(TCC SOBRE A MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA - IFPE)

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO CINCIA & TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO ACADMICO DE PROCESSOS, CONTROLE E SISTEMAS ELETRO-ELETRNICOS COORDENAO DE ELETROTCNICA COORDENAO DE INTEGRAO ESCOLA-EMPRESA

TTULO DO TRABALHO: MANUTENO DA QUALIDADE DE ENERGIA ELTRICA

Eliezer Costa de Souza Junior

RECIFE Dezembro de 2011

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO CINCIA & TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO ACADMICO DE PROCESSOS, CONTROLES E SISTEMAS ELETRO-ELETRNICOS COORDENAO DE ELETROTCNICA COORDENAO DE INTEGRAO ESCOLA-EMPRESA

TTULO DO TRABALHO: MANUTENO DA QUALIDADE DE ENERGIA ELTRICA

Relatrio de estgio curricular apresentado Coordenao de eletrotcnica como um dos requisitos para obteno do ttulo de tcnico em ELETROTCNICA do Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia de Pernambuco IFPE.

Aluno: Eliezer Costa de Souza Junior Professor orientador: Jairson M. B. Santos

RECIFE 2011

AGRADECIMENTOS

Ao Eterno Deus primeiramente, por tudo o que representa para mim. Aos meus pais, o Sr. Eliezer Costa de Souza e a Sra. Maria Jos da Silva Souza, por todo apoio que um filho necessita para progredir. A minha querida esposa, sempre presente nos bons e maus momentos. A minha linda filha, que chegou me dando mais nimo para continuar. Ao Prof. Jairson Santos pelas orientaes e a todos os que contriburam de forma direta ou indireta para esta nova etapa da minha vida, em especial, aos Professores e Engenheiros Ablio Muniz, Heldemarcio Ferreira, e Jos Marcelo.

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RESUMO

Atuar num departamento de manuteno e operao do sistema eltrico de distribuio e conhecer todos os processos deste setor fundamental do ponto de vista tcnico-operacional para se entender as etapas da atividade-fim de uma concessionria de energia eltrica, para isso, preciso estar tcnica, fsica e psicologicamente preparado para o desenvolvimento das atividades dirias que envolvem o conjunto de operaes na rede eltrica. Desta forma, expe-se aqui o que foi constatado na relao entre as teorias apresentadas em sala de aula e as prticas de campo na Celpe, descrevendo-se todo o aprendizado na realizao das manutenes nas linhas e redes de distribuio energizadas ou desenergizadas. Atividades desenvolvidas em horrio comercial, 08 horas por dia, com 1 hora e 30 minutos de intervalo, a partir do meio-dia, e retornando s 13 horas e 30 minutos de segunda a sexta-feira. A escolha por este ttulo deve-se ao fato de ser a rea de desempenho contnuo na mesma funo nos ltimos 05 anos, havendo desta forma maior embasamento das informaes contidas, bem como maior detalhamento dos processos, ferramentas e procedimentos operacionais e de segurana, conforme o perfil de competncias funcionais do cargo, utilizando os normativos e

procedimentos existentes, para melhoria da qualidade de fornecimento de energia eltrica, logo, as conquistas mais significativas obtidas no decorrer do tempo, nesta funo, apontam para o aprendizado dirio sobre a metodologia das atividades desenvolvidas nas manutenes do sistema eltrico de distribuio em mdia e baixa tenso partes finais do sistema eltrico de potncia e espinha dorsal da atividade-fim de uma concessionria de energia eltrica. Portanto, os objetivos finais de aprendizado foram alcanados no s do ponto de vista das funes tcnicooperacionais, como tambm em relao funcionalidade de cada uma das partes do negcio que compe o produto comercializado e da interao das partes entre si.

Palavras chave: (UCs) Unidades Consumidoras. (SEP) Sistema Eltrico de Potncia. (QEE) Qualidade de Energia Eltrica.

FICHA BIBLIOGRFICA DO RELATRIO FINAL CURRICULAREmpresa: Celpe Companhia Energtica de Pernambuco. Endereo: Rua Isaac Markman n 421, Bongi, Recife/PE, CEP 50751-370. Status da Empresa: Concessionria de Energia Eltrica do Estado de Pernambuco. Departamento de Operao e Manuteno Metropolitano Sul O.S.M.S. Coordenador de Operao: Ailton Leite. Coordenador de Manuteno: Claudio Raimundo. Gestor da unidade: Bartolomeu de Barros Alheiros Junior. Gerente do Departamento de Operaes: Aldo Moreira Formiga. Diretor Presidente: Luiz Antnio Ciarlini. Local de Realizao da Atividade: Atividade externa, Regio Metropolitana Sul. Carga Horria Mensal: 160 horas. Carga horria Semanal: 40 horas. Atividade profissional exercida sob o cumprimento de Normativos de Sade e Segurana Ocupacional, Leis do Ministrio do Trabalho e Emprego, Acordo Coletivo de Trabalho, procedimentos operacionais de distribuio regidos por Normas Regulamentares, Normas Internas (Cdigo de tica) e Resolues da ANEEL.

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SUMRIO

AGRADECIMENTOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03 RESUMO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04 FICHA BIBLIOGRFICA DO RELATRIO FINAL CURRICULAR. . . . . . . . . . 05 SUMRIO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06 1. INTRODUO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08 2. OBJETIVOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 2.1. Objetivo Geral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 2.2. Objetivos Especficos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 3. HISTRIA DO DESENVOLVIMENTO DO SETOR ELTRICO NACIONAL. . .10 4. HISTRIA DA CELPE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 5. ASPECTOS GERAIS DA QUALIDADE DA ENERGIA ELTRICA (QEE). 18 5.1. Qualidade do Produto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 5.1.1 Tenso em Regime Permanente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 5.1.2 Fator de Potncia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 5.1.3 Harmnicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 5.1.4 Desequilbrio de Tenso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 5.1.5 Flutuao de Tenso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 5.1.6 Variao de Tenso de Curta Durao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 5.1.7 Variao de Frequncia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 5.2. Qualidade dos servios prestados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 5.2.1 Conjunto de Unidades Consumidoras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 5.2.2 Limites dos Indicadores de Continuidade Anuais, Trimestrais e Mensais por Ponto de Conexo e Tenso Contratada. . . . . . . . . . 34 6. FUNDAMENTOS DA MANUTENO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 6.1. Definies. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 6.2. Tipos de Manuteno e Procedimentos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 6.3. Equipamentos e Processos da Medio Grfica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 6.3.1 RMS Sistemas Eletrnicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 6.3.2 IMS Power Quality. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 6.3.3 SEEDEL Tecnologia Ltda.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

7. MEMORIAL DESCRITIVO REFERENTE METODOLOGIA DE TRABALHO DESENVOLVIDO NA FUNO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 8. RELAO DE FERRAMENTAS, EPIs E EPCs. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 9. PERFIL DO PROFISSIONAL DE SERVIOS DE MANUTENO EM LINHAS E REDES ELTRICAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 10. CONCLUSO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 11. REFERENNCIAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 12. ANEXOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 12.1. - ANEXO A Folha de Preenchimento da APR. . . . . . . . . . . . . . . . 65 12.2. - ANEXO B Folha de Preenchimento do RUV. . . . . . . . . . . . . . . . 66 12.3. - ANEXO C Folha do check-list. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 12.4. - ANEXO D Folha da Ordem de Servio de Manuteno da Qualidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 12.5. ANEXO E Inspeo de Segurana dos Processos de Qualidade do Produto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 12.6. - ANEXO F Fotos referentes s Atividades de Manuteno e Operao do Sistema Eltrico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 12.7. ANEXO F Breve Glossrio do Setor Eltrico Brasileiro. . . . . . . . 73

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1. INTRODUO

Este relatrio descreve as intervenes na rede eltrica de distribuio em mdia e baixa tenso, para realizao de diversas manutenes, em especial, a preditiva, para anlise e melhoramento da qualidade de energia eltrica a partir da medio grfica, sob a superviso da coordenao de manuteno da Unidade de Operao e Manuteno Metropolitana Sul OSMS, programando e instalando equipamentos de medio de grandezas eltricas ou simplesmente chamados de equipamentos de medio grfica, para anlise da qualidade do produto. De forma que, aps o estudo dos grficos registrados por esses aparelhos, pode se verificar qual o tipo de operao mais adequada a ser realizada na rede eltrica, a fim de garantir o fornecimento contnuo da energia com nveis satisfatrios de segurana e qualidade final do produto. Depois de algum tempo no exerccio contnuo dessas atividades, associado aos treinamentos e melhoramentos tecnolgicos, existe um alicerce mais slido do ponto de vista prtico e terico para um melhor desenvolvimento e apresentao das atividades dirias. Atividade externa realizada no permetro de atuao da OSMS, que vai da Estrada de Curcurana, no bairro de Pontezinha, no Cabo de Santo Agostinho, at as proximidades da escola de aprendizes marinheiros, e do marco zero no Recife at o bairro de Bonana em Moreno, com viatura especializada, em turnos dirios de 08 (oito) horas, de segunda a sexta-feira. Podendo ainda, dependendo da contingncia de servios, haver apoio ao Centro de Operaes Integradas - (COI), ajudando a prontido de luz a realizar outros tipos de manuteno, principalmente a corretiva, alm de dar apoio a outros tcnicos em subestaes, acompanhando-os como dispe a NR-10, em manobras de fechamento ou abertura de chaves das linhas de transmisso ou outros servios correlatos, alm de dar apoio fortuito a Polcia e ao Corpo de Bombeiros Militar em casos especficos, tudo, como dispe o mdulo 08 do PRODIST e a Resoluo 414/2010 da ANEEL, em paralelo aos nveis de segurana do trabalho exigidos pela Celpe e o Ministrio do Trabalho e Emprego, de forma satisfatria para clientes, funcionrios e prestadores de servios.

2. OBJETIVOS2.1. OBJETIVO GERAL

Desenvolver atividades no segmento de manuteno e operao do sistema eltrico de potncia, em tenso igual ou inferior a 13800 Volts, executando atividades corretivas, preventivas e preditivas, dentre outras atividades correlatas ao perfil do curso e da atividade profissional para melhoria da qualidade de fornecimento de energia eltrica e qualidade do servio prestado para solucionar da melhor forma, as reclamaes dos clientes desta concessionria de energia.

2.2. OBJETIVOS ESPECFICOS

Executar os servios de manuteno preditiva, preventiva e corretiva na rede de distribuio de baixa tenso, energizada ou desenergizada, utilizando os normativos e procedimentos existentes para atender e resolver as reclamaes dos clientes.

Realizar vistorias de danos eltricos, conforme Resoluo ANEEL 414/2010 para verificar o nexo de causalidade do sinistro nas

reclamaes dos clientes. Executar os servios de manuteno corretiva ou preventiva na rede de distribuio de mdia tenso (MT) desenergizada, utilizando os

normativos e procedimentos existentes para atender e resolver as reclamaes dos clientes. Efetuar medies instantneas de tenso e corrente e/ou, instalar ou retirar aparelhos registradores de grandezas eltricas, adequados para verificao do nvel de qualidade do fornecimento de energia eltrica. Acompanhar ou executar manobras nos equipamentos instalados nas subestaes sob a superviso do centro de operaes integradas COI, utilizando os normativos e procedimentos existentes para a normalizao do fornecimento de energia eltrica. Supervisionar e liderar equipes prprias ou contratadas, utilizando os recursos disponveis para atender os servios programados ou eventuais. 9

3. HISTRIA DO DESENVOLVIMENTO DO SETOR ELTRICO NACIONALNos ltimos anos, o setor eltrico brasileiro passou por grandes transformaes que foram intensificadas a partir de 1995 com o processo de privatizao das empresas estatais de energia eltrica. A Lei 9.074/1995 define regras para a atuao do Produtor Independente de Energia e da opo de compra de energia por parte dos grandes clientes. A Lei 10.848/2004 visa aumentar a concorrncia entre as empresas do setor pela contratao livre na comercializao de energia. Outro objetivo garantir a capacidade de investimento das empresas do setor eltrico, sejam elas geradoras, transmissoras ou distribuidoras, de modo a garantir o abastecimento de energia eltrica diante do aumento do consumo que se tem verificado nos ltimos anos. O marco inicial aconteceu em 1879, quando foi inaugurada iluminao eltrica na estao central da ferrovia Dom Pedro II (Central do Brasil), no Rio de Janeiro, cuja fonte de energia era um dnamo. Em 1881, instala-se a primeira iluminao pblica ainda alimentada por dnamos, num trecho do jardim do Campo da Aclamao, a atual Praa da Repblica. No mesmo ano, a energia eltrica foi utilizada para iluminar dependncias do edifcio do Ministrio da Viao durante um evento. J em 1883 o Brasil inaugurava a sua primeira central geradora: uma unidade termeltrica com 52 kW de capacidade, movida a lenha, que alimentava 39 lmpadas na cidade de Campos, RJ, inaugurando a prestao do servio pblico de iluminao na Amrica do Sul. A primeira hidreltrica brasileira foi construda em 1883, em Diamantina, MG. No incio do sculo, diante de vrias necessidades nas cidades brasileiras, investidores canadenses e americanos, em 1904, criam a Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company para explorar praticamente todos os servios urbanos: transportes, iluminao pblica, produo e distribuio de eletricidade, distribuio de gs canalizado e telefonia. Nesse contexto surgem as primeiras tentativas de regulao, por parte do Estado, do ainda incipiente emprego da energia eltrica do Brasil. Nos anos 30 o Governo Federal foi intervencionista na gesto do setor de guas e energia eltrica com a formalizao do Cdigo de guas (Decreto 24.643, de 10 de julho de 1934). A nova poltica setorial rev os critrios

para estabelecimento de preos a fim de garantir ao prestador do servio a cobertura das despesas de operao e das cotas de depreciao e reverso e a justa remunerao do capital investido. Ao longo dos anos 40, seguindo a tendncia de outros setores estratgicos, o Estado amplia seu papel e atua diretamente na produo. O primeiro investimento nesse sentido foi a criao da Companhia Hidro Eltrica do So Francisco (CHESF) em 1945, e consequentemente, importantes mudanas na legislao tarifria brasileira. Anos 90. Incio da reforma O primeiro passo foi dado em 1993 com a extino da equalizao tarifria e a criao dos contratos de suprimento entre geradores e distribuidores, comeando a se preparar o mercado para a desestatizao. Em 1995, o Programa Nacional de Desestatizao alcana definitivamente o setor eltrico. Em 1996, o Ministrio das Minas e Energia implanta o Projeto de Reestruturao do Setor Eltrico Brasileiro (Projeto RE-SEB). Uma das principais consequncias foi a desverticalizao da cadeia produtiva: gerao, transmisso, distribuio e

comercializao de energia eltrica, que se tornaram ento, reas de negcio independentes. Diante desse novo desenho, o Governo Federal cria, ainda em 1996, a Agncia Nacional de Energia Eltrica (ANEEL), cuja funo regular as atividades do setor. Outras mudanas foram implantadas com o objetivo de organizar o mercado e a estrutura da matriz energtica brasileira, com destaque para a criao do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hdricos em 1997 e do Operador Nacional do Sistema (ONS), em 1998. Dcada de 2000. - Uma nova postura Em maio de 2001 o governo adotou medidas emergenciais para evitar um colapso na oferta de energia do pas. A crise alertou para a necessidade de novas formas de gerao de energia, como as termeltricas que operam com combustveis como o bagao de cana (biomassa) e o gs natural. O Governo apoiou o desenvolvimento de projetos de pequenas centrais hidreltricas (PCHs), fontes noconvencionais e conservao de energia. Entre 2003 e 2004 foram criadas a Empresa de Pesquisa Energtica (EPE), o Comit de Monitoramento do Setor Eltrico (CMSE), e a Cmara de Comercializao de Energia Eltrica (CCEE). 11

4. HISTRIA DA CELPE

Com mais de trs milhes de clientes, a empresa investe

fortemente para prestar um servio de qualidade com compromisso, transparncia, qualidade de gesto, eficincia e preo justo para o consumidor.

A Celpe vem alcanando nveis de eficincia que a situam entre as melhores distribuidoras de energia do Brasil, segundo ndice da Aneel (Agncia Nacional de Energia Eltrica) de Satisfao do Consumidor. A concessionria atende a 100% da rea urbana do Estado e est prestes a alcanar a totalidade na rea rural, garantindo o alcance energia eltrica e o direito cidadania por meio do acesso a melhores condies de sade, segurana e trabalho, acesso informao, cultura e lazer e muitos outros benefcios paralelos a estes.

Como empresa moderna, a Celpe tem feito mudanas em sua estrutura: reformou agncias, adotando um padro de atendimento personalizado, implantou Pontos Celpe - estabelecendo parcerias com o comrcio de pequenas cidades - e ainda oportunizou um eficiente Centro de Teleatendimento e um avanado Centro de Operaes Integradas (COI). Alm disso, a Empresa investe na formao e capacitao de empregados e prestadores de servios para elevar o padro no atendimento e nos servios. A Companhia tambm se mantm atualizada com novas tecnologias na telecomunicao, distribuio e manuteno, contribuindo para elevar os ndices de qualidade no fornecimento de energia eltrica. Acrescente-se a isso, o

investimento em Programas de Pesquisa e Desenvolvimento e no Combate ao Desperdcio de Energia, numa parceria com universidades e rgos pblicos, que beneficia escolas, comunidades, comrcio e indstrias. Com uma gesto socialmente responsvel, a Celpe implementa suas aes de responsabilidade social e sustentabilidade por meio de programas estruturados como o Energia para

Crescer, promovendo os pilares para educao, meio ambiente e cultura. O programa investe em comunidades de baixo poder aquisitivo atravs de projetos sociais prprios e de organizaes no-governamentais, com vistas incluso social e sustentabilidade.

A Companhia tambm beneficia instituies como o Movimento PrCriana, a Organizao Auxlio Fraterno, a Criana Cidad e a Pastoral da Criana com a doao financeira de clientes por meio da fatura de energia na Campanha Clarear. Alm disso, a Celpe mantm uma srie de programas voltados para as comunidades como o Luz no Empreendedorismo, com projetos de gerao de trabalho e renda, e a Ao Integrada, que procura reduzir perdas atravs de uma relao mais transparente com os clientes de baixa renda.

Na rea cultural, a Empresa tem contribudo na promoo de feiras, exposies, congressos, lanamento de livros e na divulgao de espetculos teatrais, musicais, entre outros eventos, aprovando projetos atravs da Lei de Incentivo Cultura e com recursos prprios, estimulando o resgate e longevidade da cultura pernambucana. A empresa nasceu em 10 de fevereiro de 1965 como Companhia de Eletricidade de Pernambuco - CELPE. Foi criada a partir da fuso do Grupo Pernambuco Tramways e o Governo do Estado, com as funes desempenhadas pelo Departamento de guas e Energia (DAE). O maior desafio da nova Companhia foi o de ampliar a distribuio de energia eltrica, investir na melhoria dos servios e dotar Pernambuco de uma rede de abastecimento eltrico referncia no Nordeste. Em pouco tempo, a CELPE j se firmava como uma das grandes empresas do estado e at os dias de hoje um dos maiores patrimnios dos pernambucanos, tanto pelo celeiro tcnico que passou a desenvolver no ramo da engenharia eltrica como pelo alcance social de suas atividades. Desta feita, os investimentos aceleraram os programas de eletrificao rural e urbana, o que rapidamente levou Pernambuco a ser o estado mais eletrificado do Nordeste, ainda gerando e distribuindo energia termeltrica no Arquiplago de Fernando de Noronha. E ao final da dcada de 90, j sob o modelo de privatizao das estatais do setor eltrico, o Governo do Estado, que desde o final dos anos 80 j ensaiava vender 13

parte das aes da Companhia, colocou 100% do controle governamental venda. Em 17 de fevereiro de 2000 a empresa foi adquirida em leilo, realizado na sede da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro e sob a coordenao do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), pelo valor de R$ 1,9 bilho. O grupo que comprou a empresa foi o consrcio formado pela Caixa de Previdncia dos Funcionrios do Banco do Brasil (Previ), pela carteira de investimentos do Banco do Brasil (BB S.A) e pelo Grupo Iberdrola, um gigante da energia na Espanha. Desde que foi privatizada, a empresa j repassou ao tesouro estadual mais que o dobro do seu valor de compra e se transformou no maior arrecadador de ICMS para o Estado. A Celpe acredita contribuir efetivamente para o desenvolvimento de Pernambuco. 1965 - Foi criada a Companhia de Eletricidade de Pernambuco, doravante denominada apenas por Celpe. 1970 - Em 72, iniciou a construo do edifcio-sede, na Avenida Joo de Barros, 111, Boa Vista. Trs anos depois, em 1975, mudou sua sede para o novo edifcio e Iniciou a construo do Centro de Treinamento Delmiro Gouveia, no Bongi. 1980 - A Fundao Celpe de Seguridade Social - Celpos - foi implantada oficialmente no ano de 1981. Comeam os estudos para explorao de energia solar. Em convnio com o governo francs, a Companhia instala um coletor solar no Centro de Operaes do Bongi, um projeto pioneiro no Brasil. Em 1986, a Empresa muda sua razo social para Companhia Energtica de Pernambuco. 1990 - Busca da qualidade e agilidade dos servios, modernizao e informatizao, implantao de sistemas alternativos de energias, reduo dos custos e melhoria da confiabilidade no fornecimento. Em1999 foi escolhida a melhor empresa distribuidora da Regio Nordeste pelo Instituto Vox Populi. No mesmo ano, o Centro de Operao do Sistema certificado pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) na NBR ISO 9002:94. 2000 A Celpe foi comprada pelo Consrcio Guaraniana, formado pela Iberdrola Energia, Caixa de Previdncia dos Funcionrios do Banco do Brasil (Previ) e BB Banco de Investimentos S.A. 2001 - O racionamento de energia marcou o ano em todo o pas. Foi inaugurado o Centro de Operaes Integradas (COI) e a nova central de teleatendimento. Duas importantes subestaes entraram em funcionamento: Tabatinga e Pina. Ampliao do atendimento com a inaugurao de agncias e pontos Celpe.

2002 - Eletrificao de mais de 15 mil propriedades rurais. Construo de mais quatro subestaes no interior do Estado. Conquistou o 1 Prmio Balano Social concedido pelo Instituto Ethos, Abamec, Aberje, Fides e Ibase, o que consolida a sua poltica de responsabilidade social. 2003 - Investimento de R$ 25 milhes para a consolidao da implantao do Sistema Comercial (SIC), cadastro que proporciona o avano da Empresa em todas as funes de atendimento. 2004 - Nova identidade visual adotada. A Guaraniana passou a se chamar Neoenergia. A Companhia aprova o Comit de tica. Nesse ano, tambm lanada a conta de energia em modelo braile. 2005 - A Companhia faz 40 anos de prestao de servios populao pernambucana e passa pelo primeiro ciclo de reviso tarifria peridica. Construo de linhas de transmisso no interior, litoral e Regio Metropolitana. 2006 - Continuou a implementar melhorias na sua rede, com um investimento recorde de R$ 343,4 milhes. Esse montante confere empresa o posto de maior investidor privado no Estado de Pernambuco. Lanou o Programa de

Responsabilidade Social Energia para Crescer, com foco em educao, cultura e meio ambiente. 2007 - O ano foi marcado pela adeso da Celpe aos Dez Princpios do Pacto Global da ONU, compromisso tambm assumido pelas demais empresas geradoras e distribuidoras do Grupo Neoenergia. A Empresa segue ampliando seus

investimentos em expanso de rede, ordenizao, pesquisa e desenvolvimento, eficincia energtica e universalizao de energia. Nesse ano, atinge um ndice global de universalizao de 99,3%, o que a posiciona como a primeira distribuidora do Nordeste a atingir esse patamar. 2008 - A Celpe alcana 100% dos clientes urbanos de sua rea de concesso. criado o Comit de Responsabilidade Social na Celpe e no Grupo Neoenergia. Reconstruo da Usina de Tubaro, no distrito de Fernando de Noronha, que est apta a operar com biodiesel. A Empresa coordenou a 18 edio do Seminrio Nacional de Distribuio de Energia Eltrica (SENDI), realizada em Pernambuco, o maior evento do setor de energia eltrica do Pas, com a participao de mais de 3,3 mil pessoas.

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2009 - A empresa se submete ao segundo ciclo de reviso tarifria peridica. Amplia, aps a privatizao, o atendimento e o nmero de consumidores de 1,9 milhes para trs milhes. No atual cenrio, a Celpe mantm a constante busca por eficincia e qualidade, com tica e compromisso socioambiental, contribuindo para o desenvolvimento de Pernambuco e do Brasil.

2010 - O programa de Investimentos neste exerccio foi de R$ 229,3 milhes e trouxe relevantes melhorias e ampliao da rede, com nfase para a construo de trs Subestaes de 69/13.8 kV: Macaparana, na Zona da Mata Norte do Estado; Afrnio, no Serto; e Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho. Destaque tambm para a construo da primeira etapa da Subestao 138/69 kV em Ouricuri e a ampliao de potncia da Subestao Caxang, na Regio Metropolitana do Recife, alm da Construo da Linha de Distribuio de alta tenso (69 kV) Derivao Brejo/Brejo. Um dos seus destaques naquele ano foi a melhoria da avaliao de risco da Companhia pela agncia Standard & Poor's, que elevou seu rating em duas posies, passando para a classificao BB+\Stable na Escala Global e brAA+\Estvel na Escala Nacional Brasil. Outro destaque do ano foi a atuao da Celpe no atendimento aos consumidores atingidos pelas enchentes ocorridas em junho na regio da Zona da Mata Sul, no estado de Pernambuco, que destruiu centenas de casas e instalaes eltricas. A pronta resposta da Celpe na ocasio, em colaborao com os governos do Estado e municipais, foi fundamental para o rpido restabelecimento da energia e tambm para a capacidade de reao das comunidades atingidas pela calamidade.

A Celpe detm a concesso para distribuio de energia eltrica em todos os municpios do Estado de Pernambuco, 186 ao todo, no Distrito Estadual de Fernando de Noronha e no municpio de Pedras de Fogo, no Estado da Paraba, abrangendo uma rea de concesso de 102.745 km. Tabela dos principais indicadores de 2008 a 2010 conforme o relatrio de sustentabilidade.

2011 - Conforme dispe a Lei 9.991 de 24 de Julho de 2000, a Celpe aplicar o percentual de 0,5% da sua receita operacional lquida anual em Programas de Eficincia Energtica, segundo regulamento da Agncia Nacional de Energia Eltrica - ANEEL. Para este ano, a Celpe investir cerca de 28,4 milhes em projetos. Cerca de 60% dessa verba destinada aos projetos de atendimento a comunidades de baixa renda, clientes que possuam tarifa social de energia eltrica, a exemplo da doao de refrigeradores com o selo PROCEL e lmpadas eficientes. O objetivo dessa ao fazer com que esses consumidores reduzam o valor da conta de energia e aprendam a economizar.

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5. ASPECTOS GERAIS DA QUALIDADE DA ENERGIA ELTRICA (QEE)A energia eltrica um dos produtos mais importantes utilizados no somente por simples consumidores, como principalmente, pelo comrcio e pela indstria. um produto que deve estar disponvel continuamente e no pode ser armazenado em quantidades importantes. um produto que deve ser gerado na medida em que solicitado, desta forma, em si, representa um extraordinrio desenvolvimento na qualidade de vida da populao. De sorte que, a partir do momento em que se implanta um sistema de distribuio de energia eltrica, a populao local em pouco tempo passar a receber numerosos benefcios, tanto do ponto de vista domstico quanto do ponto de vista comercial, social e cultural. Nas residncias podem-se utilizar os diversos tipos de eletrodomsticos e eletroeletrnicos, antes impossveis de se utilizar devido falta de energia eltrica, produzindo com isso um maior conforto domstico. No comrcio, assim como na indstria, percebe-se a benfeitoria da energia eltrica, que ao lado de polticas adequadas, tornam maiores as possibilidades de produo e consequentemente emprego, gerando uma maior arrecadao de impostos para o Governo investir de forma apropriada em diversas reas. Nas ruas e avenidas ela essencial para a movimentao com segurana de pessoas e veculos, como tambm de fundamental importncia para o pleno funcionamento de hospitais, escolas, creches, quarteis, delegacias, teatros, cinemas e etc. Desta forma, proporo que a energia eltrica passa a fazer parte do dia a dia das pessoas, natural que se inicie um processo de discusso quanto qualidade desse maravilhoso produto. De forma que numa anlise inicial, preocupa-se apenas com a continuidade do servio, j que fica evidente que qualquer interrupo do fornecimento implicar em transtornos de toda ordem. Entretanto, numa anlise mais crtica, surge uma pergunta: Para que serve a continuidade no fornecimento de energia eltrica, se a sua qualidade como um todo no for suficientemente uniforme? A questo da qualidade da energia eltrica como um produto comercial, s vezes s percebida de uma forma - um pouco demorada, atravs do mau funcionamento de alguns equipamentos. E sob esta ptica, a ideia que se tem de uma boa qualidade de energia eltrica est associada a sua disponibilidade com os

menores nmeros de interrupes possveis, preo justo, amplitude constante da tenso nominal ou da tenso contratada, forma de onda da tenso senoidal e estabilidade da frequncia em 60 Hertz, devendo tais procedimentos, definidos no 8 mdulo do PRODIST, serem observados por: a) Consumidores com instalaes conectadas em qualquer classe de tenso de distribuio; b) Produtores de energia; c) Distribuidoras; d) Agentes importadores ou exportadores de energia eltrica; e) Transmissoras detentoras de Demais Instalaes de Transmisso DIT; f) Operador Nacional do Sistema ONS.

A seguir, so apresentados nas tabelas os valores nominais de tenso eltrica secundria em transformadores com estrela aterrado em cada Estado do Brasil e a responsabilidade da CELPE ante a face do seu nmero de clientes nos grupos A e B. Valores Nominais de Tenso Eltrica Secundria em Transformadores com Estrela Aterrado ESTADO / TERRITRIO TENSO ELTRICA SECUNDRIA (Vns) ACRE AMAZONAS RONDNIA RORAIMA AMAP PAR TOCANTINS MARANHO PIAU CEAR RIO GRANDE DO NORTE PARABA 19 220 / 127 V 220 / 127 V 220 / 127 V 220 / 127 V 220 / 127 V 220 / 127 V 380 / 220 V 380 / 220 V 380 / 220 V 380 / 220 V 380 / 220 V 380 / 220 V

PERNAMBUCO ALAGOAS SERGIPE BAHIA MATO GROSSO MATO GROSSO DO SUL DISTRITO FEDERAL GOIS MINAS GERAIS ESPRITO SANTO SO PAULO RIO DE JANEIRO PARAN SANTA CATARINA RIO GRANDE DO SUL

380 / 220 V 380 / 220 V 380 / 220 V 380 / 220 V 220 / 127 V 220 / 127 V 380 / 220 V 380 / 220 V 220 / 127 V 220 / 127 V 220 / 127 V 220 / 127 V 220 / 127 V 380 / 220 V 380 / 220 V

Nmero de Clientes da Celpe nos Grupos A e B Os dados da tabela abaixo, referente ao ms de Outubro de 2011, apresentam o nmero de clientes que a Celpe tem no grupo A e no grupo B, dentro dos 186 municpios do Estado mais o municpio de Pedras de Fogo na Paraba, o que representa para o mercado de energia do nordeste, uma fatia de 15,1% e uma fatia 2,5% do mercado energtico brasileiro. Lembrando que clientes do grupo A, segundo as definies da Resoluo ANEEL 414/2010, inciso 37 no seu 2 artigo: o gru pamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em tenso igual ou superior a 2,3 kV, ou atendidas a partir de sistema subterrneo de distribuio em tenso secundria, caracterizado pela tarifa binmia e subdividido nos seguintes subgrupos: a) subgrupo A1 tenso de fornecimento igual ou superior a 230 kV; b) subgrupo A2 tenso de fornecimento de 88 kV a 138 kV; c) subgrupo A3 tenso de fornecimento de 69 kV; d) subgrupo A3a tenso de fornecimento de 30 kV a 44 kV; e) subgrupo A4 tenso de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV;

f) subgrupo AS tenso de fornecimento inferior a 2,3 kV, a partir de sistema subterrneo de distribuio. E quanto aos clientes do grupo B, segundo o inciso 38 deste mesmo artigo: o grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em tenso inferior a 2,3 kV, caracterizado pela tarifa monmia e subdividido nos seguintes subgrupos: a) subgrupo B1 residencial; b) subgrupo B2 rural; c) subgrupo B3 demais classes; e d) subgrupo B4 Iluminao Pblica.

Clientes dos Grupos A e B

Diante dos nmeros apresentados percebe-se que natural a possibilidade de sofrer com problemas relacionados, principalmente, a fatores como a qualidade da tenso fornecida pela concessionria, dos tipos de cargas existentes na rede de distribuio e da sensibilidade dos equipamentos aos vrios tipos de perturbaes. Logo, fazer com que haja uma mesma soluo, de forma definitiva, para todas as reas de transformadores no possvel. Por isso, para que haja uma ao bastante eficiente, do ponto de vista tcnico-econmico, deve haver um estudo para cada uma das diferentes localidades, levando-se em conta os trs fatores citados. Os problemas que podem ocorrer no sistema eltrico de potncia (SEP), como por exemplo, a instalao cada vez maior de cargas no-lineares, isto , cargas que no obedecem a Lei de Ohm, e que afetam diretamente a qualidade de energia, podem ser definidas como um surto revelado em qualquer uma das grandezas Frequncia, Tenso e Corrente eltrica que resulte em pane ou m operao de equipamentos conectados a rede eltrica em unidades consumidoras 21

do grupo A ou B. E est relacionada tambm s suspenses de carter permanente ou temporrio que afetem o desempenho dos equipamentos, conectados direta ou indiretamente rede de energia eltrica, principalmente nos locais onde a distribuio de energia feita em baixa tenso, onde existem maiores problemas relacionados qualidade de energia. As medies do comportamento da tenso, corrente, distores harmnicas e desequilbrios so timas referncias da condio do sistema eltrico de distribuio e dos tipos de cargas conectadas nele. E o melhor que todas essas leituras podem ser realizadas sem cessar as operaes normais e depois podem ser inseridas de forma simples, utilizando-se softwares especficos, e registradas graficamente ao longo do tempo, contribuindo para produzir diagnsticos precisos, como o tempo limite para se acionar uma ao corretiva ou preventiva. Ainda sim, isto no impede que a equipe de manuteno formule um conjunto de aes empricas, baseadas em normas e padres de especificao tcnica prpria ou conforme resoluo normativa especfica. Lembrando que tais desequilbrios podem surgir no somente nas vrias partes do SEP, mas tambm nas instalaes eltricas das unidades consumidoras, ficando nesse caso, toda a responsabilidade a cargo do cliente, como dispe os artigos 166, 167 e o terceiro inciso do pargrafo nico do artigo 210 da Resoluo ANEEL n 414/2010, e ainda, a Norma da Celpe SM02. 0 3-00.001.001, que diz: para os clientes do Grupo A (tarifa binmia), no confere responsabilidade s concessionrias de distribuio de indenizar os aparelhos eletroeletrnicos danificados por perturbao da rede eltrica nas UCs atendidas em tenso maior que 2.3 kV e, portanto, estas devem adotar as protees eltricas exigidas nas Normas SM01.00-00.004 e SM01.00-00.003, Classe 15 kV e 69/138 kV, respectivamente, bem como adotar as protees de sobretenso, subtenso e sobrecorrente, incluindo os dispositivos de proteo contra surto DPS e de corrente diferencial residual DR, conforme as prescries das Normas da ABNT NBRs 14039 e 5410. Assim, a QEE sempre dever ser avaliada como um dos principais requisitos relacionados regulao do mercado energtico, no s no Brasil, mas em todo o mundo. No setor industrial, por exemplo, tem impacto direto na produtividade de grandes, mdias e pequenas empresas com processos sensveis aos distrbios da qualidade de energia, gerando prejuzos enormes caso no sejam, os tais problemas, devidamente solucionados pelos seus responsveis

legais. Os resultados obtidos pela pssima qualidade de energia eltrica geram aquecimentos demasiadamente grandes nos circuitos eltricos, cuja consequncia acelerar a queima dos diversos equipamentos ligados a esses circuitos, principalmente os eletrnicos. Com isso, certamente pode-se afirmar que a qualidade de energia est diretamente relacionada com os custos de manuteno e perda de produtividade. Em certos casos, uma interrupo eltrica de apenas um minuto pode ocasionar prejuzos de milhares Reais. Portanto, diante do exposto, fica notria a importncia de uma anlise minuciosa do nvel da QEE para uma manuteno adequada da qualidade deste produto, que a princpio, concentra-se em um pequeno conjunto de medies que podem prever as falhas de distribuio de energia ou carga crtica, com a finalidade de descobrir as causas e as consequncias dos distrbios no SEP, para que seja possvel apresentar medidas viveis do ponto de vista tcnico-econmico, e solucionar o problema de forma eficaz. Devido a isso, a forma mais excelente de monitorar a qualidade da energia eltrica atravs da manuteno preditiva, que poder analisar no somente a existncia de ondas harmnicas, como tambm outras srias perturbaes eltricas que causam desequilbrios em todo o sistema ou parte dele, diminuindo a necessidade de gastos inesperados e elevando o nvel de excelncia do produto, assim, no tocante aos aspectos da QEE, a Celpe, por meio da Termoviso e da Medio Grfica, direciona um conjunto de inspees diferenciadas no sistema eltrico que podem prever as falhas de distribuio da energia comercializada, melhorando o nvel da qualidade deste produto.

5.1. Qualidade do Produto A seo 8.1 do oitavo mdulo do PRODIST caracteriza os fenmenos da QEE, a partir da definio da terminologia, da constituio dos critrios de amostragem e dos parmetros e valores de referncia relativos conformidade de tenso em regime permanente e as perturbaes na forma de onda de tenso. Os aspectos considerados da qualidade do produto em regime permanente ou transitrio so os seguintes: 23

5.1.1 Tenso em Regime Permanente Nesse aspecto so estabelecidos limites adequados, precrios e crticos para nveis de tenso em regime permanente, os indicadores individuais e coletivos de conformidade de tenso eltrica, os critrios de medio e registro, os prazos para regularizao e de compensao ao consumidor, caso as medies de tenso excedam os limites dos indicadores. Essa conformidade de tenso eltrica referese comparao do valor de tenso em regime permanente, analisada atravs de um conjunto de leituras obtido por medio apropriada, de acordo com a metodologia descrita para os indicadores individuais e coletivos, no ponto de conexo, em relao aos nveis de tenso especificados como adequados, precrios e crticos conforme as tabelas abaixo. Tabelas 1, 2 e 3 (Grupo A) e Tabela 5 (Grupo B) Tabela 1 Pontos de conexo em Tenso Nominal Igual ou Superior a 230 kV Tenso de Atendimento (TA) Faixa de Variao da Tenso de Leitura (TL) em Relao Tenso de Referncia (TR) Adequada Precria 0,95TRTL 1,05TR 0,93TR TL