1. A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE SOBERANIA “Nem sempre a população mundial viveu em Estados soberanos”. 1 A afirmação de Jackson e Sørensen permite a conclusão de que o Estado não figura entre os elementos presentes na natureza, mas é verdadeira instituição histórica, um constructo social. Desde o sistema de cidades- Estado gregas ( Ελλάδα) até o surgimento do Estado Moderno, a sociedade conheceu diversas formas de organização política. Mais do que isso, o elemento da soberania é contemporâneo ao surgimento do Estado na época moderna, isto é, as formas de organização política da sociedade existentes até o final da Idade Média desconheceram a qualificação de “soberanas”. Durante a Idade Média, não se pode dizer que haja existido territórios definidos com fronteiras delimitadas: “o mundo medieval não era uma colcha de retalhos geográfica com países distintos representados por cores diferentes, mas uma mistura complicada e confusa composta por formas e matizes variados”. 2 Além da ausência de território definido, o poder também era configurado de forma distinta àquela vertical em que o Governo exerce seu poder sobre determinado povo. O poder e a autoridade eram organizados sob bases religiosa e política: na cristandade latina, o papa e o imperador eram líderes de duas hierarquias paralelas e conectadas, uma religiosa e outra política. Rei e outros governantes não eram completamente independentes e estavam subordinados a estas autoridades superiores e às suas leis. E, na maioria dos casos, os governantes locais tinham certa liberdade com relação ao governo dos reis: eram semiautônomos, mas não totalmente independentes. O 1 JACKSON, Robert; SØRENSEN, Georg. Introdução às Relações Internacionais. Tradução de Bárbara Duarte. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2013. p. 30. 2 Ibidem, p. 35.
1. A EVOLUO DO CONCEITO DE SOBERANIANem sempre a populao mundial
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