8/17/2019 TAP - Cortar as Asas Aos Nossos Filhos
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Opinião
TAP: cortar as asas aos nossos filhos?
Raquel Varela
03/01/2015 - 05:58
O manifesto Não TAP Os Olhos é porventura o mais amplo
manifesto em termos de
espectro poltico portu!u"s al!uma ve# assinado em $ortu!al%
&o incio da década de '0( operou-se uma série de
privati#a)*es de empresas p+,licas%
.istria( quase sem ecep)*es( foi esta: ,anca( se!uros(
telecomunica)*es( estivadores(
isnave e outras empresas metalomecnicas( etc%( mandaram para
casa( em situa)o de pré-
reforma( de#enas de mil.ares de tra,al.adores( que( com 42( 50(
55 anos( foram declarados
doentes mentais( fsicos ou .ipocondracos( todas as ma#elas e
ac.aques foram aceites%
Veio depois a ener!ia( os transportes%%% Operou-se ento a
su,stitui)o destes por
tra,al.adores em situa)o de precariedade ou com contratos
dé,eis% &o pas cresceram
como co!umelos 6empresas7 em nome individual( 9 no a empresa da
pequena famlia(
mas umas 6empresas7 ec"ntricas( em que os e-tra,al.adores so
6empres9rios7( mas o
capital no se acumula nessa pequena empresa( s circula
acumulam-se dvidas e ,aios
sal9rios% $re)os( produ)o( timings( é tudo controlado na
casa-me( na !rande empresa( de
que as pequenas so meras su,sidi9rias% &a casa-me( os lucros
acumulam-se a nveis
inéditos( ustamente porque a !rande empresa deiou de suportar a
maior fatia de sal9rios e
presta)*es sociais e esta pequena empresa suporta todos os
custos% m média( numa
empresa !rande( o peso das contri,ui)*es para a ;e!uran)a
;ocial( por eemplo( pode serde 3< a 5%000 tra,al.adores em
su,contrata)*es assumidas e em condi)*es de tra,al.o
inadmissveis para padr*es de
produ)o do século ??@% &a A$( o tra,al.ador
electricista sofreu uma metamorfose em
pequeno empres9rio( que presta( por eemplo( servi)os de
manuten)o% &a A$ tam,ém(
mil.ares de tra,al.adores perderam as poupan)as de uma vida
comprando ac)*es da
prpria empresa%
isto untou-se o tra,al.o prec9rio mais mvel( um verdadeiro
6eército industrial de
reserva7 oitocentista( os reci,os verdes( ovens que !an.am 500
euros e que( para nore!redirem Bir viver para um su,+r,io(
alimentar-se mal( etc%C( se mantiveram em casa dos
pais até aos 25( 30( 35( 40 anos( pa!ando com isso o pre)o
de uma infantili#a)o .istrica
de toda uma !era)o que descon.ece a palavra independ"ncia os
fil.os da !era)o que
fe# a revolu)o contra a ditadura e o stado social no t"m
li,erdade sequer para sair de
casa dos pais% &o t"m asas% =udo isto tem como au!e(
decadente( a destrui)o da
;e!uran)a ;ocial( porque no .9 for)a de tra,al.o suficiente a
!an.ar e descontar%
privati#a)o da =$ ei!e uma refleo no contin!ente% =$ ;D$;( ;
empre!a um
total de 12%85> pessoas% Os !astos com pessoal so na ordem
dos 5E1%855 mil.*es de
euros( um valor normal para uma empresa que presta um servi)o
fulcral o transporte de
pessoas e mercadorias% =$ é essencial na li!a)o de uma
di9spora de cinco mil.*es de
pessoas e asse!ura servi)os que uma compan.ia privada no
asse!uraria por no ter uma
taa de renta,ilidade média deseada%
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O manifesto Não TAP Os Olhos é porventura o mais amplo
manifesto em termos de
espectro poltico portu!u"s al!uma ve# assinado em $ortu!al% ste
dado é de !rande
relevncia porque mostra o isolamento total do Doverno nesta
op)o%
F9 tr"s sindicatos na =$ que representam >0< dos
tra,al.adores que t"m até aqui
recusado a privati#a)o% Gas nove dos 12 sindicatos assinaram um
acordo com o Doverno(
em que aceitam a privati#a)o a troco de mirficas promessas(
demonstrando que o
pro,lema do pas est9 lon!e de ser meramente !overnativo%
maioria das estruturas dostra,al.adores( anquilosadas( reféns de
interesses corporativos ou a!endas partid9rias
eleitorais( no contri,ui nem para a defesa dos seus associados(
nem do pas% =alve# sea
por isso tam,ém que as taas de sindicali#a)o caem a pique(
no ultrapassando .oe( nas
empresas privadas( uns optimistas e quanto a mim inflacionados
'< e( nas p+,licas(
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