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i SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MEC SETEC INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO CAMPUS CUIABÁ OCTAYDE JORGE DA SILVA DEPARTAMENTO DA ÁREA DE CONSTRUÇÃO CIVIL KARYN FERREIRA ANTUNES RIBEIRO INFLUÊNCIA DA EXPANSÃO DO SOLO NA OBTENÇÃO DOS PARÂMETROS GEOTÉCNICOS OBTIDOS COM ENSAIOS DE LABORATÓRIO Cuiabá MT, novembro de 2011

TCC Karyn F. A. Ribeiro 2011.pdf

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    SERVIO PBLICO FEDERAL

    MEC SETEC

    INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO

    CAMPUS CUIAB OCTAYDE JORGE DA SILVA

    DEPARTAMENTO DA REA DE CONSTRUO CIVIL

    KARYN FERREIRA ANTUNES RIBEIRO

    INFLUNCIA DA EXPANSO DO SOLO NA OBTENO

    DOS PARMETROS GEOTCNICOS OBTIDOS COM

    ENSAIOS DE LABORATRIO

    Cuiab MT, novembro de 2011

  • i

    INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA DE

    MATO GROSSO IFMT

    CAMPUS CUIAB OCTAYDE JORGE DA SILVA

    CURSO DE TECNOLOGIA EM CONTROLE DE OBRAS

    KARYN FERREIRA ANTUNES RIBEIRO

    INFLUNCIA DA EXPANSO DO SOLO NA OBTENO

    DOS PARMETROS GEOTCNICOS OBTIDOS COM

    ENSAIOS DE LABORATRIO

    Cuiab MT, novembro de 2011

    KARYN FERREIRA ANTUNES RIBEIRO

  • ii

    INFLUNCIA DA EXPANSO DO SOLO NA OBTENO

    DOS PARMETROS GEOTCNICOS OBTIDOS COM

    ENSAIOS DE LABORATRIO

    Trabalho de Concluso do Curso de Tecnologia em Controle de Obras, apresentado Departamento da rea Da Construo Civil Campus Cuiab Octayde Jorge da Silva do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Mato Grosso, como exigncia para a obteno do ttulo de Tecnlogo.

    Orientador: Prof. Especialista Ilo Ribeiro Junior.

    Cuiab MT, novembro de 2011

  • iii

    Karyn Ferreira Antunes Ribeiro.

    INFLUNCIA DA EXPANSO DO SOLO NA OBTENO

    DOS PARMETROS GEOTCNICOS OBTIDOS COM

    ENSAIOS DE LABORATRIO

    Trabalho de Concluso de Curso em Controle de Obras, submetido Banca

    Examinadora composta pelos Professores do Departamento da rea de Construo

    Civil do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Mato Grosso,

    Campus Cuiab Octayde Jorge da Silva como parte dos requisitos necessrios

    obteno do ttulo de Tecnlogo.

    Aprovado em: ____________________

    ______________________________________________

    Prof. Especialista Ilo Ribeiro Junior (Orientador)

    ______________________________________________

    Prof. MSc. Enio Fernandes Amorim (Membro da Banca)

    ____________________________________________

    Prof. MSc. Luiz Carlos de Figueiredo (Membro da Banca)

    Cuiab MT, novembro de 2011

  • iv

    DEDICATRIA

    Dedico este trabalho aos meus pais, Luiz

    Carlos e Aracy, e ao meu Eterno

    Namorado Rafael Csar.

  • v

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Trindade, Deus Pai, Filho e Esprito Santo que

    sempre me guiam e me iluminam em cada passo que dou.

    Ao meu esposo Rafael Csar pelo apoio, ateno e pelo seu imenso amor e

    carinho.

    Aos meus pais Luiz Carlos e Aracy que me ensinaram a caminhar na direo

    certa e me incentivaram a chegar at aqui.

    As minhas irms Kellyn e Kennya, os meus cunhados Emerson e Jnior,

    vocs so especiais para mim.

    A minha sogra Iolanda e o Sr. Paulo, muito obrigada pelo carinho.

    A minha cunhada Ani, meu concunhado Eduardo e a princesinha Sophia.

    Amo todos vocs.

    Ao meu orientador, professor Ilo que acreditou e me ajudou para que este

    trabalho conclusse. Muito obrigada pelo conhecimento que adquiri com voc.

    A professora Simone, que me auxiliou muito.

    Quero tambm agradecer a todos os meus colegas laboratoristas do IFMT e

    da UFMT que me ajudaram e a turma 2008/2, jamais me esquecerei de vocs.

  • vi

    E desceu a chuva, e correram os rios, e assopraram os ventos

    e deram com mpeto contra aquela casa, e no caiu, porque

    fora edificada sobre a rocha. Mateus 7:25.

  • vii

    RESUMO

    Inmeros problemas tm ocorrido nas obras da Baixada Cuiabana, devido ao solo

    saproltico de filito possuir carter expansivo, ou seja, aumentam de volume quando

    sofrem reduo da sua suco por inundao, e se contraem quando ressecam. Em

    alguns casos as patologias tambm podem ocorrer pela m compactao do solo,

    pois suas curvas de compactao apresentam anomalias devido caracterstica

    expansiva do solo. Este trabalho tem o objetivo apresentar o estudo do

    comportamento de um solo expansivo da Baixada Cuiabana quando estes se

    encontram compactados. O mtodo para este estudo de carcter experimental e,

    consiste em comparar as formas e parmetros obtidos nos ensaios de compactao,

    considerando que seu resultado influenciado pela expanso do solo. Utilizou-se o

    mtodo de Proctor com as energias Normal, Intermediria e Modificada, utilizando

    amostras com e sem o reuso, avaliando assim a alterao textural oriunda do

    trabalho excessivo com a amostra. Outra anlise sobre estas amostras foi insero

    da gua de compactao no ato do ensaio, e a insero de gua realizada 24 horas

    de antecedncia compactao do material. A expanso deste solo causada pela

    presena de argilominerais do grupo das ilitas contidas na frao silte e argila. Sua

    tenso de expanso em torno de 20 kPa e sua expanso livre em torno de 20%,

    causando trincas e fissuras nas edificaes. Os resultados obtidos permitem concluir

    que a umidade tima da amostra sem reuso apresenta o peso especfico seco maior

    que a amostra com reuso. J as umidades timas dos ensaios, cuja gua fora

    inserida no ato da realizao dos ensaios foram de 14%, baixo se comparada com a

    que se acrescentou a gua com 24h de antecedncia, que obtiveram cerca de 20%

    de umidade tima. De uma forma geral os resultados mostram que a curva de

    compactao do solo estudado sofre influncia da energia aplicada, a opo de

    reutilizar a amostra altera os parmetros obtidos na curva de compactao, pois

    altera a textura do solo, e a insero de gua no momento do ensaio, leva a cada

    ponto da curva, a retomar o processo expansivo, levando-a a uma total

    instabilizao. Conhecer o processo de desencadeamento de um solo expansivo,

    associado ao ensaio geotcnico mais realizado na engenharia, o ensaio de

    compactao, eleva exponencialmente a chance de sucesso e conduz a obra

    segurana.

    Palavras-chaves: Solo saproltico, expanso, compactao.

  • viii

    ABSTRACT

    Numerous problems have been in the works of Cuiabana Lowlands, due to the soil of

    phyllite saprolite has expansive nature, ie, increase in volume when they suffer

    reduction in their flood suction, and contract when dry. In some cases the conditions

    may also occur due to poor soil compaction because their compression curves show

    anomalies due to expansive soil characteristics. This paper aims to present the study

    of the behavior of an expansive soil Baixada Cuiabana when they are compressed.

    The method for this study is experimental and character, is to compare the shapes

    and parameters obtained in compression tests, considering that its result is

    influenced by the expansion of the soil. We used the method of Proctor with energies

    Normal, Intermediate and modified using samples with and without reuse, thus

    evaluating the textural changes arising from overwork with the sample. Another

    analysis of these samples was the insertion of water in the act of compression test,

    and the insertion of water held 24 hours prior to compaction of the material. The

    expansion of this soil is caused by the presence of clay minerals of illite group

    contained in the silt and clay. Your tension expansion is around 20 kPa and its free

    expansion around 20%, causing cracks and crevices in buildings. The results

    showed that the optimum moisture content of the sample without reuse has the

    specific gravity greater than the dry sample with reuse. Since the optimum moisture

    content of the tests, whose water had been inserted at the time of the tests were 14%

    lower compared to the water which was added 24 hours in advance, which had about

    20% of optimum moisture. In general the results show that the curve of soil

    compaction are influenced energy applied, the option of reusing the sample changes

    the parameters obtained in the compression curve, because it changes the texture of

    the soil, and the insertion of water at the time of test leads to each point of the curve,

    to resume the process of expansion, leading her to a total destabilization. Knowing

    the process of triggering an expansive soil associated with the most accomplished

    test geotechnical engineering, the compaction test, exponentially increases the

    chance of success and leads the work safety.

    Keywords: Soil saprolite, expansion, compression.

  • ix

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Profundidade de meteorizao dos solos, associados com alguns fatores

    ambientais da regio do Equador s regies rticas. [Strakhow, (1967) apud Patin (2004)].

    ................................................................................................................................................................. 5

    Figura 2 - Corte Rodovirio, com Camada Latertica Sobrejacente a uma Camada

    Saproltica de Origem Sedimentar, com as Correspondentes Microfbricas. ............................ 6

    Figura 3 - Perfil do Solo Saproltico de Folhelho. ............................................................................ 7

    Figura 4 - Perfil do solo proveniente da alterao da rocha (PINTO, 2000). .............................. 8

    Figura 5 - Estrutura de uma camada de caulinita 1:1 (a) atmica, (b) simblica. (Pinto, 2002).

    ............................................................................................................................................................... 11

    Figura 6 - Estrutura simblica de minerais com camada 2:1; (a) esmectita com duas

    camadas de molculas de gua, (b) ilita. ....................................................................................... 11

    Figura 7 Dobras assimtricas desenvolvidas em intercalaes de metarenitos quartzosos e

    filitos da Formao Miguel Sutil. (Migliorini, 1999)........................................................................ 13

    Figura 8 Formao Rio Coxip, com matriz arenosa cortados por veios de quartzo.

    (Migliorini, 1999). ................................................................................................................................ 13

    Figura 9 Ensaio de expanso livre do solo da Baixada Cuiabana. (Ribeiro Jnior, 2005). 14

    Figura 10 Curva de compactao do solo saproltico de filito da Baixada Cuiabana.

    (Ribeiro Jnior, 2005) ........................................................................................................................ 15

    Figura 11 - Local da coleta de amostra de solo, AV. Miguel Sutil, prximo a entrada do

    Centro de Eventos do Pantanal - Obra Construtora GMS. .......................................................... 17

    Figura 12 - Solos armazenados em sacos plsticos. ................................................................... 20

    Figura 13 - Ensaio de compactao em andamento. ................................................................... 20

    Figura 14 - Limite de liquidez com e sem secagem prvia. ......................................................... 24

    Figura 15 - Carta de Plasticidade do solo saproltico de filito com e sem secagem prvia.... 26

    Figura 16 - Curva Granulomtrica dos solos com e sem secagem prvia e com e sem o uso

    de defloculante. ................................................................................................................................... 28

    Figura 17- ndices de atividade da frao argila para as amostras com e sem o defloculante

    e com e sem secagem prvia........................................................................................................... 30

    Figura 18 - Curva de Compactao sem reuso com diferentes energias. ................................ 31

    Figura 19 - Curva de Compactao com e sem reuso, acrescentando gua no momento e

    com antecedncia de 24 horas. ....................................................................................................... 34

    Figura 20 - Expanso de um torro de solo. Ensaio expedito realizado em campo. .............. 41

    Figura 21 - Solo Saprlitico de Filito,com presena de xistosidade com foliao. .................. 41

    Figura 22 Diferena de nvel em radier na Baixada Cuiadana. ............................................... 41

  • x

    Figura 23 - Danos em construo assente em solo expansivo. (vertisol - argila rica em

    montmorilonita) Foto: University of Idaho EUA. ......................................................................... 42

    Figura 24 - Patologia na calada, devido expanso do solo, causado pelo aumento da

    umidade. .............................................................................................................................................. 42

    Figura 25 - Ensaio de microscopia eletrnica do solo saproltico de filito seco: + 3000 X.

    (FUTAI, 1995). .................................................................................................................................... 43

    Figura 26 - Ensaio de microscopia eletrnica do solo saproltico de filito inundado: + 3000 X.

    (FUTAI, 1995). .................................................................................................................................... 43

  • xi

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Relao entre o potencial de expanso e ndice de plasticidade (CHEN, 1975). .......................................................................................................................... 9

    Tabela 2 - Quantidade de material ensaio de compactao. .................................... 19

    Tabela 3 Propriedades do solo com e sem secagem prvia. ................................. 25

    Tabela 4 - Anlise Granulomtrica. ........................................................................... 28

    Tabela 5 Mximo peso especfico seco e umidade dos ensaios sem reuso com variaes de energia ................................................................................................. 32

    Tabela 6 - Resumo dos resultados da compactao ................................................ 34

  • xii

    LISTA DE ABREVIATURAS E SMBOLOS

    ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    CL - Argila pouco Compressvel

    CH - Argila de Alta Compressibilidade

    ML - Silte de Baixa Compressibilidade

    OL - Solo Orgnico de Baixa Compressibilidade

    MH - Silte de Alta Compressibilidade

    OH - Solo Orgnico de Alta Compressibilidade

    d - Peso Especfico Aparente Seco

    W - Umidade

    Wt - Umidade tima

    WL - Limite de Liquidez

    WP - Limite de Plasticidade

    IP - ndice de Plasticidade

    Ia - ndice de Atividade da frao argila

    h - Horas

    kPa - Quilo Pascal

    CDSS - Com Defloculante Sem Secagem Prvia

    CDCS - Com Defloculante Com Secagem Prvia

    SDSS - Sem Defloculante Sem Secagem Prvia

    SDCS - Sem Defloculante Com Secagem Prvia

  • xiii

    SUMRIO

    1 INTRODUO ..................................................................................................... 1

    1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 2

    1.2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................ 3

    1.2.1 OBJETIVOS ESPECFICOS ............................................................................ 3

    2 REVISO BIBLIOGRFICA ................................................................................ 4

    2.1 SOLOS TROPICAIS NO SATURADOS ....................................................... 4

    2.2 SOLOS SAPROLTICOS ............................................................................... 5

    2.3 SOLOS EXPANSIVOS ................................................................................... 8

    2.3.1 CONSTITUIO MINERALGICA DAS ARGILAS ............................................. 10

    2.4 SOLOS DA BAIXADA CUIABANA ............................................................... 12

    2.4.1 CARACTERSTICAS GEOLGICAS ............................................................... 12

    2.4.2 CARACTERSTICA DO SOLO DA BAIXADA CUIABANA ..................................... 13

    2.4.3 FUNDAES DE OBRAS RESIDENCIAIS NA BAIXADA CUIABANA ...................... 15

    3 MATERIAIS E MTODOS .................................................................................. 17

    3.1 MATERIAL ................................................................................................... 17

    3.1.1 SOLO ...................................................................................................... 17

  • xiv

    3.2 MTODOS ................................................................................................... 18

    3.2.1 LIMITES DE ATTERBERG ............................................................................ 18

    3.2.2 ENSAIOS DE COMPACTAO ...................................................................... 18

    3.2.3 GRANULOMETRIA POR SEDIMENTAO ....................................................... 21

    4 RESULTADOS E DISCUSSES ....................................................................... 23

    4.1 LIMITES DE ATTERBERG .......................................................................... 23

    4.2 GRANULOMETRIA ...................................................................................... 26

    4.3 COMPACTAO ......................................................................................... 30

    4.3.1 INFLUNCIA DA ENERGIA ........................................................................... 30

    4.3.2 INFLUNCIA DO REUSO DO MATERIAL .......................................................... 32

    5 CONCLUSO ..................................................................................................... 36

    5.1 SUGESTES PARA FUTUROS TRABALHOS ........................................... 37

    6 REFERNCIA BIBLIOGRAFIA .......................................................................... 38

    APNDICE A - Caractersticas do solo Saproltico de Filito da Baixada

    Cuiabana. ................................................................................................................. 41

    ANEXO A - Figuras de obras com ocorrncia de patologias causadas pela

    expanso dos solos. ............................................................................................... 42

    ANEXO B - Resultado do ensaio de microscopia eletrnica realizado por Futai,

    (1995), com solo seco e inundado. ........................................................................ 43

  • 1

    1 INTRODUO

    As caractersticas dos solos tropicais so ainda pouco estudadas, e

    portanto conhecidas. Os solos tropicais podem sofrer variaes volumtricas com

    ganho no teor de umidade ou perda de suco.

    Presa (1980) define que solo expansivo seja ele no estado natural, ou

    compactado, aquele em que a variao volumtrica muito elevada, de forma a

    produzir efeitos prejudiciais nas obras construdas sobre os mesmos ou nas

    proximidades.

    Os danos provocados por solos expansivos esto posicionados em

    terceiro lugar dentre as seis catstrofes naturais mais perigosas do mundo, sendo

    elas: terremotos, escorregamentos, solos expansivos, ciclones, furaces e

    enchentes. No Brasil solos expansivos podem ser encontrados em diversas regies

    (VARGAS, 1989).

    Para Pinto (2006), quando pequenas construes so feitas em solos

    expansivos, o efeito da impermeabilizao do terreno pela prpria construo pode

    provocar uma elevao do teor de umidade, pois, antes da construo, ocorria

    evaporao da gua que ascendia por capilaridade. E o aumento de umidade pode

    provocar expanses, que danificam as construes, provocando trincas ou runas.

    Segundo Cavalcante et al. (2007), a expanso de um solo de fundao

    capaz de provocar danos estruturais s edificaes sobre ele apoiadas,

    principalmente as mais leves, com custos de recuperao geralmente elevados,

    como pode ser visualizado no Anexo A, nas Figuras 23 e 24.

    O fenmeno de expanso dos solos muito complexo, envolvendo um

    conjunto de fatores que influenciam e interagem entre si, tais como a composio

    das argilas (argilomineral) e fatores ambientais (clima da regio, natureza do fludo,

    grau de saturao do solo).

    Segundo Vargas (1977) a presena dos argilominerais no solo, contribui

    de forma geral, na plasticidade, coeso, bem como no comportamento expansivo de

    certos solos argilosos.

  • 2

    Na Baixada Cuiabana os problemas mais comuns dos solos so de

    expanso, como podem ser vista no Apndice A nas Figuras 20, 21 e 22. A

    expanso ocorre sob obras residenciais, prediais, rodovirias, e tambm em obras

    de saneamento. Nas residncias trreas ou sobradas o problema muito comum.

    Em prdios de quatro pavimentos a ocorrncia menor, porm existe, (RIBEIRO

    JNIOR, 2006).

    Segundo Santos et al. (2003), os solos saprolticos da Baixada Cuiabana

    apresentam uma instabilidade entre a massa especfica aparente seca e o

    teor de umidade durante o processo de compactao. A curva de compactao

    destes solos apresenta no um pico, mas uma banda de pontos de mximos.

    Sendo assim quase impossvel determinar a umidade tima para a compactao

    destes solos em campo.

    1.1 JUSTIFICATIVA

    A presena de solo expansivo tem causado constante preocupao entre

    pesquisadores e profissionais que trabalham com obras geotcnicas, pois o uso

    indiscriminado deste material pode gerar enormes prejuzos a tais obras. Deste fato,

    resulta o interesse e a importncia dos constantes trabalhos relacionados a este

    assunto. Estes materiais podem gerar instabilidades em taludes, subleito de

    pavimentao, fundaes de grandes estruturas, desabamento de tneis, devido,

    principalmente, a sua propriedade de expansibilidade, (FRAZO E GOULART, 1976;

    PEREIRA 2004).

    Pereira e Pejon (1999) constataram uma srie de dificuldades no estudo

    destes materiais, devido complexidade dos fenmenos que conduzem a expanso.

    Desta forma, torna-se evidente a necessidade de implementar estudos mais

    detalhados para buscar esclarecer melhor a importncia dos vrios atributos no

    comportamento da expanso e desagregao destes materiais quando expostos

    variaes de umidade. Verificou-se, por exemplo, o efeito marcante da secagem

    sobre o comportamento desses materiais.

  • 3

    1.2 OBJETIVO GERAL

    Estudar a influncia da expanso do solo saproltico de filito da Baixada

    Cuiabana na obteno dos parmetros geotcnicos iniciais obtidos com ensaios de

    laboratrio, averiguando assim a acurcia dos resultados obtidos conforme as

    Normas Brasileiras.

    1.2.1 OBJETIVOS ESPECFICOS

    Verificar a influncia do comportamento dos solos com e sem secagem

    prvia, conforme recomenda a Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT);

    Verificar a influncia da energia de compactao nos parmetros iniciais

    do solo expansivo;

    Analisar a curva de compactao e o seu formato atpico em solos

    expansivos;

    Verificar a influncia das amostras com e sem reuso nos parmetros dos

    solos expansivos;

    Analisar o mtodo de insero de gua prescrito na Norma Brasileira de

    compactao e compar-la com possveis alteraes.

  • 4

    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 SOLOS TROPICAIS NO SATURADOS

    Segundo Vargas (1987), solos tropicais no so simplesmente os que

    ocorrem nos trpicos, mas tambm devem possuir comportamento particular do

    ponto de vista da engenharia. A formao destes solos necessita de clima mido e

    boa condio de drenagem. Os solos tropicais podem ser divididos em duas grandes

    classes: solos laterticos e solos saprolticos.

    De acordo com Cozzolino e Nogami (1993) os solos laterticos

    caracterizam-se pela presena de gros muito resistentes mecanicamente e

    quimicamente, com elevado percentual de hidrxidos e xidos de ferro ou alumnio.

    Em geral, o argilomineral mais comum a caulinita. Resultados de microscopia

    eletrnica levaram a Nogami e Villibor (1995) a concluir que a parcela fina dos solos

    laterticos est agregada, formando uma massa de aspecto esponjoso. Esta

    organizao pode formar solos porosos com alta permeabilidade.

    As caractersticas dos solos saprolticos esto diretamente relacionadas

    com a rocha matriz. Desta forma, as camadas podem variar de algumas a vrias

    dezenas de metros e diferentes comportamentos e cores. Eles so identificados

    macroscopicamente por apresentarem manchas, xistosidades, vazios e outras

    caractersticas inerentes rocha matriz. Sua composio mineralgica muito

    variada, sendo resultante do intemperismo da rocha, depende, portanto, do grau de

    alterao e do tipo de rocha.

    A Figura 1 mostra o grau de intemperismo sofrido por um perfil de solo

    nas diversas regies da terra, dependendo do nvel de precipitao, da quantidade

    de vegetao existente, da variao de temperatura e do grau de evaporao. Nas

    regies com grande variao de precipitao e temperatura, a Figura 1 mostra

    horizontes na superfcie e profundamente intemperizados, mas em regies de clima

    mais frios e com menor umidade o grau de intemperismo nesses horizontes bem

    menor.

    O grau de intemperismo mnimo nas regies desrticas e nos plos, j

    na regio dos trpicos, h grandes variaes pluviomtricas e de temperatura, que

    afeta todos os minerais alterveis ao mesmo tempo em que alguns desaparecem

  • 5

    dando lugar a produtos secundrios neoformados. Para Toledo et al.(2000), a

    temperatura desempenha um papel duplo, condicionando a ao da gua: ao

    mesmo tempo em que acelera as reaes qumicas, aumenta a evaporao,

    diminuindo a quantidade de gua disponvel para a lixiviao dos produtos solveis.

    A cada 10C de aumento na temperatura, a velocidade das reaes qumicas

    aumenta de duas a trs vezes.

    Figura 1 - Profundidade de meteorizao dos solos, associados com alguns fatores ambientais da regio do Equador s regies rticas. [Strakhow, (1967) apud Patin (2004)].

    2.2 SOLOS SAPROLTICOS

    Segundo Pinto (2006) o solo que mantm a estrutura original da rocha-

    me, mas perdeu a consistncia da rocha. Visualmente pode confundir-se com uma

    rocha alterada, mas apresenta pequena resistncia ao manuseio. tambm

    chamado de solo residual jovem ou solo de alterao de rocha e ocorre em regies

    tropicais e subtropicais midas, onde o intemperismo mais intenso.

    Os solos saprolticos (sapro, do grego: podre) so aqueles que resultam

    da decomposio e/ou desagregao in situ da rocha matriz pela ao das

    intempries (chuvas, insolao, geadas) e mantm, de maneira ntida, a estrutura da

  • 6

    rocha que lhe deu origem. So genuinamente residuais, isto , derivam de uma

    rocha matriz, e as partculas que o constituem permanecem no mesmo lugar em que

    se encontravam em estado ptreo, (VILLIBOR et al., 2009).

    Segundo os mesmos autores os solos saprolticos constituem, portanto, a

    parte subjacente camada de solo superficial latertico (ou, eventualmente, de outro

    tipo de solo) aparecendo, na superfcie do terreno, somente por causa de obras

    executadas pelo homem ou eroses. Estes solos so mais heterogneos e

    constitudos por uma mineralogia complexa contendo minerais ainda em fase de

    decomposio. So designados tambm de solos residuais jovens, em contraste

    com os solos superficiais laterticos, maduros. Uma feio muito comum no horizonte

    superficial, ou no seu limite, a presena de uma linha de seixos de espessuras

    variveis (desde alguns centmetros at 1,5 m), delimitando o horizonte latertico do

    saproltico. As Figuras 2 e 3 ilustram a ocorrncia de solos laterticos e saprolticos.

    Figura 2 - Corte Rodovirio, com Camada Latertica Sobrejacente a uma Camada Saproltica de Origem Sedimentar, com as Correspondentes Microfbricas.

  • 7

    Figura 3 - Perfil do Solo Saproltico de Folhelho.

    O solo saproltico corresponde ao horizonte inferior do solo residual,

    sendo o mais jovem dos trs horizontes. Sua caracterstica principal a presena de

    fraturas reliquiares herdadas da rocha me. Granulometricamente de difcil

    caracterizao, podendo apresentar desde mataces at argila. As fraes argila e

    areia variam consideravelmente, podendo predominar tanto uma como a outra,

    dependendo do local. A espessura mdia deste horizonte de 6 m, com um mximo

    de 17 m.

    Segundo Vargas (1978), os horizontes so denominados de: horizonte I

    (de evoluo pedognica), horizontes II (residual intermedirio), horizonte III

    (residual profundo), horizonte IV (alterao da rocha) e, rocha s fissurada. A Figura

    4 ilustra os respectivos horizontes.

  • 8

    Figura 4 - Perfil do solo proveniente da alterao da rocha (PINTO, 2000).

    O horizonte denominado residual maduro o horizonte superficial onde o

    solo perdeu sua estrutura original tornando-se relativamente homogneo. O solo

    saprlito caracterizado pelo horizonte onde o solo ainda guarda caractersticas da

    rocha que lhe deu origem, inclusive veios intrusivos, fissuras, xistosidade e

    camadas. No entanto, sua resistncia j se encontra bastante reduzida podendo-se,

    pela presso dos dedos desfragmentarem-se completamente. Os horizontes de

    rocha alterada so aqueles onde a alterao progrediu, ao longo de zonas de menor

    resistncia, deixando relativamente intactos grandes blocos da rocha original

    envolvidos por solo de alterao de rocha.

    Na mecnica dos solos, h uma distino entre solo saproltico e

    saprlito, sendo solo saproltico aquele proveniente da alterao in situ da rocha,

    que se encontra em um estgio avanado de desintegrao. Este solo possui a

    estrutura original da rocha, e a ela se assemelha em todos os aspectos visuais

    perceptveis, salvo na colorao. A matriz deste solo pouco resistente. So

    classificados como saprlito, blocos de rocha com pouca alterao, (RIBEIRO

    JNIOR, 2006).

    2.3 SOLOS EXPANSIVOS

    Para Cavalcante et al. (2007), os solos expansivos so solos no

    saturados que sofrem considervel variao volumtrica quando sujeitos a variao

    no teor de umidade. Portanto, seu comportamento bastante dependente de

    variaes sazonais. Durante perodos de estiagem, se encontram geralmente com

    suco elevada, o que lhes confere resistncia relativamente alta, o que pode

    dificultar trabalhos de escavao. Porm, com o aumento no teor de umidade

    (perodos chuvosos, infiltrao de gua decorrente de vazamentos de tubulaes,

    etc.), esses solos experimentam valores de expanso, muitas vezes bastante

    expressivos, tanto em termos de tenso quanto em termos de deformao

    (expanso vertical).

    A expanso em solos acontece geralmente com aqueles de natureza

    argilosa ou argilo-siltosa, com percentual de material passando na peneira 200

  • 9

    freqentemente acima de 80%. Os argilominerais encontrados com maior

    freqncia em solos expansivos so pertencentes ao grupo das montmorilonitas,

    mais especificamente as esmectitas (CHEN 1988, DAY 1999, MURTHY 2003) e

    vermiculitas. Quanto gnese, os solos expansivos podem provir de rochas gneas

    bsicas, tais como basaltos, intruses de diabsio e os gabros, ou de rochas

    sedimentares, tais como os folhelhos, margas calcreas, calcrios, argilitos e alguns

    siltitos, que contenham argilominerais expansivos.

    A composio mineralgica dos solos expansivos tem grande importncia

    no potencial de expanso, onde as cargas eltricas da superfcie dos minerais de

    argila, a resistncia entre camadas e a capacidade de troca catinica contribuem

    para o potencial de expanso (CHEN, 1975).

    De acordo com Murthy (2003), problemas envolvendo solos expansivos

    tm sido detectados em vrias partes do mundo. Dentre os pases com maiores

    ocorrncias, esto Austrlia, Estados Unidos, Canad, China, Israel, ndia e Egito.

    Day (1999) e Jones & Jones (1987) relatam que somente nos Estados Unidos, o

    custo anual associado a danos provocados por solos expansivos s obras, tais como

    edifcios, rodovias, aeroportos, dentre outras, atingiram a cifra de 9 bilhes de

    dlares no ano de 1987.

    Chen (1975) demonstra que o ndice de plasticidade sozinho pode ser

    usado como indicador preliminar das caractersticas expansivas da maioria das

    argilas, aplicado apenas a solos com 8 a 65% de argilas.

    Tabela 1 - Relao entre o potencial de expanso e ndice de plasticidade (CHEN, 1975).

    O aumento do volume dos solos expansivos se d principalmente por

    suco dgua para dentro dos poros do solo e depois por adsoro dgua para o

    interior da prpria estrutura cristalina. Nesta segunda etapa a gua adsorvida por

    efeito da dupla camada de cargas eltricas da frao cristalina argilosa dos solos.

  • 10

    Alm disso, como a estrutura mais ou menos complexa conforme a classe do

    mineral argila presente, a adsoro mxima nas argilas de estrutura complexa,

    grupo das montmorilonitas, e mnima nas estruturas simples, como das caolinitas.

    ainda maior ou menor segundo o ction adsorvido (VARGAS, 1993).

    Parte da expanso de um solo pode-se dar tambm por deformabilidade

    elstica. Esta fase inteiramente mecnica, como quando presses atuantes sobre

    uma camada argilosa no-expansiva avaliada por efeito de escavao do solo

    sobrejacente e que originam uma presso neutra negativa da gua dos poros, a qual

    produz a suco da gua, (Ibidem, 1993). Os parmetros de expanso das argilas

    so funo do grupo e porcentagem do argilomineral presente e do ction adsorvido

    que na prtica podem ser representados pelo ndice de atividade do solo, alm

    disso, esses parmetros dependem da consistncia ou compacidade do solo,

    representados pelo ndice de vazios ou massa especfica aparente seca e da sua

    estrutura.

    Segundo Lpez et al. (1999), o mtodo eficaz de identificao de um solo

    expansivo so as anlises mineralgicas da matria argilosa, permitindo assim um

    conhecimento profundo sobre o fenmeno da expanso. Os ensaios que fazem as

    anlises mineralgicas podem ser de difrao de raios-X, anlises calorimtricas,

    espectropia por raios infravermelhos ou microscopia eletrnica de varredura, como

    demonstrado no Anexo B, nas Figuras 25 e 26.

    2.3.1 CONSTITUIO MINERALGICA DAS ARGILAS

    Pinto (2002) relata que os argilo-minerais apresentam uma estrutura

    complexa, e que a composio qumica das argilas possui dois tipos de estrutura:

    uma estrutura de tetraedros justapostos num plano, com tomos de silcio ligados a

    quatro tomos de oxignio (SiO2), e outra de octaedros, em que tomos de

    alumnio so circundados por oxignio ou hidroxilas [Al(OH)3]. Estas estruturas se

    ligam por tomos de oxignio que pertencem simultaneamente a ambas, como

    podemos verificar na Figura 5.

  • 11

    Figura 5 - Estrutura de uma camada de caulinita 1:1 (a) atmica, (b) simblica. (Pinto, 2002).

    Os argilominerais podem ser formados por uma camada tetradrica e uma

    octadrica (camada 1:1), como a caulinita, cuja estrutura se encontra firmemente

    empacotadas, com ligaes de hidrognio que impedem sua separao. Por este

    motivo a caulinita no expande. A haloisita argilo-mineral semelhana da camada da

    caulinita, pode sofrer uma desidratao irreversvel, quando exposta a temperaturas

    entre 60-75C perdendo assim a gua das entrecamadas.

    Outra forma que os argilo-minerais podem se apresentar com estrutura

    de camada 2:1, ou seja, o arranjo octadrico encontrado entre duas estruturas

    tetradricas. Com esta constituio esto as esmectitas e as ilitas. Nestes minerais

    as ligaes se fazem por ons de O2- e O2+, que so ligaes mais fracas,

    causando expanso das partculas. Como mostra a Figura 6.

    Figura 6 - Estrutura simblica de minerais com camada 2:1; (a) esmectita com duas camadas de molculas de gua, (b) ilita.

  • 12

    Nos argilominerais 2:1 a maior proporo de slica, traduzida pela

    presena de 2 lminas tetradricas. Fazem parte deste grupo as esmectitas, sendo

    a montmorilonita a mais comum nos solos. So 2:1 tmbm a vermiculita e a ilita. Os

    principais xidos de ferro e alumnio so, respectivamente, a hematita, a goethita e a

    gibsita.

    De um modo geral os solos que sofrem expanso so aqueles que

    possuem argilo-minerais do tipo 2:1. Os argilominerais encontrados com maior

    freqncia em solos expansivos so pertencentes ao grupo das montmorilonitas,

    mais especificamente as esmectitas e vermiculitas (CHEN 1988, DAY 1999 e

    MURTHY 2003).

    2.4 SOLOS DA BAIXADA CUIABANA

    2.4.1 CARACTERSTICAS GEOLGICAS

    A cidade de Cuiab est situada sobre litologias deformadas pertencentes

    ao Grupo Cuiab, as quais so constitudas por rochas de baixo grau de

    metamorfismo, tais como filitos, metarenitos e metarcseos, com xistosidade bem

    desenvolvida e intensamente dobrada e fraturada durante vrios ciclos tectnicos de

    idade pr-cambriana. Os primeiros trabalhos que descreveram os aspectos

    geolgicos das rochas do Grupo Cuiab e a constatao da existncia de estruturas

    dobradas nas regies da Provncia Serrana e Baixada Cuiabana so de Evans

    (1894). A individualizao do Grupo Cuiab, como unidade litoestratigrfica, foi feita

    por Almeida (1964). Esse autor foi o primeiro a reconhecer essa faixa de

    dobramentos marginal ao Crton, propondo a designao Geossinclneo Paraguai

    para agrupar as trs zonas estruturais que a compe, as quais sejam: a Zona da

    Baixada do Alto Paraguai, da Provncia Serrana e Baixada Cuiabana.

    Segundo Migliorini (1999), na regio de Cuiab, o Grupo Cuiab, expe-

    se pela Formao Miguel Sutil e Formao Rio Coxip. A formao Miguel Sutil que

    aflora praticamente em toda a poro central e norte das cidades de Cuiab e

    Vrzea Grande corresponde a um solo argilo-siltoso, formado por metargilitos ou

    filitos de cor cinza esverdeada a marrom avermelhada, normalmente sericticos,

  • 13

    estratificaes plano-paralelas e clivagem ardosiana, como pode ser visto na Figura

    7. A formao Rio Coxip, como pode ser observada na Figura 8, onde se trata de

    um solo areno-siltoso formados principalmente por meta-conglomerados que

    sobrepe formao Miguel Sutil atravs de contatos transacionais e tectnicos e

    aflora principalmente na poro sul das cidades de Cuiab e Vrzea Grande.

    Figura 7 Dobras assimtricas desenvolvidas em intercalaes de metarenitos quartzosos e filitos da Formao Miguel Sutil. (Migliorini, 1999).

    Figura 8 Formao Rio Coxip, com matriz arenosa cortados por veios de quartzo. (Migliorini, 1999).

    2.4.2 CARACTERSTICA DO SOLO DA BAIXADA CUIABANA

    Futai et al. (1998) e Ribeiro Junior (2006), estudando os solos residuais

    de filito da Baixada Cuiabana concluram, que este solo tm minerais do tipo 2:1,

    sendo predominante a montmorilonita e a ilita, que so expansivos. Ribeiro Junior,

    (2005) estudou o solo saproltico da Baixada Cuiabana e observou cerca de 25% de

    expanso volumtrica para a situao livre (sem carregamento), como pode ser visto

    na Figura 9.

  • 14

    Figura 9 Ensaio de expanso livre do solo da Baixada Cuiabana. (Ribeiro Jnior, 2005).

    As caractersticas dos solos saprolticos esto diretamente relacionadas

    com a rocha matriz. Desta forma, as camadas podem variar de algumas a vrias

    dezenas de metros e diferentes comportamentos e cores. Eles so identificados

    macroscopicamente por apresentarem manchas, xistosidades, vazios e outras

    caractersticas inerentes rocha matriz. Sua composio mineralgica muito

    variada, sendo resultante do intemperismo da rocha, depende, portanto, do grau de

    alterao e do tipo de rocha, (FUTAI, 1999).

    O solo saproltico de filito apresentam xistosidade e estratificao, devido

    ao intemperismo da rocha. Segundo Vecchiato (1987), Cuiab est localizada em

    uma depresso que d incio a Bacia Sedimentar do Pantanal, sendo esta rea

    constituda por rochas metamrficas do Grupo Cuiab.

    Migliorini (1999) classifica esta regio estudada como parte da formao

    Miguel Sutil, pertencente ao grupo Cuiab. Esta parte da formao Miguel Sutil

    constituda por metargilitos ou filitos de cor cinza esverdeada a marrom

    avermelhada, normalmente sericticos, com frequentes laminaes plano-paralelas.

    Ribeiro Jnior (2005) apresenta anomalias nas curvas de compactao

    dos solos da Baixada Cuiabana, obtidas sem reuso de amostras e utilizando energia

    normal. A Figura 10 mostra tal anomalia, onde no possvel determinar os valores

    de peso especfico seco (d) e a umidade tima (ot). Entre W2 e W3 ocorre uma

    regio quase horizontal com dois picos mais acentuados e outros menores. Entre

    estes dois picos maiores ocorre uma variao de cerca de 5% na umidade tima.

  • 15

    Pode-se associar esta instabilidade da curva de compactao presena de argilo-

    minerais expansivos, que ao adsorver a gua de compactao em sua camada,

    entra em desequilbrio eltrico-qumico. Tais caractersticas tambm foram

    anteriormente encontradas por Santos (2003).

    2.4.3 FUNDAES DE OBRAS RESIDENCIAIS NA BAIXADA CUIABANA

    Nas obras de pequeno porte como as construes populares para

    habitao, as fundaes so projetadas e executadas, de uma forma geral por

    radier, blocos, ou sapatas. Radier o de fundao mais usada em obras

    habitacionais populares. Esta prtica tornou-se forte, porque o radier usado em

    terrenos que no oferecem boa capacidade de suporte dispensando assim anlise

    prvia do terreno. No caso da Baixada Cuiabana, onde o solo pode ser expansivo,

    isso se torna grave. O radier por possuir grande rea de contato, e a edificao

    popular serem relativamente leve, ir transmitir uma baixa tenso ao solo, ocorrendo

    expanso da edificao como um todo ou expanso diferencial (RIBEIRO JNIOR

    & CONCIANI, 2005).

    Segundo Lew & Soares (1998) a tenso de expanso do solo saproltico

    de filito a 0,5m de profundidade pode ser de 26 kPa, o que pode causar graves

    patologias nas edificaes.

    1,35

    1,45

    1,55

    1,65

    2 6 10 14 18 22 26 30

    Teor de Umidade (% )

    Ma

    ssa

    Esp

    . A

    p. S

    eca

    (g

    /cm

    )

    W1 W4W2 W3

    Figura 10 Curva de compactao do solo saproltico de filito da Baixada Cuiabana. (Ribeiro Jnior, 2005)

  • 16

    Futai (1995), afirmou que h expanso em construes com fundaes

    em sapatas e blocos porque h um super dimensionamento dos elementos de

    fundaes. Estes super dimensionamentos tambm ocorrem no nmero de pilares,

    que, sobretudo aliviam as tenses transmitidas ao solo.

    Segundo Concani (2009), na Baixada Cuiabana, a presso de expanso

    dos solos expansivos varia entre 20 kPa e 60 kPa. Portanto, os valores de tenso

    transmitidos ao solo pelas fundaes so menores que a presso de expanso. Isso

    explica as frequentes trincas apresentadas por esses imveis.

    Para Ribeiro Jnior & Conciani (2005), existem tambm problemas de

    expanso em quadras poliesportivas, reservatrios enterrados, redes de

    saneamento bsico, como crregos, ou canais.

  • 17

    3 MATERIAIS E MTODOS

    3.1 MATERIAL

    3.1.1 SOLO

    As amostras de solo para este trabalho foram coletadas na obra do

    Residencial: Torres do Parque IX, prximo ao Trevo do Centro de Eventos do

    Pantanal como indica a Figura 11. Este local pertence Formao Miguel Sutil

    pertencente ao grupo Cuiab, cuja granulometria predominantemente silte-argilosa

    e com caracterstica expansiva (RIBEIRO JNIOR 2006).

    Este solo classificado como residual e saproltico, pois originado pela

    decomposio da rocha local de filito. O material coletado era de colorao

    amarelada e a profundidade de 0,5 m a 1,0 m.

    Figura 11 - Local da coleta de amostra de solo, AV. Miguel Sutil, prximo a entrada do

    Centro de Eventos do Pantanal - Obra Construtora GMS.

  • 18

    3.2 MTODOS

    3.2.1 LIMITES DE ATTERBERG

    3.2.1.1 Limite de Liquidez

    O limite de liquidez a quantidade de umidade do solo no qual o solo

    muda do estado lquido para o estado plstico, ou seja, perde a sua capacidade de

    fluir.

    O ensaio foi realizado segundo a NBR 6459 (1984), Solos - Determinao

    do limite de liquidez. Realizando de duas formas: com e sem secagem prvia.

    3.2.1.2 Limite de Plasticidade

    O limite de plasticidade o teor de umidade em que o solo passa do

    estado plstico para o semi-slido, onde perde a capacidade de ser

    moldado.

    O ensaio foi realizado segundo a NBR 7180 (1984), Solos - Determinao

    do limite de Plasticidade. Tambm foi realizado de duas formas: com e sem

    secagem prvia.

    3.2.2 ENSAIOS DE COMPACTAO

    Santos (2003), afirma que a compactao consiste no processo mecnico

    que, atravs de uma aplicao repetida e rpida de cargas ao solo, conduz a uma

    diminuio do seu volume, e, portanto, a uma diminuio do ndice de vazios e a um

    aumento do peso especfico seco. Esta reduo de volume resultado, sobretudo,

    da expulso de ar dos vazios do solo, no ocorrendo significativa alterao do teor

    em gua nem alterao do volume das partculas slidas durante a compactao.

    O ensaio de compactao foi realizado de acordo com a ABNT/NBR

    7182/86, seguindo algumas modificaes estabelecidas para tal procedimento. O

  • 19

    ensaio de compactao foi realizado com e sem reuso de amostra. E tambm com e

    sem secagem prvia. Nas energias normal, intermediria e modificada.

    3.2.2.1 Ensaio sem reuso do material

    Os ensaios de compactao sem reuso de amostras apontam pela

    experincia observada na bibliografia, que para solos saprolticos, os resultados

    obtidos so mais prximos da realidade, sendo assim mais confiveis. Quando o

    material formado de partculas muito quebradias, este procedimento necessrio

    para no descaracterizar o resultado, (PINTO, 2000). A desvantagem sem dvida

    a maior quantidade de material utilizado. Souza (1980) recomenda que quando uma

    amostra sofre degradao ou h dificuldade em adsorver gua, deve-se usar

    sempre uma amostra sem reuso para cada ponto da curva de compactao.

    A norma Brasileira de ensaio de compactao prev alternativas de

    ensaio sem reuso do material quando as partculas so facilmente quebradias.

    Tabela 2 - Quantidade de material ensaio de compactao.

    Cilindro Tipo de Ensaio

    Com reuso Sem reuso

    Pequeno 5 kg 25 kg

    Grande 8 kg 42 kg

    3.2.2.2 Ensaio com insero de gua com 24 horas de antecedncia

    Este mtodo foi utilizado para verificar a diferena entre os resultados

    obtidos pelo mtodo recomendado pela ABNT NBR- 7182 - Ensaio de Compactao

    e mtodo que foi desenvolvido para solos expansivos, onde a amostra ficou

    armazenada em sacos plsticos lacrados por 24h, j com a umidade de

    compactao de cada ponto da curva, como mostra a Figura 12. Este procedimento

    foi adotado para o solo poder se expandir antes de se compactado. Pelo mtodo

  • 20

    referendado pela NBR 7182 (Figura 13), o solo expande durante o processo de

    compactao, levando a curva a obter anomalias devido expanso.

    Figura 12 - Solos armazenados em sacos plsticos.

    Figura 13 - Ensaio de compactao em

    andamento.

    3.2.2.3 Ensaio sem secagem prvia do solo

    De acordo com Pnto (2006), a experincia mostra que a pr-secagem da

    amostra influi nas propriedades do solo, alm de dificultar a posterior

    homogeneizao da umidade incorporada. A influncia da pr-secagem, para alguns

    solos, considervel. A pr-secagem provoca, por exemplo: em solos argilosos de

  • 21

    composio de gnaisse, umidades timas menores e densidade secas mxima

    maiores. Os ensaios realizados sem a secagem prvia, portanto, so mais

    representativos principalmente aos solos tropicais, mas a prtica corrente fazer a

    pr-secagem, provavelmente pela facilidade de padronizar os procedimentos nos

    laboratrios, diminuindo o grau de superviso.

    3.2.3 GRANULOMETRIA POR SEDIMENTAO

    O ensaio de anlise granulomtrica do solo foi executado segundo

    ABNT/NBR 7181/82. O comportamento granulomtrico do solo foi observado de

    quatro maneiras:

    I. Sem secagem prvia e sem o uso de defloculante,

    II. Sem secagem prvia e com o uso de defloculante,

    III. Com secagem prvia e sem uso de defloculante,

    IV. Com secagem prvia e com uso de defloculante.

    Esta medida foi adotada para quantificar o poder desagregador do

    defloculante e observar o seu comportamento perante as amostras com e sem

    secagem prvia. Molinero et al. (2003), estudaram a influncia do defloculante

    qumico na anlise granulomtrica dos solos do Distrito Federal e concluram

    que o defloculante um agente significativo na classificao dos solos.

    Alm destes ensaios mencionados acima, foram realizados mais cinco

    ensaios de granulometria com uso de defloculante com materiais das amostras

    advindas dos 5 pontos do ensaio de compactao com reuso de amostras e

    deixadas expandir por 24h em sacos plsticos fechados com a umidade de

    compactao de cada ponto, com objetivo de verificar a modificao granulomtrica

    significativa de cada ponto da curva de compactao, obtida pela quebra de gros

    oriunda das repetidas energias aplicadas.

    Nos solos tropicais os resultados dos ensaios de granulometria se alteram

    substancialmente quando se introduzem variaes na metodologia do ensaio em

    relao prescrita pela ABNT (uso ou no de defloculante), e este fato foi

  • 22

    demonstrado por diversos autores (Futai, 1995, Souza Neto, 1998, Moraes Silva,

    2000). Castro (1974) demonstrou que a incluso de agregaes de partculas

    (passadas na peneira #10 (2 mm)) no ensaio de sedimentao gera descontinuidade

    na curva granulomtrica na transio entre o peneiramento fino e a sedimentao.

  • 23

    4 RESULTADOS E DISCUSSES

    4.1 LIMITES DE ATTERBERG

    A GSEGPW (1997) - (Geological Society Engineering Group-Working

    Party Revised Report) recomenda que os ensaios de caracterizao sejam

    realizados em amostras partindo do estado natural (sem secagem), a no ser que

    ensaios comparativos no indiquem influncia desse efeito nos resultados dos

    ensaios.

    Os ensaios de caracterizao do solo foram realizados de duas maneiras:

    com e sem secagem prvia. Este procedimento visa comparar os dois mtodos e

    verificar a influncia da pr-secagem nas propriedades do solo.

    Segundo Mitchell e Sitar (1982), dois efeitos importantes podem estar

    relacionados secagem das amostras: 1) formao de agregados e cimentaes

    por xidos de ferro alumnio; e 2) perda de gua de minerais arglicos hidratados.

    Em alguns casos estes efeitos podem ser irreversveis.

    Segundo Townsend (1985) e Mitchell e Sitar (1982), a secagem prvia do

    solo ao ar provoca a oxidao dos sesquixidos de ferro e alumnio e formao de

    agregaes de partculas finas, assim como perda de gua de constituio no caso

    de minerais arglicos hidratados como a haloisita.

    apresentado na Figura 14, o grfico do limite de liquidez (WL) do solo

    com e sem secagem prvia. Para a amostra com secagem prvia, como recomenda

    a ABNT, o Limite de Liquidez (WL) de 31,2%. J o limite de liquidez obtido com a

    amostra na umidade de campo, ou seja, sem secagem prvia, de 30,1%. Observa-

    se tambm que o coeficiente angular das duas linhas de tendncia (com e sem

    secagem prvia) tm praticamente o mesmo valor. Este desempenho da curva

    aponta para a idia que este solo com caracterstica expansiva solo no modifica

    sua estrutura intermolecular de capacidade de adsorver gua, mantendo-se na

    mesma proporo. O deslocamento da curva sem secagem prvia para baixo indica

    apenas uma mudana no potencial inicial de adsorver gua, totalmente entendvel,

    pois quanto menor o teor de umidade inicial, maior o potencial inicial de adsoro

    de gua pelos argilo-minerais.

  • 24

    O Coeficiente de determinao (R), uma medida sobre a qualidade do

    modelo. Quanto mais prximo de 1, mais explicativo o modelo. A amostra com

    secagem prvia obteve resultados com varincia maior que as amostras sem

    secagem prvia, mesmo assim, para as duas amostras, o R foi satisfatrio, estando

    acima de 0,97, ou seja, 97% da varincia de Y explicada pela varincia de X.

    J o limite de plasticidade (WP) de 16,3%, logo o seu ndice de

    plasticidade (IP) de 13,8%. Atravs do IP possvel saber a classificao do solo

    quanto plasticidade, para este solo a classificao foi de plasticidade mdia.

    R = 0,9758

    R = 0,9949

    25

    26

    27

    28

    29

    30

    31

    32

    33

    34

    35

    10 100

    Teo

    r d

    e u

    mid

    ad

    e (

    %)

    N de golpes

    Sem secagem prvia

    Com secagem prvia

    Figura 14 - Limite de liquidez com e sem secagem prvia.

    Os resultados dos ensaios dos Limites de Atterberg esto apresentados

    na Tabela 3. O limite de plasticidade (WP) do solo com e sem secagem prvia so

    16,3% e 17,45%, respectivamente. Assim os seus respectivos ndices plasticidade

    so de 13,8% e 13,75%, sendo sua plasticidade classificada como mdia.

    O mesmo decrscimo de teor de umidade na variao inicial de adsoro

    de gua do solo sentida na amostra sem secagem prvia em relao ao solo com

    secagem prvia nos resultados do Limite de Liquidez pode ser observada no Limite

    de Plasticidade. Isso mostra que o tamanho da regio plstica do solo saproltico de

    filito com caracterstica expansiva no muda, pois o IP muito parecido. Portanto, o

  • 25

    fato de secar ou no a amostra previamente torna o solo inicialmente mais, ou

    menos susceptvel a adsorver gua.

    Estes resultados no condizem com os resultados comentados por

    GSEGPW (1997), Mitchell e Sitar (1982) e Townsend, (1985), onde amostras com

    secagem prvia obteriam resultados menores que as amostras sem secagem prvia.

    Isto se d provavelmente, por se tratar de um solo expansivo, onde o potencial de

    adsoro inicial proporcional a sua umidade inicial.

    Tabela 3 Limites de Atterberg do solo com e secagem prvia

    Propriedades Sem secagem prvia Com secagem prvia

    WL 30,1% 31,2%

    WP 16,3% 17,45%

    IP 13,8% 13,75%

    Vargas (1978) adverte que somente o IP no suficiente para julgar a

    plasticidade dos solos e que h a necessidade de se conhecer os valores de LL e IP.

    Para tanto, o grfico idealizado por Casagrande serve de referncia para a

    classificao da plasticidade do solo.

    Souza Neto (2000) destaca dizendo que a secagem prvia das amostras

    nos ensaios de caracterizao tem conduzido a significativas redues no

    percentual de finos (especialmente na frao argila) e na plasticidade (reduo nos

    limites de Atterberg). Esta reduo tem comprometido a posio do solo na Carta de

    Plasticidade e, conseqentemente, sua classificao.

    Como pode ser visto na Figura 15, para o solo em estudo, no foi

    observado para solos com secagem prvia uma reduo na plasticidade como o

    comentado por Souza Neto (2000), mas sim um ganho de plasticidade. Este

    comportamento inverso, provavelmente se d por se tratar de um solo expansivo, e

    conseqentemente seu potencial de adsoro e plasticidade aumentam

    proporcionalmente com o aumento de suco. Este ganho de plasticidade foi

    pequeno, no levando o solo a alteraes significantes em seu comportamento.

    Segundo a Carta de Plasticidade de Casagrande este solo classificado

    como CL - Argila de baixa compressibilidade.

  • 26

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    45

    50

    55

    60

    0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100

    nd

    ice d

    e P

    lasti

    cid

    ad

    e

    Limite de Liquidez

    Com secagem

    Sem secagem

    CH

    MH ou OH

    ML ou OL

    CL

    Figura 15 - Carta de Plasticidade do solo saproltico de filito com e sem secagem prvia.

    4.2 GRANULOMETRIA

    Os comportamento granulomtrico do solo foi observado de quatro

    maneiras:

    I. Com Defloculante Sem Secagem Prvia - (CDSS)

    II. Com Defloculante Com Secagem Prvia (CDCS)

    III. Sem Defloculante Sem Secagem Prvia (SDSS)

    IV. Sem Defloculante Com Secagem Prvia (SDCS)

    Para Nogami e Villibor, 1995, a formao de agregaes de partculas

    finas faz com que partculas do tamanho de argila ( < 2) adquiram dimenses de

    silte ou areia, diminuindo o teor de finos e a plasticidade. Existe dificuldade em se

    definir uma granulometria representativa, uma vez que esta depende do grau de

    destruio destas agregaes pelo defloculante.

  • 27

    Na Figura 16 so apresentadas as curvas granulomtricas do solo

    saproltico de filito com e sem secagem prvia e com e sem o uso do defloculante. O

    tamanho das partculas do solo foi classificado de acordo segundo a ABNT NBR

    6502 (1985).

    Pode-se verificar na Figura 16 e na Tabela 4 que as amostras CDSS,

    CDCS, SDSS e SDCS no tiveram diferena granulomtrica at atingirem o

    dimetro de areia fina, ou seja, durante a etapa experimental do peneiramento

    grosso e fino. As discrepncias granulomtricas entre os estados da amostra

    comeam na fase da sedimentao. Como j era de se esperar, ensaios sem uso do

    defloculante (SDSS e SDCS) assumem o mesmo tipo de comportamento, sendo que

    esta ausncia do defloculante faz com que o solo no consiga quebrar os

    aglomerados de origem reliquiar, formados por partculas finas, assumindo, portanto,

    caractersticas de solo granular. O Fato de termos nesta situao amostras com e

    sem secagem prvia no alterou em muito seu comportamento, mostrando que,

    quando se tratam de amostras sem uso do defloculante, este o que influencia com

    generosidade no comportamento do solo.

    As amostras com defloculante (CDSS e CDCS) obtiveram resultados na

    fase de sedimentao mais condizentes com sua verdadeira caracterstica. Isso

    devido capacidade de desagregao do hexametafosfato (defloculante), como

    mencionado anteriormente. Porm, Pinto (2006), diz que a diferena de resultados

    mostra a importncia do defloculante para a disperso das partculas. No ensaio

    feito de acordo com a norma NBR-7181, as partculas sedimentam-se isoladamente,

    e podem-se detectar seus dimetros equivalentes. No ensaio sem defloculante, as

    partculas agrupadas, como se encontram na natureza, sedimentaram-se mais

    rapidamente, indicando dimetros maiores, que no so das partculas, mas das

    agregaes.

    Para as amostras com uso do defloculante, importante ainda analisar

    seu comportamento com e sem a secagem prvia. Ainda na Figura 16, pode-se

    verificar que a amostra sem secagem prvia (CDSS) obteve valores de finos (siltes e

    argilas) superiores a amostra com secagem prvia (CDCS). Este fato pode se dar

    pela amostra CDSS ter suco inicial e coeso menor que a amostra CDCS por

    conta da diferena entre os teores de umidade no momento da preparao de

    amostras para a fase da sedimentao.

  • 28

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    0,001 0,01 0,1 1 10

    % q

    ue P

    assa

    Dimetro dos Gros (mm)

    SDSS

    CDSS

    SDCS

    CDCS

    SilteArgilaAreia

    Fina Mdia GrossaPedregulho

    Figura 16 - Curva Granulomtrica dos solos com e sem secagem prvia e com e sem o uso de

    defloculante.

    Na Tabela 4 esto apresentados os resultados percentuais das anlises

    granulomtricas citadas acima, onde se pode verificar claramente que os valores

    so dispersos na textura fina do solo, onde o solo SDCS e SDSS possuem cerca de

    58% de silte e 2% de argila, sendo classificado como solo silte arenoso. J os solos

    com uso do defloculante podem ser classificados da seguinte forma: O solo CDCS

    obteve em mdia 70% de silte e 11% de argila, mas sua classificao ainda de

    silte arenoso pois a quantidade de areia assume 19% de sua constituio textural. O

    solo CDSS o nico que pode ser classificado como silte argiloso, pois possui 17%

    de areia, 55% de silte e 28% de argila.

    Tabela 4 - Anlise Granulomtrica com e sem uso do defloculante e secagem prvia.

    GRANULOMETRIA

    Frao Granulomtrica

    Sem Defloculante Com Defloculante

    Com Secagem

    Sem secagem

    Com Secagem

    Sem secagem

    Pedregulho 0% 0% 0% 0%

    Areia Grossa 8% 3% 3% 3%

    Areia mdia 1% 6% 6% 6%

    Areia Fina 30% 32% 10% 8%

    Silte 59% 57% 70% 55%

    Argila 2% 2% 11% 28%

  • 29

    Segundo Pinto (2002), os ndices de Atterberg indicam a influncia dos

    finos argilosos no comportamento do solo. Para calcular este ndice de atividade da

    frao argila, foi utilizada a Equao 1.

    (1)

    Onde:

    IP: ndice de Plasticidade do solo (%).

    % argila < 2m: Frao argila menor que 0,002mm.

    Como pode ser visto na Figura 17, foram obtidos os ndices de atividade

    (Ia) para as quatro situaes anteriormente estabelecidas: CDSS, CDCS, SDSS e

    SDCS. Para as amostras com defloculante (CDSS e CDCS) os ndices de atividades

    foram 0,49 e 1,25 respectivamente. A primeira, CDSS, com Ia = 0,49 pode ser

    classificada como inativa. A segunda, CDCS, com Ia = 1,25, encontra-se no limite

    superior, podendo ainda ser classificada como normalmente ativa. Este aumento na

    segunda amostra devido secagem prvia, onde o aumento de suco aumenta a

    energia disponvel para adsoro de gua. As amostras sem defloculante tiveram

    comportamentos idnticos. As amostras SDCS e SDSS obtiveram ndice de

    atividade igual a 6,87 e 6,9 respectivamente, cerca de 5,5 vezes mais o limite

    mximo para considerar o solo como normalmente ativo, sendo assim classificado

    como ativo, ou seja, com grande capacidade de expanso.

  • 30

    0

    0,5

    1

    1,5

    2

    2,5

    3

    3,5

    4

    4,5

    5

    5,5

    6

    6,5

    7

    CDSS CDCS SDCS SDSS

    nd

    ice d

    e A

    tivid

    ad

    e

    Amostras de solo

    Limite Mximo

    Limite Mnimo

    Figura 17- ndices de atividade da frao argila para as amostras

    com e sem o defloculante e com e sem secagem prvia.

    4.3 COMPACTAO

    4.3.1 INFLUNCIA DA ENERGIA

    Para o estudo da influncia da energia na obteno dos parmetros

    oriundos do ensaio de compactao, optou-se por compactar as amostras nas

    energias normal, intermediria e modificada. Por conta da quebra da estrutura

    reliquiar vinda da matriz rochosa, optou-se por compactar sem a reutilizao de

    amostras, necessitando assim, de uma quantidade maior de solo para tal

    experimento. Para estes ensaios, foram adicionadas as devidas quantidades de

    gua para compactao de cada ponto da curva de prctor 24 horas antes do

    ensaio. Este procedimento foi necessrio para que os resultados obtidos no fossem

    distorcidos pelo processo de expanso durante o ensaio de compactao. De modo

    usual, e normatizado pela ABNT 7182, esta gua seria acrescida a amostra minutos

    antes do processo de aplicao da energia sobre o solo.

    Segundo Pinto (2006), uma maior energia de compactao conduz a uma

    maior densidade seca mxima (dmx) e uma menor umidade tima (Wt),

    deslocando-se a curva para a esquerda e para o alto. Os pontos de mxima

    densidade seca e umidade tima para vrias energias de compactao, com o

  • 31

    mesmo solo, ficam ao longo de uma curva que tem um aspecto semelhante ao de

    uma curva de igual grau de saturao.

    Pode-se observar na Figura 18 que o comportamento do solo saproltico

    de filito foi como o esperado e descrito por Pinto (2006). O teor de umidade foi

    decrescente com a energia de compactao e o peso especfico seco, crescente. As

    anomalias da curva de compactao para este solo, descritas por Santos (2003) e

    Ribeiro Junior (2005) no foram observadas, pelo fato destas anomalias serem

    oriundas do processo expansivo durante o ato da compactao, uma vez que a gua

    fora acrescida instante antes a este processo. Para este trabalho, acresceu-se a

    gua de compactao com antecedncia de 24 hs, processo o qual eliminou em

    grande parte as anomalias na curva de compactao.

    16,50

    16,75

    17,00

    17,25

    17,50

    17,75

    18,00

    7 9 11 13 15 17 19 21 23 25

    d

    (kN

    /m)

    Umidade (%)

    Energia Normal

    Energia Intermediria

    Energia Modif icada

    Saturao 100%

    Figura 18 - Curva de Compactao sem reuso com diferentes energias.

    Na Tabela 5, esto os valores obtidos no ensaio de compactao descrito

    acima, submetido energia Normal. Os pesos especficos secos no assumem

    valores muito diferentes nas vrias energias, porm, a variao da umidade tima

    significante.

  • 32

    Tabela 5 Mximo peso especfico seco e umidade dos ensaios sem reuso com variaes de energia

    Energia d( kN/) Wt (%)

    Normal 17,6 19

    Intermediria 17,7 14

    Modificada 17,9 12

    Para Santos (2003), a influncia da energia no processo de compactao

    passa ento a ser fundamental. Ao se aumentar a energia de compactao a curva

    se aproxima do formato tradicional, isso provavelmente se deve a reduo do

    consumo de gua no ensaio.

    4.3.2 INFLUNCIA DO REUSO DO MATERIAL

    Para o estudo da influncia do reuso do material, foram realizados quatro

    ensaios com e sem reuso, e com insero de gua no momento da compactao e

    com antecedncia de 24 horas. Os ensaios foram assim denominados: com reuso/

    com 24h; com reuso/ sem 24h; sem reuso/ com 24h e sem reuso/ sem 24h. O

    objetivo deste procedimento foi verificar qualitativamente se o manuseio do material

    pode ocasionar quebra de partculas. O fato de estudar as amostras com insero

    de gua no momento da compactao e com antecedncia de 24 horas, se d na

    verificao da formao das anomalias j anteriormente descritas em relao ao

    reuso ou no das amostras.

    Para Pinto (2006), os ensaios feitos com amostras virgens para cada

    ponto da curva obtm resultado mais fiel. Embora seja necessria maior quantidade

    de material.

    Ao analisar a Figura 19 possvel confirmar o que Santos (2003), diz

    sobre a compactao com reuso de amostras, que geram curvas mais achatadas,

    isto , o manuseio das amostras muda o comportamento do solo. Entretanto, estas

    alteraes indicam que o solo continua a sofrer influncias da possvel adsoro

    inicial de gua e pela mineralogia.

  • 33

    Segundo Lee & Suedkamp (1972) apud Arajo (1996), conhecendo-se os

    minerais e os argilo-minerais que compem o solo, pode-se melhor entender a forma

    das curvas quanto compactao, pois se esse fenmeno no est totalmente

    entendido e h vrias teorias para explic-lo. A mistura de gua com o solo, o tempo

    entre o preparo da amostra e o ensaio e o operador podem ser condicionantes na

    disperso dos pontos. Estes autores sugerem quatro tipos de curvas de

    compactao que so: com pico simples, 1 picos, picos duplos e curvas

    distorcidas, o que pode claramente ser verificado no arranjo de curvas obtidas na

    Figura 19.

    As amostras com e sem reuso que receberam gua no momento da

    compactao obtiveram um coeficiente angular no ramo seco e no ramo mido,

    muito alto, fato que pode ser explicado pela grande energia liberada no momento

    inicial da adsoro de gua. As amostras com e sem reuso que tiveram a

    oportunidade de receber a gua de compactao com antecedncia de 24 horas,

    tiveram seu ramo seco bem mais suave, sendo que as umidades timas obtidas

    muito prximas, tanto para a amostra com reuso, quanto para a sem reuso.

    De acordo com Santos (2003), definir o valor da umidade tima para esse

    solo uma tarefa quase impossvel. E afirma que a explicao para esse fenmeno

    pode ser dada por diversos fatos. Dois se destacam: a no uniformidade e a no

    homogeneizao da amostra. Isso ocorre devido prpria estrutura do solo, que

    possuem placas que se desagregam durante o ensaio, fazendo com que o material

    no fique uniforme e homogneo. Alm do mais, os solos saprolticos de filito tm

    uma elevada adsoro de gua. As setas indicadas na Figura 19 tentam definir as

    umidades timas e os pesos especficos secos mximos.

  • 34

    15,2

    15,4

    15,6

    15,8

    16

    16,2

    16,4

    10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

    d

    (kN

    /m)

    Umidade (%)

    Sem Reuso - Com 24h

    Sem Reuso - Sem 24h

    Com Reuso - Com 24h

    Com Reuso - Sem 24h

    Figura 19 - Curva de Compactao com e sem reuso, acrescentando gua no momento e com

    antecedncia de 24 horas.

    Na Tabela 6 possvel verificar quantitativamente os parmetros obtidos

    com os ensaios de compactao acima descritos.

    Tabela 6 - Resumo dos resultados da compactao.

    Ensaio d( kN/m) Wt (%)

    Sem reuso - Sem 24h 16,35 14

    Com reuso - Sem 24h 15,8 14

    Com reuso - Com 24h 15,75 19,5

    Sem reuso - Com 24h 16 20,1

    Para Nogami & Villibor (1995), a umidade tima obtida no ensaio de

    compactao em laboratrio pode ser bem menor que a umidade obtida sem a

    secagem ao ar, como os ensaios feitos no campo. Com o reuso do mesmo material

    saproltico nos ensaios, h muita fragmentao dos gros em processo de

    intemperizao, dificultando a previso do seu comportamento quando compactado.

    Seria bom estar fazendo o ensaio prximo realidade da obra.

  • 35

    Mesmo no realizando ensaios de expanso, possvel afirmar que este

    solo possui carter expansivo, pois diversas pesquisas revelam que os solos

    oriundos do intemperismo do Filito apresentam argilominerais do grupo das

    esmectitas, ou seja, argilominerais do tipo 2:1 que so expansivos. Segundo Santos

    (2003), ao atingirem uma condio de umidade, que lhes permita adicionar

    molculas de gua sua pelcula (camada de gua absorvida), eles certamente

    tero seu volume aumentado. Desta forma, a expanso dos argilominerais seria a

    responsvel pela queda do peso especfico seco no processo de compactao.

  • 36

    5 CONCLUSO

    A secagem prvia elevou o Limite de Liquidez em aproximadamente 1%

    em relao amostra sem secagem prvia.

    O coeficiente angular das duas linhas de tendncia (com e sem secagem

    prvia) tm praticamente o mesmo valor, apontando para uma caracterstica que a

    expanso do solo no modifica sua estrutura intermolecular de capacidade de

    adsorver gua, mantendo-se na mesma proporo.

    O deslocamento da curva sem secagem prvia para baixo indica apenas

    uma mudana no potencial inicial de adsorver gua.

    O limite de plasticidade (WP) do solo com e sem secagem prvia diferiram

    tambm cerca de 1%, obtendo assim, iguais IPs, ou seja, mesmo tamanho de

    regio plstica.

    A Carta de Plasticidade de Casagrande classificou o solo como CL -

    Argila de baixa compressibilidade, no obtendo grandes variaes entre as amostras

    com e sem secagem prvia.

    As amostras CDSS, CDCS, SDSS e SDCS no tiveram diferena

    granulomtrica at atingirem o dimetro de areia fina, mas houve na fase de

    sedimentao.

    Ensaios sem uso do defloculante (SDSS e SDCS) assumem o mesmo

    tipo de comportamento granular, independente da amostra seri seca ou no

    previamente.

    As amostras com defloculante (CDSS e CDCS) obtiveram resultados na

    fase de sedimentao mais condizentes com sua verdadeira caracterstica. A

    amostra sem secagem prvia (CDSS) obteve valores de finos superiores a amostra

    com secagem prvia.

    Os ndices de atividade para as amostras com defloculante (CDSS e

    CDCS) podem ser classificadas como inativa ou de atividade normal. As amostras

    SDCS e SDSS obtiveram ndices que o classifica como ativo, ou seja, com grande

    capacidade de expanso.

    O estudo da influncia da energia na compactao obteve teor de

    umidade decrescente com a mesma e o peso especfico seco, crescente. As

    anomalias da curva de compactao no foram observadas, pois acrescentou-se a

  • 37

    gua de compactao com antecedncia de 24 hs, processo o qual eliminou em

    grande parte as anomalias na curva de compactao.

    Para o estudo da influncia do reuso do material, pode-se confirmar que a

    compactao com reuso de amostras geram curvas mais achatadas, isto , o

    manuseio das amostras muda o comportamento do solo.

    As amostras com e sem reuso que receberam gua no momento da

    compactao obtiveram um coeficiente angular no ramo seco e no ramo mido,

    relativamente alto, fato que pode ser explicado pela grande energia liberada no

    momento inicial da adsoro de gua. As amostras com e sem reuso que tiveram a

    oportunidade de receber a gua de compactao com antecedncia de 24 horas,

    tiveram seu ramo seco bem mais suave, sendo que as umidades timas obtidas

    muito prximas, tanto para a amostra com reuso, quanto para a sem reuso.

    Recomenda-se o mnimo de esforo mecnico nos ensaios, pois alguns

    solos saprolticos podem ter sua granulometria alterada devido quebra de gros

    durante as etapas de destorroamento e lavagem das amostras.

    5.1 SUGESTES PARA FUTUROS TRABALHOS

    Estudos de adaptao da Norma Brasileira para os Solos Tropicais.

    Estudo mais aprofundado na mineralogia do solo da Baixada Cuiabana, para

    entender melhor o equilbrio das cargas com teor de umidade.

    Para complementar os estudos realizados, recomenda-se a realizao de

    ensaios de anlise mineralgica dos solos expansivos.

  • 38

    6 REFERNCIA BIBLIOGRAFIA

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  • 41

    APNDICE A - Caractersticas do solo Saproltico de Filito da Baixada Cuiabana.

    Figura 20 - Expanso de um torro de solo. Ensaio expedito realizado em campo.

    Figura 21 - Solo Saprlitico de Filito,com

    presena de xistosidade com foliao.

    Figura 22 Diferena de nvel em radier na Baixada Cuiadana.

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    ANEXO A - Figuras de obras com ocorrncia de patologias causadas pela expanso

    dos solos.

    Figura 23 - Danos em construo assente em solo expansivo. (vertisol - argila rica em montmorilonita) Foto: University of Idaho EUA.

    Fonte: www.eesc.usp.br/nsat/vertisol.htm.

    Figura 24 - Patologia na calada, devido expanso do solo, causado

    pelo aumento da umidade.

    Fonte: http://www.consultoriaeanalise.com.

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    ANEXO B - Resultado do ensaio de microscopia eletrnica realizado por Futai,

    (1995), com solo seco e inundado.

    Figura 25 - Ensaio de microscopia eletrnica do solo saproltico de filito seco: + 3000 X. (FUTAI, 1995).

    Figura 26 - Ensaio de microscopia eletrnica do solo saproltico de filito

    inundado: + 3000 X. (FUTAI, 1995).