por entender que os recursos naturais não são inesgotáveis e deles dependem a continuidade da espécie humna e das demais formas de vida do planeta.

    A percepção da sociedade sobre a urgência das questões ambientais vem se deslocando par um plano mais consciente nas últimas décadas. Se num passado recente não fazia sentido afirmar que os recursos naturais são finitos, atualmente o tema da sustentabilidade é prioridade em toda atividade da sociedade e do Estado.

    Também o conceito de cidadania hoje já não se limita à nacionalidade ou ao território,  vez que a defesa dos direitos humanos e do meio ambiente reveste o exercício da cidadania com um caráter global, transnacional.

    Portanto, podemos afirmar que a atuação política do cidadão vai além da sua nacionalida pois as questões de interesse da humanidade, as bandeiras universais, ultrapassam as fronteiras. São problemas globais que mobilizam cidadãos em qualquer parte do mundo.

    Temas como o processo de industrialização, o capital financeiro, os deslocamentos humanos, a miséria, os desmatamentos e queimadas, o mercado de trabalho, a inclusão digital, agrupadas em agendas econômicas, sociais, ambientais e políticas se universal

    izaram, transcenderam as fronteiras dos países.

    Em contraposição à força política do Estado e ao poderio econômico do mercado, surge a ania planetária, consciente da sua capacidade de mobilização em defesa da sustentabilidade e da justiça social.

    Podemos tomar como exemplo as campanhas humanitárias, de denúncia de violação dos direios humanos e dos crimes de guerra, de abuso do poder econômico, de corrupção política eabuso do poder por chefes de estado, além, é claro, das iniciativas que denunciam adestruição do meio ambiente. Nesse contexto, a cidadania planetária, em conjunto com as ONGs, tem forçado conquistas em nível global.

    No plano ambiental, a pressão da opinião pública imbuída desse conceito de cidadania pl

    netária tem colocado na agenda dos países ricos o debate sobre a destruição do meio ambente e forçado a adoção de medidas para a redução da emissão de poluentes.

    O alerta sobre o esgotamento dos recursos não renováveis e as mudanças climáticas fez cm que as Nações Unidas promovessem, no início dos anos 1970, em Estocolmo, a Conferênci

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     para o Meio Ambiente Humano.

    Esse evento foi considerado um dos primeiros foros de discussão sobre o futuro doplaneta, pois a preocupação com o meio ambiente, até então, se restringia a iniciativa soladas de ambientalistas e ONGs, e era por muitos considerada coisa de fanáticos. Pela primeira vez na história da humanidade a degradação do meio ambiente passou a ser considerada como consequência do desenvolvimento econômico.

    Os desafios a serem enfrentados para frear a destruição do planeta ganhariam maior destaque em 1992, com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio ambient Desenvolvimento, a ECO 92.

    Temas como desarmamento e arsenal nuclear, fome, emissão de poluentes, conflitos armados, narcotráfico, inclusão e igualdade racial entram na agenda do evento junto com as questões ambientais, dando início à associação entre Ecologia e Cidadania.

    No mesmo ano, aconteceu de forma paralela o Fórum Global 92, que é concluído com a elaboração da Carta da Terra. O documento propõe o conceito de pensar de forma global e agir de forma local, além de estabelecer os princípios de cidadania planetária. A seguir, reproduzimos a íntegra do documento apenas para referência:

    ªCARTA DA TERRAºPREÂMBULO

    Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum.

    Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declar

    emos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações.

    TERRA, NOSSO LARA humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, é viva como ma comunidade de vida incomparável. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida.

    A capacidade de recuperação da comunidade de vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma ricavariedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todos os povos. A proteçda vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.

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    A SITUAÇÃO GLOBALOs padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgota dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas.

    Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e a diferençntre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáv

    DESAFIOS FUTUROSA escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundntais em nossos valores, instituições e modos de vida.

    Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem supridas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais e não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos no meio ambiente.

    O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções inclusivas.

    RESPONSABILIDADE UNIVERSALPara realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com a comunidade terrestre como um todo, bem como com nossas comunidades locais.

    Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual as dimensões

    local e global estão ligadas. Cada um compartilha responsabilidade pelo presente e pelo futuro bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos.

    O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida e co humildade em relação ao lugar que o ser humano ocupa na natureza.

    Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, interdependentes, visando a um modo de vida sustentável como padrão comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organiações, empresas, governos e instituições transnacionais será dirigida e avaliada.

    PRINCÍPIOSI. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.a. Reconhecer que todos os seres são interdependentes e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.

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    b. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.

    2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.a. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.b. Assumir que, com o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder, vem amaior responsabilidade de promover o bem comum.

    3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveise pacíficas.a. Assegurar que as comunidades em todos os níveis garantam os direitos humanos eas liberdades fundamentais e proporcionem a cada pessoa a oportunidade de realizar seu pleno potencial.b. Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a obtenção de uma condiçãvida significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.

    4. Assegurar a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e às futuras gerações.a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidadess gerações futuras.b. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apoiem a prospedas comunidades humanas e ecológicas da Terra a longo prazo.

    II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial atenção à diversidade biológica e aos processos naturais que sustentam a vida. a. Adtar, em todos os níveis, planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável que fa com que a conservação e a reabilitação ambiental sejam parte integral de todas as inicativas de desenvolvimento.b. Estabelecer e proteger reservas naturais e da biosfera viáveis, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra,

     manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçados.d. Controlar e erradicar organismos não nativos ou modificados geneticamente que causem dano às espécies nativas e ao meio ambiente e impedir a introdução desses organisos prejudiciais.e. Administrar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam às taxas de regeneração e que protejam a saúde dosossistemas.f. Administrar a extração e o uso de recursos não renováveis, como minerais e combustív fósseis de forma que minimizem o esgotamento e não causem dano ambiental grave.

    6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando oconhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.

    a. Agir para evitar a possibilidade de danos ambientais sérios ou irreversíveis, mesmo quando o conhecimento científico for incompleto ou não conclusivo.b. Impor o ônus da prova naqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que as partes interessadas sejam responsabilizadas pelo dano ambiental.c. Assegurar que as tomadas de decisão considerem as consequências cumulativas, a longo prazo, indiretas, de longo alcance e globais das atividades humanas.d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.e. Evitar atividades militares que causem dano ao meio ambiente.

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    7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenervas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.b. Atuar com moderação e eficiência no uso de energia e contar cada vez mais com fontes energéticas renováveis, como a energia solar e do vento.c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência equitativa de tecnologiasambientais seguras.d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço devenda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam às mais altas normas sociais e ambientais.e. Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e areprodução responsável.f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.

    8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover o intercâmbio aberto e aplicação ampla do conhecimento adquirido.a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à sustentabilidad

    com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuem para a proteção ambiental e o bem-estar humano.c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ntal, incluindo informação genética, permaneçam disponíveis ao domínio público.

    III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não minados, ao abrigo e saneamento seguro, alocando os recursos nacionais e internacionais demandados.

    b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma condição de vida sutentável e proporcionar seguro social e segurança coletiva aos que não são capazes de s manter por conta própria.c. Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem e habilitá-los a desenvolverem suas capacidades e alcançarem suas aspirações.

    10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o esenvolvimento humano de forma equitativa e sustentável.a. Promover a distribuição equitativa da riqueza dentro das e entre as nações.b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e liberá-las de dívidas internacionais onerosas.c. Assegurar que todas as transações comerciais apoiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.

    d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atue com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas consequências d suas atividades.

    11. Afirmar a igualdade e a equidade dos gêneros como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e à

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    unidades econômicas.a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.b. Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica,política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras dedecisão, líderes e beneficiárias.c. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e o carinho de todos os membros dafamília.

    12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estarespiritual, com especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.a. Eliminar a discriminação em todas as suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênro, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.b. Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas com condições de vida sustentávec. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.d. Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.

    IV. DEMOCRACIA, NÃO-VIOLÊNCIA E PAZ13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e prover transparência esponsabilização no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões eso à justiça.a. Defender o direito de todas as pessoas receberem informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que possam afetá-las ou nos quais tenham interesse.b. Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações interessados na tomada de decisões.c. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de reunião pacífica, de aciação e de oposição.d. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos judiciais administrativos e independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela am

    aça de tais danos.e. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.f. Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.

    14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.a. Prover a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.b. Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educaçãara sustentabilidade.c. Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no aumento da conscientização

    sobre os desafios ecológicos e sociais.d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma condição de vida suntável.

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    15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.a. Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los desofrimento.b. Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.c. Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visada

    16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.a. Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.b. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para administrar e resolver conflitos ambientais e outas disputas.c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até o nível de uma postura defensiva não provocativa e converter os recursos militares para propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massae. Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico ajude a proteção ambiental e a paz.f. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, comoutras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.

    O CAMINHO ADIANTEComo nunca antes na História, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo.Tal renovação é a promessa destes princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promesa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependênca global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável nos níveis local, nacional, regional e gll.

    Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global que gerou a Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca conjunta em andamento por verdade e sabedoria.

    A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Entretanto, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo.

    Todo indivíduo, família, organização e comunidade tem um papel vital a desempenhar. As rtes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, a

    resas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer ua liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.

    Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos iternacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra comum instrumento internacionalmente legalizado e contratual sobre o ambiente e o desenvolvimento.

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    Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação dos esforços pel justiça e pela paz e a alegre celebração da vida.

    A consolidação do conceito de desenvolvimento sustentável na ECO 92 se deu a partir do consenso contra as práticas que agridem ao meio ambiente.

    Essas ações foram identificadas em todo o planeta e, a partir da sua análise, foram aprovadas propostas de redução ou eliminação dos danos ambientais como, por exemplo, o relorestamento em áreas desmatadas, entre outras ações compensatórias.

    Foram estabelecidos os conceitos de responsabilidade do contaminador nos planoseconômico e financeiro, bem como de precaução, ou seja, a ação preventiva do dano. Na E92, aprofunda-se o debate a partir do reconhecimento de que a deterioração ambiental decorre da atividade econômica. A urgência de cooperação, desenvolvimento e investimeno em práticas sustentáveis em nível global surge como alternativa para frear a destruiçdo planeta.

    Outra iniciativa exemplar da indissociabilidade entre Ecologia e Cidadania é o Fórum Social Mundial, realizado de 2001 a 2003 e em 2005 na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e em Mumbai, na índia, em 2004.

    Como define a Carta de Princípios, o Fórum Social Mundial é um espaço internacional par a reflexão e organização de todos os cidadãos que se contrapõem ao processo de globalieoliberal e se propõem a construir alternativas que favoreçam o desenvolvimento humano e a busca da superação da dominação dos mercados em cada país e nas relações interna.

    ªUm outro mundo é possívelº, propõem o slogan do FSM, que a partir de 2006 foi realizado continente africano e em outros países, inclusive retornando ao Brasil em 2010.

    Em contraposição ao Fórum Econômico Mundial realizado em Davos, o Fórum Social Mundial siderado a maior instância de debate e proposição de ações com vistas ao exercício da cnia planetária, organizando o debate e as proposições em todos os níveis, inclusive no ampo da Educação.

    Ele propõe uma globalização alicerçada na solidariedade e na sustentabilidade como altenativa à exclusão social e econômica, à desigualdade e à destruição ambiental, mobilizaadãos, organizações e entidades representativas da sociedade civil numa atuação local eobal.

    A seguir, reproduzimos a íntegra da Carta de Princípios do FSM:

    ªCarta de Princípios do Fórum Social MundialºO Comitê de entidades brasileiras que idealizou e organizou o primeiro Fórum SocialMundial, realizado em Porto Alegre de 25 a 30 de janeiro de 2001, considera nece

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    ssário e legítimo, após avaliar os resultados desse Fórum e as expectativas que criou, stabelecer uma Carta de Princípios que oriente a continuidade dessa iniciativa.

    Os Princípios contidos na Carta, a ser respeitada por todos que queiram participar desse processo e organizar novas edições do Fórum Social Mundial, consolidam as decisõs que presidiram a realização do Fórum de Porto Alegre e asseguraram seu êxito, e amplim seu alcance, definindo orientações que decorrem da lógica dessas decisões.

    1. O Fórum Social Mundial é um espaço aberto de encontro para o aprofundamento da reflexão, o debate democrático de idéias, a formulação de propostas, a troca livre de experas e a articulação para ações eficazes, de entidades e movimentos da sociedade civil qu se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital e por qualquer formade imperialismo, e estão empenhadas na construção de uma sociedade planetária orientadaa uma relação fecunda entre os seres humanos e destes com a Terra.

    2. O Fórum Social Mundial de Porto Alegre foi um evento localizado no tempo e no espaço. A partir de agora, na certeza proclamada em Porto Alegre de que "um outro mundo é possível", ele se torna um processo permanente de busca e construção de alternatvas, que não se reduz aos eventos em que se apóie.

    3. O Fórum Social Mundial é um processo de caráter mundial. Todos os encontros que serealizem como parte desse processo tem dimensão internacional.

    4. As alternativas propostas no Fórum Social Mundial contrapõem-se a um processo de

    globalização comandado pelas grandes corporações multinacionais e pelos governos e insttuições internacionais a serviço de seus interesses, com a cumplicidade de governos nacionais.

    Elas visam fazer prevalecer, como uma nova etapa da história do mundo, uma globalização solidária que respeite os direitos humanos universais, bem como os de todos os cidadãos e cidadãs em todas as nações e o meio ambiente, apoiada em sistemas e instituiçnternacionais democráticos a serviço da justiça social, da igualdade e da soberania dos povos.

    5. O Fórum Social Mundial reúne e articula somente entidades e movimentos da sociedade civil de todos os países do mundo, mas não pretende ser uma instância representativa da sociedade civil mundial.

    6. Os encontros do Fórum Social Mundial não têm caráter deliberativo enquanto Fórum Soc Mundial. Ninguém estará, portanto autorizado a exprimir, em nome do Fórum, em qualquer de suas edições, posições que pretenderiam ser de todos os seus/suas participantes. O participantes não devem ser chamados a tomar decisões, por voto ou aclamação, enquantoconjunto de participantes do Fórum, sobre declarações ou propostas de ação que os engaj

    a todos ou à sua maioria e que se proponham a ser tomadas de posição do Fórum enquanto um.

    Ele não se constitui, portanto, em instancia de poder, a ser disputado pelos participantes de seus encontros, nem pretende se constituir em única alternativa de articulação e ação das entidades e movimentos que dele participem.

    7. Deve ser, no entanto, assegurada, a entidades ou conjuntos de entidades que participem dos encontros do Fórum, a liberdade de deliberar, durante os mesmos, sobre declarações e ações que decidam desenvolver, isoladamente ou de forma articulada com

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    outros participantes.

    O Fórum Social Mundial se compromete a difundir amplamente essas decisões, pelos meios ao seu alcance, sem direcionamentos, hierarquizações, censuras e restrições, mas com deliberações das entidades ou conjuntos de entidades que as tenham assumido.

    8. O Fórum Social Mundial é um espaço plural e diversificado, não confessional, não govamental e não partidário, que articula de forma descentralizada, em rede, entidadese movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo.

    9. O Fórum Social Mundial será sempre um espaço aberto ao pluralismo e à diversidade deengajamentos e atuações das entidades e movimentos que dele decidam participar, bemcomo à diversidade de gênero, etnias, culturas, gerações e capacidades físicas, desde qrespeitem esta Carta de Princípios.

    Não deverão participar do Fórum representações partidárias nem organizações militares.

     convidados a participar, em caráter pessoal, governantes e parlamentares que assumam os compromissos desta Carta.

    10. O Fórum Social Mundial se opõe a toda visão totalitária e reducionista da economia,do desenvolvimento e da história e ao uso da violência como meio de controle socialpelo Estado. Propugna pelo respeito aos Direitos Humanos, pela prática de uma democracia verdadeira, participativa, por relações igualitárias, solidárias e pacíficas entpessoas, etnias, gêneros e povos, condenando todas as formas de dominação assim como a sujeição de um ser humano pelo outro.

    11. O Fórum Social Mundial, como espaço de debates, é um movimento de idéias que estimua a reflexão, e a disseminação transparente dos resultados dessa reflexão, sobre os mecnismos e instrumentos da dominação do capital, sobre os meios e ações de resistência e

    eração dessa dominação, sobre as alternativas propostas para resolver os problemas de eclusão e desigualdade social que o processo de globalização capitalista, com suas dimensões racistas, sexistas e destruidoras do meio ambiente está criando, internacionalmente e no interior dos países.

    12. O Fórum Social Mundial, como espaço de troca de experiências, estimula o conhecimento e o reconhecimento mútuo das entidades e movimentos que dele participam, valorizando seu intercâmbio, especialmente o que a sociedade está construindo para centrar a atividade econômica e a ação política no atendimento das necessidades do ser humanoe no respeito à natureza, no presente e para as futuras gerações.

    13. O Fórum Social Mundial, como espaço de articulação, procura fortalecer e criar nova articulações nacionais e internacionais entre entidades e movimentos da sociedade,que aumentem, tanto na esfera da vida pública como da vida privada, a capacidade de resistência social não violenta ao processo de desumanização que o mundo está vivendoviolência usada pelo Estado, e reforcem as iniciativas humanizadoras em curso pela ação desses movimentos e entidades.

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    14. O Fórum Social Mundial é um processo que estimula as entidades e movimentos quedele participam a situar suas ações, do nível local ao nacional e buscando uma participação ativa nas instâncias internacionais, como questões de cidadania planetária, introindo na agenda global as práticas transformadoras que estejam experimentando na construção de um mundo novo solidário.

    Aprovada e adotada em São Paulo, em 9 de abril de 2001, pelas entidades que constituem o Comitê de Organização do Fórum Social Mundial, aprovada com modificações pelo Coo Internacional do Fórum Social Mundial no dia 10 de junho de 2001.

    1.5 ± A importância da educação ambiental nas escolas

    Programa de Educação Ambiental Preservação do Bicho-Preguiça, desenvolvido pelo Centro Pesquisas do Cacau (Cepec), na Bahia.Foto: Cepec/Divulgação

    Podemos definir Educação Ambiental como um processo fortemente marcado pela participação, no qual cabe ao aluno o protagonismo na relação ensino/aprendizagem. O educando asume uma participação ativa na identificação dos problemas relativos ao meio ambiente epropõe soluções, atuando como transformador da realidade.

    A Educação Ambiental busca o desenvolvimento das habilidades e competências com vistas à multiplicação do comportamento ético, voltado para o exercício da cidadania e da sustabilidade.

    A meta é a identificação de valores fundamentais para que o cidadão e a sociedade conviam em harmonia com o meio ambiente e a sua diversidade. Induz o educando a uma análise criteriosa e critica do modelo de sociedade e do desenvolvimento econômico vi

    gentes, que têm provocado à eliminação dos recursos naturais e dos ecossistemas.

    A Educação Ambiental parte de um processo de conscientização de que os recursos naturai como a água, os combustíveis e a madeira, não são inesgotáveis, pois suas reservas pod

    terminar, colocando em risco a sobrevivência da humanidade e do planeta.

    Portanto, esses recursos devem ser utilizados de forma racional, sem desperdício e com a adoção de práticas de reciclagem para um melhor aproveitamento dos materiais, como a reutilização, a reciclagem, a reposição, entre outras iniciativas.

    A continuidade da vida no planeta será inviável sem o respeito e a preservação de todasas espécies e formas de vida. Como única espécie capaz de destruir o meio ambiente emlarga escala, cabe à humanidade adotar com urgência um modo de vida sustentável para a manutenção da biodiversidade e dos recursos naturais, pois destes dependem a sobrev

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    ivência de todos.

    No âmbito dessa preocupação com a sobrevivência no planeta está incluído o planejamentoso e da ocupação do solo rural e urbano, a concepção de projetos sustentáveis de moraditrabalho, transporte e lazer para as populações, bem como reservas de terras para aagricultura e de preservação ambiental.

    Como incluir a Educação Ambiental no currículo escolarLocal de aprendizado é na escola que ocorre a formação social dos alunos. É nesse espaçue se concretizam os valores para a vida, incluídos aí os conceitos de cidadania e,por consequência, das responsabilidades individuais frente à sociedade.

    A preservação do meio ambiente se insere nesse conjunto de responsabilidades, proporcionando aos alunos o desenvolvimento de comportamentos ambientalmente sustentáveis através da vivência de práticas de preservação do meio ambiente no cotidiano da escol

    A importância do tema Meio Ambiente e um conceito de integração global sempre fez parte do currículo escolar, embora sua ênfase e efetividade sejam discutíveis através das ddas. Atualmente, essa abordagem se mostra mais consciente e presente nos projetos político-pedagógicos de uma maneira geral, seja nas escolas públicas, seja nas instituições de ensino do setor privado.

    Trata-se de uma proposta que disponibiliza aos alunos os meios, as ferramentas e as informações necessárias para uma compreensão dos fenômenos da natureza e dos results que as ações humanas provocam ao meio ambiente como um todo. A Educação Ambiental nasescolas atua para que cada aluno possa desenvolver seus próprios potenciais.

    Quando afirmamos que a Educação Ambiental estimula nos alunos o protagonismo, isso quer dizer que ela os incentiva a atuar de forma consciente, adotar posturas própri

    as e um comportamento socialmente construtivo com vistas a uma sociedade mais justa e sustentável do ponto de vista ambiental.

    Os conteúdos ambientais têm uma correlação com todas as disciplinas do currículo. Isso mite uma contextualização dos temas relativos ao meio ambiente com a realidade do aluno e proporciona uma visão integral do mundo no qual ele se insere e tem um papel muito importante a desempenhar na sua preservação.

    A Educação Ambiental, portanto, precisa ser um conteúdo a ser desenvolvido de forma transversal, interdiscplinar, abrangendo todos os níveis educacionais. Além de estar inserida nos currículos escolares das demais disciplinas, deve ser vivenciada não apenas do ponto de vista teórico, mas amplamente alicerçada em atividades práticas.

    Visto que a Educação Ambiental pressupõe uma fundamentação teórica e prática, vamos ele temas e as atividades que podem proporcionar a reflexão, o aprendizado e também vivência prática dos alunos em elação à temática ambiental.

    As disciplinas do currículo escolar oferecem amplas oportunidades de aprendizado s

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    ob a ótica da Educação Ambiental. Os conteúdos de biologia, química, física, geografia,as sociais proporcionam um rico aprendizado no âmbito da Educação Ambiental, pois colocam o aluno a par do funcionamento da matéria e dos organismos da natureza, bem como das suas relações.

    Mesmo por meio da matemática e da língua portuguesa, entre outras disciplinas, é possívl estabelecer relações para um aprendizado em relação ao meio ambiente e a sustentabiliade. Essa interdisciplinaridade é indissociável do currículo escolar a ponto de ser trabalhada de forma sistemática na preparação dos alunos para a universidade e muitas questões das provas de vestibulares evidenciam a correlação entre Educação Ambiental e asmais disciplinas.

    De forma específica, o ensino-aprendizagem engloba os fenômenos naturais, as mudançasclimáticas, as reservas naturais, a interação do homem com a natureza e o futuro do planeta.

    Na prática, a Educação Ambiental dispõe dos trabalhos em sala de aula ou nos laboratórida escola, a participação da turma em palestras, oficinas, feiras de ciências e trabalhos de campo que podem incluir a exploração de parques e jardins botânicos, museus, jardim zoológico, sítios arqueológicos e reservas naturais.

    Nessa gama de possibilidades de trabalho de campo que deverá levar em conta a realidade da escola e dos alunos, os professores terão à sua disposição os subsídios para uatuação que valoriza e enriquece o processo de ensino-aprendizagem ambiental.

    E nesse trabalho, não apenas a comunidade escolar, mas a comunidade como um todo poderá ser envolvida se, por exemplo, pensarmos um projeto de resgate da história local, do seu ecossistema, das ações que estão provocando a degradação do meio ambiente ou iniciativas sustentáveis que estão em desenvolvimento.

    Perceba que a Educação Ambiental proporciona o aprendizado teórico e prático dos temas om vistas à sustentabilidade e também formas de intervenção. Podemos entender melhor esa premissa se considerarmos que os conteúdos trabalhados levam ao entendimento das questões envolvidas por meio da reflexão e da coleta de informações, mas também mobili os alunos para ações.

    Por exemplo, se no trabalho de campo a turma constatar que em determinada rua ou bairro não existe coleta seletiva ou os moradores não estão mobilizados na separação dixo, esse estudo poderá ser transformado em um projeto de implantação do serviço pela pefeitura, acompanhado de consultoria ambiental às famílias. Os conteúdos trabalhados serão necessários para o entendimento dos problemas e, a partir da coleta de dados, à elaboração de pequenos projetos de intervenção.

    Educação Ambiental ± PrincípiosToda atividade curricular passa pelo planejamento da comunidade escolar e da gestão educacional. Portanto, tudo que vimos até agora sobre Educação Ambiental deve ser etendido como uma proposta vinculada à realidade da instituição e da comunidade com vis

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    tas à sua viabilidade e legitimação.

    Também a Educação Ambiental deve ser considerada no âmbito da formação pedagógica dos pres e estar alicerçada nos seus princípios. Quando falamos de Educação Ambiental, devems ter por base uma série de princípios: sensibilização, compreensão, responsabilidade, petência e cidadania, conforme veremos a seguir:

    Sensibilização ± O passo inicial com vistas a um pensamento sistêmico é a sensibilização tema ambiental. Devemos entender a urgência das questões ambientais e nos mobilizar para uma atuação cidadã, com vistas a uma sociedade sustentável.

    Compreensão ± A mobilização em torno do tema passa pelo conhecimento dos elementos, dosmecanismos e das relações envolvidas nos sistemas naturais, os quais devemos compreender.

    Responsabilidade ± Partindo da premissa de que somos protagonistas em relação ao meioambiente, tanto do ponto de vista das ações que levam à sua degradação, quanto da nossapacidade de atuar por um mundo sustentável, podemos entender a dimensão da nossa responsabilidade frente à questão ambiental.

    Competência ± Devemos desenvolver habilidades e a capacidade de avaliação e de ações efs com relação ao equilíbrio ambiental.

    Cidadania ± A participação ativa, o restabelecimento e a preservação de direitos, bem c

     a promoção de um modo de vida com base em princípios éticos devem nortear o esforço coivo com vistas a uma conciliação entre meio ambiente e sociedade.

    A Educação para o meio ambiente é um conceito relativamente novo na escola. A definição Educação Ambiental surge pela primeira vez de forma clara em um documento oficial em 1974, com a publicação pela Unesco dos Princípios de Educação Ambiental, por ocasião minário realizado em Tammi, na Finlândia. No ano seguinte, na Conferência da Unesco em Belgrado, a finalidade da Educação Ambiental foi definida como:

    ªFormar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os problemas com ele relacionados, uma população que tenha conhecimento, competências,estado de espírito, motivações e sentido de empenhamento que lhe permitam trabalhar individualmente e coletivamente para resolver os problemas atuais, e para impedirque eles se repitamº.

    Antes disso, nas décadas de 1970 e 1980, foram realizadas diversas conferências internacionais, que deram origem a uma grande base de documentos com vistas à concepção dos princípios universais para uma educação voltada para a sustentabilidade.

    Foi um longo processo até a concepção da Educação Ambiental como campo específico do comento. Foram mais de 20 anos de debates, que começaram com a Conferência das Nações Uni

    as sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo no ano de 1972 até a Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável realizada, no Rio de Janeiro, em 1992.

    A Agenda 21, resultante da Conferência do Rio 91, estabelece as diretrizes e objetivos de consenso em nível internacional sobre Educação Ambiental.

    Esse documento reúne os princípios que norteiam a Educação Ambiental na atualidade. Par ler a íntegra do relatório da Agenda 21, bem como outros documentos oficiais de interesse sobre o tema acesse http://www.ecolnews.com.br/agenda21/

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    O relatório da Agenda 21 destaca o papel da educação na promoção do desenvolvimento sustável por meio de esforços dos países em torno da universalização da educação básica.

    Recomenda a promoção da educação ambiental a partir do ingresso das crianças na escola forma a promover a integração dos conceitos de meio ambiente e desenvolvimento, comespecial ênfase ao debate e enfrentamento dos problemas locais.

    Conforme os princípios estabelecidos pela Agenda 21, as diretrizes básicas da Educação mbiental a serem adotadas em nível mundial objetivam uma mudança de comportamento por meio do desenvolvimento a partir de práticas sociais ambientalmente responsáveis e menos danosas ao meio ambiente.

    Também estabelecem a adoção valores e concepções novas, com base na compreensão das relre sociedades humanas e o meio ambiente, dos problemas ambientais globais e locais.

    Essa Educação Ambiental abrange tanto a educação institucional como educação informal, nsando uma atenção especial à educação promovida pelos organismos da sociedade civil or

    izada.Durante a Primeira Conferência Nacional de Educação Ambiental, em Brasília, no ano de 197, foram definidos os papéis da sociedade civil na sistematização dos princípios da Edcação ambiental no país, mas é a partir de 1999 que ± a Educação Ambiental brasileira pter uma legislação específica, a partir da lei de criação do Programa Nacional de Educaiental (ProNEA), que iremos estudar a seguir no âmbito da Legislação Ambiental.

    1.6 ± Legislação ambiental

    Imagens: MMA/Divulgação

    O Decreto N    4.281, de 25 de junho de 2002, regulamenta a Lei n    9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental. Como vimos anteriormente, a Política Nacional de Educação Ambiental, na forma do Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA), estabelece o marco legal sobre meio ambiente e educação no p. Antes do Brasil, os países que estabeleceram legislações e políticas específicas sobreio ambiente foram Portugal (1976), Espanha (1978), Equador e Peru (1979) e Chile e Guiana (1980).

    O ProNEA tem como princípios:

    ± uma visão humanista.± concepção do meio ambiente como um todo.± contempla a diversidade de ideias e concepções pedagógicas acerca do tema meio ambiene e educação.± estabelece o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural.± contempla os princípios de continuidade e avaliação do processo educativo.± cria os vínculos entre ética, educação, trabalho e práticas sociais.± aborda de forma articulada as questões ambientais locais, regionais, nacionais e mundiais.

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    HistóricoA Constituição de 1988 abordou, pela primeira vez na história do país, a temática do meambiente. Um capítulo foi destinado ao tema de forma a contemplar o seu conceito normativo, ou seja, relacionado ao aspecto da natureza, e também reconhecendo os desdobramentos de uma política ambiental, quais sejam: o meio ambiente artificial, o meio ambiente do trabalho, o meio ambiente cultural e o patrimônio genético que, por sua vez, são abordados em diversos da Constituição Federal.

    Destacamos o Artigo 225, que tem na Constituição um papel de articulação e orientação do ambiente, uma vez que engloba todos os direitos e obrigações do Estado e da sociedade no esforço de oferecer garantias para o equilíbrio do meio ambiente. Ressalta que os recursos naturais, assim como o meio ambiente como um todo, são um bem de uso comum da população e, por isso, deve ser preservado na sua integridade não somente para as gerações presentes, mas para as futuras gerações.

    A seguir, a íntegra do Artigo 225:

    ª(...)

    Capítulo VI - Do meio ambiente

    Art.225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras geraçõe

    § 1   - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:

    I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;

    II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;

    III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;

    IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;

    V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substânc comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;

    VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização púbpara a preservação do meio ambiente;

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    VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animacrueldade.

    § 2   - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na fda lei.

    § 3   - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentmente da obrigação de reparar os danos causados.

    § 4   - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mao-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na fo da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive qu

    nto ao uso dos recursos naturais.§ 5   - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações diinatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

    § 6   - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em  federal, sem o que não poderão ser instaladas.(...)º

    Embora delineada muito recentemente na comparação com outros países, a Legislação Ambiel brasileira é considerada uma das mais avançadas e bem fundamentadas do mundo no que se refere aos seus objetivos. Se, por um lado, os instrumentos jurídicos relativos ao meio ambiente no Brasil sejam uma referência global, inclusive do ponto de v

    ista da sua efetividade, o mesmo não se pode dizer da sua aplicação.

    Ressaltamos este ponto para uma melhor compreensão: a Legislação Ambiental do país exise e é uma das mais avançadas no planeta. Se aplicadas e cumpridas corretamente, as 17 leis ambientais poderiam assegurar em grande escala a preservação da nossa fauna e flora e dos recursos naturais.

    No entanto, pelos mais diversos motivos que inviabilizam ou tornam falhas a suaexecução, essas leis nem sempre são aplicadas de forma correta ou são sistematicamente escumpridas.

    A exploração criminosa da fauna brasileira, expressa na comercialização e exportação ilde animais vivos, peles, ovos e na caça, é apenas um exemplo do descumprimento da Legislação Ambiental.

    Essa exploração desordenada em grande escala, no entanto, se deve em grande parte às falhas na fiscalização ocasionadas pelo número insuficiente de fiscais, devido às extens

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    s faixas de fronteira e pela corrupção, entre outros fatores.

    A expansão da agricultura e do desmatamento, a degradação das reservas florestais e dos rios se somam nas ameaças à extinção das espécies.

    A expansão desordenada das fronteiras da agricultura e da pecuária, a despeito da existência de um ordenamento jurídico específico, tem provocado a crescente destruição doecursos naturais por meio da derrubada de florestas e invasão de reservas, das queimadas para plantio de pastagens, do uso indiscriminado de agrotóxicos e pesticidas que provocam a degradação do solo, das reservas hídricas e a extinção de espécies anie vegetais.

    Devemos considerar também os avanços trazidos pela Legislação Ambiental, expressos na aoção de projetos de manejo sustentável como o replantio de árvores em áreas desmatadas  exploração de madeira restrita a áreas cultivadas para esse fim, os subsídios dados ao produtores que adotam essas práticas.

    Também podemos citar o desenvolvimento de projetos sustentáveis que envolvem as populações locais, inclusive com a adesão de grandes empresas, na extração de matéria-primaorma proporcional à reposição dos recursos naturais.

    Lixo tecnológico terá reciclagem regulamentada em 2010Foto: PMPA/ Divulgação

    Decorrente da popularização da tecnologia em todo o planeta, o lixo tecnológico tem grande potencial poluidor, pois possui materiais de alta toxidade como o chumbo, o mercúrio ou o cádmio, que não são biodegradáveis.

    A reciclagem deste contingente é regulamentada pela Política Nacional de Resíduos Sólids, que entra em vigor no final de 2010

    No final do ano de 2010, deverá entrar em vigor a Política Nacional de Resíduos Sólidos(PNRS), sancionada em agosto pela Presidência da República.

    A PNRS contempla duas reivindicações básicas de especialistas em meio ambiente e organizações ambientais.

    A primeira delas é a logística reversa, prática pela qual cabe aos consumidores devolver, após o uso, os equipamentos, produtos e embalagens recicláveis.

    A devolução deverá ser feita aos estabelecimentos comerciais ou distribuidores da marca adquirida pelo consumidor. Os comerciantes e distribuidores, por sua vez, serãoresponsabilizados pela devolução aos fabricantes ou importadores para reciclagem.

    A responsabilidade compartilhada consiste na elaboração dos planos de gestão integrada de resíduos sólidos pelos estados e municípios no prazo de dois anos. A Legislação tamstabelece o prazo de quatro anos para que estados e municípios possam adequar a di

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    sposição final dos resíduos.

    A PNRS deverá representar uma economia da ordem de R$ 4,6 bilhões por ano ao país, cifra que corresponde ao desperdício provocado pela não reciclagem de todos os materiais sólidos descartados atualmente.

    Na lista de produtos estão os eletroeletrônicos (lixo tecnológico), ou seja, computadores, impressoras, cartuchos de tinta, aparelhos de fax e telefone, monitores e telas, além das pilhas e baterias das mais diversas aplicações e aparelhos celulares, que representam um grande contingente de resíduos com alto potencial poluidor.

    O conjunto de leis ambientais brasileiras já em vigor consiste numa das fundamentações jurídicas mais completas e avançadas do mundo no que se refere à preservação e exploratentável dos recursos naturais. Sua efetiva aplicação é capaz de garantir a preservaçãoatrimônio ambiental do país. Confira a seguir o resumo do teor dessas leis:

    1 - Lei da Ação Civil Pública - número 7.347 de 24/07/1985.

    A Lei de Interesses Difusos dispõe sobre a ação civil pública de responsabilidades pelo danos provocados ao meio ambiente, ao consumidor e ao patrimônio artístico, turístico ou paisagístico.

    2 - Lei dos Agrotóxicos - número 7.802 de 10/07/1989.

    Regulamenta as pesquisas, a produção, a comercialização, a aplicação, o controle, a fisação e ainda o destino das embalagens de agrotóxicos. Essa Lei exige a obrigatoriedade do receituário agronômico para venda de agrotóxicos ao consumidor, o registro de produtos nos ministérios da Agricultura e da Saúde, nem como o registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Prevê multas e

    reclusão aos responsáveis em caso de descumprimento.

    3 - Lei da Área de Proteção Ambiental - número 6.902 de 27/04/1981.

    Essa Legislação promoveu a criação das Estações Ecológicas. Estabelece que 90% das árearesentam os ecossistemas brasileiros devem permanecer intocadas, permitindo a interferência e alterações em 10% dessas áreas para fins científicos. Também é responsáveiação das Áreas de Proteção Ambiental (APAS), que são as áreas onde o poder público limividades econômicas para fins de proteção ambiental, mesmo que estejam localizadas em áeas privadas ou contenham propriedades particulares dentro da sua área de abrangência.

    4 - Lei das Atividades Nucleares - número 6.453 de 17/10/1977.

    Essa Lei dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares e a responsabilidade criminal por atos relacionados com as atividades nucleares. Se ocorrer umacidente nuclear, por exemplo, o operador da instalação será responsabilizado de forma

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     civil pelo dano, independente da existência de culpa.

    Se o acidente nuclear não estiver relacionado a qualquer operador, os danos serão assumidos pela União. Estabelece como crime produzir, processar, fornecer, usar, importar ou exportar material sem autorização legal, extrair e comercializar ilegalmente minério nuclear, transmitir informações sigilosas sobre o setor ou deixar de cumprir as normas de segurança específicas da instalação nuclear.

    5 - Lei de Crimes Ambientais - número 9.605 de 12/02/1998.

    A legislação ambiental brasileira foi reordenada por essa Lei no que diz respeito às infrações e punições. Estabelece que a pessoa jurídica (empresa), autora ou coautora da ração ambiental, pode ser penalizada, podendo ocorrer a liquidação da empresa caso ela enha sido criada ou utilizada para facilitar ou ocultar um crime ambiental. As multas, a depender da extensão do dano, serão de R$ 50,00 a R$ 50 milhões.

    6 ± Lei da Engenharia Genética ± número 8.974 de 05/01/1995.Uma das grandes inovações da Legislação Ambiental do país, essa Lei estabelece as normaara o desenvolvimento da engenharia genética. O ordenamento vai desde o cultivo, manipulação e transporte de organismos modificados (OGM), até a comercialização, o consue o descarte de resíduos no meio ambiente. Atribui aos ministérios do Meio Ambiente, da Agricultura e da Saúde a responsabilidade por autorizar e fiscalizar o funcionamento das atividades do setor de engenharia genética, bem como o ingresso de todo e qualquer produto geneticamente modificado no Brasil.

    Para a aplicação de técnicas de engenharia genética, a empresa, entidade ou instituiçãorá criar a Comissão Interna de Biossegurança, órgão responsável pelas informações aos perno (trabalhadores e corpo técnico) e externo (a sociedade) sobre os riscos da at

    ividade em relação à saúde e segurança.

    7 ± Lei da Exploração Mineral ± número 7.805 de 18/07/1989.

    Responsável pela regulamentação das atividades do garimpo, essa lei torna obrigatória alicença ambiental prévia, emitida pelo orgão ambiental. As atividades de pesquisa ou exploração que provocarem danos ambientais poderão ser suspensas e seus responsáveis resonderão pelo crime correspondente. Estabelece que o garimpo sem permissão ou licenciamento ambiental é crime.

    8 ± Lei da Fauna Silvestre ± número 5.197 de 03/01/1967.

    Tipifica como crime o uso, a perseguição, a captura de animais silvestres e a caça profissional, o comércio de espécies da fauna silvestre e dos produtos derivados de sua caça, assim como o ingresso de espécie exótica ou importada na fauna brasileira e a caça de caráter amador sem autorização do Ibama. A exploração