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Daniela Maria de Jesus LimaRA: 20411305

A problemtica da evaso de alunos no ensino de EJA

So Paulo20151- DEFINIO DA REA DO TCC

1.1-Delimitao do tema do TCCA problemtica da evaso de alunos no ensino de EJA. 1.2-Justificativa:A problemtica da evaso de alunos no ensino de EJA, problema constante que interfere gradativamente na aprendizagem dos jovens e adultos, desde dos primrdios da alfabetizao, fazendo-se presente em todas as escolas que trabalham com esta modalidade de ensino.A preocupao com a alfabetizao de jovens e adultos, j vem transcorrendo ao longo da histria, passou por processos de desenvolvimento e nos anos 60, se firmou com as ideias do educador Paulo Freire.Paulo Freire estimulava a alfabetizao dos adultos mediante a discusso de suas experincias de vida entre si, ou seja, atravs da realidade dos alunos as palavras eram aproveitadas em seu contexto, identificadas para adquirir o entendimento da palavra escrita e compreenso do mundo. Ningum educa ningum, ningum educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo. (Freire, 1987, p.68).Mas os problemas no simplificavam apenas na alfabetizao de alunos, pois haviam situaes que influenciavam gradativamente no EJA, ocasionando a evaso em muitas escolas que ofereciam essa modalidade.Nos dias atuais no diferente, a evaso tem sido problema para vrios estabelecimentos de ensino o nmero de alunos em sala de aula tem sido mnimo.Os motivos so os mais variados, desde problemas com alfabetizao escolar at problemas pessoais e de ordem familiar.Sabe-se que o estudante de EJA so alunos que por algum motivo se afastaram dos estudos no tempo regular e voltam as escolas no objetivo de retomar o tempo perdido. Pode-se salientar a perspectiva de Arroyo:...os jovens e adultos continuam vistos na tica das carncias escolares: no tiveram acesso, na infncia e na adolescncia, ao ensino fundamental, ou dele foram excludos ou dele se evadiram; logo propiciemos uma segunda oportunidade. (ARROYO, 2006, p.23).

de suma importncia entendermos os motivos da evaso, pois de maneira explicita mexe-se com as estruturas da sociedade, ocasionando problemas de relevncia poltica e social, assim a incluso desses alunos despreparados ocorre em trabalhos depreciativos, levando-se pela demanda do mercado de trabalho, ocasionando problemas futuros. Conforme anlise de Batista (2006, p.192), descreve que: [...] h dois segmentos de emprego, um mercado primrio formado pelos elementos qualificados, melhor pagos, protegidos e mais estveis, e um mercado secundrio, constitudo por pessoal precrio, menos qualificado, diretamente submetidos s flutuaes da demanda.

Assim, observando a seriedade deste tema, muitos so os alunos perdidos no meio social e que por este motivo deixam de contribuir efetivamente para o desenvolvimento do pas.Sendo assim, o objetivo deste trabalho destacar os motivos que levam muitos a abandonarem sala de aula e apresentar possveis solues no intuito de minimizar a evaso escolar no EJA.Portanto, pretendo com este projeto levar a reflexo os estudantes e toda estrutura escolar no sentindo de observar a importncia de se saber as causas da evaso na EJA e as possveis solues, salientando a relevncia da aprendizagem, sanar problemas e dificuldades que se tornam obstculos expressivos para o desenvolvimento dos alunos. 1.3-Objetivos Geral:Investigar e analisar a problemtica da evaso escolar no EJA, os fatores que contribuem para esse afastamento em massa nas salas de aula, identificar as causas que dizem respeito a escola, professores em suas aes e intervir de forma gradativa em todo contexto apresentado.1.4- Objetivos especficos: Atravs da compreenso, respeito e inteirao ganhar a ateno dos alunos. Procurar entender os motivos que levam a evaso no EJA. Analisar as causas, consequncias deste afastamento na vida escolar dos alunos de EJA e a influncia deste abandono na vida cotidiana. Trabalhar a parte emocional dos alunos, atravs de motivaes, despertando o interesse de estudar e estimulando a permanncia na escola. Observar, interferir de forma significativa no ensino aprendizagem, junto ao professor desenvolver formas de estimular os alunos.

1.5- Problema de Pesquisa:A problemtica da evaso nos remete a seguinte pergunta:Quais so os motivos (causas) que levam os alunos do ensino de EJA se evadirem das salas de aula?

2- LEVANTAMENTO BIBLIOGRFICO E ELABORAO PARCIAL DA FUNDAMENTAO TORICA DO TCC 2.1-Levantamento Bibliogrfico Referente ao Tema Do TCC Silva, Eliane Pereira. Evaso Escolar na Educao de Jovens e Adultos: Histrias, perspectivas e desafios.1.ed.So Paulo: Bookess, maro 2013. Arajo, Adriana de; Nascimento, Josilane Burque Ricci; Kfouri, Samira Fayez. Poltica e gesto dos espaos educativos: pedagogia lll. So Paulo: Pearson Prentice Hall,2011, p.92-93. Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 17.ed.Rio de Janeiro, Paz e Terra,1987. Freire, Paulo. A Importncia do Ato de Ler, 23.ed. So Paulo, Autores Associados: Cortez, 1989. Schwartz, Suzana. Alfabetizao de Jovens e adultos: Teoria e Prtica, 2. ed. Petrpolis, RJ: Vozes, 2012. Cardoso,Jaqueline; Resende,Maria Jos de. Incluso e Excluso: O retorno e a permanncia dos alunos na EJA. Em: . Acesso em 04 abril 2015. . Acesso em 12 abril 2015 Heymans, Rosemary Dore.Projeto:Educao Profissional no Brasil e Evaso Escolar. Em:< http://portal.inep.gov.br/web/observatorio-da-educacao/visualizar/-/asset_publisher/La44/content/projeto%3A-educacao-profissional-no-brasil-e-evasao- escolar?redirect=http%3A%2F%2Fportal.inep.gov.br%2Fweb%2Fobservatorio-da-educacao%2Fnucleo-unico>. Acesso em 14 abril 2015 Brito, Aline do Rosrio. A prtica Docente da educao fsica na educao de jovens e adultos. Em:http://www.artigonal.com/educacao-artigos/a-pratica-docente-da-educacao-fisica-na-educacao-de-jovens-e-adultos-6064256.html. Acesso em 17 de abril 2015 Santos,Cicero;Oliveira,Ezequiel.Em:. Acesso em 02 maio 2015. http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-7031-a-6-setembro-1878-548011-publicacaooriginal-62957-pe.html.Acesso em: 08 maio 2015. . Acesso em: 11 maio 2015. Santos,JacksonReisdos.PrxisEducacional.Em: .Acesso em: 12 maio 2015 .Acesso17maio 2015.

2.2- Fundamentao TericaA evaso escolar faz parte da histria da educao brasileira, ocorrendo at os dias atuais nos estabelecimentos de ensino brasileiro, o aumento da taxa de evaso numeroso, ou seja, vem aumentando expressivamente a cada dia, sendo problema de alta relevncia poltica e social, pois reflete nas estruturas sociais mexendo em reas significativas na sociedade. Vrios estudos tm apontado aspectos sociais considerados como determinantes da evaso escolar, dentre eles, a desestruturao familiar, as polticas de governo, o desemprego, a desnutrio, a escola e a prpria criana, sem com isto, eximam a responsabilidade da escola no processo da excluso das crianas do sistema educacional. (CARNEIRO, p.3-4)

Segundo Suzana Schwartz (2013, p.32), existem problemas evidentes que influenciam diretamente para que ocorra a evaso: o atraso escolar um desses problemas, alunos na idade adequada tivera mdia de vinte pontos superior dos que possui atraso na escolaridade, a taxa percentual 64% dos que tem quatorze anos e deveriam estar concluindo o ensino fundamental. O IBGE (2006), afirma que 18,7% dos filhos de famlias com renda per capita inferior a meio salrio mnimo j chegam atrasados primeira srie, muitos deles futuramente abandonam a escola se evadindo das salas de aulas (14,2%) e os que mais so reprovados (36,2%). A taxa diminui para aqueles que apresentam uma renda per capita superior a dois salrios mnimos, cai para (9,3%), alunos que apresentam uma estrutura financeira razovel, so em sua maioria colocados nas escolas no tempo regular de estudo.As taxas apresentadas evidenciam que muitos desses alunos que comeam em atraso nos estudos e abandonam as escolas sero possivelmente alunos que frequentaro a modalidade de ensino EJA.Neste sentindo pode-se afirmar:Desde que a EJA EJA esses jovens e adultos so os mesmos: pobres, desempregados, na economia informal, negros, nos limites da sobrevivncia. So jovens e adultos populares. Fazem parte dos mesmos coletivos sociais, raciais, tnicos, culturais [...] (ARROYO, 2007, p. 29).

Referente Educao de Jovens e Adultos, Suzana Schwartz (2013, p.33), tambm cita baseado em pesquisas realizadas pelo Banco Mundial os altos ndices de evaso no ensino de EJA, (50%). Embora existam muitos alunos matriculados na escola, maioria no frequentam as salas de aula, listas de presena completa, mas salas inevitavelmente incompletas.E atualmente, 97% dos brasileiros em idade escolar considerada regular esto matriculados na escola. Isso pode ser visto como algo extremamente positivo, porm desanimador saber que, desse total, menos de 70% chegaro 8 srie. (Suzana Schwartz, 2013, p.33)

A evaso flui como um todo no meio educacional, o abandono e a desistncia em massa dos alunos tornou-se preocupao habitual, a situao faz parte historicamente de discusses, debates em prol de solues, mas efetivamente est longe de se chegar s respostas concretas, no questionveis, pois muito se analisa, e a evaso escolar continua aumentando notoriamente. Nesse sentindo, a evaso escolar um problema que abrange todas as modalidades de ensino, e na EJA no poderia ser diferente, pois tem sido afetada efetivamente com taxas alarmantes como foi referido anteriormente. Elaine Pereira nos afirma segundo estudos que, o caso de evaso no ocorre s no Brasil est presente em outros pases, incluindo diversas faixas etrias, classes sociais, etc.Ou seja, o fenmeno do fracasso e da evaso escolar no exclusivo da EJA. Tal fenmeno, igualmente, no se encontra crtico apenas no Brasil, abrangendo pases das Amricas e da Europa (Carmo, p.4).

Assim, muitos so os fatores que repercute no abandono dos alunos, vrios estudos constatam aspectos que tem influenciado de forma geral a esta situao, aspectos de ordem social, desestruturao familiar, as polticas de governo, desemprego, o baixo desempenho, reprovao, a escola e a prpria criana, jovem ou adulto (INEP 2011).Embora os indivduos saibam, que a educao possibilita o entendimento e o abrir de oportunidades, muitos abandonam os estudos devido aos aspectos sociais apresentados anteriormente.Max Manacorda afirma o seguinte:A educao o nico caminho capaz para transformao humana social dos indivduos, conduzindo-os para uma viso crtica, conscientizando e preparando-os para viverem em sociedade e assumindo a sua cidadania. (MARX, apud MANACORDA, 1991, P.27). Diante de tantos fatos (problemas) reais que podem levar o indivduo a se afastar do meio escolar, uma anlise mais profunda levar ao esclarecimento do assunto e a possveis respostas acerca da questo: Quais so os motivos (causas) que levam os alunos do ensino de EJA, se evadirem das salas de aula?

2.3- As caractersticas Histricas na EJA no Brasil

No ano de 1500, chegaram os primeiros portugueses ao Brasil, com suas culturas, tradies e consequentemente com seus padres educacionais trazidos de sua terra.Ao desembarcarem em terras brasileiras, constataram que haviam habitantes, ou seja, indgenas com seus prprios modos de viver, culturas, forma de educar diferentemente dos padres europeus, com estrutura prpria, a educao muitas vezes era passada atravs da sabedoria dos mais velhos ou pelos pajs que eram responsveis pelos valores culturais.No ano de 1549 chegaram os jesutas ao Brasil, com a inteno de converter os indgenas a religio catlica e civilizar os mesmos, mas no foram aceitos, houve resistncia e muitos fugiam, no se adaptavam com a educao dos jesutas, pois os afastavam de seus costumes, o que levava a fuga de muitos para no se submeter as influncias educacionais ou costumes que transmitiam.Embora houvesse resistncia por parte de alguns ndios, outros passaram pelo processo de catequizao. O trabalho por parte dos jesutas era rduo e duro. Esse processo de educao dava-se a todos os ndios em sua maior parte adultos. Cicero Santos e Ezequiel de Oliveira, (Prezi) relata que: os jesutas praticavam aes missionrias levando, educao, desenvolvimento de profisses, aprendizado de portugus, espanhol e noes bsicas de clculo mental como contar. Segundo Pierro e Haddad, (2006) diz que:Sabe-se que j no perodo colonial os religiosos exerciam sua ao educativa missionria em grande parte com adultos. Alm de difundir o evangelho, tais educadores transmitiam normas de comportamentos e ensinavam os ofcios necessrios ao funcionamento da economia colonial, inicialmente aos indgenas, e, posteriormente aos escravos negros.

O ensino era aplicado nas casas de meninos, construes de taipas simples, anexas s aldeias com alguma liberdade so as primeiras escolas. (Prezi, 2015)Os jesutas tiveram influncias significativas na construo da escola brasileira.Pode-se dizer que os jesutas tiveram uma forte expresso na construo da escola brasileira e tambm na educao de jovens e adultos: na prtica de leitura e escrita. (Silva, Eliane Pereira 2013, p.14)

Observa-se que a educao de jovens e adultos, no algo recente, mas notrio desde dos primrdios da colonizao.No sculo XVIII, os jesutas foram expulsos, logo o processo educativo ficou parado e desorganizado e s voltou a ser aplicado novamente na poca do Imprio. Eliane Pereira (2013), relata que no ano de 1870, o primeiro curso noturno foi promovido, atravs da Sociedade Auxiliadora da Indstria Nacional, logo em 1878 houve o surgimento das escolas noturnas para homens.Segundo Decreto n 7031, Art.1:

Em cada uma das escolas pblicas de instruo primaria do 1 gro do municpio da Corte, para o sexo masculino, criado um curso noturno de ensino elementar para adultos, compreendendo as mesmas matrias que so lecionadas naquelas escolas.

Assim, a educao bsica de adultos comeou a se consolidar no Brasil, e no decorrer dos anos passou por transformaes significativas.Na dcada de 1930, houve transformaes de suma importncia que esto associadas a industrializao, houve tambm a centralizao de pessoas nas partes urbanas e oferta de ensino bsico gratuito, ou seja, fatores que colaboraram consideravelmente para o desenvolvimento de setores diversificados na sociedade.A centralizao urbana e a industrializao aumentaram a necessidade de mo de obra qualificada nas indstrias provocando no Brasil uma espcie de reproduo, com isso a necessidade de ampliar a rede escolar, neste sentindo o governo buscou por novas diretrizes educacionais para o pas no intuito de minimizar o analfabetismo na fase adulta.A Constituio de 1934 Pargrafo nico arts. 5, n XIV, e 39, n 8, letras a e c afirmam: a) ensino primrio integral gratuito e de frequncia obrigatria extensivo aos adultos; b) tendncia gratuidade do ensino educativo ulterior ao primrio, a fim de o tornar mais acessvel; c) liberdade de ensino em todos os graus e ramos, observadas as prescries da legislao federal e da estadual;

Embora houvesse empenho em esfora-se, a industrializao no forneceu um projeto democrtico, pois foi imposto autoritariamente pelo Estado Novo e a educao proposta estava ligada com este projeto.Sendo assim, o investimento feito pelo Estado, configurava claramente em prol do campo industrial para que tivesse trabalhadores preparados e alfabetizados.Assim, os primeiros documentos oficiais de ateno a EJA eram resposta as necessidades do capital: mo de obra minimamente qualificada para atuar na indstria, maior controle social, alm de diminuir os vergonhosos ndices de analfabetismo (Cury,2000).A partir de ento, teve-se a inteno clara de erradicar por completo o analfabetismo, assim nos anos de 1946 a 1958, foram realizadas campanhas nacionais, entre 1958 e 1964 foi aprovado o Plano Nacional de Educao, que deveria atingir todo o pas, era coordenado por Paulo Freire, embora o PNE fosse para benefcio popular, o contexto poltico no era favorvel para todos, o que se tornava restritivo e contrria as ideias emancipatrias de Paulo Freire.Freire estimulava alfabetizao onde o aluno se envolvesse com o meio, no apenas um ato mecnico sem sentido, aprendendo de forma profunda, uma educao que no seja neutra, mas de natureza poltica que levasse a conscientizao envolvendo o aluno profundamente no ato de aprender.

Tudo isso, pelo contrrio, era proposto curiosidade dos alunos de maneira dinmica e viva, no corpo mesmo de textos, ora de autores que estudvamos, ora deles prprios, como objetos a serem desvelados e no como algo parado, cujo perfil eu descrevesse. Os alunos no tinham que memorizar mecanicamente a descrio do objeto, mas apreender a sua significao profunda. S apreendendo-a seriam capazes de saber, por isso, de memoriza-la, de fix-la. A memorizao mecnica da descrio do elo no se constitui em conhecimento do objeto. Por isso, que a leitura de um texto, tomado como pura descrio de um objeto feita no sentido de memoriz-la, nem real leitura, nem dela, portanto resulta o conhecimento do objeto de que o texto fala. (Freire, 1989, p.11-12)

Nesse mesmo ano e 1964 tambm ocorreu a Ditadura Militar, nesta poca houve um movimento que estava desejando a erradicao do analfabetismo, denominando-se Mobral, foi um projeto do governo Brasileiro com a inteno de alfabetizar jovens e adultos, regido pelo regime militar.A lei n 5379/1967- Artigo1 afirma: Constituem atividades prioritrias permanentes, no Ministrio da Educao e Cultura, a alfabetizao funcional e, principalmente, a educao continuada de adolescentes e adultos.

O Movimento Brasileiro de Alfabetizao, que tinha por finalidade alfabetizar jovens e adultos, durante o decorrer deste projeto havia alcanado desenvolvimento significativo em sua estrutura, se estendendo por todo o Brasil.Durante alguns anos o movimento continuo se expandindo, mas no conseguiram cumprir com as metas propostas, apresentavam uma aprendizagem defasada, no conseguindo erradicar o analfabetismo, a preocupao era ensinar ler e escrever no se preocupavam com a formao do homem.Atravs do Mobral o governo controlava a alfabetizao de forma centralizada, pois no tempo do Regime Militar havia muita repreenso e controle sobre o que circulava no Brasil, pois na Ditadura nutria-se a preocupao de controle constante, para que nada afetasse o governo e suas ideias.Assim, podia-se observar mais uma vez a manipulao do Estado e o seu poder centralizador, controlando a alfabetizao.A repreenso foi a resposta o Estado autoritrio a atuao daqueles programas e educao e adultos cujas aes de natureza e poltica contrariam os interesses impostos pelo golpe militar. A ruptura poltica ocorrida com o movimento de 64 tentou acabar com s prticas educativas que auxiliavam na explicitao dos interesses populares. O Estado exercia sua funo de coero, com fins de garantir a normalizao das relaes sociais. (PIERRO e HADDAD, 2006) Com isso o Movimento Brasileiro de Alfabetizao, foi bastante condenado criticado como proposta pedaggica, sendo extinto no ano de 1985 e substitudo pelo projeto Educar.O Decreto 91980/1985 - Art. 1.A Fundao Movimento Brasileiro de Alfabetizao - MOBRAL, instituda pelo Decreto n 62.455, de 22 de maro de 1968, nos termos do artigo 4 da Lei n 5379, de 15 de dezembro de 1967, passa a denominar-se Fundao Nacional para Educao de Jovens e Adultos - EDUCAR, com o objetivo de fomentar a execuo de programas de alfabetizao e educao bsica destinados aos que no tiveram acesso escola ou que dela foram excludos prematuramente.

Com a entrada deste Projeto, a educao passou a ser menos rgida, havia uma inteirao maior com os professores, aproveitavam mais os meios educacionais. Embora algumas coisas como a desigualdade social no mudassem, ao contrrio cresciam desordenadamente, aproveitou-se as transformaes significativas no momento.Por este motivo h algumas caractersticas que pode-se citar.Segundo o Decreto 91980/1985 Art. 2.

Para a consecuo do objetivo previsto no artigo 1 deste Decreto, dever a Fundao EDUCAR:I - promover a alocao dos recursos necessrios execuo dos programas de alfabetizao e educao bsica; II - formular projetos especficos e estabelecer normas operacionais, com vistas a orientar a execuo dos referidos programas; III - incentivar a gerao, o aprimoramento e a difuso de metodologias de ensino, mediante combinao de recursos didticos e tecnologias educacionais; IV - estimular a valorizao e capacitao dos professores responsveis pelas atividades de ensino inerentes aos programas.

Aps 1985, houve uma redemocratizao no Brasil com o fim do regime militar, posturas entraram em processo de mudana, a democracia retomou as rdeas nas relaes sociais e das instituies polticas brasileiras, ou seja, o campo dos direitos sociais recebeu nfase maior.Por conseguinte, o Projeto Educar foi extinto no ano de 1990, passando a responsabilidade da EJA para o setor pblico.Em 1990, aconteceram fatos transitrios que revitalizaram a educao no pas, trazendo mudanas para as modalidades de ensino.Neste mesmo ano foi publicada oficialmente a nova lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, lei n 9394/96, oficializando a transio do ensino de EJA passando a ser considerada modalidade de ensino bsica com suas prprias especificidades fazendo parte as etapas do ensino fundamental e mdio, substituindo o Ensino Supletivo. A modalidade de ensino EJA, atende jovens e adultos que no puderam ser alfabetizados no ensino regular.Lei n 9694/96 Art. 37 nos afirma:A educao de jovens e adultos ser destinada queles que no tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e mdio na idade prpria.

Pode-se observar que a EJA, passou por vrios processos no decorrer dos anos at chegar nesta fase, onde garante direitos, atribuies para quem usufrui desta modalidade.Antes essa modalidade no era to necessria, a partir de transformaes no processo de trabalho e processo industrial, esses conceitos mudaram, continuam no processo de mudana mostrando que o ensino na EJA, muito mais do que preparar um operrio pensante, mas pessoas para todas reas significativas no contexto social brasileiro.Embora tantas transformaes, direitos conquistados, para ser ter uma educao de qualidade, h muito por fazer em favor da modalidade de ensino EJA, para que lacunas venham ser preenchidas, garantam incluso e a permanncia dos alunos na escola, usufruindo dos direitos que a LDB lhes garantem.LDB 9394/96, Art.205 nos diz:

A educao, direito de todos e dever do Estado e da famlia, ser promovida e incentivada com a colaborao da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho.

Sendo assim os processos, continuam em constante evoluo em favor do ensino e qualidade e os processos histricos servem como base para se continuar buscando melhorias futuras.