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INTRODUÇÃO Se a educação sozinha não transforma a sociedade sem ela, tampouco, a sociedade muda. (Paulo Freire) A educação passa por momentos de transição, entre a evolução das tecnologias, avanços nas diversas ciências e mudanças no comportamento das sociedades. Enquanto os avanços acontecem em diferentes áreas científicas e tecnológicas, na educação essas modificações parece ocorrerem lentamente. Avançar em educação quase sempre é considerado esbarrar em processos que podem ser vitais e comprometer todo um sistema, que “parece” estar funcionando. Diversos canais se unem para trazer o novo, de forma a não romper a tênue linha que separa a formação das concepções educacionais internalizadas com as recentes descobertas no campo da educação. Avançar não é romper, é simplesmente recomeçar sem andar para trás. É isso o que a Educação Infantil espera: romper com a visão assistencialista, lúdica e de entretenimento que até recentemente a ela era aplicada. A Educação Infantil (EDI) é vista, quase sempre, como um local onde a criança brinca, aprende algumas noções de socialização, por exemplo, como conviver com outras pessoas diferentes do círculo familiar e vizinhança, e às vezes, aprender algumas letras. Alguns esperam que a criança aprenda a segurar o lápis, usar a tesoura e a cola e a limitar, dentro da folha de caderno, a sua produção. Poucos

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INTRODUÇÃO

Se a educação sozinha não transforma a sociedade sem ela, tampouco, a sociedade muda.

(Paulo Freire) 

A educação passa por momentos de transição, entre a evolução das

tecnologias, avanços nas diversas ciências e mudanças no comportamento das

sociedades. Enquanto os avanços acontecem em diferentes áreas científicas e

tecnológicas, na educação essas modificações parece ocorrerem lentamente.

Avançar em educação quase sempre é considerado esbarrar em processos

que podem ser vitais e comprometer todo um sistema, que “parece” estar

funcionando. Diversos canais se unem para trazer o novo, de forma a não

romper a tênue linha que separa a formação das concepções educacionais

internalizadas com as recentes descobertas no campo da educação.

Avançar não é romper, é simplesmente recomeçar sem andar para trás.

É isso o que a Educação Infantil espera: romper com a visão assistencialista,

lúdica e de entretenimento que até recentemente a ela era aplicada. A

Educação Infantil (EDI) é vista, quase sempre, como um local onde a criança

brinca, aprende algumas noções de socialização, por exemplo, como conviver

com outras pessoas diferentes do círculo familiar e vizinhança, e às vezes,

aprender algumas letras. Alguns esperam que a criança aprenda a segurar o

lápis, usar a tesoura e a cola e a limitar, dentro da folha de caderno, a sua

produção. Poucos pais se preocupam com o desenvolvimento da

aprendizagem de conteúdos na Educação Infantil. E de um modo geral, nossa

sociedade tem uma visão deturpada do trabalho realizado pela escola e

acabam não reconhecendo e dando valor ao trabalho realizado pelos

professores e demais funcionários da escola.

A falta de conhecimento do que se produz na Educação Infantil, o que se

passa no interior da escola acarreta um descrédito dos profissionais que

trabalham com esse nível escolar, provocando o sentimento de menos-valia. A

persistência no trabalho encontra apoio na satisfação diária com os pequenos.

Mas, apesar dessa visão negativa ou pouco participativa dos pais e

responsáveis a educação infantil no Brasil vem ganhando espaço. Vemos isso,

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principalmente nas ações da Secretaria de Educação do município da cidade

do Rio de Janeiro – SME/RJ, que pensa de forma bem diferente daqueles que

não valorizam o trabalho nos primeiros anos de vida escolar da criança, e vem

mobilizando esforços para mudar esse quadro. Por isso a Secretaria Municipal

de educação, através de suas Orientações Curriculares para a Educação

Infantil, trás em suas orientações curriculares o seguinte:

A Secretaria Municipal de Educação, reafirmando seu compromisso de assegurar uma Educação Infantil de qualidade à população da cidade do Rio de Janeiro, apresenta as suas ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL (GERÊNCIA DE EDUCAÇÃO INFANTIL, 2010, p. 9).

A Secretaria de Educação do município do Rio de Janeiro vem

investindo na aprendizagem do aluno desde sua entrada nas creches até a

saída do aluno da rede municipal, isso inclui a educação infantil, que é o nosso

campo de atuação. Assim, com base nas Orientações Curriculares para a

Educação Infantil:

São muitas e variadas as histórias de vida que trazem os meninos e as meninas da Cidade do Rio de Janeiro para as instituições de Educação Infantil. Dessa forma, essas ORIENTAÇÕES CURRICULARES também consideram que se faz urgente e necessário, o compromisso de promover uma educação voltada para a perspectiva inclusiva. As diferenças sociais, econômicas e familiares, físicas, cognitivas e psicológicas são consideradas componentes do coletivo que contribuem para as formas criativas de viver em sociedade, (GERÊNCIA DE EDUCAÇÃO INFANTIL, 2010, p. 10).

Alguns dos fatores que podem ser apontados são a falta de interesse

dos pais e responsáveis pelo trabalho realizado com seus filhos nas escolas de

educação infantil; o não reconhecimento do trabalho pedagógico feito pelos

professores. A insatisfação dos professores na Educação Infantil (EDI) com o

acúmulo de tarefas que não fazem parte do currículo ou proposta pedagógica;

algumas funções, que não são próprias do magistério, são acumuladas para os

professores e a própria escola, e relegadas da família, como exemplo, crianças

com problemas de saúde e não são levadas a nenhum acompanhamento

profissional específico. Outro fator estaria relacionado ao desprestígio social do

professor. O resgate da autoridade profissional estaria atrelado à importância

que a figura do professor teria na sociedade e o próprio papel da escola na

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sociedade. Entre eles, a importância da escola para formar cidadãos

conscientes e prepará-los para um futuro melhor e para o mundo do trabalho.

Ante os múltiplos desafios do futuro, a educação surge como uma

instância indispensável à humanidade na construção dos ideais da paz, da

liberdade e da justiça social. A educação é vista como uma via que conduzirá a

um desenvolvimento humano mais harmonioso, mais autêntico, de modo a

fazer recuar a pobreza, a exclusão social, as incompreensões, das pessoas

como das sociedades. Por isso é de grande importância a tarefa dos

professores da Educação Infantil. As Orientações Curriculares para a

Educação Infantil, para explicitar melhor os passos que os professores devem

seguir, esclarece:

Nesse contexto, o educador tem papel fundamental, pois é ele quem na sua relação cotidiana com as crianças e pela sua sensibilidade, identifica necessidades, desejos, fortalece relações, promove atividades significativas de aprendizagens e administra, pelo planejamento, o uso pedagógico de diferentes recursos: materiais, brinquedos, jogos, livros, aparelhos tecnológicos, espaço físico e horários, numa relação em que as vivências de aprendizagem são uma via de mão dupla (GERÊNCIA DE EDUCAÇÃO INFANTIL, 2010, p. 12).

Para se ter uma sociedade mais justa deve-se oferecer às crianças

todas as condições que lhes permitam ser e atuar como cidadãos. Deve-

se ensinar a essas crianças a defender seus interesses, solucionar problemas, 

argumentar e mudar o que precisar ser mudado. É necessário que entendam

as diferentes linguagens de comunicação para adquirir novos conhecimentos,

valores morais e éticos. O professor será o mediador entre os conhecimentos

do mundo e o aluno, ajudando-o a construir seu saber através das informações

adequadas, oportunizando o acesso às informações que se apresentam nos

diferentes veículos de comunicação. De acordo com CAGLIARI:

... o professor não pode ser o dono da educação, aquele que tem tudo sob seu comando. É preciso que haja também uma grande participação do aprendiz, porque afinal de contas é ele quem precisa aprender e mostrar o que aprendeu e sobretudo, saber que aprendeu (CAGLIARI, 1998, p.40).

Com o uso das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação

(NTIC’s) nas escolas, podem-se criar situações em que se possam ensinar as

crianças a trabalharem em equipe, associar-se a um objetivo, expor e negociar

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suas ideias, argumentar e acreditar no seu potencial. Em suma, a assumir

responsabilidades.

O ensino em situações nas quais a leitura e a escrita ocorram de fato

proporcionará uma aprendizagem durável e adaptável. Ora, numa situação

efetiva, é necessário que se reflita para construir o sentido, e para isso não se

pode confiar em nenhum outro mecanismo. É preciso ter um projeto de leitura e

escrita e saber relacioná-lo ao objeto portador de texto, à sua função social e

às informações que ele contém, principalmente na Educação Infantil, onde

esse processo nem sempre é esperado pela sociedade, mas em que é o

momento ideal para fazê-lo.

Em resumo, é preciso ter uma atitude de pesquisa inteligente, pois todo

processo educativo precisa de um método que o fundamente, que lhe sirva de

referencial teórico. É uma atitude desse tipo que importa desenvolver de início

com seriedade e convicção, pois, “um método não é uma panacéia que resolve

todos os problemas educacionais” (Cagliari, 1998, p.60).

As Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC’s) podem

ser utilizadas como recurso na construção dessa aprendizagem reflexiva.

Almejando assim, a reflexão e a depuração dessa aprendizagem, em busca de

uma transformação educacional que leve à independência, criatividade e

autocrítica, onde o professor encontre sentido e reconhecimento pelo que faz.

A proposta pedagógica, pela coordenação pedagógica, é incorporar na prática

pedagógica da educação infantil esses “aparelhos tecnológicos” junto com a

internet, de modo a fazer os alunos interagirem com as Novas Tecnologias da

Informação e Comunicação (NTIC’s) através da elaboração e da concretização

dos projetos da escola. Considerando, a partir desse contato com os

“aparelhos tecnológicos” o envolvimento prévio e contínuo do estudante, ao

longo de seus estudos. Assim, os conhecimentos e informações que estará

adquirindo na educação infantil, poderão ser socializados através de um blog

da escola.

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CAPÍTULO 1 – FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA

1.1 MEDIAÇÃO ENTRE A ERA DO CONHECIMENTO E A ERA DA

INFORMAÇÃO.

Costuma-se definir nossa era como a era do conhecimento. Se for pela

importância dada hoje ao conhecimento, em todos os setores, pode-se dizer

que se vive mesmo na era do conhecimento, na sociedade do conhecimento,

sobretudo em consequência da informatização e do processo de globalização

das telecomunicações a ela associado. Pode ser que, de fato, já se tenha

ingressado na era do conhecimento, mesmo admitindo que grandes massas da

população estejam excluídas dele. Eduardo Chaves1, afirma:

Não se pode ignorar que antes de entrar na escola a criança aprende uma quantidade enorme de coisas: aprende a diferenciar a suas impressões sensoriais e a identificar objetos e pessoas; aprende a pegar e a manipular objetos; aprende a ficar de pé e eventualmente a andar; aprende a gostar de determinadas coisas e a não gostar de outras, desenvolvendo nítidas preferências; aprende a responder adequadamente ao contato de terceiros (conhecidos ou estranhos); aprende a identificar sons, em especialmente os sons da fala humana; aprende primeiro a expressar o que deseja através de gestos e sinais, aprende a imitar gestos e sons e, eventualmente, aprende a falar; aprende a se alimentar sozinha; aprende a controlar sua bexiga e seus intestinos; aprende que não deve fazer determinadas coisas; aprende a demonstrar carinho e a agredir os outros, quando contrariada; aprende eventualmente a identificar símbolos, desenhos, sons e mesmo palavras escritas com seus referentes – e assim por diante (CHAVES, Eduardo O. C. “Educação Orientada para Competências” e “Currículo Centrado em Problemas”).

Todavia, o que se constata é a predominância da difusão de dados e

informações e não de conhecimentos. Isso está sendo possível graças às

novas tecnologias que estocam o conhecimento, de forma prática e acessível,

em gigantescos volumes de informações, que são armazenadas

inteligentemente, permitindo a pesquisa e o acesso de maneira muito simples e

flexível. É o que acontece com a Internet? Para ser “usuário” basta dispor de

uma conexão e um equipamento, como o computador. “Usuário” não significa

1 Disponível em: http://4pilares.net/text-cont/chaves-curriculo.htm. Acesso em 26 de julho de 2011.

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aqui apenas receptor de informações, mas também emissor de informações.

Pela Internet, a partir de qualquer sala de aula do planeta, podem-se acessar

inúmeras bibliotecas em muitas partes do mundo. Eduardo Chaves2, expõe:

Várias expressões são normalmente empregadas para se referir ao uso da tecnologia, no sentido visto, na educação. A expressão mais neutra, “Tecnologia na Educação”, parece preferível, visto que nos permite fazer referência à categoria geral que inclui o uso de toda e qualquer forma de tecnologia relevante à educação (“hard” ou “soft”, incluindo a fala humana, a escrita, a imprensa, currículos e programas, giz e quadro-negro, e, mais recentemente, a fotografia, o cinema, o rádio, a televisão, o vídeo e, naturalmente, computadores e a Internet (CHAVES, Eduardo O. C. A Tecnologia e a Educação).

As novas tecnologias permitem acessar conhecimentos transmitidos não

apenas por palavras, mas também por imagens, sons, fotos, vídeos

(hipermídia), entre outros. Nos últimos anos a informação deixou de ser uma

área ou especialidade para se tornar uma dimensão de tudo, transformando

profundamente a forma como a sociedade se organiza. Essa importância pode

ser percebida no pensamento de Eduardo Chaves, Ibid., ao afirmar:

“Tecnologia na Educação” é uma expressão preferível a “Tecnologia Educacional”, pois esta parece sugerir que há algo intrinsecamente educacional nas tecnologias envolvidas, o que não parece ser o caso. A expressão “Tecnologia na Educação” deixa aberta a possibilidade de que tecnologias que tenham sido inventadas para finalidades totalmente alheias à educação, como é o caso do computador, possam, eventualmente, ficar tão ligadas a ela que se torna difícil imaginar como a educação era possível sem elas. A fala humana (conceitual), a escrita, e, mais recentemente, o livro impresso, também foram inventados, provavelmente, com propósitos menos nobres do que a educação em vista. Hoje, porém, a educação é quase inconcebível sem essas tecnologias. Segundo tudo indica, em poucos anos o computador em rede estará, com toda certeza, na mesma categoria (CHAVES, Eduardo O. C. A Tecnologia e a Educação).

O uso de mídias em educação requer dos profissionais novos saberes e

fazeres para criar e recriar estratégias e situações de aprendizagem que

possam tornar-se significativas para o aprendiz, sem perder de vista o foco da

intencionalidade educacional. O uso dos recursos tecnológicos não pode ser

confundido com a simples presença do computador e outras mídias na

educação. E a qualidade da educação depende de Políticas públicas para a

2 Disponível em: http://4pilares.net/text-cont/chaves-tecnologia.htm. Acesso em 26 de julho de 2011.

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formação continuada dos educadores para fazerem uso das Novas

Tecnologias da Comunicação e da Informação (NTIC’s).

Neste sentido, surge o questionamento a respeito do aprender a integrar

as tecnologias da informação de forma a promover mudanças no modo de

ensinar e de aprender dos jovens e crianças dessa geração. Eduardo Chaves3,

diz que:

Frequentemente nós, educadores, que de certo modo vivemos dentro da escola, perdemos o ângulo de visão e o senso crítico e acabamos por crer que o que se exige são apenas pequenos ajustes aqui e ali, melhores livros didáticos, aparelhos de televisão e DVD em casa sala de aula e um laboratório de informática. Mas não, o modelo ou paradigma é que está errado. John Keating, em A Sociedade dos Poetas Mortos, conseguiu romper com o modelo ou paradigma mandando os alunos rasgarem seus livros didáticos, sair da sala de aula e ir para fora da escola – para aprender poesia – sem usar tecnologia alguma (CHAVES, Eduardo O. C. “Educação Orientada para Competências” e “Currículo Centrado em Problemas”).

A educação tradicional iniciou seu declínio no movimento renascentista,

mas ela sobrevive até hoje, apesar da extensão média da escolaridade trazida

pela educação burguesa. A educação renovada, que surge de forma mais clara

a partir da obra de Jean-Jacques Rousseau - um filósofo iluminista,

desenvolveu-se nesses últimos dois séculos e trazendo consigo numerosas

conquistas, sobretudo no campo das ciências da educação e das metodologias

de ensino. Em John Dewey e o seu conceito de “aprender fazendo”, seguidas

das técnicas Freinetianas mostram bons exemplos que podemos aferir, por

exemplo, como aquisições definitivas na história da educação. Quanto a isso

Eduardo Chaves4 esclarece:

É preciso reconhecer que a aprendizagem é algo que ocorre durante a vida inteira, e não apenas na escola, e que é importante, portanto, aprender a aprender. Mas também é importante reconhecer que poucas pessoas aprendem a aprender por si próprias, sem nenhum ensino. E é preciso, além disso, especificar com clareza o que está incluído em aprender a aprender. Temos que encontrar um meio termo entre a transmissão de conteúdos e a aprendizagem por descoberta. Esse meio termo pode ser localizado através da noção de "aprender a aprender". Normalmente essa noção é utilizada apenas como um chavão, um slogan sem maior conteúdo. Mas é

3 Disponível em: http://4pilares.net/text-cont/chaves-curriculo.htm. Acesso em 26 de julho de 2011.4 Disponível em: http://edutec.net/Textos/Self/EDTECH/informed.htm. Acesso em 26 de julho de 2011.

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possível dar-lhe substância (CHAVES, Eduardo O. C.Computadores, Educação e Logo).

Segundo MOACIR GADOTTI5:

O que a tradicional e a nova educação têm em comum é a concepção da educação como processo de desenvolvimento individual. Todavia, o traço mais original da educação desse século é o deslocamento de enfoque do individual para o social, para o político e para o ideológico (GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre, Ed. Artes Médicas, 2000.)

A experiência de mais de meio século de educação nos países

socialistas também o testemunha. Eduardo O C Chaves também cita que:

A escola (como hoje a conhecemos) não pode seriamente levar em consideração as necessidades, os interesses, o estilo e o ritmo próprio de aprendizagem de cada aluno, de modo a proporcionar a cada um uma formação adaptada a ele, porque esse tipo de ensino personalizado e individualizado se choca com o pressuposto básico da escola, a saber: a padronização (CHAVES, Eduardo O. C. A Tecnologia e a Educação).

No final do século XX, o fenômeno da globalização deu novo impulso à

ideia de uma educação igual para todos, agora não como princípio de justiça

social, mas apenas como parâmetro curricular comum. A educação, no século

XX, tornou-se permanente e social. Hoje muitos educadores, perplexos diante

das rápidas mudanças na sociedade, na tecnologia e na economia, pergunta-

se sobre o futuro de sua profissão, alguns com medo de perdê-la sem saber o

que devem fazer. As consequências da evolução das novas tecnologias,

centradas na comunicação de massa, na difusão do conhecimento, ainda não

se fizeram sentir plenamente no ensino – como previra McLuhan já em 1969 –,

pelo menos na maioria das nações, mas a aprendizagem a distância,

sobretudo a baseada na Internet, parece ser a grande novidade educacional

neste início de novo milênio. Eduardo O C Chaves, Ibid., complementa

McLuhan quando diz que:

5Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392000000200002&script=sci_arttext. Acesso em 21 de janeiro de 2012.

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A Internet, especialmente através da Web, caminha rapidamente para se tornar o grande repositório que armazenará todo tipo de informação que for tornada pública no mundo daqui para frente. O modelo, daqui para frente, não será alguns (os ensinantes) transmitindo informações a outros (os aprendentes), mas muitos (estudantes, trabalhadores, qualquer um que precise) vindo em busca de informação em lugares em que sabem que podem encontrá-la (a Web). Em linguagem da Internet, o modelo será muito mais “pull” (busca da informação) do que “push” (entrega da informação).

A educação trabalha com a linguagem escrita e a nossa cultura atual

dominante vive impregnada por uma nova linguagem, a televisiva e a das

telecomunicações, particularmente a linguagem da Internet. Ainda vivemos a

cultura do papel, que aos poucos vai perdendo espaço para o armazenamento

de informações virtuais. Podemos ilustrar o que foi citado, através do seguinte

trecho de Eduardo O C Chaves6:

Devemo-nos preocupar com a questão da Informática na Educação porque a evidência disponível, embora não tão ampla e contundente quanto se poderia desejar, demonstra que o contato regrado e orientado da criança com o computador em situação de ensino-aprendizagem contribui positivamente para o aceleramento de seu desenvolvimento cognitivo e intelectual, em especial no que esse desenvolvimento diz respeito ao raciocínio lógico e formal, à capacidade de pensar com rigor e sistematicidade, à habilidade de inventar ou encontrar soluções para problemas. Mesmo os maiores críticos do uso do computador na educação não ousam negar esse fato (CHAVES, Eduardo O. C.O Computador na Educação).

As novas tecnologias criaram novos espaços do conhecimento. Agora,

além da escola, também a empresa, a residência e os espaços públicos, como

o “cyber café” tornaram-se, também, espaços educativos. A educação

potencializada pelas novas tecnologias e necessitando do desenvolvimento de

novas metodologias traz novas oportunidades para os educadores. Esses

espaços informatizados e conectados têm tudo para permitir maior

democratização da informação e do conhecimento, portanto, menos distorção e

menos manipulação, menos controle e mais liberdade. É uma questão de

tempo, de Políticas públicas adequadas e de iniciativa da sociedade. A

tecnologia não basta. É preciso a participação mais intensa e organizada da

6 Disponível em: http://www.chaves.com.br/TEXTSELF/EDTECH/funteve.htm. Acesso em 26 de julho de 2011.

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sociedade. O acesso à informação não é apenas um direito. É um direito

fundamental, um direito primário, o primeiro de todos os direitos, pois sem ele

não se tem acesso aos outros direitos. Eduardo O C Chaves, Ibid., nos leva a

compreender o exato alcance dessas ideias ressaltando que:

Assim sendo, não podemos perder de vista o fato de que a escola tem que preparar cidadãos suficientemente familiarizados com os mais básicos desenvolvimentos tecnológicos, de modo a poder participar no processo de geração e incorporação da tecnologia de que o País precisa para sair do estágio de subdesenvolvimento econômico e de dependência cultural e tecnológica em que se encontra. E a informática está no centro de toda essa tecnologia (CHAVES, Eduardo O. C.O Computador na Educação).

As novas Tecnologias da Informação e da Comunicação estão

transformando nossa maneira de nos comunicarmos, no trabalho, nas

decisões, enfim, o homem está vivendo transformações que até bem pouco

tempo eram temas para filmes de ficção científica. A Escola não pode ignorar o

que se passa no mundo, senão a Escola se desqualificará.

Na escola de ensino fundamental, a informática geralmente não é

proposta como uma disciplina a ser ensinada por si mesma, um conjunto de

saberes e habilidades constituídos aos quais se atribuiria uma parte da carga

horária. Isso porque as competências esperadas dos professores dessa etapa

não são da ordem de uma "didática da informática".

1.2 PROBLEMA

Em nossas reuniões, nos centros de estudos, notamos que alguns pais

gostam de ver a produção escolar dos filhos e quando mencionamos a

existência de um BLOG da escola, os mesmos se interessaram em visitá-lo.

Acreditamos que esse interesse leve os alunos a se interessarem também pela

escola e pelo que fazem, afinal seus pais e amigos estarão acompanhando tal

produção escolar. As professoras, por sua vez, apesar de se dedicarem ao

trabalho, sentem certa insatisfação por não terem reconhecimento de seus

esforços no trabalho com as crianças, poderão vir a melhorá-lo e conseguir

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uma melhor articulação entre o trabalho realizado e o trabalho das demais

professoras na escola.

A coordenação pedagógica também encontra dificuldades em socializar

e dinamizar o trabalho desenvolvido pela unidade escolar devido à diminuição

dos horários de reuniões e horário para planejamentos e trocas de ideias.

Como ampliar nossas vozes para que comunidade escolar, corpo docente,

discentes e demais interessados no fazer e produzir pedagógico da escola? A

valorização depende da divulgação? O interesse surge quando o que se faz é

mostrado? Eduardo O C Chaves7, nos auxilia nessa compreensão, afirmando

que:

Peter Drucker, no livro já mencionado, aponta a direção: “Nós sabemos que diferentes pessoas aprendem de maneira diferente; sabemos que, na realidade, o [estilo de] aprendizado é tão pessoal quanto uma impressão digital. Não há duas pessoas que aprendam da mesma maneira. Cada um tem uma velocidade diferente, um ritmo diferente, um grau de atenção diferente. Se lhe for imposto um ritmo, uma velocidade, ou um grau de atenção estranho, haverá pouco ou nenhum aprendizado. Haverá apenas cansaço e resistência. Nós sabemos que pessoas diferentes aprendem matérias diferentes de maneira diferente. A maioria de nós aprendeu a tabuada através da repetição e dos exercícios. Mas os matemáticos não ‘aprendem’ a tabuada: eles a ‘captam’, por assim dizer. Da mesma forma, os músicos não aprendem a ler uma partitura: eles a ‘percebem’. E nenhum atleta nato jamais teve que aprender como pegar uma bola. Algumas coisas de fato têm que ser ensinadas — e não apenas valores, percepções e significados. Um professor é necessário para identificar os pontos fortes do aluno e para direcionar um talento à sua realização. Nem mesmo um Mozart teria se tornado o grande gênio que foi sem seu pai que era um verdadeiro mestre...A nova tecnologia é uma tecnologia de aprendizagem, e não de ensino. Não resta dúvida que grandes mudanças irão ocorrer nas escolas e na educação — a sociedade instruída irá exigi-las e as novas teorias e tecnologias de aprendizagem acabarão por efetivá-las (CHAVES, Eduardo O. C.O Computador na Educação)..

Esses e outros questionamentos, ainda que não ditos explicitamente,

surgiram das reuniões e encontros pedagógicos. Articular encontros com os

diferentes segmentos da escola como funcionários, professores, direção e

responsáveis torna-se, apesar de existirem representantes para cada

segmento, uma tarefa quase que impossível. Contudo, ressalta Eduardo O C

Chaves8, que:

7 Disponível em: http://www.chaves.com.br/TEXTSELF/EDTECH/funteve.htm. Acesso em 26 de julho de 2011.8 Disponível em: http://edutec.net/Textos/Self/EDTECH/cevec.htm. Acesso em 26 de julho de 2011.

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A educação é um fenômeno rico e complexo que não se deixa capturar pelos limites estreitos de uma abordagem ou tendência. Educação envolve aprendizagem por descoberta, mas também envolve aprendizagem em decorrência do ensino formal e deliberado. Educação tem que ver com formação, mas também com transmissão de informação. Nela se evidencia o encontro dialético da tradição com a crítica, o intercâmbio entre o recebimento da tradição e sua avaliação e eventual reformulação. A educação abrange a formação da pessoa, no sentido mais clássico que se dá à expressão, mas também inclui a preparação para o exercício da cidadania e de uma profissão (CHAVES, Eduardo O. C. Informática na Educação: Uma Reavaliação).

Teríamos que encontrar um canal ou meio para que pudéssemos

ampliar as discussões para que toda a comunidade (ou ao menos os

segmentos aos quais interferimos diretamente) compreendesse e participasse

dessas discussões. Partiríamos assim na busca da visibilidade e atenção para

nossos fazeres pedagógicos reencantando os olhares para nosso ofício,

nossas práticas com as crianças da Educação Infantil. É necessário investir na

qualificação dos profissionais da educação para que estes, ao invés de inibir o

uso das novas tecnologias por parte dos seus alunos, os encorajem a utilizá-las

de forma a ajudar em seus estudos e na sua formação como indivíduo. Torná-

los atores e autores de uma nova metodologia educacional. Contudo, Eduardo

O C Chaves9 afirma que:

Se a escola puder se reinventar e tornar-se um ambiente de aprendizagem desse tipo, ela pode sobreviver. Mas a Internet, a Web, correio eletrônico, bate-papos, discussões baseadas em texto (grupos de discussão), videoconferências, etc., precisarão estar no centro dela e se tornar parte de sua rotina. O que aqui é dito da escola aplica-se a escolas de todos os níveis, inclusive às universidades (CHAVES, Eduardo O. C. Tecnologia na Educação).

O professor é um elemento altamente estratégico na educação, mas,

por outro lado, pode ser facilmente dispensável.

No primeiro caso, o seu papel é o de auxiliar os alunos a aprender e a

selecionar melhor as suas alternativas de recursos de acesso à informação.

Exemplo: internet, televisão, jornais, livros, revistas, etc.

9 Disponível em : http://chaves.com.br/TEXTSELF/EDTECH/tecned2.htm. Acesso em 29 de julho de 2011.

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No segundo caso, o professor precisará estar constantemente

atualizado para não se tornar um elemento que possa ser substituído, ou até

mesmo descartado.

Assim como o processo de conhecimento do aluno avança em série e

graus de escolaridade, seus professores também devem ter uma

especialização maior. Como as informações e novos conhecimentos estão

sendo construídos ou evoluindo o professor não pode deixar de estudar e estar

à frente de seus alunos sendo o primeiro a apresentar as novas informações ou

o primeiro a mostrar esse novo conhecimento.

Este fenômeno leva a uma alteração significativa no quadro de

formação dos professores. Estes precisam de uma constante capacitação e a

atualização em seus conhecimentos. Os professores que se recusarem a essa

reciclagem poderão ser facilmente substituídos.

Assim, as mudanças que estão ocorrendo na educação e que precisam

ser vivenciadas pelos alunos nas escolas passam pelo uso dos computadores,

isto é, das Novas Tecnologias da Comunicação e Informação (NTIC’s), que, ao

que tudo indica, parecem deter o potencial estratégico para levar em tempo

real as mudanças pelas quais o mundo passa. E assim através delas o

professor pode rapidamente passar aos alunos essas informações e

conhecimentos, fazendo com que o lapso de tempo não exista mais na

educação e a escola não se transforme em ”museus” de informações, ao

contrário, ensine os alunos a enfrentarem a vida que está sendo vivida. O

professor será um orientador de novas formas de ensino/aprendizagem, sendo

aquele que intermediará as informações e os meios de acesso a essas

informações que melhor satisfaçam às necessidades da turma naquele

momento.

Porém, sistema educacional nenhum pode obrigar os professores a se

reciclarem ou utilizarem essas NTIC’s. O seu uso será uma opção, uma

decisão do professor frente aos seus novos rumos de trabalho e daquilo do que

ele considera educação e do que ele considera ensino de qualidade.

Deverá responder perguntas como: o que eu preciso aprender sobre o

assunto, até que ponto preciso estudar as Novas Tecnologias da Informação e

Comunicação, qual o tipo de meio midiático é melhor para eu me comunicar

com meus alunos e pares, qual o grau de conhecimento preciso adquirir com

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essas mídias, o que preciso mudar em mim mesmo para atender a esse perfil

de profissional que interage com as NTIC’s, considero o assunto realmente

importante para dedicar meu tempo nele, aprender sobre o tema vai melhorar

meu desempenho como professor, minhas aulas ficarão melhores, usar as

NTIC’s em sala tornarão meus alunos mais interessados e aprenderão mais e

melhor, tenho a motivação pessoal necessária para isso, preciso aprender

língua(s) estrangera(s), tenho a tolerância no convívio com essas mídias, tenho

a persistência necessária para começar e terminar esses estudos, já possuo

uma visão interdisciplinar utilizando as NTIC's junto a minha disciplina?

Depois de respondidas essas e outras questões, que o professor julgar

relevantes, ele poderá optar em usar ou não as NTIC’s em seu favor.

Surge a questão de como apresentar o projeto político pedagógico

(PPP) de forma a criar espaços para que o conhecimento sobre esse se amplie

e, dessa forma, caminharmos na direção de uma educação democrática e

consentânea com o momento atual da escola e do mundo.

Freire (2000, p. 49) afirma que: “O mundo encurta, o tempo se dilui. O

ontem vira agora; o amanhã já está feito. Tudo muito rápido [...] Debater o que

se diz o que se mostra e como se mostra na televisão me parece algo cada vez

mais importante”.

Como o professor, preparado para uma pedagogia baseada em

procedimentos que visam à acumulação de informações pelo aluno, poderá

criar fazeres que tornem sua prática pedagógica aliada às Novas Tecnologias

da Informação e Comunicação (NTIC’s)? De que conteúdos ou saberes o

professor precisa se apropriar para o uso dessa ferramenta de forma crítica e

criativa? Como transformar o desinteresse de alguns responsáveis por

admiração e incentivo ao trabalho realizado por seus filhos na escola? Como

conseguir atualizar as informações entre professores, direção e comunidade

escolar em tempo hábil? Como alcançar um nível de valorização do trabalho

realizado em nível razoável de satisfação coletiva? Como atrelar as Novas

Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC’s) ao PROJETO POLÍTICO

PEDAGÓGICO (PPP) da escola buscando alternativas para sua

implementação e avaliação?

Page 15: Tcc Eproinfo Angela Santos Araujo (1)

23

1.3 JUSTIFICATIVA

A utilização de tecnologias em todos os ramos das atividades no mundo

atual está gerando mudanças nas organizações e no pensamento humano.

Isso exige independência, criatividade e autocrítica na obtenção e na seleção

de informações, assim como na construção do conhecimento. Neste trabalho

delineamos uma proposta com o uso das Novas Tecnologias da Informação e

Comunicação (NTIC’s) que leve o professor a refletir sobre a sua prática e seu

papel de agente transformador, e a criar situações de aprendizagem com o uso

das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC’s),

especificamente para a Educação Infantil.

A informática faz parte da cultura contemporânea e a escola tem o papel

fundamental de propiciar o acesso dos alunos a essa tecnologia e às suas

linguagens. É principalmente através da escola, que antigas e novas gerações

têm oportunidade de participar, compreender, decidir e de sentirem-se

autônomas em relação às mesmas, realizando obras sofisticadas,

concretizando projetos antes apenas imaginados, estabelecendo novas

relações com o mundo, ampliando a sua participação e interação cultural,

intelectual, social, profissional e política. A tecnologia é um direito do cidadão

contemporâneo, na medida em que possibilita a ele conhecer e utilizar novas

ferramentas e novas linguagens, fundamentais para o domínio e a autonomia

na convivência e no trabalho com o mundo atual e globalizado. Isso posto,

destacamos o pensamento de Pellanda ao afirmar que:

As tecnologias interagem com o sistema cognitivo, principalmente sob duas formas: (a) transformam a configuração da rede social de significação, cimentando novos agenciamentos e possibilitando novas pautas interativas de representação e de leitura do mundo; (b) permitem construções novas, constituindo-se em fonte de metáforas e analogias Pellanda (2000, p.112).

De modo geral, a informática está sendo gradativamente introduzida

nas escolas, e não se pode deixar que os alunos de nossa comunidade fiquem

de fora desse processo. Para isso torna-se necessário criar um espaço

especial para o uso desses equipamentos tecnológicos e dessas mídias. Este

espaço será responsável pelo processo de implantação e acompanhamento de

Page 16: Tcc Eproinfo Angela Santos Araujo (1)

24

um projeto de Informática Educacional em nossa escola. Utilizaremos a sala de

leitura da Unidade Escolar (U.E.), pois ela possui parte do equipamento que

precisamos para o projeto: (04) quatro computadores com recursos de

multimídia (caixas de som e microfones); (01) um aparelho de TV, (01) um

aparelho de TV de DVD; (08) oito rádios com CD; (01) uma máquina fotográfica

digital( que também serve como filmadora). Para isso, desenvolver-se-á as

seguintes atividades: pesquisas e análises sobre a confecção e elaboração de

um blog, como se fosse um Livro da Vida, virtual; desenvolvimento de projetos

envolvendo parcerias com a sala de leitura, e outros que interessem à

comunidade escolar e que sejam compatíveis ao nosso projeto político

pedagógico (PPP), como os da Secretaria Municipal de Educação. Elaboração

de materiais didáticos que serão usados com os alunos. Estratégias como a

produção de minioficinas, serão utilizadas tanto para professores e alunos,

para dar prosseguimento aos projetos da Unidade Escolar (U.E.).

A utilização de tecnologias em todos os ramos das atividades no

mundo atual está gerando mudanças nas organizações e no pensamento

humano. Isso exige independência, criatividade e autocrítica na obtenção e na

seleção de informações, assim como na construção do conhecimento.

Para que uma instituição escolar introduza a informática, é preciso ter

em primeiro lugar um projeto político pedagógico, onde serão discutidos os

objetivos de sua utilização como ferramenta educativa e a escolha do software

educativo que possa ser usado para ajudar a atingir mais fácil e eficientemente

os objetivos educacionais, não deixando, portanto, que o computador se torne

um brinquedo.

Sem uma perspectiva do que queremos ao usarmos aulas digitais ou

OAs, cairemos na mesmice do quadro branco e do livro escolar, só que agora

de forma mais sofisticada.

A escola precisa de professores capacitados e disponibilizados a

encarar esse novo ícone que é a informática educativa sem medo de que

algum dia seja substituído por computadores. É preciso então que haja uma

integração entre o meio escolar e o corpo docente, desenvolvendo assim a

sociabilidade dos alunos e a familiaridade dos professores com o mundo da

tecnologia.

Page 17: Tcc Eproinfo Angela Santos Araujo (1)

25

Um grande conhecimento da sua disciplina, sua filosofia e quais as

correntes teóricas metodológicas que estão por trás de sua prática pedagógica

é fundamental para “colorir” as aulas com esses recursos.

O grande desafio para a educação deste século é fazer com que a

escola se sintonize com o Mundo Contemporâneo. Para isso será preciso muita

observação, reflexão e debate, com urgência e presteza diante da velocidade

com que a técnica e a tecnologia produzidas transformam em obsoletos os

sistemas até então em vigor.

Pellanda (2000, p.113) esclarece que “Um projeto crítico e criativo de

apropriação crítico e criativo das tecnologias nas relações de aprendizagem

tomaria as tecnologias como potencializadoras da atividade cognitiva”.

Que espaço conceder às novas tecnologias quando não se visa a

ensiná-las como tal? São eles simplesmente recursos, instrumentos de

trabalho como o quadro-negro? Espera-se de seu uso uma forma de

familiarização, transferível a outros contextos? Pode-se esperar que, ao utilizá-

lo nesse âmbito, os alunos aprendam a fazê-lo em outros contextos. A escola

tem dificuldades para atingir seus objetivos atuais, mesmo os mais

fundamentais, como o domínio da leitura e do raciocínio.

Formar para as novas tecnologias é formar o julgamento, o senso

crítico, o pensamento hipotético e dedutivo, as faculdades de observação e de

pesquisa, a imaginação, a capacidade de memorizar e classificar, a leitura e a

análise de textos e de imagens, a representação de redes, de procedimentos e

de estratégias de comunicação.

1.4 OBJETIVOS

Analisando a problematização e os objetivos deste trabalho, acreditamos

que sua elaboração poderá contribuir para a socialização das experiências de

professores no processo mobilização da comunidade escolar, utilizando todas

as possibilidades que as Novas Tecnologias da Informação e Comunicação

(NTIC’s) oferecem, a informática faz parte da cultura contemporânea e a escola

tem o papel fundamental de propiciar o acesso dos alunos a essa tecnologia e

às suas linguagens. É principalmente através da escola, que antigas e novas

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26

gerações têm oportunidade de participar, compreender, decidir e de sentirem-

se autônomas em relação à Tecnologia da Informação – TI, realizando obras

sofisticadas, concretizando projetos antes apenas imaginados, estabelecendo

novas relações com o mundo, ampliando a sua participação e interação

cultural, intelectual, social, profissional e política. A tecnologia é um direito do

cidadão contemporâneo, na medida em que possibilita a ele conhecer e utilizar

novas ferramentas e novas linguagens, fundamentais para o domínio e a

autonomia na convivência e no trabalho com o mundo atual e globalizado.

Tendo também como principal objetivo mostrar a intervenção das mídias

em nosso trabalho pedagógico, isto é, em nossa Unidade Escolar (U.E.).

Esperamos que o trabalho ajude a conscientizar e motivar a comunidade

a se envolverem maciçamente nas atividades da escola, que passem a

valorizar todos os profissionais e que todos passem a ter uma imagem positiva

da escola que temos. Que os professores tenham confiança em planejarem

suas ações utilizando as novas tecnologias da informação. Que os alunos

adquiram, apesar da pouca idade, autonomia no uso dessas novas tecnologias

que fazem parte de suas vidas. Enfim, que tenhamos uma escola pública

democrática e de qualidade.

Assim, assumindo que dos profissionais da Unidade Escolar devem

mudar a postura de meros expectadores para um enfrentamento das inovações

tecnológicas na escola, procuraremos, tomando por base a leitura de diversos

autores e em pesquisas na Internet, elaborar uma proposta pedagógica

utilizando as novas tecnologias, através da criação de um blog, tornando o

processo prazeroso, para professores e alunos.

Apresentaremos uma proposta da aplicação dessas Novas Tecnologias

da Informação e Comunicação (NTIC’s) na Educação, o que poderá contribuir

para o professor na reflexão sobre a sua prática e seu papel de agente

transformador, e a criar situações de aprendizagem com o uso das mesmas. O

que se pretende enfatizar neste é o consenso que deve ser adotado.

Segundo Valente: “À educação cabe hoje o papel norteador, para

superação das crises do trabalho, transitando do homo studioso para homo

universalis”. Não se discute mais, o uso ou não do computador nas escolas;

pois a informática é uma realidade na vida social de praticamente senão todas

as áreas. No entanto, a questão é como as Novas Tecnologias da

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27

Comunicação e Informação - TIC's pode ser utilizada de forma mais

proveitosa? É o que tentaremos responder neste trabalho, apresentando um

projeto de trabalho utilizando as mesmas e que serão inseridas em no Blog de

nossa Unidade Escolar (U.E.) - LIVRO DA VIDA VIRTUAL.

1.5 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

Este estudo tomará como aporte teórico os trabalhos que têm sido

desenvolvidos por diversos autores, tanto na área de educação quanto na área

de informática e das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação

(NTIC’s) aplicadas à educação, procurando assim significar os fenômenos

observados, explicando e compreendendo os aspectos da realidade em

estudo, permitindo sua interpretação.

Para que o professor possa utilizar o computador é preciso que ele

esteja preparado para dominar os recursos computacionais e conhecer os

fundamentos educacionais subjacentes aos diferentes usos do computador. Os

textos de Cagliari, Cruz e Weiss, Eduardo O. C. Chaves, Levy, Solé, Smith,

Valente e outros, ajudarão essa compreensão do papel do computador na

escola, e as características que permitem seu uso pedagógico. Segundo

Hernandez:

A função do projeto é favorecer a criação de estratégias de organização dos conhecimentos escolares em relação: 1) o tratamento da informação, e 2) a relação entre os dois diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses que facilitem aos alunos a construção de seus conhecimentos, a transformação da informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimento próprio ( HERNANDEZ, 1998, p. 61).

Todo ensino deve ser embasado em uma postura filosófica que lhe

direcione par não se perder entre os meios e os fins. Será o computador um fim

ou meio? Se for um fim, a formação de uma sociedade automata, automatizada

será o produto final, mas se for encarada como um meio, que é o que os

educadores de senso esperam, trarão ao infinito as potencialidades que

tentamos não desenvolver, pois não se desenvolve o que não existe, mas sim,

despertar, as inúmeras potencialidades do educando.

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28

A história da Informática educativa em nosso país mostra que recursos

como: TVs, videocassete, retroprojetor, etc. eram vistos como tendo um caráter

racionalizador e propulsor do aumento de produtividade, em uma concepção da

escola como tendo o funcionamento fabril, como no filme "Tempos Modernos",

onde os instrumentos, máquinas, se destacam em detrimento dos sujeitos do

processo de ensino aprendizagem. A supervalorização instrumental, reflexo de

políticas que não alcançavam a raiz dos problemas que a educação vivia,

terminou, apenas, por tornar mais operativo o mesmo modelo tradicional

vigente e criar entre muitos educadores um sentimento de descrédito em

relação à introdução de tecnologias no processo educativo.

1.6 METODOLOGIA

A metodologia utilizada para execução do trabalho será o dialétio-

materilista, pela minha formação em Ciências Sociais, tendo a pesquisa

qualitativa para alicerçar a fundamentação lógica da escolha do meu objeto de

estudo.

Através da dialética-materialista procuro, como Marx, encontrar o viés de

inspiração para o trabalho, sem procurar chegar ao estado da arte, apesar de

tentar almejá-lo. A partir da síntese e antítese dos pontos por onde comecei a

pesquisa, isto é, entre o encantamento de ser professor, ao desgosto de não

ser reconhecido ou valorizado.

As metodologias aplicadas foram a pesquisa social, teórico-descritiva,

e o método racional, indutivo e científico e a pesquisa qualitativa, através de

questionários enviados por e_mail, pois os fenômenos educacionais devem ser

analisados levando-se em conta as teorias produzidas permitindo-se através

desses estudos teóricos explicar e compreender os aspectos da realidade em

estudo e interpretá-la. Empregar-se-ão, concomitantemente, o método indutivo

e o método dedutivo. Com o método dedutivo, pretende-se verificar através da

observação e experimentação o objeto da pesquisa, que são as Novas

Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC’s) tendo o computador, a

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29

Internet, o Blog, como auxiliares na produção do Livro da Vida Virtual da

escola. Esse método se justifica no emprego da pesquisa por ser usado em

problemas idealizados. Ele será precedido do método indutivo, pois todo objeto

ideal representa a etapa final de um processo de abstração do concreto

(particular) para o genérico (universal).

Usando as regras do pensamento científico, procurou-se inferências,

evidências, generalizações do material, alguns hipoteticamente estabelecidos,

com humildade, sem a preocupação de chegar a verdades que possam ser

afirmadas com certeza. Inicia-se o presente trabalho, a partir dos métodos

racional e científico, com o espírito indagador, como ensinou Descartes10

(1637) em seu Discurso sobre o Método, ao escrever: “Pois estou certo de que,

no entanto, não pode haver perigo nem erro nesse caminho e de que eu hoje

não poderia conceder muito à minha desconfiança, uma vez que, no momento,

não se trata de agir, mas somente de meditar e de conhecer”.

Por isso, com o rigor do espírito científico não se pode aceitar

proposições como eu acho, ou, isso é tão óbvio. Com espírito crítico, procura-

se ater-se à imparcialidade diante dos fatos para não distorcê-los e apresentá-

los tão claros quanto possível, e com a criticidade que a pesquisa científica nos

autoriza a demonstrar, evitando os dois extremos perigosos apresentados, de

um lado, pela aceitação dócil e passiva de conclusões baseadas no prestígio

de respeitáveis tradições, ou na autoridade dos nomes respeitáveis ou

organizações envolvidas. Esta predisposição crítica leva também a evitar o

ceticismo, tão prático, que pode instalar-se depois de derrocada docilidade

diante dos fatos observados.

Pretende-se estudar a aplicação de um projeto utilizando as Novas

Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC’s) no PROJETO POLÍTICO

PEDAGÓGICO (PPP) de uma escola do município do Rio de Janeiro e

confrontá-las com as teorias levantadas. Este estudo parte de uma pesquisa

qualitativa, exploratória e descritiva, com coleta de dados subjetivos (com a

preocupação em detectar o interesse dos alunos, a qualidade dos trabalhos o

desempenho e a execução do projeto proposto). Os participantes são todos os

alunos de uma escola municipal localizada no município do Rio de Janeiro.

10 Consta no endereço: http://www.mundodosfilosofos.com.br/descartes3.htm, na data:06/01/2012.

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30

A princípio, será analisado o que tem sido feito em relação à

implantação dessas Novas Tecnologias da Informação e Comunicação

(NTIC’s) em nossa Unidade Escolar (U.E.) concomitante ao seu PROJETO

POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP). Com essa intenção, procurar-se-á responder

a questões do tipo: Quão fundamental é o uso das Novas Tecnologias da

Informação e Comunicação (NTIC’s) no PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

(PPP) de nossa escola? De que forma podemos utilizar o potencial pedagógico

dos blogs como recurso ou como estratégia pedagógica na educação? Como

usar o blog como alternativa para planejamento, registro e divulgação das

atividades realizadas em nossa escola, com alunos da Educação Infantil e a

comunidade escolar? Como tornar o Blog uma dinâmica e ao mesmo tempo

elemento articulador e divulgador da produção de nossa Unidade Escolar

(U.E.)?

O próximo passo será observar as atividades sendo postas em prática

e, verificar o interesse e o desempenho dos professores, funcionários, alunos e

outros membros da comunidade escolar nas atividades e o terceiro passo será

a verificação do alcance dos objetivos propostos através do próprio projeto, isto

é, se os envolvidos no projeto conseguiram realizá-lo.

1.6.1 PESQUISA

Inciamos a pesquisa através, primeiro da insatisfação do corpo docente

da Unidade Escolar. O que foi registrado em nossos encontros pedagógicos,

conhecidos por CENTRO DE ESTUDOS, que ocorrem em datas agendadas

pela Secretaria Municipal de Educação através do CALENDÁRIO ESCOLAR.

1.6.2 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DOS SUJEITOS

RESPONDENTES DO QUESTIONÁRIO

1.6.3 IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR

Esta escola recebe a designação 01.01.502 CIEP AVENIDA DOS

DESFILES – Educação Infantil e Ensino Fundamental a partir de 2012, e está

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31

situada no SETOR 13 da passarela do samba, localizada na Avenida Salvador

de Sá s/nº - Cidade Nova. O corpo docente é composto de 12 professores I e II

e mais 4 funcionários de apoio.

Noventa por cento do nosso corpo docente é formado por professores

graduados e especialistas em Educação, e dez por cento, pós graduados.

Nossa Sala de Leitura tem uma professora que atende todas as turmas,

além de aulas de Artes Plásticas e Educação Física, um professor para cada

disciplina.

A Direção da Escola é composta por uma Diretora e mais duas Diretoras

Adjuntas, além de uma professora Coordenadora Pedagógica.

Apesar do espaço físico não ser o ideal, tratando-se de uma escola de

educação infantil, procuramos criar um ambiente agradável para os nossos

alunos, com mobiliário (instalações e equipamentos) adequado à faixa etária.

Possuímos duas salas de vídeo, uma sala de jogos lógicos, duas

brinquedotecas, com escorregas e gangorras, uma sala de música, uma sala

de Artes Plásticas, uma sala de Leitura, um grande auditório que também

funciona como espaço para as aulas de Educação Física e um parquinho

infantil no 1º piso.

Nos dois andares temos refeitório e banheiros para alunos, professores

e funcionários; a cozinha localiza-se no primeiro andar.

O Ciep possui 26 salas de aulas. Sendo assim distribuídas:

1º Piso:

(1) Direção;

(1) Secretaria;

(1) Recursos Humanos da Escola;

(1) Sala de Aula;

(1) Refeitório;

(1) Cozinha;

(1) Vestuários dos Funcionários;

(1) Recursos Humanos da Escola;

(1) Despensa;

(1) Banheiro;

2º Piso:

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32

(1) Sala dos professores;

(1) Sala Coordenação Pedagógica;

(1) Sala de Leitura e Recursos Tecnológicos com Tis (Tecnologias

da Informação com: (04)Computadores com equipamento

multimídia, (1)TV/DVD, (1)rádio;

(1) Almoxarifado;

(7) Sala de Aula;

(2) Banheiro.

O horário de funcionamento é das 7h30 min. às 17hs. No quadro de

funcionários contamos com:

(01) Funcionários de serviços gerais;

(12) Professores;

(01) Coordenadora-pedagógica;

(01) Diretora geral e (02) Diretoras-adjuntas.

Sabemos que administrar um grupo de vinte e cinco alunos, com faixa

etária de 4 a 6 anos, no espaço físico relativamente pequeno da sala de aula,

não é muito fácil.

Necessitamos criar constantemente atividades pedagógicas atraentes e

desafiantes, apesar de muitas vezes os recursos não serem os ideais, exigindo

deste corpo docente muita criatividade.

A proposta pedagógica desta instituição tem como estratégia de

avaliação o acompanhamento e registro das etapas alcançadas nos cuidados e

na educação de crianças de cinco anos. As ações pedagógicas são criadas,

coordenadas, supervisionadas e avaliadas por educadores, com pelo menos, o

diploma de Curso de Formação de Professores.

Utilizamos como forma de avaliação, fichas de observação para

avaliação do desempenho e competências adquiridas pelos nossos alunos ao

longo do ano.

Realizamos anualmente, quatro conselhos de classe (bimestrais) onde

discutimos e avaliamos as estratégias educacionais, o uso do espaço físico, do

horário e do calendário escolar; desempenho do corpo docente, equipe de

direção, corpo discente e funcionários.

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33

Após os conselhos de classe promovemos reuniões com os

responsáveis, com mostras pedagógicas com as produções dos alunos, e

discussões de aspectos relevantes sobre o trabalho pedagógico realizado no

período. Também adotamos como objeto de avaliação, os eventos

(culminâncias) dos projetos realizados na escola durante todo o ano,

envolvendo todos os elementos da comunidade escolar.

Para melhor organização e andamento do projeto político pedagógico

(PPP), realizamos centros de estudos em horário definido pela rede de ensino

do município, para discussão, estudo e planejamento das ações pedagógicas

desta escola, com participação de todos os professores e equipe técnico-

pedagógica. Através destes mecanismos de avaliação podemos propor ações

e rotinas para construirmos uma realidade cada vez mais próxima de nosso

projeto político pedagógico (PPP).

Durante 2012, desejamos estimular mais a pesquisa e o estudo das

várias correntes teóricas e práticas no campo da educação, a troca de

experiências entre os professores nos centros de estudos e no dia a dia desta

Instituição, enriquecendo mais o trabalho pedagógico realizado na escola. Além

disso, existe a necessidade de estabelecer a formação continuada do corpo

docente através da participação nos cursos e encontros promovidos pela SME

e/ou outras instituições de ensino, criando estratégias para que todos os

elementos deste grupo tenham acesso a esta formação.

Nossa escola busca através do seu projeto pedagógico, a construção do

conhecimento pelos alunos e o desenvolvimento de sua autonomia e

independência, através de oportunidades de escolha e autogoverno nas

situações de aprendizagem.

1.6.4 HISTÓRICO

Ao eleger-se vice-governador na chapa de Leonel Brizola, em novembro

de 1982, e ter tomado posse também como secretário de cultura, Darcy

enveredou pela ideia de transformar o Rio de Janeiro no centro cultural da

nação. Foi o responsável pela construção do Sambódromo, conhecido como a

Passarela do Samba e agora rebatizado de Passarela Professor Darcy Ribeiro,

é palco da versão carioca da festa considerada a mais popular do planeta. O

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34

Sambódromo foi construído para abrigar as Escolas de Samba que

costumavam desfilar na Marquês de Sapucaí.

O Sambódromo está localizado na Rua Marquês de Sapucaí, pertinho

da Praça XI, o berço do samba. O complexo tem setecentos metros de

extensão e uma área total de 85 mil quadrados. Sua parte mais alta mede

dezenove metros e tem capacidade para acomodar 65 mil pessoas.

Com o investimento no Carnaval Carioca, principal evento turístico do

Rio de Janeiro, a passarela do samba concentraria as atividades carnavalescas

num espaço apropriado projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que desejava

recriar o carnaval da sua infância. Fora do período de carnaval, dedica-se à

educação. Os camarotes foram construídos com um formato que podiam ser

adaptados a salas de aulas fora do período carnavalesco, e os seus salões

podiam funcionar como setor administrativo. Foram implantadas, neste período,

200 salas de aulas debaixo de suas arquibancadas.O Governador da época o

Sr. Leonel Brizola tinha uma proposta educacional baseada na construção de

CIEPs, e aproveitando o espaço do Sambódromo, que com o término do

carnaval tornava-se ocioso, resolveu implantar o projeto especial de educação

neste local.

A partir de 1984, nossa escola foi criada. O setor 6 foi o primeiro a ser

destinado a Educação Infantil, que é mantida até hoje. Seguindo a proposta

pedagógica do prof. Darcy Ribeiro e sua equipe técnico-pedagógica, os setores

do Sambódromo atenderiam alunos de Educação Infantil a alunos da 9ª série

(antiga 8ª série), o Supletivo e a Escola para Formação de Professores. O setor

2 atenderia alunos do Supletivo de 1º e 2º graus; no setor 3, funcionaria a

Escola Estadual Maria de Lourdes para formação de professores. Nos setores

5 e 7 funcionaria a 5ª e antigas 8ª séries, e o nosso setor, atenderia as crianças

de Educação Infantil. Todas as unidades possuíam suas direções, porém

estariam vinculadas a uma Direção Geral.

No primeiro ano de funcionamento, o horário desta escola era parcial, já

que só o andar térreo estava liberado. Para pertencer ao corpo docente desta

escola os professores concursados da rede pública, deveriam ser requisitados,

já que esta era uma escola – modelo. Como exames para ingresso nesta U.E.,

os professores tinham que escrever uma redação demonstrando o interesse

em trabalhar nas turmas de Educação Infantil, responder um questionário, e

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35

participarem de uma entrevista com a Direção Geral. Porém, a partir de 1985

essa regra foi eliminada. Nos primeiros anos de funcionamento da escola,

contávamos com uma equipe médica composta por um enfermeiro, um médico

pediatra e um dentista que atendiam os alunos da escola.

Existia uma equipe técnico-pedagógica com quatro professores

orientadores, responsáveis pelos Centros de Estudos Semanais com

suspensão de aula.

Tínhamos professores substitutos que assumiam a turma, caso o

professor não pudesse dar aula; dois professores de dramatização, dois

professores de jogos, um professor de percepção, seis professores de sala de

leitura, sendo um coordenador, seis professores de Educação Física e três

professores coordenadores de turno. Desde 2004, o Complexo Sambódromo

atende somente alunos de Educação Infantil. A partir de 2006 a escola ficou

responsável em atender alunos de cinco anos, na Educação Infantil.

Foi publicado no DIÁRIO OFICIAL do Município do Rio de Janeiro, a LEI

Nº5. 183 DE 7 DE JUNHO DE 2010, que:

“Dispõe sobre o tombamento para fins de preservação histórica e

urbanística dos CIEPs-Centros Integrados de Educação Pública, por seus

valores sociais, históricos e urbanísticos e dá outras providências.”

Autor: Vereador Leonel Brizola Neto.

1.6.5 DIAGNÓSTICO

Neste tópico, levantamos o perfil de nossa comunidade escolar e, com

base nele, definimos alguns eixos temáticos e mesmo nós críticos a serem

combatidos.

O diagnóstico foi produzido através de entrevistas feitas aos

responsáveis e a partir de levantamento na secretaria da escola. Os dados

sobre o quadro funcional, com as respectivas funções, foi obtido na própria

secretaria da U.E. e na Secretaria Municipal de Educação.

1.6.6 FILOSOFIA DA ESCOLA

Quando pensamos na missão de nossa escola que atende crianças tão

pequenas, percebemos que nossa função de cuidar torna-se muito aparente.

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36

O critério de escolha desta escola pela comunidade é o fato de a criança

permanecer, durante todo dia, num espaço seguro. Muitos pais trabalham e

necessitam deixar seus filhos num local de confiança.

Com o desenvolvimento das propostas educativas, dos anos anteriores,

nossa Unidade escolar (U.E.) vem percebendo que os pais já se interessam

pelas atividades desenvolvidas na escola, como se dá o processo de

construção do conhecimento e que competências estamos desenvolvendo nos

alunos.

Além da preocupação em formar hábitos de higiene corporal e alimentar,

atitudes de cooperação, respeito, solidariedade, estimulando a integração do

aluno ao grupo que pertence, priorizamos também a construção do

conhecimento: letramento, alfabetização e agora, a partir de 2012, dar

continuidade a educação para o esnino fundamental dos nossos alunos.

Essa preocupação fica evidenciada quando trabalhamos conteúdos

significativos na forma de jogos com regras, brincadeiras, contação de

histórias, produções escritas, dramatizações, músicas, atividades plásticas e

expressivas entre outras atividades lúdicas. Segundo Vygotsky a criança ao

chegar à escola já possui uma gama de conceitos cotidianos interiorizados em

sua relação com o meio. A partir da aprendizagem sistematizada – educação

escolar – são formados os conceitos científicos.

Nosso projeto pedagógico visa à construção desses conceitos mais

elaborados, tendo como referência os conhecimentos e valores que nossos

alunos possuem, sua realidade sócio cultural e o ambiente da escola.

“Segundo a teoria construtivista de Piaget, o conhecimento resulta das ações e interações do sujeito com o ambiente onde vive. Todo o conhecimento é uma construção que

vai sendo elaborada desde a infância, através de interações do sujeito com os objetivos que procura conhecer, sejam eles do mundo físico ou cultural”

(Multieducação, 1999, p.53).

Nosso objetivo é proporcionar, à criança a partir de 3 anos e 11 meses,

a liberdade de expressão, estimulação intelectual e corporal, respeito às

diferenças individuais, desenvolvimento em seus aspectos físico, psicológico,

intelectual e social, além do desenvolvimento das virtudes morais e

compreensão dos limites como indispensáveis ao convívio social.

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37

Isso resulta num excelente preparo, não só para o Ensino Fundamental,

como também para a vida toda. Educar, proporcionando à criança a integração

socio-afetivo e acesso ao saber sistematizado através do lúdico, valorizando a

cultura e a sua formação integral ampliando sua visão de mundo e tornando-a

um cidadão participante e criativo. É ver a criança como um ser autônomo e

racional, capaz muito cedo de opinar e criticar sobre fatos ou assuntos que lhe

são expostos, tendo o direito e a oportunidade de raciocinar sobre aquilo que

lhe é proposto. Dessa forma tudo passa a ser mais significativo. Existe uma

preocupação por parte do corpo docente, de nossa unidade escolar, em tornar

o ambiente da sala de aula estimulante, favorecendo o contato com diferentes

materiais pedagógicos (jogos, brinquedos, massa plástica, argila, tinta, blocos

de construção, material sucata, livros infantis, CDs, DVDs, os 04 computadores

da Sala de Leitura, TV, jornais, revistas) visando uma rotina de sala de aula

mais dinâmica e produtiva, bem como maior interação entre os alunos e o

professor.

Em 2012 pretendemos realizar as atividades coletivas envolvendo todas

as turmas. Conservaremos os projetos de Sala de Leitura, Música, Artes

Plásticas, Educação Física, os oriundos da E/SUBE-1ª CRE e da SME,

respeitando a especificidade da faixa etária desses alunos.

1.6.7 CARACTERIZAÇÃO DA CLIENTELA

Nossos alunos são oriundos, em sua maioria, do entorno do

Sambódromo, que é uma comunidade carente. Em pleno estado de crise da

família moderna, a maior parte de nossos alunos mora com os pais e com as

mães, surgindo, é, claro, muitos casos em que moram unicamente com a mãe.

Com relação à escola, é boa a expectativa dos responsáveis, já que a grande

maioria apontou a "aprendizagem”, já na educação infantil, como sua principal

busca. A grande maioria considera o ensino de nossa escola bom, isto significa

que o segmento dos pais aposta na qualidade da Escola Pública.

Este dado torna-se relevante nos momentos de planejamento geral da

escola. Não foi possível ainda fazer um levantamento preciso da renda

domiciliar dos pais, mas pelas respostas obtidas, a grande maioria está incluída

no mercado de trabalho, vivendo em regime de assalariamento, ainda que as

profissões sejam muito diversificadas para uma possível catalogação. Um

Page 30: Tcc Eproinfo Angela Santos Araujo (1)

38

grupo significativo de responsáveis está alocada em trabalhos informais, como

“camelô”, por exemplo. Segundo os pais, o que os alunos aprendem nesta

escola é importante para o seu dia-a-dia, o que reforça nossa auto-estima e

denota que estamos percorrendo o caminho certo. Concluímos o segmento dos

pais tem uma avaliação positiva da escola. Isto fica notório também pela

disponibilidade destes em participar de reuniões e/ou comparecerem à escola

quando solicitados. Vários outros aspectos das entrevistas com os

responsáveis deverão ser objeto de estudos em 2012.

1.6.8 COLETA DE DADOS DA ENTREVISTA

Através da pesquisa qualitativa que nos auxilia na perseguição de dados

embasados na realidade à qual pertencem o nosso objeto de estudo, isto é, a

comunidade escolar do entorno do Sambódromo, isto é, Cidade Nova-RJ. Com

a pesquisa qualitativa conseguimos uma redução na análise dos dados pelo

seu caráter de seleção, simplificação, abstração e transformação dos dados

originais observados. Com a pesquisa qualitativa temos uma paresentação de

daos dados organizados de tal forma que nos possibilita na tomada de

decisões e chegar a conclusões a partir das respostas do questionário.

Pretendemos assim, por meio de um delineamento das respostas,

entrecruzando as informações obtidas, efetuar a verificação de nossas

hipóteses e chegar à uma possível conclusão ou identificar possíveis

explicações, configurando os fluxos de causa e efeito obtidos. E responder ao

principal objetivo deste trabalho de conclusão de do curso de MÍDIAS do

e_Proinfo, que é trazer à tona uma proposta de intervenção de mídias na sala

de aula/escola.

A partir da análise das respostas teremos condições de monitorar o

trabalho em execução, isto é, o Blog – Livro da Vida Virtual e verifaicarmos o

grau de satisfação das pessoas que o utilizam e termos um retorno sobre as

mudanças que gostariam de visualizar ou dificuldades encpntradas no acesso

ao Blog.

Page 31: Tcc Eproinfo Angela Santos Araujo (1)

39

O Blog ganhou em 2011 o troféu RIOEDUCA- Rio Saúde- pelo trabalho:

Dengue – Tô fora! O troféu foi o único em uma gama de 134 escolas e 68

creches que concorriam. A comunidade escolar ficou muito estimulada com a

premiação.

Analisando, qualitativamente as respostas, que foram divididas nas

seguintes categorias: Professor, Direção, Responsável, Visitante do Blog,

concluímos que:

A maioria dos visitantes concorda que as Novas Tecnologias da

Informação e Comunicação (NTIC’s) podem ser utilizadas como recursos na

mediação dos processos de ensino-aprendizagem reflexivos. Acha que o

professor encontrará sentido e reconhecimento usando as novas mídias na

escola, em sala de aula. Acha que a utilização desses “aparelhos tecnológicos”

e poderá contribuir para o envolvimento contínuo dos alunos nos seus estudos.

Uma pequena parte do grupo respondente não acessa constantemente.

Parte significativa dos respondentes concorda que é importante a escola

ter um blog. E confirmam sua importância.

CAPÍTULO 2 - UMA NOVA EDUCAÇÃO

2.1 FORMAÇÃO E PRÁTICA DA CIDADANIA

A cidadania deve ser compreendida como a produção da história social

de determinado grupo, constituída por diferentes tipos de direitos e instituições.

Quando se admite isso, parte-se de diversos pontos de vista que nem sempre

são consensuais, isto é, são contraditórios. A constituição da sociedade

começa através de um processo histórico permanente que é potencialmente

transformável pela ação social. Entendendo a escola como espaço onde as

ações sociais são reproduzidas, pode-se pensar sobre a ação política dos

educadores e a sua prática educacional. O conceito de Cidadania a que nos

referimos está definido pela proposta inserida na capacitação em informática

Page 32: Tcc Eproinfo Angela Santos Araujo (1)

40

na educação, realizado pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de

Janeiro, quando cita11:

Enfrentar essa nova realidade significa ter como perspectiva cidadão abertos e conscientes, que saibam tomar decisões e trabalhar em equipe. Cidadãos que tenham capacidade de aprender a aprender e de utilizar a tecnologia para a busca, a seleção, a análise e a articulação entre informações e, dessa forma, construir e reconstruir continuamente os conhecimentos, utilizando-se de todos os meios disponíveis, em especial dos recursos do computador. Pessoas que atuem em sua realidade tendo em vista a construção de uma sociedade mais humana e menos desigual (PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. Capacitação em informática na educação, p. 12, Módulo I, 2003).

A sociedade não é mudada pela escola, mas pode através de um projeto

político-pedagógico assumir, em conjunto com os vários segmentos da

sociedade onde a escola está inserida, tornar a escola, não um espaço de

reprodução, mas de transformação. As mudanças culturais – decorrentes do

progresso científico e tecnológico – condicionaram profundas alterações na

estrutura social.

Neste contexto mundial, marcado pela interdependência crescente

entre os povos, pressupõe-se que é preciso aprender a viver juntos no planeta.

Porém o como fazê-lo é a resposta que se está buscando. Se o homem não é

capaz de viver em comunidades naturais, das quais faz parte como: nação,

região, cidade, bairro, comunidade, é preciso com urgência que se aprenda

desde já.

Aprende-se a participar participando, e a formação da cidadania nos

bancos escolares começa com o exercício de atividades do cotidiano do aluno.

Ambas podem e devem ser pensadas e exercidas com concomitância, como

apontado pela PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, Ibid., p. 53,

ao destacar que “A escola é um espaço de trabalho complexo”.

A realidade na comunidade escolar passa pelas situações que direta

ou indiretamente afetam o ambiente escolar. Ao envolvermos os alunos em

atividades como campanhas de preservação do ambiente escolar e

11 PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO –DIVISÃO DE MÍDIA – EDUCAÇÃO– E/DGED– SME. Capacitação em informática na educação. Módulos I, II e III. Rio de Janeiro, 2002. Não publicado.

Page 33: Tcc Eproinfo Angela Santos Araujo (1)

41

comunitário, elaboração e execução de cartazes para campanhas como a de

proteção ao meio ambiente, entre outros, favorecem a aprendizagem no

sentido de encenarem a vida real em vários de seus aspectos. Essa

participação implica na nivelação dos atos à potencialidade dos alunos para

que não ocorram frustrações. Para isso os professores devem estar atentos em

intervir sistematicamente, de forma planejada, desenvolvendo a autonomia dos

alunos. A construção da cidadania perpassa pelo cruzamento de diversos

grupos sociais, em diversas situações, em relações de interesses e poder

historicamente concebidos. O pleno exercício da cidadania acontece quando o

indivíduo participando na produção e usufruto de bens e valores em

determinadas situações sociais ouve e se faz ouvir pelo seu grupo social.

Essa participação política diz respeito tanto às vivências de caráter

privado, na intimidade dos indivíduos ou dos grupos, como na participação na

esfera maior, isto é, na esfera pública. A prática educativa é uma prática

política, por isso a questão da democracia se apresenta na escola assim como

acontece na vida em sociedade. Ao incluir questões que possibilitem

compreender e criticar a realidade é oferecido aos alunos a oportunidade de se

apropriarem de instrumentos que os ajudam a refletir e mudar suas vidas. Isso

acontece quando a escola elege quais conteúdos serão trabalhados, de que

maneira, e sob quais condições.

2.2 O PAPEL DO PROFESSOR/EDUCADOR

O mundo do trabalho vem sofrendo alterações substanciais, em

relação à forma de desenvolver muitos dos trabalhos tradicionais, com a

utilização de novos recursos que agilizam com eficiência a execução das

tarefas.

A formação da cidadania pela escola começa com o exercício de

atividades do cotidiano do aluno. A proposta pedagógica da área de informática

é incorporar a perspectiva dos alunos de interagirem com o computador

através da elaboração e da concretização dos projetos da escola, considerando

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42

o envolvimento prévio e contínuo do estudante, ao longo de seus estudos e da

utilidade dos conhecimentos e das informações que estará adquirindo.

As transformações científicas e tecnológicas necessárias para o

exercício pleno da cidadania juntamente com a discussão da ética e de valores

que a sociedade apresenta para a escola no ensejo de atribuir à instituição

escola a tarefa de instrumentalizar os jovens em suas relações sociais e

políticas. Com esse posicionamento a escola abre a oportunidade para que os

alunos aprendam sobre todos os temas relativos à sociedade a qual pertence e

que também se aproprie dos sistemas de informação e das Novas Tecnologias

da Informação e Comunicação (NTIC’s) com eficiência, efetividade e eficácia.

Isso implica que ele esteja preparado para dominar os recursos

tecnológicos disponíveis, conhecer os fundamentos educacionais que

embasam a sociedade “global” “conectada” aos diferentes usos do computador.

O domínio da tecnologia só fará sentido se fizer parte de um contexto em que

as relações entre homem e sociedade se pautem na alteridade, elemento

aprendido na escola.

Observa-se em todos os setores o grande entusiasmo que o

computador produz nos usuários. Nas salas de aula não poderia ser diferente e

constatamos em todos os níveis de educação a grande motivação por parte

dos alunos em participarem das aulas usando esse equipamento.

Como a educação do futuro poderá preparar o indivíduo para

integrar-se no seu contexto universal, se a vida não é uma fatalidade previsível

de ser modelada? Ao contrário, é desafiadora, com um sem número variável e

de mudanças, com transformações carregadas de ambigüidades e de

incertezas, nem o homem uma massa passível de ser modelada, porém, um

ser que a cada dia se vê diferente do que era um ser que precisa ser mutatis

mutantis para se ajustar e sobreviver no meio em que vive.

O valor real da ação educativa é a sua projeção no futuro, é a sua

coerência intrínseca, que lhe dá significado, direção e unidade. Encontram-se

nas necessidades da sociedade os parâmetros e os valores que nortearão os

agentes participantes no trabalho educativo, isto é, pais e demais educadores.

A aplicação da Informática na educação é uma realidade que já se

faz sentir em alguns núcleos educacionais, mas faz-se necessário e preciso,

Page 35: Tcc Eproinfo Angela Santos Araujo (1)

43

ampliar este universo para a nossa sociedade globalizada. Porém, é

necessário estabelecer o como fazê-lo.

Deve começar sua atualização com livros, revistas, jornais,

noticiários, periódicos, cursos breves ou longos, sempre pensando no seu

papel como educador, isto é, como profissional de educação.

O resgate do papel da escola como formadora por excelência do

indivíduo permite a produção coletiva do conhecimento, mas esse papel deve

estar aliado com o presente, com o dia-a-dia da comunidade em seu cotidiano,

ter a comunidade na escola participando dos seus projetos que repercutem

dentro e fora da escola.

2.3 NOVAS TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO

(NTIC’S) NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DA CIDADANIA

Os benefícios trazidos pela tecnologia nem sempre são percebidos

pela sociedade, as inovações são introduzidas e aceitas de forma que não as

notamos até que algo modifique nosso contexto social. As inúmeras

transformações tecnológicas sofridas pela sociedade por sua vez possibilitam

novas formas de viver e de ser. A atuação do homem passou a sofrer influência

direta do instrumento tecnológico que utiliza. A ordenação da experiência

humana, a produção do conhecimento sofreu grande modificação com meios

de comunicação e informação como jornais, revistas, CD/DVD/ Blu Ray, rádio,

televisão, home-page, sites, blogs, etc. O aprendizado por meio das Novas

Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC’s) gera transformação nas

relações sociais, nas consciências individuais, nos valores, na percepção do

mundo.

Atravessa-se uma época de mudanças radicais, onde só as ações

baseadas em informações de qualidade podem garantir a sobrevivência, o

sucesso. Porém, o tempo disponível para que se reaja e se tomem decisões

está diminuindo. As pessoas precisam aprender a desenvolver o poder de

captar, analisar, resumir e distribuir dados e finalmente, decidir o que fazer com

essas informações.

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44

A Informação está virando matéria-prima, ela é a chave para se agir

e tomar decisões. Ter informação não significa ter conhecimento embora o

conhecimento dependa da informação. A enorme quantidade destas

informações implica em um gerenciamento e tratamento de informações que

possibilitam o acesso ao saber e como consequência ao poder.

O professor há muito deixou de ser o centro de transmissão da

cultura e do saber. As aulas expositivas e o uso do livro didático são

considerados métodos arcaicos diante da explosão das informações e da

tecnologia que avança cada vez mais. É impossível ao livro didático absorver

as constantes mudanças do cenário mundial. E o professor atualmente não é

mais o responsável pela transmissão de informações. Estas vêm através do

rádio, televisão, cinema, revistas, livros, cartazes, computadores, Internet, etc.

Os jovens e as crianças atualmente, por estarem em permanente,

intenso e prolongado contato com os meios de comunicação de massa estão,

por vezes, bem mais informados que os professores, tão sobrecarregados em

suas atividades profissionais. A educação hoje precisa estar sintonizada com o

tempo em que vivemos e ligar as diferentes regiões do planeta que interagem

em uníssono. O homem não é mais um indivíduo com cidadania regional. Sua

cidadania é global, pois hoje sua casa é do tamanho do mundo. Entram em sua

vida diária, produtos, e costumes das mais variadas regiões do mundo.

Por outro lado, Pellanda ainda esclarece que estarmos vivendo em

uma era em que tudo acontece de forma rápida, onde de uma forma

globalizada sofremos e fazemos transformações, afirmando quanto a isso:

As ideias dos mestres são passíveis de discussão e de confrontação. Aliado a isso, existe o incremento na velocidade com que as coisas aparecem e desaparecem. O quase instantâneo sucateamento de vários lançamentos da indústria informática deslocam para o futuro, e não mais para o passado, as fontes do conhecimento. A novidade ocupa o lugar da tradição, a velocidade o lugar do movimento. As inúmeras possibilidades de experimentar, no âmbito do consumo, vários objetos e descarta-los tornaram-se modos de viver que impregnam outros setores da vida. A informação e o conhecimento são interpelados em seu valor utilitário, de uso e de desuso (Pellanda (2000, p.112).

Page 37: Tcc Eproinfo Angela Santos Araujo (1)

45

É preciso uma educação que permita ao educando desenvolver a

capacidade de analisar, refletir, tomar consciência do que sabe ter

disponibilidade para transformar o seu conhecimento, processando novas

informações e produzindo conhecimento novo.

A escola deve tomar para si o objetivo de formar cidadãos capazes

de atuar com competência, solidariedade e dignidade. Essa competência deve

ser buscada na sociedade, e assim, eleger como objeto de ensino, conteúdos

que estejam em consonância com as questões sociais que marcam cada

momento histórico, cuja aprendizagem e assimilação são as consideradas

essenciais para que os alunos possam exercer seus direitos e deveres. A

educação, pelo seu propósito explicitamente formativo, deveria ter o

compromisso de intervir de maneira efetiva promovendo o desenvolvimento

integral dos alunos. Por isso, é preciso que a escola garanta práticas

planejadas com o propósito de contribuir para que os alunos se apropriem dos

conteúdos de maneira crítica e construtiva.

Sendo a escola um local de construção do conhecimento e de

socialização do saber e ambiente de discussão e de troca de experiências para

a elaboração de uma nova sociedade, é fundamental que a utilização dos

recursos tecnológicos seja implantada com objetivos previamente

estabelecidos para não se tornar apenas mais um moderno equipamento. O

diferencial será a concepção de uma metodologia de vanguarda, cibernética,

que tenha significado e ligação com o mundo real.

É óbvio que se deverá ter cautela com a informatização da escola,

mas é a mesma cautela que temos ao escolher o melhor livro didático. E

termos também a visão de que não se irá reproduzir com o computador o

mesmo ambiente educacional que existe, isto é, mudando apenas a roupagem,

usando-se o computador com as mesmas ideias repetitivas e mecanicistas dos

métodos atuais. Sem um bom embasamento metodológico, um projeto

educativo que o sustente, o computador será um aparelho mecânico eletrizado

nas escolas.

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46

CAPÍTULO 3 - A ESCOLA DO FUTURO

3.1 A INTRODUÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO E

INFORMAÇÃO (NTIC’s) NAS ESCOLAS PÚBLICAS

Sabe-se que na tarefa de educar é preciso estabelecer situações

coerentes com a vida do aluno. Se o apresentado não tiver significação ou

correlação com seus interesses, a aprendizagem pode não acontecer e/ou

acontecer de modo insatisfatório. Todo trabalho educativo deve partir de um

projeto que norteie os passos não só dos alunos, mas também dos

profissionais de Educação para que estes não se percam durante a caminhada.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são explícitos com

relação à elaboração de um Projeto Educativo nas escolas. Este projeto deverá

ser feito com toda a comunidade escolar, de preferência, ou envolvendo uma

parcela significativa como pais, comunidade, direção, professores, alunos,

funcionários. Embasados neste projeto, os professores terão um ponto de

partida para o seu planejamento curricular que poderá ser mensal, bimestral,

semestral ou anual.

Em informática educativa a apresentação do conteúdo precede a

entrada do aluno no laboratório. O professor deve evitar a apresentação dos

conteúdos com o computador. A informática faz parte da cultura

contemporânea e a escola tem um papel fundamental, de propiciar o acesso

dos alunos a essa nova tecnologia e às suas linguagens. É principalmente

através da escola, que antigas e novas gerações têm oportunidade de

participar, compreender, decidir e de sentirem-se autônomas em relação à

Tecnologia da Informação, realizando obras sofisticadas, concretizando

projetos antes apenas imaginados, estabelecendo novas relações com o

mundo, ampliando a sua participação e interação cultural, intelectual, social,

profissional e política. A tecnologia é um direito do cidadão contemporâneo, na

medida em que possibilita a ele conhecer e utilizar novas ferramentas e novas

linguagens, fundamentais para o domínio e a autonomia na convivência e no

trabalho com o mundo atual e globalizado. Com relação às atividades

Page 39: Tcc Eproinfo Angela Santos Araujo (1)

47

desenvolvidas em sala, o computador na escola pode auxiliar na apresentação

dos conteúdos, melhorando e favorecendo o trabalho educativo. Podemos

pensar em dois tipos de ensino e perguntar sobre o papel do computador em

cada um deles. Estudo sendo dirigido pelo professor ou educação aberta, isto

é, autodidatismo, a busca e exploração do computador pelo próprio aluno.

Com o uso do computador em sala, os outros recursos e materiais,

como, livros, as revistas, os jornais, os vídeos, não desaparecem, ao contrário,

terão um novo papel a desempenhar, favorecendo a articulação com o

computador, evitando às vezes um hiato, promovendo ao contrário, um diálogo

nas relações em sala. Tudo dependerá sempre da finalidade e da

conseqüência de sua utilização e da competência e criatividade do professor. O

professor que utiliza um recurso tecnológico, como fonte de Informação ou

como recurso didático deve agir mais como um orientador, possibilitando aos

alunos apreenderem as práticas sociais que utilizam tecnologia e desenvolvam

habilidades e atitudes para se relacionarem com a tecnologia na vida.

A proposta pedagógica utilizando as novas mídias na educação é

incorporar a perspectiva dos alunos de interagirem com os diferentes

equipamentos, desde o computador, celulares, etc. via internet, em sintonia

com a concretização dos projetos da Escola. Considerando o envolvimento

prévio e contínuo da comunidade escolar, principalmente do nosso aluno, que

ao longo de seus estudos, perceberá a utilidade dos conhecimentos e das

informações que estará adquirindo. Assim o aluno estará fazendo uso do seu

aprendizado, o aprender/fazendo que contribuirá para o seu pleno

desenvolvimento e construção de sua autonomia.

Essa articulação ocorrerá através de um Blog, tal qual um Livro da

Vida. Assim, a comunidade escolar tomando conhecimento, on-line e em tempo

real, do que se passa com os alunos e com todos os envolvidos no processo

educativo, terão contato com o trabalho que é realizado pelos professores e

alunos. Todas as ações que são efetuadas na escola serão de conhecimento

do público.

A ideia de fazer um BLOG para articulação entre os pares e divulgação

do plano político pedagógico surgiu desses fatores: insatisfação, desinteresse,

desvalorização.

Page 40: Tcc Eproinfo Angela Santos Araujo (1)

48

A metodologia utilizada para prosseguimento do trabalho foi a

Pedagogia de Projetos. Designada de metodologia progressista (porque está

sempre em progresso) não pode representar um planejamento fechado. O

principal objetivo da Pedagogia de Projeto é aproximar a escola da vida. Sua

função: motivar a aprendizagem, tornando-a além de ativa, agradável. Porque

é ativa, pressupõe que o aluno trabalhe, procurando informações,

depoimentos, organizando entrevistas, gráficos, que sirvam de ponto de partida

para uma tarefa ou aplicação na vida real. Esta metodologia possibilita o

estudo de temas vitais com maior riqueza de detalhes e aprofundamento do

tema no horizonte político-pedagógico da comunidade e, ao mesmo tempo, no

interesse dos alunos de nossa escola. Permite a participação de todos, porque

é da essência do projeto levar as pessoas a construírem algo. A imaginação

infantil atribui um aspecto lúdico ao computador, o que o torna de produto

científico-tecnológico, em um grande brinquedo de aprender. Sabe-se que a

motivação existe para propiciar prazer em qualquer tarefa que venha a se

desempenhar. O computador é essa motivação prazerosa que permite a

imaginação do aluno expressar-se diante das diferentes imagens que se lhe

são apresentadas, levando-o a reorganizar o mundo na tela do seu

computador. O aluno interage, vê, participa, jogando simbolicamente com as

diferentes imagens. Quando o aluno se volta para a sociedade atual através da

informática, não está apenas brincando com o computador, está através deste

reestruturando um novo recorte da realidade, recriando parte desta. Assim

estará através de uma educação prática exercitando a sua cidadania. Segundo

Weiss e Cruz:

Podemos observar que o computador desperta, na maioria dos alunos, a motivação que pode ser o primeiro “trunfo” do educador para resgatar a criança que não vai bem na sala de aula. Ele funciona como um instrumento que permite uma interação aluno-objeto, aluno-aluno e aluno-professor, baseada nos desafios e trocas de experiência (WEISS e CRUZ,1999, p.38).

O interessante é que o aluno seja apresentado às Novas

Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC’s) mediante um projeto bem

elaborado, com objetivos claros e bem estabelecidos, em que o aluno produza

algo de útil para si e para a comunidade escolar.

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49

Os alunos precisam ser preparados para uma sociedade pós-

moderna da qual visualizamos parte do que os espera, onde os parâmetros

cognitivos serão continuamente redefinidos e onde situações contingenciais

serão uma constante em suas vidas. Melhorar o processo de ensino-

aprendizagem, levando o aluno a aprender e o professor a aprender a orientar

e auxiliar a aprendizagem do aluno é uma das aplicações mais úteis das novas

tecnologias. A interação adequada com o computador na escola contribui

significativamente para a formação de alunos e professores na leitura crítica e

consciente da cidadania do homem do futuro, tornando-os aptos para:

discernirem sobre a realidade, agir ante as situações contingenciais, selecionar

as melhores e mais proveitosas informações, facilitando enfim, o processo da

tomada de decisão no mundo.

3.2 AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

ENTRAM EM CENA

A escola do futuro terá um papel importante a desempenhar com o

uso das novas tecnologias. O desenvolvimento das Novas Tecnologias da

Informação e Comunicação (NTIC’s) oferece alternativas para a educação do

futuro, com o seu uso o professor poderá ser autor de uma educação que leve

o aluno a criar, inovar, imaginar, questionar, encontrar soluções, tomar

decisões com autonomia, vencer as adversidades, as contingências do

imprevisível.

A prática escolar distingue-se de outras práticas educativas, como

as que acontecem na família, no trabalho, na mídia, no lazer e nas demais

formas de convívio social, por constituir-se uma ação intencional, sistemática,

planejada e continuada para crianças e jovens durante um período contínuo e

extenso de tempo. Deve tomar para si o objetivo de formar cidadãos capazes

de atuar com solidariedade e dignidade na sociedade, buscar eleger como

objeto de ensino, conteúdos que estejam em consonância com as questões

sociais que marcam cada momento histórico, cuja aprendizagem e assimilação

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50

são as consideradas essenciais para que os alunos possam exercer seus

direitos e deveres. Pelos seus propósitos explicitamente formativos, a

educação tem o compromisso de intervir efetivamente para promover o

desenvolvimento e a socialização de seus alunos. Para tanto é preciso que a

escola garanta práticas planejadas com o propósito de contribuir para que os

alunos se apropriem dos conteúdos de maneira crítica e construtiva. Se

entendermos a escola como um local de construção do conhecimento e de

socialização do saber, como um ambiente de discussão e de troca de

experiências e de elaboração de uma nova sociedade, é fundamental que a

utilização dos recursos tecnológicos seja implantada com objetivos

previamente estabelecidos.

Deve-se desmistificar que o uso das mídias e das novas tecnologias

é mais uma alegoria na Educação, mais um modismo. Para que este venha a

ser utilizado com precisão e se torne um instrumento pedagógico importante,

irá depender de seus usuários, principalmente pelos tipos de trabalho que a

escola vier a optar.

3.3 - O BLOG (COMO ELEMENTO ARTICULADOR) NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Segundo Moran, (2003, p. 11) “Todos estamos experimentando que a

sociedade está mudando nas suas formas de organizar-se, de produzir bens,

de comercializá-los, de divertir-se, de ensinar e de aprender”.

As escolas não exploram todo o potencial que a tecnologia oferece, e é

nesse contexto que surge a importância da formação não só para o professor,

mas também para os funcionários, para que a tecnologia não seja utilizada só

em sala de aula, mas faça parte do coletivo. Para Moran, Ibid.:

Nosso desafio maior é caminhar para um ensino e uma educação de qualidade, que integre todas as dimensões do ser humano. Para isso precisamos de pessoas que façam essa integração em si mesmas no que concerne aos aspectos sensorial, intelectual, emocional, ético e tecnológico, que transmitem de forma fácil entre o pessoal e o social, que expressam nas suas palavras e ações que estão sempre evoluindo, mudando, avançando (Moran, 2003, p. 15).

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51

É preciso que o educador atribua sentido ao uso das Novas Tecnologias

da Informação de Comunicação em seu trabalho. É só a partir do momento em

que incorporamos as novas mídias é que valorizamos seu uso. Isso é

confirmado por Moran, Ibid. quando afirma:

O professor procura ajudar a contextualizar, a ampliar o universo alcançado pelos alunos, a problematizar, a descobrir novos significados no conjunto das informações trazidas. Esse caminho de ida e volta, no qual todos se envolvem e participam – na sala de aula, na lista eletrônica e na home page -, é fascinante, criativo, cheio de novidades e de avanços. O conhecimento que é elaborado a partir da própria experiência torna-se muito mais forte e definitivo em nós (Moran, 2003, p. 49).

Como oportunizar professores, direção e comunidade escolar por dentro

do que se passa na escola e como desenvolver os projetos da própria escola e

outros oriundos da rede e demais instituições?

Como resolver a insatisfação os professores, o desinteresse de alguns

responsáveis, conseguir atualizar as informações entre professores, direção e

comunidade escolar e alcançar um nível de valorização do trabalho realizado?

Moran, Ibid., esclarece:

Uma das formas mais interessantes de trabalhar hoje colaborativamente é criar uma página dos alunos, como um espaço virtual de referência, onde vamos construindo e colocando o que acontece de mais importante no curso, os textos, os endereços, as análises, as pesquisas. Pode ser um site provisório, interno, sem divulgação, que eventualmente poderá ser colocado à disposição do público externo. Pode ser também um conjunto de sites individuais ou de pequenos grupos que se visibilizam quando os alunos acharem conveniente. A criação da página não deve ser obrigatória, mas é importante incentivar a participação de todos em sua elaboração. O formato, a colocação e a atualização podem ficar a cargo de um pequeno grupo de alunos (Moran, 2003, p. 49).

No entanto, os pressupostos filosóficos da educação que a mesma

proporciona para nossos alunos é histórico-crítica, dialética, emancipadora, que

está direcionando para a formação do homem como um ser político que

interage com o meio, buscando a cada dia a inovação. Segundo a LDB-

9394/96, em seu artigo 29, estabele que:

Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como

finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em

Page 44: Tcc Eproinfo Angela Santos Araujo (1)

52

seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação

da família e da comunidade.

É importante ressaltar que a nossa Unidade Escolar (U.E.) é

comprometida com a comunidade escolar, pois a mesma desenvolve um

trabalho inovador, criativo, flexível e comprometido com as realizações de sua

função, pois trabalha o aluno criando situações para que o mesmo seja ativo e

peça fundamental na descoberta de novos conhecimentos.

A partir de mini projetos a alfabetização, letramento, além de outros

conteúdos do currículo serão trabalhados dentro dos objetivos a serem

alcançado pela escola com os alunos de Educação Infantil e Ensino

Fundamental.

As crianças de hoje precisam desenvolver desde cedo à capacidade de

pensar e agir de modo crítico e consciente. Precisamos de cidadãos versáteis,

criativos e inteligentes.

Os alunos se desenvolvem plenamente ao viverem determinadas

situações problema que as levem a mobilizar todas as suas capacidades e

potencialidades para resolvê-las.

Portanto, a aprendizagem significativa deve permear o cotidiano das

instituições de Educação Infantil, possibilitando aos alunos serem sujeitos de

sua aprendizagem e, ao mesmo tempo, autores do seu conhecimento.

Nosso trabalho tem por base os Referenciais e as Diretrizes Curriculares

para a Educação Infantil (RCNEI e DCNEI) que é um guia de reflexão de cunho

educacional sobre objetivos, conteúdos e orientações didáticas para os

profissionais que atuam diretamente com crianças de até seis (6) anos.

Esses Referenciais Curriculares enfatizam que nessa faixa etária, de

quatro (4) à cinco (5) anos a Educação Infantil tem como finalidade o

desenvolvimento integral das crianças, levando em conta os aspectos sociais,

cognitivos, emocionais e corporais. Para Saviani:

A natureza humana não é dada ao homem, mas é por ele produzida sobre a base da natureza biológica. Consequentemente, o trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos seres humanos (SAVIANI, Demerval, 2000, p. 15).

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Por localizar nas relações sociais e econômicas vigentes a origem da

degradação das condições da vida, a escola adota a questão ambiental como

princípio educativo. A escola por ser um espaço onde as ciências sociais

devem contribuir para a humanidade organizar a sociedade deve ter como

princípio fundamental o desenvolvimento humano em todos os seus aspectos e

possibilidades. Diante desta realidade é essencial que a educação formal se

aproprie de meios que superem as barreiras/obstáculos na/da educação, como

desinteresse, desinformação, desmotivação e desvalorização. Mais uma vez

MORAN, Ibid. nos auxilia no debate ao afirmar:

É importante não nos esquecermos de que a tecnologia possui um valor relativo: ela somente terá importância se for adequada para facilitar o alcance dos objetivos e se for eficiente para tanto. As técnicas não se justificarão por si mesmas, mas pelos objetivos que se pretenda que elas alcancem, que no caso serão de aprendizagem (MORAN, 2003, p. 50).

Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil

(1999), “os conhecimentos sobre espaço, tempo, comunicação, expressão,

natureza e pessoas devem estar articulados com os cuidados e a educação

para com a saúde” entre outros, inclusive a tecnologia.

Como as transformações sociais proporcionadas pelo avanço

tecnológico atingem-nos em todos os sentidos: em casa, na escola, no

trabalho. O computador, a Internet, a televisão a cabo, entre outros, são

ferramentas que exigem novos valores, diferentes para o homem e para a sua

ação na atividade profissional. A modernidade exige que a escola atue no

sentido de formar sujeitos criativos, dinâmicos, reflexivos, autônomos, atuantes

na sociedade, capazes de desenvolverem estruturas mentais necessárias à

adaptação nesse Novo Século. MORAN, Ibid., esclarece:

A sociedade precisa ter como projeto político a procura de formas de diminuir a distância que separa os que podem e os que não podem pagar pelo acesso à informação. As escolas públicas e as comunidades carentes precisam ter esse acesso garantido para não ficarem condenadas à segregação definitiva, ao analfabetismo tecnológico, ao ensino de quinta classe (Moran, 2003, p. 50).

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Os reflexos dessas transformações sociais que são vistos na escola

para auxiliar os professores no processo de ensino e aprendizagem surgem

como instrumentos a serviço da Educação, que são as NTIC’s (Novas

Tecnologias da Informação e Comunicação), mais precisamente, o computador

e a Internet.

Dessa forma, a mudança de paradigmas no processo de aprender e de

ensinar está relacionada às práticas criativas, ao ensino com pesquisa, à

avaliação formativa da aprendizagem, à mediação pedagógica e colaborativa.

Neste contexto, o uso das NTIC’s deve propiciar aos alunos o

desenvolvimento de habilidades, onde o educando pode fazer parte do

processo de construção do conhecimento.

Encontramos o seguinte em MORAN, Ibid.:

As perspectivas para o século XXI indicam a educação como pilar para alicerçar os ideais de justiça, paz, solidariedade e liberdade. As transformações econômicas, políticas e sociais pelas quais o mundo vem passando são reais e irreversíveis. A humanidade tem sido desafiada a testemunhar duas transições importantes que afetam profundamente a sociedade: o advento da sociedade do conhecimento e a globalização (Moran, 2003, p. 67).

O projeto político pedagógico (PPP) trás as orientações macro para a

construção do pedagógico na unidade escolar, como: fundamentos

pedagógicos, filosofia educacional, objetivos gerais e específicos. Ele é o plano

global da instituição que possui uma visão geral dos pontos que afetam

intrinsicamente a escola por possuir elementos estratégicos fundamentados em

pressupostos filosóficos, epistemológicos e didáticos de cada unidade escolar

em particular. Para isso, se faz imprescindível saber o que a escola pretende,

ela deve buscar um ideal comum, isto é, fazer com que todos os alunos

aprendam.

Segundo Celso Vasconcellos (1995, p. 143), o projeto pedagógico é um

instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do

cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente e sistematizada.

Toda escola deve ter definida, para si mesma e para sua comunidade

escolar, uma identidade e um conjunto orientador de princípios e de normas

identidade e um conjunto orientador de princípios e de normas que iluminem a

ação pedagógica cotidiana. O Projeto Político Pedagógico vê a escola como

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um todo em sua perspectiva estratégica, não apenas em sua dimensão

pedagógica. Segundo José Armando Valente12:

A palavra "projeto" vem do latim, projectu, que significa "lançar para diante". O sentido de Projeto Pedagógico é similar, traz a ideia de pensar uma realidade que ainda não aconteceu, implica analisar o presente como fonte de horizontes de possibilidades. Não se trata de um plano, passo a passo, daquilo que o educador e os alunos deverão fazer ao longo de um período. Trata-se de delinear um percurso possível que pode levar a outros, não imaginados a priori. Neste sentido, não estamos nos referindo ao planejamento escolar didaticamente organizado de acordo com os conteúdos curriculares previstos para um determinado. Interessa-nos que o educador explicite e exercite suas concepções educacionais, reinterpretando-as e relativizando-as em relação à realidade na qual atua, vislumbrando suas possibilidades de atuação pedagógicas. Isto não significa que a Escola e as demais instâncias do sistema educacional não possam estabelecer diretrizes para nortear o trabalho escolar em suas diferentes etapas. Mas, é importante que o educador reinterprete tais diretrizes de modo que o trabalho pedagógicos que realiza, seja compatível com as necessidades e expectativas de sua sala de aula (VALENTE, José Armando. Computadores na Sociedade do Conhecimento , Cap. 5, p.112)

A proposta deste trabalho procura fundamentar a importância do projeto

político pedagógico (PPP). O PPP é um conjunto orientador de princípios e

normas que iluminam a ação pedagógica cotidiana e dá identidade à escola

que busca articular a ação educativa e a necessária fundamentação teórica.

Explicita aspectos institucionais e define os aspectos éticos, culturais,

epistemológicos, didático-metodológicos que visam dar sustentação e

visibilidade para a marca da instituição. É preciso ressaltar que o PPP é um

movimento institucional e não apenas pedagógico. Ele prevê todas as

atividades da escola, da área pedagógica até a administrativa, e deve ter como

objetivo construir uma escola democrática, capaz de contemplar vontades da

comunidade na qual está inserida.

Assim, acreditamos que a integração das Novas Tecnologias da

Informação e Comunicação (NTIC’s) na educação se torna essencial e urgente

para o desenvolvimento integral da formação de alunos. A sociedade da

informação exige hoje, cidadãos preparados para o mercado de trabalho, que

está em constante mudança e transformação. Assim, nossos alunos devem

mostrar competências que não se limitam a áreas nas quais se especializaram,

12 Disponível em: http://www.nied.unicamp.br/oea/pub/livro1/. Acesso em 12 de agosto de 2011.

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56

mas sim, aquelas que exigirão um espírito aberto, flexível, que trabalhe em

conjunto, que não fiqe isolado em si mesmo e que seja capaz de se adaptar

para evoluir. Por isso, optamos pela construção de um Blog, que será um canal

para veicular essa informação que queremos transmitir em nossa Unidade

Escolar.

A palavra blog vem da abreviação de weblog - web (rede de alcance

mundial da internet) e log (diário de bordo, registro). O blog consite em um

diário online que permite que aosseus usuários registrarem diversos conteúdos

que ficam guardados em ordem cronológica. Essa disponibilidade resulta em

um arquivamento do planejamento, registro e divulgação das aulas realizadas

com os alunos, no nosso caso, da Educação Infantil.

O uso do blog utilizado como alternativa para planejamento, registro e

divulgação das atividades realizadas em nossa escola, com alunos da

Educação Infantil e a comunidade escolar.

Assim sendo, cabe ao professor apropriar-se das Novas Tecnologias da

Informação e Comunicação (NTIC’s) refletindo sobre suas possibilidades,

propondo atividades e estratégias diferenciadas ao utilizar os blogs. Os blogs

estão sendo explorados por alunos e professores e a cada dia surgem formas

diferentes de utilizá-lo: podem ser utilizados como um recurso pedagógico ou

como uma estratégia pedagógica. E é isso que o artigo pretende demonstrar. O

uso do Blog como dinâmica e ao mesmo tempo elemento articulador,

divulgador da produção da nossa Unidade Escolar (U.E.). Segundo BRUNO:

Para que as novas tecnologias efetivamente viabilizem o novo, novas leituras do mundo serão necessárias; assim sendo, não faz sentido coloca-las a serviço dos velhos ideais de ensino. É uma questão de mudança de formas de pensar e agir. Há um novo papel que precisa ser criado e incorporado pelos educadores (BRUNO, 2003, p.65).

A sistematização do trabalho pedagógico na educação infantil consiste

essencialmente no registro das atividades desenvolvidas pelas professoras

com as crianças. A finalidade precípua desse registro consiste no resgate do

trabalho desenvolvido nas situações que envolvem atividades de

aprendizagem, com propostas contextualizadas e significativas, de modo a

ampliar as vivências e as experiências das crianças.

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O Livro da Vida é uma das práticas iniciadas por Celestin Freinet (1920),

é uma ótima dinâmica para registrar as atividades desenvolvidas e perceber,

concomitantemente, a evolução da turma. Funcionando como um portfólio

alunos e/ou professores registram todos os dias ao final da aula o que

aprenderam, ou seja, o conteúdo pedagógico/acadêmico. Esse instrumento,

significativo do resgate do trabalho vivenciado na dinâmica da escola serve

como um “diário”, onde se anotam os pontos importantes, ou como um

documento em que se “registram” dados pontuais para uma análise do que foi

proposto e do que foi realizado.

Uma das dificuldades que encontramos em nosso trabalho foi o de

utilizar computadores e Internet com alunos e professores. Poucos conhecem

bem como funciona o computador e possuem acesso às redes sociais e um

grupo pequeno não tem acesso à Internet. Para contornar o problema fizemos

no ano de 2010 diversas oficinas de informática básica e educativa com os

professores onde fizemos a apresentação do equipamento, confecção de e-

mails para trocas de materiais, entrega de planejamentos, comunicados, via e-

mail. Para BRUNO:

O desenvolvimento de um educador faz-se pelas possibilidades que teve na vida, desde as de caráter sistemático, como a escolarização, até a simples forma de viver em sua cultura. S.e em seu universo pessoal os contatos com essas novas tecnologias se deram de forma escassa ou empobrecida, teremos de superar essa dificuldade. O que não podemos é agir como se o mundo fosse o mesmo de anos atrás, como se as tecnologias não afetassem nossa existência e de nossos alunos e, ao mesmo tempo, nos sentirmos despreparados para acompanhar o desenvolvimento deles: isso poderá ruir o edifício das relações e da própria educação (BRUNO, 2003, pp.66, 67).

A ideia da construção do Blog surgiu nesses encontros, onde um dos

objetivos principais seria o de divulgar nossos trabalhos e projetos em rede.

Como se fosse um LIVRO DA VIDA ELETRÔNICO.

Em Educação Infantil é comum registrar as ações diárias em um LIVRO

DA VIDA. O nosso seria o BLOG. A ideia do BLOG surgiu pelas características

que o mesmo vem apresentando dentro da educação e principalmente nas

escolas. O blog apresenta-se como uma página web de atualização rápida,

organizada de forma cronológica, podendo ser escrito por um número variável

de pessoas, de acordo com a sua própria política. O seu conteúdo abrange

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uma infinidade de assuntos como: diários, links, notícias, poesia, ideias,

fotografias, informações gerais, e em nosso caso específico educação infantil.

Ele apresenta uma dinâmica funcional bem interativa através de publicações

coletivas.

Os blogs são usados com o objetivo de desenvolver o hábito de registro

e para divulgar boas iniciativas. São estratégias que visam dar a palavra e

desenvolver a criatividade aos estudantes. Algumas das principais funções do

BLOG vêm ao encontro das nossas necessidades educacionais como:

1. Apresentar informações e imagens de eventos, relatar as reuniões

da escola, etc.;

2. Concentrar dados como atividades da escola, etc.;

3. Destacar atividades específicas detalhando as ações pedagógicas;

4. Compartilhar, uma das suas maiores funções, informações entre

escola, alunos, professores, pais e toda comunidade escolar, permitindo

trocas.

O Blog permitiria aos professores refletirem sobre suas próprias

experiências docentes, assim como poderia propiciar um registro sobre

experiências e capacitações docente. Servir como um “espelho” para visualizar

o que funcionou ou não na sala de aula, assim como o que não funcionou.

Fornecer algumas orientações de ensino para outros docentes. BRUNO afirma

que:

Precisamos começar a desmistificar, entre os educadores, a visão mecanicista e reducionista de que a tecnologia é máquina, é ferramenta. Tecnologia não pode ser confundida com aparato tecnológico, com máquina. Tecnologia é conhecimento aplicado, é saber humano embutido em um processo, seja esse processo automático ou não, implique artefato ou não. Nova Tecnologia é, antes, uma mudança no fazer que frequentemente embute uma correspondente mudança de concepção (BRUNO, 2003, p.65).

Um dos questionamentos que impediam o prosseguimento e execução

do blog dentro do contexto da escola era o de quem seria responsável por ele,

sua criação, publicações e manutenção? A ideia foi um desafio para a direção,

equipe, professores alunos e demais membros da comunidade escolar. Um dos

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questionamentos foi o de quem faria o Blog e como seriam feitos os trabalhos.

Mais uma vez BRUNO contribui dizendo que:

Por entender que a principal função do coordenador pedagógico é contribuir na formação continuada e em serviço dos professores, chegamos à questão deste artigo: Como os coordenadores pedagógicos podem ajudar os professores a trabalhar de forma qualificada com as novas tecnologias nas escolas? A resposta correta é: preparando-se adequadamente para isso (BRUNO, 2003, p.65).

A construção do BLOG ficou a cargo da Coordenadora Pedagógica, os

trabalhos seriam os realizados por toda a escola. Desde atividades por turmas,

como as coletivas seriam postadas no BLOG. Conforme Bruno:

Não pretendo aqui distribuir um receituário de como trabalhar com novas tecnologias, nem suprir a carência dos cursos de formação, até mesmo porque já identificamos que é preciso uma mudança de atitude e para isso não há receita. Podemos, sim, ficar atentos a alguns elementos que nos darão sustentação e que, assim, poderão contribuir neste processo contínuo de formação para o trabalho. O princípio elementar é que o coordenador pedagógico deve ter intimidade com o computador e suas expressões (BRUNO, 2003, p.67).

Concluindo essa análise, mas longe de encerrá-la, queremos destacar

que a escola possui como regra pegar autorização de divulgação de imagem e

produção escolar dos alunos. Os casos omissos, pais que não assinam, não

fotografamos ou filmamos. O trabalho realizado usando a metodologia de

projetos deu a possibilidade de ruptura com a antiga forma de ensino, com ela

é possível relacionar uma matéria com a outra, facilitando a ação e a

participação do aluno no seu processo de produzir fatos sociais, de trocar

informações, enfim, de construção de conhecimento. Isso implicou também a

participação dos professores. Estes deixaram de entregar as informações e

passaram a ser os facilitadores, os mediadores dos alunos no processo de

construção e resolução de problemas, incentivando a reflexão e a crítica,

permitindo que estes identifiquem os próprios problemas.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É imprescindível à escola repensar as relações homem-conhecimento-

mundo. É na escola que os alunos terão oportunidade de acesso aos meios e

às linguagens que constroem o pensamento, o sujeito e o cidadão, e é na

escola que esses devem se adequar à nova realidade criada pelo

desenvolvimento dos meios de comunicação e dos processos de Informação.

Isso requer que a escola seja um espaço de formação e informação, em que a

aprendizagem de conteúdos deve necessariamente favorecer a inserção do

aluno no dia a dia das questões sociais marcantes em um universo cultural

maior. Encontramos na fala de Pellanda:

As transformações vivenciadas nos levam à necessidade de mudanças, pois existe uma insatisfação constante no dia-a-dia das instituições escolares, nas quais estamos assistindo a um distanciamento cada vez maior entre as atividades propostas pela escola e a vida dos estudantes (Pellanda, 2000, p.223).

É tarefa da educação, assim como a conhecemos, formar cidadãos

autônomos, conscientes e críticos diante da imensa gama de informações a

qual estão expostos diariamente, e torná-los aptos a tomarem decisões. E da

mesma forma capacitá-los para se tornarem, por sua vez, produtores de novas

linguagens e de novas formas de conhecimentos.

Os professores que sabem o que as novidades tecnológicas aportam,

estando qualificados e embasados, podem decidir, com conhecimento de

causa, dar-lhes um amplo espaço em sua classe, ou utilizá-las de modo

bastante marginal. Em 5 ou 10 anos, as tecnologias terão evoluído ainda mais.

As Novas Tecnologias da Informação e Comunicação não deveriam ser

indiferentes àqueles que pretendem ser o ponto de ligação entre a sociedade e

a cultura. Não queremos mudar as formas de divertimento, trabalho e

conhecimento, por isso deveremos desenvolver competências e habilidades

que nos coloquem no mesmo patamar em que estão nossos alunos, não

podemos ficar acima, muito menos embaixo.

Assim sendo, não se poderia pensar hoje que o professor se

descuidasse de sua pedagogia e uma didática do texto sem estar consciente

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das transformações a que a informática submete as práticas de leitura e de

escrita.

Todo professor que se preocupa com o ensino e a transmissão dos

valores socialmente produzidos pela humanidade deve ver essa tarefa como

um investimento do que ele próprio aprendeu e que deverá colocar na escola

em prol de seus alunos. Valorizando assim os conhecimentos escolares que

terão o mesmo valor na vida real, afinal, o conhecimento acontece a todo

momento em tempo real, parafraseando. Retomando, o professor deve ter

interesse em adquirir uma cultura básica no domínio das tecnologias,

independente de quaisquer que sejam suas práticas pessoais, do mesmo modo

que ela é necessária a qualquer um que pretenda lutar contra o fracasso

escolar e a exclusão social.

A tarefa do professor é muito mais do que ensinar, mas de fazer

aprender. O nosso desafio ainda é a formulação de um projeto que contemple

as necessidades institucionais sem a fragmentização das experiências dos

alunos. Não há possibilidades de aprendizagem significativa para este século

sem uma inovação nas práticas educativas.

Uma escola de qualidade será aquela que medirá não apenas o

aprendizado, mas o crescimento sócio-emocional do aluno. Esta é a escola que

queremos e nós professores, estamos engajados, discutindo com nossos pares

a evolução e aperfeiçoamento de nossas práticas educativas atreladas à

sociedade da informação.

Sociologicamente a educação deveria estar entre as prioridades nas

políticas públicas. Deveria ser o pano de fundo em todas as sociedades. As

diferentes culturas, como as indígenas, por exemplo, tratam a educação de

suas crianças e jovens com muita seriedade. Trata-se de preservar a própria

sociedade indígena. Por que nas sociedades como a brasileira (que tenta

incluir as diferenças) ainda está em passos de tartaruga e só apostando na

educação quando os jornais noticiam fracassos e fiascos da educação?

Precisamos virar notícia para termos uma política educativa de qualidade?

Ainda aguardo a inclusão digital da educação nesses primeiros anos do

novo século em que as práticas estabelecidas na Unidade Escolar (U.E.)

sirvam de veículo de comunicação e aticulação com a comunidade escolar.

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62

Esperamos contribuir com todos que procuram conhecer a quantas anda

a aplicação da Informática na nossa Educação.

Nossa prática passa acima de tudo pela persistência e determinação

que caracterizam o professor no Brasil.

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