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QUADRO-RESUMO:
Teoria Geral das Obrigações
CONCEITO
- obrigação é um vínculo jurídico em virtude do qual uma pessoa fica adstrita a satisfazer uma prestação em proveito da outra (Orlando
Gomes).
- trata-se de uma relação jurídica de natureza pessoal, através da qual uma pessoa (devedor) fica obrigado a cumprir uma prestação
economicamente apreciável – dar, fazer ou não fazer alguma coisa -, em proveito de outrem (credor).
ELEMENTOS
Possui três elementos:
Subjetivo
(pessoal)
As partes da relação obrigacional – o sujeito ativo (credor) e o sujeito passivo (devedor).
- os sujeitos podem ser pessoa física ou jurídica, admitindo-se um sujeito determinável em algumas situações, a exemplo
da emissão de um cheque ao portador.
Objetivo
(material)
O objeto da obrigação – a prestação.
- a prestação consiste no objeto da relação obrigacional, consistindo em um dar, fazer ou não fazer alguma coisa e
apresentando um conteúdo patrimonial economicamente apreciável.
- prestação positiva (dar e fazer)
- prestação negativa (não fazer)
Espiritual
(imaterial)
O vínculo jurídico.
- sujeita o devedor a determinada prestação em favor do credor.
- trata-se do elemento que garante em qualquer espécie de obrigação, o seu cumprimento, porque, se este não se
realizar espontaneamente, realizar-se-á coercitivamente, com o emprego de força, que o Estado coloca á disposição
do credor, por intermédio do Poder Judiciário.
MODALIDADES
DAS OBRIGAÇÕES
Obrigações de
dar
- consistem na obrigação do devedor de promover a tradição da coisa móvel ou imóvel ao credor.
- o devedor pode estar obrigado a entregar ou restituir coisa certa ao credor, o que enseja a entrega ou restituição de
um bem determinado e perfeitamente individualizado.
- pode ainda, ter se obrigado a entregar ou restituir coisa incerta, descrita genericamente no começo da relação
jurídica, mas indicada, ao menos, pelo gênero e quantidade.
Obrigação de dar
coisa certa
- na obrigação de dar coisa certa, o devedor obriga-se a entregar ou restituir coisa determinada
e individualizada ao credor.
- o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais
valiosa – art. 313, CC.
- a obrigação de dar coisa certa abrange seus acessórios, embora não mencionados, salvo se o
contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso (princípio da gravitação jurídica).
- risco de perecimento ou deterioração da coisa – segue o princípio de que a coisa perece para
o seu dono (princípio da res perit domino).
- perda da coisa – situações – obrigação de dar coisa certa - (vide tabela):
Perda da coisa
Sem culpa do
devedor
Se a coisa se perder antes da tradição, ou pendente de
condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para
ambas as partes.
Com culpa do
devedor
Responderá pelo equivalente (coisa) + perdas e danos.
MODALIDADES
DAS OBRIGAÇÕES
(continuação)
Obrigações de
dar
(continuação)
Obrigação de dar
coisa certa
(continuação)
Deterioração da
coisa
Sem culpa do
devedor
Poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa,
abatido de seu preço o valor que perdeu.
Com culpa do
devedor
2 situações:
a) exigir o equivalente + direito de reclamar perdas e danos
b) aceitar a coisa no estado em que se acha + direito de
reclamar perdas e danos.
- a coisa pertence ao devedor até a tradição, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos
quais poderá exigir aumento no preço. Se o credor não anuir com o aumento pleiteado pelo
devedor, este poderá resolver a obrigação.
- frutos percebidos – são do devedor.
- frutos pendentes – são do credor.
- obrigação de restituir coisa certa – situações – perda – vide tabela:
Perda da coisa
Sem culpa do
devedor
Sofrerá o credor a perda e a obrigação se resolverá,
ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
Com culpa do
devedor
Responderá o devedor pelo equivalente + perdas e danos.
Deterioração da
coisa
Sem culpa do
devedor
O credor a receberá tal qual se encontra, sem direito à
indenização.
Com culpa do
devedor
Devedor responderá pelo equivalente + perdas e danos.
Obrigação de dar
coisa incerta
- art. 243, CC – a coisa incerta deve ser indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade –
nesse caso, em regra, a escolha pertence ao devedor, sendo que não poderá a coisa pior nem
a prestar a melhor. O direito de escolha, contudo, poderá pertencer ao credor se isso resultar do
título da obrigação.
- antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que
por força maior ou caso fortuito.
- concentração – denominação dada para o momento da escolha da coisa incerta, tanto pelo
devedor como pelo credor.
Obrigações de
fazer
- na obrigação de fazer, o devedor se vincula a determinado comportamento, consistente em praticar um ato ou
realizar uma tarefa, donde decorre uma vantagem para o credor. Pode estar constar de um trabalho físico ou
intelectual, como também da prática de um ato jurídico (Silvio Rodrigues).
- pode ser – vide tabela:
Fungível A prestação pode ser realizada pelo
devedor ou por um terceiro – art. 249, CC
Infungível
Apenas o devedor indicado no título da
obrigação pode satisfazê-la – obrigação
personalíssima.
MODALIDADES
DAS OBRIGAÇÕES
(continuação)
Obrigações de
fazer
(continuação)
- art. 461, CPC – as ações que tenham por objeto o cumprimento de uma obrigação de fazer ou não fazer seguirão o
disposto em tal artigo, hipótese em que o juiz poderá conceder a tutela específica da obrigação ou determinar
providências que assegurem o resultado prático equivalente ao adimplemento, se procedente o pedido.
- astreintes – art. 645, CPC – multa pecuniária diária fixada pelo juiz, ou estabelecida pelas partes, com o objetivo de
compelir o devedor ao cumprimento de uma obrigação de fazer ou não fazer.
- o devedor que se recusar ao cumprimento de obrigação infungível incorre na obrigação de indenizar por perdas e
danos.
- impossibilidade de cumprimento da obrigação de fazer – situações – vide tabela:
Sem culpa do devedor Resolve-se a obrigação.
Com culpa do devedor Responde o devedor por perdas e danos.
Observação – se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor
mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem
prejuízo da indenização cabível – art. 249, CC.
Obrigações de
não fazer
- o devedor assume o compromisso de se abster de um fato, que poderia praticas, se não fosse o vínculo que o prende
(Silvio Rodrigues).
- se o devedor praticar o ato a cuja abstenção havia se obrigado, o credor pode exigir que o desfaça, sob pena de se
desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado as perdas e danos a que deu causa.
- extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que
se obrigou a não praticar.
Obrigações
cumulativas,
alternativas e
facultativas
- vide tabela:
Obrigação
cumulativa
- o devedor só alcança a quitação cumprindo todas as prestações a que se comprometeu.
- chamada também de obrigação conjuntiva.
Obrigação
alternativa
- aqui, existem duas ou mais prestações, mas o devedor se exonera cumprindo apenas uma
delas.
- chamada também de obrigação disjuntiva.
- a escolha cabe ao devedor, salvo estipulação em contrário. Contudo, não pode o
devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
- quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser
exercida em cada período.
- se uma das prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornou inexeqüível,
subsistirá o débito quanto a outra.
- situações – vide tabela:
1ª
Se a escolha não competir ao credor e por culpa do devedor não se
puder cumprir nenhuma das prestações, esse ficará obrigado a
pagar o valor que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos
que o caso determinar.
MODALIDADES
DAS OBRIGAÇÕES
(continuação)
Obrigações
cumulativas,
alternativas e
facultativas
(continuação)
Obrigação
alternativa
(continuação)
2ª
Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se
impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a
prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos.
3ª
Se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem
inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer delas,
além de perdas e danos
4ª Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do
devedor, extinguir-se-á a obrigação.
Obrigação
facultativa
- a obrigação facultativa possui apenas um objeto, mas se concede ao devedor a
faculdade de substituir a prestação devida por outra de natureza diversa.
- trata-se de faculdade conferida apenas ao devedor com o objetivo de facilitar o
cumprimento de sua obrigação.
- a obrigação facultativa apresenta um único objeto, não podendo ser confundida com as
obrigações alternativas, que apresentam um objeto composto, formado por duas ou mais
prestações.
Obrigações
divisíveis e
indivisíveis
- a questão atinente a divisibilidade/indivisibilidade das obrigações só merece relevo havendo, na relação jurídica
obrigacional, uma pluralidade de credores ou de devedores, ou ainda, uma pluralidade de credores e de devedores.
- vide tabela:
Obrigação
divisível
- é divisível a obrigação quando for possível o cumprimento fracionado da prestação.
- art. 257, CC
Obrigação
indivisível
- é indivisível a obrigação quando a prestação tem por objeto uma coisa ou fato não
suscetível de fracionamento.
- art. 258, CC.
- aqui, havendo dois ou mais devedores, cada um será obrigado pela dívida toda.
- o devedor que pagou a dívida toda sub-rogará no direito do credor em relação aos
outros coobrigados.
- se a pluralidade for de credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira.
- o devedor desobriga-se nas seguintes hipóteses:
a) se pagar a todos conjuntamente;
b) se pagar a apenas um dos credores, mas este der caução de ratificação dos
outros credores.
- se um dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o
direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
- perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
MODALIDADES
DAS OBRIGAÇÕES
(continuação)
Obrigações
solidárias
- art. 264, CC.
- há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com
direito, ou obrigado, à dívida toda.
- a solidariedade não se presume: resulta da lei ou da vontade das partes.
- vide tabela:
Solidariedade
ativa
- vários credores e cada um deles têm o direito de exigir o cumprimento da
prestação por inteiro do devedor (e enquanto alguns dos credores solidários não
demandarem o devedor comum, a qualquer deles poderá este pagar).
- o pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante
do que foi pago.
- se a prestação se converter em perdas e danos, subsistirá, para todos os efeitos, a
solidariedade.
- o credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos
outros pela parte que lhes caiba.
Solidariedade
passiva
- vários devedores e cada um deles obriga-se ao cumprimento da prestação por
inteiro junto ao credor.
- o credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores solidários,
o pagamento parcial ou total da dívida em comum.
- havendo pagamento parcial, todos os demais devedores continuam obrigados
solidariamente pelo resto.
- o pagamento parcial feito por m dos devedores e a remissão por ele obtida não
aproveitam aos outros devedores, senão até a concorrência da quantia paga ou
relevada.
- se a prestação tornar-se impossível por culpa de um dos devedores solidários,
subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente, no entanto, só o responsável
responderá pelas perdas e danos.
- todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido
proposta somente contra um, mas o culpado responderá aos demais pela
obrigação acrescida.
- o devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-
devedores a sua quota.
- se houver algum insolvente, sua cota será igualmente dividida entre os demais.
Obrigação
propter rem
São obrigações próprias da coisa, ou seja, aquelas em que o devedor fica sujeito a determinada prestação que não
derivou de sua manifestação de vontade, expressa ou tácita, mas provém do fato de ser titular de um direito sobre a
coisa.
TRANSMISSÃO DAS
OBRIGAÇÕES
Cessão de
crédito
- é lícito ao credor ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o
devedor.
- a cessão de um crédito abrangem todos os seus acessórios.
- a cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada.
- fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso
de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título da cessão, o da obrigação
cedida.
- quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.
Assunção da
dívida
- é facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando
exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
- qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu
silêncio como recusa.
- se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias
prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação.
PAGAMENTO
Conceito - o pagamento consiste no cumprimento voluntário da obrigação.
- é o meio natural de extinção da obrigação.
Quem deve
pagar
1) devedor;
2) pagamento por terceiro interessado: qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor
se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor;
3) pagamento por terceiro não interessado: o terceiro não interessado pode pagar a dívida, se o fizer em nome e à
conta do devedor, salvo oposição deste. O terceiro não interessado que paga dívida em seu próprio nome, tem direito
a reembolsar-se do que pagar, mas não se sub-roga nos direitos do credor.
A quem se deve
pagar
- o pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele
ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
- o pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.
- não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício
dele efetivamente reverteu.
Lugar do
pagamento
- regra: domicílio do devedor
- trata-se das dívidas quesíveis, em que cabe ao credor dirigir-se ao domicílio do devedor para que se proceda à
extinção da obrigação.
- designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.
- pagamento feito no domicílio do credor – se as partes assim convencionarem ou se resultar de disposição legal ou da
natureza do pagamento (dívidas portáteis).
- tradição de imóvel – se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, será o
lugar onde situado o bem.
Pagamento
indireto
- tratam-se de formas especiais de extinção da obrigação em que, apesar de não haver o cumprimento voluntário da
prestação por parte do devedor, operar-se-á a sua extinção.
Consignação em
pagamento
- é o depósito judicial feito em pagamento de uma dívida.
- deve ocorrer na forma, local e no tempo do pagamento e nas seguintes hipóteses:
a) quando o credor se recusar a receber o pagamento (dívidas portáteis);
PAGAMENTO
(continuação)
Pagamento
indireto
(continuação)
Consignação em
pagamento
(continuação)
b) quando o credor não vier buscar o pagamento, uma vez que o devedor não é obrigado arcar
com a mora (dívida quesível);
c) quando o credor se encontrar em local incerto, inacessível ou de acesso muito perigoso;
d) quando o credor for incapaz de receber, for desconhecido ou declarado ausente;
e) quando houver dúvida a quem se deva pagar;
f) quando pender litígio sobre o objeto do pagamento.
Dação em
pagamento
- o devedor dá coisa diversa da pactuada originalmente ao credor, que aceita.
- para que seja formalizada, deve ser emitido o recibo que o débito está quitado e é totalmente
irrevogável.
- evicção – nessa hipótese, se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento,
restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os
direitos de terceiros.
Imputação do
pagamento
- a pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito
de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.
- não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o
pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a
imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo.
- havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos e depois no
capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.
Novação
- ocorre a novação pela extinção de uma obrigação em decorrência de uma nova.
- gera uma nova obrigação diferente da primeira.
- dá-se a novação:
a) quando o devedor contrai com o credor nova dívida, para extinguir e substituir a primeira;
b) quando o novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;
c) quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o
devedor quite com este.
- requisito – “animus novandi” – ânimo de inovar – não havendo ânimo de novar, expresso ou
tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma simplesmente a primeira.
- vide tabela – classificação:
Objetiva Extingue a obrigação atual e cria uma nova obrigação com um novo
objeto.
Subjetiva Extingue a obrigação atual e cria uma nova com um novo sujeito.
Mista Extingue a obrigação atual e cria uma nova com um novo objeto e
um novo sujeito.
Novação subjetiva
Ativa
- ocorre a substituição do credor, criando uma nova obrigação com
o rompimento do vínculo primitivo.
- requisitos:
a) o consentimento do devedor perante o novo credor;
b) o consentimento do antigo credor que aceita a promessa do
PAGAMENTO
(continuação)
Pagamento
indireto
(continuação)
Novação
(continuação)
Ativa
(continuação)
devedor.
- art. 306, III, CC.
Passiva
Passiva
(continuação)
- ocorre a substituição do devedor que sucede ao antigo, ficando
este último quite com o credor.
- se o novo devedor for insolvente, não terá o credor que o aceitou
ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve de má-fé a
substituição.
- art. 306, II, CC.
Por expromissão
- ocorre quando um terceiro assume a dívida do
devedor originário, substituindo-a sem o
consentimento deste, mas desde que o credor
concorde com a mudança no pólo passivo.
- art. 362, CC
Por delegação
- ocorre quando a substituição do devedor é
feita com o consentimento do devedor originário,
pois é ele quem indicará uma terceira pessoa
para assumir seu débito, havendo concordância
do credor.
- a novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação
em contrário.
- importa exoneração do fiador se feita sem seu consenso com o devedor principal.
Compensação
- quando duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, com as duas
obrigações extinguindo-se, até onde se compensarem.
- efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis.
- coisas fungíveis: ainda que sejam do mesmo gênero, não se compensarão se diferirem na
qualidade, quando especificado no contrato.
- o devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever.
- o fiador ode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado.
- não se admite compensação em prejuízo de direito de terceiro.
- o devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode
opor ao exeqüente a compensação, de que contra o próprio credor disporia.
Confusão
- ocorre confusão quando as qualidades de credor e devedor se confundem em uma mesma
pessoa.
- pode se verificar a respeito de toda dívida ou só de parte dela.
- a confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a
concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a
solidariedade.
Remissão das
dívidas
- consiste no perdão dado ao devedor pelo credor, extinguindo a obrigação, mas sem prejuízo
de terceiro.
- a devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova
PAGAMENTO
(continuação)
Pagamento
indireto
(continuação)
Remissão das
dívidas
(continuação)
desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor
capaz de adquirir.
- a restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não
a extinção da dívida.
- a remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente,
de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode
cobrar o débito sem dedução da parte remida.
INADIMPLEMENTO
DAS OBRIGAÇÕES
Disposições
gerais
- ocorre o inadimplemento quando o devedor não cumpre a obrigação no tempo, lugar ou forma determinados.
- quando o inadimplemento decorrer de fato imputável ao devedor verifica-se a hipótese de inexecução voluntária da
obrigação.
- pode ser absoluto ou relativo – vide tabela:
Inadimplemento
absoluto
- quando a obrigação não foi e nem poderá ser cumprida, pois o credor não terá
mais possibilidade de receber aquilo que o devedor se obrigou.
- art. 389, CC – não cumprida a obrigação, responderá o devedor por perdas e
danos, mais juros e atualização monetária, segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, acrescidos de honorários de advogado.
- art. 391, CC – todos os bens do devedor responderão pelo descumprimento da
obrigação.
- contratos onerosos – cada uma das partes responde por culpa, ou seja, o dever de
indenizar só surgirá quando o inadimplemento for causado por ato imputável ao
devedor, salvo as exceções previstas em lei (art. 392, CC).
- contratos benéficos – são aqueles em que apenas uma das partes se beneficia,
responderá por dolo aquele a quem o contrato não favoreça e por simples culpa
aquele se aproveite do contrato.
- caso fortuito ou força maior – salvo expressa previsão em contrário, o devedor não
responderá pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior (art. 393, CC).
Inadimplemento
relativo
- decorre da obrigação que, apesar de não cumprida no tempo, lugar e forma
devidos, ainda poderá ser objeto de adimplemento, surgindo assim, a mora.
- a mora difere do inadimplemento absoluto por ainda existir a possibilidade de o
devedor cumprir a obrigação e por se permitir a sua purgação.
Mora
- art. 394, CC.
- considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar
e forma que a lei ou a convenção estabelecer.
- mora é o atraso ou falta do adimplemento no tempo, lugar e forma previstos, por ato ou omissão imputável ao
devedor ou ao credor (Paulo Luiz Netto Lôbo).
- mora do devedor – mora solvendi ou debitoris
- mora do credor – mora accipiendi
INADIMPLEMENTO
DAS OBRIGAÇÕES
(continuação)
Mora
(continuação)
MORA DO DEVEDOR:
- dá-se a mora do devedor quando este não cumprir a prestação a que estava obrigado, no tempo, lugar e forma
convencionados, em virtude de ato que lhe seja imputável.
- para configuração da mora, é necessária a inexcução culposa do devedor, eis que, não havendo fato ou omissão
que possa a ele ser imputado, não incorrerá em mora (art. 396, CC).
- mesmo encontrando-se em mora, o devedor ainda continua obrigado ao cumprimento de sua prestação, o que a
diferencia do inadimplemento absoluto.
- se a prestação ainda for útil ao credor, este poderá exigir o seu cumprimento por parte do devedor, que responderá
pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualizações dos valores monetários segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, e honorários advocatícios (art. 395, CC).
- se, devido à mora, a prestação tornar-se inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e
danos.
- vide tabela:
Mora ex re
- decorre da lei.
- resulta do próprio fato do descumprimento da obrigação, independentemente de
provocação do credor.
- impera a regra: die interpellat pro homine – o termo interpela o devedor.
- verifica-se nas seguintes hipóteses:
a) nas obrigações positivas e líquidas não cumpridas no seu termo – art. 397, CC;
b) nas obrigações negativas, em que o devedor é havido por inadimplente desde o dia
em que executou o ato de que se devia abster – art. 390, CC.
c) nas obrigações provenientes de ato ilícito, quando se considera o devedor em mora
desde o momento em que o praticou – art. 398, CC.
Mora ex
persona
- é aquela que se configura toda vez que não houver estipulação em termo certo para o
cumprimento da obrigação.
- aqui, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial – art. 398,
parágrafo único, CC.
- a mora constitui-se ainda pela citação do credor na ação ajuizada pelo devedor para
discutir a relação jurídica.