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Alessandro Rotunno Educação Ambiental: Um ensaio de trabalho de campo com jovens. Londrina – Paraná 2007 Alessandro Rotunno

TCC Alessandro Rotunno - uel.br · disciplina há algum tempo, ou auxilia-lo àqueles que atuam na docência sem que, em sua formação profissional, tivesse tido contato com o assunto

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Alessandro Rotunno

Educação Ambiental: Um ensaio de trabalho de campo com jovens.

Londrina – Paraná

2007

Alessandro Rotunno

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Educação Ambiental: Um ensaio de trabalho de campo com jovens.

Monografia apresentada ao Curso

de Geografia da Universidade

Estadual de Londrina, como requisito

para obtenção do Título de Bacharel.

Orientador: Prof. Dr. Geraldo

Terceiro Correa.

Londrina – Paraná

2007

Alessandro Rotunno

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Educação Ambiental: Um ensaio de trabalho de campo com jovens.

COMISSÃO EXAMINADORA

_____________________________

Prof. Dr. Geraldo Terceiro Correa

_____________________________

Profª. Drª. Eloísa Cristina Torres

_____________________________

Prof. M Sc. Wladmir Cesar Fuscaldo

Londrina, ____de________ de 2007.

4

DEDICATÓRIA

À Valéria, minha esposa, e Mariana, minha filhinha.

5

AGRADECIMENTOS DEUS. Único e tudo em minha vida.

À minha família e amigos que sempre acreditaram em mim, e estiveram ao

meu lado; destaco aqui meu orientador que, antes e depois de muitas

observações, sempre foi (e será!) muito presente em minha carreira

profissional.

Encerro aqui, destacando meu irmão Domenico Rotunno que, com um gesto de

infinita bondade, ajudou-me com a parte do hardware, proporcionando-me a

conquista deste computador onde teclo estas humildes linhas.

6

Uma centena de vezes, cada dia eu lembro a mim mesmo

que as minhas vidas privada e profissional são baseadas

nos esforços de outros homens, vivos e mortos, e que eu

mesmo devo esforçar-me e dar na mesma medida em

que recebi e estou ainda recebendo.

Albert Einstein

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ROTUNNO, Alessandro. Educação Ambiental: Um ensaio de trabalho de

campo com jovens. Monografia Bacharelado – UEL, Londrina, 2007.

RESUMO

“Educar para o futuro”. Frase mais que conhecida em todos os

meandros da educação, demonstra que os educadores, assim como nossos

pais, sempre julgam seus educandos incompletos, despreparados, para

viverem responsavelmente o corrente momento. Sempre falta algo, sempre

colocada adiante a responsabilidade pertinente àquele que nos fora confiado.

Desde o berçário, os educandos estão prontos para viver a realidade de

seu meio; eles devem ser inseridos dentro de suas realidades já buscando

seus espaços, seus direitos e, sem dúvida, suas responsabilidades.

Aos poucos, quando esta criança engressar no ensino fundamental,

estas responsabilidades devem ficar mais nítidas, mais evidentes, para que se

possa “criar para o hoje”; que este jovem ao chupar uma bala dê à sua

embalagem como destino o lixo.

Neste sentido, buscou-se integrar o pensamento do jovem, sua carga

cognitiva, referente ao meio ambiente, fazendo com que este se perceba como

parte integrante do todo, como agente ativo, interferindo na construção do

espaço que ocupa.

Assim, foram realizados trabalhos de campo com o objetivo de

demonstrar em loco a realidade atual encontrada nos fundos de vale urbanos

de nossa cidade, assim como os reflexos da ocupação ao seu em torno.

Palavras chave: Educação; desenvolvimento cognitivo; meio ambiente urbano.

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SUMÁRIO

Introdução..........................................................................................................11

Capítulo 1 – Breve Revisão Teórica na Área da Pedagogia.............................13

1.1 Trabalhando o conceito de Aprendizagem..................................................13

1.2 As Relações Entre Hereditariedade e Ambiente na Construção do

Indivíduo............................................................................................................15

1.3 A Importância e o Comprometimento no Processo de Aprendizagem........17

1.4 A Importância do Empirismo na Educação..................................................19

Capítulo 2 – O Trabalho de Campo na Geografia.............................................21

2.1 Preparando o Campo “Educando” para o Trabalho de Campo...................21

2.2 A Paisagem Como Diferencial da Sala de Aula...........................................22

2.3 A Relevância do Trabalho de Campo..........................................................24

Capítulo 3 – Metodologia...................................................................................26

Capítulo 4 – Caracterização da Área de Estudo................................................28

Capítulo 5 – Resultados e Discussões..............................................................35

Conclusão..........................................................................................................42

Referências........................................................................................................43

Anexo 1 – Questionário Aplicado.......................................................................45

Anexo 2 – Algumas Imagens dos Trabalhos de Campo....................................47

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Trajeto do St. James Internatonal School ao Córrego da Mata,

extraído do Google Earth em 04 de dezembro de 2007....................................28

Figura 2 – Loteamento recente, ainda em ocupação, na vertente direita do

Córrego da Mata................................................................................................29

Figura 2.1 – Detalhe de queimada e erosão no loteamento à vertente direita do

Córrego da Mata................................................................................................29

Figura 3 – Rachadura e depressão no asfalto da marginal da PR 445,

promovidas por perturbações provocadas pelo não assentamento devido do

aterro da nascente do Córrego da Mata............................................................31

Figura 4 – Imagem da barragem. Assoreamento do Córrego da Mata, ocorrido

pela falta de cuidados com o em torno do referido fundo de vale.....................32

Figura 5 – Vista da vertente direita do Córrego da Mata destacando-se, em

primeiro plano, a baixa ocupação do loteamento vizinho..................................33

Figura 6 – Vale em “U”, na nascente do Córrego da Mata.................................34

Figura 7 – Vale em “V”, na porção mediana do Córrego da Mata, onde se

encontra uma cachoeira de, aproximadamente 2m de altura............................34

Figura 8 – Esgoto a céu aberto localizado na parte mediana, na vertente direita,

do Córrego da Mata...........................................................................................35

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Que você entende por meio ambiente?..........................................36

Quadro 2 – O que você entende por rio?..........................................................36

Quadro 3 – O lixo urbano está presente apenas nas ruas?..............................37

Quadro 4 – Por que devemos preservar as vegetações?.................................37

Quadro 5 – O que você entende por fundo de vale?.........................................38

Quadro 6 – Qual a importância dos fundos de vale para uma cidade?.............39

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INTRODUÇÃO

A qualidade das informações e experiências registradas poderá

transformar a memória num solo fértil ou num deserto árido. (CURY,

2003).

Observa-se hoje os jovens recebendo uma quantidade de informações

cada vez mais rápidas e também cada vez mais de fontes nem tanto

confiáveis, tendo em vista que, em grande parte dos casos, estas informações

são adquiridas por meio da Internet, principalmente.

Sabe-se que nem todas as escolas acompanharam esta evolução, e

continuam trabalhando numa linha educacional idêntica de tempos pretéritos.

Não nos cabe aqui dizer se é “culpa do sistema” ou não, mas este fato é visível

para o educador crítico.

Trazer momentos diferenciados aos educandos é certamente uma

maneira de aumentar o interesse deles pela nossa disciplina, trazendo-os mais

próximos da realidade, saindo um pouco do ambiente tradicional de ensino.

O Trabalho de Campo é uma destas ferramentas que o professor deve

se utilizar, focando, contextualizando, o apreendido anteriormente em sala de

aula, com o objeto de estudo visitado.

É essencialmente diferente se trabalho como professor em

Oldemburg ou na Romênia. A alma do povo, por si, é muito diferente

[...]. Logo, ao se tratar de uma exposição prática [...] cada qual

poderia e deveria sentir-se estimulado a observar mesmo e a se

prestar conta. (KENTENICH, 1984)

Com o objetivo de desenvolver uma ferramenta que auxilie o educador

nesta tarefa, este trabalho traz em seu decorrer uma pequena revisão na área

da Pedagogia, para reavivar a memória daqueles que já passaram por esta

disciplina há algum tempo, ou auxilia-lo àqueles que atuam na docência sem

que, em sua formação profissional, tivesse tido contato com o assunto.

Em seguida, após a escolha do público a ser trabalhado, aplicamos um

questionário (anexo1), antes da saída a campo exatamente para que o

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educando, ao chegar em loco, tenha em sua mente um pré direcionamento do

que irá ser trabalhado, e como será trabalhado.

Nosso local escolhido para levar os educandos foi o Córrego da Mata,

um fundo de vale urbano localizado em Londrina, Pr. Justifica-se esta escolha

pelo ambiente transformado que lá se encontra tanto em suas margens, como

ao seu entorno. Sua utilização pelo longo dos tempos transformou-o em uma

paisagem com múltiplas imagens subliminares, estas exploradas durante a

preparação da visita, assim como pessoalmente lá.

O presente trabalho busca transcender a necessidade de ser um TCC

de Bacharelado em Geografia; procura, sim, ser um trabalho que venha a

somar no campo da Educação Ambiental.

Buscando elucidar seus objetivos, o trabalho encontra-se estruturado da

seguinte forma:

No primeiro capítulo se encontra um resumo sobre como a criança evolui

sua maneira de pensar, agir e entender o mundo (justificando a escolha do

público alvo), assim como se busca esclarecer alguns conceitos pertinentes à

área de educação.

O segundo capítulo foca o trabalho de campo realizado com os

educandos da sexta série de um colégio particular de Londrina, os levando ao

conhecimento de como se encontra a realidade dos fundos de vale urbanos,

ensinado a eles como “ler” este tipo de paisagem.

Os demais capítulos tratam das discussões, das metodologias e dos

resultados alcançados, entre outros.

Sendo o objetivo central de este trabalho proporcionar uma ferramenta

de auxílio no ensino de campo, ela traz, em linhas gerais, suporte técnico tanto

na parte teórica como na prática, assim como seus resultados, que acabam por

justificar a necessidade em se sair da sala de aula, proporcionando momentos

diferenciados na vida dos educandos.

13

CAPÍTULO 1 – BREVE REVISÃO TEÓRICA NA ÁREA DA PEDAGOGIA 1.1 TRABALHANDO O CONCEITO DE APRENDIZAGEM

Para que este trabalho tenha sua compreensão explicitada de forma

mais didática, crê-se fazer necessário percorrer pela área da psicologia, sem

aprofundar em demasia, até para que este não venha a competir com trabalhos

específicos da área, mas que ele sim tenha a melhor interpretação para os que

lêem, sem a devida formação em licenciatura, onde a psicologia se faz

presente como disciplina fundamental em sua ementa.

Trabalharemos com a aprendizagem dos adolescentes. Aí vem a

primeira questão: o que podemos entender por aprendizagem? A

aprendizagem se materializa ao depararmos com a mudança de

comportamento do educando, entendendo aqui comportamento num sentido

bem amplo que esta palavra possa ter. Se pegarmos uma criança que entra em

sala de aula sem saber ler e, ao final do ano ela já consegue ler, pode-se dizer

que houve a aprendizagem. O mesmo ocorrendo com quem aprende uma

operação aritmética, ou quem passa o olhar de forma diferenciada num fundo

de vale após as aulas de Geografia. O termo aprendizagem está relacionado

não só com questões escolares, mas também em questões que envolvem o

dia-a-dia, como cozinhar ou gostar de alguém. Este fenômeno ocorre desde o

início da vida, sendo algo que se manifesta de forma diferenciada nas fases da

vida.

Não é toda a mudança que podemos considerar aprendizagem; deve-se

levar em consideração, ou seja, excluir, os casos advindos da própria

maturação do indivíduo. A criança que passa a manusear um objeto apenas

pelo fato de que cresce e agora o alcança, a pessoa que passa a agir de forma

diferenciada devido a efeitos de medicamentos, são alguns exemplos de que

não se deve confundir com aprendizagem.

O termo aprendizagem, portando, irá remeter às mudanças provocadas

por treinamento, repetições, exercícios, práticas, entre outros. Completando

esta definição do termo aprendizagem, devemos tomar cuidado com a

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velocidade em que o esquecimento por parte de quem apreendeu a lição; um

rápido esquecimento pode demonstrar a fragilidade do processo, implicando

em melhor preparação do processo, tanto por parte do educando, como do

educador. Quanto maior o tempo de armazenagem do conteúdo explicitado,

melhor foi o êxito no trabalho do educador.

A aprendizagem deve ser tomada de posse do educador como um

processo integrativo, e não como um processo cumulativo, supondo uma

dinâmica interna, mental. Citando Lobo (1986)

Uma pesquisa de campo ou bibliográfica, um exercício, um debate, a

utilização de algum instrumento, a aplicação prática do conteúdo

aprendido são recursos que facilitam a aprendizagem e a

memorização. (LOBO, 1986).

A aprendizagem, assim como uma semente, fará surgir bons frutos

desde que colocada de forma devida, em local propício. A vida, de forma geral,

deve se dar em ambiente saudável, com estímulos freqüentes de forma que

estejamos prontos ao atendimento de nossas necessidades. Estudos na área,

a qual não nos aprofundaremos em demasia, comprovam que crianças que

recebem algo além do simples atendimento a questões fisiológicas, como

alimento, por exemplo, tornam-se adultos mais completos, mais sensíveis ao

desenvolvimento intelectual e pessoal. A carência afetiva acaba gerando

carência de estímulos e, nos dias de hoje, devemos recordar que o público alvo

deste trabalho, os adolescentes, vem de lares muitas vezes sem qualquer tipo

de referencial paterno e, se estes jovens caírem em instituições que tratam

educandos simplesmente como moeda de troca com seus pais, estes terão

suas chances de aprendizagem reduzidas mais ainda.

Técnicas de estimulação por vezes são necessárias para a devida

aprendizagem em sala; no caso de um trabalho de campo, o simples fato do

educando sair do ambiente escolar, já serve como um estímulo, pelo menos

para este trabalho, o que deve ser prontamente aproveitado pelo professor que

está na direção do mesmo. A questão do estímulo é tão interessante que se faz

presente inclusive no reino animal, mas este não sendo o objeto principal de

estudo deste trabalho, fica somente na menção.

15

Como mencionado anteriormente, não devemos confundir aprendizagem

e maturação. Ambos dependem de estímulos externos, só que a maturação

ocorre de forma natural, sendo pertinente a todos os indivíduos da classe, e

cada indivíduo tendo seu ritmo próprio de maturação, enquanto que a

aprendizagem irá individualizá-lo.

Numa escala evolutiva, desde a célula ovo até o indivíduo em fase

adulta, é enorme o número de modificações a que ele se submete. Lobo (op.

citi) define maturação como “O processo de diferenciações estruturais e

funcionais do organismo, levando a padrões específicos de comportamento”.

Importante lembrar que, quando falamos "processo" tem de se entender

algo ainda inacabado, algo que está em evolução, e que se desenvolve por

etapas. A questão do estímulo também é pertinente à maturação, tendo em

vista que um indivíduo num ambiente que lhe proporciona poucos estímulos

tem sempre a visão de que a tarefa proposta a ele, está acima de suas

condições de realização.

Resumindo, maturação e aprendizagem não são a mesma coisa, mas

estão intrinsecamente relacionadas, de forma que um indivíduo progredindo em

suas potencialidades biológicas estará propenso a ter maior evolução em

relação ao aprendizado. A este produto podemos chamar de desenvolvimento.

1.2 AS RELAÇÕES ENTRE HEREDITARIEDADE E AMBIENTE NA CONSTRUÇÃO DO INDIVÍDUO

Para a compreensão deste trabalho não seria tão pertinente esta

questão, mas, seria uma imprudência deixá-lo de lado, pelo fato de que se

deve estar atento à realidade que nos cerca. O educando de 30 anos atrás,

perdoando a redundância, com certeza é diferente do educando de hoje, e,

certamente, será diferente do educando do futuro. Conceitos básicos do nosso

dia-a-dia são voláteis, mudando, por vezes, nossa maneira de agir e pensar. O

próprio conceito de família hoje é bem diferente do de antigamente,

exemplificado em Longhi (2006):

16

A família patriarcal cede lugar a uma pluralidade de famílias

nucleares biparentais, monoparentais de valências diversas. Uma

criança média tem diversos pares de avós e diversos ‘lares’ entre os

quais escolher – “por temporada”, como as casas de praia. Nenhum

deles se parece como verdadeiro “e único” lar. (LONGHI, 2006)

Para não nos atermos a diversos autores sobre o tema, discorrendo

contrapontos e semelhanças sobre o mesmo, inspiremo-nos em Piaget que,

com certeza, trata-se de um autor respeitado no meio, servindo de inspiração e

referência para psicólogos, pedagogos, e profissionais de diversos níveis das

áreas de ensino.

Piaget, por sua abordagem original, tem grande destaque na área,

pregando não haver um predomínio nem da hereditariedade, nem do ambiente,

mas sim uma relação intrínseca e indissociável entre ambos. Nesta questão de

hereditariedade versus ambiente, Piaget não assume posição alguma como

geneticista ou ambientalista, assumindo a posição do "construtivismo". Ele não

coloca que o indivíduo já nasce com sua inteligência pronta, sendo utilizada de

acordo com o passar do tempo, mas também não acredita que a criança nasce

como uma folha em branco.

A criança passa a agir, a construir seu mundo a partir do momento em

que seu processo de maturação se manifesta. Isto se dá logo nos primeiros

meses. Esquemas mentais como pegar um botão utilizando-se do polegar já é

a demonstração de um esquema mental, de um aprendizado, demonstrando

que um esquema que não nasceu com a criança foi por ela desenvolvido,

assimilando a realidade durante a progressão de seus estágios intelectuais.

Piaget trabalha quatro estágios no desenvolvimento da inteligência,

diferindo pelas características em que o indivíduo interage com a realidade.

1º Estágio, conhecido por sensório-motor, situa-se na faixa etária de 0 a

2 anos, caracterizada pelos primeiros esquemas que a criança dispõe, dentre

eles sucção, deglutição, entre outros. De acordo com a ação da maturação e

dos estímulos ambientais, percebe-se seu desenvolvimento, suas mudanças

de no comportamento, onde seus atos já direcionam a um fim desejado.

2º Estágio, o pré-operacional, varia dos 2 aos 7 anos, onde ocorre a

fixação da percepção. O domínio do simbolismo permite a criança para as

17

linguagens verbais e matemáticas. Sua inteligência apresenta-se como

intuição, e seu pensamento é egocêntrico. Nesta fase ainda há dificuldades na

questão de volumes; se deres uma bolinha de massa e um pires feito com a

mesma quantidade de massa que a bolinha, a criança terá grandes

dificuldades em visualizar que ambas possuem a mesma massa.

3º Estágio, o operacional-concreto, ocorre de 7 a 11 anos, a criança

desenvolve a capacidade de ação interna, o que chamamos de “operação”,

fruto da seqüência da maturação e a influência do ambiente. A operação é uma

ação interiorizada com diversas características, sendo, principalmente, a

reversibilidade que, por sua vez, é a ação direta correspondente à ação

inversa. Nesse estágio a criança passa a entender que, se não tirar ou

adicionar massa, o pires e a bola do exemplo anterior terão a mesma massa.

Nesse estágio também se desenvolve a descentração em substituição ao

egocentrismo, permitindo com que a criança raciocine em diversos ângulos.

4º Estágio, o operacional-formal, manifesta-se a partir dos 11 anos,

público alvo deste trabalho. O raciocínio do adolescente se dá com base na

forma. A operação formal se dá com base no raciocínio, com menor

necessidade de um dado concreto, utilizando-se de deduções.

Concluindo esta parte evolutiva, pode-se dizer que o ser humano busca

uma integração, um ajustamento ao ambiente, utilizando-se de seus

conhecimentos; construindo seus conhecimentos através de formulações de

esquemas inatos assimila a realidade, aumentando seus conhecimentos. Cada

um dos estágios representa uma fase, um momento, onde se observa os

estilos de acomodações e assimilações. Como não há a anulação das

informações entre um estágio e outro, pode-se dizer que um adulto se utiliza

recursos adquiridos em estágio anteriores, mais do que os do estágio final que

se encontra.

1.3 A IMPORTÂNCIA E O COMPROMETIMENTO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

18

Anteriormente já fora trabalhado o conceito de aprendizagem. O que

este tópico pretende buscar é a questão da importância das experiências

anteriores neste processo, assim como a necessidade das escolas em estarem

buscando sua adaptação em um mundo de grande velocidade de informações

e transformações.

A aprendizagem, utilizando-se aqui a alfabetização, exige que a criança

tenha contato com materiais como jornais, revistas, livros, entre outros, tudo

isso potencializado no caso de seus pais também serem leitores assíduos,

abertos ao diálogo e participativos do dia-a-dia da criança. No caso da

educação ambiental não é diferente; caso a criança desde pequena já tenha

contato com o seu ambiente local, com seu fundo de vale, e se seus pais têm

por hábito fazer caminhadas, pescarias, ou mesmo o costume de reciclar seu

lixo, isso fará com que seu aprendizado seja mais rápido e eficiente.

Hoje, nas salas de aula, vemos educandos que já nasceram na “geração

da reciclagem”, onde em suas casas ou condomínios, o lixo é separado de

acordo com seu material e direcionado a uma ONG que cuidará da reciclagem.

Fica para as próximas gerações o desafio da pré-cilclagem, que é a

consciência anterior ao uso, por exemplo, as pessoas ao irem ao

supermercado levarão suas sacolas (ou o bom e velho carrinho de feira),

evitando assim o consumo de sacolas plásticas. Outro bom exemplo de pré-

cilclagem, é a economia de energia elétrica, sendo esta impossível de ser

reciclada.

No caso das escolas, fica claro que o mundo está evoluindo numa

velocidade jamais vista, e esta será cada vez superada por si mesma.

Inadmissível vermos em escolas o uso do mimeógrafo, ou aplicar avaliações

tradicionais passando as questões na lousa, sem nenhum recurso gráfico.

Oras... do 14bis às naves espaciais passaram-se aproximadamente 60 anos;

na área da informática, qualquer computador top de linha adquirido hoje, em

poucos meses estará obsoleto. E na questão da formação de pensadores, será

que as escolas estão evoluindo de acordo com o mundo? Como se está

ensinando a Geografia dentro destas instituições? O potencial do educando

deve ser trabalhado da melhor maneira possível, desenvolvendo-se novas

técnicas, utilizando-se de todos os recursos possíveis, lógico que dentro de

uma realidade de Brasil.

19

A escola deve estar atenta à bagagem que o educando traz; suas

experiências anteriores podem não ter sido tão favoráveis como de outros

educandos e, para que haja uma compensação, devem ser organizadas

atividades que compensem esta falta.

Ainda sobre a escola e o tempo em que o educando convive nela,

Longhi (2005) cita que:

O espaço e o tempo educativos constituem um momento privilegiado,

único e irrenunciável com vistas ao crescimento integral da pessoa.

Espaços como estes, que a tornam capaz de transformar e

disponibilizar os conhecimentos adquiridos em benefício social,

ajudando os outros a compreender e enfrentar os constantes e

complexos desafios que a história incessantemente apresenta.

(LONGHI, 2005).

A escola, portanto, tem a responsabilidade de ser agradável ao

educando, trazendo prazer ao mesmo enquanto freqüenta aquele espaço,

contribuindo não só para sua formação acadêmica, mas também cultural, ao

proporcionar-lhe meios de se tornar um cidadão mais ativo e crítico dentro da

sociedade.

1.4 A IMPORTÂNCIA DO EMPIRISMO NA EDUCAÇÃO

Os ingleses Locke e Hume (apud Falcão 1986) pregavam que o Homem

ao nascer não passa de uma “tabula rasa” e, todo o conteúdo preenchido

durante sua existência, é fruto de experiências relacionadas aos órgãos dos

sentidos.

Segundo Falcão (1986):

O empirismo se caracteriza como ambientalista, o racionalismo como

inatista. O empirismo se revela ainda como associonalista, ao

considerar os que dados da vida mental se organizam por

associações de impressões sensoriais, exatamente como a matéria

se organiza por associação de átomos. (FALCÃO, 1986)

20

Ainda sobre a questão do empirismo pode-se citar ainda que ele, além

de uma maneira de se interpretar como os conhecimentos das coisas são

adquiridos pelo Homem, dá ênfase ao funcionamento dos sentidos.

Levar os educandos a um trabalho de campo, onde possam observar em

loco como se encontra um fundo de vale, ou uma mata preservada, assim

como toda sua biota, é buscar maneiras de se criar uma consciência ambiental

neste jovem, de forma que ele, não só no futuro, mas hoje mesmo, possa ser

um multiplicador de conhecimentos na área.

Como já contextualizado, muito se fala em educação para o futuro; só

que esta educação deve ser para o hoje, portanto, nada mais óbvio que

trabalhar os sentidos destes jovens para que, sensibilizados com a realidade

local, possam ter atitude, no sentido mais nobre do termo. Que se possa

proporcionar a estes jovens a possibilidade de um aprendizado prazeroso no

campo, acarretando resultados mais duradouros e profundos, trazendo uma

melhoria na sua compreensão da realidade, acarretando uma melhoria no nível

de relacionamento inter-pessoal.

21

CAPÍTULO 2 – O TRABALHO DE CAMPO NA GEOGRAFIA 2.1 PREPARANDO O “CAMPO EDUCANDO” PARA O TRABALHO DE CAMPO

A Geografia como ciência moderna surgiu em finais do XIX, através dos

trabalhos dos alemães Humboldt (Alexander Von Humboldt) e Ritter (Karl

Ritter). Pertinente para nós neste momento, foi a “encaixotada” que a Geografia

sofreu pelas mãos do Positivismo de Comte (Augusto Comte). Essa Geografia

era voltada mais aos levantamentos de informações de dados após

observações, sem a preocupação direta da compreensão dos mesmos. Este

fato de se fracionar os conhecimentos, ainda hoje se pode observar com

grande freqüência nos livros didáticos, onde se trabalha clima, solo, relevo,...,

tudo de forma separada, como se um não dependesse do outro, como se

fossem sistemas fechados, com poucas possibilidades de trocas entre eles.

Pires (2002) nos fala que:

Tais características são ainda perceptíveis no ensino de Geografia no

Brasil, já que ao analisarmos livros didáticos em circulação, constata-

se que o enfoque principal se dá a partir da apresentação de dados

de forma seccionada [...] sem que se promova, na maioria das vezes,

uma discussão e/ou correlação entre os mesmos, o que, infelizmente

externa uma linguagem de inutilidade ao conhecimento geográfico

[...]. (PIRES, 2002).

Ao sair com os educandos a um trabalho de campo com uma base

dentro destas impostas pela maioria dos materiais didáticos que se têm,

simplesmente estar-se-ia proporcionando um passeio onde, provavelmente, o

que mais se ouviria seriam reclamações por estarem sujando seus tênis.

O que o educador em Geografia deve fazer é, mesmo sem contar com

materiais didáticos adequados, é levar seu educando a buscar uma

consciência crítica e, ainda dentro da sala de aula, conseguir absorver a idéia

que nosso palco, o Planeta Terra, é fruto de relações que ocorrem em diversos

22

níveis, como, por exemplo, a poluição: como pode se trabalhar de forma

seccionada as poluições do ar, da terra e da água? Faz sentido? Assim como

faz sentido estudar a industrialização de uma cidade sem estudar as

conseqüências junto ao meio ambiente desta ocupação urbana, assim como

seus reflexos na ocupação rural de seu em torno?

Antes de se sair a campo, o educador deve ter consciência que não

estará proporcionando apenas um “passeio” (inclusive, no caso de escolas

particulares, este tipo de passeio serve até como justificativa de que o

profissional está fazendo algo diferente pelos seus educandos), mas sim um

trabalho complementar ao que ele desenvolveu previamente em sala de aula e

que, ao seu término, seus educandos tenham a capacidade de absorver algo,

nesse caso utilizando-se de uma consciência ecológica, e possa mudar algo

em sua vida, tornando-o mais cidadão que ontem.

O trabalho de campo deve ser voltado a educação ambiental, nos

termos em que nos coloca o Jornal Diário Ambiental:

A educação ambiental se constitui numa forma abrangente de

educação, que se propõe atingir todos os cidadãos, através de um

processo pedagógico participativo permanente que procura incutir no

educando uma consciência crítica sobre a problemática ambiental,

compreendendo-se como crítica a capacidade de captar a gênese e a

evolução de problemas ambientais. (DIÁRIO AMBIENTAL, 2007).

A preparação para nosso trabalho ocorreu em momentos distintos; num

primeiro momento, a escolha do fundo de vale a ser estudado tem de ser feita

de forma criteriosa, para que se faça uso de um ambiente didaticamente rico,

justificando assim a escolha pelo Córrego da Mata. Em segundo momento, a

aplicação de um questionário (anexo 1) antes da saída a campo, direcionando

nossas ações, para futura comparação com o mesmo questionário preenchido,

só que após o campo.

2.2 A PAISAGEM COMO DIFERENCIAL DA SALA DE AULA

23

Pode-se utilizar o termo paisagem para diversos fins, existindo as

paisagens nas artes gráficas, na arte dos jardins, na literatura, e também na

Geografia, como cita Passos (1998).

A tarefa de se colocar a paisagem como diferencial da sala de aula

requer alguns cuidados, dentre eles, trazer a consciência do que se pode

entender por “paisagem”.

Segundo o Prof. Dr. Antonio Jose Aledo Tur, em palestra proferida na

Universidade Estadual de Londrina, em 2007, paisagem é “O produto de uma

ação cultural no espaço. É a sua expressão formal e física no território”.

Tur, com seu olhar de geógrafo, nos mostra a paisagem como reflexo

(materialização) cultural do povo ocupante daquele espaço.

Neste sentido, pode-se tratar a paisagem, como sendo tudo aquilo que

observamos; ela é fruto dos agentes endógenos e exógenos, atuando

constantemente por milhares de anos, constantemente.

Desde aproximadamente quatro bilhões e meio de anos, com o

surgimento do Planeta Terra, este vem se transformando ao longo dos tempos.

As forças endógenas são aquelas pertinentes às camadas internas de nosso

planeta; já as exógenas, são as forças que atuam em nosso campo visível, nde

o Homem atua, ou seja, a crosta terrestre. Ao mesmo tempo em que temos as

placas tectônicas trabalhando em baixo da crosta, temos Sol, chuvas, ventos,

árvores, rios, o Homem, entre outros, atuando na parte visível de nosso

planeta.

A paisagem que encontramos hoje se trata de uma “natureza totalmente

domesticada” pela ação antrópica; esta citação encontra-se em Paula (2005),

que também nos diz:

A natureza aparece como oposição à civilização. Essa visão de

mundo foi sendo construída pelos europeus ao longo da história, [...],

e, tanto na América como no Brasil, a relação estabelecida com a

natureza foi de estranhamento, não de integração. (PAULA, 2005).

24

O ser humano, de forma geral, sempre tratou mal a natureza,

transformando-a, nos últimos anos, numa velocidade talvez inimaginável há

poucas décadas.

Eis aí, então, o grande diferencial da sala de aula; enquanto os livros

didáticos teorizam a construção da paisagem (sem destacar aqui o nível de

propriedade com que eles trabalham), o educando em campo pode observar,

utilizando-se de todos os seus sentidos, os resultados dos agentes postos

anteriormente.

Indo-se além da Fenomenologia, onde se focaria apenas os níveis de

percepção dos jovens, devem-se resgatar conceitos abordados em sala de

aula, de preferência abordados com antecedência, para que a apreensão por

parte do educando seja maximizada.

2.3 A RELEVÂNCIA DO TRABALHO DE CAMPO

Fique bem claro que trabalho de campo, em hipótese alguma, deve ser

utilizado como única fonte de ensinamento junto ao educando; seria uma utopia

(fazendo-se aqui a apropriação dentro do senso comum para este conceito). A

sala de aula é fundamental para que se suscitem discussões, para que se

utilize de outros recursos didáticos tais como, projetores, mapas, revistas,

televisão, enfim, a sala de aula serve como o suporte para que o trabalho de

campo seja bem sucedido.

Além das dificuldades normais em se levar jovens ao campo,

dificuldades estas relacionadas aos comportamentos disciplinares, onde, sabe-

se, é tarefa das mais difíceis controla-los em uma atividade extra classe, tem

também a questão de custos, pois estas saídas geram despesas extras,

principalmente com transporte. Por estes motivos, as saídas devem ser muito

bem planejadas, para que não se torne apenas um passeio.

No caso específico deste trabalho, fora escolhido jovens da sexta série

do Colégio St. James International Scool, situado num condomínio fechado na

Gleba Palhano - há aproximadamente oito quilômetros do Córrego da Mata -

área de recente ocupação imobiliária que atende a um público de classe social

25

média-alta em nosso município; os contatos com a natureza que estes jovens

tiveram anteriormente se tratavam de fazendas de parentes, onde se tinha lá

uma mata ciliar ou um bosque, estes sendo bem cuidados pelos caseiros

contratados. Para este público, o objetivo do trabalho de campo é de mostrar

que existe algo além dos muros de suas residências, e que esta realidade é um

pouco diferente do que conhecem ou imaginam. Com certeza, ao se trabalhar

com jovens de outras classes sociais, deve-se mensurar anteriormente o grau

de interatividade que estes já tenham em relação ao meio ambiente de sua

cidade, para se fazer um direcionamento mais acertado, logrando, assim, maior

êxito na saída da sala.

26

CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA

Os trabalhos de campo foram realizados com educandos das sextas

séries do Colégio St. James International School, nos dias 25 de setembro e 02

de outubro de 2007, no início do período vespertino, das 13.30h às 15.30h,

contando com a supervisão dos professores Alessandro Rotunno, Richard

André e Geraldo Terceiro Correa, além de um inspetor do referido colégio, para

auxiliar no tocante a dispersão e concentração dos educandos no campo,

fazendo com que os mesmos estivessem sempre próximos uns dos outros, a

fim de se maximizar o acompanhamento teórico despendido no trabalho.

O St. James International Scholl é um conceituado colégio da cidade,

localizado em área nobre, na Gleba Palhano, atendendo, principalmente, os

moradores dos condomínios horizontais localizados ao seu em torno.

Antes da saída a campo, aplicamos um questionário junto aos

educandos, de forma a coletar seus conhecimentos de maneira mais

personalizada, sendo aplicado o mesmo questionário ao final do trabalho, para

que efetuássemos as tabulações dos conhecimentos adquiridos em campo.

O questionário, com dez questões relativas ao meio ambiente de uma

forma bem abrangente, onde o educando estaria livre para responder como lhe

convinha; importante ressaltar que este questionário não deve servir como

parte avaliativa do bimestre, ou seja, ele não deve valer nota, pois, desta feita,

o educando estará mais preocupado em dar uma resposta “politicamente

correta”, do que dar a resposta que realmente gostaria. Foram realizados em

torno de 40 questionários, entre as duas salas trabalhadas. As Questões

foram as seguintes:

1. Que você entende por meio ambiente?

2. O que você entende por rio?

3. O ar é importante? Por quê?

4. O lixo urbano está presente apenas nas ruas?

5. Por que devemos preservar as vegetações?

6. Qual a paisagem que você mais gosta? Por quê?

7. O que você entende por fundo de vale?

27

8. Qual a importância dos fundos de vale para uma cidade?

9. Devemos consumir tudo que é aparentemente necessário a nós?

10. Pelos veículos de informação temos recebido constantes avisos sobre

as mudanças do clima; o que você entende por isto?

As expressões colhidas em campo através de material fotográfico e na

produção de um dvd mostram um tipo de reação diferenciada daquela de sala,

proporcionando ao professor a oportunidade de conhecer melhor os jovens que

convive semanalmente em ambiente escolar, e vice e versa.

Recomendamos aos educandos que não levassem máquinas

fotográficas, assim como filmadoras e bloco de notas; até o consumo de água

pedimos que fosse em momentos próprios, exatamente para que o educando

estivesse livre para absorver as informações, prestando mais atenção ao que

era exposto verbalmente, assim como tivesse condições de observar melhor a

área, sentir melhor os aromas, assim como sentir os diferentes níveis de ruído

e tipos de barulhos encontrados ao longo do curso d’água.

28

CAPÍTULO 4 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O trabalho de campo foi realizado no Córrego da Mata, primeiro afluente

da vertente direita do Ribeirão Cambézinho que, por sua vez, apresenta-se

como formador dos Lagos Igapó, em Londrina. O trajeto da escola ao objeto de

estudo, Córrego da Mata, está ilustrado na figura1, extraída do Google Earth.

Figura 1: Trajeto do St. James Internatonal School ao Córrego da Mata, extraído do Google

Earth em 04 de dezembro de 2007. Fonte: Google Earth.

O Córrego da Mata encontra-se próximo a Universidade Estadual de

Londrina (UEL) tendo, em sua nascente a Rodovia PR 445, em sua vertente

direita um loteamento recente ainda com pouca ocupação (figuras 2 e 2.1).

29

Figura 2: Loteamento recente, ainda em ocupação, na vertente direita do Córrego da Mata.

Autor: ALESSANDRO ROTUNNO, 2007.

Figura 2.1: Detalhe de queimada e erosão no loteamento à vertente direita do Córrego da

Mata. Autor: ALESSANDRO ROTUNNO, 2007.

Ainda próximo a sua nascente, a margem direita é desprovida de

cobertura florestal sendo esta área freqüentemente roçada por uma

concessionária da Prefeitura Municipal de Londrina, encarregada da limpeza da

cidade, implicando em modificações ambientais, tais como: mudança do

30

albedo, acelerando os processos erosivos-deposicionais. Ainda nesta

localidade percebemos três grandes rampas canalizadoras de águas pluviais,

representadas por uma fração da PR 445 e suas vias marginais, que

colaboram com o aumento da energia cinética dos materiais que se encontram

em transito, na ocasião do fenômeno pluvial. Tal situação associada com a má

conservação da localidade proporciona um carreamento de materiais sólidos e

outros descartes para a bacia de sedimentação da cabeceira do Córrego, que

por sua vez, irão se depositar no reservatório maior, os lagos localizados a

jusante deste ponto.

Cabe ainda ressaltar que sua nascente, na ocasião da implantação das

marginais da referida rodovia, passou por um intenso processo de aterramento,

principalmente por restos de materiais provindos da construção civil, com

anuência da Prefeitura Municipal de Londrina (PML).

Estes restos, ainda em consolidados, promovem perturbações

estruturais na marginal mais próxima, em sua pista de rodagem,

proporcionando, assim, neste meio impermeabilizado, regiões de fraquezas, e

facilitam contínuas infiltrações, podendo acelerar as manutenções da

localidade (figura 3).

31

Figura 3: Rachadura e depressão no asfalto da marginal da PR 445, promovidas por

perturbações provocadas pelo não assentamento devido do aterro da nascente do Córrego da

Mata. Autor: ALESSANDRO ROTUNNO, 2007.

Pela sua localização próxima ao loteamento desocupado, sofre um

rápido assoreamento, o que pode ser verificado na figura 4, que nos mostra,

também, a antiga construção de uma barragem, que tinha por objetivo a

captura da energia gravitacional da água para mover uma roda d'água distante

aproximadamente 500m deste ponto. Na localidade da roda d'água existia uma

mina d'água, que provia as necessidades da sede da fazenda, localizada a um

desnível de, aproximadamente, 100m.

32

Figura 4: Imagem da barragem. Assoreamento do Córrego da Mata, ocorrido pela falta de

cuidados com o em torno do referido fundo de vale. Autor: ALESSANDRO ROTUNNO, 2007.

Em seu histórico de ocupação, encontrávamos a questão de dez anos,

culturas de subsistência como arroz, por exemplo, além de bananas, o que

ainda se visualiza, mas em menor escala - informação pessoal do Prof.

Dr.Geraldo Terceiro Correa(2007).

Na atualidade, além do já citado loteamento, o Córrego da Mata sofre

também com uma indústria de leite localizada desde sua nascente até sua

porção mediana, em sua vertente esquerda (figura 5). Os impactos causados

por esta indústria são sentidos inclusive pelo sentido olfativo por apresentar,

em diversos dias do ano, um péssimo odor em suas proximidades.

33

Figura 5: Vista da vertente direita do Córrego da Mata destacando-se, em primeiro plano, a

baixa ocupação do loteamento vizinho. Autor: ALESSANDRO ROTUNNO, 2007.

Geomorfologicamente o Córrego da Mata percorre distintas fisionomias.

Na sua cabeceira observamos uma grande vertente de captação das águas

pluviais e, nos segmentos mais inferiores, as vertentes comportam-se como

dispersoras, principalmente na localidade de confluência com o Ribeirão

Cambézinho. Desta arte, podemos avaliar que a configuração espacial da área,

apresenta duas situações: uma, com o vale bem aberto na região da nascente

em formato de "U" (figura 6), e no segmento inferior, em "V" (figura 7).

34

Figura 6: Vale em “U”, na nascente do Córrego da Mata. Autor: ALESSANDRO ROTUNNO,

2007.

Figura 7: Vale em “V”, na porção mediana do Córrego da Mata, onde se encontra uma

cachoeira de, aproximadamente 2m de altura. Autor: ALESSANDRO ROTUNNO, 2007.

35

CAPÍTULO 5 - RESULTADOS E DISCUSSÕES

Aplicamos o questionário já exposto no tópico Metodologia apenas a

uma semana do trabalho, exatamente para que os educandos não perdessem

o foco do trabalho, pois, caso fosse aplicado com muita antecedência crê-se

que ao chegarem ao campo algumas questões já estariam, por vez,

esquecidas.

Portanto, após a aplicação deste questionário, é pertinente o professor

trabalhar no direcionamento do foco a ser dado ao chegar a campo.

Caso estivesse trabalhando com educandos de escolas periféricas,

destituídos de maior poder financeiro, ao mostrar o esgoto a céu aberto que lá

se encontra (figura 8), a reação seria totalmente diferente dos educandos que

foram conosco, pois, os periféricos convivem com esta realidade em seu dia-a-

dia, não sendo necessariamente uma novidade.

Figura 8: Esgoto a céu aberto localizado na parte mediana, na vertente direita, do Córrego da

Mata. Autor: ALESSANDRO ROTUNNO, 2007.

36

O pouco contato direto com a natureza por parte dos educandos que

levamos ao fundo de vale era tão evidente que, a simples “atolada” de pé no

barro gerava reações das mais adversas, focando a repudia pela “sujeira”, na

maioria dos casos, reclamações vindas da amostra feminina.

Após o retorno do trabalho de campo, aplicamos o mesmo questionário,

novamente, para avaliarmos a evolução por parte dos educandos; novamente

aqui sem muito tempo após a visita ao fundo de vale para que, assim como

antes da ida, os envolvidos não perdessem o foco dos assuntos abordados.

Com relação às questões elaboradas antes e depois do trabalho de

campo tabulamos as seguintes situações.

Quadro 1: Que você entende por meio ambiente?

antes do campo após o campo Onde era limpo, mas o Homem está poluindo. Tudo que nos cerca. Natureza. Meio ambiente é tudo que nos cerca. (...) Florestas naturais. Tudo que me rodeia, que vejo. Pessoas. Um lugar bonito, com árvores... Tudo que está ao nosso redor. Natureza e animais. (...) o que vejo e não vejo, o que sinto e não sinto. Plantas e árvores (...) todos fazemos parte

Esta questão foi a que mais sofreu mudanças em sua resposta,

certamente pelo fato do Meio Ambiente per si estar muito distante da visão do

jovem, quando na verdade o meio ambiente somos todos nós e tudo que nos

cerca. O meio ambiente deve estar intrinsecamente relacionado às nossas

ações do dia-a-dia e, caso isto não ocorra, as atitudes que eles tomarem

durante suas vidas, não levarão em conta este princípio, o princípio da

preservação do meio ambiente.

Quadro 2: O que você entende por rio?

antes do campo após o campo (...) plantas marinhas. (...) seres aquáticos. (...) um buraco cheio d'água. (...) precisamos (...) para a sobrevivência. É uma corrente de água. É um corpo de água. Água.. Um lugar com água e vida.

Aqui se vê evoluções muito interessantes, inclusive a utilização do termo

“corpo d’água”.

37

A terceira questão, referente ao ar, serviu para nós como uma forma de

demonstrar ao educando que o fato de não vemos o ar que respiramos, não

significa que ele seja desconsiderado como meio ambiente; ao contrário, ele

também é meio ambiente e, como tal, sofre as conseqüências das desastrosas

ações antrópicas ocorridas pelo globo todo. A questão traz o seguinte

enunciado: “O ar é importante? Por quê?”.

A quarta questão: “O lixo urbano está presente apenas nas ruas?”

trouxe-nos as seguintes respostas:

Quadro 3: O lixo urbano está presente apenas nas ruas?

antes do campo após o campo Em nossas casas também. (...) como vimos no fundo de vale. No meio ambiente. Ruas, florestas, fundos de vale... Não. Fundos de vale e terrenos abandonados. Não. (...) o lixo produzido (...) as pessoas tacam no fundo de vale, como vimos. Não. Os fundos de vale estão cheios. Em nossas casas também. Nas matas, nos rios, em vários lugares.

As respostas aqui demonstraram o pouco contato que estes jovens

tinham com o meio ambiente de sua cidade e, tomados de emoção, já

colocaram que todos os fundos de vale estariam com lixo, mesmo tendo

observado apenas um.

A quinta questão: “Por que devemos preservar as vegetações?” trata a

questão das árvores, e sua importância. Interessante ressaltar que a turma que

estávamos trabalhando eram sextas séries, portanto, acreditamos ser

pertinente trabalhar a questão se são árvores exóticas ou não, focando aqui

sua relevância na atuação, principalmente, na formação de seu microclima.

Quadro 4: Por que devemos preservar as vegetações?

antes do campo após o campo (...) ajudar o meio ambiente. (...) manter a temperatura. Porque sem ela nada sobreviveria. (...) o clima iria ficar bem mais quente. Ela nos dá alimentos. Não deixa a água evaporar. (...) podemos fazer remédios. É nela que os animais vivem. Pois é nosso alimento. (...) faz fotossíntese. (...) preservar o meio ambiente. (...) preservar os lençóis freáticos.

38

Vale ressaltar nesse momento de reflexões que, em momento algum

corrigimos os educandos em relação aos seus conhecimentos cognitivos; o que

fizemos foi lapidá-lo, aumentando o grau de abrangência de seu foco.

A sexta questão, “Qual a paisagem que você mais gosta? Por quê?” fora

colocada para que estudássemos o que os educandos entendiam por

paisagem. Aqui surgiram respostas interessantes na primeira bateria de

perguntas, valendo ressaltar uma que foi: “as praias de Ibiza”. O Conceito de

natureza transformada, domesticada, foi trabalhado a posteriori com os

educandos e algumas respostas, nos chamaram a atenção, pelo fato de

elencarem paisagens tão distantes do Brasil.

A sétima questão foi muito interessante também, e aonde vimos

algumas diferenças bem extremas do “antes” e “depois”. A questão é: “O que

você entende por fundo de vale?”. Importante esta pergunta não ser umas das

primeiras e nem as últimas, até pelo fato de que, ao início de respondermos

quaisquer questionários, normalmente encontramo-nos apreensivos e, ao

chegar nesta questão, o jovem não estará mais preocupado com o começo do

questionário, nem ansioso por terminar logo a última questão, tornando, desta

feita, a resposta mais perto do que ele realmente está pensando.

Quadro 5: O que você entende por fundo de vale?

antes do campo após o campo Um lugar onde a chuva faz uma erosão. Uma mini floresta. Uma pequena mata. Ele ajuda o clima. Onde há um rio. Para onde vão as águas da chuva. (...) é uma nascente de um rio. (...) nascente (...) tem uma planície de alagamento. É o fim do vale. É um lugar onde há geralmente uma nascente de um ro. Onde moram os sem teto (...) (...) onde descartamos nosso lixo.

Aqui já observamos alguns conhecimentos adquiridos durante o ano

letivo, principalmente no tocante a erosão, assunto abordado no início do ano

com a turma.

A oitava questão, “Qual a importância dos fundos de vale para uma

cidade?”, continua tratando o tema fundo de vale, agora focando sua

importância. Alguns destaques separados para esta temática foram:

39

Quadro 6: Qual a importância dos fundos de vale para uma cidade?

antes do campo após o campo Levar água para a cidade. Manter o clima (temperatura) mais fresco. Onde tem a nascente de um rio. Manter a temperatura da cidade.

Um lugar onde tem água. (...) possui a função de manter a temperatura da cidade mais amena.

Deixar a água limpa. Manter a temperatura.

Aqui os educandos focaram a temperatura e tem uma explicação para

tal; nossos trabalhos foram realizados em dias ensolarados, no início do

período vespertino, com uma temperatura bastante inóspita. Até a parte

mediana do Córrego da Mata, a vegetação arbórea se encontra apenas em sua

vertente esquerda, e nós caminhava-mos pela vertente direita. Ao adentrarmos

na mata, os educandos sentiram de imediato a temperatura mais fresca do

ambiente, fruto até de diversos comentários naquele momento partido deles, e

não de nós.

E, fechando o questionário, trabalhamos mais duas questões: “Devemos

consumir tudo que é aparentemente necessário a nós?”, e, “Pelos veículos de

informação temos recebido constantes avisos sobre as mudanças do clima; o

que você entende por isto?”.

Nestas questões desejamos trabalhar os efeitos que a mídia coloca em

nossa cultura propagando ao mesmo tempo um consumismo desenfreado e,

ao mesmo tempo, noticiando o tal “aquecimento global” que, infelizmente, já

virou desculpa até pra lojista de boutique afirmar em entrevista à televisão que,

“por causa do aquecimento global” tive que mudar a tendência da loja este

ano”.

Se realmente as empresas estão preocupadas com o meio ambiente,

por que elas lançam novidades a cada mês implicando na troca do “antigo” por

um mais moderno a constantemente? A fabricação de novos itens como

telefone celular, mp3 e mp4,..., não implica no detrimento ao meio ambiente?

Em sala de aula, respeitando a faixa etária, estes assuntos são sempre

abordados, assim que surja uma oportunidade.

Foi-se (ou deveria ter ido) o tempo em que se avaliava o educando

apenas na aplicação de uma prova em que se cobraria ipsis litteris o que o livro

nos pega, ou pior, o que o professor queria ver escrito na resposta. Este era o

tempo em que questões das provas vinham com palavras de comando logo de

40

início, que nada contextualizavam o educando em sua realidade; as questões

seriam mais ou menos assim: O que você entende por ...?

Mesmo o educando tendo respondido o que o professor queria ler, ou

literalmente o que estava no livro, aonde ele se viria realmente envolvido com

esta questão? Mesmo em uma sala de aula podemos fazer uma avaliação

inteligente, buscando textos veiculados na imprensa, contextualizando a

situação, para que depois você pergunte ao educando o que ele entende por

qualquer assunto.

Pode-se colocar na avaliação bimestral, além das questões relacionadas

aos temas pertinentes da disciplina, uma questão onde remeta o educando a

uma reflexão da sua vida, de seu dia-a-dia; uma sugestão é perguntar “no que

este trabalho de campo te auxiliou para que se tornasse um cidadão melhor do

que ontem?”.

No caso deste trabalho, o foco principal está no aprendizado no trabalho

de campo, portanto, sua avaliação deverá ser um pouco diferenciada da

“tradicional”. A avaliação deverá ser feita não pela simples capacidade de

guardar conhecimentos, mas sim pela qualidade e aplicabilidade do

conhecimento adquirido. Freire (2006) nos coloca que:

A nossa capacidade de aprender, de que decorre a de ensinar,

sugere ou, mais do que isto, implica nossa habilidade de apreender a

substantividade do objeto aprendido [...] o aprendiz [...] como sujeito

crítico, epistemologicamente curioso, que constrói o conhecimento do

objeto ou participa de sua construção. (FREIRE, 2006).

Aproveitando o grau de interesse dos educandos, em nossa prova

regular do bimestre coloquei a seguinte questão:

41

(Geo/AR) Normalmente, nas previsões do tempo, Londrina aparece mais fria que

Maringá. Comente este fenômeno com base no que observamos em campo.

Deve-se “cobrar” do educando algo criativo, inclusive justificando aí a

devida preparação em sala antes do trabalho, pois, como cita Tomita (2006),

”Entende-se que a criatividade e a imaginação não vêm do nada, mas partem

de um certo grau de conhecimento acumulado.”.

Portanto, antes de ir a campo, deve-se disponibilizar ferramentas para

que o educando possa realmente usufruir em diversos níveis este trabalho,

afinal, como dita Gore (2007) em seu documentário “o que está em jogo é a

nossa habilidade de viver no Planeta Terra”.

42

CONCLUSÃO

Durante o Curso de Licenciatura em Geografia, concluído na

Universidade Estadual de Londrina (UEL), por algumas oportunidades foram

trabalhados educandos tanto na simples observação em sala de aula, bem

como lecionando aulas tradicionais e trabalhando oficinas, também.

Observando a ânsia dos educandos em apreender a disciplina de

Geografia de uma forma diferenciada da tradicional, aquela do simples uso da

sala de aula, foi percebido que metodologias diferenciadas é condição sine qua

non para o educando criar mais interesse e gosto pela disciplina, assim como

majorar sua apreensão sobre determinados assuntos pertinentes ao ano letivo.

Procurando entender um pouco mais o perfil dos jovens de hoje, fora

necessário buscar outras literaturas, além das voltadas a Geografia, como

Longhi, Kentenich, Freire, Falcão e Piaget, entre outros.

E foi em Piaget que decidimos a escolha da faixa etária, após os 11

anos, etapa esta onde o jovem já se encontra em conclusão de formação de

seu pensamento, bem como já se identifica com o meio em uma visão nem tão

egocêntrica como em faixas etárias anteriores, resultado sutilmente observado

nas evoluções das respostas dos educandos como, por exemplo, na questão

onde o jovem pensa o lixo em sua residência e, ao defrontar-se com a

realidade, entende que este descarte ocorre, infelizmente, também em fundo

de vales.

Após melhor conhecimento deste público, decidimos por um trabalho de

campo em um fundo de vale urbano por ficar, desta feita, o jovem mais interado

dos fatos que ocorrem no meio em que vive, buscando-se, assim, criar nele a

consciência de que é agente ativo na construção do meio em que co-habita.

A utilização de questionários com questões subjetivas antes e depois do

trabalho de campo, fora fundamental para o direcionamento de nossas

inserções, além de provocar o educando a colocar no papel o sentimento que o

permeava antes e depois do trabalho, inclusive nos proporcionando a

oportunidade de tabularmos as respostas, tendo em vista a utilização do

mesmo questionário antes e depois do trabalho, mensurando o grau de

aproveitamento individual.

43

REFERÊNCIAS

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2007. 1 DVD (96 min): dublado;

BALESTRINI, R. S. A Importância dos Corredores Verdes entre Quatro

fragmentos Florestais Próximos à Universidade Estadual de Londrina – Pr.

Monografia Bacharelado – UEL, Londrina, 2006;

BOVO, M. C. Escola e Meio Ambiente - uma abordagem do tema transversal

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nacionais: geografia / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/

SEF, 1998.

CUNHA, M. V. da. Psicologia da Educação. Rio de Janeiro: DP & A, 2000;

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2003;

FREIRE, P. PEDAGOGIA DA AUTONOMIA Saberes necessários à prática

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Curitiba: Vicentina, 2006;

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PASSINI, E. Y. Alfabetização Cartográfica e o Livro Didático: Uma Análise

Crítica. Belo Horizonte: Lê, 1994;

44

PASSOS M. M. dos Biogeografia e Paisagem. Presidente Prudente: UNESP,

1988;

PAULA, Z. C. de A Relação Antagonista entre Homem e Natureza no Processo

de Colonização / (Re) Ocupação do Norte Paranaense in Natureza, Fronteiras

e Territórios (org. Gilmar Arruda). Londrina: EDUEL, 2005;

PIAGET, J. A Representação do Espaço na Criança / Jean Piaget, Bärbel

Inhelder: trad. [de] Bernardina Machado de Albuquerque. – Porto Alegre: Artes

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PIRES, E. O.; OLIVEIRA, G. V.; SALVI, R. F. Tendências do Pensamento

Geográfico e Ensino in Geografia, Ciência e Filosofia. Londrina: Edições

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TOMITA, L. M. S. O Saber e o Sabor no Ensino de Geografia in MÚLTIPLAS

GEOGRAFIAS ENSINO – PESQUISA – REFLEXÃO. Londrina: Edições

Humanidades, 2006;

TUR, A. J. A. Turismo e Desaparecimento das Paisagens Rurais na Espanha.

Palestra proferida em 23/10/2007 na Universidade Estadual de Londrina (UEL);

Jornal Diário Ambientebrasil disponível em

<http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./educacao/index.php

3&conteudo=./educacao/educacao.html> Acessando em 04 de dezembro de

2007;

KENTENICH, J. Linhas Fundamentais de uma Pedagogia Moderna para o

Educador Católico. Conferências do curso Pedagógico – 1950 (tradução:

Movimento Apostólico de Schoenstatt) Santa Maria, RS: PALLOTTI, 1984;

45

ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO APLICADO

Perguntas prévias ao Trabalho de Campo de Geografia

Nome: __________________________________________ turma __________

1. Que você entende por meio ambiente?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2. O que você entende por rio?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3. O ar é importante? Por quê?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4. O lixo urbano está presente apenas nas ruas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5. Por que devemos preservar as vegetações?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

46

(Anexo 1 Cont.)

6. Qual a paisagem que você mais gosta? Por quê?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7. O que você entende por fundo de vale?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8. Qual a importância dos fundos de vale para uma cidade?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

9. Devemos consumir tudo que é aparentemente necessário a nós?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

10. Pelos veículos de informação temos recebido constantes avisos sobre

as mudanças do clima; o que você entende por isto?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

47

ANEXO 2 – ALGUMAS IMAGENS DOS TRABALHOS DE CAMPO