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A_*iO BRIO DE JANEIRO, OLMtRT.V-_.EIR.-t, 9 DE AGOSTO DE 191 L""». .-O.» :9*--SÊ«l)UAI\TA- 'Ei 8 T_8 E8TE JORNAL PUBLICA 08 RETRATOS DE T0008 08 SEU8 A O ESPELHO DO PALHAÇO (SCENA DE CIRCO) BB \ —O' Sr. Palhaço. Me empresta seu es- ; pelho para eu dar um laço bonito meu "** gravata, que eu vai visitar minha noiva e não quero perder minha casamento. —O' maluéo. Então eu vai emprestar nha espelho, novo a um Tony como você Não empresto. Meu avô sempre me disse que qu;cm empresta não melhora. —Oh! Mister Tonyl Você estar um de- sastrado. Quebra meu espelho novo que ficava tão bonito quando eu me mirava nelle 1.. . - .um espelho que minha sogra me deu no dia de meus annos. Agora posso ver nelle, metade de minha caía e fico um palhaço de meia cara .. Ah! canalha! bandido! assassinol Nao sei onde estou que não te metto este espelho pela guela a dentro.. Ah! Coitado Tony. Eu quasi matar elle! Desculpa meu velho. Olha para que não fiques zangado, faço-te presente do espelho, podes ficar com elle REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO. Rua do Ouvidor 164-RIO DE JANEIRO (_P VXto UOS.<?ãO d.' O __:______ O (»miiero avulso %OO reis, atrazado âOO reis)

TA- 'Eimemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00305.pdf xadas pelo cavallo ferido. Foi seguindo sua pista, disposto a encontrar Izabel. 9) As marcas de sangue eram visíveis e também

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A_*iO RIO DE JANEIRO, OLMtRT.V-_.EIR.-t, 9 DE AGOSTO DE 191 ""». .-O.»

:9*--SÊ«l)UAI\TA- 'Ei

8 T_8E8TE JORNAL PUBLICA 08 RETRATOS DE T0008 08 SEU8 A

O ESPELHO DO PALHAÇO (SCENA DE CIRCO)

\

—O' Sr. Palhaço. Me empresta seu es-; pelho para eu dar um laço bonito nó meu"** gravata, que eu vai visitar minha noiva

e não quero perder minha casamento.

—O' maluéo. Então eu vai emprestarnha espelho, novo a um Tony como vocêNão empresto. Meu avô sempre me disseque qu;cm empresta não melhora. —Oh! Mister Tonyl Você estar um de-

sastrado. Quebra meu espelho novo queficava tão bonito quando eu me miravanelle 1.. .

- .um espelho que minha sogra medeu no dia de meus annos. Agora sóposso ver nelle, metade de minha caía efico um palhaço de meia cara ..

Ah! canalha! bandido! assassinol Nao seionde estou que não te metto este espelhopela guela a dentro..

Ah! Coitado Tony. Eu quasi matarelle! Desculpa meu velho. Olha paraque não fiques zangado, faço-te presentedo espelho, podes ficar com elle

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO. Rua do Ouvidor 164-RIO DE JANEIRO

(_P VXto UOS.<?ãO d.' O __:______ O (»miiero avulso %OO reis, atrazado âOO reis)

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1RAÇA0 _7D TEMPO DE BONAPAKTE' (CONTINUAÇÃO—XII) O TICO-TICO ¦

1) De repente ouviu-se um assobio, Um doshomens que vinha sentado ao lado de Miguel,agarrou-o pela cintura e atirou-o á estrada.

2) Sua intenção era,decerto, atiral-o em umprecipício, que havia ao lado da estrada, masMiguel, debatatendo-se, desviou-se e cahiupara deante.

3) Immediatamente levantou-se e.lembran-do-se de que Isabel ia naquella carruagem,agarrou-se á cabeça de um dos cavallos.paraforçal-os a parar.

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juviu logo um galope furioso.. Era'oque se approximava-, vinha nelle

. Tafpin que, com expressão furiosa,íe á cabeça uma pistola.

5>E fez fogo; mas, felizmente, a bala des-viando-se;roçou-lhe pelo hombro e perdeu-seno pescoço do cavallo que, louco de dor, pa*-tiu em disparada.

6) O tylbury seguiu-o também comgrande velocidade e Miguel ficou só nomeio da estrada. Quiz seguir a carruagem,mas em pouco ficou distanciado.

É^Sb_555&!" _S-_k___^_E___. ^^*\vw'-^__* ;-*'_íJ_r__/____i___B_l 91¦ * 1 /__—_____________! f^f-ff——___. ¦ ----- . --' -T-. __fc'. T--*-..'.- _— lUBUU Í-^_-__-____B-hB-_I--Í_---B-_^E^-_-w_S-JK=^^----^-B--_^----W

7) 0 pobre rapaz julgou enlonquecer de an-íade. Não sabia o que imaginar sobre a atti-

. do velho, que assim o enganara e levavalei mvsteriosaménte.

8) Por fim a lua surgiu no céu e Miguelpoude ver no chão as marcas de sangue,dei-xadas pelo cavallo ferido. Foi seguindo suapista, disposto a encontrar Izabel.

9) As marcas de sangue eram visíveis etambém as rodas das duas carruagens ti-nham deixado sulcos na terra. Miguel seguiu-as, correndo.

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i) \s im < hcgou ao bosque de \ mcennes.repente, cessaram as marcas de sangue

/ encontrou um pedaço de panno ias-Jo. Era evidente que, lendo descoberto...

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11) .. .o ferimento do cavallo os viajantestinham-lh'o amarrado e coberto. Nem essapista lhe restava. De mais a lua desappare-ceu entre nuvens e Miguel perdeu-se no.bos-que. Dc repente porém

12).. .viu duas luzes lira um tilbuxy.que pas-sava. Miguel, oceulto por uma arvore, viu nessetilbury Izabel sentada entre sua avó e o visconde,que ia guiando. (Continua)

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3 (Sii^y^ o TICO-TICO

E _X _P E 3DIE 3ST T ECondições da assignatura:

interior: 1 anno, H$000, 6 mezes 6$000exterior: 1 • 20$000, 6 » 12$000

Numero avulso, 200 réis. Numero atrazado, 500 réis.

r, T e"]Pre.za d'0 Malho publica todas as quartas-feiras,v 1 ico-Tico, jornal illustrado paracreancas.no qual collabo-ram escriptores e desenhistas de nomeada.

'W^M^S^t^w

' fo J

Um «necrophoro

muito intel-ligentes ecivilizados.O cuidadoque dispen-sam aos filhos é, particulamente,uma cousa extraordinária.

Nao é preciso ir muito longepara descobrir os negrophorose a sua moradia.São muito com-muns nos campos. Desde quepõem os ovos, escondem-se numburaco praticado no solo e ahi

Meus netinhos :Vamos fazer uma viagem ao paiz

dos insectos. Dirijamo-nos primeira-mente, a casa dos negrophoros. Sãoanimaes

^-.;> v mil ¦:

As larvas dos «negrophoros>

permanec&sS-Wirante muito tempo. Tempos depois vêem-se a mamai e o papai negrophoro apparecer ao ar livre,procurando alguma cousa em torno, com grande curiosi-dade.

Que procuram elles?... Partem.Acompanhemos los.Acabam de parar deante do cadáver de uma to-

peira.E, immediatamente, põem mãos áobra. Suas* fortes,,

mandibulas, cortam gran-des pedaços do carnud)animal assim como o car-niceiro corta um bife. Fei-tás as provisões, voltaramao subterrâneo onde puze-ram os ovos, deixaram acarne ao lado e partem, ásvezes para muito longe.Não verão mais os filhos.

Mas, algumas sema-nas depois,quando os ovosse partem, as pequenas

larvas aos futuros necrophoros encontram ao alcance dabocca o alimento que os pais lhe deixaram 1

Não é uma cousa interessante?...Os xylopes tém os mesmos hábitos. Cavam num tronco

pequenas cellulas regulares onde deitam os ovos e o sufli-ciente para alimentar os recém-nascidos, que já vem aomundo com fome.

Ora, os naturalistas, que durante muito tempo estudaramnegrophoros e xylocopos, chegaram á conclusão de quenunca esses animaes vêem a prole. Uma vez postos osovos e collocado junto d'elles algum alimento, partem paranunca mais voltar.

Parece até que desconhecem que essas larvas vão darorigem a outros tantos insectos como elles.

E, no emtanto, tomam todas as Drecauções sem saberporque.

Se lhes contei esta historia tão impressionadora do sen-timento da familia em certos insectos, é para que ficassegravada no espirito de vocês, meus netinhos, essa palavrainstiucto, que eqüivale nesse animaes á intelligencia dahomem.

*^_r ^_ _____ w D__r_b J_K * *í^- * v_b_^_-^Inb.^9h___ '_•"• T_____r_ -¦ ^^ 4w^__b___9_k

^•*mr""i r4 \ . ^^"^L *¦ __si * -1

...... v_1

Alumnos da 2- escola do 4- districto, nesta Capital, da aual é directora a Exma. S.i. D. Eugenia Pourchet

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O TICO-TICO

m mi m ms m eiifiUMA HORTA DENTRO DE CASA

r-^r-Vi4) ^VSi Br

2 -_.•._*'

" n.'"1,: riiiiiii|i|ij|iíi1 ^ i yiiiijíiii

Vocês já viram uma horta dentro de casa ?...Vão ver agora uma laranjeira numa casca de la>

r&nja.Tomem uma laranja de casca bem grossa, e pra-

tiquem uma incisão circular, de maneira a obter duasmetades.

Feito isto encham uma d'essas metades com terrae ponham nesta alguns caroços de laranja, tendo t.cuidado de regal-os todos os dias. No fim de poucotempo uma folhinha rebentará a terra, depois outrae assim terão dentro de algum tempo um formosopede laranjeira. Poderá ter trez ou quatro folhas-quanto ao frueto terão muito que esperar I

A CENOURA A'S AVESSAS

Tomem uma bella cenoura sem protuberancias,nem defeitos. Cortem-na e tirem-lhe o miolo, comomostra a se_runda figura, em columna á esquerda.Em seguida enterrem-lhe trez palitos, para que a ce-noura se conserve a alguma altura do solo. Feito istodeitem no interior d'este legume um pouco d'agua eesperem; ao fim decerto tempo verão as folhas dacenoura rebentarem, envolvendo-a como mostra 1gravura á esquerda, pé.

UM PRATO DE MYOSOTIS

Encham com água um prato fundo e depois cor-tem algumas myosotis a i ous ou trez centímetrosdo hasiil, collocando-os no liquido. No fim de algumtempo os myosotis florescerão, elevando-se cm no .*_hastil; como se vê na gravura que se acha na partasuperior do desenho.

UMA GARRAFA DE VERDURAS

Envolvam em um pedaço de flanella, uma gar-rafa qualquer, tendo o cuidado de molhara fazenda.Scbre esta deitem alguns grãos de linhaça. Estesadherirão á flanella e em breve verão a garrafa com-pletamente verde.

UM ENFEITE BIZARRO

Para terminar estas experiências tomem uma es-ponja redonda, molhem-a ligeiramente e em seguida pulverisem-na com algunsgrãos de milho miúdo, que se alojarão perfeitamente nos pequenos orifícios. Suspendamem seguida a esponja assim preparada por um Cordel e terão um enfeite para quartodos mais bizarros.

—_s—-,- c—

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O TICO-TICO

NOYELLAS POR YANTOK

1 - _A_ JF^OA. I>0 SONH(CONCLUSÃO)

ElSUMO DO CAPITULO PUBLICADO NO NUMERO ANTERIOR — XeliO erafilhOde lim príncipe cruel e sanguinário mas Nelio era bom;e,entristecido com os actos de seu pai, sahia do palácio disfar-çado e ia fazer benefícios aos infelizes. Um dia o povo revol-touse contra o principe, matou-o e incendiou seu palácio.Nelio,voltando de uma de suas excursões de caridade, via-sesem abrigo. Sahiu pelas estradas; mas,como estava mal ves-tido, Iodos o maltratavam. Por fim foi dar a um gigantescocastello, onde o rei Dosmon e sita filha Iledãa, moça degrande belleza, estavam condemnados.pela fada do Somno,a dormir até que alguém quebrasse o encanto do castello erevelasse os sete sonhos tidos pelo rei e sua filha, nessesomno tão longo.

IIAmanhecia. Pelas frestas das janellas ogivaes e mal

fechadas penetrava um rosado reflexo da aurora e, apezarde cansado, Nelio não havia ainda conseguido adormecer.Os estranhos acontecimentos, os múltiplos pensamentosque lhe affluiram em torrentes e sobretudo o receio de sedeixar surprehender pela fada do Somno, tiraram-lhe porcompleto o cansaço.

De repente ouviu um ruido de passos na galeria poronde havia passado para chegar ao salão e.com receio, tra-tou de se esconder, dissimulando-se atraz das cortinas, nasombra projectada pelo throno.

O ruido de passos augmentou lentamente até queappareceu á porta do salão uma mulher de sobrenaturalbelleza, cujo rosto pallido parecia de cera. Estava envolvi-da em uma longa capa de côr azul como o céu, tendo es-trellas bordadas em ouro.de estranho esplendor. Seus olhosestavam fechados. Adeantava-se lentamente e parecia dor-

mir; uma de suas mãos, quasi es-condida pelas ondas de negros ca-bellos, que lhe chegavam até ácintura em ruti-lantes reflexos, se-gurava umtalisman.

Era a fada do Somno, que vi-nha ver as victimas de seus capri-chos.

Continuou a caminhar até che-gar deante do rei Dasmon; alli pa-rou immovel como uma estatua.

O silencio tornou-se completo eNelio comprimia com ambas asmãos o peito, com receio de queseu coração, batendo com vehe-mencia, denumciasse sua existen-cia naquelie logar mysterioso.

A fada fixou por alguns instan-tes, parecendo contemplar, o rei,apezar de conservar os olhos fecha-dos. De pois ergueu a mão que se-gurava o talisman e com este to-cou delicadamente na fronte do ve-lho e da joven.

Ambos, ao contacto do talisman,mudaram de posição sem que seusolhos se abrissem. Continuaram adormir. .

Então a fada retirou do interior dotalisman um rolo de papel e coma ponta do mesmo talisman come-çou a escrever.

Nelio, por detraz das cortinas,não podia ver o que a fada escre-

via. Talvez naquelie papel estivesse encerrado o mys-terio e os sete sonhos.

A fada escreveu por longo tempo ; depois enrolou,sem-pre lentamente, o papel e de novo o collocou dentro dotalisman. E tomou o mesmo caminho, que havia trilhado,vindo ao salão.

Nelio não podia mais reter a anciedade.Sahiu do esconderijo de vagar.nas pontas dos pés ; en-

costando-se ás paredes, chegou até á galeria, e começoucom infinitas precauções a seguir os passos lentos da fadado Somno.

mi

liA fada do Somno

Seguiu-a pelos corredores intermináveis, onde a luz dodia não penetrava, descendo por escadarias em ruinas,percorrendo os amplos salões entregues á acção destruidorado tempo.

Afinal a fada entrou em uma galeria mais illuminadado que as outras e Nelio, que teria preferido a escuridãopara não ser descoberto, teve que se deixar ficar mais longe.1

A' medida, porém, que a fada avançava para a clari-dade, ia-se tornando transparente, incorporea, até quedesappareceu por completo.

O mancebo ficou alli parado sem saber que fazer. A>galeria continuava em suas voltas in-terminaveis, agora bem illuminadapela luz,que em feixes de raios doi-rados entrava pelas janellas ogivaes.

Pensou em voltar sobre seuspassos, percorrendo de novo o im-menso e exhaustivo caminho feito;rc-solvido a esperar no mesmo escon-derijo do salão a volta da Fada.

Quando se dispunha a voltar,sentiu no rosto o levq roçar de umfio invisível.

Segurou-o e notou que era umcabello tão fino, que mal se distin-guia. Sem puxar com violência, comreceio de rebental-o, Nelio foi acom-panhando-o para encontrar sua extre-midade.

Com grande surpresa sua foicontinuando a caminhar por um la-byrintho de galerias, até chegar auma porta fechada hermeticamentee atravéz da qual passava o intermi-navel fio de cabello.

Como abrir aquella porta 7"' De lepente lembrou-se de que,

tendo batido no portão do castellopor trez vezes, á terceira vez o por-tão se abrira por si mesmo e por sise fechara.

Tentou então fazer o mesmo allie bateu com tanto receio que quasinem elle mesmo ouvira o ruido daspancadas.

Ao terceiro golpe, porém, a poita abriu-se devagar,sem ranger e como na primeira vez ninguém appareceu.

Nelio foi entrando sem largar o mysterioso cabello.Reinava alli escuridão completa, mas assim mesmo

Nelio, por estar habituado a vôr nas crevas, continuou a seadiantar. Era tão complicado aquelle labyrintho que.se porum só momento Nelio largasse o cabello, esse lhe fugiriadas mãos e ficaria perdido.

Afinal distinguiu um ligeiro clarão na extremidade deum corredor e para lá se dirigindo achou-se em uma grutaazul.cheia de maravilhosas stalagmites de saphyras.com re-ilexos deslumbrantes.

No meio da gruta, sentada sobre um throno de opala,cujo espaldar, formado por duas elegantes stalactites, er-guia-se até á abobada, estava a fada do somno, em attitudede quem dorme, com a cabeça levemente apoiada sobreuma das mãos, emquanto a outra.estendida até o joelho.se-gurava o talisman.

F para obter aquelle talisman Nelio daria a ultima gottade seu sangue.

Como viera acompanhando o cabello, parou na entradada gruta, e começou a pucnal-o delicadamente. _

Logo notou que o talisman se movia na mão da fadae comprehendcu que a elle estava ligado o cabello.

A um movimento brusco do talisman a fada se moveu,parecendo acordar; porém só mudou de posição e dormiu.

Nelio, apoz um curto instante de receio continuou apuchar o cabello com precauções.para não despertar a tadae afinal viu, com grande júbilo, a sua tentativa coroadade êxito.

\yí7?—2^

...passou longo tem-po a escrever...sobreo rolo de papel

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O TICO-TICOO talisman sahiu de entre os dedos da fada e, rolando

suavemente pelas dobras da capa, veiu tet ás mãos de Nelio,que tratou logo de fugir, para, escondido num logar ondea fada não pudesse alcançar, ler o que estava escripto nopapel occulto no interior do talisman.

Mas, ao voltar sobre seus passos, rima duvida assaltou-oe por um instante sentiu gelar-se-lhe o sangue nas veias

A porta que ás trez pancadas se tinha aberto,agora es-tava fechada.

Poderia elle fazer com que se abrisse outras trez pan-cadas ?

E se estas não a abrissem, ficaria prisioneiro.Quiz porém tentar e bastou-lhe tocar a porta com o ta-

lisman para que ella se abrisse de par.em par deixando-lheo caminho livre.

Se uma extremidade do cabello estava ligada ao ta-lisman, onde iria parará outra?

O mancebo continu-ou a acompanhar o ca-bello, em sentido in-verso.

Era tal o seu en-thusiasmo que já nãosentia nem fome, nemsòdc, nem cansaço, nemse lembrou de que ,le-vara o dia inteiro nestaarrojada empreza.

Era já noite; sempreacompanhando o mara-vilhoso cabello chegouao salão onde havia jáuma centena de annosse"achavam dormindo orei Dasmon e sua filhaHedda.

Qual não foi a sur-pi eza de Nelio, quandoviu que a outra extre-midade do cabello iaterminar na fronte deHedda.

Esse longo cabello,tão fino, que era quasi invisível, pertencia á filha do reiDasmon.

Nelio teve como um relâmpago a intuição do facto ex-traordinario.

Quando a fada do somno tocara com seu talisman apura fronte de Hedda, um de seus longos cabellos ficaranelle envolvido e afastando-se da fada foi se desenrolando.

Não querendo abandonar o cabello, cortou-o cuidado-samente e guardou-o.

Foi em seguida oceultar-sc detraz do cortinado; alli,abrindo o talisman desenrolou o mysterioso papel.

Era alli que a fada, noite por noite, ia registrando ossonhos do rei Dasmon e de sua fiiha Hedda.

Mas com medo de que a fada appareccsse, dando pelafalta do talisman c lh'o arrebatasse, castigando-o com um

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fSSS.

A' terceira pancada aporta abriu-se como por encanto

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somno eterno, Nelio p-ocurou meios de transcrever emoutro papel os sonhos para os guardar.

Lembrou-te das palavras escriptas no pequeno livro,que estava na mão do rei Dasmon; delicadamente tirou-odo logar, e voltando a seu esconderijo começou a tran-screver os sete sonhos,servindo-se do talisman como penna.

Chegando a hora em que pela primeira vez appareceraa fada do Somno, Nelio interrompia o seu trabalho eficava immovel, tendo antes colíocado o livrinho na mãodo rei.

Vinha a fada, parava deante de suas victimas e depois,fazendo um gesto de desespero por ter perdido o talisman,voltava lentamente á gruta azul.

As noites suecediam-se e Nelio não cessava nm in-stante de escrever.

Por fim acabou de transcrever os sete sonhos no pe-queno livro e ergueu se altivo e triumphante, prompto adesafiar a fada do Somno.

Era a hora em que ella vinha ; mas estando sem o ta-lisman nenhum poder tinha no castello.

Quando porém Nelio ouviu ao longe o ruido mono-tono dos seus passos approximou se do rei epara estar maislivre deixou o talisman perto da mão de Hedda.

Estava elle collocando o livro em seu logar quando afada do Somno o colheu de surpre.:a. Nelio empallideceue não teve tempo de se esconder. Ficou ajoelhado e derepente lembrando-se do talisman procurou-o.

Porém a mão de Hedda, ao contacto do talisman, mo-vcu-se e o apanhou. Immediatamente a moça ergueu se,abriu o. li.idos olhos e sorriu.

A gruta encantada

,. .o talisman foi escorregando devagar ate que veiu ter ás mãosde Nelio

Lentamente levantou a mão que segurava o talismane com elle tocou a fonte de Nelio dizendo ;—Kada do Somno,estás vencida—Teu poder acabou-se.Este príncipe, vindo de longínquas terras, após longas tor-turas e privações,conseguiu romper os encantos de teu do-minio. A fada do Somno ficou immovel, como que petrifi.cada; afinal com voz cheia dj cólera disse :

—Enganaste. Só poderá arrancar-me o poder quemconseguir adivjnhnr os sete sonhos que tiveste.

Nelio então ergueu-se e dirigindo-se ao rei Dasmon,disse com orgulho :

—Magestade, em vosso livro estão por minha mão es-criptos os sete sonhos revelados.• O rei Dasmon abriu lentamente os olhos elevantando-seentregou o hvro a Nelio.

Então a fada do Somno abriu os olhos e confessou :—Estou vencida, meus filhos c vos perdôo. Nunca

mais exercerei meu poder sobre vós e deixar-vos-hei li-vres, com uma só condição—Saibam que, como vós, eutambém dormia e como vós sonhava e se com meu talis-man tomava nota dc vossos sonhos, agora que estou açor-dada, de nada mais tenho recordação.

Promcttei me que antes de sahirdes d'este castello euconhecerei os lindos sonhos que tivestes.

—Promettemos.—Então—eu vos convido a virem até á gruta azul, de

onde, durante um século, exerci o meu poder.O rei, sua filha e Nelio seguiram-na pelos intermináveis

corredores até a gruta azul.

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O TICO-TICOApresentou-se então um espectaculo deslumbrante.As stalactites transformaram-se pot encanto em festões

de flores, que enfeitaram toda a gruta; uma das paredesabriu-se e deixou ver uma rutilante cascata de pérolas,que

______» !_!______

1 II' y" 'li /' I \ ________/ il

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.. .estou vencida e vos perdôorepartindo-se na queda em diversos riachos rolavam pelointerior da gruta, numa maravilhosa festa de cores.

No meio da gruta estava o throno da fada, e Nelio bema conhecia.

A fada parou, dizendo:—Neste logar o audacioso mancebo, que vos livrou dosomr.o eterno, apoderou se de meu talisman. Cabe a ellesentar-se naquelle throno, porque agora é elle o donodeste castello, mas o talisman não basta. Quem o guiou,¦ensinando-lhe o caminho até aqui, guial-o-haao throno.

Ouvindo essas palavra ficaram todos admirados.Mas Nelio não hesitou,Ese desenrolou do talisman o longo cabello e uma de

suas extremidade prendeu-se ao throno., iledda, movida pela curiosidade, observou o fio precioso e exclamou cheia de admiração:—Este cabello é meu I

O rei Dasmon então disse:—Meu filho, não só adivinhaste nossos sonhos comotambém acaba de realizar o teu. Minha filha Iledda serátua esposa. Conta nos agora os sete sonhos.Nelio fez com que Iledda sentasse ao seu ladoe abrin

«0 um livrinho começou a ler.(A'o próximo numero publicaremos o primeiro sonho)

UM INSECTO QUE FURA 0 CHUMBOA força extraordi-

naria de alguns inse-ctos é desde muit'>conhecida. Não setêm visto madeirasrijas serem destrui-das em pouco tempopor esses pequenosanimaes ferozes ?

No emtanto hauns cincoenta annoso marechal Vaillantapresentava á Aca-demia, entre risosde todos, uma balade chumbo, que ti-nha sido atravessadapor uma mosca. Ossábios não deramcredito, a principio,mas começaram aestudar o caso.

Em breve chegaram a conclusão de que era uma ver-dade. Pozeram-lhes sob a vista.entre outros objectos, umgrande pedaço de chumbo em que se via o famoso insecto,no fundo do orifício que praticara.

4' ___

D'ahi em deante muitas outras explicaçõee vieram darrazão ás palavras do marechal e demonstraram que os in-seetos d'esse gênero não vacillavam em abrir caminho atra-vez de uma peça metallica. A maior parte são coleoplerasde rijas mandibulas.

Mas os insectos apresentados pelo marechal Vaillant,soba denominação de sirex são muito mais curiosos.

São munidos dc uma espécie de serra muito resistenteque os trazem no ventre,

Ceralmente utilisam-se d'ella pata abrir buracos noselo onde deitam os ovos. Mas, quando encontram/em ca-minho metaes maleaveis como o chumbo, atacam n'o comose fossem pedaços de madeira.

Pela gravura acima póde-se fazer uma idéa da bala domarechal Vaillant e de muitas outras peças, que seencon-tram no museu de historia natural.

WfüPSltDM4Tr^Í4t!fy»tífcyi

A interessante ZAIRAJUNQUEIRA, filha do alfe-

res Junqueira,residente em Rio Claro—

S. Paulo

A nossa amiguinhaSARAII TRIGO DE LOU-

RE1R0,filha do desembargador

Trigo de Loureiro,de quatro annos de edade

DESENHO DE CREANÇA

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Então } Que sente você ?Ora, seu doutor de ante-hontem para hoje eu

tenho notado que quando acabo as refeições naotenho mais fome..

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O TICO-TICO

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D—JoÁo Alberto Lisdóa Est_x.ui.as, residente em Rio Pardo, E. do Rio Grande do Sul ; 2)—A galante Maria, de Sannos de edade, filha do Sr. Manuel Ferreira, commerciante na Barra do Pirahy ; 3)—Francisco Palmiero, modelo de rc*bustez, pois tendo 7 mezes, pesa 14 kyl.; 4)— O nosso leitor a amigo Tyrtuei; Rocha Vianna, morador em S. Francisco.il'A_-is; e 5,)—A menina Galdina Gouveia, moradora na Granja, Ceará.

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9 O TICO-TICO

VIAGEM DE ARMANDO AO POLO NORTEPeça em ouatro actos para theatro de

sombrinhas

For A-R-ULAIXIDO IDUSTIZVejam as explicações no fim- COTS11TSTJJLVA.O -V ¦¦:¦¦"

ACTO IIIDA LUA AO POLO

^4Fig 7

QUADRO IAo levantar o panno vê-se o balão no meio da scena.Sobe um pouco para descer, torna a subir, etc.

^Armando — Istonão vai muito bem.Agora nós não va-mos para a Lua nempara a Terra sem ro-'ar pelo infinito. Equem sabe se lá embaixo de tudo istonão está o inferno enós vamos para lá > I

Arthur — Nao hamais nada para arre-messar ?

Armando — Nada.Arthur — A ma-china já está concer-

tada, já vae o balãorara onde eu quero ;<-ra só ficar mais levetestamos salvos.(Emquanto isto, o ba-lão some-se por cima).

Arthur (fora da scena) — Olha, Armando, eu tenhorena^de ti, mas um dc nós precisa ser jogado no espaço;o balão è meu; por isso, quem deve ir é você.

Armando (choramingando) — Oue seia feita a vontadedo Destino IApparece Armando pela scena,cahindo do balão. Para

que esta Jlgura não comece a dar voltas no ar e não caiemuito depressa, deve-se amarrar no seu pê um fio de

linha e fazel-o descer comodeve, .

QUADRO II

A scena representa o polonorte. Vem cahindo Armando(io) e desapparece enterradono chão. Depois começa a appa-recer sua cabeça, o corpo, efinalmente apparece em pé edireito (G).

Armando — Arthur atirou-me do balão, pensando queeu iria cahir no polo do infer-no. Mas a verdade % que

estou na Terra são e salvo e elle está em perigo de ir aoinferno. O peior é que estou no polo (Pausa). Peior não !...Pois pelo menos não morri, como teria acontecido se ca-hisse noutro logar. Não ha nada por aqui para me orien-*ar; mas por felicidade lá está a aurora boreal, com omeu relógio,como ensinou O Tico-Tico, vejo o lado que...está bom... é lá... vou caminhar.

Armando vai sahindo da scena.

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QUADRO III

A scena é uma aldeia de esquimós; ao lado vêem-seumas cabanas,ao centro alguns dos seus habitantes. VemArmando e se dirige a elles). (lã)

Armando—Ohl meus amigos, caminho ha uma sema-na a pé; tenham a bondade de me dar de comer e hospita-

? *

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Fig. 9

lidade por dous dias. (Pausa) Não me entendem? Entãovou fazer gestos para dizer que tenho fome eestou cansado-iPausa, os esquimós vão andando em direcção ás cabanase Armando os segue) Ainda bem que me entenderam .vão me dar de comer.

Todos desapparecem nas cabanas.

OUADRO IV

A scena representa um rio, que corre entre duas íü-liencias do terreno, que sejaz com dous pedaços de papelão, deixando o rio embranco. Numa das margensestá amarrada uma tanga,da. (13) Vem d'este lado Ar-mando (6).

Armando—Ora está, quefelicidade. Acho aqui estajangada para atravesssareste estreito ; chegando aolado de lá estou na America

.MMM^MW^^ «B ttBrfS^fe.

P"i4 /«

e poderei voltar ao Brazil eAurora. pedir ao Sr. barão a mão dô

Elle salta para a jangada e esla começa a boiar, atéque vai parar do outro lado. Armando desce e some-se poroutro lado. Cahe o panno.

fita

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O TICO-TICO IO

ACTO IVA RECOMPENSA

QUADRO IVéem-se de um lado as primeiras casas de uma cidade

(u). Vem apparecendo Armando do outro.

Armando—Ah I que bôa estrella tenho eu; caminho jáha dous mezes a pé descansando e co-mendo em villas de esquimós. Pois nãoé que me acho já numa cidade de civi-lisados I -

(Armando ss dirige para as casas edesapparece entre ellas.)

QUADRO II

A scena representa a casa do ba-rão. Este está de pé no meio d'cila, (3)(enlra Armando).

O barão—Oh I Armando por aqui?Foram ao polo ? E Arthur morreu ?

Armando—Nao, Sr. barão, elle nãomorreu, mas não foi ao polo, só eu fui.

O barão (com curiosidade) — Sim ?E como foi isto?Conte.

Armando : — E' uma historia muitocomprida.

O barão—Tanto melhor. Gosto mui-to de aventuras e esta me interessamuito. Conte.

Armando—Apenas sahimos da Terrae o balão começou a andar, quebrou-sea machina da direcção e o balão sempresubindo, foi parar á Lua.

O barão (admirado)—Na Lua ?Armando—Sim, senhor, nós fomos

á Lua. Lá veiu ao nosso encontro umamultidão de lunáticos que nos "queria

devorar. Amarrou-nos e quando nos ia matar apparece noe ar o balão com uma corda em baixo.Nós subimos por ellaachámo-nos sãos e salvos no balão. Mas este estava muitopezado e para poder subir.Arthur me retirou da barquinha.

O barão-Que horror!Armando—E' horrível, sim, mas é a verdade e eu fui

cahir no pólo. Caminhei sustentando-me de animaes que

B Âm

F/ç,Z

Fig. 13 .caçava. E, chegando a esta cidade, me disseram que o se-nhor estava aqui e eu vim procural-o.

O barão—Sim, és um heróe. Terás a mão de minhafilha como eu prometti a quem chegasse primeiro ao pólo.

Arthur (chegando)—Eis-me aqui Sr. barão, iíiegoagora da Lua (vendo Armando). Como, Armando aqui ?

O barão—Sim, elle cnegou rora do pelo onde cahiu,quando o jogaste do balão.

Arthur—Ah i elle já lhe contou tudo ?O barão—Não I Conte-me a sua aventura.Arthur—Apenas deixámos a terra, quebrou-se a ma-

china que dava a direcção e o balão começou a subir sem-pre,indo parar na Lua. Lá,os lunáticos nos quizeram matar,

mas subindo nos salvámos. Porém tão pesado estava o balãoq ie iria cahir outra vez na Lua. Então joguei Armandocomo lastro.m

O barão —Mas o sennor cometteu um crime IArthur—Não senhor, se eu não o jogasse seria devo-

rado, e a^ssim, se salvou.0 barão—Ah I sim. desculpe-me; continue, se faz

favor.Arthur—Só no balão, como a machina já estava con-

certada voltei á Terra. Desci no Ceará onde julguei encon-irar o senhor barão, mas informaram-me que tinha vindopara aqui.

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Fig. iGO barão—Minha filha Aurora estava ficando doente lá,

com o calor; então o medico me aconselhou que viéssemospassar alguns mezes nesta cidade do Canadá. E aqui esta-mos. (Chamando) Aurora I Aurorai

Aurora (entrando, (13)—Bons dias,meus senhores.Quedeseja meu pai?

0 barão—Eis aqui os mais valentes homens do mundoAmbos estiveram na Lua c Armando de lá cahiu no pólo

pois Arthur o jogou como lastro.Aurora—Oh 1...

O barão—Elles vem te pedir emcasameto, certamente eu não tedeixarei casar com Arthur, mas comoelle foi mnito valente, darei oscem contos como prêmio. AcceitasArmando como esposo?

Aurora (com timidez) — Sim...r, <_.._* acceho,

{Continuai

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o TICO-TICO AS AVENTURAS DO CHIQUINHO___.s conseqüências da g~u.locl_.oe

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No outro dia deixaram Chiquinho, a prima Lili e o Jagunço . . mas Chiquinho e a prima Lili atiraram-se ao doce que toisósinhos, com uma lata de geléa, ingleza que estava em cima da um gosto. Para andarem mais depressa até comeram.com asmesa, na sala de jantar. Jagunço portou-se .bem... mãos que ficaram sujas, a ponto de horrorisar Jagunço ,.

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De repente ouviram a voz de mamai, chamando por Chiqui- . . mas Chiquinho não teve outro remédio senão attender aonho A prima Lili ficou lojo muito desconfiada chamado de mamui.que estava no quarto de vestir, preparando-se

para sahir(Continua)

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12 UM DUELLÓ NOS O TICO-TICOARES

1) William Harrislon, joven millionarionorte-americano estava noivo de uma moçapobre, mas muito bem educada e levou-aum dia a um campo de aviação de Paris...

2)...onde elle comprara um aero-plano e aprendera todas as manobrasde voar. Estava combinado que, nessedia,depoisdeexperimentar o apparelho,William faria um vôo com sua noiva...

3) Trouxeram o apparelho e o próprio con-structor subiu para elle para experimental-o;elevou-se facilmente nos ares e começou avoltear no espaço, mostrando que o aereoplanoestava .

4).. .funccionando perfeitamente. Missi. í/e,a noiva de William, estava enthusiasmada comesse maravilhoso espectaculo. De repente,appareeeu no espaço, muito longe... >

5).. .um ponto negro que, em poucos mi-nutos, tornou-se mais vizivel e foi-se appro-ximando; era outro aeroplano, que começoua dar voltas em torno do primeiro, com habi-lidade assombrosa...

6; Mas tantas voltas deu e tão de pertoque, em certa occasiâo, uma de suas rodaspassou sobre uma aza do aeroplano deWilliam, fazendo-lhe um rasgão. A' vistad'isso o constructor...

7) que estava pilotando o apparelho,desceulogo; mas, pousando no solo, viuquea avariaera insignificante e poderia ser concertadaem poucos minutos.

8) Entretanto, o aviador descera também eveiu pedir desculpas pelo estrago, que fizera.Sabendo que esse facto impedia miss Katedo passeio areo, que ella. .

9>.-. tanto desejava, o desconhecido offe-receu-se para dar uma volta com ella emseu apparelho, que estava perfeito. Williamhesitou um pouco em consentir, mas amoça...

10).. estava tão anciosa por conhecer aemoção de timvóo,que acceitou logo e subiu.William não quiz contraria-la; demais, - odesconhecido mostrára-se .

' ll)...tãohabilaviador, que não podia haverperigo. ComtudoWi//ia« sentiu um presen-timento angustioso.O aeroplano subiu é ga-ihòu grande altura. De repente ..

12). .o aviador tirou as barbas, que erampostiças e disse—Kate. olhe para mim.—Amoça voltou-se e exclamou — Fred—Sim,Fredo machinista, que a senhora desprezou.

. AQinclue na pagina .seguinte )

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O TICO-TICO• UM DUELLO NOS ARES (CONCLUSÃO) 13

13) A senhora não quiz casar commigo paradesposar um millionario.... -«Eu não sabiaqueW./.w». era rico quando resolvi casarcom elle Mas que quer o senhor agora demim ?» °

14) «Ouça—disse Fred—eu tenho aqui gazolinapara voar muitas horas, vou levai-a para umacasa onde ficara minha prisioneira até que se re-solva casar commigo.»

lõ) Entretanto William, que observava oaeroplano com um oculode grande alcance,vira a transformação do aviador desconheci-do e os gestos afflieto_ de Kate.

___T_r«__J|

16) Sem hesitar, sem attender aos conse-Inos do constructor, subiu para seu aero-plano, mal concertado ainda, mandou quepuzessem a helice em movimento e abriu ovôo. ..

17) ...rapidamente,em direcçãoao aeropla-ne de Fred. Este não tentou fugir; ao contra-rio veiu ao seu encontroc,passando perto,riucom ar de zombaria.William furioso..

18) .. .punha-se empe noapparelho, em risco decahir. Então Fred, tirando do bolso um revólver,fez fogo, visando a aza rasgada do aeroplano deWilliam. Felizmente. .

19) ¦ s bala apenas arranhou o panno ;mas bastaria agora um golpe de vento pararasgal-a toda. Fred ria, contando ver empouco seu rival morto, despedaçado

20) Mas William, por sua vez, puxou pelo re-volver- fez pontaria com sangue frio admirável edisparou A bala foi alcançar o miserável nafronte e elle cahiu para tr

21) ..inerte. Quem havia agora de guiaro aeroplano ? Era esse o maior perigo ; masWilliam com a habilidade de um aviadorconsumado approximou-se de Kate e gritou:

•_¦•-) —Segure a roda de direcção com fir-meza—A moça obedeceu e, seguindo osconselhos que seu noivo lhe dava emgritas energicos.foi descendo para o solo.En-tretanto o corpo inerte de Fred balançan-4o-se- ^¦"1l"

23) Isso perturbou o equilíbrio do aeropla-no~ que, mal dirigido, virou e cahiu tam-bem Felizmente estava já a pouca altura Amoça desmaiou de emoção, mas nao se ma-

goou muilo William descendo logo .

24) . .encontrou-a já sorridente, ü casamentorealizou-se um mez depois e, terminada a ceremo-nia.os noivos realizaram juntos um vôo de aeropla-no que, d'essa vez,foi muito feliz

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_^.AY» TiiVéBiAiS ¦?E,KA:xllv!Bpy/N EM FANTa^IQPQLIS-III

O choque foi violento como uma dor de dentes e Pipoca, Kaximbown. Tônico, Pipoca e Pistolao apresentaram-se a Watapah, cônsul do Império da 1cahiu arrastando uma torre de 1 318 andares; mas foi apanhado até o caroço do coração, prometteu fazer-lhe visitar a cidade. musau, quai, amávelno vóo pelos companheiros

De facto, o cônsul Watapah, mandou vir um taxílombrigomove Commodamente installados no taxilombrigomovel, o major Kaximbown e a comitivaSS"^^ Cemral -mo tabefes. por cima da extremaria cidade de Fantaziopolisda Lunalic Railway oi Absurdomc Compagny Exlralimited

passaram velozes(Continua)

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16 Bibliotheca d'0 Tico-Tico YAYA' 13

caranguejos corriam quasi debaixo dospés.

Devem-se fazer ahi pescas milagrosas.Talvez seja ahi que eu faça a minhacabana! — exclamou Arthur.

OArthur — exclamou Yayá—quandofizeres tua cabana, faz bem grande, paraeu também poder morar nella.

Arthur nada viu de tudo isso — disseo Sr. Costa —Como queres que umacreança de sua edade caminhe como eucaminhei naquella viagem? Éramos dousou trez amigos carregados com os saccosde caça, com espingardas, armados depaus, por causa das serpentes e revólverna cintura.

Quando chegámos á foz do Grande, ti-nhamos a roupa em farrapos, as botasrasgadas até aos joelhos; apenas tinha-mos apparencia humana. Um garoto daidade de Arthur morreria de fadiga nocaminho.

—Mas—disse Yayá—desde que nós es-tamos decididos a passar a nossa vidanos mattos com mamai e Luizinha, bementendido, e o senhor também, queridopapai, porque é que nos mandam para ocollegio"- Não precisamos saber tantacousa I

—Nós tomámos as nos?as precauções—disse o Sr. Costa—com receio que vocé-smudem de idéa...

Oh ! quanto a isso !... começou Ar-thur com ar importante.

Pelo menos o teu collegio é aquimesmo, disse Y_i>-.í_ emquanto que eu...

Em casa da avó de arthur

Como o paquete das Méssageries Ma-ritimes Le Cyctone, só devia chegar den-tro de oito dias, o sr. Costa, (a quem Ar-ttiur pedira para ir com Yáyá a casa desua avó, que moiava na Cachoeira), con-vidou o seu amigo Oliveira e a íllha paralú passarem alguns dias.

Ànhur e Y.ryd só fallavam d'esse pas-seio, e o Sr. Costa teve vontade de saberqual o motivo que lhes inspirava tão ar-dente desejo.

Dize-me, amigo Arthur, porque ar-des em desejo de ir a Cachoeira ?Ora essa ! tido—respondeu o menino-em hesitar—é porque, desde que li as"Aventuras de Robinson Crusoé», eta nbem as do «Robinson Suissc, que

tanío me divertiram ultimamente, tenhotambém vontade de-viajar e de ver asmattas mais de perto.Isso é um desejo muito vago, Arthur.Em todo o caso previno-te que, indo aCachoeira, ficas ainda immensamentelonge da ilha deserta do teu Robinson..Vejamos se Yáyá tem melhores razõesdo que tú.

—Oh I Senhor Costa—respondeu Yáyátimidamente — eu só desejo ver a Ca-choeira por que dizem que é muito bo-nita...

Isso é mais razoável — replicou osenhor Costa.

Titio—tornou Arthur—eu me expü-quei mal; não'tenho ainda desejo de irtão longe como o navegante inglez; naminha idade ; que niste figura faria eu,numa ilha deserta como a delle? Masisso não me impede de ter vontade de irá Cachoeira.

Bem, bem, tneu amigo; já sei osteus motivos. Vocês irão amanhã a Ca-choeira.se até li não me derem nenhu-ma razão de aborrecimento.

Essa promessa foi recebida com gritosde alegria e pulos extravagantes e os me-ninos prometieram ser muko ajuizados.

As poucas horas que ainda separavamesse dia do outro, pareceram um século.As duas creanças contavam as horas,pois para cilas o tempo não corria bas-tante depressa.

Emfim chegou o tão suspirado momen-to. Durante a viagem o senhor Costa davaás creanças explicações sobre as ruaspor onde passavam e outros logares queviam.

Não é necessário descrever a alegriada viuva Costa e da filha vendo chegaros visitantes, pois já conheciam o pai ea mãi dc Yár.i, A todo n instante toma-vam nos braços a menina e a cobriam decaricias.

Prepararam uma solida refeição cam-pestre, simples e variada: para celebraras o5as vindas do Sr. Oliveira e da filha.O ar livre, o passeio, a alegria tinhamdado appetite aos nossos viajantes, quefizeram honra ao banquete improvisadoda Sra Costa; dias se seguiram, Yáyae Arthur fizeram tontas travessuras peri-gosas, que nio deram um instante dedescanso aos seus.

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Com cffcitooprimciro cuidado de Yayã\chegando a casa do Sr. Costa, foi o dcperguntar por I.obíshomem.

O Sr. Costa, que era um homem muitoamável, conduziu a menina ao gallinhei-ro, onde estavam os gallos de com-bate e lhe explicou que todas as manhãs,depois de os terem banhado, amarram-n'os á sombra, acerescentando que uma

Arthur indignado, — um gallo preto I Tunão entendes d'isso.

Mas está com os esporões corta-dos...

Sem duvida, para lhe prender aospés outros de ferro, que cortam comonavalha.

Elle não tem crista IPois então I a crista serviria para

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¦E£L. .Zü^m>r * $PtrY _>;A partida de «Yayá* da fazenda

só vez por dia elles comem um pouco demilho.

Os nossos são mais felizes, — disseYayá. Fazem tudo o que querem.'

O Sr. Costa continuava a lhe dar e,x-plicações sobre os combates de gallos.Oh I meu Deus I — exclamou Yayásem o ouvir, — como aquelle é feio !

Feio, o Feiticeiro ?...— exclamou

que seu adversário o agarrasse e de-pressa seria ferido e batido ; é por issoque se escolhem sempre gallos de cristapequena.— A' ultima vez que combateu, o pobreFeiticeiro ficou por baixo,— disse o Sr.Costa, — pensámos que morresse.

Muito ferido, mal apenas podia andar;mas fazia ainda frente ao inimigo

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.14 Bibliotheea cVO Tico-Tico

e, por um ultimo esforço, furou-lhe osolhos com os esporões.

Yayá estremeceu.E este ? — perguntou ella, mostrando

um gallo de pennas douradas, mas de-pennado em alguns logares e parecendodoente.

Este é o Lobishomcm, nosso grandevencedor. Esta semana bateu-se e venceu,embora ferido.

Yayá porém,ao ouvil-o.ficou tão pallida,que o Sr. Costa pela primeira vez com-prehendeu a maldade de uma brincadeira,que elle julgara até então innocente.

Quanto a mim.—disse o Sr. Oliveira,acariciando a cabeça de sua filha — con-fesso que sou até certo ponto da opiniãode minha filha. Não approvo os com-bates que favorecem o jogo, provocandoas apostas e habituam os homens a vercorrer o sangue com indifferença.

Sangue de gallo 1 —exclamou Arthur.Mas, meu querido amigo — disse o

Sr. Costa — as corridas de cavallos sãomais barbaras,porque muitas vezes nellasmorre algum homem.

Não fallo de corridas de cavallos —replicou o Sr. Oliveira — mas creio quetodos esses espectaculos violentos sãomaus, sobretudo para as creanças. Vejao effeito que elles produzem sobre nossosfilhos; Arthur está já endurecido, apezarde sua idade e Yayá está quasi des-maianda, só por ouvir contar o que paraseu sobrinho é um divertimento.

Sim,—murmurou Yayá—agora com-prehendo porque é que elle apanhava co-leiros com visco. Não é por sua culpaque elle é máu.

O Sr. Costa reflectiu um pouco; depoisvoltando-se para Yáyá :

—A minha amiguinha—disse elle—fi-caria muito contente se de hoje em dianteo Lobishomcm repousasse sobre os seuslouros, se elle nunca mais brigasse ?

—Oh ! senhor! vai me dar esse gallo —exclamou Yayá, saltando de contente—faz-me presente d'elle?...

—E se eu te der, o que farás d'elle ?—Procurarei fazei-o feliz.—Mas—disse Arthur, que parecia mer-

gulhado em uma meditação profunda—não o podes levar para o Rio.

—E' verdade, vou partir—dtsse Yáyasuspirando.—Tinha me esquecido! OLobishomem continuará a brigar.

—Não, não—disse Arthur com vivacidade. Meu tio, vamos dar um grande^prazer a Yãya. O senhor me prometteuem recompensa de meus bons examesconceder-me 0 que eu pedisse.

Portanto não faça mais os nossos dousgallos brigarem; é esta a recompensa queeu peço. Deixe-os viver a seu gosto esó brigarem quando quizerem.

O Sr. Costa sorriu :—Eis ahi uma verdadeira amabilidade.

Pois bem I Eu também desejo que Yáyase lembre sempre de sua passagem emnossa casa.

Ficam reformados estes dous valentessoldados.

—Oh ! exclamou .Yáyá—esquecendo noexcesso da alegria os seus desgostos pes-soaes,—oh ! senhor como lhe agradeço!—e voltando-se para Arthur acerescentou:— Vejo agora que fazia mal em pensarque tu eras tão máu. Agora posso gostarmuito de ti.

Sua amizade,que devia augmentar parao futuro, datou com effeito d'esse dia.A CABANA DE ARTHUR

Yáyá encantada com a victoria que a-cabava de alcançar, mostrou-se todo otempo em que esteve em casa da famíliaCosta de alegria encantadora.

Arthur teve férias em sua honra e le-varam-n'a para ver a cidade, que lhe pa-receu muito interessante. A cada passoperguntava :

O Rio é maior ? c mais bonito ?Arthur que vivia e se criara na cidade,

servia-lhe de guia; elle tinha havia muitoo desejo de viver no campo.de ir acamparnas mais desertas margens do rio Para-guassú.ahi construir uma cabana de bam-bú coberta de folhas de bananeira,e viverda pesca.E onde ficam por aqui os grandesbosques ?—perguntou Yayá. Gostaria milvezes mais de ir para lá do que de mefechar num horrível collegio.

Oh I — respondeu Arthur—não ficammuito longe daqui. Da cachoeira na mar-gem esquerda do rio Paraguassü, ondemora vovó, já se vè o matto...

—Como! E'precisoatravessaracachoei-ra para chegar ao bosque ?—exclamouYayá espantada.

Nãoé preciso, mas ouve se o rugido

YAYA' 1S

da queda dágua e, sente-se o vapor norosto. E' admirável!

E que se vô nas grandes mattas ?Vou te dizer—declarou o Sr. Costa,

chegando em auxilio de Arthur. Primeiro,a cada passo, encontra-se uma cascataou um riosinho; depois o caminho entrasob uma abobida de vegetação, que não

Oh!—exclamou Arthur batendopalmas Falle a Yáyá do seu passeio ásmattas da Barra do Rio Grande, na margem esquerda do rio S. Francisco.

E' um logar onde ha grande quanti-dade de palmeiras gigantescas e muitasarvores, algumas das quaes mortas hamuito tempo. Lá havia uma pequena ca-

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Gesticula como um louco, appl.udt o. bcUns jjolf cs de qualquer lado que elles venham

deixa vér o céu; os cipós são impenetra-veis; nenhum outio ruido se faz ouviralém do da cachoeira, que corre sempre;mas este basta para nes encher os ouvi-dos. Repentinamente, o leito do rio sealarga num suave declive, p hori-zonte também se alarga; o dia pe-netra atravez dos galhos e o caminho pe-dregoso parece desenhado no meio deum parque.

bana onde nós nos abrigámos um mo-mento. Quando chegámos ao meio domatto, chpvia. Depois continuámos e pro-curei uma palmeira com cocos que, cor-tei.

— E os bosques que atravessaram de-pois eram ainda mais bcllos do que os pri-meiros—disse Arthur com enthusiasmo.— Imagina, Yayá, que a cada momentose encontravam riosinhos e que enormes

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17 O TICO-TICO

O "SR. X" E A SUA PAGINAUMA ILLUSÃO INTERESSANTE

Trata-se de mostrar como um indivíduo intelligentepode fazer apparecer em scena, sobre uma mesa, uma mu-lücr (viva já se vê) sem que ninguém saiba como.Hsta íllusao é perfeita. Foi inventada por um hábil pres»

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A illusão e per/citatidigitador, Bualtierde Rolta.que a levou para Paris não hamuito. Quando o panno se levanta, vê-se unicamente, emscena um simples banco de quatro pôs, sobre o qualo mágico colloca, ao entrar, alguns objectos que tem namao, uma varinha, um copo, etc.

Dirige-se então para uma cadeira, toma um tapete demesa, retira os objectos que collocara sobre o banco e co-ore este com o tapete, tendo todo o cuidado para que aspregas toquem no solo. Faz tudo isso com muita calma eo publico acompanha-o com oolhar.sem se mostrar interes-sado.Mas, quando o tapete já se acha em seu logar, o pres-tidigitador annuncia que sob elle está uma mulher viva;então a attençao dos espectadores é d'esta vez despertada;pouco a pouco, vê-se, eíTectivamente, levantar-se o tapete;o mágico tira-o a um dado momento e uma mulher, todade branco, apparece em scena.

Que se passou então ? Ella não estava no tapete ! Obanco está alli para que todos examinem; é formado por pé-daços de madeira muito finos e não poderia esconder pessoaalguma. Como explicar essa appariçâo fantástica? Note-seque o prestidigitador contenta-se com um sorriso, compri-menta o publico e o panno cahe.

Como todas as Alusões bem feitas, o segredo é muitosimples e num rápido olhar comprehende-se logo a sorttempregada, examinando a figura acima.

No logar em que assenta o banco se encontra umalçapão aberto no palco, abrindo-se nara o exterior e dissí-

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Como se explica a sorte

mulado por um tapete cortado de egual tamanho, ecollocado sobre elle. No banco existe outra abertura queé também dissimulada por um tapete. A distancia em quese encontram os espectadores não lhes permitte vêr aunião dos tapetes cortados.Em baixo do palco está uma espécie de barquinha,

suspensa por algumas cerdas, que rodam em polés oceultosnos pés do banco. A mulher de branco salta para a barqui-nhae o machinista guinda-a até ao palco onde ella levanta oalçapão. Depois a parte do banco movediça levanta, poucoa pouco, o tapete.

Feito isto a barquinha volta ao ponto de pai tida,fecham-se os alçapões e o publico não sabe explicar como se deu aappariçâo. Note-se porém que, para que estas sortessejam interessantes, é necessário que sejam executadascom grande rapidez, para illudir o publico, sem lhe dartemoo de pensar no que se esta passando.

O CARRO DE UMA RODAJá se tinham construído tantas espécies de vehiculos.

que parecia impossível inventar uma nova. O carro deuma roda é, por conseqüência, original. Pôde prestar relê-vantes serviços.Esta invenção parecerá muito engrenhosa auando sou-

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O carro de uma rodaberem a que é destinada. Foi feita, quasi que exclusiva-mente, para os areaes africanos onde não existem ruas.

Ha caminhos por onde não podem passar dous homensjuntos. Vão um na frente do outro. Mas os mercadoresque têem pesadas mercadorias a transportar a muitos kilo-metros de distancia,são obrigado a lançar mão de um meiode transporte qualquer.

As compressão geralmente collocadas em pacotes de30 kilos que os negros levam á cabeça, mas este meio decondueção, além de lento, é custoso. Ahi está a vatuagemdo carro monocycle.

Esse vehiculo, como podem vêr pela figura, compõe-sede um par de varaes na frente e na parte de traz. Assen-ta sobre u.na única roda grande, cuja parte superior en-tra no corpo do carro. Uma reunião de taboas separa asmercadorias da roda e um par de molas permitte que estasse mantenham em equilíbrio.

Durante o trajecto é empurrado por homens que se ser-vem de largas correias, pelas quaes passam a cabeça. Asmãos se apoiam sobre os varaes, não para fazerem andar ocarro, mas para mantel-o em equilíbrio. Esses homens c-n-dam de quatro a cinco kilometros por hora, sem se fatiga-rem, pois todo o peso descansa sobre as rodas.

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O TICO-TICO 18

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19 O TICO-TICO

^W^F^^ÊÊk RESULTADO DO CONCURSO"' ™'r A '/¦/¦ /Im N ¦ :,G''

BHHiPirS^KBIHSÍ__!_c_bI

Houve poucas soluções...Caluda! Não lhes vamos revelarum insuccesso! O que lhes íamosdizer é a pura, a purisssima ver-dade, mas não é, como se poderia

crer, a confissão de que tivemos um concurso pouco ani-rr.ado.

Hepitamos:Houve poucas soluções... erradas; certas, houve

n.ukas, houve as aos milhares, ás dezenas de milhares.

ZSRDNTNKOGADAOIRHDBOPLTGNVA

Solução do concurso n. 569

Chegada a hora do sorteio, vimo-nos deveras embara-çaclos para conseguir fazel-o, tal a quantidade Je solucio--listas.

Terminámolo a custo e verificámos, então, o seguinteresultado :

1" prêmio— 105Jacy M. da Fonseca

morador em Nictheruy — E. do Rio — á rua Marechal Deo-doro, n. 87.

2- prêmio— 10$<EHy _?. de Abreu

com 12 annos de edade, residente á rua do Rezende, n. 15.— moderno — Capital.Dentre os muitos leitores que nos enviaram soluções,

podemos citar os nomes dos seguintes:Severina Caldas, Elvira Martins Ribeiro, Argemiro M.

de Carvalho, Jorge Azevedo Doria, Vicente O. d'Annibalte,Armando Diniz, João Feruardes braga, Deolinda Eliza doNascimento, Julieta Moraes. Antônio Garcia Dento, Fran-cisco Antônio Curzio, Waldemar, Ignacio Paim, PedroFernandes da Costa Mattos, Jandyra Caertner, Angelinatínntos Pereira, Aloysio .Meirelles, Teimo Pereira, Ary Ma-nucl Lobo, Armando de Vasconcellos Bittencourt, IracemaPereira Guimarães, Wagner Brandão Bueno, RaulinoDias, Corina de Carvalho, Eduardo Ramos, Fredy Luduig,Arnaldo da Silveira Faro. Waldemar Mera Barro.o, Gil-berto Barata, Aglais do Rego Barros, João V. Barbosa deCastro. Jair Vasconcellos, Innocencio Calvão, Isa Fort-touia, José Fernandes de A. Pernambuco, Jacyra de AraujoRibeiro, Antônio Tortorclla, Theodorico Condeixa de A/e-vedo, Gilberto Ribeiro de Carvalho, Romildo Queiroga,B i aldo Queiroga, Regina Corrêa de Menezes, Satyro Jr>SiJuzaltamos, Maria Eugenia Lyra, Luiz Zucchelli, FiorianoÁlvaro Xavier, Daac Alves, Eurico Pereira da Silva Pinto.Álvaro Bezerra, Cecy D.-uy Conny, Euclydes Xavier, MariaCelina Pina, José Bezerra Cavalcanti, João Guilherme Vi-eira, Dccio da Silva Pinto, Carlos Celso Uchõa Cavalcanti,Iracema Coimbra, Alzira I.ebrão, José M. M. Naegele, l.uizIgnacio de -Andrade Lima, Alice Vieira Ferreira, ArmandoPereira Luz. Eduardo Souza Filho, Adelinha Santos Du-mont, Climaco Aneslo da Costa, Nalcia Ferreira dos Santos,

Mana do Carmo Peixoto, Wanda das Chagas Leite, Octa-cilio Antônio Tabiriçá, Luiza Pinheiro, Carlinda Tinqui-tella, Antônio da Silva Masson, Stella Garcia da Silva, losé\ icente Junior, Ormandina F. da Cruz, Odilia Vieira Sala-zar, João Nepomucono das Neves Siqueira, Marietta Britoda Silva, Waldemar de Oliveira,Antony Oliveira Machado.Martha dos Santos Abreu, Boanerg-es Thaumaturgo, Ge-raldo Rodrigo de Assis e Silva, Flodoardo Lima da Sil-ycira, Camelia Cavalcante, Maria Dagmar Rocha, IracemaRosa, José A. L. Amador Junior, Clarice Ribeiro, MariaAntonietta Gárnier de Albuquerque, José P. Ramos, Os-calia Monteiro de Barros, Carlos L. Feio, Possidonio Bo-telho Pereça, Manuel Alonso, Noemi da Costa Coutinho,Altina Maria da Silva, Fclix Vieira Cordeiro de Barros.Maria Magdalena C. Ferraz, Zilda Alves. Antônio Vazí into, Cecilio Karam, Alberto Raymundo de Figueiredo emuitos outros que publicaremos no próximo numero

RESULTADO DO CONCURSO N. 532RESPOSTAS

!•—¦ Tainha-Rainha2-—DonatoDó-nato ou Renato-Ré-nato3-— Sello sella-•—Pegar na chaleira5-- Albano- abanoü-—Casco-casca

Do sorteio resultou o seguinte :L prêmio—10$.Maria de Lourdes L. Alvares

10 annos de edade, moradora na rua dos Artistas, 50— Ca-pitai.

2- prêmio—10S,Antônio Pereira

com 11 annos de edade, residente na travessa dos Arauiosn. 12—Capital.

Enviaram-nos soluções :Antônio Pereira, Joaquim A. Naegele, José M. M.Naegele, Dagmar Victorio da Costa, João Baptista. Mauri-

cio Fernandes Villela, Jandyra Rocha Pinto, Noel FalcãoFernando da Gama Lobo d Hça, Stella Garcia da Silva, Pe-dro Pinto ds Souza, Fransisco Fábio Sauven, Maria dcLourdes L. Alvares, João Baptista Rodrigues, Irene Astréade Assumpção, Edgaldo Barbosa Porto, Jupyra Perirag.Idalina Soares da Silva, Honorina Oberlaender Uhl,YolandaC. Ferraz Guilherme dos S. Pimentel,Roberto II. Machado.Maria Magdalena C. Ferraz, Oswaldo O. Gomes, LucindoBorges Neumão da Câmara, Araguacy Paes Leme, RcbensFlavio de Oliveira, Agenor Belmonte dos Santos, TullioMeirelles Costa, Waldemar Pinto de Lyra, Martha dos.•¦autos Abreu, Amando Coelho Matheus, Durval BarrosoBraga, Roberto IIa'e Machado, Hercyna Proserpina deAssumpção, Antônio Luiz Silveira Barbosa, Nahor Rodri-gues, Gontran Mury, Alice Brandúo da Silva, Orlando D.Muigel, Avany Ribeiro Vidal, Beatriz Almeida, AryencMignout.Cezar A. Cataldo, Maria Corrêa.Lydia dos Santos,Nelson Tinó.o, Fausto Barros de Souza Queiroz, AnnaGonzaga, Octavio Magarines, Pedro Gouvêa, David PintoMendes, Arlindo Fernandes de Carvalho, Georgina Quin-tanilla, Luiz dAlmeida Pimentel Pereira, Jorge Peixoto.Aloysio Meirelles,Eduardo Ba-ros, Dccio Barros de Moraes.Raphael Corrêa Lojrullo, Marina Souza Pereira, Jorge A.Cahet, Elvira Alô, Domingos Gama Filho, Antenor May-rinlc Veiga, Alfredina Fernandes da Costa Mattos, JoséBraga, Antônio Ramos, Maria Fará íi, Elisa Rosa de Frias,

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O TICO-TICO 20Yvonne de Lima e Silva, Frederico Godoy, José DuartePinto, Alberto Felicio dos Santos, Maria do Carmo DiasLeal, Donguinha Dias Leal. Homero Dias Leal, FilhoteDias Leal, Lina Pontes da Costa. José Simões, GualterSilva, Maria Lúcia de Andrade, Maximiano Paim, AntônioGonçalves, Juridy Gonçalves, Ante lür Casemiro Gomes,Hermengarda Mamedc, Helena Teixeira, Iracema Pinto,Nelson Delduque, Pheiis Sele, Júlio Clemente, Roberto l'i-ragibe da Fonseca, Maria da Gloria Araujo, Zéca Cerqueira,Eduardo de Souza, Elvira da Silva Barbosa, Zonai de Lima,Martha Duarte Vasconcellos, Ary Plaisant, Edmáa Martinsde Carvalho, Mario de Oliveira Brandão, Helena dos SantosJordão, Jose Marques de Oliveira, Dulce de Campos Fie-ming, Alice Bastos, Waldemar da Veiga, Antônio da SilvaManon, Arthur Ce/ar Bi isson, Jorge Kcijo, Antonio VazFinto.Chrisliano Teixeira Lobão, Mario S.Pcdroso.Olympiode Araujo Yalença, Waldemar da Silva Gomes, WalterLima Torres, Vara Nobrega Almeida, Gilberto Barata, Ce-lestino Barata da Silveira, Américo de Siqueira Couto, Ni-comedes M. dos Santos, Mario Agbina, Iracema Rosa, Mariadc Lourdes Brazil, Ricardo José Antunes Júnior, SylvioCoelho, Djalma Carvalho, Joço Dulbeth Lucas, Dulce B.Ancora Luz, Alfredo de Almeida Soai cs. Delpino Freire deRezende Júnior, Orlandina Alves Brito, Eurico Neves MouraMaia, Mariedas Dores Ferreira, OctavioGuimarães, YmenaSerzcdello, Guarany de Campos, Argemiro Lindozo.

CONCURSO N. 587PARA CS LEITORES DE 101 O BRAZIL.

E' facilimo este concurso, cuja solução consiste ape-nas em accrcscentar á figura a:ima mais um palito semcomtudo augmentar o numero de quadros existentes nem,tão pouco, deixar nenhum quadro incompleto, isto c, ar-rumar os 15 palitos e mais um — ao todo 10 — de maneiraque 5 quadros, perfeitamente eguaes, sejam formados.

Daremos aos decifradores, por sorteio, dous premiosde 10$ cada um.

As soluções serão recebidas até o dia "4 de Outubro.

CONCURSO N. 588PARA OS EE1TORE9 DOS KSTADOS PRÓXIMOS E D^STA CAPITAL

Perguntas :D— Oual é a porção que é, comtudo, inteira.

Pergunta que nos remetteu Maximiano Paim).2-— Qual é a frueta que é composta de um mineral e

um sobre nome ? •(De Maria Alexandrina Alves Ribeiro).

3'—Qual ê o mez que è homem s>e a primeira lettra lhetrocarmos 1

(Theotonio Monteiro de Barros)4—Qual é o paiz da Ásia qui é um brinquedo quando

a sua primeira lettra lhe trocam ?(Por Eleonora Hansen).

Ir— Sc tirarmos a ultima lettra dc um alimento, encon-tral-o-hcmos nos tribunaes.

Que e ?(Enviada por Noemi da Costa Coutinho).

Daremos dois premios dc 10*000 cada um, distribuídospor sorteio.

Receberemos soluções ate o dia 22 de Agosto.Cada solução deverá ser assignada por um só concur-

rente, pelo seu próprio punho c vir acompanhada do valen. 588, a residência '<o concurrente c sua edade.

Olliai para o futuro de vossos filhosDai-lhes Morrhuinn (principio activo do óleo da

flgado de bacalhau) de

GOELHO BARBOSA & G. --"^TÍSSÍSa38^AMim o» tomareis fortes e livres de

moléstia» na juventude muitas

çy$kM*mC Ti CA

quod, Alfredo Mark

Durante as duas ultimas se-manas recebemos os seguintestrabalhos.

Contos, vf.rsos edescripções :^\t íilrs^l^3T>ftWíP Conto indígena, Zulmira Coe-

^> | !m7"->x| í]\ 1 lno Matheus; Aventuras de JucaPrego, PotyguarRosalvo ; Quan-to é bom o asseio,Helena Teixeira;Luizinha, Francisco Garcia deLacerda Júnior ; Propheciasobre.lerusalcm, Laurindo Corrêa Ma-theus ; Um Doente, Olga G. Ma-ranhão Primavera; (jui, quae.

Azevedo; A raposa eogallo,]oséCarneiro Duarte ; Sonho, Sylvia Teixeira Leite ; Passeio aovieu torrão natal, Santinho Fontoura ; Ao Tico-Tico, Frán-cisco de Assis A. Lyra ; Lição proveitosa, Aloysio Meirel-les ; Boa acção, João Marques de Patrocínio ; Paizagem,Olga Mocauchar ; O Èstorninho, Jacy da Costa ; EsperandoPapá, Noel Roberto de Carvalho ; Hislo>ia de dous meni,¦nos desobcdienles, Mario Andrade Gama Moret e Acarnça-Eduardo Silveira.

Desenhos df. .- José Lafayette Ribeiro, Antonia deLourdes, Armando Diniz, Alfredo de Almeida Soares, José-da Cunha Pereira, José Fernandes do Valle, Teimo P.,José Duarte e Nestor de Barros Oliveira.

Perguntas, concursos e charadas de : Clara AldaCosta, Ádauto de Assis, Oswaldo Dias Gomes, FlorianoSalvaterra Dutra, Honestalda Moraes, Martha dos SantosAbreu, Antonio Souza e Sá, Gaspar P. Costa, João FinaSobrinho, üajrmar Gouvea, Pedro Pinto de Souza, Carme-lita Quagliretta, Francisco Salles, Luiz Martins Xavier,Homero Lattari, Adauto de Assis, Henriqueta Worms,Aristóteles Alves Paiva, Gontran Mury, Henrique Boiteux,Antonio Ramos, Jacyra da Rocha Azevedo, Yolanda.C.Ferraz, Gabriella .Camargo Polia, Amalia Teixeira, MariaCandelária. S. Diniz, Waldemar da Silva Gomes, AntonioTeixeira, Yolanda C. Feri az, Maria Luiza Gouvea, JorgeJ. Riston, José Ventura, Aloysio Meirelles, Ignez Veris-simo, Dermeval F. Schlithler, Maria de Lourdes Brazil,Lúcia Barbosa, Fernando Machado Villela, José Dantas,Raul Rocha, José F. Bastos da Silva, Maria MagdalenaTorres. Antonio Luiz Gonçalves, Aurora Sá, Antonio Souzae Sá, Orlando de Almeida Cardoso, João Marques do Pa-trocinio, Cario? Pedroso, David Mendes, Mario Feitosa,Francisco Assis A. Lyra, Dagmar Gouvea, José CarneiraDuarte, José Carlos de Lima, Paulo de Moura, AntonioS. Rosa Borges. Laurindo Corrêa Malheiros, César A. Ca-taldo, Cleveland de Souza Lima, Sylvia Costa Netto, ZúzúGaston, Antônio Gloria P. M., Maria Magdalcna Torres,Agenor Cabral, Francisco de Assis A. Lyra, José Pretex-tato da Silveira, Beariz Cerqueira, Vilda Cerqueira, Ole-írario Barata e Nair da Rocha Azevedo.

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Muitos pessoas que precisam de dentaduras, devido á exiíjui-dade dos seu» recursos, sáo, muitas vezes, forçadas a proou-arprotlasiunaes menos hábeis, que as illudem em todos os seivtidos, pois esses trabalhos exigem muita pratica e conheci-mentos especiaes.

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21 O Í"ICO-TICO-LNO O TOMBO DO RIO 11

Os Srs. chefes de família, encontram o mais bello, mais varia-do e mais barato «stock» de roupas para meninos de 3 a 12 an-nos, desde o preço de 3$ a 40$, assim como gorros, bonets e cha-peus de palha para os mesmos. ikWiZyi^yêiymy^yyy^^

1 -- ~RXJJL IJ__iTJOTJ_-__Y______I.Ã_ - 1

PONTO DOS BONDS

CREANÇAS-Pii-lUlsus. X-yi-iplisi. icas, ICsei-oplui-osas

_-t_ic.__}t._.;.«_- ou. -«ikmuícííiisO Juglandinode

Glffoní _ um e.\-c.llentc «recons-tiluinie geral»cios organismosenfraq uecidosdas creanças, po-deroso tônico, de-puralivo anti-es-crophuloso, quenunca falha no.tratamento dasmoléstias con-sumplivas acimaapontadas.

E' superior aooleo de fígado debacalhau e suasemulsões, porquecontém em muitomaior proporçãoOí0t.o vegetalisa-do, intimamentecombinado aotannino da no-gueira (juglansregia) e o phos-

phoro physiologico, medicamento eminentemente vitalisa-dor, sob uma forma agradável e inteiramente assimilável.

- E' um xarope saboroso que não perturba o estômago ens intestinos, como freqüentemente suecede ao oleo e ásemulsões ; d'ahi a preferencia dada ao Juglandino pelosmais distinetos clínicos, que o receitam diariamente aosseus próprios filhos. Para os adultos preparamos o Vinhoiodo-tannico glrcero-phospliatado.

Encontram-se ambos nas boas drogarias e pharmaciasd'esta cidade e dos Estados e no deposito geral:

Produz, nas mães e amas quecriam, leite abundante e debôa qualidade e contribuepoderosamente para que ascrianças se desenvolvamfortes e robustas-

Ejrija-se sempre a "Marcado Homem com o "Bacalhau ásCostas." ,'¦;'

c$Jt:yv^r$*Jiffi

Pharmacia e drogaria de Francisco Giffoni & C.RUA PRIMEIRO DE MARÇO, 17—Rio de Janeiro.

Ora veja, «seu» doutor ! Elle atorecusou tomar a sua

Phosphatine Fallières

GUARANÁ' S0BEMi m mm^~^* *^ "*- -**• do estômago,

iodo Rou-Touico do utero ^sy^:z^aoParaalimentaeãodas creanças fra:

cas, eonvaleseentes, debilitados eamas de leite.

INGESTA

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O TICO-TICO 2P.

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ROBINSON SÜISSO - CONTINUAÇÃO 31

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CAPITULO XIXAS VELAS—A MANTEIGA—EM.IEI.LEZAMHNTÒ DA «CASA OA TENDA»—ULTIMA VIAGEM AO NAVIO—O ARSENAL

Logo na manhã do dia seguinte, comecei a fabricação dasvelas. Minha mulher prepatava as méchas com fio de lona,emquanto eu me occupava em derreter a cera. Tinha colloca-do sobre o fogo uma panella cheia d'agua; colloquei dentrod ella as bagas, e depressa vi na superfície uma matéria oleosa,de côr verde; tirei-a com com cuidado; colloquei-a em uma va-silha, próximo do fogo, para a impedir de tomar consistência.Depois dc ter obtido quantidade sufflciente, comecei amergulhar, na cera liquida.as méchas de fio; depois suspendi-asnos galhos da arvore,para seccarem e recomecei esse trabalhoaté que as minhas velas ficaram de bôa grossura. Colloquei-asem logar arejado para as endurecer e, na mesma noite, pu-demos experimental-as.

Minha mulher ficou Contente e, apezar da luz não ser bôanós poderíamos prolongar as nossas noites e não precisava-mos dormir tambem com sol.Minha mulher desejava muito aproveitar o leite da vacca,mas não tínhamos um barril para bater a nata; por isso corteiuma cabaça ao meio, esvasiei-a e tornei a fechal-a hermética-mente. Enchi-a de leite; depois, tendo amarrado em quatroestacas espetadas espetadas expressamente um longo pedaçode panno, sobre elle colloquei a cabaça, e ordenei a meusfilhos que a agitassem em todos os sentidos. No fim da umahora, a cabaça, balançada como uma'creança no berço, for-

Jack e Franz conversavam com o papagaio

Descobrimos um novo bosque de coqueiros; era omesmo que se prolongava até o mar Os macacos nos for-neceram cocos. Vi tambem enlre outras plantas alguns, sal-gueiros.

Mas como já era tarde, voltámos ao Ninho do Falcão.Passámos pelo bosque das Cabeceiras, onde encontrámosa Bi.de; o burro foi de novo amarrado.

-Wha mulher ficou muito alegre com o sagú; depois'¦ritzcOT,ou as descobertas do dia, o gallo de capoeira, eo ninho n.bitado por uma colônia de pássaros.0 papafaio dc Fritz, com o qual Jack e Franz eonver-savam ja, to chamado por todos com o nome clássico deJacquot, e Éanhou muitas fructas.com as quaes se regalou.

Contei a descoberta da borracha, a esperança de fazerbolas e a cer com a quai pfometti fMef velas.

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Nosso burro partiu a galope

Dous tiros partiram ao mesmotempo

neceu-nos excellente manteiga. Porfim, fiz uma carroça de machina, comduas rodas de canhão e as bordas feitasde bambus cruzados. Apezar de muitogrosseira essa carroça nos foi muito útil.

Minha mulher e meus filhos plan-taram nossas arveres da Europa noslogares que julguei mais próprios

A vinha ficou junto dc nossa grandearvore, cuja folhagem me pareceu pro-pria para defendel-a dos raios do sol.Os castanheiros e as cerejeiras foramplantados em duas bellas alamedas,nadirecção da ponte do Ninho de Falcão.Para continuar a embellezar a nossacasa mudámo-nos.para a Casa da Ten-da. Plantámos todas as arvores que nãoreceiavam o ardor do sol, como os li-moeiros, as limeiras, as larangciras, aamendoeira, a amoreira, a larangeiraselvagem e a figueira da índia,em umapraia cheia de sol, que se tornou numbosque

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Page 24: TA- 'Eimemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1911_00305.pdf xadas pelo cavallo ferido. Foi seguindo sua pista, disposto a encontrar Izabel. 9) As marcas de sangue eram visíveis e também

33 Bitoliot-neoa. cTO TICO-TICOPercorremos

os camarotes eapodera m o-nos de todos osobjectos quecontinham de-pois fomos aoporão; encon-trámos muitosbarris de gra-xa.de alcatrão,pólvora, chum-bo, canhõesde grossso ca-libre e caldei-ras de grandecapacidade,

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Depois de ter plantado ao longo do rio cedros paraamarrar nosso barco e nos dar também sombra, veiu-nos a idéia de rodear a nossa casa de fortificações, decercas vivas e fortes.

A nossa artilharia devia naturalmente oecupar oseu logar nesses projectos bellicosos. Por isso cons-truimos uma plataforma, sobre a qual foram içados osdous canhões do navio.

Esses diversos trabalhos nos oecuparam seis sema-nas pouco mais ou menos.

Uma única cousa nos inquietava, era o estado mi-seravel de nossas roupas. As roupas de officiaes e demarinheiros que tínhamos encontrado no navio estavamjá usadas.e eu via com receio chegar o momento em queseriamos forçados a renunciar as roupas européas.Além d'isso, meu soberbo carro começava a se fatigarconsideravelmente; os eixos só trabalhavam com difficul-dade, e com um barulho capaz de ferir o ouvido menosdelicado. De vez em quando eu punha um pouco demanteiga nos eixos; mas esse soecorro era insufficiente,-e minha mulher não queria estragar assim a sua man-teiga. Lembrei-me de que no navio, havia ainda váriosobjectos úteis.

Tentei nova viagem, que foi a ultima.O casco do navio estava pouco mais ou menos

como o tínhamos deixado, seguro entre as pedras; omar e o vento só lhe tinham levado algumas taboas. Finalmente construímos uma carroça

Depois ouviu.se uma formidável explosão

que deviam servir para uma refinação de assucar. Embarcámos osmenos pesados d'esses objectos; os outros foram amarrados em tinasvasias bem calafetadas. Decidi-me assenhorear dos destroços do navio,fazer voar o casco e as ondas se encarregariam de trazer para terra,todas as taboas. Apezar de serem muito simples esses preparativos,duraram quatro dias.

Colloquei na quilha do navio um barril de pólvora, ao qual prendiuma mécha.que devia queimar durante muitas horas.Quando chegámos a terra, propuz a minha mulher de levar a ceia

para o promontorio, de onde podíamos vêr o navio. Sentàmo-nosalegremente á mesa, esperando o momento da explosão; a escuridãocomeçava apenas a cobrira terra, quando vimos levantar-se sobre aságuas uma immensa columna de fogo; depois ouviu-se uma explosãoe tudo voltou á calma. Eram os últimos destroços do navio que se se-paravam; com elles desappareciam os últimos laços que nos prendiam áEuropa. Esta idéia, cheia de tristeza, communicou-se expontaneàmen-te a cada um de nós; assim, em vez dos gritos de alegria com osquaes eu contava, a explosão do navio foi recebida com lagrymas, ásquaes eu também não pude resistir. Voltamos á Casa da Tenda ac?brunhados pelos mais tristes pensamentos.

O repouso da noite mudou o curso das penosas impresoès davéspera. Levantámo-nos com o dia, e appressámo-nos em ! á praia.Taboas e paus boiavam por todos os lados; e nos foi fácil ranil-os napraia. As caldeiras de cobre boiavam. Trouxemos para t.ra, ajuda-dos pelo burro, tudo quanto nos foi possivel; e as calde.as servirampara resguardar o nosso arsenal de pólvora, virando-.s por cimados barris. Organisámos o nosso arsenal, de modo rae nós nãoreceiavamos uma explosão.

O/l-cinas l-t-_oBra_>_-icr_s d'0 MALHO_Mfc\_ ___H__1