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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBACAMPUS III
CENTRO DE HUMANIDADESCURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS
MÁRCIO JOSÉ DOS SANTOS
REPRESENTAÇÃO DA ESTRUTURA SOCIAL NO REGIONALISMO DE JOSÉLINS DO REGO
GUARABIRA/PB2015
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MÁRCIO JOSÉ DOS SANTOS
REPRESENTAÇÃO DA ESTRUTURA SOCIAL NO REGIONALISMO DE JOSÉLINS DO REGO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado aUniversidade Estadual da Paraíba, comorequisito à obtenção do título de Licenciadoem Letras.
rientador! Pro". #r. $os% &elber Tavares de'ra()o.
GUARABIRA/PB2015
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*+E # 'LU*
Fic! c!"!#$%&'(ic!
' "icha catalor-"ica deve ser solicitada atrav%s do site daiblioteca.
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+/0C1 $23 #2 2'*T2
REPRESENTAÇÃO DA ESTRUTURA SOCIAL NO REGIONALISMO DE JOSÉ LINSDO REGO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado aUniversidade Estadual da Paraíba, comorequisito à obtenção do título de Licenciadoem Letras.
rientador! Pro". #r. $os% &elber Tavares de'ra()o.
'provada em! 44454445444444.
'*C' E6'+1*'#0'
4444444444444444444444444444444444444444 Pro". #r. $os% &elber Tavares de 'ra()o 7rientador8
Universidade Estadual da Paraíba 7UEP8
44444444444444444444444444444444444444444 Pro". +e. 699999999 6999999
Universidade Estadual da Paraíba 7UEP8
44444444444444444444444444444444444444444 Pro". #r. 699999999 6999999
1nstituto :ederal da Paraíba 71:P8
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'o meu pai, pela dedicação, companheirismo e
ami;ade, #E#1C.
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AGRADECIMENTOS
< 6999999 6999999999, coordenadora do curso de Especiali;ação, por seu
empenho.
< pro"essora 699999 pelas leituras sueridas ao lono dessa orientação e pela
dedicação.
'o meu pai 699999, a minha av= 6, as minhas tias 69999 6999999 e 699999
6999999, pela compreensão por minha aus>ncia nas reuni?es "amiliares.' minha mãe 7in memoriam), embora "isicamente ausente, sentia sua presença ao
meu lado, dando@me "orça.
'os pro"essores do Curso de Especiali;ação da UEP, em especial, 69999999 99
699999, 6999999 69999999, 69999 6999999 e 699999 6999999, que contribuíram ao
lono de trinta meses, por meio das disciplinas e debates, para o desenvolvimento desta
pesquisa.
'os "uncion-rios da UEP, 69999 6999999 e 699999 6999999, pela preste;a e
atendimento quando nos "oi necess-rio.
'os coleas de classe pelos momentos de ami;ade e apoio.
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ACitação relacionada com o tema do trabalho,
com indicação de autoria.B
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SUMÁRIO
1*T0#UD.......................................................................................................................F
G 0EH1*'L12+ *0#E2T1*...................................................................................I
J A+E*1* #E E*HE*&B.............................................................................................J
J. Personagens, enredo e caracterização social .................................................................K
3.2 Contexto histórico-social ................................................................................................
3.3 O regionalismo na obra..................................................................................................M
K C*CLU2.......................................................................................................................N
0E:E0O*C1'2........................................................................................................................GI
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REPRESENTAÇÃO DA ESTRUTURA SOCIAL NO REGIONALISMO DE JOSÉLINS DO REGO
+-rcio $os% dos 2antos1
RESUMO
Este trabalho tem como ob)etivo principal mostrar como a obra de $os% Lins do 0eo mostra aorani;ação social dos enenhos em Menino de ngenho. 's obras do autor evidenciam oen"oque reional da cultura nordestina, mostrando em v-rios aspectos o conte9to hist=rico@social que o autor viveu. #essa "orma Compreendemos a orani;ação social dos enenhos a
partir do 7s8 conte9to 7s8 da obra. 3 importante salientar que a v-rios aspectos que serãoanalisados compreendem um con)unto de características que "oram observadas a partir da
comparação entre a obra e a vida do autor, assim, nos deparamos com a an-lise aquiapresentada.
P!#!)&!*+C!),! 0eionalismo. $os% Lins do 0>o. *ordeste.
1 INTRODU-.O
' obra de $os% Lins do 0eo % caracteri;ada por v-rios aspectos que viraram
re"er>ncias do reionalismo brasileiro. Em toda sua vasta obra % possível notar um car-ter do
tipo memorialista e documental, uma ve; que o autor tenta resatar essa busca incessante que
o homem tem em viver bem na sua terra, isto %, uma caracteri;ação tipicamente reionalista.
"ato de o autor ter nascido no *ordeste, de certa "orma, contribuiu para que sua obraanhasse destaque nacional, mas não apenas por ressaltar as condiç?es que as pessoas dessa
reião viviam, mas tamb%m pelas qualidades e enredos empolantes que eram características
atribuídas ao autor.
Em +enino de Enenho, romance publicado em FJG, a hist=ria % narrada em
primeira pessoa pelo pr=prio Carlos, ou se)a, o narrador@personaem vai dei9ando suas
impress?es a respeito dos ambientes em que viveu, de "orma bastante crítica, mostrando a
triste;a que o personaem presencia. 'luno de Hraduação em Letras na Universidade Estadual da Paraíba Campus 111.Email! alunoQemail.com.br
F
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+uitas obras que tratam sobre o nordeste brasileiro relatam sobre a vida nos enenhos
de cana de aç(car e a vida das pessoas que dependiam direta ou indiretamente da e9tração
desse produto. 'ssim se "a; necess-rio uma conte9tuali;ação hist=rica e social da população
brasileira dessa %poca.
*esta obra de $os% Lins do 0>o, os enenhos tamb%m anham relevRncia na narrativa
embora notamos que h- outros elementos importantes que o autor quis privileiar em sua
obra, como a pr=pria conviv>ncia do personaem principal Carlos e sua "amília.
s traços da obra são tipicamente memorialistas sobre a in"Rncia e a adolesc>ncia do
narrador. Tudo isso % retratado com um doce di-loo nost-lico, mas ao mesmo tempo
en"-tico do cotidiano vivido naquela %poca por aquela população local.
2 O REGIONALISMO NORDESTINO
0eionalismo *ordestino a partir da d%cada de FGI proclama uma tradição que
estava parada no tempo. Conte9tuali;ar uma %poca, um povo ou a pr=pria sociedade do
nordeste brasileiro começou a anhar rande destaque por diversos autores, principalmenteàqueles que )- tinham este en"oque em suas obras.
'lumas obras de $os% Lins do 0>o "a;em parte do chamado ciclo da cana de aç(car
7C0#E10, GI8 nas quais se destacam +enino de Enenho 7FJG8, Usina 7FJ8, :oo
+orto 7FKJ8 e #oidinho 7FJJ8. Todas essas obras possuíam praticamente o mesmo en"oque!
o nordeste açucareiro e as hist=rias envolvidas nos enenhos na reião onde o autor nasceu na
Paraíba, mais especi"icamente.
' investiação acerca dos "atores que in"luenciam a literatura deve levar em
consideração aluns aspectos, como a"irma Candido!
'ssim, a primeira tare"a % investiar as in"lu>ncias concretas e9ercidas pelos"atores socioculturais. 3 di"ícil discrimin-@los, na sua quantidade evariedade, mas pode@se di;er que os mais decisivos se liam à estruturasocial, aos valores e ideoloias, às t%cnicas de comunicação. rau e amaneira por que in"luem estes tr>s rupos de "atores variam con"orme o
aspecto considerado no processo artístico. 'ssim, os primeiros semani"estam mais visivelmente na de"inição da posição social do artista, ouna con"iuração de rupos receptoresS os seundos, na "orma e conte(do da
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obraS os terceiros, na sua "atura e transmissão. Eles marcam, em todo o caso,os quatro momentos da produção, pois! a8 o artista, sob o impulso de umanecessidade interior, orienta@o seundo os padr?es da sua %poca, b8 escolhecertos temas, c8 usa certas "ormas e d8 a síntese resultante ae sobre o meio.7C'*#1#, GII, p.JI8
Como vimos, os "atores socioculturais deve ser o primeiro crit%rio a ser visto quando
avaliamos a in"lu>ncia de uma obra com os "atos ocorridos em uma reião eor-"ica ou
quando relacionamos a vida do autor da obra com os cen-rios que a obra demonstra. *o
entanto, % necess-rio cautela quando avaliamos essas in"lu>ncias, pois, a literatura %
plurissini"icativa e nem sempre podemos a"irmar que aquele enredo % realmente o que "oi
vivenciado pelo autor, ou que tudo aquilo % verídico.
3 necess-rio ver como a posição social % vista e posta na obra em si, uma ve; que o
conte9to hist=rico@social tamb%m % um "ator que pode ser levado em consideração ao
conte9tuali;armos o reionalismo à obra.
Em $os% Lins do 0>o vemos que a viv>ncia da cultura nordestina % e9tremamente
e9plícita no decorrer de sua literatura. Em menino de engenho, tudo "a; parte de um "ator que
predomina a reião onde o autor nasceu, loo, podemos depreender que boa parte o cen-rio da
sua obra condi; realmente com o que "oi vivenciado por ele, erando uma "ormali;açãohist=rica da condição nordestina.
*o caso da literatura, ou da m(sica, as mani"estaç?es primitivas se liamnecessariamente à transmissão imediata, por contato direto, e isto se )untaaos motivos )- apontados de ordem estrutural para limitar o p(blico eintensi"icar a sua relação com o artista, criador ou e9ecutante, e"requentemente ambas as coisas. 7C'*#1#, GII, p.KK8
' obra do re"erido autor não % especi"icamente direcionada a um determinado p(blico,
por%m, o local em que ocorre o enredo % tipicamente voltado à cultura e viv>ncia nordestina.
' relação autor e local pode ser observada por determinado p(blico, mas nem todos terão a
perspectiva de analisar o conte9to da obra notando a similaridade com o ambiente em que o
autor viveu e as in"lu>ncias que o levaram a escrever de tal maneira.
p(blico d- sentido e realidade à obra, e sem ele o autor não se reali;a, poisele % de certo modo o espelho que re"lete a sua imaem enquanto criador. sartistas incompreendidos, ou desconhecidos em seu tempo, passamrealmente a viver quando a posteridade de"ine a"inal o seu valor. #este
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modo, o p(blico % "ator de liação entre o autor e a sua pr=pria obra. 71#E+, p.KM8
'qui Candido destaque mais uma ve; a in"lu>ncia que o p(blico@alvo e9erce sobre osentido e a realidade da obra em relação aos verdadeiros "atos ocorridos pois, uma ve; que
determinado rupo de leitores não % "amiliari;ado com a e9peri>ncia hist=rica que o autor
vivenciou e que "oi con"iurada em narrativa, esse rupo não poder- "a;er uma relação
obra5conte9to social sem antes haver uma pro"unda pesquisa de elementos que demonstrem
tal relação.
nordeste brasileiro sempre apareceu na literatura das d%cadas passadas como uma
reião que sempre estava atrasada em relação ao desenvolvimento das demais rei?es brasileiras. Uma imaem de Apovo so"ridoB, pessoas trabalhadoras e sem condiç?es
"inanceiras. Por%m, uma desconstrução desses pensamentos estava para ser des"eita quando
aluns autores começaram a ressaltar as qualidades do *ordeste.
Em +enino de Enenho o re"erido autor destaca alumas particularidades do interior
do *ordeste, mais especi"icamente o sertão paraibano como podemos destacar no seuinte
trecho da obra!
:icava a "-brica bem perto da casa@rande. Um enorme edi"ício de telhado bai9o, com quatro biqueiras e um bueiro branco, a boca cortada em diaonal. *ão sei por que os meninos ostam tanto de m-quinas. +inha atençãointeira "oi para o mecanismo do enenho. *ão reparei em mais nada. oltei@me para a m-quina, para as duas bolas irat=rias do reulador. #epoiscomecei a ver os picadeiros atulhados de "ei9es de cana, o pessoal da casa decaldeiras. Tio $uca começou a me mostrar como se "a;ia o aç(car. mestreCRndido com uma cuia de -ua de cal deitando nas tachas e as tachas
"ervendo, o cocho com o caldo "rio e uma "umaça cheirosa entrando pela boca da ente. 70EH, GIG, p. JK8
' cheada de Carlinhos ao enenho de 2anta 0osa % um momento memor-vel da
in"Rncia do aroto e dos costumes que contrasta com o centro da cidade que "ica na ;ona
canavieira da Paraíba. ' atenção do menino % voltada toda ao "uncionamento daqueles
mecanismos que a partir de então ir- "a;er parte rotineiramente da vida do aroto.
contato com a nature;a tamb%m % claramente observado ao lono da obra de $os%
Lins, assim como a conviv>ncia com os aparatos necess-rios para se trabalhar em um enenho
G
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típico daquela %poca. Percebemos isso quando o narrador@personaem descreve o ambiente
que ele observara na cheada ao enenho.
O MENINO DE ENGENHO
$os% Lins do 0eo % o mais importante escritor reional brasileiro. E +enino de
Enenho % uma das obras mais sini"icativas no Aciclo da cana@de@aç(carB e tamb%m "ora
dele. Essa obra tão "ant-stica e encantadora % tida como uma verdadeira re"er>ncia para o
reionalismo brasileiro.
Um menino =r"ão, que aos quatro anos de idade perde a sua mãe que "oi assassinada
pelo pai, devido a uma loucura incontrol-vel do mesmo. #iante desta situação, Carlinhos %
levado pelo seu tio $uca ao enenho do av materno $os% Paulino o enenho 2anta 0osa.
*o enenho, Carlos conhece tia +aria, moça de coração bom, enerosa e atenciosa
que procura suprir com amor a aus>ncia da mãe de Carlos. 'l%m de tia +aria, ele conhece
tamb%m a tia 2inha;inha, uma mulher velha, com apro9imadamente sessenta anos e que
implicava com tudo. Todos os empreados da casa tinham que cumprir suas ordens e respeitar
suas crueldades.
Lone dos olhos de tia +aria e na companhia dos primos, Carlinhos conhece um
mundo cheio de aventuras, desiualdades sociais vividas pelos empreados do enenho,
promiscuidade e desrespeito se9ual. E "oi neste ambiente desprovido de cuidados e atenção,
que Carlinhos começa muito cedo sua vida amorosa, se apai9onando por sua primeira
pro"essora, que loo "oi substituída por suas primas.
:ascinado com a liberdade da vida que ele tinha no enenho, Carlos se encanta com asmulatas, "ilhas dos empreados do av. Com elas a"lora para uma vida se9ual precoce e, aos
do;e anos de idade, contrai uma doença de uma delas, tornando@se o assunto da reião.
Totalmente sem limites e sem educação, Carlos preocupa seu av, que não encontra outro
caminho a não ser encaminh-@lo para um col%io interno, o luar no qual se tornaria um
verdadeiro homem.
Tudo isso em meio àquela realidade que aos poucos iria se mostrando como uma
realidade dura, entretanto que deveria ser encarada com total destre;a, e % e9atamente isso que
J
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o autor nos mostra ao narrar a vida de Carlos em meio ao enenho de sua cidade. :icamos
perple9os e ao mesmo tempo maravilhados com essa cronoloia.
3.1. Contexto histórico-social
Em FJG, $os% Lins publica seu livro de estreia, Menino de engenho, em edição por ele
custeada. 0ecebe o pr>mio da :undação Hraça 'ranha. romancista % saudado pela crítica
com entusiasmo e a edição de dois mil e9emplares % quase toda vendida no 0io. Uma
verdadeira revolução na "orma de escrever se iniciava no rasil.#ai em diante a obra de $os% Lins não conhece interrupç?es. Publicam !2 romances,
um volume de mem=rias, livros de viaem, de literatura in"antil, de con"er>ncias, de crnicas.
7'HU1'0, GIIN8.
Hilberto :reVre "oi um rande soci=loo brasileiro que viu nas obras de 0eo um novo
parRmetro do reionalismo no rasil. 3 o que a"irma Chauri!
0etornando ao rasil em FGJ, Hilberto :reVre insere@se vivamente nasdiscuss?es sobre o a renovação cultural da reião *ordeste, travando pol>micas com 1no)osa e articulando e sistemati;ando o 0eionalismo queanharia contornos claros a partir de FGK com a "undação do Centro0eionalista do *ordeste e em FG com a reali;ação do PrimeiroConresso 0eionalista do *ordeste. &istoriadores do período como 2ou;aarros 7FMG8 e Tadeu 0ocha 7FK8 atribuem rande importRncia a essesdois eventos, marcando@os como os elementos que a)udaram a alarar o raiode ação do 0eionalismo, principalmente, pelos estados de 'laoas, Paraíbae 0io Hrande do *orte. *o trabalho de divulação e publici;ação dassuest?es reionalistas, $os% Lins tamb%m assumir- um papel privileiado
particularmente entre os círculos intelectuais paraibanos e alaoanos.7C&'HU01, GIIM, p.GM8
reionalismo anhou destaque. ' d%cada de FGI tamb%m % marcada por v-rios
acontecimentos que revolucionariam não apenas a literatura, mas tamb%m a sociedade
brasileira como um todo. Como, por e9emplo, a publicação de obras retratantes do cen-rio
nordestino e das "ormas sociais presentes no conte9to social dessa reião.
#entro de um conte9to, onde os enenhos de aç(car estavam em decad>ncia dando
oriem à ascensão às usinas, o autor mostra a realidade da %poca, da vida das pessoas que
K
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viviam nessa sociedade, mas com um ar de saudosismo, descrevendo o ambiente, a partir de
mem=rias da pr=pria in"Rncia e de observaç?es da vida rural.
cuidado que se deve ter tamb%m ao analisarmos uma obra % que a literatura possui
plurissini"icados, loo, não podemos a"irmar com cem por cento de certe;a que aquilo que
est- escrito "oi de "ato vivenciado por quem escreveu. 3 o que a"irma 2ou;a! AW...X o te9to
liter-rio suscita a seu respeito observaç?es que não constituem propriamente o resultado de
uma re"le9ão ou an-lise, de uma ocupação met=dica, mas apenas o reistro de um sentimento,
uma impressão, um )ulamento emanado da sub)etividade.B 72UY', GIIM, p. Z8
2 P,&*$3!%,3*4 ,3&,$ , c!&!c",&i6!78$ *$ci!#
'lumas características típicas do nordeste são colocadas por meio da linuaem ou
da descrição do ambiente que o personaem vivia. Como podemos destacar no seuinte
trecho!
< noite dormimos em cama de vara. ' chuva pinava dentro de casa por não sei quantas oteiras. E o cheiro horrível dos chiqueiros de
porcos pertinho da ente. s outros retirantes "icaram na casa de"arinha, pelo chão. Era tudo isto o que de melhor o pobre velho'mRncio tinha para nos o"erecer! esta sua desraçada e "edorentamis%ria de p-ria. 70EH, GIG, p. ZI8
s en"rentamentos que o povo nordestino tinha de encarar diariamente, o modo de
vida, a cultura, a ambientação. -rios aspectos reionais são detectados na obra. 'trav%s de
Carlinhos tudo isso % mostrado ao passo que evidencia o modo de vida no interior paraibano.
' seca que a reião nordeste so"reu ao lono dos anos tamb%m % retratada na obra.
'l%m, % claro de outras características que o enredo tra; ao lono da narrativa. trecho
seuinte tra; um momento de muita aleria para o povo nordestino! a cheada da chuva.
L- um dia, para as cordas das nascentes do Paraíba, via@se, quase rentedo hori;onte, um abrir lonínquo e espaçado de relRmpao! erainverno na certa no alto do sertão. 's e9peri>ncias con"irmavam quecom duas semanas de inverno o Paraíba apontaria na v-r;ea com a sua
primeira cabeça d[-ua. rio no verão "icava seco de se atravessar a p% en9uto. 'penas, aqui e ali, pelo seu leito, "ormavam@se randes poços, que venciam a estiaem. *estes pequenos açudes se pescava,
Z
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lavavam@se os cavalos, tomava@se banho. *as va;antes plantavam batata@doce e cavavam pequenas cacimbas para o abastecimento deente que vinha das caatinas, andando l%uas, de pote na cabeça. seu leito de areia branca cobria@se de salsas e )unco verde@escuro,
enquanto pelas marens os mari;eiros davam uma sombra camaradanos meios@dias. *as randes secas o povo pobre vivia da -ua salobrae das va;antes do Paraíba. ado vinha entreter a sua "ome no capimralo que crescia por ali. Com a notícia dos relRmpaos nas cabaceiras,entraram a arrancar as batatas e os )erimuns das va;antes. 70EH,GIG, p. K8
bservamos a "orma que o narrador e9plica a "orma que as pessoas reaiam quando
observavam que a %poca da chuva se apro9imava. Tudo isso visto pelos olhos do menino quetamb%m relembra as situaç?es que aquele povo passava quando não havia -ua e todos tinham
de beber -ua salobra. ' "auna e a "lora nordestina tamb%m são mostradas com os animais e
plantas tipicamente vistas e cultivadas naquela reião. 'ssim, se cria um cen-rio em que o
leitor pode visuali;ar e conte9tuali;ar a situação ocorrida e isso % visto no decorrer de toda a
narrativa.
' tem-tica de +enino de Enenho % o retrato da in"Rncia do aroto no enenho, um
ambiente de muita eu"oria e acontecimentos, dando lu; à realidade *ordestina, a escravidão, a pobre;a e mis%ria, apresentando os primeiros traços de decad>ncia.
#evido ao "ato de a narrativa tratar de toda a in"Rncia do menino protaonista da obra,
apresenta@se muitos personaens, dos quais daremos mais destaque aos principais!
Carlinhos \ 3 o narrador do romance. aroto que "icou =r"ão aos quatro anos de
idade tornou@se um menino deprimido, solit-rio e bastante introspectivo. AEra um menino
triste. Hostava de saltar com os meus primos e "a;er tudo o que eles "a;iam. 7...8. +as, no
"undo era um menino triste.B 7 0EH, GIG, p. ZN8. +as de se9ualidade auçada, mant%m aos
do;e anos, a sua primeira relação se9ual, contraindo doenças.
Tia +aria \ Era a 1rmã da mãe de Carlinhos e torna@se para este a sua seunda mãe.
]uerida e estimada por todos pela sua amabilidade e simpatia, era chamada carinhosamente
de +aria +enina.
Coronel $os% Paulino \ 3 o Atodo@poderosoB senhor de enenho. Era uma esp%cie de
pre"eito, pois, administrava pessoalmente, dando autori;aç?es e "a;endo a )ustiça que elemesmo ditava se autointitulando de homem bom e eneroso. A velho $os% Paulino
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overnava os seus enenhos com o coração. *unca o vi com armas no quarto. Umas carabinas
que uardava no uarda@roupa a ente brincava com elas, de tão imprest-veis.B 7idem, p.G8
Carlinhos compara o av at% mesmo com um santo! AEle tinha o orulho da casta, a (nica
vaidade daquele santo que plantava cana.B 7idem, p.MF8
'ntnio 2ilvino \ 0epresenta o canaço *ordestino, na "iura de canaceiro temido
e respeitado pelo povo.
elha Totonha \ Uma "iura admir-vel e "abulosa representa bem o "olclore
ambulante dos contadores de hist=rias.
Tio $uca \ *ão representa um papel de tanto destaque no romance, mas por ser "ilho
do senhor de enenho, de "a;er e des"a;er 7principalmente se9o com as mulatas8, e não era punido, e representa uma "iura de importRncia para Carlinhos, contribuindo relativamente na
sua "ormação.
Lula de &olanda \ Embora ocupe pouco espaço na narrativa, o Coronel Lula %
personaem relevante, pois representa o senhor de enenho decadente que teima em manter a
"achada aristocr-tica. AE o aç(car subia e descia e o 2anta :% sempre para tr-s, caminhando
devaar para a morte, como um doente que não tivesse dinheiro para a "arm-cia.B7idem, p.F8
2inha;inha \ Cunhada do Coronel, mas "a;ia o que bem entendia no overno da
casa@rande. Era odiada por todos por seu rior e mau humor.
Cada personaem aparece de "orma harmoniosa ao decorrer do romance. Como )-
mencionado o autor torna o enredo bem l(dico ao leitor. Podemos dedu;ir, assim, que ma
"ormação e caracteri;ação das particularidades de cada personaem aqui descrito não % apenas
uma modelaem individuali;ada, mas carrea em cada um deles um traço "undamental da
comple9a estrati"icação social presente no universo do enenho. ]uanto mais se caracteri;a o
tipo social, mas h- o enriquecimento do enredo. 'ssim, em $os% Lins do 0eo, a descrição
est- em "avor da ação, sempre lembrada por Carlinhos, ou se)a, a descrição do tipo social do
personaem a)uda a entender qual a relação de poder ser- estabelecida entre eles, e entender
tamb%m como eles "oem de uma "orma de vida pr%@estabelecida.
9 CONCLUS.O
' obra +enino de Enenho de $os% Lins do 0eo % de suma importRncia para a
hist=ria do rasil, especi"icamente do *ordeste, essa reião de rande destaque no cen-rioM
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nacional, sobretudo na %poca que a obra retrata, do início da industriali;ação, na substituição
dos enenhos açucareiros pelas usinas. ' obra marca tamb%m a entrada do autor na vida
liter-ria, e constitui um de seus randes marcos como um dos maiores autores reionalista
brasileiro.
Com sua descrição meticulosa dos "atos, ele d- a obra, uma constituição mais real e
criticista, demonstrando toda a realidade da %poca, de como era a vida dos trabalhadores e
moradores de enenho, nos "a;endo transcender para aquele ambiente e assim nos instiando
ao desenvolvimento de uma crítica social, caracteri;ando o chamado *eorrealismo. E mais
ainda com o seu clima de saudosismo, com as lembranças que o AverdadeiroB menino de
enenho tra; a tona daquela vida para ele boa que nos encanta mais ainda.
autor soube, portanto, orani;ar da melhor maneira possível todos os "lashes de
lembranças da vida na in"Rncia e nos transpor conhecimentos enriquecedores quanto ao tema.
't% aquele momento, no início de JI, o reionalismo nordestino nunca "oi tão bem retratado
por esta obra ímpar no cen-rio da literatura brasileira.
REPRESENTATION OF THE SOCIAL STRUCTURE IN REGIONALISM OF JOSÉLINS DO REGO
+-rcio $os% dos 2antos
N
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ABSTRACT
This ^or_ aims to sho^ ho^ the ^or_ o" $os% Lins do 0eo sho^s the social orani;ation o" the mills in Menino de ngenho. The author`s ^or_s sho^ the reional "ocus o" northeastern
culture, sho^in in manV respects the historical and social conte9t in ^hich the author lived.Thus ^e understand the social orani;ation o" the mills "rom the conte9t 7s8 o" the ^or_.1mportantlV, the various aspects to be analV;ed comprise a set o" characteristics that ^ereobserved "rom the comparison bet^een the ^or_ and the author`s li"e, so ^e "ace the analVsis
presented here.
eV^ords! 0eionalism. $os% Lins do 0eo. rasilian *ortheast.
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GI