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0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Tainan Schirmer Agostini OS BENEFÍCIOS DO PLANEJAMENTO DE CURTO PRAZO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL Santa Maria, RS 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Tainan Schirmer Agostini

OS BENEFÍCIOS DO PLANEJAMENTO DE CURTO PRAZO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Santa Maria, RS 2017

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Tainan Schirmer Agostini

OS BENEFÍCIOS DO PLANEJAMENTO DE CURTO PRAZO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Dr. André Lübeck

Santa Maria, RS

2017

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Tainan Schirmer Agostini

OS BENEFÍCIOS DO PLANEJAMENTO DE CURTO PRAZO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Aprovado em _____/_____/________.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________ André Lübeck, Dr. (UFSM)

(Presidente/Orientador)

________________________________________________ Lucas Bonissoni, Eng. (UFSM)

________________________________________________

Janis Elisa Ruppenthal, Drª (UFSM)

Santa Maria, RS

2017

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DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos mais pais, Rosenei e Ester, que tornaram esse momento isso possível.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Rosenei e Ester, por serem sempre tão atenciosos e

cuidadosos no que diz respeito ao meu bem-estar e saúde.

Ao meu irmão, Lurian, por nos manter sempre bem alimentados com suas

aventuras na cozinha e pelo apoio moral.

À minha noiva, Maiara, pelo apoio de sempre, companheirismo e dedicação a

nós em todos os momentos. Nos momentos mais difíceis sempre esteve ao meu lado

dando força para superar as dificuldades. Obrigado mesmo.

Aos meus amigos de sempre: Carlos, Felipe, Germano, Lucas e Pedro pelo alto

astral e auxílio em todos os anos da faculdade.

Ao Prof. André Lübeck, meu orientador, por toda paciência e ajuda no

desenvolvimento desse trabalho.

Aos professores do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de

Santa Maria, pelos ensinamentos transmitidos ao longo desses anos.

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RESUMO

OS BENEFÍCIOS DO PLANEJAMENTO DE CURTO PRAZO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

AUTOR: Tainan Agostini ORIENTADOR: André Lübeck

O aumento na concorrência e avanços na tecnologia fizeram a indústria da construção civil buscar métodos para tornar suas obras mais produtivas, principalmente, através de investimentos no planejamento e controle de produção. Um tema que vem sendo pouco investigado é o planejamento do processo de desenvolvimento do produto. Um dos momentos mais críticos em gerenciamento se dá quando o projeto passa da fase de planejamento para a fase de execução, pois é nessa etapa que ocorre simultaneidade entre a finalização do projeto executivo e a execução, ou a correção dos projetos em função de situações não previstas, mas que acontecem durante a obra. Medidas a curto prazo devem ser planejadas e tomadas em meio às incertezas e interdependências entre as atividades. No presente trabalho apresenta-se o cronograma de uma atividade rotineira em construção civil (assentamento de porcelanato), através de acompanhamento da execução e comparações do que foi executado com o se havia planejado, de forma a avaliar os benefícios de um planejamento de curto prazo feito com os dados já disponíveis na empresa. Pode-se concluir que o planejamento a curto prazo traz benefícios à obra e mesmo sendo feito o devido acompanhamento, ainda há situações que fogem do controle e que podem levar a alterações no planejamento inicial, pois o ambiente em construção civil é dependente de muitas variáveis que podem interferir no produto final.

Palavras-chave: Planejamento. Construção civil. Gerenciamento de projeto.

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ABSTRACT

THE BENEFITS OF SHORT-TERM PLANNING IN THE CONSTRUCTION INDUSTRY

AUTHOR: Tainan Agostini ADVISOR: André Lübeck

The increase in competition and advances in technology had the civil construction industry seek methods to make their constructions more productive, mainly through investments in planning and production control. A topic that has been little researched is the planning of the process of product development. One of the most critical moments in management happens when the project moves from the planning phase to the execution phase, because it is at this stage that there is a simultaneity between the executive project completion and the execution, or the correction of the projects due to unforeseen situations, but that happen during construction. Short-term measures must be planned and taken amidst the uncertainties and interdependencies between activities. In the present study, it is presented the schedule of a routine construction activity (porcelain tile laying), through execution monitoring and comparisons of what is executed with what had been planned, in order to evaluate the benefits of a short-term planning made with the data already available in the company. It can be concluded that short-term planning brings benefits to the construction and, even if the proper monitoring is done, there are still situations that are out of control and can lead to alterations in the initial planning, because the environment of civil construction is dependent on many variables that can interfere with the final product.

Keywords: Planning. Civil construction. Project management.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Representação gráfica do ciclo PDCA................................................................ 12

Figura 2 - Fachada Obra 1.................................................................................................. 27

Figura 3 - Planta baixa Obra 1 – térreo............................................................................... 28

Figura 4 - Planta baixa Obra 1 – pavimento tipo................................................................. 29

Figura 5 - Planta baixa Obra 1 – oitavo pavimento............................................................. 30

Figura 6 - Planta baixa Obra 1 – nono pavimento............................................................... 31

Figura 7 - Fachada Obra 2.................................................................................................. 32

Figura 8 - Planta baixa Obra 2 – térreo............................................................................... 33

Figura 9 - Planta baixa Obra 2 – pavimento tipo................................................................. 34

Figura 10 - Planta baixa Obra 2 – segundo pavimento........................................................ 35

Figura 11 - Planta baixa Obra 2 – oitavo pavimento............................................................ 36

Figura 12 - Planta baixa Obra 2 – nono pavimento.............................................................. 37

Figura 13 - Apartamento sendo preparado para início da atividade do assentador............... 40

Figura 14 - Disposição do estoque para execução da atividade........................................... 41 Figura 15 - Atividade concluída............................................................................................ 42 Figura 16 - Cômodo na obra 2 com ângulos diferentes de 90º.............................................

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Causas de descumprimento da programação.................................................... 23

Tabela 2 - Exemplo de tabela para acompanhamento semanal do rendimento dos

funcionários.........................................................................................................

26

Tabela 3 - Planejamento Obra 1 (Tempo x Serviço).............................................................. 38

Tabela 4 - Planejamento Obra 2 (Tempo x Serviço).............................................................. 38

Tabela 5 - Planejamento da quantia de porcelanato necessária para realização da

atividade, prevendo possíveis perdas como recomendado pelo fabricante.........

38

Tabela 6 - Área produzida e horas utilizadas Obra 1............................................................. 39

Tabela 7 - Área produzida e horas utilizadas Obra 2.............................................................. 39

Tabela 8 - Planejamento Obra 1 atualizado 1 mês após início da atividade (Tempo x

Serviço)..................................................................................................................

40

Tabela 9 - Planejamento Obra 2 atualizado 1 mês após início da atividade (Tempo x

Serviço)..................................................................................................................

40

Tabela 10 - Relação de compras de porcelanatos e insumos Obra 1........................................ 41

Tabela 11 – Relação de compras de porcelanatos e insumos Obra 2........................................ 42

Tabela 12 - Planejamento final Obra 1 com aproximadamente 92% da atividade concluída

(Tempo x Serviço).................................................................................................

43

Tabela 13 - Planejamento final Obra 2 com aproximadamente 82% da atividade concluída

(Tempo x Serviço)..................................................................................................

43

Tabela 14 - Relação de serviços e materiais existentes e necessários para o período final da

Obra 1....................................................................................................................

44

Tabela 15 - Relação de serviços e materiais existentes e necessários para o período final da

Obra 2....................................................................................................................

44

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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

PDP Processo de Desenvolvimento do Produto

PPC Percentual de Planos Concluídos

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................ 11 1.1. JUSTIFICATIVA........................................................................................... 14 1.2. OBJETIVOS................................................................................................. 14 1.2.1. OBJETIVO GERAL...................................................................................... 14 1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................... 14 2. REVISÃO DE LITERATURA....................................................................... 15 2.1. CONTEXTO................................................................................................. 15 2.2. FATORES QUE PODEM ALTERAR O ANDAMENTO DA OBRA................ 16 2.3. O PAPEL DO PLANEJAMENTO EM CONSTRUÇÃO CIVIL....................... 18 2.4. PLANEJAMENTO A CURTO PRAZO.......................................................... 21 2.5. ACOMPANHAMENTO E ATUALIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO................ 22 3. ESTUDO DE CASO..................................................................................... 25 3.1. CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA........................................................... 25 3.2. METODOLOGIA DO ESTUDO.................................................................... 25 3.3. PLANEJAMENTO DAS OBRAS.................................................................. 26 3.4. ACOMPANHAMENTO DAS OBRA............................................................. 39 4. CONCLUSÃO............................................................................................. 45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 46

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1. INTRODUÇÃO

O aumento na concorrência e avanços na tecnologia fizeram a indústria da

construção civil buscar métodos para tornar suas obras mais produtivas,

principalmente, através de investimentos no planejamento e controle de produção. Um

tema que vem sendo pouco investigado é o planejamento do processo de

desenvolvimento do produto (CODINHOTO, 2003). Para que um projeto tenha

sucesso é necessário o gerenciamento dos recursos disponíveis, como tempo, custo,

qualidade, entre outros (CARDOSO, 2010). Esse gerenciamento pode ser executado

pela própria empresa responsável pelo projeto ou através de empresas terceirizadas

especializadas em otimizar a execução de projetos.

Segundo Mattos (2010), com a ausência de uma sistemática gerencial os

empreendimentos perdem de vista seus principais indicadores: o prazo, o custo, o

lucro, o retorno sobre o investimento e o fluxo de caixa. Afirma, ainda, que a deficiência

no planejamento e no controle estão entre as principais causas da baixa produtividade

do setor, das suas elevadas perdas e da baixa qualidade dos seus produtos. Algumas

empresas que não se adaptam ou modernizam acabam por fechar as portas, já outras

optam por modernizar suas técnicas e seguem buscando alternativas que viabilizem

a prestação de serviço. Apesar de negativo para a economia nacional, o cenário de

retração acaba contribuindo no aprendizado e busca por aprimoramento. As empresas

que seguem trabalhando tiveram que se adaptar aos novos padrões do mercado e

estão focando no planejamento de suas obras, gerenciando os recursos e não

desperdiçando mão de obra.

Com uma deficiência crônica na maioria das empresas, a indústria de

construção civil está custando a sair do sistema artesanal e trata o planejamento de

atividades como tarefa dispensável, acreditando que os conhecimentos do mestre de

obras e do engenheiro de execução serão suficientes para cumprir com os prazos

prometidos aos clientes. Esta deficiência se apresenta em vários níveis, algumas

empresas possuem apenas planejamento a longo prazo; outras possuem a curto

prazo, mas não há controle de atividades e outras possuem apenas um cronograma

para apresentar aos clientes com tabelas e gráficos, mas que no fim não é respeitado,

uma vez que o serviço é terceirizado e poucos dentro da empresa têm conhecimento

dos reais prazos de cada atividade.

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Um planejamento em construção civil necessita seguir etapas lógicas para que

suas atividades sejam executadas e cada uma dessas etapas precisam de um tempo

hábil para serem realizadas. É o que chama-se de vida útil do projeto (MATTOS,

2010). Isso nos remete ao fato de que um projeto não começa com a execução da

obra em si, e sim desde a etapa da sua elaboração, quando devemos fazer estimativas

de quanto tempo a obra vai demorar para ficar pronta, do custo total da obra, da mão-

de-obra que será necessária, quantidade de suprimento. Ou seja, auxilia a pensar na

obra como um todo, em decisões à curto, médio e longo prazo.

Ao planejar uma obra, o gerente adquire um alto grau de conhecimento do

empreendimento, o que lhe permite ser mais eficiente na tomada de decisões e

condução das atividades (MATTOS, 2010). Assim a elaboração do planejamento faz

com que o gestor estude os projetos e determine as frentes de serviço mais críticas

em cada situação.

Na década de 1920, Walter Shewart desenvolveu o ciclo PDCA (Figura 1) que

corresponde à uma representação gráfica onde fica visível o conjunto de ações de

gerenciamento ordenados e interligados entre si, dispostos em um círculo em que

cada quadrante corresponde a uma fase do processo: P (plan= planejar); D (do=

fazer); C (check= checar, controlar) e A (act= agir) (MATTOS, 2010).

O grande benefício do gráfico é que nos mostra que não basta apenas planejar,

também é necessário o acompanhamento da execução das etapas do projeto, bem

como a comparação dos resultados reais com os resultados planejados.

Figura 1 – Representação gráfica do ciclo PDCA

Fonte: www.sobreadministracao.com/o-ciclo-pdca-deming-e-a-melhoria-continua (2011)

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Um dos momentos mais críticos em gerenciamento se dá quando o projeto

passa da fase de planejamento para a fase de execução, pois é nessa etapa que

ocorre simultaneidade entre a finalização do projeto executivo e a execução, ou a

correção dos projetos em função de situações não previstas, mas que acontecem

durante a obra. Medidas a curto prazo devem ser planejadas e tomadas em meio às

incertezas e interdependências entre as atividades. Nessa fase, o controle e o

planejamento serão responsáveis por dar fluxo contínuo de trabalho na produção.

Além de reduzir o tempo de execução das atividades e, consequentemente, reduzir o

custo final da obra.

O planejamento a curto prazo tem sua importância devido ao ambiente que

envolve a construção civil ser muito dinâmico e variável e para que o planejamento

seja seguro, não pode ser traçado muito antes dos eventos planejados (Ballard, 1999).

Esse tipo de planejamento tem como objetivo orientar diretamente a execução da

obra, estabelecendo atividades em segmentos menores, a partir do planejamento feito

a médio e a longo prazo (Formoso, 1999). O controle do planejamento pode ser

executado diariamente, semanalmente ou quinzenalmente buscando identificar

tarefas não concluídas e diagnosticar as causas das não conclusões dessas tarefas

(Formoso, 1999).

A utilização de um cronograma feito por alguém dentro da empresa é a melhor

ferramenta para controle de planejamento a curto prazo, pois é referência para

acompanhamento e determinação de novas metas, auxilia a otimização da alocação

de recursos, possui relação com o orçamento e cria um banco de dados que servirá

de base para futuros empreendimentos além de gerar memória para a empresa.

Neste trabalho apresenta-se o cronograma de uma atividade rotineira em

construção civil, através de acompanhamento da execução e comparações do que foi

executado com o se havia planejado, de forma a avaliar os benefícios de um

planejamento de curto prazo feito com os dados já disponíveis na empresa.

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1.1. JUSTIFICATIVA

Devido a realidade atual do mercado em construção civil não é mais aceitável

que se execute uma obra sem o devido planejamento das atividades a serem

executadas, dos custos, dos equipamentos e da mão-de-obra necessária. A falta ou

deficiência de planejamento e controle estão entre as principais causas da baixa

produtividade do setor, das suas elevadas perdas e da baixa qualidade dos seus

produtos. Quando o projeto passa da fase de planejamento para a de execução, o

gerenciamento se torna ainda mais importante, pois é aí que se faz necessária a

tomada de medidas a curto prazo para que aquilo que foi planejado anteriormente seja

seguido, não havendo perda na qualidade, atrasos ou até mesmo aumento de custos.

1.2. OBJETIVOS 1.2.1. OBJETIVO GERAL

Controlar e gerar subsídios para a previsão de execução de uma atividade

rotineira executada por uma empresa de construção civil da cidade de Santa Maria,

RS.

1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Acompanhar os serviços de assentamento de pisos e revestimentos de paredes

em duas obras na cidade de Santa Maria, descrevendo os serviços envolvidos

nessa atividade;

• Medir a quantidade de materiais e mão de obra empregada na realização dos

serviços;

• Comparar a quantidade prevista com a realmente utilizada nos recursos que

envolvem a atividade, tanto para os materiais quanto para a mão de obra;

• Desenvolver novas composições de serviço para as atividades avaliadas, criando

subsídios para previsão de futuras obras;

• Discutir e propor melhorias nas práticas executivas buscando diminuir o

desperdício.

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2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. CONTEXTO

No passado, a competição no mercado empresarial era relativamente baixa,

em todos os setores. Os mercados eram fechados e havia pouca disponibilidade de

mão de obra especializada. Na atualidade, a realidade é diferente, a concorrência

empresarial acentuou-se e o termo competitividade vem sendo utilizado

frequentemente em quase todos os setores industriais e de serviços (POTTER, 1999).

Nas últimas décadas o contexto do mercado em construção civil vem passando

por transformações, muito do que era produzido artesanalmente no passado hoje

passa por um processo mais complexo e que envolvem várias equipes em diferentes

funções (CANDINHOTO, 2003). Com essa transformação, vem a necessidade de um

aumento no número de profissionais e especialidades abrangidas no Processo de

Desenvolvimento do Produto (PDP) e passou-se a exigir um maior grau de

simultaneidade entre as diversas atividades envolvidas (CLARCK; WHEELWRIGHT,

1993).

Como forma de acolher e entender esse novo mercado, as empresas estão

sendo pressionadas a reorganizar e repensar suas formas de produção, revendo

principalmente suas estruturas gerenciais e conscientizando-se da importância de

mudar alguns conceitos. Tornou-se necessária a evolução do setor como um todo,

desde o canteiro de obras até os setores administrativos, gerenciais e diretores das

empresas (SARCINELLI, 2008).

No mercado atual, o perfil do cliente também se torna uma variável importante,

uma vez que o consumidor tem se tornado cada vez mais consciente e exigente com

a qualidade e custo do produto final. Para que haja um equilíbrio entre o custo e a

qualidade da obra, se faz necessário o gerenciamento dos custos, a fim de não haver

desperdícios ou imprevistos que possam aumentar o custo final do produto. Um

acompanhamento minucioso da obra em relação a gastos e as atividades realizadas

é importante para tomadas de decisões, principalmente, a curto prazo, pois pode-se

a partir dele redirecionar o fluxo de atividades para que a obra se torne o mais rentável

possível (MARTINS, 1996).

Hoje pode-se afirmar que grande parte do êxito econômico das empresas está

em detectar as necessidades dos consumidores e criar produtos que atendam a essas

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necessidades e que possam ser executados em um valor relativamente baixo

(CANDINHOTO, 2003).

De maneira geral, a introdução de novos métodos de gestão de custos tem

como objetivo principal evitar e até mesmo eliminar desperdícios e intercorrências que

possam influenciar negativamente o valor final do produto. Mesmo que essa

eliminação de desperdícios não seja uma novidade no setor, a novidade está no modo

como as empresas estão mudando a maneira de controlar esses gastos, aumentando

o rigor na análise, às vezes até terceirizando o serviço de controle e planejamento.

Atualmente, as empresas entendem como desperdício tudo aquilo que absorve

recursos da empresa, mas que não agrega valor ao produto final, ou seja, que não é

percebido pelo cliente (SARCINELLI, 2008).

Em 2011, Azevedo et al. afirmaram que para que as empresas tenham sucesso

no planejamento e execução de uma obra é importante que as atividades sejam

acompanhadas e as informações sejam atualizadas com frequência pelo gestor, a fim

de criar um sistema dinâmico, proativo e capaz de dar suporte para decisões a curto

prazo, não dando espaço a incertezas que possam comprometer o resultado final.

2.2. FATORES QUE PODEM ALTERAR O ANDAMENTO DA OBRA A indústria de construção civil difere das outras áreas devido a algumas

peculiaridades nas suas características de produção e execução do produto final.

Dentre algumas dessas características pode-se citar o envolvimento de mão de obra

diversificada, rotatividade da mão de obra, dinamismo na execução, necessidade de

criar canteiros de obras que normalmente ficam longe do setor administrativo,

necessidade de um acúmulo de capital financeiro para o início da obra, entre outras.

Essas características são muito variáveis e são determinantes para o bom andamento

da obra, para que tudo saia conforme o que foi pensado durante a etapa do

planejamento da obra.

O processo produtivo que envolve uma obra em construção civil é muito

complexo e traz um certo grau de incertezas e inseguranças quanto ao próximo passo

a ser tomado. De acordo com Mesenguer (1991) existem zonas de vulnerabilidade

para a qualidade de um produto, dentre eles: o promotor da obra, o projetista, os

fabricantes de materiais, o construtor, o empreiteiro, a empresa de gerenciamento, o

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proprietário, a segurança na construção, a forma de contratação, a formação dos

profissionais, entre outros.

Incertezas, variabilidade, interdependência de atividades e complexidade de

produção são características presentes no ambiente de construção civil. O principal

papel do gerenciamento e planejamento é eliminar ou reduzir os impactos negativos

dessas características no resultado final do empreendimento (KOSKELA, 2000).

Toda obra começa a ser desenvolvida pela definição do produto. Após essa

definição, faz-se a elaboração do projeto para que seja estabelecido os caminhos a

serem percorridos até que se chegue ao produto final. O projeto é uma das etapas

mais importantes e onde devem ser detalhadas as etapas da obra, a mão de obra

necessária, estabelecimento de metas, custo da obra, entre outros. Um projeto mal

feito compromete todo o desenvolvimento da obra (SARCINELLI, 2008).

Após a elaboração do projeto, é necessário o gerenciamento das atividades

planejadas para que se tenha certeza de que as metas estão sendo cumpridas e que

as atividades estejam sendo executadas corretamente. Todo projeto precisa ser

gerenciado para que se obtenha os resultados desejados; falhas no projeto podem

comprometer toda a produção da obra e até mesmo eliminar lucros. Um correto e

eficiente gerenciamento permite o diagnóstico de falhas e entraves à obra em tempo

para que não ocorra comprometimento dos resultados esperados (ARCHIBALD,

1976).

Um fator a ser levado em consideração que pode ocasionar atraso das

atividades e consequente ineficiência no planejamento é a falta de informações

concretas sobre as etapas executadas. Normalmente, o controle das atividades se dá

em trocas de informações verbais entre engenheiro e mestre de obras, e algumas

informações podem ser perdidas ou não passadas corretamente. (COELHO, 2003).

Geralmente, também, focam em problemas de curto prazo, sem estabelecer vínculo

com o planejamento a longo prazo, o que leva muitas vezes a uma utilização

ineficiente dos recursos (FORMOSO, 1991).

A construção civil emprega mão de obra muito variada ao longo de todas as

suas etapas. Essa mão de obra geralmente é pouco qualificada e oriunda de outros

setores, o que faz aumentar as taxas de rotatividade dos empregados, podendo

ocasionar problemas para o correto funcionamento da obra, pois pode haver falta de

funcionários para determinada etapa provocando atrasos nos prazos determinados no

planejamento (DALCUL, 1997).

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Outra característica da construção civil é a variabilidade que pode ocorrer

durante o processo de produção. Isso porque existem diferentes fluxos de insumos

necessários à realização de cada tarefa: fluxo de projeto, fluxo de componentes e

materiais, fluxo de trabalhadores, fluxo de equipamentos; sendo esses fluxos

vulneráveis a variabilidade, como atrasos por exemplo, que podem afetar a produção

como um todo. Além disso, ainda há a variabilidade imposta por condições externas

(principalmente, condições climáticas) que também podem afetar o bom andamento

das atividades planejadas (KOSKELA, 2000). Ao contrário de outros ramos industriais,

a produção em construção civil ocorre em canteiros de obras, totalmente vulneráveis

às condições climáticas.

A indústria de construção civil é considerada nômade, pois utiliza para a

produção do seu produto canteiros de obra que são montados de acordo com o

objetivo de um empreendimento em particular. Esse canteiro de obras deve ser

organizado e fornecer abrigo para os materiais utilizados, além de criar uma

infraestrutura para a construção do empreendimento (KOSKELA, 2000). Essa

característica deve ser levada em consideração pelo gestor a fim de programar o fluxo

de materiais e trabalhadores, uma vez que o canteiro de obras pode não acolher todos

os recursos necessários ao mesmo tempo.

2.3. O PAPEL DO PLANEJAMENTO EM CONSTRUÇÃO CIVIL Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a construção

civil é um setor da indústria indutor natural do panorama econômico brasileiro

(SARCINELLI, 2008). Uma característica do setor é o elevado percentual de

desperdício, que para ser contornado, as empresas tiveram que repensar sua maneira

de planejar obras e gerenciar os recursos disponíveis, uma vez que quanto maior o

desperdício, seja de tempo, de material ou até mesmo de mão de obra, menor o lucro

do setor.

O planejamento em Construção Civil deve levar em consideração algumas

características peculiares que o diferenciam de outros ramos da indústria, dentre as

quais: característica nômade, tradicionalismo e dificuldade de inserção de novos

métodos (MESEGUER, 1991); alto custo financeiro, mão de obra variável, elevados

números de insumos, materiais e componentes (KOSKELA, 2000).

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Com o aumento da complexidade e do número de pessoas envolvidas no

Processo de Desenvolvimento do Produto (PDP) tornou-se mais difícil a tomada de

decisões e, hoje, já não há mais espaço para incertezas ou tomada de decisões sem

as informações necessárias para que o passo seguinte seja o mais seguro possível e

não comprometa a qualidade do produto final nem o custo total da obra

(CANDINHOTO, 2003).

O planejamento é a fase que antecede o PDP. É nessa fase que são geradas

as informações necessárias para o desenvolvimento do produto e definem o foco de

atuação da empresa em relação ao espaço de mercado em que atua (BARROS

NETO, 1999). Para Howell e Ballard (1996) o planejamento deve produzir diretrizes

para nortear o processo de produção. Em 1997, Ballard e Howell afirmaram que o

planejamento consiste na identificação e seleção das atividades e na sua organização,

para que possam ser executadas de maneira mais eficiente possível. É a partir da

fase de planejamento que são levantadas e selecionadas as melhores oportunidades

de desenvolvimento do produto definidas as diretrizes para o seu desenvolvimento.

Para Oliveira (2008) o planejamento cria uma visão de futuro para onde a empresa

quer chegar e programa atividades a fim de atingir suas metas. Teles (2006) define

metas como fatores que definem a maneira como pretende-se chegar até

determinadas fases do projeto, e isso ocorre dentro do próprio projeto e execução.

A formalização de planos de projeto é um desafio no ramo da construção civil.

Apesar de as obras serem consideradas repetitivas, cada empreendimento é único,

em termos de projetos, condições locais, estrutura organizacional e cadeia de

suprimentos (COSTA et al., 2006). A diversidade e seletividade de materiais e

equipamentos afetam a organização e o planejamento em construção civil. É

essencial um alto grau de maleabilidade para ajustar e reajustar as empresas e a mão

de obra especializada em cada tipo de operação para lidar com as variações que

ocorrem de uma obra para outra.

Os projetos raramente descrevem de forma exata e abrangente o que deveria

ser feito (KOSKELA, 2000). A falta de precisão dos dados e a deficiente especificação

dos materiais e procedimentos normalmente encontradas no memorial descritivo faz

com que muitas vezes decisões em relação ao projeto sejam tomadas na etapa de

produção (FARAH, 1992). Porém, após a fase de planejamento, mudanças ou até

mesmo retrabalhos geralmente aumentam os custos da produção, além de

aumentarem a sua complexidade (BERTELSEN, 2002).

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O sistema de gerenciamento de projetos através da administração de custos e

das atividades executadas em construção civil é um fator utilizado para o controle de

gastos das empresas e contribui para que se possa projetar produtos e serviços de

acordo com as necessidades e expectativas dos clientes dentro de uma margem de

lucro segura para a empresa, sem perder a qualidade do produto final (KAPLAN e

COOPER, 1998).

De acordo com Horngren et al (1990) o sistema de gerenciamento de custos

tem como utilidades fundamentais presumir custos para produtos e serviços e fornecer

aos gestores informações que possam servir de base para tomadas de decisões tanto

para o presente quanto para o futuro.

Para Mattos (2010) a detecção de situações desfavoráveis com antecedência

permite ao gestor reagir com tempo hábil de revertê-las e evitar que decisões sejam

tomadas pelo funcionário às pressas e quando o cenário já é crítico.

O planejamento em construção civil pode ser dividido de diversas maneiras,

porém o que vêm sendo frequentemente utilizado pelas empresas é o proposto por

autores como Ballard (2000), Ballard e Howell (1997), Formoso et al. (1999), Oliveira

(1999), entre outros, que dividem o planejamento em três níveis hierárquicos: longo,

médio e curto prazo.

O planejamento a longo prazo consiste basicamente no primeiro planejamento

em nível tático e tem como principais objetivos o estabelecimento de metas, os ritmos

das principais etapas a serem executadas, o plano de ataque da obra (FORMOSO,

1999). Nessa etapa de planejamento, são definidos os ritmos em que deverão ser

executadas as principais etapas de produção, além de ser feito um estudo para

estabelecer a sequência das atividades, a fim de eliminar ou minimizar possíveis

interferências entre as equipes de trabalho (BERNARDES, 2000). O plano de longo

prazo pode ser alterado conforme o andamento da obra, de acordo com as

necessidades e intercorrências que possam ocorrer durante o processo de execução.

O planejamento a médio prazo é o nível que liga o planejamento de longo prazo

ao de curto prazo. Permite ao gerente identificar e selecionar quais atividades deverão

ser executadas nas semanas seguintes, a partir do planejamento a longo prazo. É,

também, onde se faz a relação entre o fluxo da obra e a mão de obra disponível,

programação de atividades reservas, desenvolvimento de plano detalhado sobre

como a obra será executada, análise de restrições que é tudo aquilo que possa

atrapalhar a correta execução das atividades programadas (BALLARD, 2002).

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O planejamento a curto prazo tem o objetivo de direcionar diretamente a

execução da obra (FORMOSO, 1999). Pode ser realizado em períodos diários,

semanais ou quinzenais e tem como função principal identificar fatores de restrição às

atividades planejadas a longo e médio prazo em tempo hábil para tomada de decisões

sem atrapalhar o fluxo da obra.

2.4. O PLANEJAMENTO A CURTO PRAZO O planejamento e gerenciamento a curto prazo em construção civil tem sua

importância devido ao fato de que em algum momento da execução de uma obra

haverá simultaneidade entre projeto e produção. Nesse sentido, o planejamento e

gerenciamento assumem papel de grande importância para que o fluxo contínuo de

trabalho na produção seja garantido (CANDINHOTO, 2003).

O planejamento pode ser dividido em tarefas à serem executadas em longo,

médio e curto prazo. O planejamento a curto prazo objetiva, principalmente, indicar

pacotes de serviços às equipes de produção. Esses pacotes de serviços são

determinados pelo responsável do planejamento juntamente com os responsáveis

pelas equipes (mestre de obra, encarregado, empreiteiros) de acordo com as cargas

de trabalho, prazos de execução, sequência das atividades e mão de obra disponível

(COELHO, 2003).

Durante o planejamento e controle de curto prazo é onde acontece uma das

etapas mais importantes do controle de planejamento através de conferência das

atividades que já foram realizadas com aquilo que havia sido planejado inicialmente.

Deve-se verificar se as equipes de execução cumpriram os pacotes de serviços a eles

designados, nos prazos planejados. Caso algo tenha saído do planejado, ajusta-se

novamente os prazos para que não haja interferência no produto final, e devem ser

tomadas medidas a fim de se investigar o porquê do não cumprimento dos pacotes

de trabalho para que as falhas não se propaguem (COELHO, 2003).

O planejamento a curto prazo visa a execução propriamente dita, envolve as

atividades a serem executadas em uma margem de cinco a quatro semanas. Para

que o planejamento seja preciso é necessário o anterior conhecimento do ritmo da

obra e da disponibilidade da mão de obra e materiais. Nessa etapa de planejamento,

adota-se a ideia de produção protegida contra os efeitos de incertezas (“shielding

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production”). A proteção da produção tem o propósito de aumentar a credibilidade de

previsão do planejamento e a eliminação de incertezas relacionadas à execução das

tarefas, produzindo metas possíveis de serem atingidas, liberando tarefas em pacotes

para serem realizadas, de acordo com a disponibilidade de mão de obra, espaço no

canteiro de obras e tarefas anteriormente completadas (COELHO, 2003).

Também no planejamento de curto prazo, pode-se fazer a medição do

Percentual de Planos Concluídos (PPC), calculado através da razão entre os pacotes

de trabalho completados e a quantidade total de pacotes planejados para o intervalo

de tempo considerado, visando identificar as razões por alguma tarefa não ter sido

executada conforme o planejamento inicial e para que o planejamento das próximas

atividades seja aprimorado (GONZÁLEZ, 1998).

Da mesma forma, o planejamento de curto prazo baseia-se no conhecimento

prévio da forma e ritmo de execução de cada atividade. Para isso, usam-se as

chamadas composições de serviço, que nada mais são do que registros de consumo

de material, mão de obra e equipamentos para a execução daquela atividade em

função da grandeza executada, chamada de unidade de medida. As composições de

serviço são características de cada empresa pois dependem das condições de

execução do serviço, práticas adotadas, materiais e ferramentas disponíveis e

treinamento da mão de obra.

2. 5. ACOMPANHAMENTO E ATUALIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO Após todo o planejamento efetuado e com a execução da obra em si, começa

a fase de acompanhamento das atividades planejadas. Sendo a indústria de

construção civil passível de um certo grau de imprevisibilidade em suas atividades, o

acompanhamento se faz essencial para o bom andamento das tarefas, para o

cumprimento de prazos e para contornar possíveis impedimentos para que as

atividades sejam executadas (MATTOS, 2010).

A avaliação do processo de desenvolvimento do produto deve ser realizada ao

final de cada etapa de produção (COELHO, 2003). Normalmente, é o PPC que dá

uma visão geral sobre as atividades executadas em relação às atividades planejadas.

Gráficos podem ser gerados através dos dados obtidos pelo PPC para que sejam

discutidos fatores que possam ter alterado o curso das atividades planejadas. A partir

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dos dados coletados, se faz a identificação das possíveis causas de descumprimento

das metas estabelecidas (MATTOS, 2010). Se os dados coletados forem muito

diferentes daquilo que havia sido planejado, ações corretivas devem ser tomadas:

mudanças de estratégia, aperfeiçoamento do método, detecção de focos de erro.

Existem muitas causas que podem levar a alteração do planejado inicialmente

(Tabela 1), e é de grande importância que essas causas sejam identificadas o mais

cedo possível para que se possam tomar decisões a fim de reverter ou até mesmo

eliminar o problema. Cabe ao gerente a coleta de dados atualizados sobre o

andamento da obra e garantir a avaliação desses dados a fim de impedir que os

eventuais problemas encontrados não se propaguem ao longo de todo o

empreendimento.

Tabela 1 - Causas de descumprimento da programação. (continua)

Projeto Alteração de projeto

Erro de projeto (ou falta de detalhes)

Mão de Obra Falta de pessoal (absenteísmo) próprio

Falta de pessoal do empreiteiro

Baixa produtividade

Superestimação da produtividade

Retrabalho

Material Falta de material – fora de especificação

Falta de material – entrega fora do prazo

Falta de material – perda superior à prevista

Equipamento Falta de equipamento

Falta de operador

Equipamento quebrado ou parado

Ambiente de trabalho Condições meteorológicas adversas

Falta de frente de serviço

Interferência com outros serviços/equipes

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Tabela 1 - Causas de descumprimento da programação. (conclusão)

Programação Atraso na tarefa antecedente

Erro de programação

Programação incompatível

Fonte: Planejamento e controle de obras (Mattos, 2010). O acompanhamento das atividades realizadas na obra e atualização dos dados

do planejamento permitem ajustar o cronograma geral para as condições reais do

andamento da obra. Assim, algumas atividades podem ser adiadas e outras adiantas

dependendo do tempo e da mão de obra disponível no momento (MATTOS, 2010).

A avaliação do processo de produção pode ser dividida por duas etapas: uma

etapa para a identificação dos problemas durante o período de tempo e outra para o

desenvolvimento de alternativas para a resolução dos problemas encontrados

(COELHO, 2003). Isso dá subsídios para a empresa tomar decisões quando o mesmo

problema ocorrer no futuro, em outro ou até no mesmo empreendimento.

Toda informação relevante para a redução de possíveis desvios no que foi

planejado inicialmente deve ser anotada e atualizada no planejamento inicial. Além da

avaliação das atividades executadas e das que haviam sido planejadas para o período

de tempo, se faz necessária a avaliação se os atrasos ou problemas encontrados

foram pontuais ou se representam uma tendência (MATTOS, 2010).

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3. ESTUDO DE CASO

Desenvolveu-se estudo de caso com uma empresa de construção civil da

cidade de Santa Maria - RS, através de acompanhamento do planejamento e

execução de uma atividade rotineira (assentamento de porcelanato nos pisos e

atividades relacionadas) realizada pela empresa e posterior comparação do que havia

sido planejado inicialmente e o que foi realmente executado para o período de tempo

designado.

3.1. CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA

A empresa em que foi realizado o estudo é uma incorporadora, considerada

uma empresa de porte médio, que emprega em torno de 50 funcionários entre diretor-

executivo, gerente de operações, engenheiro civil, mestre de obras, pedreiros,

serventes, marceneiros e pintores e executa suas obras basicamente na cidade de

Santa Maria – RS. Possui em torno de 8 anos de atuação de mercado na indústria de

construção civil e executa principalmente obras de prédios residenciais em concreto

armado com 8 ou mais pavimentos. Além da equipe de trabalhadores que é contratada

pela própria empresa, há terceirização de alguns serviços com empresas

especializadas como encanadores e eletricistas.

O planejamento das obras é realizado por uma empresa terceirizada contratada

pela incorporadora, sendo que este é sempre flexível, podendo ser alterado conforme

o andamento da obra que é acompanhada, principalmente, pelo engenheiro civil e

pelo gerente de operações.

3.2. METODOLOGIA DO ESTUDO

O estudo de caso desenvolveu-se através do acompanhamento do

planejamento e execução de uma atividade específica de duas obras de construção

de edifícios residenciais de nove pavimentos na cidade de Santa Maria – RS, iniciadas

em janeiro de 2014. A etapa específica refere-se ao assentamento de porcelanato no

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piso dos apartamentos e nas áreas comuns dos prédios como hall de entrada,

corredores e escadas, realizada por assentador e servente contratados pela empresa

de incorporação. Essa atividade envolveu uma fase de planejamento prévio realizado

no período de janeiro de 2014, quando já se iniciavam as atividades de fundações,

para que se pudesse determinar a quantia de material a ser utilizada e comprada, a

quantia de mão de obra que seria necessária, o tempo de duração dessas atividades,

o tempo de duração da obra toda. A fase de execução propriamente dita da atividade,

iniciada em janeiro de 2017, foi acompanhada fisicamente no canteiro de obras

semanalmente e os dados obtidos durante a fase de acompanhamento foram

registrados e disponibilizados como a exemplificada na tabela 2. Após, foram

realizadas comparações entre os registros feitos durante o acompanhamento da

execução das atividades com o que havia sido planejado inicialmente, para se chegar

ao resultado se houve ou não cumprimento do planejado, em função das medidas

realizadas a partir dessa comparação verificou-se os benefícios que o planejamento

trouxe para o andamento da obra.

Tabela 2 – Exemplo de tabela para acompanhamento semanal do rendimento dos funcionários.

Nome do Funcionário

Horas trabalhadas (h)

Área de piso assentada (m²)

Rendimento (m²/h)

Funcionário 1 37 70 1,89

Funcionário 2 40 76 1,90

Fonte: O Autor

3.3. PLANEJAMENTO DAS OBRAS

O planejamento de ambas as obras (Obra 1 e Obra 2) foi realizado por uma

empresa terceirizada, com base em projetos arquitetônicos pré-existentes que foram

elaborados também por empresas terceirizadas, mas especializadas na área de

projetos.

A Obra 1 é de um edifício residencial com 35 apartamentos, 1 loja comercial e

58 vagas de garagem dispostos em 11 pavimentos, sendo 2 andares subsolos, 6

pavimentos tipo e 2 andares de coberturas duplex (Figuras 2-6). A Obra 2 é de um

edifício residencial com 23 apartamentos e 20 vagas de garagem dispostos em 9

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pavimentos, sendo 2 andares com garagem, 5 pavimentos tipo e 2 de cobertura

duplex.

Figura 2 – Fachada Obra 1.

Fonte: O Autor

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Figura 3 – Planta baixa Obra 1 – térreo.

Fonte: O Autor

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Figura 4 – Planta baixa Obra 1 – pavimento tipo.

Fonte: O Autor

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Figura 5 – Planta baixa Obra 1 – oitavo pavimento.

Fonte: O Autor

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Figura 6 – Planta baixa Obra 1 – nono pavimento.

Fonte: O Autor

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A Obra 2 apresenta algumas diferenças em relação a Obra 1, no que diz respeito ao

projeto (Figuras 7-12). A Obra 2 apresenta os compartimentos dos apartamentos em

formato irregular, o que dificulta a execução da atividade, muitos deles apresentam

ângulos diferentes de 90º e piso mais irregular em relação a Obra 1 o que pode

acarretar em maior complexidade para a execução e até mesmo maior desperdício de

materiais.

Figura 7 – Fachada Obra 2.

Fonte: O Autor

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Figura 8 – Planta baixa Obra 2 – térreo.

Fonte: O Autor

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Figura 9 – Planta baixa Obra 2 – pavimento tipo.

Fonte: O Autor

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Figura 10 – Planta baixa Obra 2 – segundo pavimento.

Fonte: O Autor

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Figura 11 – Planta baixa Obra 2 – oitavo pavimento.

Fonte: O Autor

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Figura 12 – Planta baixa Obra 2 – nono pavimento.

Fonte: O Autor

O planejamento das duas obras previa que a fase de assentamento de

porcelanato iniciaria em julho de 2016, com prazo para finalização em 4 meses para

a Obra 1 e em 5 meses para a Obra 2 (Tabela 3 e 4). A mão de obra necessária para

a execução da atividade dentro desse prazo estabelecido, foi determinada pela

empresa responsável pelo planejamento, ficando em 2 assentadores e 1 servente

para a obra 1 e de 1 assentador e 1 servente para a obra 2. O cálculo para o

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rendimento da mão de obra utilizada foi elaborado pela própria empresa e levou em

consideração experiência com obras realizadas anteriormente.

Tabela 3 – Planejamento Obra 1 (Tempo x Serviço).

Mês Jan Fev Mar Abr Restante

Serviço feito (m²) 600,00 550,00 570,00 340,27 0,00

Fonte: O Autor

Tabela 4 – Planejamento Obra 2 (Tempo x Serviço).

Mês Jan Fev Mar Abr Mai Restante

Serviço feito (m²) 300,00 275,00 285,00 285,00 113,87 0,00

Fonte: O Autor

O planejamento da quantidade total de porcelanato e insumos necessários para

a atividade (argamassa colante e rejunte) foram determinados a partir do projeto

arquitetônico e de informações fornecidas pelos fabricantes. A partir disso, ficou

estabelecido que seriam necessários 2.266 m² de porcelanato 60x60 para a Obra 1 –

2.060,27 m² estabelecidos pelo projeto arquitetônico mais 10% de perda de material

estimado pelo fabricante – e 1.386,00 m² para a Obra 2 – 1.258,87 m² estabelecidos

pelo projeto arquitetônico mais 10% de perda de material estimado pelo fabricante -

(Tabela 5); 10.197,00 kg de argamassa colante (AC-III) para a Obra 1 e 3.237,00 kg

para a Obra 2; e 589,16 kg de rejunte para a Obra 1 e 360,36 kg para a Obra 2. A cor

do porcelanato foi escolhida pelos proprietários dos apartamentos no ato da compra

e para os apartamentos não vendidos foi determinado que seriam revestidos com

porcelanato branco por padrão.

Tabela 5 – Planejamento da quantia de porcelanato necessária para realização da atividade, prevendo possíveis perdas como recomendado pelo fabricante.

OBRA 1 Bege Cinza Branco Rugoso Total projeto

Total com perdas

Área (m²) 184,19 811,58 880,19 184,31 2.060,27 2.266,30

OBRA 2

Área (m²) 174,65 274,58 706,89 102,76 1.258,87 1.384,76

Fonte: O Autor

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3.4. ACOMPANHAMENTO DAS OBRAS

O acompanhamento das obras era realizado diariamente, porém a produção e

rendimento do assentamento dos porcelanatos, além de duas atividades

correlacionadas (produção de argamassa, transporte e aplicação) era avaliada

semanalmente e registrada em tabelas de controle (Tabela 6 e 7).

Tabela 6 - Área produzida e horas utilizadas Obra 1.

Funcionário Área Horas

Assentador 1 72,4 40

Assentador 2 67,4 38

Servente 1 - 20

Total semana 139,8 98

Fonte: O Autor Tabela 7 - Área produzida e horas utilizadas Obra 2.

Funcionário Área Horas

Assentador 1 51,8 40

Servente 1 - 20

Total semana 51,8 60

Fonte: Autor

A etapa de assentamento dos porcelanatos começou com atraso nas duas

obras, ambas em janeiro de 2017. Com isso, foi necessária atualização do

planejamento que havia sido realizado inicialmente (Tabelas 8 e 9). A Obra 1 começou

a atividade com 2 assentadores e 1 servente e em fevereiro contava apenas com 1

assentador; e 1 servente. A Obra 2 começou com 1 assentador e 1 servente, ficou

dois meses sem nenhum funcionário disponível para execução da atividade,

retornando em abril com 1 assentador e 1 servente e contratação de mais 2

assentadores em julho. A função do servente presente em cada equipe era distribuir

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as caixas dos porcelanatos pelos apartamentos conforme as atividades avançavam

(Figura 13), fazia a mistura da argamassa com água e realizava a limpeza do local,

deixando tudo pronto para o assentador começar o trabalho assim que chegasse no

local.

Tabela 8 – Planejamento Obra 1 atualizado 1 mês após início da atividade (Tempo x Serviço).

Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Restante Serviço

feito (m²)

584,00 290,00 290,00 290,00 290,00 290,00 26,27 0,00

Fonte: O Autor

Tabela 9 – Planejamento Obra 2 atualizado 1 mês após o início da atividade (Tempo x Serviço).

Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Restante Serviço

feito (m²)

94,60 0,00 240,00 240,00 240,00 240,00 204,27 0,00

Fonte: O Autor

Figura 13 – Apartamento sendo preparado para início da atividade do assentador.

Fonte: O Autor

A quantia de insumos utilizada na atividade, argamassa, rejunte e porcelanato,

foi registrada durante a sua execução e dispostas em tabelas, para posterior

comparação com o que se tinha em estoque no início e no fim da atividade para

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estabelecer variações. Essa variação foi confrontada com a área de porcelanato

executada, permitindo o estabelecimento de percentuais de perdas de materiais. O

estoque de materiais necessários para a atividade estava disposto no primeiro

pavimento de cada obra e próximo ao centro de distribuição de materiais de modo a

facilitar tanto o recebimento quanto a distribuição (Figura 14).

Figura 14 – Disposição do estoque para execução da atividade.

Fonte: O Autor

Primeiramente foi realizada uma compra, em dezembro de 2016, de 1.133 m²

de porcelanato para a obra 1 e 693m² para a obra 2 (cerca de 55% da quantidade total

de porcelanato, determinado pelo projeto arquitetônico). A segunda compra de

porcelanato para a obra 1 foi realizada em março de 2017 e para a obra 2 em maio

de 2017 (Tabela 10).

Tabela 10 – Relação de compras de porcelanatos e insumos Obra 1.

Mês Dez Jan Fev Mar Abr Mai

Compra de piso (m²)

1.133,00 1.133,00

Compra AC-III (kg)

5.098,50 5.098,50

Rejunte (kg)

294,58 294,58

Fonte: O Autor

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Tabela 11 – Relação de compras de porcelanatos e insumos Obra 2.

Mês Dez Jan Fev Mar Abr Mai

Compra de piso (m²)

693,00 693,00

Compra AC-III (kg)

3.118,50 3.118,50

Rejunte (kg)

180,18 180,18

Fonte: O Autor

O acompanhamento das atividades executadas nas obras foi realizado até o

mês de junho de 2017. A obra 1 contava com 92% da atividade concluída e a obra 2

com 82%. A previsão de conclusão da atividade (Figura 15) para a obra 1 é o mês de

julho de 2017 e para a obra 2 é o mês de agosto de 2017.

Figura 15 – Atividade concluída.

Fonte: O Autor

Com o atraso do início da atividade de assentamento dos porcelanatos, houve

alteração no planejamento inicial e consequente alteração no prazo estabelecido

inicialmente. Além disso, fatores como rendimento abaixo do esperado na obra 1 por

parte do assentador e a falta de mão de obra na obra 2 por um período de 2 meses

(fevereiro e março) fez necessária a alteração do planejamento inicial (Tabelas 12 e

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13) com a necessidade, inclusive, da contratação de funcionários além do planejado

inicialmente (aumento de equipes) e alteração no prazo da conclusão da atividade.

Tabela 12 – Planejamento final Obra 1 com aproximadamente 92% da atividade concluída (Tempo x

Serviço).

Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Restante Serviço

feito (m²)

584,00 272,60 281,10 254,15 243,50 262,00 162,92 0,00

Fonte: O Autor

Tabela 13 – Planejamento final Obra 2 com aproximadamente 82% da atividade concluída (Tempo x

Serviço).

Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Restante Serviço

feito (m²) 100,00 0,00 0,00 155,60 167,20 161,20 450,00 224,87 0,00

Fonte: O Autor

Além disso, a Obra 2 apresenta uma peculiaridade que pode ter contribuído

para um atraso no seu andamento. Os compartimentos dos apartamentos têm formato

irregular, o que dificulta o assentamento dos porcelanatos (Figura 16), muitos deles

apresentam ângulos diferentes de 90º, dificultando a obediência da paginação e

forçando o recorte de peças, aumentando o tempo e a complexidade de execução da

atividade, além do desperdício de material.

Figura 16 – Compartimento na obra 2 com ângulos diferentes de 90º.

Fonte: O Autor

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Quanto ao material planejado para ser utilizado na atividade, confrontando-se

o que ainda constava em estoque com a área que ainda falta a ser executada,

constatou-se uma provável sobra de 10,79 m² de porcelanato, 17,64 kg de rejunte e

46,86 kg de argamassa colante, para obra 1 (Tabela 14); e de 7,64 m² de porcelanato,

4,53 kg de rejunte e 63,09 kg de argamassa colante, para a obra 2 (Tabela 15). Para

calcular o rendimento dos insumos utilizados, dividiu-se o valor de material utilizado

pela área executada até o momento. Para o cálculo da perda total de porcelanato

subtraiu-se a quantia de porcelanato em estoque da quantia total comprada e, o valor

foi dividido pela área total do projeto (Tabela 14 e 15).

Tabela 14 – Relação de serviços e materiais existentes e necessários para o período final da Obra 1.

OBRA 1 Existente Necessário Sobra Perda total (%)

Rendimento (kg/m²)

Serviço a feito (m²)

162,92 162,92 0,00 - -

Porcelanato (m²)

190,00 179,21 10,79 9,48% -

AC-III (kg) 780,00 733,14 46,86 - 4,96 kg/m²

Rejunte (kg) 60,00 42,36 17,64 - 0,26 kg/m²

Fonte: O Autor

Tabela 15 – Relação de serviços e materiais existentes e necessários para o período final da Obra 2.

OBRA 1 Existente Necessário Sobra Perda total (%)

Rendimento (kg/m²)

Serviço a feito (m²)

674,87 674,87 0,00 - -

Porcelanato (m²)

750,00 742,36 7,64 9,39% -

AC-III (kg) 3.100,00 3.036,92 63,09 - 5,37 kg/m²

Rejunte (kg) 180,00 175,47 4,53 - 0,26 kg/m²

Fonte: O Autor

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4. CONCLUSÃO

Com o presente trabalho pode-se concluir que:

• O planejamento e gerenciamento das atividades é essencial para a exclusão

das incertezas que permeiam o dia a dia da indústria de construção civil e para

que ocorra o bom andamento da obra como um todo;

• O planejamento pode ser alterado com o decorrer do andamento da obra, para

isso deve ser o mais flexível possível e já prever possíveis entraves para o

desenvolvimento das atividades;

• Muitos fatores podem contribuir para o atraso de uma obra, no caso do presente

estudo constatou-se principalmente o baixo rendimento dos assentadores e

períodos de falta de mão de obra;

• O planejamento a curto prazo traz benefícios à obra no que diz respeito ao

cumprimento de metas estabelecidas no planejamento inicial, permite o

acompanhamento semanal das atividades executadas, facilita a tomada de

decisões de maneira rápida sem alterar o andamento total da obra; mesmo

sendo feito um planejamento a curto prazo e o seu devido acompanhamento,

ainda há situações que fogem do controle e que podem levar a alterações no

planejamento inicial, pois o ambiente em construção civil é dependente de

muitas variáveis que podem interferir no produto final.

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