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    Anlise e Dimensionamento de Escadas Metlicas Autoportantes

    Fernanda Fraga TutikianOrientadores:

    Prof. Me. Eduardo Giugliani

    Prof. Felipe Brasil Viegas

    Resumo: Esse trabalho apresenta um estudo sobre escadas autoportantes, a partir da anlise de

    escadas existentes metlica e em concreto, e o dimensionamento de uma escada metlica.

    Para tanto, foram utilizados o software SAP (Structures Analisys Program) na determinao

    dos esforos, a norma ABNT NBR6120/1980 na definio das cargas e a norma ABNT

    NBR8800/2008 no dimensionamento. Verificou-se que a solicitao de toro, caracterstica

    nesse tipo de escada, mxima no caso em que as cargas permanente e acidental so

    aplicadas com excentricidade, ao contrrio da flexo, compresso e trao, e que toimportante quanto a determinao dos esforos no dimensionamento e na escolha do perfil

    metlico, a avaliao da flecha mxima.

    Palavras-chave: Escada metlica, escada autoportante, anlise estrutural, dimensionamento.

    1. IntroduoNo h como deixar de perceber a estrutura diferenciada de algumas escadas,

    sobretudo aquelas encontradas em obras de grandes dimenses, normalmente chamadas de

    escadas especiais.

    Escadas encontradas em vrios shopping centers, ou a encontrada no Museu do

    Louvre, em Paris, ou mesmo no Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, somente para citar

    alguns exemplos, surpreendem diante de uma aparente falta de apoio. Na verdade, essa

    surpresa fica por conta do grande impacto visual proporcionado tambm do ponto de vista

    arquitetnico. assim com a escada circular do Museu do Louvre, com a escada em U doAeroporto Salgado Filho, ou com tantas outras de diferentes tipos em diferentes locais.

    justamente essa estrutura diferenciada que constitui a motivao para a realizao

    deste trabalho. Ainda que no seja um tema totalmente novo, as fontes bibliogrficas a

    respeito so escassas, razo pela qual propomo-nos realizao da anlise e dimensionamento

    deste tipo de soluo. As escadas autoportantes vm sendo cada vez mais freqentemente

    utilizadas em obras de grandes dimenses, seja interna ou externamente, oferecendo, desta

    forma, uma possibilidade de contribuio para as reflexes acadmicas e a prtica acerca doassunto.

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    Assim, o presente trabalho tem por objetivo geral o estudo, anlise e dimensionamento

    deste tipo de soluo estrutural. Escadas que se destacam das demais pelo fato de

    apresentarem uma quantidade limitada de apoio, podendo, por exemplo, mostrar mudana de

    direo por patamar, apenas fixadas nos patamares de cada um dos andares, como a que

    encontramos na Ponte do Guaba.

    Dentro deste objetivo geral, traamos como objetivos especficos: reviso do aporte

    terico relativo ao tema, com nfase, no que diz respeito anlise de estruturas, nos prticos,

    tomando como parmetros os estudos de Knijnik e Tavares (1977) e Oliveira (2008); quanto

    aos procedimentos de dimensionamento em ao, trabalharemos com toro, flexo,

    compresso e trao, conforme a norma ABNT NBR8800/2008. Com relao s cargas,

    utilizaremos a norma ABNT NBR6120/1980. Essa a nossa base terica, inclusive para a

    anlise das solicitaes atuantes em um exemplo concreto, e para a realizao de um exemplo

    de clculo, com dimensionamento de escada a ser criada.

    Observe-se que, devido complexidade das solicitaes, foi necessria a elaborao

    que recorramos a um modelo de anlise com a utilizao de recursos computacionais. Para

    tanto, foi escolhida a ferramenta SAP (Structures Analisys Program), baseada no Mtodo das

    Barras.

    Interessa, neste momento, a delimitao do tema. Embora essas escadas possam ser

    construdas em concreto armado, protendido, ou em estrutura metlica, focaremos para este

    estudo de caso, neste trabalho, as solues metlicas. E, aqui, importante destacar que a

    maior complexidade do dimensionamento deste tipo de escada encontra-se na determinao

    dos esforos. Entretanto, as questes de anlise a serem aqui apresentadas aplicam-se, em seu

    aspecto mais amplo, a diferentes materiais: ao concreto armado, protendido e estrutura

    metlica.

    2. Referencial TericoImporta esclarecer, j de incio, e alinhando-nos ao entendimento de Knijnik e Tavares

    (1977), que no h uma soluo terica exata para a anlise desse tipo de escada. Assim, so

    utilizadas solues aproximadas para o projeto estrutural, simplificando a escada por um

    prtico espacial, definido por Masuero e Creus (1997) como a mais geral das estruturas

    reticuladas, admitindo qualquer tipo de ligao entre elas, qualquer tipo de carga, todos os

    movimentos de corpo rgido e todas as solicitaes. Assim, uma barra de prtico espacial

    pode estar submetida a esforo normal, toro, cisalhamento em duas direes e flexo emduas direes.

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    Em que pese a definio e a ampla utilizao desta definio, preciso que se

    considere que no h muita literatura sobre o tema que estamos abordando. Entretanto, h

    estudos que merecem ser, aqui, destacados, como Consideraes sobre Modelos Estruturais,

    do Prof. Eng. Clayton Reis de Oliveira. Neste trabalho, o professor defende que, sendo as

    escadas importantes elementos estruturais que compem os edifcios, os modelos estruturais

    para clculos devem ser eficientes para retratar seu comportamento, pois as escadas podem

    ser construdas de maneira muito simples com o emprego de modelos estruturais adequados.

    A partir dessas premissas, o trabalho descreve a metodologia dos processos de clculo de

    escadas e analisa o comportamento estrutural de dois modelos de escadas em concreto

    armado, diferente do que nos propomos neste trabalho, mas com viso complementar. O

    primeiro modelo uma escada apoiada nos quatro lados e o segundo a escada autoportante

    com o patamar em balano.

    Oliveira estabelece interessante comparativo entre modelos de esquema estrutural de

    escada apoiada nos quatro lados, e de escada autoportante, apontando para o fato de que a

    segunda, ainda que apresente maiores esforos, no necessita de vigas, o que pode ser

    interessante do ponto de vista econmico. Por outro lado, no sistema autoportante, as reaes

    nos apoios se concentram em dois pilares, podendo fazer com que estes tenham dimenses

    muito superiores ao do primeiro caso em que as reaes se distribuam nos quatro pilares. E

    conclui que a escada apoiada em vigas conduz a espessuras menores nas lajes que compem

    os lances e patamares e a uma quantidade menor de armadura nas lajes, alm de distribuir as

    reaes nos quatro pilares. Porm seu processo construtivo mais lento devido existncia de

    vigas, e exige armaduras nas mesmas.

    Do ponto de vista de projeto, salienta, em algumas circunstncias, as necessidades

    arquitetnicas exigem determinados arranjos estruturais especficos, cabendo ao projetista

    avaliar qual o mais compatvel com as exigncias arquitetnicas e de segurana para basear

    seu modelo estrutural.Devemos citar, tambm, o artigo escrito por Anbal Knijnik e Jos Jlio Tavares,

    intitulado Escada autoportante e sem apoio no patamar, publicado na Revista Estrutura, que

    tambm trabalha com modelos de escadas em concreto.

    Segundo os autores, o fato de esse tipo de escada no necessitar estruturas auxiliares

    para sustentao faz com que se apresente como uma soluo ideal, tanto funcionalmente, j

    que s interfere com os pisos onde se faz necessrio, como esteticamente, pois torna a

    estrutura mais leve.

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    Nesse artigo, os autores sistematizam um mtodo de clculo simplificado para a

    determinao das grandezas hiperestticas associadas s escadas com patamar sem apoio em

    concreto armado. Neste contexto, pode-se destacar que os modernos recursos computacionais

    hardware e software permitem anlise mais completa, abrangente e precisa, vlida para

    diferentes geometrias de escadas.

    Como no poderia deixar de ser, as normas ABNT NBR8800/2008 Projeto de

    estruturas de ao e de estruturas mistas de ao e concreto de edifcios e NBR6120/1980

    Cargas para o clculo de estruturas de edificaes, constituem importantes referenciais para

    este trabalho.

    Quanto primeira, sua importncia fundamental para este estudo. No que diz

    respeito aos procedimentos de dimensionamento em ao, necessrio que recorramos aos

    conceitos de dimensionamento compresso, trao, flexo e toro, conforme a NBR

    8800/2008.

    Na seqncia, apresentaremos quadros resumindo os principais critrios de

    dimensionamento para estruturas metlicas, conforme a NBR 8800/2008.

    No dimensionamento trao, a fora solicitante de clculo no pode ser maior que a

    fora resistente de clculo, que o menor dos valores obtidos, considerando-se os estados-

    limites ltimos de escoamento da seo bruta e ruptura da seo lquida.

    Quadro 1 - Dimensionamento trao

    Nt,Sd Nt,Rd

    Para escoamento da seo bruta: Nt,Rd = (Ag.fy)/a1 Para ruptura da seo lquida: Nt,Rd = (Ae.fu)/a2

    Onde:

    Nt,Sd = fora solicitante de clculo

    Nt,Rd = fora resistente de clculo

    Ag= rea bruta da seo transversal da barra

    Ae = rea lquida efetiva da seo transversal da barra

    fy = resistncia ao escoamento do ao

    fu = resistncia ruptura do ao

    a1 = coeficiente de ponderao das resistncias para os estados limites ltimos

    relacionados a escoamento, flambagem e instabilidade = 1,10

    a2 = coeficiente de ponderao das resistncias para os estados limites ltimos

    relacionados ruptura = 1,35

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    Quadro 3: Dimensionamento flexo

    MSd MRd

    htw5,70

    E

    fy

    pMRd= Mpla1 prMRd= Mcra1 Onde:

    MSd = momento fletor solicitante de clculo

    MRd =momento fletor resistente de clculoh = altura da alma

    tw = espessura da alma

    E = mdulo de elasticidade do ao

    fy = resistncia ao escoamento do ao

    = ndice de esbeltez; parmetro de esbeltez

    p = parmetro de esbeltez limite para sees compactas

    r = parmetro de esbeltez limite para sees semicompactasMpl = momento fletor de plastificao da seo transversal, igual ao produto do

    mdulo de resistncia plstico (Z) pela resistncia ao escoamento do ao (fy)

    Mcr = momento fletor de flambagem elstica

    Mr = momento fletor correspondente ao incio do escoamento, incluindo a

    influncia das tenses residuais em alguns casos

    cb = fator de modificao para diagrama de momento fletor no-uniforme = 1,0

    a1 = coeficiente de ponderao das resistncias para os estados limites ltimosrelacionados a escoamento, flambagem e instabilidade = 1,10

    No dimensionamento flexo, devemos sempre verificar as deformaes. Mecanismos de falha: plastificao da seo (escoamento), flambagem lateral,

    flambagem local da mesa, flambagem local da alma.

    Fonte: NBR 8800/2008

    No dimensionamento toro, o momento solicitante de clculo no pode ser superior

    ao momento de toro resistente de clculo com relao aos estados-limites de escoamento e

    flambagem por toro.

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    Quadro 4: Dimensionamento toro

    TSd TRd

    Sees tubulares circulareso WT= .D-t

    2

    .t2

    o TRd igual ao maior dos seguintes valores:TRd=

    1

    a1

    1,23.WT.E

    Dt 5 4 LD

    0,60.WT.fya1

    e

    TRd=1

    a1

    0,60.WT.E

    Dt 3

    2

    0,60.WT.fy

    a1

    Sees tubulares retangulareso WT=2B-tH-tt-4,54-t3o TRd= 0,60.WT.fya1 , para

    h

    t2,45E

    fy

    1

    a1

    0,60.WT.fy2,45Efyht

    , para 2,45

    E

    fy 0,2. TNN + MM + VV + TT

    1,0 Onde:

    MSd = momento fletor solicitante de clculo

    MRd =momento fletor resistente de clculo

    Mx,Sd, My,Sd = momentos fletores solicitantes de clculo, respectivamente, emrelao aos eixos x e y da seo transversal.

    Mx,Rd, My,Rd = momentos fletores resistentes de clculo, respectivamente, em

    relao aos eixos x e y da seo transversal.

    NSd = fora axial solicitante de clculo de trao ou compresso, a que for

    aplicvel

    NRd = fora axial resistente de clculo de trao ou compresso, a que for

    aplicvelVSd = fora cortante solicitante de clculo

    VRd = fora cortante resistente de clculo

    TSd = momento de toro solicitante de clculo

    TRd = momento de toro resistente de clculo

    Fonte: NBR 8800/2008

    As cargas sero tratadas segundo as premissas da NBR 6120/80. So classificadas,

    portanto, como cargas permanentes, constitudas pelo peso prprio da estrutura e pelo peso de

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    todos os elementos construtivos fixos e instalaes permanentes, e cargas acidentais, que

    podem atuam sobre a estrutura em funo do seu uso.

    O valor das cargas permanentes no ser aqui determinado, j que depende da

    definio dos materiais que iro compor a escada.

    Os valores mnimos para as cargas acidentais so:

    escadas com acesso pblico: 3,0 kN/m2;

    escadas sem acesso pblico: 2,5 kN/m2.

    3. Metodologia

    No que diz respeito metodologia adotada neste trabalho, podemos identificar que, do

    ponto de vista de sua natureza, trata-se de Pesquisa Aplicada; do ponto de vista da abordagem

    do problema, apresentamos um tratamento qualitativo; do ponto de vista de seus objetivos,

    optamos pela Pesquisa Explicativa; e, finalmente, do ponto de vista de seus procedimentos

    tcnicos, adotamos o Estudo de caso. Em sntese, trata-se do que chamamos de Pesquisa

    Experimental, uma vez que o que melhor se adqua ao caso em questo. Consiste em

    determinar um objetivo de estudo (anlise e dimensionamento de escadas metlicas

    autoportantes), selecionar variveis que so capazes de influenci-lo, analis-las e, por fim,

    aplicar os resultados da anlise no dimensionamento.

    Quanto ao mtodo de trabalho, analisaremos as solicitaes em algumas escadas

    autoportantes existentes e, posteriormente, criaremos, analisaremos e dimensionaremos uma

    escada metlica autoportante. A ferramenta utilizada ser o software SAP (Structures

    Analysis Program), que atua na anlise estrutural pelo Mtodo das Barras, possibilitando a

    determinao do estado de tenso e deformao de um slido de geometria arbitrria sujeito a

    aes exteriores.

    4. Aplicao Prtica4.1 Anlise

    Primeiramente, tomemos, ento, alguns exemplos de escadas especiais, considerando

    sua estrutura diferenciada.

    Sem dvida nenhuma, a escada do Museu do Louvre (Figura 1) proporciona grande

    impacto visual. Trata-se de uma escada helicoidal, com apoios no incio e no fim do vo.

    Como em uma escada qualquer, apresenta flexo. Entretanto, ao contrrio das escadas

    modeladas como vigas bi-apoiadas, devido ao seu formato e sua largura, a carga aplicadacom excentricidade, resultando num grande esforo de toro.

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    Figura 1 Escada helicoidal/Museu do Louvre. (Fonte: Prof. Felipe Brasil Viegas (2009))

    Voltando-nos para a escada de um shopping de Porto Alegre, podemos estabelecer

    relaes. A escada do Shopping Bourbon Ipiranga (Figura 2) , do mesmo modo, metlica,

    em U, com apoios no incio e no fim do vo e patamares em balano. Apresenta, tambm,

    flexo, e, como a escada do Museu do Louvre, caracteriza-se pelo esforo de toro, que,

    neste caso, causado pelos degraus em balano.

    Figura 2 Escada em U/Shopping Bourbon Ipiranga. (Fonte: o autor (2009))

    A escada do aeroporto Salgado Filho (Figura 3), por sua vez, em concreto, em U,

    com apoios no incio e fim do vo e patamares em balano. Como as escadas acima, apresenta

    flexo e toro, que causada, assim como a escada do Museu do Louvre, pela excentricidadena aplicao da carga.

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    Figura 3 Escada em U- aeroporto Salgado Filho. (Fonte: o autor (2009))

    4.2 Dimensionamento

    A escada escolhida para este dimensionamento uma escada metlica com patamar

    em balano, com acesso ao pblico (sobrecarga de 3 kN/m), vencendo um vo de 4,0 m, com

    24 degraus de base b = 32 cm e altura h = 16 cm, conforme a figura 4.

    Figura 4 Escada metlica (Fonte: o autor (2009))

    Como anteriormente comentado, para a determinao dos esforos, foi utilizado o

    software SAP. Foi considerada uma viga de seo tubular retangular com o objetivo de

    resistir s solicitaes de toro de 300x550x6,3, ao ASTM A-36, engastada nos apoios,

    com deformao mxima admissvel de 2,0 cm.

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    Figura 5 Estrutura gerada pelo SAP (Fonte: SAP V14)

    A partir de ento, definimos nove casos de combinao de cargas:

    - exclusivamente carga permanente;

    - carga acidental apenas no primeiro lance da escada e carga permanente;

    - carga acidental apenas no patamar e carga permanente;

    - carga acidental apenas no segundo lance da escada e carga permanente;

    - carga acidental e carga permanente em toda a escada;

    - carga acidental aplicada com uma excentricidade de 50cm, gerando um momento de 1,5

    kN.m apenas no primeiro lance da escada, e carga permanente;

    - carga acidental aplicada com uma excentricidade de 50cm, gerando um momento de 1,5kN.m apenas no patamar, e carga permanente;

    - carga acidental aplicada com uma excentricidade de 50cm, gerando um momento de 1,5

    kN.m apenas no segundo lance da escada, e carga permanente;

    - carga acidental aplicada com uma excentricidade de 50cm, gerando um momento de 1,5

    kN.m em toda a escada, e carga permanente.

    O quadro 5 mostra os resultados alcanados a partir do processamento computacional:

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    Quadro 5 Esforos obtidos para cada caso de combinao de carga

    COMBINAO DECARGAS

    seo tubularretangular

    300x550x6,3

    Toro(kN.m)

    MomentoX(kN.m)

    MomentoY(kN.m)

    Trao(kN)

    Compresso(kN)

    Deformao(cm)

    PERMANENTE 3,83 63,7 11,08 20,57 19,89 0,69PERMANENTE +ACIDENTALBAIXO

    10,06 125,38 19,92 28,52 37,57 1,18

    PERMANENTE +ACIDENTALPATAMAR

    5,63 87,9 16,5 27,94 27,13 1,04

    PERMANENTE +ACIDENTAL CIMA

    10,34 124,54 20,14 39,32 27,89 0,99

    PERMANENTE +

    ACIDENTALTOTAL

    10,17 169,17 29,42 54,63 52,81 1,83

    PERMANENTE +ACIDENTALBAIXO(MOMENTO)

    12,92 97,98 16,22 23,88 28,59 0,97

    PERMANENTE +ACIDENTALPATAMAR(MOMENTO)

    4,84 76,68 14,11 24,55 23,8 0,89

    PERMANENTE +ACIDENTAL CIMA(MOMENTO)

    8,81 90,32 14,87 30,08 24,54 0,85

    PERMANENTE +ACIDENTALTOTAL(MOMENTO)

    13,94 122,49 22,86 37,36 37,16 1,34

    Fonte: o autor (2009)

    Os valores mximos das solicitaes de momento fletor e de fora axial foram obtidos

    no caso em que a carga acidental, alm da permanente, aplicada em toda a escada. A

    solicitao de torso, entretanto, foi mxima quando essa mesma carga foi aplicada comexcentricidade, como poderia ser previsto.

    As figuras 6, 7, 8, 9 e 10 mostram os grficos obtidos para os valores mximos das

    solicitaes de fora axial, torso, momento fletor em x, momento fletor em y e da

    deformao, respectivamente.

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    Figura 6 Fora axial mxima (Fonte: SAP V14) Figura 7 Torso mxima (Fonte: SAP V14)

    Figura 8 Momento mximo em x (Fonte: SAP V14) Figura 9 Momento mximo em y (Fonte: SAP V14)

    Figura 10 Deformao mxima (Fonte: SAP V14)

    Vale ressaltar, aqui, que o esforo cortante, por ser muito pequeno, foi desprezado.

    De posse destes esforos, passamos ao dimensionamento da escada, conforme a NBR

    8800/2008 (ver apndice A). Os resultados encontrados esto no quadro 6.

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    Quadro 6 Resultados da verificao da segurana pela NBR 8800/2008.

    SOLICITAO VERIFICAO DA SEGURANA

    Flexo em X (kN.m)MSd MRd

    236,8 345,92

    Flexo em Y (kN.m) MSd MRd41,19 175,2

    Toro (kN.m)TSd TRd

    19,52 353,68

    Trao (kN)Nt,Sd Nt,Rd

    76,84 2376,95

    Compresso (kN)Nc,Sd Nc,Rd

    76,84 1995,45

    Solicitaes combinadas(flexo em X + trao + toro)

    76,482397,95 +

    236,8345,92 +

    19,52353,68

    1,0

    0,72 1,0Solicitaes combinadas

    (flexo em X +compresso + toro)

    73,931995,46 + 236,8345,92 + 19,52353,68 1,0

    0,72 1,0Solicitaes combinadas

    (flexo em Y + compresso + toro)

    73,93

    1995,46+ 41,19

    175,19 + 19,52

    353,68 1,0

    0,27 1,0Solicitaes combinadas

    (flexo em Y + trao + toro)

    76,482397,95 + 41,19175,19 + 19,52353,68 1,0

    0,27 1,0Fonte: o autor (2009)

    interessante observar que, se pudssemos dimensionar a viga apenas pelo resultado

    da verificao da segurana, sua seo poderia ser menor. Entretanto, a escolha do perfil deve

    considerar, tambm, o deslocamento mximo admissvel.

    5. Consideraes Finais

    Este trabalho mostrou que a toro, caracterstica principal deste tipo de escada,

    mxima quando a carga aplicada com excentricidade e, apesar de a escolha do formato do

    perfil ter origem neste esforo, suas dimenses so determinadas pelo deslocamento mximo

    admissvel.

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    Assim, cumprida a realizao deste estudo, a anlise e o dimensionamento deste tipo

    de soluo as escadas autoportantes que vem sendo, cada vez mais freqentemente,

    utilizada, interna ou externamente, em obras de grandes dimenses, e cumprindo os objetivos

    especficos traados para que essa realizao se efetivasse, possvel afirmar que, de fato, no

    h uma soluo terica exata para a anlise desse tipo de escada.

    O que existe a utilizao de solues aproximadas para o projeto estrutural,

    simplificando a escada por um prtico espacial, conforme definido e apresentado neste

    trabalho, por Masuero e Creus (1977), em sua Introduo Mecnica Estrutural. Indo alm,

    tambm podemos afirmar, complementando essa definio ao assumirmos a posio de Reis

    de Oliveira (2008), que os modelos estruturais para clculos devem ser eficientes de forma

    que retratem seu comportamento, j que as escadas podem ser projetadas de maneira muito

    simples, desde que com o emprego de modelos estruturais adequados. Em outras palavras, as

    necessidades arquitetnicas exigem determinados arranjos estruturais especficos, e, nesse

    sentido, cabe ao projetista avaliar qual o mais compatvel com as exigncias arquitetnicas e

    de segurana para basear seu modelo estrutural. Dando prosseguimento a esta reflexo e em

    carter conclusivo, nunca demais resgatar e nos alinharmos ao entendimento de Anbal

    Knijnik e Jos Jlio Tavares (1977), quando afirmam que o fato de esse tipo de escada no

    necessitar de estruturas auxiliares para sustentao faz com que se apresente como uma

    soluo ideal, tanto funcional quanto esttica, uma vez que s interfere com os pisos onde se

    faz necessrio e torna a estrutura mais leve e, inclusive, visualmente impactante.

    Na medida em que buscamos, com este trabalho, uma possibilidade de contribuio

    para as reflexes acadmicas e a prtica acerca do assunto, preciso dizer que,

    evidentemente, o mesmo no se esgota aqui. Pensamos, em termos de sugesto, que pode ser

    ampliado com a determinao da seo tima para a viga dimensionada neste trabalho, o

    estudo, anlise e dimensionamento de escadas autoportantes helicoidais e estudo, anlise e

    dimensionamento de escadas autoportantes em concreto.

    Referncias

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 8800 Projeto deestruturas de ao e de estruturas mistas de ao e concreto de edifcios. Rio de Janeiro,2008.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 6120 Cargas para oclculo de estruturas de edificaes. Rio de Janeiro, 1980.

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    17/27

    CHAMECKI, Samuel. Curso de esttica das construes Teoria geral das estruturas.Rio de Janeiro: Cientfica, 1956.

    GRAVINA, Pedro B. J. Sobre a teoria das estruturas elsticas de superfcie e suaaplicao ao clculo das cascas de revoluo. So Paulo: Escolas Profissionais Salesianos,

    1956.

    KNIJNIK, Anbal e TAVARES, Jos Jlio. Escada autoportante e sem apoio no patamar.In: Revista Estrutura, n.81, p.109-121, (1977).

    MASUERO, Joo Ricardo e CREUS, Guillermo Juan. Introduo Mecnica Estrutural.Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 1997.

    OLIVEIRA, Clayton Reis de. Consideraes sobre Modelos Estruturais. In: Cincia etPraxis v. 1, n. 1, (2008). Disponvel emhttp://www.fip.passosuemg.br/~edifesp/index.php/scientae/article/viewArticle/37. Acesso em

    10 de setembro de 2009.

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    APNDICE A Memria de Clculo

    1) Clculo da deformao

    Deslocamento mximo

    = 2. 350 = 2.416350 = 2,37 = 2,0 2) Flexo em X

    MSdMSd=1,4.167,17 = 236,84 kN.m

    MRdo FLT

    = Lr = 1,2.41612,86 = 38,82

    p = 0,13.EM J. A

    Mpl = fy.Zx = 25.1937,31 = 48432,75 kN.cm

    = 0,13.2000048432,75 38367,56.105,51 = 108Como p, temos:

    M = M = 48432,751,10 = 44029,8 kN. cm = 440,3 kN. mo FLM

    = bt = 30 2.0,630,63 = 45,62

    p = 1,12Ef = 1,122000025 = 31,67

    r

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    = 1,40Ef = 1,402000025 = 39,59

    Como >r, temos:

    M = MM = WW . fW = Jd

    b = 1,92.t. E 1 cb t Eb = 1,92.0,63. 2000025 1 0,3845,62 2000025 = 26,15 cmb = 30 2.0,63 = 28,74 cmb = 28,74 26,15 = 2,59 cmA = 2,59.0,63 = 1,63 cmJ = J A. d = 44232,41 1,63.27,5 0,63 2 J = 43027,8 cmW = Jd = 43027,827,5 = 1564,64 cm

    M =WW . f =

    1564,641608,45 .25 = 38050,58 kN.cm

    M = M = 38050,581,10 = 34591,44 kN.cmM = 345,91 kN. mo FLA

    = ht = 55 2.0,630,63 = 85,30

    p

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    = 2,42Ef = 2,422000025 = 68,44 r

    = 5,70Ef = 5,702000025 = 161,2

    Como p< r , temos:

    M = 1 M M M

    M = W. f = 1608,45.25 = 40211,25 kN.cmM = 48432,75 kN. cmM = 11,10 48432,75 48432,75 40211,25 85,30 68,44161,2 68,44

    M = 42671,29 kN. cm = 426,71 kN. mQuadro 1 Resumo dos valores obtidos para cada um dos estados limites

    ESTADO LIMITE FLT FLM FLA

    38,82 45,62 85,30

    p 108 31,67 68,44

    r - 39,59161,2

    Mr (kN.m) - - 402,11

    Mcr (kN.m) - 380,51-

    MRd (kN.m) 440,29 345,92 426,71

    MRd = 345,92 kN.m

    Fonte: o autor (2009)

    Verificao da seguranaMSd MRd

    236,8 345,92 ok!

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    3) Flexo em Y

    MSdMSd=1,4.29,42 = 41,19 kN.m

    MRd

    o FLT

    = Lr = 1,2.41620,47 = 24,39 p

    = 0,13.E

    M J. A

    Mpl = fy.Zy = 25.1277,86 = 31946,50 kN.cm

    = 0,13.2000031946,50 38367,56.105,51 = 163,74Como p, temos:

    M = M = 31946,501,10 = 29042,27 kN. cm = 290,42 kN.mo FLM

    = bt = 55 2.0,630,63 = 85,30

    p = 1,12Ef = 1,122000025 = 31,67

    r = 1,40Ef = 1,402000025 = 39,59

    Como >r, temos:

    M = M

    M = WW . f

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    W = Jd

    b = 1,92.t. E

    1 cb t

    E

    b = 1,92.0,63. 2000025 1 0,3855 2.0,63 0,63

    2000025

    b = 29,90 cmb = 55 2.0,63 = 53,74 cm

    b = 53,74 29,90 = 23,84 cm

    A = 23,84.0,63 = 15,02 cmJ = J A. d = 17439,37 15,02.15 0,63 2

    J = 14200,32 cmW = Jd = 14200,3215 = 946,69 cm

    M = W

    W . f = 946,691162,62 .25 = 19271,60 kN.cmM = M = 19271,601,10 = 17519,64 kN.cmM = 175,2 kN. mo FLA

    = ht = 30 2.0,630,63 = 45,62

    p = 2,42Ef = 2,422000025 = 68,44

    Como p , temos:

    M =M

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    M = 31946,50 kN. cmM = 31946,501,10 = 29042,3 kN. cm = 290,4 kN. m

    Quadro 2 Resumo dos valores obtidos para cada um dos estados limites

    ESTADO LIMITE FLT FLM FLA

    24,39 85,3 45,62

    p 163,74 31,68 68,45

    r - 39,59 -

    Mr (kN.m) - - -

    Mcr (kN.m) - 192,72 -

    MRd (kN.m) 290,42 175,2 290,42

    MRd = 175,2 kN.m

    Fonte: o autor (2009)

    Verificao da seguranaMSd MRd

    41,19 175,2 ok!

    4) Toro

    TSdT = 1,4.13,94 = 19,52 kN.m

    TRdht = 55 2.0,630,63 = 85,32,45Ef = 2,452000025 = 69,3

    3,07Ef = 3,07

    2000025 = 86,83

    W = 2B tH tt 4,54 t

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    W = 230 0,6355 0,630,63 4,54 0,63 = 3192,73 cmComo 2,45 < 3,07 , temos:

    T = 1 . 0,60.W. f 2,45E f h t

    T = 11,10 .0,60.3192,73.252,4520000 25 55 2.0,63 0,63 = 35368,34 kN.cm

    T = 353,68 kN. m Verificao da segurana

    TSd TRd

    19,52 353,68 ok!

    5) Trao

    Nt,SdN, = 1,4.54,63 = 76,48 kN Nt,Rd

    o Escoamento da seo brutaN, = A. f = 105,51.251,10 = 2397,95 kN

    o Ruptura da seo efivaN, = A. f = 105,51.401,35 = 3126,22 kNN, = mnimo2397,95;3126,22

    , = ,

    Verificao da seguranaNt,Sd Nt,Rd

    76,84 2376,95 ok!

    6) Compresso

    Nc,Sd

    N,

    = 1,4.52,81 = 73,93 kN

    Nc,Rd

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    o 0 = A. fN

    N = . E . Jk. L = .20000.44232,411,2.416 = 35036,54 kNN = . E . Jk.L =

    .20000.17439,371,2.416 = 13813,74 kNr = r + r + x + y = 12,86 + 20,47 = 24,17 cm

    N

    =1r

    . E . CkL + G. J

    N = 124,17 .20000.7400526,71,0.416 + 7700.38367,56 = 520159,56 kNN = mnimo5036,54;13813,74;520159,56 = 13813,54 kN

    = A. fN = 105,51.2513813,54 = 0,44o

    = 0,44 = 0,922o Q

    bt = 1,40Ef = 1,402000025 = 35,60bt = 30 2.0,630,63 = 45,6Como < , temos: Q=Qa = . f = 0,922.25 = 23,05b = 1,92. t. E

    1 cb t

    E

    = 1,92.0,63. 2000023,05 1 0,3845,6 2000023,05

    b = 26,88 cm

    A = 105,51 45,6 26,88. 0,63 = 93,72 cm

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    Q = 93,72105,51 = 0,89Q = 0,89

    o Nc,RdN, = . Q . A. f = 0,935.0,89.105,51.251,10 = 1995,46 kN

    Nc,Rd=1995,45 kN

    Verificao da seguranaNc,Sd Nc,Rd

    73,93 1995,45 ok!

    7) Solicitaes combinadas

    NN + MM + VV + TT 1,0

    Desprezando o cisalhamento, uma vez que se valor muito pequeno, temos os

    seguintes casos:

    Flexo em X, trao e toro

    N,N, + MM + TT

    1,0 76,482397,95 + 236,8345,92 + 19,52353,68 1,0

    0,72 1,0 ok! Flexo em X, compresso e toro

    N,N, + MM + TT 1,0

    73,931995,46 + 236,8345,92 + 19,52353,68 1,00,72 1,0 ok! Flexo em Y, trao e toro

    N,N, + MM + TT 1,0

    76,48

    2397,95 +41,19

    175,19 + 19,52

    353,68

    1,0

    0,27 1,0 ok!

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    27/27

    Flexo em Y, compresso e toroN,N, + MM + TT

    1,0

    73,931995,46 + 41,19175,19 + 19,52353,68 1,00,27 1,0 ok!