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Keith Soares de Jesus
A UTILIZAÇÃO DE PAREDES MACIÇAS DE CONCRETO
EM CONJUNTOS HABITACIONAIS NA REGIÃO
METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE/MG.
Trabalho de Conclusão de Curso
Curso de Engenharia de Produção Civil
Belo Horizonte, novembro de 2011
A UTILIZAÇÃO DE PAREDES MACIÇAS DE CONCRETO
EM CONJUNTOS HABITACIONAIS NA REGIÃO
METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE/MG.
Trabalho de Conclusão de Curso
Monografia apresentada ao Curso de Engenharia de Produção Civil como requisito parcial para aprovação na disciplina Projeto de Fim de Curso
Orientador: Prof. Weber Moravia
Belo Horizonte, novembro de 2011.
Esta página deve conter o original ou cópia da Ata de Defesa do PTC. O modelo
acima pode ser obtido no site do DAEC, no endereço:
http://www.civil.cefetmg.br/galerias/arquivos_download/Ata_de_defesa_de_PFC.
Dedico esse trabalho aos meus esforços,
á Deus, ao meu orientador pelo apoio no
desenvolvimento dessa pesquisa.
Agradecimentos
Agradeço em primeiro á Deus por todas as conquistas alcançadas, por todos os
obstáculos vencidos e pela força durante toda a caminhada.
Aos meus pais pelo apoio incondicional, pelas orientações, por toda educação e
tempo dedicados a mim, fatores muito importantes para a formação da pessoa
que sou.
Ao meu orientador Weber Moravia, por ser um profissional muito competente e
capaz de incentivar o interesse pela engenharia civil e mostrar que o mercado de
trabalho pode ser muito proveitoso para quem quer se dedicar a pesquisa, pela
paciência e pelo seu dom de ensinar.
Ao Engenheiro José Belém Barbosa Neto, por acreditar na minha capacidade
como profissional e pela oportunidade de estar inserida num processo desafiador
dentro da empresa.
Aos meus amigos de CEFET que contribuíram para minha caminhada até aqui,
aos amigos que fiz no intercâmbio, a todos que de certa forma contribuíram para
minha formação como pessoa e profissional que nesse momento me torno.
Meu muito obrigada.
“A mente que se abre a uma nova ideia
jamais voltará ao seu tamanho
original.”
Albert Einstein
Resumo
As paredes de concreto são um método construtivo industrializado e racional.
Visando atender as demandas crescentes do mercado residencial no Brasil e a
necessidade de uma resposta rápida a essa demanda, o sistema construtivo
vem sendo amplamente utilizado pelas construtoras para o programa de
incentivo do governo federal para a construção de habitações, que pretende
entregar até 2014 um milhão de residências a fim de sanar parte do déficit
habitacional no país. A rapidez sem perda da qualidade é um dos pontos que
mais chamam a atenção do sistema construtivo. O desempenho desse tipo de
estrutura vem sendo estudado por órgãos técnicos em conjunto com as
empresas que aplicam o método na construção de habitações.
Palavras Chave: industrialização da produção, paredes de concreto,
sistemas racionalizados.
Abstract
The concrete walls constitute a highly industrialized and reactive construction
method. Aiming to meet the growing demands of the residential market in Brazil
and having to develop a rapid response to this demand, contractors have been
using this constructive system to attend the needs of the federal government's
housing program, which plans to deliver by 2014 one million houses in order to
remedy part of the housing shortage in the country. The system has been used in
the 70's and 80's in Brazil; however, it had no large-scale production like
nowadays. One of the most interesting characteristics of the constructive system
is combining speed with no quality loss. The performance of this type of structure
has been studied by technical bodies and companies that apply the method in
residential construction.
Keywords: concrete walls, industrialization of production, streamlined
systems.
i
Sumário
Sumário i
Lista de figuras ii
Lista de tabelas iii
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1
1.1 Introdução ........................................................................................................... 1
1.2 Justificativa .......................................................................................................... 2
1.3 Objetivos ............................................................................................................. 3
1.3.1. Objetivo Geral ............................................................................................. 3
1.3.2. Objetivo Específico ...................................................................................... 3
1.4 Estrutura do Trabalho ......................................................................................... 4
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................. 5
2.1 Alvenaria estrutural ............................................................................................ 5
2.1.1 Breve Histórico ............................................................................................ 5
2.1.2 Definição ..................................................................................................... 9
2.1.3 Classificação .............................................................................................. 14
2.1.4 Vantagens e desvantagens do emprego da alvenaria estrutural ............. 15
2.2 Paredes maciças de concreto ........................................................................... 18
2.2.1 Contextualização ....................................................................................... 18
2.2.2 O sistema Parede de concreto .................................................................. 19
2.3 Materiais Utilizados .......................................................................................... 24
2.3.1 Concreto .................................................................................................... 24
2.3.2 Fôrmas ....................................................................................................... 27
2.3.3 Aço ............................................................................................................ 32
2.4 Aprovação do sistema e requisitos de desempenho ........................................ 33
2.4.1 Desempenho Térmico ............................................................................... 35
2.4.2 Desempenho Acústico .............................................................................. 36
2.4.3 Outros requisitos de desempenho ........................................................... 37
i
3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 38
3.1 Metodologia Aplicada ....................................................................................... 38
3.2 Objeto de Estudo .............................................................................................. 40
4 CONSTRUÇÕES COM PAREDES MACIÇAS DE CONCRETO – ESTUDO DE CASO ......... 41
4.1 A Obra ............................................................................................................... 41
4.2 Execução e projetos .......................................................................................... 44
4.3 Redução de tempo de execução ....................................................................... 57
4.4 Economias Esperadas ........................................................................................ 59
4.5 Exigências do Sistema ....................................................................................... 65
5 CONCLUSÕES............................................................................................................. 67
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 70
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 Introdução
A alvenaria estrutural, na forma que conhecemos hoje, foi introduzida no Brasil,
na década de 60 e foi sendo aprimorada conforme a melhoria das técnicas e o
desenvolvimento das normas brasileiras (FRANCO, 1992).
Desde então, esse processo construtivo vem atendendo às necessidades de se
construir com qualidade, atendendo prazos com baixo custo, casas e edifícios
habitacionais.
“As estimativas do déficit habitacional no Brasil são bastante diferentes e variam,
conforme a metodologia empregada, de cinco a treze milhões de moradias. Na
prática, isso representa algo entre 20 a 52 milhões de pessoas no país que não
disporiam de habitações adequadas. Há famílias morando em residências não
servidas por saneamento básico (abastecimento de água e esgotamento
sanitário), mais de uma família em uma única habitação, em favelas, em
cortiços, meros quartos ou salas e até embaixo de pontes.” (VASCONCELOS,
1996).
Nesse sentido, é crescente a procura por novos processos construtivos que
tornem a construção civil mais próxima da industrialização para que a resposta
do setor a essa grande demanda existente seja mais efetiva com maior
qualidade e rapidez.
A alvenaria estrutural apresenta várias vantagens se comparada com a alvenaria
convencional, uma das grandes vantagens na adoção dessa tecnologia de
construção está na alta capacidade de racionalização de materiais e métodos
utilizados na construção de edifícios.
Processos racionalizados aproximam um sistema da industrialização, pois,
aumentam o nível organizacional das atividades. Segundo FRANCO (1992), a
2
industrialização da construção implica num “processo evolutivo que, através de
ações organizacionais e da implementação de inovações tecnológicas, métodos
de trabalho, técnicas de planejamento e controle objetiva incrementar a
produtividade e o nível de produção e aprimorar o desempenho da atividade
construtiva”.
A construção civil apresenta um atraso em relação aos demais ramos industriais.
Os processos adotados na execução de edifícios, apesar do ganho com a
alvenaria estrutural, ainda apresentam características artesanais, de modo geral
ainda geram muito desperdício de tempo, refletindo diretamente na
produtividade da mão de obra e na falta de compatibilização de projetos o que
acaba criando erros em grandes escala.
A inserção das paredes maciças de concreto, como processo construtivo na
execução de edifícios e casas, traz para o setor mudanças brusca, no sentido de
incutir ao processo maior qualidade, rapidez de execução, redução de
improvisações e desperdícios, melhoria da produtividade, redução de resíduos
gerados pela obra, melhoria no canteiro de obras – organização, redução de
risco para o trabalhador - afastando a construção civil de uma imagem associada
à falta de controle de qualidade, morosidade e desperdício (EL DEBS, 2000).
1.2 Justificativa
Tendo em vista a demanda por habitações no Brasil e a necessidade de
implementar uma construção ainda mais racionalizada que a alvenaria estrutural,
a construção de edifícios e casas com as paredes maciças de concreto
moldadas in loco, podem ser uma forma de tornar os processos construtivos no
Brasil mais eficazes.
Essa técnica de construção exige uma coerência maior entre projetos desde o
início do empreendimento, pouco se vê falar sobre “as built” nesse tipo de
construção, afinal todos os elementos são locados dentro de uma estrutura
monolítica que não permite alterações na sua estrutura, ainda há a redução de
3
etapas construtivas, a minimização de interferências na estrutura pelos projetos
complementares e aumentando a qualidade final do produto.
Dessa forma, através da análise de um estudo de caso, pretende – se verificar
as vantagens desse sistema, identificando quais os principais pontos relevantes
para a utilização desse método construtivo.
1.3 Objetivos
1.3.1. Objetivo Geral
Obter melhores informações sobre a utilização e o desempenho das paredes
maciças de concreto moldadas in loco no mercado da construção civil
comparando alguns aspectos dos sistemas de alvenaria estrutural.
1.3.2. Objetivo Específico
O objetivo específico do trabalho é analisar a partir de um caso real quais as
implicações desse método construtivo no mercado brasileiro da construção civil.
Como a técnica é aplicada no canteiro de obras, quais os ganhos na execução
com esse método, quais problemas decorrentes da sua utilização.
Pretende-se com este trabalho evidenciar o método que sendo utilizado no Brasil
e posiciona-se como uma tendência no mercado da construção civil.
Nesse sentido, o trabalho abordará as principais características do processo,
quais as necessidades em relação à mão de obra, fornecimento de materiais e o
lay out do canteiro de obras comparando as com as características da alvenaria
estrutural, atualmente o sistema que domina o mercado da construção
residencial no país.
4
1.4 Estrutura do Trabalho
O presente trabalho é composto por seis capítulos, que analisa de forma global
as caraterísticas das paredes maciças de concreto moldadas in loco e o
processo executivo dessa técnica, tendo por base a comparação com a
alvenaria estrutural método construtivo mais usado no Brasil na atualidade. No
capítulo dois, a revisão bibliográfica visa analisar as características desse tipo de
construção, as paredes maciças de concreto em relação à alvenaria estrutural,
através de documentos de autores que já abordaram o assunto. No capítulo três
será abordada a metodologia adotada para esse trabalho, detalhando quais as
ferramentas utilizadas para realização do estudo sobre as paredes maciças de
concreto moldadas in loco. O capítulo quatro aborda as principais vantagens
conseguidas através da aplicação do método no campo, a análise dos ganhos
dentro de um canteiro de obras e os problemas decorrentes dessa aplicação na
rotina de um canteiro. No capítulo decorrente, as conclusões sobre o sistema
construtivo e quais as possibilidades do mesmo no mercado brasileiro. No último
capítulo, a bibliografia, lista as referências técnicas, utilizadas como fonte de
informações a respeito de alvenaria estrutural e das paredes maciças de
concreto moldadas in loco.
5
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Alvenaria estrutural
2.1.1 Breve Histórico
Uma das mais antigas formas de construção empregadas na história da
humanidade é a alvenaria. Desde os primórdios ela tem sido utilizada pelo ser
humano em habitações, monumentos e templos religiosos. Exemplos famosos
da exploração dessa técnica podem ser citados: a pirâmide de Quéops, na qual
foi utilizada mais de dois milhões de blocos de pedra, o farol de Alexandria
(Figura 2.1), com altura média em torno dos 130 metros e as grandes catedrais
góticas construídas na Idade Média com grandes vãos realizados através do
auxílio de arcos e abóbodas como exemplo a catedral de NotreDame
CAMACHO (2006)(Figura 2.2).
Figura 2.1 – Farol de Alexandria de 280 a.c (Fonte: Farol de Alexandria – InfoEscola)
6
Figura 2.2 – Catedral de Notre Dame, Paris, de 1163. (Fonte: Acervo Pessoal)
Ainda que muito utilizada, as alvenarias começaram a ser estudadas por volta de
1920, início do século XX, com base em ensaios experimentais e princípios
científicos. Essa atitude possibilitou o aprimoramento das técnicas de construção
com alvenaria estrutural ao fundamentar – se em teorias mais racionais para o
uso do método (CAMACHO, 2006).
Dessa forma, edifícios começaram a ser projetados com paredes mais esbeltas
e não robustas como o Monadnock Building (Figura 2.3), no século XIX, em
Chicago, que utilizou notadamente as alvenarias como elementos portantes da
estrutura, as quais tinham em torno de 1.80m de espessura no térreo. Segundo
FRANCO (1992), se o Monadnock Building fosse construído hoje suas paredes
teriam 30 cm de espessura. O motivo do superdimensionamento das estruturas
está, no fato dos projetos serem feitos sem conhecimento suficiente da técnica e
a falta de pesquisas levam a um projeto estrutural concebido empiricamente
forçando as estruturas a serem superdimensionadas, pois a segurança dessas
não era garantida.
7
Figura 2.3 – Monadnock Building, de 1891 – Chicago – USA (Fonte: Wikipédia)
Com a utilização do concreto armado e o crescimento das técnicas nesse
sentido, que permitiam elementos estruturais mais esbeltos, a alvenaria
estrutural passou a ser utilizada mais na execução de edifícios de pequeno
porte.
Contudo, mais tarde na década de 50 a alvenaria estrutural ganharia nova
investida, após uma série de experimentações, em 1951 , na Suíça, um edifício
de alvenaria não armada de 13 pavimentos foi projetado e executado por Paul
Haller, com paredes internas de 15 cm e externas de 37.5cm, vários prédios
foram construídos dessa forma pela Europa, na Alemanha, Inglaterra e Suíça,
mais tarde seria empregada esse técnica na América, nos Estados Unidos, o
processo construtivo foi largamente utilizado mesmo em áreas com risco de
abalo sísmico, contudo, para essas regiões as alvenarias eram armadas. No
Brasil, as alvenarias estruturais foram aplicadas em edificações de quatro
andares em 1966 e na década seguinte prédios com 12 andares foram
construídos em São Paulo (ACCETTI, K. M, 1998).
Conforme, KALIL (2004), o auge da alvenaria estrutural no Brasil foi à década de
80, após a disseminação dos conjuntos habitacionais em todo o país, acabou
8
sendo conhecido como um método construtivo para a população de baixa renda
(Figura 2.4).
Figura 2.4 – Empreendimento residencial da COHAB no Piauí (Fonte: Governo do
Estado do Piauí - http://www.piaui.pi.gov.br)
Segundo ACCETTI, K. M.(1998) “o uso desse tipo de método construtivo tem
desenvolvimento lento e reservado”, passado dez anos com o crescimento da
construção civil no setor habitacional a técnica é amplamente utilizada pelas
construtoras brasileiras.
Atualmente no país, o método construtivo vem sendo amplamente utilizado, após
a estabilização da economia, o mercado aquecido tem sido palco para grandes
empresas concorrentes buscarem cada vez mais redução de custos a partir de
técnicas construtivas mais inteligentes, induzindo o setor privado a investir em
pesquisas e até mesmo nas universidades.
A alvenaria não armada de blocos vazados de concreto parece ter futuro
promissor na construção de edifícios no Brasil segundo CORREA & RAMALHO
(2003), a possibilidade de redução de custos e o grande número de
fornecedores são parte da justificativa da afirmativa acima de utilização para os
padrões médio e baixo, perfil da maior parte da população que é atingida pelo
déficit habitacional, para os edifícios até doze pavimentos.
Para os exemplos citados, de acordo com os mesmos autores, paredes de
espessura igual a 14 centímetros e resistência de bloco necessária de 1 MPa
9
multiplicado pelo número de pavimentos acima dos nível considerado. Para
esses os blocos cerâmicos, ganham espaço de mercado nas edificações com
até dez pavimentos por possuir agora fornecedores que apresentem material
com confiabilidade e resistências para o bloco superiores a 10MPa.
2.1.2 Definição
Segundo CAMACHO (2006), alvenaria estrutural é o processo construtivo na
qual, os elementos que desempenham a função estrutural são de alvenaria,
sendo os mesmos projetados, dimensionados e executados de forma racional.
“A alvenaria estrutural é um tipo de estrutura em que as paredes são elementos
portantes compostos por unidades de alvenaria, unidos por juntas de argamassa
capazes de resistirem a outras cargas, além de seu peso próprio.” (BEDIN,
OLIVEIRA & PRUDÊNCIO JR., 2002) (Figura 2.5).
Figura 2.5 – Execução de alvenaria estrutural (Fonte: Jornal Estado de Minas – Coluna
Lugar Certo, 2010.)
Segundo a ABNT (NBR-10837/89), alvenaria estrutural não armada de blocos
vazados de concreto é “aquela construída com blocos vazados de concreto,
assentados com argamassa, e que contém armaduras com finalidade construtiva
ou de amarração, não sendo esta última considerada na absorção dos esforços
calculados”. Já alvenaria estrutural armada de blocos vazados de concreto,
10
segundo a mesma referência, é “aquela construída com blocos vazados de
concreto, assentados com argamassa, na qual certas cavidades são
preenchidas continuamente com graute, contendo armaduras envolvidas o
suficiente para absorver os esforços calculados, além daquelas armaduras com
finalidade construtiva ou de amarração”.
Dentro da definição de alvenaria estrutural é relevante identificar quais os seus
componentes e os requisitos mínimos de utilização.
Conforme CORREA & RAMALHO (2003) os componentes das alvenarias
estruturais são: bloco ou unidade, argamassa, graute e armadura.
Assim uma breve descrição desses componentes será feita, uma vez que o
objeto do trabalho não é alvenaria estrutural, contudo para um melhor
entendimento das comparações que serão estabelecidas com o sistema de
paredes maciças de concreto faz-se necessário à abordagem simplificada
desses elementos a seguir expostos:
Blocos ou unidades
As unidades são os principais responsáveis pela capacidade resistente da
estrutura. Os materiais que compõe basicamente os blocos no Brasil são: as
unidades de concreto, as de cerâmica, e as unidades sílica – calcárias, sendo os
primeiros citados os mais utilizados e os últimos os menos empregados na
construção de edificações no país.
Os blocos podem ser vazados ou maciços (Figura 2.6) São considerados
maciços quando não possuírem um índice de vazios menor que 25% da área
total. Caso esse índice seja ultrapassado a unidade é considerada vazada.
Desse detalhe, advêm uma consideração muito importante no Brasil a tensão
referência para os projetistas é a que utiliza a área bruta, como aqui as unidades
apresentam um índice de vazios em torno de 50% a conversão de tensão da
aréa bruta para a tensão da área líquida é feita apenas multiplicando o valor da
primeira por dois (CORREA & RAMALHO, 2003).
11
Figura 2.6 – Exemplo dos tipos de blocos de concreto vazados para alvenaria estrutural.
(Fonte: MDS Pavimentação – Tipos de blocos de concreto)
A aplicação das unidades também pode ser classificada em alvenaria de
vedação e estruturais. O interesse desse trabalho é discutir as unidades que
desempenham a função estrutural, nesse sentido deve – se estar atento para as
normas específicas como a NBR 6136 de 2006 sobre blocos vazados de
concreto simples para a alvenaria estrutural que dita quais os valores mínimos
de resistência característica do bloco à compressão em relação à área bruta, são
eles:
fbk ≥ 6Mpa: para blocos em paredes externas sem revestimento;
fbk ≥ 4.5Mpa; para blocos em paredes internas ou externas com
revstimento.
Assim, os blocos a serem empregados devem ter no mínimo 4.5MPa. Já na
norma NBR 7171 de 1995, diz que os blocos portantes cerâmicos devem ter
capacidade resistente de 4 Mpa (CORREA & RAMALHO, 2003).
Argamassa
A argamassa de assentamento possui os seguintes papéis: fazer a junção entre
as unidades, transmitir e uniformizar as tensões entre as mesmas, outro papel
importante está na capacidade de absorver pequenas deformações e o de
impedir a entrada de água e vento nas edificações. Composta de areia, cimento,
cal e água, a argamassa deve atender as boas características de
12
trabalhabilidade, resistência, plasticidade e durabilidade para o desempenho
satisfatório de suas funções (CORREA & RAMALHO, 2003), (Figura 2.7).
Figura 2.7 – Exemplo do assentamento de blocos, cordões de argamassa. (Fonte:
Técnico em Edificações – Blog – Seção: Alvenaria.)
A NBR 10837/89 relaciona os diferentes valores de tensão admissível á
tração e ao cisalhamento para alvenaria em função da resistência média à
compressão da argamassa. No entanto, esse parâmetro não é de grande
relevância para a resistência á compressão das paredes. Ficou evidenciado,
que das características a mais importante é a plasticidade que realmente
permite que as tensões sejam transferidas de maneira uniforme entre as
unidades.
Graute
O graute ou micro concreto é produzido com agregados de pequenas
dimensões e de fluidez considerável, empregado eventualmente para o
preenchimento de vazios dos blocos. Sua função é promover o aumento da
área da seção transversal das unidades ou a solidarização entrem blocos e
armaduras que podem estar previstas nos vazios dos mesmos. Com essa
aplicação é possível gerar o aumento da capacidade portante das alvenarias
13
à compressão ou permitir que as armaduras colocadas resistam tensões de
tração, fator esse que não é resistido pelas alvenarias solitárias (CORREA &
RAMALHO, 2003), (Figura 2.8).
Figura 2.8 – “Pontos de graute” com armadura no detalhe da alvenaria. (Fonte: Site
Comunidade da Construção – Sistemas construtivos)
Ao analisarmos o conjunto bloco, graute e eventualmente a armadura, podemos
analogamente comparar ao comportamento monolítico do concreto armado ao
comportamento desse conjunto. Entretanto, para que tal comparação seja mais
próxima da realidade é necessário garantir a cobertura das armaduras por
completo e a adesão tanto a elas quanto aos blocos.
A resistência do graute deve ser maior ou igual a duas vezes a resistência
característica do bloco conforme a norma NBR 10837, tal exigência está
relacionada com a área bruta e o índice de vazios de 50% mencionadas no item
anterior que caracterizou os blocos.
Armaduras
As armaduras aplicadas na alvenaria estrutural são as mesmas utilizadas nas
estruturas de concreto armado. Vale lembrar que neste caso sempre serão
14
envolvidas pelo graute que ajudará na solidarização entre o conjunto bloco,
graute e armaduras. Para as juntas das argamassas de assentamento as
armaduras são diferentes que as demais. Para tal situação, é necessário
ressaltar que o diâmetro deve ser no mínimo 3.8mm, sendo limitado o tamanho
da armadura na garantia de não ultrapassar a metade da espessura da junta
(CORREA & RAMALHO, 2003), (Figura 2.9).
Figura 2.9 – Montagem da armadura no detalhe da alvenaria. (Fonte: Site Comunidade
da Construção – Sistemas construtivos)
2.1.3 Classificação
As alvenarias podem ainda ser classificadas de acordo com o processo
construtivo ou o material empregado para tal. Desse modo podemos classifica-
lás em:
Alvenaria Estrutural Armada: é o processo construtivo em que, por
necessidade estrutural, os elementos resistentes (estruturais) possuem
uma armadura passiva de aço. Essas armaduras são dispostas nas
cavidades dos blocos que são posteriormente preenchidas com micro-
concreto (Graute).
15
Alvenaria Estrutural Não Armada: é o processo construtivo em que nos
elementos estruturais existem somente armaduras com finalidades
construtivas, de modo a prevenir problemas patológicos (fissuras,
concentração de tensões, etc.).
Alvenaria Estrutural Parcialmente Armada: é o processo construtivo
em que alguns elementos resistentes são projetados como armados e
outros como não armados. De uma forma geral, essa definição é
empregada somente no Brasil.
Alvenaria Estrutural Protendida: é o processo construtivo em que
existe uma armadura ativa de aço contida no elemento resistente.
Alvenaria Estrutural de Tijolos ou de Blocos: função do tipo das
unidades.
Alvenaria Estrutural Cerâmica ou de Concreto: conforme as unidades
(tijolos ou blocos) sejam de material cerâmico ou de concreto.
O objeto de comparação para as paredes maciças de concreto nesse estudo são
as alvenarias estruturais armadas e não armadas.
2.1.4 Vantagens e desvantagens do emprego da alvenaria estrutural
“As principais vantagens da alvenaria estrutural são a economia de formas,
redução significativa dos revestimentos, redução dos desperdícios de mão-de-
obra e material, redução do número de especialidades e flexibilidade no ritmo de
execução da obra. Quanto às desvantagens, o sistema apresenta dificuldade de
adaptar-se ao projeto arquitetônico ao novo uso, interferência entre projetos de
arquitetura e a necessidade de mão-de-obra especializada.” (CORREA &
RAMALHO, 2003).
16
A modulação da alvenaria é a principal característica que confere ao processo
de execução de alvenaria estrutural racionalidade, a falta de modulação pode
gerar aumento nos custo e menor racionalidade. (CORREA & RAMALHO, 2003).
O projeto de modulação conta com uma variedade de tipos e tamanhos de
blocos de concreto, estabelecidos de acordo com a Norma NBR 6139 de 1994.
A modulação da alvenaria ainda permite a locação de pontos das instalações
hidráulicas – sanitárias e de instalações elétricas durante a execução da
alvenaria, reduzindo as quebras decorrentes da implementação dos projetos
complementares após a finalização da alvenaria (Figura 2.10).
Figura 2.10 – Exemplos de modulação de alvenaria planta e elevação (Fonte: Site
Comunidade da Construção – Sistemas construtivos).
As execuções das fundações são de extrema importância para as alvenarias
autoportantes, a falta de alinhamento das estruturas de fundação com as
alvenarias podem gerar esforços adicionais e várias patologias. Para esse
método construtivo é essencial um controle minucioso da fundação, pois esse
tipo de estrutura tem capacidade reduzida de absorver os esforços resultantes
de recalques diferenciais (BEDIN, OLIVEIRA & PRUDÊNCIO JR.,2002).
A compatilização de projetos é de extrema importância para o sucesso de
qualquer empreendimento da construção civil, na alvenaria estrutural não é
diferente. A falta de coerência entre os projetos complementares, o arquitetônico
e estrutural, dificulta prever e solucionar eventuais dificuldades de execução,
implicando em gastos com quebras que poderiam ser evitadas com o emprego
17
de blocos específicos para tal necessidade (CORREA & RAMALHO, 2003)
(Figura 2.11).
Figura 2.11 – Exemplos compatilização de projetos – elevação de alvenaria e pontos do
projeto elétrico. (Fonte: Site Comunidade da Construção – Sistemas construtivos)
As desvantagens decorrentes da adoção desse sistema construtivo vêm da
dificuldade de adaptação da arquitetura para um novo uso, excluindo a
possibilidades de rearranjo dos espações dentro da edificação, da interferência
entre os projetos de arquitetura, estruturas e instalações complementares que
afetam de maneira marcante a manutenção futura das instalações não permite
que alterações sejam feitas na estrutura (quebras, furos) exigindo uma execução
mais criteriosa dos serviços e por último da necessidade de mão de obra bem
qualificada associada ao uso de equipamentos e instrumentos adequados
(prumos, esquadros, níveis a laser, etc.) para a execução do sistema construtivo.
Essa necessidade implica em treinamento prévio da equipe contratada a fim de
minimizar os riscos de falhas. (CORREA & RAMALHO, 2003).
18
2.2 Paredes maciças de concreto
2.2.1 Contextualização
O setor da construção civil no Brasil recebeu grande investimento por parte do
governo federal com a criação do Programa Minha Casa, Minha Vida, que
pretende entregar para a população um milhão de unidades até 2014 para as
famílias de renda baixa e média até R$ 1600,00. Nesse sentido, surgiu uma
grande demanda pela construção de moradias para sanar o déficit habitacional e
a exigência de uma resposta rápida das construtoras brasileiras para a execução
e entrega das edificações (Fonte: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL).
Assim, o sistema paredes de concreto é uma possibilidade de solução tendo em
vista que as alvenarias convencionais e estruturais já não se apresentam
vantajosas no que se diz a respeito da velocidade de execução e da
racionalidade do sistema (maior industrialização). Visando corresponder às
necessidades de velocidade de execução e qualidade final do produto, as
empresas do setor, buscaram outras tecnologias que implicassem em maior
industrialização que tem como consequência maior rapidez de execução, ganho
esse trazido pela alta repetitividade e pela redução de atividades e
especialização da mão de obra. Em países como Chile e Colômbia, a utilização
do sistema construtivo apresentou resultados positivos a partir desse sistema
para a construção de edificações. No México, a partir da utilização do método foi
possível liquidar o déficit habitacional do país (JUSTUS, 2009; ABCP, 2007).
A técnica já foi utilizada nos anos de 70 e 80, quando algumas empresas
adotaram o método no Brasil, em experiências bem sucedidas do sistema
Gethal, e o sistema Outinor. Contudo, à falta de demanda e continuidade das
obras nesses modelos e também pela falta de investimento para financiamentos
e programas voltados para habitações, esses processos executivos não se
consolidaram no mercado da construção civil (ABCP, 2007).
19
A empresa Votorantim Cimentos prevê que o mercado da construção residencial
no país será tomado por essa técnica, segundo projeções cerca de 70%. Já a
ABCP, que vêm desde 2007 pesquisando o sistema e o avanço dele no mercado
brasileiro, prevê algo em torno de 50% de projetos sendo executados com a
técnica de paredes de concreto (JUSTUS, 2009).
2.2.2 O sistema Parede de concreto
O sistema parede de concreto, assim como são chamadas comercialmente as
paredes maciças de concreto moldadas in loco é resultante do processo que
utiliza formas montadas no local da obra, conforme a planta da edificação, com
as instalações complementares (elétrica e hidráulica) distribuídas e depois é
preenchida com concreto (Figura 2.12 – Casas construídas com o sistema
parede de concreto (Fonte: ABECE, WENDLER, 2009, pag.4).Figura 2.12). A
característica mais marcante do sistema construtivo é a constituição de um
sistema monolítico a partir da junção de vedação e estrutura
(MISURELLI&MASSUDA, 2009).
Figura 2.12 – Casas construídas com o sistema parede de concreto (Fonte: ABECE,
WENDLER, 2009, pag.4).
O método construtivo apresenta grande racionalização uma das características
que delimita sistemas industrializados. Projetos que possuem alto índice de
repetitividade na execução se encaixam perfeitamente na aplicação desse
sistema (Figura 2.13). Podendo ser aplicado em obras de diversos portes ou
20
padrões residenciais seja popular, médio ou alto, de acordo com as suas
variadas possibilidades.
A escolha do processo executivo nesse método é ponderada sob o aspecto da
agilidade sem perda da qualidade na execução da edificação (FRANCO, 1992).
Pode ser utilizados para a construção de casas, sobrados, edifícios em até seis
pavimentos, de nove pavimentos garantindo a solicitação da estrutura apenas
para a compressão, tendo exemplos de edifícios de até 30 pavimentos (ABCP,
2007), (Figura 2.14).
Figura 2.13 – Cohab Ribeirão Preto – Empreendimento de alto índice de industrialização
repetitividade ( Fonte: ABECE, WENDLER, 2009, pag.3).
21
Figura 2.14 – Diversas tipologias que poder ser concebidas a partir do sistema paredes
de concreto, (Fonte: HESKETH, 2009).
A sistematização da construção civil aproxima – se mais da realidade com a
adoção do sistema de paredes de concreto. Baseado completamente em
conceitos de linha de produção, onde a industrialização perpassa por materiais e
equipamentos, mecanização, modulação, exigente controle tecnológico e maior
atribuições de funções para uma mesma célula de trabalho tornam os canteiros
de obras cada vez mais parecidos com as indústrias automobilísticas (ABCP,
2007).
Nesse sentido, o sistema de paredes de concreto torna a construção civil menos
artesanal e improvisada, contribuindo também para a redução do número de
operários no canteiro. A mão de obra mais qualificada e uma maior produção
refletem na produtividade do empreendimento. As paredes de concreto são
viabilizadas partindo dos seguintes pressupostos: escala velocidade compatível,
padronização e planejamento sistêmico (ABCP, 2007).
Com intuito de obter melhores resultados decorrentes da utilização do método,
qualidade, índices de produtividade satisfatórios e o prazo desejado, é exigido
do engenheiro um controle rigoroso de todas as fases do empreendimento
desde os projetos até a entrega da obra, com exclusivo cuidado na fase de
22
montagem e desmontagem dos módulos de formas, pois, as fôrmas são a “alma”
desse sistema, garantem a formatação da estrutura e o uso eficiente de concreto
(ABCP, 2007).
Conforme já dito anteriormente o sistema é altamente racionalizado. A mão de
obra é treinada na função de montadores sendo capazes de executar todas as
tarefas necessárias como armação, instalações, montagem, concretagem e
desfôrma (Figura 2.15), outra grande vantagem é que o método executivo é a
redução no número de oficias se comparado a outros processos adotados na
construção de edifícios. Evidenciando assim mais uma característica do sistema
a redução dos custos indiretos do empreendimento (MISURELLI&MASSUDA,
2009).
Figura 2.15 – Montagem das fôrmas, colocação de armaduras e tubulação elétrica
(Fonte: Revista Equipe de Obra, Junho de 2011).
O sistema das paredes de concreto moldadas in loco, permite além de
velocidade e redução de custos, um grande ganho com a redução de
desperdício e as etapas construtivas de uma obra. No sistema de alvenaria
estrutural é comum haver perdas durante a execução das instalações elétricas e
hidráulicas, pois, há a quebra das paredes para a passagem de tubulações que
não foram locadas durante a execução da alvenaria ou caixas de passagem que
deixaram de ser embutidas nos blocos. Nas paredes de concreto, as instalações
já são locadas durante a montagem das fôrmas para que já estejam no lugar
quando ocorrer a concretagem, eliminando os retrabalhos, dispensando a mão
de obra que a executa e suprimi os resíduos gerados pelas quebras decorrentes
23
dos blocos. Resultante da utilização do sistema paredes de concreto, o
desperdício é o menor possível, em torno de 80% menor que nos outros
sistemas de alvenaria (D'AMBROSIO, 2009).
Decorrentes da adoção desse sistema de execução de edificações, a redução
das etapas do processo como, por exemplo, o acabamento. Na parede de
concreto, após a desfôrma, de acordo com acabamento final do concreto, a
edificação já está preparada para receber a pintura ou o assentamento cerâmico
(HESKETH, 2009), (Figura 2.16).
Figura 2.16 – Execução de acabamento em alvenarias e parede de concreto (Fonte:
HESKETH, 2009).
Se caso a superfície não esteja pronta para receber o acabamento, o processo
de estucagem, que consiste na correção de falhas e emendas no concreto, é
aplicado (PINI, 2009). A espessura das paredes também é fator relevante no que
consiste em vantagem sobre outros sistemas. Pelo fato de ter menor tamanho a
espessura das paredes, utilizando atualmente e=10cm, há um ganho na área útil
da unidade para a mesma área total da unidade executada em outro sistema,
por exemplo, alvenaria estrutural. (ABCP, 2007)
24
2.3 Materiais Utilizados
2.3.1 Concreto
O sistema paredes de concreto já demonstra em seu nome qual o principal
elemento a ser utilizado: o concreto, para tal exige – se atenção especial e
controle rigoroso. (MISURELLI; MASSUDA, 2009).
Tipos de concreto
Implicações decorrentes da utilização dessa prática consideram – se as classes
do concreto conforme Tabela 2.1, exclusivamente para os elementos de
concreto que tem função de vedação. As lajes e quaisquer outras estruturas de
concreto armado devem seguir as especificações e recomendações da norma
específica NBR 6118, inclusive quanto ao tipo de concreto aplicado (ABCP,
2007).
Tabela 2.1 – Tipos de concreto utilizado ( Fonte: ABCP, 2007).
Para as classes de concreto, acima mencionadas, os tipos L1 e M para a
resistência mínima à compressão devem ser utilizados apenas para edifícios de
até dois pavimentos. Os tipos L2 e N podem ser utilizados para a execução de
qualquer tipologia de edificação.
O concreto L1, com resistência mínima de 4 MPa, resistência semelhante a
apresentada pelos blocos estruturais, é preparado de forma convencional com a
adição de pequenas bolhas de ar distribuídas de maneira uniforme por todo o
25
concreto. A adição das bolhas de ar confere ao concreto do tipi L1,
características como a baixa massa especifica e desempenho acústico e térmico
satisfatórios. Usualmente utilizado para edificações com até dois pavimentos
quando a resistência mínima é igual à especificada (ABCP, 2007).
Concreto com elevado teor de ar incorporado – limite de 9% - Tipo M, com
características parecidas com as do concreto do tipo L1, é usado principalmente
em casas, sobrados, desde que especificado com resistência mínima de 6 MPa.
(ABCP, 2007).
Concreto com agregados leves ou de baixa massa específica, tipo L2,
composto de agregados leves, tem características como bom desempenho
térmico e acústico, contudo, se comparados com os tipos L1 e M é levemente
inferior nesses requisitos. Utilizado para qualquer estrutura que solicite
resistência em até 25 MPa. (ABCP, 2007).
Concreto convencional ou auto adensável do Tipo N, apresenta como
principais características: a aplicação rápida feita por bombeamento e possuir
alta plasticidade dispensando assim o uso de vibradores. (ABCP, 2007).
Transporte, aplicação e cura do concreto.
O uso do caminhão betoneira é o transporte mais indicado para fazer o percurso
que leva o concreto matriz, feito em centrais dosadoras, até o local da obra.
Antes de iniciar a concretagem, devem ser feitas as verificações do concreto a
ser entregue e os ensaios necessários exigidos para a sua utilização, slump test
e moldagem dos corpos de prova para ensaio de resistência à compressão
(ABCP, 2007).
Para o lançamento do concreto nas fôrmas é necessário fazer um planejamento
detalhado que observando desde as características do concreto até o layout do
canteiro de obras. O procedimento a ser adotado para a concretagem consiste
26
em iniciar o lançamento por um dos cantos da edificação após o significativo
enchimento das paredes próximas ao ponto escolhido. A posição é alterada para
o lado oposto desse canto, até que se complete a estrutura nesse ciclo dos
quatro cantos da estrutura, sempre lembrando que deve – se concretar um canto
e imediatamente depois o canto oposto a ele como ilustra a Figura 2.17. A
utilização de bombas para o lançamento do concreto minimiza a probabilidade
de falhas de concretagem e as interrupções com tempo superior a 30 minutos
devem ser evitadas para que não existam juntas frias de concretagem.
Figura 2.17 – Exemplo de plano concretagem do sistema de paredes de concreto (Fonte:
ABCP, 2007).
O concreto deverá ser vibrado com equipamento adequado imediatamente após
o lançamento (Figura 2.18). O adensamento do concreto deve ser cuidadoso
tendo em vista garantir o preenchimento de todos os vazios dentro das fôrmas e
a não retirada da armadura da sua posição correta. Como medida de segurança
durante o lançamento do concreto, deve se ainda bater nos painéis com martelo
de borracha a fim de garantir também o preenchimento. O concreto auto
adensável – Tipo N, ou o concreto celular do Tipo L1, não necessitam de ser
vibrados, por possuírem maior fluidez, plasticidade e viscosidade, evitando a
segregação de materiais e possíveis patologias decorrentes dessa falha na
concretagem (ABCP, 2007).
27
Figura 2.18 – Exemplo de concretagem do sistema de paredes de concreto, verificação
de fluidez, lançamento de concreto com bomba e adensamento com vibrador de
mangote ( Fonte: MISURELLI; MASSUDA, 2009).
A cura do concreto deve ser feita em condições que assegurem ao concreto
jovem proteção contra agentes como: mudança brusca de temperatura,
secagem, vento, chuvas fortes, agentes químicos, choques e vibrações de
grande intensidade, que possam ocasionar fissuras ou afetar a aderência entre
concreto e armadura (ABCP, 2007).
2.3.2 Fôrmas
As formas no sistema paredes de concreto possuem grande importância e é o
sinônimo de industrialização do processo. São estruturas provisórias cujo único
objetivo é moldar o concreto fresco. As fôrmas devem resistir às todas as
pressões exercidas pelo concreto em lançamento além do peso próprio, até que
adquira resistência suficiente para a retirada (ABCP, 2007).
Exige – se das fôrmas que elas sejam estanques e tenham a geometria perfeita
para a garantia de regularidade da superfície após a desforma.
Os projetos dessas fôrmas para serem aplicadas no sistema de paredes de
concreto devem contemplar o posicionamento de painéis, as peças de
travamento e prumo, escoramento e a sequência de montagem e desmontagem.
28
Tipos de fôrmas
Os tipos de fôrmas mais utilizados na construção com paredes de concreto são
(Figura 2.19):
Fôrma Metálica: Encontradas nos formatos de quadros e chapas
metálicas. O material mais usado é o alumínio, por ser mais leve e
resistente outro material usado nesse tipo de fôrma é o aço (ABCP,
2007). São consideradas as fôrmas mais caras e que mais podem ser
reutilizadas, cerca de 1000 vezes (PINI, 2009).
Fôrma Metálica + Compensado: São compostas por peças metálicas
– aço ou alumínio, e utilizam chapas de madeira compensada ou
material sintético para dar o acabamento na peça concretada (ABCP,
2007).
Fôrma Plástica: Feitas de plástico reciclado, as fôrmas de plástico são
encontradas nos mesmos formatos que as demais acima
mencionadas, são consideradas as fôrmas mais baratas disponíveis
no mercado podem ser utilizadas cerca de 100 vezes, o
contraventamento dos painéis é feito com peças metálicas (ABCP,
2007).
Para edifícios de múltiplos pavimentos, as fôrmas deslizantes podem ser
utilizadas, para obter maior produtividade. Estruturadas com painéis de grande
dimensão e andaimes de serviço, já são transportadas de uma única vez,
reduzindo as etapas de montagem. Com isso o transporte vertical do conjunto
exige uma grua no canteiro.
29
Figura 2.19 – Exemplo de tipos de fôrmas acima, na sequência: a) fôrmas metálicas, b)
fôrmas mistas, c) fôrmas de plástico, d) fôrmas deslizantes (Fonte: ABCP, 2007).
Recebimento de Fôrmas
Todas as fôrmas devem ser encaminhadas à obra com o projeto de montagem
em anexo. Sendo o documento indispensável para o inicio de montagem. O
responsável pela obra deve ainda antes da execução da montagem analisar o
projeto a fim de verificar se existem dúvidas quanto à execução da montagem
das fôrmas. Ainda o romaneio das peças deve ser feito para evitar problemas
futuros na devolução do material e verificar se faltarão peças durante a
montagem e uma possível perda de tempo ao constatar a falta apenas na hora
da execução da montagem e assim gerando um tempo de espera.
Deve também, ser previsto local adequado para o armazenamento desse
material longe de intempéries protegendo de agentes químicos ou agressivos ao
material das fôrmas garantindo assim o tempo previsto para a repetida utilização
das mesmas (ABCP, 2007).
a) b)
c) d)
30
Montagem de Fôrmas
Segundo ABCP (2007), a montagem das fôrmas deve seguir a sequência
executiva do projeto que podem varia de uma tipologia para outra, entretanto o
padrão de montagem é:
Nivelamento da laje de piso da fundação ou piso inferior:
Garantir que o piso onde as fôrmas serão montadas está
perfeitamente nivelado, evita diferença de níveis de topo entre os
painéis o que poderia acarretar uma descontinuidade no
alinhamento superior das paredes.
Marcação das linhas de paredes nas fundações: A fim de
referenciar as posições dos painéis é preciso a marcação de
locação das fôrmas internas e externas, os painéis ficam apoiados
sobre o radier, dai a importância de nivelamento da base para a
disposição das fôrmas.
Montagem das armaduras, rede hidráulica e elétrica.
Início do posicionamento dos painéis de fôrmas de paredes:
O projeto deverá contemplar à seqüência executiva da montagem
dos painéis. Usualmente, começa se a montagem das peças pela
parede hidráulica, no banheiro ou cozinha, colocando - se
primeiro os painéis do canto, formando um “L”, e depois os
painéis da face interna da parede hidráulica escolhida. Essa
escolha é de grande importante, pois permite a locação da
tubulação bem no centro da parede. A montagem pode ser feita
de duas maneiras: com a montagem dos painéis internos
primeiro, nesse caso, a montagem de armaduras e das
tubulações podem ser feitas após a colocação das peças internas;
a montagem pareada, onde os painéis internos e externos são
colocados simultaneamente e as armaduras e tubulações já
encontram – se locadas corretamente para o fechamento da
fôrma. É importante ainda ressaltar, a necessidade de numeração
das peças no projeto e no campo para uma conferência mais
31
rápida em caso de erros na montagem e facilitar a remontagem
dos painéis.
Colocação de portas e janelas (caixilhos): Durante a montagem
das fôrmas pode se optar pela colocação das esquadrias nesse
momento, tais elementos devem possuir mesma espessura das
paredes ou ser colocadas através de “negativos” que são peças
que sirvam para posicionar corretamente as esquadrias e evitar o
deslocamento durante a concretagem.
Colocação dos grampos ou pinos para a fixação dos painéis.
A montagem dos grampos de fixação deve obedecer ao projeto.
Posicionamento das escoras prumadoras: inicialmente vão
ajudar na sustentação dos painéis e depois servirão como
controle milimétrico do prumo das paredes através da regulagem
da posição.
Locação das ancoragens: Comumente chamados de “elementos
de costura” formam as linhas de costuras das peças tem como
principal função absorver as pressões que o concreto exercerá
sobre as fôrmas no estado plástico.
Fechamento das fôrmas de paredes: O projeto de fôrmas deve
prever que as peças sejam moduladas com dimensões e peso
que permitam o transporte e o manuseio pelos operários. Os
encaixes e seqüenciamento de peças devem ser respeitados para
conferir rigidez ao conjunto.
Desmontagem de Fôrmas
O processo de desmontagem das fôrmas tem tanta relevância quanto à
montagem das mesmas. A desmontagem vai garantir a integridade das fôrmas e
o posicionamento correto das fôrmas para a próxima moldagem da estrutura. As
peças devem ser limpas para a reutilização, o material deve ser limpo de forma a
garantir a retirada completa de resíduos de argamassa e a posterior aplicação de
32
desmoldante. Como existem vários tipos de fôrmas para a execução do método
paredes de concreto, de acordo com o tipo escolhido, o desmoldante que mais
se adeque deve ser empregado com a finalidade de ratificar que o concreto não
grudará na superfície das fôrmas e nem prejudique a aderência do revestimento.
(ABCP, 2007).
2.3.3 Aço
O método das paredes de concreto exige como armação a tela soldada, a qual
deve atender a parâmetros de dimensionamento e uso. A tela deve ser
posicionada no eixo vertical das paredes.
As armaduras próximas às aberturas de portas, janelas e vãos, são reforçadas
com armadura convencional. Para edificações mais altas, a estrutura deve
receber duas camadas de tela armada, posicionadas da mesma forma que as
telas para edificações menores, entretanto, recebe reforços verticais nas
extremidades das paredes.
Segundo a coletânea de ativos da ABCP de 2008, as seções mínimas de aço
devem seguir as seguintes especificações:
A seção mínima de aço das armaduras verticais deve corresponder a no mínimo 0,09% da seção de concreto. Para construções de até dois pavimentos ou os dois últimos pavimentos de um edifício, permite-se a utilização de armadura mínima equivalente a 66% destes valores.
A seção mínima de aço das armaduras horizontais deve corresponder a, no mínimo, 0,15% da seção de concreto. No caso de paredes com até 6 m de comprimento horizontal, permite-se a utilização de armadura mínima equivalente a, no mínimo, 60% destes valores, desde que se utilizem fibras ou outros materiais que comprovadamente contribuam para minorar a retração do concreto.
As armaduras utilizadas para a construção nesse modelo devem ser
posicionadas próximo ao centro geométrico horizontal da parede. Para paredes
com risco de choque, por exemplo, de veículos, paredes que engastam
marquises ou paredes com espessura maior que 15 cm devem ser detalhadas
33
armaduras para as duas faces da parede. O espaçamento entre as barras da
malha de aço devem ser de duas vezes o valor da espessura da parede ou em
no máximo 30 cm.
Os reforços nos vãos funcionam analogamente ao sistema de vergas e contra
vergas nos sistemas convencionais. As barras devem ser de dimensão mínima
de 0.5cm2 (ABCP, 2008).
As armaduras aplicadas em paredes de concreto devem atendem a três
requisitos básicos: resistência aos esforços de flexotorção nas paredes, controlar
a retração do concreto, estruturar e fixar as tubulações de elétrica, hidráulica e
gás (ABCP, 2007).
2.4 Aprovação do sistema e requisitos de desempenho
O sistema construtivo não tem norma especifica que o regulamente. Entretanto,
existem várias normas que servem como referência para o método construtivo.
São elas as seguintes:
ABNT NBR 6118/2003 – Projeto de estruturas de concreto;
ABNT NBR 6120/2000 – Cargas para o cálculo de estruturas de
edificações;
ABNT NBR 6123/1990 – Forças devidas ao vento em edificações,
ABNT NBR 7480/2007 – Aço destinado a armaduras para estruturas de
concreto armado – Especificação;
ABNT NBR 7481/1990 – Tela de aço soldada - Armadura para concreto;
34
ABNT NBR 8681/2004 – Ações e segurança nas estruturas;
ABNT NBR 8953/1992 – Concreto para fins estruturais - Classificação por
grupos de resistência;
ABNT NBR 14862/2002 – Armaduras treliçadas eletrossoldadas –
Requisitos, (ABCP, 2007).
Essas referências normativas são essenciais para o correto dimensionamento
das estruturas.
Existe uma série de mitos a cerca do método das paredes de concreto como:
desempenho térmico e acústico ruim, muitas patologias, que os projetistas não
estão preparados, que não é um sistema seguro (FONSECA JR, 2009).
Entretanto existe um esforço mútuo entre empresas e os órgãos técnicos para a
criação de documentos que regulamentem o sistema como é o caso da
Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP e a ABECE – Associação
Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural. Em conjunto com as empresas
foi lançada pela ABCP em 2007 a primeira coletânea de ativos do sistema,
descrevendo suas principais características, implicações do método e viabilidade
do negócio. Em 2008 foi lançada uma segunda versão que discute os
parâmetros de adoção do sistema para edifícios altos e os resultados de ensaios
sobre o desempenho estrutural do sistema.
Em 2009, a coletânea de ativos visa relatar o desempenho do concreto
empregado e suas características.
Os quatro tipos de concreto foram analisados e aprovados de acordo com
apresentado na Tabela 2.2 – Instituições onde foram realizados testes nos
quatro tipos de concreto (Fonte: WENDLER,2009)Tabela 2.2 conforme a norma
NBR 15575/2009 que delimita as características de desempenho de habitações
35
até cinco pavimentos, ainda determina os parâmetros relativos a outros aspectos
como: segurança estrutural, segurança contra incêndio, uso e operação,
estanqueidade, desempenho térmico, desempenho acústico, durabilidade,
conforto antropodinâmico e adequação ambiental (WENDLER, 2009). O sistema
está em vigência em vários estados brasileiros e existem laudos que certificam o
uso do método pelas construtoras.
Tabela 2.2 – Instituições onde foram realizados testes nos quatro tipos de concreto
(Fonte: WENDLER,2009)
Concreto celular - L1
Avaliações de sistemas construtivos e
estabelecimentos de requisitos para edificações
térreas - Furnas, dezembro de 2003.
Concreto com agregado leve - L2
Desenvolvimento de concreto de alto desempenho
estrutural leve - USP São Carlos, fevereiro de 2005.
Avaliação do desempenho construtivo -
CETEC, julho de 2005.
Relatório de desempenho de conforto térmico - USP
São Carlos, agosto de 2006.
Avaliação do desempenho acústico-USP São Carlos,
dezembro de 2006.
Concreto com ar incorporado – M
Avaliação de desempenho térmico de edifícios
habitacionais em oito zonas bioclimáticas do Brasil -
IPT, maio de 2008.
Concreto normal – N Sistemas construtivos em concreto moldado in loco e
tilt up - Furnas, 2006.
2.4.1 Desempenho Térmico
Segundo WENDLER (2009):
“A edificação habitacional deve reunir características que atendam as exigências de desempenho térmico, considerando - se a região de implantação da obra e as respectivas características bioclimáticas e considerando-se que o desempenho térmico do edifício depende do comportamento interativo entre fachada, cobertura e piso.”
36
Figura 2.20 – Interação entre os elementos de fachada, cobertura e painéis de vedação
das edificações para o desempenho térmico (Fonte: WENDLER,2009).
O desempenho térmico de cada tipo de concreto foi testado de acordo com as
oito zonas bioclimáticas definidas para o país e de acordo com a característica
da habitação (Figura 2.1). Segundo avaliação do IPT – Instituto de Pesquisas
Técnicas, o desempenho foi considerado satisfatório para todas as regiões
brasileiras.
2.4.2 Desempenho Acústico
Os índices de ruídos aceitos nas habitações devem propiciar isolamento acústico
entre meio externo e interno, assim como entre as unidades distintas do
pavimento (mínimo de 45dB) e complementarmente entre as diferentes áreas de
uma mesma unidade (mínimo de 30dB). O conforto acústico está diretamente
ligado á massa das paredes que pode ser obtida através da relação entre a
espessura da parede e a massa específica (WENDLER, 2009), (Figura 2.21).
De acordo com autor supracitado, as paredes de concreto apresentam
desempenho satisfatório no requisito analisado.
37
Figura 2.21 – Espessuras mínimas para isolamento acústico (Fonte: WENDLER,2009).
2.4.3 Outros requisitos de desempenho
O sistema paredes de concreto mostrou se muito bom no que concerne às de
mais características de desempenho.
No que diz respeito às características de estanqueidade, o sistema foi testado
para o concreto mais poroso, o L1 e não apresentou infiltrações durante a
execução do teste.
Em relação á resistência ao fogo, as paredes de concreto apresentaram
desempenho satisfatório, pois além de manter estanque da propagação e
isolamento das áreas se manteve estruturalmente estável, pois não tem apenas
função de vedar, mas também de resistir estruturalmente. O sistema possui
melhor desempenho nesse quesito devido ao concreto ser um material de baixa
transmissão de calor e ser incombustível (ABCP, 2007).
A durabilidade e manutenibilidade do sistema são analisadas de acordo com os
projetos da edificação. Entretanto a durabilidade do sistema pode ser
comprovada por casos de sucesso da utilização do sistema no Brasil e outros
países da América Latina.
38
3 METODOLOGIA
3.1 Metodologia Aplicada
Num primeiro momento do trabalho foi feita a abordagem dos principais aspectos
da alvenaria estrutural, sistema mais adotado no Brasil para a construção de
edifícios residenciais. Nesse sentido a abordagem do sistema de paredes de
concreto foi feita para salientar suas características e poder contextualizar as
diferenças entre os dois métodos construtivos.
Foi escolhida uma obra executada no sistema paredes de concreto para a
análise dos aspectos que tornam esse modelo construtivo algo muito atrativo
para as empresas no momento.
Dentro desse sistema, são observados os principais fatores que tornam a obra
mais vantajosa que o sistema de alvenaria estrutural, são alguns deles:
Rapidez na execução,
Redução de mão obra,
Otimização da execução de projetos complementares,
Redução de revestimento aplicado,
Redução de resíduos gerados durante a obra,
Ganho de qualidade na estrutura, etc.
39
Um acompanhamento diário das atividades dentro desse empreendimento
possibilitou verificar na realidade quais as implicações do modelo adotado, quais
os ganhos da aplicação do sistema e verificar a execução do projeto da estrutura
concomitante aos demais projetos confrontados com aos dados da revisão
bibliográfica.
Uma análise qualitativa do sistema de paredes de concreto com a alvenaria
estrutural é uma ferramenta eficiente para comparar os dois métodos
construtivos.
As paredes de concreto moldadas in loco são aconselhadas para obras de
grande repetitividade e grande volume de unidades.
Vale ressaltar que o sistema parede concreto não é uma tecnologia recente,
contudo, é uma tecnologia que ultimamente tem recebido intenso investimento
por parte de empresas do setor da construção civil. O tema vem sendo discutido
desde 2007 na Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e está
despertando o setor para uma nova era. A falta de norma específica para o
modelo construtivo, também desperta muitas polêmicas a cerca do desempenho
e possíveis patologias ao longo dos anos.
A verificação dos projetos durante a execução do empreendimento também
foram importantes para descrever o sistema de paredes de concreto.
Fotografias foram tiradas ao longo da execução da obra para mostrar o decorrer
das atividades e para exemplificar especificidades que o canteiro de obras desse
método possui.
Espera – se, através desse estudo salientar o método que se tornou grande
oportunidade de evolução do mercado da construção civil com um processo
mais racionalizado, por conseqüência mais industrializado, mais veloz, sendo
capaz de responder, com mais eficiência a grande demanda por habitações no
Brasil.
40
3.2 Objeto de Estudo
Conforme citado anteriormente trata – se de um estudo sobre uma obra
executada no sistema paredes de concreto, destinada ao Programa Minha Casa,
Minha Vida, com fase inicial de 1640 unidades com entrega prevista para março
de 2012, a obra foi iniciada em abril último. A empresa mantém obras no sistema
de alvenaria estrutural e tem seu processo de paredes de concreto homologado.
É o primeiro empreendimento com essa tecnologia feito por essa empresa, a
obra é situada na região metropolitana de Belo Horizonte. O empreendimento é
responsável pela criação de um bairro na região, assim será necessária a
execução de uma estação de tratamento de esgoto – ETE, na região visando
atender as novas unidades do local.
Os principais pontos vantajosos do sistema serão descritos a partir daqui,
demonstrando também que o sistema sofre adequações para sua implantação
de acordo com a área a ser implantado, contudo, verifica-se uma padronização
dos processos a fim de trazer a construção civil características de uma linha de
produção como na indústria em geral.
41
4 CONSTRUÇÕES COM PAREDES MACIÇAS DE
CONCRETO – ESTUDO DE CASO
4.1 A Obra
O estudo de caso foi feito através do acompanhamento diário das atividades de
uma obra que utiliza as paredes de concreto como sistema construtivo. As
unidades desse empreendimento são voltadas para o Programa Minha Casa
Minha Vida, do governo federal, totalizando na primeira etapa do
empreendimento 1640 unidades (Figura 4.1 e Figura 4.2). A obra em questão é
o Residencial Alterosa, localizado na região metropolitana de Belo Horizonte, na
cidade de Ribeirão das Neves (Figura 4.3), é um dos maiores complexos
habitacionais da região. As unidades têm áreas de 36.14m2 para os
apartamentos do segundo ao quinto pavimento e 36.97m2 para os apartamentos
do primeiro pavimento destinado às PNE’s – unidades adequadas aos
portadores de necessidades especiais.
Figura 4.1 – Planta da unidade tipo (Fonte: Projetos cedidos pela empresa).
42
Figura 4.2 – Planta do pavimento tipo do empreendimento (Fonte: Projetos cedidos pela
empresa).
A obra teve seu contrato assinado com a Caixa Econômica Federal em
dezembro de 2010 e o início das atividades no canteiro de obras foi em abril de
2011. O terreno onde o empreendimento foi implantado tem 65.550m2 possuindo
uma área de preservação permanente que deverá ter seu entorno revitalizado
pela empresa que executa a construção do residencial conforme exigência da
legislação da cidade.
43
Figura 4.3 – Localização do empreendimento e detalhamento do canteiro de obras
(Fonte: Google Maps).
44
A obra terá 1640 unidades, todas construídas através do sistema paredes de
concreto. Foram adquiridos três jogos de fôrmas, sendo que cada fôrma permite
a concretagem de um pavimento completo, dessa forma é possível concretar
simultaneamente três pavimentos tipos por dia.
A obra é inovadora na região e é grande alternativa para sanar a necessidade de
habitações no local com rapidez. A obra ainda é capaz de lidar com um
problema recorrente nas empresas do setor da construção civil em Minas Gerais:
a falta de mão de obra.
Nesse sentido, parte da justificativa da adoção do método para construir
perpassa pelo fato da mão de obra ter ser tornado cada dia mais escasso e mais
inflacionado. O prazo de entrega das unidades também é decisivo para a
escolha desse tipo de sistema.
4.2 Execução e projetos
A obra utiliza somente fôrmas de alumínio que possuem maior durabilidade para
a moldagem das unidades, em torno de mil utilizações e não enferrujam. O preço
médio de um jogo de fôrma de alumínio é em torno de R$ 380.000,00, assim sua
grande reutilização compensa o valor do jogo de fôrmas (Figura 4.4).
45
Figura 4.4 – Modulação das fôrmas das paredes Internas e externas (Fonte:
Projetos cedidos pela empresa).
46
A modulação das fôrmas garante a correta montagem dos painéis e evita que
peças sejam danificadas ao serem colocadas em locais para os quais elas não
foram projetadas, reduzindo os riscos de choque decorrentes de forçar a
montagem em locais errados.
Junto com detalhamento das fôrmas o projeto contempla as malhas previstas
para cada uma das paredes, quais os cortes devem ser feitos após a montagem
e os reforços de vãos com barras de aço (Figura 4.5).
Figura 4.5 – Exemplo de armação tipo das paredes do pavimento (Fonte: Projetos
cedidos pela empresa).
Diariamente são consumidos 51.2m3 de concreto auto adensável do tipo N por
fôrma com slump de 22 ±3 cm, para a concretagem de quatro apartamentos
mais o hall. A sequência de concretagem é determinada de acordo com a
disponibilidade dos radies para o início da superestrutura.
Os radies são liberados para concretagem após a distribuição dos elementos
dos projetos complementares como hidro-sanitário e elétrico na base para
posterior lançamento do concreto.
47
As tubulações são deixadas em espera para a continuidade das prumadas e
locadas onde serão os shafts e os armários de instalações. Para as tubulações
do térreo são previstos tubos e eletrodutos reforçados para suportar a carga
sobre as instalações, o envelopamento das tubulações é feito proteger e ainda
para prevenir recalques no radier devido ao deslocamento acidental dessas
tubulações (Figura 4.6).
Figura 4.6 – Exemplo de radier com as tubulações todas dispostas para fechamento
futuro das prumadas do edifício (Fonte: Fotos da obra).
Após a concretagem do radier é feita as marcações dos eixos das paredes do
pavimento conforme o projeto de compatibilização de fôrmas e telas soldadas
(Figura 4.7).
48
Figura 4.7 – Projetos com a marcação das paredes tipo (Fonte: Projetos cedidos pela
empresa).
As marcações são feitas a partir dos eixos externos marcando as paredes da
periferia e depois as paredes do interior são marcadas. O sistema é análogo a
marcação de forros de gesso feitos com “linha de giz”, a conferência de
esquadros é de extrema importância para estrutura que não é capaz de suportar
esforços diferenciais por ser monolítica (Figura 4.8).
Inicialmente as telas de aço eram ancoradas por pequenas barras colocadas no
eixo das paredes, próximo às quinas, conforme detalhe abaixo. Agora, por
medida de segurança, telas de 30 cm são usadas para ancoragem das paredes
com o radier e paredes – lajes para uma melhor consolidação da estrutura.
49
As telas eletrossoldadas utilizadas são a Q 92, cuja as barras empregadas são
de ɸ 4.2mm a cada 15cm nas direções vertical e horizontal, totalizando
0.92cm2/m de aço.
As telas Q113 são utilizadas nas lajes maciças, possui barras de ɸ3.8mm nas
duas direções com espaçamento de 10cm, totalizando 0.113 cm2/m de aço.
Figura 4.8 – Marcação das paredes com linha de giz (Fonte: Fotos da obra).
Nessa etapa os pontos das instalações elétricas também são locados conforme
o projeto das telas de aço. Os projetos vêm compatibilizados para garantir a
locação corretas dos pontos de tomadas e interruptores das unidades. No caso
desse empreendimento, as prumadas hidráulicas são feitas externas às paredes,
através de shafts, para evitar paredes com espessuras diferentes e por
conseqüência exigindo fôrmas diferenciadas no local. Os pontos da prumada
apenas são locados nas lajes e no radier (Figura 4.9).
Linha de giz para marcar a espessura das paredes.
Barras de aço para a ancoragem das telas das paredes.
50
Figura 4.9 – Shaft e prumada de esgoto no banheiro (Fonte: Fotos da obra).
Após a locação das caixas de passagem dos circuitos elétricos, os espaçadores
são distribuídos pelas telas armadas com a finalidade de garantir a
excentricidade das armaduras nas fôrmas das paredes (Figura 4.10).
A montagem das fôrmas segue o projeto da fornecedora e deve ser seguido
para evitar problemas durante a concretagem. As peças garantem
estanqueidade e resistência durante o lançamento do concreto. A montagem
incorreta traz riscos para essas garantias. A montagem incorreta pode acarretar
em perda da nata do concreto e explosão das fôrmas durante o lançamento. As
fôrmas são limpas antes da aplicação de desmoldante.
O desmoldante ideal para a aplicação em fôrmas de alumínio é à base de
parafina líquida e água. As peças de alumínio são levem e não dependem de
equipamentos para o içamento das peças.
51
Os vãos de portas e janelas possuem peças adequadas para garantir perfeito
acabamento dos vãos e dispensando a regulagem com preenchimento de
massa após o assentamento das esquadrias.
Figura 4.10 – Telas da armadura com as instalações elétricas distribuídas (Fonte: Fotos
da obra).
Durante a montagem das fôrmas é necessária a colocação dos pinos para
travar as peças umas nas outras e para deixar os suportes de andaimes
locados para a concretagem do nível seguinte. As peças deixadas para a
colocação posterior são denominadas faquetas. As faquetas são colocadas
através das paredes de concreto durante a montagem das fôrmas e retiradas
após a desmontagem do andaime que servirá para auxiliar a concretagem do
pavimento superior. As faquetas são feitas de aço e de extrema importância
para a montagem dos andaimes e travamento entre as peças do jogo de
fôrmas (Figura 4.11).
52
Figura 4.11 – Colocação das faquetas para travamento das peças da fôrma e fixação de
andaime (Fonte: Fotos da obra).
Os andaimes são essenciais para a concretagem dos demais pavimentos. A
configuração desse tipo de empreendimento é análoga à linha de produção da
indústria automobilística, porém, ao invés do produto se deslocar ao longo da
linha de produção os operários se deslocam.
As faquetas antes do fechamento das fôrmas são cobertas por um envoltório de
poliuretano que ajudam a facilitar a retirada após a concretagem (Figura 4.12). O
uso do envoltório, não evita que faquetas fiquem aderidas ao concreto, mas
reduz significativamente esse problema. A retirada das faquetas com furadeira
além de aumentar a mão de obra por jogo de fôrmas, no caso para o estudo em
análise de 30 pessoas, também prejudica a fachada e danifica as faquetas
empenando – as.
53
Figura 4.12 – Faquetas envolvidas por poliuretano (Fonte: Fotos da obra).
O fechamento entre as fôrmas é feito através dos pinos e cunhas que servem
para o travamento axial dos pinos.
Todos os elementos para o fechamento das fôrmas são de extrema importância
para garantir que durante a concretagem não haverá abertura das fôrmas ou
desvio da estrutura comprometendo o alinhamento.
Após o fechamento das paredes, as peças que compõe o teto são montadas. As
fôrmas para a laje de PNE e unidades padrão possuem peças diferenciadas
para os vãos de portas e espaço do hall, isso facilita a montagem e disposição
correta das peças, pois apenas por visualização é possível identificar o local de
aplicação.
O lançamento do concreto é feito após a liberação da armação das lajes e
colocação dos eletrodutos e dos pontos da instalação hidráulica (Figura 4.13).
54
Nessa etapa, tais elementos já são pré-montados, para agilizar a disposição dos
mesmos sobre a fôrma. Comumente as equipes de hidráulica, elétrica e
armadores montam os kits para cada laje a ser concretada e rapidamente
executam esse serviço que termina com o caminhão de concreto já na espera
para o lançamento.
Existe uma central de concreto próximo da obra, que foi instalada em parceria
com empresa terceirizada com a finalidade de evitar tempos de espera para a
concretagem, devido ao deslocamento do caminhão de concreto de uma região
da cidade para a outra.
A parceria foi firmada com custo mais baixos para o concreto, que os praticados
no mercado de acordo com o volume de aproximadamente 22mil metros cúbicos
de concreto apenas com a estrutura das edificações.
O lançamento do concreto é iniciado por volta das três horas da tarde, contudo
algumas vezes a programação ultrapassa o horário de expediente e é
necessário o pagamento de horas extras (Figura 4.13).
Figura 4.13 – Montagem dos eletrodutos e posterior lançamento do concreto (Fonte:
Fotos da obra).
55
A desfôrma sempre ocorre de 8 a 10 horas após o lançamento (Figura 4.14).
Existe uma central de ensaios dentro da própria obra a fim de reduzir os custos
com diárias de funcionários terceirizados. O rompimento dos corpos de prova
segue a seguinte escala: 14 horas – primeiro rompimento, 72 horas segundo
rompimento, daqui em diante segue os padrões de rompimento de corpos de
prova conforme norma: 7,14 e 28 dias de idade do concreto.
Figura 4.14 – Desmontagem das fôrmas e estucagem das paredes (Fonte: Fotos da
obra).
Cabe salientar que os escoramentos não são retirados completamente das lajes,
mas são estrategicamente deixados nos pontos onde o carregamento será maior
e os esforços podem ocasionar danos à estrutura. Essa localização é prevista
em projeto estrutural.
A estucagem das paredes (Figura 4.14) é feita logo após a retirada das fôrmas
para evitar a lentidão do processo, pois os operários que fazem essa atividade
fazem parte da equipe de montagem.
56
O sequenciamento da concretagem foi alterado desde que outras duas equipes
de montagem e desmontagem foram treinadas. Cada equipe é composta por 30
funcionários, a maior parte deles servente de obras, fator que evidencia a
diferença para o sistema de alvenaria estrutural.
Num primeiro momento o sequenciamento era de duas unidades/dia por jogo de
fôrmas (Figura 4.15), desde o segundo mês de empreendimento, o
sequenciamento foi alterado para 4 unidades/dia por jogo (Figura 4.16),
totalizando um rendimento diário de 12 unidades/dia para os três jogos de fôrma.
Figura 4.15 – Sequenciamento da concretagem – Início de obra com uma equipe (Fonte:
Documentos cedidos pela empresa).
57
Figura 4.16 – Sequenciamento da concretagem – Atualmente obra com três equipes
(Fonte: Documentos cedidos pela empresa).
4.3 Redução de tempo de execução
Segundo ABCP (2007), o sistema de paredes de concreto é um método
racionalizado que permite um planejamento completo e mais detalhado da obra.
Esse fator contribui significamente para o ganho de velocidade da obra.
Considerada uma solução eficiente para obras com alto índice de repetitividade,
com necessidade de padronização e redução de tempo de execução, o sistema
é vantajoso no que concerne redução de custos com a mão de obra (HESKETH,
2009).
A execução do empreendimento está prevista para 18 meses, sendo que os três
primeiros reservados para documentação de pós-contrato assinado, sendo
alguns deles viabilidade de abastecimento de água e luz e acordos para
revitalização da Área de Preservação Permanente que encontra - se em meio ao
condomínio residencial. Assim, podemos considerar apenas 15 meses para
execução de 1640 unidades habitacionais.
58
A redução do tempo de obra não está relacionada apenas ao alto índice de
produção da estrutura (Tabela 4.1), mas também às etapas que são eliminadas
durante o acabamento das unidades.
Tabela 4.1 – Comparação entre os sistemas adotados para execução de edificações –
Concretagem de unidades (Fonte: Dados cedidos pela empresa).
Conforme os dados da Tabela 4.1, é possível perceber que o sistema paredes
de concreto tem avanço muito mais expressivo no item estrutura do que o
método de alvenaria auto portante.
A produtividade da mão de obra no sistema paredes de concreto está associada
a maior compatibilização entre os projetos, a facilidade de execução de certas
tarefas como, por exemplo, a montagem da fôrma, a qual possui como agente
facilitador o baixo peso das peças e maior agilidade dos funcionários durante a
montagem.
A compatibilização dos projetos e a concretagem das paredes com as
instalações elétricas e hidráulicas nos locais definitivos são também importantes
para a redução de tempo de execução dos projetos complementares.
1ºdia
2ºdia
3ºdia
4ºdia
5ºdia
6ºdia
7ºdia
8ºdia
9ºdia
10ºdia
Alvenaria Auto portante 0,8 1,6 2,4 3,2 4 4,8 5,6 6,4 7,2 8
Paredes de concreto 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Un
idad
es c
on
cre
tad
as
Concretagem de Unidades/dia
59
Segundo dados da empresa SH, fornecedora das fôrmas para o
empreendimento, em parceria com a Direcional Engenharia, o tempo médio de
construção do metro quadrado a quinze anos atrás era de quarenta e duas horas
e hoje esse valor é menor do que trinta e seis horas.
O tempo de redução na execução das obras é em torno de 80% considerando o
valor de produtividade de estrutura no sistema de alvenaria estrutural. Conforme
a Tabela 4.1 é possível verificar a diferença de resultados entre os sistemas
construtivos.
A industrialização da cadeia produtiva na construção civil é essencial para a
redução de tempo na execução das edificações. A multifunção do operário, pois
em grande maioria a mão de obra aplicada é servente, permite maior
flexibilidade durante a execução das atividades e exclui a dependência do
operário para atividade. A utilização de equipamentos dentro do canteiro de
obras também contribui para processos mais velozes o arranjo do canteiro de
obras para esse tipo de metodologia construtiva também contribui para a
velocidade do processo. O treinamento da mão de obra permite maior qualidade
durante a montagem das fôrmas.
4.4 Economias Esperadas
Um sistema mais racionalizado traz uma série de economias ao longo da
evolução do empreendimento.
Se compararmos os valores de itens de orçamento isoladamente pode chegar à
conclusão que o sistema paredes de concreto não é uma opção barata para se
construir.
Além desse aspecto é importante salientar que o sistema se torna viável a partir
da necessidade de construção industrializada em grande escala.
60
A viabilidade de aplicação do sistema é determinada a partir da variabilidade de
projeto, no caso de condomínios habitacionais para o Minha Casa, Minha Vida,
baixa, demostrando alta repetitividade e pelo grande número de unidades a
serem construídas.
Ao compararmos os valores de superestrutura no sistema de alvenaria auto
portante com blocos de concreto, encontra - se valores de execução bem
menores do que no sistema de paredes de concreto conforme apresentado na
Tabela 4.1 – Comparação entre os sistemas adotados para execução de
edificações –Concretagem de unidades (Fonte: Dados cedidos pela empresa).
Mas a análise pontual não é a mais adequada para o caso.
Tabela 4.2 – Preços para composição da atividade de painéis de vedação com blocos de
concreto (Fonte: Dados cedidos pela empresa).
Insumo unidade Índice Unit Custo
Argamassa Mista de Cimento, Cal e Areia - Fck= 9 Mpa
m³ 0,02 245,06 5,04
Bloco de Concreto Estrutural, 14 x 19 x 9 cm, vazado, fbk= 9,0 MPa
un 52,50 0,60 31,61
Custo Unitário: 36,65
Insumo unidade Índice Unit Custo
Pedreiro h 0,75 9,26 6,95
Pedreiro (Produtividade) vb 1,00 3,41 3,41
Servente h 0,75 6,05 4,54
Custo Unitário: 14,89
Custo Unitário MDO + Material: 51,54
A partir desses valores conforme Tabela 4.3 pode – se fazer uma comparação
bem simples apenas considerando no sistema de paredes de concreto apenas o
valor do concreto que atualmente é de R$267,00/m3 para as características
61
exigidas no método e a mão de obra que no caso não precisa ser especializada
de um servente que foi treinado para ser montador de fôrmas. Mas para cada
equipe de 14 serventes – montadores existe um líder mais especialista no caso
um oficial, que recebeu treinamento mais intensivo para tal.
Tabela 4.3 – Preços para composição da atividade de painéis de vedação com concreto
(Fonte: Dados cedidos pela empresa).
Insumo unidade Índice Unit Custo
Concreto para Parede, Fc14h > 2 MPa, Fck 20 MPa, Brita 0, Slump 20 +/- 3 cm, com fibras de polipropileno, a/c < 0,63 (Com Taxa de Bomba)(Usina em Canteiro)
m³ 0,40 267,00 106,80
Concreto para Laje e Escadas, Fc14h > 3 MPa, Fck 20 MPa, Brita 1, Slump 10 +/- 2 cm, a/c < 0,65 (Com Taxa de Bomba)(Usina em Canteiro).
m³ 0,20 267,00 53,40
Custo Unitário: 160,20
Insumo unidade Índice Unit Custo
Pedreiro h 0,04 9,26 6,95
Pedreiro (Produtividade) vb 1,00 3,41 3,41
Servente h 0,53 7,05 4,54
Custo Unitário: 14,89
Custo Unitário MDO + Material: 175,09
Considerando apenas o valor do concreto e da mão de obra conforme
demonstrado na Tabela 4.3, fica evidente que o valor do sistema paredes de
concreto é mais caro, nesse item de composição do orçamento (Figura 4.17).
62
Figura 4.17 – Preços dos três tipos de sistema construtivo utilizado no país (Fonte:
GRAZIANO, 2010).
O gráfico permite afirmar que em média o sistema paredes de concreto é 3%
mais caro que o sistema de alvenaria estrutural. Para edificações com número
de pavimentos superior a vinte, as paredes de concreto tornam – se mais
baratas que a alvenaria estrutural.
Essa análise pontual não permite realmente verificar o ganho que se tem no
processo ao reduzir no número de custos indiretos. Podem ser considerados
esses: retrabalhos muito comuns na alvenaria estrutural como locação de caixa
de passagem elétrica feita através de cortes nos blocos com maquita ou na
refratária. A existência de um funcionário que faz o arremate de alvenaria, pois
os painéis de vedação sem função estrutural são apenas iniciados com o
assentamento dos blocos de amarração e os demais deixados para o arremate
que inicia após a concretagem da laje e deslocamento de equipe principal para o
próximo pavimento.
A baixa necessidade de mão de obra específica no sistema também é fator que
compensa o maior custo da superestrutura. Afinal, para a execução de oito
unidades de alvenaria de blocos de concreto com mesma tipologia uma equipe
de pelo menos 20 pessoas são necessárias entre oficiais de armação, alvenaria,
elétrica, hidráulica e ajudantes. Tem – se uma equipe menor, mas em
63
compensação um número maior de mão de obra especializada é necessário
transformando em um custo maior.
A necessidade de menor quantidade de revestimento no sistema paredes de
concreto é algo que também compensa esse aumento de preço pontual
analisado anteriormente. Segundo HESKETH (2009), não só revestimento tem
etapas reduzidas, mas toda a obra. As etapas dos processos são as seguintes
(Tabela 4.4):
Tabela 4.4 – Etapas de obras para os sistemas de alvenaria connvencionais e paredes
de concreto (Fonte: Adaptado de HESKETH, 2009).
Sistemas convencionais: Paredes de Concreto:
Fundações Fundações
Estruturas Paredes de Vedação
Vedações
Instalações Instalação de Kits e vãos precisos
Esquadrias
Cobertura Cobertura
Revestimentos Acabamentos
Acabamentos
Os acabamentos podem ser aplicados diretamente sobre as paredes de
concreto excluindo etapas como chapisco e reboco comum no sistema de
alvenaria de blocos. A aplicação de textura rolada após fundo de gesso apenas
com finalidade de regularizar porosidades das paredes é o meio mais eficiente
para acabamento das áreas secas. As áreas molhadas a aplicação do
revestimento é feita diretamente sobre as paredes. Ao contrário do que poderia
se imaginar a superfície um pouco mais lisa não interfere na aderência da
argamassa colante na parede. Não existem limitações quanto à aplicação de
qualquer acabamento, desde que sejam seguidas as especificações do
fornecedor, nas paredes de concreto (ABCP, 2007).
64
Outro ganho esperado com esse sistema construtivo está relacionado à baixa
geração de resíduos.
Os resíduos decorrentes desse sistema são resultantes das etapas de
acabamento, que se comparadas aos resíduos resultantes do acabamento na
alvenaria estrutural são muito menores. As instalações complementares como
elétrica e hidráulica não geram resíduos, uma vez que já se encontram
embutidas na estrutura - shafts. A redução na geração de resíduos traz melhoria
significante para a organização do canteiro de obras e a prevenção de acidentes
no local de trabalho.
As pilhas de entulho comumente encontradas nos sistema de alvenaria auto
portante causadas pela quebra de blocos é inexistente no sistema paredes de
concreto. A redução de resíduos é mais um fator que evidencia a racionalização
dos recursos e um emprego mais eficiente dos mesmos.
Segundo DESTERRO (2011), o desperdício gerado por quebras das paredes e
corte de blocos na alvenaria estrutural em comparação com as paredes de
concreto é reduzido em mais de 20%.
O sistema também é sustentável. O uso da madeira é reduzido no sistema
paredes de concreto, já que as fôrmas de madeira são exclusas durante a
execução da superestrutura, as fôrmas de alumínio são 100% recicláveis e
duram diversas vezes mais que as fôrmas convencionais de madeira
compensada.
A otimização do canteiro de obras, fator de relevância em todos os sistemas
construtivos, tem grande importância para a aplicação bem sucedida do sistema.
Visando a industrialização do processo, o canteiro de obras é modular e melhor
projetado com propósitos de diminuir a perda de tempo durante as
movimentações.
65
O auxílio de equipamentos durante a execução das atividades também é fator
que contribui para a sistematização do canteiro. O uso maior de equipamentos
como manipuladores telescópicos, empilhadeiras, entre outros, é explicado
também pela tentativa de reduzir a dependência do setor com a mão de obra em
todos os sistemas produtivos.
O potencial de ganho em escala no sistema paredes de concreto é bem mais
expressivo do que na alvenaria estrutural.
O fator que caracteriza e justifica o ganho é a baixa variabilidade do produto e a
alta padronização. A aplicação mais racionalizada de mão de obra e material
evidencia o sistema como oportunidade de crescimento e ganho no mercado.
4.5 Exigências do Sistema
O sistema paredes de concreto exige grande coordenação em todos os níveis
que contribuem para a execução da obra (ABCP, 2007)
São algumas exigências naturais do sistema:
Projetos bem compatibilizados e entregues antes do início da execução,
Planejamento e acompanhamento sistemático da obra,
Criação de planos de ataque para reduzir as perdas de tempo com
mobilizações e desmobilizações de equipes,
Disponibilidade de equipamentos para reduzir os gargalos da produção
fora do âmbito superestrutura e acabamento,
Treinamento de equipes para montagem das fôrmas,
Uma cadeia de suprimentos eficiente para o bom desempenho e
dinamismo do empreendimento,
Controle tecnológico intensivo,
Equipe de segurança do trabalho adequada aos parâmetros do sistema,
Limitações quanto a mudanças no projeto – baixa flexibilidade,
66
Controle de mão de obra intensivo – obras de grande escala com muitos
funcionários.
Atendendo às exigências o sistema paredes de concreto torna – se eficiente e
traz grandes benefícios ao construtor e é oportunidade de melhoria para o setor
da construção civil.
67
5 CONCLUSÕES
Diante dos dados do estudo de caso e da documentação levantada através da
revisão bibliográfica, os resultados indicam que sistema paredes de concreto é
uma grande oportunidade de melhoria no setor da construção civil, a chance de
industrialização do sistema e desvinculação da construção a processos
artesanais de alta dependência da mão de obra.
O método é altamente atrativo no que concerne ao atendimento de grande
demanda criado pelo incentivo ao sistema financeiro habitacional brasileiro. O
alto índice de repetitividade e a escala de produção são os fatores que
impulsionam o uso desse modelo executivo usado desde a década de 1970.
As paredes de concreto já foram utilizadas por países da América Latina para
sanar o déficit habitacional e assim é endossado no Brasil como grande ensejo
para tentar solucionar o problema.
A rapidez do processo sem perda da qualidade é um fator altamente atrativo
mas a adoção do sistema construtivo exige uma análise criteriosa da viabilidade
do processo.
A necessidade de central de concreto próximo á obra é essencial para que as
concretagens não sejam prejudicadas por fatores externos que costumam
atrapalhar qualquer atividade que se faça hoje em dia como trânsito, por
exemplo.
O método é uma forma de desvincular as atividades do setor da construção civil
com processos arcaicos e artesanais, que ainda resistiam, mesmo com a
alvenaria estrutural, o qual é um processo também racionalizado e modulado
mas que apresenta oportunidades de melhoria.
A execução rápida da superestrutura é vantajosa para as empresas que optam
pelo método no que diz respeito às medições das instituições financeiras para o
68
financiamento. A superestrutura apresenta avanço bem maior que o avanço
verificado em sistemas como a alvenaria estrutural, sendo que a evolução física
da obra que ditam os valores de pagamento dos bancos para as construtoras.
As paredes de concreto reduzem em 80% o tempo de execução, considerando o
peso que a estrutura possui no tempo total de obra, reduz os desperdícios de
material e os retrabalhos. A compatibilização de projetos e a facilidade de
execução das fôrmas é fator determinante para tais características.
O sistema é muito atrativo por excluir etapas que uma obra de alvenaria
estrutural teria, essas economias ao longo da cadeia contribuem para a redução
do tempo total de obra.
A redução de custo da mão de obra utilizada, fator que pode ser verificado pela
substituição de oficiais por serventes – montadores é de extrema importância no
cenário do mercado da construção civil, o qual passa por um crescimento
acelerado, já apresenta falta de mão de obra, considerando todos os métodos
construtivos em prática no mercado atual, e alta especulação de preços da mão
de obra que se encontra disponível no mercado.
Outro fator que não prejudica as paredes de concreto é a alta rotatividade de
funcionários, comportamento comum da mão de obra no setor. Visto que não
são necessários operários qualificados para a montagem das fôrmas, os novos
funcionários que entram na obra podem iniciar o trabalho assim que obtiverem
as orientações dos lideres de cada jogo de fôrmas.
O sequenciamento correto das atividades é um diferencial para as paredes de
concreto, por exemplo, a desmontagem das fôrmas e a estucagem das paredes
imediatamente após, preparando as paredes para receber o acabamento.
A carência de atendimento de algumas exigências tem reduzido a velocidade do
sistema para o caso em estudo. A falta de coordenação entre suprimentos e a
obra tem sido um fator de risco e tem comprometidos os resultados do
69
empreendimento como um todo. A falta de planejamento dos pedidos e a espera
para entrega tem trazidos lentidão para frentes de trabalho no acabamento. O
problema da estocagem de material no canteiro de obras é recorrente em todos
os métodos construtivos e exige atenção dos construtores para criar soluções
eficientes. A parceria com fornecedores para a entrega de material fracionada
tem sido a forma mais eficiente para evitar problemas pela falta de espaço para
estocagem de materiais.
A negligência em frentes não diretamente relacionadas com a estrutura das
edificações tem sido também fator negativo na execução da obra. As frentes de
trabalho para infraestrutura de pavimentação e esgotamento sanitário são
sempre reduzidas em detrimento das equipes de fôrmas em situações de
emergência, atraso na concretagem e desfôma, por exemplo. Nesse sentido, os
trabalhos dessas frentes acabam por ter rendimento prejudicado pela priorização
da execução da estrutura.
Apesar de mais cara que a alvenaria estrutural, como definido por
GRAZIANO(2010), as paredes de concreto são sim uma forma viável de
construir com qualidade e rapidez. Os mitos e as verdades a cerca do método
construtivo foram pesquisados e respondidos pela ABCP em conjunto com as
empresas que utilizam o sistema para dar maior confiabilidade e aceitação do
sistema.
70
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ABCP, Associação Brasileira de Cimento Portland.
Coletânea de Ativos - Paredes de Concreto, 2007/2008.
Coletânea de Ativos - Paredes de Concreto, 2008/2009.
Coletânea de Ativos - Paredes de Concreto, 2009/2010.
2. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – Rio de Janeiro.
ABNT NBR 10837/2000 - Cálculo de alvenaria estrutural de blocos
vazados de concreto.
ABNT NBR 14862/2002 – Armaduras treliçadas eletrossoldadas –
Requisitos.
ABNT NBR 15575/2009 - Edifícios habitacionais de até cinco
pavimentos – Desempenho.
ABNT NBR 6118/2003 – Projeto de estruturas de concreto;
ABNT NBR 6120/2000 – Cargas para o cálculo de estruturas de
edificações;
ABNT NBR 6123/1990 – Forças devidas ao vento em edificações;
ABNT NBR 6136/2007 - Blocos vazados de concreto simples para a
alvenaria estrutural;
ABNT NBR 7171/1995 – Bloco cerâmico para alvenaria;
ABNT NBR 7480/2007 – Aço destinado a armaduras para estruturas
de concreto armado – Especificação;
ABNT NBR 7481/1990 – Tela de aço soldada - Armadura para
concreto;
ABNT NBR 8681/2004 – Ações e segurança nas estruturas;
ABNT NBR 8953/1992 – Concreto para fins estruturais - Classificação
por grupos de resistência;
3. ACCETTI, K.M. Contribuições ao projeto estrutural de edifícios em
alvenaria. São Carlos. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia
de São Carlos – Universidade de São Paulo, 1998.
71
4. BEDIN, C. A.; PRUDÊNCIO JR., L. R; OLIVEIRA, A L. Alvenaria
Estrutural de Blocos de Concreto. Associação Brasileira de Cimento
Portland, Gtec Florianópolis, 2002.
5. CAMACHO, J. S. Projeto de Edifícios de Alvenaria Estrutural. Notas
de aula. Ilha Solteira, SP, 2006.
6. CORRÊA, Márcio R.S; RAMALHO, Marcio, A. Projeto de edifícios de
alvenaria estrutural. 1. ed. São Paulo, 2003.
7. D`AMBROSIO D. Sistema industrial chega à construção, 17 ago.
2009.
8. DESTERRO, R. Sistema Lumiform SH®, de fôrmas de alumínio,
aumenta a produtividade em construções sociais, 2011.
9. EL DEBS Mounir Khalil. Concreto pré-moldado: fundamentos e
aplicações. São Paulo: EESC USP, 2000.
10. FONSECA JR. A, Paredes de Concreto – Velocidade Mitos e Verdades,
2009.
11. FRANCO, L. S. Aplicação de diretrizes de racionalização construtiva
para a evolução tecnológica dos processos construtivos em
alvenaria estrutural não armada. São Paulo. Tese (Doutorado) – Escola
Politécnica – Universidade de São Paulo, 1992.
12. GRAZIANO, F. P. A importância dos projetos no processo (executivo de
paredes de concreto) - Fatores Críticos de Sucesso. In: Concrete Show,
2010. São Paulo.
13. HESKETH M. Parede de Concreto. In 9º Congresso de Materiais,
Tecnologia e Meio Ambiente da Construção, 2009. Belo Horizonte.
14. JUSTUS P. Construção de casa entra na fôrma, O Estado de São
Paulo, São Paulo, 17 ago. 2009. Disponível em:
http://www.solucoesparacidades.com.br/habitacao/construcao-de-casa-
entra-na-forma, acesso em: 15 set. 2011.
15. KALIL, Silvia Maria Baptista. Alvenaria Estrutural. Apostila, Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, Rio Grande do
Sul, 2004.
16. MISURELLI H.; MASSUDA C. Como construir parede de concreto.
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17. PINI. Parede de concreto X Alvenaria de blocos cerâmicos, 2009.
Disponível em: http://revista.construcaomercado.com.br/guia/habitacao-
financiamento-imobiliario/108/parede-de-concreto-x-alvenaria-de-blocos-
ceramicos-industrializacao177432-1.asp, acesso em: 15 set. 2011.
18. VASCONCELOS, J. R de. O Problema Habitacional no Brasil: Déficit,
Financiamento e Perspectivas. Texto para Discursão - Ministério Do
Planejamento E Orçamento, Brasília, 1996.
19. WENDLER A. Sistema Construtivo Parede de Concreto: Um sistema
com bom desempenho. In: Concrete Show, 2009. São Paulo.
ii
Lista de Figuras
Figura 2.1 – Farol de Alexandria de 280 a.c (Fonte: Farol de Alexandria –
InfoEscola)........................................................................................................... 5
Figura 2.2 – Catedral de Notre Dame, Paris, de 1163. (Fonte: Acervo Pessoal) .. 6
Figura 2.3 – Monadnock Building, de 1891 – Chicago – USA (Fonte: Wikipédia) 7
Figura 2.4 – Empreendimento residencial da COHAB no Piauí (Fonte: Governo
do Estado do Piauí - http://www.piaui.pi.gov.br) ................................................... 8
Figura 2.5 – Execução de alvenaria estrutural (Fonte: Jornal Estado de Minas –
Coluna Lugar Certo, 2010.) ................................................................................. 9
Figura 2.6 – Exemplo dos tipos de blocos de concreto vazados para alvenaria
estrutural. (Fonte: MDS Pavimentação – Tipos de blocos de concreto) ............. 11
Figura 2.7 – Exemplo do assentamento de blocos, cordões de argamassa.
(Fonte: Técnico em Edificações – Blog – Seção: Alvenaria.) ............................. 12
Figura 2.8 – “Pontos de graute” com armadura no detalhe da alvenaria. (Fonte:
Site Comunidade da Construção – Sistemas construtivos) ................................ 13
Figura 2.9 – Montagem da armadura no detalhe da alvenaria. (Fonte: Site
Comunidade da Construção – Sistemas construtivos) ....................................... 14
Figura 2.10 – Exemplos de modulação de alvenaria planta e elevação (Fonte:
Site Comunidade da Construção – Sistemas construtivos). ............................... 16
Figura 2.11 – Exemplos compatilização de projetos – elevação de alvenaria e
pontos do projeto elétrico. (Fonte: Site Comunidade da Construção – Sistemas
construtivos) ...................................................................................................... 17
Figura 2.12 – Casas construídas com o sistema parede de concreto (Fonte:
ABECE, WENDLER, 2009, pag.4). .................................................................... 19
Figura 2.13 – Cohab Ribeirão Preto – Empreendimento de alto índice de
industrialização repetitividade ( Fonte: ABECE, WENDLER, 2009, pag.3)......... 20
Figura 2.14 – Diversas tipologias que poder ser concebidas a partir do sistema
paredes de concreto, (Fonte: HESKETH, 2009). ............................................... 21
Figura 2.15 – Montagem das fôrmas, colocação de armaduras e tubulação
elétrica (Fonte: Revista Equipe de Obra, Junho de 2011). ................................. 22
Figura 2.16 – Execução de acabamento em alvenarias e parede de concreto
(Fonte: HESKETH, 2009). ................................................................................. 23
Figura 2.17 – Exemplo de plano concretagem do sistema de paredes de
concreto (Fonte: ABCP, 2007). .......................................................................... 26
ii
Figura 2.18 – Exemplo de concretagem do sistema de paredes de concreto,
verificação de fluidez, lançamento de concreto com bomba e adensamento com
vibrador de mangote ( Fonte: MISURELLI; MASSUDA, 2009). .......................... 27
Figura 2.19 – Exemplo de tipos de fôrmas acima, na sequência: a) fôrmas
metálicas, b) fôrmas mistas, c) fôrmas de plástico, d) fôrmas deslizantes (Fonte:
ABCP, 2007). ..................................................................................................... 29
Figura 2.20 – Interação entre os elementos de fachada, cobertura e painéis de
vedação das edificações para o desempenho térmico (Fonte: WENDLER,2009).
.......................................................................................................................... 36
Figura 2.21 – Espessuras mínimas para isolamento acústico (Fonte:
WENDLER,2009). .............................................................................................. 37
Figura 4.1 – Planta da unidade tipo (Fonte: Projetos cedidos pela empresa). .... 41
Figura 4.2 – Planta do pavimento tipo do empreendimento (Fonte: Projetos
cedidos pela empresa)....................................................................................... 42
Figura 4.3 – Localização do empreendimento e detalhamento do canteiro de
obras (Fonte: Google Maps). ............................................................................. 43
Figura 4.4 – Modulação das fôrmas das paredes Internas e externas (Fonte:
Projetos cedidos pela empresa). ........................................................................ 45
Figura 4.5 – Exemplo de armação tipo das paredes do pavimento (Fonte:
Projetos cedidos pela empresa). ........................................................................ 46
Figura 4.6 – Exemplo de radier com as tubulações todas dispostas para
fechamento futuro das prumadas do edifício (Fonte: Fotos da obra). ................ 47
Figura 4.7 – Projetos com a marcação das paredes tipo (Fonte: Projetos cedidos
pela empresa). ................................................................................................... 48
Figura 4.8 – Marcação das paredes com linha de giz (Fonte: Fotos da obra). ... 49
Figura 4.9 – Shaft e prumada de esgoto no banheiro (Fonte: Fotos da obra). ... 50
Figura 4.10 – Telas da armadura com as instalações elétricas distribuídas
(Fonte: Fotos da obra). ...................................................................................... 51
Figura 4.11 – Colocação das faquetas para travamento das peças da fôrma e
fixação de andaime (Fonte: Fotos da obra). ....................................................... 52
Figura 4.12 – Faquetas envolvidas por poliuretano (Fonte: Fotos da obra). ....... 53
Figura 4.13 – Montagem dos eletrodutos e posterior lançamento do concreto
(Fonte: Fotos da obra). ...................................................................................... 54
Figura 4.14 – Desmontagem das fôrmas e estucagem das paredes (Fonte: Fotos
da obra). ............................................................................................................ 55
Figura 4.15 – Sequenciamento da concretagem – Início de obra com uma equipe
(Fonte: Documentos cedidos pela empresa). ..................................................... 56
ii
Figura 4.16 – Sequenciamento da concretagem – Atualmente obra com três
equipes (Fonte: Documentos cedidos pela empresa). ....................................... 57
Figura 4.17 – Preços dos três tipos de sistema construtivo utilizado no país
(Fonte: GRAZIANO, 2010). ................................................................................ 62
iii
iii
Lista de Tabelas
Tabela 2.1 – Tipos de concreto utilizado ( Fonte: ABCP, 2007). ........................ 24
Tabela 2.2 – Instituições onde foram realizados testes nos quatro tipos de
concreto (Fonte: WENDLER,2009) .................................................................... 35
Tabela 4.1 – Comparação entre os sistemas adotados para execução de
edificações –Concretagem de unidades (Fonte: Dados cedidos pela empresa). 58
Tabela 4.2 – Preços para composição da atividade de painéis de vedação com
blocos de concreto (Fonte: Dados cedidos pela empresa). ................................ 60
Tabela 4.3 – Preços para composição da atividade de painéis de vedação com
concreto (Fonte: Dados cedidos pela empresa). ................................................ 61
Tabela 4.4 – Etapas de obras para os sistemas de alvenaria connvencionais e
paredes de concreto (Fonte: Adaptado de HESKETH, 2009). ........................... 63
iii