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QUALIDADE DAS OBRAS P QUALIDADE DAS OBRAS P Ú Ú BLICAS EM BLICAS EM FUN FUN Ç Ç ÃO DA INTERPRETA ÃO DA INTERPRETA Ç Ç ÃO E PR ÃO E PR Á Á TICA TICA DOS FUNDAMENTOS DA LEI 8.666/93 E DA DOS FUNDAMENTOS DA LEI 8.666/93 E DA LEGISLA LEGISLA Ç Ç ÃO CORRELATA ÃO CORRELATA CEZAR AUGUSTO PINTO MOTTA CEZAR AUGUSTO PINTO MOTTA Auditor Público Externo –TCE/RS [email protected]

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QUALIDADE DAS OBRAS PQUALIDADE DAS OBRAS PÚÚBLICAS EM BLICAS EM FUNFUNÇÇÃO DA INTERPRETAÃO DA INTERPRETAÇÇÃO E PRÃO E PRÁÁTICA TICA DOS FUNDAMENTOS DA LEI 8.666/93 E DA DOS FUNDAMENTOS DA LEI 8.666/93 E DA

LEGISLALEGISLAÇÇÃO CORRELATAÃO CORRELATA

CEZAR AUGUSTO PINTO MOTTACEZAR AUGUSTO PINTO MOTTA

Auditor Público Externo –TCE/RS

[email protected]

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PercepPercepçção da Sociedadeão da Sociedade

•• A mA máá qualidade das obras pqualidade das obras púúblicas e os constantes problemas de blicas e os constantes problemas de

sobresobre--prepreçços, estão interiorizados no inconsciente dos brasileiros os, estão interiorizados no inconsciente dos brasileiros

como sendo resultado de problemas intrcomo sendo resultado de problemas intríínsecos nsecos ààs licitas licitaçções pões púúblicas.blicas.

•• AA mmáá qualidadequalidade éé geralmente justificada em fungeralmente justificada em funçção das aquisião das aquisiçções a ões a

partir do partir do ““menor premenor preççoo””; os; os sobresobre--prepreççosos, , afora aqueles havidos por afora aqueles havidos por

fraudes, têm sido atribufraudes, têm sido atribuíídos dos àà cultura dos aditamentos contratuais cultura dos aditamentos contratuais

indevidos e aos desperdindevidos e aos desperdíícios cios ““inerentesinerentes”” ààs obras ps obras púúblicas.blicas.

•• Tais lTais lóógicas, aceitas como verdadeiras por parcela significativa da gicas, aceitas como verdadeiras por parcela significativa da

sociedade, estão em desacordo com as necessidades do Estado (e dsociedade, estão em desacordo com as necessidades do Estado (e da a

Sociedade), que deve buscar incessantemente o atingimento da Sociedade), que deve buscar incessantemente o atingimento da

Eficiência.Eficiência.

•• ““O que fazerO que fazer”” para alterar esta situapara alterar esta situaçção?ão?

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Hipótese de Trabalho

“O Sistema Legal e o Sistema Normativo brasileiros O Sistema Legal e o Sistema Normativo brasileiros

possuem elementos suficientes para garantir a possuem elementos suficientes para garantir a

qualidade das Obras Pqualidade das Obras Púúblicasblicas”

Mesmo que esta assertiva pareça óbvia, ainda existem obras com qualidade insuficiente e/ou contratadas a preços inadequados.

Em síntese: há falhas na interpretação e na aplicação dos dispositivos legais, normativos e regulamentares vigentes.

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Pontos de AbordagemPontos de Abordagem

CONHECIMENTO E DIFUSÃO LEGAL E NORMATIVACONHECIMENTO E DIFUSÃO LEGAL E NORMATIVA

pré-requisito para a ação

CONCEPCONCEPÇÇÃO E PLANEJAMENTO INTEGRADOS DAS ÃO E PLANEJAMENTO INTEGRADOS DAS OPs OPs

fase conceitual estratégica: decisão pol: decisão polííticatica

fase de viabilização financeira: instrumentos legais de planejamentoinstrumentos legais de planejamento

fase de planejamento executivo: projetos e licitaprojetos e licitaççãoão

fase de materialização: execuexecuçção fão fíísicasica

PROJETO: DEFINIPROJETO: DEFINIÇÇÃO DA QUALIDADEÃO DA QUALIDADE

na legislação, nas NBRs e na regulamentação profissional

GARANTIA DA QUALIDADE NA LEGISLAGARANTIA DA QUALIDADE NA LEGISLAÇÇÃO E NORMALIZAÃO E NORMALIZAÇÇÃOÃO

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Primeiro requisito: Primeiro requisito: conhecer a legislaconhecer a legislaçção e as normas tão e as normas téécnicascnicas

• Parte-se do pressuposto de que conhecer a Leiconhecer a Lei é o fundamento basilar para cumprir a Lei.

• Em favor do conhecimento e disseminação desta legislalegislaççãoão, da doutrina e da jurisprudência, conta a possibilidade atual do amplo acesso que os sistemas de informação proporcionam. A existência de disponibilidade de material de boa qualidade e de forma gratuita, permite aos técnicos e ao cidadão comum, conhecer o estado da arte e manter-se razoavelmente informado do que ocorre no meio jurídico.

• No sentido contrário, a normalizanormalizaçção tão téécnicacnica da ABNT, apresenta custo elevado de aquisição e restrições significativas em seu acesso não oneroso

(MP/PR, Promotoria de Proteção ao Meio Ambiente-ingressou com Ação Civil Pública, em

09/10/05, visando à disponibilização das NBRs no DOU e em meio eletrônico).

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ConcepConcepçção e planejamento integradosão e planejamento integrados

fase conceitual estratégica: decisão pol: decisão polííticatica

fase de viabilização financeira: instrumentos legais de planejamentoinstrumentos legais de planejamento

fase de planejamento executivo: projetos e licitaprojetos e licitaççãoão

fase de materialização: execuexecuçção fão fíísicasica

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Projeto: a definiProjeto: a definiçção da qualidadeão da qualidade

Os projetos e a legislaOs projetos e a legislaççãoão

Para a Lei 8666/93 (art. 6º, inc. X) Projeto Básico:

“é conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução”

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Os projetos e a normalizaOs projetos e a normalizaçção tão téécnica e profissionalcnica e profissional

A Resolução 361/91, do CONFEA, de elaboração anterior ao Estatuto das Licitações,

assim definiu o Projeto Básico:

“é o conjunto de elementos que define a obra, o serviço ou o complexo de obras e serviços que compõem o empreendimento, de tal modo que suas características básicas e desempenho almejado estejam perfeitamente definidos, possibilitando a estimativa de seu custo e prazo de execução”, sendo uma inserida em “um conjunto mais abrangente de projetos e estudos, precedido por estudos preliminares, anteprojeto, estudos de viabilidade técnica, econômica e avaliação de impacto ambiental, e sucedida pela fase de projeto executivo ou detalhamento”.

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NBR 13531/95 + LeiNBR 13531/95 + Lei

Estudo preliminar:

“Etapa destinada à concepção e à representação do conjunto de

informações técnicas iniciais e aproximadas, necessários à

compreensão da configuração da edificação, podendo incluir soluções

alternativas.”

Análise de Viabilidade:

“Etapa destinada à elaboração de análise e avaliações para seleção e

recomendação de alternativas para a concepção da edificação e de

seus elementos, instalações e componentes”

Projeto Executivo, conforme o Estatuto das Licitações:

“Conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa

da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação

Brasileira de Normas Técnicas – ABNT”

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O projetista “fornece um certo nfornece um certo núúmero de desenhos e mero de desenhos e

plantas inteiramente impessoais, acompanhados de plantas inteiramente impessoais, acompanhados de

especificaespecificaçções datilografadas. ões datilografadas. Este conjunto de Este conjunto de

instruinstruçções deve ser tão inequões deve ser tão inequíívoco a ponto de não voco a ponto de não

haver a menor dhaver a menor dúúvida sobre a construvida sobre a construççãoão. O arquiteto . O arquiteto

compõe a mcompõe a múúsica que os outros tocarãosica que os outros tocarão”. E vai mais adiante, na precisão de sua comparação, quando menciona que, “ao contrao contráário de uma orquestra de rio de uma orquestra de

mmúúsicos gabaritados, normalmente os opersicos gabaritados, normalmente os operáários ou rios ou

empreiteiros executam sua parte dentro do todo sem empreiteiros executam sua parte dentro do todo sem

compreenderem bem a interligacompreenderem bem a interligaçção das partes que ão das partes que

compõem esse todo, e que eventuais falhas individuais compõem esse todo, e que eventuais falhas individuais

poderiam comprometer toda a obrapoderiam comprometer toda a obra”.

(RASMUSSEN, Steen Eiler. Arquitetura Vivenciada., pg. 12)

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Garantia da qualidade na legislaGarantia da qualidade na legislaçção e na ão e na normalizanormalizaçção brasileiraão brasileira

PrincPrincíípio da padronizapio da padronizaçção / definião / definiçção de marcaão de marcaA padronização de projetos, é recomendação legal, será cabível quando houver necessidade e conveniência de se estabelecerem critérios uniformes para as aquisições da Administração.

Exigências de habilitaExigências de habilitaçção e qualificaão e qualificaççãoãoEsse conjunto de exigências visa assegurar que os interessados em

contratar com o Poder Público possuam condições econômicas e

técnicas para realizarem o objeto contratado de forma adequada, com

um mínimo de riscos aos cofres públicos.

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ExecuExecuçção das obras e dos contratosão das obras e dos contratos

Termos aditivos contratuais Termos aditivos contratuais •Consoante a premissa (...) segundo a qual os contratos devem ser cumpridos integralmente pelas partes, constata-se que as alterações contratuais possuem três origens distintas: dolo ; culpa ou caso fortuito ou força maior.”

Marcos Moreira de Carvalho, VII SINAOP/FlorianMarcos Moreira de Carvalho, VII SINAOP/Florianóópolispolis

Obras que se estendem por mais de um exercObras que se estendem por mais de um exercíício financeiro ou cio financeiro ou mandato eletivomandato eletivo

•Uma escola com “x” salas de aula (x = m + n), tendo sua execução prevista em dois exercícios subseqüentes, poderia ser planejada de tal forma que se executassem, em sua totalidade, “m” salas de aula no primeiro ano e as restantes “n” salas no seguinte, visando dar efetividade imediata (disponibilidade à utilização) das primeiras “n” salas ao final do primeiro ano, somadas às “m” salas ao final das obras. De forma diferente, seriam feitas, por exemplo, todas as fundações, as estruturas, as alvenarias e cobertura da totalidade das salas no primeiro ano e das instalações, dos pisos, dos revestimentos e demais acabamentos no segundo ano, resultando na disponibilidade de uso apenas ao final de toda a obra.

•Da mesma forma, para construção de rodovias com pavimentação asfáltica, onde seja prevista a execução completa de trechos específicos, em vez da execução de todos os serviços de terraplanagem, seguidos da execução de toda a sub-base, depois de toda a base e, por fim de todo o revestimento final, seria recomendável que os lotes fossem compostos de trechos menores, porém completos em suas etapas.

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7. Conclusões

•Há dispositivos legais, normativos e regulamentares que podem - e devem - ser utilizados para assegurar a qualidade das obras públicas;

Esses dispositivos, quer por seu desconhecimento integral, quer por sua não interpretação conjunta e concomitante, são subutilizados, possibilitando a ocorrência de má qualidade das obras públicas;

•Desta constatação, depreende-se a necessidade de envidar-se esforços no sentido da produção de instrumentos de difusão de conhecimento visando à essa integração, além de ações de treinamento sistemáticas e eficazes;

•Necessidade de aprofundamento da análise da complementaridade dos instrumentos apresentados, visando bloquear a ocorrência de obras de má qualidade e utilizar-se com maior efetividade das “ferramentas” existentes;

Também cabe salientar a pequena quantidade de “doutrina” produzida por técnicos das áreas de engenharia e arquitetura sobre os temas direta ou indiretamente abordados, tendo-se que buscar referências em publicações de profissionais desvinculados da execução de projetos e execução de obras e, por conseguinte, distanciados da realidadefática e material envolvida.

•Antes de encerrar, pertine anotar que esse trabalho teve o intuito de despertar a discussão necessária, além de tratar-se de um estudo introdutório que requer continuidade e aperfeiçoamento.

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Obrigado !Obrigado !

CezarCezar Augusto Pinto Augusto Pinto MottaMotta

Auditor Público Externo - TCE/RS

cmotta@[email protected]