Upload
fernando-anthony
View
1.206
Download
2
Embed Size (px)
Citation preview
O que é Basquetebol Adaptado
“Basquetebol sobre rodas: é jogado por lesados medulares, amputados, e atletas com poliomielite de ambos os sexos. As regras utilizadas são similares à do basquetebol convencional, sofrendo apenas algumas pequenas adaptações.”
A pratica de atividade motora adaptada aumentou significativamente no Brasil nos
últimos dez anos, impulsionada pela idéia de inclusão social e pelo aumento da
popularidade e divulgação do desporto paraolímpico.
Para Adams (1985, p. 217), “graças às atividades recreativas, os deficientes físicos
encontram a motivação necessária para retomarem sonhos que tinhas antes de da
deficiência”.
Há pouco mais de cinqüenta anos teve inicio, não apenas a historia do basquetebol em
cadeiras de rodas, mas as praticas esportivas que envolvem o uso de cadeiras de rodas. O
seu começo foi tímido e desenvolvido. Inicialmente, em centros de reabilitação nos
Estados Unidos e Reino Unido. Há dados que apontam que estes países passaram a
estimular a atividade esportiva como pratica complementar ao processo de reabilitação
dos indivíduos com traumas provocados pelos confrontos nos campos de batalha durante
a Segunda Guerra Mundial. (TEIXEIRA; RIBEIRO, 2006).
O basquetebol em cadeiras de rodas foi criado nos Estados Unidos pelos veteranos da
Segunda Guerra Mundial em 1945, onde foi criado o primeiro time.
Durante este mesmo período surgiu na Inglaterra como pratica esportiva terapêutica. Dr.
Guttmam, responsável pela direção do centro de lesados medulares no hospital Stoke
Mandeville, foi o defensor das praticas esportivas como atividade auxiliar no processo de
reabilitação.
A reabilitação buscou na atividade física, novos caminhos para possibilitar a interação
dessas pessoas com a sociedade, evidenciando as capacidades residuais dos portadores de
deficiência física através do esporte. (FREITAS, 1997).
A pratica do basquetebol em cadeiras de roda surgiu no Brasil após duas pessoas terem
ido participar de um programa de reabilitação nos Estados Unidos. Sergio Del Grande
passou a desenvolver a modalidade em São Paulo, incentivando a criação de um clube
chamado Clube dos Paraplégicos. Por sua vez, Robson Sampaio foi para o Rio de janeiro
onde criou o Clube do Otimismo.
As pessoas deficientes procuram o basquetebol geralmente para exercer uma atividade de
lazer para ocupar o tempo vago.
Os motivos que levam os deficientes a praticar o basquetebol pode ser dividido em duas
categorias: intrínsecos que resultam da própria vontade do individuo, e extrínsecos que
dependem de fatores externos. (BERLEZE, 2002).
Para Araújo (1999) Rezer; Costa; Bohes (2005), a pratica de atividade física como o
basquetebol proporcionam no aspecto psicológico, benefícios como liberação de sentimos
como agressividade, medo e frustrações. Observou-se também que a pratica desta
modalidade oportuniza benefícios físicos e psicológicos aos praticantes, como: ganho de
independência nas atividades diárias, autoconfiança, melhora aptidão física, do auto-
conceito e auto-estima. (REZER; COSTA; BOHES, 2005).
O esporte, como o basquetebol em cadeira de rodas se torna uma forma de inclusão e
inserção não somente social, mas uma forma de motivação da valorização do eu como uma
das coisas mais procuradas e importantes no que diz respeito à inserção. A possibilidade
de uma maior autonomia, e até independência através da prática de atividades físicas,
permite ao indivíduo se tornar incluído à sociedade e possibilitando que as diferenças
sejam minimizadas. Dessa forma, o portador de necessidade especial deixa de ser tratado
como inferior subalterno e sem valor.
Basquetebol adaptado: uma forma de inclusãopara os portadores de deficiência mental
Cerca de 10% da população mundial apresenta algum tipo de deficiência. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no censo realizado no ano de 2000, estima que o Brasil possua 24,5 milhões de pessoas portadoras de necessidades especiais, ou seja, 14,5% da população, sendo que 2.848.684 pessoas são portadoras de deficiência mental.
A deficiência mental, segundo a Associação Americana de DeficiênciaMental (AAMR), é o estado de redução notável do funcionamento intelectualsignificativamente inferior à média, associado às limitações em pelo menosdois aspectos do funcionamento adaptativo: comunicação, cuidados pessoais,competências domésticas, habilidades sociais, utilização dos recursoscomunitários, autonomia, saúde e segurança, aptidões escolares, lazer etrabalho. A deficiência mental não tem cura, portanto o importante é estimularas potencialidades do portador e sua autonomia nas Atividades da Vida Diária(AVD).
Com o Basquetebol Adaptado os alunos do projeto além da inclusão sociale esportiva seriam beneficiados com os ganhos fisiológicos que a atividadefísica proporciona. Seriam realizadas as seguintes atividades: Anamnese (Anamnese (do grego ana, trazer de novo e mnesis, memória) é uma entrevista realizada pelo profissional de saúde ao seu paciente, que tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença. Em outras palavras, é uma entrevista que busca relembrar todos os fatos que se relacionam com a doença e à pessoa doente. ) e condição física dos alunos junto aos profissionais da Unidade Escolar e autorização dosresponsáveis; avaliação física dos alunos; exercícios físicos e técnicosbuscando desenvolver as capacidades físicas e os fundamentos básicos dobasquetebol; jogos partindo do individual para pequenos grupos e grandesgrupos; prática da modalidade adaptada; apresentação de palestra pelosalunos do Ensino Superior envolvidos no projeto, em eventos internos, divulgando o projeto e sensibilizando a comunidade para a questão da inclusão.
As principais mudanças nas regras básicas do basquetebol foram: alturado aro de 3,05 m de altura para 2,90 m; aumento do diâmetro do aro de 45 cmpara 65 cm; extinção da regra de tempo, passando para jogo passivo; extinçãodo rebotes nos lances livres; permitir a volta da bola após a ultrapassagem domeio da quadra; permissão para drible com as duas mãos; e permissão paraaté dois passos antes e após os dribles.Os resultados parciais evidenciam uma notável evolução dos alunos empouco tempo, os mesmos estão com a auto-estima fortalecida edemonstram maior autonomia nas atividades da vida diária.
Os alunos do Ensino Superior e os Professores, envolvidos em um projeto de tamanha importância, além da excelente formação profissional, estão aprendendo a conviver com a diversidade e contribuindo para o processo de inclusão.
Diversos autores como Guttman (1976b), Seaman (1982), Lianza (1985), Sherrill (1986), Rosadas (1989), Souza (1994), Schutz (1994) e Give it a go (2001), e ressaltam que os objetivos estabelecidos para as atividades físicas ou esportivas para portadores deficiência, seja esta física mental, auditiva ou individual devem considerar e respeitar as limitações e potencialidades individuais do aluno, adequando as atividades propostas a estes fatores, bem como englobar objetivos, dentre outros:
Melhoria e desenvolvimento de auto-estima, auto-valorização e auto-imagem; O estímulo à independência e autonomia;
A socialização com outros grupos;
A experiência com suas possibilidades, potencialidades e limitações;
A vivência de situações de sucesso e superação de situações de frustração;
A melhoria das condições organo-funcional (aparelhos circulatório, respiratório, digestivo, reprodutor e excretor);
Melhoria na força e resistência muscular global;
Ganho de velocidade;
Aprimoramento da coordenação motora global e ritmo;
Melhora no equilíbrio estático e dinâmico;
A possibilidade de acesso à prática do esporte como lazer, reabilitação e competição;
Prevenção de deficiências secundárias;
Promover e encorajar o movimento;
Motivação para atividades futuras;
Manutenção e promoção da saúde e condição física
Desenvolvimento de habilidades motoras e funcionais para melhor realização das atividades de vida diária
Desenvolvimento da capacidade de resolução de problemas.
Referencias Bibliográficas:
Cooperativa do Fitnesshttp://www.cdof.com.br/deficientes1.htm
LIANZA,Sérgio (2001) Medicina de Reabilitação.
ABRADECAR (2002) Organização do desporto. Capturado em http://www.abradecar.gov.br em 21/06.
Adms, R.C.; Daniel, A. N.; Cubbin, J.A.; Rullman, L. (1985) Jogos, Esportes e Exercícios para o Deficiente Físico. São Paulo: Editora Manole.
Alencar, B. (1986) Paraolimpíada - O Brasil no pódio. Rio de Janeiro: Comitê Paraolímpico Brasileiro.
Assumpção, E. (2002) Um novo desafio da psicologia. Capturado em http://www.esporteadaptado.com.br em 20/05.
Freitas, P. S. & Cidade, R. E. A. (1997) Noções sobre Educação Física e Esporte para pessoas portadoras de deficiência: uma abordagem para professores de 1º e 2º graus. Uberlândia, MG: Gráfica Breda.
Give it a go: including people with disabilities in sport and physical activity. Australian Sports Commission Services Unit. Canberra, Australia, Pirie Printers, 2001.
Greguol, M. (2002) Esporte Adaptado Capturado em http://www.aadd.com.br em 22 de junho.
Guttmann, L. (1976b). Textbook of sport for disable. Oxford: HM+M Publishers Ltd.
Guttmann, L. (1981) Lesionados medulares: tratamiento global e investigación. Barcelona: Editorial JIMS.
Lianza, S. (1985) Medicina de reabilitação. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan.
Paelack, V. (1978) Esporte para paraplégicos. In Hüllemann, K.-D.(Org). Medicina esportiva: Clínica e prática. (pp. 292-299). São Paulo: EPU.
Rosadas, S. C. (1986) Educação Física para deficientes . Rio de Janeiro Ateneu, p. 214.
Sarrias, M. D. (1976) Rehabilitación del tetrapléjico espinal. In R. Gonzales Mas. Tratado de Rehabilitación Médica, Vol. I. Barcelona: Científico-Médico.
Seaman, J.A & DePauw, K.P. (1982) The new adapted physical education: a developmental approach. Palo Alto, CA, Mayfield Publishing Company.
Souza, P.A. (1994) O esporte na paraplégica e tetraplegia. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A .